CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA, CULTURA E SOCIEDADE
A dinâmica da economia: O papel do crédito e da pequena lavoura
cafeeira na média mogiana. Casa Branca/ São Paulo (1878-1914).
História Regional
Prof. Dr. Lélio Luís de Oliveira
Ribeirão Preto
2008
CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA, CULTURA E SOCIEDADE
A dinâmica da economia: O papel do crédito e da pequena lavoura
cafeeira na média mogiana. Casa Branca/ São Paulo (1878-1914).
Rodrigo Fontanari
1161242
Trabalho de Conclusão do Módulo
HISTÓRIA REGIONAL
Nota____________
Comentários______________________
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Ribeirão Preto
2008
RESUMO: Este estudo tem por finalidade analisar o papel desempenhado pela pequena
lavoura de café no complexo cafeeiro entre os anos de 1878 e 1914. A historiografia
clássica por vezes acabou por privilegiar o estudo do latifúndio monocultor, principalmente
em sua expansão pelo chamado “Oeste paulista”, destacando assim, somente uma face da
estrutura fundiária desta importante etapa da história socioeconômica do Estado de São
Paulo, ou seja, cristalizaram-se visões onde somente se explicita a importância das grandes
fazendas cafeicultoras no avanço da chamada “onda verde”. Todavia, nos propomos a (re)interpretar e verificar a importância da pequena lavoura de café e sua relação com as
relações de trabalho e práticas de financiamentos predominantes em Casa Branca em
períodos de expansão e crise da cafeicultura, sendo esta uma região destacada pelas grandes
fazendas e grandes fazendeiros de café, como Santa Veridiana da família Prado.
Guiaremos-nos por recentes pesquisas na área da história econômica, que tem por base a
dinâmica da economia e o manuseio de fontes documentais ainda pouco privilegiadas,
dentre as quais os Livros Cartoriais, especialmente os contratos de trabalho e as escrituras
de dívidas hipotecárias, procurando desta forma, verificar a dinâmica econômica desta
região, desmistificar e esclarecer algumas visões historiográficas tradicionais.
PALAVRAS-CHAVE: cafeicultura; capitalismo; relações de trabalho.
INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
Enquanto a indústria crescia a passos largos em alguns países da Europa e nos
Estados Unidos da América, entre 1860 e 1870, no Brasil o que se alastrava era a lavoura
cafeeira, principalmente no Estado de São Paulo. A lavoura cafeeira, inicialmente
estruturada sobre heranças coloniais, aos poucos foi mesclando elementos capitalistas,
possibilitando grandes acúmulos de capitais nas mãos dos cafeicultores, empresários e
comerciantes, dando início a inúmeras transformações nos planos da economia, política e
sociedade brasileira em fins do XIX.
A região selecionada para o estudo, onde se localiza a cidade de Casa Branca, no
interior de São Paulo, esteve ligada a esse processo complexo de transformações e
modernização provocadas pelo avanço do capitalismo. O recorte espacial de nossa pesquisa
se justifica principalmente por ser essa localidade um importante centro da cultura cafeeira
a partir do segundo quartel do século XIX e início do XX.
Antes do estabelecimento da cafeicultura na região, em meados de 1860, e da
chegada dos trilhos da Mogiana em 1878, fato que explicita sua ligação com o complexo
cafeeiro, a formação de Casa Branca guardava intimas relações com três momentos
relevantes da história de São Paulo.
O primeiro esteve ligado às bandeiras paulistas, que entre os séculos XVII e XVIII
rumavam para o sertão, via estrada do Anhanguera ou caminho de Goiás, para o sertão em
busca de índios e riquezas minerais. Esse acréscimo populacional se intensificou ainda mais
com a descoberta de ouro e pedras preciosas nas regiões de Goiás e Minas Gerais, pois a
partir de então o tráfego de viajantes e tropeiros tornou-se mais volumoso. Casa Branca era
um importante pouso da mencionada estrada do Anhanguera, que ligava grosso modo a
cidade de São Paulo ao sertão de Goiás. 1
O segundo foi a aquele promovido pelos entrantes mineiros no início do século XIX.
