Benchmarking Internacional Redes de Cooperação Projeto Alvos Estratégicos - PAE de [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Autores Jorge Assis Maria José Haneman VLM Consultores, S.A. Aveiro Business Center Rua da Igreja, 79 N. Sra. De Fátima 3810 – 744 Aveiro www.vlm.pt 2 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 CONTEÚDO 0 - Sumário Executivo ................................................................................................................................................. 4 1. – Introdução............................................................................................................................................................ 5 1.1 Objetivos do estudo ......................................................................................................................................... 5 1.2 Estrutura e abordagem metodológica.............................................................................................................. 7 2. - Redes de cooperação e internacionalização: estado de arte europeu – o caminho já percorrido (e as recomendações para o futuro).............................................................................................................................................................. 9 2.1 Enquadramento ................................................................................................................................................ 9 2.2 Redes, clusters e capacidade de inovação ...................................................................................................... 10 2.3 Redes, clusters e internacionalização das PME: importância e benefícios .................................................... 13 2.4 Estruturas de facilitação-gestão para apoiar a internacionalização das empresas (e clusters) ..................... 15 2.4.1 Necessidades de internacionalização & papéis das estruturas de facilitação-gestão ............................ 15 2.4.2 Iniciativas de política e recomendações ................................................................................................. 20 2.4.3 Promover a eficiência da gestão ............................................................................................................. 27 2.4.4 Promover a oferta de serviços inovadores ............................................................................................. 32 2.4.5 Promover a cooperação transnacional do cluster e a internacionalização das iniciativas de cluster: ‘abertura’ dos processos de inovação .............................................................................................................................. 36 2.4.6 Promover a visibilidade do cluster .......................................................................................................... 39 3. – Uma seleção de casos de estudo (diferentes contextos – diferentes abordagens - objetivos comuns) ........... 43 Notas metodológicas sobre os “casos de estudo” ............................................................................................... 43 CASO1: CITi - Cape IT Initiative, Western Cape, Africa do Sul .............................................................................. 45 CASO2: UbiCCC - Ubiquitous Computing Competence Cluster, Finlândia ............................................................ 53 CASO3: CyberForum, Karlsruhe, Alemanha.......................................................................................................... 61 CASO 4: Cluster 55°, região de Øresund, Suécia / Dinamarca .............................................................................. 69 CASO 5: DSP Valley, Leuven - Bélgica/ Eindhoven - Holanda ............................................................................... 77 4. – InovaRia: que aprendizagens mobilizáveis no seu contexto.............................................................................. 87 4.1 Quadro síntese de referência ......................................................................................................................... 87 4.2. Sugestões de ação futura .............................................................................................................................. 88 4.2.1. Objetivar a Estratégia de Internacionalização ....................................................................................... 89 4.2.2. Dinamizar redes internas e externas & novas formas de interação ...................................................... 90 4.2.3. Organizar distribuição de serviços em torno do cluster......................................................................... 91 4.1.4. Melhorar práticas gestionárias .............................................................................................................. 93 4.3. Notas finais .................................................................................................................................................... 94 Bibliografia/webgrafia .............................................................................................................................................. 96 Bibliografia ........................................................................................................................................................... 97 Links de interesse – projetos & entidades ......................................................................................................... 100 Anexo 1 - Referenciais de análise/descrição de Caso de Estudo ............................................................................ 102 Anexo 2 - Bolsa de casos de estudo ........................................................................................................................ 106 Anexo 3 - Casos de estudo: Caracterizações sumárias ........................................................................................... 109 3 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 0 - SUMÁRIO EXECUTIVO Desenvolvido no âmbito do Projeto Alvos Estratégicos (PAE) - projeto promovido pela Associação Inova-Ria e cofinanciado pelo Compete-QREN no contexto do Sistema de Incentivos a Ações Coletivas, o presente documento dá conta dos principais resultados de um exercício de benchmarking internacional que visa a sistematização de conhecimento sobre instrumentos e práticas de excelência ao nível de clusters e redes de cooperação empresariais, e respetivas estruturas de facilitação-gestão, reconhecidos como veículos privilegiados para a promoção da inovação e internacionalização das empresas, designadamente das PME, e em particular daquelas ligadas ao sector das TICE (Tecnologias de Informação e Comunicação e Eletrónica). A prossecução deste exercício articulou várias atividades organizadas em torno de três etapas principais com metodologias diferenciadas. A primeira etapa centrou-se nas perspetivas teóricas associadas ao papel das redes de cooperação/clusters e das suas estruturas de facilitação/gestão, entendidas como importantes motores na melhoria integrada da capacidade inovadora das empresas e da sua competitividade num contexto de mercados internacionalizados - agregando massa critica (escala) e gerando externalidades positivas, promovendo a construção concertada de ligações e relações transnacionais com outras empresas e organizações, e contribuindo para abordagens coletivas e competitivas a mercados internacionais. Este trabalho naturalmente ancorado ao que tem sido a evolução de produção teórica mais recente e, igualmente, ao que têm sido as dinâmicas de politicas e iniciativas macro de fomento ao desenvolvimento dos clusters europeus. As análises efetuadas com base na revisão da literatura disponível sublinham: a necessidade de reforçar os mecanismos (serviços de apoio) que estão na base das interações em rede (catalisadoras/viabilizadoras de processos de internacionalização); a necessidade das empresas investirem em diferentes níveis de responsabilidade (desenvolvimento de capacidades, do marketing e da estratégia); e a necessidade das estruturas de facilitação-gestão (estruturas organizativas das redes/clusters) adotarem abordagens de coordenação e gestão tendencialmente mais profissionalizadas, ajustadas às necessidades concretas das empresas e às idiossincrasias do ecossistema ('regional innovation system') em que se inserem, a fim de maximizarem os recursos disponíveis para uma atuação efetiva e sustentável na esfera internacional. A segunda etapa centrou-se na análise de casos e iniciativas concretas de estruturas de facilitação-gestão associadas a clusters internacionalizados (ou envolvidos em esforços de internacionalização), na perspetiva de melhor fundamentar e ilustrar opções e estratégias baseadas numa abordagem de trabalho em rede e eficiência coletiva. Esta etapa passou pela análise de um conjunto abrangente de perfis de clusters e/ou redes de cooperação - mais de 70 perfis analisados - com vista à seleção de casos práticos de excelência ao nível de redes de cooperação para a internacionalização. Trabalho de que decorreu, num primeiro momento, na (i) pré-seleção de 20 casos com interesse potencial e a sua respetiva caracterização sumária (anexos 2 e 3); e posteriormente na (ii) seleção e caraterização detalhada de 5 desses casos, considerados mais relevantes de acordo com o contexto e aspirações específicos da InovaRia, designadamente: CITi - Cape IT Initiative (Africa do Sul); UbiCCC - Ubiquitous Computing Competence Cluster (Finlândia); CyberForum (Alemanha); Cluster 55° (Suécia / Dinamarca); DSP Valley (Bélgica). Dos trabalhos desta segunda etapa resultou a identificação de vários desafios de gestão e coordenação para as empresas e para as redes/clusters que querem trabalhar aspetos da internacionalização, dos quais se destacam: i) nas empresas (particularmente PME): formação; empowerment; atores chave e suas funções; estratégia, gestão de conhecimento, etc.; ii) nas estruturas de facilitação e gestão das redes/clusters: sensibilização dos empresários para os benefícios da coopetição; construção de confiança; coordenação e governação da rede; equilíbrio entre relações fortes e fracas e poder; papel no processo de internacionalização, etc. 4 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 A combinação dos resultados destas duas etapas de trabalho serviu de base para a identificação de princípios e orientações estratégicas de ação que pretendem contribuir como base de inspiração ou ponto de partida para a InovaRia no desenho e promoção de processos de internacionalização, numa lógica de rede, que constitui a terceira etapa do trabalho. Procurou-se neste contexto 'filtrar' o conhecimento sistematizado anteriormente, de natureza relativamente concetual / generalista, à luz do contexto e características específicas da Inova-Ria e da respetiva rede de empresas TICE que agiliza enquanto estrutura de facilitação-gestão, e desse modo elencar um conjunto de pistas e sugestões de ação (gestionárias e temáticas) que se pretendem úteis no mapeamento do caminho futuro a trilhar no domínio da crescente internacionalização - da Inova-Ria e do ecossistema de empresas que agrega. São quatro os domínios de intervenção a considerar pela Inova-Ria na prossecução de objetivos de internacionalização: i) Objetivar a estratégia de internacionalização; ii) Dinamizar redes internas e redes externas & novas formas de interação; iii) Organizar a distribuição de serviços em torno do cluster; iv) Melhorar práticas gestionárias. Cada um destes domínios de intervenção aponta pistas para ação capazes de oferecer oportunidades para as estruturas de facilitação-gestão dos clusters equacionarem e adotarem boas práticas na gestão das suas atividades e iniciativas de internacionalização, de forma mais estruturada e consequente nesses domínios. São também referenciadas áreas temáticas/ macrotendências que se verificam a nível internacional e que podem servir de ponto de partida para ‘oportunidades de negócio’, pontes de relacionamento a criar no exterior e eventuais motes para a criação de redes de cooperação específicas. 1. – INTRODUÇÃO Designado “Benchmarking Internacional de Redes de Cooperação” o presente estudo surge enquadrado no “Projeto Alvos Estratégicos” (PAE), aprovado e cofinanciado no âmbito do Sistema de Apoio a Ações Coletivas (SIAC) do QREN Compete, projeto nº 23285. O setor privilegiado no estudo de benchmarking corresponde às TICE, fileira de posicionamento da Inova-Ria – Associação de Empresas para uma Rede de Inovação em Aveiro – que integra empresas, instituições de ensino e de I&D na área das tecnologias de informação, comunicação e eletrónica. 1.1 Objetivos do estudo O objetivo global do estudo foi a sistematização de conhecimento atualizado sobre boas práticas ao nível de redes de cooperação/clusters que perseguem objetivos de posicionamento competitivo em mercados internacionais, a par da caracterização das atividades e serviços de apoio que podem ser oferecidos pelas 1 estruturas de facilitação-gestão (no jargão genericamente designadas 'cluster organizations') na prossecução desses objetivos. Considerando os objetivos gerais do Projeto Alvos Estratégicos, este estudo reflete uma preocupação natural na identificação das boas práticas que mais se 1 "Estruturas de facilitação-gestão” - entidades (em geral, legalmente organizadas) que assumem responsabilidades ao nível da gestão das atividades da rede ou clusters, a fim de promoverem a sua consolidação e competitividade. 5 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 adequam à matriz da Inova-Ria e se aproximam dos contornos funcionais e dos objetivos das redes a desenvolver no âmbito do presente projeto - i.e. redes de empresas de base tecnológica no domínio das TICE orientadas à promoção coletiva das suas competências, produtos e serviços, num contexto de mercados internacionais. Duas grandes questões de investigação servem assim de pano de fundo a este trabalho: Que aspetos motivam e influenciam o desenvolvimento de redes de cooperação e a atuação dos elementos da rede num contexto de mercados internacionais e 'internacionalizados' (assumindo-se que num contexto de 'mercados abertos', mesmo aquelas empresas que atuam apenas no seu mercado doméstico já concorrem num contexto internacionalizado)? Que casos práticos / iniciativas de clusters/redes de cooperação se notabilizam pela sua abordagem inovadora e pelos resultados alcançados, em particular no desenvolvimento de processos de internacionalização? E, nesse contexto, que funções e que serviços de apoio asseguram as estruturas de facilitação-gestão das referidas redes? Para abordar estas grandes questões de investigação o trabalho desenvolveu-se em torno de duas componentes analíticas principais. Uma primeira componente em que, por um lado, se procurou situar os atuais esforços da Inova-Ria - no contexto mais amplo do que são as tendências e iniciativas europeias e internacionais a respeito da utilização (recuperação) dos conceitos de clusters e redes de cooperação enquanto veículos privilegiados para a promoção da competitividade das empresas, particularmente PME; e, por outro lado, enquadrar os principais conceitos e problemáticas subjacentes às redes de cooperação, aos clusters industriais e às práticas de promoção da internacionalização dos agentes envolvidos nesses ecossistemas. Uma segunda componente, de carácter mais operacional e orientado ao benchmarking da Inova-Ria, que incluiu a seleção faseada e caracterização de entidades suas congéneres - neste estudo designadas por estruturas de facilitaçãogestão - cujos objetivos de trabalho envolvem a promoção de sinergias de rede e ganhos de escala em vetores 2 relacionados , direta ou indiretamente, com objetivos de internacionalização dos agentes. Pretendeu-se assim que a combinação destas duas componentes resulte num contributo ao mapeamento da estratégia da Inova-Ria em termos de internacionalização - sua e das empresas suas associadas. Mais especificamente, procurouse que deste exercício decorram referenciais e pistas de atuação para a Inova-Ria no que respeita a: cooperação (interempresarial e interinstitucional) e atuação em contextos internacionais; (novos) serviços de apoio aos associados da Inova-Ria, particularmente PME; transmissão de conhecimento aos associados, numa lógica de [in]formação como driver de criatividade e tomada de ação, sobre redes de cooperação e internacionalização de negócios, conceitos atuais e tendências emanadas da comunidade internacional e exemplos práticos notáveis (set-up, outcomes, lessons to be taken). 2 Iniciativas de internacionalização propriamente ditas, outras iniciativas conexas como a promoção de atividades colaborativas objetivando p.ex. a capacidade de inovação das empresas, o desenvolvimento de projetos I&D, o marketing & branding coletivo, a formação. 6 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 1.2 Estrutura e abordagem metodológica Além do presente capítulo - de natureza introdutória - o restante corpo do documento estrutura-se em torno de quatro capítulos chave cujos objetivos e metodologia subjacente se apresentam de seguida. O segundo capítulo providencia um conjunto de elementos teórico-concetuais que pretendem contextualizar e estabelecer uma linguagem comum que facilite a compreensão da temática em estudo. É apresentada uma síntese de argumentos sobre a importância e as razões do sucesso dos clusters e redes de cooperação para a promoção da inovação, para a dinamização de processos de internacionalização e, por consequência, para competitividade dos agentes num contexto de economia globalizada. Neste quadro é enfatizada a importância dos mecanismos de facilitação e gestão da colaboração interempresarial (e, consequentemente, da excelência ao nível das organizações que desempenham esse papel) como forma de maximizar o impacto das abordagens colaborativas no desenvolvimento de novos recursos e instrumentos para a internacionalização. Esta discussão é depois enriquecida com uma visão mais pragmática das estratégias e opções para a internacionalização da rede e dos seus membros, bem como, dos passos a dar para a concretização dessas iniciativas. Este capítulo assentou essencialmente na pesquisa e análise de bibliografia atual sobre estas matérias. O terceiro capítulo é dedicado à análise de um conjunto de casos de clusters/redes de cooperação - e respetivas iniciativas e serviços chave - selecionados pela sua abordagem inovadora e pertinência para o contexto da Inova-Ria. Através da ilustração com casos concretos de reconhecido sucesso, este capítulo visa complementar e pragmatizar o capítulo anterior e desse modo facilitar a melhor aquisição dos conceitos e práticas anteriormente abordadas num plano mais concetual. A seleção e análise dos casos considerados plausíveis para o cumprimento dos objetivos deste trabalho seguiram um conjunto de passos metodológicos, designadamente: pesquisa e mapeamento de um número alargado e diversificado de casos com interesse potencial para o trabalho - cerca de 70 casos sumariamente avaliados - que resultou na listagem e caracterização base de 20 clusters e/ou redes de cooperação com preocupações e iniciativas concretas no domínio da promoção da internacionalização; posterior seleção de 5 casos, a partir da lista inicial, com o objetivo de conhecer e caracterizar de forma mais detalhada as boas práticas e iniciativas chave relacionadas com a temática da internacionalização e protagonizadas numa lógica de rede de cooperação. Esta análise foi suportada em web-search, pesquisa bibliográfica e consulta direta a representantes de cada uma das entidades escolhidas, para obtenção de informação complementar relevante. A definição dos critérios de análise e caracterização das estruturas de facilitação-gestão, da sua postura perante o tema da internacionalização e das iniciativas especificamente desenvolvidas nesse domínio foi realizada com base em referenciais e metodologias de reconhecido valor, designadamente o trabalho desenvolvido no âmbito da European Cluster Excelence Initiative. O quarto capítulo discute a adequação das aprendizagens decorrentes das análises anteriores para o contexto particular da Inova-Ria. 7 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 A interação com a estrutura de gestão da Inova-Ria a par do conhecimento próprio da equipa sobre o território ('regional innovation system') em que esta se insere, conjugados com o conhecimento mobilizado nas dimensões teórica e empírica do trabalho, permitiram definir um conjunto de sugestões e orientações que se têm como relevantes para consideração pela Inova-Ria no contexto do desenho e implementação das suas estratégias e opções de internacionalização. Este exercício de natureza mais tática e muito centrado numa lógica gestionária da rede, é complementado com uma visão mais estratégica e prospetiva sobre conceitos emergentes e macrotendências, com particular incidência nas questões da I&D (investigação e desenvolvimento) e inovação e respetivos instrumentos de financiamento, para os quais as empresas e clusters deverão estar atentos se perspetivam maximizar a sua presença nas cadeias de valor globais. 8 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 2. - REDES DE COOPERAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO: ESTADO DE ARTE EUROPEU – O CAMINHO JÁ PERCORRIDO (E AS RECOMENDAÇÕES PARA O FUTURO) 2.1 Enquadramento Ancorado ao que tem sido a (elevada dinâmica de) produção teórica recente e, igualmente, ao que têm sido as agendas e iniciativas de políticas públicas, internacionais e nacionais, de fomento ao desenvolvimento de clusters europeus, este capítulo pretende fornecer um quadro de referência inicial sobre redes de cooperação e clusters; sobre as estruturas de facilitação-gestão que frequentemente suportam essas redes/clusters; e sobre o desenvolvimento de processos de internacionalização nesse contexto. É apresentada uma síntese de argumentos sobre a importância e as razões de sucesso das iniciativas em rede para a promoção da inovação, para a dinamização de processos de internacionalização e, por consequência, para a competitividade dos agentes num contexto de economia globalizada. Neste quadro é enfatizada a importância dos mecanismos de facilitação e gestão da colaboração interempresarial e, consequentemente, da excelência ao nível das organizações que desempenham esse papel. Esta discussão é depois enriquecida com uma visão mais pragmática das estratégias e opções para a internacionalização (da rede e dos seus membros), bem como, de sugestões de passos a dar para a sua concretização. A investigação efetuada sistematiza-se em torno de quatro objetivos: i.) ii.) iii.) iv.) Justificar o papel e os benefícios das redes de cooperação para a inovação e internacionalização; Providenciar um quadro macro sobre as principais dinâmicas de política e recomendações gerais de ação a nível europeu; Justificar a importância da excelência e crescente profissionalização das estruturas de facilitação-gestão para uma maior eficiência destas redes; Sistematizar conhecimento sobre o desenvolvimento de processos e iniciativas de internacionalização em rede. 9 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 2.2 Redes, clusters e capacidade de inovação O conceito de cluster, como instrumento de política económica e de inovação, é geralmente usado para explicar a concentração geográfica de atividades económicas e de inovação, com relações de interdependência relativamente 3 estruturadas. Apesar do conceito não ser novo (a noção de cluster remonta à descrição de Alfred Marshall , 1890, 4 tendo sido depois popularizada por Michael Porter , 1990), a importância dos clusters e das redes de inovação, como elementos chave de desenvolvimento económico e de estratégias de inovação da União Europeia (EU) e dos seus Estados-Membros, assumiu proporções sem paralelo durante estes últimos 15 anos. Em 2006, a UE adotou uma estratégia de inovação de base alargada e identificou os clusters como uma das nove prioridades estratégicas para 5 promover a inovação com sucesso. Entendidas enquanto palcos de materialização de relações privilegiadas de confiança entre diferentes agentes 6 económicos (triple/pentagonal-helix) os clusters e as redes de cooperação tornaram-se conceitos centrais nas políticas de inovação e de desenvolvimento regional/industrial e, em relação dialética, com presença central também nas estratégias das empresas em termos relacionais. A abordagem por via dos clusters introduz uma nova visão da economia, não só porque incorpora as novas teorias da inovação e se apoia nas novas lógicas da competitividade dos mercados e dos agentes económicos, como também porque assume a importância de todas as dimensões relacionais (verticais, horizontais e transversais) entre agentes, no processo de desenvolvimento da economia e dos territórios. Os clusters (a sua formação, desenvolvimento e continuada evolução) são assim considerados elementos essenciais para a construção de uma economia cada vez mais produtiva e inovadora. Vários estudos mostram que a presença e dinâmica de clusters industriais podem conduzir a mais emprego, salários mais elevados, maior crescimento económico, maior produtividade e maior dinâmica na criação de empresas. Também as inovações, na forma de novas tecnologias, novos produtos e novos serviços, parecem surgir com maior intensidade e êxito nas empresas inseridas num cluster do que nas empresas não inseridas. Assim, assume-se hoje amplamente que a empresa ou o agente inovador, não inova isolado, ele interage com outras empresas e com organizações para adquirir, desenvolver e trocar vários tipos de conhecimento e outros recursos, sendo que a sua capacidade de interação é concretizada em redes. Os processos de aprendizagem interativa - drivers chave para a ocorrência de inovação entendida no seu sentido mais lato (serviço/produto, processo, organizacional e relacional) - exigem densas redes de cooperação entre os diversos agentes económicos. Além do aumento da capacidade de inovação, a organização em rede traduz-se noutros benefícios e oportunidades para as empresas. A formação de redes implica o estabelecimento de relações e a partilha de objetivos, de recursos, de resultados e, assim, gestão e ganhos de valor conjuntos e competências únicas que de outra forma dificilmente seriam alcançados. 3 Alfred Marshall, no seu livro ‘Principles of Economics (1890)’ refere-se à ‘concentração de indústrias especializadas em determinadas localidades’, que designa por ‘industrial districts’ 4 De acordo com Michael Porter “Clusters são concentrações geográficas de empresas e instituições interconectadas que actuam num determinado campo de atividade e colaboram e competem ao mesmo tempo” (Michael E. Porter, 1998: Clusters and the New Economics of Competition, in: Harvard Business Review, November 1998, p. 78) 5 OECD, 2009: Clusters, Innovation and Entrepreneurship, p.26 6 O Modelo de “Triple Helix” (explicado por Etzkowitz durante estudos da economia da inovação) representa a convergência entre três parceiros chave do cluster - a investigação pública, empresas e governo – e que podem estimular a inovação e competitividade para benefício das empresas/PME. Atualmente dois grupos adicionais de parceiros criam a “Pentagonal Helix” - pessoas/utilizadores e acesso a financiamento – tornando mais eficaz o desenvolvimento dos clusters, designadamente do ponto de vista da internacionalização. 10 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Entre outras vantagens que a organização em rede proporciona destacam-se: i.) Aumento do capital de confiança entre os agentes e redução dos custos de transação (relacionada com o favorecimento da troca de informação entre os agentes e, por outro lado, com a diminuição da incerteza ao nível do processo de tomada de decisão na realização de projetos e negócios); ii.) Maior facilidade no acesso a conhecimento estratégico para a melhoria da produtividade das empresas - i.e. um meio privilegiado para a geração e pré-validação de novas ideias; para aceder a conhecimento sobre mercados, tecnologias, novos produtos, serviços e processos; meio para divulgar e credibilizar o que se faz de novo, etc. iii.) Racionalização da produção - em determinados projetos a rede funciona como elemento de estruturação da cadeia de valor, gerando-se não só economias de escala como também sinergias para o aumento qualitativo do leque de competências geradas de forma integrada entre os agentes. Neste contexto são vários os tipos de redes que se podem identificar (e várias as perspetivas de análise para a sua sistematização), onde diferentes tipologias de atores se envolvem e diferentes tipos de relações são estabelecidas. As redes de organizações podem estender-se desde o nível local/regional - onde a proximidade geográfica e partilha do contexto de cultura de inovação local é o denominador comum de ligação; ao espaço internacional e global - onde os elementos determinantes da aproximação de agentes são mais difusos e de mais difícil sistematização (afinidades de elevada especialização temática, complementaridades claras de competências associadas a interesses comerciais específicos, etc.). Do anteriormente exposto importa reforçar a ideia de que ambas as categorias de redes desempenham papéis relevantes para a competitividade das empresas. Com efeito, as redes territorialmente concentradas (local ou regionalmente) são em si mesmas um excelente recurso para a promoção da criação de redes internacionais. Evidências empíricas demonstram que o estabelecimento e reforço de relações de cooperação com parceiros locais podem funcionar como “ponte” de conexão para mercados externos. Sendo ainda certo que também o processo inverso se verifica, ainda que com menor frequência - por exemplo, dois parceiros locais que se "encontram" no contexto de um projeto internacional comum e, por via dessa experiência, passam a desenvolver um maior investimento na exploração das vantagens inerentes à sua proximidade física. Torna-se pois razoável argumentar que o desenvolvimento de redes territorialmente concentradas e o desenvolvimento de redes geograficamente descontextualizadas funciona, cada vez mais, numa relação dialética de consolidação e qualificação mútuas. Neste sentido, parece seguro admitir-se que um 'espaço de apoio' (tipicamente assegurado pelas designadas estruturas de facilitação-gestão) que é eficaz em termos de melhoria da capacidade inovativa e competitiva do respetivo ecossistema económico deverá combinar coerência interna com uma capacidade de estabelecimento de redes externas. A coerência interna implica a capacidade de interligar competências e adaptar produtos e serviços à evolução dos mercados e tecnologias. A capacidade de estabelecer redes externas exigirá a existência de ligações múltiplas entre empresas e instituições locais aos mercados globais de importação e exportação e às principais fontes de informação tecnológica. Compreende-se assim que entre os principais fatores que condicionam a performance competitiva de um cluster estão as competências nele incorporadas (técnicas, empresariais, relacionais…) ou, por outras palavras, a dimensão, a maturidade e agilidade da massa crítica que este agrega. A este respeito vale a pena sublinhar a importância dos mecanismos e entidades para reunir e disseminar conhecimento e agilizar a sua devida apropriação pela rede no sentido da criação de valor, ou seja as estruturas de facilitação-gestão que estimulam e nutrem o desenvolvimento de várias formas de comportamento associativo e contribuem para a estruturação do capital relacional que é tão importante para a competitividade dos clusters. 11 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 A cooperação das empresas, com ênfase para as PME, atuando coletivamente em redes afigura-se assim crescentemente como uma dimensão incontornável da resposta para os desafios da competição global - propiciando condições para uma mais adequada inserção nos circuitos do comércio internacional e para viabilizar inovações com grande potencial de criação de valor, geradas de forma mais rápida e com maior capacidade de projeção no mercado. No ponto seguinte, discute-se com maior ênfase a relação e as vantagens da clusterização na internacionalização das PME e dinamização de outras iniciativas de cooperação internacional. 12 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 2.3 Redes, clusters e internacionalização das PME: importância e benefícios O porquê da consideração das redes nos processos de internacionalização das PME A temática da internacionalização e competitividade tem suscitado o interesse de vários estudiosos e investigadores ao longo do tempo, mas nas últimas décadas atingiu um interesse renovado, justificado pelo crescente destaque que tem assumido em contexto empresarial, com a abertura e alargamento dos mercados, com o aumento da concorrência e do ritmo da inovação. A competição global força as empresas a perseguirem diferentes formas de chegarem ao mercado e, neste contexto, a internacionalização parece ser uma condição essencial para continuarem a operar num mercado fortemente competitivo. Num ambiente económico aberto ao mercado global, muitas PME vêem-se obrigadas a iniciar ou acelerar o seu processo de internacionalização de modo a ultrapassar dificuldades associadas a uma competição local agressiva e internacionalizada e a procurar novos mercados para os seus produtos. Por outro lado, uma ideia forte que emerge da literatura é de que as empresas precisam de alargar a sua visão mais tradicional dos mercados (lógica redutora de relações cliente-fornecedor) e considerar os mercados como redes compostas por múltiplos atores - nacionais e internacionais - nas quais se reconhecem outras relações tão ou mais valiosas que as estritamente comerciais. Apesar da natureza internacional da economia ser evidente também para as PME, não há um corpo teórico único que explique clara e cabalmente as especificidades e processos que estão na origem da internacionalização das empresas. Isto porque, por um lado, grande parte dos estudos se reporta apenas à internacionalização de grandes empresas e, por outro lado, porque são significativas as alterações na realidade económica, em que as PME ganharam elevado protagonismo. Assim, encontramos na literatura diferentes escolas de pensamento, vários tipos de processos de internacionalização identificados, vários modelos e teorias explicativas da internacionalização, que autores diferentes tipificam de maneiras diferentes. Uma das propostas de segmentação das teorias que tem assumido interesse crescente refere-se à abordagem da internacionalização do ponto de vista das redes. É esta abordagem que serve de base a este segundo tópico. De fato, há um crescente corpo da literatura que sugere que as empresas, em particular as PME, devem apoiar-se em redes de cooperação como forma de ultrapassar eventuais desvantagens e dificuldades no processo de internacionalização e expansão para novos mercados. A abordagem das redes de cooperação vê o fenómeno da internacionalização como um processo que se desenvolve através de redes de relações. Essas relações são chave para criar valor para os elementos da rede e ultrapassar barreiras, designadamente de escala. São vários os estudos que demonstram empiricamente a importância crucial das redes na internacionalização das empresas, sendo que vários deles afirmam que um grande número de empresas, em particular PME, considera a cooperação interorganizacional como uma forma privilegiada de aumentar a sua competitividade e frequentemente de garantir a sua sobrevivência no mercado doméstico e competição global. 13 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Alguns argumentos sobre os benefícios das redes para a internacionalização Note-se que a internacionalização das empresas é um processo evolutivo que se contextualiza no ecossistema em que se inserem e através do qual se envolvem em negócios e relações. Consoante as particularidades deste processo para cada empresa, assim também evolui o seu posicionamento nas redes onde estão inseridas. Por outras palavras, está-se perante processos que se condicionam mutuamente na sua evolução - a internacionalização das empresas e a evolução das redes em que se inserem. Em relação ao processo de internacionalização, um dos principais obstáculos para as empresas é geralmente a limitação de recursos, que se traduz frequentemente em conhecimentos e competências inadequadas a vários níveis (business inteligence, gestão, supervisão, produção, etc..). Esta escassez de recursos limita as possibilidades na escolha dos mercados apropriados e a escolha e eficácia dos modos de entrada nesses mercados. Neste sentido, o contexto local e o respetivo ecossistema de negócios existente, são eles próprios excelentes recursos para uma pequena empresa que se quer posicionar no mercado global. As redes ajudam as PME a “pensar e agir grande”, facilitando o seu acesso a conhecimento, recursos e clientes que muitas vezes só estão acessíveis às grandes empresas. Através das redes (e das respetivas estruturas de facilitação-gestão) as empresas podem adaptar as suas estratégias e tirar partido das relações nacionais e internacionais que são coletivamente desenvolvidas e, desta forma, tirar proveito de recursos (p. ex. conhecimento de mercados, práticas de negócios, condições institucionais, etc.) que pertencem a outros atores, direta ou indiretamente ligados à empresa, sem alterar profundamente a sua estrutura e minimizando riscos e desvantagens associadas à sua dimensão. Torna-se assim evidente que a aposta em processos de globalização dos negócios beneficia com a clusterização de atividades e a formação de redes locais de cooperação, sendo contudo certo que os benefícios que cada empresa consegue retirar desta abordagem estão ligados ao seu posicionamento específico nas redes em que se insere. Este posicionamento define-se em muito pelo tipo de relações de cooperação e de competição - coopetição - que estabelece com os restantes agentes da rede. Assumindo que o grau de internacionalização de uma empresa depende do seu posicionamento em diferentes redes internacionais, ou seja, do nível de integração e de importância que a sua posição assume na rede, interessa explorar como podem as empresas individualmente desenvolver os seus processos de internacionalização, usando a sua rede, e como podem as estruturas de facilitação-gestão criar ativamente contexto para que isso aconteça. Na literatura há evidências de possíveis mecanismos para viabilizar e impulsionar a colaboração em rede e, desta forma, criar valor para as empresas e clusters numa perspetiva da melhoria do seu posicionamento no mercado global. Nos pontos seguintes, debate-se a importância dos clusters e das estruturas de facilitação-gestão no desenvolvimento de processos de internacionalização e alguns dos mecanismos que podem ajudar a melhorar a performance destas estruturas, em termos de facilitação dos processos de inovação e de internacionalização das empresas. 14 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 2.4 Estruturas de facilitação-gestão para apoiar a internacionalização das empresas (e clusters) 2.4.1 Necessidades de internacionalização & papéis das estruturas de facilitação-gestão Necessidades de internacionalização A maioria das empresas reconhece hoje que a atuação no mercado nacional, em termos económicos, tecnológicos e de investigação já não é suficiente, quer para as empresas quer para as redes. Nalguns setores em particular, como é o caso das TIC, é absolutamente crucial crescer internacionalmente uma vez que o mercado e a concorrência são de natureza global. Contudo, muitas empresas têm pouca experiência na aplicação prática de estratégias de internacionalização, as quais introduzem em traços gerais maior complexidade aos processos de inovação. Para além da inexperiência, a dificuldade que enfrentam as empresas, em especial as PME, para chegarem aos mercados internacionais é justificada, desde logo, pela limitada disponibilidade de competências internas para atuar nesse sentido. Assim sendo, as PME em particular podem beneficiar significativamente de apoio para definir a estratégia adequada, identificar objetivos apropriados, identificar as capacidades e os recursos necessários, bem como os pontos de entrada e parceiros em mercados internacionais, de modo a assegurar intervenções consequentes e de sucesso a esse nível. Note-se que a internacionalização pode referir-se não só a empresas que têm outros mercados como alvo, mas também a empresas que querem atrair clientes de outros mercados para o seu mercado doméstico. Os clusters podem ter um papel importante nas duas situações. Para a primeira através da disponibilização de serviços de apoio coletivo e/ou individual às empresas que pretendem posicionar-se em mercados externos e, para a segunda situação pelo contributo que podem dar na promoção da atratividade das regiões enquanto localizações de interesse para empresas oriundas de outros mercados/geografias (marketing territorial & branding do cluster). Naturalmente que empresas diferentes (dimensão, sector, contexto do ecossistema de negócios, cultura organizacional interna, etc.) abordam a internacionalização a partir de necessidades e/ou objetivos também diferentes, sejam o estabelecimento de parcerias para codesenvolvimento; o financiamento; canais de distribuição internacionais ou licenciamento. No caso das empresas ligadas às TIC, o processo de fabricação não é necessariamente um fator determinante na ‘internacionalização’, o custo não é o único determinante, mas o acesso à tecnologia parece ser sempre decisivo. A realidade é que a internacionalização está a tornar-se num contexto cada vez mais sofisticado. É muito mais do que exportação e investimento direto estrangeiro (IDE). É também alianças estratégicas, investigação conjunta, codesenvolvimento, outsourcing, deslocalizações, fusões e aquisições, licenciamento, ‘soft landing’, mostra de tecnologia (‘technology showcase’). O documento da Comissão Europeia intitulado “Internationalisation of European SME”(2010) dá conta de cinco 7 principais tipologias de internacionalização : exportação; importação, investimento direto estrangeiro (IDE), cooperação tecnológica (c/ empresas estrangeiras), subcontratação. Os dois modos de internacionalização mais comuns são a exportação e a importação: 25% das PME dentro da UE27 exportam, das quais 50% fazem-no para além do mercado europeu; 29% das PME dentro da UE27 importam, das quais 50% fazem-no para além do mercado europeu. 7 Tal como no estudo da Comissão Europeia, este trabalho encara a internacionalização não apenas como resultado das atividades de exportação mas de todas as atividades que colocam as PME numa relação comercial significativa com um parceiro estrangeiro: exportações, importações, investimento direto estrangeiro, subcontratação internacional e cooperação técnica internacional. 15 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Para além disso: 7% das PME da UE27 estão envolvidas em cooperação tecnológica com parceiros estrangeiros; 7% das PME da UE27 são subcontratantes de um parceiro externo; 7% têm subcontratantes estrangeiros; 2% das PME são ativos em investimento direto estrangeiro. O mesmo estudo afirma que existe também uma ligação direta entre o nível de internacionalização e a dimensão da empresa. Quanto maior a empresa mais ela tende a internacionalizar. Isto parece aplicar-se a qualquer um dos modos de internacionalização. Para as exportações as percentagens de empresas ativas são de 24% das micro, 38% das pequenas e 53% das médias, para as importações as respetivas percentagens são de 28%, 39% e 55%. Ainda neste contexto, um dado relevante prende-se com a conclusão de que a probabilidade de uma empresa se tornar exportadora é superior para as empresas que previamente desenvolveram atividades de importação do que para aquelas que não desenvolvem atividade importadora - um fato raramente presente no discurso coletivo como uma forma de internacionalização. Especificando para o caso das PME, uma das maiores dificuldades, já referida anteriormente, é desde logo o desconhecimento dos mercados no exterior. Isto sugere que o acesso a informação -qualificada e adaptada às suas necessidades - continua a ser um desafio importante para as PME. Geralmente, as PME precisam de (mais) aconselhamento sobre o processo de internacionalização, bem como de conhecimento detalhado (e difícil de obter) sobre os mercados-alvo, que os clusters podem mais facilmente angariar, segundo logicas de eficiência coletiva, e fornecer de forma personalizada às necessidades específicas de cada empresa ou de grupos/parcerias de empresas. Além disso, também a identificação de ‘pontos de entrada’ de confiança e contactos em mercados-alvo são aspetos que ajudam as PME a enfrentar o processo de internacionalização, especialmente no início, quando o grau de incerteza é significativamente maior. Pesquisas recentes reforçam a ideia de que encontrar parceiros apropriados no mercado-alvo é um fator chave no sucesso das operações de internacionalização das PME. 8 A informação que resultou da análise dos testemunhos de 9.480 PME de 33 países europeus dá conta da forma como as PME percecionam as barreiras à internacionalização. Num plano de análise macro essas barreiras são: internas preço do seu próprio produto ou serviço e o elevado custo de internacionalização; externas – dificuldade de acesso a financiamento, indisponibilidade de informação adequada, falta de apoio publico adequado e os custos e/ou dificuldades com a burocracia. De acordo com o estudo referido, uma grande parte das PME desconhece a existência de programas específicos de apoio público para a internacionalização que elas poderão aproveitar em seu benefício. A proporção de empresas consciencializadas para a existência desses recursos permanece bastante baixa: 15% para as microempresas, 27% para as médias empresas. Também o uso de apoio público é relativamente baixo. Em 2009, o apoio financeiro, entre empresas com atividade internacional traduziu-se nos seguintes valores percentuais: 10% micro, 13% pequenas, 16% médias empresas. Estes dados indiciam que um primeiro passo para providenciar apoio adequado às PME no sentido de elas acederem a oportunidades de mercado internacionais passa por uma maior promoção da consciencialização sobre a existência e acesso efetivo pelas PME a programas de apoio público Em relação às empresas de grande dimensão, as suas necessidades em atividades de internacionalização recaem essencialmente sobre aspetos como a procura de vantagens para a fixação e investimento em mercados exteriores. É fundamental que elas estejam familiarizadas com as condições que vão enfrentar nos mercados alvo e conheçam que circunstâncias vantajosas vão impulsionar o seu empreendimento. Aqui os clusters (i.e. as estruturas de facilitaçãogestão dos clusters) poderão facilitar o contacto com decisores políticos locais no apoio a esses processos. 8 Internationalisation of European SMEs, 2010 16 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Ainda a respeito das necessidades das empresas internacionalizarem, vale a pena referir o conceito de “inovação aberta” (cunhado por Chesbrough, 2003, para as indústrias e organizações que promovem o uso de ideias internas e externas e caminhos internos e externos para o mercado, a fim de melhorar o desenvolvimento dos seus produtos, fornecer melhores serviços para os seus clientes e aumentar a eficiência) que é hoje um aspeto importante para as empresas na generalidade. A ‘inovação aberta’ é encarada como um instrumento privilegiado para acelerar o crescimento. O ritmo acelerado das mudanças nos mercados tecnológicos emergentes sublinha a importância dessa busca permanente e da incorporação de ideias e tecnologias de todos os potenciais stakeholders do ecossistema de inovação. Ao desenhar um plano de internacionalização é útil as empresas de grande dimensão levarem em consideração o conhecimento sobre projetos de investigação e oportunidades de licenciamento numa dada região, e também nesta área estruturas de facilitação-gestão podem dar uma ajuda preciosa. O cluster, através dos seus próprios contactos e ligações a câmaras de comércio exterior liderados pelo governo do país de origem, pode ser fundamental no apoio à internacionalização de sucesso para essas grandes empresas. Em suma, as PME geralmente necessitam de conselho e conhecimento, contactos confiáveis, facilitação de acesso a financiamento, a canais de distribuição e a parceiros para codesenvolvimento. Por sua vez, empresas de grande dimensão procuram vantagens em termos de ‘fixação’ (landing) e investimentos, fusões e aquisições, no licenciamento de parceiros locais, aferição de projetos de investigação. Papéis dos clusters e das suas estruturas de facilitação-gestão Do exposto, pode afirmar-se que a complexidade inerente aos processos de internacionalização e a necessidade de apoio por parte das empresas (para responderem aos desafios identificados), justifica a atuação das redes ou clusters (e das estruturas de facilitação-gestão que os suportam) enquanto entidades independentes e melhor posicionadas para assumir responsabilidades nos esforços de internacionalização dos seus membros e apoiá-los na sua orientação internacional. Elas podem acrescentar valor aos seus membros, potenciando a massa crítica que geram coletivamente e explorando as necessidades comuns das empresas do cluster. Na Europa, há uma variedade considerável de estruturas que se organizam em rede para apoiar iniciativas de clusters – as designadas ‘clusters organisations', neste documento referidas como estruturas de facilitação-gestão. A diversidade estende-se não só ao tipo de estrutura e forma legal (desde associações sem fins lucrativos, a agências públicas, a empresas), mas também ao tipo de apoio e serviços que elas propiciam aos seus membros. Seja qual for a forma legal dessas estruturas, o que importa salientar é que iniciativas de clusters são cada vez mais geridas por entidades especializadas, responsáveis pela gestão das iniciativas da rede ou cluster. Os órgãos de gestão do cluster (estruturas de facilitação-gestão) são mandatados pelos seus membros para os representar, interna e externamente, e para implementar atividades que apoiam o desenvolvimento e consolidação do cluster. Assim verifica-se que, as atividades de internacionalização de uma rede ou cluster e dos seus membros podem acontecer espontaneamente, mas também (e desejavelmente) de forma mais controlada e estrategicamente planeada, tornando-se parte integrante da estratégia da rede/ cluster. Estudos recentes (European Clusters Go International, 2011) mostram que as redes e clusters estão aptos a dar um contributo significativo para a internacionalização dos seus membros, em particular as PME. 17 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Independentemente do modelo e estratégias implementadas, as estruturas de facilitação-gestão têm-se revelado elementos chave no apoio à internacionalização dos agentes dos clusters, considerados individualmente e/ou coletivamente. São vários os papéis que essas estruturas podem desempenhar com benefícios diversos para as empresas do cluster, em especial as PME, e para a região e país onde o cluster opera, designadamente: Acesso a conhecimento para usar no desenvolvimento de novos produtos e serviços; Acesso a novos mercados; Acesso a infraestruturas chave; Acesso a novos parceiros para colaborar; Melhor visibilidade internacional do cluster (marketing e branding) Atração de Investimento Direto Estrangeiro Os clusters podem colecionar informação e conhecimento relevantes do ‘ecossistema de inovação’ e usá-los para facilitar o acesso aos mercados alvo (através de missões, acordos com outras organizações, etc.). Um dos aspetos favoráveis das estruturas de facilitação-gestão é a sua capacidade de atuarem como entidades autónomas (independentes dos interesses individuais das empresas), podendo mobilizar elementos chave da cadeia de valor das empresas e aplicar várias competências e capacidades a problemas específicos. Elas podem facilitar o acesso a atores-chave como sejam: utilizadores-finais, experts, parceiros tecnológicos, investigadores, peritos em marketing, gestores de projeto, entidades financiadoras e outros parceiros institucionais a nível internacional. Considerando que a compreensão do contexto e cultura vigentes nos mercados-alvo determina o sucesso de eventuais operações de internacionalização, os clusters e estruturas de facilitação-gestão parecem estar particularmente bem posicionados para identificar sinergias entre atores de uma dada região, bem como atores de outras regiões nacionais e internacionais, reunindo conhecimento e articulando competências complementares. As estruturas de facilitação podem oferecer ou negociar o acesso a infraestruturas (e.g. laboratórios ou plataformas de demonstração) e serviços (e.g. de sensibilização e educação, de I&D, de comercialização) para difundir o conhecimento, métodos e inovações e torná-los disponíveis para mais empresas - em particular para as PME. Se encaradas como plataforma de teste de novas abordagens à internacionalização, as estruturas de facilitação são capazes de diminuir os custos e riscos para as empresas / instituições e fortalecer os processos de inovação conjuntos. Parecem igualmente ser excelentes veículos para permitir às empresas e instituições ampliar o leque de métodos utilizados nos seus processos de internacionalização e inovação – fornecendo e facilitando acesso a serviços conjuntos e plataformas de desenvolvimento de serviços e aumentando as possibilidades de envolvimento em redes internacionais. O Working Paper intitulado “Using clusters to address emerging industries”(2012), apoiado pelos parceiros do projeto TACTICS - Transnational Alliance of Clusters Towards Improved Cooperation Support e suportado na análise de exemplos e casos práticos, vem reforçar a ideia da importância das estruturas de facilitação para a exploração de oportunidades de cooperação internacional e sugere quatro papéis principais a exercer pelos clusters: i.) ii.) iii.) iv.) Identificação e desenvolvimento de competências complementares; Seleção e oferta de serviços de qualidade de acordo com as oportunidades e necessidades locais; Identificação e aproveitamento de oportunidades de mercado (novas tecnologias/ modelos de negócio); Acesso a financiamento. 