ROQUE FELIPE DE OLIVEIRA FILHO
MEMÓRIAS INSANAS
(os hospitais psiquiátricos e a
disciplinarização social em Salvador)
dissertação de mestrado em história
apresentado,como requisito parcial,
para
obtenção
junto
à
do grau
Faculdade de
Ciências
Humanas da
de
mestre
Filosofia e
Universidade
Federal da Bahia.
PROFESSORA ORIENTADORA: MARIA HELENA
OCHI FLEXOR
Salvador
1994
T/UFBA
T/UFBA 616.89 048
616.89
048
Autor: Oliveira Filho, Roque Feíipt
Título: Memórias insanas : (os hos
Consulta
11111111111101
12703
Universidade Federal da Bahia - UFBA
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Esta obra foi digitalizada no
Centro de Digitalização (CEDIG) do
Programa de Pós-graduação em História da UFBA
Coordenação Geral: Prof. Milton Moura
Coordenação Técnica: Luis Borges
Maio de 2013
Contatos: poshisto@ ufba.br / lab@ ufba.br
tndice
Abreviaturas -
..........
03
I n t r o d u ç ã o ........ ............................... .... ........ 06
üap.
1. Raz ão eloucura.
Notas
Gap.
...........
......................
12
29
2. A cidade e onascimento dai p s i q u i a t r i a ........... ..32
N o t a s .............
G a p .3,. 0 d Iscurso médi c o
46
.......... -
50
N o t a s ..................... .......... ...................... .
76
Gap.
79
4. Asilo Sao João de Deus,. . ............
N o t a s ..............................................
Conclusão
....................
..122
126
B i b l i o g r a f i a ....... ................................... .......130
ABR EVI A TU R AS
A MM
- Ar qu ivo H i s t ó r i c o Municipal
AMMB - Ar qu ivo do Memorial de Me di c i na da Bahia
APEB - Ar qu ivo P ú b li c o do Esta do da Bahia
ASCM ••• A r q ü i v o da Santa Casa de Mis er ic ór di a
Í6GE - Instituto B r a si le i ro de Ge og raf ia e Est at íst ic a
LBHM " Liga B ra si l e i r a de Higiene Mental
OMS -• Org a n iz aç ã o Mundial
SAME
de Saúde
Se rv iço de A rq uiv o Médico
SUD EN E - S up e r i n t e n d ê n c i a de D e s e n v o l v i m e n t o do Nordeste
MA -
M a n u s c r it o
3
Go sta ri a
de
a g ra de cer aos
f u n c i o n ár io s
Hospital
Ju lia no Mo rei ra e, ern
especial,
Edna Amado Non at o e Jorge Fe rn and es
do
a
S i lv ér io
pela aju ad a que d er am a este trabalho.
A h , tu d a é
s í m b o 1o e a n a 1 o g ia !
0 vento que passa,
a noite que esfria
São outra cousa que a noite e o vento
So mb r a s de vida e de p e n s a m e n t o ..
Tudo que vemos é outra cousa.
A rna r é v a.s ta,
a mar e a n s Io s a „
É o eco de outra maré que está
Onde é real o mundo que
Tudo que
A noite
há,.
te m o s é e s q 1.1e c irne n to .
fria,
o passar do vento
São s o mb ras de mãos cujos gestos sao
A
ilusão mãe desta
ilusão.,
Ferna ndo Pess oa
INTRODUÇÃO
Era
uma v e z . ..
, Assim co m e ç a v a m
e s cu tá va m os ern cr ia n ç a s quando algu ém
ning ué m
nos conta va
literatos,
meras co m po si çõ es saíd as da
e s p a ç o para os conto s
fato,
para
uma história.
ali
E
narrados
imaginação*
e é de certa
não possui
forma natural
ora
de um de te r m i n a d o acontecimento,
a elu ci da çã o de nosso mundo,
de te rmi nad o
uma det er mi na da
que p ro cu r ar em o s desv en dar com os olhos
de nossas
muito
que ela proceda
pois o que se busca é o e s c l a r e c i m en to de um
social
que
ora das pessoas mais velhas.
Mas a história de que trata a ac ad e m ia
assim,
fábulas
àquela época se q u e s ti on ava se os event os
eram ver d a de ir os ou
d os
todas as
estrutura
sempre
imagens,
vo ltados
talvez
de
nossos pr ó pri os medos.
No
Brasil,
francesa,
pelo
pe rc or re u
um
herdeiro
me nos
longo
nas
de
ci ên cia s
caminho,
uma
linhagem
humanas,
pas sa nd o da
intelectual
a
história
história
pos itiva
já
á
h is tó r ia e c o n Ô m ic a , à h is tó r ia q u a n t i ta t iv a e a h is t ó r ia s o c i a 1 e
das mentalidades,
D e n t ro
poderíamos
re s g a t a r
citar
os
por vezes alt era nd o- se a ordem aqui
de
u ioa d a s ú 1 1 irna s t e nd è n c ia s
o
desejo de; uma
série
de
s i.1 ê n c io s d a 11 is tó r i.a , d e s v endar
citada.
dess es
estudo s ,
hi sto ria dor es
a
v id a
de
d a q u e 1e s
c on str uto re s
do
p as sa do que nunca p o s su ír am um
claro dentro do m und o acad êm ico
"status")
e
é
nesse
(se é que
co nte xto que
se
registro
muito
hoje eles possu em
esse
pr oc uro u
este;
incluir
t raba 1h o ..
Re sg at ar a história de uma
instituição,
p s iq u iá t r ic o ,
p a r e c e 1.1 um a for m a d e d a r v id a a
que
esse
perm ea ra m
através
de
seu
den t r o daque la
sua
i n ú rne r a s
pe ssoa s
local e que, de uma forma ou de outra,
si lê nc io
forçado,
instmtuição,
seja atrav és
de
-seja
suas
lutas
c o n t r i b u í r a m para a c o n s t i t u i ç ã o
de
história.
Estuda r
hoje a loucura,
traz à luz,
pensamento
médico b r a s i l e i r o e de sua prática.
o
crescimento
aparecimento
de
também,
sob o prisma das ofras de Michel
Foucault,
como
como um hospital
de
núcleos
espaç os
p o s s ib i 1 i ta e s t u d a r ,
uma parte do
urbanos
di sc i p l i n a r e s
desenvolvimento
no
P e rm it e
país
mais
observar
p r op ic iou
refinados
s o b r e t ud o , a q u e 1e s q ue m esmo
do
sem o
o
e
s a b e r ,,
se b e n e f i c i a r a m com a co ns t r u ç ã o des se s espaços..
Não se pode es quecer tam bé m que o c r e s c i me nt o
apareci m e nto
de
i nst i tuIções
h ig ie n i za n tes
t a zern
urbano e o
par te
p ro cesso de h ig ien iz açã o que o p ró pri o di sc urs o médico começ ou
do
a
ex ig ir „
No
Brasil,
res guardadas
proc ess os
de
hospitais
p s i q u iá tr i co s
utilizados
na Europa pois,
por exemplo,
diz que
devida s
higien iza ção e co nt rol es sociai s
~
não
se
se as vezes
ir muito
"o mo me nt o
proporções,
-
os
atrav és
dos
muito
dos
di ferenciariarn
parece difícil
a d o c il iz aç ão e a ho mo gen eiz açã o de
não se precis a
q ue
as
imaginar,
comportamentos,
longe para v e r i f i c a ™ lo, b as ta ver a idéia
histórico das d i sc ipl ina s é o moment o
em
que
nasce
uma arte do corpo humano,
habilidades,
nem
não
tampouco
unicamente
aumen to
de
sujeição,
mas a formação de uma relação que no mesmo me c a n i s m o
torna
suas
que» visa
ap ro f u n d a r
tanto mais o b e di en te quanto é mais útil,
( F O U C A U L T , 1987:127 ), e aplic á-l a
0
principal
de mo ns t r a r
que
os
trabalho,
hospitais p s iq ui át ri co s
especial
o antigo Asilo São João de Deus,
ca rá te r
d isc ip 1 inador
homo ge ne iz ar
di v e r s o s
os
entre
c om po r ta me nt os
núcleos
urbanos
sua
o
inversamente"
as ins tituições brasileiras.
obj eti vo deste
que,
e
o
portanto,
é
o
de
brasileiros,
e
em
pos su ía m
um
da Bahia,
outras
merdidas,
consi der ¿idos
procurava
desviant.es
, tendo como pa r â m e t r o
o
nos
ideário
de
dese n v o 1v ime n to b u rg uès da soci e d a d e .
Não c.onhecemos,
a
respeito
qu al qu er
do
assunto,
cidade
trabalhos,
no entanto,
baiana.
nenhum tr ab alh o de História,
que retrate a
No Brasil
cidade
já foram
aborda o Juquery,
Na el ab or aç ão deste
em São Paulo
trabalho
Sal vador
pr odu zid os
como o da profa da UN IC AM P Maria
C unha o qual
de
Clementina
ou
alguns
Pereira
( C U N H A , 1986:1-217)..
recorreu-se à
d o Arquiv o Público do Esta do da B a h i a , - A P E B - , de onde
d o cu me nt aç ão
retirou-se
informações das Falas de Pr es id ent es de Pr ov ín ci a e Mensa gen s
Governadores,
para averigu ar
a
criaçã o e m a n ut en ç ão do pri meiro
o
Asilo São João de; Deus,
internadas
naquela
postu ra do Estado em
hospital
ps iq ui át ri co da
com o intuito
evo lu çã o q u a n t i ta t iv a dos pac ie nte s
el ab or ar
no
asilo,
referentes ao ano de 1874,
um qua dr o das prime ira s
de
a
Bahia,
pessoas
ob se r v ar
a
no hospital»
Bu sc ou -s e ainda, investigar os prim ei ros
internação
relação
bem como resgatar o número de
instituição,
de
internações»
r eq uer im en tos de
com
o
fim
Infelizmente
de
esse?
material
só
ficou
a t r a p a l h o u muito
disponível
no APEB no final de 1993
o
a pesquisa..
N o Servi ço de Arquivo Médico -SAME"' do hospital
Moreir a
resgato u- se a vida asilar dos pacientes,
d a s pr át ic as m é di ca s
av a li aç ão do
utilizadas no hospital,
"Status"
séc u l o
do
as pe c t o s
bem c o m o , fez -s e
de Me dicina c o ns eg ui u- se
di sc u r s o médico pr o f e ri do
XIX.
alguns
J u li an o
uma
social das pesso as a }t internadas.
No arqui vo do Memorial
esp ec tr o
que
aos mea do s do século XX,
na Bahia,
o que
dos
um amplo
meados
foi de; multei
do
valia
p a ra e s t e e s t u d o .
0
acesso
tra ns fo r m o u - s e
salientar
aos ar qu ivo s da Santa
numa
a
grata
investigação
co n s e r v aç ão
dos
especial,
João
de
hospício
deve- se
nos
livros e s t ud ad os
Asilo
Termos de Entrega da Fazen da da
à inauguração do Asilo,
todas as c o r r e s po nd ên ci as feitas
ia
pas sa nd o
São
desde
a
por
uma
nesse período,
com
bem como com a
de
na Bahia..
história da ps iq uia tri a
Asilo
e.,
Boa Vista,, primei ro
seus res pectivos custos e problemas,
uma br eve
tanto
no a r q u i v o , quanto
A pr e o c u p a ç ã o do mordo mo do
de Salvador,
d e s c r i ç ã o de
pois,
o d o c u m e n t o que relata a inauguração do
Deus.
an ot a ç ã o dos
de Mi se ricórdia
do cu me nt os
ressaltar a riqueza de detalhes co nt id os
em
Casa
apresentação
Fica claro
assim,
uma das mel hor es
fontes de
est ud o
d o Estado aberto àquele s que se interessam pela
história.
que estes arq uiv os
representam
Após as pr im ei ra s pesq ui sas
o
a té
número de
me a d os
masculinas,,
apenas
internaç ões
femininas,
realizadas,
desde a inaugur aç ão do
d o s é c ulo X X , era m u i to s upe r io r ao
o que
fez com que se optasse por
em p r o nt uá ri os de mulheres,
9
ver if ic ou -s e que
de
ctsilo
i nter na ções
realizar a pesquisa,
por a c r e d i t a r - s e
que,
se ri a
provável
que
este
di s c i p li na ri zaç ão ,
dado
re velasse
Imposta
pelo
urn
dos
hospital
as pe ct os
da
psiquiátrico,
no
pe rí o d o .
A
cit ada
além
partir
de
leituras es p e c í f i ca s
el abo ra -se urn texto que
dessa
introdução,,
os
e
se divide etn
quais
da
doc ume nt aç ão
qua tr o
apr es en ta m
capítulos.,
a
seg uinte
c o n f I g u ra ç a o :
-Capí tu lo
cap í t u l o
da
Razão e Loucura.
1.
Pr o c u r a r -s e- a
ap res ent ar
uma ge ne a l o g i a do pen sa me nt o psiquiátrico,
Europa
desde o final da
Idade Media
até
as
nesse
p a r t i n d o -s e
represen ta çõ es
gerais que iriam c onf igu ra r o dis cur so médico brasileiro;
- C a pí tu lo
estudo
se
uma breve
historia da cidade,
ern seus as pe ct os económicos,
social
Psiquiatria „
resume à cidade de Sa lv ado r -BA,
apresentar
e
A Cidade e o Nascimento da
2.
aonde
psiquiatria.»
Nesse ca pí t u l o
p r o c u r ar -s e- a
o
o
aquí,
em seus as pe cto s sociais
coroo firn de ap re s e n t a r o
se d e s e nv ol veu
Como
dis cur so
pr ocurar-se-a,
méd ic o
também,
esp aç o
sobre
demonstrar
m o v i m e n t o de c o n f i g u r a ç ã o de di ve rso s asp ect os urbanos da
a
o
cidade
de Salvador.
-Ca pi tu lo 3. O Discurso Médico.. Pr o c u r a r - s e - a
cam inhos
ps i q u i a t r i a
menos
1980,
p e r c o r r i d os
no
Brasil,
pelo
di sc u r so
aqui
mé d ic o
a
desc re ve r
os
respeito
da
desde mea do s do século XIX até
ano em que se encerra esta
rnais
ou
abordagem.
-Cap ít ul o 4. Asilo São João de Deus.. Nesse ca pí t u lo p r oc ur ar- se- a
ap re s e n t a r
a historia do Asilo dessa designação,
d e n o m i n a d o Hospital
Juliano Moreira,
até a segund a met ad e des te
século,
10
po s t e ri or me nt e
desde sua criação,
incluindo
em
1874,
urn estudo de caso,
-de Maria dos Sant os Matos-,
e xe m p l i f i c a r
social,
o
pr oce ss o
que se con si de ro u si gn if i c a t i v o para
de
ex pi aç ão
referentes ao di scu rs o médico,
Procurar-se-a,
e
de
disc ip 1i na rIzação
em Salvador.
portanto,
neste
re produzir
o que se co ns i d e r o u corno o nascimento da
na
pa ss an do
Europa
médic as para o Brasil
Sa lvador)
A silo
Sao
pelo seu
translado
e para a Bahia
de
de Deus depois
Hospital
Morei r a .
11
p s iq u i a t r i a
di versas
teorias
(e sp ec ificamente a cid ad e de
re sgatando para tal a história de uma
João
tr ab al ho
instituição,
Psiquiátrico
o
Julian a
CAP ÍT UL O 1
RA Z fiO E LOUCU RA
Eu
sou o p al ha ço
de
Deus
Ni.i i nsk i.
"Num meio-di a de fim de
primavera,
t ive
um sonho como uma fotografia. Vi
Jesus
Cr is to
dcscer â te r r a . Vei o pela encosta
de
um monte, torna do outra vez menino,, a
correr
e
a
rolai se pela erva, e
arr anc ar
f lores
para
as
dei ta r
fora, e a
rir
de
modo
a
o uv i r-se de l o n g e ".
"Tinha
fugido
do céu.
Era
nosso
demais
para
fingir
de
segun da
pess oa
da
Trindade.
No
céu era tudo
falso»
tudo
em
desacordo, com flores e árvor es e pedras.
No
c é u tinha que estar sernpre sério, e de vez em
quando de se tornar outra vez homem, e
subir
para a cruz, e estar sempre a morrer".
"Com
uma
coroa toda
à
roda
de
espinhos, e os pés e s p et ad os por um prego com
c a b e ç a , e ate com um trapo á roda da cintura,
como os pr et o s nas ilustrações. Nem sequer
o
d e i x a v a rn t e r f:>a i e
mae
como
as
o u t ra s
crianças.
0
seu pai eret duas
pessoas.
Um
v el tio c h a m a d o J o s é , q u e era
c a r p i n te i r o , e
que
nao
era pai dele; o outro pai
era
uma
pomba estúpida, a única pomba feia do
mundo,
porque
não era do mundo nem era pomba.
E
a
sua mãe não tinha amado antes de o ter".
"Não era mulher: era uma mala, em que
ele
tinha vindo do céu. E q ue ri am
que
ele,
que
só
nascera da mae, e nunca
tivera
pai
para amar com respeito, pr eg as se a b on da de
e
a j us t iça í"(P E S S O A , 1985).
12
Se
D es car te s pudes se
(em especial
o
mesmo
acima,
o que
era
1er os poemas de
foi exposto),
insano,
pois seria
impossível
no mesmo momen to em que o
(DESCARTES, 1978:
136 ) procu rav a exp lic ar o
razão.
de
nS o-razào
perigos
Era um
mundo,
pod ia m
sempre,
pelo menos de
as pe c t o s
o b stante,
da
literatura,
textos,
pa lavras
mundo pe>.1o
direito,
onde a
idéia
aberta
cujos
c o mp ro me te r
(FOUCAULT,
fizeram
Método
exer cíc io
1987:
com refer'éncia s ciara s a
sernpre s e
loucura,
as
Di scurso do
"uma e s pé ci e de ante a ça
relações de su bj e t i v id ad e e da verdade"
Nao
pensar
o dos s é cu lo s XVI e XVII,
con-sti tuia,
Pessoa
bem pro va ve lm en te con cl ui ri a que
es cr i t a s
da
Fe rn and o
p r e se nt es
as
47)..
di v e rsos
dent ro
da
ora ap re s e n t a n d o o louco como uma espéc ie de crítico
dos cos tum es e da moral
(como é o caso do Rei Lear)"*-, ora como um
rep r e s e n t a n t e dos d es vi os da sociedade.
Nes se senti do pode- se traçar
loucura
desde
o
final da
Idade Média"-,
c o me ça a per ceber
uma clara
ati tud es que,
então,
d e cl ín io
até
nesse mo me nt o
seria d en om in ad o
-
loucura,.
urna espécie de g en eal og ia da
a.
partir
transferência dos di ve rs os
eram as so ci ad os à
, para
um outro
P e r c eb e- se que
lepra,
es tru tur as
exp ia ça o
seriam
r el açã o aos
tarde.
.
Por vezes,
usados,
os mesmos
Pobres,
loucos,
prostitutas,
13
c o dig os
- em
a lepra
se
e
grande
d e s a p a re ce ri a
no entanto,
locais de
t r a n f e r indo-se a práti ca
leprosos para os alienados,
onde
com po ne nt e social que
d o cenári o e do imaginá rio da Europa permanecendo,
suas
de
reclusão
uti li za da
as
e
em
dois ou três séculos mais
e outros,
a s s u mi ri am assim
o
p a p 0 1 d o .1a z a re n fco ..(F 0 U C A U L T ,19 8 7 : 6 ) Tanto
a lepra quanto a loucura são
imaginário das populações,
uma
prática
c ó 1 era
s ei am
objetos
dos
ritos de p u rg aç ão
Isso
leproso,,
em
em
purificação
do
um efeito
se ndo que
p u ri fic açã o
da
ambas
(o
que
Isto fazia com
que
herde;ira de todo o se nti men to de medo
ser
comprovado,
relação à cidade
quanto ao
c o n s t r u íd o s
de
e p r a d e s d e h á m u it o t e m f:>o pode
di st an ci a m e n t o
e
a excl usã o social).
loucura fosse con si de ra da
1
como
De u s (F 0U C A U L T ,1987:6 )^
f r e q u e n te me n te
c a r re g a d o p e 1 a
pelo
pelo menos até o momento do inicio
relação ao alienado,
e da bo ndade de
env ol vi a
a
médica em
c o n s id er ad as
1
por
e x e m p l o ,,
imposto ao doente,
louco.. Lep rosa ri os e hospícios
o c a is
tanto
sempre
p r o m o v e nd o ~ s e ,
ao
foram
a s s im ,
a
do exílio das fontes
de
um processo que ocorr ess e
do
Com o d e sa pa re ci me nt o da lepra na E u r o p a s
no
esp aço
a fas ta d o s ,
pelo
urbano at ravés
contágio,
No
dia
entanto,
para a noite.
final
do
per íod o
tra nsf or ma ça o
esse
não era
medieval,
que
na me d f.da orn que as várias
pa u 1 a t i na m e nt e „ ass uni i r iam o papel
alienados
do e riças
e,
começ a-s e
dando
pr oce ssa r
gaf arias
origem
se
aos
especial.izarlam
pr ime iro s
essa
existentes,
de as i 1 os de me nd I câ nc i a e
com o passar dos tempos,
mentais*
a
de
nas
hospitais
ps iq ui á t ri cos.
Ressalte-se,
muito
bem
também,
rec onhecido pelo
Fi gu ras
como a
"Nau dos
p in tu ra
de Bosch,
que o louco já era
imaginário da
Insensatos",
Ren as ce nç a
ou como os
se po pu la riz ava m com a mesma
14
um
p er son age m
européia...
"Desviados"
intensidade
da
com
que a u m en ta va o número de a l ie na dos e x cl uí dos do co nv ívi o social,
p r i n ci p a l m e n te
Mao
el em ent os
nas pa is age ns
se
que
me nd i c â n c i a
deve
urbanas das velhas c i d a d e s - .
esquecer
c on t r i b u i r i a m
-
instituições
que
mais
na
em
por
pr in ci p a l m e n t e
especial
devido
ã
um
asilos
para
a
vezes,
a
R ef orm a
após
própria
dos
por
necessidade
de
Igreja Católica.
"Século XVI o cr is ti an is mo era o própri o ar
respirado
toda a região que c o n v e n ci on ou -s e des ignar por Europa e
c on st i t u í a
homem
o ter ri tó ri o da cristandade.
vi via sua vida,
intelectual,
rnas
comportamentos.
ocupações,
imensa
que,
toda sua vida,
também
Vivia
sua
e n q u a d r a s s e .... Do
sua vida
sua
vida
vida
Uma atm os fer a em
e não unicamente
até
pre te ns õe s de
s u a.
tornar-se
Percebe-se,,
da
livre"
assim,
Contra-Reforrna,
vida
múlti plo s
pública,
em
suas
div er sa s
a
onde
quer
que
se
morte, estabeleci a™ se;
de cos tumes e
„e s c ra v iz a nd o - o
v o n ta d e
sua
o
seus
sendo todas cr ist ãs ou c r i s t i a n i z a d a s ,a m ar ra vam
c o rit ra
que
em
pro fissional
nascim ent o
que
privad a
cadeia de cer im ón ia s e tradições,
mesmo
e
de
seria
tornar-se-iam,
re con quistar os es paç os perdido s pela
Ho
religião
formação
tarde
p s i q u i át ri ca s
Pr ot e s t a n t e
que a
prá ticas
o
ap esa r
uma
homem,
s ua s
de
( F E B V R E ,1 9 7 8 : 3 8 ) .
a importância da religião,
sobre
o
p en sa me nt o
da Reforma
das
ci dad es
re na sc en ti st a s e ur opé ia s do séc ul o XVI.
Por
século,
outro
iria
série
de
o c r e s c i m e n to das
pro por ci on ar
p o 1 í 1 1cas exerc idas
As
lado,
al te ra çã o
após
das
esse
relações
nos Es tados Naci ona ís que se d e s e n v o 1v i a m .
cre sc en te s
revoltas
uma grande
ci dad es
c o n c e n tr aç õe s
urbanas na Europa.
urbanas
É
óbvio,
pr ov o c a r i a m
então,
que
uma
o
apa re ci me n t o
para
essa
da
traria,
cont er
tais
do
que
no ce nár io europeu,
muito
mudanç a do eixo campo/cidade’, mas
fabril
analisar,
fábrica,
aos go ve rno s da época,
revoltas,
a
o
desenvolvimento
aliado ao
necessidade
de
co nt r i b u i r i a
se
desejo
de
se
avaliar,
de;
se
de se e s q ua d ri nh a r essa mesma po p ul aç ão urbana,
d e s e n v o l v i m e n t o de uma burg ue si a
ficaria,
em muit os casos,
nascente e de sua
a ca rg o do higienisrno
em prol
moral,
vigen te
o
na
época.
Ao
imaginar
se
que,
ac o n t e c e r i a
an al is ar o expos to acima,
muito
difícil
logo após um pr im ei ro momen to de ex cl u s ã o
social,
uma
opção
muito
clara
não
é
dos
go ve rn os
pelo
e n c l a u s u r a m e n t o dos p e r s o na ge ns que rompiam com a moral da época,,
seja por motiv os
religiosos,
seja por- motiv os de alienação,
por moti vo de não a d a pt aç ão às novas
Para
se
para
a
ter uma mel ho r
p o p ul aç ão
denominaria
como
formas urbanas de
idéia do que rep re se nt ou
civil
das
grande
di ve rs as
internação,
trabalho..
esse
cidades,
fenômeno
que
transcreve-se
seja
Foucaul t.
o
texto
a b a i x o : . Isl
"lí sabido que o séc ul o XVII criou casas
de internamento; nao é muito sabi do que
mai s de um habitante em cada cem da c i ­
dade
de Paris viu-se fechada numa de
las, por alguns meses.
É
bem
sabido
que o poder ab so lu to fez uso das car ta s
régias de medid as de pri sã o arbitrárias;
é menos sabido qual a consciência, j u r í ­
dica que poderia animar essas práticas....
(F O U C A U L T , 1937: 48)
Nes se
uma
s e n ti do
haveria
um poder
praticarnenrnte
jur is d i çã o sem po ss i bi li da de de apelação,
direito
sobre
a
vida
e a morte.
16
0
Hospital
absoluto,
dando ao Estado
Geral
de
o
Paris
(fundada
em
1656)
c o n f i g u r a r - s e -i a
como
es ta be le c id a entre a justiça e a polícia.
uma
est ran ha
( F O U C A U L T ,1987:50)„
Era como se a med icina e os hospitais possuíssem,
'de
sua
suposta
carrasco,
casas
de
internamento,
s oc ia bi li da de
Pinei
7
neu tralidade científica,
pois ao dec ret ar quem devia,
e
de
ou
d e t e rm in av am
san idade
da
força
o
status
não,
as
atravé s
de
juiz
frequentar
pró prias
soc ie d a d e 6 .
e n c on tr ar ia o louco na final do Sécu lo XVI11
£3
essas
regras
Nesse
e
de
u niverso
.
É nesse mo men to em que realmente se iniciaria uma prática
médica em relação à loucura,
teóricos,
iniciaria-se aí
pr om ov id os pelos alienistas,
que
s i m p l es me nt e se recolher e enc ar ce ra r os
loucos
todo
ou desviant.es.
alienismo,
A partir daí,
uma série de estud os
levaria a
indivíduos
um
mas
a
praxis
vida social"
Se
partir
da economia,
do
1990;
da
20).
necessariamente,
deveria
ser a n a l is ad o pela prática médica,
seria o p r óp ri o corpo
humano,
enq u a n t o
o
p o d ia
um dos objetos que,
força de produção.
m a is
se
arbitrariedade.
unicamente
re a 1.i z a r
S e n ti a- se
a t ra vé s
Assim,
a p e na s
que
em
con tro le dei
p e lo
uso
a d o m in aç ão
da co n s c i ê n c i a ou da
17
relação
a
ex po st o
que
percebe-se,
medicina,
ao
«interiormente,
X V 1 1 1,
das
sentida,
reprodução
se obs erv ar agora o d e s e n v o l v i m e n t o da
seculo
cada
emana do
no seu amplo
posta a serviç o da p r od uç ão e da
(TUNDIS,
série
"norrnatividade pessoal de
e n te nd ida aqui,
de
e do p at oló gic o
de um eixo de referência s u p r a - i n d i v i d u a l ,
neces sid ade s
como
ob je t i va
o que ac ar r e ta ri a o re co nhe cim ent o de uma
realizada através da
mais
c o n s i d e ra do s
a cura seria o
d e pa tol ogi as clí nic as onde a defi ni ção do normal
não mais era
não
socie dad e
não
da
for ç a
ou
da
não
podia
se
dar
que
uma
ideologic!,
e
soci eda de
das
d i s c i pl in a r seria c o ns tr u í d a quando,
ideologias,
além do
ela cont rol ass e também os corpos.
Era
co nt r o l e
necessário,
inclusive para os model os e c on óm ic os que estavam se
firmando,
pr o j e t o de s o c i a l i z a çã o dos corpos e da pr od uç ão de
ideologia que
desse
pa ss a n do
conta
sociedade
das
Europa,
médicas9 ,
e
a
desse
período,
medici na
pr incipalmente,
com
Havia
forma
co erente e homogênea pois,
natural
refere nt es
tanto à estr ut ur a
rios
da
na realidade»,
estrutura
•desenvolvimento
a
física
ou seja,
do século XIX,
polícias
pr eo cu p a v a m - s e
es tr u t u r a s
urbanas
que tendia
a
a cidade.
com o
começassem
regular esse
espaço
desenvolvimento
a
surgir
das
p r ob le mas
(o con tro le dos
cemitérios.,
social
(revoluções,
di ve rso s pr ob le ma s
es ta va m
e tendiam a se aglo me ra r e aprofu nd ar
urbana.
fabril
das
quanto â de ordem
me n d i c â n c i a etc.),
ai, p e r me ad os
se
que
etc.),
quais
nesse momento,
era
ope rá ri o
tempos:
necessi da de de,
matadouros,
as
as
o con tro le de um espaço
cidades,
dentro
vinha
const It u i a - se
o d es en v o l v i m e n t o
em última análise,
greves,
que
ur ba n a 1 0 ,
se valo ri za r com o passar dos
de
por
( F O U C A U L T , 1982:84 ).
Ha
visando,
t r a n s fo r m aç õe s
um
Se se
levar
em
e, conseqüentemente!,
conta,
o
o
desenvolvimento
po d e r - s e - i a veri fi ca r que
c o n c e n t r a r i a m os grand es c o n t i n g e n t e s
ainda,
nas
cidades
r e vo lu ci on ár io s
desse
séc u l o .
Na
cidade
ci d ad an ia
e
o p r o l e t a r i a d o ex e r c i t a r i a o
em pu r r a n d o
para
r e v o l u c i o n á r i a s do séc ul o XIX.
mais
a
forte,
fome,
frente
Na cidade
as
e mp ur ra ri a o
de
ondas
cada
vez
na ci d a d e quo
" l umperr- prole ta r lado "
18
de s e j o
grand es
a burguesia,
traçaria sua es tr a t é g i a de c o n qu is ta e
por vezes,
seu
para
as
mãos do Imperador'*'*'.
os
m o vi me nt os
Não é atoa que Marx se pre oc up ou em
r e v ol u ci on ár ios de
1848/51 e,
ac o n t e c i m e n t o s
re lativos à Cornuna de Paris
Ele
que
pe rc e b e u
trabalh ad or es
e
na
cidade se dava
burgueses,
pois nao
poste ri or me nt e,
(MARX,
o
estudar
1980:
grande
exis ti ri a
os
93-285).
emb at e
en tre
d e se n v o l v i m e n t o
c a p i t a l i s t a sem o de se n v o l v i m e n t o das forças trabalhadoras.