Após o declínio da mineração, esses entrantes mineiros buscam reinvestir seus capitais e
promovem o deslocamento para novas áreas, com o intuito de povoar e reproduzir um
1
BRIOSCHI, L. R. Caminhos do ouro. In: BACELLAR, C. A. P. & BRIOSCHI, L R. (org.) Na Estrada do
Anhanguera. São Paulo: Humanitas FFLCH/USP, 1999, p. 35-54.
modelo de economia baseado na agricultura de abastecimento e na pecuária. A região de
Casa Branca situada entre o Rio Pardo e Mojiguaçu e nas franjas da serra da Mantiqueira
recebe inúmeras dessas famílias de origem mineira ou paulistas, que estão retornando. 2
O terceiro marca a fundação da freguesia de Casa Branca em 1814, e guarda
significativa peculiaridade. Peculiaridade essa que foi analisada pela historiadora Amélia
Trevisan:
“... Casa Branca teve fundação peculiar, toda própria,
fugindo ao esquema geral de capela, patrimônio e depois
freguesia. A freguesia foi criada por resolução e alvará
régios, em local determinado unicamente por ser o centro da
região, com vista à agricultura e povoamento; tanto assim
que foram ali planejadas e construídas casas e capela para o
governo alojar um grupo de imigrantes açorianos destinados
a agricultura. Formou-se, assim, Casa Branca, a povoação
dos ilhéus”.3
Podemos concluir, que mais do que simples pouso da estrada do Anhanguera, a
importância da fundação de Casa Branca esteve ligada às pretensões da corte de D. João VI
em promover o povoamento do interior e fortalecer os limites territoriais frente à América
Espanhola.
Contudo, o momento histórico que nos debruçaremos é aquele marcado pela
expansão da cafeicultura pelo “oeste paulista” e que atinge a região por volta de 1850, mas
com produção ainda incipiente, se elevando em meados de 1886 e tendo seu apogeu na
década de 1920, para daí em diante declinar até quase desaparecer. 4
Nosso enfoque será avaliar qual foi o papel e a importância da pequena lavoura em
Casa Branca, localidade lembrada somente pelas grandes fazendas de café. Um exemplo
2
LAGES, J. A. Ribeirão Preto: da Figueira à Barra do Retiro. Ribeirão Preto: VGA, 1996. p.5-14.
3
TREVISAN, Amélia. F. Casa Branca, a povoação dos ilhéus. Tese de mestrado, FFLCH da USP, São
Paulo,1979. p.41.
4
MILLIET, Sérgio. Roteiro do café e outros ensaios: contribuição para o estudo da história econômica e
social do Brasil. 4.ed. São Paulo: Hucitec, 1982. p.20.
comum de grande fazenda na região é a Santa Veridiana, que tinha como proprietário
Antonio da Silva Prado, e chegou a ser classificada entre as fazendas cafeeiras com mais
alta produção de São Paulo e Rio de Janeiro entre 1876 e 1883.5
Na área da história econômica, o estudo da pequena lavoura, dos contratos de
trabalho e das dívidas hipotecárias vem se destacando nas tentativas de observação da
dinâmica de acumulação dentro do complexo cafeeiro, uma vez que abrem possibilidades
de se examinar, em época de retração do preço do café, as “formas” de se baratear o custo
da produção, seja através de novas relações contratuais de trabalho ou vantagens
contratuais como a agricultura de outros gêneros atrelada à cafeicultura, na tentativa de
reduzir os custos com a mão de obra e, de forma geral, com a produção. E também buscam
esclarecer as formas de financiamento que “ajudavam” no estabelecimento e na produção
das pequenas cafeiculturas, tipo de propriedade que esteve presente na estrutura fundiária
do complexo cafeeiro.6
O recorte temporal e espacial foi pensado tendo em vista a análise desta correlação
entre economia mundial e seus preços e as esferas de produção, circulação e acumulação
que “envolviam” pequenos proprietários de Casa Branca dentro do complexo cafeeiro.