18 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Outros mecanismos identificados para melhorar a performance dessas estruturas, em termos de facilitação dos processos de inovação e de internacionalização das empresas, são: Reinvenção /modernização dos modos de organização; Cross-clustering com clusters similares e diferentes; Melhoria de coordenação de atividades; Melhoria interna do dinamismo. Estas formas distintas de intervenção têm como consequência a maior ou menor capacidade das próprias estruturas de facilitação-gestão se reinventarem. Isto, entre outras coisas, requer a aposta em contrariar o isolamento, desenvolver competências e acesso a capital. É relativamente consensual a ideia de que as organizações em rede não devem limitar-se a conhecer o portfólio de produtos e serviços dos membros da rede. Antes, devem procurar conhecer, definir e desenvolver capacidades e competências complementares específicas, necessárias para a melhoria das empresas e dos recursos humanos do cluster. Exemplos concretos de intervenções a este nível incluem o desenho e oferta de programas de formação especializados ou a promoção ativa da colaboração interclusters (e.g. com clusters das industrias criativas) e intersectores, em busca de competências complementares que acelerem a inovação e reforcem vantagens competitivas. Este tipo de colaboração pode, ainda, contribuir para a adoção e implementação de novas estratégias baseadas em temas específicos que respondam a desafios societais emergentes (e.g. envelhecimento, acesso a água potável, fornecimento de energia, etc.); à exploração do potencial de inovação encerrado nas Tecnologias Facilitadoras Essenciais (KETs - Key Enabling Technologies); e à melhoria do posicionamento competitivo em cadeias de valor globais. Tendo em conta essas novas áreas de inovação e de gestão do conhecimento faz todo o sentido que os decisores políticos possam contar com os clusters, designadamente aqueles que mais sobressaem em termos de desempenho, para canalizar de forma mais eficiente financiamento em I&D. Acresce que estes problemas de carácter multidisciplinar reclamam cada vez mais por uma nova conceção e combinação de políticas (numa lógica integrada), onde as parcerias entre clusters, associados a diferentes sectores, serão certamente exploradas. Estas questões estão no centro das preocupações dos decisores políticos e das políticas comunitárias que tomam a ‘excelência dos clusters’ e o conceito de 'World Class Clusters' como uma questão incontornável na manutenção e melhoria da competitividade europeia. A este respeito não é demais sublinhar a importância das PME no tecido produtivo europeu e ao seu elevado potencial na construção de soluções para a crise económica dos últimos anos, de resto bem refletida no desenho das políticas de clusters. Isto porque, apesar dos clusters beneficiarem naturalmente da presença de grandes empresas multinacionais, a elevação dos clusters para novos patamares de excelência e de inovação depende principalmente da capacidade de integrarem PME dinâmicas e inovadoras no cluster - elas próprias frequentemente entendidas como drivers de inovação das grandes empresas com quem partilham ecossistemas. O próximo ponto debruça-se sobre a pertinência destas questões e o seu alinhamento com as políticas e tendências no quadro da UE. 19 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 2.4.2 Iniciativas de política e recomendações De Marshal a Porter, aos dias de hoje… O conceito de cluster é uma das possíveis formas de descrever um fenómeno desde há muito observado e 9 documentado pelas ciências económicas: a concentração geográfica de um conjunto particular de atividades económicas do qual decorrem - a partir de um determinado limiar de massa critica - externalidades positivas em 10 termos de produção de "conhecimento, serviços, recursos, fornecedores e competências especializadas" reconhecidos enquanto importantes fatores de desenvolvimento económico, inovação e competitividade (ou, alternativamente, enquanto importantes atributos para a excelência e a inovação - tomados como os principais fatores da competitividade europeia, essencial para o crescimento sustentado e a criação de postos de trabalho). É largamente aceite que existem diferentes tipos de atividades económicas / domínios setoriais de especialização que se tendem a concentrar em determinadas localizações devido a uma combinação específica de fatores locativos que explicam, caso a caso, a razão de existência de uma determinada aglomeração / ecossistema económico. Estas concentrações geográficas têm recebido - ao longo do tempo e função dos autores - diferentes designações: distritos industriais (industrial districts), polos de crescimento, clusters, sistemas produtivos locais, sistemas de inovação, milieu innovateurs, etc. A obvia diversidade de conceitos e abordagens sobre o "mesmo" fenómeno reflete bem a própria diversidade de clusters que existe, bem como o entendimento do papel destes no contexto nas economias locais, regionais e nacionais. Após os trabalhos iniciais de Alfred Marshall (1890), vários autores continuaram a desenvolver trabalho de 11 aprofundamento e maturação do conceito de cluster até aos dias de hoje , sendo que a importância da sua consideração na formulação das políticas publicas de apoio/fomento ao desenvolvimento económico e competitividade não foi constante ao longo da história. Nos últimos anos, particularmente na última década, multiplicaram-se as iniciativas e instrumentos de política publica que procuram recuperar o conceito de cluster e agilizar a sua utilização ao serviço da construção de ecossistemas económicos inovadores e competitivos. Na compreensão do contexto atual e importância atribuída aos clusters parece incontornável o trabalho de Michael Porter "The Competitive Advantage of Nations" que, publicado em 1990, acaba por se revelar um milestone simbólico para o estímulo e inspiração de iniciativas que, no contexto europeu, se podem apontar hoje como bons exemplos do esforço pioneiro de utilização do conceito de cluster enquanto instrumento de política publica para o reforço da competitividade. Casos próximos ilustrativos desta dinâmica serão os das regiões da Catalunha ou do País Basco, entre 12 outros exemplos oriundos do norte da Europa . Há cerca de 20 anos atrás, a importância do trabalho de Porter passava por uma nova proposta de entendimento da competitividade. Porter reconhecia a importância chave das empresas na competitividade da economia (de uma região, país, …), pela sua necessidade de adaptação constante aos desafios colocados pela evolução dos quadros macroeconómicos, e sublinhava a necessidade de manter presente que as empresas existem enquanto parte de setores industriais interrelacionados e que desenvolvem a sua atividade num determinado contexto físico, social, económico e politico que condiciona a sua própria performance. 9 Mais recentemente, em muito justificado pelo fenómeno da globalização (no seu sentido mais lato), a relevância da geografia tem vindo a ser reinterpretada à luz de novas tipologias de relações produtivas que não dependem da proximidade geográfica como veiculo para o desenvolvimento das relações e culturas de inovação que atribuem ao conceito de cluster a relevância que este assume. A par dos objetivos de promoção de clusters europeus de craveira mundial (world class), tem vindo a ganhar força o conceito de meta-clusters, enquanto clusters similares ou complementares que, geograficamente separados, procuram alinhar outros fatores de proximidade não geográfica no sentido da criação de sinergias e formas de atuação e promoção conjunta. 10 COM (2008) 652 final – “Towards world-class clusters in the European Union: Implementing the broad-based innovation strategy” 11 Entre outros destacam-se Schumpeter (1939), Becattini (1979), Porter (1990) 12 "Some of them have started clusters policies long ago—Catalonia and the Basque Country in Spain, Denmark, the Netherlands—while others have started within the last few years—a number of Austrian regions, the Czech Republic, the UK, Sweden—or have further developed them through national initiatives—France, Germany. In terms of the sheer number of cluster policies and programmes, Europe is now among the most active regions in the world economy." in The European Cluster Memorandum - Promoting European Innovation through Clusters: The role of Competition, TransNational Cooperation and Cluster Initiative Best Practices(2007) 20 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Desde o início dos anos 90 aos tempos atuais muito foi feito em termos de disseminação e apropriação do conceito de cluster enquanto instrumento de apoio à competitividade das empresas, particularmente das PME, num contexto de economia globalizada e altamente competitiva. De fato, apesar de se tratar de um fenómeno predominantemente determinado pelo mercado (os clusters mais bem 13 sucedidos são, com grande frequência, criados espontaneamente), tal como argumenta Ketels a política de clusters passou a ser entendida, planeada e implementada como uma política estrutural capaz de mudar o comportamento de empresas e instituições. Política que o autor define como todos os esforços desenvolvidos por entidades governamentais, de forma isolada ou em colaboração com empresas, universidades e outros atores, com o objetivo de 14 aumentar a competitividade dos clusters. Em termos europeus a diversidade é grande entre os vários Estados-Membros - seja em relação aos tipos de instrumentos/programas de política desenvolvidos e respetivas particularidades de implementação e tipologias de atores envolvidos; seja em termos da maturidade dos caminhos já percorridos por cada Estado-Membro e pelos 15 respetivos atores normalmente envolvidos . Não obstante esta diversidade em 2008 o European Cluster Observatory identificava mais de 2000 iniciativas de clusters e similares, só na Europa, pelo que a evolução do discurso se pauta atualmente não pela necessidade de desenvolvimento de mais clusters, mas sim pela necessidade da sua consolidação e qualificação competitiva à escala global. Em termos nacionais o esforço de integração do conceito de cluster enquanto instrumento de política publica (de apoio à competitividade da economia) é relativamente recente e parece explicar-se sobretudo num contexto de alinhamento 16 com as dinâmicas europeias e compromissos políticos conexos . É durante o período de programação 2007-2013 que, através do Programa Operacional de Fatores de Competitividade do QREN (Quadro de Referencia Estratégica Nacional), é materializada uma política publica explicita de apoio ao desenvolvimento da clusterização de atividades: os designados Polos de Competitividade e Outros Clusters, lançados enquanto Estratégias de Eficiência Coletiva alinhadas com esse propósito. Neste contexto e para o caso particular das Tecnologias de Informação e Comunicação foi criado o Pólo de Competitividade TICEP.PT que, com âmbito nacional, tem a sua sede em Aveiro graças ao significativo envolvimento da Inova-Ria como um dos atores fundamentais na sua criação. O contexto europeu: principais políticas e iniciativas de suporte No quadro da evidente "recente" proliferação de iniciativas de promoção do desenvolvimento de clusters num número alargado de Estados-Membro, a União Europeia assumiu as suas responsabilidades de integração e articulação de agendas e esforços nacionais dispersos: Promovendo uma significativa dinâmica de esforços de policy-making (produção de documentos de enquadramento/agenda política relacionada); Refletindo estes esforços no seu quadro de instrumentos de cofinanciamento; Viabilizando um conjunto de iniciativas com vista à qualificação dos clusters europeus e à promoção do seu posicionamento competitivo na economia global. Nos parágrafos seguintes procura-se fazer uma síntese possível dos mais significativos momentos e iniciativas a este respeito. 13 Christian Ketels, 2010: Cluster Policy: A Guide to the State of the Debate, in: Knowledge and Economy, Springer Publishing Christian Ketels, 2010: Cluster Policy: A Guide to the State of the Debate, in: Knowledge and Economy, Springer Publishing 15 Tipicamente a Industria, a Academia, as Autoridades Publicas, a Sociedade Civil organizada e Financiamento 16 Nas Conclusões da Presidência do Conselho Europeu de Bruxelas de 13/14 de Março de 2008 os os Chefes de Estado e de Governo dos EstadosMembros da União Europeia realçaram a necessidade de coordenar melhor os esforços tendentes a melhorar as condições de enquadramento da inovação, «nomeadamente através de melhores relações entre a ciência e a indústria e de pólos de inovação de craveira mundial e da criação de pólos de redes regionais» 14 21 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Em 2006, com a adoção da estratégia “Putting knowledge into practice: A broad-based innovation strategy for the EU”17, reconhece-se pioneiramente o reforço dos clusters na Europa como uma das nove prioridades estratégicas para uma promoção bem-sucedida da inovação. No início de 2008 o lançamento do European Cluster Memorandum reforça a necessidade de se acompanhar as dinâmicas dos agentes regionais na promoção do desenvolvimento dos clusters com um enquadramento político 18 integrador. Assinado pelos membros da European Cluster Alliance, este documento viria a ser instrumental para a publicação, em finais de 2008, da Comunicação da Comissão "Towards world class clusters in the European Union: Implementing the broad-based innovation strategy". À luz do reforçado entendimento da necessidade de clusters e redes de cooperação de elevada eficiência, esta comunicação viria a enquadrar politicamente um conjunto de instrumentos avulsos já existentes (e.g. Regions for Economic Change, Regions of Knowledge, Europe INNOVA, …) e a marcar decisivamente a orientação das políticas futuras (europeias, nacionais e regionais) na sua consideração pelos clusters enquanto instrumentos da promoção da competitividade europeia. Nela é: Reconhecido que o reforço da competitividade na Europa "passa obrigatoriamente por uma busca empenhada da excelência a todos os níveis e por um melhor uso do potencial oferecido pelos clusters"; Definido que a ambição europeia neste domínio deve passar não pelo apoio à proliferação de mais clusters mas sim pela aposta na qualificação dos existentes: "à medida que a concorrência internacional se intensifica, o mesmo acontece com a pressão para atingir a excelência. Clusters fortes propiciam uma combinação fértil de dinamismo empresarial, de relações fortes com instituições do conhecimento de alto gabarito e de maiores sinergias entre os agentes inovadores". E apontado o caminho a seguir segundo quatro grandes eixos ou desafios: Melhorar as políticas de clusters; Promover a cooperação transnacional dos clusters; "As mudanças no ambiente económico global reforçam também a importância das relações entre clusters. À medida que as empresas internacionalizam as suas atividades é importante que também se internacionalizem as iniciativas de clusters e as organizações que as suportam. (…) A abertura das empresas europeias à cooperação com polos do conhecimento de nível mundial — tanto na Europa como fora dela — é uma condição indispensável para a emergência e o desenvolvimento de clusters de craveira mundial." Promover a excelência das organizações de clusters; "As iniciativas de clusters são geridas, cada vez mais, por instituições especializadas, designadas por organizações de clusters, que podem assumir diversas formas, como associações sem fins lucrativos, agências públicas ou até empresas. As empresas e outros parceiros envolvidos nos clusters têm necessidade de serviços de apoio eficientes, profissionais e pertinentes, a fim de tirar o máximo benefício da sua organização de clusters. No entanto, até ao presente, as competências e o profissionalismo dos gestores de clusters ainda não foram convenientemente reconhecidos." Melhorar a integração de PME inovadoras em clusters. "Os clusters proporcionam um ambiente fecundo para as PME inovarem e estabelecerem relações com grandes empresas e parceiros internacionais. Em concomitância, embora os clusters beneficiem da presença de grandes empresas multinacionais, a integração de PME dinâmicas e inovadoras em clusters é particularmente importante para que estes atinjam altos níveis de excelência e de inovação.(…) As organizações de clusters oferecem uma vasta gama de serviços de apoio «por medida» às empresas — em particular às PME — que complementam, de maneira muito eficaz, as formas existentes de apoio às PME." 17 Apresenta uma estratégia de inovação alargada para a Europa, em resposta ao convite do Conselho Europeu, na sequência da comunicação "Mais Investigação e Inovação - Investir no Crescimento e no Emprego" e das recomendações do relatório "Criar uma Europa Inovadora". A Comissão indica que a União Europeia (UE) deve tornar-se uma sociedade baseada na inovação. O objetivo é, nomeadamente, definir um quadro para promover todas as formas de inovação e favorecer o desenvolvimento de "mercados-piloto" favoráveis à inovação. A UE tem um potencial de inovação excecional, mas este potencial é subexplorado e o quadro regulador e económico europeu não é suficientemente favorável à inovação. 18 BSR InnoNet, CEE-ClusterNetwork, CLUNET, INNET 22 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 19 Mais cedo em 2008 (Junho), a Comissão Europeia publicaria igualmente o Small Business Act for Europe que, reconhecendo que 99% das empresas europeias são PME, vem reforçar politicamente o papel fundamental que a PME deve desempenhar no principal desafio para a UE em termos de competitividade económica: a transição para uma economia baseada no conhecimento; afirmando ser este "o momento para, de uma vez por todas, colocar as necessidades das PME no primeiro plano da política (…) e fazer da UE um ambiente de classe mundial para as PME". O relacionamento explicito entre as comunicações Small Business Act e Towards world class clusters in the European Union viria a materializar-se na comunicação de Novembro de 2011 intitulada Small Business, Big World - a new partnership to help SME seize global opportunities. Nesta comunicação a CE propõe uma nova estratégia orientada ao apoio às PME para a expansão dos seus negócios fora da União Europeia e elenca seis campos de ação fundamentais para o alcance dessa ambição - um dos quais é "Promover a internacionalização das PME através de polos empresariais e redes". Neste ponto específico da comunicação encontra-se o argumento essencial do discurso europeu para a promoção da cooperação/coopetição entre PME como mecanismo de internacionalização global competitiva; e para a sustentação que estas dinâmicas devem ter nas figuras de clusters e redes de cooperação: É frequente a PME necessitar de encontrar parceiros adequados para desenvolver e produzir produtos e serviços concorrenciais a nível mundial. Elas tendem cada vez mais a crescer e inovar, não sozinhas, mas sim em colaboração, graças à participação em redes empresariais e outras formas de cooperação estratégica com parceiros internacionais. (…) Os polos empresariais, as redes de empresas e os consórcios de exportação podem desempenhar um papel importante para ajudar as PME a desenvolver as referidas atividades e a tornarem-se mais orientadas para os mercados internacionais. Em particular, os consórcios de exportação desempenham um papel específico em relação à internacionalização, dado que representam grupos de empresas que trabalham em conjunto num projeto de desenvolvimento de exportação. (…) As PME organizadas em polos empresariais e redes de empresas podem beneficiar de contactos, relações empresariais e conhecimentos formais e informais no quadro do polo empresarial e da rede empresarial, bem como de serviços personalizados prestados por polos empresariais e organizações em rede. Essas vantagens facilitam, entre outras coisas, o desenvolvimento de parcerias no estrangeiro, de modo a que as PME tenham um acesso mais fácil a cadeias de valor global, ao desenvolvimento de alianças estratégicas com polos empresariais ou redes homólogos (…) Ao mesmo tempo, a cooperação transnacional entre organizações de polos empresariais e redes é, atualmente, um desafio importante que deve ser abordado a todos os níveis (…) A cooperação entre as organizações de polos empresariais, a rede europeia de empresas e outras organizações empresariais da UE interessadas deve igualmente ser reforçada, a fim de proporcionar melhores serviços de inovação e melhor acesso aos mercados internacionais para as PME. (…) Esta iniciativa de internacionalização dos polos empresariais de empresas contribuirá para promover polos empresariais globalmente competitivos na Europa, especialmente em sectores industriais emergentes em que a cooperação entre polos empresariais tem potencial para criar novas vantagens competitivas para a Europa. Este programa pode incluir ações para identificar interesses estratégicos com vista a reforçar a cooperação entre polos empresariais em toda a UE."20 Num plano mais macro, foi lançada em 2010 a Estratégia Europa 2020 que, sucessora da Estratégia de Lisboa, se configura como a estratégia a dez anos para o crescimento e emprego da Europa. Adotando o mote da promoção de um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, a sua concretização estrutura-se em torno de sete iniciativas emblemáticas, duas das quais com especial relevância para as problemáticas em discussão - a "Innovation Union" e "An industrial policy for the globalisation era", nas quais um dos objetivos centrais se relaciona com o apoio à internacionalização das PME e onde explicitamente se menciona a relevância da utilização dos clusters e redes de cooperação para o alcance desse objetivo, bem como, se sublinha o papel que se espera destas estruturas na implementação das designadas RIS3 (Research and Innovation Smart Specialization Strategies) e na prossecução dos objetivos ligados à capacidade das PME europeias se posicionarem competitivamente nas cadeias de valor crescentemente globalizadas. 19 "Num contexto global em permanente mutação, caracterizado por mutações estruturais contínuas e pressões concorrenciais acentuadas, o papel das PME na nossa sociedade passou a ser ainda mais importante enquanto fornecedores de oportunidades de emprego e agentes-chave do bemestar das comunidades locais e regionais. O dinamismo das PME tornará a Europa mais robusta para fazer face à incerteza que pesa sobre o mundo globalizado de hoje." 20 European commission, 2011 - ‘Small Business, Big World a new partnership to help SMEs seize global opportunities’, Brussels 23 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 A política regional da UE e os programas de investigação apoiam as regiões na adoção de «estratégias de especialização inteligentes» para o reforço da sua competitividade por via do desenvolvimento de nichos de inovação. Tomando como base os êxitos comprovados, devem desenvolver-se mais clusters e redes competitivos à escala global, tanto nos setores tradicionais como no domínio da I&D e da inovação. A interligação dos clusters locais a nível europeu permite atingir uma massa crítica para a I&D e a inovação, as competências, o financiamento e o cruzamento de ideias e as iniciativas empresariais. No entanto, as diversas iniciativas relativas aos clusters devem ser consolidadas e racionalizadas.21 Associado a este conjunto de documentos de política mais centrais, foi (e continua a ser produzida) uma assinalável quantidade de estudos, pareceres de entidades, relatórios, etc., de apoio à promoção da consolidação dos clusters e redes na Europa - designadamente à luz dos objetivos últimos da sua excelência e competitividade global, onde a questão da internacionalização dos clusters e das suas empresas surge naturalmente com elevado protagonismo. Sem prejuízo de outros identificados dispersamente ao longo do trabalho e da lista de bibliografia que se sistematiza no final do documento, faz sentido neste ponto destacar, como grandes marcos que influenciaram a década anterior no que respeita às dinâmicas de desenvolvimento das políticas, em particular: European Cluster Policy Group Recommendations The Copenhagen Cluster Excellence Declaration A par deste quadro de política publica europeia, que se procurou sumariar, foi igualmente agilizado um conjunto de instrumentos de apoio financeiro para o desenvolvimento de iniciativas e projetos alinhados com os objetivos já referenciados. A tabela abaixo, mobilizada do estudo "European Clusters go International" (2011), sintetiza particularmente bem o conjunto de instrumentos onde, no período de programação 2007-2013 existiram oportunidades de financiamento relacionadas. 21 COM (2010) 614 final - "Uma política industrial integrada para a era da globalização - Competitividade e sustentabilidade em primeiro plano" 24 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 De forma conexa, foi igualmente apoiado no ultimo período de programação um significativo conjunto de projetos e iniciativas de suporte - entre estas contam-se por um lado os projetos desenvolvidos em consórcios internacionais de clusters / respetivas estruturas de facilitação-gestão e, por outro, iniciativas da própria Comissão Europeia que originaram projetos e/ou criação de entidades centrais nestas matérias. Destas ultimas e considerando o enfoque deste estudo no papel que as estruturas de facilitação-gestão podem desempenhar (no alcance de objetivos de internacionalização e qualificação crescente da competitividade global dos clusters e redes de cooperação) importa destacar as seguintes iniciativas e projetos: European Cluster Policy Group (ECPG) o Criado em Outubro de 2008 com a missão de fazer recomendações concretas à Comissão e Estados-Membros de como desenhar melhores políticas de clusters. Tem como objetivos avaliar tendências internacionais no desenvolvimento de clusters; identificar desafios futuros para as políticas de clusters em resposta à globalização; explorar ferramentas para eliminar barreiras à cooperação transnacional dos clusters e analisar complementaridades entre as políticas comunitárias e os instrumentos financeiros de apoio aos clusters. ECEI - European Clusters Excellence Initiative o Com início em Setembro de 2009, constitui um pilar central na abordagem lançada pela Comissão Europeia com o intuito de melhorar a eficiência ao nível dos esforços desenvolvidos na gestão dos clusters, promovendo a excelência ao nível das organizações de clusters. Reúne experts e organizações europeias para identificar e compilar um conjunto importante de indicadores de qualidade e procedimentos de avaliação para a gestão do cluster. European Clusters Alliance o Plataforma criada no âmbito da iniciativa PRO INNO Europe que reúne mais de 50 parceiros europeus, entre ministérios, autoridades regionais e agências de inovação responsáveis pelo desenvolvimento de clusters no seu território. Os parceiros trabalham em conjunto para desenvolver novas ferramentas e instrumentos no apoio aos clusters e para testar ações conjuntas. European Innovation Platform for Clusters (Cluster-IP) o Iniciativa europeia fundada no âmbito da Europe INNOVA (Innovation acceleration) com o intuito de promover a cooperação transnacional entre organizações de clusters a um nível mais prático, tendo em vista desenvolver e testar novas e melhores ferramentas de apoio à inovação para as empresas do cluster, mas também experimentar novas formas de cooperação. Contribui para melhor apoiar as PME inovadoras no processo de internacionalização. A cooperação com outras iniciativas e a atração de novos parceiros associados são objetivos importantes para se transformar numa verdadeira plataforma Europeia para clusters de sectores específicos. European Cluster Observatory o Financiado pela Comissão Europeia, no quadro da iniciativa Europe INNOVA, é gerido pelo Centre for Strategy and Competitiveness (CSC) da Escola Económica de Estocolmo, que continua a desenvolver o Observatório Europeu dos Clusters como um serviço de informação acerca dos clusters empresariais de pleno direito, melhorando a integração de PME inovadoras nos clusters. Fornece uma grande variedade de dados e informação sobre os clusters na Europa. Os clusters, assentes em 28 categorias e 259 regiões NUTS2, são mapeados e visualizados, à semelhança das organizações de cluster (parcerias públicoprivadas locais e regionais focadas na melhoria dos clusters), também incluídas. INNO-Net TACTICS - Transnational Alliance of Clusters Towards Improved Cooperation Support o O projeto TACTICS representa a aliança transnacional de clusters para o apoio à cooperação. O projeto inclui sete associações principais, designadamente VINNOVA (SE), TMG (AT), North West Development Agency (UK), OSEO (FR), IWT (BE), VENINN (IT), and PAED (PL), centradas na promoção da aprendizagem mútua sobre políticas nessa área e na melhoria da formulação de políticas de clusters. Os sete parceiros, assistidos pelo grupo de reflexão TACTIS de parceiros de política externa, trabalham no desenvolvimento de incentivos políticos e ferramentas práticas para apoiar o desenvolvimento de clusters na UE e disseminar esses resultados para uma comunidade alargada de stakeholders e interessados nos clusters. INNO-Net EPISIS - European policies and instruments to support service innovation o O projeto EPSIS (2009-2012), baseado na iniciativa PRO-INNO Europe, promove o desenvolvimento de inovações dos serviços ao nível político, estratégico e operacional através da cooperação transnacional entre os decisores políticos e agências de inovação. O Consórcio EPISIS inclui: Tekes (Finlândia, o Coordenador), BIS (Reino Unido), dAsti (Dinamarca), PT-DLR (Alemanha) e VINNOVA (Suécia). O desenvolvimento de recomendações de política baseia-se no trabalho realizado em task-forces (TFs) específicas em temas concretos (cinco no total). VINNOVA lidera a task-force "Novas habilidades e competências para gerir a inovação em serviços". Estas ações e projetos funcionam juntamente com outras iniciativas da UE também ativas neste campo, com destaque para a iniciativa Regions of Knowledge no âmbito do FP7 (7th Research Framework Programme) e projetos de clusters implementados no âmbito do Objetivo de Cooperação Territorial Europeu da Política de Coesão, tais como INTERREG IV / Regions for economic Change e European Union Strategy for the Baltic Sea Region. 25 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Em 2014 iniciam-se grandes mudanças para as políticas da UE e programas de financiamento. O COSME Programme da DG Enterprise (COSME é o programa para a competitividade das empresas e PME a decorrer no período 2014-2020) substitui o anterior CIP Programme, o Horizonte 2020 da DG Research and Innovation vai proporcionar uma continuação e atualização do FP7. Estes novos programas reservam parte da sua atenção para o financiamento de projetos ligados aos clusters e às estruturas de facilitação-gestão, entendidos enquanto promotores e catalisadores do crescimento e revitalização económica. Será dada particular atenção às indústrias emergentes, onde o papel das estruturas de facilitação-gestão dos clusters e polos será fundamental para a sua identificação e crescimento. O projeto TACTICS acerca do uso dos clusters para abordar indústrias e serviços emergentes explora a questão da utilização dos clusters para estimular a emergência de novas indústrias e renovar/atualizar aquelas já estabelecidas. Paralelamento os vários instrumentos de financiamento no novo período de programação (2014-2020), atribuirão um papel mais significativo aos clusters como ‘pivôs’ na implementação das estratégias regionais de especialização inteligente. Neste contexto, as estruturas de facilitação-gestão dos clusters terão uma oportunidade relevante para assegurar a eficiência das RIS3, especialmente no que respeita à facilitação de ligações entre regiões (nacionais e internacionais) com RIS3 complementares, com benefícios mútuos. A expectativa em termos de desenvolvimento futuro das políticas de clusters é de que as iniciativas em vigor – e.g. European Cluster Collaboration Platform (ECCP), European Cluster Managers’ Club (ECMC), European Cluster Alliance, European Cluster Observatory, etc. – irão continuar a evoluir debaixo de novas estruturas atualmente em desenvolvimento. Estes desenvolvimentos de políticas e programas constituem o próximo estádio de evolução no apoio ao desenvolvimento de clusters a nível europeu juntamente com o apoio ao nível nacional e regional dos estados membros. A internacionalização através das estruturas de facilitação-gestão dos clusters, tudo parece indicar, permanecerá um aspeto central, através dos projetos de clusters (de craveira mundial) em estratégia de internacionalização e do lançamento de várias atividades de matchmaking no âmbito dos clusters. A assinatura de memorandos de entendimento pela ECCP – European Cluster Collaboration Platform, incluindo a colaboração com clusters de países como o Japão, Brasil, Tunísia, Coreia do Sul e Índia, contribuirá inequivocamente para a aposta forte na internacionalização dos clusters. Será também um contributo valioso para aumentar a colaboração e a inovação entre as PME europeias e os seus parceiros estrangeiros, com o apoio das estruturas de facilitação-gestão dos clusters. A publicação do TACTICS (2012) - Where the cluster winds are blowing in Europe – é uma referência interessante no que diz respeito às tendências no uso de clusters como instrumentos privilegiados para a promoção da inovação e o crescimento econômico, hoje e no futuro. Como afirma o European Cluster Memorandum “clusters are not the only answer to Europe’s innovation challenge, but they are part of the answer that Europe can ill afford to neglect”. As próximas secções deste capítulo enfatizam, com maior profundidade, alguns dos domínios que integram as preocupações presentes e futuras das políticas europeias e a agenda atual das estruturas de facilitação-gestão que ambicionam internacionalizar-se e fortalecer o seu apoio à colaboração internacional. 26 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 2.4.3 Promover a eficiência da gestão Tendo como referência um dos maiores estudos analíticos internacionais em torno das estruturas de facilitação-gestão dos clusters - “clusters are individuals”, VDI/VDE-IT, 2011 - envolvendo uma aferição de mais de 140 estruturas de facilitação e de políticas publicas sobre estas matérias em nove países europeus, é questionada a ideia, veiculada por pesquisas anteriores, de que o desenvolvimento e a inovação dos clusters são essencialmente impulsionados pela especialização das regiões em atividades territorialmente confinadas onde as empresas têm elevada produtividade (através do acesso a economias de escala e outras vantagens comparativas). Com efeito, os resultados deste estudo, conduzido entre 2010 e 2011, sugerem que os impactos económicos dos clusters dependem de muitos outros fatores, para além daqueles relacionados com a especialização das regiões e com a concentração geográfica de atividades. Dois fatores principais que parecem influenciar o posicionamento dos clusters em termos competitivos e de inovação são a excelência ao nível da gestão das estruturas que os governam e a frequência, amplitude e adequação dos serviços de apoio às empresas que essas estruturas de facilitação-gestão propiciam. Há outros fatores chave, também referidos no estudo, que determinam o desenvolvimento e as características de um cluster, nomeadamente as atividades de internacionalização, as atividades de I&D, a idade e as áreas tecnológicas dominantes. Pode afirmar-se que o posicionamento e a força do cluster em termos competitivos, bem como as suas perspetivas de desenvolvimento futuro, estarão muito ligadas às valências e profissionalismo das estruturas de facilitação-gestão, as quais podem fornecer aos membros do cluster serviços de apoio customizados e outros valores adicionais, que se traduzam na autossustentabilidade das iniciativas de clusters. Desta forma, tal como denúncia a agenda política europeia em prol de um melhor uso do potencial oferecido pelos clusters, reconhecer a importância e elevar a qualidade e eficiência ao nível da gestão são requisitos fundamentais para promover a excelência das organizações de clusters. Isto pressupõe, a capacidade de gerir o dilema (criando o equilíbrio) entre a necessidade de maximizar a criação de valor conjunto dentro do cluster e interclusters e a necessidade de atender a objetivos individuais (egoístas) e potencialmente criadores de tensões entre os diferentes agentes/parceiros do cluster. Uma vez que as estruturas de facilitação-gestão dos clusters são maioritariamente apoiadas por programas de financiamento nacionais, o estudo acima referido, para além de recorrer ao alargado portfolio comparativo das organizações de gestão, procurou analisar 16 programas de clusters (de nove países) que apoiaram essas estruturas de facilitação-gestão, com o objetivo de compreender as estratégias que marcaram o seu sucesso, facilitar a aprendizagem mútua entre os próprios gestores dos programas e consequentemente influenciar o desenho futuro de programas de clusters e a adoção de práticas gestionárias de excelência. Os resultados dessas análises de benchmarking permitiram isolar um conjunto de informação relevante para as estruturas de facilitação do cluster, com destaque para o seguinte: Em termos de estrutura e governação os clusters são semelhantes, quer tenham uma pequena percentagem de financiamento público (o financiamento privado a representar mais de 75% do total do financiamento da estrutura de gestão) quer tenham uma percentagem significativa de financiamento público (o financiamento público a representar mais de 75% do total do financiamento), mas diferem em termos de desempenho, isto é, as estruturas de facilitação que têm maior percentagem de financiamento privado têm uma melhor performance. Neste caso, os impactos positivos refletem-se nas atividades de I&D das PME, na I&D para as instituições de investigação, nas atividades empresariais e nas atividades de internacionalização. A explicação parece ser relativamente evidente: os financiadores privados têm fortes expectativas em relação ao retorno do investimento e como tal colocam maior pressão junto dos beneficiários. 27 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 O impacto das estruturas de gestão do cluster nas atividades e desenvolvimento das PME e na própria visibilidade e atratividade do cluster depende da idade e dimensão das entidades de gestão. Aparentemente, os clusters com um grau de desenvolvimento e maturidade maior fornecem condições contextuais bastante mais favoráveis para os resultados e impactos positivos que advêm das atividades e dinâmicas do cluster; As características estruturais do cluster como sejam, a dimensão, estrutura de governação ou grau de especialização, bem como a performance (o impacto) das estruturas de gestão dependem do campo tecnológico em que o cluster opera; Os clusters que têm maior impacto nas atividades empresariais das PME apresentam estruturas de gestão mais ativas em termos de espectro e frequência de serviços de apoio oferecidos às empresas. Pode afirmar-se, com base nas análises referidas, que há vários aspetos que determinam o impacto das estruturas de facilitação dos clusters nas atividades empresariais, com destaque para as PME. Fatores estruturais como a dimensão, a idade, a governação e percentagem de financiamento privado no orçamento global das estruturas de facilitação, bem como quem estabelece a agenda (atores ligados à indústria ou à investigação) têm um efeito no espectro e na intensidade dos serviços fornecidos pelas estruturas de facilitação do cluster e consequentemente no desenvolvimento das atividades empresariais das PME. A análise das características (em termos de objetivos, estratégia, instrumentos, grupos-alvo, métodos de avaliação, prazos e aspetos financeiros) dos 16 programas de clusters mencionados permitiu também concluir que ainda que a internacionalização dos clusters seja encarada por todos os gestores como um objetivo importante, que deve fazer parte da estratégia do cluster, há neles diferenças consideráveis no que se refere à sua relevância efetiva no apoio à internacionalização e aos instrumentos usados nesse contexto. Observa-se que os programas que atribuem maior valor às atividades de internacionalização tipicamente definem e seguem uma visão estratégica, refletida nos objetivos de programa e instrumentos usados. Pode afirmar-se que os gestores de clusters que procuram compreender e definir explicitamente uma visão e uma estratégia para a internacionalização têm um melhor ambiente e melhores condições para implementar com sucesso as suas iniciativas para os membros do cluster, garantindo a coerência e o alinhamento entre os esforços e investimentos efetuados, as metas traçadas e os resultados obtidos. Isto aumenta a disposição das empresas e outros stakeholders para se envolverem e se comprometerem financeiramente nas atividades internacionais do cluster. Evidências empíricas mostram que a proporção de redes e clusters com uma estratégia de internacionalização que desencadearam iniciativas de cooperação de sucesso, no mesmo campo tecnológico, nos últimos três anos é significativamente elevada (perto dos 80%) quando comparada com a proporção das redes e clusters que não formularam e implementaram uma estratégia de internacionalização (aproximadamente 55%). Estes últimos são também menos hábeis a implementar novas iniciativas de cooperação fora da europa quando comparados com os primeiros. Tal não surpreende se for pressuposto que uma dada estratégia de internacionalização, pelo menos, conter argumentos e orientações claras sobre as seguintes dimensões: Identificar mercados-alvo prioritários (internacionalizar onde?); Estabelecer metas científicas e económicas específicas conectadas à internacionalização (internacionalização porquê?); Estabelecer medidas para alcançar objetivos e trabalhar mercados alvo ou grupos alvo (internacionalizar como?); Definir tempo e planos de ação (internacionalizar quando?); Calcular necessidades de recursos financeiros e humanos; Listar parceiros potenciais (atores de redes e clusters, instituições para promover comércio externo, etc.); Designação de instrumentos e medidas de apoio financeiro (e.g. instrumentos e atores para a promoção de comércio externo). 28 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Ainda a respeito da importância de existir um mandato claro e uma estratégia explícita de internacionalização do cluster, não obstante a visibilidade internacional das redes e clusters continuar a ser relativamente baixa, os estudos comprovam que as redes e clusters que definiram e implementaram uma estratégia de internacionalização reportam com maior frequência melhorias em termos de visibilidade internacional do que aquelas que não têm uma estratégia claramente definida (65% contra 11%). O denominador comum da generalidade dos programas (de suporte às estruturas de facilitação-gestão) que atribuem grande relevância às iniciativas de internacionalização é a existência de um conjunto alargado de instrumentos de apoio às atividades internacionais, os quais não se esgotam no apoio financeiro público para projetos. Aliás, outros instrumentos parecem sobressair em primeiro lugar, como é o caso da disponibilização de apoio técnico, por exemplo na forma de formações que apoiem o desenvolvimento da estratégia e o desenvolvimento de competências (e.g. línguas, ‘cross-cultural’, etc.). Investigações recentes corroboram a ideia de que a adoção de instrumentos no apoio à internacionalização deve ser feita ‘à medida’, através dos programas de clusters. 22 Diferentes programas têm diferentes conjuntos de instrumentos disponíveis para influenciar o desenvolvimento dos clusters individualmente. Neste contexto, observa-se que os responsáveis dos programas de clusters começam a assumir um papel cada vez mais proactivo no desenvolvimento dos clusters individualmente. Assim, os principais instrumentos usados pelos programas para apoiar atividades de internacionalização dos clusters incluem: a formação, o financiamento, ‘matchmaking’ e visitas de estudo, apoio através de agências de promoção da exportação ou outras agências no exterior, cooperação com outras iniciativas de financiamento, etc.. Outros instrumentos importantes, desenhados à medida de cada estrutura de gestão do cluster são workshops, seminários, tool boxes e o networking interclusters, com vista a promover a troca de boas práticas e a aplicação do conceito de ‘crossfertilization’ e assim facilitar a excelência e inovação dos clusters e o alcance a patamares mais elevados em termos de competição global. Ainda, instrumentos como o ‘labeling’ e o ‘benchmarking’ são igualmente valorizados nos programas oficiais de apoio ao desenvolvimento dos clusters. Geralmente este tipo de iniciativas anda de “mãos dadas” com uma análise de desempenho dos clusters, em termos competitivos e de inovação. De referir, a este respeito, que a participação das estruturas de facilitação neste tipo de exercícios é considerada pela Comissão Europeia como um primeiro passo para demonstrar o seu compromisso com objetivos de excelência ao nível da gestão. As recomendações da UE vão no sentido de levar a cabo iniciativas de benchmarking internacional de redes e clusters com o objetivo de facilitar a determinação do seu posicionamento atual e a seleção dos parceiros internacionais mais interessantes. O estudo anteriormente referenciado aponta um conjunto de recomendações de política para o desenvolvimento futuro de programas de cluster, isto é, introduz um conjunto de elementos que determinam o sucesso de um programa de cluster. Essas recomendações desejavelmente contribuirão para o aumento do número de clusters classificados como ‘world class clusters’, conduzidos necessariamente por estruturas de facilitação-gestão de excelência. Foram indicadas as seguintes recomendações ao nível do desenho e implementação dos programas: Melhorar a coordenação entre os programas de clusters e outros programas de financiamento relevantes; Atribuir grande relevância ao apoio individualizado aos clusters na delineação da estratégia do programa (atender às suas idiossincrasias em termos de necessidades específicas e condições contextuais, em termos da industria e domínio tecnológico); Colocar esforços numa gestão de excelência dos clusters; Desenvolver clusters de classe mundial em setores industriais que sejam internacionalmente competitivos; 22 Meier zu Köcker, Gerd/Müller, Lysann/Zombori, Zita, 2011: European Clusters Go International. Networks and Clusters as Instruments for the Initiation of International Business Cooperation 29 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Adotar uma perspetiva de longo-prazo, mas flexível, no apoio aos clusters; Avaliar e monitorizar os resultados e impactos do programa, de maneira determinada e inteligente; Adotar instrumentos de apoio técnico para promover atividades de internacionalização dos clusters; Considerar para setores industriais diferentes formas de apoio às atividades de internacionalização também diferentes. Uma das principais ideias que emerge da investigação, já sublinhada no decorrer deste trabalho, é de que a excelência dos clusters importa. Se no passado, em muitos países europeus, os esforços de política eram canalizados para a criação de clusters, hoje todos os esforços de decisores políticos, gestores e atores do cluster se concentram no desenvolvimento de clusters de excelência que sejam internacionalmente competitivos e que tenham impacto na economia nacional. Entende-se que a excelência ao nível dos clusters se traduz em mais prosperidade para as regiões, mais competitividade para as empresas e maior retorno em termos de investimento para os investidores. A Excelência é naturalmente exigida a vários níveis, onde se incluem as políticas de clusters, os programas de clusters e a gestão dos clusters, sendo esta última que se quer aqui enfatizar. Também o estudo intitulado “European Clusters Go International” (2011), (baseado na comparação de resultados das entrevistas conduzidas no ano de 2010 a 122 gestores de clusters e redes e no ano de 2007) conclui que uma boa gestão do cluster ou rede é capaz de reduzir, de forma sistemática, parte das barreiras à internacionalização, já referidas na secção 2.4.1. deste trabalho. Assim, a qualidade ao nível da gestão dos clusters é encarada como um elemento crítico e decisivo para promover a dinâmica entre os diferentes intervenientes que o compõem. No quadro dos chamados “world class clusters” alega-se que a excelência ao nível da gestão depende principalmente do seguinte: i.) A existência e implementação de uma estratégia de desenvolvimento do cluster – que inclua objetivos de internacionalização do cluster e das PME. ii.) A prestação de serviços profissionalizados que respondam às necessidades dos membros do cluster através da gestão do cluster; iii.) O financiamento sustentável da estrutura de gestão do cluster; iv.) A existência de pessoal próprio melhor capacitado para exercer as suas funções. Com base na pesquisa realizada destacam-se algumas ações de recomendação para as estruturas de facilitação-gestão dos clusters e redes que queiram internacionalizar de forma mais eficiente e sustentável e implementar medidas de apoio financeiro também de forma mais eficaz. Estas ações descrevem-se de seguida: Encorajar os ‘gestores das redes e clusters’ a assumir uma atitude mais proactiva e maiores responsabilidades no estímulo à cooperação internacional, no interesse dos seus membros; Desenvolver e implementar estratégias de internacionalização em conjunto com os seus membros; Realizar iniciativas de benchmarking internacional de redes e clusters com o objetivo de conhecer o seu posicionamento atual e selecionar os parceiros internacionais mais interessantes; Desenvolver as competências de gestores de clusters/redes no contexto da internacionalização; Sensibilizar e estimular a proatividade das empresas e instituições do cluster para a internacionalização através de: Fornecer informação sobre o tema e ilustrar o processo/formas de internacionalização com casos práticos; “Train the trainer” – formação interna sobre ferramentas e metodologias para a internacionalização; Fornecer infraestruturas e serviços aos membros do cluster; Oferecer incentivos para a experimentação de métodos e novas formas de internacionalização; 30 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Facilitar o acesso a outras organizações de clusters para aceder a fontes de conhecimento ou potenciais parceiros empresariais noutros mercados Facilitar o acesso a Living Labs e instalações de teste noutros locais para preparar produtos e serviços para outros mercados; Promover ligações a clusters complementares e a outras atividades de internacionalização baseadas numa abordagem de rede; Segmentar / estabelecer ligações com atores dentro do cluster ou com outros grupos para ajudar a resolver problemas/necessidades específicas (comuns apenas a grupos particularizáveis do cluster). A ideia de apoiar as empresas no seu processo de internacionalização é de fato um enorme desafio para muitas estruturas de facilitação-gestão e gestores de redes e clusters. Acresce que, há geralmente nestes processos desejos e expectativas muito díspares por parte dos vários atores envolvidos e também capacidades de desempenho muito distintas. Assim sendo, é difícil para os gestores das redes e clusters eliminar muitas das barreiras existentes e já identificadas no decorrer deste trabalho e apoiar os seus membros de forma adequada. Uma das principais razões para a sua inoperância é frequentemente a falta de competências ou de experiência dos órgãos de gestão da rede e seus quadros. Não é por acaso que o desenvolvimento de competências (incluindo competências internacionais) e o profissionalismo das organizações de clusters e dos gestores de clusters começam a ser devidamente reconhecidas e valorizadas e, como tal, a estar no centro dos programas de clusters. Estas questões merecem ser alvo de reflexão também no contexto de medidas futuras de apoio financeiro que possam vir a incluir essas preocupações. “Como é que as iniciativas de clusters podem ser geridas profissionalmente?” e “Que competências precisam os gestores de clusters quando procuram alcançar a excelência dos clusters?”, são questões que têm vindo a merecer especial atenção, designadamente no âmbito do consórcio organizado em torno da iniciativa cluster.excellence.eu – the European Cluster Excellence Initiative (ECEI) – O projeto durou entre 2009 e 2012, envolveu 14 parceiros de projeto de 9 países, todos com experiência ao nível da gestão de clusters, criando um conjunto uniforme de indicadores de qualidade do cluster e desenvolvendo um selo de qualidade para uma gestão profissionalizada do cluster, o qual é hoje aceite e reconhecido em toda a europa. Este tipo de selo europeu poderá ser uma ajuda interessante para as estruturas de facilitação-gestão de clusters, com provável reflexo no aumento do financiamento público e privado e na melhoria da sua visibilidade e credibilidade a nível global. No quadro da iniciativa cluster.excellence.eu, para a promoção da excelência ao nível da gestão do cluster, destacam-se dois módulos ou ações interessantes: O ‘European Clusters Management Club’ (ECMC) – Associação de profissionais e gestores de clusters da Europa que propicia o contexto ideal para a partilha de problemas com outros gestores de clusters (num ambiente de ‘clube’), o acesso a serviços para melhoria da performance e práticas gestionárias, a troca de visões, experiências e melhores práticas e para aspirar à excelência da gestão; O ‘European Clusters-collaboration platform’ (ECCP) – plataforma que serve de base à descoberta de novos horizontes de excelência e para explorar novas oportunidades de colaboração. Uma vez que o profissionalismo e a eficiência das organizações de clusters são aspetos críticos fundamentais para elevar a qualidade dos serviços de apoio às empresas e para conduzir iniciativas de clusters numa lógica cada vez mais de autossustentabilidade, na secção seguinte será dada particular atenção aos serviços que podem ser oferecidos pelas estruturas de facilitação-gestão numa lógica de crescimento do cluster e reforço do seu papel na internacionalização das empresas e do próprio cluster. 31 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 2.4.4 Promover a oferta de serviços inovadores É razoável pensar-se, pelo que foi sendo dito ao longo deste trabalho, que a intensidade e densidade das relações de rede têm grande influência no padrão e ritmo de internacionalização das empresas, mas também na sua motivação para internacionalizar, na credibilidade inicial, no acesso a canais já estabelecidos, nos custos e riscos associados, pelo que os serviços de apoio podem definitivamente contribuir para a criação dessas ligações e reforço da conectividade entre os diferentes agentes envolvidos. As empresas e todos os atores ligados à inovação que fazem parte do cluster precisam de serviços de apoio cada vez mais apropriados, úteis e eficientes, suportando-se cada vez mais nas estruturas de facilitação-gestão para esse fim. Esta secção introduz argumentos que reforçam a ideia veiculada anteriormente da importância da profissionalização das estruturas de facilitação-gestão e, mais concretamente, da figura de ‘gestor de cluster’ ser reconhecida como uma qualificação profissional que exige elevados padrões de qualidade e profissionalismo, numa perspetiva de fornecer de forma eficiente os serviços requeridos pelas empresas e instituições que fazem parte do cluster e de explorar mais profundamente os benefícios que decorrem das relações com a academia, com as organizações governamentais e com dois outros grupos de parceiros chave (formando a chamada ‘Pentagonal Helix’), designadamente: i) As pessoas/utilizadores, cobrindo competências dentro do cluster e aspetos da agenda ‘user-driven innovation’ (são precisas competências específicas para uma internacionalização efetiva que vá de encontro às necessidades dos utilizadores e das empresas); ii) Acesso a financiamento, que inclui todos os tipos de financiamento, e.g. venture capital, business angels, bancos etc., não esquecendo que dependendo do nível da internacionalização do cluster diferentes tipos e diversas fontes de internacionalização serão necessários. Os serviços fornecidos pelas estruturas de facilitação-gestão aos membros dos clusters são obviamente um importante instrumento de reforço de competências e desenvolvimento do cluster, desde logo porque providenciam uma base para a intensificação das interações entre os diferentes atores, mas também porque diminuem o tempo e custo despendidos por eles através de soluções standard de qualidade e permitem que os membros do cluster se concentrem nas suas atividades principais. Em relação ao tipo de apoio e serviços oferecidos pelas estruturas de facilitação-gestão às empresas constituintes do cluster, vários estudos (uns mais exaustivos do que outros) apontam categorias e exemplos de serviços suportados na análise de casos práticos. A Figura 1 seguinte sistematiza alguns dos principais serviços de apoio colecionados no âmbito dos projetos TACTICS “Using clusters to address emerging industries” (2012) e “Clusters are individuals” (2011). Figura 1 – Principais serviços de apoio providenciados aos membros do cluster Tipo de apoio Serviços - exemplos Networking interno – entre os membros do cluster - Matchmaking e networking com parceiros externos / Marketing & Branding - - Conectar e envolver uma diversidade de stakeholders – reuniões regulares, ‘get-togethers’, eventos temáticos/workshops para os membros do cluster Newsletters internas, data bases, etc.. Fortalecer as competências das empresas da rede / cluster para criar valor, promovendo, de forma ativa, o cruzamento entre setores e a relação inter-redes/interclusters, a nível local, nacional e internacional Promover a rede/ cluster em novos mercados em crescimento, incluindo aqueles relacionados com a resposta a desafios sociais Material de informação, website, press releases, publicações Apresentar os clusters e seus membros em feiras ou conferências Eventos/ workshops para apresentar o cluster Matchmaking/partnering events 32 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Tipo de apoio Internacionalização cluster Serviços - exemplos do - Inovação & Desenvolvimento de tecnologia em colaboração, transferência de tecnologia & gestão projetos de I&D - Base de conhecimento - Gestão de projetos Sensibilização Representação incluindo Lobbying - Desenvolvimento de capacidades / competências & recursos humanos Acesso a financiamento (para projetos) - fundos públicos Desenvolvimento empreendedorismo do - - Apresentar os clusters e seus membros em feiras ou conferências Escritórios ou outras representações permanentes no exterior Cooperar com as agências de promoção de exportações Fornecer acesso fácil às universidades e base de investigação para as empresas, em particular PME Estimular a criação de ideias inovadoras Acelerar a adoção de ideias inovadoras a todos os níveis Desenvolver capacidades nas empresas Facilitar a troca de informação entre procura e oferta Incentivar a contratação pública de soluções pré-comerciais Incentivar o crescimento da inovação orientada para o utilizador Encorajar a criação e desenvolvimento de startups e spinouts Incentivar o acesso das empresas a plataformas - ‘cross-fertilization’, living labs, pilot plants, de demonstração & outras infraestruturas de inovação Organizar task forces/ working groups Gerir projetos em nome dos membros do cluster Aconselhar em termos legais, e.g. propriedade intelectual Iniciar, avaliar, coordenar e gerir projetos realizados em conjunto por membros da rede/ cluster Disseminar conhecimento e informação Fornecer orientação /guias Representar a rede/ cluster junto de órgãos de nível regional, nacional ou europeu, quando apropriado Algumas estruturas de rede não podem exercer atividades de lobbying devido a restrições aplicadas pelos seus organismos de financiamento. Se o lobbying é permitido, representam o consenso de pontos de vista dos membros constituintes da rede/cluster para os políticos e outros órgãos de influência relevantes Definir novas competências específicas que influenciem a oferta formativa (vocacional e profissional) e os curricula e programas educacionais, em colaboração com as organizações profissionais e universidades Participar no desenvolvimento e implementação de cursos de formação para os membros do cluster Recrutar pessoal em nome dos membros do cluster Concessão de subsídios diretos e apoio técnico através de projetos e serviços específicos Desenvolver sistemas de financiamento Facilitar o acesso a investidores, financiamento de capital e financiamento público Aquisição de projetos de I&D (e de não I&D) Distribuir informação acerca de programas de financiamento Consultoria e coaching Aquisição de financiamento (e.g. venture capital, bancos, fundos públicos) em nome dos empresários Fonte: Adaptado de TACTICS & ‘Clusters are Individuals’(2011) Os serviços identificados promovem, na sua generalidade, sinergias de rede e ganhos de escala a vários níveis e em diferentes domínios, entre eles a internacionalização dos negócios e atividades. Contudo, dificilmente as estruturas de facilitação-gestão dos clusters disponibilizarão todos os tipos de serviços identificados acima. Torna-se, por isso, fundamental que essas estruturas de governação e gestão selecionem os serviços a disponibilizar de acordo com as especificidades, as necessidades e as oportunidades detetadas, localmente ou regionalmente. Estes argumentos vêm reforçar a ideia de uma oferta direcionada de serviços-alvo de apoio, feitos à medida, ao invés de serviços de apoio gerais, a fim de melhorar a sua eficácia e melhor responder às necessidades específicas das PME em negócios internacionais. Acresce que, a combinação de diferentes serviços ou a integração de serviços poderá também aumentar a eficácia em termos de apoio. O Capítulo III, dedicado à análise de casos de estudo de boas práticas no campo da internacionalização, ajudará a ilustrar alguns dos serviços de apoio valorizados nesse âmbito, por diversas entidades/estruturas de facilitação de clusters. 