MANUAL
METODOLOGIA DO TRABALHO
ACADÊMICO E CIENTÍFICO
MANUAL
METODOLOGIA DO TRABALHO
ACADÊMICO E CIENTÍFICO
1
SOMESB
Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda.
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
Presidente ♦ Gervásio Meneses de Oliveira
Vice-Presidente ♦ William Oliveira
Superintendente Executivo ♦ Samuel Soares
Superintendente de Ensino, Pesquisa e d
Extensão ♦ Germano Tabacof
Superintendente de Desenvolvimento e>>
Planejamento Acadêmico ♦ Pedro Daltro Gusmão da Silva
Diretorias Unidades FTC
Salvador
Diretora Geral ♦ Profª Letícia Suñé
Diretora Acadêmica ♦ Profª Fátima Lopes
Feira de Santana
Diretor Geral ♦ Prof. Heraldo Silva
Diretora Acadêmica ♦ Profª Cadja Portugal
Itabuna
Diretor Geral ♦ Prof. Antônio Costa
Diretora Acadêmica ♦ Profª Maria de Fátima Ferreira
Vitória da Conquista
Diretor Geral ♦ Prof. Humberto Santos
Diretor Acadêmico ♦ Prof. José Carlos Oliveira
Jequié
Diretor Geral ♦ Prof. Ivaldo Braga Senna
Ensino a Distância
Diretor Geral ♦ Prof. Reinaldo Borba
Diretor Acadêmico ♦ Prof. Roberto Merhy
EQUIPE
DE ELABORAÇÃO/PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO :
♦PRODUÇÃO ACADÊMICA♦
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire
Autora ♦ Ana Paula Amorim
Revisão ♦ Karen Sasaki, Maria de Fátima Ferreira
♦PRODUÇÃO
TÉCNICA
♦
Designer ♦ João Jacomel
Revisão Final ♦ Idalina Neta
Estagiários ♦ Israel Dantas, Lucas do Vale e Diego Maia.
ESTE MATÉRIAL FOI ORIGINALMENTE PRODUZIDO PELA FTC - EAD PARA SEUS CURSOS DE
LICENCIATURA A DISTÂNCIA E ADAPTADO PARA O ENSINO PRESENCIAL.
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da FTC EaD - Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância.
www.ftc.br/ead
2
ÍNDICE
1.
REGISTRO E SISTEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
1.1
1.1.1
1.1.2
1.1.3
1.1.4
1.1.5
1.2
1.2.1
1.2.2
1.2.3
1.2.4
1.2.5
1.2.6
1.2.7
1.2.8
1.2.9
1.3
1.3.1
1.3.2
1.4
1.4.1
1.4.2
MÉTODO E ESTRATÉGIA DE ESTUDO E APRENDIZAGEM
Fundamentos do Método do Estudo
Fatores Condicionantes do Estudo
A Aprendizagem
Planejamento e Organização
Regras Gerais de Estudo
LEITURA E ANÁLISE DE TEXTOS
Elementos da Leitura
Modalidades de Leitura
Etapas da Leitura
Finalidades da Leitura
Motivação para Leitura
Condições para uma Leitura Proveitosa
Técnicas de Leitura
Maus Hábitos de Leitura
Etapas da Análise e Interpretação de Textos
TÉCNICAS PARA SISTEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO I
Técnica para Sublinhar
Técnica para Esquematizar
TÉCNICAS PARA SISTEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO II
Técnica para Fichar
Técnica para Resumir
2.
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS
2.1
2.1.1
2.1.2
2.1.3
2.1.4
2.2
REDAÇÃO CIENTÍFICA
Trabalho Científico
NBR 14724 (JAN/2006)
NBR 6023 (AGO/2002)
NBR 10520 (AGO/2002)
RESENHA, ARTIGO CIENTÍFICO, MEMORIAL, ENSAIO E INFORME
CIENTÍFICO
Resenha
Artigo Científico
Memorial
Ensaio
Informe CientÍfico
SEMINÁRIO, PAINEL E MESA REDONDA
Seminário
Painel
Mesa Redonda
ESTUDO DE CASO, PALESTRA, CONFERÊNCIA E PÔSTER
Estudo de Caso
Palestra
Conferência
Pôster
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Acadêmico e
Científico
3.
A PESQUISA CIENTÍFICA E SUAS FASES
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3.1.1
3.1.2
3.1.3
3.2
3.2.1
3.2.2
3.3
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3.4.1
3.4.2
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3.4.5
3.4.6
3.5
CONCEITO, FINALIDADE E REQUISITOS DA PESQUISA CIENTÍFICA
Linguagem Científica
Técnicas de Pesquisa
Níveis de Pesquisa
TIPOS DE PESQUISA
Pesquisa Quantitativa
Pesquisa Qualitativa
FASES DA PESQUISA CIENTÍFICA
Projeto de Pesquisa Científica
Estrutura do Projeto de Pesquisa
RELATÓRIO DE PESQUISA E MONOGRAFIA
Estrutura do Relatório de Pesquisa
Monografia
Estrutura da Monografia
Tipos de Monografia
Formatação da Monografia
Elementos da Monografia
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Em educação, nenhuma oportunidade deve
ser perdida, tanto para aprender, quanto
para ensinar, como para sentir.
A Arca, 2001.
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Acadêmico e
Científico
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1. REGISTRO E SISTEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
1.1 Método e Estratégia de Estudo e Aprendizagem
Estudar corresponde a trabalhar. Exige empenho responsável e
dedicação generosa. Conseqüentemente, pressupõe sacrifícios e
escolhas conscientes. Quem de fato quer estudar deve estabelecer
uma hierarquia de valores em sua vida.
Já vimos, anteriormente, que o vocábulo metodologia vem
do grego “methodos” (meta + hodos = caminho) em latim
“methodus”, e indica um caminho para chegar a um fim, ou a
um determinado resultado. Nos estudos, a metodologia
pretende oferecer ao estudante os instrumentos necessários
e úteis para obter êxito no seu trabalho intelectual, tornando
assim essa atividade menos pesada e mais eficiente.
Agir metodologicamente é condição básica de
qualquer pesquisa científica, por mais elementar que seja.
Trata-se, efetivamente, de um conjunto de processos que o espírito humano deve
empregar na investigação e demonstração da verdade. Não devemos considerar o método
como o essencial, lembrar que ele é um instrumento intelectual, um meio de acesso, enquanto
a inteligência, junto com a reflexão, descobre o que os fatos realmente são.
Um estudo é eficaz quando se torna significativo, isto é, quando os novos
conhecimentos e informações são assimilados pessoalmente e confrontados e integrados
no complexo de conhecimentos já existentes, podendo ser reutilizados em outras
situações. Assim, o estudo contribui para a formação integral da pessoa e de sua
maturação.
1.1.1 Fundamentos do Método do Estudo
Entre duas pessoas que tenham o mesmo grau de escolaridade, processos
cognitivos semelhantes e graus de motivação semelhantes, certamente aquele que fizer
uso de um método de estudar compatível terá melhor rendimento. A eficiência do estudo
depende de método, mas o método depende de quem o aplica, da maneira como o faz,
adequando-o as suas necessidades e convicções. Podemos citar com pontos essenciais
para eficiência nos estudos o que se segue:
Finalidade: desenvolver hábitos de estudo eficientes que não se restrinjam apenas a
determinado setor de atividade ou matéria específica;
Abrangência: servir de instrumento a todos os que tenham
as mesmas necessidades e interesses, em qualquer fase de
desenvolvimento e escolaridade, podendo aperfeiçoar-se à
medida que o indivíduo progride, através de seus próprios
recursos.
1.1.2 Fatores Condicionantes do Estudo
O ofício de estudar requer algumas qualidades específicas que podemos sintetizar
na seguinte trilogia: constância, paciência e perseverança. A constância vence as
7
impressões de falso cansaço que, freqüentemente, se apoderam do espírito
e do corpo. A persistência, no entanto, faz as articulações se desenferrujarem,
os músculos se revigorarem, a respiração se dilatar, de repente, um novo ânimo
empurra para frente, coisa semelhante pode acontecer com os estudos, em
T r a b a l h o
Acadêmico e vez de ceder diante dos primeiros sintomas de fadiga, o estudante deve romper
C i e n t í f i c o para frente, forçar a saída da energia interior. E a paciência para aguardar
com amor o natural resultado dos esforços desenvolvidos.
É regra de ouro não empreender nada além da capacidade pessoal.
Cada um tem seu ritmo próprio e suas limitações. O presunçoso é aquele que se julga
superior ao que realmente é e pode ser, contenta-se com aparências e, facilmente, é vítima
de auto-ilusão. Conhecer os reais limites pessoais é fator de honestidade para consigo
mesmo e para com os outros. Quando o trabalho é fruto do próprio esforço, então é que tem
valor, mesmo não atingindo inteiramente a qualidade acadêmica exigida. Deve-se desistir
da tentação de sempre querer comparar-se com os outros. O que eu mesmo sou capaz de
produzir, dentro das minhas condições pessoais, é o que contribui, efetivamente, para minha
realização humana.