1878 é a data da chegada da ferrovia em Casa Branca, ligando-a ao complexo cafeeiro e era
uma época em que o café já estava sendo produzido na região e com bons preços. Seguindo
até 1914 o preço do café já havia sofrido diversas baixas, culminando com o impacto do
início da 1° Guerra Mundial e de reorganização da economia mundial. É nessa faixa
temporal e espacial que veremos como se procedeu, de forma particular ou não, o papel da
pequena lavoura e das formas de financiamento comuns para seu pleno funcionamento
dentro da dinâmica da economia cafeeira de Casa Branca.
Nossa pesquisa torna-se relevante na medida que pode contribuir para melhor
entender realidades no âmbito da História Regional e aprofundar o estudo de fontes
históricas – contratos de trabalho e dividas hipotecárias - ainda pouco sistematizadas pela
5
LEVI, Darrell E. A Família Prado. São Paulo: Cultura 70, 1977. capitulo V, Os Prados e o café, 1840 -
1889. p. 158 - 186
6
TOSI, Pedro Geraldo; FALEIROS, Rogério Naques; TEODORO, Rodrigo da Silva. Fragmentos de um
modelo: pequenas lavouras de café e acumulação de capitais. Franca/ São Paulo, 1890-1914. In: História. São
Paulo, v.24, n.2, p.291-327, 2005.
história econômica, principalmente para dar novas luzes e contribuições aos estudos
relativos ao complexo jogo do passado de regiões marcadas pela expansão da cafeicultura.
Outro ponto de importância da pesquisa é corroborar uma perspectiva econômica mais
dinâmica e documentalmente menos “estática” que as baseadas somente nos inventários
post-morten.7 Vale ainda justificar mais um ponto de relevância para a pesquisa: o trato de
fontes históricas inéditas, arquivadas no Museu Histórico-Pedagógico Alfredo e Afonso de
Taunay de Casa Branca.
7
Idem.
Análise da bibliografia fundamental sobre o tema
A historiografia clássica sobre a economia cafeeira, de forma geral, pautou seus
estudos na análise das grandes propriedades monocultoras de café, trabalhadas por centenas
de escravos ou imigrantes, com casas-grande ou sedes envolvidas em uma esfera de fausto
e luxo, criadas aos moldes europeus. Por sua vez, esses modelos acabaram cristalizando
uma visão de “unidade”, onde parecia somente existir grandes barões do café com infinitos
poderes políticos e econômicos.
Não queremos aqui desmerecer e jogar na lata do lixo (porque não usar
menosprezar) esses estudos tidos como clássicos e que são ainda referências para se
compreender a sociedade brasileira. Temos a plena consciência que as grandes
propriedades e os grandes proprietários foram de suma importância para a lógica social
decorrente do nosso modelo agrário-exportador. Mas queremos aprofundar o raio de estudo
e conhecimento histórico para realidades particulares, no âmbito da história regional, que
não se enquadram somente dentro dos modelos explicativos generalizantes e tradicionais,
como por exemplo, as visões de Gilberto Freyre e Caio Prado Junior.
Uma autora que ficou consagrada pelo brilhante capítulo sobre a economia cafeeira
foi Alice P. Canabrava em artigo intitulado A grande lavoura. Nele a autora destaca o
contexto mundial que o café se expandiu no Brasil, as técnicas de produção do café, o
roteiro feito pelo café do Pará ao “Oeste” de São Paulo, relata as condições naturais que
agradam o cafeeiro, enfim faz um balanço geral sobre a cafeicultura. Porém, como o título
de seu artigo diz ela se preocupa em avaliar somente aspectos gerais da grande cafeicultura,
promovendo uma visão generalizante sobre a expansão do café e pouco tem a dizer sobre a
pequena lavoura cafeeira.8
Outro autor clássico é o livro História Econômica do Brasil, de Caio Prado Junior.