Se
po p ul ar es
se
cada
- imbuídos do esp ír it o
c o ns ti tu i ri am
f ev er ei ro
de
preocupar,
os
na França,
vez mais,
di ve rsos
div ersas
republicano vigent e
é claro que
na época
como se nota
em
Est ad o
se
do ap ara to médico •- que
há algum tempo,
setores
o
ca mad as
iria
com o co nt rol e desses ext ra to s
incontáveis vezes,
de se n v o l v en do
as
em uma grande* força política,
1848,
cada
utilizaria,
se
vez ma is o op er ar ia do e
sociais
e s t a b i l i d a d e da po lí ti ca e moral
como se viu - para
que
of e r e c i a m
e
já
se
vinha
disciplinar
algum
risco
à
burguesas.
A cid ad e se c o n f i g u r a r i a en tã o como obje to p r i v i l e g i ad o da
intervenção
médica
por
doença s da população.
na Europa
seus
(ma Is
pobreza)
cidade
seus
causas
que
que gr a s s o u
teve,
como um dos
p r o pe ns os
à doença) e
1982:
pois,
a
os
ricos
(temerários
as s u m i r i a
da
86/87).
importância c r e sc en te que
assu mi ri a
a
relação
a
co m o centro de pr od uç ão ec o n ô m i c a bem como em
pro ce ss os
das
a d i vi sã o dos espaç os físic os da cida de ent re os
(FOUCAULT,
Vê-se
as
É o caso da ep id em ia de cólera,
na pr im ei ra met ad e do Século XIX,
resultados,
pobres
reunir em sua de so r d e m
comerciais.
Há que se
lembrar
que
também a centralizaçfío do poder po lí t i c o que
e m todos os níveis da vida social
forçando,
cidade
intervia
o desenvolvimento
certos p a dr õe s para o fu n c i o n a m e n t o or de na do dos
.19
a
de
núcleos urbanos.
( M A C H A D O :1978,
intuito
260).
E nesse s en tid o a ps iq uiatria viria
de es qu ad ri nh a r
se qu es tr a r
o tecido
os degenerados,
social
para
com
localizar
os de s vi ad os e def end er a
o
e
sociedade,
reforça ndo as for mas de controle; sobre os sadios.
No
sua
de pe nd ênc ia
havia,
na
-e não poder ia ser muito di fe ren te devido
em
relação
no século XIX,
so c i e d a d e
rec.pei.to
de
Brasil
di ve r s os
inclusive
necessária.
urbanos como a
os cemitérios, o
a loucura,
séc ul o XIX,
levariam a uma
atesta
etc.,
as
médic as
nacionais,
o
conce ito s
di scu ssõ es
Impér i o
a
acer ca
alcoolismo,
s en do
idéia de
Robert o Ma cha do
não havia no Brasil,
instituições
europeus-
desses
Assim,
sífilis,
lixo
C o r t e " e das pr i ncipa is c idades do
Como
cult ur ais
iriam surgir mo ti vad as pelos debates
temas
matadouros,
model os
a tent at iva de a p li ca ção
sem a crítica
d d loucura
aos
á
que
os
todos,
"metropolização
da
(C U N H A ,1990:16).
(MACH ADO ,1978),
antes
do
seja por parte do Estado ou
uma p r e o cu pa çã o e
das
uma
relação
de
grande s
ex p l í c i t a entre a saúde e a sociedade.
0
século
XIX marcaria,
t r a n f o r m a ç õ e s sociais,
po r certo
assim,
um
períod o
polít ica s e ec onô mic as para o Brasil
também influe nci ar ia a medicina,
o que
o que fez corn que esta
de s e n v o l v e s s e dois as pectos que se tornaram ma r ca nt es até os dias
atuais
,
ou
seja,
incor po ra nd o
sociedade»
a anális e
e
i n d Is p e n s á v e l
leva
a
cie nt is ta
a pe ne t r a ç ã o da
a
de vários
me di ci na
no
meio
e l em en tos
do
cotidiano
si tu aç ã o da med icina como ele mento
a.o
co nc lu ir
social
e x e r c íc io do poder
que o médico
capaz
e
assim,
avali ar
da
ci ent ífi co
(M A C H A D 0,19 7 8:155).
tornarIa-se,
de pe rc ebe r
social,
os
o
Is s o
grande
c a ra ct e r e s
históricos,
dem ográficos,
geográficos,
es ta tí s ti co s
ur b an ís ti co s
com o sentido de au> i 1 iar o Est ad o
na
dos di ve r s o s pr o b le ma s da cidade e propor soluções.
através
de
co n cl us ão
uma
de
unicamente-!
que
pela
fragmenta ria,
urna nova
as
nova
pode
utilizada
nas Igrejas,
se
156).
qua nd o
ch eg a r ia
ser
uma
foi
a
destruído
ação
lacunar,
mas ex ig ir ia a c r ia çã o
ao
Essa
se
indivíduos
mesmo
nova
de
tempo
tecnologia,
proib iu
os
or iu nd os daquela
p ro voc ar ia
a
por
en ter ro
e
fundados
os
dos
práti ca e que,
revolta
e
que
o b j e t i v a n d o- se afasta r a po pu laç ão
Salvador-Ba,
conh eci da
na
como
1O
Assim
psiquiátricos
ser ia m
no Brasil.
em Recife em 1 8 6 1 ,
As p r i m e i r a s
ao
leis ou por
pr od ut iv os
dos ares pestilentos,
de
nao
d et ec ta ça o
Ou seja,
capaz de cont ro lar os
tornando-os
seria
Cem ite rada
prim ei ro s
hospitais
No Rio de Ja nei ro e São Paulo
em Sa lvador em
1 87 4 e em
em
1852,
Porto Alegre em 1 8 8 9 .
instituições ps i qu iá tr ic as bra si le ir as sur gi ri am
reclamo
populares,
paz
urbano
(MACHADO, .1978:
sepultamento
urbanas
perigo
tecnologia do poder,
exemplo,
meio
que
de repressão aos abusos,
inofensivos"
cidade
d i s c i p l i na r
pro mu lg aç ão de
populações,
miasmas,
"o
lógica
e
já
das
class es
médicas,
e
mesmo
das
classes
imbuídas do di sc ur so méd ic o por es tru tur as
so cia is
mais or g a n i z a d as e em um con te xt o de ameaça à or de m e
social
em
advinda da
falta de bom senso
ass oc ia do
à
a
loucura
( T U N D I S ,1 9 9 0 : 3 8 ) .
Seria
psiquiatria,
como
na
se
na Europa,
supunha-se
cidade:
que a medicina,
instalariau.
0 que ela
seria a repressão a toda
em p e n h a d a
em
resistir e a
e
em
parti cu la r
iria buscar
uma
"fauna"
fraudar
as
no
a
Brasil,
urbana
que
d i s c ip li nas
impostas
pela
sociedade
pr o cu ra va
d i s c i p l i n ar
mult id õe s
an ôn im as
c as as
das
boteq uin s
era
o que
reedição
das
co ns t r u ç ã o
de
becos,
nas
suas
nos
nas habitações c o le ti vas e insalubres,
nas
fronteira com os
imperceptível"
deg en era dos
(C U N H A :1990,27).
no s e nt id o de pr ev eni r esses
internação o que
par ec e
ser
pr áticas de ex cl u s ão social
antigas
m e d i c in a
imoralidade
laboriosos cuja
a
a
escondia
sem pr e so lid ári os com a
p r át ic a medica desenvolvida,
ju st a m e n t e
"a cida de
que
nas
meretrizes,
e cabarés,
o
vielas,
teóri ca e p r a ti ca m e n te
seria
ou seja,
de de g e n e r a do s em seus
mu l t i d õ e s de pobres
seria
burguesa,
um universo d i sc ip lin ar
no qual
males,
uma
que
simpl es
v i sa va m
apenas
A
o
a
méd ic o
ma nt In ha o contro 1e ..
P o d e r - s e- i a exemplificar- o expos to atrav és dos
dos
médicos,
prostituição
da
e
pr ime ir a metade do sécul o XIX,
à
fábrica..
p r o s t i t u i ç ã o sempre
idéias,
sentido,
respeito
verifica-se;
que
aqui
licença
a
respeito,
ao
leitor
de He rc ul an o
para
transcrever
August o
Cunha
ern
"these" à Faculdade* de Medicina do Rio de Janeir a do ano de
"As
pro s t it ut as
Moram
de pr ime ir a ordem são
isoladas,
se
honestas».,.
esp al ha da s
m ui to
tempo
socie dad e
por
nas
j a ne 1a s S ã o
por
Em
Não vivem
quando
1845:
público,
peleis
tornado
nojentas
ficam
classes
da
abastadas..
recusam o tratamento rnedico quan do
o mal as tem
das
acham-
opulentamente,
fr eq ue nt ad as
as
ricos..
mais perigosas,
que me dei am entre a po pu laç ão e as pe ss oa s
Só
a
sua
tor na di f í c11 disti n g u I - las
As de segunda ordem,
toda cidade.
E, dado fundamental,
sífilis.
fr eq uentadas
em casas de sobrad o e bem ornadas,.
apr es en ta m ar de hones tidade que
m ul he re s
â
fez parte desse discur so m é d i c o „
Pede- se
esse
Nesse
a
escritos
contraem
recorrem
a
medicina,..
As
p r o s ti t ut a s de te rc eir a ordem
sór d i d o s casebres,
en tr e g a r e m
nelas
onde se reune; o refugo dos
a cr á p u l a e as de ma si as da
a pa ga do
dec ê n c i a
os
sensualidade...
pudor,
p ú bl ic a com suas vo ci fe r a ç o e s obscenas,
libidinosos...
às janelas ou às portas
d e badajos
r e n d e n d o - 1hes ascos as
da
os
mais
libertinos para
d e r r a de ir os v e st íg ios do
d e s o n e s t o s e seus gestos
vistas
habitam
se;
te nd o - s e
e sp an ca m
seus
ademães
Quan do chega à noite
taberna,
homenagens,
a
rodeadas de
são
m a go te s
ou ba r g a t e a n d o pelas
ruas em co m p a n h i a de seus ap a i x o n a d o s que as seguem tocando viola
e
so lt a n d o
1973;
pa la vr as que; o de;coro não t o l e r a " (Apud
331/332).
médico,
a
Imiscuído á p r o s t i t u i ç ã o estava,
figura do 1 ibert i,no o qual,
so f reri a de
uma
Nesse
porém,
que
mesmo
não se; trata aqui de; uma
dos
médicos
assu mi da s
e sim
da
críti ca
pelo di sc u r s o méd ic o
apesar-
dos di ve r s o s erros cometidos,
av a n ç o s socía is de c o r r e n t e s da med icina
Por um outro
lado,
a fábrica
d i s c i p l i n a r i z a ç ã o , através de; sua
e, pela sua o r g a n i z a ç ã o
níveis
autor,
c on de na ça o
no
a
de
de te rm i n a d a s
p e rí od o
abordado..
de sua
interna.
higienista
de
p r e o c u p a ç ã o básica.
inegáveis
os
(COSTA: 1983)..
localização ein relação à cidade
A reflexão sobre a fábrica,
localização e or g a n i z a ç ã o está,
idéia fundamental
Soci ed ad e
foram
diz
aparece como um el em e n t o de
portanto,
aos
guiada
de que ela é um age nt e poluente.
0 Código de Po sturas de 1832,
da
discurso
senti do concorda-se; com Ju ra nd ir Freire; Costa quando
que,
pela
para
à prática médica br as i l e i r a ou se supor a c r i a ç ã o
Repú bl ic a
po st ur as
MACHADO,
i n úme ras molés tias f ísIcas e mo ra is .
É óbvio,
irrestrita
se gu i n d o o
a:
e l a bo ra do com a asses so ri a
Medicina do Rio de Janeiro,
0 seu
título sexto,
mostra
pr im e i r a parte,
qual
é
a
re fere-se
â colocação de cor t u m e s , e q u ai sq uer e s t a b e l e ci me nt os de fábricas
e
manufaturas,
a t m os fe ra
ou
imundícies"
da
incomodar
a
vizinhança;
(MAC HA DO ,1978:345).
fábrica,,
Goes
que pos sa m alterar e c o rr om per a
Também
Siqueira,
a pr es en tad o
o
em
melhoramento
da si tu a ç ã o das class es
mesmo procu ra
t.al, em seus estudos,
mortalidade,
as c o n di çõ es
d e p ós it os
de
sobre
organiza ci on al
"médico-pol í t i c o "
1854
qua nd o
da
no aspec to
p o de -s e citar o projeto do
Legislativa,
para
e
s a l ub ri da de
à
As se m b l é i a
legislar
a
José
Geral
respeito
t r a b a 1h a d o r a s ,
os hábitos alimentares,
do
o bs er va nd o
as causas
hi giênicas das of icinas
entre
de
out ro s
(Apud a M A C H A D O , 1978:346).
A
do
intervenção da medicina e da ps i q u i a t r i a
mundo burgu ês se c o n st rui a
legislação
de;
1903
loucura,
as s i n a l a n d o
mo lé st ia
cong ên it a
assume a natureza
que
ou
segurança das pessoas"
me di ci na
avaliar
o
e
regular
elaborava-se,
adquirida,
(CUNH A, 1986:
os
das
di versos
c a ma da s
0
que
pret en di a
por
ordem
ou
assim,
que a
pre oc up ad a
vida
di sc u r s o
em
médico
qual
se
fosse
técnicos
força den tr o de uma s o c ie da de e das
o
todo um códi go de
totalmente
de um c o n h e c i m e n t o
24
as
de forma manique* i s t a ,
assim,
a
cotidiana,
isento
c r í 11 c:a o u Id e o lo g Ia , p o Is q ue o m e s m o e s ta r ia
pr eceitos
a
acima de qu al qu er ju ri s d i ç ã o ou ju risprudência,
normas de p r o c e d i m e n t o social,
o
da
populares.
moralidade
ganhav a
a
Parece,
as pe ct os
“a
a t r ib uí da
Indivíduo
45-46).
confeccionando,
em
o
compromete
que era c erto ou errado,
q u a lq uer
p at ol óg ic a
al ie n a do é
fo rm açã o
por exemplo,
p s i q u i á t r i c a da época estava ser ia me nt e
pr i n c i p a l m e n t e
diversas
na me d id a em que,
na
que,
a
pr óp r i a s
de
f u nd ad o
cada
dia,
academias
médicas.
Era a p s i q u i a t r i a que
iria e n c on tr ar em Fr a nc o da Rocha,
alie ni sta pa uli st a f or mad o em 1890 - o seu re pr ese nt ant e
mais
conhecido„
0 que se pode concluir,
é
que
os
pr o c e s s o s
utiliza do s
méd ic o
a
uma
basicamente
prática
que
(CUNHA ,1986:1-217),
lógico
po is
vir
ex cl u s ão
já
ou
ainda,
psiquia tr ia
obs c u r o s
dos
govern os
social,
assoei ados ao
do
muito
di scurso
Brasil,
serviram
não
d i s pu nh am
pesso as
que,
por
de
um
espa ço
um
moti vo
que,
mesmo
por
, o poder de fogo do alienisrno,
1ocais
outro,
moral.
"sem um proje to muito
ai nda cami nhava
para
social
ou
a ferir os e s t at ut os de uma d e t e r m i n a d a
pensar,
a
e
análise,
para a c o n s t i t u i ç ã o de um esp aç o médi co asilar
pesso as
pu de ss em
ex piação
em uma pr im ei ra
pelos a l i e n i s t a s brasileiros,
e
aquel as
de
então,
claro
ai nda
do início
mui to
do
século,
esta va v o lt ad o para as tarefas de c o n s t i t u i ç õ e s e difus ão de
moralidade;.
Fundava-se
no
d i s c i p l i n a para o trabalho,
rotinas
toda
claro
a
co m p o r t a m e n t o s
di f e r e n ç a s
ac a rr et ou
esta que,
um
normalizada,
sociais,
história,
ev it an do a
de um di scurso
pensamento
ho mo geneizar
configuração
p u r am en te
lacunar a respeito da
procurou,
em
os
di versos
das
di versas
ideológico.
loucura,
Isso
lacuna
pelos pr óp r i o s m ec an is mo s de co nt rol e estabelecidos,
po de ri a vir a ser pr ee n c h i d a pelas mãos dos médicos.
vez,
da
(CUNHA, 1986:119)..
que a ps i q u i a t r i a b r a s i l e i r a
sua
atrav és
família
uma
da a c e it aç ão dos papéis sociais e das
impostas pela vida urbana"
Fica
quase;
padrão cia
evitou,
s e gu nd o Marilena Chauí
s i t u a ç ã o - o que p o de ri a
ideologia apenas
É
levar a uma
, a
só
Isso por sua
indeterminaçao
instab il id ad e social,
de
uma
pois a
reco nh ec e o que já foi ace it o pela s o c ie da de ~ o
que forta le ce o poder médico,
principalmente
nos ex tr at os s oc ia is
po p u l a r e s
D e n t r o dessa perspectivei,, a cidade de S a l v a d o r - B a ,
deste
aqui
estudo,
d em on st ro u uma vontade de enc ai xa r- se
apresentados,,
p s i qu ia tr ia
Janeiro,
co ns onâ nci a
brasileira.
torna-se
respeito
em
do
Desde 1830,
alienismo.
Apenas
do
Santa
de Misericórdia,
preocupação
com
o
modelo s
d es en vo lv im en to
ern co nj unt o com
o
da
Rio
de
um grande centro pr od uto r de teses médicas,
inauguração
Casa
com
nos
alvo
a
part ir
As ilo São João de Deus,
urna
que,
de
ligado
1874,
nesse
na realidade,
com
a
a
momen to
a
ins taurou-se
a
d e t e rm in ada pratica medica
em
relação
a
lo uc u r a .
Porém,
impediam
a l g u m a s e s p e c i f i c i d ad es da cidade
que se p r o p u s e ss e que os mesmos mé tod os
Sul do País
fossem tr a n sp la nt ad os para a Bahia,
de
Salvador,
ut ili zad os
no
corno por exemplo,
a herança e s c r a v i s t a „
Não obstante,
p er ce be -s e
Asilo S$o João de Deus,
no di scurso médico,
relativo cio
um certo d e s c o n t e n t a m e n t o dos m éd ic os
da
Fa c u l d a d e de Me di ci na em relação à ad mi n i s t r a ç ã o da Santa Casa de
Misericórdia
o
vá ri a s a lt er aç õe s
que
iria,
no Asilo,
com o adven to
porém,
da
República,
trazer
tratar-se-a melhor desse
tema
mais adiante.
Resumindo,,
uma
pr e o c u p a ç ã o
estrutura
física
ve r i f i c a - s e
com
até
, desde o final
a loucura,
ai
ocupeidei
constatando-se
pelo
da
Idade
que
lazarento
Média,
muito
da
(hospitais.
gafar i as ,
loucuraq ue
etc),
seria,
A nível
todo
o
do
com
o
passar
"transplante"
medo
que
se
do
ternpo,ocupado
das mental idades vê-se
criou
em
torno
do
pela
também
leproso
seria
t ra nsf e r ido pa ra o alie n a d o .
$
de
É
uma
óbvio,
hora
porém,
que essas
transfor ma çõe s
pera
outra.
Renasc ime nto ,
e
ap ar ec im en to da
c on tr ib u i r i a m
para tal
o
0 cr e s c i m e nt o
fenómeno,
da
fábrica
não
cidades,
na
sentido,
na medi da em que as
ern con jun to com o d e s e n v o l v i m e n to
pela Europa,
desenvolver- se- ia,
nova
uma moral
moral,
cada vez mais,
d es de
Europa,
sócio-econòinicas e mentais das cidade s se alter ava m
N ess e
oc or re ra m
o
rnuito
es tr ut ur as
rapidamente.
social
vi v i d o
também,
di ve rs os as pe cto s de
uma
a qual
sentia a nec essidade
de,
uma p o p ul aç ão c r e sc en te
nas
bur guesa
e s q u a d r i n h a r e regular
cidades.
Cria-se,
entre: tantos outros e l e me nt os vo lt ado s para
d i s c i p l inarização
inaugurada
da
sociedade,
por Pínel,
melhor
ent end er
o
c ár c e r e
tantos e tantos
Porém,
libertação
p ris ão
fenômeno da
grades.
Seus
loucura,
loucos que
aqui lo
social
médica
na virada do século XIX,
alienista,
com o senti do
p ro cu ra nd o
tirar
de
do
lá se encontravam.
que; pareci a um gesto de
do alienado,
imensa
uma práti ca
a
com o passar do tempo
com a d i fe re nça que esta
car id ad e
e
t o r n a r - s e - ia
já
limites dor av an te es t a v am de te rm in ad os
não
pelo
de
uma
p o ss uí a
olhar
a t e n c io s o d o m é d ic o .
Libertinos,
ce libatários,
sociedade,
etc,
seria
prostitutas»
«assa fauna
considerada,
bêbados,
boêmios,
fadada a romper com as
via de regra,
como
sifilíticos,
regras
da
el em en to
de
de sv i o
de s v ia nt e e ,
cu
bra si l e i r o s e europeus,
Era
para
tal,
vár io s
corno tal., e n q u a d r a d o
dentro dos limites da
alienistas,,
loucura»
necessá r io d isc iplina r e h ig ie n izar esses se to res
ainda
no pe río do do
hospitais p si qu i á t r i c o s
até
o final
uma
práti ca médica
0 b v ia m e n te,
Eur op eu s
pelos
Império
, inst it ui çõ es que se
do século, por todo o
em
e,
um
em relação a
p r irne í ro
mais
tarde,
Brasilloucura,
rno m e n to ,
na área,
Nina
Fra nco da Rocha,
Esse
a
espalharam»
no s
t e ó r ic o s
de
?.B
sua
Afrâni o Peixoto,
pesqu isa s mais vo lt ada s para
re a 1 id a d e b ra s i 1e i r a »
de
nível nacional.
atrav és
Julia no Moreira,
criaram-se
foi o início
1ns p i ra d a
produzindo,
i nt el ec tualidade
Rodrigues,
como
Brasileiro,
e,
a
HO r AS
I.
O
texto de Shakespeare,
co stumes da época,
p r i n c i pa lm en te
por- utn ac esso de ral va.
avalia a sua si na
2„
0
Re i Lear,
críti ca
a os
t o ma do
uro di scurso em
que
(S H A K E S P E A R E ,1983:1-151).
pois a li teratura estudada,
textos de Michel
Cl ás s i c a
urna
no moment o em que o Reí,
Set i a chuva e profe re
inicio do recorte e aquí
pe lo s
p r omo ve
(F'OUCAULT,
sug er id o
no final da
nesse sentido,
Foucault:
Tdade
é co mp os ta ba s ic am en te
A história da loucura
1978:1-551)
e
Media,
Eu,
Pierre
na
Idade
Riviere...
(F O U C A U L T „1982:1 ~ 294).
3.. Foucault se refere aos mi lhares de: leprosarios abert os em
Europa
da
alta
Idade
Média
até
a
época
das
toda
Cr uz a d a s
(FOUCAUL 'I , 1978: 3- 44 ) .
4..
Eram
efeitos da cólera de Deus,
leproso
passaria
dec o r r e r
de
sua
pois o
individuo
louco
cu
pr i v a ç õ e s
no
por urna série de hum il ha çõ es
&
vida e, da bonda de do
Deus,
co nd iç ão de e x i s t e n c i a sofrida
na terra
rrtesmo
pois
1 he ga ra nt ir ia
urn
sua
espa ço
no reino de Deus.
5. A Ñau dos
l i t e r á r ia
re ce nt e m e n t e
In sensatos é, como afirma F'oucault,
uma
"composição
e m p r e s t a d a s e m d ú vid a d o ve 1 tio c i d o d o s
a r g o na u tas,
r e s sus ci tad o
entre* os grandes
ternas mític os
lado de Blawe Schute de Jacob Van Oestvorern em 1413,
e
ao
de Borgonha"
( F O U C A U L T , 1987:9) .
6.
Poder-se-ia,
ci t a d o
por Michel
nesse
sentido,
Foucault:
"Para
transcrever o
tanto,
os
Edito
d i r et or es
de
1656,
di sp o r ã o
de;
postes,
Geral
e
parecer,
do
dito
gol ilhas de
nos
lugares
ferro,
deles de p en de nt es
sem que se possa
hospital;
prisõe s e celas no dito
conform e
Hospital
for
de
seu
apelar das ordens por eles dadas de nt ro
e quanto
as ordens
que
interfiram
com
o
e x te r io r , s e ra o e x e c 1.11a d a s e m s u a for rna e d is p o s iç a o n a o o b s ta n t e
q u a is qu e r
op o s iç õ es
pre ju íz o daqueles,
ou
a p e 1açoes que se
e para os quais,
nenhu ma defesa ou exceção"
7 -Filipe
Es tu do u
Pinei
P a t ol og ia
Bicêtre
na
em
Toulouse,
e Salpêtrierre-
tratamento,
p a ra
o
a
tirou
1801,
francês
Mo nt pel lie r
(n.
e
F1a r is .,
nos
t e rnp o „ A b o 1 iu
aos
os
Tomou
m é to d o s
doent.es,.
apenas
o
Prop ôs
pu bl ic ou
psiquiatria:
1972 ) ..
seguir
(LI S A :
das c on st at aç õe s
c o n d i ç õ e s em que? se en c o n t r a v a m os a l ie na dos
nos h o s p i t a i s :
"vi-
os
pouco de palha
para
abrigarem-se
da
fria
trapos,
mal alimentados,
matar
a
en t re gu es
a
vigilância.
sem
luz,
ferozes,
tendo apenas
um
a
umidade do chão sobre o qual se
Vi-os
sede
Pinei
Esc rev eu
das
co be rt os de
de
Tratado
respeito
nus,
uma
medidas
de
t a m b é m : Nosogra fia F i 1osóf ica
( 1780 );
de
b r u t a is
Corno re sultado de seus estudos,
a obra que se tornou clá ssica em
Ensinou
ho spitais
ou a Mania.
A
sem
1745,1826)..
Médico - Fi lo s óf i co Sobre a A l i e n a ç ã o Mental
8.
e
não se concederá
De di co u- se a psiquiatria..
cadela
tra ta m e n t o psicológico.
fazer
(Apud a F 0 U C A U L 1 , 1087:50).
Esco la Médica de Paris e serviu
r e v o 1 u c io n á r ia s
em
não obs tan te
~ Médico ps iq ui át ri co
med ici na
possam
sem o ar para
e sem às coisas mais
respirar,
sem a
necessárias
â
v e r d ad ei ros carcereiros,
Vi-os em locais estreitos,
ab a nd on ad os a
sujos,
30
água
para
vida.
sua
infectos,
fechados em antros onde se hesitaria em
e que o luxo dos go ve rn os mantem com
estendiam.
fechar
g r an de s
Vi-os
brutal
sem
ar,
animais
de sp es as
nas cap ita is " (Apud a FOU CAULT , 1987 :49 ) .
9„
Para
melhor
M i c ro fí si ca
com pr ee ns ã o
da idéia
de
Polícia
Médica
do Po der de
M. Fo uc aul t
( F O U C A U L F ,1982:79-98),
P o lí ti ca das Fam íli as de
J,. Donzelot
( D O N Z E L O T ,19 80: 15- 49 ).
10-
Na
França,
ern fins do século
pr áti ca m édica que se preocupava,
XVIII,
se
tudo que,
e
d e s en vo lv eu
pr in ci palmente,
lugares de a cú mul o e arnontoamento de
ver
uma
em an alisar
no espaço
A
os
urbano,
podia pr ovocar d o en ça s e com o co nt ro le da c i r c u l a ç ã o das
coisas
ou elem en to s e s s e n c i a l m e n t e ar e água.
11..
Faz-se
p r o l e ta ri a do
harx
aqui
uma
à
referência
na as cen são ao poder de
( M A R X ,1980:
importância
REIS,
de sc r e v e essa
morte
na
98-285).
José João.
A
morte é uma festa,.
a leitura
„ onde
o
c.orno Cerni terada ocorr eu
"0 ep isódio
do
autor
revolta entre os di versos as pectos que? en vo lvi am
pr im ei ra met ad e do séc ul o XIX.
conhecido
lumpen
Luiz Bona pa rt e ap on t a do por
12. Para se con hec er melhor o a s sun to é fundamental
livro:
do
a
que
ficou
no dia 25 de; outub ro de
1836.
N o dia s e g u i n te en t r a r ia e rn v ig o r u m a lei p ro ib i n d o o t ra d ic:io na I.
costume;
de
en te r r o s e-m Salvador por
trinta
anos
( R E I S „ 1991:1-
357 ) .
1?.
Para
aprofundamento
da
q u es tã o ver
Competente; e s cr it o por Ma rilena Chauí
31
o
texto
0
(CHAUt ,1981:3-13).
Di scurso
C A P ÍT U L O
2
A CIDADE E O NA SC IM EN TO DA PS IQ UIA TRI A
Ao an ali sar di ve rso s aspecto s do d e se nv ol vi me nt o
de
Sal vado r-ESa ,
avalla r
a
s é cu lo
clda de
XX,
d el im it ad o
percebe-se,
imediato,
q u e , segundo
não havia mod if ic ad o
no séc ulo XVI
du ran te esse período,
mun ic ip ai s
de
que
(MATTOSQ,
a
d i fi cu lda de
de;
se
do
Kátia Mia I:t o s o ,
até
meados
o seu "termo",
tal
corno
fora
sugere
que.,
1973:116);,
o que
apenas acurnularam-se urna serie de
revelavam
urbano
varios pr ob le ma s entre os
postura s
quais,
os
cida de
de
relativos â higiene.
Existem
Sal vador
e,
passavam
relatavam
pe r c e b i a m
baixa,
María
varios
d e p o im en to s a respeito
corno d i z Pierre Verger,
sempre
em Salvador,
as
Ferdiriand Denis e Kid de r
que deixou
p a ss ar
urnas das
p elas
ruas
co nt ra d i t ó ri as
que
notam-se
bem como,
at r a t i v o s aos olhos dos estrangeiros.
Inglés Wetherell,
aquí
alta e a
(VEROíE'R,,1981:: i6 ) .. Nas
a s p e c t o s sujos da cidade comercial
o Cónsul
por
entre a cidade
entre es cra vo s e se nhores
Graham,
os v i a ja nt es que
impressões
divi di dos
da
a possível
falta
Segun do Katia Mattoso,
fortes dizendo:
da cidade baixa,
falas
,claramente,
que viveu na Bahía entre
imagens mais
cld ad e
o
nariz
"De
do
1843 e
de
os
de
foi
1857.
manhã ao se
transeunte
é
as sa l ta d o por urna pr of u s ã o de cheiros" e isso devido sobr et ud o às
diferen tes
frituras que se fazem ali ex al an do todas
horrível"
de
permanecer
tal
modo
que
não
se
pode
"um
agradar
che ir o
a
ali a não ser a título de pura curiosidade".
ninguém
(Apud
a
MATTOSO, .1978:174)..
Assim»
suja,,
com
e
o
c on si der ada
Passei o
uma
por alguns
Público-
cida de alegre»
g ra nd e s
mais do que ninguém,
popu laç ão
semp re
for-a
ta 1v e z , de alguns pontos
elo gia da
e s ta b e le c e ra rn s e
que,
cidade de Sal vador
excessão,
ab so lv id a
exemplo,
a
também
Semp re
viva,
da
consider ada
cidade
viajantes.,
fora,
em
colorida,
por
contrapartida,
um
c o m e rc ia n t e s , b a ia no s
como
alta
e
local
onde-;
e s t.r a n g e i ro s
presi dia m o d e sti no da cida de e de
sua
( M A T T OS O, 1978:175).