Portanto, as condições físicas e as do seu ambiente de estudo devem ser favoráveis,
possibilitando o trabalho atento e tranqüilo. Criar melhores condições físicas de estudo é
melhorar o seu rendimento. Veja, agora, alguns fatores e dicas que podem melhorar o seu
desempenho nos estudos:
Ambiente: Procura-se, se possível, um lugar sossegado. O
quarto de estudo deve ser bem arejado e iluminado. Na
escrivaninha do estudante devem ser afastados todos os
objetos que podem distrair. O que não pode faltar é um bom
dicionário, papel ou fichas, lápis, borracha e caneta.
Motivação: Um fator absolutamente central no estudo é a motivação, ou seja, uma disposição
interior que nos impulsiona a adotar e manter um estilo de vida e um comportamento que
expressam e concretizam valores tidos com importantes. Sem objetivos concretos, que devem
ser constantemente lembrados, corremos o risco de desanimar diante das primeiras
dificuldades que se apresentam, enquanto a experiência de fracasso provoca uma profunda
frustração psicológica. Ao contrário, uma forte motivação garante um estudo perseverante
e bem-sucedido.
Intercâmbio: É de grande utilidade reunir-se de tempos em
tempos com colegas/estudantes para trocar experiências de
estudo, confrontar resultados, preparar um exame ou um debate
em aula. Esse tipo de intercâmbio abre novos horizontes,
estimula o esforço e esclarece dúvidas.
Saúde: Às vezes tratam-se de casos relativamente simples de serem resolvidos. Assim,
por exemplo, sonolência constante em períodos de estudos pode ter como motivação a
inadequação do horário de estudo ou tipo de alimentação efetuada antes do estudo.
8
Autodisciplina: No campo da formação intelectual nada se faz sem
autodisciplina. A concentração – elemento primordial nos estudos – depende
em boa parte dela, pelo fato de exigir força de vontade e tenacidade na ação.
Sem esta disposição firme e empenho decidido não adianta, absolutamente,
nada oferecer subsídios metodológicos, acompanhamento pessoal nos estudos
ou técnicas sofisticadas de aprendizagem.
1.1.3 A Aprendizagem
O “todo” ajuda a compreender as partes, não são as partes que ajudam a compreender
o “todo”, portanto não deve-se procurar aprender por “pedaços”. Toda aprendizagem é
uma “estrutura” que deve ser assimilada globalmente, portanto deve-se pensar sempre em
termos de totalidade e relação das partes entre si.
Um estudo eficiente passa, necessariamente, por três etapas que, articuladas, levarão
o educando a atingir com mais eficiência a aprendizagem desejada, denominada aqui de
síncrese, a primeira etapa, análise, a etapa intermediária, e síntese, a etapa final.
Vejamos o quadro abaixo:
SINCRESE
ANÁLISE
SÍNTESE
Procurar o sentido
estrutural do todo
Procurar ver e
compreender todos
os detalhes
Eliminar da investigação
tudo que não for
fundamental
Visão difusa
do conteúdo
Ordenar o conteúdo
Conclusões, definições,
princípios, esquemas,
diagramas
1.1.4 Planejamento e Organização
Não se pode esperar ter êxito nos estudos sem planejamento e organização. O
planejamento diz respeito ao tempo disponível, enquanto a organização se refere à utilização
eficiente deste tempo em termos de estudo. Estudo exige, por sua própria natureza,
autodisciplina e disponibilidade. Devemos garantir o espaço de tempo necessário para a
atividade intelectual, através de um horário elaborado a partir da situação pessoal. Elaborar
um “Quadro de Horário” prevendo a distribuição do tempo dedicado ao estudo é um excelente
recurso para otimização do tempo, possibilitando o acompanhamento das tarefas a médio
e longo prazo. Também no sentido de contribuir na organização das atividades seria bom
elaborar um “Quadro de Tarefas”, possibilitando o acompanhar das atividades.
9
1.1.5
Regras Gerais de Estudo
As regras que se seguem ajudam a melhorar o rendimento do estudo.
T r a b a l h o Conheça-as e use-as com bom senso.
Acadêmico e
Científico
4 estude individualmente, salvo se tiver a certeza de que
estudando com outros você aumenta a própria eficácia
(discutindo pontos de dúvidas, por exemplo);
4 tenha idéia clara dos resultados que você deseja alcançar
e afaste do seu pensamento tudo o que seja alheio ao seu
estudo;
4 aprenda os conceitos, princípios e regras gerais, antes de
tentar aplicá-los;
4 destaque os aspectos importantes de sua tarefa, seja ela
qual for, e considere-os de acordo com essa importância;
4 faça constantes revisões, aproveitando tais oportunidades
para eliminar os seus pontos fracos;
4 procure resolver as suas dificuldades sozinho, mas não
deixe de pedir auxílio se perceber que ele é mesmo
necessário;
4 distribua bem os seus esforços durante o estudo, ou seja,
estude por etapas a matéria muito vasta, importante ou
difícil. Distribua as etapas por mais de um período de
estudo;
4 aprenda a matéria estudada de modo a poder reduzi-la a
uma unidade;
4 aplique o aprendido, usando sempre que lhe seja possível.
Veja no quadro da página seguinte um método de estudo:
10
MÉTODO DE ESTUDO
FASES
G
L
O
B
A
L
P
A
R
C
I
A
L
ATITUDE E
COMPORTAMENTO
Curiosidade
Interesse
Propósito
Definido
TÉCNICAS BÁSICAS DO ESTUDO
1.Perguntar-se antes do estudo:
4 Qual é o assunto?
4 O que sei sobre isso?
4 Que acho que vai tratar-se aqui?
2.Pausa para responder-se mentalmente a essas perguntas.
3.Leitura rápida sobre todo o livro (quando é o primeiro contato
com ele):
4 Tentar obter o plano da obra;
4 Informações sobre o autor e seu trabalho;
4 Tentar descobrir seu método expositivo.
”Olho clínico”
Atenção
Não-passividade
Concentração
Análise
Crítica
Síntese
Sistematização
Ordenação lógica
4.Leitura rápida sobre o capítulo, a lição:
4 Tentar apenas se informar do que se trata;
4 Tentar esboçar o plano do capítulo ou do texto;
4 Estabelecer, rapidamente, relações com temas anteriores;
4 Sem anotações – veloz;
4 Esta primeira leitura é sem análise – levada a cabo, mesmo sem
4 entender tudo.
5.Nova leitura: demorada, refletida
4 Assinalar as partes importantes;
4 Obtenção da idéia principal;
4 Obtenção dos detalhes importantes;
4 Assinalar a lápis no livro;
4 Relacionar as partes;
4 Criticar (se for o caso) pontos de vista do autor;
4 Confrontá-los com os próprios;
4 Levantar dúvidas;
4 Procurar respostas.
6. Anotações (de preferência em fichas)
4 Breves transcrições;
4 Esquemas;
4 Resumos próprios;
4 Conclusões tiradas;
4 Análises e críticas pessoais (se for o caso);
4 Documentar-se não apenas para o presente, o imediato. A
4 anotação deve servir para o futuro. Daí ser concisa, sem ser
4 obscura.
7. Relacionar o assunto com o anterior e o seguinte
4 Consultar outras fontes. Não se escravizar ao livro de textos.
G
L
O
B
A
L
Concentração
Persistência
Adaptação às situações
reais, fora do contexto
lido
8. Revisão e assimilação
4 Rever toda a anotação feita;
4 Confrontar com o texto;
4 Repetir para si o aprendido, imaginando que o está comunicando
4 a alguém;
4 Treinar-se para que tal “comunicação” tenha clareza e seqüência
4 lógica;
4 Testar a memória para assegurar-se de que não esqueceu algo
4 importante. Não decorar, mas assimilar.
11
Se você adotar as técnicas aqui expostas, em pouco tempo terá
aprendido a aprender. Seu estudo renderá mais, terá maior eficácia. Mas as
regras apresentadas não devem escravizá-lo. Você deverá dominá-las e aplicálas como um senhor, usando-as em seu proveito.
T r a b a l h o
Não se esqueça de que os bons resultados do seu
Acadêmico e
estudo
de
pendem de sua ca
pacidade de concentr
ar
-se
dependem
capacidade
concentrar
ar-se
-se..
Científico
!
A concentração é um dos grandes segredos da
ado
ocê estará
Concentrado
ado,, v
você
superioridade intelectual. Concentr
desper
to
tiv
o e consciente
onto par
a compr
eender
desperto
to,, a
ativ
tivo
consciente,, pr
pronto
para
compreender
eender,,
a pr
ender e pensar
ha
v e do sucesso: use-a.
prender
pensar.. Aí está a c
cha
hav
1.2
Leitura e Análise de Textos
É preciso ler, e principalmente, ler bem. Quem não sabe ler não
saberá resumir, não saberá tomar apontamentos e, finalmente, não
saberá estudar. Ler bem é o ponto fundamental para os que
quiserem ampliar e desenvolver as orientações e aberturas das
aulas.