Nesse estudo, particularmente no capítulo O Império Escravocrata e a Aurora da
Burguesia (1850-1889), onde Caio Prado, faz importantes análises da vida econômica do
“ciclo” do café. Como por exemplo, demonstra que foi necessário o fim da escravidão para
que houvesse a libertação de capitais presos antes nas propriedades escravas, para se
8
CANABRAVA, Alice P. A grande lavoura. In. HOLANDA, Sergio Buarque (coord.). História Geral da
Civilização Brasileira. 6.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. p.103-163.
estimular o setor financeiro do país. Demonstra também o caminho percorrido pelo café no
Brasil, porém a visão adotada por ele é de uma economia cíclica, que naturalmente se
expande e definha, seja por fatores naturais ou não. Ao contrário de Alice P. Canabrava que
liga o café a correlação da lógica do mercado capitalista mundial. Caio Prado, ainda vai
dizer que o mar de café que assolou São Paulo era obra de grandes lavouras e cafeicultores,
e pouco afirma sobre a pequena cafeicultura.9
Uma obra de peso fundamental para esse projeto é Imigrantes para o café, de
Thomas H. Holloway. Na sua pesquisa de fôlego o autor vai se debruçar sobre diversas
fontes documentais e sobre diversas áreas “tocadas” pela cafeicultura. Principalmente o
capítulo: Imigrantes como proprietários, ele vai destacar o caráter estático das elites frente
a uma economia dinâmica, que promoveu grande numero de imigrantes a categoria de
proprietários. Vai elucidar ainda um aspecto da mentalidade do imigrante: o sonho de se
tornar proprietário de um pedaço de terra. Portanto, é de suma importância os dizeres de
Holloway, não só em relação ao pequeno proprietário imigrante, mas também por
caracterizar profundamente as relações sociais de trabalho presentes na cafeicultura.10
O artigo conjunto de Pedro Geraldo Tosi, Rogério Naques Faleiors e Rodrigo da
Silva Teodoro foi crucial para a criação e mesmo desenvolvimento desta pesquisa. O artigo
é intitulado: Fragmentos de um modelo: pequenas lavouras de café e acumulação de
capitais. Franca/ São Paulo (1890-1914). Este artigo é fruto de recentes e sistemáticas
pesquisas em fontes históricas do tipo a que se quer levar a cabo nesse projeto: contratos de
trabalho e dívidas hipotecárias. Eles se debruçam sobre o complexo cafeeiro para
fornecerem um quadro explicativo, onde a dinâmica econômica envolve a pequena lavoura
cafeeira e o crédito que a financia, bem como avaliam o papel e a importância das relações
de trabalho e dos contratos de trabalho nos períodos de crise do café, conseguindo elucidar
assim, através da redução dos custos da produção o aumento dos cafezais em Franca na
crise de 1898-1905.11
9
PRADO JR., Caio. História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense,1969
10
HOLLOWAY, Thomas H. Imigrantes para o café: café e sociedade em São Paulo, 1886-1934. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1984
11
TOSI, Pedro Geraldo; FALEIROS, Rogério Naques; TEODORO, Rodrigo da Silva. Fragmentos de um
modelo: pequenas lavouras de café e acumulação de capitais. Franca/ São Paulo, 1890-1914. In: História. São
Paulo, v.24, n.2, p.291-327, 2005.
Como as relações de produção vão mais longe do que o ambiente de trabalho, fez-se
necessário compreender bem alguns mecanismos sociais que regiam, e ainda regem, a
sociedade brasileira. Para isso será necessário o entendimento da obra Famílias, mulheres e
povoamento, de Eni Mesquita Samara. Nesse livro, a autora expõe os frutos recentes de sua
pesquisa sobre as relações entre as famílias fundadas pelo “ideal” patriarcal, os ditos
“homens bons” e estruturação do poder local. Ela demonstra que o jogo de poder de
determinadas famílias e determinadas idéias elitistas de sociedade acabam por pesar na
formação e manutenção do poder local, influenciando assim, todas as esferas de relações
entre os homens.12
Objetivos da pesquisa
Os principais objetivos da pesquisa são:
- Compreender a importância da pequena lavoura de café dentro do complexo
cafeeiro, mais precisamente em Casa Branca entre 1878 e 1914.