33 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Uma outra investigação realizada na Finlândia intitulada “International R&D in High Growth SMEs – Implications to innovation policy” 23 , a qual enfatiza a importância das organizações públicas no apoio ao processo de internacionalização de empresas tecnológicas, destaca seis áreas principais de serviços onde esse apoio deve focar-se: Conhecimento sobre o mercado internacional e procura tecnológica; Desenvolvimento da estratégia para atividades de I&D internacionais; Identificação e seleção de parceiros; Identificação, seleção e aquisição de tecnologia; Pessoal qualificado; Financiamento para a internacionalização, proximidade ao mercado e apoio à I&D. O estudo propõe, ainda, uma segmentação detalhada das necessidades empresariais regionais revelando as vantagens que poderiam advir de uma estratégia de internacionalização. Esse conceito – ‘matriz de funções empresariais & serviços internacionais’ – é sistematizado na figura seguinte: Figura 2 – Funções empresariais e serviços internacionais Funções empresariais Investigação Inovação Produção Marketing Distribuição Financeiro Serviços internacionais Investigação conjunta Acesso a equipamento Establishment (FDI) (Investimento Direto Estrangeiro) Desenvolvimento conjunto Prova de conceito tecnológico Prova de conceito económico Licenciamento e transferência de propriedade intelectual Outsourcing Offshoring Subcontratação Establishment (FDI) (Investimento Direto Estrangeiro) Teste mercado Economic intelligence IPO Fusões e aquisições Fonte: importado de “Guide to Research and Innovation Strategies for Smart Specialisations (RIS 3)” (2012) A informação que consta da tabela ajuda, em parte, a compreender também que a internacionalização do cluster e dos seus membros não é uma atividade isolada, ela deve ser entendida como uma componente chave de muitas outras atividades importantes onde se incluem, por exemplo, a inovação, a comercialização, o desenvolvimento de competências, a promoção da exportação e a atração de investimento direto estrangeiro. Com efeito, as estruturas de clusters, os seus membros e suas atividades devem formar a base para o desenvolvimento de políticas e o estabelecimento de metas partilhadas e resultados a esse nível. Apesar de ser importante, como se deixou transparecer nesta secção, conhecer e mapear a informação sobre a natureza e a quantidade de serviços de apoio para as empresas que querem internacionalizar-se, não menos importante é ter informação sobre a eficácia dos serviços de apoio fornecidos. A esse respeito, sabe-se que a eficácia dos serviços de apoio vai depender de vários fatores, designadamente da qualidade do fornecedor de serviço, da forma como o serviço é providenciado e do tipo de serviço. 23 Ahvenharju, S., M. Syrjanen and M. Hjelt (2006), International R&D in High-Growth SMEs – Implications to innovation policy, Helsinki, Gaia Group OY 34 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Considerando que as PME como grupo são muito heterogéneas e que as suas necessidades em termos de serviços de apoio diferem bastante, de acordo com a sua dimensão, setor, idade, nacionalidade, entre outros fatores, é expectável que a eficácia dos serviços de apoio seja também diferenciada dentro das PME, dependendo naturalmente das suas condições e necessidades. Os autores do estudo “Opportunities for the Internationalization of European SMEs” (2011) conduziram uma metaanálise sobre ‘eficácia’ com base na avaliação de oito serviços de apoio à internacionalização, concluindo que os impactos positivos mais elevados surgem de serviços que combinam aspetos de aconselhamento sobre a conceção de planos e estratégias de internacionalização, fornecimento de informação sobre mercados e apoio no estabelecimento de contactos empresariais nos países alvo. O fator ‘construção de capacidades’ nos serviços de apoio parece ser o principal responsável pelos efeitos positivos desses serviços, que se manifestam essencialmente no número dos seus clientes de exportação, nas exportações e no volume de negócios. Com efeito, pode afirmar-se que as competências internacionais, em particular, devem ser objeto de treino/formação, atendendo a que a curva de aprendizagem e a estratégia de internacionalização da empresa são muito importantes. Evidências empíricas mostram ainda que os serviços disponíveis de apoio à internacionalização das empresas são reconhecidos como importantes essencialmente nas primeiras fases do processo de internacionalização. Para as fases mais avançadas do processo de internacionalização são os investidores de risco (venture capitalists) e os consultores internacionais a operar nos mercados alvo que são considerados como mais importantes. Outro dado importante é o de que o impacto de um determinado serviço vai depender largamente das características e necessidades das empresas que fazem uso dele, ou seja, empresas no sector X com um mercado alvo Y enfrentam barreiras à internacionalização diferentes de outras empresas com características distintas. Além disso, o impacto potencial dos serviços em empresas que estão a iniciar o processo de internacionalização ou em empresas mais experientes desse ponto de vista será também diferente. Portanto, comparações não poderão ser facilmente estabelecidas nesta matéria. Nestas circunstâncias e idealmente tem vindo a defender-se no contexto das políticas nacionais e europeias que os recursos provenientes de programas de apoio à internacionalização deverão ser alocados às empresas que estão em melhores condições para gerar retornos significativos com esses apoios. A par das preocupações mais centradas no apoio à internacionalização dos membros da rede, individualmente ou coletivamente, é essencial que as redes e clusters e suas estruturas de facilitação-gestão criem relações mais fortes com outros clusters que ofereçam forças complementares. Ou seja, à medida que as empresas internacionalizam as suas atividades é importante que também se internacionalizem as iniciativas de clusters e as estruturas de rede que os suportam. A secção seguinte discute a importância da internacionalização das iniciativas de clusters e justifica a existência da cooperação interclusters - ao nível das empresas, também como reforço da excelência dos clusters e suas estruturas de gestão e principalmente como forma de melhorar a capacidade de inovação e a transformação da economia. 35 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 2.4.5 Promover a cooperação transnacional do cluster e a internacionalização das iniciativas de cluster: ‘abertura’ dos processos de inovação Tendo em conta o reconhecimento generalizado dos clusters como um instrumento privilegiado para promover a inovação, a competitividade e o crescimento e desenvolvimento da economia regional, assiste-se a uma intensificação crescente da cooperação entre clusters dos estados membros da União Europeia, muito alavancada em esforços de internacionalização que, por sua vez, irão acelerar o ritmo de desenvolvimento dos clusters na europa. A Comissão Europeia está a abraçar um conjunto de iniciativas centradas no desenvolvimento dos clusters e na política de clusters como um dos principais motores para a melhoria da competitividade e da inovação, promovendo a construção de ligações transnacionais com outros clusters e redes na europa e no mundo. Isto porque, no quadro da política europeia é defendido que os clusters não devem basear-se apenas nas vantagens naturais da aglomeração de atividades económicas territorialmente confinadas, para atrair talentos e outros atributos importantes, como forma de promover a inovação e competitividade individual dos clusters. Defende-se que algumas das fragilidades que caracterizam os clusters europeus, face a outros clusters mais consolidados e competitivos (e.g. nos Estados Unidos da América) podem ser minimizadas ou ultrapassadas através do fortalecimento de ligações com outros clusters que oferecem outros recursos e atributos complementares, promovendo o surgimento de sinergias entre os diferentes tipos de clusters. As alterações a que assistimos no panorama económico global atribuem também às relações entre os clusters uma importância acrescida. Como foi dito no ponto anterior, a par dos esforços de internacionalização das empresas é importante que as próprias estruturas de facilitação-gestão dos clusters que as apoiam se internacionalizem também. De sublinhar, mais uma vez, que apesar das empresas e também as estruturas de facilitação-gestão competirem umas com as outras, em particular aquelas associadas aos mesmos setores de atividade, há várias e boas razões para que intensifiquem de forma equilibrada e em simultâneo a cooperação e a competição. A excelência dos clusters e das estruturas de facilitação pode ser impulsionada, em parte, pela cooperação transnacional dos clusters a nível empresarial. De acordo com a comunicação “Towards Worlds Class Clusters” (2008) a abertura, por parte das empresas europeias, à cooperação com centros de conhecimento de excelência, dentro e fora da europa, é um pré-requisito essencial para o surgimento e crescimento de clusters de craveira mundial - ‘world-class clusters’- na União Europeia. A mesma abertura é necessária, como foi dito antes, para manter e aumentar a competitividade das empresas num ambiente cada vez mais globalizado. A comunicação sublinha, ainda, que a cooperação dos clusters é um fator crítico de sucesso na implementação das agendas de investigação estratégica desenvolvidas ao nível das plataformas tecnológicas europeias (‘European Technology Platforms’). É importante sublinhar a respeito da cooperação internacional dos clusters e tomando como referência as conclusões de um dos deliverables do projeto TACTICS - The Cluster Internationalization Handbook, que a cooperação transnacional deve ser construída na confiança entre os diferentes atores, sendo que este aspeto geralmente leva tempo a desenvolver. Com efeito, a cooperação transnacional funciona melhor se as iniciativas tiverem uma orientação prática, com objetivos muito bem definidos e se houver complementaridades em termos de áreas temáticas (com competências complementares). A condução dessas iniciativas deverá ser precedida por uma análise estratégica e planeamento. Tais iniciativas podem assumir a forma de trocas de conhecimento, informação especializada qualificada sobre mercados e pessoal especializado, de acesso partilhado a instalações de investigação e ensaio, e de desenvolvimento de serviços novos e melhorados para as empresas dos clusters, que irão concorrer para a criação de um espaço comum europeu da investigação e da inovação - esta é aliás uma condição para a emergência de clusters designados de craveira mundial. 36 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 O trabalho das estruturas de facilitação é, neste contexto, cada vez mais valorizado e essencial para intensificar o networking e parcerias internacionais (onde se incluem intercâmbios e esquemas de mobilidade do staff entre organizações de clusters, especialmente aquelas pertencentes a setores complementares), as quais podem contribuir para a renovação e emergência de novas atividades económicas. As estruturas de facilitação-gestão podem ser usadas como plataformas para os processos de inovação aberta e novas interações, acedendo a outras fontes de conhecimento, envolvendo novos parceiros e expandindo a colaboração nacional e internacional. As organizações de clusters têm condições privilegiadas para atuarem como facilitadores dos processos e atividades de inovação, reunindo vários tipos de inovadores, empresas e organizações de investigação mas também os utilizadores (consumidores, empresários e utilizadores públicos), ajudando-os a entrar cedo no processo de inovação a fim de descobrir novas possibilidades. Por outro lado o processo de internacionalização pode apoiar iniciativas de clusters “para promover a internacionalização e a cooperação transnacional dos clusters e encorajar a sua participação em projetos internacionais”. A lógica para uma política de apoio à internacionalização dos clusters é o “fortalecimento das ligações entre os ‘nós’ internacionais de conhecimento e inovação” e dessa forma aumentar o nível de participação das PME em projetos de inovação colaborativos. Também por isso, a cooperação interclusters é mencionada de forma generalizada como um meio para aumentar a capacidade de inovação. É assumido que a colaboração interclusters (entre clusters e entre empresas) pode promover produtos inovadores. Na prática, a internacionalização dos clusters pode ser encarada como um contínuo processo de melhoria, que obedece a um conjunto estruturado de passos já identificados. Na verdade, os instrumentos mais populares usados pela Comissão Europeia para apoiar os clusters são a facilitação do networking e a apresentação e disseminação de informação e de exemplos de boas práticas (para além do apoio à inovação conjunta e I&D). Neste sentido, o trabalho do projeto TACTICs sobre ‘internacionalização dos clusters’ produziu recomendações para ação futura no que respeita à internacionalização, apontando as estruturas de facilitação-gestão e os gestores dos clusters como um dos principais ‘clientes’ destes outputs. Os gestores dos clusters e as estruturas de facilitação-gestão dos clusters têm disponível um Handbook para a internacionalização que poderão usar como guia orientador em benefício dos seus membros, especialmente as PME. O Handbook fornece um guia prático para a internacionalização do cluster, ilustrado com ferramentas e casos práticos, começando por explorar o “porquê?” para a internacionalização e prosseguindo com o “como?” internacionalizar, através dos 10 passos para a internacionalização “ten steps of the Internationalisation Journey”. Esta ‘viagem’ representada na figura 3, abaixo, começa com um olhar para dentro do cluster (‘local’) e termina com uma visão voltada para fora do cluster (‘global’). Figura 3: “Internationalisation Cluster Cooperation: The Journey” Fonte: importado de http://www.mmutactics.co.uk/10-steps 37 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 O diagrama apresenta uma visão relativamente simples da internacionalização do cluster em 10 passos. Importa sublinhar que a internacionalização do cluster é um processo mais iterativo que implica recuos frequentes e o revisitar e melhorar de atividades levadas a cabo em passos anteriores. Para a maioria das organizações de clusters esta ‘viagem’ não se faz de um ‘pulo’, em vez disso são realizadas atividades piloto de internacionalização num ou dois países ou regiões ou a atenção é centrada num subcluster de empresas. Todos os passos identificados representam globalmente um contributo importante para ultrapassar os constrangimentos inerentes aos baixos recursos que a maioria das PME enfrentam para trabalhar estrategicamente com parceiros internacionais. Cada uma das etapas fornece soluções particulares para preocupações distintas, tal como sugerem os exemplos importados do guia (Handbook) para a internacionalização: “Falta de informação estruturada sobre necessidades de internacionalização e sobre parceiros potenciais para os clusters e estruturas de facilitação – passos 1, 3 & 6”; “Falta de oportunidades estruturadas para atender e desenvolver relações com potenciais parceiros internacionais – passo 6”; “Falta de esquemas de mobilidade feitos à medida entre os stakeholders dos clusters (particularmente SME) – ‘utilizar financiamento’ “; “Falta de infraestruturas virtuais (e reais) para atividades colaborativas – passo 6”; “Falta de mecanismos de financiamento adequados para atividades de internacionalização (em particular as PME e, particularmente, para a construção de confiança de longo-prazo e atividades de ‘planeamento de negócios’) – ‘utilizar financiamento’ “; “Muito pouca coordenação entre as redes internacionais existentes de clusters / organizações de clusters/ ambiente de inovação (não apenas ao nível dos clusters, mas também ao nível das políticas regionais/ nacionais) – passos 3, 6 & 10”; “Muito pouca coordenação entre metas de internacionalização em diferentes campos de política – passos 1 & 4”. O financiamento público das atividades dos clusters e em particular a necessidade de soluções de financiamento de longo-prazo é um tópico muito valorizado em todas as regiões, países, organizações de clusters, sobressaindo também no fluxograma acima representado, sobre a cooperação internacional dos clusters e das iniciativas de clusters. A este respeito verifica-se que uma maior interação entre diferentes níveis de governação, um maior cruzamento e integração entre áreas de política e formulação de políticas começam a ser pré-requisitos importantes para o uso de todo o sistema de inovação no apoio ao desenvolvimento dos clusters. Dada a contínua importância dos clusters como instrumentos de política e o surgimento de novos programas de clusters, as ações de política devem focar-se no fortalecimento das iniciativas de clusters e seu ambiente empresarial, incluindo aspetos como o aumento da participação das PME, o aumento da colaboração entre a ciência e as iniciativas de clusters, a avaliação da performance dos clusters (ao nível da gestão e dos fatores económicos) e a concentração de esforços na atração de talentos, no desenvolvimento de competências e na visibilidade das potencialidades individuais e capacidades de desempenho do cluster. O trabalho das estruturas de facilitação-gestão ao nível da visibilidade do cluster, onde se inclui aspetos relativos ao marketing e branding, surge como um requisito essencial para promover a abertura dos clusters aos institutos de investigação e todos os outros parceiros internacionais, pelo que será enfatizado e discutido com maior detalhe na próxima secção. 38 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 2.4.6 Promover a visibilidade do cluster Vários estudos e investigações têm dedicado atenção aos aspetos do marketing e branding do cluster sublinhando a forte relação que existe entre o desenvolvimento destes processos e a melhoria da competitividade do cluster. Uma das preocupações tem sido perceber de que forma é que o prestígio e a visibilidade do cluster criam valor e como podem os seus atores tirar proveito disso para inovarem nos vários domínios. Para o presente estudo é importante clarificar porquê e como pode este tipo de intervenção servir os propósitos de internacionalização das estruturas de facilitação-gestão. Isto porque, se as estruturas de facilitação criarem uma compreensão comum e mais informada de como pode a visibilidade do cluster ser utilizada pelos diferentes stakeholders, mais facilmente poderão identificar incentivos de apoio aos diferentes membros da rede no trabalho de construção de uma marca de cluster forte. Ou seja, estarão em melhores condições para identificar os aspetos e argumentos que devem ser valorizados no sentido de encorajar os vários agentes interessados a apoiar uma marca identitária do cluster. Existe uma relação íntima entre os conceitos de ‘cluster marketing’ e ‘cluster branding’ que vale a pena clarificar. A primeira designação refere-se à venda de produtos, serviços, recursos e outros atributos importantes do cluster de uma forma mais eficiente. A segunda designação refere-se à melhoria da credibilidade e da imagem do cluster na sua globalidade. As redes empresariais e clusters que procurem a visibilidade internacional, a promoção da internacionalização e exportação, a atração de investimentos, talento e clientes, fazem bem se perseguirem processos estratégicos de gestão de marca e marketing do cluster. Há empresas especializadas que fornecem apoio específico na condução destes processos de ‘clusterbrands’, mas também na realização de auditorias e na própria formação das estruturas de facilitação-gestão dos clusters neste âmbito. A visibilidade dos clusters e das estruturas de facilitação-gestão contribui objetivamente para o reconhecimento do local e da região onde eles operam, e consequentemente pode ajudar as empresas a exportarem os seus produtos e serviços. Há vários exemplos de PME que perspetivando a cooperação com entidades externas e a venda dos seus produtos no exterior sentem necessidade de provar a sua legitimidade de diversas formas para serem aceites e isso traduz-se frequentemente em custos (e.g. certificações ISO e marketing de custos elevados) difíceis de suportar para empresas de pequena dimensão. Muitas vezes, a credibilidade e visibilidade do cluster ou da rede a que uma empresa pertence funciona como uma espécie de ‘garantia’ de que ela cumpre certo tipo de requisitos mínimos de desempenho que asseguram a sua integração neste tipo de estrutura. Nestas circunstâncias, a empresa vê os custos associados à sua legitimação (no exterior) reduzidos. A visibilidade do cluster pode ainda ajudar de forma mais direta e eficaz o esforço de internacionalização das empresas, facilitando o estabelecimento de parcerias e acordos de colaboração com entidades externas. Por sua vez, empresas mais internacionalizadas ajudarão a que o ‘ecossistema cluster’ se torne ainda mais atrativo para os investidores e para as instituições ligadas à ciência e tecnologia. O estudo intitulado “Cluster Branding and Marketing - a Handbook on Cluster Brand Management”, realizado pela empresa Sueca ‘Tendensor’, ligada à consultoria estratégica em imagem de marca e inovação, ilustra bem como é que as estruturas de facilitação-gestão das redes e clusters e os seus stakeholders podem usar a construção de uma marca e o marketing estratégico para seu benefício (individual e coletivo) e como é que estas atividades são parte integrante do desenvolvimento do cluster. 39 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 O estudo está ancorado na análise de experiências e casos práticos emblemáticos de organizações que usaram a construção de uma marca e o marketing estratégico em diferentes fases do ciclo de vida do cluster. Mostra como maximizaram o valor desses processos para as empresas do cluster, como facilitaram esforços de cobranding e como pode o cluster beneficiar e usar a imagem de marca da sua região e país. Uma das primeiras conclusões que emergem do estudo é de que clusters diferentes, do ponto de vista da sua dimensão e do seu grau de desenvolvimento e maturação (numa perspetiva de posicionamento no ciclo de vida do cluster), revelam necessidades também elas diferentes em termos de estratégias de gestão da marca e de marketing do cluster. Apesar de não haver consenso na literatura sobre como se desenvolvem os clusters ao longo do tempo, sugerindo que os modelos do ciclo de vida dos clusters (e.g. ‘embrionários’, ‘estabelecidos’, ‘maduros’, ‘em declínio’) são representações simplistas, é possível apontar, em traços gerais, diferentes tipos de intervenção para clusters mais ou menos desenvolvidos. A figura 4 abaixo sistematiza o tipo de intervenções estratégicas que genericamente poderão ser equacionadas pelas estruturas de facilitação-gestão no apoio, quer a clusters com um nível baixo de desenvolvimento ou em declínio, quer a clusters com um nível elevado de desenvolvimento e maturação. Figura 4 - Diferentes necessidades de branding e marketing e foco em diferentes fases do ciclo de vida Necessidades e recomendações de ‘branding’ e ‘marketing’ Clusters embrionários/ em declínio Clusters maduros/ estabelecidos ‘VISIBILITY AND IDENTIFICATION’ ‘ATTRACTIVENESS AND DIFFERENTIATION’ Dar-se a conhecer não só internamente, entre os seus stakeholders, mas também externamente, junto de grupos estratégicos e potenciais colaboradores e parceiros. Criar condições para aumentar a identificação dos seus membros com o cluster A visibilidade e identificação com o cluster continuam a ser importantes, mas agora orientadas para a promoção da atratividade do cluster e para o desenvolvimento das suas características diferenciadoras, a fim de conseguir um posicionamento estratégico coerente ‘PLACE-BASED’ ‘VIRTUAL’ Ligar os seus esforços ao nível do branding com a sua envolvente geográfica a um nível mais elevado O cluster pode enfraquecer/perder ligações com a sua envolvente local, à medida que desenvolve uma marca própria independente ‘CLUSTER-FOCUS’ ‘CLUSTER-ACTOR FOCUS’ Mostrar os benefícios do cluster e da estrutura de facilitação-gestão do cluster quer para os stakeholders do cluster quer para grupos alvo externos Enfatizar atores individuais do cluster, inovações e soluções de forma mais abrangente, mas no quadro do prestígio/ reputação estabelecida ‘PROJECT-ORIENTED’ ‘BUSINESS-ORIENTED’ Lançar e comunicar diferentes projetos de desenvolvimento para mostrar (showcase) os benefícios dos clusters, estabelecer ligações entre os atores do cluster, e criar um sentido de identidade entre eles Foco mais alargado no sentido de propiciar e comunicar plataformas ‘neutras’ e redes orientadas para a condução de negócios em colaboração ‘PUSH’ ‘PULL’ Adotar uma estratégia de marketing-“push”, alcançando de forma proativa grupos-alvo, por exemplo, participando em feiras internacionais Foco numa estratégia de marketing-“pull”, concentrando-se em cuidar de grupos-alvo que são atraídos para o cluster, e.g. lidar com “incoming delegations and catering” para investidores Fonte: importado de “Cluster Branding and Marketing- a Handbook on Cluster Brand Management ”, Tendensor (2012) 40 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Estas são recomendações que, apesar de muito genéricas, servirão de guia de orientação para as estruturas de facilitação-gestão que queiram trabalhar processos ligados à marca e marketing da rede ou do cluster. O mesmo estudo, acima referenciado, sistematiza algumas das mais inovadoras e interessantes ferramentas e atividades que ajudam a trabalhar o marketing e marca do cluster e que podem servir de inspiração para as estruturas facilitadoras e seus membros. As estruturas de rede não deverão olhar para estes instrumentos como substitutos de outros canais tradicionais e não-tradicionais de comunicação e promoção de que já fazem uso, e que provavelmente estão a funcionar bem, como sejam: newsletters, sítios web, plataformas virtuais, organização de eventos e conferências, participação em feiras, organização de delegações empresariais dentro e fora, publicidade, etc.. Os instrumentos selecionados e apresentados neste documento são complementares e servem apenas de exemplo de como, a este nível, há espaço para fazer-se diferente e ser-se bem-sucedido, designadamente na promoção da internacionalização do cluster e seus membros. Neste contexto, alguns exemplos de boas práticas são os seguintes: Ambassador networks Storytelling High-profile events Trainee programmes Social media Brokerage events e business roaming agreements PR and media relations Há um conjunto de benefícios gerais que podem advir da adoção dos processos e boas práticas referidas, entre eles: fomentar o prestígio/reconhecimento (e.g. o cluster aumenta o prestígio do local/região onde opera e a probabilidade de um comprador consultar fornecedores e vendedores aí sediados); diminuir o risco (o prestígio do cluster pode funcionar como substituto do prestígio corporativo e apoiar a internacionalização de várias formas, bem como atuar como uma garantia de qualidade e credibilidade); reduzir a complexidade (uma imagem sólida e clara do cluster, pode torná-lo mais ‘acessível’ e ‘inteligível’ para o exterior); imprimir ‘direção’ para o desenvolvimento do cluster (uma imagem clara do cluster pode ajudar a mobilizar os diferentes atores e fornecer a energia e o foco necessários para o seu desenvolvimento); funcionar como uma ferramenta de gestão (a definição da imagem identitária do cluster facilitará a tomada de decisão ao nível da estrutura de rede e dos seus membros); reforçar a identificação (uma imagem de marca sonante e atrativa ajudará os diferentes atores a identificarem-se mais fortemente com o cluster e a estreitarem as suas próprias relações); criar ‘orgulho cívico’ (um cluster de prestígio pode promover a autoconfiança e o orgulho local/regional em torno dos seus valores e iniciativas). Adotando uma perspetiva mais funcional e direcionada para os diferentes stakeholders do cluster, em relação aos benefícios da credibilidade e do prestígio do cluster, é possível constatar que diferentes atores podem ter benefícios também diferentes. Alguns dos benefícios mais importantes são sistematizados na figura 5 apresentada na página seguinte. 41 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Figura 5 - Benefícios funcionais mais importantes para cada tipo de ator do cluster Tipo de ator do cluster PME Três benefícios principais Atração de talento Atração de investimento Promoção da exportação e internacionalização Grandes empresas Atração de talento Expressing CSR Lobbying/opinion forming Agências de promoção do investimento Atração de investimento Atração de talento Promoção da exportação e internacionalização Setor público Lobbying/opinion forming Atração de investimento Atração de talento Academia Lobbying/opinion forming Atração de talento Internacionalização Fonte: importado de “Cluster Branding and Marketing- a Handbook on Cluster Brand Management ”, Tendensor (2012) Para aproveitar plenamente os benefícios dos clusters nesta vertente ligada à visibilidade do cluster e em todas as outras dimensões que foram sendo discutidas ao longo do presente capítulo, a UE tem aqui naturalmente um papel importante a desempenhar, designadamente intensificando o seu apoio aos Estados-Membros e às regiões para promover a excelência a todos os níveis e fomentar a cooperação em toda a UE, tendo em vista a emergência de mais clusters de craveira mundial. Neste sentido, tem sido feito um apelo às estruturas de facilitação-gestão no sentido de adotarem um comportamento e uma forma de gestão aberta e flexível e de melhorarem permanentemente os seus serviços de apoio, designadamente para uma melhor integração de PME inovadoras nos clusters. Em jeito de síntese e de acordo com as grandes tendências centradas no fortalecimento contínuo das iniciativas de clusters, a visibilidade internacional das estruturas de facilitação-gestão deve ser uma meta comum para todas as iniciativas de clusters. O marketing e o branding devem ser trabalhados ativamente no sentido de estabelecer uma estratégia de internacionalização de sucesso. Da mesma forma, as regiões devem trabalhar mais ativamente a marca, com os seus perfis de clusters e organizações de clusters, em particular via ‘the European Cluster Collaboration Platform’. 42 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 3. – UMA SELEÇÃO DE CASOS DE ESTUDO (DIFERENTES CONTEXTOS – DIFERENTES ABORDAGENS - OBJETIVOS COMUNS) Notas metodológicas sobre os “casos de estudo” Formulado o quadro teórico, quer-se agora desenvolver uma componente mais prática do trabalho através da apresentação e descrição de casos de estudo ilustrativos do desenho e implementação de estratégias e práticas de internacionalização em contextos de rede, com impacto na competitividade e sustentabilidade do cluster. Esta parte do trabalho, inteiramente dedicada ao estudo empírico, de carácter mais qualitativo, de redes de cooperação internacionais é particularmente importante para o cumprimento dos objetivos deste trabalho. A sua concretização implicou a realização de pesquisas alargadas a redes e clusters internacionais, maioritariamente na área das TIC, e a seleção de um conjunto de práticas de sucesso de internacionalização. Desta forma foi possível construir uma perspetiva, sustentada em exemplos concretos, sobre alguns dos aspetos mais importantes a considerar no desenvolvimento de processos de internacionalização assentes numa abordagem de rede. A construção do quadro empírico de referenciação de boas práticas de cooperação e internacionalização envolveu dois momentos principais de pesquisa e análise: 1. Num primeiro momento procedeu-se ao mapeamento de um número o mais alargado possível de casos de estudo com potencial interesse para o trabalho e sua avaliação preliminar – cerca de 70 casos identificados, dos quais foram pré-selecionados 30 (ver anexo 2). Seguiu-se a escolha de 20 desses casos considerados de maior interesse no contexto da Inova-Ria, pelas suas características e iniciativas concretas no domínio da promoção da internacionalização. Este momento culminou com a caracterização geral de cada um dos 20 casos selecionados, materializada em fichas de análise individuais (que constam do anexo 3), de acordo com um conjunto de variáveis de caracterização (que constam do anexo 1) das estruturas de facilitação-gestão dos clusters previamente identificado. Esta caracterização foi realizada com recurso a: i) pesquisas aos sítios web de cada uma das entidades selecionadas, ii) pesquisas no portal CORDIS e contacto com o respetivo help-desk numa tentativa de recolha de informação sobre a dinâmica de participação das entidades em projetos financiados pela CE, iii) análise de documentação acessível sobre os casos e iv) sempre que possível, a consulta direta às entidades selecionadas para obtenção de informação complementar (todas elas contactadas telefonicamente e por mail, convidando à colaboração para validação e qualificação de informação recolhida). 2. Num segundo momento procurou-se fazer uma avaliação mais criteriosa dos casos, validada pela Inova-Ria, no sentido de selecionar um número mais reduzido de casos de referência para análise mais detalhada (2º e 3º campos da tabela apresentado no anexo 1). Os principais critérios que presidiram à escolha dos casos a estudar foram: a localização (procurar assegurar alguma abrangência e diversidade geográfica); tipo de atividade dos elementos da rede; nível de maturidade da rede; grau de internacionalização das empresas constituintes da rede, entre outros. Dada a diversidade e especificidade dos casos analisados procurou-se criar uma estrutura comum de modo a conferir coerência à análise realizada e a facilitar a sua leitura interpretativa. Este segundo momento culminou com a caracterização detalhada de cinco casos de estudo, considerados pela equipa / Inova-Ria exemplos de sucesso no desenvolvimento de dinâmicas e projetos de internacionalização das empresas do cluster. 43 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 O aprofundamento da análise destes casos pressupôs a realização de um conjunto de contactos com as entidades representativas dos clusters no sentido de validar e completar a caracterização inicial e descrever iniciativas e esforços de internacionalização por elas desenvolvidos (motivações e estratégia, instrumentos e liderança, barreiras, resultados alcançados) e iniciativas notáveis nesse contexto (caracterização e aspetos distintivos, participantes, resultados e aprendizagens mobilizáveis). Estes 5 casos são assim descritos nos pontos seguintes deste capítulo. 44 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 CASO1: CITi - Cape IT Initiative, Western Cape, Africa do Sul Perfil da Estrutura de Facilitação-Gestão do Cluster Idade A Cape IT initiative (CITi) é uma iniciativa criada e formalmente estabelecida em 1998. Estatuto legal / macro enquadramento Organização não-governamental sem fins lucrativos a CITi foi criada com os seguintes objetivos fundamentais: Agregar os atores relevantes sul-africanos a operar no domínio das TIC (empresas/industria, academia, administração publica); Fazer crescer a trabalhar as fragilidades e aspetos condicionadores do desenvolvimento sustentado, empreendedor e globalmente competitivo da indústria TIC sul-africana; Promover a apropriação das TIC pelos diferentes agentes económicos e sociais (desenvolvimento transversal da Sociedade de Informação). 24 Área tecnológica dominante e grau de especialização Cluster focado no sector das TIC em geral (i.e. sem uma orientação específica para subdomínios tecnológicos particulares, destacando-se contudo grandes domínios como produção de software/programação/design, consultoria IT e serviços - por oposição ao domínio de desenvolvimento de hardware) que atua quer aos níveis do desenvolvimento tecnológico e crescimento empresarial associado, quer ao nível da promoção da formação em competências/literacia digital. Em 2010 tornou-se um objetivo explícito da CITi a capacidade de envolvimento dos principais setores económicos com utilização intensiva de TICs ("technology-enabled sectors") - p. ex. serviços financeiros, retalho, logística, turismo, administração pública - considerados os evidentes impactos negativos das práticas dos agentes destes setores no offshoring das suas necessidades relacionadas com economia digital sobre o desenvolvimento e crescimento da indústria TIC local. Natureza do cluster: forças motrizes / influenciadores de agenda 25 A definição da agenda de iniciativas e projetos dinamizados pela CITi é determinada de acordo com a auscultação dinâmica da evolução de necessidades e ambições de desenvolvimento da indústria TIC sul-africana - contexto no qual a academia e atores doutras tipologias não empresariais são envolvidos numa perspetiva de qualificação e suporte, mas não de definição da agenda de prioridades. 26 Composição da rede A composição do cluster dinamizado pela CITi agrega as tipologias de atores tidas como fundamentais para a prossecução de uma abordagem integrada dos objetivos a que a organização se propõe: A indústria (caracterizada pela predominância de PME); Entidades de representação sectorial e sociedade civil ; Academia - ensino/formação e I&D; Agências públicas e entidades governamentais regionais; Financiamento (venture capital). 24 Tecnologias / campos de aplicação específicos versus leque amplo de aplicações dentro da área tecnológica enquadradora Equilíbrio industria vs academia) Tipologias dos membros – Industria (PME vs não PME), SCT/SEF, Admin./Gov.; dinâmica de participação dos membros, dinâmica de crescimento. 25 26 45 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Embora a investigação produzida não tenha permitido chegar a dados quantitativos consolidados sobre a dinâmica de crescimento do cluster e sobre a dinâmica de envolvimento dos seus membros, todas as pistas apontam para que se esteja perante um caso de sucesso em ambas as dimensões. Dados de 2012 (http://www.kooperation-international.de/clusterportal/cluster-kapstadt.html) apontavam para uma taxa de crescimento anual do setor na ordem dos 8,5%, sendo que a iniciativa CITi é apontada como um agente relevante no alcance dessa performance e, desse modo, torna-se razoável deduzir que tal performance não se consiga sem que o cluster apresente uma dinâmica de crescimento pelo menos equivalente ao longo dos 16 anos de existência. Dispersão geográfica dos membros Com sede na Cidade do Cabo, a iniciativa CITi dinamiza um cluster que se pode razoavelmente admitir como geograficamente concentrado na "região" estruturada pela Cidade do Cabo - Western Cape, onde se concentra grande parte do tecido empresarial nacional a atuar no sector das TIC - dados de 2012 apontavam para cerca de 1500 empresas TIC, bem como os setores mais intensivamente utilizadores das mesmas. Membros provenientes de países estrangeiros Apesar de atrair parceiros estrangeiros para projetos dos quais a CITi é parceira – por exemplo, Silicon Cape Initiative os membros da CITi são, segundo foi possível apurar, dominantemente nacionais. Natureza da cooperação entre os membros da rede e papel da entidade de gestão Da análise dos projetos e iniciativas empreendidas pela CITi deduz-se sem dificuldade da existência de esforços objetivos da estrutura de facilitação-gestão da CITi para a construção de uma noção forte de coletivo (de agentes coopetidores) e para o desenvolvimento contínuo de um contexto fértil à inovação em rede / capacidade de cooperação entre os membros do cluster numa lógica de multiple-helix (industria-academia-governo-financiamento). Gestão do cluster e aspetos de governança da estrutura de facilitação-gestão 27 Tipologia e mecanismos de governança da rede O trabalho operacional de implementação e coordenação de iniciativas e projetos é assegurado pela estrutura de facilitação-gestão da CITi. A definição da estratégia de dinamização e desenvolvimento do cluster parece resultar de um modelo combinado de abordagens top-down e bottom-up: por um lado temos a estrutura de direção ("Board of Directors") da CITi decisiva na garantia de legitimação institucional/politica, liderança, visão e acompanhamento da estratégia de desenvolvimento do cluster, por outro lado temos os agentes membros do cluster, que através das suas interações enquadradas em projetos e iniciativas informam, sugerem e influenciam a definição da estratégia e iniciativas. Vale a pena sublinhar neste ponto a diversidade de atores agregados pelo Board of Directors da CITi, que num total de 12 elementos agrega stakeholders industriais e não-industriais, entre os quais: o Provincial Government of Western Cape, a City of Cape Town, o Black IT Forum, a Coalition for Higher Education Consortium, agentes de venture capital e representantes do sector TIC da região de Western Cape. 27 Definição de funções e responsabilidades da CO; grau de envolvimento dos membros participantes no processo de tomada de decisão 46 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Perfil da equipa da estrutura de facilitação-gestão do cluster A estrutura de gestão-facilitação do cluster tem vindo a evoluir ao longo dos 16 anos de existência. Com o desenvolvimento de algumas iniciativas notáveis que se "autonomizaram", também a estrutura humana de apoio evoluiu para o que parecem ser várias equipas semiautónomas. Dentro do que foi possível apurar pela investigação produzida parecem tratar-se de equipas que, apesar de envolverem alguns elementos ligados à indústria TIC, asseguram sobretudo competências ao nível de domínios complementares e relevantes para a prossecução da missão e objetivos da CITi - gestão de projetos, desenvolvimento de negócio e estratégia, networking e cooperação, formação, entre outras. 28 Número de associados internacionalizados A investigação produzida foi inconclusiva no que respeita a uma quantificação da parcela de membros do cluster que já se encontram internacionalizados. Admite-se contudo que esta proporção não seja significativa, muito embora tenha vindo a aumentar desde 1998, já que por um lado essa é uma preocupação central de uma das iniciativas mais bemsucedidas da CITi - o The Barn (“The Barn helps create successful global businesses from the region’s science, technology, design and social innovation”), com 13 anos de existência - e, por outro lado, não são escassas as referencias à crescente atenção internacional dada ao potencial de crescimento do sector TIC de Cape Town - Western Cape, por exemplo Google - projeto Umbono. Estratégia de desenvolvimento do cluster 29 Como mencionado, a CITi constitui-se como uma agência de networking e clusterização dos agentes da região de Western Cape implicados na indústria TIC - industria produtora de serviços e soluções, industrias intensivamente utilizadoras de TICs enquanto tecnologias facilitadoras, academia (ensino e I&D), investidores e governo. Procura assim agregar pessoas, ideias e capital para fazer crescer a indústria TIC e promover a Cidade do Cabo como um «global IT hub» e porta de entrada no mercado africano. Define como prioridades temáticas estratégicas: O desenvolvimento de competências em TIC e qualificação especializada da mão-de-obra desempregada para o seu redirecionamento para nichos com carência crítica de recursos humanos (iniciativa CapaCITi); Empreendorismo e desenvolvimento empresarial (iniciativa TheBarn); I&D colaborativo com a academia; Crescimento do mercado e promoção de novas áreas de negócio; Networking, informação & marketing. Financiamento da estrutura de gestão-facilitação do cluster Repartição das fontes de financiamento Embora a investigação deste caso de estudo não tenha alcançado dados objetivos sobre o modelo de financiamento da estrutura da CITi, as pistas recolhidas apontam para um modelo em que se combina uma parcela de financiamento publico (que não se estima significativa), com receitas próprias geradas na prestação dos vários serviços que presta em termos de formação, networking & eventos, apoio à incubação de negócios. Não foi possível averiguar sobre a existência da figura de "associados" da CITi (enquanto pessoa legal com o estatuto de ONG) e do eventual modelo de quotização respetivo. 28 29 Com experiência de trabalho com parceiros internacionais Prioridades temáticas e geográficas 47 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Sustentabilidade financeira Mantendo a mesma nota do ponto anterior sobre o alcance de dados objetivos, admite-se que a iniciativa CITi mantem um modelo de financiamento que lhe garante sustentabilidade financeira na direta medida da utilidade dos serviços que oferece à comunidade e, consequentemente, da capacidade em gerar receitas na prestação desses serviços. Serviços e iniciativas-chave da estrutura de gestão-facilitação do cluster Serviços oferecidos aos membros/participantes no cluster Como já aludido, são diversos os serviços de apoio aos agentes implicados no cluster desenvolvidos pela estrutura de facilitação-gestão da CITi, sendo que de uma análise global vale desde logo a pena salientar a sua coerência com as prioridades estratégicas do cluster em promover, fazer crescer (posicionamento global) e (capacitar para) transformar a indústria TIC de Western Cape. Estruturados segundo "initiatives" e "projects", uns com mais sucesso, estruturação e autossustentabilidade e outros mais pontuais, a família de serviços prestados situa-se nos seguintes domínios de trabalho: Desenvolvimento do capital humano, incluindo fóruns de discussão multiator, programas de formação especializada (fast-track IT skills), serviços de recrutamento e dinamização do mercado de trabalho TIC; Market intelligence e desenvolvimento de mercado, promoção coletiva do cluster CITi e apoio ao desenvolvimento de negócio; I&D e Inovação; Incubação e crescimento empresarial; Envolvimento com a sociedade (open innovation), promoção do empreendorismo em TIC ("promote software development as a craft and a “creative” career"). Transversal a todas as iniciativas e projetos CITI parece ser a noção de necessidade de experimentação de diferentes abordagens (serviços e projetos), a posterior capacidade de reconhecer as de maior sucesso potencial e de as suportar no sentido da autossustentabilidade e autonomia da CITi (entendida enquanto "mothership of initiatives"). No contexto das iniciativas mais bem-sucedidas e que mais contribuem para o atual reconhecimento nacional e internacional da iniciativa CITi destacam-se: A iniciativa TheBarn (detalhadamente analisada no final deste caso de estudo) A iniciativa CapaCITi Lançada em 2010/11, a iniciativa CapeCITi trabalha a componente do desenvolvimento de competências do CITi, cujo objetivo passa pela agilização do mercado de trabalho TIC e requalificação de graduados, promovendo a criação de emprego. Promovida pela CITi, em parceria com uma multiplicidade de atores relevantes (http://www.capaciti1000.org.za/stakeholders), esta iniciativa desenvolveu um conjunto único de programas para estimular a procura e adequar a oferta de mão-de-obra às necessidades críticas na indústria TIC local particularmente Business Analysis & Systems Analysis, software development (mobile, java, php, IBM RPG, SAP, etc), infraestruturas IT e gestão de aplicações. Apresenta uma taxa de colocação de desempregados no mercado de trabalho na ordem dos 90%. http://www.capaciti1000.org.za/ 48 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 A iniciativa IT Heroes Enquadrado nos esforços de marketing da indústria TIC da região de Western Cape, trata-se de um projeto que visa dar a conhecer histórias de sucesso de tecnologias da informação, criado e gerido pela iniciativa CITi, tem o cofinanciamento do Departamento de Turismo e Desenvolvimento Económico e do Governo da Provincial de Western Cape. O projeto propicia informação privilegiada e aprofundada sobre empreendedores de sucesso, empresas e inovações. A visão de longo prazo é fazer desta região – Western Cape – um centro de tecnologias inovadoras com visibilidade a nível global. http://www.itheroes.org.za/ Sobre outras iniciativas e projetos igualmente interessantes, embora mais recentes e em estádios de maturidade mais iniciais, destacam-se: A iniciativa codersRcreative Projeto orientado a fomentar a criatividade dos criadores de software, corporizado num evento desenhado e construído em equipa O evento Cape Software Engineering Coloquium (2005,2007,2010) O evento TheCape Software Showcase. Indicadores sobre resultados alcançados No contexto africano a Cidade do Cabo tem vindo a distinguir-se como uma das zonas mais prolíficas em termos de casos de sucesso no crescimento da indústria TIC. Nesse contexto a investigação conduzida aponta para que a iniciativa CITi tenha desempenhado, nos últimos 16 anos, e continue a desempenhar um papel de assinalável relevância. A sua capacidade de agregação de um conjunto significativo e diversificado de atores implicados em toda a cadeia de valor do cluster local das TIC parece ser um dos aspetos críticos para o sucesso alcançado. A CITi (Cape IT Initiative) é atualmente reconhecida e referenciada como um exemplo de boas-práticas, quer no plano nacional quer internacional, e a sua atuação é indissociável da evolução que a indústria TIC de Western Cape tem apresentado nos anos recentes em termos de criação de empresas TIC (mais de 75 startups diretamente acompanhadas), criação de emprego e aumento consistente do volume de negócios global desta indústria. Interação da estrutura de facilitação-gestão do cluster com outros agentes relevantes Integração da estrutura de facilitação-gestão em ecossistemas de inovação (regionais, nacionais, internacionais) No que respeita ao posicionamento da iniciativa CITi junto dos restantes atores relevantes dos ecossistemas de inovação, a investigação produzida aponta no sentido de que esse envolvimento foi desde o primeiro momento um esforço evidente e alcançado pela estrutura de facilitação-gestão da CITi e que de resto é bem ilustrado: na própria estrutura do seu Board of Directors; nos parceiros de iniciativas notáveis como a CapaCITi, TheBarn ou a IT Heroes. Solicitações externas de cooperação A investigação produzida foi inconclusiva quanto ao número (ordem de grandeza) de convites de cooperação internacional recebidos pela estrutura de facilitação-gestão da CITi. Não obstante parecerem evidentes os esforços de comunicação e promoção da CITi no contexto global de clusters TIC, não ficou claro qual a extensão e maturidade da rede de contactos/parceiros internacionais no apoio aos esforços de internacionalização deste cluster. 49 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Sobre a internacionalização do cluster… motivações e estratégia, instrumentos e liderança, barreiras, resultados alcançados barreiras, resultados alcançados Ao que tudo indica a Cape IT Initiative (CITi) nasce de uma dinâmica bottom-up promovida por um conjunto de atores industriais TIC da Cidade do Cabo que, mobilizando com sucesso outros agentes públicos e privados com interesses no desenvolvimento económico da região e na industria TIC em particular, soube ler as ameaças e oportunidades com que se deparava esta indústria em 1998 e se esforçou por desenvolver esforços no sentido de ativa e estrategicamente orientar esforços de clusterização dos agentes e crescimento futuro deste setor na região. A dimensão de internacionalização do cluster TIC da Cidade do Cabo e da região de Western Cape está presente como objetivo desde o primeiro momento - não só numa lógica de promoção do empreendorismo local para o desenvolvimento de negócios (produtos e serviços) com capacidade de posicionamento em mercados internacionais, mas também - e possivelmente sobretudo - numa lógica de captação de investimento estrangeiro, pela qualificação e promoção da região de Western Cape enquanto zona privilegiada de entrada nas latitudes subsaarianas do mercado africano; com vista a não só a inverter a tendência que se vinha verificando de off-shoring pelas indústrias locais mais intensivamente utilizadoras de TIC, como em posicionar-se como destino desse off-shoring (por empresas de outros países) e promover a Cidade do Cabo/Western Cape como um "global IT hub". Da "visão" comunicada pela CITi está bem patente este objetivo de atuação a uma escala transnacional: "The Western Cape ICT cluster is regionally and internationally recognized for excellence, innovation, and investment and employment opportunities", são abundantes referências às ambições de internacionalização dispersas nos conteúdos comunicacionais das várias iniciativas e projetos desenvolvidos nestes 16 anos de atividade da organização. Sobre a existência de uma estratégia de suporte (sistemático e monitorizável) a estas ambições e esforços de internacionalização, esta parece não existir - não está publicamente disponível nem foi facilitada pela organização no decurso dos contactos efetuados no âmbito deste trabalho. Pela compreensão alcançada na investigação deste caso de estudo parece, contudo, razoável admitir o seguinte: Apesar da inexistência de uma estratégia formalmente documentada e comunicada, parece existir uma visão clara e partilhada entre os principais atores do cluster CITi sobre objetivos a este respeito; Existindo de forma implícita, esta "estratégia" vai sendo materializada através das iniciativas e projetos liderados pela CITi, notavelmente, a iniciativa TheBarn, os programas e serviços CapaCITi, e a iniciativa IT Heroes, que visam atuar de forma articulada no trinómio da inovação e empreendorismo (transformação continua do tecido TIC local), da capacitação do mercado de trabalho (para essa transformação), da visibilidade e promoção do cluster à escala internacional; A liderança no processo global de implementação desta estratégia parece estar no Board of Directors da CITi, que naturalmente se apoia na estrutura operacional da CITi para (legitimada por essa liderança) conceber, implementar e gerir os projetos e iniciativas CITi, bem como, monitorizar ativamente o seu respetivo sucesso/insucesso e detetar as respetivas oportunidades de evolução. 