O processo de aprendizagem, no que tange as atividades
estudantis, depende, dentre outros elementos, da capacidade
de leitura e assimilação reflexiva dos conteúdos trabalhados. As
leituras necessárias e justificáveis podem ser realizadas de
modo proveitoso e com menor grau de esforço quando
efetuadas com base em algumas técnicas. O que é uma leitura proveitosa, que
técnicas podemos fazer uso, que cuidados devemos ter para maior proveito será agora
objeto do nosso estudo. Vamos à ele!!!
1.2.1 Elementos da Leitura
A leitura amplia e integra os conhecimentos, desonerando a memória, abrindo cada
vez mais os horizontes do saber, enriquecendo o vocabulário e a facilidade de comunicação,
disciplinando a mente e alargando a consciência pelo contato com formas e ângulos
diferentes sob os quais o mesmo problema pode ser considerado. Quem lê constrói sua
própria ciência; quem não lê memoriza elementos de um todo que não se atingiu.
Apesar de todo o avanço tecnológico observado na área de comunicações,
principalmente audiovisuais, nos últimos tempos, ainda é, fundamentalmente, através
da leitura que se realiza o processo de transmissão/aquisição do conhecimento. Daí a
importância capital que se atribui ao ato de ler, enquanto habilidade indispensável.
Aprender a ler não é uma tarefa tão simples, pois exige uma postura crítica, sistemática,
uma disciplina intelectual por parte do leitor, e esses requisitos básicos só podem ser
adquiridos através da prática, da experiência.
Os livros, de modo geral, expressam a forma pela qual seus autores vêem o mundo.
Para entendê-los é indispensável não só penetrar em seu conteúdo básico, mas também
ter sensibilidade e espírito de busca, para identificar, em cada texto lido, os vários níveis
de significação e as várias interpretações das idéias expostas por seus autores.
Os livros ou textos selecionados servem para leituras ou consultas: podem ajudar
nos estudos em face dos conhecimentos técnicos e atualizados que contêm, ou oferecer
subsídios para a elaboração de trabalhos científicos, incluindo seminários, trabalhos
escolares, monografias etc.
12
1.2.2 Modalidades de Leitura
A realidade da leitura é extremamente complexa e variada, visto que o diálogo que
se estabelece entre emissor e receptor não se dá sempre da mesma forma. As nossas
leituras têm origens e objetivos bastante diferenciados. Assim, há leituras de pura informação,
como noticiários, jornais, revistas; leituras de passatempo, como revistas em quadrinhos,
romances etc.; leituras literárias que são, antes de tudo, uma comunicação íntima entre o
texto e o leitor.
No caso específico de leituras acadêmicas, trata-se de uma linguagem científica que
se caracteriza pela clareza, precisão e objetividade. Ela é fundamentalmente informativa e
técnica, firma-se em dados concretos, a partir dos quais analisa e sintetiza, argumenta e
conclui. A objetividade e racionalidade da linguagem científica a distingue de outras
expressões, igualmente válidas e necessárias.
O que é mais presente é a leitura de estudo ou informativa, pois visa à coleta de
informações para determinado propósito, destacando-se três objetivos predominantes:
1 certificar-se do conteúdo do texto, constatando o que o autor
afirma, os dados que apresenta e as informações que oferece;
2 correlacionar os dados coletados a partir das informações do autor
com o problema em pauta;
3 verificar a validade dessas informações.
1.2.3 Etapas da Leitura
4 Decodificação: Tradução dos sinais gráficos em palavras;
4 Intelecção: Percepção do assunto, emissão de significado ao que foi lido;
4 Interpretação: Apreensão das idéias e estabelecimento de relações entre o texto e
o contexto;
4 Aplicação: Função prática da leitura, de acordo com os objetivos que se propôs.
1.2.4 Finalidades da Leitura
A leitura favorece a informação com ou sem objetivo da aquisição de conhecimentos. Por
isso, pode ser caracterizada como:
4 Leitura informativa: adquirir cultura em geral.
4 Leitura formativa: adquirir ou ampliar conhecimentos.
1.2.5 Motivação para Leitura
A leitura pode ser feita com diferentes finalidades. Em outras palavras, você está
lendo para adquirir conhecimentos suficientes que o levará ao sucesso.
13
A seleção dos seus textos de leitura deve ser feita a partir daí. As técnicas
de leitura que você deverá usar serão escolhidas, também, a partir dessa
finalidade principal. Portanto:
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
Determine, inicialmente, a principal finalidade da leitura, mantendo as unidades
de pensamento e avaliando o que se lê;
Escolha os textos (livros, apostilhas, etc.) tendo em vista a finalidade principal
da leitura;
Use as técnicas de leitura mais indicadas à finalidade fixada;
Leia com objetivo determinado, preocupe-se com o conhecimento de todas as
palavras, utilizando para isso glossários, dicionários especializados da disciplina
ou mesmo dicionário geral;
Interrompa a leitura, quer periódica quer definitivamente, se perceber que as
informações não são as que esperava ou não são mais importantes;
Discuta, freqüentemente, o que foi lido com colegas, professores e outras pessoas.
1.2.6 Condições para uma Leitura Proveitosa
Para um estudo proveitoso e de um texto, de um artigo ou de um livro, com boa assimilação
de seu conteúdo, alguns passos são necessários:
1
atenção - aplicação cuidadosa e profunda da mente, buscando o entendimento, a
assimilação dos conteúdos básicos do texto;
2
intenção - interesse ou propósito de conseguir algum proveito por meio da leitura;
3
reflexão - consideração e ponderação sobre o que se lê, observando todos os
ângulos, tentando descobrir novos pontos de vista, novas perspectivas e relações;
4
espírito crítico - ler com espírito crítico significa fazê-lo com reflexão, não admitindo
idéias sem analisar ou ponderar, proposições sem discutir, nem raciocínio sem
examinar;
5
análise - divisão do tema em partes, determinação das relações existentes entre
elas, seguidas do entendimento de toda sua organização;
6
síntese - reconstituição das partes decompostas pela análise, procedendo-se ao
resumo dos aspectos essenciais, deixando de lado tudo o que for secundário e
acessório, sem perder a seqüência lógica do pensamento.
1.2.7 Técnicas de Leitura
A leitura não é simplesmente o ato de ler. É uma questão de hábito ou
aprendizagem, que pressupõe uma teoria que fundamente o método; uma estratégia a
ser empregada; um conjunto de técnicas; e treinamento. Não há, portanto, soluções
miraculosas, é preciso que o interessado conheça os métodos, verifique a sua real
contribuição e através do treinamento adquira hábitos de leitura tecnicamente mais
adequados.
14
Antes de iniciar uma leitura, e particularmente, antes de iniciar o período de
treinamento, é importante observar as seguintes condições:
4 ambiente sossegado;
4 luz em posição correta;
4 procurar ler sempre no mesmo local e no mesmo horário (isso ajuda a
condicionar o organismo);
4 posição correta do livro: a mais indicada é a que forme um ângulo próximo
de 90 graus com o tórax, a uma distância aproximada de 30 cm dos olhos
(estes devem alcançar um ângulo de visão tal que toda a extensão da linha seja
abarcada, sem movimento ocular);
4 não ler tendo pensamentos que o preocupam e possam obstruir
freqüentemente a dinâmica da leitura: não trabalhar com duas idéias ao
mesmo tempo (acaba não havendo definição de nenhuma);
4 ler com propósito definido e com decisão.
Quem tem possibilidade de fazer leitura oral, convém que, de vez em quando, a
exercite. A leitura oral é sempre indicada quando, após ler e reler um parágrafo ou trecho,
ainda não se conseguiu captar-lhe o sentido. Lembre-se que:
4 o “bom leitor” é capaz de ler alto (caso não tenha impossibilidade física
ou de outra procedência) com clareza e expressão;
4 lê sem tropeços;
4 todos o entendem e ele gosta do que lê;
4 sabe fazer as pontuações e modulações com naturalidade e agrado;
4 o “bom leitor” revela-se pela leitura oral, porque não lê, mas interpreta
através da leitura oral.
1.2.8 Maus Hábitos de Leitura
A maioria dos chamados “maus hábitos” de leitura está relacionado com o emprego
dos olhos. Certos hábitos em si não são nem “bons” nem “maus”, passam a sê-lo a partir do
momento em que seu uso prejudica a leitura; isso, provavelmente, vai variar de pessoa para
pessoa, de situação para situação. Eis alguns:
Movimentos labiais durante a leitura
silenciosa - geralmente são indício de
leitura vagarosa: quem o faz está
falando para si mesmo, quer tenha
consciência disso, quer não. Está lendo
palavras e não conjunto de palavras de
uma só vez. É possível que o leitor não
saiba que move os lábios enquanto lê.