Salvador se constit uía
ainda como
"Mercado de varejo também, com suas
mil
e
uma lojinhas e
tabernas,
farmácias,
livrarias,
bo te qui ns e tendas
onde
se
ve n d i a m
artigo s de
Joalheria,
roupas,
s a p a tos,
a lime n to s e b e b id a s , r eniéd io s
para se sanar o corpo e a mente, e
onde
s e o f e r e c ia m o s rna is v a r ia 'do s s e r v iç o s á
população
residente
como
para
a
de
p a s s a g e m : a 1 i t inham
seus
pon to s
os
a l fa i a t e s „
os
barbeiros,
os
tanoeiros,
os
serralheiros
e
os
funileiros,
os
fabricantes
também
de
rapé, cuja lembrança pe rd ur ou por
m ui to
tempo
na den om in aç ão de becos
e
ruas:
rua
do peso do fumo, rua das grad es
de
ferro,
becos
dos tanoeiros,
beco
dos
barbe i r o s , r ua dos
ca lde i re ir o s , etc
Mu ndo
do tra balho col ori do ao
qual
se
deve
ser
ac re sci da
a
mul tid ão
dos
vendedores
a mb ul an te s
e os
grupos
de
escravos,
or g an iz ad os
em
cantos"
(MAT T O S O , 1978: 172 )Na
descia
parei
cid ad e
alta
a c.idade baixa
muito do
lixo
jogado
. "Esta p o p ul aç ão
nas
morava
encostas.,
na
maior
p r o m i s c u i d a d e social
pois
lado a lado vivia m as sal ari ado s
forros
e escravos.,
nobres,
ocu pa do s com todo o tipo de co mé rci os e atividades,
segun do
R..
conventos,
Ch.
mestr es ar tesões e funcionários,
livres,
13- Avé-Lal l e m a n t , Babel
um caos de voelas,
praças,
e descem e em cuja conexão,
recém
ch ega do de sc obr ir alguma ordem.
c as as
and ar es oc upa do s por
p al ác io s
ép oca
do Ferrão.
permit e
informativa.
faz
p r o fi ss ão
pardos
de
de
ou
apesar-
na mesma rua:
costureira,
francês,
alfaiate,
que a
de
a f r ic a n os
atividades
de ga nhador ou de
que
sao
em pr e ga d os
procuradores
de
mesmo
21
advogados,
em p r e g a d o s
médicos,
públicos,
c o n t i n ua rn
e
que
as
músicos,
sapateiros,
34
da
pouco
que
donos
no
e xe rc em
de
pr of ess or
estudante,
s ua &
brancos
de
venda,
D i ve rs ida de
tipo de documento:
1862 temos para
s e g ui nt es
ourives,
saveristas,
a
criada;
e x e rce n d o
negociantes.
Para o ano de
artistas,
e
e fi nal men te os
um outro
q u a r t e i r ã o do curato da Sé
a 1guns
lado a lado,
livres
estudantes,
social que é aliás c o r r o b o r a d a por
ou
do c u m e n t a ç ã o
marceneiro,
lavadeira,
caix ei ros
q u a l i f i c a ç ão de votantes,.
mod es ta s
lente aposentado,
q ue
públicos,
causas,
que
na rua direita da Ajuda,
crioulo s
leite,
l ib e rt o s
de
incompleta
sapateiro,
s a v e r is ta ;
social
o
o Paço do Saldanha,
de ped rei ro de cri ad o ou
livres que são ama de
pode
famílias e mesmo
P r om is cu id ad e social
Em meados do século XIX
préd io
que
er gu ia m- se sobrado s de dois
p<rirte do 21 q ua rt eir ão do curato da Sé moram
mesmo
de
P r om is cu id ad e
uma ou várias
apreender ,
igrejas,
só depois de um tempo,
nobres como a casa dos 7 Candieiros,
Solar
e
e
numa,
e travessas,
prédio s re si den cia is onde ao lado
térreas de porta e janela,
mais
o
os
casas
recantos,
sobem
e v i d e nc ia va m
de
b u r gu es es
o
esse
profissões;1
marceneiros,
charuteiros,
negociantes,
pintores,,
calafetes,
É
so c i a i s
a liaiates,
cl aro
ferreiros,
que
significa tiv o:
p e d r e 1r o s ,
caixe iros ,
e t c " (MATTOSO, 1978:179/180 )..
no expos to
intermediárias,
pelos pr o f i s s i o n a i s
escri.vões,
acima,
trata-se
onde o e l e m e n to
de
burguês,
liberais e negociantes,
camadas
representado
é um número
ba st an te
dos vot antes do 21 q ua rt ei rã o 30,2% pe rte nci am
a
e s t a c a t e g o r ia p r o f is s io n a 1 " _ (M A '('1030,1978: 180 )
No
entanto,
mínim as
de higiene,
vi es se m
a
o poder
tantos
jogar
toda
cond iç ões
edi tan do e reitera ndo div ers as po sturas
di sc ipl ina r
assim,
públi co p r o cu ra va manter
o espaço públi co da
cidade,
hábitos já há muito adquiridos,
es péc ie de det ritos
na rua-
e
-como
regulando,
o hábito
a d m 1rii s t rand o
pr ob le ma s sur gid os com o d e s e n v o l v i m en to da cidade»
que
de
novos
É o caso,
por
e x e m p l o da Postura citada por Jorge Uzeda:
"É,
absolutamente, pro ib id o ás
pessoa s
que
sof re ra m
de
m o 1és t ias
con ta g iosas
ou
repugnantes, vender carnes. Os e m p r e g a d o s
de
açougues,
e os pr óp rio s aço ug ue ir os
deverão
ser inspeci ona dos pela Higien e e
Ass is tê nc ia
Pú bli ca
Municipal, antes da matr íc ul a a
que
sAo
obrigados. Pena
de
30:0 00
de
multa"
(A p u d : U Z E D A ,s / d :37 )
Como
essa,
sao
inúmeras
as
po st ura s
d e di ca das
con tro le do lixo e da utilização dos espaços
urbanos
do
dá
sécu lo
XIX,
o
que, de certa
ap li ca b i l i d a d e das mesmas,
forma,
de nú nc ia
;1ornais da época,
de correr
di me ns ão
p r I n c i p a 1mente se se observ ar
s ó na legislação existi a a vontade* de se
div er so s
a
no
promovem,
da
que nao
higienizar a cidade.
c o ns ta n t e m e n t e
ao
também,
0s
a
da insalub rid ade de certos pontos da cidade.-.
Esse
pr oblema
per siste de
tal
forma
na
so c i e d a d e
de
Salvador
que,
em
1912,
era p r o m u l g a d a
regular a vig il ân c ia sani tár ia
Feitos
da
Um
reais
dos
poucos
em
iniciaria
procurava,
"Juizo de
pr e oc up aç ão
do
r e p r es en ta nte s do
Estado
da
a
cida de
realizar
foi
3..J
um pr oc e s so de remo del açã o da cidade com vistas
ideal
entanto,
h igi eni zar -se
d e m on st ra a
relação à hi gi eni zaç ao
a ati ng ir -s e a cidade
No
que
terna.
mu dan ça s
Seabra,
lei
na cidade cr ian do até um
SaCide P ú b l i c a . " 1 , o que
Eista do com esse
uma
(UZE0A,s/d:121).
essas
a cidade,
medid as
pouco
mudando pouco o seu
contribuíram
aspect o
para
insalubre.
Como pode-s e perceber-,
"As ruas do Montouro, que fica a. mais de
cern
metro s d e d Is t á n ci a do des i n fec tó r io
ce n t ral
de
Higien e
e
a
300
ou
400
metros
das
repartições de higiene municipal e
estadual.,
atestam bem alto a sig nif ic aç ão de seu
nome,
e
é a II, tã o p e r to d e ta e s r e p a r t iç õ e s , q ue
se
vê
rnalor p o r c a r i a ; as ruas
do
Colégio,,
Fiamos
de
Queiroz,
Dr.
Seabra,
Baixa
do
Sapateiro,
Rua das Flores,
Taboão,
Maciel,
Portas do Carmo etc; Todas estas no ãm ago
da
cid ad e primam pelo "grande cuidado" que
1hes
di sp ens am os en ca rr eg ad os do asseio
público;
a rua D r.. Seabra, antiga Vala,, da Barr oqu inh a
a
baixa
do
Sapateiro, quando
chove
é
um
v er da d e i r o charco; por qu e a ins uficiência
de
esgoto s
ali
é ma ni fes ta e essas
águas
que
para
ali se dirigem, pe rm a n e c e m
por
muitos
dias
estagnadas,
ex al and o
c h eir os
nause abu ndo s
das
ma té ria s
de
que
são
m is t u r a d as". (Ap u d : U 2 E 0 A ,s / d ;122)„
Já
em
1920,,
e s p ec if ic as
ao
con tr ol e
dos depósitos,
D e s ta ca m- s e
as
p o st ur as
306,
que stõ es
forarn
cr iad as
308 e
uma
309
de sa lu b r i d a d e públi ca e higiene.
série
de
Pos tur as
e
empresas,.
fá br ica s
por
referirem-se
Exi st e um
desejo
a
de
regular-s e
o
determinada
amb ie nt e
licença
urbano
exiginda~se,
especial,
conc ed id a
a
proibir
aguardente,
no
de
am bi en te
cozer
q u a l q u e r outra que
ou
da
cidade
torrar fumo,
vezes,
pela
p úb l ic a , t:>ar a instalar - se de t e r rni na do t i po de
se
por
a d m i n i s t r a çã o
fáb r ic a ,
"fêtbrica
de
uma
de
sabão,
c hegandode st ila r
azeite,
trabalhe com ingr ed ien te s que exal em
ou
vapores"
(A H M -- P o s t u ra s m u n ic ip a is , 1920 ) .
Por outro
desse
análise
per iodo
dos
lado,
em
observa-se,
higienizar da cidade,
títulos das segu in te s
SILVA,
colégios.
co ns ta ta
pela
Higie ne
nos
1869.
Angelo de Souza.
Da p r op h y l a x i a
hyg i e n ic a s . 1884..
i nd Ív id ua 1 e me d idas
ALMEIDA,
o que se
medicin a
"theses" médicas::
Fr ut u o s o Pinto da.
SANTOS,
também, o dese jo da
Luiz de Oliveira.
Hy gie ne dos
p o b r e s „1908.
COSTA., Verissirno Gomes da.
estudo
da
hygiene das
C o nt ri bu iç ão ao
r u a s , 1 9 2 5 . (MMB
-
Teses MediCcis)
o
que
dem on st ra
que a medicina possuia,
di sc ur so alienista,
também,
rua e, em especial,
em Salvador,
Por outro
lado,
e 60 do s écu lo passado,
re l a t i va me nt e
forte
isso
sem
falar
no
o anse io de d i s c ip li nar o a m b i en te da
pelas cond iço es
co n s t a t a -s e que,
entre as d é ca da s de 40
formai— se-ia em Salvado r
do país,
37
a p r e s e n t a d a s ..
que só seria
um núcleo
fabril
ultrapassado,
a
níveis
de
.1991:32).
ern
"Salvador
en genhos
de
produção,
V e r i f ic a~ s e
baiano
,
"a fábrica modelo,
em pr ega va
que
exist ia
110 operários,
a
industrial
do Norte,
um
dos
mu l ti tu de
fábricas de
um
certo
por exemplo,
ban co s
e
se se;
avaliar
por José Revaul t
(1858),
roupas
Tarquinio,
fabris
ve 1a s d e ;
desenvolvimento
de
esc ravos
C o mp an hia
por Romulo Almei da que
núcleos
de?
fábricas
de charutos,
pr od uz in do
em pr es a de Luís
citada
(HARDMAH,,
1987:26).
fundada em Salvador,
ou
como
(OLIVEIRA,
que se; comprova,
sacaria",
Janeiro
eng enh os de; aguardente,
de pr od ut os alimentícios,
uma co mp anh ia de seguros"
se
de
fáb ric as de selas e arreios,,
b e n e fi ci am en to
industrial
Rio
e o R e cô nc avo c o n t a v am com a
de açúcar e rapadura,
tecidos,
que
1860 pelo
mais
e
E m pó ri o
c o nfi gu rav a-
mo de r n o s
à
época
(A L M E I D A „1977:19-53 ) .
Havia,,
industria
arnbito
baiana
Estadual,
Pri meira
ju lho
também,
o que se pode avalia r
p a g a me nt o
1915.
de
século,
como,
Em
outro
de se nvo lve r
leis
a Lei N.
legislação
por
um
financeiro a d e t e r m i n a d o s
lado,
avalia-se,
a vinda de ca pi ta is
britânico,
tal
estaduais,
Bahia,, o que se pode: notar
capital
por exemplo,
geral,
impostos
c on ce de nd o a ux ili o
Por
nas
e;m
p r od u z i d a s
a respeito dos in centivos fiscais
República
de
um desejo do Estado
e
Bahia
1.033 de
isenta
no
o li
na
1
de
resduz
determinado
o
tempo,
O
ramos da, in d u s t r i a “ .
nesse perío do de
fim
de
internacionais para o Brasil e para a
no e x emp lo relativo à p a rt ic ip aç ão
francês,
N o r t e / N o r d e s t e b r a si l e i r o
na
a
na
(Salvador,
38
construção
Mac ei ó e
de
portos
Manaus),
bem
do
no
como
na
con st r u çã o dei estrad a de ferro da Bahia»
Juazei r o .. (H A R D M A N ,1991:
Essa
endividamento
Estado,
no
entanto»
nos as su nt o s baianos,
do
inglês,
abaixo,
levaria
e a uma maior
es tr a n g e i r o
capital
Sa lvador
e
61) .
política»
do
ligando
influência
o que se vê
am ericano e
mais
francês
nos
tarde
do
pela
ao
capital
intervenção
dados
f or ne ci da s
refer en te s ape na s a Bahia por volta da década de 1C)2 0 :
"Inglaterra: Donos de em p ré st im os no valor de
3 . 2 17 .36 0
libras
e 6.000 contos
papel,
ou
aeja, 61% das dividas do Estado.
E.U.A.:
Co m p ra d o re s de 68% da e xp or ta çã o
de;
cacau
que constitui: 77% das
exportações
e
15% das rendas do estado. Donos da força, luz
e bondes de todo o Estado, pela Cia
Em pr es as
El é t r i c as
Brasileiras,
com
o
que
são
os
únicos fornecedores de en erg ia às
indústrias
d o Estado.
França:
Credor do estado por e m p ré st im os
de
6 5 „000.. 000 fran c o s a o B a n c o d e P a r is e p a í.s e s
Ba ixos
e
eio
C.r éd i to
Mob i 1 ia r i o
F ra nça i s ..
Donos
de
p ro pr ie da de s
de
cacau
e
c o n t r o 1ado re s
p e la Casa Tude Irmãos e
Cia.,
da ex po rt aç ã o desse produto, base
principal,,
da
ec ono mi a
do Estado,. Dono da
Estrada
de
Ferro
Este Brasileiro, que a t r av es sa todo
o
estado,
e é uma das maiore s do
país..
Dono,
pela
Cia C on ce s s i o n á r i a de Tude
Irmãos,
do
porto
de
Ilhéus,
princital
do
estado".
(C A R O N E ,1973: 276).
Ora,
condi çõe s
c a pi ta is
quão
fez-se
todas essas c o ns id er aç õe s a
respeito
urbanas e se nit á ri as e do de se n v o l v i m e n t o fabril
na Eiahia e, em especial
nec ess ári o
era
, para
um
Salvador,
mel ho r
para se
das
e
v e r if ic ar
de se n v o l v i m e n t o
de
o
social,,
hi gie niz ar e d i s ci pl in ar a so ci eda de e o espa ço urbano.
As indústrias
no ter cei ro quartel
do século XIX,
após
transmis são e o d e s l o ca me nt o de cap itais para o Sul do país,
pod iam con vi ve r sem um mínimo de o r g an iz aç ão e
39
a
não
disciplinarização
dos
espaç os urbanos ern que este
"surge como urna
das
favoráveis à formação e ao d e s e n v ol vi me nt o do capital
Pode-s e
d iz er
económicas,
a cidade,
acaba por criar
circulação
ao
(dinheiro,
produção
financeiro
(armazéns,
um
assim
como todo
lojas,
bancos,
co nj un to
i ndúst ria " - (H A R O M A M ,1991:
Mão
hierarquia,
se
a
necessá ri os
industriais,
pode
o
s is terna
créditos,
e
etc.) e tam bé m
o
os se rv iç os de e n erg ia
de
at iv id ad es
es quecer
a
também
vigilância
que
"na
e
outras
aca b a r a m
por
mestres
e
trabalho".
su bmeter a um regime dita do
contramestres,
d om ín io
do
(D EC A : 1962,24),
o
que
es t a b e l e c e r
apesar
uma
cap it al is ta
o que
Industrialização
de;
relação
na
me câ ni ca
história do Eiras 11
Ja ne i r o
e
fisionomia
Salvador,
o
trabalhadores
normas
em
de
últírna
pro ce ss o
de
de
,.
que
"não
entre
,
claro
se
pode;
u r b a ni za çã o
está
que
eram ainda pe qu en as ern
urbana bas ta nt e
devi am sua
de
e
as
em meio as heranças do si st em a
e a pre se nç a do escravismo,
ma io ri a e, sua
formas
feito sem o pr oc e s s o
re co nh ec er -s e
causal
a
pelas
sobre
não foi
ci dad es br as il eir as do século XIX,
colonial
a
fábrica,
representou,
co nt ro le e d i s c i p l i n a r i z a ç ã o geral da so ciedade
Assim,
el ét r ic a
in di spe nsá vei s
tornaram-se ta ngíveis a tal ponto que os
o
como
comercial
controle,
instânciaó,
bem
à
122).
disciplina,
se
ati vi da de s
mat ér ias primas e máquinas) a ser investido
fabril;
formam
industrial,.
certas
uma base de se rv iço s
si st em a viário e de transportes,
etc.,
co nc en tr ar
e d i s t r i bu iç ã o das m e r c a d o r i a s
d o capital
na
que
c o nd iç ões
rede
restrita e que,
urbana
em
boa
Rio
parte
sua
de
a
s i t uação espec í fIca das cap i ta is adm i n ist rat iv a s , na Co 1ô ni a e no
40
I m p é r i o " ( H A R D M A N ,1991:121).
Ora,
fica claro,
crescimento
urbano
desenvolvimento
e
que a cid ad e de Salvador,
industrial
industrial
polícia.
higienista
0
pe rc e b e n d o
p o s su ir ia vida curta),
m e c a n i s m o s de co nt r o l e soci al
da
(mesmo
que
o
necessitava
de
mais ef icazes que a simples a t ua çã o
di sc u r s o médico e.,
e o alienista,
devido ao seu
pr incipalmente,
encontrariam,
assim,
o
di scurso
meio fértil
para
s e dese nvol v e r .
Já
para
no século XX,
corn o intuito de definir
di m i nu ir os d e s e q u i l í b r i o s
integrada
50,
34/18,,
regionais e pr om ov er
do d e s e n v o l v i m e n t o do Nordeste;,
foi
criada a SUDENE.
"a
indústria
Ora,
no final
antes da SUDENE,
usinas de; açúcar,
tecid os
de
inversões
algodão...
nos
senti r
nesse
um
crescimento
i ndústr ia .
parte
dos
a 34/18
fez cresc er
E esse
quando a Bahia
no rd estinos
po si t i v o
(Bahia,
relativo
foi
Resolução
vo lt a d a s
indústria de
co n s u m o
substancialmente
e;
outros
fenômeno já se
o
investimentos
27/32),
o que,
caso
e sp ec íf ico
a
único
mã o - d e - o b r a
regionais
a
por sua vez,
da
41
de
de
as
sub
fazia
dos
três
P e r n a m b u c o e Ceará) a possu ir
c r e s c i m e n t o da cid ad e como se pode cons ta ta r
No
da
ocupada
Sa 1vador ser La o mun ic í.pio que c o nc en tr ar ia
(CAMAR AN O, 1986:
v is ão
da década
e
intermediários
( M O R E [RA :1979,128)„
período,
grandes es t a d o s
uma
p r o c e s s a m e n t o de; óleos ve ge ta is e
s u b s e t o r e s de bens
ramos di n âmicos"
política
na região era forma da por em pr es as
para o p r o c e s s a m e n t o de pr od ut os agrícolas,
menores,
uma
Bahia,
partir
a
na
maior
de;
1960
pr ov o c a r i a um
gr an d e
nos gráfic os
ve r i f i c a - s e
1 a 2.
que
"a
bur gu e s i a
que
se
formou sob a liderança de sua
setores que
formam
fi na nc ei ra
e
hoje o al ic erc e da eco nomia - a saber,
a
ex pl or aç ão e o refino de petróleo,
a
p e t ro qu ím ic a
--
facção
a indústria de
foram pr ojetos de pr im ei ra
transformação e
hora
do
capitai
f i na nce i r o ba ia no " (GUI MARfiES:s/d )
Além
do mais,
outras coisas,
que
a criaç ão
alter ou
Guimarães,
as
"a
de
Pe t r o b r á s
psicólogos,
em pr e g a d o s
lado,
administração
pessoai s
significa,
uma nova
cidade
de ci si va
de
médicos,
e
S e gu nd o
de
Sérgio
Camaçari.
et c ri açã o de um
pr o f i s s i o n a i s
por
o
de
alta
um lado,
engenheiros,
ad mi ni stradores,
e c o n om is ta s e
psicólogos,
ad mi ni st ra do re s,
no
no setor de
comércio"
ser viç os
Industriais
(GUIMARftES,s/d:19)„
e
Isso
forma nas relações socia is e na s o c i a b i l i d a d e
Salvador,
o que parece
iria
influir
de
maneira
na a Iteraçao dos c o m p o r t a m e n t o s e at itudes da. população,.
Ora,
interessa aqui
deline ar as
mudanç as
por que passou a Bahia a par ti r de 1940 pois,
avanço
Antón io
P e t r o q u ím ic o
para
estável,
núrnero de outros especial Istas em pr e g a d o s
pública,
serviços
interno mais
entre
no parque p e t r o q u í m i c o e m e t a l - m e c â n i c o e,
advogados,
e c o n o m i s t a s e um grande
da
químicos,
trouxe consigo,
indiretamente,
t é c n I c o - c i e n t í f I c a . São,
informática,
na
e Co mp l e x o
em Salvador,
téc nicos em
por outro
sociais.
e o c a s io na ra m
tr abalho
qualificação
de um m er ca do
relações
c r i a r a m diretamente,
me r c a d o
a in d u st ri al iz aç ão
do di sc ur so
de s e n v o l v i m e n t o
higiênico/ ps iq ui át ri co ,
econômico,
mé d i c a s psiquiát ri ca s,
no tocante,
com o s e nt id o de co nst r ui r- s e
co mp r e e n d e - se que o
que vem a reboque
por exemp lo
há muito vinharn se
e s t r ut ur ai s
ãs
do
práticas
Implementando na Bahia,
uma moral burguesa.
Ein
suma,
corno sa li e n ta do anteriormente,
a
c-idade
S a l v a d o r ~ B a , iria constitui r - s e , do século XIX até meados do
como
um paraís o â int erven ção médica,
e aqui,
de
muitos
de fin iri am
maneira,
locais
essa
v e ri fi ca -s e ainda
e médica,
o que,
nos dias atuais devido à
um
A ex ist ênc ia
insalubre s e de uma certa pr om is cui dad e
intervenção estatal
XX,
em particular,
grande espa ço para o d e s e n v ol vi me nt o da psiquiatria-
de
de
urbana
certa
probl em át ic a
q u e e nv o lv e a urban i z a, ç a o d e Sal v a d o r .
Por outro
sem pre
lado,
o d e s e n v o l v i m e n t o e c on ôm ico de Salvador
sof reu com os altos e baixos de sua economia,
ress alt ar o c r e s c i m en to
industriai
de cl ín io após esse período,
devido
, em muito,
á
entre
1840 e 1860,
po de n d o - s e
s eg uid o
de
e a atual di n a m i z a çã o de sua e co no mi a
industria qu imi ca e ao polo petroquímico.
43
GRAFICO 1
Evolução Demográfica de Salvador
3.50
3.00
o
«
2.50
IA
OL 2.00
«
"O
m 1.50
4)
10
jC 1,00
0,50
JL ll
rBa|—
j LI--------- jHffl iIMB jfWHjHBI iM H| y
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0,00 4“ *H---1
---1---1-------------
Décadas
ANO
TA X A
POPULAÇÃO
129.109
1872
1 .7 0 %
174.412
1890
1 ,7 0 %
205.813
1900
1 .6 0 %
283.422
1920
0 ,1 0 %
1940
290.443
3 .0 0 %
389.422
1950
4 ,9 0 %
630.878
1960
4 ,7 0 %
1970
1.007.200
4 .8 0 %
1.490.893
1980
4 .8 0 %
F O N T E : IB G E
(C f; N E V E S , 1985:20)
GRAFICO 2
Evolução Espacial de Salvador
4
Épocas
FO N T ES: M edições da área definida pela malha urbana com base
nas plantas da Cidade em diversas épocas constantes
das seguintes publicações:
1. Evolução Física de Salvador. Faculdade de Arquitetu­
ra da UFBA. 1980.
2. A Grande Salvador, Posse e Uso da Terra. C ED U RB.
1978.
3. PLANDURB. O CEPLAN P.M .S 1979
(Cf; N EV ES, 1985:27)
NOTAS
1 . Lei
número 921,
de 22.11.1912..,
geral de saúde p ú bl ic a
“Art.
67.
0 Juizo
que
o rg an iz av a
o
no Estado.
serviço
•
terá o se gu in te pessoa 1.„
1 j u iz
l Procurador
1 Escrivão
2 üfí iciaes de Justiça
q u e te r Iam p o r o f íc io j u lg ar
demolição
hygiene
to d a s a s c a 1.1s a h ig iê n í.c a s b e rn c o m o a
de p r é di o s e j ul gam en to dos crimes e c o n t r a v e n ç õe s
e
sa l u b r id a d e
públ i c a s ". A P E B ,
REPÕF3L [ CA ,
maço
de
2974.,
m a .a v u l s o .
2.. "Lei N .. 1083 de
1 de julho de 1915
Govern o do Est ad o da Bahia
Faço saber que a A ss em bl éi a L.e?gisl ativa de cr eto u e eu sa nc ion o
a se gu in te Lei:
Art.
1
-
Fica o gove?r no a u t o ri za do a
isentar
de
impostos
Esta du ai s d ur ant e o tempo de
qu a l q u e r
industria
montar
neste Esta do
ou comp an hi a
uma fábrica de
todos
10
os
anos
or ga n i z a d a
cerve ja
a
que
pelo
si s t e m a de baixa fermentação.
P . ÕnIco. -
Ne ss a
ise nção de impos tos não está compree nd ido o
imposto
de
e xp ort aç ão
que? será
cobra do
com
o
a b a t im e n to d e 4 0 %.
Art.
2 -
A
isenção de? impostos, a que se? re?fe?re?
o
artigo
an t e r i o r
so
c o m p a n h ia
p r ev ale cer á
o r ga n i za d a ,
se
o
Industrial
de
sei s
meses,
a contar da data de pu bli caç ão desta
Lei,
tiver
monta do
pr o d u z i r
a sua
den t ro do prazo
ou
fábriva com
nunca menos de
1500
ca pa c i d a d e
litros
de;
de
cerveja
d i3 ~
Art.
3 -
J.J.
3„
Re vo ga m- se as dis po si çõ es em contrário.
Sea br a - Arlind o Fragos o
Ent re t a nt o
ao se; estudar a cidade de
de te rm i na d os
fe nô men os que,
ca r a c t e r i z a r
como
como,
casamentos,
formaturas,
da
v id a
por
a
do mi naç ão
realização
N a R a h ia
po r
bairro,
nos per mi te m apree nde r ao vivo a trama
laços sociais.
Casamentos,
nascimentos,
antes que reuniões privadas"
Isso
leva
a
classes,
imiscuindo-se,
p o ré m ,
que
(MATT0S0:1988,
pensar
em
assim,
pr iv il e g i a m ~ s e
"as
vi zi nh os da mesma
mortes,
uma
de
fe s t a s
rua
tecida
ou
pelos
são atos pú blicos
185).
c o n fr at er ni za çã o
o pú bli co e o privado.
nesses
e
ultrapa ss am a
e x e m p lo ,
reúnem parentes,
e
agregados,
festas
que
familiares
po de r i a m
bur guesa
de
a n iv er sá ri os e outras,
fa rni l ia r .
de te ctam-se
superficial,
lógica de
exemplo,
1915)
Salvador,
numa a n áli se
uma fuga da
c a p it al is t a
e s fe r a
(A P E B , Leis,
mome n tos
as
entre
A c r ed it a- se
r e 1ações
de
compa d ri o a s q ua i s , pro mo ve nd o a t i t udes co nt rá r ias ao c o nc e1 1o de
cidadania
plena,
delineada,
por exemplo,
lei,
unidade
acabam
por
reafirmar
com os ideais de
nacional,
senti do
a
lógica
burguesa,
"respeito a ordem
de;
à
organização,
m o n o t e i s m o ,d e m o c r a c i a ,s e d e n t a r i s m o ,i n d u s t r i a l i z a ç a o , m a r c h a
47
e
para
o
progresso,
etc"
( F E R R O , 1983:22) , d e s e n v o l v e n d o
aut or i d a d e e o ap adrinhamento.
fenômeno
ao
higienistas,
re sp eitaram
se
no
avaliar
Brasil
1 Iberdades
o
a
hierarquia,,
Ver-se-á ainda a e f et iv aç ão
desenvolvimento
e na Bahia que,
via
individuais rnínimas-
48
das
de
desse
at it ud es
regra,
nunca
"A loucura designa o e q ui nó cio entre a
vaida de dos
fantasmas da noite e o
s e r dos juizos da claridade"
Fo ucault
49
nao
C A P ÍT U L O
3
O DI SC U R S O MED ICO
"Quando
se
investiga a med ic in a
passad o
delineia-se»
clareza,
um
sociedade.
projet o
de
A me di ci na
di spu ta n do
vez
cada
do
sécu lo
com
mais
rned ícal izaçao
da
investe sobre a cidade,
um lugar entre as
con tr ol e da vida social"
instâncias
( M A C H A D O ,1978:
de
18).
Pelas pal avr as de Robert o Ma cha do vê-se que exist iu
clara
t r an sf or ma çã o
partir
de
c o ns ta ta
então,
ao
na medicinei do século XIX,
urna
que procurava,
imiscuir-se
na vida da po p u l aç ão
o
que
se ve ri fic ar que,
antes desse período,
não
a
se
havia,
seja por parte do apa rel ho de Estado,
seja por parte das p r ó p r i a s
i. nsti tuições
ex:pliei ta
sociedade,
méd i c a s ,
idéia
uma
que pode,
relação
hoje,
parece r
e nt re
óbvia,
e
sa úde
e
atemporal
( M A C H A D O , 19 78:154 ) ..
Entretanto,
série
de
formulações
desde o
início do sécu lo XVII,
teóricas
no sentid o
re lações ana tô mi ca s do homem e a sua
de
existia
e s t ab el ec er
uma
as
l o u c u r a . B O N E T „ por exemplo.
"viu
o
cér ebro
dos
ma ní ac os
seco
e
quebradiço,
e
o dos
m e l a n c ó li co s
úmido
e
congestionado
de
humores;
na
demência,
a
substân cia cerebral era muito rígida ou, pelo
contrário
ex ce ss i v a m en te
solta,
tanto
num
caso como no outro, sem elastic id ad e" (Apud a
F O U C A U L T ,198 7 : 218/2 19 ) ..
Um
out ro
lieckel ,1750,
exempl o dessa te nd ênc ia é o das
que,
através
da
medição,
análises
pe sag em
e
de
poste rio r
c o m p a r a ç ã o entre div ers as porções do céreb ro de pessoas alienadas
e sadias,
con clu iu que o peso de um céreb ro nem sempre é o mesmo,
d e p e n d e n d o do t.ipo de pato log ia apresentada.
0 céreb ro ser-Ia mais
leve
em
fluídos
pelo
corpo.
doenças
real iza da
nas quais os humores e os
Meckel
ainda afirmava,
referindo-se a
e s c o r r e s se m
uma
em uma mulher con si de ra da maníac a e est úpi da
s u b s t â n c i a cin zenta do seu cérebr o
e a subst ância
estava ex ag er ad am en te
medula r de ma si a d a m e n t e branca,
au tó psi a
que
a
pá 1 1da
co nc lu in do que:
"a
sic id ad e
dos
canais
me du lar es
p er tur bar
os
mo vim ent os do cé reb ro
e,
conseguinte, o uso da razão"
pode
por
e , Inversamente, que
" o cérebr o é tanto mais ad eq uad o aos usos aos
quais se d e st ina na medida em que seus canais
me d u l a r es
são mais adequ ado s à
sec reção
do
fluido nervoso". (Apud a F O U C A U L T , 1987:
219-
220)
O
que
interessa
no moment o
nao
di ver sas teorias médica s e sim mostra r
havia
levavam
um
interesse
á
loucura,
é
que,
já
da me dicina em d e sc ob rir
utiliza ndo -se para
isso,
questionar-
essas
no século
XVIII,
os
a
cam in ho s
a v a l ia çã o
que
da
a11afcornia h u m a n a .
