+ Entrevista: Uma questão de combustível + Produção Fábrica de componentes em alumínio fundido deve entrar em operação em 2015 Fábrica de componentes em alumínio fundido deve entrar em operação em 2015 A expectativa da Aisin é produzir 735.000 peças por ano, com consumo de 2.340 toneladas de alumínio. + Transportes Ideais para pegar no pesado + Inovação Alexandre Akashi Inédita, leve e robusta + Mercado Automóveis no mercado norte-americano terão em média 179 kg de alumínio em 2015, diz Com investimentos de R$ 140 milhões, a Aisin, maior fabricante de componentes automotivos do Japão, ergue na cidade de Itu, em São Paulo, uma nova planta para produzir peças fundidas em alumínio de alta qualidade. estudo O presidente da Aisin no Brasil, Takeshi Osada, comenta que o objetivo da nova planta é aumentar a carteira de clientes, com o fornecimento de soluções para o mercado como um todo, sempre com foco na eficiência energética e nacionalização de peças. "Temos clara convicção de que o desenvolvimento de veículos orientado ao menor consumo de combustível é o caminho e, nesse sentido, o alumínio já é realidade", afirma Osada ao comentar que o mercado brasileiro de veículos tem potencial de atingir 5 milhões de unidades por ano. Na nova planta, que deve ser inaugurada no segundo semestre de 2015, a empresa inicialmente produzirá componentes de motor para atender a Toyota. "Nosso principal cliente, que é a Toyota, decidiu instalar uma fábrica de motores no Brasil e por isso o Grupo Aisin resolveu fabricar localmente para fornecer componentes de motores em alumínio fundido para a montadora", afirma Osada. Segundo o presidente da Aisin, os primeiros componentes em alumínio fundido serão o módulo frontal do motor e a carcaça da corrente de transmissão. "Posteriormente, começaremos a produzir bomba de água e óleo para a Nissan", diz ao explicar que as novas bombas, mecânicas e elétricas, devem ainda garantir maior eficiência do motor e, consequentemente, maior redução de consumo também. Osada afirma ainda que quando a nova planta estiver em pleno funcionamento, em 2017, a expectativa é produzir 735.000 peças por ano, com consumo de 2.340 toneladas de alumínio, majoritariamente do tipo JIS ADC12 (SAE A413.1). Ronaldo Ito, supervisor de projetos Pesquisa & Desenvolvimento da Aisin do Brasil, explica que o sistema de fundição que será utilizado, sob pressão a vácuo, “evita queda de temperatura do metal líquido, evitando trincas, e garante baixo índice de porosidade nas peças”. Atualmente, a Aisin atende no Brasil as montadoras Toyota, General Motors, Honda, Nissan e Mitsubishi com o fornecimento de peças da carroceria, como trava, limitador e moldura da porta, estrutura do banco e canaleta do vidro, além de fornecer componentes de alumínio como coletor de admissão, bombas de óleo e também transmissões manuais. Porém, enquanto a nova planta não fica pronta, os componentes de alumínio são importados. Já os demais contam com fabricação local. Projetos Futuros O anúncio da fábrica foi feito durante o Congresso SAE BRASIL 2014, evento que a Aisin participou pela primeira vez desde que iniciou operações no País, em 1974, quando comercializava máquinas de costura importadas do México. A produção de autopeças iniciou em 2003 (dobradiças de portas, limitador e fechadura eletrônica), em Jandira, Região Metropolitana de São Paulo. Pela ousadia de apresentar diversos componentes em alumínio, foi eleita como um dos três destaques tecnológicos do evento. Entre os componentes em alumínio apresentados, menção especial à viga de impacto, produto ainda não fornecido no Brasil que, além de permitir redução de peso de até 60% com relação aos para-choques atualmente disponíveis no mercado brasileiro, possui grande poder de absorção de impacto em colisões, oferecendo mais segurança e maior facilidade na manutenção. Sistema de absorção de impacto em alumínio permite até 60% de redução de peso O componente foi desenvolvido pela empresa no Japão e é amplamente comercializado na Ásia (Japão e China) e Estados Unidos. "Trabalhamos juntos com as montadoras no desenvolvimento, pois cada uma tem foco diferente, seja em maior redução de peso, segurança dos pedestres e reparabilidade", afirma o supervisor Ronaldo Ito. Ele revela que o componente é feito de alumínio extrudado em ligas das famílias 6xxx e 7xxx. "As ligas 7xxx são normalmente usadas em países onde a exigência técnica é maior, pois apresenta maior capacidade de resistência e absorção de impacto comparada as ligas 6xxx", explica. A intenção da empresa é produzir este componente localmente. "Temos planos de trazer essa tecnologia para o Brasil, e por isso expomos na mostra de engenharia do Congresso SAE BRASIL", afirma o presidente da Aisin, Takeshi Osada. “Sendo fabricado aqui, na nova unidade da Aisin, reduz custos para o cliente”, completa. Outro sistema que a japonesa estuda produzir no Brasil é um VVT (Variable Valve Timing). "A ideia é analisar a viabilidade para o mercado brasileiro e se possível iniciarmos a produção", comenta Ronaldo Ito. Normalmente, o VVT tem componentes sinterizados de aço, porém a Aisin propõe um modelo com o rotor interno e o corpo externo em alumínio extrudado. "Dessa forma que propomos, a redução de peso do VVT pode ser de até 50%, e nossa experiência no mercado japonês revela redução no custo final da peça de 20%", revela Ito. "O segredo é a capacidade da Aisin de desenvolver produtos com foco em redução de peso e eficiência energética", diz.