É fácil verificá-lo: basta colocar o dedo
indicador sobre os lábios enquanto
estiver lendo – sentirá se os lábios se
movem ou não;
Percurso do dedo ao longo da linha durante a leitura –
é a prática mais controvertida, inclusive há cursos de leitura
dinâmica cuja técnica fundamental é recomendar e treinar o
leitor a ler percorrendo com o dedo a linha que se lê. Por outro
lado, outros condenam a prática alegando que o percurso do
dedo, particularmente através de movimento – parada –
movimento – parada ..., está substituindo o movimento que os
olhos deveriam fazer. É difícil decidir quem tem razão. Fica a
critério de cada um verificar o que lhe é mais proveitoso;
Movimento da cabeça durante a leitura – este é um
defeito apontado unanimemente pelos autores de
técnicas de leitura. Quem move a cabeça enquanto lê
está fazendo com a cabeça o que os olhos deveriam
fazer;
Hábito de ler os sinais e letras e não as
idéias – já foi observado em investigações
que o “bom leitor” geralmente não constata
muitos erros gráficos, trocas de letras,
deslizes de ortografia, concordância
etc.Justamente porque lê idéias e não
palavras.
15
Apresento agora à você um desafio!!! Sim, praticar sempre é um
desafio, pois exige disposição, vontade e tempo. Mas, como todo trabalho
gera progresso, você, certamente, terá a recompensa merecida pelo esforço
empreendido. Então, convido-o a experimentar entrar no mundo da leitura.
T r a b a l h o Certamente, você desfrutará de descobertas maravilhosas que serão de muita
Acadêmico e valia para a sua vida, principalmente a vida acadêmica. Vamos nessa?
Científico
É muito simples!!! Você deverá LER as orientações descritas abaixo
e seguí-las.
A atividade é a seguinte:
Recorte um pedaço de cartolina, com as dimensões de 12cm X 11cm. Este cartão
deve ser branco (cartões coloridos podem distrair a visão). Todas as vezes que iniciar uma
leitura, coloque o cartão sobre a primeira linha e puxe-o para baixo por sobre as linhas, uma a
uma, mantendo o mesmo ritmo.
Procure sentir o andamento, apressando-o se sentir que pode aumentar o ritmo. Não
deixe, em circunstância alguma, que os olhos voltem para trás. Se algo escapar, esqueça.
Simplesmente leia, leia e leia o mais depressa que puder. Este será o seu cartão de
velocidade. Bom será usá-lo todas as vezes que iniciar uma leitura de qualquer tipo. Marque
no verso do cartão a sua velocidade atual, e dentro de trinta dias volte a medi-la. Só assim você
saberá quanto melhorou.
1.2.9 Etapas da Análise e Interpretação de Textos*
DECOMPOSIÇÃO
Verificação dos
componentes de um
conjunto e suas
possíveis relações.
GENERALIZAÇÃO
ANÁLISE CRÍTICA
Permite a classificação,
fundamentada em traços
comuns, dos elementos
constitutivos.
Objetividade, explicação e a
justificativa são três
elementos importantes para
se chegar à validade.
* Recomendações:
a) Evite pensar preconceituosamente;
c) Evite concluir quando tem insuficiência de dados e quando
ainda não formulou todas as hipóteses possíveis;
b) É preciso distinguir fatos de opiniões;
d) Pensamentos e opiniões devem ser comprovados.
O QUE DEVO IDENTIFICAR NUM TEXTO?
TEMA:
I d é i a
central ou assunto
tratado pelo autor, o
fenômeno que se
discute no decorrer do
texto. Em primeiro lugar, busca-se
saber do que fala o texto. A resposta
a esta questão revela o tema ou
assunto da unidade.
1
PROBLEMA::
A apreensão
da
problemática,
aquilo que “provocou”
o autor, isto é, pode
ser visto como o
questionamento de motivação
do autor.
2
16
3
TESE:
A idéia
de afirmação do
autor a respeito
do assunto. Captada
a problemática, a terceira questão
surge espontaneamente: o que o
autor fala sobre o tema, ou seja,
como responde à dificuldade, ao
problema levantado? Que posição
assume, que idéia defende, o que
quer demonstrar? A resposta a
esta questão revela tese,
proposição fundamental: trata-se
sempre da idéia mestra, da idéia
principal defendida pelo autor
naquela unidade.
4
OBJETIVO:
A finalidade
que o autor busca
atingir. Que mensagem
ele espera transmitir com o
texto. O objetivo pode estar
explícito ou implícito no texto.
5
IDÉIAS CENTRAIS:
I d é i a s
principais
do
texto.
A
cada
parágrafo podemos
selecionar idéias centrais ou
secundárias.
MAP
A CONCEITU
AL D
A ANÁLISE DE TEXT
O
MAPA
CONCEITUAL
DA
TEXTO
1. ANÁLISE TEXTU
AL
TEXTUAL
4 Visão global do texto:
- Busca de esclarecimentos;
vocabulário, teorias, biografia da
autoria, etc;
- Identificação do assunto/ Área de
conhecimento;
- Esquema do texto.
2. ANÁLISE TEMÁTICA
4 Compreensão da mensagem do
autor:
- Identificação do Tema, Tese/
Problema/ Objetivo/ Idéias centrais.
3. ANÁLISE
A
ATIV
INTERPRET
TIVA
INTERPRETA
4 Interpretação da mensagem do
autor:
- Influências teóricas;
- Associação de idéias;
- Avaliação Crítica.
4. PROBLEMA
TIZAÇÃO
PROBLEMATIZAÇÃO
4 Levantamento e discussão de
problemas relacionados com a
mensagem do autor.
5. SÍNTESE
4 Reelaboração mental (oral ou
escrita) da mensagem do autor
com base na reflexão pessoal.
17
1.3 Técnicas para Sistematização do Conhecimento I
A necessidade de romper com a tendência fragmentadora e
desarticulada do processo do conhecimento, justifica-se pela compreensão
T r a b a l h o
da importância da interação e transformação recíprocas entre as diferentes
Acadêmico e áreas do saber. Essa compreensão crítica colabora para a superação da
C i e n t í f i c o divisão do pensamento e do conhecimento, que vem colocando a pesquisa e
o ensino como processo reprodutor de um saber parcelado que
conseqüentemente muito tem refletido na profissionalização, nas relações de trabalho, no
fortalecimento da predominância reprodutivista e na desvinculação do conhecimento do
projeto global de sociedade.
Portanto, faz-se necessário a produção e a sistematização do conhecimento, no
sentido de ampliar as possibilidades de minimizar a complexidade do mundo em que
vivemos. Neste sentido, a interdisciplinaridade aparece como entendimento de uma nova
forma de institucionalizar a produção do conhecimento, possibilitando a articulação de novos
paradigmas, as determinações do domínio das investigações, as pluralidades dos saberes
e as possibilidades de trocas de experiências.
A seguir, verificaremos as diversas técnicas de sistematizar o conhecimento e as
suas devidas aplicações práticas.
1.3.1 Técnica para Sublinhar
A leitura informativa, também denominada de leitura de estudo,
como visto, pretende, através das técnicas, evidenciar ao estudante
como deve ele proceder para melhor estudar e absorver os
conteúdos e significados do texto. As sucessivas etapas são
o caminho a ser percorrido. Para tanto, mais duas outras
técnicas são necessárias: saber como sublinhar e
como fazer os resumos da parte lida.
Em primeiro lugar, devemos compreender que
cada texto,
capítulo,
Normas para Sublinhar
subdivisão ou
m e s m o
a) Leitura integral do texto;
b) Esclarecimento de dúvidas de vocabulário,
parágrafo têm uma idéia principal, um conceito
termos técnicos e outras;
fundamental, uma palavra-chave, que se apresenta
c) Releitura do texto, para identificar as idéias
principais;
como fio condutor do pensamento. Como geralmente
d) Não sublinhar após a primeira leitura;
não se destaca do restante, descobri-lo é a base de
e) Ler e sublinhar, em cada parágrafo, as
palavras que contém a idéia-núcleo e os
toda a aprendizagem. Na realidade, em cada
detalhes mais importantes. Não sublinha-se
parágrafo, deve-se captar esse fator essencial, pois
a mesma palavra novamente;
f) Sublinhar apenas as idéias principais e os
a leitura que conduz à compreensão é feita de tal modo
detalhes importantes, usando dois traços para
que as idéias expressas são organizadas numa
as palavras-chave e um para os pormenores
mais significativos, assinalar com uma linha
hierarquia para se descobrir a palavra-chave. Ao
vertical, à margem do texto, os tópicos mais
descobrir, concretizar e formular as idéias diretrizes
importantes, com dois os tópicos muito
importantíssimos;
dos parágrafos, encontra-se todo o fio condutor que
g) Assinalar, à margem do texto, com um
dá unidade ao texto, que desenvolve o raciocínio que
ponto de interrogação, os casos de
discordância, as passagens obscuras, os
demonstra as proposições.
argumentos discutíveis;
Por sua vez, a idéia-mestra não se apresenta
h) Reconstruir o parágrafo a partir das
palavras sublinhadas;
desprovida de outras, que revelam pormenores
i) Ler o texto sublinhado com continuidade e
importantes, gravitando ao seu redor, como uma
plenitude de um telegrama.
miniatura do sistema solar. Nas proximidades da
18
idéia principal aparecem argumentos que a justificam, analogias que a esclarecem,
exemplos que a elucidam e fatos aos quais ela se aplica. É por esse motivo que o bom
leitor utiliza o recurso de sublinhar, de assinalar com traços verticais às margens, de utilizar
cores e marcas diferentes para cada parte importante do todo.