0
tr an sf er id o
dis cu rs o
para o Brasil,
an at omo pat oló gic as.
de
médico europeu,
fenômenos
da
náo investiu apen as
As in ve sti ga çõ es
lua,
dos séculos XVIII
nas
ligavam-se
à
con cl us õe s a respeito de como
e
XIX,
d e f i ni çõ es
a s so cia çõe s
utilizar
o
meclo 3 em s i t nações te rape u t icas „e tc* Além
das div er sa s teorias criadas para d e sv en da r- se
motivo s da al ie naç ão mental,
apa rec em
também
os
formas p u n it iv as
de
controle.
Pelos
séc ulo
XVIII
textos
uma
de Foucault,
clara,
nota-se que não
dif er en ci aç ão
entre
os
físicos e os med ica me nt os p s ic ol óg ic os ou morais.
existe,
no
m e d i c am en to s
Tal
"diferença
só
começa rá
a
exist ir
em
p r o f u n d i d ad e
no momen to em que o
medo
nao
for mais utilizado corno método de fixação
do
movimento,
mas
como
punição.;...
em
suma
quando
o século XIX, ao inventar os
famosos
"métodos morais" tiver in tr oduzido a
loucura
e
a
sua cura no jogo
da
cu lpabilidade.
A
d i s t i n ç ão
entre
o físico e o
moral
só
se
tornou
um
conceit o pr áti co na
med ici na
da
e sp i r i t o no m o me nt o em que a p r ob le má ti ca
da
loucura se des loc ou para uma interrogação
do
s ujeito
r espo nsá v e 1„.
0
espaç o
p urame nt e
moral,
en tã o definido, dá as m e di da s
exa ta s
dessa
interiori dade
ps i co lóg ic:a em
q ue
o
homem
modern o
procu ra
tanto
a
sua
profund id ad e,
quanto
sua
verdade.
A
terapêut í.ca
f ís ica
tende
a
tornar se,
na
pr im ei ra
metade
do século XIX,
a
cura
do
d e t er mi n i sm o inocente, e o tr at am en to
moral,
a liberdade falível". ( F O U C A U L T ,1987: 325),
O b s e r va - se
o
moral
melhor,
ao av al i a r - s e as
a pa ss age m do dis cu rs o
idéias de Esqui rol
segui r .
52
físico
d e sc ri tas
para
logo
a
Os p r ime iros t r a b a 1hos teó r icos sob re alie nação
no
Brasil
su rg ir a m em meados do século passado,
me n ta 1
sob a forma
Teses ap r e se nt ad a s ás Fa cul da de s de Med ici na do Rio de Janeir o
Bahia,
vi sa nd o a obt enç ão do grau de doutor,
m e r am en te
autores
acadêmico,
e st ra n ge ir o s
um exer cí cio
sem
escolar.
nenhuma a r t i c u l a ç ã o
méd ic a voltada para o Brasil
Cabe aqui
p o s su in do
uma
dois grandes centro s de pro dução de teses médica s a
da
loucura
abaixo,
em
prati ca
faculdades c o n s t it uía m
os
Bahia,
cunho
1 nspi ravarn~se
com
e
( M A C H A D O ,1978:382)-
ressaltar que essa duas
no século XIX.
um
de
As
teses da Escola
de
respeito
Med ic in a
es cl ar e c e m melhor o exposto:
- Ma r i nôrn i o de F re ita s Brito.
D isse r taçao
sobre
a
1 Ibertinagem.
1853..
J o a q u im T . F e r re 1r a _ 0
a l e i t a ment o ..
1855.
Fran cis co
de Freitas e
Albuquerque. A
mo noma n ia . 1858.
La di s la u
José
de
Ca rv al ho
e
Araújo
Influência do celibat o sobre a saúde do
h o m e m ..
Joaqui m Ca rv alh o de Andrade.. Som no, son fio,
somnambulIsrno e
hallucinações. 1873.
Ange lo de Souza
Santos.
Da p r o p hy la xia
i n d i v i d u a 1 e medid as
higiênicas. 1884.
Arthur Homem de Carvalho.
Al co o l i s m o
debai xo do ponto de vista da higiene. 1885..
José
Anton io
Duarte
da
Silva
Braga.
E le c t ro te ra p ia .. 188 5.
Theodoreto A. do Nascimento. Al co o l i s m o
e
embr L a g u e s . 1336.
Guari no A lo ys lo Fe rreira Freire. Qual é
o
papel que d e s e m p e n h o u
a. c i v i l i z a ç ão no
mo v i m e n to das m o lé st ias mentais. 1888.
Vi rg íl io Lopes de Mendonça. Do
hypnotismo
e seu valor
terapêutico. 1889.
Eduar do Vieira de Melo. Hys ter ia no homem.
1890.
- 1 Felipe
Nery
Gonçalvez.
A
degeneração
physica. 1891.
Af ra ni o Peixoto. Epile psi a e crime.. 1897.
A n to ni o
Fe rr eir a
Guimarães.
Deve
ser
r eg ul am en ta da a
p r os ti t u i ç ã o ? 1899.
- Adria no de Ara uj o J o r g e „^Álcoolismo e
a lie n a ç ã o me n ta l . 1900.
da
A
sobre
p r óp ria
a loucura,
a mb ig üid ad e em que surgi am as
ou seja a incapacidade de formular
v ol tad a para a realidade
a
medicina de pr omo ve r
d e s en vo lv er
Buscava
obter
assim
um
me dic as
uma
teoria
na ci o n al 4 e a necessidade que se impunha
um det er mi na do con tr ol e social,
que o alíenisrnc br as il e i r o se
para
teses
teorias
iniciasse com uma forte;
a respeito
da
moral
fez
com
inclinação
da
sociedade..
homog ene iz ar di ve rso s c o m p o rt am en to s sociai s
total con tro le sobre a sociedade,
inscrevendo
para
assim
a
loucura na c at eg ori a das co ndutas anormais.
0
grande;
inspirador dos
Esqui rol.,
médico francês
ali en is ta s
do
teóricos
ordens
m éd ic os
rec on hecido
século passado,
como
um
dos
con si de ra do como
"do ap ar ec im e nt o do co nc e i to de
de
b r as ile iro s
grandes
um
dos
loucura e das
fenômenos p sí qu ico s pr es ent es
no termo
foi.
marc os
di st int as
da
a l i en aç ão
m e n t a 1 " ( M A C H A D O ,1978:386).
S eg u n d o
fe nômeno
único
Esqui rol
a loucura
não deve ser
e sim ava li ada em sua
pensada
diversi.da.de,
po de nd o- se
c a r a c t e r i z a ~ la bas ic am en te como delíri o e como desrazao.
de srazão
seria
x nte 1 ígê nc Ia
m é d Ic o
este
a n iq u 11 a d a ,,
p ud e s s e
resgatar.
não
tr at ar- se
como
iria
a p e n a s abalada,
da
loucura,
d e s e m p e n h a r o s e u p a p e 1, n á o ha v e r i a
aus ênc ia de razão e
perturbada,
a
loucura como
sim
como
p er ce be -se que -e foi
formula r suas teoriaspo de- se ainda resgatá-la
tratamentos.
54
estan do
atravé s
uma.
nesse
a
de
Enq uan to
es tan do
po is não sob ra r Iarn f o rrnas pa r a
No en tan to se o bs er va -se
inteligência
Esqui rol
impossível
como
o
q ue
a
o
q ue
se
delírio,
e
determinada
campo
que;
in te ligência
div ersos
Além
disso,
de se nv o l v e n d o
os
estudos
no momento,,
sobre tud o corri os
criam a noção de delíri o parcial,
grupo
de
objetos permanecendo,
fun cionamento
normal,
alienistas,
sem
delír io
pequeno
de
mesma
a
inteligência
a pr ese nt ar prob le mas em
coex ís t ir a
já no caso da
loucura,
ou
que antes
e que,agora
que
nível
car act er ís ti ca
Esses
se-á a
portanto,
uma
na
fixava-se na inteligência
a
pai xã o
a v a l i a ç ão
de
idéia
det erminada
passa a ser ob servada em relação à paixão-
A tese pr oferida
das paixõe s é
de al ie na çã o mental
são
os
muito
natural
e
por Esqui rol
mais
A
básico
d e ix av a
importante
como
( M A C H A D O ,1978:388).
conce ito s
fu nda men tai s
pelos
loucura a uma de t e r m i n ad a moral social,
os
uma
as def in iç õe s propo sta s
deixo u assim de ser o referencial
o
se
um
de
que existe urn claro de sl oc a m e n t o da
para def in ir -s e a loucura.
ligar
e x e m p 1o ,
de possuir a predom inância de
loucura pois se se aceitar
nota-se
inteligência
c la ro
i nt e 1 igê ne ia
1 Ipemania a fixação é
Vê-se assim aimportância desses c o nc ei tos
por Esquirol,
a
(M A C I"!A D ü , 197 8:3 8 7 )..
t r Îs te e d e p r e s s i v a
do fe nômeno da
com
relação
número de objeto s com ex ci taç ão e p r e d o m in ân ci a
corn a dif er en ça
pessoa,
Esqui rol
urn delíri o c e nt ra li za do em um único objeto
p a i x ã o alegre e expansiva,
se
limitado a um objeto ou
e o s a s p e c t o s p a toi ó g ic o s . A rno no m an ía , p o r
constitui
de
e s tav am
trabalhos de
no entanto,
o u t ros e 1eme n t o s . 0 de 1 ír io pa rc. ia 1 fa z
no rm a 1
que
mé dic os al ien ist as a
imiscuirern-se
quais
capacitando,,
nos
div ers os
campos da mor al id ad e da sociedade.
Esqui rol ainda pro punha
em
a
uma cl as s i fi ca çã o das mo no ma ni as
três intanelas d is ti nta s e que var iav am e nt re a
af et i v i d a d e
e
o
instinto..
Em
relação
à
inteligência,
inteligência
caracter! zava-se
des o r d e m
por
uma
co n c e n tr a va -s e
p a c i e n t e se co mp ort ass e
diziam
lesão parcial
da
inteligência
em um único objeto
fazendo
um c o m p o r t a m e n t o
vida,
ap res e nt an d o a 11 e r a ç Ões em si tuaçÕes que
loucura
suas
são
matriz
normal
de sua doença.
nao passa va pela
idéias,
normais,
o seu
tipo de
um
e n v o 1viam
Em relação
a
0 di sc u r s o do
ao caráter,
da
Esqui rol
con si de ra va
dei xan do
claro
afetividade;
do
que
0 problema,
essa
nesse caso,
lesão como
e moral,
as
alienado
ou seja,
a
Esse é
0
doent e
era
o
caracterizava
da
instinto
por que a vontade,
afetividade*
era
mon om ani a
Inteligência pode ser per ve rt id a ou abolida;
intelectual
nem
o fator de te rm in an te do
a l ie na do
á sensibilidade; moral,
a
(MACHADO, 1978:390).
não ap re sen tav a al te raç ão
inteligência.
a 1g um
as paixões.
0 terceiro tipo de m o no ma nia era o que se
nem
sua
louco,
loucura que pode ser con si de ra do como moral.
Instinto que
não
a f et ivi dad e
todos esses e l e me nt os do
hábitos,
o
indivíduo
a de so rd em está a nível de comportamento,
que era born torna-se; mau
pelo
que
todos os momentos de
inteligência.
raciocínio,
ano ma li a diz respeito aos
o
em quase
ou seja,
tinha
da
com
normalmente em todos os as pectos que
r espeito ao núcleo -de^sua doença,
aspecto
cuja
a
vontade.
sem
delírio,
pe ns am en to
e
que;
"...
se o mesmo
ou
da
se
a
aco nt ec e
este c o m pl em en to do se;r
na o seria per ve rt id a ou anulada?"
(Apud
a
que
o
M A C H A D O ,19 78:391)„
Ainda.,
autor
que
an al i s a n d o este último tipo,
saliente-se;
c o ns id er av a esta. mo no man ia como aquela capaz de
um
indivíduo
sociabilidade,
conduzida,
per des se
agin do apen as por
por e>emplo,
por
com ple to
instinto.
as
fazer
com
noções
de
Tal pessoa po d e r ia ser
a cometer assassinatos,
a realizar
atos
c on t r a
o
acordo de sua
estari a
sua
ligado ao
liberdade
Inteligência.
Instinto,
moral,
esse
i n c o n t r o l á v e l , pr iv an do o
ou seja.,
loucura,,
Sendo assim
se a
poderia
homem
própria vontade;
rea lizar-se
impulso
atos
de
pode
ser
que
riâo
al ter ada
pela
po ss u í s s e m
uma lógica e uma raciona lid ade es pe rad as em um
pessoa
normal.
Aqui,
loucura
novamente.,
que,
em seu
há
Início,
a l t er aç ão da inteligência.,
dos
i nd iv í d i j o s
outro
pr im ei ro
no
tornava-se,
Brasil,,
final
a
al i e n a ç ã o
Me d ie in a$ do
autor
fator
irremediavelmente,
humana
podia
estudo
ainda
teórico a respeito
segun do
R o be rt o
m e n t a l ",, tese
Machado,
a p r e s e n t a da
fez
p s i q u i a t ri a
seria
"Consideraçoes
em 183 7 e que,
é um estudo que se
da
à
F a cu ld ade
co nf or me
o
o
ger ais
da
p r ópr mo
se gu i n do as o r i en ta çõ es de
Esqut r o l .
0 Dr.
de
ter co n s c i ê n c i a de si.
Rio de Janeiro,
informa,
e
aqu il o que a pessoa
tra ba lh o de Anton lo Luis da Silva Peixoto,
so br e
um
de;
para agora fixar-se; nos co mp or t a m e n t o s
c o n t e r em si sem,, ao menos,
c-scrito
con cei to
identi fic ava -se como
lado da consciência,
0
do
.
Assim,, a loucura
o
um d e s l o ca me nt o
Silva Peixoto define a a l i en aç ão mental
"moléstia
a p í rí tí ca
do
cérebro,
o r d I na ri a me nt e
de
longa
duração,
com
pe rt u r b a ç ã o
co nt ínu a
ou
int ermitente
das
fa c u 1dades
Inteleotua is e af et iva s , a 1g uma s
vezes parcial, com ou sem lesáo das s e n sa çõ es
e
dos movimentos, e sem d e s or de ns
p r o fu nd as
e du rá ve is das funções orgânicas". EE define,
a Inda ,
roania
como
"delírio
gera 1
com
como
agitação, ira sci bi li dad e e furor;
monomania,
delírio parcial, com abatimento, moros id ade e
inclinação
à d e s e s p e ra çã o
demência,
o b 11 teraçao
a c 1de n t a I
das
fac u 1dades
i nte lec:t ua is
id io t is m o , ob 1 ite ração o u
d e b i l i da de co ngenital da inteligência"
(Apud
a M A C H A D O , 19 78:3*2-393 ) „
H o ta- s e
Esqui rol,
um a
g r a rid e
principalmente
Inteligência
loucura.
A
um dos
no
s e m e 1 ha nç a
que
c o rn
tange
á
fatores p r e p o n d e r an te s paira a
a n ál is e da in tel igência
no indivíduo
do
inteligên cia
d e s v 1o s
de
parai
depois
cheg ar -se ao
foi
um
p ro p u n ha
des vi o
rnoral
q ue
campo
físico como,
da
algumas
iria continuar,
Costa Fi gu e i r e d o com sua tese:
general idades
a
e
aos
d e v e r i.a
tanto
respeito da
dez anos mais
no
0 Dr.
"Breve
a l i en aç ão
tarde,
A g o s t i n h o José
est ud o
sobre
mental",
também apr es en ta da à Facu ld ad e de Me di ci na do Rio de Janeiro,
1 3 4 7, d iz
na
no ca mp o da moral.
o di sc u r s o moral, iniciado por Silva Peixoto.
Inácio
o
par ti a-s e
urna in te rv enç ão sobre o al ie na do e que se fizesse
Um outro a l i eni st a
a
da
apenas
haver
e sobretudo,
ser
avali açã o
di scurso
c o nd u t.a - S i1v a P e Ix o to a i n d a
de
ou seja,
ponto de vista que o al ie na do p o ss uí a
de
te o r 1a s
q u est ão
ponto de partida das di versas teori as médicas»
sempre
as
o s e g u i nt e :
"Não há e n f e r m i da de alguma que tanta
relação
tenha
com a filosofia moral e a história
do
entendim ent o,
como a de que nos ocupamos,
e
menos
ainda, alguma, sobre quem
pesem
tantos
p r e j u í z o s e erros, no e n ta nt o que ela só
tem
sido
c o ns id e r ad a como uma lesão o r g â n i c a
do
cérebro,
de sp re za nd o- se
assim
todas
as
c o ns id er aç õe s
filosóficas e mor ai s
que
lhe
di zem
respeito" e que "... 0
ex er cíc io
das
fa c u 1d a d e s 1n te 1 e c:1 1.1a is e a f e 11 v a s
a p r e s e nt a
58
tese
em
em cada indivíduo graus infinitos de força ou
de
fraqueza, de harmonia ou desarmonia,
que
até ce rto ponto p e rma ne cem no estado normal e
or d i n á r i o da e x is tê nc ia intelectual e
moral,
ou
constituem
as
di ve r s a s
varied ad es
de
a l i e n a ç ão
mental, sem que nos seja fácil
em
muitos casos d et er mi na r onde acaba o normal e
o sadio para começar o anormal e o doentio" e
ainda
na "alienação mental po de m - s e
admitir
três graus, um pr im e i r o a que Pinei
denomina
rna n ia
r a c io c i n a n te , n a
q uai
o
i nd i v íd u o
raciocina bem, con versa e escreve, mas por um
co nt ras te
sin gular qu e br a e rasga a cama,
a
roupa
e
tudo
o
que
encontra,
procur an do
sempre uma razão plausível para justificar
a
sua con duta"
(Apud a M A C H A D O ,1978:396-397)„
Chega-se,
referi a-s e
em seus
assim,
aos mes mo s p a t am ar es a
trabalhos,
ou seja,
que
à d e f in iç ão
Esquirol.
da
loucura
como um objeto p r i v i l e g i a d o do estu do da moral dos co m p o rt am en to s
de
um de t er mi nad o
normalidade,
intelectuais
local.. D ef in em -se e p r e s c r ev em -s e
c o n f i r ma n do -s e
,cintes propostos,
o
de sp re st ig io
padrõe s
dos
de
fatores
des lo ca nd o esses p r e s s u p os to s para
o do mín io da condut a do indivíduo que seria esquadri nhada em prol
do
"bem" p ú b 1 ic o ..
Na pro duç ão baiana
referidos
anteriormente..
"Dissertação
sobre
há uma
óbvia
Por exemplo,
o tr ata men to das
ligação com
Luis Ca rn e i ro
m o lé st ias
a p r es en ta da à Fa cu ld ad e de Med icina da Bahia,
a definição de rnonomania corno delíri o parcial,
da
mentais",
em 1858,
Rocha.,
tese
ad mi tin do
diz o seguinte:
"o que a di st ing ue
é não só a pouca ext ens ão
do delírio, mas ainda a a lucidez, a
clareza
das Idéias, é o ex er cíc io em ap ar ênc ia normal
das funções intelectuais" e que
"observandose o m o n o m a n i a c o , muit as vezes não
de no ta mo s
cousa,
alguma que nos mostre a lesão
parcial
de
sua inteligência. A rnonomania enfim
é
o
verda d e iro
tipo de 1o uo u r a , é
nes t e
estado
59
os estudos
que a mo lé s t i a se afasta de todos os
estados
pa t o l ó g ic os
conhecidos:
a
monomania
é
a
reunião bizarra do delír io e da razão"
(Apud
a M A C H A D O , 1978:4 00)_
Em
de Freit as Albuquerque,
das mo l é s t i a s mentais",
da Bahia,
Rocha,
em 1858,
na
parcial,
uma idéia
"Monomania:
tratamento
tese ap r e s e n t ad a à Facu ld ade de
vê-se
o
c o mp lem ent o
medida, em que este
das
idéias de
pro põ e a m o n om an ia
se gu in do as ori en ta çõ es de Esqui rol,
como
Med ic in a
Ca rn ei ro
delírio
com o pr ed o m í n i o de
Fixa de um se nt i m e n t o ou de uma paixão e continua
" .
A
p e r ve rs ão
das
inclinações,
das
a fe iç õ e s
e s e n t.im e n t o s d o m o no m a n i a c o
a ca b a
por arrastar á de so rd em da inteligência,
mas
e la
p o cáe e x Is t ir s e rn urna
p e r t u rb a ç ã o
de sta
última f a c u l d a d e " e que, m i s t u r a n d o já aqui o
pensa me nto de Pinei e Esq u i r o 1, ex i stem
duas
ca t e g o r i a s
nessa
moléstia:
a
mono ma nia
raciocina nte
e a instintiva sendo que
nesta
última
"não há delírio nem motivo, mas
puro
ato de v o nt ad e sem s u bm is são a nenhuma regra,
justa
ou
ilusória,
de
r a z ã o .. Assim
na
mo n o m a n i a
homicida
instintiva
os
doentes
ma ta m
sem
motivos,
sem
paixão,
por
uma
tendência inexplicável, invencível;
en qu a n t o
que
na
ra ci ocinante
eles
comet em
o
as s a s s i n a t o
com premeditaçao, sentem todo
o
h o rror
que 1hes ínspira a ídéía
d e 1 irante;
há
uma ve rd a d e i r a luta em seu espírito,
mas
sua
v o nt ad e
é
vencida,
e
são
fI na 1m e nte
levados
a
executá -l o"
(Apud
a
M A C H A D O ,19 78:401).
Fica
m é d ic a s
a Idéia de s u b mi ss ão das
t e o r 5as
q u e s u r g Ia m no Eir a s 11 a o (5e ns a m en to m é d ic o e u ro p e u e
pa rt i c u l a r às
Fica
F r ei ta s
assim deli ne ad a
idéias de Esqui rol e, em parte,
ciar o,
Albuquerque,
d e t e c t a ç ã o da
tambem,
a
loucura do campo
as de Pinei
atrav és do di sc u r s o d e f en di do
ex is t ê n c i a
de
intelectual
um
d e sl oc am en to
por
da
para o morai] . Da mesrna
forma como se a d mi tiu an te r i or me nt e ser a loucura
60
em
Instintiva,
uma
das
formas
en co nt rad as para as s oc ia r- se a
c om po rt amentos,
fenômeno
p er ce b e - s e
correlato,
que
loucura
o que; ocor re
utilizando-se,
no
a
div er so s
Brasil
inclusive,
é
um
nomen cla tur a
semelhante.
Em co ns e q ü ê nc ia
a
cr io u-s e
in ternação dos ex tr a t o s
to r n o u - s e
atenta
pois
insediosa,
dos
como
mistu ra do
vida
o grande! motivo para
impares da sociedade,
inexpugnável,
m éd ic os alienistas.
obser va
no Brasil
Freita s de
pois
a nao ser atrav és
A loucura t o r no u- se
Albuquerque,
o
loucura
da
um
lente
perigo,
louco aparecia
ã p op ula çã o de tal forma, que era possível
inteira sem
a
levar-se
uma
detectá-lo:
"Os
m o n o m a n i a c o s passam anos e muitas
vezes
m o r re im, s e m q ue s e t e n h a a o m e no s
s us p e it a d o
a ex istência de um tal desarranjo; ou
passam
ge ra lme nt e por homens irritáveis e
se ns íve is
em
e x c e s s o , or ig i na i s e s i ng u 1a r e s " (Ap ud
a
M A C H A D O ,1978:402).
"0 pr im ei ro pr oblema que surge é pois o do
o do difícil
rec on he ci me nt o da al ie naç ão mental em meio a gama de
comportamentos
civilizada,
do
que a sociedade,
possibilita.
d e s e n v o l vi m e nt o
condu ta
como
seu
em
A me di cin a mental,
de
a
ent re
hábitos,
te ndê nci as
da
individualidades,
inc linações do
polít ica s
p ro du to
no rm alidade
em seu c i rcu lo de amizades,
suas
so ciedade
ela própr ia
instaura
com pa ra çã o
do caráter,
meio familiar,
pro fissional,
e mais p r e c i s a m e n t e a
c i v i 1 izatório,
cr it é r i o
a n ál is e diferencial
em
diagnóstico,
em
e
indivíduo
sua
vida
convicções
religiosas".
"Reconheci.manto do fexeer.so e co nh ec im en to da norma
c o íb e
o excesso,
s ã o d ua s t a re f a s a q u e s «3 p r o p õ e a rne d ic i n a
61
que
no
registro
de
indivíduo
com
um
seu saber,
dois as pe ct os de uma
rnoral e a moralidade; social»
Re; flexão que
dis curso abr an g en t e -historíco,
sobre;
o
s i g n i fi ca d o
da obra
reflexão
pol íti co
c l v í l i z a t ó r ia
sobre
se
e
o
conclui
filosófico-
empr een did a
pelas
m o d e r n a s s o c ie d a d e s " (M A C H A D 0,1978; 411) 0
co nst it ui u
dis se ca r
alienisino
apenas
no
Brasil
e
na
num di sc urs o m e ra me nte
uma de te rmi nad a área do saber.
ferramenta
de
Bahia,
intervenção social
então,,
não
ideológico com
Con stituiu-se,
com a qual
fins
sim,
e s pe rav a-s e
o controle e con duz ir à ho mo gen eiz açã o e â disciplina,
se
a
numa
manter
todos
os
indivíduos con sid er ad os como de sv ia nt es ou com algum el em e n to que
pudesse; ser con si de ra do como desvio.
paz
social
co nse gui da atravé s da via
d i s c u r s o médico
1.1m a
Buscava-se; assim um ideal de;
não atingia apenas
da
discip li na riz aç ao»
uma det er mi na da
d e te rm In a d a p o ! í t i c a m é d Ic a , e 1e
das
le gislação
ou
o
in s id ia d Ir e t a m e n t e sobre
c orp o das pessoas sobre o corpo da sociedade,
imaginário
0
ele se.- imiscui a
no
in tro jet as sem
os
pessoa s fazend o com que estas
c o n c ei to s sobre o a l l e n i s mo e que o reprod uz is se m de;ntro do
melo
O C Ía l «
Nesse sentido,
1874,
na Bahia,
pr ópr ia
real
q ue
no A.P.Eí.B., eram
Os motivos e l en ca dos
pela
eram
tão
, geralmente,
para os
0 que se percebe,
i n t e r n a m e n t o s . Uma mae pede o
que a moça é uma pessoa
Outr os
internação,
registrados
at r a v é s
de chefes de polícia e, da mesma
no
forma,
mesmo
não
e
a
um
internamento
no entanto,
de
de ie s ,
no entanto,
da filha atestando,
p e di do s
da tad os de
feitos
to r na ~ se imposs íve l resgata r , a. pa r 1.1 r
ano malia do internado.
reclamo moral
pedido s de> internação,
hoje; enc on tr ad os
família.
gené r icos
alguns
decente»
ano,
vêm
a pr es en ta m
cl ar a m e n t e
os
esperar,
pelo
motivos»
En co nt ra m- se
também,
e como
referências a i nter namentos de escravos,
poder
policial
ou
pelo
própr ío
era
de
se
requeridas
01.1
dono
(APE6..Seção
C o 1o n ia 1„Maço 7148).
Vê-se
conservar
o
nesta documentação,
um forte apelo no senti do
se uma d e t e r m i n a d a moral social
chefe de polícia, o dono de escravo,
etc,
s en do a
e não
solic it ar a internação,
um
família,
médico
uma
junta médica,
cada
um o fazia de* aco rd o com a sua co n s c i ê n c i a e as suas
a
a
pois,
é a loucura.
isso si gn ifi ca
que
Ideais
do
que
aqui
que
o
deferimento
de
um pedido de internação cabia ge ra l m e n t e
não
a
No entanto,
houve
Casa,
responsável
uma clara mudan ça
al ie nis ta a partir da
Instalação
p e r c or re r
do discur so médico.
ano
de
com eç av a
o ca min ho
1340,
a
hosp i t a I s ,
se
1 ixo
na
do Asilo São João de Deus.
etc.
de 1850,
uma
a
Mas,
medicina
as
Se
se
jornada
também,
pre oc up aç ão
no
bai an a
que stõ es
alguns as pe c to s das at it ud es da po p u l aç ão em
s e x u a l i d a d e e cios ex ce s so s com o álcool,
a existi r
Iniciando a
naquele momento,
ac um u 1ado
década
pelo asilo.
no dis cu rs o médico
pr eo cup ar rnaís ser ia me nt e com
do
principalmente
regular
ver -se -á que,
lernbrar
ou
respeito
me di c i n a mas ao provedo r da Santa
Deve-s e
de
dos
no t a -se
médica
relação
o fumo ou jogo.
um dis cur so mor al iz an te por parte da medicina.
em
à
Co meçava
Assim,
a
ci ên c i a médica co nt inu ari a a ser m o r a l í z a d o r a até aproximadamente!
o final da déc ada de 70,
loucura,
Medicas”
quando a pr od u ç ã o de textos em relação a
espoei f Icarnente aum ent ou muito.
sobre
esse assunto até 1870,
teíse de; Jo aq ui m Ca rdo so de Andrade;:
Se eram
raras as
a par ti r de 1878,
"Somno,
sonho,
"Theses
com
a
somnarnbul is mo
e
h a l l u c i n a ç õ e s ",
pro du çã o
loucura,
p re ci so
duran te
homogênea.
o
três
essas
duas
seguintes,
décadas,
Em um pr ime iro momento,
di scu rso da
houve
não
ocorr eu
uma
loucura é uma extensão,
pura e
na Bahia sobre o higienismo.
crime»
a n a t o m o p a t o 1ógica da
Nesse
ideológico.
dos
di sc urs o se
mais paradoxal
por exemplo,
dos
É a part ir
numa
pr ojetar
torna
mais
que possa
"Theses" como:
alienados", "Considerações
e tnopatogenia
da.
p redominânci a
d ep s ic o s e
puerperio",
e depois disto,
o
por
Aparecem,,
intestinal
simples,
de
o
tendência
desvios.,
uma
visão
1oucura.
momento,
concornitantemente,
forma
co nstatar
ap roximar a loucura aos seus
à d e s o r d e m etc),
a
"Epilepsia e c r i m e " 6 que
dos a l i e n i s t as mudará de rumo buscando,
que se verifica até 1915,
sobre
de
p o de -s e c la ra me nt e
com a tese de Afranio Peixoto,
trabalho
(ao
dé cad as
ressaltar que o au men to dos estud os
es tu d o s já realizados
1897,
nas
intensa de textos vol tados ao al ienisrno na Bahia.
É
que
e
história", "Melancolia:
m a n ía c o
parecer,
e,
mais
"A He lm en t hi as e
em
tipo
d e p r e s s iva",
"Espiritismo e loucura",
técnico
"0 trabalho na
torno
da
clínico
da
”P s ic o s e
do
ter ap êu ti ca
d a s d o e n ç as me n ta i s " , e o u t ro s .
Con st at a- se que o d e s e n v o l v i m e n t o do di sc u r so rnédico
Bahia,
e em especial
isolada do con tex to
higien ism o
carioca,
s e g r e g a ç ã o social
na cidade de Salvador,
nacional,
por
Observe-se,
d a vacina",
relatado
que
exemplo,
teve
por exemplo,
fundamental
atuação
o fenômeno c h ama do
por Nicolau Sev cen ko
preocupa,
no
forma
que vivia o a d ven to da República.
e na exc lusão dos ex tr a t os mais baixos
sociedade,.