- Entender o papel do crédito no mundo da pequena cafeicultura, bem como as
relações de trabalho que nelas imperavam.
12
SAMARA, Eni de Mesquita. Família, mulheres e povoamento: São Paulo, século XVII-XVIII. Bauru:
Edusc, 2003
Materiais e métodos
A visão de história que vai orientar esta pesquisa é aquela derivada da escola
francesa dos Annales. Iremos utilizar principalmente o modelo de história econômica
proposto por Fernand Braudel, representante da segunda geração dos Annales, herdeiro
direto de Lucien Febvre. Diante disso vemos as influências das idéias e da obra de Febvre,
principalmente no que diz respeito à influência do espaço geográfico e da longa duração,
nas produções de Braudel. Também faremos dos modelos temporais adotados por Braudel,
atentando principalmente para a Longa Duração. O que seria a Longa Duração?
Podemos citar, o próprio Braudel que menciona: “Ultrapassar o evento, era
ultrapassar o tempo curto que o contém [...]. Equivale a perguntar se, além dos eventos, não
há uma história inconsciente dessa vez, ou melhor, mais ou menos consciente, que, em
grande parte, escapa à lucidez dos atores, os responsáveis ou as vítimas: eles fazem a
história, mas a história os transporta. 13”.
Antes de tudo a Longa Duração tenta suplantar uma história factual, embasada e
emaranhada nos eventos de curta duração.
“A história dos eventos, [Braudel] sugere, embora “rica em interesse humano”, é
também a mais superficial. “Recordo-me de uma noite, perto da Bahia, quando assistia
absorto ao espetáculo pirotécnico de fosforescentes vaga-lumes; sua pálida luz brilha,
desaparece, volta a brilhar, sem penetrar na noite com uma verdadeira luz. O mesmo
acontece com os eventos, para além do seu brilho, a escuridão predomina.”
“Em outra imagem poética, Braudel, descreve os acontecimentos como
perturbações superficiais, espumas de ondas que a maré da história carrega em suas fortes
espáduas”. ”Devemos aprender a desconfiar deles”. Para compreender a história é
necessário saber mergulhar sob as ondas”. 14
Outro elemento da obra de Braudel que será levado a cabo neste trabalho é a sua
clássica divisão da economia em três partes ou andares: o primeiro, situa-se na esfera da
produção, e é o mais difícil de se avaliar, pois fica no nível do consumo de subsistência, a
13
BRAUDEL, Fernand. Escritos sobre a história. São Paulo: Perspectiva. 2005. p. 96
14
Idem. P. 47 - 48.
vida material. O segundo é o campo da circulação, o mais “barulhento”, e por sua vez o
mais fácil de ser aprendido. O terceiro é de domínio da economia-mundo, do capitalismo
global que rege as hierarquias entre as nações do mundo.
Tendo em vista que é nas fontes que o historiador se reconhece como tal, esta
pesquisa terá como principal fonte de análise documental as fontes cartoriais,
principalmente os contratos de trabalho e dívidas hipotecárias. Estes materiais estão em
poder do Museu Histórico-Pedagógico Alfredo e Afonso de Taunay em Casa Branca.
Utilizaremos também vasto estudo bibliográfico referido ao assunto em questão,
na tentativa de avaliar o que já foi escrito, fundamentar a pesquisa e contribuir para o
avanço das pesquisas na área da história econômica e regional.
Plano de trabalho e cronograma de execução
2008
Atividades
Levantamento
bibliográfico
Levantamento
dos dados
Tratamento e
análise dos dados
Plano de redação
Relatório parcial
Relatório final
J
F
X
X
M
A
M
J
J
A
S
O
X
X
X
X
X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
N
D
X
X
X
Bibliografia utilizada
BRAUDEL, Fernand. Escritos sobre a história. São Paulo: Perspectiva. 2005.