50 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Iniciativas notáveis no contexto de esforços de internacionalização… caracterização e aspetos distintivos, participantes, resultados e aprendizagens mobilizáveis Do conjunto de iniciativas lançadas pela CITi que parecem particularmente bem-sucedidas, a iniciativa TheBarn (http://bandwidthbarn.org/) distingue-se quer pela sua maturidade - foi lançada em 2000 e tem hoje uma experiência acumulada bastante significativa; quer pelo sucesso com que atingiu/atinge a sua missão - TheBarn é hoje reconhecida internacionalmente como uma boaprática no domínio da incubação de empresas TIC. Deve no contexto deste estudo de benchmarking sublinhar-se igualmente que, ao que foi possível apurar, se trata da iniciativa-âncora que deu origem às outras duas iniciativas notáveis da CITi (CapaCITi e IT-Heroes), desenvolvidas mais tarde no tempo numa perspetiva de, em complemento à iniciativa TheBarn, consolidar uma abordagem integrada à missão da CITi. Inicialmente denominada "the Telkom Bandwith Barn", a iniciativa TheBarn foi lançada pela CITi com a intenção de visibilizar os esforços de clusterização dos agentes TIC locais e, sobretudo, de promover a emergência de novos agentes - novos empreendedores saídos dos sistemas de formação e ensino e/ou associação de empresas já existentes (particularmente PME) em parcerias e redes de trabalho colaborativo/coopetitivo. Num modelo de projeto que combinou dimensões tangíveis (de dotação e um espaço e recursos materiais) e dimensões intangíveis (de agregação de competências tecnológicas e não tecnológicas, e outros aspetos imateriais de facilitação e criação de "contexto"), a iniciativa TheBarn visou/visa, no essencial a criação de um ecossistema de geração e incubação de ideias, agregação de pessoas e empresas, acesso a financiamento e a redes de trabalho - tendo como de fundo o objetivo ultimo de acelerar o ritmo de crescimento e transformação do sector TIC em Western Cape. Passados 14 anos de existência, a iniciativa TheBarn tem hoje um grau de autossustentabilidade significativo: com a sua própria estrutura diretiva (Board of Directors), um assinável grupo de parceiros institucionais relevantes e um staff de 13 pessoas, gere um projeto com intensa atividade (http://blog.bandwidthbarn.org/) que se caracteriza fundamentalmente sob dois pontos de vista: Por um lado os espaços físicos de apoio à incubação de empresas, em que adota um modelo de espaços de coworking e partilha de recursos e serviços de utilidade comum (http://bandwidthbarn.org/facilities), que de resto parece semelhante a outras iniciativas bem sucedidas a este respeito; E por outro o desenvolvimento de um diversificado conjunto de programas de apoio ao desenvolvimento empresarial, adaptados às grandes tipologias de empreendorismo que se pretendem promover. Destes programas destacam-se aqui: VeloCITi Y e VeloCITi, respetivamente fase 1 e fase 2 de um mesmo programa, que visa o apoio na transformação de ideias em negócios e incubação de novas empresas; New Venture Creation, programa semelhante ao VeloCITi Y (pre-incubation/ idea stage programme) mas materializado em ambiente virtual através de uma plataforma de e-learning (Blackboard platform); Telkom Supplier development Programme, programa de intervenção customizado a cada empresa, no sentido de facilitar uma análise sobre as suas oportunidades de melhoria e crescimento no contexto da cadeia de valor em que opera; Women in Business, programa de apoio a jovens mulheres empresárias; My Business Group, programa de apoio (em plataforma virtual) para jovens empreendedores (negócios estabelecidos entre 2 a 5 anos) que visa o desenvolvimento de competências críticas à gestão de negócios e que são frequentemente inexistentes ou subdesenvolvidas no perfil tipo do empreendedor oriundo dos setores tecnológicos. 51 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Alguns indicadores que permitem ilustrar os resultados alcançados pela iniciativa TheBarn até à data serão: i.) Cerca de 50 empresas incubadas; ii.) Criação de cerca de 2500 empregos (diretos e indiretos); iii.) Contribuição para a economia local em cerca de 800 milhões de rands/ano (aproximadamente 54 milhões de euros); iv.) Capacidade de atração de novos parceiros para o cluster e iniciativas CITi; v.) Desenvolvimento de programas de apoio ao desenvolvimento empresarial reconhecidos externamente como boas-práticas de sucesso. Fontes/referências: http://ec.europa.eu/enterprise/dem/initiatives/440/cape-it-initiative http://www.kooperation-international.de/clusterportal/cluster-kapstadt.html http://www.citi.org.za/ http://bandwidthbarn.org/ http://blog.bandwidthbarn.org/ http://www.capaciti1000.org.za/ http://www.itheroes.org.za/?m=2 http://www.citi.org.za/coders-r-creative https://www.facebook.com/CapeITInitiative https://www.facebook.com/codersrcreative http://www.siliconcape.com/ http://www.researchictafrica.net/home.php http://www.88mph.ac/ 52 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 CASO2: UbiCCC - Ubiquitous Computing Competence Cluster, Finlândia Perfil da Estrutura de Facilitação-Gestão do Cluster Idade Desenvolveu atividades de forma mais intensiva durante o período 2007-2013. Estatuto legal / macro enquadramento A par de outros 12 clusters de competências, o UbiCCC está enquadrado pelo programa de iniciativa do Ministério da Economia e do Trabalho finlandês denominado Centre of Expertise Programme (OSKE). Lançado em 2007 e com uma duração predeterminada, indexada ao período de programação 2007-2013, este programa governamental visou a mobilização do Know-How detido pelos vários atores regionais finlandeses, num conjunto de domínios setoriais (entre os quais as TIC), com vista ao seu posicionamento competitivo na economia global. Teve como objetivos últimos «a criação de novas empresas a par do desenvolvimento de novas áreas de negócio; o desenvolvimento de redes empresariais de cooperação e de negócios; a internacionalização; o desenvolvimento de novos produtos e serviços; e a criação de emprego». O UbiCCC em particular agregou o conjunto nacional dos mais representativos centros de excelência (Centers of Expertise) no domínio das TIC. 30 Área tecnológica dominante e grau de especialização Enquadrado no sector das TIC, considerado na sua perspetiva mais abrangente, o UbiCCC define-se como um cluster propositadamente multidisciplinar e agregador dos vários subdomínios de especialização compreendidos pelas TIC. Tal como o próprio nome sugere - Computação Ubíqua - designação próxima do conceito Internet das Coisas (do termo original Internet of Things), este cluster visa explorar e aprofundar as possibilidades de integração transversal das TIC no dia-a-dia das pessoas, das indústrias e das demais atividades socioeconómicas. O desenvolvimento do conceito de computação ubíqua parte em grande medida do reconhecimento da crescente utilização (e de forma cada vez mais "embebida") das TIC noutros campos de aplicações que à luz de antigos paradigmas de disponibilidade tecnológica estariam relativamente afastados das TIC. Exemplos apontados sobre estes setores serão a Industria Automóvel, Energia, Serviços Públicos, Cleantech (Tecnologias Limpas), Viagens e Turismo, entre outros. Alinhado com esta pretensão de abordagem transversal à exploração de possibilidades de aplicação das TIC e de desenvolvimento de novas áreas de negócio associadas, o UbiCCC agrega os mais significativos domínios de competência nacional em termos de TIC, designadamente: Jyväskylä Innovation Oy (centro de excelência da região de Jyväskylä), com competências distintivas nas áreas de comunicações móveis, serviços e aplicações multicanal / multiplataforma, design centrado no utilizador (user-driven design), soluções de medição/monitorização e análise; Business Oulu (centro de excelência da região de Oulu), com competências distintivas ao nível de comunicações wireless, aplicações e serviços, integração vertical e seamless end use, tecnologia de radio de nova geração, internet 3D, sensorização remota, segurança de dados, gamificação; 30 Tecnologias / campos de aplicação específicos vs leque amplo de aplicações dentro da área tecnológica enquadradora. 53 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Prizztech Oy (centro de excelência da região de Satakunta), com preocupações específicas de previsão e prospetiva tecnológica (predicting future technologies) e competências ao nível de desenvolvimento de soluções (computacionais) de suporte a processos industriais, RFID tecnologias de sensorização, tecnologias móveis, tecnologias embebidas em vestuário (wearable technology); Hermia Oy (centro de excelência da região de Tampere), com interesses e competências ao nível de soluções eletrónicas emergentes, tecnologias centradas no utilizador, redes wireless e elementos de redes, software open source, e ubimedia; Culminatum Innovation Oy e Posintra Oy (centros de excelência da região de Helsínquia), com interesses e competências nos domínios de cidades inteligentes, aplicações/serviços ubíquos e móveis no domínio da saúde e bem-estar, eficiência energética; Yrityssalo Oy (centro de excelência do sudoeste finlandês), com competências ao nível de tecnologias de saúde e bem-estar, comunicações wireless (dados), equipamentos wireless (utilizador), ambientes de desenvolvimento técnico e testes e sistemas industriais. 31 Natureza do cluster: forças motrizes / influenciadores de agenda Não obstante ser enquadrado por uma iniciativa política do governo central finlandês e de promover uma lógica de inovação assente no modelo de triple-helix, o UbiCCC é parece ser sobretudo influenciado pelos membros da indústria ainda que de forma intermediada pelos centros de excelência a que estão associados e que configuram o primeiro anel de estruturação do cluster. 32 Composição da rede O UbiCCC estrutura-se, de forma articulada, em torno de sete centros de excelência. No seu conjunto estes centros de excelência agregam empresas (de PME a multinacionais), universidades e agências públicas e privadas de suporte ao empreendorismo, investigação e inovação, tais como a Tekes (Finnish Funding Agency for Innovation, agência publica), a Finpro (The national trade, internationalization and investment development organization, organização de direito privado) e a Digile (Strategic Centre for Science, Technology and Innovation for the Finnish ICT and digital business, organização de direito privado). Dispersão geográfica dos membros Os centros de excelência - unidades de referência estruturante deste cluster - são geograficamente distribuídos por todo o território finlandês. Membros provenientes de países estrangeiros A investigação produzida indicou que a generalidade dos membros do UbiCCC são finlandeses, tendo sido igualmente concluído que uma grande parte deles com significativa experiência e relacionamento com outros atores internacionais. Natureza da cooperação entre os membros da rede e papel da entidade de gestão De acordo com a investigação produzida infere-se que a cooperação entre os membros da rede decorreu em grande medida das iniciativas materializadas pela respetiva estrutura de facilitação-gestão do UbiCCC; cujo objetivo desde o inicio foi a capacidade de estabelecer e explorar sinergias de colaboração e trabalho em rede dos centros de excelência envolvidos no UbiCCC enquanto ponto de partida para a preparação de iniciativas, serviços de apoio e projetos. 31 32 Equilíbrio industria vs academia. Tipologias dos membros – Industria (PME vs não PME), SCT/SEF, Admin./Gov.; dinâmica de participação dos membros, dinâmica de crescimento. 54 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Gestão do cluster e aspetos de governança da estrutura de facilitação-gestão 33 Tipologia e mecanismos de governança da rede De acordo com a investigação produzida as empresas do cluster posicionam-se sobretudo como beneficiários das ações desenvolvidas (iniciativas, serviços de apoio) e não como coautores no seu desenho. Um conhecimento mais detalhado sobre os mecanismos de governança da rede seria desejável (embora indisponível), parecendo contudo certo pela investigação efetuada que o modelo de governança da rede se configurou essencialmente numa direção executiva assegurada pela estrutura de coordenação que lidera os processos de definição e execução da estratégia do cluster. Sobre esta estrutura de coordenação interessa salientar que (à luz do enquadramento do UbiCCC na iniciativa OSKE) a estrutura de coordenação foi assegurada por duas entidades distintas durante o período 2007-13. De fato, e como mencionado atrás, o objetivo da iniciativa OSKE foi a agregação dos principais centros de excelência finlandeses de um conjunto de domínios setoriais chave, sendo UbiCCC a materialização desse objetivo para o domínio setorial das TIC. Dos sete centros de excelência agregados pelo UbiCCC, dois deles foram escolhidos para, em momentos temporais distintos, assegurarem a coordenação global do UbiCCC, designadamente: Hermia Oy (centro de excelência da região de Tampere), de 2007 a 2010, e o BusinessOulu (centro de excelência da região de Oulu) de 2011 a 2013. Perfil da equipa da estrutura de facilitação-gestão do cluster O perfil das equipas das estruturas de coordenação do UbiCCC bebeu da própria matriz de competências dos centros de excelência que asseguraram esta coordenação e que, em ambos os casos, se remete para equipas com competências essencialmente ligadas à gestão e facilitação de processos; sendo certo que a dimensão técnica (conhecimento especifico sobre TIC) também estava presente, não sendo contudo preponderante. 34 Número de associados internacionalizados Uma parte dos membros do cluster, particularmente as grandes empresas e entidades ligadas à academia, dispõem de significativa experiencia de trabalho em contextos internacionais. A investigação não permitiu alcançar valores quantitativos sobre o grau e tipologias de internacionalização, sendo contudo certo que particularmente ao nível das PME do cluster se diagnostica bastante espaço de progressão no caminho da internacionalização (considerada nas suas diferentes tipologias). 35 Estratégia de desenvolvimento do cluster O principal objetivo operacional do UbiCCC centra-se no desenvolvimento de dinâmicas empresariais globalmente competitivas no domínio das TIC (novas empresas, áreas de negócio, produtos e serviços), pressupondo que tal se consegue através de uma abordagem de trabalho em rede baseada no modelo de triple-helix - i.e. uma aliança forte entre uma base sólida de agentes de I&D, empresas de ambição internacional e as agências públicas relevantes. Os objetivos estratégicos do UbiCCC sintetizam-se assim nos seguintes pontos: i.) Aumentar a capacidade de desenvolvimento e exploração da aplicação das TIC nos vários domínios da sociedade e da economia; ii.) Promover o posicionamento e comercialização, nos mercados globais, de novos conceitos e produtos com forte componente de TIC "embebidas"; iii.) Apoiar o desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e serviços que comportam elevado risco de negócio (mas perspetivam igualmente inovações disruptivas de significativo retorno potencial). 33 34 35 Definição de funções e responsabilidades da CO; grau de envolvimento dos membros participantes no processo de tomada de decisão Com experiência de trabalho com parceiros internacionais. Prioridades temáticas e geográficas. 55 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Coerentemente com estes objetivos é identificado um conjunto de domínios tecnológicos prioritários do cluster, bem como, outras competências coadjuvantes à produção de valor acrescentado sobre os mesmos: Domínios tecnológicos prioritários: i.) Evolução das tecnologias 3G, 4G/SDR/LTE; ii.) Computação ubíqua e sensorização em rede; iii.) Aplicações móveis e produtos de utilizador final (terminais); iv.) ICT-driven vertical applications; v.) Sistemas embebidos. > Outras competências chave: vi.) Desenvolvimento de negócio; vii.) Living labs. Financiamento da estrutura de gestão-facilitação do cluster Repartição das fontes de financiamento Dado o seu enquadramento num programa de iniciativa governamental - OSKE - a principal fonte de financiamento do UbiCCC (e respetiva estrutura de facilitação-gestão) foi sob a forma de dotações de dinheiros públicos. Dados mobilizados a partir de fonte não oficial (projeto MAPEER SME) apontam para um orçamento, para o período 20072013, de 2 milhões de euros/ano. Sem prejuízo contudo de que os sete centros de excelência que formam o primeiro nível de estruturação do cluster tenham modelos próprios e autónomos de financiamento, que se situam em modelos híbridos de financiamento público-privado. Sustentabilidade financeira Dado o seu enquadramento no programa OSKE, o UbiCCC teve um período de vida predeterminado e circunscrito ao período de programação 2007-13. Serviços e iniciativas-chave da estrutura de gestão-facilitação do cluster Serviços oferecidos aos membros/participantes no cluster Os serviços oferecidos pelo UbiCCC estruturam-se em quatro grandes domínios, designadamente: # IT-Growth Um programa (conjunto de serviços) de crescimento e competitividade centrado no desenvolvimento de competências para a atuação em mercados globais. O programa foca-se no desenvolvimento e consolidação de iniciativas específicas que abordam este objetivo, bem como, na potenciação das redes de trabalho internacionais em que o cluster e os seus membros se encontram envolvidos para a previsão e estabelecimento de outras iniciativas complementares orientadas ao desenvolvimento de novos mercados/áreas de negócio; O UbiCCC identifica, planeia e agiliza a implementação destas iniciativas a partir da identificação das necessidades e ambições das empresas, do alinhamento com as políticas regionais e nacionais relevantes e das próprias macrotendências do mercado; Iniciativas notáveis neste domínio desenvolvidas pelo UbiCCC são: Global Clusters (Business Programme), Launch Pad, Protomos, Ubi China. 56 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 # IT-Link Um programa centrado no desenvolvimento de redes de empresas (cooperação competitiva entre as empresas do cluster) especificamente criadas/agilizadas no sentido de responder competitivamente a oportunidades de mercado em domínios específicos (ex. segurança da informação, armazenamento de dados). Centra-se no trabalho de gestão sistemática de interfaces das empresas do cluster a fim de desenvolver esquemas eficazes de colaboração com vista ao desenvolvimento de produtos e serviços e ações de internacionalização; O UbiCCC identifica, planeia e agiliza a implementação de redes/grupos de trabalho entre empresas que pretendem tirar partido de tecnologias emergentes e de novas oportunidades de mercado no seu roadmap de desenvolvimento de produtos e serviços. Nesse sentido, e em conjunto com os parceiros do cluster pertinentes (ex. TEKES, Digile) o UbiCCC produz informação sobre mercados-alvo e campos emergentes de oportunidades de aplicação das TIC; Exemplos notáveis de redes interempresariais desenvolvidas com sucesso: NFC/RFID cluster (Near Field Communication), que visa a identificação e apropriação de novas oportunidades de negócio na aplicação das tecnologias NCF/RFID em diversos setores de atividade (industria, logística, serviços); 3D Internet cluster (realidade aumentada), que pretende influenciar o desenvolvimento dos standards tecnológicos neste domínio e identificar novas oportunidades de negócio quer em termos de desenvolvimento tecnológico quer em termos de aplicações associadas; Armazenamento de dados/cloud computing cluster, que visa a identificação e criação de novos modelos de negócios adequados às necessidades de PME. # IT-Power Um programa dedicado à criação de "ambientes piloto" em que o propósito central é a criação de processos e ecossistemas de inovação colaborativa dirigido a "developers" e utilizadores finais, bem como, a promoção e consolidação de capital social entre os membros do cluster - "sense of community"; O UbiCCC promove a realização de operações piloto para a validação de novos produtos e agiliza a o desenvolvimento de novos projetos resultantes de ideias de I&D. # IT-Zone Programa que promove ativamente a procura de oportunidades (para o desenvolvimento de novos produtos e serviços) nas franjas/interfaces de interação entre o setor das TIC e outros setores de atividade e áreas de competência – por exemplo, automação em ambientes domésticos (automated living solutions), indústrias, energia, trafego e transportes, comércio, educação, saúde e bem-estar. O enfase na cooperação estratégica com outros clusters e áreas de competência é colocado numa perspetiva de capacitação para a inovação sistémica e desenvolvimento de produtos e serviços com potencial de colocação em mercados internacionais. Estruturado num modelo sequencial de iniciativas (Innovation Arena, Innovation Refinery, Development and implementation environment, Business development), o programa garante uma abordagem equilibrada entre as dimensões tecnológicas e de negócios do desenvolvimento de produtos e serviços. Por um lado as empresas e outros agentes ligados às TIC são expostos a informação sobre modelos operacionais, tecnologias, processos e modelos de negócio de empresas de outras áreas de atividade; e por outro lado têm a oportunidade de comunicar as possibilidades que as TIC atuais e emergentes podem representar na qualificação e maior competitividade dessas indústrias, gerando-se assim um círculo virtuoso de ganhos positivos para todos os envolvidos. Das iniciativas de cooperação entre o UbiCCC e outros clusters destacam-se: Digibusiness, Tourism and Experience Management, HealthBio, Well-being, Maritime and Environmental Technology. 57 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Interação da estrutura de facilitação-gestão do cluster com outros agentes relevantes Integração da estrutura de facilitação-gestão em ecossistemas de inovação (regionais, nacionais, internacionais) O UbiCCC encontra-se bem integrado nos ecossistemas de inovação regionais e nacionais. Considerando alguns dos atores que estão envolvidos no cluster, designadamente, universidades, agências públicas de suporte à IDI, ao empreendorismo e à internacionalização, é também razoável admitir que o UbiCCC se encontra bem posicionado em redes e ecossistemas de inovação internacionais. Sobre a internacionalização do cluster… motivações e estratégia, instrumentos e liderança Dado o seu enquadramento específico pela iniciativa governamental finlandesa - OSKE - Centre of Expertise Programme, a análise sobre as motivações do UbiCCC para a internacionalização está intimamente relacionada com os próprios objetivos do programa OSKE, o qual se alinha com a estratégia de inovação nacional (finlandesa) que, para o período de programação 2007-2013, dedicava especial atenção ao "crescimento das empresas, networking, cooperação entre regiões e internacionalização". Lançado em 2007 e com uma duração de termo definido em 2013 o programa OSKE - e por consequência o próprio UbiCCC - visou a mobilização do Know-How detido pelos vários atores regionais finlandeses num conjunto de domínios setoriais (entre os quais as TIC), com vista ao seu posicionamento competitivo na economia global; definindo como objetivos últimos «a criação de novas empresas a par do desenvolvimento de novas áreas de negócio; o desenvolvimento de redes empresariais de cooperação e de negócios; a internacionalização; o desenvolvimento de novos produtos e serviços; e a criação de emprego». Neste contexto é razoável afirmar que a matriz de motivações para a internacionalização subjacente ao UbiCCC é algo explicitamente assumido desde a sua criação - ainda que não comunicado numa estratégia formal (de internacionalização) - e que se sustenta no reconhecimento de que o potencial de crescimento das empresas finlandesas depende sobretudo da sua capacidade de estabelecer negócios internacionais e de, desse modo, se reduzir a sua dependência da procura domestica. Analogamente, também as dinâmicas de I&D e drivers de inovação, em particular para as empresas a operar no setor das TIC, são cada vez mais jogadas num contexto transacional no qual se assume crucial estar presente. O próprio modelo de inovação que o UbiCCC persegue - muito assente na capacidade de cross-fertilization (cruzamento de áreas industriais distintas para a promoção de novas áreas de inovação e de negócio) - prevê não só uma aposta em esquemas efetivos de cooperação intersetorial entre os atores nacionais (finlandeses), como também, entre estes agentes e os seus pares nos mercados alvo de internacionalização do cluster. Partindo igualmente do reconhecimento de que cada um dos sete centros de excelência (que constituem o primeiro nível de estruturação do UbiCCC) já dispõe de significativo capital relacional e participação em redes de trabalho nos vários mercados-alvo internacionais, o direcionamento dos esforços de internacionalização é feito de acordo com a potenciação desse capital prévio - tornando-se mercados internacionais preferenciais desde logo o espaço económico europeu, os países vizinhos (países nórdicos e região do mar báltico), e outros países remotos onde os agentes do UbiCCC têm já relações estabelecidas/capital relacional inicial, designadamente: USA, Japão, Rússia e países BRIC. Um exemplo ilustrativo desta abordagem para a internacionalização assente na capitalização de relações pré-existentes (domésticas e internacionais) são os designados "company dates" (matchmaking) entre empresas finlandesas e empresas russas, promovidos em São Petersburgo e Tampere com o apoio do cluster finlandês DigiBusiness e das relações deste com entidades russas similares.Neste contexto, do ponto de vista da averiguação sobre que atores do cluster tomam a liderança na promoção das iniciativas relacionadas com esforços de internacionalização, a investigação produzida aponta no sentido de que esta liderança seja assegurada sobretudo pelas estruturas de coordenação do UbiCCC, com o apoio dos restantes centros de excelência que compõem o cluster. 58 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Iniciativas notáveis no contexto de esforços de internacionalização… caracterização e aspetos distintivos, participantes, resultados e aprendizagens mobilizáveis No contexto dos esforços de internacionalização atrás analisados, dá-se neste ponto atenção à análise mais detalhada de uma iniciativa específica, que se destaca pela sua originalidade e sobre a qual existiu disponibilidade de informação suficiente para o tipo de análise pretendida. Denominado Global Clusters Business Programme trata-se de uma iniciativa enquadrada na família de serviços "ITGrowth", a qual visa o crescimento e competitividade empresariais através do desenvolvimento de competências para a atuação em mercados globais. Implementado entre os anos 2007 a 2010 e distinguido como finalista no NGP Cluster Excellence Award 2011 (NGP [Nordic-German-Polish] Cluster Excellence Project), o Global Clusters Business Programme (GCBP) consistiu num programa de formação em gestão de negócios ("business training") dirigido a PME com objetivos de crescimento por via da internacionalização dos seus negócios, que se distingue pela forte componente de metodologias de formaçãoação. A motivação para o desenvolvimento do GCBP partiu do reconhecimento dos seguintes grandes argumentos: As PME são elementos centrais da matriz da economia europeia, sendo que o que importa mais nesse diagnóstico é a capacidade de distinguir entre aquelas pequenas empresas que vão muito provavelmente manter a sua dimensão e aquelas que vão crescer (gerar mais empregos e acrescentar mais valor e competitividade à economia europeia); Uma proporção muito reduzida de novas empresas gera a parte mais significativa de empregos: num qualquer grupo aleatório de PME encontra-se tipicamente o rácio que nos indica que 75% dos empregos são criados por apenas 5% das PME desse grupo, normalmente startups; A importância económica dos empreendedores responsáveis por estas startups não pode/deve ser subestimada. Contudo, em comparação com a China e os EUA, atualmente a Europa detém entre metade a um-terço deste tipo de empreendedores. Neste contexto o GCBP definiu como missão a identificação de PME que não só têm potencial de crescimento mas em que esse potencial é de um crescimento rápido/acelerado - as designadas PME gazela - e a subsequente prestação de apoio na realização desse potencial de crescimento através da facilitação de acesso às melhores referências mundiais (em termos peritos e metodologias) de desenvolvimento/gestão de negócios, marketing internacional, obtenção de financiamento de risco/apoio ao crescimento e, incontornavelmente, acesso a redes internacionais de negócios. Concetualizado e organizado pela estrutura de coordenação do UbiCCC, a sua implementação contou com o apoio de membros e parceiros centrais do cluster - i.e. os centros de excelência regionais que compõem o seu primeiro nível de estruturação, a agência pública Tekes, a multinacional Technopolis e a Federação Finlandesa de Industrias Tecnológicas / TIVIT. Como entidades formadoras chave contou com o MIT Entrepreneurship Center (US), o Chasm Institute (US), a Entrepeneurship Ventures (US) e a Global Connexus (US); que em conjunto asseguraram a realização de workshops coletivos, análises de mercados e competidores, e serviços de consultoria individualizada a cada uma das PME participantes. Este conjunto de atividades foi executado ao longo de um período de 21 meses e estruturado em torno de quatro fases principais: 59 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Preparação ("Getting Ready") para os mercados globais; Adaptação das estratégias empresariais para os mercados globais; Plano de posicionamento ("Launch plan") num mercado geográfico estratégico; Apoio à implementação do plano. No final da execução do GCBP contam-se cerca de 100 empresas participantes (recrutadas pelo UbiCCC) - Elektrobit, Ixonos, There Corporation, Ekahau, Jutel, Robotronics, entre outras - que fizeram um balanço bastante positivo sobre a utilidade e méritos do programa e de que se destacam alguns testemunhos: "O Global Clusters Business Programme teve um impacto significativo na nossa capacidade de desenvolvimento de negócio internacional. Os workshops forneceram metodologias verdadeiramente valiosas e ferramentas para a diferenciação, posicionamento, segmentação de mercados e desenvolvimento global do nosso plano de negócios. As viagens aos EUA de "validação pelo mercado" permitiram a realização de contactos valiosos junto de potenciais parceiros e clientes." "Peritos seniores dos EUA que estiveram envolvidos no passado em processos similares de promoção de crescimento empresarial na área tecnológica foram um fator de valor acrescentado decisivo para o programa - possibilitaram a expansão da nossa rede de contactos num mercado prioritário para a empresa (EUA), a interação com investidores potenciais e a viabilizaram a nossa capacidade de recrutar um talento na área de gestão estratégica para o nosso Board of Directors" - Presidente e CEO da Ekahau "O Global Clusters Business Programme teve um timming perfeito já que nos encontramos num momento em que preparamos a nossa abordagem ao mercado para captação de investidores e eventualmente expandir a nossa estrutura de acionistas a mais um agente de Capital de Investimento que possa suportar-nos na nossa estratégia de crescimento. As lições aprendidas neste programa vão-nos permitir evitar erros e perdas de tempo evitáveis. Sendo uma empresa com uma estratégia de crescimento muito ambiciosa este curso forneceu-nos pistas e perspetivas globais muito valiosas fornecidas por peritos internacionais de indiscutível valor." - CEO da There Corporation "Também empresas já estabelecidas em indústrias mais maduras e consolidadas podem ter inovações sobre as quais faz todo o sentido aplicar as metodologias desenhadas para o marketing de novas tecnologias. O programa forneceunos ferramentas para a captação de novos clientes de uma forma sistemática. Os tutores do programa acompanharam o desenvolvimento da nossa estratégia/plano de crescimento e fizeram-no de forma ativa: oferecendo os seus comentários e sugestões para a sua melhoria até à sua versão final." - CEO da Meconet Fontes/referências: 24_proofs_of_Cluster_Excellence_webedition http://www.ubi.fi/in-english/competence-cluster.html http://www.ubi.fi/in-english/competence-cluster/vision-and-objectives.html http://www.ubi.fi/in-english/competence-cluster/vision-and-objectives/what-is-ubiquitous-computing.html http://www.ubi.fi/in-english/competence-cluster/vision-and-objectives/internationalization.html http://www.ubi.fi/in-english/competence-cluster/vision-and-objectives/cooperation-is-the-key.html http://www.businessoulu.com/en/network/centre-of-excellence-programme-oske.html http://mapeer-sme.eu/en/programmes-for-smes/search-in-the-online-database/ubiquitous-computing-cluster-programme-FI2 http://www.oske.net/en/oske/central-consepts/competence_cluster/ http://www.oske.net/en/contacts/competence_clusters2/ubiquitous_computing/ http://www.globalclustersprogram.fi/ 60 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 CASO3: CyberForum, Karlsruhe, Alemanha Perfil da Estrutura de Facilitação-Gestão do Cluster Idade O CyberForum foi lançado em 1997. Estatuto legal / macro enquadramento Inicialmente constituído na forma jurídica de parceria público-privada evoluiu entretanto para a forma de associação sem fins lucrativos. Estabelecido na cidade de Karlsruhe, situada na região alemã coletivamente mais prolífica em termos de dinâmica empresarial no sector TIC; o CyberForum coordena e anima uma das mais extensas e bemsucedidas redes colaborativas de negócios alemãs no sector das TIC (e de outras fileiras conexas, intensivamente utilizadoras de tecnologia). Em articulação com outras entidades congéneres funciona como uma das 4 estruturas regionais de facilitação-gestão do cluster TIC transregional designado Software-Cluster, distinguido em 2010 pelo Governo Federal Alemão como um "Leading-Edge Cluster" na área das TIC. Em 2013 o CyberForum (isoladamente) recebeu a distinção de melhor cluster da região de Baden-Wuerttemberg e de "leading IT network" europeia. Área tecnológica dominante e grau de especialização 36 Num contexto regional com marcada tradição de desenvolvimento tecnológico - quer ao nível de academia (KIT Karlsruhe Institute of Technology, universidade líder nas áreas de engenharia e ciências naturais no contexto alemão e europeu) quer ao nível de industria intensivamente utilizadora de conhecimento e tecnologia - do qual a iniciativa Karlsruhe Technology Region é certamente ilustrativa, o CyberForum coloca o seu foco no setor TIC, particularmente ao nível do desenvolvimento de software e serviços associados. Os seus membros atuam em campos como o desenvolvimento de software, portais de internet, e-commerce, consultoria em TIC, social media, jogos, IT security, agências de media e indústrias criativas. Natureza do cluster: forças motrizes / influenciadores de agenda 37 A criação do CyberForum surge na sequência da publicação de um documento de política - "Conceptual paper for the Creation of new Jobs in Karlsruhe" - cujo autor viria a dinamizar a criação de uma rede de startups de base tecnológica em parceria com 11 parceiros que, em conjunto, asseguravam a presença da indústria, da academia (I&D), do setor financeiro e da administração pública/governo. A visibilidade e sucesso desta iniciativa foram de tal ordem que no ano da sua criação mais de 100 entidades já demonstravam ativo interesse nas atividades da ainda inicial rede CyberForum. A matriz de agregação de diferentes tipos de atores socioeconómicos num modelo de triple/multiple-helix está assim presente desde o primeiro momento no ADN do CyberForum, vis a vis com o objetivo estratégico da contínua transformação da matriz industrial da região numa perspetiva de atualidade/competitividade tecnológica, capacidade de criação de emprego qualificado e promoção do empreendorismo de base tecnológica numa lógica de ecossistema produtivo regional. Daqui decorre a argumentação de que o CyberForum detém uma forte ligação ao tecido empresarial regional e que define a sua agenda (de iniciativas, projetos, serviços) em função dos interesses e expectativas da indústria da região de Karlsruhe. 36 37 Tecnologias / campos de aplicação específicos vs leque amplo de aplicações dentro da área tecnológica enquadradora. Equilíbrio industria vs academia. 61 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 38 Composição da rede Considerado como uma das mais bem-sucedidas (e extensas) redes de trabalho colaborativo no domínio das TI na Alemanha, o CyberForum enquanto associação sem fins lucrativos tem crescido sustentadamente desde a sua criação e conta atualmente com mais de 1000 membros. Fiel ao princípio de agregação de diferentes tipologias de atores que esteve subjacente à sua criação, a rede CyberForum conta com os mais significativos atores regionais (e alguns nacionais) dos domínios do sistema cientifico e tecnológico, da administração publica/governo, do acesso a financiamento e, como elemento justificador desta agregação, o próprio tecido industrial/empresarial regional - vale a pena destacar que cerca de 2/3 dos membros da associação (aproximadamente 750) são empresas TIC ou intensivamente utilizadoras de TIC. No cômputo global o CyberForum agiliza uma rede de negócios e trabalho colaborativo que direta e indiretamente implicam cerca de 22 mil de trabalho. Alem dos membros, o CyberForum conta ainda com um conjunto extenso de parceiros e sponsors, regionais e nacionais, com quem desenvolve iniciativas em parceria. Dispersão geográfica dos membros Como já aludido o CyberForum tem como ponto geográfico de ancoragem a região de Karlsruhe. Não obstante esta concentração regional, há uma comunicação explícita da vontade da associação em mobilizar novos membros do espaço nacional germânico e mesmo de outras proveniências internacionais. Vale também a pena destacar que o fato de se assumir um foco regional de ação privilegiado não conflitua com a proatividade da associação para o desenvolvimento de relacionamento com outras entidades fora da região, designadamente através de projetos e iniciativas de caracter transregional e internacional - "CyberForum sets strong regional emphasis. If, however, regions subsequently connect to build trans-regional clusters and networks the degree of excellence and long-term competitive ability frequently soars. With this in mind, we do not merely get involved with regional initiatives, but specifically look to cooperate with other networks, clusters, and initiatives located outside of our Technology Region … ". Membros provenientes de países estrangeiros A investigação produzida indicia que o cluster é formado, na sua maioria, por membros alemães, sendo contudo relevante sublinhar que uma parcela significativa destes opera e relaciona-se em mercados internacionais- sejam grandes empresas de natureza multinacional, sejam PME que operam no mercado global. Natureza da cooperação entre os membros da rede e papel da entidade de gestão Um dos grandes objetivos subjacentes à criação do CyberForum - senão o mais central - foi a criação de um espaço de encontro entre agentes de diferentes tipologias (com interesses no desenvolvimento da industria local TIC) capaz de alimentar proativamente o desenvolvimento de processos de cooperação entre esses agentes. À data de hoje esse objetivo mantem-se, contando já com um extenso caminho percorrido e prática acumulada sobre as melhores soluções e formas concretas de promoção dessa cooperação entre agentes à luz do contexto regional específico de Karlsruhe e a sua inserção no contexto nacional (Alemanha) e internacional (UE e resto do mundo). 38 Tipologias dos membros – Industria (PME vs não PME), SCT/SEF, Admin./Gov.; dinâmica de participação dos membros, dinâmica de crescimento. 62 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Ao que foi possível apurar na investigação conduzida, o papel de liderança da estrutura de coordenação do Cyberforum tem sido essencial na promoção da cooperação entre os membros do cluster, seja ao nível da sua promoção direta ou ao nível da construção de um quadro de contexto favorável ao desenvolvimento de práticas de colaboração iniciadas pelos próprios agentes: - Por um lado no desenvolvimento de um extensor portfolio de serviços de apoio aos membros Cyberforum, entre os quais se contam serviços de apoio à promoção da cooperação entre associados e práticas de trabalho colaborativos; bem como, na liderança do desenvolvimento de iniciativas mobilizadoras de trabalho em rede, por exemplo, Smart Business IT. - Por outro lado, e não menos relevante, ao nível da capacidade de desenvolvimento de um "discurso" ou narrativa clara transversalmente comunicada e trabalhada junto dos diferentes agentes do cluster sobre a necessidade e benefícios de uma logica de trabalho em rede /cooperação / coopetição. Por outras palavras, um trabalho de desenvolvimento de uma cultura regional de inovação suficientemente clara e partilhada/mobilizadora que - sem prejuízo de projetos e iniciativas lançados pela própria estrutura de coordenação do Cyberforum - leva ao aparecimento de iniciativas bottom-up de cooperação entre membros da rede: i.e. projetos nascidos por iniciativa de membros da rede sobre temas específicos que usam o Cyberforum como espaço comum/neutro de trabalho e entidade de enquadramento e comunicação coletiva. São desta dimensão bons exemplos ilustrativos a Karlsruhe's IT Security Initiative (lançada em 2001 pela associação entre membros distintos do Cyberforum - uma empresa na área dos seguros e uma empresa na área de consultoria especializada em data security) ou a iniciativa Mobile Region. Gestão do cluster e aspetos de governança da estrutura de facilitação-gestão 39 Tipologia e mecanismos de governança da rede De uma forma aparentemente simplista o CyberForum define-se como uma plataforma de relacionamentos multi-ator (de cujas interações se assume resultarem inovações de natureza variada (organizacional, produtiva, …) essenciais ao continuo rejuvenescimento da atualidade e competitividade do tecido empresarial e institucional agregado pelo cluster. "From the network, for the network…" parece ser o mote de fundo subjacente às várias atividades e serviços oferecidos pelo CyberForum. Para levar a cabo a sua missão o CyberForum encontra-se estruturado em três corpos com objetivos e responsabilidades complementares (que não diferem substancialmente do que são as formas organizacionais normalmente encontradas em estruturas de coordenação de clusters), designadamente: - Board of Directors .: Que assegura a legitimação institucional do Cyberforum, a condução estratégica da agenda de prioridades e opções, e por consequência a macro orientação da estrutura executiva/staff do Cyberforum. .: Subdividindo-se em Managing Board e Joint Board, o Board of Directors é composto por 18 elementos, assegurando uma forte representatividade do tecido empresarial TIC, mas igualmente dos principais agentes institucionais regionais da administração publica e do setor financeiro. - Board of Trustees .: Que tudo indica ser próximo de um conselho consultivo / corpo de "embaixadores" para a promoção e lobbying estratégico do Cyberforum. É composto por 9 elementos de backgrounds distintos ligados a empresas e instituições relevantes do tecido regional (governo local, academia, tecido empresarial. 39 Definição de funções e responsabilidades da CO; grau de envolvimento dos membros participantes no processo de tomada de decisão. 63 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 - CyberTeam .: Que assegura a gestão quotidiana do Cyberforum ao nível dos serviços de apoio disponibilizados, das iniciativas e projetos, da programação/produção de eventos, etc. É composto por uma equipa de 20 elementos cujo perfil se detalha no ponto seguinte. Perfil da equipa da estrutura de facilitação-gestão do cluster Passados 17 anos desde a sua criação, atualmente o CyberForum conta com uma equipa de mais de 20 colaboradores, assegurando coletivamente uma multiplicidade de competências de que se destacam: o apoio especializado ao desenvolvimento de negócio e ao crescimento empresarial, a gestão e facilitação de redes e trabalho colaborativo, a gestão do cluster, a gestão de eventos, a gestão de estágios e recrutamento (para os membros do cluster), o desenvolvimento económico regional, a comunicação e marketing. 40 Número de associados internacionalizados Apesar de se admitir que uma significativa parcela dos membros do cluster desenvolva atividade internacional (seja puramente comercial ou de colaboração em projetos de I&D), a investigação não permitiu contudo alcançar valores quantitativos consolidados sobre o grau e tipologias de internacionalização das empresas do cluster. 41 Estratégia de desenvolvimento do cluster Segundo foi possível apurar pela investigação conduzida, a estratégia de desenvolvimento do cluster assenta num conjunto de linhas complementares que, no essencial, visam a oferta de um conjunto de serviços diversificados com vista a cobrir os estádios representativos do ciclo de vida das empresas - da ideia de negócio à criação da startup, do crescimento inicial da empresa às ações de 'transformação' e atualidade competitiva de empresas maturadas, etc.., bem como de outros aspetos ligados a externalidades positivas que possam ser geradas numa lógica coletiva com utilidade para cada um dos membros – por exemplo, marketing territorial, eventos de networking (gerais e temáticos), sensibilização para a formação em TICs junto de públicos jovens, etc. A prioridade temática parece claramente centrada no domínio do desenvolvimento de software (ainda que dentro deste domínio sejam depois identificados subdomínios bastante específicos, uns mais tradicionais e outros emergentes), e do cruzamento deste com as indústrias criativas/media. A prioridade geográfica é dual - ou seja, percebe-se por um lado que existe uma clara referenciação geográfica à região de Karlsruhe e à supra-região que a enquadra, num espirito de potenciação do capital produtivo regional e que se ilustra bem na participação do CyberForum no Cluster-Software como uma das quatro entidades de coordenação regional; e, por outro lado, percebe-se igualmente que esta é apenas a base de sustentação para uma maior capacidade de projeção e atuação do cluster e dos seus membros num contexto de mercados internacionais e competição global. Financiamento da estrutura de gestão-facilitação do cluster Repartição das fontes de financiamento De acordo com a investigação produzida, é possível identificar várias fontes de financiamento essenciais para o desenvolvimento da atividade do CyberForum. 40 41 Com experiência de trabalho com parceiros internacionais. Prioridades temáticas e geográficas. 64 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Num primeiro plano tem-se desde logo a receita gerada pelas quotas dos membros/associados do CyberForum, a qual é diferenciada em função da natureza e dimensão do associado em causa de acordo com a seguinte estrutura: Pessoa individual, instituição ou empresa com até 9 colaboradores: 80€ anuais; Responsáveis pela criação da empresa nos primeiros 2 anos: 60€ anuais; Instituição, empresa com entre 10 a 30 colaboradores: 160€ anuais; Instituição, empresa com entre 31 a 100 colaboradores: 360€ anuais; Instituição, empresa com mais de 100 colaboradores: 720€ anuais; Business angels: 300€ anuais; Novos membros (exceto startups) são taxados com uma taxa única de administração de 80€. Além desta fonte de receita, importa destacar que uma parte significativa das iniciativas promovidas pelo Cyberforum são apoiadas por fundos publicos nacionais ou europeus, bem como o fato de a associação desenvolver esforço na captação de "sponsors" que em troca de um apoio financeiro à associação têm um conjunto de vantagens acrescidas face aos restantes membros. Admite-se ainda que alguns dos cerca de 140 eventos de networking que são promovidos anualmente pelo Cyberforum sejam eles próprios geradores de receitas. Sustentabilidade financeira Da investigação produzida e considerando quer a forte dinâmica no lançamento de iniciativas e projetos, quer o sustentado incremento de número de associados, quer o próprio reconhecimento nacional e internacional já alcançado, tudo indicia que a sustentabilidade financeira não se coloque como uma preocupação deste cluster. Serviços e iniciativas-chave da estrutura de gestão-facilitação do cluster Serviços oferecidos aos membros/participantes no cluster Numa lógica de trabalho em parceria com os principais stakeholders regionais (copromotores/deliverers de alguns dos serviços), o CyberForum tem ao longo dos anos expandido continuamente o leque de serviços de apoio dirigidos aos participantes no cluster que, como antes referido, pretendem cobrir todo o ciclo de vida associado à criação, crescimento e desenvolvimento empresarial, bem como, refletir a diversidade de tipologias de membros que a rede agrega. Nesse sentido a estruturação de serviços obedece a uma interessante lógica que abaixo se apresenta: Para empresários Estágios e formação complementar; Recrutamento; Financiamento; Mentoring & Coaching; Marketing territorial. Para estudantes Catch-the-job; Cyberstarter; Nerd-Zone. 65 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Para mentores Possibilidade de se tornar um mentor. Para empreendedores – Comunidade Startups Entrevista Get-to-know; Capital de arranque; Mentoring & Coaching; CyberLab (iniciativa que merece destaque pela sua abordagem inovadora enquanto espaço de incubação / coworking e proximidade à expertise detida pela CyberTeam). Para investigação Transferência de tecnologia da investigação para o setor privado; Apresentação a empresas regionais para potenciais cooperações; Lançamento de projetos de investigação e desenvolvimento. Para investidores Participação numa rede de Business Angels com mais de 35 investidores e mais de 200 investidoresconvidados, com foco nos investimentos em TI, software e web. A associar a este portfolio de serviços, em 2011 foi lançada a mais recente iniciativa (inovadora) em termos de apoio aos membros, com criação da CyberForum Service GmbH , empresa 100% detida pela associação CyberForum que visa explorar a agilização alternativa de alguns dos serviços acima identificados. Como já aludido no ponto Natureza da cooperação entre os membros da rede e papel da entidade de gestão, além dos serviços de apoio aos membros, o CyberForum serve também como suporte institucional e facilitador de algumas iniciativas/projetos colaborativos mobilizadores de grupos específicos da sua massa de associados. Indicadores sobre resultados alcançados O CyberForum atinge os níveis de excelência definidos pelo European Cluster Excellence Initiative (ECEI), sendo-lhe atribuído o Gold-Label. Em articulação com outras entidades congéneres funciona como uma das 4 estruturas regionais de facilitação-gestão do cluster Software-Cluster, distinguido em 2010 pelo Governo Federal Alemão como um "Leading-Edge Cluster" na área das TIC. Em 2013 o CyberForum (isoladamente) recebeu a distinção de melhor cluster da região de Baden-Wuerttemberg e de "leading IT network" europeia. Interação da estrutura de facilitação-gestão do cluster com outros agentes relevantes Integração da estrutura de facilitação-gestão em ecossistemas de inovação (regionais, nacionais, internacionais) O CyberForum encontra-se bastante bem integrado no sistema regional de inovação - do qual é um dos stakeholders incontornáveis - bem como ativo no estabelecimento de pontes de relacionamento dinâmicos com o sistema de inovação nacional germânico e, bem assim, com atores relevantes no cenário europeu e global. 66 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Sobre a internacionalização do cluster… motivações e estratégia, instrumentos e liderança, barreiras, resultados alcançados Uma análise atenta às fontes de informação disponíveis sobre o CyberForum revela que não existe uma mensagem clara e explicita sobre as intenções de internacionalização do cluster e dos seus associados e, muito menos, uma estratégia documentada nesse sentido. Admite-se contudo que tal não signifique que esta não seja uma preocupação do cluster - de fato, existem referências dispersas em todo o discurso de comunicação do cluster sobre a competitividade (do cluster, de uma parte relevante dos seus membros e das iniciativas promovidas/apoiadas pelo cluster) quer à escala nacional quer à escala internacional. Embora no domínio da conjetura, admite-se que uma explicação possível e plausível para esta "ausência" de uma estratégia de internacionalização comunicada para o exterior possa ter a ver com o fato de esta ser uma preocupação que já está suficientemente plasmada e integrada na matriz de pensamento estratégico de desenvolvimento do cluster e que por isso não seja "tratada" como um dossier específico. O CyberForum é indiscutivelmente visível no plano internacional e a região de Karlsruhe à qual está geograficamente ancorado e na qual é um ator incontornável no domínio das TIC foi recentemente listada no EIPE ranking como a 4ª região- polo de excelência TIC da europa, numa metodologia de análise que assumia a internacionalização como um de três pilares centrais (a par de networking e aglomeração). Iniciativas notáveis no contexto de esforços de internacionalização… caracterização e aspetos distintivos, participantes, resultados e aprendizagens mobilizáveis A iniciativa que se opta destacar neste caso de estudo não está diretamente relacionada com internacionalização, mas sim com um projeto mobilizador que se notabiliza pela sua capacidade de agregar diferentes tipologias de atores do cluster em torno de um objetivo comum que, dependendo do sucesso dos seus resultados no mercado, pode contribuir de fato para a internacionalização de algumas das PME envolvidas no projeto - "In this network competencies are pooled and joint market leadership is the goal". Designada como SaaS4KMU – Software as a Service for Small and Medium Sized Companies esta iniciativa, coordenada e facilitada pelo CyberForum, agregou 13 PME regionais a operar no domínio de desenvolvimento software, duas entidades do Sistema Cientifico e Tecnológico local (KIT - Karlsruhe Institute of Technology e FZI Research Center for Information Technologies), e duas empresas multinacionais (1&1 Internet e IBM) num consórcio cujo objetivo central se situa no desenvolvimento de um pacote de soluções integradas de SaaS (Software as a Service) customizável às necessidades específicas de cada cliente (PME). Nesta solução holística/integrada de SaaS cada parceiro desenvolve partes específicas da solução - p.ex. a empresa CAS Software AG desenvolve o módulo de CRM, a empresa ontoprise GmbH desenvolve a solução de pesquisa ontologica, a empresa WIBU Systems AG desenvolve a solução de segurança dos sistemas, a empresa POET AG desenvolve a solução de catálogos e a multinacional 1&1 Internet AG desenvolve a plataforma (e promove o produto junto de um relevante universo de utilizadores nacionais e internacionais) - que é posteriormente apresentada aos clientes como um produto integrado mas cujos módulos e valências são facilmente customizáveis por cada cliente (PME). A colaboração não se resume contudo a este objetivo central, já que os parceiros do consórcio, no processo de constatação de complementaridades e discussão de oportunidades de mercado, desenvolvem de forma parcelar (subgrupos do consorcio) outros projetos mais pequenos e focados – por exemplo, as empresas raumobil GmbH e econda GmbH trabalham conjuntamente no desenvolvimento de soluções no domínio da Eco-Mobilidade; as empresas WIBU Systems AG, fun communications GmbH, CAS Software AG e o instituto KIT trabalham conjuntamente no domínio da OpenID / InformationCard, entre outros exemplos. 