0
nao se deu de
entanto,
64
é
na
0
na
daquela
"Revolta
( S E V C E N K O ,1984)
deixar claro
que
a
c o n s t it ui ç ão de um espaço
republicano
reforçou o di sc ur so
méd ico
higienista
na medida em que a la icização da soci ed ad e
enc ontro às
teorias bu rg ues as de urn Esta do que se queria
liberal..
Esse
amb ie nt e
Casa
novo
Mi se ri c ór d ia
previa
-■Estado •• pois,
o v elh o
pr ópr ia ad ministração,
Como
,
loucura,
mel ho r
da
a t e nd en do
a
já não atendia,
por causa de sua
os anseios d i s c i p li na re s da cidade.
imbuídos pelo
Pre s i d e n t e s
para
co nt e ú d o de suas
teses a
respeito
do poder p ú bl ic o alguma atenção,
urn
d i s cu rs os
dos
alien ado s da cidade.
Os
de Pr o v í n c i a
d e mo ns tr av am o claro
interesse,
seu
e
em a m pa ra r e me d i c a i i za r os alienados.
Pode-se e s t a b e l e c e r
psiquiatria,
da
e
os
da população,
no
desenvolvimento
Brasil
do
urna cronologia,
dos fatos
e na Bahia para es cl ar ec er
pe nsa m en to
méd ic o e o papel
um
do
ligados
a
pouco
o
Estad o
no
criaç ão
do
:
o
Imperador D.
pri meiro
em
Santa
já foi. s ali en ta do anter i o r m e n t e , não eram apenas os
cuidado,
1841:
da
de
que demo ns tr a a ligação - Igreja
hospital
que so l i c i t a v a m
processo
a f a s t a m e nt o
da direçã o do Asilo São João de Deus,
inúmeros pedidos médicos»
médicos
o
vinha
hospital
1852,
no
Rio
Pedro
II assina o Decre to
p s i qu iá t r i co do
de Janeiro,
país,
de
que veio a ser
sob a direção
da
Santa
inaugur ado
Casa
de
Misericórdia;
1 8 5 2 : cr ia çã o dos pr i m e i r o s hospitais ps iq u i á t r i c os do Brasil,
D.Pedro
li,
no Rio
primei ra Lei
d oe ntes menta I s .
o
de J a ne ir o e o de São Paulo.
B r a s i l e i r a que
regula men tou a As s is tê nc ia
aos
1 8 7 4 : é cri ado o Asilo São João de Deus na Bahia;
1 8 9 0 : o hospício D. P edr o
II passa a ch a m a r - s e Hospital
Nacional
de Alien ado s e é s e p a r a d o da a d m i n i st ra çã o da Santa Casa;
1899:
o
govern o
or ça me nt ár ia s
degradar-se
à
impõe
d r á st ic as
p s i q u i á tr ic a que
reduções
começa
então
a
( C O S T A ,,1980: 22 ) ;
Hospital
requerido pelo Gover no Federal,
Nacional
loucos,
onde
qua lqu er
fis caiizaçao
é si mp le s me nt e
uma
casa
não há tra ta me nt o conveniente,
Rodr igu es
nomeia
Sales
a s s i s tê nc i a
1 9 0 2 : um inquérito,
o
Cam pos
Juliano
Alves
nem
co nstata
de
de te nçã o
di sci pli na
que
de
nem
( C O S T A , 1 9 3 0 : 2 2 J;
reformula a
Mo re ir a
como
as si st ênc ia
novo
psi qu iá tr ic a
diretor
do
e
Hospital
(COST A,1980:22);
1903:
é
pr omu lga da a pri meira
lei federal
de
a s s is tê nc ia
aos
alienados;
1 9 0 5 : surgem os Arq ui vo s Bra si le ir os de Psiquiatria,
Neu ro lo gi a e
Ciê nci as afim;
1907:
surge s So ci eda de Brasileira
de Psiquiatria,
Neu ro lo gi a
e
Med ic:1na Lega l ;
1 9 1 2 - 1 9 2 0 : há urn gran de aument o de ins tituições p s iq ui át ri ca s
ern
vários E s t a d o s ;
1 9 1 7 : Cr iaç ão da pri me ir a Liga EugEnic a da Améric a do Sul.
1 9 2 3 : Cr ia çã o da. Liga. Brasileira, de Higien e Mental..
Ap ro va ça o do dec reto-lei
1 9 3 0 /4 0 :
.
surge m na Europa e nos E.Ü.A.. , a idéia
c om un itá ria
1934:
5.14 8-A.
de
psi qui atr ia
e de com un id ad e terapêutica;
o De cre to
numero 24.5 59 de 3 de julho promulga,
66
a.
segunda
lei
a
federal d e - a s s i s t ên ci a aos d o en te s mentais,
"proph ylaxia mental,
que dispõe
a ass is tê nc ia e a pro te çã o á
sobre
pesso a
dos
psicop a tas e a fisca liz aç ão dos ser viç os p s y c h i a t r i c o s ";
1941:
com
a
reforma
reorgani za-se
o
do
Mi ni st ér io
D e p t o .. Nacional
da
de Saúde e
Edu caç ão
e
Saúde,
cria-s e
o
Serviço
Nac io na 1 de Doe riças Me n ta i s :
1 9 5 5 : médic os do Hospital Julian o Moreir a ela bo ra m um estudo
resultará
Leal
e
na
cr ia çã o dos Am bu la tó ri os de Higien e
Osvaldo Camargo,
Lopes Rodrigues,
em Feira de Santana
V i tó r ia da Conqui s ta
1960:
e
dos
Ho sp ita is
Mario
Colônia
(1962) e Afrãni o Peixoto,
na América Latina e
s o b re o s n o v os t ratam e n t o s p s iq u iá t r ic o % . N o B r a s i 1
instalada
urna exp er iê nc ia
às pr op ost as de
s e rá
Psi qu ia tr ia
no dis cu rs o oficial;
Essa cro no lo gi a é importante
referencial
no
nesse sentid o em Porto Alegre-RS;
incentivo do Esta do da Bahia,
Comunitária,
em
(1966);
A 0..M..S., pr om ov e vários sem in ár io s
E.:ir a s i 1
1971:
em Salvador,
Mental
que
na medida em que
oferec e o
da história da ps iq uia tri a brasileira:, atravé s da qual
se pode estuda r a c o n s t it ui çã o de uma outra
instituição
ligada
psiquiatria,
a Liga Bra si le ir a de Higien e Mental
~ LBHM„ A
forneceu
material
c o m pr ee ns ão
um
teórico
importante para a
a
Liga
do
ali e n ismo b ras ile i r o ..
A LBHM
as si st ên ci a
profissionais
foi
aos
da
fundada ern 1923 com o obj eti vo de mel hor ar
do ent es
área,
me nta is
bem
como
atravé s
a
da
mel hor ia
mel hor ia
das
a
dos
condições
I
hospitalares.
Desde a se p a r a ç ão dos
hospitais ps iq ui á t r i c o s das Santas
67
Casas de Misericórdia,,
a
pa ss an do pela col oc aç ão de Julian o Moreira
frente
da
di reç ão
da
p s i qu ia tr ia
brasileira,
nacionais
se
pr op us er am a romper o vincu lo que os
os
médico s
ligava,
tão
1
est reitamente,
ao
al ie nis mo
francês
e
criar
teórico mais ad eq ua d o e coe ren te para o país.
LBHM
nada
mais
um
referencial,
Assim,
a criaçã o da
foi que o reflexa dessa polític a
no
campo
da
prat.i ca médica brasi leira.
Alé m
p % iq u ia t ra s
ost ent ar
Eles se co n c eb ia m
c iê nc ia s ,
ob je tiv os
filantrópicos,,
d a L ig a a c re d it a v a m n o m i t o d a c iê n e ia
universal.
isso
de
po rtanto
mesmo
e sq ue c e r a m
d e te r m i n a d a
c 1 as se
p s iq u iá t.r ic a
habitantes do hermético
im p e rm eá ve i s à s i n í 1 uênc ias
que
eram
cu1
indivíduos
s o c ia 1 , c o m o p i n i ó e s e
"os
1
reino
das
ur a i s .
Po r
pertencentes
v a 1 o re s
a
f:>r•ó p r i o s
a
deterrn inado per iodo h i s t ó r i c o " ( C O S T A ,1980:15 ).
Esse
higiene mental
de
uma
eles,
preconceito
ba se a do s
na noção de
p s iq ui a t ri a com
a eugeni a era
levou-os
ideais
p r o gr am as
"prevenção eugenica".,
um co nceito
científico, logo
restava
sexual
desaparecimento
a
s o l i ci ta r
da
indivíduos
m i s ci g e n a çã o
p ro i.b iç a o d a
a
dos
racial
de
nascida
Para
inquestionável.
impor aos br a s i l e i ro s as
doentes,
entre
Im i g ra ç a o -de i n d iv íd u o s
instalação
de
nazismo.
dessa p s i q u i a t r i a . "Os psi qu ia tr as passarsim a
e s te ri la za çã o
e x ig i r
el ab or ar
se m e l h a n te s ao do
Urna vez aceito esse pressuposto,
re ceitas
a
tribunétis de
a
pedir
pr eg a r
o
brasileiros,
não
br a.n c o s ,
eugenia
a
a
a
etc"
(C OS T A , 1980:16).
A Liga ba se av a- se em fundamentos
a cr ed it a v a - s e
que
se
a
doença
mental
"racionais" pelos quais
era
t r a n s mi ti da
pelo
p r o c e s s o da h e r e d i t a r i e d a d e , então a única forma de se promover
68
a
p rof ilax ia das doe nças mon ta is no te r r i to r io b ras I l e i r o , se ria
a
pr ev en ção
a
do
ex te r m i n i o
ap a r e c i m e n t o
ge né t i c o
da raça dos degenerados»
ap res en ta da s se se notar,
de 1923,
ex ame pré,
nupcial
A
que
foi
as
obrig ató rio " de
p r om ov en do
João P.
1928
de Souza
10 de
, "Sífilis e
a
(cf .. U Z E D A ,,s / d :38) ..
no Congr ess o Nacional
janeiro de 1927,
aqui
"Da Eugen ia e
Liga po ssu ia de te rmi nad o poder pol íti co
de
idéias
"Theses" de dois alun os
e Luiz Fab ricio de Oliveira,
apr ov ad o
5.. 148-A,
doença
C o nf irm a-s e as
por exemplo,
da Fa cu lda de de Med ic in a da Bahia,
eugenia",
da
o
? o qual
na medid a
decreto-lei
suprimia a
em
número
exigê nci a
de d e t e r mi na da s
f o r m a 1 i d a d e s , como guia de qu al if ic aç ão
policial
ou
de
para
port ari as
internação
de
exclusivamente
au to rid ade s
qua lq ue r
a
cargo
públicas,
pac ie nt e
dos médicos
necessárias
psiquiátrico,
a
dc-signação
a
ficand o
da
loucura
( C U N H A ,1986:171).
"A
nova
importantes,
p r át ic as
curto
que
para
degenerados,
i ntrod u z i a
eg i s 1 ação
ate nd i am as nec essidades
médicas.
espa ço de
treinadas
1
ai nda
de
Cr ia va- se a figura - pouco
i novaçôes
a t u al iz aç ão
utilizada,
tempo - das vis it ad or as psi quiátricas,
as
tarefas
dos
desequil ibr ado s,
ava nça da do psiq uia tra "
esquadri nharnento
etc.,
loucos,
linha
(C UN HA :1986,171).
o
dep ut ad o
era membro da Liga. Brasile ira de Higiene Mental.
A na li s a n d o
co m p l e x i d a d e
por
mul he re s
como
R e s sa lt e- se que o autor do referido decreto,
rtfrânio Peixoto,
e
de;
funciona ndo
das
o
do problema,
f o r mu la çõ es da L 6 HM.
que
foi
ex pos to
dá
para
es pe ci alm ent e o con teú do
notar
racista
A noção de pr ev enç ão a p r es en ta da pela
a
das
Liga,
pro pun ha
tarde
as
realmente
foi
uma pratica
den om in ad o de
nazismo,
teori a s de Lo mbr os o que,
nâo
havia
que as se me lh ar -s e- ia
p r i n ci pa lm en te se se
porque,
as teorias m édi ca s a p r e s e nt av am -s e de tal
vezes,,
nem
de t e r mi na da
o
doente
ou
o
medi co
doença mental, ficando assim
de ve r ia passar
"É
pelo pr oc e s s o de
"limpeza
este o e xem pl o que a Liga
mais
obs ervar
ainda na data da fun daç ão
sido e x c lu íd as do pen sa me nt o medico,.
mesmo
ao que
da
Liga,,
Com plexa
ainda
forma que,
podiam
por
reconhecer
impossível
saber
quero
racial" ou nao.
nos deu.
0 que
falt ou
aos
p s i qu ia t r a s da Liga não foi uma c o m p r e en sã o corret a do que era
ciência.
Fa lt ou -l h e s , i s t o sim,
e s ta va ausente era a di men sã o
A
necess idade
fundamental
a refer ên ci a cultural.
mais
nada
interesses
dos psi qu ia tr as era a de
d eg ra da va - se
oc io s i d a d e
moral
e
não concordavam.
menos que a ad ap ta çã o
privados.
da
da
so ci alm ent e
mi sc ig en aç ão
por
racial
modificar
A pr e v e n ç ã o
psi qu ia tr ia
Os psi qu ia tr as acr ed it av am
e
que neles
histórica da cultura em que viviam.
re alidade br asi lei ra com a qual
nada
0
causa
do
povo
que
dos
a
o
e eficaz para sanear a situação",
qu al qu er
que,
e
a
co er ênc ia
diz COSTA
científica,
assim,
vícios,
exemplo,
o alcoolismo,
a qual,
to rn ou- se
atr ibu to
pouco
rápido
importava
pois
se
se
tomar
como
méd ico
ou então a sífili s
do p at r im on io gen éti co dos negros,
em
real id ade
que foi c o n s i d e r a d o pelo di sc urs o
ma is dis se mi na da entre estes,
A
(1980:18).
se observa,
co mo cau sador da pobrez a e da decadência,,
da
brasileiro.
os pró pr io s a li en i s t a s faziam com que c o i n c i d i s s e m
proposta,
foi
seus
teoria j u s t i f i c ar i a a idéia de p r e v e n ç ã o na med id a
teoria
a
Brasil
p re ven ção eug enica apa re ce u- lh es como um instrumento mais
A
a
que
por
ser
ou ainda a m i s c i g e n a ç ã o racial
que
70
tornar a” se a causa da d e s o r g a n iz aç ão pol ítica e social
por
ser
o
Brasil
con st it ui do
de
urna
po pu laç ão
ddo
país,
m i s ci ge na da
( CO S T A , 1980:18).
"A pr ev enç ão eugènic a d e s t i n a v a - s e a criar
b r a s i le i r o
indivíduo
qualquer.
s a d io .
Mas e s t e
A
ind iv id uo
Ele deveria ser branco,
oliauvin i sta e an ti liberal"
puritano,
$
me n ta 1 me n t e
ps iq ui a tr ie
precisava,
urn
(COSTA:
individuo
na o
racista,
e ra
xenofobo,
1980,18).
a qu al q u e r custo,
dominar
lo uc u ra q ue res is ti a a norrnali d a d e . As pvá ti cas eu gé nle as
co nt r i b u i r
Mental
para
iria,
essa
até
lufca. Assim a Liga Bras ilemra
meados
deste
século,
uro
de
de s e n v o l ve r
a
v ie ram
Higiene
mais
urn
e
o
ca p í t u l o da história da psiq uia tri a brasileira.
Também
se
vê,
nesse
período,
d e s e n v o l v i m e n t o de urna série de novas
utiliz aça o em psiquiatria,
a
cr iaç ão
técnicas b io ló gi ca s para
a
as quais tem os seus pr in ci pa is mar co s
ern:
1 9 1 7 - Wag ner J au reg g
introduz a m a l a r ío te ra pi a
no tratamento da
Pa r a l i s ia Geral Pro gr es si va - P.G.P.
1 9 2 1 - Kr et s c hm er d es en v o l v e uma tipologia co nstitucional;
1 9 2 2 - Klaesi
introduz
a
so n o t e r a pi a
no
tra ta me nt o
da
I
e s q u i z o f r e n i a r,
1 9 2 9 - Berger apl ica a elet ro en ce fa l o g r a f i a ;
i ns u Li n ico
$
1935-
Sa. ke 1 ap 1ica o c hoq ue
1937
Med un a apl ica o cho qu e c a rd i a z ó l ic o * ;
-
;
1 9 3 8 - Cerlet tÍ ~B in i ap li ca o e 1e t roehoque
;
* Todas estas são terapias convulsivas.
Seguramente,
ve ri f i ca -s e
71
urn largo uso
no
Brasil,
de
todas as té cnicas a pr es en t a d as acima,
de
me di ca me nt os que
os
quais,
a s soc ia das a toda uma
iriao surgir após a Segun da Guerra
pr ovo ca r am o c r e s c i m e n to da
como se pode
indústria
gama
Mundial,
f a r m a c ê u t i c a ,,
notar- no texto a seguir:
Após
a
S e g u nd a
G uerra
H u nd ia 1,
especialmente:
com
a
introdu ção
do
n eu ro lép ti co clorprornazi na. por Uelay e outros
em
.1,952, deu-se o de se n v o l v i m e n t o
ace le rad o
da p s i c o f a r m a c o t e r a p i a que c o n t r i b u i u para
o
tratamento
sin to má ti co
das
psicoses,
tornando-se
o
instrumento
p r i v i le gi ad o
de
co n t e n ç ã o e co ntr ol e do pac ie n t e , s u bju ga ndo
a
ag i taçao ps i corno to ra q ue se
c o nst i t u i
no
Cjrande de saf io a uma prática fun dam ent al men te
repressiva
e
dis ci pl in ar
e
p o s s i bi li to u
também uma atuaçã o massiva for-a do asilo, com
os
a n t idep ress i v os
e
t ra nq ü i l i za nt.es
(ansiolí t i c o s ),
entre;
os
mais
usados
(.JACOB INA, 1982:17 ) .
A
de
50
psi qu ia tr ia
deste
teorias
e
sé cu l o , m u i t o ev olu iu
novos me di c a m e n t o s o que
intervenção da
assuntos,
no períod o entre gu err as e após a
indústria
no s e nti do
far macêutica
remédios ps iq ui á t r i c o s semp re po s s u ír am
elevados.
Têm-se
ramos
da medicina
testar
faz qu es ti on ar
pois é de: con he ci me nt o gerai
venda
de
e
década
a
novas
cerca
bi om éd ic a
da
nesses
que eq ui pa m en to s médico s e
um custo de
fabricaçao
informações que a ps iq uia tri a é
onde a utilização de remédios se dá
urn
em
e
dos
larga
e s ca 1 a ..
No entanto,
de
forma mais
idéias
da
refle xõe s
no Brasil
forte dep oi s -dos anos
psi qu ia tr ia
da
e no mundo,
0.M..S.,
cipós a década de 60,
70, a introdução
co munitária®,
sejam
elas
e
no pais
das
or iu nda s
das
sejam eias vindas das t e or ia s
de
Franco
Basaglia.
No
caso
e sp ec íf ic o
de
72
Sal vador c ri ar am -s e
vários
hospitais
quo
realizada«
Leal
vi sav am
escapar
no Ju lia no Moreira,
das
pr o l o n g a da s
internações
como é o caso do Am bu lat óri o Mario
(depois t r a n s fo rm ad o em hospital).
B us ca va -s e
internações,
internados
pe s s o a s
suas
tratamentos
ou seja,
naquela
não
ao
invés
bu sca va- se dim inuir o número de
instituição pois,
que para ali
doenças,
a m b u l a t o r iais
ia,, sofria
po de nd o
uma gra nd e
um pr oc ess o de
mats,
de
pacie nte s
qu an ti da de
das
cr on if ic aç ão
geralmente,
receber
de
alta
O
h os p\ ta l a r .
Esse
Julian o
pro ce ss o
Moreira
(antigo
Ba ir r o de; Brotas,
nome,
iria de sa gua r
e a con st ru çã o de um novo
A partir dai
no número de pa ci ent es
nos demons t ra a tabela
Ern
c on str uir
suma,
1
no
com o mesmo
uma queda
naquele»
a med icina
no Brasil,
muito
hospital
na Bahia»
um pr oje to de m e d i c a ii za çã o da cidade.
sempre
A
como
Seja qua nd o
da
física do cérebro,
loucura,,
tornou-se; um
busca va
seja
buscou
psiquiatria,
além de não fugir a regra,
anatomopatológicos
constituição
si tua do
hospital,
nota-se
internados
acol he do r dessas propostas.
elementos
Deus),
Hospital
.
por suas especif ici da des ,
meio
Asilo São João de
no Bairro do Cabula.
gra nd e
na d e s a t i v a çã o do
d e s co bri r
investigando
a
seja bu scando os e l em en tos mo ra is
q u e d e l i n e a v a m a figura do alienado.
Nesse
sentido
vé-se
c o n h e c i m e n t o s m é di co s p ro du zi do s
a Bahia,
notand o- se aqui
que,
a
transf er ên ci a
na Europa,
Esquirol
73
dos
para o Brasil
foi o gr a n d e
di ve rso s
e
para
inspirador da
m e d i cina ps iquiatr ica No
entanto,
claramente,
quando
como
a
se analisa,
procu ra
es sa
tran sp osi çã o
busca de idéias
por exemplo,
internar ou as
os
iria
para
delinear-se»
intervenção
indivíduos que a
social,,
psiquia tri a
idéias eu g e n i c a s p r o d uz id as pela LBHM.
A
meta a ser at ingida é a p ro fi la xi a das doenç as mentais.
Novas
qu ai s
toda
serião
uma
técnicas
largamente
utilizadas
nova o r d e n a ç ã o do
Ancioliticos,
pa ci en te
es te s
surgem a partir do
n e u r o l ept ic os
outros
das
su bjugam
a sua ag it aç ão p s i c om ot or a
utilização a. uma grande massa
fora dos
,,
as
consigo,
mo l é s t i a s
mentais..
tornam
algo roais tr an qüi lo para a medicina,
guerras,
trazendo
no Brasil,
tratamento
e
entre
o
co nt rol e
na medida
e st end en do
do
em
que
a
sua
hospitais.
Com a i nt ro du çã o do pe ns am en to a respeito da psiq uia tr ia
com u n i t á r i a no Brasil e na Bahia,
de i x o u de ser internada,
de
de
saúde mental,
uma grande parte dos
pa c i e n t e s
para f re qu en ta r os di versos amb ula tó ri as
a que pr oduziu vários e f eit os e até
um
p r oje to
lei.
A
avanços,
grande
como
ps iqu iátrico?
dúvida que paira
estará
no ar é:
hoje o pa ci e n t e
após
internado em
todos
um
esses
hospital,
TABELA 1
IVOS DOS HOSPITAL JULIANO MOREIRA NO ULT IM O
ANO
rraio
TOTAL DE
TOTftL DE
Nfi DE PACIENTES
INTERNA-
ALTAS
QUE PASSARAM P /
DE PERHA-
PERIODO
N6NCIA
C0E5
tempo
PERCENTUAL
COEFICIENTE DE
DE 0CUPACS0
MORTALIDADE
Nfi DE ÓBITOS
SEGUINTE
1979
1326
1458
393
121
92
2,2
33
1980
724
734
S3
178
96
3,9
30
1981
436
480
291
246
97
3,6
18
1982
509
695
100
79
69
0,7
5
1983
842
825
113
42
54
0,5
4
1984
1049
1021
138
50
86
0,3
3
1985
1164
1147
149
47
82
0,5
6
1986
989
1023
107
50
92
0,78
8
1987
571
575
102
62
96
0,17
1
1988
559
525
132
77
97
0,76
4
1989
5®
548
120
84
94
0,36
2
FCHIE:
füHEIRfl
NOTAS
1
São
três
Foucault:
os
o
grupos de
doenç as
grupo da demência,
me nta is
ap re se nt ad os
o da mania e
mel an co li a
por
e ,,
da
1
h ister ia e hipocon dr ia
2_
Nesse
loucura
sentid o
não
"o própr io
deve
psicológica.
(FOUCAULT,
1978:25 1- 29 5)
uso da pai xã o
ser e n t en di do como
uma
na
terapêutica
forma
Ut il iz ar a paixão con tr a as demê nc ias
c oi sa que di ri g i r - s e a unidade da alma e do corpo
mais
de
rigoroso,
servir
medi ca ção
não
é
o utr a
naquilo tem
se de um eve nt o no duplo s i ste ma
de
loucura, pela pa i x ã o pres su põ e que nos colo ca mo s
recip ro co
entre
considerado
alma
como
e
corpo.
0
medo,
espécie
aos
e aos
de-; t r e i na me nt o que
num m a ní ac o
medo
ma ní ac os
fosse
furiosos;
natural
so nh a - s e
Curar­
simbolismo
século
uma das paixões que mais se deve
louco.. Acredita-se; que seja o co m p l e m e n t o
impõem
no
no
XVIII,
é
su sc it ar
no
das coaçõ es que
mesmo
faria com que cada acesso
logo acompanhada, e c om pe ns ad o por
com
de
uma
cólera
uma reação de
(F O U C A U L T :1987,323/324).
3 . Teses
resgatadas
no Arqui vo do Memorial da Medicina da Bahia.
4.. Poder-se- ia c o m pr ov ar a idéia exposta se; se observar o que
o Prof.
da
de
seus
e f e i t o s e na c o r r e s p o n d ê n c ia imediata de suei significação..
ei
da
Alvaro Rubin de Pinho,
Bahia,
p e r ió di co
internacional,
qualquer
não
trabalho
( P Í N H O , 1982:159-168);
sobre o assunto:
lançado em 1866 e
apresentou,
origi nal
ou então,
em
sobre
que
seus
o
"A Gazeta
at ing iu
Mé di c a
ci rcu laç ão
pr i m e ir os
tema
d ir;
volumes,
psiquiátrico"
r e fer in do- se às pr i m e ir as
qua tr o
década s
ensino
que
do século XX:
não refletia
eu
não
na
"0 Asilo era
uma d e t e r i o r i z a ç a o
terapêutica»,.
.... 0 Asilo
posso dizer que conheci
total.
foi tão
ps i q u i a t ra s
do
do
Asilo
gineco lo gi st as ,
prof.
nao
se
constituía
cl ín i c o s gerais etc"-
de
apagado
Asilo,
ps i q u i a t r a s da época eram pessoas muito e x c ê n t r i c a s .
médico
Os
, o corpo
psi qu ia tr as
E nt re vi st a
O
e
sim
realizada corn
o
Alv ar o Rubin de Pinho em 20.11.93.
5.Filipe
Pinei
Es tu do u
- Méd ic o ps iq ui á t r ic o
me dicina
Pa t o l o g i a
Bicêtr e
na
em
Toulouse,
francês
Mo n tp el li er
(n,
e
Paris.
Esc ol a Médica de Paris e ser vi u nos
e Sa 1 pétrierre.
rev ol u c i o n á r i a s
tr a tame nt o,
para
tirou
0
o
a
tr atamento psicologico.
a obra que se
cade i a
Como
Abol iu
a os
os
Tomou
métodos
doe n t e s .
de
m e 'didas
brutais
de
ape r>as
o
Pr opôs
resultado de seus estudos,
pu bl ic ou
psiquiatria:
Trata do
Mé di c o - Fi los ófi co Sobre a A l i en aç ão Mental
ou a Mania»
Esc reveu
também:
1972).
em
6
1801,
.Essa
tornou cl ás s i c a ern
En si no u
hospitais
e d i c o u -se a ps 1 quiatria
tempo.
1745» 1826)..
Nos og r af ia F i l os óf i c a
"these"
também
num
forma,,
retrata
(1780);
foi ap re sen t ad a por
(LISA:
Afrãn io Peixo to e c o nst it ui- se
interessante trabalho de an tr op o lo gi a e que,
uma di ve rgê nci a com alguns es tud os
que se realizavam á Faculdii.de de Me di c i na
7.
"Segundo
o
aut or id ad es
in ter nam ent o
implicassem
da
lei
lornbrosianos
na época.
(5148-A),,
ficavam
suprim ida s
c o m o a guia d e q u a 1 i f ic a ç a. o p o liei a 1 o u
f o rm a 1 id a d e s ,
de
texto
públicas,
de
doentes
interdição
como co n d i ç õ e s
menta is
civil,
p o r t a r ia s
obr iga tó ri as
-exc etu ado s
cur ate la
de certa
de
os
bens,
para
casos
etc.
que
Cabia
f i n a 1 m e n t e a p e n a.s e e x c 1 1.1s Iv a m e n t e a p s iq u ia t r ia a d e s ig na ç ã o
1o ucu ra
(C U N H A , 1 0 8 6 : 171).
77
o
da
8
.
"A ps iq u i a t r i a co mu nitária
al gu ns
paises europeus.,
o
pre ven ir
nos Estados Unidos
preco ce
di mi n u ir
de doenças,
o
tempo
pro mo ve r
de
ser viç os
hosp it al iz aç ão e se rviços de reabilitação,.
princípios
de
integração entre as
di ve rs as
a o fe r e c e r uma a s s is t S n c ia p s iq u ia t r ic a rna is
a
9„
Se gun do ent re vi st a
Ju li a n o Moreira,
que o hospital
para sua cura..
também
manter
( D R F Y ER,
a
c o nt in ui da de
pelo
atendimento
19 8 O
13).
do
realizada com um dos m éd ic os
a
os
médicas,
maior c.o o r•d e na ç ã o e n t re o s s e r v iç o s e
responsabi 1.idade
g e o g r'á fica del imita d a
se
pr om ove r
ag ên cia s
pr op oe
as s u m i n d o
de
internação,
Man té m
c o m a s s o ciais,
pr et en d e
em
alt ern at iv os
d e s t.a s
Finalmente
corno
interior a tentativa
se rvi ços a m b ul at ór ia is e de emergência,
de te c t a ç ã o
para
traz rio seu
hospitalização,
de s e n v o l v e r
tento
se
a b r a ng e nt e ,.
tratamento,
de
uma
área
do
Hospital
esse-: número seria su perior a 50% o que
demost ra
ser vir ia mais a cr on if ic aç ao dos pa ci ent es do
que
C A P ÍT U L O
A
ASILO SAO JOfiO DE OELJS
A
cidade
pr im ei r a
de Sa lv ad or se dá em 1706 na Hospital
denominada,
Cristovão,
loucos.
as i l o
exp er iê nc ia de reclusão
a
entanto,
loucos..
construção
de
d i re ta me n te
ruvel
0
de
Hospital
vasto progra ma de co nst ruç ão da
uma cisterna.
também m o d i f i c a ç õ e s
A cister na
do
claustro.
Os
como
Ali
se
ficou
do
irmandade
na
pronta
"casinha dos doudos",
também
urn
que
1702,
terreno,
ficou
grupo
tr e i n a m e n t o
e
que;,
sem salário"
mesmo
já havia
(RU3SEL--W00D,
1981:
quartos,,
pront os
al ojados
217).
inexistindo uma prática médica em
na cidade de Sa lvador
abaixo do
de
ficar am
ficavam
a
em
e a borda do barranco,
c o ns tr uiu
c a r r e g a d o re s de essas
conhec e
p a r t e da Mi ser ircórd ia ... . Estes eram os g u ar di ões dos
loucura,
São
no cl au s t r o e
Devido ao de cli ve do
um espaço entre a cisterna
sugere;
na
Miserircórdia»
segund o RUSSEL-WOOL), "pouco se
sob o claustro.
conhecidas
1706.
da
partir do fim do sécu lo XVIII,
volta do século XVIII previa
a in da
al ie nad os
que se co mp un ha de três e n f e r m a r ia s e ac o mo da çõ es para
No
de
de
em
nessa
loucos,, sem
0
trecho
relação
uma p r e o c u p a ç ã o com
a
seus
loucos.
Seria
difícil
identificar aqui
79
os reais
m o ti vo s
dessa
preocupação,
mas
parece
exc lusão
social
e x c l uí do s
da sociedade)
reclamos
muitos
(os loucos sao
acerca
da
p r ob le m as
inspeção,
de
efi cá ci a
de
mais
v arria m
baixa..