1.3.2 Técnica para Esquematizar
Depois de assinalar, com marcas ou cores diferentes, as várias partes constitutivas
do texto, após sucessivas leituras, devemos proceder à elaboração de um esquema que
respeite a hierarquia emanada do fato de que, em cada frase, a idéia expressa pode ser
condensada em palavras-chave; em um parágrafo, a idéia principal é geralmente expressa
numa frase-mestra; e finalmente, na exposição, a sucessão das principais idéias concretizase nos parágrafos-chave.
No esquema, devemos levar em consideração
Normas para Esquema
também que as idéias secundárias têm de ser
diferenciadas entre si. Portanto, depois de desprezar
a) seja fiel ao texto;
b) aponte o tema do autor, destaque títulos,
as não importantes, deve-se procurar as ligações que
subtítulos;
unem as idéias sucessivas, quer sejam paralelas,
c) seja simples, claro, distribuindo
organicamente o conteúdo;
opostas, coordenadas ou subordinadas, analisandod) subordine idéias e fatos, não os reúna
se sua seqüência, encadeamento lógico e raciocínio
apenas;
e) faça uma distribuição gráfica do assunto,
desenvolvido. Dessa forma, o esquema emerge
mediante divisões e subdivisões que
naturalmente do trabalho de análise realizado.
representem a sua subordinação hierárquica;
f) construa o esquema através de chaves de
Assim, teríamos, através do esquema, uma
separação ou por listagens itemizadas com
radiografia
do texto, pois nele aparece apenas o
diferenciação de espaço e/ou classificação
numérica para as divisões e subdivisões dos
“esqueleto”, ou seja, as palavras-chave, sem
elementos;
necessidade de se apresentar frases redigidas. Deve
g) lembre-se que o esquema tem, também, um
ser elaborado com base na hierarquia das palavras,
conteúdo pessoal.
frases e parágrafos-chave que, destacados após
várias leituras, devem apresentar ligações entre as
idéias sucessivas para evidenciar o raciocínio desenvolvido.
O esquema é utilizado como trabalho preparatório para o resumo, para memorizar
mais facilmente o conteúdo integral de um texto. Utiliza-se de setas, linhas retas ou curvas,
círculos, colchetes, chaves, símbolos diversos. Pode ser montado em linha vertical ou
horizontal, é importante que nele apareçam as palavras que contém as idéias principais, de
forma clara, compreensível.
1.4
Técnicas para Sistematização do Conhecimento II
1.4.1 Técnica para Fichar
Fichar é transcrever anotações em fichas, para fins de estudo ou pesquisa. À medida
que o pesquisador tem em mãos as fontes de referência, deve transcrever os dados em
fichas, com o máximo de exatidão e cuidado. A ficha, sendo de fácil manipulação, permite a
ordenação do assunto, ocupa pouco espaço e pode ser transportada de um lugar para
outro. Até certo ponto, leva o indivíduo a pôr ordem no seu material. Possibilita ainda uma
seleção constante da documentação e de seu ordenamento.
19
1.4.1.1 Fichas
Para o pesquisador, a ficha é um instrumento de trabalho imprescindível.
Como o investigador manipula o material bibliográfico, que em sua maior parte
T r a b a l h o
Acadêmico e não lhe pertence, as fichas permitem: identificar as obras; conhecer seu
C i e n t í f i c o conteúdo; fazer citações; analisar o material; elaborar críticas.
O sistema de ficha é atualmente utilizado nas mais diversas instituições
para serviços administrativos e nas bibliotecas, onde, para consulta do público,
existem fichas de autores, de títulos, de séries e de assuntos, todas em ordem alfabética.
Apresentam vantagens como: fácil manipulação; permite ordenação; ocupa pouco espaço;
fácil de transportar; possibilita obter a informação exata, na hora necessária.
Existem fichas de tamanho padronizado, com ou sem pauta, para facilitar o uso e o
arquivamento em fichários. O tamanho padronizado facilita o acréscimo de novas fichas e a
utilização de fichários anteriormente.
Os tamanhos mais comuns de fichas são:
4tipo grande 12,5 X 20,5 cm, para resumos de obras inteiras, planos de aula,
seminários etc;
4tipo médio 10,5 X 15,5 cm, destina-se às anotações sucintas; e,
4tipo pequeno 7,5 X 12,5 cm, usado apenas para indicações bibliográficas.
Com a popularização do uso do computador as fichas são digitadas não sendo
necessária a preocupação com o seu tamanho, mas somente com a padronização das
informações.
Composição/Estrutura das Fichas
A estrutura das fichas, de qualquer tipo, compreende cinco partes principais:
cabeçalho, referência bibliográfica e corpo ou texto, a indicação da obra (quem,
principalmente, deve lê-la) e o local em que ela pode ser encontrada (qual biblioteca).
4 cabeçalho - compreende o título genérico, título específico,
número de classificação da ficha, e a letra indicativa da seqüência
(quando se utiliza mais de uma ficha, em continuação). Esses elementos
são escritos na parte superior da ficha, em duas linhas: na primeira, consta
apenas, à esquerda, o título genérico remoto, na segunda, em quatro
quadrinhos, da esquerda para a direita, o título genérico, o título específico,
o número de classificação e o código indicativo da seqüência;
4 referência - deve sempre seguir normas da ABNT - Associação
Brasileira de Normas Técnicas. Para proceder-se corretamente é
importante consultar também a Ficha Catalográfica da obra, que traz
todos os elementos necessários e, na ausência dela, a folha de rosto e
outras partes do livro, até obter as informações completas. Quando se
trata de revistas e outros periódicos, muitas vezes os elementos
importantes da referência bibliográfica localizam-se na lombada. No caso
de jornais, a primeira página é que fornece a maioria das indicações;
20
4corpo - o conteúdo que constitui o corpo ou texto das fichas varia segundo o tipo
e finalidade da ficha;
4 indicação da obra - onde poderá ser utilizada (quer para estudos, pesquisa em
determinada área ou para campos específicos);
4 local - onde pode ser encontrado o livro, pois é possível que uma obra depois de
fichada, seja necessário voltar a consultá-la.
O conteúdo das fichas será delineado pelo propósito da ficha, podendo ser:
a) bibliográfica;
b) citações;
c) resumo ou conteúdo;
d) esboço;
e) comentário ou analítica.
21
1.4.1.2
Tipos de fichas
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
FICHA
BIBLIOGRÁFICA
FICHA DE
ESBOÇO
4 Assemelha-se a ficha de
resumo, pois apresenta as idéias
principais do autor, porém de forma
detalhada;
4 É a mais extensa das fichas.
FICHA DE
RESUMO
4 Apresenta síntese clara das
principais idéias do autor;
4 Não é transcrição, é elaboração
de leitor;
4 Não é longa, é intermediária
entre bibliográfica e de esboço;
4 Não precisa obedecer
estritamente à obra.
4 Também denominada de ficha
de indicações bibliográficas;
4 Deve utilizar verbos ativos e
frases breves para caracterizar a
forma pela qual o autor escreve,
analisa, compara, contém, critica,
etc;
4Evitar repetições desnecessárias
como: esse livro, esta obra, este
artigo, o autor.
FICHA DE
CITAÇÕES
4 Serve para selecionar trechos de
alguns autores;
4 Toda citação deve vir entre aspas;
4 Após a citação, deve constar o
nº da página de onde foi extraída;
4 A supressão de uma ou mais
palavras e de um ou mais
parágrafos deve ser indicada.
FICHA DE
COMENTÁRIO
4 Consiste na interpretação e
crítica pessoal das idéias do leitor;
4 Apresenta comentários sobre a
forma, análise crítica do conteúdo,
comparação da obra com outros
trabalhos, etc.
22
FICHA DE
IDÉIAS
4Serve para registrar as ideias que
surgem no desenvolvimento da
pesqisa;
4 Podem ser idéias que
complementam / analisam as teorias
já utilizadas no referencial de
pesquisa.