67 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Neste contexto importa salientar que o consorcio SaaS4KMU se reúne regularmente a fim de discutir novas ideias de projetos e outros temas de interesse comum, promove Workshops numa base bimensal e Special Interest Groups reúnem numa base mensal. O CyberForum, por seu lado, assegura o desenvolvimento e coordenação de uma estratégia de marketing e relacionamento externo comum. O aspeto mais inovador desta iniciativa prende-se com a existência de um ponto de coordenação central e isento dos interesses individuais de cada empresa - papel desempenhado pela equipa do CyberForum - e sobre a qual existe um profundo nível de confiança por cada um dos membros do consorcio. Acresce que este ponto de coordenação central, alem de fornecer o capital de confiança coletivo imprescindível (não está em causa apenas o desenvolvimento de uma plataforma de Cloud Computing mas também a capacidade de "abrir" produtos/software de diferentes proprietários ao ponto de garantir a sua integração "seamless"), assegura ainda uma visão de conjunto sobre as atividades, estratégias e objetivos de cada parceiro… e com isso fica numa posição privilegiada para identificar outros possíveis projetos inovadores passiveis de serem levados a cabo pelo consórcio ou parte dele. Na perspetiva do CyberForum, i.e. alem das vantagens específicas decorrentes do projeto para cada uma das empresas participantes, o interesse deste projeto reside no seu caracter de experiencia piloto para a transformação incremental da própria rede CyberForum - "from a loose network to a tight collaboration cluster". Este papel de ponto de coordenação central assumido pelo CyberForum assegurou assim um conjunto de funções específicas: Coordenação de todas as atividades do consórcio; Facilitador de "partner-matching" entre empresas do consorcio para outros projetos; Assegura os domínios de marketing do consórcio e relacionamento com o mercado; Organiza as reuniões, conferencias, workshops e outros eventos do consórcio; Apoia o consorcio na escrita e preparação de projetos a candidatar a programas de financiamento; Representa o consórcio em eventos, feiras, conferencias, etc.; Dinamiza a emergência de outros projetos inovadores adequados ao perfil de competências coletivo do consórcio. Os resultados alcançados até à data são estão publicamente disponíveis, sendo contudo comunicado que este é assumido como um modelo de sucesso, quer na perspetiva do CyberForum quer na perspetiva dos participantes "Centrally coordinated, trustful network of companies is able to create and invent a broad variety of innovative products within a very short period of time". Fontes/referências: http://www.cyberforum.de/ http://www.vc-bw.de/en/startup-community-in-bw/gruendernetzwerke/cyberforum-ev/ http://www.go-cluster.de/en/innovation-cluster/cyberforum-e.v http://www.upside-project.eu/?page_id=4074 68 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 CASO 4: Cluster 55°, região de Øresund, Suécia / Dinamarca Perfil da Estrutura de Facilitação-Gestão do Cluster Idade O Cluster 55° detém mais de dez anos de experiência, com origens no cluster Øresund, fundado em 1999. Estatuto legal / macro enquadramento Organização sem fins lucrativos que agrega atores dinamarqueses e suecos, ligados às TIC, da região de Øresund (zona leste da Dinamarca e sul da Suécia). Área tecnológica dominante e grau de especialização 42 O Cluster 55° remete a sua atenção para a natureza transversal das TIC como tecnologias facilitadoras para outras indústrias não-TI. Natureza do cluster: forças motrizes / influenciadores de agenda 43 Embora se apresente com um modelo baseado numa lógica de Triple Helix (aliando a indústria, instituições governamentais e as comunidades) e com uma forte ligação à sueca Universidade de Lund (funciona como um departamento interno da universidade, sob a marca separada – Cluster55), o Cluster55 presta particular atenção, na definição da sua agenda de projetos e opções estratégicas, às necessidades e expectativas das empresas localizadas na região, funcionando como um importante catalisador para novos negócios e projetos. Composição da rede 44 É composto por 94 membros, tanto nacionais como internacionais, e conta com diversos apoiantes (http://cluster55.org/aboutus/oursupporters/) desde logo a Universidade de Lund e mais de uma dezena de outras universidades da região, as cidades de Malmö e Lund, a Agência Sueca de Inovação – Vinnova, a Agência Sueca para a Economia e Crescimento Regional – Tillväztverket, a Rede Europeia Eures – Eures Crossborder e o Comité Øresund, o qual tem servido (desde 1993) de plataforma oficial para a cooperação política regional entre a Suécia e a Dinamarca. Dispersão geográfica dos membros Os membros do cluster concentram-se na região de Øresund (que inclui territórios dos dois países – zonas do leste da Dinamarca e sul da Suécia). Membros provenientes de países estrangeiros O cluster é formado na sua maioria por membros dinamarqueses e suecos e também empresas de carácter multinacional, grande parte deles com experiência internacional e práticas de cooperação internacional significativas. Natureza da cooperação entre os membros da rede e papel da entidade de gestão A análise dos projetos e iniciativas conduzidas pelo Cluster 55 indicia a existência de esforços objetivos e consequentes da estrutura de facilitação-gestão do Cluster para a criação de um contexto favorável à inovação pela via colaborativa e, em especial, à criação de parcerias estratégicas que apoiem a comercialização e a internacionalização das empresas do cluster. 42 Tecnologias / campos de aplicação específicos vs leque amplo de aplicações dentro da área tecnológica enquadradora. 43 Equilíbrio industria vs academia. Tipologias dos membros – Industria (PME vs não PME), SCT/SEF, Admin./Gov.; dinâmica de participação dos membros, dinâmica de crescimento. 44 69 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Gestão do cluster e aspetos de governança da estrutura de facilitação-gestão 45 Tipologia e mecanismos de governança da rede Apesar da investigação realizada resultar numa compreensão pouco clara dos mecanismos de governança da rede e consequentemente do seu modo de funcionamento é possível apurar que a rede opera segundo lógicas de cooperação descentralizadas, onde os membros da rede assumem um papel ativo importante. Perfil da equipa da estrutura de facilitação-gestão do cluster A investigação conduzida aponta para uma equipa composta por elementos que asseguram uma combinação entre conhecimento técnico necessário à compreensão dos grandes desafios e tendências associadas ao sector TIC e competências complementares ao nível de domínios de intervenção não tecnológicos mas essenciais para a prestação dos serviços de apoio oferecidos. 46 Número de associados internacionalizados A estrutura empresarial na região é um misto entre grandes multinacionais, como a Ericsson, Sony, Microsoft, ARM, Intel e Texas Instruments, e PME de rápido crescimento (empresas gazela), como a Incentive, Alien Interactive, Vergic, Saplo and Auranest. Isto, em conjunto com algumas empresas nacionais de média dimensão nas áreas TIC, como a Sigma e Teleca, motivou a criação de um quadro mental entre aqueles que começam uma nova empresa favorável e em prol da internacionalização, desde o início da sua atividade. Existe ainda número significativo de organizações de apoio às empresas que se querem internacionalizar, tendo o Cluster 55 vindo a desempenhar um papel crucial neste contexto. A percentagem de membros do cluster com experiência de internacionalização corresponde a 85% a 90%. 47 Estratégia de desenvolvimento do cluster O Cluster55 pretende, na sua génese, fortalecer e representar um cluster internacionalmente competitivo e atrativo na região de Øresund. Os seus principais objetivos passam pela promoção do cluster TIC da região e pela atração de investimentos, investigação e talento, oferecendo estes valores únicos através da combinação de melhores práticas do sistema sueco e dinamarquês. O fortalecimento do setor TIC na região de Øresund passa por oferecer às PME, startups e instituições de investigação contactos regionais e internacionais, uma forte rede de potenciais clientes, parceiros de cooperação e projetos. As estratégias foram desenvolvidas com base nas necessidades da indústria e seus interesses em relação a onde encontrar capital ou clientes em ambiente internacional. A internacionalização, o match-making e a angariação de fundos são as grandes prioridades temáticas estratégicas do cluster. A escolha dos temas baseia-se sobretudo em campos importantes como a tecnologia móvel, segurança e ciência dos materiais já existentes na região, sendo tradição em empresas como a Ericsson. A sua atuação como arena aberta à inovação na área de TI e as suas áreas adjacentes, e como ponte entre o tecido empresarial e as universidades, exigem uma capacidade de trabalho estruturada para a manutenção da posição de liderança europeia do Cluster55. O cluster foca o desenvolvimento da sua atividade na sua região base, Leste Dinamarquês e Sul da Suécia, ao nível europeu com diversos estados membros da UE e ainda na China, India e Estados Unidos da América. 45 46 47 Definição de funções e responsabilidades da CO; grau de envolvimento dos membros participantes no processo de tomada de decisão. Com experiência de trabalho com parceiros internacionais. Prioridades temáticas e geográficas. 70 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Financiamento da estrutura de gestão-facilitação do cluster Repartição das fontes de financiamento O Cluster 55 tem vindo a ser financiado em 90% por fundos externos, com origem em projetos europeus e serviços de consultoria aos membros do cluster. Os restantes 10% são suportados pela Universidade de Lund. Durante o período de 2007-13, a maioria dos projetos teve como fonte de financiamento, parcial ou integral, programas governamentais e europeus, como serão exemplo a participação no AAL JP (Ambient Assisted Living Joint Programme), projectos FP7 ou a cooperação com a Vinnova (agência de inovação Sueca), que gere programas para o fortalecimento da inovação sueca. Outra fonte de financiamento do cluster são as fees dos membros do cluster - no valor anual de 2900 SEK (aproximadamente 320€). Responsáveis do cluster afirmam que o modelo financeiro não tem sido perfeito, sublinhando que o financiamento regional aberto (não contratualizado a medidas específicas) seria mais interessante, apesar do modelo atual permitir à organização grande liberdade de ação por referência a outras iniciativas de clusters regionais. Sustentabilidade financeira A investigação não permitiu determinar a sustentabilidade financeira concreta. Contudo, a sua longa e forte atuação num setor que atrai bastante atenção leva-nos considerar tratar-se de uma organização com sustentabilidade financeira a médio-longo prazo. Serviços e iniciativas-chave da estrutura de gestão-facilitação do cluster Serviços oferecidos aos membros/participantes no cluster O Cluster 55 constitui uma fonte importante de contactos nacionais e internacionais e oferece às PME, startups e instituições de investigação a possibilidade de acesso a uma rede de potenciais clientes e parceiros de cooperação e projetos. Através do acordo Business Roaming os membros do Cluster têm acesso a mais de 50 parceiros de outros países, com a possibilidade de desfrutarem da utilização gratuita de espaços e conseguir contactos relevantes. Para além disso, a equipa do Cluster55 atua frequentemente ao nível da consultoria empresarial e ajuda na avaliação de planos de negócio no sentido de apoiar o desenvolvimento de PME. Os membros do cluster têm acesso a uma vasta panóplia de vantagens: Participação gratuita em pitching-events realizados na região; Acesso a uma rede de mais de 10 000 contactos na área das TIC; Acesso aos escritórios do Cluster 55 sediados no estrangeiro, e.g. em Hong-Kong, Bruxelas e Brasil; Oportunidades de cofinanciamento da UE, através da participação nos seus inúmeros projetos; Acesso a uma rede internacional de investigadores de áreas diversas relacionadas com as TIC; Cooperação intersectorial com outras indústrias, e.g. ciências da vida, logística, alimentação e ambiente. Em conjunto com estes serviços, o Cluster55 organiza eventos de mediação - Brokerage Events: i) Cluster55 Brokerage Events - com o intuito de facilitar a prospeção de tecnologias para várias empresas multinacionais. Recorrendo à sua rede, funciona como filtro na busca de startups e PME relevantes para apresentar as suas tecnologias ou produtos; ii) C55 BE – são realizados algumas vezes ao ano, onde 5 a 8 empresas multinacionais têm acesso a PME e startups intensivas em I&D. As empresas candidatas são selecionados de modo a garantir o valor e a qualidade dos encontros/sessões. 71 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Interação da estrutura de facilitação-gestão do cluster com outros agentes relevantes Integração da estrutura de facilitação-gestão em ecossistemas de inovação (regionais, nacionais, internacionais) O Cluster 55 conseguiu construir uma rede regional e internacional e experiência que partilha com os seus membros. Com fortes relações de cooperação além-fronteiras, o Cluster auxília os seus membros na expansão dos seus negócios. O Cluster desempenha também um papel ativo a nível nacional, detendo posições no Conselho Consultivo Nacional para TIC e ainda no Space Technologies (serviços a jusante). A organização colabora ainda com gabinetes de desenvolvimento regional e a região, incluindo os governos locais de Malmo, Lund e Copenhaga. Solicitações externas para colaboração Bastante solicitado em termos de convites externos/internacionais para iniciativas de colaboração. O Cluster55 já colaborou com inúmeros parceiros de praticamente todos os países europeus, instituições académicas da maioria desses países e também empresas de toda a europa, EUA, continente asiático e América do Sul. A este respeito destaca-se a promoção/participação do cluster nos seguintes projetos de cariz colaborativo internacional: Cluster 55° Business Trips; EMMIA; ClusteriX; BSR Stars – Mobile Vikings Pilot; Bordwiis+; GreenITnet; Galileo Masters. Sobre a internacionalização do cluster… motivações e estratégia, instrumentos e liderança, barreiras, resultados alcançados O Cluster55 surge como um processo bottom-up protagonizado por um grupo de empresas regionais da área TIC que se souberam associar a outros agentes regionais chave para garantir a existência de uma abordagem de triple/multiplehelix, mobilizando igualmente a academia, as instituições governamentais, os agentes de financiamento. Com atuação num setor amplamente atrativo e numa das regiões europeias com maior dinâmica de crescimento no sector TIC, o Cluster55 assume como objetivo manter a sua posição ao nível europeu e mesmo global enquanto cluster fortemente competitivo. A internacionalização é para o cluster uma estratégia fundamental para a manutenção dessa posição de liderança, que requer uma grande capacidade de trabalho estruturado dentro e por entre setores. Sendo um dos principais objetivos do Cluster55, a atração de investimentos internacionais e de talento são ferramentas fundamentais para a apresentação de um cluster internacionalmente competitivo e atrativo. Para a promoção dos esforços para a internacionalização, o cluster aponta ainda uma outra motivação: o interesse no aumento do número de inovações, através da intensificação do fluxo de conhecimento com outros países. Por sua vez, com uma visão mais empresarial, os membros do cluster vêem a internacionalização como uma oportunidade de encontrar clientes ou mesmo de obter novas formas de investimento e potenciais investidores. O Cluster55 recorre a uma estratégia bem definida para a internacionalização, assim como a instrumentos necessários para a sua implementação. O desenvolvimento de iniciativas relativas a esta temática está a cargo da equipa do cluster, frequentemente em conjunto com a indústria. Para além do apoio fornecido pelo Cluster55, a maioria das PME da região têm uma estratégia por si mesmas. 72 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Para o sucesso da internacionalização, o Cluster55 reúne esforços para a construção da rede de contactos internacionais através, maioritariamente, de contactos pessoais. Estes são feitos para outros gestores ou staff de clusters, contactos de negócios e académicos. A difusão de Good Will Amabassadors, ou Embaixadores da Boa Vontade por diversos países permite o apoio à internacionalização das empresas-membro. Este contacto entre cluster e embaixador abre portas a contactos adicionais de apoio às empresas interessadas neste processo. Pouco tem sido feito no que respeita a, por exemplo, Câmaras de Comércio ou às tradicionais organizações de investimento, já que a experiência que o cluster detém com este tipo de organizações na Suécia é reduzida. Apesar dos seus esforços para a internacionalização, a falta de capital e de conhecimento e o número insuficiente de colaboradores são barreiras ao seu desenvolvimento. Não obstante, o impacto das suas iniciativas tem sido significativo, tanto para o cluster como para os seus membros. As atividades ligadas à internacionalização permitiram a criação de: Mais de 900 reuniões de trabalho entre 2012 e 2013; Mais de 50 negócios foram concluídos; 25 aquisições por empresas estrangeiras; 250 novos postos de trabalho devidos à internacionalização; Valores de negócios num total de 25 milhões de euros gerados através de atividades ligadas à internacionalização. Estes valores poderão ser superiores, já que se reportam a dados resultantes de uma amostra de empresas contactadas pelo cluster. Neste contexto, é possível afirmar que as atividades para a internacionalização permitiram um aumento da visibilidade do cluster ao nível internacional. Indo, assim, de encontro às expectativas que estiveram no âmago das iniciativas. De acordo com o que foi possível apurar da investigação, para o networking ao nível internacional e cooperação entre clusters, a participação do Cluster55 em programas da Comissão Europeia foi indiretamente positiva. Com efeito, algumas das iniciativas com maior sucesso a este respeito (Cluster 55 Business Roaming Agreement, Cluster 55 Business Trips) foram lançadas sem qualquer enquadramento em projetos financiados pela Comisssão. Não obstante, reconhece-se que a rede de contactos internacionais que apoiou o Cluster55 no seu trabalho de internacionalização foi em grande medida construída com base em diferentes projetos europeus (ainda que muitos deles não estejam objetivamente ligados à área da internacionalização). 73 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Iniciativas notáveis no contexto de esforços de internacionalização… caracterização e aspetos distintivos, participantes, resultados e aprendizagens mobilizáveis Cluster 55 – Brokerage events and business roaming agreements Das ações para a internacionalização previamente referidas, o Cluster55 faz-se distinguir particularmente pela sua intervenção em iniciativas de match-making elevando-as a um nível totalmente novo – brokerage events para conectar PME do cluster com a exploração de inovações de multinacionais. Estas iniciativas são um instrumento poderoso para apoiar a comercialização e internacionalização das empresas do cluster, com impacto na região. O Cluster 55 organiza com regularidade brokerage events com o objetivo de facilitar o trabalho de vigilância e prospeção tecnológica para as grandes empresas multinacionais. Suportando-se na sua extensa rede de relações o Cluster 55 procura identificar e convidar PME e startups relevantes a apresentarem a sua tecnologia ou produtos às empresas multinacionais. Para além disso, o Cluster 55 entrou em acordos de colaboração – “Business Roaming Agreements” – com outros polos e clusters TIC internacionais, para conseguir convites para os eventos para distribuir às PME e startups mais promissoras. A título de exemplo, como membro do BSR Stardust Project “Mobile Vikings”, o Cluster 55 convida empresas de outros clusters na região – Baltic Sea Region – que também são membros do projeto. O ‘Cluster 55 Business Roaming Agreement’ – é um serviço que está acessível para os membros do cluster de qualquer organização afiliada na rede, sem custos. A ideia de fundo por trás de rede é o aumento da colaboração entre clusters e a ajuda aos seus membros em processos de internacionalização. O objetivo é perceber as conexões transfronteiriças entre entidades que providenciam serviços de apoio às empresas, tornando-as acessíveis para as pequenas e médias empresas globalmente. Esta iniciativa conta com as contribuições da BSR Stars – Innovation in the Baltic Sea Region – e Vinnova, e é cofinanciada pelo Fundo Regional Europeu e Instrumento Europeu de Vizinhança e Parceria. O Business Roaming Agreement prevê que cada parceiro coloque à disposição os seus escritórios para que, em troca, as suas empresas-membro tenham acesso aos escritórios de quaisquer participantes neste acordo. Como membros desta rede, cada organização aceita, reciprocamente, colocar à disposição o seu apoio aos membros de cada uma, oferecer um leque de serviços gratuitos e a possibilidade de acesso a eventos que estejam a decorrer aquando da sua presença no local. Por outras palavras, o Cluster55 Business Roaming Agreement é um programa de intercâmbio onde as empresas podem usar o conhecimento, redes e instalações providenciados por outras empresas de clusters. O sucesso associado aos serviços de ‘brokerage events/ business roaming agreements’ parece ser influenciado, em parte, pelos seguintes princípios/ condições: i) assegurar que existe uma vontade sincera e genuina de partilhar conhecimento e contactos como um pré-requisito fundamental para que os ‘business roaming agreements’ funcionem efetivamente; ii) escolher os clusters com os quais se quer colaborar, de forma cuidadosa e estratégica, no sentido de assegurar que eles obedecem a certos níveis de exigência de qualidade em termos de profissionalismo e da presença de empresas promissoras, isto porque terão lugar transferências de imagem (o business roaming agreement é uma espécie de co-branding); iii) encetar parcerias estratégicas com outros clusters para garantir compromisso no longoprazo. 74 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster 55° Business Trips Uma outra iniciativa promovida pelo Cluster 55, relevante no apoio à comercialização e internacionalização das empresas do cluster, é a realização de ‘viagens de negócio’/’missões empresariais’ para países, dentro e fora da União Europeia, onde existem boas oportunidades das PME fazerem negócio. Estas iniciativas são uma forma interessante das empresas do cluster contactarem com novas culturas empresariais, de estabelecerem novos contactos em mercados externos e com empresas internacionais, de identificarem novos parceiros empresariais e de fazerem negócio. As empresas alvo são aquelas que mostram estar preparadas para fazer negócios internacionais, mas poderão incluir startups que necessitam de mercados mais alargados do que aqueles em que estão atualmente a operar para crescerem. A ideia fundamental por traz do conceito de ‘missão empresarial’é a constatação de que as PME têm dificuldades em expandir os seus negócios internacionalmente e consequentemente de inovarem ao nível comercial e dos mercados, precisamente pela ausência de uma rede adequada ou pela falta dos recursos financeiros necessários para suportar este tipo de ações. As ‘missões empresariais’/‘viagens de negócio’ traduzem-se frequentemente na criação de oportunidades efetivas de negócio para as empresas e um excelente veículo de aprendizagem na relação com novos parceiros. Em termos mais específicos, os benefícios para as empresas traduzem-se geralmente em viagens, alojamento, participação em eventos de match-making e alguns jantares com potenciais parceiros, tudo sem custos. As viagens de negócio dentro da UE são gratuitas para as empresas participantes que são membros do cluster (não membros têm um custo que se aproxima dos 320€ - 2900 SEK). Por sua vez, as viagens de negócio internacionais têm um custo aproximado de 1100€ (10000 SEK) e incluem a afiliação como membro no Cluster 55 (aproximadamente 784€ - 7100 SEK - para aqueles que já são membros do cluster). Em qualquer uma das missões empresariais há sempre representantes do Cluster 55 que acompanham as empresas no sentido de explorar ao máximo os benefícios que podem daí surgir. No caso específico das viagens de negócio internacionais, a gestão é partilhada por dois clusters - Cluster 55 e Future Position X (FPX), ambos responsáveis pela organização das viagens e pela agilização de contactos e agendamento de encontros com empresas e organizações relevantes. As empresas participantes são geralmente empresas com alguma maturidade, capazes de estabelecer negócios nas localizações destino. 75 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Outra iniciativa que, apesar de recente, parece de elevado interesse enquanto conceito de serviço de apoio à internacionalização de PME é o projeto piloto ACE (Accelerate Cross Border Engagement), co-financiado no âmbito do Sétimo Programa-Quadro (FP7) e lançado em setembro de 2013 (duração de 2 anos). O seu objetivo primordial passa pela oferta de serviços transfronteiriços a empreendedores e startups inovadoras e empresas do setor TIC, com o intuito de acelerar o seu crescimento. Os esforços na aquisição de novos parceiros, clientes e financiamentos, que permitem uma célere aproximação aos mercados internacionais, serão postos em prática com a operacionalização de esquemas para o estabelecimento de ligações entre participantes com redes internacionais de investimento, comunidade de investigação e potenciais clientes e parceiros. As melhores 100 startups e PME na área TIC na Europa são selecionadas para participar neste projeto, que se alicerça em processos de mentoria, ao atribuir às empresas participantes uma organização parceira do seu país que tem um papel de mentor. Este mentor “local” serve de guia ao longo do programa ACE, desenvolvendo um plano de ação para a internacionalização personalizado e colocando à disposição do participante a sua equipa e pacote de medidas de apoio. O Cluster55 é um mentor europeu, num consórcio que inclui 15 incubadoras, clusters e laboratórios por toda a Europa. Esta é uma colaboração entre parceiros dos seguintes países: Alemanha (WAYRA); Bélgica (European Business and innovation Centre Network, European Network of Living Labs e Iminds); Finlândia (Forum Virium Helsinki); França (Cap Digital Paris Region); Irlanda (Dublin Business Innovation Centre Limited e WestBIC); Itália (Meta Group); Luxemburgo (Technoport); Portugal (Sociedade Portuguesa de Inovação e Instituto Pedro Nunes); Reino Unido (Coventry University Enterprises Limited); República Checa (JIC, Zajmove Sdruzeni Pravnickch OSOB); Suécia (Lund University/Cluster55). Fontes/referências: http://cluster55.org http://www.clustercollaboration.eu/web/oresund-it http://www.regx.dk/en/news/news-2012/maanedens-facilitatorportraet-micael-gustafsson-cluster-55.html http://www.europeanace.eu/ http://www.europeanace.eu/index.php/news-events/news/item/283-press-release-for-ace http://www.businessroamingagreement.com/ 76 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 CASO 5: DSP Valley, Leuven - Bélgica/ Eindhoven - Holanda Perfil da Estrutura de Facilitação-Gestão do Cluster Idade Fundado em 1996 enquanto organização de promoção de trabalho colaborativo ("networking organization"), o DSP Valley foi objeto de profunda reorganização e reposicionamento da sua missão estratégica em Janeiro de 2013, com vista à sua afirmação enquanto estrutura de facilitação-gestão do cluster que se materializou e consolidou durante os primeiros 16 anos de actividade. Estatuto legal / macro enquadramento Actualmente o DSP Valley tem a forma legal de organização sem fins lucrativos, com sede na cidade universitária de Leuven (Bélgica) e uma filial/extensão funcional em Eindhoven (Holanda). O DSP Valley foi fundado na forma de uma parceria entre a Philips (International Technology Centre Leuven), o Imec (Interuniversity Microelectronics Centre) e a K.U. Leuven (Katholieke Universiteit Leuven), a quem rapidamente se associaram outros parceiros regionais com interesses no domínio dos sistemas inteligentes e das tecnologias de software embebido para processamento de sinal e System-on-Chip (SoC). Durante os seus quase 20 anos de existência a rede de membros cresceu significativamente: em número e em tipologia de membros, em áreas de especialização tecnológica e competências produtivas; bem como, em parceiros públicos regionais que, em reconhecimento da utilidade do trabalho desenvolvido pelo cluster, passaram a apoiar as suas actividades e desenvolveram laços de complementariedade com os seus próprios serviços. Atualmente o DSP Valley afirma-se no cenário europeu como um cluster de referência no domínio da "Open Innovation in Smart Electronics Systems" e desenvolve relações de parceria com outros cluster europeus que trabalham sobre domínios tecnológicos similares e/ou complementares (sectores beneficiários das tecnologias desenvolvidas). 48 Área tecnológica dominante e grau de especialização A matriz de orientação tecnológica subjacente ao DSP Valley aquando da sua fundação era bastante específica, situando-se nos domínios da (micro)electrónica e do equipamento electrico, particularmente ao nível das tecnologias de processamento de sinal e da sua aplicação em smart electronic systems e embedded technology solutions, cujos principais setores-alvo beneficiários são as industrias: aeroespacial, automóvel, equipamento médico, biotecnologia, mecatrónica, otica e fotónica, software e telecomunicações. Com o desenvolvimento das suas actividades (de facilitação do trabalho colaborativo entre os membros da rede); com o aprofundamento de conhecimento sobre as competências tecnologicas e interesses comerciais especificos de cada membro; com o amadurecimento das relações de trabalho entre os membros da rede; e com a própria evolução do contexto das TI's, o DSP Valley viria a reinterpretar os seus objectivos de posicionamento e especialização no panorama de clusters europeus, particularmente tendo em vista o envolvimento de novos membros posicionados noutros segmentos da cadeia de valor: a montante a capacidade produtiva/manufactura, e a jusante os integradores das tecnologias e utilizadores (industria beneficiaria) das embedded technology solutions (nas quais o cluster já apresenta competências bem consolidadas). Neste contexto nos últimos anos (2011/13) imprimiu-se uma mudança de paradigma que fez mudar o foco de atenção das competências produtivas chave dos membros da rede para se centrar sobre os domínios de aplicação dessas competências/tecnologias e sobre as respectivas cadeias de valor em que se inserem; conseguindo deste modo uma maior capacidade de envolvimento de novos agentes no cluster e uma cobertura mais alargada das cadeias de valor consideradas estrategicamente mais relevantes para os seus associados. 48 Tecnologias / campos de aplicação específicos vs leque amplo de aplicações dentro da área tecnológica enquadradora. 77 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 De forma consequente com esta nova estratégia de estruturação interna de competências do cluster (e de comunicação das mesmas ao mercado), o acrónimo DSP, que originalmente estava associado ao termo "Digital Signal Processing", passou a significar "Designing Smart Products", passando as tecnologias de processamento de sinal (Digital Signal Processing) a ser encaradas como o denominador comum agregador e mobilizador (Key Enabling Technologies) para o envolvimento de novos agentes complementares. Actualmente o cluster é composto por mais de 100 entidades (pequena e grande industria, centros de I&D e universidades) que asseguram competências num espectro mais vasto - desde silicon manufacturers até hardware e software houses, desenvolvimento de componentes e produtos, integradores e empresas utilizadoras das tecnologias. Em síntese, atualmente os membros do cluster asseguram coletivamente competências nos seguintes sub-dominios ou nichos tecnológicos: Conceção e desenvolvimento (design) de equipamentos electrónicos de processamento de sinal (digital, analógico e misto); Tecnologias de comunicação e navegação (particularmente tecnologias wireless); Sistemas de controlo por sensores; Processamento de som e áudio digital; Processamento de vídeo e imagem digital (particularmente embedded vision); Metodologias de conceção e desenvolvimento (design), ferramentas e plataformas de produção associadas aos pontos acima Competencias que mobilizam para as seguintes grandes categorias de atividades de I&D e de desenvolvimento de produtos e serviços comerciais: I&D em tecnologias futuras; Desenvolvimento de componentes de hardware e software; Manufactura/produção de componentes de hardware; Desenvolvimento completo de produtos hi-tech de elevado valor acrescentado. Natureza do cluster: forças motrizes / influenciadores de agenda 49 Como mencionado atrás, o cluster DSP Valley nasce de uma parceria entre atores industriais de grande dimensão e entidades do Sistema Cientifico e Tecnológico (SCT) belga, numa iniciativa bottom-up independente de financiamento público e não diretamente relacionada com agendas de política publica para a competitividade. É mais tarde que vem a merecer o reconhecimento de utilidade por entidades publicas ligadas à promoção da inovação e competitividade e, em particular no contexto da expansão da rede com vista à inclusão da região holandesa de Eindhoven, a agilizar um esforço de alinhamento com instrumentos de política publica e de financiamento no domínio da cooperação transregional e apoio à competividade dos territórios. Apesar de uma forte presença de relevantes entidades do SCT belga e holandês (p.ex. Imec, K.U. Leuven, TU Eindhoven), faz igualmente parte dos princípios fundadores da organização a prossecução por uma forte ligação aos agentes empresariais regionais, desde grandes grupos empresariais internacionais a PME regionais, os quais assumem de resto uma importância chave na definição da agenda e opções estratégicas da condução do cluster. 49 Equilíbrio industria vs academia. 78 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 50 Composição da rede A dinâmica de crescimento do DSP Valley ao longo dos seus quase vinte anos de existência pode ser qualificada como moderada e sustentada. Dinâmica de crescimento moderada no sentido em que o crescimento da rede foi incremental ao longo dos anos, em grande medida associado à própria maturação das relações entre os primeiros membros da rede e à sua própria capacidade em mobilizar novos membros através do desenvolvimento das práticas de trabalho em rede e da demonstração de resultados alcançados com essas práticas. Crescimento sustentado no sentido em que, por um lado, o número de membros não tem sido drasticamente flutuante ao longo dos anos e, por outro lado, no sentido em que se tem garantido o equilíbrio inicial da rede em termos da tipologia de participantes (industria vs SCT), a par de uma preocupação pelo desenvolvimento de relações de trabalho com outros parceiros internacionais congéneres. A rede do DSP Valley é assim composta essencialmente por empresas, com predominância, em número absoluto, para as PME (mas sem que tal signifique a perda de relevância de grandes empresas, que em alguns casos assumem um papel mobilizador e agregador), e por entidades do SCT belga e holandês. Além destes, designados como "Full Members", o DSP Valley conta ainda com "Associated Members", os quais são organizações e empresas que têm interesses/relações de trabalho com o cluster embora estejam localizadas fora do seu espectro geográfico e/ou âmbito tecnológico principal. Em meados de 2014 o DSP Valley contava com aproximadamente 100 Full Members e com 14 Associated Members. O número de Full Members desagregando-se em 23 entidades do SCT belga e holandês e 72 empresas oriundas dos dois países (particularmente do Triangulo Tecnológico Eindhoven - Leuven - Aachen). Alem dos seus membros, o DSP Valley conta ainda com um conjunto relevante de parceiros regionais com quem colabora e de quem recebe apoio financeiro, notavelmente governos regionais e agencias de promoção de inovação e do empreendorismo tais como: IWT Vlaanderen, Flanders Investment and Trade, Province of Noord-Brabant, Province of Vlaams-Brabant, Enterprise Flanders, Flanders in Action. Dispersão geográfica dos membros Ainda que envolvendo dois países, o DSP Valley é um cluster geograficamente concentrado, explicando-se tal no próprio contexto da sua criação e nas atividades e localizações dos seus principais membros fundadores - quer a Philips, quer o Imec, com uma forte presença na região belga de Flandres e na região vizinha da Holanda cujo centro urbano de referência é a cidade de Eindhoven - regiões que de resto se contextualizam num meta-território designado por Triangulo Tecnológico Eindhoven - Leuven - Aachen (ELAt), onde converge uma densidade relevante de entidades ligadas aos sistemas cientifico-tecnologico dos dois países, garantido recursos tecnológicos e humanos bastante especializados nos domínios tecnológicos em que o cluster se posiciona. Membros provenientes de países estrangeiros Como mencionado atrás o DSP Valley conta com membros localizados fora da sua area geográfica de referência tratam-se essencialmente de organizações ou empresas que pela sua afinidade às áreas de trabalho do cluster encontram conveniência em formalizar a sua associação ao cluster e desse modo mais facilmente se envolvem nas iniciativas de trabalho colaborativo. À data de redação deste caso de estudo o número de membros estrangeiros não é muito significativo - 5 membros oriundos de países como os EUA, Reino Unido, França e Alemanha. Alem destes membros estrangeiros - todos eles classificados como Associated Members - o DSP Valley parece ainda bastante ativo na procura e desenvolvimento de relações de trabalho com outras entidades internacionais congéneres, sendo que em 2014 conta com 12 parcerias com clusters e redes similares oriundas de países como a Alemanha, Reino Unido, França, Polónia e Dinamarca. 50 Tipologias dos membros – Industria (PME vs não PME), SCT/SEF, Admin./Gov.; dinâmica de participação dos membros, dinâmica de crescimento. 79 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Natureza da cooperação entre os membros da rede e papel da entidade de gestão Desde a sua criação que o DSP Valley justificou a sua razão de existência na prossecução da noção de que uma região fortemente inovadora (de base tecnológica) resulta de um trabalho de mobilização equilibrada de um conjunto diversificado de atores - universidades e centros de I&D de referência internacional, grandes empresas utilizadoras intensivas de tecnologia e grupos de PME tecnologicamente pioneiras e fortemente inovadoras - que trabalham colaborativamente em projetos agregadores. Neste sentido durante os primeiros anos de atividade do DSP Valley, as actividades desenvolvidas pela estrutura de facilitação-gestão foram sobretudo ao nível do desenvolvimento de redes de trabalho e promoção do conhecimento mutuo das competências e interesses dos vários membros da rede, promovendo numerosos eventos de networking & matchmaking e procurando propiciar todo o contexto necessário ao desenvolvimento de projetos colaborativos de I&D e comerciais (desenvolvimento colaborativo de produtos e serviços) entre os seus membros. Os bons resultados alcançados, a par da necessidade sentida pelos membros do cluster em redefinir a estratégia de desenvolvimento e posicionamento do cluster levaram a que, desde 2013, a estrutura de facilitação-gestão do cluster tenha vindo a ampliar progressivamente o seu leque de actividades e serviços. Neste sentido, além das atividades de networking & matchmaking entre membros do cluster, passaram a ser dinamizadas outras actividades que estruturam e acrescentam valor às anteriores, designadamente a criação de Special Interest Groups (estruturados por Application Markets), o desenvolvimento coletivo de pensamento estratégico sobre a evolução dos mercados e tendencias de consumo e inovação (Strategic Roadmapping), a representação e loobying coletivo na prossecução dos interesses dos seus membros, o apoio a start-ups e spin-offs resultantes de projetos e iniciativas contextualizadas pelo cluster. Gestão do cluster e aspetos de governança da estrutura de facilitação-gestão 51 Tipologia e mecanismos de governança da rede No contexto relatado no ponto anterior a entidade de gestão (estrutura de facilitação-gestão) surge como um elemento incontornável na história de sucesso que se conta sobre o crescimento e evolução do DSP Valley. Mais do que uma entidade que define e estabelece linhas orientadoras, a entidade de gestão é um elemento sobretudo facilitador que, alinhando-se com a visão coletiva dos seus membros e orientações estratégicas daí emanadas, trabalha no sentido de garantir os recursos de contexto necessários para o desenvolvimento de actividades colaborativas entre os seus membros. Parece ter-se assim um esquema de organização de funções e responsabilidades que se estrutura em torno de três elementos principais. Por um lado o Board of Directors - constituído e mandatado anualmente em Assembleia Geral e para o qual qualquer membro pode propôr um candidato - que estabelece as grandes orientações de desenvolvimento estratégico do cluster e as grandes linhas de actividade e serviços a assegurar e, por outro lado, a estrutura de facilitação-gestão, designada DSP Valley Team, que implementa e executa essas orientações e assegura as funções quotidianas do cluster. Complementarmente a este binómio a DSP Valley Team assegura ainda que, alem da consideração das orientações emanadas pelo Board of Directors, os restantes membros do cluster são regularmente ouvidos nas diversas palataformas e/ou iniciativas de networking e trabalho colaborativo (member meetings, seminários, special interest groups, executive lunches, etc) e as suas preocupações e sugestões de ação reflectidas na gestão do cluster e desenvolvimento de novas atividades. 51 Definição de funções e responsabilidades da CO; grau de envolvimento dos membros participantes no processo de tomada de decisão. 80 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Perfil da equipa da estrutura de facilitação-gestão do cluster À data de produção deste caso de estudo, a DSP Valley Team é composta por 10 elementos com backgrounds de formação e especialização profissional diversos e que no seu conjunto asseguram, por um lado, uma forte compreensão técnica sobre os temas tecnológicos em que o cluster opera (considerada essencial a uma bem sucedida capacidade de facilitação de desenvolvimento de parcerias e projetos colaborativos) e, por outro lado, competências de cluster management, que se podem admitir como transversais e independentes da area tecnológica/temática em que o DSP Valley se posiciona. 52 Número de associados internacionalizados A grande maioria, senão a totalidade, dos membros do DSP Valley detem experiencia e é ativa no desenvolvimento de trabalho com parceiros internacionais. Do ponto de vista das entidades oriundas do Sistema Cientifco e Tecnologico está-se perante entidades de referência internacional que naturalmente estabelecem relações de trabalho com agentes de todo o mundo. Do ponto de vista da indústria tem-se um quadro composto por grandes empresas que se posicionam internacionalmente desde há muito e por PME, que apesar da sua dimensão entendem os seus mercados naturais como necessariamente internacionais. Concorrem para este quadro os seguintes drivers essenciais: o próprio contexto de crescimento do DSP Valley, já de si intrinsecamente internacionalizado na medida em que articula duas regiões de dois países diferentes (embora vizinhos); o elevado grau de especialização tecnológica que a generalidade dos membros do cluster apresenta e que torna os mercados globais como os seus mercados naturais, e a própria reduzida dimensão dos mercados domésticos (Bélgica e Holanda) que, a par da sua localização geográfica central no contexto europeu, torna os mercados de países vizinhos como uma extensão quase natural dos mercados domésticos. 53 Estratégia de desenvolvimento do cluster Tal como referido em pontos anteriores, com o crescimento da sua rede de membros e maturação das suas actividades, em 2011 o DSP Valley iniciou um esforço de reposicionamento que se traduziu, em 2013, no lançamento e implementação de uma nova estratégia de desenvolvimento e posicionamento no contexto dos clusters europeus. Centrada no objectivo de mudar o foco de atenção das competências produtivas chave dos membros da rede para se centrar sobre os domínios de aplicação dessas competências/tecnologias e sobre as respectivas cadeias de valor em que se inserem, um dos reflexos mais visíveis da nova estratégia foi a alteração do próprio nome associado ao acrónimo DSP - originalmente (DSP Valley 1.0) associado ao termo Digital SIgnal Processing, passou nesta nova fase (DSP Valley 2.0) a estar associado ao termo Designing Smart Products. Esta nova estratégia para o DSP Valley estrutura-se em torno de quatro objectivos operacionais fundamentais, designadamanete: Cooperação; Valorização; Internacionalização e Especialização Inteligente (Smart Specialization); e no sentido da sua prossecução a estrutura de gestão do cluster viria a implementar um conjunto de novas actividades e serviços de apoio a complementar os serviços que tradicionalmente assegurou desde a sua criação (que fundamentalmente se centravam em actividades de promoção de networking e matchmaking entre associados). Além do lançamento de novos serviços de apoio transversal a todos os associados, importa realçar como importante instrumento de implementação desta estratégia a criação de grupos temáticos de interesse (Special Interest Groups), os quais foram estruturados de acordo com as aplicações de mercado que mais valorizam as competências tecnológicas e produtivas existentes no cluster ("technology valorization via applications and link with production facilities"), designadamente: SIG Smart Health, SIG Smart Home, SIG Smart Vision. 52 53 Com experiência de trabalho com parceiros internacionais. Prioridades temáticas e geográficas. 81 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Com a criação destes SIG's abriu-se caminho para a prossecução de um conjunto de importantes sub-ojectivos da estratégia de desenvolvimento do cluster, designadamente: estruturar e desenvolver massa critica em plataformas de trabalho especificas/temáticas para a troca de informação e conhecimento sobre os mais recentes desenvolvimentos num determinado domínio especifico de aplicações tecnológicas (avanços tecnológicos, tendências da industria, aspectos de politicas setoriais e regulamentação, etc) estimular continuamente a criação de alianças e parcerias entre membros do cluster (e participantes selecionados convidados) no sentido de explorar oportunidades de negócios, projetos de I&D e/ou de desenvolvimento de novos produtos, etc promover o DSP Valley como um cluster de excelência nos domínios específicos associados aos SIG's criados. No que respeita à dimensão da Internacionalização, esta sai reforçada na nova estratégia de desenvolvimento cluster, pese embora o fato de ser uma dimensão que tem sido trabalhada pela estrutura de gestão desde a criação do cluster sendo que a esse respeito os países europeus vizinhos parecem ser os domínios geográficos mais trabalhados e onde o DSP Valley já tem um significativo conjunto de parceiros congéneres. Por outro lado o cluster parece apostar recentemente na exploração de oportunidades em mercados mais distantes, designadamente os mercados asiáticos da India, Japão, China e Coreia Financiamento da estrutura de gestão-facilitação do cluster Repartição das fontes de financiamento Apesar da investigação produzida não ter conseguido apurar valores específicos, o orçamento anual do DSP Valley para financiamento das suas situa-se na ordem de grandeza de 1 Milhão de Euros (2013) e provem do seguinte conjunto articulado de fontes: Anuidades dos membros, cujo valor é diferenciado e função da tipologia e dimensão de cada membro; Contribuições de Sponsors, designadamente governos regionais (co-financiadores de programas Interreg) e agências publicas de apoio à promoção da inovação e competitividade; Fundos Europeus mobilizados a partir de projetos promovidos ou co-promovidos pelo DSP Valley, designadamente os afectos à promoção da cooperação transfronteiriça (Interreg), do desenvolvimento regional (FEDER) e do desenvolvimento de actividades de I&D+I (FP7/H2020). Sustentabilidade financeira Ao que foi possível apurar segundo a investigação produzida a sustentabilidade financeira do DSP Valley encontra-se assegurada no médio-prazo - seja através das contribuições financeiras recebidas pelos membros e sponsors do cluster, seja pela comprovada capacidade instalada do próprio cluster em aceder a diversos e complementares instrumentos de co-financiamento europeu. Serviços e iniciativas-chave da estrutura de gestão-facilitação do cluster Serviços oferecidos aos membros/participantes no cluster A proposta de valor oferecida pelo DSP Valley aos seus membros estrutura-se no entendimento do cluster enquanto uma pataforma, comum a todos os membros, que agrega um conjunto de caracteristicas complementares: (plataforma de) relacionamento, plataforma de acesso a conhecimento técnico especializado, plataforma de vigilância e disseminação de informação, plataforma de apoio à internacionalização, plataforma de promoção e lobbying coletivo dos seus membros. 82 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Neste contexto a lista de serviços de apoio oferecidos pela estrutura de facilitação-gestão aos membros do cluster sintetiza-se nos seguintes pontos: Reuniões de membros do cluster (além da Assembleia Geral anual): 7 a 8 reuniões anuais, abertas a todos os membros do cluster, em que se promove o relacionamento entre os membros do cluster, se dão a conhecer resultados de atividades executadas pela estrutura de gestão, oportunidades de negócios e/ou projetos, colaborações e parcerias, etc; Seminários e eventos: acesso gratuito por todos os trabalhadores a eventos e seminários organizados pelo DSP Valley, participação em apresentações e stands; Special Interest Groups (SIG's): possibilidade de participação em todos os SIG's existentes; Brokerage Events: apoio à participação e/ou representação em eventos B2B e A(cademy)2B; Serviços de informação e apoio à participação em programas e projetos europeus em dominios ligados à area de especialização do cluster; Almoços Executivos: promoção de almoços com key-note speakers convidados sobre temas pertinentes; Apoio à participação em eventos internacionais de promoção e desenvolvimento de negócios - stand/bandeira DSP Valley; Ferramentas comunicacionais corporativas onde se destacam os membros do cluster: newsletter bimensal (3000 assinantes), newsflash (disseminação exlusiva a membros), website DSP Valley com informação detalhada sobre cada associado e secção "Member Only" para disseminação de informação privilegiada; Banco de leads comerciais e outras oportunidades relevantes diretamente geradas/intermediadas pelo DSP Valley. Interação da estrutura de facilitação-gestão do cluster com outros agentes relevantes Integração da estrutura de facilitação-gestão em ecossistemas de inovação (regionais, nacionais, internacionais) Como se denota pelo já relatado nos pontos anteriores o DSP Valley parece nunca ter descurado a importância de garantir um bom entrosamento com os parceiros que entende mais relevantes - sejam parceiros a nível regional, colaborando ativamente com governos regionais e agencias publicas de promoção da competitividade e inovação, seja a nível internacional, colaborando com entidades congéneres de outros países europeus, por um lado, e trabalhando a capacidade de atração de entidades de relevância/utilidade estratégica para o cluster enquanto Associated Members. Quanto à ligação às entidades do sistema científico e tecnológico belga e holandês - elementos chave dos ecossistemas de inovação regionais e nacionais - esta já faz parte da própria génese do cluster. Solicitações externas para colaboração Na medida direta da maturação de atividades e consolidação do posicionamento do DSP Valley no mosaico de clusters europeus, e em particular graças ao que parece ser uma bem comunicada especialização em nichos bastantes específicos no amplo e diversificado setor das TIC, o DSP Valley tem sido objeto de um conjunto relevante de convites para o desenvolvimento de relações de cooperação com parceiros internacionais - quer europeus quer de outras regiões do globo, com particular destaque para países asiáticos onde a especialização temática que o cluster apresenta é bastante valorizada. Estas oportunidades/iniciativas de cooperação são de resto também ativamente proactivamente procuradas pelo próprio cluster. 83 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Sobre a internacionalização do cluster… motivações e estratégia, instrumentos e liderança, barreiras, resultados alcançados Tal como referido anteriormente, no contexto da nova estratégia de desenvolvimento do DSP Valley a internacionalização é assumida como um dos 4 objectivos ou pilares operacionais de implementação da referida estratégia. Esta é de resto uma dimensão que parece ter estado sempre presente na gestão do cluster ao longo dos seus quase 20 anos de existência e que se evidencia no número de parceiros internacionais com que o cluster tem relações já cimentadas com outros clusters congéneres ou complementares do centro europeu, mas também, ainda que de forma menos consolidada, com entidades de outras regiões do globo (p.ex. India, Taiwan, Coreia do Sul, Japão, China). As motivações do DSP Valley para apostar na internacionalização não são diferentes das motivações de quaisquer outras organizações similiares e estão de resto alinhadas com as motivações e orientações da própria agenda da União Europeia sobre o assunto: o reconhecimento de que os mercados globais são uma inevitabilidade para empresas e organizações que se pretendem inovadoras, competitivas e ambicioas na conquista de posições chave nas cadeias de valor globais; e o reconhecimento de que os clusters são instrumentos ou ferramentas facilitadoras essenciais à alavancagem da capacidade inovadora das empresas europeias e ao desenvolvimento de uma cultura empreendedora que se pretende dinâmica e competitiva à escala global. Como também referido anteriormente, a generalidade dos membros do DSP Valley já desenvolve atividades noutros países (em maior ou menor grau e função da sua própria dimensão e posicionamento no mercado), pelo que os esforços de internacionalização promovidos pelo cluster se centram sobretudo ao nível da própria internacionalização da "marca" DSP Valley enquanto estandarte de um cluster especializado no domínio dos Smart Embedded Systems and Tecnhologies. Esperando-se naturalmente que a partir desses esforços de 'internacionalização coletiva', se crie um contexto relacional favoral ao aparecimento de oportunidades para os seus membros no que respeita ao desenvolvimento de projetos (comerciais ou de I&D) em contexto internacional. Os instrumentos utilizados pelo DSP Valley para este propósito são de natureza variada e complementar, sendo que desses se destacam: - promoção de DSP Valley Roadshows em mercados considerados estratégicos e onde ainda não existem relações de trabalho estruturadas / conhecimento sobre a existência do cluster e das suas competências e posicionamento tecnológico (ex. DSP Valley Roadshow Korea, Taiwan, Japan, China); - promoção de eventos internacionais mobilizadores de agentes geograficamente remotos (ex. ITF - Imec Technology Forum, SSIS - Smart Systems Industry Summit); - promoção do DSP Valley International Day, que assenta na ideia de "visitas guiadas" de agentes internacionais ao ecossistema produtivo DSP Valley; - participação em eventos internacionais (conferencias, feiras, etc) organizados por entidades terceiras noutros países (ex. Embedded World); - participação do DSP Valley como parceiro em projetos colaborativos europeus/internacionais (ex. FP7/RoK Silicon Europe, FP7/RoK Clines); - outras iniciativas de colaboração inter-clusters (ex. ESCC - European Semiconductor Cluster Consortium). De uma forma geral estas iniciativas são lideradas/coordenadas pela estrutura de gestão do DSP Valley, sendo contudo um pressuposto de execução dessas iniciativas o envolvimento dos membros do cluster que demonstram interesse e apresentam um perfil adequado (caso a caso). Ao que foi possível apurar em sede de entrevista presencial a elementos da estrutura de gestão do DSP Valley, esta abordagem multifacetada aos desafios da internacionalização tem apresentado resultados bastante encorajadores no que respeita ao aumento de visibilidade internacional do DSP Valley e à sua capacidade de atrair e desenvolver relações com parceiros geograficamente remotos. 84 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Iniciativas notáveis no contexto de esforços de internacionalização… caracterização e aspetos distintivos, participantes, resultados e aprendizagens mobilizáveis ESCC - European Semiconductor Cluster Consortium Do conjunto de iniciativas diversas dinamizadas pelo DSP Valley no domínio dos esforços de internacionalização do cluster e dos seus membros, opta-se por destacar em particular o projeto "ESCC - European Semiconductor Cluster Consortium", lançado em 2013, que resulta de uma parceria de vários clusters europeus que se associam em torno de um objetivo comum: a valorização e consolidação da posição da Europa enquanto líder mundial nos domínios da electrónica (micro e nano) energeticamente eficiente. Iniciado em 2013, o projeto ESCC resulta de uma chamada à apresentação de propostas de projetos realizada pela Comissão Europeia / DG Enterprise no âmbito das European Strategic Cluster Partnerships, que visa a intensificação da colaboração entre entidades gestoras de clusters de vários países europeus e domínios de especialização tecnológica, bem como, o desenvolvimento de ações conjuntas de promoção desses clusters nos mercados globais. Coordenado pela entidade Corallia - Hellenic Technology Clusters Initiative, entidade gestora do mi-Cluster, o European Semiconductor Cluster Consortium agrega seis clusters europeus posicionados nos domínios da micro e nanoelectrónica e visa o desenvolvimento de uma estratégia comum (e respectivo roadmapping de ações de implementação) para a exploração de novos mercados globais e o posicionamento competitivo dos clusters e das suas empresas associadas, particularmente PME, nesses mercados alvo. O consórcio é constituido pelos seguintes clusters: DSP Valley (BE/NL), HighTech NL (NL), Fondazione Distretto Green & High Tech Monza Brianza (IT), mi-Cluster (GR), Minalogic (FR) e Silicon Saxony (DE), e os países/mercados-alvo são: EUA, Taiwan, Coreia do Sul, Israel e China. Para a concretização dos objetivos do ESCC os parceiros do consorcio desenvolvem um conjunto de atividades em parceria (de acordo com o perfil, recursos e intresses específicos de cada parceiro/cluster) que visam: - - - o desenvolvimento de uma rede europeia inter-clusters que promova o contato dos membros de cada cluster, particularmente PME, e a agilização de oportunidades conjuntas entre as empresas (independemente do cluster a que estão associadas); o mapeamento das principais forças, oportunidades e desafios com que os clusters europeus (no domínio dos semicondutores) se confrontam para o alcance de um posicionamento competitivo da industria europeia de semicondutores à escala global; intensificação das trocas de informação e boas práticas entre os clusters envolvidos; atividades de comunicação e disseminação no sentido da promoção de consciencialização dos agentes ecónomicos sobre a importância da industria europeia dos semicondutores; promoção de networking e desenvolvimento de estratégias comuns para a abordagem a mercados globais de interesse estratégico para esta industria (EUA, Coreia, Japão, Taiwan, China e Israel); apoio à promoção da competitividade das PME (associadas a cada um dos clusters do consorcio) nos mercados globais referenciados. Num plano macro os resultados que se esperam com a execução do projeto ESCC situam-se ao nível dos contributos que resultarão para a estratégia europeia de crescimento "Europa 2020" e em particular para as iniciativas bandeira "A Digital Agenda for Europe" e "A Resource Efficient Europe". 