As v ie 1as
ca usa va
a
e
seja
s id o
de aç ou g u es e t c . , seja pela
falta
de
lixo urbano.. "A
cidade
unica me nte devido
à
alta
sua
p r e j u d i ca nd o
a saúde
1981:
p a ra ís o
parte
do
povo
já
co nd içõ es
207/208).
p a f'a
el em en to s
higienista
chuvas
a
falta de nutrição e pelas m is erá ve is
assim que a cidade de Salvador,
os
As
inundadas e o sol quente
a
do me st i c á v e i s
corno,, por
in sa lu bri dad e nos matadouros,
no século
i n te rve n ç ã o
da segunda metade do seculo XIX.
todos
m e di ci na
ficavam
era
posiça o
lixo ba rr anc o abaixo até
da cidade baixa
urn
possu ia
de
do
urbano,
a qual
os
falta
saudáve1
(RU33EL-WÜOO,
hi gie nls mo
que
M t se ri oc ór di a
pela
putrefação,
Vê-se
Bati ia
s ane am en to
os montes de
e n f r a q u e c i d a pela
teria
de
A cidade baixa era a cloaca da cidade alta.
fortes
de vida"
incluídos na
local
infra- est rut ur a da cidade,
esc oa m en to
r e 1 a t ivamente
prime*iro
dos a l ie na dos vem ern consonâ nc ia com
matadouros,
no
superior.
co rr ent e que esse
exemplo,,
açougues,
d isciplinar
da
E n c o n tr av am -s e
na
e
da
de int eresse
cr ia nç as
abandonadas»
ruas e vielas,
a j u da ri am a dese»nvo lver a teoria dos
XVIII,
fluídos
esgotos,
e o que
-■
aqui
interessa que é o co nt r o l e dos alienados.
0
in salubres
co nt r o l e da
da
cidade,
loucura,
assim como dos div ers os el em en to s
foi o desafi o
médica,
pois os
projeto
de
desenvo lv im en to »
social
€*
a
en fr en ta do
pela
loucos su bv e r t i a m a nova ordem liberal
ordem
pública
pois eles
tao
corrompiam
necessários
d e s e n v o l v i m e n t o da bu r g u e s i a e do ca p i t a l i s m o
à
o
ci ên ci a
e
o
seu
contrato
lógica
do
( J A C O B I N A ,1982:9).
Os
.1833,,
data
Terreiro
a
em
de
F ac uld ade
que
doidos
con tin u ar ia m
que seriam
Jesus,
no Hospital
São
tra nsferidos para o
Cr i s t o v ã o
prédio
antigo Colég io dos Je su ít as
de Me di ci n a da Bahia,
e,
cito
na
Aí agu ar da ri am o ano de
Santa Casa. fundaria o Asilo Sao Joao
de
A
início
1874
Deus,
e ra
uma p rá ti ca méd ic a em relação à loucura.
ape na s
estudos
e n c a r c e ra me n to tornou-se,
s i s t e m á t i c os
mé d i c a
em
hospital
relação
havia
"Em
a
remoção
por
uma
(.JACOOBINA,, 1.982; 54).
público,
apesar
administração
médico,
dos
de
No
daí,
no
realizasse,.
Salvador,
Mas
uma
A nt ôn io
seria
reunir
Paço
não se
co n d i ç õ e s
de
realizou,
nao
Coelho,,
para
um
foi
Itapagipe"
pois o
prove u
os
poder
meios
isso já demo ns tra o interesse
em con so nâ nc ia
com
o
regulamentar a nova prática.
"Este
livro hade servir para o
Termo
de
entrega,
de
teoria
nao
in ic ialmente
que por não
casa
antes
objeto
entanto,
Província,
loucos,
Essa mudança
de
que
0
o
que se inte re ss ar ia pela
de ele próprio propò-la,
para que a mesma se
da
nesse momento,
na Quinta dos Lázaros,
substituído
a partir
às doenças mentais.
1863 o P r es id en te da
pro pos to
ed i f í c i o
ass im
na Bahia.,
com o o b j e ti vo de des en vo lv er
ape nas o dis cu r so médico,
loucura.
em
no tratament o dos p a c ie nt es com doenças mentais.
cr iaç ão do Asilo marcou de fi ni tivamente,
de
no
época.,,
e spe c ia l i zado em ass is tè nc ia aos alie n a d o s ,, i na ug u ra ndo-se
uma nova etapa
ate
posse es
ma, is
registro
do
d oc um en to s
relativos a fu nd aç ão do As yl o de Al i e n ad os
=«
dis cu rs o
Sao
João de Deus
= Se cr et ar ia da Santa
Casa
•1
de Misericórdia,
Ass im
instituição
i ni c i a -•se
26 de Seternbro de 1869",
o
es p e c i a l m e n t e
1 iv ro
de
rey is t r os
da
p r ime i ra
criada para se ocu pa r dos
loucos
em
Salva, d o r ..
A
qua ndo
a
história
oficial
do Asilo Sao Joao de
Deus
Ass em bl éi a Leg is la ti va da Pr ov ínc ia ap ro vo u a
começou
Lei
Na
1089,
ern 1.869, que pos si bi li ta va a comp ra da Fazenda da Boa Vista
onde
se pr et en di a
instalar
um asilo de a l i e n a d o s ,
pela pri mei ra ve:;, o Govern o baiano
tratam ent o
de
do enç as
assim
que,
teria uma at itu de con creta em
relação a co ns ti tu iç ão de um espaço oficiaL
Ci
é
mentais..
A
do poder p ú bl ic o para
referida
Fazendsi
seria
ent regue à Santa Casa em 26 de set emb ro de 1869 com o seguinte.
"Termo de entrega que
D es em ba r g a d o r
A n ton io
F i g u e i r e d o Rocha,
p ro v í n c ia ,
à
faz o exino.
La di s l ao
de
v ic e- pr es id en te
Me sa
Sr.
desta
A d m i n is t r a t iv a
da
Sa nta Casa de Misericórdia,
da casa e da
fazenda
para
da
"Boa
Vista",
netlas
i> 0
f u n d a r-se
urn A s y 1o d e A 1 ie naclo s ^ "
Após ef et iva da a e ntrega da Eíoa Vista à Santa Casa,
iria
empenhar
c o ns t it u iç ã o
se
na con st r uç ão do novo asilo,
d e u m R e g u 1a rne n to G e ra 1 P ro v is ó r i o ..
alguns artigo s por co ns id erá -lo s
s er ao
feitas:
bem
como
esta
com
a
T r a ns c r eveu - s e
importantes para as aná lis es que
"Da Ad mi ss ão EH Sahida Dos Aliena do s"
"Art,. 17. Serão gra tu it am en te a d mi t:ti dos:
# 1 . Os
i nd ige 11 tes
W2. Os es cravos de Se nh ore s que
mais
de um ,e sem
não possu am
recursos
*13. Os mar in he ir os de navios me rc ant es que
apre s e n te m ,
esc ryp to
na
o c a s iã o
da
e íit r a d a
reco nhe cid o por Tabelião,
pr op ri et ár io
consignatário,
m e st re do navio
do
capitã o ou
respectivo ou de seu
c ô n s u l ..,
¡44. Dos
Irmãos da Santa Casa pobres,
, mul her es ou viúvas,
suas
e os filhos até
21
¿)n o s ..
Art.
18.
Os que
tiverem meios de pagar as
tr ac ta men to e cu ra tiv o s e r ã o
Art.
despes as
de
pensionistas.
19.
Jt único.
Pri meira Classe,
quarto se pa ra do com
t ratame n 1:o espec ia 1 - 5$ 0
Segun da
Classe,.
a l ie na dos
com
quarto
tratamento
0 0
;
parai
dous
especial
2$500:
'terceira Classe;,
2 $0 0 0 ;
Escravos -
83
L$OCO
e n f e r m a r i a s geraes -
A rt-
21.
Os
Irmãos da Santa Casa,
tr ac ta do s
p r im ei ra
Art.
g r at ui ta me nt e como
classe
ou A d mi ni st ra çã o
clas se
nos outros casos.
N in gué m
será
pe ns io ni st as
se houverem servid o
junta
22..
que forem pobres s erã o
Superior
adm it id o
sem
pro ved or que pode or den ar as
em
e de
o
de
mesa
segund a
des pacho
do
"matriculas"
nos
se gu in te s casos.1
:
t! .1.„ A visfca da requisição official
O r p h á o s , d o c h e f e de
polícia,
de j uizo de
ou d o d e l e g a d o
d o Distrito,
ti2 . e as pet içõ es do pai,
curador,
tutor,
irmão,
marido ou mulh er e sendo escra vo do senhor,.
Art.
23
...
da sentença do Juizo de Orphao s que houver
julgado a dem ênc ia ou ao menos com
de ma is um
Art.
at estado
méd ico c 1 í n ic o .
40.. 0 s meios de repressão serão somente.':
A
#1
pri vaç ão
de visiteis,
pas sei os
e
outr os
recreios
» 2
. A di min uiç ão de ali me nt aç ão
nos
lirnites da
decência;
»3.
A e x c 1usao soli tá r i a
#4.
0
collet e de
força com
;
reclusão ou sem el la.:
tf5. Os banhos de emb or ca çã o que, quand o ap li ca do s a
pri mei ra vez,
m é di co
o serao na presenç a do re spe cti vo
, e nas outras
84
na da pessoa e pelo
tempo por- elle marcado,.
Art.
65.
Salvos as e x ce pç ões a bem do cu ra tiv o
se- ha o seg uinte
ffl.
0
(horário das
observar-
refeições):
almoço das sete; e meia as oito horas da manhã,
jan tar das duas e meia
ceia das
cinco
e
as
meia
três horas da tarde
as
seis
horas
e
da
t a r d e . _ „^ ,.
Havia
Asilo,
ao
forte
que parece,
a um a
também
uma
inclinação do
ao preconceito,
v o nt ade d i s c i p 1 in a r
na
R e g ul am en to
às
discriminações,
med id a em que,
indigentes,
ma ri nh e ir os e es cravos eram as si st id os
bem
quando
corno,
nota-se que os
p as sa v a m b a s ic am ent e pela moral
o
poder
Casa,
o
sobre o pedido de
"Juizo de Orphãos",
ou a mulher,
p r oc ed im en to s
vigente.
o pai,
mas
exemp1 o „
gr at ui tam ent e
para.
adm is sã o
Nessa visão quem detin ha
internação eram o proved or
o curador,
da
o tutor,
inúmeras as a va li aç õe s que se pode
as prá ti c a s exe rc id as pela Santa Casa a
internamento que passa va
hospital.
pelo delegado,
uma
por
do
o
Santa
marido
o senhor de esc ra vos e o chefe de polícia.
Sao
do
Geral
vonta de de
fazer em
começar pelo p ro ce ss o
ne ce ss ari ame nte pelo aceite do
Este vinha
rec omendado ou pelo
ou outros,
o que realmente demonstra que
tratamento da doença
relação
mental
juiz de
de
pro vedor
orf ão s
ou
não havia
e sim regula r-s e
uma
s o c ie d a d e q u e não a d m 1 1 1a a c o n v iv ê n c:Ia c o m a d I fe r e nç a .
A c ria ção do Asilo São João de Deus co ns t i t u i u
um
marco
nas
terapi as
Regimento.,
punição.
pessoa,
sim
¿asilares
na Bahia,
vê-se cl ara m en t e
Não
eram
uma
série
uma relação de
pr esc r i ta s
a qual se supunh a
de
visitas)
m od if i c a d a s
mui tos
a
repressões
as p e c t o s
tortu ra
em
ao
se
de
após
para
uma
de
não pe rd e ra m o seu
que se pode considerar
de te r m i n a d a
algum
leves
emborcaç ão)
Essas
e
técnicos,
como,
(privação
que
mas
por
e
des vi o
seri am
modificações,
teor moralista,
o
versus
faculdades mentais,
caso
1874,.
obs er va r
g r at if ica ção
iam desde as penas
(banho
gradati vãmente
casos,
terapia s
nao dominar- suas
( pr ovavelmente de conduta) que
de
pois que,
em
ga nh ara m
exemplo,
a
e 1 e t r o t e r a p ia .
Mesmo
c o n s ti tu iç ã o
urna
c o n s i d e r a nd o
que
foi p r i n c ip al me nt e
do Asilo São .João de Deus que se
prátic a médica** em relação a
notar
nao,
que,
uma
na realidade,
pessoa
po de r
de
Isso
pois
indivíduos
tratame nto
B ah ia
deixar
de
internar,
ou
o
Na p rá tic a o mesmo Pro ved or tra ns fe ri a
o
um médico ou uma junta médica e
instituições,
como
por
exemplo
também e n ca mi nh av a pac ie nt es para o hospital
família.
os
nao se pode
quem tinha, o poder para
internar a algum as
po lic ia que
iniciou na
da
sim
não era
Provedo r da Santa Casa.
loucura
atravé s
que vem
e para a.
reforçar a idéia de normalidade
que
são,
geralmente,
são ju st a m en te aqueles que
á
social,
e n ca mi nh ad os
para
não se en ca i x a m muito
bem
n a o r d e rn s o c ia 1 d a c id a d e .
0
18 74. Foi
Asilo de al ie na d os foi
inaugurado em 24 de
o quarto hospital ps iq u i á t r ic o a ser cria do
sendo
an tec edi do
pelos
Paulo,
criados em 1852,
junho
no
hospitais do Rio de J a nei ro
e de Reci fe
inaugurado em 1861.
e
de
Império,
de
São
Porém,
o
a dm in is t r a ç ã o
reclamos,
Bahia,
Asilo
da
Misericórdia,
não
de
Deus,
aí. rida
atendi a
sob
t ot alm en te
a
aos
da
que d e n u n c i a v a m c o n s t a n t em en te as pr ec ári as co nd iç õe s
de
Asilo,
Iniciando-se,
p r ov av e l me nt e
Em
1909,
assim,
uma cam pan ha pela
também
rep ublican os que ap a r ec i am
imp ulsionado
levaria J.
re sp ondendo assim
hi g i e n i s t a s e dos m é d i c o s a l ie ni st as da época
"Termo
rompe o seu acordo
J.
Seabra,
a passar aos poderes pú bl ic os a m an ut en çã o
São João de Deus,
0 Asilo
libelos
na época.
man ut en çã o do Asilo com o Estado o que
Asilo
laicização do
pelos
a Santa Casa de M i s e r i c ó r d i a
ern 01 de maio de 1912,
do
João
e s p e c i a l m e nt e dos m é di co s da Fa cu lda de de M e di ci na
atendimento,
de
Sao
aos
anseio s
dos
(J AC OB I N A , 1982:69).
foi d e v olv id o ao Estado como d e mo ns tra o
de
entrega que
M i s e r i c ó rd i a
Estado,
desta
faz a Santa
cidade
ao
Casa
de
Govern o
do
do Hos pí c io de Sao João de Deus,
do
H o spi tal d o s L á z a ros e do C e m it ér io da Q u i nta
do s
Lázaros....
de mil
aos doze dias do mês de
c»
novecen tos e doze
^
Entre os anos de 1912 a 1954,
aq uel es
p r i m ei ro s
d e pó si to
hospitais,
anos
de
de
que
vida,
alienados,
o que se v e r if ic ar ia é que
já ap re se nt av am
iriam
su pe rl ot aç ão
c o nf ig u r a r - s e
con diç ão que,
87
maio
na
como
ma ior ia
em
seus
um
grande
dos
casos,
pe rma ne cer ia
efi cá ci a de
0 Juquery,
a
até
hoje,
tornando por vezes
uma p rá ti ca médica.
impossível
a
Mesmo em hospitais de renome como
em São Paulo,, criado com o intuito também de
investigação científica»
real.
tornou-se
inviável
pr omover
a realização de tal
1 nv e s t igação dev ido a supe r 1 o t a ç ã o „
0
Asilo São João de De;us» criado
localizada
no
co n s t r u ç õ e s
relatos,
bair ro de Brotas,
nat Fazenda Boa
era um espaço muito
Possu ía
doente s
mentais,
internações em
que
para os devidos tratamentos.
sua
inauguração»
0
m e ta de
Asilo
do
di scu rso
an te ri o r m e n t e
locais, úmidos e lugubres,
fic.ava bem
Sao
século XX»
asilar
João
a
a
contribuía»
nos
idos
de
urbanos da cidade.
permaneceria
na
nenhuma grande
ou no dis curso méd ic o e em
o
suj eitos
que* em nada
longe dos olhar es
sem a p res en tar
segundo
recuperação
estava m
Obv ia me nt e esse espaço,
de Deus,
de
uma grande área verde,
q u e s eg un do os m éd ic os da é p o c a , c o n t r i b u i r i a para
dos
amplo»
o i t o c e n t i s ta s e uma área verdes que incluía»
um rio e uma cachoeira.
Vista,
pr im e i r a
mudança
no
c o n so nâ nc ia
com
a
ana lisar
Asilo,
r ea lidade ps iq ui á t ri c a brasileira.
Assim,
passar
!"<0 »
se-á
pois
com
o
ã d e s cri çã o dessa
ac re dit a- se
que,
alter açã o significativa,
es tr utu ra
sentido de
instituição,
além de
não
o
já nos idos dos
ter
s o fr id o
o que
em relação a psi qu ia tr ia
início
em junho de 1369.
uma
fa cilita a análise.
in í.o i o , o u a c o ns t i t u iç á o d e f i n i t.i v a , d e um a
médica
anos
nenhuma
a p r e s e n t a va em meados do sécu lo XX,
um pouco mais completa»
0
melhor
na cidade; de
p rá t ic a
Salvador-BA,
Nessa data a P r e si dê nc ia
da
teve:
Pr ov ínc ia
assumi a
a
rnontar
compra
um
tendo
Asilo de Alienados,
como
também
da Faze n da Boa Vista com a
a
interno do
qu e
p ro mo ve ri a
referido asilo,
duas
observações:
cor,
seja pela p o si çã o social,
urgente
a
loucura,
se
inaugurado
a d m i n i s t r a d or a a Santa Casa de
Misericórdia
regimento
o qual seria
que este co ntinha
constituição
de
intenção
de
em
Misericordia.
a
edição
ali.
1874
S eri a
do
primeiro
onde fica claro de
imediato
urna d i s c r i m i n a ç ã o seja
m ui to
forte,
uma práti ca
e que era
médica
pela
realmente
em
relação
que retirasse o al ienado do o n cl a u s u r a m e n t o em que
encontrava.,
por
exemplo,
nos
tempos
do
ele
hospital
São
C r i s t o v ã o . .. É óbvio po ré m que essa práti ca tirou o louco de
p r i s ã o e apenas o t r a n s f e r i u para outra,
Na
apresentar
ar q u i t e t u r a
quatorze
co ns iderável
original
do
da
doentes
ad mi ni stração),
"sub-judice"
feminino,
um
de
ficando
realizavam,
os
unicamente
pa vi lh õe s
pelo
sexo
entre outras,
restantes,
do
as
nos
paciente,
a
em
a
no
rnuito
hospital
crianças,
judiciário),
se g u n do
c o n ti nu ar
(não co nt a m o s aqui
de
praxiterapia
p av i lh ã o de clínica médica onde,
se
sendo um
(manicômio
pa vil hã o
mudaria
Instalaram-se
pav il hõ es d e d ic ad os a in ternação
p a v il hõ es
que
apesar de
área verde,
Asilo.
uma
infelizmente.
segun da met ad e deste século,
uma
a
ou
o p e ra çõ es
quais
dois
de
m a s cu li no
e
laborterapia,
relatos,
a
d es ti na do s
os
era o local
de
um
em
lobotomia,
se pa raç ão
aos
era
internos
pr opr iamen te d i tos
Cada
em
um desses pavil hõe s era subdividido,
e n f e r m a r i a 1^, po sto de; enfermagem^,
sendo que os dois pr im ei ro s
ficavam
internamente,
qua rt o forte**
e
recreio,
fechados durant e o dta,
pois
ale ga vo -s e
que os do ent es
col ch õe s etc.
onde
se
co n d uz i am
pr ov o c a s s e m
que
qu a r t o
0
se
forte,
os
mostrassem
O
pa ci ent es em
esse
o
se
por
internos
p a c i e n t e s por pavilhão,
A ri st
ides
ac o n t e c i a
geral,
vezes
M o v is
uma briga»
que os
Julia no
pa v i l h õ e s
ficavam
sendo que,
re crutados
de
umgrande
possu ía
ma is de
200
Os doent es
de
vezes
que
1950,
pessoas,
era
haviam
1 0 0
fazer»
como
v e z es
"As
quebrada",
mas,
no
ficavam ex po s t o s
ao
totalmente
inútil,
ficando
Se se ob se r v a r o p r óp ri o
perceb er -s e- á
que apenas
Em sua maioria,
chão e apenas alg un s
para t r a ba lh ar
por
com uma média de
uma c a b e ç a
uma mordida,
Moreira
p r a ticamente
imaginar o
por volta
levava a ter uma vida
no
médicos,
alguns desses pavilhões,
po ss uí am banco de cimento.
se nt ad os
que
aqueles
a
alimentação»
no hospício,
dias a fio nos recreios sem nada
Hospital
ou
para
relação
Nao é difícil
o ócio de t e r m i n a v a o dia.
abandono,
sem
se const ata r que,
1400
em
ou
ficavam durant e todo o dia,
alí vi o da morte.
ap ro x i m a d a m e n t e
o
agitad o
por sua vez» c o ns ti tu ía -s e
passar,
recreio
lençóis,
técnico.
recreio,
dia
es pe ra nd o
estado
ins ub ord ina do s
pát io onde os a l i en ad os
o
os
(rnuito utilizado até hoje) era para
alguma co nfu sã o dentro do hospital
e n f er me ir os ou pessoal
v en do
rasgavam e d a n i f ic av am
dos
alg un s
os
doent es
pa c i e n t e s
na r o u p a t i a , na c o zi nh a ou
dos
em
eram
outras
ati vi d a d e s do hospital',.
Tem-se
hospital
atrav és
uma.
do
idéia
melhor quanto
ás
relato de uma fu n c i o n á ri a
dependências
do
res peito do pa vi l h ã o Aris ti de s No vis,. S e gu nd o ela
possuí a mais de du ze n t a s pessoas o que,
a
todos
no hospital,
e fazia com que,
90
de certa
apenas
hospital
do
a
esse
Pa vilhão
forma,
as s u s t a v a
em
d e te rm in ad os
momentos,
os en f e rm e ir os
f re que nt ass em o seu
recreio„
A
comida
nao era servid a aos a li ena do s e sim jogada em cima de uma mesa de
ferro e mesmo a ob se r v a ç ã o desses p a c ie nt es era feri ta através
uma
pe que na
portinhola.
Lá estav am
homens
nus
e
de
seminus
que
ap en a s de vez em quan do tornavam bariho,.
Havia ainda
an o
inteiro-
p r ep ar av am -s e
e s co va
de
uma prática de
qua nd o
algu ns
no
hospital»
sa qu inh os que
dentes e sabonete»
p e !a p a s s a g e m na t a l i n a
115
ocasi ão
co n t i n h a m
Tanto
funcionária
do
Natal»
aos
uma
pa cientes
..
internação de
é assim que» pode-s e
do hospital
faltava o
b a s ic am en te
para ser o f e r e c i d o
re tratado pelo ex emp lo da quase
p or
por
pouco caso a que e s tav am s ub met id os os
0
hospital.
falsa ca ri dad e -que
chegou a ser
pacie nte s
uma funcionária
relatar o caso em
do
que
co n fu di da com uma
é
uma
interna
um dos médicos do corpo clínico do hospício:
Estava
se realizando a internação de um pac ien te
a dm is sã o do hospital
observar.
quan do chegou
uma das
a
ent en de nd o
que
médica
a
vir ou™ se
para
Assustada,
As si st en te
Social
funcionária
Social.
a
A m é d ic a
fora
Social
espe ra
acontecendo,
interrogada
se ouvia vozes,
pela
de
a
médica
se havia alguém
que
p r o c e d i me nt o padr ão da época.
pro ce ss o d e s e n r o l o u - s e até o moment o em que
do hospital
de
laudos para tal.
ficou calada sendo
,:i estava per se gu in do etc.»
que
Ass is te nt e
e sem entend er o que estava
sobre o que estava sentindo,
Esse
essa
indivíduo
mesma seria uma outra pa ci ent e
internação e co meç ou a pree nc her os
sala
funcionárias e ficou a
Após e n tr e vi st a r os f a m i li ar es do
internado,
na
identificou para a medica
a i nd a c o m e n t o u :
91
a
out ra
As si s t e n t e
"Também,
fica aí par ec en d o
Constata-se,
Ar i s t i d e s
Novis
hospital,
na
no
que
,,11
que,
co ns id era do
re alidade
diferenciação
pa c i e n t e s
e nt ret an to
ser
principalmente
uma p a c i e n t e
apesar
o mais
internados
do
vi ol e n t o
tange
a
práti ca
Pa vilhão
de
nao se d i f e r e n c i a v a muito
a
o
demais,
asilar,.
A
número
de
e x ag er ado
neste pa vi lhã o que chegou
todo
dos
médi ca
dava somente dev id o a o
se
-
abrigar
2 0 0
paci e n t e s .
As
prá ti ca s médicas,
c on v ul s o terapia"*”“"
Quando cheguei
pr im eir as
como por exempl o
um outro fu n c i o n á r i o da instituição:
ao Hospital
tarefas,
Juliano Moreira,
enq uan to
estagiário,
em 1972,
era a
de
forma como era feita.
pacientes.
técni co
Em alguns pa vi lhõ es
faziam-se
os dois eletr odo s
um algodã o
nas
filas de
20,
chegav a
frontes do pac ien te e
e
da fila,. As vezes,
os
repetia -se até o
consciência,
p ac ien tes
e
doença
pu ni ti vo
final
p a c ientes q ue j á t in ha m fe i t o a
v o lt av am a
p en sav a
mental
pois,
col oc av a
vi nham
para
aju da r
um outro
um nível
nesse
quem
e
leito
é
até
a p l ic a ç 'áo „ q u a nd o
a
pegar
a c ol oc á -l os para tomar Cerleterapia.
que havia
o
na cabe ça do mesmo e apl ica va o C'er leti,. Alguns
interno para
i rc<n ic o ,
a
pela
funcionários des lo ca va m entao aquele
o pro ce ss o
das
triste,
Depo is que o pac ien te est av a deitado,
e passava
uma
realizar
a p l i c a ç ã o de C e r l e t e r a p i a , o que era uma coisa muito
30
a
foram relatadas por um dos médicos do hospital
Julian o More;ira e por
™1.
deste período,
Na
outros
ép oc a
se
de re so lut ivi dad e ter ape uti ca para
processo,
mas era
um
deveri a p re scr ev er a
mét od o
muito
Ce rle ter api a
a
mais
era
o
méd ic o
as sis t en te
pacientes,
que
porém,
13
eu já
ouvi
receb era m a terapia por
muitos
orientação
en fe rm e i r o ou aux ili ar de e nf er ma ge m do posto,
a
aplica r
o
Cerleti,
p l a n t o n i s t a ......
época,
-2 .
tal.
até
acr edi to que 97%
Faz ia- se
aquela
el et ro c ho q ue
estavam
fila
era
p od e- se dizer que se
a
p r a x i te r a p i a
ou
pre sen ça
pacientes,
do
daquela
.
por exemplo,
do pa vi lh ão
pacientes,
p r e c is as se
sobretudo,
naqueles
nos
que
estav am
mais
parti
Kraepelin.
ou
não.
paci en te s
lúcidos
0
que
e
que
Então,
utilizava o e l e t r o c h o q ue com um fim punitivo
part ir
ou
de
o
iniciava-se
que,
d i to ,
p o is
técnica com a doença
não
do
realizar
1400 p a c ie n t e s ..
8
esse
um
fim
e s ta bei e c ia
urna
internos
com
de
apurar
não possu ia
se
tipo de tra ba lh o
tra bal ho
po de- se
paciente.
durante o dia alguns dos pa ci ent es
impossível
um
segund o
em um pr im ei ro momento,
p ro p ria m e n te
dessa
1959,
lab ortera pia
de relatos,
t e rapé ut ic o
ocupar
chegavam
..
Já,
ligação
a
de
p r ópr io
de nu nc i av am e diziam coisas contra o hospital.
criticavam,
at r a v é s
de
aplicado,
agr es s iv o s
...
os quais
sem
dos
do
tornar el et ro c h o qu e era o que o médi co elegia
Quinta feira era o dia,
mesmo
vezes,
se s u b me ti am a C er l e t e r a p i a ^
dia para
0
Eu
as
relatos»
P r o cu ra va -s e
ja que
seria
a pr ox im ad am en te
a 1 ie n te - s e ta m b é rn q u e , n a é p o c a , e x is t ia rn a p e na s
q u at ro as s i s te nt e s para o total dos enfermos.
Um
pa vi l hõ e s
outro
"sub- j u d i c e ",
julgados,
en c a r c e r a d o s
mental.
lado
e
co nd en a d o s
do Hospital
dest iricidos a
pela
Juliana
Morei ra
abrig ar
justiça,
não
em pr isõ es comuns por possu ir algum
erarn
os
indivíduos,
que
po de r i a m
ser
tipo de
doença
Esses
e s pa ço s também podem ser
di s c i p l i n a r i z a ç ã o
que,
geralmente,
cl ar ez a
social
dentro dos
nesses pavilhões,
de sua própr ia condição,
tomados como e x em pl o
hospícios,
porque eram
o que exigia,
do paciente,
de
assuntos..
f une ioná ri os do
dif erentemente,
também
No
mui ta s
desses
no
incômoda,.
as
desta
do
por' vezes,,
família,
após
parte
no
como,
uma
desses
feminino,
tradição,,
internar
de
como pa ci e n t e
uma
resolução
vár ia s
pedia
as
tanto
tr az e n d o - l h e s
como forma
comportamento,
internassem
vezes
mas
a
um
sem
pe sso as
"sub-j u d i c e ",
Ob vi a m e n t e esse
juiz da cidade
pa ci e n t e
após
ter
sent e nç a ..
relatos,
houve
"sub-judice"
em p a v il hõ es comuns do hospício,
na época da co ns t r u ç ã o
um grande e s fo rç o das
Julia no Horeira,
do
Assistentes
manic ômi o
Socia is do
no sentido de evi ta r a transf er ên cia de
p a c ie nt es
pois,
que
nao tinham pena alguma,
eleíS
tratavam
imputava
temor por
Estado,
forma a sua saída...
1.1m a
Segun do
Hospital
os
c r ia va m p r o bl em as para
en c a m i n h a d o ao hospício pelo
s ido de t e rm i n a d a
judiciário,,
a
m e lh or a
que
dificultando
se
famílias com alguma
interior
pa ci e n t e
nenhuma
ser
um certo
internadas,
Assim,
problemas,,
influentes
c o nh ec im en to
hospital
aquem
por
.
como
determinado
devia
o que gerava
-muitas vezes para
situação
acompanhados
d e t e rm in ado
caso es pe c í f i c o do pa vi l h ã o
capital
obter
pessoas
das pa c i e n t e s ali
famílias
na
eram
pena,
fu nc ionários ^
maior
tanto devido ao a c o m p a n h a m e n t o do ad vogado
porque
determinada
Os
observo u- se
os paci en te s tinham uma
advogados,
certos
pois
da
após a pe squisa em seus p r o n t u á r i o s
94
tendo
sido
p e r c eb eu -s e
en vi ad os
para lá
err on amente,
Ch eg ou- se
o
que
mesmo
familiares,,
a
vem
enc ont rar
Nos
hospital
sentid o de
o
o
nesses
exposto
se se
pav i 1 hões
anter iormente.
prontuários,
de juiz es ou mesmo de pessoa s
para que esses pa ci en t es
constatar,
corro bo rar
influentes
pe d i d o s
na s o ci ed ade
não v o l ta ss em às suas cidade s
"sub~ j ud i c e "
pode-se
natais
regular
no Brasil,
e em especial
uma det e r mi na da sociedade,
que tem na-:» idéias de progresso,
na Bahia,
bas ic am en te
de desenv ol vi me nt o,
todas elas ori undas do ideário burgu ês ocidental
17
ciararnente
levar em conta o relato das entrevistas,
p s i q u i át ri c o
de
que
o
teve
o
urbana
de ordem ~
po s i t i v i s t a “• os
seus padrõe s de estabilidade.