Ficha Bibliográfica
Também denominada de ficha de indicações bibliográficas, trata da reunião de
elementos que permitem a identificação, no todo ou em parte, de documentos impressos
ou registrados em diversos tipos de material, sendo fundamentalmente os seguintes: autor,
título, número da edição (da segunda em diante); local de publicação; editora; data da
publicação; outras informações (campo do saber; tema; aspectos significativos). Essas
indicações bibliográficas obedecem às normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). Constituem-se, também, num grande auxílio no momento de colocar as
obras em ordem alfabética, para organizar a bibliografia de um trabalho. Recomenda-se:
ser breve - quando se desejam maiores detalhes sobre a obra, o
ideal é a ficha de resumo ou conteúdo, ou, melhor ainda, a de esboço. Na
ficha bibliográfica algumas frases são suficientes;
utilizar verbos ativos - para se caracterizar a forma pela qual o autor
escreve, as idéias principais devem ser precedidas por verbos tais como:
analisa, compara, contém, critica, define, descreve, examina, apresenta,
registra, revisa, sugere;
evitar repetições desnecessárias - não há nenhuma necessidade
de colocar expressões como: esse livro, esta obra, este artigo, o autor.
Ficha de Citações
Enquanto se realiza a leitura analítica ou interpretativa das fontes bibliográficas,
convém selecionar trechos de alguns autores, que poderão (ou não) ser usados como
citações no trabalho ou servir para destacar idéias fundamentais de determinados autores,
nas obras consultadas. Deve-se observar os seguintes cuidados:
toda citação tem de vir entre aspas - é através desse sinal que se
distingue uma ficha de citações das de outro tipo. Além disso, a colocação
das aspas evita que, mais tarde, ao utilizar a ficha, se transcreva como do
fichador os pensamentos nela contidos. Quando a citação for transmitir para
o documento ela deve aparecer recuada 4 cm da margem esquerda sem
uso de aspas e com fonte em tamanho menor;
após a citação, deve constar o número da página de onde foi
extraída - isso permitirá a posterior utilização no trabalho, com a correta
indicação bibliográfica;
a transcrição tem de ser textual - isso inclui os erros de grafia, se
houver. Após eles, coloca-se o termo sic, em minúsculas e entre parênteses
ou colchetes;
a supressão de uma ou mais palavras deve ser indicada utilizando-se no local da omissão, três pontos, precedidos e seguidos por
espaços, no início ou final do texto e entre parênteses, no meio;
a supressão de um ou mais parágrafos também deve ser
assinalada, utilizando-se uma linha completa de pontos;
23
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
a frase deve ser complementada, se necessário - quando se extraí
uma parte ou parágrafo de um texto, este pode perder seu significado,
necessitando de um esclarecimento, o qual deve ser intercalado, entre
colchetes;
quando o pensamento transcrito é de outro autor, tal fato tem
de ser assinalado - muitas vezes o autor fichado cita frases ou parágrafos
escritos por outra pessoa. Nesse caso, é imprescindível indicar, entre
parênteses, a referência bibliográfica da obra da qual foi extraída a citação.
Ficha de Resumo: Apresenta uma síntese bem clara e concisa das idéias principais
do autor ou um resumo dos aspectos essenciais da obra. Caracteriza-se por:
não ser um sumário ou índice das partes componentes da obra,
mas exposição abreviada das idéias do autor;
não ser transcrição, como na ficha de citações, mas é elaborada pelo
leitor, com suas próprias palavras, sendo mais uma interpretação do autor;
não ser longa, apresenta mais informações do que a ficha bibliográfica,
que por sua vez, é menos extensa do que a do esboço;
não precisar obedecer estritamente à estrutura da obra, lendo a
obra, o estudioso vai fazendo anotações dos pontos principais. Ao final,
redige um resumo, contendo a essência do texto.
Ficha de Esboço: tem certa semelhança com a ficha de resumo ou conteúdo, pois
se refere à apresentação das principais idéias expressas pelo autor, ao longo da sua obra
ou parte dela, porém de forma mais detalhada. Aspectos principais:
a) É a mais extensa das fichas, apesar de requerer, também, capacidade de
síntese, pois o conteúdo de uma obra, parte dela ou de um artigo mais extenso é expresso
em uma ou algumas fichas;
b) É a mais detalhada, em virtude da síntese das idéias ser realizada quase que
de página a página;
c) Exige a indicação das páginas, em espaço apropriado, à esquerda da ficha,
à medida que se vai sintetizando o material. Pode ocorrer que uma idéia do autor venha
expressa em mais de uma página. Nesse caso, a indicação da página será dupla.
Ficha de Comentário: consiste na explicitação ou interpretação crítica pessoal das
idéias expressas pelo autor, ao longo de seu trabalho ou parte dele. Pode apresentar:
a) Comentário sobre a forma pela qual o autor desenvolve seu trabalho, no que
se refere aos aspectos metodológicos;
b) Análises críticas do conteúdo, tomando como referencial a própria obra;
c) Interpretação de um texto obscuro para torná-lo mais claro;
d) Comparação da obra com outros trabalhos sobre o mesmo tema;
e) Explicitação da importância da obra para o estudo em pauta.
Ficha de Idéias: ocorre, muitas vezes, enquanto se procede o levantamento
bibliográfico, pois surgem idéias para a realização de trabalhos ou para complementação
de um tipo de raciocínio ou de exemplificação no trabalho que se realiza ou em outro,
provavelmente de outro assunto ou outra área. A experiência ensina que essas idéias
24
“cometas” que passam de relance pela mente, se não forem devidamente anotadas,
dificilmente ou jamais serão recuperadas. É, portanto, aconselhável que se anote
imediatamente, de preferência em fichas, essas idéias fugidias, sempre que elas ocorrerem.
1.4.2 Técnica para Resumir
Para a elaboração de um resumo a norma ABNT 6028 (nov, 2003) deve ser
consultada. Um resumo é uma apresentação breve, concisa e seletiva de um texto que
permite ao destinatário tomar conhecimento de um documento sem a necessidade de ler
as partes componentes.
A finalidade de se resumir consiste na difusão das informações contidas em livros,
artigos, teses etc., permitindo a quem o ler resolver sobre a conveniência ou não de consultar
o texto completo.
Como Resumir
Levando-se em consideração que quem escreve obedece a um plano lógico através
do qual desenvolve as idéias em uma ordem hierárquica, ou seja, proposição, explicação,
discussão e demonstração, é aconselhável, em uma primeira leitura, fazer um esboço do
texto, tentando captar o plano geral da obra e seu desenvolvimento.
A seguir, volta-se a ler o trabalho para responder a duas questões principais: de que
trata este texto? o que pretende demonstrar? Com isso, identifica-se a idéia central e o
propósito que nortearam o autor.
Em uma terceira leitura, a preocupação é com a questão: como disse? Em outras
palavras, trata-se de descobrir as partes principais em que se estrutura o texto. Esse passo
significa a compreensão das idéias, provas, exemplos
etc. que servem como explicação, discussão e
Normas para Resumir
demonstração da proposição original (idéia principal).
É importante distinguir a ordem em que aparecem as
a) evitar começar a resumir antes de levantar o
diferentes partes do texto. Geralmente quando o autor
esquema do texto ou de preparar as anotações
da leitura;
passa de uma idéia para outra, inicia novo parágrafo.
b) apresentar, de maneira sucinta, o assunto
Uma vez compreendido o texto, selecionadas
da obra;
c) não apresentar juízos críticos ou comentários
as palavras-chave e entendida a relação entre as
pessoais;
partes essenciais, pode-se passar à elaboração do
d) respeitar a ordem das idéias e fatos
apresentados;
resumo.
e) empregar linguagem clara e objetiva;
Existem vários tipos de resumo, cada qual com
f) evitar a transcrição de frases do original;
g) apontar as conclusões do autor;
objetivo e características próprias.Algumas
h) dispensar a consulta ao original para a
publicações científicas exigem ainda que o texto seja
compreensão do assunto.
acompanhado de um resumo em língua estrangeira,
geralmente uma língua de divulgação internacional (inglês, francês, espanhol), obedecendo
às mesmas regras de formatação e redação do resumo em língua vernácula, sendo
anunciado pela palavra ABSTRACT (inglês), RÉSUMÉ (francês) ou RESUMEN (espanhol),
a depender do caso.
25
Tipos de Resumo
Para se elaborar um bom resumo é necessário passar por duas etapas
de compreensão das idéias:
T r a b a l h o
4análise do texto e checagem das informações colhidas com aquilo
Acadêmico e
que
já
se
Científico
conhece;
4deriva de dois métodos distintos:
o analítico (resumo parágrafo a parágrafo que deve refletir a idéia do texto
principal) e
o comparativo (enfoca a estrutura geral do texto; pressupõe o conhecimento
prévio das informações contidas no texto).
Com efeito, um resumo pode ser de três tipos:
Resumo descritivo ou indicativo - nesse tipo de resumo
descrevem-se os principais tópicos do texto original, e indicamse sucintamente seus conteúdos.
Resumo informativo ou analítico - é o tipo de resumo
que reduz o texto a 1/3 ou 1/4 do original, abolindo-se gráficos,
citações, exemplificações abundantes, mantendo-se, porém, as
idéias principais.
2
Resumo crítico - consiste na condensação do texto
original a 1/3 ou 1/4 de sua extensão, mantendo as idéias
fundamentais, mas permite opiniões e comentários do autor do
resumo sobre o trabalho e não sobre o autor, pode se centrar na
forma (com relação aos aspectos metodológicos), do conteúdo
(análise do teor em si do trabalho), do desenvolvimento (da lógica
utilizada na demonstração); e da técnica de apresentação das
idéias principais.