85 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Num plano mais concreto o projeto ESCC foca-se no alcance dos seguintes resultados específicos: - - - promoção da micro e nanoelectrónica como tecnologia facilitadora chave (key enabling technolgy) para as fileiras industriais tradicionais, desbloqueando o resurso a estas tecnologias através do desenvolvimento de soluções de adoção amigável tendo como pano de fundo os desafios relacionados com a eficiência energética e redução de consumos; preservar e potenciar o know-how europeu dentro da industria europeia, designadamente através da promoção de sinergias de trabalho inter-cluster que favoreçam a exploração de complementariedades e trocas de informação e boas práticas; explorar novos mercados mundiais e promover a competitividades das PME europeias (ligadas à fileira dos semicondutores). Fontes/referências: http://www.dspvalley.com/ http://www.clustercollaboration.eu/documents/630097/0/ESCP_short-info-ESCC-2013-05-08.pdf 86 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 4. – INOVARIA: QUE APRENDIZAGENS MOBILIZÁVEIS NO SEU CONTEXTO 4.1 Quadro síntese de referência As análises realizadas no âmbito deste trabalho permitem concluir que existe um conjunto amplo de desafios e oportunidades de desenvolvimento económico assentes numa estratégia de reforço de clusters, redes e iniciativas de clusters capaz de conduzir os vários stakeholders a intervir, segundo uma lógica mais integrada e holística, nos mercados internacionais. Um ponto forte associado ao potencial de crescimento dos clusters, com destaque para os clusters associados às TIC, assenta na diversidade de atividades que os integram mas sobretudo que com eles estabelecem relações de complementaridade e cujas competências cruzadas podem convergir para a produção de novos bens, produtos e serviços com valor. Embora muitos dos clusters estudados se posicionem relativamente bem em termos de sensibilidade para a necessidade de posicionamento além-fronteiras regionais e nacionais, é necessário assegurar que o forte potencial relacional que existe, num ecossistema de inovação aberta, é concretizável. Com efeito, a promoção da “crossfertilization” de atividades para além das cadeias de valor tradicionais surge como um dos principais desafios para as empresas participantes e para as entidades gestoras dos clusters. As análises efetuadas revelam um conjunto diversificado de barreiras, umas de natureza mais objetiva e outras de natureza subjetiva, ao desenvolvimento e aprofundamento da internacionalização em contextos de redes/clusters. Desde logo, em termos globais, uma das principais barreiras prende-se com a ausência de uma visão e estratégia coletiva para a internacionalização das empresas do cluster e das iniciativas do próprio cluster e, consequentemente, com a inexistência de uma consciência coletiva sobre os benefícios que decorrem das práticas de colaboração internacional como fonte de vantagens competitivas e inovadoras. Outras barreiras podem ser identificadas dando lugar a alguns desafios competitivos que os stakeholders e gestores do cluster terão que defrontar. A análise realizada revela existirem debilidades sistémicas associadas a fatores como sejam o deficit de iniciativas sistemáticas de colaboração em mercados internacionais, a falta de soluções integradas de desenvolvimento de produtos e soluções e de apoio à I&D, a falta de competências relevantes para promover processos de “inovação aberta” através dos clusters, entre outros. Torna-se fundamental que as estruturas de facilitação-gestão do cluster com a ajuda dos seus principais atores aumentem as suas competências, ao nível gestionário mas também ao nível da tecnologia do produto, através do estreitamento das ligações institucionais (onde a comunidade de investigação, indústria, financiadores, sector público e cidadãos são, todos, elementos importantes) e do envolvimento de todos os stakeholders numa cultura de colaboração e cocriação, perspetivando a criação de novos mercados e serviços. O posicionamento competitivo do cluster das TIC, de que a Inova-Ria é um stakeholder chave, deverá assentar no cimentar da confiança entre os diversos interlocutores em relação às dinâmicas de interação internas e externas ao cluster; no fortalecimento da dimensão conhecimento – aumentando a colaboração entre ciência e iniciativas de clusters e demais atores (incluindo financiadores e utilizadores); no fornecimento de competências chave e aumento das competências de criatividade e design para conduzir a capacidade de I&D competitiva e tradução desta em inovação; no incremento das estratégias de marketing; na inovação dos serviços como forma de fortalecer a capacidade de inovação dos clusters; no desenvolvimento de processos de apoio e gestão mais profissionais; e na melhoria do desempenho e da excelência através de uma avaliação e adaptação sistemáticas. 87 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 A adoção de uma atitude inovadora por parte das organizações de facilitação-gestão dos clusters requer, para além da capacidade de reinvenção constante ao nível dos processos e dos serviços, a capacidade de identificar as necessidades dos diferentes stakeholders e estabelecer articulações adequadas a montante e a jusante da cadeia de valor e para além das ligações tradicionais, explorando o valor da rede. Exige-se portanto às empresas e estruturas de apoio dos clusters capacidade de identificar e atrair os parceiros “certos” e de estabelecer novas formas de articulação com a macro envolvente externa, que se exprima em novas estratégias de gestão da cadeia de valor e em novas formas de fertilização cruzada entre empresas, instituições, sectores, clusters e gestores de clusters. Note-se que a maior aproximação entre a realidade atual dos clusters estudados (e da Inova-Ria) e a situação desejada, em termos de desenvolvimento e expansão e colaboração internacional, deve ser equacionada no âmbito de um processo de amadurecimento coletivo e de alinhamento e coordenação com a formulação de políticas e instrumentos de política da UE para a internacionalização dos clusters, em que a implementação de novos serviços e novas formas de gestão e de relacionamento institucional e empresarial assumem importância crucial. Para isso, afigura-se essencial que as estruturas de facilitação-gestão dos clusters desenvolvam, mais proactivamente e em conjunto com os diferentes atores, ações estrategicamente pensadas e planeadas, capazes de materializar as oportunidades detetadas e, dessa forma, contribuir para dar visibilidade aos resultados de práticas colaborativas de natureza introvertida (intraclusters) e extrovertida (interclusters e cross-clusters). Assim procurar-se-á, nos pontos seguintes, delinear alguns princípios de orientação estratégica e modalidades de intervenção, umas mais gerais outras mais específicas, no âmbito do quadro analisado, as quais podem influenciar, no concreto, as atividades de reflexão e ação da organização Inova-Ria. 4.2. Sugestões de ação futura Discutidos e compreendidos os fundamentos teóricos subjacentes à importância e benefícios das redes de cooperação e clusters e suas estruturas de facilitação-gestão na criação de redes externas e expansão das economias regionais (decorrentes do capítulo 2), conhecidos alguns casos concretos e experiências de sucesso de internacionalização nesse contexto (decorrentes do capítulo 3 e anexo 3), afigura-se agora importante confrontar essas ideias com a realidade específica da Inova-Ria, entendida enquanto agente chave/estrutura de facilitação-gestão do cluster TIC nacional e da região de Aveiro em particular. Nos pontos seguintes apresenta-se um conjunto de premissas e domínios de intervenção que deverão influenciar a adoção de práticas para a internacionalização no contexto da Inova-Ria. Estas perspetivas e orientações para ação resultam de um esforço de adaptação às condições da Inova-Ria dos ensinamentos proporcionados pela análise dos casos de estudo e boas práticas identificadas, mas terão obviamente de ser ponderadas de acordo com as características do território e da rede (tecido empresarial, suporte institucional, recursos, estrutura e estilo de gestão). Não há soluções únicas para responder aos desafios associados à internacionalização, antes orientações e boas práticas demonstrativas de como alcançar o sucesso na condução de futuras iniciativas nestas áreas. 88 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 4.2.1. Objetivar a Estratégia de Internacionalização Dimensão que impõe a definição de uma Estratégia de Internacionalização coletiva de forma explícita traduzida em objetivos claros para as atividades de gestão do cluster e enquadradores de projetos de colaboração internacionais que potenciem o estabelecimento e prossecução de participações crescentes em projetos internacionais de ID&I e em número de iniciativas de colaboração. Não poderá ser algo estanque e estático, pelo contrário deve ser sujeito a aperfeiçoamentos contínuos de alinhamento com a diversidade e complexidade dos projetos/iniciativas de promoção da internacionalização e desenvolvimento de novos negócios em rede. Isto implicará naturalmente, uma periodicidade de revisão do posicionamento do cluster em termos de prioridades de internacionalização em função das suas competências nucleares e da força das suas relações. O esquema seguinte ilustra esta perspetiva de ação futura: Estratégia de Internacionalização Estratégia de Internacionalização coletiva (conjunto de recursos, aptidões e tendências, de natureza material, cultural e organizacional) alinhada à visão e estratégia globais do cluster e clara determinação de áreas de conhecimento estratégicas com potencial de desenvolvimento de negócio em contexto de rede. Objetivos claros para as atividades de gestão do cluster e enquadradores de projetos de colaboração internacionais, assegurando que são percecionados e compreendidos por todos os stakeholders. Combinar ferramentas analíticas (análise da industria, do cluster, da região, de macro-tendências) para apoiar o desenho de uma estratégia para a internacionalização – e.g. ‘cluster map’, market intelligence, foresight, … Fatores chave de operacionalização da estratégia Visibilidade, dentro e fora do cluster, da importância que a internacionalização assume no posicionamento futuro do cluster. Orçamento anual para atividades de internacionalização e mecanismos de apoio. Táticas Aumentar a participação em projetos internacionais de ID&I e o número de iniciativas de colaboração. Aperfeiçoar regularmente o alinhamento entre a estratégia de internacionalização e os projetos/iniciativas em rede. Inclusão contínua das visões exteriores ao cluster na sua planificação estratégica. Redefinir periodicamente o posicionamento do cluster em termos de prioridades de internacionalização (geográficas, temáticas e tipológicas)tomando como base a evolução das suas competências nucleares e a força das suas relações. 89 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 4.2.2. Dinamizar redes internas e externas & novas formas de interação Esta dimensão de ação futura pretende a criação de um processo catalisador de fortes dinâmicas de rede e de gestão de interfaces profícuas, constituindo-se por diversas linhas de intervenção, nomeadamente: CAPACIDADE DE ATRAÇÃO & BRANDING E MARKETING •Aumentar a capacidade de atração de IDE (investimento direto estrangeiro) através da agilização de novas formas de relacionamento com o SRI - sistema regional de inovação. •Gestão do envolvimento dos stakeholders em “pentagonal hélix” (indústria, comunidade de investigação, sector público, financiadores, sociedade civil) de modo a construir interdependências e a perseguir uma agenda comum (processo de mash-up) e da aposta no branding e marketing do cluster. COOPERAÇÃO TRANSNACIONAL & CROSS FERTILIZATION •Promover a cooperação transnacional com outras entidades internacionais ligadas às TIC e a "cross fertilization" entre atividades para além das cadeias de valor tradicionais e com outros clusters permitindo que novas ideias possam fluir para o cluster e o ajudem a inovar e diversificar. •Apoiar ‘visitas’ a clusters e outras redes com um desempenho superior em áreas onde se quer melhorar, como forma de instigar mudanças e melhorias e planear visitas guiadas entre empresas e clusters de atividades distintas, criteriosamente selecionados, como mecanismo de partilha de informação e de experiências. COOPERAÇÃO INTERNA •Reforçar a cooperação interna entre os membros do cluster via parcerias/ iniciativas empresariais para a internacionalização – ‘embebida’ no DNA de start-ups - novas, criadas de raiz com o apoio do SCT/SEF, ou resultantes da associação de empresas existentes. COLABORAÇÃO EM I&D •Apoiar/promover a colaboração em ID&I – iniciativas mobilizadoras, com critério, dotadas de um forte sentido estratégico para o cluster no seu todo que visem intensificar e alargar atividades do cluster. •Criar, com a colaboração de parceiros externos, mecanismos de identificação e avaliação de tendências com potencial impacte no desenvolvimento do cluster e seus constituintes, capaz de revelar oportunidades de inovação em vários domínios. •Detetar oportunidades de ID&I assentes na interligação das oportunidades decorrentes do H2020 e instrumentos similares com as orientações emanadas do conceito de “ecossistema de inovação aberta”. •Alinhar os esforços internos com o contexto envolvente, designadamente as estratégias RIS3 mais relevantes. 90 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 4.2.3. Organizar distribuição de serviços em torno do cluster Linha de ação futura direcionada para o portfólio interno de serviços e de capacidades a disponibilizar para apoio a iniciativas / projetos de colaboração em rede que visem a internacionalização, constituindo-se igualmente por opções múltiplas: 1. Adequar infraestruturas e organizar a distribuição dos serviços a disponibilizar de acordo com as especificidades/necessidades do cluster e as funções estratégicas/áreas de especialização do cluster a definir – ‘serviços à medida’ 2. Melhorar/desenvolver serviços para grupos alvo específicos, atendendo a objetivos estrategicamente importantes 3. Assegurar variedade de serviços de apoio especializado, cobrindo aspetos como: Desenvolvimento de negócio > planos de negócio > acesso a financiamento Apoio à ‘incubação’ & promoção do empreendedorismo em áreas emergentes planear e gerir a atração de PMEs inovadoras . Desenvolver competências complementares Estruturas de facilitaçãogestão Apoio ao networking nacional e internacional – identificação/acesso a ‘key partners’ e ‘key initiatives’, assegurando um elevado nível de interatividade entre os atores chave, que contribua para aprofundar o conteúdo tecnológico e incorporar conhecimento e competências no tecido produtivo. Informação ativa 91 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Informação ativa Criar ‘radar’ de oportunidades: financeiras (H2020; Portugal2020; venture capital); tecnológicas; de mercado (business intelligence); Divulgar formas e instrumentos de financiamento e de cooperação disponíveis de apoio à internacionalização (combater ceticismo e desconhecimento); Divulgar serviços, atividades de investigação desenvolvida com aplicação na indústria, conhecimento mútuo das competências que cada agente possui, facilitando a divisão do trabalho de inovação e propiciando a especialização em atividades complementares; Dar a conhecer comportamentos do mercado e as estratégias tecnológicas de cada agente (business intelligence), facilitando a coordenação das decisões de investimento; Dar a conhecer casos/iniciativas de sucesso, internos e externos, que funcionem como fonte de novas ideias para facilitar a internacionalização; Realizar iniciativas regulares de troca de conhecimento e experiencias entre gestores de clusters. Desenvolver competências complementares Identificar novas áreas de formação e treinar recursos humanos para dominar competências chave para promover o desenvolvimento e expansão internacional do cluster com o envolvimento ativo do staff e dos membros do cluster; Lançar/aceder a programas de formação prática orientada para aspetos gestionários e metodologias que facilitem a implementação de estratégias de internacionalização. 92 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 4.1.4. Melhorar práticas gestionárias Última linha de ação futura que releva a importância das práticas de gestão das estruturas de facilitação-gestão proporcionando múltiplas e diversificadas intervenções, concretamente: Criar/ preparar staff especializado – criar unidade vocacionada para a gestão-facilitação da rede numa perspetiva de internacionalização e procura ativa de oportunidades de networking com valor – aposta no sentido da crescente profissionalização do cluster/estrutura de facilitação (função/cargo de “cluster manager” enquanto carreira tem vindo a afirmar-se). Criar subestruturas operacionais (pequenas, flexíveis & ágeis) para a internacionalização – ‘working groups’/ ‘miniclusters’, com base nas aptidões dos diferentes stakeholders (massa crítica da Inovaria), mais ou menos sensíveis a aspetos técnicos e/ou de networking em função dos objetivos estratégicos definidos, e influenciadas por: Iniciativas/projetos específicos – piloto e de pré-teste de futuras unidades com um funcionamento e orgânica própria (ver caso CITi – iniciativas ‘CapaCiti’; ‘TheBarn’); Temáticas TIC chave – (e.g. learning Technologies, Health & Well Being Tech /AAL; Data and Information Security, Cloud Computing, etc., capazes de potenciar atividades de cooperação internacional numa perspetiva de inovação aberta; Estratégias de ‘mash-up sectorial’/ ‘cross-fertilization’ (e.g. TIC vs agricultura; TIC vs turismo; TIC vs blue growth; etc..), onde as TIC surgem como tecnologias facilitadoras em resposta a desafios societais, de liderança industrial; … Serviços especializados – e.g. financiamento; business growth; business intelligence; etc.. Criar portfólio de ‘projetos bandeira’ de agilização da estratégia de internacionalização, geridos numa lógica de conjunto (‘morrem uns, outros resultam, o sucesso é medido pelo conjunto’). Identificar e/ou desenvolver novas metodologias, processos, ferramentas de apoio ao desenvolvimento das diferentes fases do processo de internacionalização (‘identificar parceiros’; ‘desenvolver confiança e projetos’; ‘implementar projetos’; ‘medir sucesso’; ‘manter rede’) – assegurando equilíbrio entre capacidade de “olhar para dentro e de não reinventar a roda” e de adotar/adaptar ferramentas testadas de sucesso. Adotar instrumentos e mecanismos sistemáticos de acompanhamento, avaliação e aprendizagem (que quantifiquem outputs e outcomes de projetos, iniciativas, ações para a internacionalização). Trabalhar comunicação e processos ligados á marca e marketing da rede/ cluster – criar programa de comunicação interno e externo. Acesso a financiamento como fator capaz de garantir investimentos com critério e a sustentabilidade económica do cluster e – e.g. ‘fees’; projetos; subvenções do governo; serviços; etc.. Suportar a gestão estratégica do cluster e das opções de internacionalização em macrotendências que o mercado já provou estarem a crescer proativamente e que se caracterizam por: “Transnational cooperation”; “Cross-fertilization”; “Smart specialization”; “Open innovation 2.0” – Open innovation ecossystems; “Pentagonal hélix management”. 93 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 4.3. Notas finais A internacionalização é um fato incontornável e tornou-se num contexto cada vez mais sofisticado. Tem a ver com inteligência tecnológica e de mercado que procura avaliar se a estratégia de especialização inteligente está apta a resistir à competitividade global ou a tirar partido das oportunidades da competição global (frequentemente nichos de mercado). Hoje todos os esforços de decisores políticos, gestores e atores do cluster se concentram no reforço da competitividade dos clusters e no desenvolvimento de clusters de excelência que sejam internacionalmente competitivos e que tenham impacto na economia nacional. A excelência é naturalmente exigida a vários níveis, onde se inclui a gestão dos clusters, que se procurou enfatizar ao longo deste trabalho. A excelência ao nível dos clusters e concretamente das suas estruturas de facilitação-gestão traduz-se em mais prosperidade para as regiões, mais competitividade para as empresas e maior retorno em termos de investimento para os investidores. Um desafio evidente está no incremento do entendimento relativamente à estrutura dos sistemas de gestão da estrutura de facilitação do cluster, suas funções/serviços e relação com a competitividade do cluster. Para o efeito foi desenvolvida uma matriz que ilustra a importância destes vetores e suas correlações, estruturando uma coerência em ligações não convencionais, com impacto na competitividade e sustentabilidade do cluster (num quadro de abertura ao exterior). Esta matriz [Estratégia do Cluster versus Estratégia de Internacionalização], representa um racional que enquadra a importância da especialização & profissionalização dos serviços e funções das estruturas de facilitação – gestão (cluster staff) quando em apoio e suporte de working groups ou miniclusters (também eles, dotados de maior ou menor massa crítica). Esta relevância oscila em função da presença de iniciativas ou projetos de utilidade coletiva promovidos pelo cluster (Inovaria) ou de iniciativas / projeto temáticos – nichos TIC - promovidos pelos working groups ou seus associados, como é evidente na matriz apresentada. Compete à Inovaria desenhar e desenvolver os eixos e nódulos de acordo com a sua estratégia, de forma a dar passos sustentáveis na progressão na senda da excelência. 94 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Neste contexto vários componentes/ elementos críticos surgem como oportunidades para que as estruturas de facilitação-gestão em conjunto com stakeholders relevantes deem o salto para novos paradigmas das redes TIC internacionalmente competitivas, que combinam as tecnologias facilitadoras, como as TIC, e as mudanças na indústria e na sociedade, por exemplo: pentagonal hélix management; co-creation & innovation platforms; user-driven innovation; sustainable intelligent living; servitization; openess to innovation & culture; intersectorial innovation; mixedmodel tecnologies; social innovation; etc.. Uma ideia fundamental que emerge deste trabalho é de que a gestão dos clusters num contexto de mercados internacionais e 'internacionalizados' não é panaceia. Em termos globais, o desempenho das estruturas de facilitaçãogestão depende entre outros aspetos da capacidade de reflexão estratégica, da planificação e gestão sistemáticas, da conectividade, das competências e da experimentação. As várias formas distintas de intervenção discutidas nesta última parte do estudo têm como consequência a maior ou menor capacidade das próprias estruturas de facilitaçãogestão se reinventarem. Essas orientações podem servir de estímulo e funcionar como ‘trampolim’ para iniciativas concretas de internacionalização e implementação efetiva de melhores práticas para um desenvolvimento sustentado do cluster das TIC na região de Aveiro. 95 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 BIBLIOGRAFIA/WEBGRAFIA 96 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Bibliografia Ahvenharju, S., M. Syrjanen and M. 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URL: http://abclusters.org/wp-content/uploads/2013/12/Using-clusters-to-address-emerging-industries_0.pdf 99 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Links de interesse – projetos & entidades ACE – Accelerate Cross Border Engagement http://europeanace.eu CIONET (IT executives community of practice) http://www.cionet.com Cluster Cooperation: TACTICS http://www.eca-tactics.eu/page/tactics-final-reports ClusterPoliSEE - Developing S3 for Cluster Improvement http://www.clusterpolisee.eu CLUSTRAT New Cluster Concepts for central Europe http://clustrat.eu DG Enterprise and Industry - Promoting international activities of SME http://ec.europa.eu/enterprise | http://ec.europa.eu/enterprise/policies/sme/market-access/internationalisation Digital Agenda for europe https://ec.europa.eu/digital-agenda/en/newsroom/all/report/study EBN - European BIC (Business Innovation Centre) Network http://www.ebn.be EIT ICT Labs http://www.eitictlabs.eu EIPE - European ICT Poles of Excellence http://is.jrc.ec.europa.eu/pages/ISG/EIPE.html ESBN - European Business support Network http://www.european-business-support-network.eu/partner EuroCIO (European CIO Association) http://www.eurocio.org European Business and Technology Centre http://www.ebtc.eu European Cluster Alliance http://www.eca-tactics.eu/eca/about European Cluster Collaboration Platform http://www.clustercollaboration.eu European Cluster Excellence Initiative – ECEI http://www.cluster-excellence.eu European Cluster Observatory http://www.clusterobservatory.eu Europe INNOVA http://ec.europa.eu/enterprise/policies/innovation/support/europe-innova 100 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 European Institute of Innovation & Technology http://eit.europa.eu European Secretariat for Cluster Analysis – ESCA http://www.cluster-analysis.org European Small Business Portal http://ec.europa.eu/small-business | http://ec.europa.eu/small-business/most-of-market/environment-business Foundation Clusters and Competitiveness http://clustercompetitiveness.org Institute for strategy and Competitiveness http://www.isc.hbs.edu/econ-clusters.htm MaPEeR SME Project http://mapeer-sme.eu/en/about Netwatch: Platform on transnational R&D programme collaboration (ERA-NET's focused) http://netwatch.jrc.ec.europa.eu PIN-SME - Pan European ICT & eBusiness Network for SME http://www.pin-sme.eu/who_and_what_pin-sme_is PRO INNO Europe / INNO-Nets http://ec.europa.eu/enterprise/policies/innovation/support/pro-inno http://ec.europa.eu/enterprise/policies/innovation/support/pro-inno/innonets_en.htm Smart Specialisation Platform S3 http://s3platform.jrc.ec.europa.eu/scene-setting Supporting the internationalisation of SMEs - reference documents http://ec.europa.eu/enterprise/policies/sme/documents/internationalisation 101 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 ANEXO 1 - REFERENCIAIS DE ANÁLISE/DESCRIÇÃO DE CASO DE ESTUDO 102 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Tal como descrito no ponto 3, a mobilização de informação sobre os casos de estudo foi realizada com base numa estrutura comum de análise, previamente construída, com vista a assegurar, tanto quanto possível, coerência na abordagem a cada caso de estudo. A estrutura produzida é composta por três blocos principais de análise/caracterização - aqui assinalados a cores diferentes - sendo que o primeiro bloco (azul) serviu a caracterização sumária dos vinte casos de estudo iniciais, e que os segundo (verde) e terceiro (lilás) blocos serviram de apoio à caracterização dos casos analisados em maior profundidade. Apresenta-se abaixo a versão integral da ferramenta de captação de informação - usada quer na captação de informação feita em sede de desk-research, quer na validação dessa informação e mobilização de informação complementar junto dos interlocutores de cada cluster organisation. --[case-study name] Introductory note The following characterization fields were built upon third party information sources publicly available, particularly: European Cluster Excellence Initiative - Bronze Label indicators, European Secretariat for Cluster Analysis European Clusters Go International - Networks and clusters as instruments for the initiation of international business cooperation, Institute for Innovation and Technology Cluster/Cooperation Network54 name Contact person / contact details Cluster (management) organisation55 profile Structure and other primary characterization aspects Age Legal form Main technology area & specialization degree (specific industry field vs broad range of industries within the main technology area) Nature of the cluster: driving forces / agenda setters (academy vs industry balance) Composition of the cluster in terms of: - participant actors categories, - share of active participants (vs passive participants), - participants growth dynamics (e.g. how many new members in the last 3 years) Geographical concentration of cluster members International members of the cluster Nature of cooperation between cluster participants and role of cluster organization Cluster management and governance of the cluster organisation Key roles and assignments of the cluster organization staff/team, degree of involvement of the cluster participants in the decision making process and initiatives/activities planning Profile of the cluster organisation staff/team (cluster management driven by technology experts with limited networking experience or driven by networkers or facilitators with rather limited knowledge in the cluster's technology area ) Share of cluster participants with relevant activity/experience in international markets, of which X% are SMEs Cluster development strategy: thematic and geographic priorities possible categories of thematic priorities: o Collaborative R&D and technology development o Internal networking (matchmaking and information exchange among cluster participants) o Human resources development - training, recruitment o External networking with other partners o Cluster marketing & branding o etc geographic priorities: regional, national, international 54 For the purpose of this exercise a cluster is considered to be a network of companies and re-search institutions (including universities) that has a thematic focus, is regionally concentrated, is institutionally organized and is managed by a cluster manager. The cluster may also include other actors such as public agencies. 55 A cluster management organization is a management agency that coordinates activities of cluster participants. The cluster management organization is mandated by the cluster participants to represent the cluster, both internally and externally, and to develop and implement activities that support the development of the cluster. 103 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Financing of the cluster management Financial sources repartition (public funding, chargeable services, membership fees, private sources, co-financed projects) Financial sustainability Services and key initiatives by the cluster organisation Services offered by the cluster organization to cluster participants Among others, categories of provided services can be: Seeking for third party funding (public grants, private capital,..) Promotion of collaborative R&D and/or technology development Information, matchmaking and exchange of experiences among cluster participants Development of Human resources Development of entrepreneurship Internationalisation of cluster participants External networking Key indicators on achievements related to the services delivered Contacts and interaction of the Cluster Organisation with relevant players Integration of the cluster management organisation in the local and national system of innovation External cooperation request received by the cluster organisation (qualitative evaluation: no cooperation requests / a few number of requests / large number of requests) Thematic (Who and What for?) and geographic origin (Where from?) of external cooperation requests Who? - R&D institutions/academia - Large companies - SME's - Other clusters or similar … What for? - institutional networking with no specific purpose - R&D collaboration projects - Business collaboration … and Where from? - regional - national - international In European Clusters please refer to history track of participation in European Commission funded projects (FP7, Interreg 4C, Regions of Knowledge, CIP, PRO INNO EUROPE, EUROPE INNOVA …) Cluster organisation efforts towards internationalisation Motivations, instruments and barriers Cluster Organization key motivations to promote internationalisation efforts and initiatives Range of key motivations among cluster members towards internationalisation (most likely different motivations for different types of participants) Responsibility of leadership in developing internationalization related initiatives (Cluster Organization Team; Cluster Management Board, Cluster participants themselves, Cluster specific working-groups) Existence of a cluster internationalisation strategy and key implementation instruments (Internationalisation strategy exists in writing and has been/is being implemented; internationalisation strategy exists in some written and non -written elements and has been/is being implemented in a non-systematic manner; no internationalisation strategy exists although there are scattered initiatives taking place) (Generic qualitative overview about the) Existence of cluster participants individual internationalisation strategies Key mechanisms used to identify international partners (Contacting foreign chambers or economic development agencies, Using technology platforms, Participating in delegations or business trips, Integrating R&D and other joint projects, Networking with other clusters) Key barriers to internationalisation (via cluster) (examples of barriers would be: Lack of financing, Lack of time or capacity, Lack of trust between partners, Language barriers, Geographical distance, No concrete common starting points for actions/project ideas, Conflicts of interests/Partners are competitors, Lack of common technological basis, others?) Irrespective of whether a network or cluster has an internationalisation strategy, the main point is the Results/achievements of level of positive impact increasing internationalisation of business. efforts/initiatives towards the internationalization of the cluster and The following questions are related to possible effects of the internationalisation activities of the of its participants clusters and their players. Please elaborate freely around those questions as a whole and, where possible, illustrate with quantitative key indicators. Have the cluster and its members been able to establish new contacts with other clusters and companies? And made significant progress with regard to internationalisation, with positive impact on the business activity? Impacts on the business development of cluster members, particularly companies and SME's in specific? Impacts on the 'business/projects development' of the cluster management organisation itself? Were these progresses achieved by contacts with international partners mostly from the ICT sector or from different sectors? Within Europe or in the rest of the world? What would be key indicators to illustrate those impacts? 104 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Do you feel that as a result of the internationalisation activities of the network/cluster, the international level of awareness / visibility has improved considerably? Has the participation in programmes of the European Commission aiming at international network and cluster cooperation had a positive impact on the internationalisation activities of network and cluster managements? Has it had a positive impact on the companies’ international business developments? What key indicators would illustrate those achievements? Specific flagship initiative(s) towards internationalisation Name of the initiative(s) Summary description (context, objectives and activities developed) Novelty of the initiative / distinctive aspects Main participants in initiative? And the role of the Cluster Organization? Outputs and outcomes How are companies benefiting? New products and services? Other organizational innovations? Any documentation from the companies regarding measurable impacts? Delivery process details/success factors (leadership and execution, responsibilities distribution within participants, results management) What else can be learned from the initiative? Other relevant initiatives Sources: 105 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 ANEXO 2 - BOLSA DE CASOS DE ESTUDO 106 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Legenda • • • ___ Casos de estudo principais ___ Casos de estudo sumários ___ Contactos sem resposta /casos retirados 1 Nome Bavarian IT Security & Safety País/Região Alemanha URL(s) http://www.it-sicherheitbayern.de/itsecurity/ 2 BioPeople Dinamarca www.biopeople.dk 3 IT-Cluster Wien Austria http://www.clusterwien.at/it/de/about -us/it-cluster-wien/ 4 Copenhagen Finance IT Region Dinamarca www.cfir.dk 5 Danish Sound Technology Network Dinamarca http://www.lydteknologi.dk/en 6 IDIA - Investigación, Desarrollo e Innovación en Aragón Espanha http://www.idia.es/ 7 IKT Grenland Noruega http://www.iktgrenland.no 8 Innoskart (Central Transdanubian Regional IT Cluster) Hungria http://www.innoskart.eu 9 Innovation network for Communication & Consumption Dinamarca http://imkf.dk 10 IT@Baja Mexico http://itbaja.com 11 ITL - Association of Info. Technology and Telecommunications Estónia http://www.itl.ee/ 12 Life Science Klaster Kraków Polónia http://lifescience.pl/en/ 13 Luxembourg ICT Cluster Luxembour g http://www.ictcluster.lu/ 14 Medical Valley Europäische Metropolregion Nürnberg Alemanha https://www.medical-valleyemn.de/en/ 15 SCS Cluster França http://en.pole-scs.org/ Market, Contactos Sandra Wiesbeck (Cluster Manager) [email protected] Per Spindler (Director) [email protected] Bernhard Schmid (General Manager) [email protected] Anette Broløs (CEO) [email protected] Rebecca Engberg (Coordinator) [email protected] Antonio Novo (Managing Director) [email protected] Torkild Follaug (Managing Director) [email protected] Zsuzsanna Pinter (Cluster Manager) [email protected] Per Østergaard (Director) [email protected] Guillermo Mejía (Cluster Manager) [email protected] Jüri Jõema (CEO) [email protected] Kazimierz Murzy (President of the Board) [email protected] Jean-Paul Hengen (Manager) [email protected] Dr. Peter Kolominsky-Rabas [email protected] Guillaume Roux (International Operations Manager) [email protected] 107 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 16 Nome CITi - Cape IT Initiative País/Região Africa do Sul URL(s) http://www.citi.org.za/ 17 Cluster 55° Suécia/Dina marca http://cluster55.org 18 CyberForum e.V. Alemanha http://www.cyberforum.de/ 19 DSP Valley Bélgica http://www.dspvalley.com/en/about/n etwork/ 20 Ubiquitious Computing Competence Cluster Finland http://www.ubi.fi/in-english/ 21 AEI Seguridad - Agrupación Empresarial Innovadora para la Seguridad de las Redes y los Sistemas de Información Austin Technology Incubator Espanha http://aeiseguridad.es EUA http://ati.utexas.edu 23 BICCnet - Bavarian Information Communication Technology Cluster Alemanha http://bicc-net.de 24 InfinIT – Innovation Network for IT Finlândia http://www.infinit.dk/dk/infinit_in_eng lish/infinit_in_english.htm 25 Intelligent Machines Competence Cluster Finlândia http://www.hermia.fi/fima/in_english/ 26 27 IT Valley Maroc Numeric Cluster Slovakia Marrocos http://www.kosiceitvalley.sk/ http://marocnumericcluster.org 28 Rocket Space EUA http://rocket-space.com/ 29 Skane Food Innovation Network Suécia http://www.livsmedelsakademin.se/en/ home 30 Systematic França http://www.systematic-paris-region.org 22 and Contactos Vuyisa Qabaka (International Cooperation) [email protected] Micael Gustafsson (Managing Director) [email protected] Kerstin Weber-Sanguigno (Network Administration) [email protected] Peter Simkens (Managing Director) [email protected] Olli Lukkari (Program Director) [email protected] Joaquín Ramírez Cisneros (Cluster President) [email protected] Isaac Barchas (Director) [email protected] Robert Stabl (CEO) [email protected] Arne Skou (Aalborg University) [email protected] Pirjo Kutinlahti (Secretary General) [email protected] No contacts Imad El Aouni (Directeur Général) [email protected] Duncan Logan Founder & CEO [email protected] Lotta Törner (CEO) lotta.torner@livsmedelsakade min.se Thierry Louvet (International Affairs Director) [email protected] 108 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 ANEXO 3 - CASOS DE ESTUDO: CARACTERIZAÇÕES SUMÁRIAS 109 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster/Cooperation Network name Bavarian IT Security and Safety Cluster Country Germany Sandra Wiesbeck +49 941 604 889-18 Contact person / contact details [email protected] Cluster (management) organisation profile Structure and other primary characterization aspects Age Founded in March 2006 (8 years) Legal form Association IT security and Functional Safety Technological Focus The Bavarian IT Security & Safety Cluster is divided into four thematic panels which also reflect the competence fields of the members: • Panel IT Security Panel members exchange information on technical questions of IT Security and are involved in the marketing of IT Security products. • Panel Data Protection in Companies Main technology area & specialization The panel addresses to current legal and organizational issues of information security, especially of data protection. The members meet to exchange degree (specific industry field vs broad their experiences and invite specialists on current interest issues. range of industries within the main • Automotive Panel Security Software Systems technology area) The panel creates a platform for companies and organisations which deal with the development of safe software-intensive automotive systems. In addition to general networking topics, the issues of training and advanced training are pursued. Work Groups Besides the four thematic panels mentioned above (reflecting the competence fields of the members), corresponding work groups on latest IT subjects exist. In 2012, active work groups in the fields of Industrial IT Security, Networked Embedded Systems, IT Development Funds, Safe Datacenters and Mobile Security were founded. Nature of the cluster: driving forces / agenda setters (academy vs industry The cluster is both research and industry driven balance) Over 100 members from different areas as: companies from the IT branch, businesses which make use of security technologies, universities, further Composition of the cluster education institutions and law firms. 7 members in Board Geographical concentration of cluster Metropolitan areas of Bavaria – Munich, Ausburg and Nuremberg members Israel: Oren Mor G. Investments LTD International members of the cluster Austria: FH Campus Wien - University of Applied Sciences and itEXPERsT Nature of cooperation between cluster The nature of the cooperation may be described as central participants and role of cluster organization 110 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster management and governance of the cluster organisation Key roles and assignments of the cluster Strong system of cluster governance (clear definition of role of cluster management; Governing body –Executive Board, Advisory Board, General organization staff/team, degree of Assembly.) involvement of the cluster participants in Strong involvement of several members in decision making the decision making process and initiatives/activities planning Profile of the cluster organisation The cluster is driven by technology experts staff/team Technological Focus (mentioned above – ‘Main technology area & specialization degree’) Thematic priorities Networking for businesses and universities; Matchmaking and information exchange; Cluster marketing and branding. National and international networking The main aim of the Bavarian IT Security and Safety Cluster is to provide a network for both businesses and universities which should support the Cluster development strategy: thematic transfer of knowledge within the region and in turn make the region more competitive. and geographic priorities The networking of the cluster aims to increase its members’ potential for cooperation, as well as to raise its profile and make it more attractive in general. On a national level, the network is lent further impetus by branches in Augsburg and Nuremberg. The cluster is also part of a network of professional bodies, local authorities, government ministries and other clusters. Internationally, the Bavarian IT Security and Safety Cluster works with clusters in Belgium, Denmark and Poland. The cluster’s location at the IT Founders’ Centre IT Incubator in Regensburg offers many useful contacts to other projects based there, such as the Bavarian IT Logistics Cluster, the network of the electromobility initiative. Intelligent Loading Technology’ and IT Founders’ Support. The resulting synergy is put to good use in the form of projects and cooperation between different clusters. Geographic priorities: Regional, National and International Financing of the cluster management The membership can be used as: a) a full member or; b) Associate Member or; c) Sustaining Member. The ordinary members are obligated to pay the membership fee (annual fee). The extraordinary members and the support members are exempt from the obligation to contribute. The special rights and obligations of the supporting members are subject to a special contractual arrangement with Membership models and fees the association. The Management Board consists of six members, namely, the first chairman, his two deputies and three other members. The director shall be a club member or designated representatives of members of the association. An ordinary general meeting is convened once a year. The means to fulfil its duties given to the club by membership fees, revenue from services, sponsorship, funding, license agreements and other Financial sources repartition ( allowances. 111 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Services and key initiatives by the cluster organisation The Cluster provides the following services free of charge: Cooperation - Information, matchmaking and exchange of experiences among cluster participants Opportunity for members to demonstrate their expertise in IT security and training – working groups Public relations – organisation of events, support for the press work Information and training – participation in all cluster’s events, discount in training events, support in recruitment, joint exhibition in trade fairs. Services offered by the cluster The Bavarian IT Security and Safety Cluster offers a different set of forums: organization to cluster participants o IT Security Forum o Data and Information Security Forum o Automotive Forum for Safety Software Systems o Security Engineering Forum Participation in projects: The costs of individual projects will be allocated to the participating project partners. Contacts and interaction of the Cluster Organisation with relevant players The cluster is also part of a network of professional bodies, local authorities, government ministries and other clusters. Synergies with the Bavarian IT Logistics Cluster, Intelligent Loading Technology and IT Founders’ Support. Integration of the cluster management organisation in the local and national The Cluster is actively involved in the “go-cluster” programme. The “go-cluster” programme currently brings together 91 different innovation clusters system of innovation from right across Germany. These clusters are pioneers of innovation and reflect the broad spectrum of German technologies. For example, clusters from the food industry are able to work alongside those from the automotive sector and can exchange information with one another. “Go-cluster” offers tailor-made services to help clusters and cluster management teams develop and progress. External cooperation request received by Bavarian IT Security and Safety Cluster works with clusters in Belgium, Denmark and Poland the cluster organisation Sources: http://www.it-sicherheit-bayern.de/home/106354-504,1,0.html http://www.go-cluster.de/en/innovation-cluster/bavarian-it-security-safety-cluster 112 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster/Cooperation Network name Country Contact person / contact details BioPeople Denmark Per Spindler (Director) pesp@biopeopl\e.ku.dk M: +45 2875 6572 Cluster (management) organisation profile Structure and other primary characterization aspects Age Established 2012 Legal form University of Copenhagen; Non-profit, public, higher education Main technology area & specialization Health and life sciences, especially in the Biotech, Pharma, Medtech and Food&Health sectors degree Nature of the cluster: driving forces / Lacking better knowledge about the cluster it seems reasonable to assume that it is both academic and industry driven agenda setters Approx. 