______. Civilização material, economia e capitalismo: séculos XV-XVIII. São Paulo:
Martins Fontes, 1996. T.1, 2 e 3.
BRIOSCHI, L. R. Caminhos do ouro. In: BACELLAR, C. A. P. & BRIOSCHI, L R. (org.) Na
Estrada do Anhanguera. São Paulo: Humanitas FFLCH/USP, 1999, p. 35-54.
BURKE, Peter. A escola dos Annales (1929 – 1989): a Revolução Francesa da
historiografia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997.
CANABRAVA, Alice P. A grande lavoura. In. HOLANDA, Sergio Buarque (coord.).
História Geral da Civilização Brasileira. 6.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.
p.103-163.
HOBSBAWN, E. J. A Era do Capital, 1848-1875. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004
HOLLOWAY, Thomas H. Imigrantes para o café: café e sociedade em São Paulo, 18861934. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.
LAGES, J. A. Ribeirão Preto: da Figueira à Barra do Retiro. Ribeirão Preto: VGA, 1996.
LEVI, Darrell E. A Família Prado. São Paulo: Cultura 70, 1977. capitulo V, Os Prados e
o café, 1840 - 1889. p. 158 - 186
MILLIET, Sérgio. Roteiro do café e outros ensaios: contribuição para o estudo da história
econômica e social do Brasil. 4.ed. São Paulo: Hucitec, 1982.
PRADO JR., Caio. História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense,1969
SAMARA, Eni de Mesquita. Família, mulheres e povoamento: São Paulo, século XVIIXVIII. Bauru: Edusc, 2003
TOSI, Pedro Geraldo; FALEIROS, Rogério Naques; TEODORO, Rodrigo da Silva.
Fragmentos de um modelo: pequenas lavouras de café e acumulação de capitais. Franca/
São Paulo, 1890-1914. In: História. São Paulo, v.24, n.2, p.291-327, 2005.
TREVISAN, Amélia. F. Casa Branca, a povoação dos ilhéus. Tese de mestrado, FFLCH
da USP, São Paulo,1979.
Bibliografia complementar
ARÓSTEGUI, Julio. A pesquisa histórica: teoria e método. Bauru, SP: Edusc, 2006.
BEIGUELMAN, P. A formação do povo no complexo cafeeiro. Aspectos políticos. São Paulo:
Pioneira, 1977.
BRUNO, Ernani Silva. Café & negro: contribuição para o estudo da economia cafeeira em
São Paulo na fase do trabalho servil. São Paulo: Atlanta Editorial, 2005.
CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (Orgs). Domínios da história: ensaios
de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 1997.
FRAGOSO, João Luís R. & FLORENTINO, Manolo. O arcaísmo como projeto. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2001.
GIESBRECHT, Ralph Mennucci. Caminhos Para Santa Veridiana: as ferrovias em Santa
Cruz das Palmeiras. Santa Cruz das Palmeiras: A Cidade, 2003
MATOS, Odilon N. Café e Ferrovias. São Paulo: Alfa-Ômega,1974.
MARCONDES, Renato Leite. A arte de acumular na economia cafeeira:Vale do Paraíba, século
XIX. Lorena: Stiliano, 1998.
______. O financiamento hipotecário da cafeicultura no vale do Paraíba Paulista (1867-87). Revista
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MELLO, João Manoel Cardoso de. O Capitalismo Tardio: uma revisão da crítica e
desenvolvimento da economia brasileira. 4.ed. São Paulo: Hucitec, 1982.
MELLO, Zélia Maria C. de. Metamorfoses da Riqueza. São Paulo, 1845-1895. São Paulo:
HUCITEC, 1990.
MONBEIG, P. Pioneiros e Fazendeiros de São Paulo. São Paulo: Hucitec/Polis, 1998
ZAMBONI, E. O processo de formação e organização da rede fundiária da área de Ribeirão
Preto. São Paulo, 1978. Dissertação de mestrado.
Departamento de História. FFLCH-USP.
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RESUMO: Este estudo tem por finalidade analisar o papel