3
Um resumo pode:
4apresentar um sumário de idéias do autor;
4narrar as idéias mais significativas;
4condensar o conteúdo.
Para isso é preciso realizar alguns procedimentos:
4descobrir o plano da obra a ser resumida;
4responder duas perguntas: o que o autor pretende demonstrar?; de que trata o
texto?;
4ater-se às idéias principais do texto e a sua articulação;
4distinguir as diferentes partes do texto;
4identificar palavras-chave.
Deve-se evitar:
4símbolos e contrações que não sejam de uso corrente;
4fórmulas, equações, diagramas etc., que não sejam absolutamente necessários;
4quando seu emprego for imprescindível, defini-los na primeira vez que aparecerem.
26
Estrutura do Resumo
O resumo, assim como os demais textos científicos, tem sua estrutura e formato
regidos NBR 6028. De acordo com ela, um resumo é a “apresentação concisa dos pontos
relevantes de um texto”.
De acordo com Lubisco e Vieira (2003, p. 40), um o resumo deve:
4ser redigido na terceira pessoa do singular,
4com verbo na voz ativa, em frases correntes,
4sem enumeração de tópicos.
4a frase de abertura deve explicitar o tema do trabalho e ser seguida da
4indicação de sua categoria (memória, estudo de caso etc.).
4é encabeçado pela palavra RESUMO em negrito e letras maiúsculas,
4centralizada no alto, com o texto em espaço simples.
4ao final deve incluir as palavras-chave representativas do conteúdo, extraídas
4da ficha catalográfica do documento em análise.
Quanto a extensão, os resumos devem ter:
Todo resumo é redigido em um único parágrafo e deve ter os seguinte limites de
palavras:
a) de 150 a 500 palavras os de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros)
e relatórios técnico-cientifícos;
b) de 100 a 250 palavras os de artigos de periódicos;
c) de 50 a 100 palavras os destinados a indicações breves.
Os resumos críticos, por suas características especiais, não estão sujeitos a
limite de palavras.
As regras mais aplicadas na confecção de um resumo são:
4apagamento de elementos redundantes e supérfluos ou não relevantes
4(supressão de adjetivos e advérbios);
4generalização das idéias do texto (registrar informações de ordem geral);
4seleção das idéias principais;
4invenção ou construção (frases que incluam várias idéias expostas no texto,
4mas deve-se fazê-lo de forma sintética).
27
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
2.1
2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS
Redação Científica (Normas da ABNT)
Toda atividade pressupõe o uso de normas que visam auxiliar e uniformizar os
procedimentos, melhorando a comunicação de modo geral, além de imprimir qualidade e
facilitar o intercâmbio de informações. Desta forma, a normatização ou o conjunto de
procedimentos padronizados se aplica à elaboração de documentos técnicos e científicos,
organizando conteúdo e forma destes documentos de forma geral.
No caso específico de redação de trabalhos acadêmicos, esta deve atender
algumas características para que a transmissão da informação e a sua compreensão por
parte do leitor sejam eficazes. Alguns dos princípios básicos desta interação que deve existir
entre autor e leitor são os seguintes:
Clareza de expressão: Todo o texto escrito deve ser perfeitamente
compreensível pelo leitor. Este não deve ter nenhuma dificuldade para entender
o texto. As sentenças estão bem construídas? As idéias estão bem
encadeadas? Há uma seqüência adequada na apresentação dos seus
resultados e de sua argumentação? Leia cuidadosamente o que escreveu como
se você fosse o seu leitor.
Objetividade na apresentação: Convém selecionar os conteúdos que
farão parte do seu texto. Selecione a informação que você dispõe e apresente
só o que for relevante. Elabore um relato lógico, objetivo e, se possível, retilíneo
tanto das observações como do raciocínio. Isto é ainda mais importante em
um artigo, em que a concisão é geralmente desejada pelo periódico e pelo
leitor.
Precisão na linguagem: A linguagem científica deve ser precisa.
Cuidado com termos vagos ou que podem ser mal interpretados. As palavras
e figuras que entrarão no seu texto devem ser escolhidas com cuidado para
exprimir o que o você tem em mente
Utilização correta das regras da língua: Escrever erradamente pode
resultar de ignorância ou de desleixo. Se for por ignorância, informe-se melhor,
consulte dicionários e textos de gramática. Se for por desleixo, o leitor (e membro
da Banca Examinadora) terá todo direito de pensar que o trabalho em si também
foi feito com desleixo. Seja qual for a razão, é um desrespeito ao leitor.
28
2.1.1 Trabalho Científico
Os trabalhos científicos devem ser elaborados de acordo com normas
preestabelecidas e com os fins a que se destinam, devendo ser inéditos ou originais e
contribuírem não só para a ampliação de conhecimentos ou a compreensão de certos
problemas, mas também servirem de modelo ou oferecer subsídios para outros trabalhos.
Os trabalhos científicos, originais, devem permitir a outro pesquisador, baseado nas
informações dadas:
a) reproduzir as experiências e obter os resultados descritos, com a mesma precisão
a) e sem ultrapassar a margem de erro indicada pelo autor;
b) repetir as observações e julgar as conclusões do autor;
c) verificar a exatidão das análises e deduções que permitiram ao autor chegarem
a) às conclusões.
Aponta-se como trabalhos científicos aqueles que apresentam, concomitantemente,
uma das seguintes características:
a) observações ou descrições originais de fenômenos naturais, espécies novas,
a) estruturas e funções e variações, dados ecológicos etc.;
b) trabalhos experimentais cobrindo os mais variados campos e representando uma
a) das mais férteis modalidades de investigação, por submeter o fenômeno estudado
a) às condições controladas da experiência;
c) trabalhos teóricos de análise ou síntese de conhecimentos, levando à produção
a) de conceitos novos por via indutiva ou dedutiva; apresentação de hipóteses, teorias
a) etc.
Os trabalhos científicos podem ser realizados com base em fontes de informações
primárias ou secundárias e elaborados de várias formas, de acordo com a metodologia e
com os objetivos propostos.
A seguir apresentamos algumas normas atualizadas para elaboração de trabalhos
científicos, retiradas da própria ABNT.
2.1.2 NBR 14724 (JAN/2006) - Informação e Documentação - Trabalhos AcadêmicosApresentação
Formato de Apresentação:
4 Papel branco, formato A4 (21 cm x 29,7 cm).
4 Margens: Superior 3 cm; Inferior 2 cm; Esquerda 3 cm; Direita 2 cm.
4 Espacejamento: Espaço 1,5 entre linhas.
4 Tipo de Fonte: Arial ou Times New Roman. Evitar fontes cursivas.
4 Tamanho da Fonte: 12 para o texto e tamanho menor para citações com mais de
três linhas, notas de rodapé, paginação e legenda das ilustrações e tabelas.
4 Siglas: Ao aparecer pela 1ª vez no texto: a forma completa do nome precede
a sigla, que deverá estar entre parênteses.
4 Paginação: Borda direita da folha: 2 cm x 2 cm.
4 Estrutura da Capa:
- Nome da instituição (opcional);
- Nome do autor;
- Título;
- Subtítulo, se houver;
- Local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado;
- Ano de depósito (da entrega).
29
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
4 Estrutura da Folha de Rosto:
- Nome do autor
- Título principal
- Subtítulo, se houver
- Natureza (identificação)
- Nome do orientador e, se houver, co-orientador
- Local (cidade)
- Ano de depósito
2.1.3 NBR 6023 (AGO 2002) - Informação e Documentação - Referências Apresentação
Referências Bibliográficas:
4 Devem seguir a norma NBR-6023 da ABNT vigente;
4 Possuir todos os dados necessários à identificação da publicação original;
4 São alinhadas somente à esquerda, separadas entre si por espaço duplo;
4 Devem ser organizadas em ordem alfabética (pelo último sobrenome da
autoria);
4 O título da obra deve sempre estar destacado e o recurso tipográfico para
tal destaque é: itálico, negrito ou sublinhado. O padrão adotado deve ser
uniforme;
4 Podem aparecer em: rodapé, fim do texto ou capítulo, lista de referências ou
ainda antecedendo resumos, resenhas ou recensões.
Autoria:
Norma geral
Sobrenomes compostos
Sobrenomes de parentesco
Sobrenome com partículas
Até três autores
Mais de três autores
Sem autor
Entidades coletivas
SOBRENOME, Nome.
SOBRENOME COMPOSTO, Nome.
SOBRENOME NETO, FILHO, Nome.
SOBRENOME, Nome de, da.
SOBRENOME, Nome;SOBRENOME, Nome;
SOBRENOME, Nome.
SOBRENOME, Nome et al.
A entrada deve ser feita pelo título.
NOME de associações, institutos e entidades.
Livro:
4 SOBRENOME, Nome. Nome do livro. Edição. Local: Editora, Ano. XX p.
Ex.: GOMES, Antônio Marcos. Novela e sociedade no Brasil. Petrópolis,
RJ: Vozes, 1998. 123 p.