150 members but outreach to many 1000s. All stakeholders included. Composition of the cluster The network includes all relevant Danish universities, research institutions and hospitals plus the Danish Health and Medicines Authority. On the private side, industry associations contribute their resources, and the network have numerous pharma, medtech, food and biotech companies as members of Biopeople. Geographical concentration of cluster Denmark and also a few company members abroad. members International members of the cluster Yes. Nature of cooperation between cluster participants and role of cluster Cluster organisation acts as “facilitator”. organization Cluster management and governance of the cluster organisation Governance structure involving key stakeholders/participants. Key roles and assignments of the cluster The Biopeople organisation comprises private member companies and public partner organisations represented in our Steering Committee, an organization staff/team, degree of Executive Committee, Working Parties and company ambassadors. involvement of the cluster participants in • Steering Committee: The Steering Committee has the overall responsibility for the strategic directions of Biopeople (24 actors) the decision making process and • Executive Committee: The Executive Committee is responsible for overall sparring with the Secretariat and coordination across. initiatives/activities planning • Working Parties: The members of the Working Parties take part in laying down activities and plans: Biotech (8 actors); Pharma (6 actors); Medtech (3 actors); Foof & Health (9 actors) Profile of the cluster organisation The cluster is driven by technology experts with, what it seems to be, a considerable networking experience. staff/team Share of cluster participants with relevant activity/ experience in 100 % with ca. 80 % SMEs. international markets, of which X% are SMEs 113 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster development strategy: thematic and geographic priorities Biopeople is a prime mover in facilitating innovation and development, internationalisation strategy and knowledge transfer for the health and life sciences sector in Denmark. Working Areas • Pharma • Biotech • Medtech & Medico • Food & Health Biopeople is engaged in themes of importance to industrial innovation, growth, and export: • Prepare for partnerships to solve the grand societal challenges (Horizon 2020) • Support for innovation in small and medium sized enterprises • Enhance internationalisation, matchmaking and cluster collaborations Innovation in small and medium sized enterprises Innovation and growth in the health and life science arena – specially in the biotech, food and health, medtech and pharma sectors Internal networking – matchmaking, information exchange and events External networking – enhance internationalization, matchmaking and cluster collaborations "Our aim is to stimulate innovation through activities that bring researchers and stakeholders together across disciplines, sectors and public-private boundaries. We help academia and industry to co-create and develop ideas into new projects, products and services to benefit global health and welfare." Financing of the cluster management Financial sources repartition Members’ sponsorships (the member is able to sponsor parts of events in order to gain visibility) and possible co-financed projects Membership model and fees Membership is free of charge Financial sustainability >2019 Services and key initiatives by the cluster organisation Biopeople focus on setting up cross disciplinary activities, partnerships and to promote internationalisation. To reach these strategic goals, it uses the following main categories of services: matchmaking, knowledge transfer among members, strategy development, internationalisation of cluster participants, development of innovation projects/ initiatives. Cross border collaboration Getting ready for Horizon 2020 In2lifesciences Incentive Program Innovation in small and medium sized enterprises Services offered by the cluster Enhance internationalization, matchmaking and cluster collaborations organization to cluster participants Biopeople is involved in numerous projects and project applications that help us achieving mutual goals. Biopeople continually seeks to develop formats for bringing people together across disciplines to discuss and exploit new ideas and create new partnerships. Biopeople believes that the personal meeting is essential and has solid experience hosting a number of different events - and meeting formats, from small workshops and matchmaking symposia to large conferences. Across traditional "silo structures", Biopeople stimulates facility sharing, promote exchange of knowledge and people mobility, and enable publicprivate collaborations using precompetitive technologies. By these means it helps reaching common goals of innovation and growth in the health and life science arena. Key indicators on achievements related Yes, KPIs are defined on short and long term. to the services delivered 114 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Contacts and interaction of the Cluster Organisation with relevant players Integration of the cluster management organisation in the local and national Integrated in the Innovation Network Denmark system of innovation Biopeople cooperates with several external clusters - Belgium Limburg and Medicon Valley / Medicon Village Sweden, External cooperation request received by - Cluster Life Sciences & Healthcare Berlin-Brandenburg (DE), Welfare Tech (DK), HealthTec Cluster (EE) and Oslo Medtech (NO) the cluster organisation - FoodRegio (DE) and Viikki Food Centre (FI) - Medicon Village (SE) and Sweden BIO (SE) Participation in the EUPATI (European Patients Academy on Therapeutic Innovation) Participation in IMI SafeSciMET (European Modular Education and Training Programme in Safety Sciences for Medicines) Participation in the Europe Enterprise Network initiative Horizon 2020 has three priorities: 1) Excellent Science, 2) Industrial Leadership and 3) Societal challenges Biopeople is present in Reference Groups on Societal Challenges within the themes: Health, demographic change and wellbeing and Food security, sustainable agriculture, marine and maritime research, and the bio-economy. The focus is to bridge the gap between research and the market with a new focus on innovation-related activities, such as piloting, demonstration, test-beds, and support for public procurement and market uptake. A special effort will be made on engaging SME’s by addressing challenges they face e.g. partnering across disciplines. Biopeople facilitates Danish-German Collaboration – cross border opportunities Biopeople in 2012 invited members representing private companies and scientists from public institutions on a ‘partnering mission’ to the Hansebelt region in North Germany – it became the introduction to a successful process which has led to several exciting initiatives. Biopeople established collaboration with the Chamber of Commerce in Lubeck North Germany. The objective was to explore opportunities of research and business collaboration in the Hansebelt region (the region comprises a cluster of world class life-science and biomedtech companies, which are supported by strong research institutions). The collaboration was initiated by a pilot project, a two days partnering event in Lubeck. Thematic (Who and What for?) and Biopeople Offered Through the Chamber of Commerce, Lubeck, Danish companies and scientists to meet the life science companies and institutions geographic origin (Where from?) of in Hansebelt. It was a broad and mutual introduction of Danish and German companies and the opportunity to meet potential partners. About 30 external cooperation requests people, representing six Danish companies – participated in the pilot arrangement, in March 2012. All of them returned with contacts to follow up on. Unfolding an unexplored potential As a direct follow up on the partnering mission to Lubeck, Biopeople introduced the Lubeck summer academy to Danish life science companies. Representatives from Danish companies and scientists could participate in a summer academy in the German region in September 2012. And several scientists and companies from the Lubeck area were invited and participated in two Danish events. The collaboration between biopeople and the northern German region has developed into an exciting process, with several new initiatives. In the spring of 2013 Biopeople once again invited Danish companies and institutions to Lubeck, where they had the opportunity to meet potential German partners. In June 2013 a mini foundation, which will facilitate the collaboration between North Germany, Southern Sweden and Denmark, was launched. A scientist or a company may apply for a voucher to visit a research facility or company for one and up to four weeks and explore possibilities of research or development project collaboration. “The collaboration cross the Danish-German border – between the Oresund region and the Hansebelt region has turned into a political priority area. Biopeople has managed to start a valuable and promising process even with limited funds, but because of the ability to create and maintain contacts”. Sources: http://www.biopeople.dk http://www.biopeople.dk/fileadmin/filer/Randi/Success_stories/Biopeople_UK_Biopeople_facilitates_Danish-German_collaboration_221013.pdf 115 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster/Cooperation Network name Country Contact person / contact details IT-Cluster Wien Austria Bernhard Schmid Projektleiter [email protected] [email protected] +43-1-93 960-3000 Cluster (management) organisation profile Structure and other primary characterization aspects Age 2004 (10 years) Main technology area & specialization ICTs in general - remains unknown possible specialization domains, although there are clues pointing towards: web semantic, and cloud computing degree Nature of the cluster: driving forces / Lacking better knowledge about the cluster it seems reasonable to assume that it is mainly industry driven. agenda setters Composition of the cluster Only available a general figure on the number of cluster members: 341, remaining unknown the key categories of actors building this number Geographical concentration of cluster Lacking a better understanding, it seems reasonable to assume that it is a regional cluster (Vienna Metro Area) members Cluster management and governance of the cluster organisation Serving as a platform to realize ideas, initiatives and projects, IT-Cluster Vienna wants to support networking between companies and colleagues as well as to establish contact with research-, development- and educational institutions. Objectives Cluster development strategy: thematic The IT cluster strengthens the IT hub of Vienna and this has set the following objectives: and geographic priorities Strengthening national and international competitiveness of the Vienna-based IT company Development of innovative power of the cooperating companies Promotion of cooperation in an active network Financing of the cluster management Membership models and fees Membership fees – free of charge Services and key initiatives by the cluster organisation Services offered by the cluster The cluster management organisation - Vienna Business Agency - delivers the following services/initiatives: organization to cluster participants Information and advising on financing, training and IT consulting Support on choosing best location for specific businesses premises in Vienna (consultation concerning questions of location, law and sponsorship) Sales and internationalization support services Pro-active initiatives towards the development of cooperation innovation and technology projects (Koop Pro Wien), for example: IT Cluster Inside meetings Web Semantic projects lab Cloud Computing projects lab Concrete aid with projects, the organisation of events, seminars and expositions. IT-Cluster Vienna also helps with lobbying and the positive placement of the IT location Vienna in a national and international context. Funding advice – identification of relevant funding opportunities Benefits for Partners Information on specific contact and cooperation opportunities 116 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Networking at events and corporate travel at home and abroad Current information on tenders and grants Location and funding advice Events and information on the subjects of technology transfer, training, markets Services offered by the cluster Joint development o organization to cluster participants f expertise in IT Cluster Groups Presentation of your company on our cluster Homepage Inclusion in our newsletter (Partner News) Cooperation with trade media and associations One year free subscription of the computer world (instead of 47 euros per year) Contacts and interaction of the Cluster Organisation with relevant players Thematic (Who and What for?) and geographic origin (Where from?) of external cooperation requests Expat Club Vienna (Expat Centre) – more than 800 members have the opportunity to network with other expats. EU Support: Mit Europa für Wien http://eu.wien.at/ http://www.clusterwien.at/it/de/about-us/it-cluster-wien/ Sources: http://www.b2match.eu/egovernment2012/participants/41 http://eu.wien.at/ 117 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster/Cooperation Network name Country Copenhagen Finance IT Region Denmark Anette Broløs [email protected] Contact person / contact details +45 33 70 11 03 Cluster (management) organisation profile Structure and other primary characterization aspects Age Established in 2009 (5 years) Legal form Copenhagen Finance IT Region (CFIR) is a non-profit organisation Main technology area & specialization Copenhagen Finance IT Region is working for innovation and growth in the intersection between finance and IT. degree Finance and ICT sector - IT security, process optimization, investment software, mobile banking, and usability. Nature of the cluster: driving forces / Mainly industry driven, but in collaboration with knowledge institutions and public institutions agenda setters The cluster has 14 members – business federations, unions, universities, and the public sector. Aarhus University, Business and Social Sciences http://www.asb.dk/ Copenhagen Business School http://uk.cbs.dk/ Copenhagen Capacity http://www.copcap.com/ DI/ITEK - The Danish ICT and electronics federation for it, telecommunications, electronics and communication enterprises http://itek.di.dk/ DJØF - Danish Association of Lawyers and Economists http://www.djoef.dk/ Dansk Metal - The Danish Metalworkers' Union http://www.danskmetal.dk Finansforbundet - Financial Services Union Denmark http://www.finansforbundet.dk/ Composition of the cluster Finansrådet - Danish Bankers Association http://www.finansraadet.dk/ HK Privat http://www.hk.dk/ IT-Branchen - The Danish IT Industry Association http://www.itb.dk/ IT-Universitetet - IT University of Copenhagen http://www1.itu.dk/ Københavns Universitet - University of Copenhagen http://www.ku.dk// Prosa - Interest group and labour association for organised IT Professionals in Denmark http://www.prosa.dk// Øresund IT http://www.oresundit.com/ Is a cluster organization whose partners covers approx. 400,000 employees, 900 Danish companies and 50,000 students and researchers at Denmark's largest universities and educational institutions Geographical concentration of cluster Denmark members International members of the cluster 0 international members, but 14 international participants in activities during 2013 Nature of cooperation between cluster participants and role of cluster The cluster appears to have a central nature of cooperation organization 118 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster management and governance of the cluster organisation Strong system of cluster governance. Strong involvement of members in decision making. Copenhagen Finance IT Region is organized as follows: • The steering group - consists of representatives from the 13 participating partners. They contribute resources in varying degrees. • The advisory group - consists of representatives from the participating partners, etc. Key roles and assignments of the cluster • Project groups organization staff/team, degree of • Secretariat - serves the projects and assists in relation to the process-oriented and administrative work - also in search of external funding, etc. involvement of the cluster participants in Elements of staff: 4 the decision making process and The individual partners are part of the steering group and project groups. The Danish Bankers Association is home to the secretariat, which has a initiatives/activities planning coordinating role in relation to the projects. The steering group is the overarching body that consists of all partners in the project. There will be other participants on an ad hoc basis, participating in various projects. Copenhagen Finance IT Region is working on different projects, each dealing with key areas of finance and IT sector. These projects are coordinated by the secretariat and the steering group. Profile of the cluster organisation Driven by networkers with some technological knowledge staff/team CFIR’s goal is to develop and promote the Danish and the Øresund Regional financial sector focusing on the potential of the high degree of interaction between finance and IT. Collaborative technology development, technology transfer and R&D; Cluster development strategy: thematic Exchange of information, matchmaking and experience among partners and geographic priorities Human resources development - training External networking Cluster marketing & branding Financing of the cluster management Membership models and fees No membership models and fees Financial sources repartition 75 % public funded, 23 % in-kind contributions and 2 % private funding. CFIR has obtained funding from the Danish Agency of Science, Technology and Innovation (DASTI) to continue its work from 2014 – 2018 as a Danish Financial sustainability Innovation Network. We are currently working to establish an independent association to host the Network. In the future structure public funding is expected to cover between 1/3 and ½ of total cost. The new association will be based on membership fee. Services and key initiatives by the cluster organisation Activities & Services: Establishing R&D projects in the intersection between finance and IT, universities and public institutions and assisting in project applications and fundraising. Services offered by the cluster Facilitating cross interdisciplinary approaches to corporation between the finance- and IT-sectors. organization to cluster participants Organising international conferences, workshops and seminars in collaboration with companies and universities. Raising international awareness of the Danish position of strength. CFIR BusinessForum, bringing together the finance IT companies CFIR Education and Competency Forum Number of participants Number of events Key indicators on achievements related Improvements in benchmark reports to the services delivered Improve and innovate the working relationship between industry, knowledge institutions and public institutions Implementation of new products and services 119 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Contacts and interaction of the Cluster Organisation with relevant players Integration of the cluster management CFIR started as a regionally backed cluster with a national scope. Extensive collaboration has been undertaken with the Region of Copenhagen. In the organisation in the local and national future organizational structure (2014-2018) the Innovation Network for Finance and IT will form part of the Danish Innovation System and will system of innovation collaborate with other networks and clusters in this respect. This will follow the goals and workings of a recently developed Danish Cluster Strategy. Copenhagen Finance IT Region collaborates with other international clusters in the area of finance and IT. Luxembourg The Cluster organized a delegation trip to Luxembourg in cooperation with the Luxembourg bankers association ABBL, the research centre Henri Tudor and the Danish Embassy to Luxembourg. Germany International conference: Munich and Denmark: Finance and IT Across Borders based on contacts form the Danish Innovation Centre in Munich France External cooperation request received by CFIR received a request from the French embassy in Copenhagen on behalf of Credit Agricole to host a seminar for a delegation of 30 members the cluster organisation visiting Copenhagen with the purpose to explore digital banking. CFIR has also received a request from a French ICT cluster in Nice on possible collaboration Ireland th CFIR received a request to take part in an ICT cluster event in Dublin prior to the Digital Assembly in Dublin on June 18 2013. The participant from Portugal was TICE. Poland CFIR received a request to present Danish digital initiatives as the basis for possible international collaboration Thematic (Who and What for?) and Future Money (Fremtidens Penge) geographic origin (Where from?) of Purpose: Promote knowledge of new payment instruments in Denmark. It is the vision of a cashless society that drives the work of the project. external cooperation requests Partners: Danske Bank; Nets; IBM; Cellpoint Mobile; Copenhagen Business School; Innovation Lab Time period and funding: The project is part of Copenhagen Finance IT Region (CFIR) and ran until the summer of 2013. CFIR and Future Money are financially supported by the Capital Region Growth Forum and the EU regional funds. Get F'IT Purpose: a monthly after-work meeting where CFIR focuses on current issues in order to bring together speakers and participants who have different perspectives on issues and new ideas. The intention is to support the meeting between businesses, universities and the public sector across the finance and IT. Time period and funding: Get F'IT has been held every month since January 2010. Get F'IT funded directly by CFIR through the EU regional funds and the Capital Region Growth Forum. HIPERFIT Purpose: develop future parallel computers to strengthen banks' risk management. This will be done through research collaboration between research and banking, to combine research in programming languages , high-performance computing and finance. The establishment of HIPERFIT has been encouraged, facilitated and supported by Copenhagen Finance IT Region (CFIR). Partners: University of Copenhagen; Danske Bank; Jyske Bank; Lexifi; Nordea; Nykredit; SimCorp; as well a series of international research partners, including the Chinese Academy of Sciences, Oxford University and UCLA. Time period and funding: Strategic Research has invested 31.4 million in the research centre. HIPERFIT scheduled to run from 2010 to 2016. The partners from the project have further invested 12 million, so the centre’s total budget is about 43 million. £ Standard business reporting (XBRL) Purpose: The project aims to show that obtaining credit data for credit analysis can be achieved by means of structured data in XBRL format. Time period and funding: The project ran from 2011 to the end of 2012. XBRL financed by CFIR through the EU regional funds and the Capital Region Growth Forum. 120 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Thematic (Who and What for?) and geographic origin (Where from?) of external cooperation requests Virksomheds Forum (Business Centre) Purpose: The purpose of the Business Forum is to establish a closer contact, dialogue and exchange of knowledge between businesses, universities and other organizations in the interface between finance and IT. The organizations represented on the Business Forum of employees in decisionmaking level. Time period and funding: Business Forum was launched in May 2011 and funded initially exclusively of CFIR through the EU regional funds and the Capital Region Growth Forum. KompetenceForum Purpose: Meeting place for the purpose of ensuring that there is consistency between the skills training provider and the skills that the financial sector demand. The Forum is business and education representatives. Along identifies and addresses the skills challenges and provide targeted solutions. Time period and funding: Competence Forum funded by the Copenhagen Finance IT Region (CFIR) and is part of CFIRs ambitious focus on creating an international and competitive skills base in Copenhagen, Denmark and Ørestad region. CFIR is funded through private contributions, EU regional funds and the Capital Region Growth Forum. Sources: http://www.cfir.dk/en-GB/Pages/default.aspx http://www.b2match.eu/cluster-to-cluster/participants/12 121 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster/Cooperation Network name Danish Sound Technology Network Denmark Country Rebecca Engberg (Coordinator) [email protected] Contact person / contact details +45 4525 3411 Cluster (management) organisation profile Structure and other primary characterization aspects Age Founded in 2009 (5 years) Main technology area & specialization Sound technology degree Danish Sound Innovation Network embraces individuals, organizations and businesses involved with sound technology. They will create a new space Composition of the cluster for innovation, collaboration and dissemination of knowledge. Cluster management and governance of the cluster organisation Cluster development strategy: thematic The vision of the network is that Denmark is a leading country with regards to sound technology in terms of knowledge, research and education. and geograpghic priorities Danish Sound Innovation Network will be the epitome of high quality in products and services, as well as in physical rooms and social contexts. Financing of the cluster management The cluster is funded by membership fees Financial sources repartition The network is supported by a grant from the Danish Agency for Science, Technology and Innovation, in total 22 million from 2009 to 2014. The funds covers the expenses for having a secretariat, running events as well as projects. Services and key initiatives by the cluster organisation Services offered by the cluster The cluster offers services in the following fields: organization to cluster participants Recording & Reproduction, Diagnostics & Monitoring, Digital Media, Sound Scapes Assistive Technologies Knowledge sharing – members are able to exchange information Matchmaking and Project Exchange – development of projects with the participation of interested members. Danish Sound Technology Network’s project exchange opens the possibility for market and development-oriented project ideas that doesn't necessarily come from the universities or the GTS. The objective is to strengthen the interaction between research and education institutions, commercial enterprises, artists, and professional users and to create new innovation by combining the available / existing research and technologies with creative uses to create new products, services or experiences. Or simply: to bring a good idea to practical use in the form of a product or a service. Once a project proposal is submitted, it will be processed in the Secretariat where the potential and possibilities of the project will be determined in collaboration with the author. If the project is approved for maturation and implementation, it will be made visible on the website where other members can join the project. Structure of network projects and how they are conducted: Phase 1 – initiation • The innovative idea • Project description is sent • The secretariat approves the proposal for phase 2 122 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Services offered by the cluster organization to cluster participants Sources: Phase2 – Maturation • The project is made visible on the web site • Meetings and the development of a project plan • Peer review and official project agreement Phase3 – implementation • The project starts • Regular reports • The project is concluded and presented Phase 4 – communication • Send out newsletter / contact the press • Presentation at workshop /conference • Host a after-work-meeting Internationalization activities (examples) Internationalisation news: The network has an internationalization forum where members can post news or information from abroad. The forum contains both Danish and English posts. "Danish delegation going to China September 2011" "Sound Technology 2.0 China & Denmark": The Danish Sound Technology Network has partnered with Innovation Centre Denmark, Shanghai, on their project "Discover Acoustics 2010" (Follow the LinkedIn group) "Chines delegations at DTU" (Read about the two delegation visits to DTU in 2010 and 2011) "EUSIPCO 2010": August 2010 the network gave its members a unique opportunity to participate in a joint booth in the exhibition area at EUSIPCO2010. ‘Guides to innovation and consultancy’ - links Growth and consultancy Innovation Internationalization and export http://www.lydteknologi.dk/ www.danishsound.org 123 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster/Cooperation Network name Country IDIA - Investigación, Desarrollo e Innovación en Aragón Spain Antonio Novo [email protected] Contact person / contact details +34 976 200 666 Cluster (management) organisation profile Structure and other primary characterization aspects Age 2004 (10 years) Legal form Association Main technology area & specialization Cross-sector cluster (associates are not directly from ICT sector) degree Nature of the cluster: driving forces / Driven by industries agenda setters 34 Large companies; 5 Institutions; 2 Universities; 1 Research Centre Composition of the cluster Its member companies are leaders in a broad array of economic sectors Geographical concentration of cluster All based in Aragon, even with international operations members Nature of cooperation between cluster participants and role of cluster External Facilitator organization Cluster management and governance of the cluster organisation Key roles and assignments of the cluster Each member plays an active role in the cluster: it is represented at meetings by a person of high responsibility in the area of Information Technology; organization staff/team, degree of Proposal for the development of new projects and their management involvement of the cluster participants in Throughout the website there is an indication of the existence of a steering committee, where different actors play different roles the decision making process and initiatives/activities planning Profile of the cluster organisation It seems the cluster is driven by technology experts staff/team Matchmaking, exchange of information and experiences; Collaborative technology development Objectives: Communication – provide a forum for partners to facilitate and share resources, knowledge, experiences, concerns and interests between members Collaboration – Facilitate the development of joint projects between members Cluster development strategy: thematic Negotiation – Enable negotiation of contracts of services or joint procurement and geographic priorities Research - Research on new contributions and possible applications of ICT to the Spanish society and in particular to the Aragonese society Diffusion - The dissemination of this knowledge through seminars, publications and conferences Innovation – Development of new knowledge on IT, through working groups Information – Study the needs from the companies and institutions relating ICT Geographical priorities: national and particularly regional 124 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Services and key initiatives by the cluster organisation Promotion of collaborative R&D and/or technology development Information, matchmaking and exchange of experiences among cluster participants Organization of events Services offered by the cluster organization Work Groups: to cluster participants Communications - Develops a deep study of the state of technology and communications services in Aragon IDiANet / IDiAWeb - IDiANet is now focused on the selection of a site and tool for collaborative working partnership. IDiAWeb develops public website of the association are reading right now Print on Demand - Proper print management can help achieve significant cost savings, as well as collaborating with the environment Business Intelligence - All handle millions of records in our database but ... How to make sense? What information is really important? Sources: http://www.idia.es/web/idia 125 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster/Cooperation Network name Contact person / contact details Cluster IKT Grenland – Grenland, Telemark, Norway Torkild Follaug (Managing Director) [email protected] 0047 97 59 01 19 Cluster (management) organisation profile Structure and other primary characterization aspects The cluster was officially created in 2002 (the network gained additional dynamics after becoming funded by the Norwegian ARENA programme). Became Age a registered entity in 2007. Legal form Non-profit organization - registered association Main technology area & specialization Information and Communications Technologies. degree 50 companies linked to ICTs, 80% of which producing software (specialized in web 2.0 technologies and Open Source Software) Nature of the cluster: driving forces / Initiated by a bottom-up approach mostly driven by regional companies agenda setters Number of permanent members when emerged: 22 - total number of permanent members 19 - SME (up to 250 employees) 1 - R&D institutions / universities 2 - others Current number of permanent members (November 2009) 85 - total number of permanent members Composition of the cluster 71 - SME (up to 250 employees) 3 - R&D institutions / universities 1 - financial institutions 3 - local authorities 4 - consultants, etc. About 60 – 70 % of companies are actively involved in cluster More than 85% of members are SMEs. Geographical concentration of cluster The geographic span of the cluster is regional - the region of Grenland-Telemark, aggregating about 90 % of employees within the regional ICT sector members International members of the cluster None Nature of cooperation between cluster Cooperation among the cluster actors is characterized by decentralized activities in which the Cluster Organisation has a considerable influence but it is participants and role of cluster org. neither the main initiator nor sets up most relevant activities Cluster management and governance of the cluster organisation Assignments of tasks / clarity of tasks / role definitions: Cluster members are themselves committed to actively contribute to the cluster’s activities (e.g. by membership fees, recorded acknowledgement etc.) Tasks and responsibilities of the cluster organization are clearly defined (e.g. it is clearly regulated for which activities the cluster organization team is Key roles and assignments of the cluster responsible and for which ones is not) organization staff/team, degree of Steering committee is implemented, its respective tasks are known to the committee representatives and regular meetings take place involvement of the cluster participants in Roles, tasks and limits of influence by policy makers or funding authorities or shareholders are defined and accepted the decision making process and Aims and tasks of the general assembly meeting are clearly defined initiatives/activities planning Within the last years (up to 2009) the cluster activities were constant and management could operate without significant personnel changes in key positions 126 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Profile of staff/team the cluster organisation Share of cluster participants with relevant activity/experience in international markets, of which X% are SMEs Cluster development strategy: thematic and geographic priorities Strategic governance is done by a : Steering Committee or similar (the steering committee has a limited timespan- It is the steering committee for the period that IKT Grenland is part of the Arena program) And regular plenary meetings Board of Directors (elected among member companies at the general assembly of the association) provides strategic guidance to the Steering Committee Cluster management is driven by a balanced mix of experts in the technological domain of the cluster and with experience in networking / communication facilitation Up until 2009, only a few SME-cluster members export or distribute their products and services internationally on a considerable scale. Only a few SME-cluster members have so far been in international cooperation projects or commercial relations. Degree of international networking per type of member: Cluster organisation SME Universities/R&D institutions Targets or main focus of cluster activity (up to 2009): Information and experience exchange between the members / internal networking Project funds acquisition and access to public support programmes (normally third party funds) Marketing / public relations / increased visibilities / external networking Entrepreneurial support Training and education / personnel services / human development These are also the fields in which the cluster organization generates the highest added value for the members. There seems to exist a growing concern with the cluster positioning into international networks and internationalization efforts in general but more detailed information would be useful Financing of the cluster management Financial sources repartition Financial sustainability Financing of the cluster organisation when emerged: 50 % public, regional or local authority level 25 % membership fees 25 % other private funding sources Financing of the cluster organisation in 2009: 0 % public, EU 20 % public, state level 17 % public, regional or local authority level 6 % public, others 5 % membership fees 10 % chargeable services 42 % other private funding sources The total budget (2009) for the cluster activities (inclusive budget for allocated personnel and material / nonpersonnel costs; exclusive budget for costs for R&D projects): EUR 816.000 Total budget EUR 736.000 Personnel budget EUR 80.000 Material / non-personnel budget Up until 2009 the financing of IKT Grenland was sustainable secure. The evolution of this status to the current days is not well known. 127 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Services and key initiatives by the cluster organisation (website-)Marketing / Public relations / Networking with external partners: Informative material of the cluster up-to-date website in local language Internal and external press releases (Every week) Presentation of the cluster and its members on trade fairs/ congresses (4-6/year) Specific events /workshops to present the cluster and cluster’s activities to externals within the monthly meetings Specific matching making / networking with external partners or external clusters Thematic focused events and workshops as a marketing action for external participants (Within the monthly meetings) Delegation visits, Annual Innovation Award, success stories provided for the media, etc. Information and experience exchange among the members /Internal networking: Internal member matching e.g. through regulars’ table, special events etc. (Within the monthly meetings) Thematic events and workshops intended only for members (Within the monthly meetings) Services offered by the cluster organization Internal newsletters / web-based information and experience exchange etc. to cluster participants Projects for implementing specific services for members, etc. Project fund acquisition and access to public support programmes: Three third party funded R&D projects, mainly initiated by the cluster organisation or as a direct outcome of the cluster networking Regular dispersion of information about funding programmes and possibilities (according to companies potential interests) Specific seminars in the framework of acquisition of funding, close connection with Innovation Norway Entrepreneurial support: Very active entrepreneur consulting and coaching Entrepreneur support measures related to acquisition of financial sources (venture capital, banks, public funds etc.) Setting-up Software incubators, Connected Network9, Young Entrepreneur Programme Personnel services / Recruiting / Training / Education: Active and significant contribution regarding establishment of vocational training courses as well as study courses at universities Many of activities in the connection with training and education Results for the cluster: Enhanced social capital; “We-feeling” Improved access of ICT companies to traditional industries Attracting more people to join the network Key indicators on achievements related to Co-location approach the services delivered Results for the members: Training and education scheme for members 50 % of members reported of having gained new contracts after joining the network Network acts as platform for members to present themselves and to exchange information and experiences Contacts and interaction of the Cluster Organisation with relevant players Integration of the cluster management The cluster has members from the local/national academia and R&D related entities and seems to value a good networking capacity with this kind of organisation in the local and national players in order to promote a triple-helix approach to innovation. system of innovation 128 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Responsibility of leadership in developing internationalization related initiatives Cluster organisation efforts towards internationalisation Motivations, instruments and barriers Up until 2009, the network did not seem to have many international links, acting mainly at the national level. Although it was preparing its internationalization. Nevertheless, data up to 2009, reported that since 2001 it had contributed to an annual growth of employment in ICT up to 40% and to a substantial increase in exports. With an annual turnover of 700K (in 2009, is the fastest growing region in Norway, since 2000, in terms of employment in ICT - 268%). This region, traditionally focused on industry, employs today more people in ICT sector than in the paper industry. This data shows that IKT Greenland has achieved quite interesting results with limited resources. Key motivations among cluster members: A proper environment (international networks) for discussing technology and business Increased access to (and share of) innovation and technology Detect recruitment opportunities Access to investors, consultants, etc. Opportunities for new projects SMEs in the cluster are export-oriented but not so much involved in other types of international cooperation. All cluster members do not really feel connected to international partners. Both the cluster organisation and almost all cluster partners themselves feel responsible for intensifying international co-operations or for internationalisation actions. Sources: http://www.iktgrenland.no http://www.linkedin.com/company/ikt-grenland?trk=top_nav_home Cluster Organization key motivations to promote internationalisation efforts and initiatives Range of key motivations among cluster members towards internationalisation benchmarking_report_IT_iktgrenland_041209 - Bronze Label 2009 129 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster/Cooperation Network name Innoskart ICT Cluster Zsuzsanna Pinter’s +36 20 98 85 351 pinter@innoskart@hu Contact person / contact details Cluster (management) organisation profile Structure and other primary characterization aspects Age Founded in 2006 (8 years) Legal form The cluster management functions belong to the Innoskart Nonprofit Ltd. set up in 2008 Main technology area & specialization degree Sector: ICT Sectorial belonging (Cluster Organization is related to the following additional sectors) environment, green technologies, health industry, agricultural activities, metalworking Nature of the cluster: driving forces / agenda setters Industry driven cluster Composition of the cluster Geographical members concentration of cluster International members of the cluster Innoskart ICT Cluster is an organized innovative network of cluster members consisting of: 37 SME members 3 universities one Knowledge Centre In addition, they have companies from other sectors, such as construction, metalworking and business advising etc. in order to facilitate wider access to IT-based innovation development cooperation work. Cluster product and service portfolio is based on the following development areas: data warehouse solutions, smart metering and facility management, eHealth, wireless sensor network technology. Cluster companies are mainly based at the Central Transdanubian region and at the capital, Budapest. Most members of the cluster seems to be national, although most of them with significant international experience and international networking practices. Innoskart ICT Cluster has a decentralized nature, as the cluster management has a significant influence, but is not the main initiator of activities. The cluster is a proactive player in the domestic and international collaborations between clusters. Nature of cooperation between cluster participants and role of cluster organization Cluster management and governance of the cluster organisation Key roles and assignments of the cluster organization staff/team, degree of involvement of the cluster participants in Cluster is horizontally organized and the members are mainly SMEs from the IT sector. the decision making process and initiatives/activities planning Profile of the cluster organisation The cluster’s staff is mainly networkers with rather limited knowledge in the technology area. However there is an innovation manager with the perfect staff/team technical and technological knowledge referring to cluster competencies. Share of cluster participants with relevant activity/experience in international 40% markets, of which X% are SMEs Cluster development strategy: thematic Main Focus remains on the support of ICT SMEs’ high added value, export-oriented and innovative networking activities. Our strategic aim is to encourage and geographic priorities R & D & I projects collaborations involving businesses from different emerging industries. One of the expected benefits of our network co-operation is the knowledge creation and transmission. 130 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster development strategy: thematic and geographic priorities Financial sources repartition Financial sustainability Services offered by the cluster organization to cluster participants Key indicators on achievements related to the services delivered The key objective of the INNOSKART ICT Cluster is to go international. The goal of the cluster’s International Working Group is the active participation in the Horizont2020 program, as well as interclustering activities strengthening the export market appearance of the cluster members. Overall strategic objectives (for the period 2012-2014): High value-added innovative product development activities in domestic and international markets, by encouraging inter-sectorial co-operation Joint development of distribution channels for the realization of products in domestic and international markets Increasing the incomings of sales in domestic and international markets by the efficient use of Cluster Marketing Tools Short-term goals: Strengthen product-oriented innovation by integrating professional relations involvement of new members along new joint innovation projects exploring and adopting good solutions (benchmarking) generating national and international cluster collaborations (interclustering) Common tool for procurement of assets and procurement of production licenses , production know-how related to it Proactive cluster marketing at national and international level Strengthen online marketing Common brochures, advertising campaigns Joint participation in exhibitions International networking Working Groups: IT Working Group 1 – Wealth Protection Solution Support, in an association with Seacon Europe Ltd. It Working Group 2 – Sensor Networks, in an association with Unicomp Ldt. It Working Group 3 – Smart Facilities, in an association with Rubin Tlc. It Working Group 4 – Banking & Healthcare IT solutions, in an association with Mortoff Ltd. International networking working group with MFKK Ltd. Public funding 0% Chargeable services 15% Membership fees 15% Co-financed projects 70% The cluster is considered to have a secured financial sustainability in the short and middle term. Innoskart cluster management organization focuses very much on building trust among its member companies. Furthermore, it promotes and fosters through trainings, workshops and business meetings cooperation of member companies via innovation project generation on a national and international level bringing new IT solutions to global market. The most important cluster management service is the IMPROVE international consultancy in the field of innovation management that support the continuous development of cluster enterprises’ innovation potential. Active participation in the Horizont2020 program, as well as interclustering activities strengthening the export market appearance of the cluster members. The cluster’s International Working Group within the period from 2009 up to now has implemented more than thirty international projects successfully; the majority of them are FP7 R & D & I projects The INNOSKART ICT cluster is Accredited Innovation Cluster (the highest Hungarian cluster quality); it was also awarded the ECEI Bronze Label (the benchmark took place in 11/05/12, the certificate is in progress). The cluster management company has also achieved the EFQM Committed to Excellence Aware. The cluster is a member of the TCI international network, the National ICT Association also the Women in Science Association. 131 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Contacts and interaction of the Cluster Organisation with relevant players Integration of the cluster management organisation in the local and national Geographical Focus/ Area: Europe system of innovation External cooperation request received by Innoskart has a considerable number of external cooperation requests. The cluster takes a part on CEBBIS CE, SEE-INNOVA, SEE_PPP4BROADBAND, the cluster organisation CLUSTER-S-COPE and ESCP – NATUREEF. The cluster management organization’s service development activities to support innovation are related to several European Union funded projects like Central Europe (CEBBIS project) and South East Europe (SEE_INNOVA project, where Clusterland Austria is also in the consortium and PPP4Broadband project), and even to Swiss Contribution Programs. We have professional relationship with the Swiss tcbe.ch ICT cluster that allowing us to join a number of international professional consulting groups. We are also the members of ICT meta-cluster within the Clusters Cord Central Europe Partnership program Success stories Thematic (Who and What for?) and The complex IT service package for the agriculture sector based on a wireless sensor network with a built-in data collection and measurement tool; geographic origin (Where from?) of - In case of forests, vineyards, orchards, conservation areas, pond systems... it allows for the detection of the car traffic (and statistics productions). The external cooperation requests operation based on the mechanical vibration, sound and magnetic signs detection and evaluation, with minimal maintenance, and also well-disguised in its surroundings. If it is required application of optical elements is also possible. The using of the product minimize the forest (or land, vineyards, orchards), damage (especially tree crops or theft), but also a good tool for reducing environmental damage (quads, motor cross, illegal waste disposal, ...) - Our micro-meteorological stations support the precision agriculture (e.g. vineyards, orchards, arable crops, plants protection) Support to winery (especially the traditional barrel technology) by continuous measurement of parameters of the environment (or within the barrel) and preparing timeseries analysis 132 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster/Cooperation Network56 name Country Innovation network for Market, Communication & Consumption Denmark Per Østergaard [email protected] Contact person / contact details +45 65 50 32 35 57 Cluster (management) organisation profile Structure and other primary characterization aspects Main technology area & specialization Services - Advertising industry degree Nature of the cluster: driving forces / Mostly driven by academic organizations agenda setters 657 members The network embraces a broad range of core competences that are essential to understand future markets and consumers. Researchers from a classic marketing tradition collaborate with researchers from the humanities, art, and design. This combination is not common in a Danish context, but crucial in a market where symbolic and emotional dimensions of products are becoming more and more important. The participating researchers come from The University of Southern Denmark, Aalborg University, Aarhus School of Business – Aarhus University, Copenhagen Business School, and Kolding School of Design. Composition of the cluster “Six years ago the Department of Marketing & Management at The University of Southern Denmark established Brand Base, a network with more than 100 firms as paying members, and the new innovations network builds on this basis. Its partners in The Innovation Network Market, Communication, and Consumption are faculty from other universities and business schools in Denmark: Aalborg University, Aarhus School of Business – Aarhus University, and Copenhagen Business School. They are handpicked so that they form a team of researchers that supplement each other perfectly and cover the multiple dimensions that are at play in branding and advertising today. Interdisciplinary collaboration is the answer to the challenges of a more and more complex market, and therefore the researchers in these projects have very diverse competencies.” Cluster management and governance of the cluster organisation Profile of the cluster organisation Human Resources specialized in IT. staff/team Financing of the cluster management It seems the cluster is mostly funded by public funding – “Danish government has awarded The Department of Marketing & Management at The Financial sources repartition University of Southern Denmark with a grant of 14 mio DDK (2 mio EURO)” Services and key initiatives by the cluster organisation Development of events –Workshops, seminars and conferences The Innovation Network Market, Communication, and Consumption is a dynamic and flexible network and we expect a continuous development of ideas Services offered by the cluster organization and new projects that address challenges from the market. These projects arrange workshops and seminars where practitioners and researchers meet to to cluster participants share knowledge and experiences. In addition an annual conference is held for the total network. The conference presents more overall information and inspiration relevant to all participants, and here we invite speakers – practitioners as well as academic colleagues – from all over the world Sources: http://imkf.dk http://inno-network.com/english/ 56 For the purpose of this exercise a cluster is considered to be a network of companies and re-search institutions (including universities) that has a thematic focus, is regionally concentrated, is insti-tutionally organised and is managed by a cluster manager. The cluster may also include other actors such as public agencies. 57 A cluster management organization is a management agency that coordinates activities of cluster participants. The cluster management organization is mandated by the cluster participants to repre-sent the cluster, both internally and externally, and to develop and implement activities that support the development of the cluster. 133 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster/Cooperation Network name Country IT@Baja - Clúster de Tecnologías de Información de Baja California Mexico Guillermo Mejia + +52 (664) 380-6158 Contact person / contact details [email protected] Cluster (management) organisation profile Structure and other primary characterization aspects Age 2004 (10 years) Legal form Non-profit Organisation Main technology area & specialization IT sector degree The Cluster de Tecnologías de la Información de Baja California, A. C. ( IT@Baja) is a private sector initiative, led by IT businesses. Nature of the cluster: driving forces / “It began as a business initiative and is located in a border city where the benefits are a consequence from the proximity to the largest IT market in agenda setters the world” (2008) 12 members IT@Baja supports IT Companies, academic institutions, research centers, Governmental and related agencies, aiming to promote and Composition of the cluster develop all their abilities. Currently composed by a relevant group of companies in Baja California with the expertise in the developing and implementing of solutions for industrial and commercial sectors. Cluster management and governance of the cluster organisation Key roles and assignments of the cluster It has the main purpose to research, develop, publish and promote a set of common and up-to-date goals for the IT sector, with an international scope, organization staff/team, degree of that should empower the average businessman and businesswoman. involvement of the cluster participants in Thus, benefiting them by promoting the understanding of management systems, control processes and assets protection, through the development of the decision making process and a management model for information technologies initiatives/activities planning Mission To empower local IT professionals, businessmen and entrepreneurs, as well as to collaborate with governmental agencies and academia for the sole purpose of creating value added solutions that will advance sustainable growth for our. Cluster development strategy: thematic Vision and geographic priorities Be the sector responsible for locating the state of Baja California as a leading provider of information technologies for the development of productive industry nationally and internationally. Increase maturity and long-term competitiveness of members and cluster Human Resources Development Services and key initiatives by the cluster organisation Products Services offered by the cluster Application Development; Bundled Software; Networks & Telecommunications; Infrastructure; Computer security; Perimeter Security; Import-export organization to cluster participants Software; Power Quality; Consulting Contacts and interaction of the Cluster Organisation with relevant players Integration of the cluster management organisation in the local and national Network with Clusters in Europe and LATAM system of innovation 134 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Thematic (Who and What for?) and geographic origin (Where from?) of external cooperation requests Program for the Development of the Information Technologies Services Sector (ProSoft 2.0) Mexico’s Federal Government, through the ministry of economy or secretariat of economy of Mexico (Secretaría de Economía – SE by its initials), working together with the Business Sector, Academia and State Governments, launched the Program for the Development of the Software Industry (ProSoft) in 2002, rebranding it as the Program for the Development of the Information Technologies Services Sector (ProSoft 2.0) in 2008. ProSoft 2.0 has as its fundamental objective to develop a positive business environment where a robust IT Service Sector can thrive and compete in an international marketplace, as well as to ensure a sustainable growth, to promote the use and advancement of IT services. Program components and objectives Human Resources development (MEXICO FIRST) Strengthening IT Cluster Financing for the IT Industry Support for infrastructure development Government services outsourcing Institutional, legal, regulatory and political framework Financial and administrative backing to increase funds geared to run the ProSoft program Project for the Development of the Information Technology Industry (World Bank loan L7571-MX). Mexico’s IT industry requires a comprehensive and balanced growth with specific lines of action for each strategy. The Government and World Bank have identified that raising the competitiveness of cluster initiatives so they may become a tool to increase the market share of IT companies nationally and internationally, and thus, promote sustainable development of the sector. To achieve this goal it is essential to develop models of maturity and competitiveness, in order to consolidate the cluster participation in the global economy through growth of the companies’ competitiveness, and of those who make up the cluster membership. Project components To support the companies linked to the IT cluster to increase their competitiveness and international presence through partnerships (links) with multinational companies, implementing strategies, and conducting events and internationally recognized certifications. Project Subcomponents IT-Link (Information Technology Network Link) which seeks to promote the bond of Mexican companies with international companies and increase access to markets, technology and IT processes. Technical Assistance for the implementation and development of strategies for the cluster management in the selected states seeking to strengthen their development strategies in the IT industry. Workshops to promote the use and benefits of IT. Grants for internationally recognized certification programs that seek to increase the maturity and competitiveness of the cluster membership and help them obtain a quality assurance model and process capabilities. Sources: http://itbaja.com/ 135 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 58 Cluster/Cooperation Network name Country ITL – Association of Information Technology and Telecommunications Estonia Mrs Doris Põld [email protected] Contact person / contact details +372 6177 145 59 Cluster (management) organisation profile Structure and other primary characterization aspects Age 2000 (14 years) Legal form Non-profit Main technology area & specialization Information technology, electronic communication, production or development of electronic equipment, electronic media and content services, degree robotics and/or in areas related to these Composition of the cluster Nd Geographical concentration of cluster Nd members International members of the cluster Nd Cluster management and governance of the cluster organisation Key roles and assignments of the cluster Strong system of cluster governance: clear definition of role of cluster management; Governing Bodies – General Meeting, Management Board organization staff/team, degree of (Executive Team), Court of Honor and Audit Committee involvement of the cluster participants in Ordinary General Meetings are convened by the Management Board 2 (two) times a year. A notice of the General Meeting is sent to the members of the decision making process and the Association not later than 14 (fourteen) days before the General Meeting. initiatives/activities planning Each full member of the Association has one vote. Profile of the cluster organisation The cluster is driven by technology experts with networking capabilities. staff/team Cluster development strategy: thematic Objectives of ICT sector vision 2020: and geographic priorities ICT affects organization of life on all levels in Estonia Estonia holds the first position in the world in using reliable information society services Doubling the number of specialists with ICT competence in the ICT sector (from 17,000 today to 34,000 by 2020) In focus areas, 50% of the growth of added value is attributable to implementation of ICT solutions ITL cooperation: Continuing and promoting cooperation within the ITL and ICT sector Cooperation with the public and private sectors (other economic sectors) International cooperation Reputation of the ICT sector, and internal and external communication Areas of Activity 2013-2015 Ict Education And Workforce Social Responsibility Information Policy 58 For the purpose of this exercise a cluster is considered to be a network of companies and re-search institutions (including universities) that has a thematic focus, is regionally concentrated, is insti-tutionally organised and is managed by a cluster manager. The cluster may also include other actors such as public agencies. 