Aqui
a pr es e nt ar - se -a
alguma s
tabelas
e
gráfico s
quais aju dar ão a ent end er melh or o Ho sp íci o Julian o Moreira:
os
TABELA 2
TABELA DE OCUPAÇHO DO ASILO SHO JOÃO DE
ANO
1874
1876
1878
1879
1880
1881
1882
1883
1884
1885
1886
1887
1888
1889
1902
1911
1913
1914
1916
1917
1918
1919
1920
1921
1922
1923
1924
1925
1926
1932
1935
1948
1949
FONTE
OCUP.ANT
ENTRADA
FALEC.
ALTA
107
80
76
72
25
26
8
13
21
16
9
80
64
24
40
73
47
25
17
87
56
40
34
85
44
22
8
139
124
147
155
136
154
186
180
242
249
301
376
484
661
988
97
41
75
65
68
60
96
192
231
241
256
256
276
302
499
492
485
490
573
240
198
217
109
188
311
416
718
APEB. Fal as de Presidentes de Província \
Mensagens de Governador
'
OCÜP.
107
83
80
76
72
80
80
80
73
78
87
69
85
99
182
96
192
193
265
276
302
499
492
440
460
518
734
786
TABELA 4
COMPOSIÇfíO 00 HO SP ITA L P S Y C H I A TR IC O
Compar t ime nto?»
Le i tos
h o m e n s .......
60
1
P e n s i o n at o para
7
Pen si o na to para m u l h e r e s . ................
3
Secção
de a g i t a d o s ..............
4
Secção
de molé sti as
intercurrentes
5
Secção
de al ie nad os
impulsivos edel inq uentes...
6
Secção
de indigentes
7
Secção de indigentes m u l h e r e s ........
70
8
Secção para c r e a n ç a s .......
30
9
Secção para
50
40
50
. .........
h o m e n s ............
APEB.
50
100
i m m u n d o s . . .............................
T o t a l .........
FONTE:
30
480
Fala de P re si de nte de Província.
99
1925.
TABELA
Q U A 0 R0 C LIN ICO DOS DOENTES
5
INTERNADOS NO ANHCJi DE
0 i ag
def i n it .
P s y c h o s e s i n fe c t u o s a s . . . ........ .........
Ps yc ho se s
IS
0 e l ir to s y s te m a 1 1s a d o a 1 1 u c . c.:h ron ic o . . . .
P a r a p h r e n i a s ............. ...
.........
P a r a n o i a ......... .................. ..........
Ps y c h o s e por
15
85
4
2
6
16
28
8
13
43
81
31
51
36
56
20
55
11
41
12
5
20
30
16
n e v r o s i c a ................
Ps yc ho pa t h ias cons tit ucx o n a e s .„. .........
22
Total........ .......................
FONTE:
5
38
P a r a ly si a geral............... ....
Ps ygh ose
34
47
lesões c e r e b r a e s . ..
Psyc hose; ep i 1ep t i c a ..... ......... „ „ .......
19
1 2 0
P s y c h o s e mani aco d e p r e s s i v a .....
Psy ch os e de i n v o 1 u ç a o ............ ..........
Diag.
Tota'
provis.
55
h e t e r o - t o x i c a s . ........
D e me nc ia precoce. ........ ......... . . ..... .
1925
APEB,. Falas de P re si de nt es de Prov ín cia
100
3t:
16
38
312
653
TA BELA 6
BALAN ÇO DO NU ME R O DE LEITOS E X I S TE NT ES NO HOSPITAL
S. JOAO DE DEUS,
EM 7 DE OUTUB RO DE
l.C)25
Se cç ão de mulheres
D o e n t e s .................... „ ........
218
L ei t o s e x i s t e n t e s ..........
140
Doentes sem
l e i t o ........
70
Sec çá o de homens
D o e n t e s .......
I...6 !itos e x i s t e n t e s ..........................
230
Doen te s sem
44
Total
FONTE:
274
APEB.
l e i t o .........................
de doent es sem l e i t o ...............
Fa la s de: P r e s id en te s de Pr ov ínc ia
1.01
114
TABELA
TABELA
HA S C .
FEH.
DE
ÔCÜP f i Çâ O
, PEHS.
3
DO H O S P Í C I O
INDIGENTES
S20
JOàO
DE
DEUS
¡ 8RAS
E S T R A N G . , T OT A L
JAN
214
186
51
349
395
400
FEU
209
190
49
350
394
399
IfAR
212
193
54
351
400
fiB R
212
196
51
354
401
408
ffñ !
211
195
54
352
398
406
JUtt
212
197
49
360
401
409
JUL
207
190
45
352
389
ftGO
201
187
42
378
378
10
388
SET
200
183
38
345
373
10
383
OU!
213
192
40
365
397
8
405
NOU
212
19 4
43
363
398
8
106
DEZ
291
¿08
46
381
419
8
427
F ONTE
:
APEB.
Falas
de
Presidentes
de
Província.
5
8
405
397
GRÁFICO 4
INTERNAS NO HOSPITAL JULIANO MOREIRA
Cor
Profissão
P retas
Lavadeira
„ .
.12%
C ostureira
Outras Al \
.
H
H
l
Dom éstica
P ard as (
N D eclarada
29%
Estado Civil
Ñ D eclarada
Solteira
52%
...............
................. .. .................................................
Fonte: SA M E Hospital Ju lian o M oreira
Religião
N D eclarada
78%
GRAFICO 5
Instrução
Ñ D eclarada
6%
Primária
36%
A nalfabetas
59%
Foote:
SA M E Hospital Ju lian o M oreira
Ob ser va - se
do
,
nas tabelas a p re se nt ad as que da ina uguração
Asilo São João de
mul her es
internadas
internados,
é
relação
po rq u e
começariam
ser
criad o
um
quase
que
p r ov av el me nt e
a
Deus até,
dobro
do
número
pesso as com
a
sobre
em
bebid as
numero
de
partir
p r o bl em as
internadas como alienados.
imposto
um dos
o
iriam se alterar
as
m a n u t e n ç ã o do hospício,
como
mais ou menos, 1902 o
de
homens
de
1924,,
al co ol is mo
Seria,
alcoólicas,
de
inclusive,
de s ti na do
1925, por qu e a bebida erá
a
consider ada
fatores que em muito co nt ri bu ir ia para
a
al ie naç ão
mental.
Um
sé cu lo
XX,
estável,
a ti ngi r
outro dado que se; vê nas tabela s éque a partir
o numero de
tende
a
internações,
que; antes era rnais ou
crescer de: forma
muito
rápida,
o número de 988 apenas em um ano.
núme ro
de
pessoa s que
pas savam
de
um
do
menos
chegand o
a
Concomitantemente,
o
ano
para
o
outro,
i nt.e r n a d a s , a um e n ta v a m na s m e s m a s p r o p o r ç Õ e s ..
número de altas
0
hospitalares é sempre
menor do que
número de p ac ien te s que passam de um ano para o outro,
ás
vezes,
a
ser
inferio r ao número
hospital,.
Isto
de monstra
hospital,
mais
da
agravados,
e n q u a nt o
c on s i d e r a d a
curada,
urna
fábrica,
de
que entre as
metad e
ter ião
apenas
ou seja,
doidos,
de
urn
os
-'óbitos
pesso as
quadro s
p e que no
chegando,,
o c or ri dos
in ternadas
de-.*
at es tad o
extr aí dos das t a b e las de rof erènc ia :
104
no
no
sua
doença
percentual
seria
o hospício c o nf ig ur a- se assim
como é
o
pelos
dados
como
abaixo,
E m 1920:
Em 1933:
P a c ie nte s
que passam para o perío do s e g u i n t e : .....
70%
P ac ien te s
com alta h o s p i t a l a r ........................
14%
ób i to s de p a c i e n t e s ................. ..... ............
16%
P a c ie nte s
que pas sa m para o períod o s e g u i n t e : .....
45%
Pa ci en te s
com alta
36,5%
h o s p i t a l a r .......... .......
18,5%
óbitos de p a c i e n t e s ...... .............................
E ss es
números variam de ano para ano.
Co m p a r a n d o - s e
diagnosticados
em
e n tr ad a no hospital
de l e s
foram
agora,
1925,
naquele mesmo ano,
internados sem ao menos
Se,
por
in fo rmações co nt id as
que
a
domésticas,
um
outro
de
pa cientes
vê-se que,
receber
algum
lado,
se
resgata
nos pr o n t u á r i o s médicos,
um
idéia de que; foram,
bai xo s da s o c ie da de que m er ece ram
"loucura",
ou
justamente,
internamentos..
essa cate go ria era
se o Hospital P s i q u i á tr ic o
esses
d itados p e 1 as e 1 i tes
setor es
140
que nao se
locais.
105
pouco
da
por outro verifica-
analfabetas,
em sua maioria,
realmente,
deram
nas tabelas oficiais.
so l t e i r a s e,
se,
que
diagnóstico,
internadas
questionar
pacientes
pelo menos,
grande maioria das mu lheres
c o r r o b o r a r com a
disciplinar
número
com o número de
s e gu nd o os dados a p re se nt ad os
se
o
tinha
são
pardas,
o que vem a
os ex tratos mais
Isso nos leva
mais
por
en ca i x a v a m
pro pensa
a
a
finalidade
nos
padrões
é
pa rt e
int eressante ob servar que,
dos
pacientes,
há uma clara co n sc iê nc ia dos
quais pe rp as sa a p u ni çã o
vi si t a
ao Hospital
alguns
pa c i e n t e s
sempre;
a
no meio asilar.
não
c o n s t a t o u -s e que,
parte
fipo de narcótico que
tempo - na realidade
estao
que
ao
"chá da meia
faz com que o
louco
diálogo,
que,
al i e n a d o s
a
com
det er mi na do s
hospital,
n o i t e "^
pois
~ que é
"saia do ar" por
um
algum
uma droga mais pesada.
e criar es qu e m a s para sua. própr ia proteção,
uma
em
havia
os al i e n a d o s são capazes de pe rc eb er o meio
exis te
pelos
c o n v er sa ndo
final do
da queles
meios
por exemplo,
fossem co men ta dos com a direçã o do
eles po de ri am ser p un id os com o
Se
Quando,
Colôn ia de Feira de Santana,
recomendaçãopor
as su nt os
pelo menos em relação a urna
certa
qual,
criação
parece,
cri a d a pelo op er ár io que,
de
uma
não seria
p o de -s e
cultura,
muito
em
que
dizer
própria
dos
d i f e r e n t e daque la
para fugir- aos es qu em as
repress iv os
do
p a t r a o , i nve n ta me ios de fuga.
Em um outro m om en to ver if ic a- se que a t ra nf er én c ia
di ve rs os pa c i e n t e s para Feira de S a n tana-Ba,
social
de;
instante,
com
retirar
o
os
bairro
a pr esença do
atend eu à
loucos de» um bai rr o que
de Brotas e que,
hospital.
Hais uma vez aqui
utilidade
crescia a
cada vez mais,
dos
cada
se choca va
os olhos
sensatos
É
da so c i e d a d e não podiam co nviver corn o co nf l i t o e a diferença.
como
se
a t e n to s ,
os al ienados que; saissem do raio de visao
dos
de ix as sem de
e x is t ir
ex is t i r , de ix and o
a s s Im
de
olhares
o
prob l e m a ..
A
d os
a no s
p a c ie nt es
de;sativaçáo do antigo
30
que,
fo i
mu ito
há muito
hospital
t ra um á t ic a ,
tempo,
de Brotas,
p r í nc ip a 1m ente
nao co nh ec ia m
106
no
início
pa ra
os
uma outra casa
que
GRAFICO 3
Gráfico de Ocupação do Asilo São João de Deus
800-
□
M a s c u lin o
Quantidade
0 9 F e m in in o
B
300-
T
tA
CD
91
il
m u I i IIÍ lU 111
~i r . ”iw te eg
—
SS5»5íS)^“
“ 9)“ —
— —
O)
tf)
O)
"1-- !
-T
Anos
H
m
—
cs
—
01
—
T o ta l
não
fosse o anti go asilo.,
p ac ien tes
daquele
Moreira..
0
seu
EÍ importante
hospital
ressaltar que nenhum
seria tr an sf eri do
de st in o seria o hospital
para
Colônia
o
de
dos
Ju li an o
Feira
de
Santana-BAse rvi ço
0
s i m p l es me nt e
des lo ca r
social
os
do
asilo
pa ci ent es
procurou, antes
para
Feira
de
de;
Santana,,
v e r i f ic a r q u a is d 6 ;s s e s p o d e r ia in s e r re in t e 9 r a d o s a s o c ie d a d e » C o rn
esse
obj eti vo
longínqua
que
bus cou
um contato com seus
familiares,
fosse
essa
isso,
ligação,. „ „ Com
por
a s s is te nt es socia is c ol oca va m di ve rso s pa ci ent es em
hospital
muito
e saíam a procura da
pequen o ou quase
conflitos,
Santos
como
Matos foi
hospício,
o
qual
família
inexistente»
mais
vezes,
Isso às vezes
ac om pa nh an te
de
uma
as
uma kombi do
, mesmo que: o contat o
o caso de uma dessas saídas em
como
por
gerou
fosse
certos
que: Maria
dos
funcionária
se passa a relatar apenas pela
da
curiosidade:
e
já não veio nenhum paciente,
e
pelas c a r a c t e rí s t ic as p ito re sc as que ele apresenta:
-
"Do anti go hospital,
isso
foi muito
no hospital
sua
triste»
em Brotas,
Haviam p a c ie nt es que já estav am
a 20., 30 „ 40 anos,
família,
a sua casa,
que co ns id e r a v a m o hospital
que estava m
fazer um jogo de bicho,
de
tra nf er id os para Feira de Santa na -Ba.
social
pode,
ele
fez,
pac ie nt es para que eles
os
pac 1.e n te s
sertã o
com
s e mp re
rne:
busquei
na
esse
para
a c o m p an ha v a
os
0 que
ins t i t u i ç a o e
co mu n i d a d e
me:
o
tiveram
s e rvi ço
desses
c o l o c a v a mos
r o d a nd o
santos
Matos,
ap ro n t o u uma»,.»
alguns pac ie nt es de alta co mpl ica da e sai
10 7
Nós
s a ia rno s
Essa mesma Maria dos
corno a
fa mil iar es
transferidos.
nessas viagens,
à
um picolé e que
localizar
nao fossem
ko m b i d a
fim»
compr ar
integrados
sabendo
ser
internos
para
pelo
que
Eu
viajar,.
Pegamo s o Ferry Boat e at ra ve s sa mo s para Bom Despacho.
duas
mul heres
demos»
Estava
Lá,
p ed ir am carona a te Santo Anton io de Jesus
um calor,
então,
e nós
um a b a f am en to e ai essa Maria dizia
e
r Ía :
- Elas nao sabem o que é gente doida...,,
Mas
falava baixinho.
s e , aba na n d o , e ai
- Se não
E aí aquele calor e e 1a (Maria)
(Ma ria) come ço u ..
e1a
tá com calor
abanando-
não minhas filhas?
- E aí abanava com o jornal
na cara da mulher,
até que a mesma rne
disse:
- Você é muito boazinha,
mas a sua amiga...,
- A hl Quando a mulh er disse
~ Ela
isso,
não sabe que eu sou maluca
Quando Maria disse
para descer,
isso,
Maria
respondeu::
não..
a mulher começ ou a tremer e
a
pedir
rnas Maria continuava:
Não você vai até Santo Anton io de Jesus,
você vai até
lá.
Tá
com medo da gente?
E t ia.
E lá se
doidas coitadas,
foi a gente.
sa lta ra m
Qua nd o ch eg amo s elas sal tar am
assim desesperadas,
sa lt a r am da
tão
Kombi
o Maria d i s s e :
- Venha aqui
agradecer,
mal educ-ada.
- E a s m u 1 he re s d i z i a m :
-• Mui to obr ig a d o , muito obr ig a d o ..
” E lá se
p en s ã o
olhando,
foram embora.
almoçar,
porque
e
Quando chegou em Lajes,
foi aquele mangue,
tinha
lá uma kombi
a porta
es cri to
nos
chc-iia
Hospital
Morei rêi, e Maria disse assim prá dona da pensão.:
- Minha senhora,
"Mai L o v i a ” , eu quero
108
fomos prá uma
fazer >;ixi.
de
gente
Juliano
- E a. dona da pen são disse:
-- Venha,
venha c:á minha
E levou Maria
filha.
lá prá dentro,
daqui
a pouco chega Maria e
diz,
na vista de todo mundo:
Que mulher porca...
derrubei
Nao
um bucado de pinico tudo cheio de
mijo,
eu
tudo.
precisa
almoçar.
Lá
conta r
que a mulher
não
deixou
a
mais
a gente teve de tomar a kombi
e
almoçar
Por
mais
alguns
por
Maria
gente
mais
prá
fr e n t e ^ " „
v i vi do s
continuava
pit or es co s
dos
que
sejam
Santos Matos,
a
dos
realidade
é
internada e estava sendo tr an sf er id a para
institu iç ão
asilar
fato que,
na
realidade,
em
momentos
que
uma
nada
ela
outra
co nt r i b u í a
para sua recuperação
Du r a n t e o tempo que durou o p r o c e s s o de t r an sf erê nci a dos
p a c ie nt e s
p a ra
func io ná ri os
con vi ve r
o H o s p i ta 1 C u lô n ia d e F e i ra d e S a n t a n a ,
do Hospital
mais
Juliano Moreira,
por exemplo,
amiúde com Maria dos Santos
Matos,
p e r i o d i c a m e n t e da. instituiç ão,
com o senti do de
sua
S e gu nd o o p r óp ri o
reint egração
possível,
e Ie
dela
na sociedade.
pois o hospital
re la t a
q ue
fora
de
realmente
fechado,
pro cur ou
tentar pr omover a
relato,
"acabara" com Maria,
ambiente;
do s
re ti ran do- a
"e s s a v id a d e i n s t i t u iç a o i n v ia b i 1 iz á ra
qualquer
um
de
não
foi.
ou seja,
a
v id a
instituição
fec ha da "“15..
As vezes pode» parecer difícil
um
paciente,
interno
há tanto tempo
109
pe rc ebe r porque a vida de
, possa pas sa r
por
tantos
pr ob le mas para se
se
o
seg uinte
relação.
A
readaptar a sociedade.
Nesse senti do
relato com o intuito de
de sc ri çã o
ocorre
melhor
em uma das
resgatou-
e s cla re cer
saídas
de
essa
Maria
do
hospi t a 1 para vis ita a a ig uém f o ra do m e s m o :
~
_ qua nd o eu c he ga va em casa ela me
ligava:
- Vem me buscar que; eu vou.
Quando aí a gente chega va para bus ca r ela pintava o diabo e não
ia,
ou
ia comigo de ônibus.
ô n ib us
porque ela andava
descia,
e eu desc ia
eu
tinha
de
tomar banho,
mudar
de
roupa,
de
ela
ladrão,
lugar ela
vinha
assim,
tornava
outro,
com
que
instituição.
pe ss oa s
vida
É
capaz es
inferno,
tomar
infinitos
homéricos
Ela
ela
pente ar
a vida dela
com ela,
outro,
fora de
era sempre comigo,
seja quase
de
e o
O1
se a
todo
síndic o
para o
mas e;la boi ia com um,dava.
e
eu
pessoal
risada
do
."
asilar deteriorei qualquer
como
lã..„
Em
que as cr ia nça s estava m com medo,
ela a p ron ta
o
a. chamar todo mun do
com di stúrbio de c o m p o r ta me nt o mesmo.
inviável
riao
não queria
não quer ia
todo mundo,
e
(e ela subia.) e
nao dava.
banhos;
20
não queria comer,
ficar sozinha,
xingav a
A
Vinha qualqu er ônibus
ou ela queria
conv ers ar comigo,
a c o s t u ma n d o
fazer
também.
ou ela
tomei
um ponto e dava e sc ân da lo s
no edi fíc io gritav a
nem de ixa va ela
ir
uma vez que eu
subir e ficava nesse
queria
cabelo...
Teve
impossível
instituição
a
pessoa,
sua
criasse;
reabastecer o sistema,
a
vida
ponto
fora
de
da
co ns ta n t e m e n t e
para que
assim
ele
nunca de íxe de e;xist ir .
A
Santana,
realidade atual
do Hospital
de
Feira
de;
não deixa muito a desejar aos m a n i c ô m i o s da
década
de
110
Colôn ia
50.
Quando se est eve
que havia
há
lá,
em vrnsita,
reparou-se,
por
exemplo,,
uma pa ci en t e e nc a rc er ad a em um quar to forte,, prática já
muito
náo utilizada e muito criticada,
pelo menos,
desde
a
déc a d a de 80 no Eiras 11 e de 70 na Europa.
Viu-se
também
mesmos
recreios
aos
quais
e a necessidade de atenç ão que
se
re ferência
há
pacientes,
pois quando se chegou à porta de grades de ferro
es ta va
pouco,
os
têm
trancada e que separa o recreio das enfermarias,
"mundo"
fez
esses
que
viu-se
de rostos e de mãos quer se co mp r i m i a m como se
um
b u sc as sem
al can çar o visi tan te para 'obter assim alguma ajuda,.
Por essas de pen dê n c i as cir cu la ra m mil har es de
- lo uco s
ou
mil ha re s
não-
de cuja vida pouco
e s co lh eu -s e
se
Maria dos Santos
conhece,.
Matos"“'“
comentário.
ao
i n íc to do a no de
contato
informal
s o c i a Is ,
médicos
sido
J u 1 ia no Mo re i r a , no
i n fo rm a ç a o
naquele
em
ouv iu- se
rela t.o
visita
1991,
e
ass is ten tes
de
um
a pacient e Maria dos Santos Matos
hospital
em d e c or rê nc ia de
um colégi o de
freiras.
A
num
do s
teria
"ter sido pega"
cu r io si da de
dessa
le v o u a o p ront u á r io m é d ic o d a i n te r n a n o q ua l n ¿1o
pode confirmar
ela
o 1.11 ro s , ouviu - s e o
informando que,
masturbando-se
que
e
esses
Na pr imeira
numa sala onde se reuniam rnédícos,
e n fe rm e ir a s
internada
Entre
qual
falar pela pri mei ra vez num breve
Hosp Í tal
pa ci en te s
havia
a informação...
sido
único
internada por
mé di c o s
atestav a que ela
quand o
se
pr ont uário,
0
resolveu
não era
trabalhar
checar essa
relato que» se enc on tro u foi
"malcriação"
louca.
mais
informação,
se
e
que
um
P r o c u ro u- se mais
de t id am en te
dos
tarde,
sobre
mas em moment o algum se
esse
pode;
con fir ma r e s s a h 1 pó tese _
No
entanto,
há
uma
ciara
111
difer enç a
entre
os
a p o n ta me nt os
e n c o n t r ad os
r e a Lizadas,
caminh os
médico
quais,
se
tomadas
as
p a c i e n t e teria vindo do Asilo N„
passa do sua vida
entr evi sta s
isoladamente,
bem di fe r e n t e s dos ap re se n t a d o s aqui.
a
tendo
as
no p ro ntu ár io médi co e
inteira naquela
3-
levariam
Pelo
da
p ro ntu ári o
Misericórdia,
instituição,.
Por
relatos,
ela teria p a s s a d o pelo mesmo asilo de menores,
vivido
durante
encaminharam,
malcriação
vári os
por
anos
causa
na
de
di s t ú r b i o
de
se
fontes está c o r r e t a , parece rna is
parte do hospital
informações
e>.emplo,
o
vinculação
com
a paciente;
essa
devido
falar
ao
nas
provar
no pr on t u á r i o
aceitá-
que
uma
das
esclar ec er
internação;
como,
social
sua
que
o comportamento
o que
leva a pensar
resguardar a
falhas de vários anos que o
Mouraria).
prontuário
de;
das
b ai xo
Isso
da
a
que
vida
nao eram do extra to social mais
(Bairro da
por
citados,
o nome da a s s i s t e n t e
lugar* onde residiam
a
louca.
médico,
que ch eg a m a ser
em sua pr imeira
por certo,
que
r e c u s a n d o - se a
proteção ve;m em senti do de pr ocurar
que,
mas teria
c o m p o r ta me nt o
a vonta de de? não
qua nd o das visit as das madrinhas;
ma d r i n h a s
dos
interessa nte ob servar que houve „
nome; das madrinhas,
levou ao hospital
Maria
de
tentar
psiquiátrico,
ob sc ur as
um
m a d ri nh as
qua nd o da co n s t a t a ç ã o de que ela não era
Independe nt em en te
cert as
das
-, ao hospicio Juliano Morei ra
la de volta,
por
casa
a
sem
pa ci e n t e
p o s s u ia ..
Para
Matos
tr ab al ho u- s e
entrevisteis
Moreira
co nh e ce r melhor a vida asi la r de Maria dos
que,
com
com o pr on tu ár io médi co da
médico s
de uma
e
funcionários
forma ou de outra,
do
pac ien te
Hospital
Santos
e
com
Ju lia no
ma nt i v e r a m contato com
a
p a o Ie n te.
A p r e s e n t a r •-s e ■-ã ,
p ri m ei r o momento,
po r
q u e s t ô e sm e to d o 1ó g Ic a s ,
n u ni
doc um en to s referentes a internação para
depois
efetuar a análise.
Informações obtid as do Pr on t u á ri o Médico.
....... ........... .... Maria dos Santos Matos
Paciente.
N a s c i m e n t o ........ ......... .... .
06.121942
F i l i a ç ã o . . . . . ......................... José de A 1 m e ida
. ....................
Joana Angélica
C o r .................. ................... Parda
I nstruçâo.
........ ..........
Pr imãr ia
Es ta do Civil........................... 3o l te i r a
Natural i d a d e ......... ........... ...... Baiana
....
Prof I s s a o .
Rei ig Ia o
. .Estudante
........... .... ....... .
Catol ica Aposto l ica Romana
Res i d ê n e i a . .............. ........... Co 1 égio N . S . Miser Icórdia
Data da p r imeira
Anteced en te s:
"Nasceu
pe la s freiras,
aprendendo
mais
internação...
a
di fí ce is
ler
e
25.11.1954
no Colégi o N.S.. da
esteve mu ito
tempo na escola
regularmente,
com
maior
numero
Misericórdla.
Criada
(cerca de dez
anos),
atrapalha-se
de
letras.
nas
p al av ra s
Nada
sabe
geografia... De história diz que quem de sc obr iu o Brasil
A l va re s
v e io
qu e
Matos
Cabral.
Gosta va de
não é doida mas que; ab or re ce rnuito.
trabalhava
foi
festas e diz que sabe dançar,
par a o h o s p it a l s e t r a t a r d e m a 1 c r Ia ç a o : a s
ela
no co nv en to
*-•)'7
° ..
lavando roupa e
113
f re i ra s
Mar ia
dos
vasculhando.
de
Pedro
e
que
d izfârn
Santos
Veio
acompanhada da Assistente Social
Anamnese:
p o uç o s
"Paciente
d ia s
abandonada»
D es en vo l vi me n to
"Foi
f ug i u -
Mi se ric órd ia)
nao normal..
desde
Urina
p o rt a
na c a m a ,
os
fo i
mente
e
Gosta de estai' suja e descui da da ."
internada em instituição ma ntida pelo padre Oiderot
F i c o u s e t e d ia s e m c a s a d e
casualmente-
0
(M-S- da
d e v i d a „ c o 1o c a d a f:>e 1 a m a d r i n h a e rn c u j a
u lt im ame nt e furta-
e
no Asilo
1 a v a d e i r a s ,,
q ue
foi exp ulsa desta casa con ta ndo que; fez
caso foi discu tid o sendo ela interna
neste
c o nhe c e u
malcriação.
hospital
para
ser
a vali a d a s u a p e r ic u 1 o s id a d e s o c ia 1 1'
''E m
c o l ég io
1955
o
nao concordou-
•r na c o m u nidade
0 r - P e 1e g r i n i p e d i u s u a
re t i ra d a „
A partir
internada por
daí,
co nti nuo u
mas
o
não
P ossa se r e n c arni n.hada '2 4
um local
Inf ormaçoes o b t i d a :
N o m e ........
Maria dos Santos Matos
Nascimenton
02
Fi1iaçáo
Ana José dos Sa nt os
Cor . „
Parda
.. ...
-08,1940
Instrução - „
C o 1e g ia 1 i n c o m f:>1e t a
Es t a d o Civil
Soltei ra
N a t u r a 1 id a d e
Ba ia na
Profissao,-H
E s t ud ante da E s c o .1a
Normal - ICEIA
Reiigiao
C a t „ A p o s t ó 1 ic a R o m a n a
R esid ên cia. .
C o m a rna d r i n h a no b a i r ro
114
da Moura ria
Entrada
no Asilo N.S.
M i s e r i c ó r d i a ...... 16.08,1940.
"doente de
necess id a d e " ^
Pelos
ent revistas,
José
dos
dados
acima,
Santos,
era
Ana per ceb eu que
ent re go u- a
as
económica,
feito
através
con cl u i- se que a mãe de Maria dos Santos Matos,
uma em pr ega da
dona Evelin a e dona Vespucia.
luz,
e pelo resgate
.
(lavadeira)
Quando,
de melhor
Ana
madrinhas,
após alguns tempos de dar a
nau consegui ria
madrinhas,
das
de
cuidar da
po siç ão
própri a
social
e
filha,
condição
para que estas se e n ca rr e g a s s e m da criaça o da menor
As
madrinhas,
realizadas,
tr ab alh ava m
por sua vez,
no
s e gu nd o
en tr ev is ta s
Instituto de Pueri cul tur a
(Pupileira)
como ps ic ólo ga e a s s is te n te social
ainda
e, provavelmente,
pe rc e b e r a m o
fardo que seria cui da r de uma r e c é m - n a s c i d a . Internaram a pequena
Ma ria
sabe
ao
dos
Santos Matos
a data exata em que
Asi lo
interna
N.S.
o
isso ocorreu.
da Mis eri có rd ia
que
caus ou
pront uár ios ,
enc on tr a- se
instituição,
seja ela por
a
no Asilo N.. S. da Mi se ri c ó r d i a
estranheza.
data
em que
a
Nao
obtid os
nao consta o motivo da
certa
a
Nos dados
.
Na
junto
saída
maiori a
internet
se
da
dos
deixou
a
"causa rnortis" ou por ter sido en tr e g u e
uma família,.
A s e nt re vi sta s dizem que* Maria
criança,
po ssu ia
um gênio muito
forte,
pun iç õe s por parte das madrinhas,
edu caç ão
comprovai'
formal.
nos
dos Santos Matos,
o que pro vo ca va
que; eram
Existe também um relato,
Arq ui vo s
da
Escola
115
desde
frequentes
respo ns áv ei s pela
que
Normal,
não
que
se
sua
co ns egu iu
a
mesma
lá
estudara.
A ve ri gu o u -s e
pr ofe sso ra
da escola,
tarribem que., cipós um sério atrito
e levando-se em conta as
com
a
malcriações,
a
fora enc am in ha d a cio Hos píc io J ul ian o Moreira.
mesma
É
p a ci en te
aqui coloc ar que a
necess ári o
viera
do
Asilo M„
in formação
S. da Mis eri có rd ia
de
foi
a
que
tirada
do
p r o n t u á r i <j médico da p a c i e n t e .
E
é
neste
espa ço - o
Hospital
Ps iq ui á t r i c o Juliano
M or eir a
■ que a pac ie nt e Maria dos Santos Matos
relatos
que;
vida.
ela
se c o n s e g u i u
era
chamada,
por alguns,
tecni cam ent e con si de ra d a
D o s c re ve r -s e- á
M a r ia
s ob
resgatar sobre a fase
que mais ch am o u a atenç ão
0
foi
inseridaasilar de
foi justame nte o fato
como
"Divina e
hospital,
por
sua
de
que
Insuportável",
e
oligofrèni.ca'“® „
uma série de c o m p o r t a m e nt os e ati tud es de
d o s S a n to s M a to s p a ra avaliar- o pe r ío d o e m q u e e 1a
o regime asilar
Dos
no Julian o Moreira.
exemplo,
faz a
Um dos
de sc riç ão da
es» tev e
fu nc ionários
"r o n d a " ^
em
do
que
Maria sempre estava presente.
-
"Ela era
muito,
com
uma pess oa muito boa.- Por exemplo,
ele tinha muita, preocupação.
todo murido,, um co ra çã o deste
interessante,
ela
Se
(os
um familiar que
familiares)
esti ves se
ac om pa nh av a
Pri me ir o porque ela era
tamanho,,
Maria
tinha
uma
ela me pro teg ia muito den tr o do hospital,
estava semp re comigo..
tinha
ela me?
lá, ela
fossem
Ela me dava as
coisa
percebe,,
possíveis.
rejeitava
o pa ci en te e nao ia lá, e
um dia de
noites ou
imediatamente me
- Olha a família de
informações
boa
"nao se i quem"
um dia
que?
esu
se
não
ligava:
veio,
116
olhe? venha
logo mulher.
E lá se
ia eu pra c o n v e r s a r . .. Sem contar esse
lado
rebelde,
do í d ã o , que também roe atra ía mu i to ”st:)
Por
um outro
d e t e r mi na da s
d as
pessoas,
"madrinhas"
atr ib ul a a sua
~
"E
lado,, Maria possu ía
ou das
o diabo,
- E com
p r i n ci pa lm en te em se
freiras que
internação,
iarn lá visitá-la,
esculhambava,
uma relação a g ita da com
tratando
iêirn visitá-la,
de
vi sit as
as quais
Maria
situa çõe s que se passa a relatar:
inclusive:
Iam as
e elas saiam de
freiras,
mas ela
pintava
lá desesperadas.
todas as visita s ela tinha esse c o m p o r t a m e n t o ?
Não,
ela
só
psi cóloga...
era vis itada por essas
duas
irmas.
que até era com quem ela se dava melhor,
Por
essa
embora
as
v e z es e 1a r e a g Isse a s s i rn- e aí p I ntava o d i a b o :
- Desgraçadêi,
me botou a q u i ..
Mas era com quem ela se dava rne 1 h o r ; a outra
..
ela
xingava
toda:
- Sua gorda,
Porque
casa,
bolo
fofo...,
diziam que era as duas que m a l t r a t a v a m
que batiam multo
muito
ela
nela
Hoje ela pode se:r co ns ide rad a como soei opa ta, o que
a
co ns tat ar
mudan ça
a
Início
a
mu dan ça do p en sam en to médi co após
qual
av al ia -s e com pa ra nd o- se o
hoje,
Ora,
leva
anos
70,
méd ic o
do
co le ta do com
um
Ins t it u I ç ã o :
- "Essa pressã o que vem de
sociais,.
os
dis cur so
do sécu lo com o que apr ese nt am os abaixo,
d os mé d I cos d a q u e 1 a
em
a pessoa
fora vai através de co st um es e valore s
não e n l o u q u e c e e
s i m p l e s m e n t e por qu e passa
fome,
117
mas
isso é concespção
também o
minha
pr oc e s s o
de
pass ar
com
fome,
de não
ter cond iç õe s de manter a
vários outros e le men to s de educação,
de
alimentação,
esses elem ent os vão fazer com que as pesso as
í.nt ra -ps íqu ic o s ,
que
podem gerar doenças.
dizer
que a doen ça mental
di ze r
sim que,
mu ito
grande...
psiqu iat ras ,
tenham
Se for
de
desemprego,
vida,
uma
que
não
quero
mas eu
quero
tem um
feito um levant ame nto por uma
pú bli ca
em torno de
alcoolismo,
isso
seja tao so men te social,
m il it â n c i a pa rt i d á r i a ou
tanto
quebraram
Com
2 0
como
privada.,
coisa,
quer dizer,
também
vai
todos estão aqui
porque; se enc os ta ra m
po rqu e
no
bebem
INAMPS,
e
são mal estares,
forçam
essa
que
v i n c ul aç ão com
você
por
não
dessa
você vai.
questão
um
dia
vin cu la do s
ao
são estado s de
pressão...
e
mal
na
te;m também
a
inst itu içã o
(privada) que tem
interesse.
o m torno de
16.000 cruzeiros,
cada pac ien te que pe rm ane ce por
horas no hospital
multiplique;
hospital
Ora uma diária
hoje está
24
privad o ou mesmo pú bli co vale 16.000 cruzeiros,
isso
pe;lo número de pac ie nt es dessas
como o São Paulo da rede privad a abri ga
unidades
hoje,
torno de 600 pacie nte s enq uan to o Ju lia no More;ira possui
150
de
essas
ver,
porque
estão
peso
equipe
de pr ob le ma p s i q u iá tr ic o mesmo,
%, o restante,
todos
co n f l i t o s
que; não tenham nenhum tipo de; vinculação,
p o p ul aç ão que está aqui,
i icar
tenham...
na doença mental o co mp on en te social
nenhuma
unidades,
v,ida, j u n t a m e n t e
1^91,
(um
em
em media
internos)"^..
E é assim,
p r át ic as
asilares,
já com o hospital
um pouco m o d i f i c a d o em suas
no final da déc ad a de 70,
M ari a dos Santos Matos.. Nessa época ela,
para
p es s o a
pass ar
já saia
alguns dias f ora do hospital em
r e s p o n s á v e l ..
1.18
que;
se
enc ont ra
frequentemente,
co mp an hi a
de
uma
N e sse
s e n t id o
complementarieda.de entre a
o
b s e rv «i- s e
q ue
e x is te
unia
Internação de H ar ia dos Santos Matos e
o d l s c urso médico psiquiátrico,
que buscava
impingir às
pessoas.,
d e t e r mi na d os p ad rõe s de condu ta e normal idade..
Ao
se
p er ce be -s e
cie
analisar,
por exemplo,
que a mesma deu entra da
ficand o durante,
o seu
pr on tu ár io
no hospital
aproximadamente,
a 25 de
médico
novembro
très anos sem
nenhuma
an otação de a d mi ni st ra çã o de qu al que r medicação.
Isto
paci ent es
deno ta
desse
ab an don o
Hospital,
a
que
eram
s u b m et id os
e que de mo nst ra o des ca ss o
do
os
poder
m é di co e públic o corn o pa ciente psiquiátrico.
Por
a té
Feira
outro
lado,
o momento em que
de
Santana,
foi
transferida
ma nte ve- se
ad m i n i s t r a d o s a paciente,
anos
a pacient e
rned icame n tos
na vida de Maria
foi
uma
ou seja,
para o
naquela in st ituição
Hospital Colônia
regul ari dad e
durante; a p r o x i m a d a m e n t e
medica 1,izada com
apenas
outro
lado,
o b se rv an do -s e
p a ci en te em relação ao disc ur so méd ic o oficial
num
trinta
dois
tipos
de
a
vida
asilar
da
do perío do de
c o n s ta t a- se que Maria dos Santos Matos
m om en to em
ut il iz ad as
remédios
.
Por- um
internação,
dos
de
em
que a
farmacologia,
psiquiatria,
fora
internada
e
técnica«
equipamentos
estavam
em
sua
urii
pr oc ess o
de
d e s e n v o 1 v ime nto e m u d a n ç a .
Le va nd o- s e
levariam para ser
em
conta o tempo que; essas
novas terapias
Implantad as e utiliz ada s no Brasil
119
e na
Bahia,
vê-se
toda
que,
ao an al is ar o pr on tu ár io médico
essa
nova
tecnologia,
basta
que ela
observar,
fez
por
uso
de
exemplo,
a
■quantidade e a d e s i g n a ç ã o dos remédios administrados» .
0
gene;rico
por
p ro c.e s s o
de
M a r ia M a tos p o d e
(se se deixa de
um
dos
médico s
se r
lado o fato de ela
da
instituição
c o ns id e r a d o
ter sido
como
Num
condu zi da
hospital
mé di c o
pr im e i r o
ao
momento,
hospício por nao p os su ir
psiquiátrico.
-se
houve
não
corno o de; tapeçaria,
labor terapia
onde
passaria,
o que denota a
e
em média,
poucos
terapeutas
do
de s at iv aç ão ,
para o Hospital
a n ta na ,
p o Is
transfe ri do
anti go Hospital
p a ra
do
cuidado
o
que
também,
a realizar cursos
idéia de uma p r a x Î terapia
realizar algum,
trabalho
um
5
Seria,
Julia no Moreira,
qu a n d o
ou
que
hospital
enfim,
de
Colôn ia Lopes R o d ri gu es em Feira
J u 1 ia no
„
As s i s t e n t e s
c c u p a c i o n a i s ..
o n o v o ho s p i ta 1
e
M o re i ra
nã o
sua
de:
fo i
nenhum pacien te que já e s t iv es se cronificado.
Vê-se
1
se:ria
fora
prontuário™,
1400 p a c ie nt es e apenas
tra ns ferida
medi ca
seu
e
d e nu nc ia da por vezes por' jornais
-se é que; é possível
existem,
ela
nenhum
em s e nt id o de pr oduzir a cura do pacien te em
Sociais
8
intornaçao,
um espaço social
foi anota do ern
pelos pr óp ri os psiquiatras;
louca")
na Bahia.
Passaria vários anos sern
demonstrei a falta de cuidado,
v en ha
o de sua
c o n s i d e r ad a
"não
exernplificador das vari aç õe s do di sc ur so médico
b e rn
que
a
pa ci en te passou por todas
in a ç ã o , pr o p o s t a s pelo di scurso médico,
capaz de a. curar,
seja por causa das terapias,
paciente.
120
as
eta pa s
de
sem que esse» fosse*
seja por causa
da
Em
alienados
que
s um a ,
a
p r im e ir a e x p e r i ê n c i a
na Bahia se dá em 1706,,
não cara cte riz a
de
no Hospital
r e c o 1 h irne n t o
São
de
Cr ist o v ã o ,
o
uma prática medica em relação a loucura a que
:-ve iniciaria em 1874,
mais de urn séc ul o depois,
com a criação
do
A s i lo S ã o J o ã o d e D e u s .
Co ncl ui -s e
d i s c i p li na do r
que o Asilo/Hospital
viria corno um
das div er sa s camadas so ci ai s da cidade,
um forte ele men to de.- dis cr im in aç ão social e punição,
in stalado desde a co ns ti tu iç ão de seu pri meiro
Com
me ta de
o
do
ps iq uiá tri ca s,
XX,
i ntroduzi ram "-se
nos div ersos
que
houve* uma mudança
pac ie nt es ali
a
regulamento.
internados,
na
primeira
novas
prá ticas
hospitais b r a s i le ir os e baianos,
levaram a d e s a ti v aç ão do antigo
isso
p o ss ui ndo
efeti vam ent e
d e s e n v ol vi me nt o da ciência medica,
sécu lo
el em ent o
hospital,
radical
que
sem querer afirmar
nas c o n di ço es
de
com
vida
e a uma série de qu es ti o n a m e n t o s
dos
novos
respe i to da p rát ica méd ic a as i1 a r
0
h o s p i ta l e o d is c u rs o m é d ic o c o n t in 1.1a m a s e r e le rfte n t o s
de di sci p l ina r i zação soc ia 1 , na med ida em que essas
ai nda
não dão conta de seu maior pr ob lem a que seria a
indivíduos ali
moral,
etc,
internados,.
dos
hospitais
tratamento
As falhas
se c o n f i g u r a m como
Maria
desse s
i nst. i t ui ções
nos prontuários,
psi qu iá t ri co s
o
o
dos
dis curso
um bom exemp lo disso.
Santos Matos continua
ambulatorial,
cura
a espera,
qual
resultado.
121
ninguém
ainda
s eg un do
sabe;,
internada
diz
terá
num
de
um
algum
NOTAS
.1...
Este é o termo de ab ertura do livro de ata do Asilo Sao
de Oeus que se en co n tr a
João
no Arqui vo da Santa Casa de M i s e r i c ó r d i a .
2. Ar qui vo da Santa Casa de Mi s e r i c ó r d i a ..
3.
4.
Id e m Ent en de -s e por- prática médica oinício de
uma
sis tem at iz aç ão
d o s c o n he c im e n t o s e d a s te ra p ia s e rnrei a ç a o alo u c u r a .
5. Arquiv o da Santa Casa de M i ser ic órd ia
6
.
As
e n f er ma ri a s eram os locais onde g er alm en te
os
p a c ie nt es
d o r m i a m e recebiam medicações.
7. Locais para m in ist ra r algum pe que no
S..
Os quarto s fort es eram peq uenos cubículos,
ferro
nu,
tratamento médico..
com porta onde o pac ien te agita do
at:e
com
uma
permanecia,
que o médi co ou ass is te nt e social
grade
g e r a lm en te
resolvesse
podia voltar a con viv er com os outros pacientes.
Era
de
que
uma
ele
e s péc ie
d e so li tár ia dos hospi ta is psiqu iãtr ic o s .
9. E n t r e v is ta re a l i za d a e m 12.12.9 2
10. Ent rev is ta rea 1 i zada em
14.. 05.. 92
11»
E nt re vi st a
reali zad a em 14.05.92
12.
A c o n v u l so te ra pi a se divide em c e r l e t e r a p i a ,
como eletrochoque,
at ra vé s
da
pr ov o c a n d o
q ue
o
e i n s u l i n o t e r a p i a „ a qual
ap li caç ão
a queima
de
uma dose
de
mais
con hecida
provoc a a
co nv ul sã o
insulina
no
acent u ad a de açú car es do sangue
pac ien te entre em convulsão,
elotrochoque.
122
ca us an do o m es mo
paciente?,
fazendo
efeito
com
do
13.
M é d ic o A s s is t e n te é q ue t ra t a d e u m p a c ie n l:e e s p e c i f io a rne n t e ..
Ccida
tem um numero >. da pac íe ntes
médico do hospital
via de regro,
os
quais*
só ele presc r ev e me di ca me nt os e terapias.
14.. En tre vi s ta
realizada ern 20 .0 5.9 2
15.
En tr ev is t a
re alizada em 14 .05.9?
16. Ent re vi st a
realizada em 12.12. «>2
17. Entre v is t a r e a 1 i za d a. e m 12 „ 12. 9 2
1.8
.
cha da meia
0
noite é
um tipo de droga muito
aos p a c ie nt es que faz com que eles durmam.
a
droga é tão
o que,
19.
2 0
forte;
aplicada
Segun do alguns médicos
forte que evita ató que os paci en te s tenham sonhos,
segun do eles,
E n tr ev is ta
nao é favorável
ao tratamento.
realizada em 14 .05.92
. Idem
2 .
1.„ 1
dem
2 2. C a b e
r e s s a i ta r que p o r rno t iv o s é t ic o s , to d o s o s
no m e s
aq ui
a p r e s e n t a d o s s a o f ic c io n a is „
23.
É en con tr ado
no pr ont uár io da pac ien te
um outro end ere ço
no
bairro da M o u r a r í a .
24.
Pr on t u á ri o do SAME J u lia no Moreira.
2 5.. E n t r e v i s t a r e a L iz a d a e rn 14 „0 5 „9 2
26.
As
informações sobre o nascimento,
filiação
e
entrad a
Asilo Nossa S. da Mi se ri có rd ia foram obtida s junto àque le
Ern relação ao so br eno me Matos
todas as cri an ça s a br iga da s
Exis te
e n c on tr a d a s
Arquivo
do
uma
órgão.
notou-se: que ele era comum a
quase
naquele asilo.
sem el ha nç a muito grande
entre
as
informações
no p r o nt ua r io m édico do SAME do J u l i a n o M o re ir a e
Asilo
N.
S..
no
da
Misericórdia,
nascime nto das duas fichas é muito próxima.
123
como:
Ambas
não
a
data
do
de
ap re se nt am
r e g is t ro
(e n t r e
paternidade
da
a r q u iv o s ,
paciente..
dados
fo r n e c id o s
leva a
posse,
escondendo
aceita
que este
adotada,
na
"status"
dúbio,
como
inferir,
da
mãe,
nos
dois
s e rnlevar
e rn
con t a
que tra ta-se da mesma pessoa..
Esse fato porém era algo comum
cer ta
p ar fa rní 1 ia r e s )
registro do nome; da
0
é o m e s rno , o que
o u t r o s depoimentos,
27.
os
criar
fosse
maior ia
das
o
na Bahia onde
filho
de
outra
filho de criação,
vezes,
acabav a
também
família,
sendo que a
não o era
era
de
não
c r ia nç a
su je i t an do -s e
pois ao mesmo tempo em que não
um e m p re ga do da família,
uma família
a
um
co n s i d e r a d o
to ta l m e n t e
como
f i l tia .
CS.
0 1 igofrènia,
significa: es ca ss ez
c a u s a s di ve rs as
segun do
ole
o
v e rb et e
do
d ic io ná ri o
d e s e n v o l v i m e n t o mental,
(hereditárias ou adquiridas),
que
Aurélio
pode
ol igops íquisrno
ter
(c:f.
d e m ê n c i a ).
29.
Ronda era uma visita que as as s i s t e n t e s sociais,
faziam
a
todos os p a v il hõ es do hospício,
problemas
social
estava
quando um pa ciente est av a para morrer,
pr ocurava
há
a família para
informá-la.
muitos dias no qua rt a
nec es si da de da
forte,
En trevista re alizada em
14 .0 5. 92
31.
En tr e v i s t a realizada em
14.05.92
32.
En tr e v i s t a real iz ad a em
20 .0 5. 92
0s
Qu a n d o
de te ct ar
sua
a
um
averiguava-se
os
solução»
assistente
paciente,
a
real
reclusão, etc.
30..
33.
a fim de
ex is t e n t e s para que .se p r o v i d e n c i a s s e a
Por exemplo,
geralmente,
remédios que
foram ad mi n i s t r a d os à
p a ci en te
resumem-se
bas i c a m e n t e a dois grupos de m e d i c a m en to s sendo an ti - p si có ti co s e
hipnóticos e t r an qüi li zan te s e ansiolíti cos:
124
1950/60:
AmpL ict i 1, Po ce ta l+Veganim,
Gardenal,
Arnprazim
Secões de eletrochoque;
1.^60/70: G1 ipex.
Atrop I.na s e ,
S o b i a s o 1, Robianol,
Mequalon,
Tensilabe,
Redoxom,
iioga d o m ,
Vali um,
Medi sedam,
Synkavit,
Dernpax,,
L í.t r í,s o m , L 1 b r 1 um
1970/80:
Cabe
se
1deni
aqui
ressaltar que a lista dos remédios ap re se n t a d o s
repetem
acordo
en co nt ra
com
com
a
multa
regular i d a d e , sendo
av al iaç ão da paciente,
registrada
que,
eles
es cl a r e c i d o o porque da escolhei entre
12 5
al te r n a d o s
geralmente,
em seu pr on tu ár io médico,
acima
ou seja,
de
não
se
não
é
um ou outro medicamento.
CONCLUSÃO
Desde
o
cont inuadarnente ,
mentalidade,
cada
vez
final
da
sendo
trancafiada em
bord as da R e v ol uç ão Francesa,
Esse
crescimento
fenômeno,
das cidades,
do
c amp o
proletariado,
nec e s s i d a d e
entre
de
Média,
encarcerada.
antes a s s oc ia da a lepra
mais
populares
idade
no
o
para
1
de
toda
outros,
o
pressionava
cont ro la r
as
já
as
nada.
0
liberta-la.
não ocorreu
cidade:;
a
seria
que,
por
de sl o c a m e n t o do centr o das
a
vem.,
a loucura
ugubres até
viria
entanto,
loucura
Herdeira
na Europa,
lugares
Pinei
a
diversas;
revoltas
d e s e n v ol vi me nt o
o
Esta do
a
do
ver
camadas sociai s
a
que
c o rnp u n ha rn o m e io u r b a no.
Não se p o de ri a deixar de
que
p o ss ui a
vo n t a d e
a
de
Ob vi a m e n t e
me di c i n a que,
d e s en vo lv er
lado,
já há
o potencial
algum
tempo,
um projeto de medica
1
ização
d is cip li nad or
e x te rn ava
da
o di sc ur so p s i q u i á t r i co enc on tr ou solo fértil
a
cidade.
nessas
c o n d i ç õ e s para se desenvolver.
Poder-se"-ia avaliar que o Brasil,
se
Salvador,
não
p r i m e i r o momento.,
ficaram
houve a
cie fora de
e ern especial
todo
a cidade!
esse projeto.
importação do di sc u r s o médico
Num
europeu.
d o qual Esqui rol
dec or re r
dos
brasileiro,
mentais,
talver; tenha sido o melhor
tempos,
de várias
cr iou-se
v ol ta da
e
a
representante.
inauguração,
ainda
no
petra a realidade
nacional
doenças
loucura
mesmo que ainda
o
Império
instituições para o tratamento de
uma prati ca médica em relação a
Com
mais
inspirada
em
ideal de hig ien Izaçáo do di sc ur so médico e
da
au t o res e s tr angei r o s .
grande;
0
p s i q u i a t r ia
sem p r e
b r a s i le i ra
processo
infra estrutura
de d e s e n v o l v i m e n t o
final
urbana,
o Id a d e .
industrial,
do sécu lo passado,
Desde
semp re
as pri me ir as
e x is ti u
const ru in do ,
um
em
forte
de certa
que c o nt av a com o
para que o di sc u r s o méd ic o
com
sérios
um forte
forma
ab ortado
in ve stimento
de
fosse c o n s id er ad a o lugar
higiênico se fizes se ouvir.
teses médica s pro du zi da s
desejo
c o n f o r mi d a d e
Sal v a dor,,
(a qual e n fr ent ari a
c a p i t a i s e s t r a n g e i r o s de grande monta),
ideal
da
co n s i de ra d a por seus cro ni st as corno urn local
pr o b l e m a s de
no
s e r ia o c o n t r o 1 e
corn
de
cont ro lar
as
teor-Ias
dis c u r s o que buscava as so ci ar os di ve rso s
na
a
Bahia,
p o p u l a çã o
européias,
fenômenos da
urn
loucura
à
teorias a n a t o m o p a t o l ó g i c a s e as teorias morais.
Corn a ev ol uç ão do di sc ur so e da práti ca méd ic a
alguns
marcos
nesse de se nv olvimento,
Peixot o e da LBHíi,
prevenção
que
aparecem
como as teori as de
Afrani o
iriam de s e n v o l v e r as idéias e u g ên ic as
às d o en ça s menta is pr op o n do com
Isso a
de
pr of il ax ia
da
o b s t a n t e , desde o perío do e n t r e --g 11e r r a s , tem-se
urn
1 o ucu ra no Eira s 11 .
Não
franco
que,
desenvolvimento
a
nas te rapias associ ad as á
partir
da
década de 50,
desenvolvimento
da
farm ac ol og ia
haveria,
também,
psiquiátrica,
12 7
loucura
o
urn
que
sendo
grande
veio
a
co ntr ibu ir
no
•quest ionando,
tratamento
no entanto,
a
de
di ve r s as
doenças,
interferência das
não
se
indústrias qu ímicas
na utiliz açã o dess as drogas.
de se n v o l v i m e n t o
0
par tir de 1970,
vê-se
das
no senti do de bu sc ar- se
di ve rs os
locais,
pelo
Ho s picio
J u 1 ia n o iio re ira,
brasileiros,
cond içõ es
d aq ue la
de ss es
co nc epç ão
porque
forma.
lobotomia
quanto por
era p r a t i c a me nt e
Não
0
"naquela
ficava
pois
nem
só
ou a ciasse médica,
di s c u r s o
o
d e ve ri a
o
moral
socie dad e
e
seja
ou
físico-,
trancafiado
tratado
eletrochoque,
a
ou
e por
Não se que st io na va
havia o con se ns o da
e é claro
impossível
isso,
nos recreios,
ser
seja
sua
pois
que
o
realidade..
pensar
realidade.
devia
a
n e c e ss id ade
foi co ns ide rad o per ig os o
seja
h a v ia
naquelas
ser
tinha c o n h e ci me nt o dessa
tr ata men to e seria
assim por qu e sempre
procurar
impunha com a maior força,
médico nao co nc ord ass e com essa
tratado
11o s p i t a is
estava
reconh ec ia -s e
nú ou s e m i -nú porque
ern
tanto
in t e r n o s , p o is
ali en ad o
se q u es tio nav a
os
impossível
o médi co era o todo poderoso",
pre sc re vi a
fortes,
o
louco e, como tal,
dis curso médico ai se
época
médico,
pe ri go
que
( p s i c o c i r u r g i a ),
o porquê ele
Ela
era
de;
to d o s
ins trumentos para do cilitar o paciente.
loucura.
o que,
lutas a n t i m a n i c o m i a i s _
m e 1 h o r a r a s c o n d iç ô e s d e v id a d o s p a o ie n te s
clara
a
psi qu ia tr ia
uma an ti -psiquiatria,
levou a um c r e sc en te das
que,
mais clara que fosse ci realidade vlvenciada,
psiquiátricos
uma
foi tal
uma clara mudança, nos rumos da
moderna,
Por
teorias médicas
0
que
louco
o
era
-fosse
um
isolado
da
nos
quart os
na p s ic oc ir ur gi a ou si mp le sm en te dentro dos muros do
ma riicôm Io
No
momento,
vive-se
uma
luta
intensa
an t im an ic om ta l ), ac en ta da também pelo p ro je to de Lei do
d o Parti do dos Trabal h a d o r e s ,, Paulo Delgado,
hos pitais
criticas,
psiquiátricos
de todo pais,
o que
alvo de
129
de pu t a d o
tem feito
p e sq ui sas
com o s e nt id o de me lh or ar o at e n d i m e n t o e o
psiqu1átr Íco brasi1ei ro .
(movimento
dos
e
de
tratam ent o
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s é cu lo
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S erg io
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M aria
Ana
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P aulo:
M ig ração
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População..
Edgard.
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S a l v a d o r , 5 ( 4 ) : 19~
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In stitu to
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In d u stria liz a ç ã o
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F ilo s o fia
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in ce n tiv o s
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c om o d i s c u r s o
h istó ric a .
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m o ralid ad e.
R io
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Alienism o..
CHAUI, M a r i l e n a .
no
S é cu lo
B r a s í 1. i e n s e „ 1 9 8 2 .
Vol„
IN:
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o e sp etácu lo
12?p..
p ro d u tiv a :
n o rd estin as,.
re p ú b lica
XIX:
o
R e v ista
N.
2,,
(1889-1930).
caso
das
B ra s ile ira
de
1986.
R io
de
Ja n e iro :
39 t p„
D i f e 1,
CA ST'EL 5, R o b e r t .
P a ris
Cam pinas:
A p rim e ira
19 73,.
e
e estrutura
Estudos
________________ ,. M o v i m e n t o
J
no
3Bp..
Londres
m e tro p o lita n a s
ü ife l,
Bahia
14 5 p .
regiões
CARONE.,
Cadernos
te n tativa
A p siq u ia tria
pobreza..
CAMARANO,
da
G r a a 1 , L9 78..
J a ne i. r o :
BR ESCIAN l,
fa m ília :u m a
G a b rie lli.
S a 1v a d o r : 197 5 , mÍ rneo.
BI R MA N,
Planejam ento.
A sagrada
c o m p a d r ío , Cam pinas:
AZEVEDO,
económ ica
1077.
N ET O ,A n ton io
C iê n cia s
h istó ria
i <'■>7 0
A ordem
R io
de
o p e rá rio
B ra sil
(1877-1944).
R io
de
57 8 p _
p s iq u iá tric a :
Ja n e iro :
C u ltu ra
no
e
G ra a l,
A Idade
1.978,.
d em ocracia:
130
o
de
Ouro
do
329p.
d iscu rso
com petente
e
outras
COSTA,
falas..
Ju ra n d ir
São
F.
H istó ria
J a ne I r o C amp t i s ,
COSTA,
Ju ra n d ir
F„
J a ne i r o : G r a a 1 ,
CUNHA „Mar i a
C . P..
R e p u b lica .
CUNHA,,M aria
a silo ..
DECCA,
Edgar
1980 -
São
Ordem
de.
1983.
da
P s iq u ia tria
e
309p„
no
norma
ordem:
a
B r a s il ie n se ,
do
.Janeiro:
mundo;
Pa;;
O nascim en to
René..
1981.
B ra sil-
R io
de
fa m ilia r,.
R io
de
282p -
P aulo:
B r a G i 1 i e n s e „ 1 982 .
DE S CAR TE S ,,
da
m édica
O e sp e lh o
de
Moderna,
10 7 > p .
C id a d e la s
C.P..
R io
P aulo:
doença
1990.
m ental
80p..
Juquery,
e
Terra.,1986.
das
fá b rica s.
na
a
h istó ria
de
um
21?p»
São
P aulo:
7 7p .
O d iscu rso
do m étodo.
São
P aulo:
Hernus, 1 9 7 8 .
136 p .
DONXFLOT,
.Jacques.
1980.
DREYER,
p o lícia
das
fa m ília s.
R io
de
Ja n e iro :
G ra a l,
209p.
A n to n io
in o rg â n ica
ECO,
A
Humberto.
F-B .C .
ou
A
p siq u ia tria
in o p o rtu n a
Como s e
faz
co m u n itá ria
na
Bahia:
S a l v a d o r : 1 9 8 0 , m i m e o .. 9 9 p .
uma
tese..
São
P aulo:
P e r s p e c t i v a ,1987.
184 p .
FEBVRE,
Lu cie n .
A t 100,1978,.
FERRO9 M arc.
Org..
A m an ipulação
São
G a b rie l.
C o r t e z , 1988.
e
meu
de
Ca,rios
G ulirrne
Mota.
Sao
P aulo:
da
P aulo:
h istó ria
no e n s i n o
e
m eios
I b r a s a ,, 1983..
O P rín cip e
e
os
nos
de
306p„
in san os.
São
P aulo:
1 7 0 p ..
F0UCAUL..T,M i c h e l „ E u ,
irm ã
textos
190p.
com u n icação.
FIGUEIREDO,
de;
irmão,.
P ie rre
R io
de
R iv ie re ,
Ja n e iro :
131
que
d e g o le i
G r a a l , 1.982.
m inha
294p„
mãe,
minha
_________________ „ H i s t ó r i a
P e r s p e c t. i v a ,
lo u c u ra
na
idade
clá ssica..
Sao
Paulo:
5 b 1p „
1 9 7 8 ..
________ __ _______„
da
M ic ro físic a
do
poder.
R io
de
Ja n e iro :
G ra a l,
.1982 „ 29 Sp „
V ig ia r
p risõe s..
GAY,
Peter.
educação
GUIMARÃES,
P e tró p o lis:
Sao
Sao
s e n tid o s.
A n to n io
S..A.
Cadernos
A tic a ,
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1991..
ra in h a
C ia
v io lê n c ia
nas
v itó ria
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Letras,
1 9 8 8 „ 4 0 5 p ..
das
freud;
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c la sse s.
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B ra s il.
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LUZ,
D icio n á rio
Pau1o :
Madel
T„
L i s a „ Vo 1 . t V „
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Lín gua
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K a tia
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Roberto
G r a a l , 1978,.
Portuguesa
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„ C a rn a va is,
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m alandros
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h e ró is...
R io
de
272p „
Bahia
S é cu lo
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Im pério..
R io
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J a ne I r o :
No v a
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sé cu lo
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Bahia:
Sä'o P a u l o :
________________________.
Sfio P a u l o :
MARX,
Karl..
Fr r o n t e i r a ,
cid ad e
H u cite c,
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C o rru p io ,
Obras
a
1 992 do
S a lva d o r
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e so cie d a d e
1988.
e
seu
mercado
no
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Bahia
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sé cu lo
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P aulo:
A lfa
O me g a ,
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N ordeste
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NEVES,,
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baian as.
OLIVEIRA,
P ANG ,
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São
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ROQUE FELIPE DE OLIVEIRA FILHO MEMÓRIAS - PPGH