59 A cluster management organization is a management agency that coordinates activities of cluster participants. The cluster management organization is mandated by the cluster participants to repre-sent the cluster, both internally and externally, and to develop and implement activities that support the development of the cluster. 136 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster development strategy: thematic and geographic priorities Electronic Communication And Digital Infrastructure Information Security International Cooperation Cooperation Within The Itl And Ict Sector Cooperation With Other Economic Sectors In Estonia Reputation Of The Ict Sector And Itl’s External Communication Financing of the cluster management Membership models and fees Financial sources repartition 80 members (Software development, Systems integration, Systems development, Telecom services, Production of computers, Equipment wholesale, Education and training, Branch of international company and Other) and membership fee is based on companies annual turnover: 1. Entrance fee 700 EUR. 2. Membership fee for full members: - 2300 EUR / year if Annual turnover is less than 4,5 million EUR; - 3500EUR / year if Annual turnover is from 4,5 million EUR up to 32 million EUR; - 4600 EUR / year if Annual turnover is from 32 million EUR up to 64 million EUR; - 7000 EUR / year if Annual turnover is more than 64 million EUR. 3. Associated member 1200 EUR / year. 4. branch of foreign company 4600 EUR / year. The association consists of at least 15 members and the members of the Association are divided into Full Members, Associate Members and Honorary Members. Members of the Association are obliged: - To observe the Articles of Association; - To observe the Code of Ethics; - To observe the resolutions of the General Meeting and the Management Board being in accordance with the Articles of Association; - To participate in the activities of the Association in order to achieve the objectives of the Association; - To participate actively in carrying out research conducted by the Association and present data about itself in the extent which does not damage its economic activities; - To submit to the Management Board the annual report of the member of the Association in electronic form within 1 (one) month as of its confirmation by a relevant body of the member of the Association; - To pay membership fee in due course in the amount and on the date prescribed; - To store and use the assets belonging to the Association prudently; - Not to damage and prevent activities that damage or may damage the reputation of the Association; - Upon a change in the data of the member of the Association (name, personal identification code or registry code or address), to notify the Management Board of this in writing in order to make changes in the list of members. The income of the Association is formed from: - entrance and membership fees; - arranging events and providing services; - donations and sponsorship; - other sources not mentioned. 137 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Services and key initiatives by the cluster organisation Foster the development of new solutions and the creation of new products, and to improve the companies’ competitive ability in the international market. The Association assists its members in introducing new information and communication technologies as well as the respective solutions and applications by arranging exhibitions, seminars, conferences and other public events. The Association may provide other services (market analysis, arranging refresher courses and training events, consultations, advertising, coordination of collective projects, promotional events introducing the area of activity of the Association and other club and entertainment events) to members of the Association and other persons. The objectives of the Association include: - To unite Estonian companies operating in the areas of information technology and telecommunications (hereinafter referred to as ‘area of activity of the Association’), to promote their cooperation, to represent and protect their interests and to express their common positions; - To support and promote processes related to Estonia’s development toward being an information society, to direct the development of the sectors and education related to the areas of activity of the Association by participating in the development and application of the development plans of the economic policy and education of Estonia; Services offered by the cluster - Proceeding from good business practices to contribute to creating and ensuring fair and effective competition as the main prerequisites of organization to cluster participants development of the given areas of economy in the Estonian market of information and communication technology services and goods; - To develop common strategies in order to ensure more rapid growth of sectors related to the area of activity of the Association by conducting necessary research and analyses, organising statistics and contributing to the creation and introduction of standards, legislation and quality standards of Estonian information and communication technology; - To contribute to adapting the principles of the corresponding regulation of the European Union to the legal area of Estonia, to make its own proposals and recommendations to the regulators of Europe and other creators of international regulative standards; - To cooperate with Estonian as well as international organisations operating in the area of activity of the Association; - To assist its members as well as their employees in arranging training and personnel development; - To collect and disseminate information related to the area of activity of the Association to its members as well as to the public; - To contribute to prevention of cases damaging the reputation of the area of activity of the Association, by solving the problems between the companies within the Association; - To develop other activities necessary or useful to members which are in conformity with the objectives of the Association specified in these Articles of Association. - Promoting the information and communication technology education and therefore giving scholarship support to students. Contacts and interaction of the Cluster Organisation with relevant players Thematic (Who and What for?) and Success stories from Estonian ICT sector: geographic origin (Where from?) of Analysis of 15 Estonian IT export cases external cooperation requests Fromdistance FusionOne Logica Eesti Affecto Helmes Complus Consulting Erply Playtech MarkIT Mobi Proekspert 138 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Thematic (Who and What for?) and geographic origin (Where from?) of external cooperation requests Sources: Webmedia Santa Monica Networks Regio Raintree Catalogue has been co-financed by the European Regional Development Fund. DigiDocService Digital Tachograph Certification Service Document Exchange Centre E-Invoicing Operator Platform eKool Enterprise Communication e-Prescription GPS-based tracking solution Helmes Internet Banking Core Hosting ID Card Instant Cadaster MediConnectSys Mobile-ID Promoter Index Radioso Reggy 4 Wholesale vendor logistics X-Road YOGA YouRoam Admission Information System (SAIS) Fiber optic interconnections Invoicing Solution Payroll and Human Resources solution Synerall - CRM & Billing solution for Utilities Information- and Document Management system – Ortella ITL is implementing the following project: The project “Estonian ICT Cluster II” has been launched to achieve the cluster’s goals. 70% of the funds for the project’s execution come from the European Regional Development Fund and 30% from the members of the Association of the Estonian Information Technology and Communications. Project is co-financed by Tallinn. http://www.itl.ee/ 139 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster/Cooperation Network name Country Contact person / contact details Life Science Klaster Kraków Poland Kazimierz Murzyn [email protected] T: +48 12 297 4 605 Cluster (management) organisation profile Structure and other primary characterization aspects Age 2006 (8 years) Legal form No legal form Main technology area & specialization Life Sciences – Covers a broad range of different industries degree Nature of the cluster: driving forces / Research Driven agenda setters More than 70 entities operate in the frames of LifeScience Klaster Krakow. The largest group is represented by SMEs (47%), other public institutions (31%) and large enterprises (18%). Members: Enterprises (BioF) - 22 Composition of the cluster Healthcare (Med) - 14 Institutes of Research and Development (R&D) - 7 Business environment (Biz) - 20 Education (Edu) - 6 Administration (Gov) - 3 Geographical concentration of cluster Krakow and Małopolska Region – Poland (100% of cluster members are located in a distance of <150km to premises of cluster organization) members International members of the cluster ≈ 7,5% Nature of cooperation between cluster The nature of cooperation is described as central participants and role of cluster organization Cluster management and governance of the cluster organisation Key roles and assignments of the cluster Strong system of cluster governance (clear definition of role of cluster management; Governing body – Advisory Board); strong involvement of members organization staff/team, degree of in decision making involvement of the cluster participants in It is formed as a common project managed and administered by one of its founding members in order to maintain its ongoing activities and secure quality the decision making process and services. This leading role is confined to the Jagiellonian Centre of Innovation Ltd. initiatives/activities planning Profile of the cluster organisation It appears the cluster is driven by technology experts staff/team Share of cluster participants with relevant activity/experience in All cluster members (SME, Non-SME, R&D institutions, Universities and Training and education providers ) present a significant degree of international international markets, of which X% are activities SMEs Cluster development strategy: thematic Klaster directly addresses goals included in Regional Innovation Strategy mission statement which aims to increase the level of innovation and and geographic priorities competitiveness through stimulating the cooperation of SME's with a wide range of institutions in the field of science, research& development, and transfer of technology. 140 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster development strategy: thematic and geographic priorities Thematic priorities of the Cluster with greater percentage: -Collaborative technology development, technology transfer, R&D; -Exchange of information, matchmaking and experience among members; Thematic priorities of the Cluster with lower percentage: -Development of entrepreneurship -Matchmaking and networking with external partners / promotion of cluster location -Development of human resources Geographical priorities: -Mainly a regional priority, followed by international and a low national priority Financing of the cluster management Membership models and fees Remains unknown if the cluster charges fees and what is the membership model Approximately 7,5% of public funding in the total budget of the cluster organization; There is no share in the total budget of income generated from Financial sources repartition chargeable services and membership fees. Financial sustainability The cluster’s financial sustainability is considered very critical, with already negative impacts on daily cluster activities. Services and key initiatives by the cluster organisation Acquisition of third party funding (Third party funded non R&D projects and distribution of information about funding programmes and possibilities) Collaborative technology development or technology transfer or R&D without third party funding (Organization of task forces/ working groups) Information, matchmaking and exchange of experiences among cluster participants (Internal member matchmaking, internal newsletter / web-based information and exchange of experience, thematic events and workshops only for members) Development of human resources Matchmaking with external partners / promotion of cluster location (Press releases, presentation of cluster and its members on trade fairs/congresses, Specific events/workshops to present the cluster and cluster activities to externals) Internationalisation of cluster members (Other activities by cluster managements for intensifying international contacts and cooperation with foreign Services offered by the cluster partners or clusters, Participation of the clusters management in trade fairs/ conferences abroad with own booth to present the cluster and its members, organization to cluster participants Availability to print/web information in foreign languages, acquisition of international R&D projects that were mainly initiated by the cluster management) The Life Science Cluster offers access, with business assistance, to an established network comprising of: - Production and contract manufacturing enterprises - R&D services including contract research and clinical trials - Universities and R&D institutions with highly-trained staff competent in the area of life sciences - A modern research infrastructure, including modern laboratories and high quality R&D services - Seed funds dedicated to the support of life science or IT endeavours Key indicators on achievements related Cluster’s business activities present measurable impacts on SME and R&D institutions, but not yet really significant and/or sustainable; and limited to the services delivered impacts on Non-SME and universities Contacts and interaction of the Cluster Organisation with relevant players Integration of the cluster management European Diagnostic Clusters Alliance (EDCA) – at a European level organisation in the local and national Global Innovation Network – Klaster LifeScience Kraków, Bioaratec Saragossa and North Carolina Eastern Region system of innovation External cooperation request received by Large number of external cooperation requests received by the cluster the cluster organisation 141 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Thematic (Who and What for?) and geographic origin (Where from?) of external cooperation requests Sources: The institutional origin of external cooperation request is mainly research institutions /universities Purpose: Joint R&D and joint business Geographic origin is mainly international Projects: SME Go Global Network (SMEGoNet) is a SMART+ sub-project, co-financed by the European Regional Development Fund in the framework of the Interregional Cooperation Programme INTERREG IV C. SMEGoNet is realized under the grant agreement signed on 02.06.2011 with the SMART + Leading Partner: The Aragonese Federation of Municipalities, Regions and Provinces. SMEGoNET is carried out by 4 partners from Spain, Greece and Romania, with Klaster LifeScience Krakow from Poland as the project’s leader. The Technology Transfer Group performs the functions of interdisciplinary, cooperative centre for the transfer of knowledge (think-tank) in the fields of biotechnology and life science in Małopolska Region. The Group consists of people representing members of the LifeScience Klaster occupying the positions connected with knowledge transfer, commercialisation and the cooperation with business practice and development in their respective institutions. The Global Innovation Network is a member-directed, non-profit organization which aims at combining regional SMEs and R&D companies on a global scale. GIN was established by Klaster LifeScience Kraków, Bioaratec Saragossa and North Carolina Eastern Region. European Diagnostic Clusters Alliance (EDCA) is an association composed by clusters, public or private, established in the European Union or Associated Countries, directly or indirectly interested in the objectives that in general aim to increase benefits for the patients. Klaster LifeScience Krakow is one of the EDCA founders. PATHOS will be a platform for all BSR countries including Russia to increase the competitiveness of the med-tech sector by sharing innovation expertise from the BSR. Project partners of the seed money project come from Sweden, Denmark, Finland, Germany, Poland and Estonia. The idea is to embed further partners from the different kind of stakeholders in the med tech sector and region as partners in the main project in order to fill PATHOS with relevant expertise and access to all parts of the region. Thus, PATHOS can enhance the maximum flow of information data and create optimal synergies across borders. Partners: Department of Health Care, Region Västra Götaland (SE) ScanBalt®fmba (DK) BioCon Valley GmbH (DE) Turku Science Park Ltd (FI) Entrepreneurship Development Centre for Biotechnology and Medicine (EE) Foundation Klaster LifeScience Krakow (PL) “LifeScience Cluster Krakow – capacity building cooperation within networks of bio-regions in Europe”. The project is carried out within 20 months, from the second quarter of 2011 to the fourth quarter of 2012. The total value of the project amounts to 1 087 398, 00 zł. Project is carried out with international partners:SKEMA Business School, France; Genopol, France; BioCon Valley, Germany;Biotechnology Cluster Aragon (BIOARATEC), Spain; Latvian Biotechnology Association (LBA), Latvia; Midlothian Council, Scotland. The project aims at building a strong position of Bio-Region Malopolska and Klaster LifeScience Krakow in Central Europe. It will also increase Klaster’s ability to implement international cooperation projects, including the role of GIN leader. The project is submitted under Regional Operational Program, Activity 8.2: “Building position of Malopolska in European Networks”. Jagiellonian Center of Innovation is the Project Leader. http://lifescience.pl/en/ http://www.businessinmalopolska.pl/strona/pokaz/dzial/inwestycje/tytul/Life%20Science%20Klaster%20in%20Krakow%20pl http://palyazat-sote.hu/wp-content/uploads/2013/04/05_LSKK_Poland_Kazimierz_Murzyn-.pdf Benchmarking Report Life Science Cluster Krakow-place for Life & Science, July 2011 142 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster/Cooperation Network name Luxembourg ICT Cluster Jean-Paul Hengen +352 43 62 63 660 Contact person / contact details [email protected] [email protected] Cluster (management) organisation profile Structure and other primary characterization aspects Age 2002 (12 years) Legal form National Agency Main technology area & specialization ICT sector degree Nature of the cluster: driving forces / It seems to be mostly an industry driven cluster, although very much balanced with academy participation agenda setters Membership of the Luxembourg ICT Cluster is open to public and private organisations and is free of charge. When registering, applicants need to accept the cluster’s membership conditions. Companies and other private organisations can apply for membership at the level of their legal entity. Public Research Organisations can apply either at Composition of the cluster the level of their legal entity or at the level of their division, faculty or department. Individuals who do not represent any of the above-mentioned categories can also apply as members if they can contribute relevant knowledge and experience to the development of the ICT sector in Luxembourg Members List: Company / Private Organisation: 63 actors / Individual: 1 actor/ Strategic Partners: 2 actors / Service- capital provider: 7 actors / Public Research organisations: 4 actors It seems that cooperation among the cluster actors is characterized by decentralized activities in which the Cluster Organization has a considerable International members of the cluster influence but it is neither the main initiator nor sets up most relevant activities Cluster management and governance of the cluster organisation A member-driven Cluster governance system has been put in place in order to guarantee the efficient functioning of the Luxembourg ICT Cluster. Cluster Steering Committee A Cluster Steering Committee comprising experts from private companies, public research organisations and institutional actors defines the strategic orientations of the ICT Cluster and targets services and activities to the specific R&D and innovation needs of its members. The Steering Committee contributes to the sustainable development of the Luxembourg ICT Cluster by developing its strategic orientation as well as evaluating the importance and relevance of all activities and services. Key roles and assignments of the cluster In addition, the Steering Committee plays an important role as multiplier, supporting the dissemination of Cluster information and activities among organization staff/team, degree of important opinion leaders, decision makers and the Luxembourg ICT Community involvement of the cluster participants in The Luxembourg ICT Cluster Steering Committee the decision making process and Private Sector: 4 actors initiatives/activities planning Public Research: 3 actors Institutional Actors: 3 actors Luxinnovation: 2 elements Cluster Animation The Luxembourg ICT Cluster is managed by Luxinnovation, the National Agency for Innovation and Research. A dedicated Cluster Manager is in charge of the daily operational tasks dealing with the implementation of the Cluster strategy and the Cluster Action Plan. Profile of the cluster organisation Cluster management team seems to be composed by a balanced mix of experts in the technological domain of the cluster and with experience in staff/team networking / communication facilitation 143 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 The Luxembourg ICT Cluster is part of the “Luxembourg Cluster Initiative”, launched in 2002 by the Luxembourg Government to encourage networking between the private and the public sectors. The focus of the Luxembourg Cluster Initiative is placed on key technologies that have been identified as being important for the future sustainable development of the Luxembourg economy, such as: Eco-Innovation Technologies Healthcare and Biotechnologies Information and Communication Technologies (ICT) Materials and Production Technologies Space Technologies The Luxembourg ICT Cluster is a network that supports the various actors in the field of information and communication technologies in Luxembourg with the goal of creating and developing new and sustainable business opportunities through collaborative R&D and Innovation (RDI) projects. The main objectives of the Luxembourg ICT Cluster are to: Cluster development strategy: thematic identify and develop new business opportunities through collaborative national and international RDI projects and geographic priorities empower the ICT sector in Luxembourg optimise the uptake of ICT as an enabling technology for various sectors facilitate the collaboration between the public and private research actors promote and position ICT competences of private companies and public research organisations in Luxembourg, thereby enhancing their visibility collaborate with other clusters and fulfil a role as technical enabler Several main topics have been identified for further action within the Luxembourg ICT Cluster: ICT Research (collaborative R&D projects financed at a European level, e.g. FP7) ICT for a healthy and ageing population (Kick-off meeting - March 2011) e-invoicing & e-payment (Kick-off meeting – end of 2011) ICT for Green (Kick-off meeting - December 2011) Location-based services (in collaboration with the “Luxembourg Space Cluster”) (Kick-off meeting – December 2011) Dynamic Cluster Working Groups are active in these fields. Regular meetings of these Working Groups allow participants to meet the right partners, to receive specialised value-added information and to reinforce their visibility. Services and key initiatives by the cluster organisation Services offered by the cluster The Luxembourg ICT Cluster provides specific support activities and services to its members and offers a platform for networking, collaboration and organization to cluster participants exchange of experience. Due to its mix of competences, the cluster provides support to develop project ideas, identify potential partners and find suitable funding for innovative projects. The activities of the Luxembourg ICT Cluster also include the organisation of regular networking events, themed conferences and workshops. Dynamic Cluster Working Groups meet on a regular basis allowing participants to meet the right partners, to receive specialised value-added information and to reinforce their visibility. What it offers… The Luxembourg ICT Cluster provides access to a dynamic network of companies as well as public research organisations and offers a personalised portfolio of support services corresponding to the specific innovation requirements of its members. Business-oriented platform for networking and exchange that allows you to: - share knowledge and experiences with companies and public research organisations specialised in the field of ICT - meet the right partners to develop collaborative RDI projects on a national and an international level - participate in working groups, seminars, conferences and networking events 144 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Set of specialised services providing: - Access to practical and technical information related to specific questions on ICT - Advice on national and European funding opportunities - Value-added information on emerging technologies and markets Membership of the Luxembourg ICT Cluster will help its members to: Reinforce competitive advantage Improve national and international visibility Identify new business contacts and project opportunities Collaboration & partnerships The Luxembourg ICT Cluster - an efficient platform for networking “One of the main objectives of the cluster is to bring together the various actors in the field of ICT in Luxembourg with the goal of fostering new and sustainable business opportunities through collaborative research, development and innovation projects. The cluster offers a platform for networking, collaboration and exchange of experience between the private and public sectors. The activities of the Luxembourg ICT Cluster include the organisation of regular networking events and Cluster Working Groups meetings.” Public-Private Partnerships “Several measures support and encourage the establishment of collaborations between the private and the public sectors. Public-private partnerships allow for exchanges of information as well as the possibility to make use of partners' resources, skills and know-how. Inter-sector cooperation also Key indicators on achievements related enables taking knowledge closer to the economic sphere and adapting it to the needs of the market in order to achieve concrete objectives” to the services delivered Numerous networking events are regularly organised to foster collaboration: The Cluster's dynamic Working Group meetings allow participants to meet the right partners and to exchange experience the annual forum Business meets Research is dedicated to networking and building public-private partnerships with actors from Luxembourg and the Greater Region the Events section of this website presents numerous other networking events, such as workshops, fairs or conferences, in the field of ICT Identifying potential partners The Luxembourg Portal for Innovation and Research offers an online directory to facilitate partnerships. Descriptions that outline activities, competences, resources (equipment, products and services) and current collaborative projects of public research units and innovative companies that have R&D and innovation activities located in Luxembourg are presented in this directory. Contacts and interaction of the Cluster Organisation with relevant players Integration of the cluster management The Luxembourg ICT Cluster members composition illustrates what seems to be a very good blending and proximity to the regional and national system organisation in the local and national of innovation. system of innovation External cooperation request received by From the carried desk-research there seem to be the case of a cluster organization with a fair amount of cooperation requests with both regional, the cluster organisation national and international entities - industry, finance, similar cluster organizations, etc Thematic (Who and What for?) and Ongoing R&D projects under the Ambient Assisted Living (AAL) Joint Programme geographic origin (Where from?) of A number of R&D projects, involving at least one Luxembourg actor, are ongoing under the Ambient Assisted Living (AAL) Joint Programme external cooperation requests ## COM’ON – Confident Motion Duration: March 2012 - June 2014 Luxembourg participants: Concept Factory City of Luxembourg Coordinator: Copenhagen Living Lab Number of participants: 9 partners from 5 countries; 3 SMEs; 2 R&D center; 2 Design agencies; 1 University; 1 Living Lab Project scope: The overall objective for COM’ON is to develop, test and deploy a digital platform and associated services for public transportation, which offer coping support to older persons – having mild to moderate problems with moving around. Link: http://comon.lu Services offered by the cluster organization to cluster participants 145 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Thematic (Who and What for?) and geographic origin (Where from?) of external cooperation requests Sources: ## M3W - Maintaining and Measuring Mental Wellness Duration: October 2011 – September 2014 Luxembourg participant: Actimage S.A. Coordinator: Budapest University of Technology and Economics, Biomedical Engineering Knowledge Centre (HU) Number of participants: 7 partners from 4 countries; -2 users organizations; -3 applied research SMEs; -2 research institutions and universities Project scope: Develop a mental wellness toolset for self usage (i.e. for the individuals and their families), and only to a lesser extent for the medical experts (psychiatrists, psychologists, carers, etc.) The goal is to measure and visualize mental changes, tendencies in an entertaining way, and to give indications, sort of warnings, alarms or reports, to the effected persons and their relatives or friends that it is advisable to visit a physician. The ambition is to compare one's mental wellness to his/her own past mental wellness conditions (in relative values). ## The mobility motivator Duration: December 2012 - December 2015 Luxembourg participant: Studio352 Coordinator: Université de Versailles – St Quentin en Yvelines (FR) Project: By combining state of the art technologies into a multi-player gaming environment, MoMo – SMART AGEING CONCEPT- will provide an innovative solution to motivate older adults to increase physical activity and exercise cognitive skills. Participants: France, Switzerland, Germany, Belgium, United Kingdom Link: http://www.aal-europe.eu/projects/mobility-motivator/ ## MOTION Duration: September 2013 - September 2016 Luxembourg participant: CRP Henri Tudor (Santec) Coordinator: Association Siel Bleu (FR) Project: The innovative Information and Communication Technology (ICT) platform and tools developed in tight collaboration with end-users (older adults, formal and informal carers) will enable the simultaneous training of at least 4 older adults with similar needs. Participants: France, Italy, Switzerland Link: http://www.aal-europe.eu/projects/motion/ ## MEDIATE Duration: June 2013 - June 2015 Luxembourg participant: CRP Henri Tudor (SSI), G4S Coordinator: CRP Henri Tudor – SSI (LU) Project: Collaborative and intermediating solution for managing daily activities for the Elderly at home. Participants: Switzerland, Denmark, France, Romania Link: http://www.tudor.lu/fr/actualite/mediate-vers-le-renforcement-de-lautonomie-des-personnes-agees-domicile ## DALIA Duration: April 2013 - April 2016 Luxembourg participant: Stëftung Hëllef Doheem Coordinator: Exthex (AT) Project: DALIA will provide an integrated home system that supports older adults as primary end-users, offers support to their informal carers as secondary end-users, and can be extended to interface with services of formal care and medical services. Participants: Austria, Switzerland, Netherlands, Belgium Link: http://www.dalia-aal.eu/ http://www.ictcluster.lu/ 146 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster/Cooperation Network name Country Medical Valley Europäische Metropolregion Nürnberg Germany Dr. Peter Kolominsky-Rabas [email protected] Contact person / contact details M: +49 91 31 85 35 855 Cluster (management) organisation profile Structure and other primary characterization aspects Age 2007 (7 years) Main technology area & specialization Medical Engineering degree Nature of the cluster: driving forces / Lacking better knowledge about the cluster it seems reasonable to assume that it is driven by both academy and industry agenda setters Over 150 members from industry (large companies , SMEs, startups , service providers, suppliers ) , academia (universities and non-university research Composition of the cluster institutions ) , health care ( University Hospital , urban clinics, doctors networks) , politics (local authorities , associations) and networks ( incubators, regional structures ) Geographical concentration of cluster Cluster members concentrate mainly with the Nuremberg Region members Nature of cooperation between cluster participants and role of cluster It appears that the Cluster has a central role within its members organization Cluster management and governance of the cluster organisation Key roles and assignments of the cluster It is not possible to specify participant’s involvement in the decision making process, other than that the cluster comprises decision-makers from politics, organization staff/team, degree of industry, science and healthcare. involvement of the cluster participants in the decision making process and initiatives/activities planning Profile of the cluster organisation The cluster is driven by both experts and facilitators staff/team Development of products, services and solutions that significantly increase the effectiveness and efficiency of prevention, diagnostics, treatment and Cluster development strategy: thematic rehabilitation. and geographic priorities Increase economic power of the region – increase the national and international attractiveness perception of the area Internal networking – information exchange among cluster participants Financing of the cluster management Financial sources repartition Membership model and fees Member Contributions in Medical Valley EMN eV The following membership contributions are determined in € p.a : Individual 100 € Individual higher education institutions without university as a whole € 200 Clinics and hospitals without total Klinikum € 200 Associations and KöR to 20 Employees 200 € Non-university research institutes € 400 Associations and public bodies € 1,000 147 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Businesses and large institutions ( Member Posts principle employee -related) : Membership model and fees Small companies to 20 Employees 200 € Companies with 20 to 100 employees € 400 Companies and institutions to 1,000 employees € 1,000 Companies and institutions with 1,000 to 5,000 employees € 2,000 Companies and institutions with more than 5,000 employees € 5,000 Services and key initiatives by the cluster organisation • Targeted Networking • Events on specialized topics and Rent Space Services offered by the cluster • Funding advice and acquisition • Comprehensive Cluster Marketing organization to cluster participants • Establishing contacts for national / international product marketing • International Services Contacts and interaction of the Cluster Organisation with relevant players Thematic (Who and What for?) and geographic origin (Where from?) of external cooperation requests Sources: STRONG PARTNERS WITHIN THE NETWORK The Medical Valley EMN Association (e.V.) has established long-term collaboration with efficient networks to enable it offer specialized services in all phases of the product lifecycle. Contact Office for Knowledge and Technology Transfer at the Friedrich-Alexander University Erlangen-Nuremberg (FAU) netzwerk|nordbayern Medical Valley Center Haus der Forschung METEAN Forum MedTech Pharma e.V. EU-funded projects: INTRAMED-C2C https://www.medical-valley-emn.de/en/ 148 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster/Cooperation Networkname Country Contact person / contact details SCS Cluster France Guillaume Roux Cluster (management) organisation profile Structure and other primary characterization aspects Age 2005 (9 years) Legal form Non profit association Main technology area & specialization degree A complete value chain: from semiconductors to applications and markets In the fields of design and production of silicon chips, contactless technologies (smart cards, electronic tags, passports, USB keys, etc.), services and solutions aimed at companies and individuals alike. The SCS Cluster brings together players in the field of microelectronics, software, telecommunications, services and uses of Information and Communications Technologies in the Provence-Alpes-Côte d'Azur region. Focus: Applications/markets: Three “Smart Specialisation Areas”: -Contactless (RFID, NFC…) - Networks, M2M et mobiles services -Digital security and identities These three areas provide applications in the fields of: - Energy (smart grids) - Environment, recycling (tags) - Health, pharma (e-health) - Logistics (tracking) - Consumer electronics - Banking (e-payment) Technologies/strengths on the value chain IP and semiconductors manufacturers (RFID and NFC) Smart objects manufacturers Sensors manufacturers Cloud infrastructures and services providers Terminals manufacturers Trusted Management Services Security software editors Mobile application developers Nature of the cluster: driving forces / agenda setters Composition of the cluster From the desk-research carried it seems to be mostly an industry driven cluster, although very much balanced with academy participation Number of staff: 11 Total number of members: 270 SMEs: 200 Large/multinational companies: 26 Academic organisations (universities, public research centres): 18 Associations/public authorities/other: 26 149 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Composition of the cluster Cluster members SMEs - Number/percentage of SMEs involved in European projects (FP7, CIP, Eureka): 10% Academic organisations- Name of research centers (R&D focus and activities): - Universities of Nice and Marseille - EURECOM (telecommunications institute) - INRIA (mathematics, computering) - CEA LETI (microelectronics) - CNRS (French national research centre) Large companies - Name of large companies, activities (Headquarters, Business Unit, R&D, production/service), and presence of venture capital departments: - ST Microelectronics (BU, R&D, production) - Gemalto (BU, R&D, production) - Orange (BU, R&D) - LFoundry (BU, R&D, production) - Amadeus (BU, R&D, services) - SAP (R&D, service) - Inside Secure (BU, R&D, production) - Intel (BU) - NVidia (BU,R&D) - Hewlett Packard (BU, R&D) - Schneider Electric (BU, R&D) - Docapost (BU, R&D) - Nokia - Telecom Italia Other Presence of investments funds / venture capital: - Business angels networks: Sophia Business Angels, Provence Business Angels, Alumni Business Angels - Venture capitalists: Innovacom, Emertec, Siparex, Vivéris Management, Midi Capital, X-ange, Soridec - Regional public investment fund: PACA Investissements Other members or partnerships (banks, networks, etc.): Convention with BNP Paribas bank to help SMEs to fund short term needs and to back R&D projects funding Key figures, an international scope in terms of ICTs: To date, nearly 270 members (75% of innovating PME), 26 world leaders in their fields 16 establishments and research organizations and of formation, 1,200 public sector researchers 1,500 engineers trained each year 60,000 jobs in ICTs 3 expertise centers:( The Center of Innovation and Uses in Health (CIU Santé): demonstrator of ICT solutions in e-health; The National Reference Centre Health in Residence & Autonomy (CNR Health): essential benchmark in the deployment of digital solutions for healthcare, self-sufficiency and wellbeing at home; National centre RFID (CNRFID): to facilitate the adoption, use and mastery of RFID.) 2 pooled platforms: - CIM PACA platforms for microelectronics: design, characterization, micropackaging & security. - Com4Innov platform for the mobile services of the future (4G, LTE, IMS, traffic optimization), M2M networks and communicating objects. 150 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Geographical concentration of cluster Mostly members that are regionally based (even if with other locations/braches outside the region) members International members of the cluster Most of the large companies in the cluster are multinationals. Cluster management and governance of the cluster organisation Key roles and assignments of the cluster organization staff/team, degree of Detailed info in the “STATUTS DE L’ASSOCIATION DU PÔLE DE COMPETITIVITE” involvement of the cluster participants in http://www.pole-scs.org/sites/www.pole-scs.org/files/documents/Statuts%20SCS%2014%20juin%202013.pdf the decision making process and initiatives/activities planning SCS Team: 12 elements: President General Manager Assistant Director/InnovationDirector SME & Ecosystem Manager Education Leader Projects and Innovation Leader Profile of the cluster organisation Mission leader SME staff/team Mission leader Animation & Communication R&D Project Development International Affairs Administration & Finance General Administration Cluster management team seems to be composed by a balanced mix of experts in the technological domain of the cluster and with experience in networking / communication facilitation Share of cluster participants with Around 10% of the SME's members have experience in international projects (EU funding) and hence are involved in international relevant activity/experience in consortia/networks. international markets, of which X% are Most of the academia/R&D related organizations are also active in terms of international networks. SMEs Cluster development strategy: thematic SCS Cluster mission: and geographic priorities -To consolidate leadership in the areas covered by the SCS Cluster by drawing on the breadth of the cluster business lines. -Developing innovative and competitive R&D projects -Contributing to the development of SMEs -Helping to create an ecosystem suited to the regional development of ICTs The cluster ambition is to become the unavoidable and recognized player in the field of Secured Communicating Solutions by covering the entire value chain of ICT business lines, from silicon to usages: -Microelectronics; -Telecommunications; -Software. It will do this based on focused, differentiating Smart Areas Specialization (SSAs): -Contactless technology; -Networks, M2M & mobile services; -Digital security & identities 151 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Cluster development strategy: thematic and geographic priorities Financial sources repartition Services offered by the cluster organization to cluster participants For the benefit of high-growth markets: Health, Pharmaceuticals, Trade, Mass Retail, Transport & Logistics, Banking, Insurance, Financial Institutions, the Environment, Recycling, Consumer Electronics, Administration, Energy, Smart Grids, Smart Meters, and so on. Those Smart Specialisation Areas have led to dedicated events and meetings, the main objectives of which are to: -To build a network between Companies, Laboratories and Public corporations, -Identify technological and scientific barriers, and possible partners -Identify new ideas and the main markets -Obtain information, exchange ideas and discuss matters concerning: the markets, their development and their prospects; products and new solutions; technological problems and marketing -To define the technological road maps and markets in means and long terms. ***** The emergence of ICTs brings with it a huge potential for innovation, services and uses. From the end user viewpoint, this field must be based on integrated, user-friendly and interoperable solutions that ensure straightforward, reliable and secure functionalities. “Solutions” to meet requirements based on technological expertise. “Communicating” indicates the nature of the objects, systems and services concerned, with networking for actions that infer communication, cooperation and transaction. “Secured” underscores a key requirement of today's information business: the protection of information and privacy. Annual budget: 1 to 1.5 million euros Business model: 50% membership fees (from 200€ to 17000€ according to the number of staff in the region) 50% public funding (national, regional, and local subsidies from public authorities) See “STATUTS DE L’ASSOCIATION DU PÔLE DE COMPETITIVITE” (ARTICLE VII - – Cotisation | ARTICLE VIII – Resources) http://www.polescs.org/sites/www.pole-scs.org/files/documents/Statuts%20SCS%2014%20juin%202013.pdf Services with high added value for SCS members In addition to its role as federator of innovative collaborative projects, the SCS Cluster offers a whole range of customized services for its members: development of equity, access to testing platforms, tailored intelligence service, training sessions on various subjects (intellectual property, group agreements, raising equity, etc.),preparing to go to market, establishing relations with prospective customers and partners, international development (participation in trade fairs, partnership missions) and so on. R&D projects development - SCS related services SCS Cluster accompanies projects with a set of services starting from emergence to promotion: -Emergence and Information Projects -Services Pre-Certification of the Projects -Accompaniment for the certification of the Projects -Project certification -Services post-certification -Project financing -Monitoring of project execution -Project development -Accompaniment after the end of the project -For members seeking to submit a European project, the SCS Cluster provides its process for collaborative project certification and support to enhance the quality of their application files and, consequently, their chances of obtaining funding. 152 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Services offered by the cluster organization to cluster participants PRESENTATION OF CLUSTER SERVICES http://en.pole-scs.org/les-services-du-p%C3%B4le/pr%C3%A9sentation SME Services In addition to the assistance we can provide putting together and obtaining funding for innovative collaborative R&D projects, the SCS Cluster's second mission is to help the development of VSMEs/SMEs in every stage of their growth. Since 2010, the SCS Cluster has beefed up its service offering aimed at SMEs to cover: # Go-To-Market The Go-To-Market program seeks to help the SCS Cluster's SMEs maximize their preparation with regard to strategic thinking. The Go-to-Market program's module: The companies will be able to profit from an individual accompaniment on the following modules: Equity raising focus; Market segmentation; Competitive analysis; Customer needs; Intellectual property strategy; Marketing pitch; Export support;CSR in contracts. These modules are "à la carte", delivered by experts, action-oriented, financially attractive, and ready for immediate implementation. The support is provided via three phases over two non-consecutive days: Group general training (1 half-day) on good practices, and exchanges between participants Individual diagnosis (1 half-day) to assess your situation and identify room for improvement and the corresponding action plan Action/individual coaching (2 half-days) for implementation # International development International development is achieved through actions proposed and supported by the SCS Cluster, split into three areas: -Reinforcement of technological & business collaborations (International Partnership Missions) http://en.pole-scs.org/node/3672 -International trade fairs. -Europe Innovation SME service http://en.pole-scs.org/projets/projets-europ%C3%A9ens/pme-europe-innovation # Equity Raising Focus By drawing on the “VSE/SME Business Development” commission created by the SCS Cluster and which brings together industrial players and SMEs, as well as 15 investors (Oséo, Business Angels (BA), Venture Capitalists (VC)), the SCS Cluster offers a 5-phrase support approach: -Preparation for the selection committee, -Presentation of your project at the BusDev committee (selection process for support), -Tailored support to develop, improve and structure your business plan, -Presentation of the finalized business plan for certification and possible obtaining of France's "Enterprise Innovante des Pôles" (Cluster Innovative Business) label, -Referral to targeted potential investors. 2 formulas are available depending on the business's needs: -Full Equity Raising Focus: 2 days' collective workshops + 6 days of individual support, -Partial Equity Raising Focus: 1 day's collective workshop + up to 4 days of individual support. # From SMEs to Mid-Cap Companies The companies selected for this program will receive support from a renowned service providerappointed by the SCS Cluster. This support will be specifically oriented towards the following key points: -Formulation of the leader's vision and project, -Identifying and overseeing financial flexibility for the implementation of the project, -Preparation and drafting of the strategic development plan to speed up growth, -The 3-year strategy for implementing and updating the plan. The support will comprise 4 group sessions and 26 individual sessions to cover the following modules: -Training, program launch, foundations of the strategy, importance of the vision -Financial status report -Strategy workshops -Definition of action plans, follow-up, update 153 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Key indicators on achievements related to the services delivered # CIR France's CIR (Crédit d'Impôt Recherche - research tax credit) is state aid intended to improve the competitiveness of innovative companies by supporting their research & development effort. Objective: “Secure and optimize your research tax credit at an advantageous rate negotiated for you by the SCS Cluster!” “To allow you to validate your R&D's eligibility for this research tax credit and its subsequent evaluation, the SCS Cluster has established a map of the market's service providers and, having audited them in relation to specific criteria, it has certified two recognized providers: F.INICIATIVAS & INNOVATECH Conseil specialists in R&D financing. Benefit from a FREE audit whenever appropriate for you!” # Establishing business relations It is through internal demonstrations which take place with the current (sets of themes working groups,assembly of collaboratifs projects…) or in a specific way (Meetings SME-Large Groups, Day Valorisation Searches Academic, Régional Competition…) but also by the organization or the participation in external events, (trade shows, seminars…) that the relations are forged intrapolates between members and extrapolates with the external environment. # Marketing Toolbox This web site proposes a comprehensive marketing toolbox for SMEs. http://www.marketingpourpme.org/xwiki2/bin/view/NBAccueil/. They will found tools, data sheets, advice, examples, templates: free marketing information grouped in a single place from the best marketing experts. # Quick Soft Landing The SCS Cluster offers its members the possibility of benefiting from a free reception area (office, meeting room, Internet access) for a short time (up to 5 consecutive days a year) as well as from access to a network of SMEs and major international groups in various countries. The list of partner organizations (and, consequently, of available destinations) and details on the process are available on the following. Site: http://businessroamingagreement.com # Social networks - Marketing 2.0 The support offered comprises the following actions: Assistance & guidance with the drafting of content Review and spellcheck of articles Formatting of the articles to comply with publishing standards Possible search for illustrations Association of keywords to increase the article's natural referencing Placing the article on the online editorial site Preselecting relevant thematic discussion groups Dissemination in these discussion groups Moderation of comments (Level 1) on the editorial site and in the targeted discussion groups Transmission - if appropriate - of requests by readers to be put into contact with the company Supply of monitoring indicators Certified World Competitiveness Cluster in July 2005 and Regional Joint Innovation and Economic Development Cluster (PRIDES) in 2007 Since 2006, more than 410 certified projects, representing more than 1,410 million euros of committed R&D expenditure. 175 projects financed with height of more than 294 million euros of public allocations including 76 million euros for the TPE/PME. These financed projects represent 760 million euros of R&D expenditure involving 315 companies and 134 research laboratories A network of professional associations gathered within the PRIDES SCS: Arcsis, MobiSmart, MedInSoft, SAME, Valley Telecom and the SCS Cluster. 154 [BENCHMARKING INTERNACIONAL DE REDES DE COOPERAÇÃO] 2014 Activities Type and frequency of activities performed: Labelling of 65 R&D projects per year Organisation/animation of 12 thematic workshops (emergence of R&D projects ideas) / information seminars (on public calls for projects) / conferences (e.g. “Cloud Computing”, or “Smart Grids”) per year Number of national and international R&D projects: 80 national projects in 2012 2 European projects in 2012 Key indicators on achievements related Presence of mutualised platforms/resources for the members to the services delivered CIM PACA: design, characterization, packaging & security in microelectronics Com4Innov: 4G/LTE/M2M networks CNRFID: national center RFID technologies CIU Santé: center for e-health usage innovation CNR Santé: national center for home care Partnerships with other European (incl. French) clusters and large companies: Clusters: partnership with Torino Wireless (Italy), Matimop (Israel), and El Gazalah (Tunisia) Partnership with Telecom Italia and Nokia (organisation of B2B mission with SMEs) Visibility of the cluster in the media (national / international): National: 15 specific press articles per year International: SCS quoted in 300 other articles per year Contacts and interaction of the Cluster Organisation with relevant players Integration of the cluster management The SCS cluster members composition illustrates what seems to be a very good blending and proximity to the regional and national system of organisation in the local and national innovation. system of innovation External cooperation request received by From the carried desk-research there seem to be the case of a cluster organization with a fair amount of cooperation requests with both regional, the cluster organisation national and international entities - industry, finance, similar cluster organizations, etc Cluster organisation efforts towards internationalisation The SCS cluster is currently defining its international strategy, which goes through the selection of the most international strategic clusters gathering potential technological and business partners for its ecosystem, i.e. bringing complementary technological components on its Smart Specialisation Areas (define above) value chain or representing potential application markets (energy, health, consumer electronics, finance, logistics) for its Existence of a cluster internationalisation technologies. Through this strategy, SCS aims to put in place bilateral partnership agreements with international strategic clusters, providing a strategy and key implementation framework for further actions such as: instruments > Technological partnership (matchmaking for European R&D projects); > Business (B2B missions between SMEs and large companies); > Investments (venture capital investments towards SMEs); > Intercluster projects (e.g. DG Enterprise cluster internationalisation projects). Sources: http://en.pole-scs.org/ http://ec.europa.eu/research/innovation-union/pdf/identification_of_knowledge_driven_clusters.pdf 155