Capítulo de livro:
4 Quando o autor do capítulo não for o autor do livro:
SOBRENOME, Nome. Título do capítulo. In: SOBRENOME, Nome (Org.).
Nome do livro. Local: Editora, Ano. p. XX-XX.
Ex.: ROMANO, Giovanni. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI,
G.; SCHIMIDT, J. (Org.). História dos jovens 2: a época contemporânea.
São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 7-16.
4 Quando o autor do capítulo for o mesmo autor do livro:
SOBRENOME, Nome. Título do capítulo. In: ______. Nome do livro. Local:
Editora, Ano. p. XX-XX.
30
Ex.: SANTOS, F.R. dos. A colonização da terra dos Tucujús. In:
______. História do Amapá. 2. ed. Macapá: Valcan, 1994. cap.3,
p. 15-24.
Periódico como um todo (referência de toda a coleção):
4 NOME DO PERIÓDICO. Local: Editora, datas de início e de
encerramento da publicação, se houver.
Ex.: BOLETIM GEOGRÁFICO. Rio de Janeiro: IBGE, 1943-1978.
Partes de revista, boletim etc.:
4 NOME DA PUBLICAÇÃO. Local: Editora, numeração do ano e/ou
volume, numeração do fascículo, informações de períodos e datas de
publicação.
Ex.: DINHEIRO: revista semanal de negócios. São Paulo: Três, n. 48, 28 jun.
2000.
Artigo ou matéria de revista, boletim etc.:
4 SOBRENOME, Nome. Título do artigo ou matéria. Nome da revista, Local,
volume e/ou ano, número, p. XX-XX, Mês/Ano.
Ex.: GURGEL, C. Reforma do estado e segurança pública. Política e
administração, Rio de Janeiro, v.3, n. 2, p. 15-21, set. 1997.
Artigo e/ou matéria de jornal:
4 SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Nome do jornal, Local, Data. Seção,
caderno ou parte do jornal, p.X.
Ex.: NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de S. Paulo, São
Paulo, 28 jun. 1999. Folha Turismo, caderno 8, p. 13.
Material eletrônico:
4 AUTOR. Título da obra. Disponível em: <http://www.engenhariaauto.com.br>.
Acesso em: 00 mês. 0000.
Ex.: ALVES, Castro. Navio negreiro. Disponível em: <http://www.terra.com.br/
virtualbooks/freebok/port/Lport2/navionegreiro.htm>. Acesso em: 10 nov. 2002.
Imagem em movimento:
4 TÍTULO de filme, videocassete ou DVD. Nome o diretor e/ou produtor. Local:
Produtora, data.
Ex.OS PERIGOS do uso de tóxicos. Produção de Jorge Ramos de Andrade.
São Paulo: CEVARI, 1983.
2.1.4 NBR 10520 (AGO/2002) - Informação e documentação - Citações em
Documentos - Apresentação
Citações no texto, para indicar:
4 Supressões: [...]
4 Interpolações, acréscimos ou comentários: [ ]
4 Ênfase ou destaque: grifo ou negrito ou itálico
Citação direta no texto (até 3 linhas)
4 Ex.: Para Piaget (2001, p. 26) “a escola deve atender as necessidades básicas
do aluno[...]”.
31
Citação direta no texto (mais de 3 linhas – recuo de 4 cm à margem
esquerda)
Ex.: Para Piaget (2001, p. 26), a escola deve atender as necessidades básicas
do aluno, levando em consideração seu conhecimento prévio sobre a realidade, seu processo
T r a b a l h o de socialização e seus respectivos estágios de desenvolvimento.
Acadêmico e
Científico
Ex.: Sendo assim, a escola deve atender as necessidades básicas do aluno, levando
em consideração seu conhecimento prévio sobre a realidade, seu processo de socialização
[...] (PIAGET, 2001, p. 26).
Citação indireta no texto
4 A escola deve perceber o educando e suas necessidades (PIAGET, 2001).
Citar no texto o nome do autor.
4 Ex.: Piaget (2001), considera que a escola deve atender as necessidades do
educando.
Grifo em citação
4 Ex.: Sendo assim, a escola deve atender as necessidades básicas do aluno,
levando em consideração seu conhecimento prévio sobre a realidade, seu
processo de socialização [...] (PIAGET, 2001, p. 26, grifo nosso).
4 Ex.: Sendo assim, a escola deve atender as necessidades básicas do aluno,
levando em consideração seu conhecimento prévio sobre a realidade, seu
processo de socialização [...] (PIAGET, 2001, p. 26, grifo do autor).
Citação de citação
4 Ex.: Para Piaget (2001 apud ZABALA, 2002, p. 57), a escola deve atender as
necessidades básicas do aluno, levando em consideração seu conhecimento
prévio sobre a realidade, seu processo de socialização [...].
2.2 Resenha, Artigo Científico, Memorial, Ensaio e Informe Científico
2.2.1 Resenha
A Resenha é a apresentação do conteúdo de uma obra. Consiste na leitura, no resumo,
na crítica e na formulação de um conceito de valor do livro feitos pelo resenhista.
É um tipo de trabalho que exige conhecimento do assunto, para estabelecer
comparação com outras obras da mesma área e maturidade intelectual para fazer
avaliação e emitir juízo de valor. (ANDRADE, 1995);
Tipo de resumo crítico, contudo mais abrangente: permite comentários e opiniões,
inclui julgamentos de valor, comparações com outras obras da mesma área e avaliação
da relevância da obra com relação às outras do mesmo gênero. (ANDRADE, 1995).
Elementos de uma resenha
4 Reais: reuniões e acontecimentos em gerais;
4 Textuais: livros, peças teatrais, texto, filme etc.
Tipos de Resenha
4 Descritiva: Trabalha com a estrutura da obra, resumo da obra, a perspectiva
teórica, o método adotado etc.
32
4 Crítica: Possui todos os elementos da descritiva, além da apreciação (comentários
e julgamentos).
Objetivos Gerais da Resenha
4 Ser um instrumento de pesquisa bibliográfica;
4 Atualização bibliográfica
4 Decisão de consultar ou não o texto original
4 Como exercício: desenvolver a capacidade de síntese, interpretação e crítica;
Aspectos Gerais da Resenha
4 Desenvolve a capacidade de síntese, interpretação e crítica;
4 Utiliza-se a linguagem na terceira pessoa;
4 Conduz o leitor para informações puras;
4 Resenha é diferente de Resumo. Ela admite juízo valorativo,
comentário, crítica, enquanto o resumo, pode abolir tais
elementos.
Ao ler o texto o resenhista deve procurar responder
4Nesta fase, busca-se responder a algumas questões:
4Quem é o autor?
4Que métodos utilizou?
4Estudam-se o vocabulário e os conceitos utilizados
4Assinalam-se as dúvidas (sem a compreensão dos conceitos a leitura fica
4prejudicada)
4Examinam-se as referências históricas, a referência a outras doutrinas e outros
4autores
4De que o texto trata? (assim se obtém o assunto, a referência, do texto)
4Sob que perspectiva o autor tratou do assunto (tema)?
4Quais os limites do texto?
4Qual o problema focalizado?
4Como o assunto foi problematizado?
4Como o autor soluciona o problema?
4Que posição assume? (assim se obtém a tese do autor)
4Como o autor demonstra seu raciocínio?
4Quais os seus argumentos?
4Há outros assuntos paralelos à idéia central?
4Apresenta uma posição própria a respeito das idéias do texto
4Às vezes, as idéias do texto original são cotejadas com as de outro
4Qual sua coerência interna?
4Qual a originalidade do texto?
4Qual o alcance do texto?
4Qual a validade da idéias?
33
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
4Qual a relevância das idéias?
4Que contribuições apresenta?
4O autor atingiu os objetivos propostos?
4O texto supera a pura retomada de textos de outros autores?
4Há profundidade na exposição das idéias?
4A tese foi demonstrada com eficácia?
4A conclusão está apoiada em fatos?
4A partir desses itens, faz-se a crítica às posições definidas no texto
4Fase de elaboração do texto pessoal que reflita sistematicamente as
idéias do texto original
Estrutura da Resenha Crítica
Referência Bibliográfica:
4 Autor. Título da obra. Local da edição, Editora, Data. Número de páginas.
Credenciais do autor:
4 Informações sobre o autor, nacionalidade, formação universitária, títulos, cargos
exercidos e obras publicadas.
Resumo da obra (digesto):
4 Resumo das principais idéias expressas pelo autor;
4 Descrição sintetizada do conteúdo dos capítulos ou partes em que se divide a
obra.
Conclusões da autoria:
4 Indica os resultados obtidos pelo autor
4 Quais as conclusões que o autor chegou?
Crítica do resenhista (apreciação da obra):
4 É o momento de posição pessoal do resenhista:
4 Qual a contribuição da obra?
4 Como é o estilo do autor: conciso, objetivo, simples? Idealista? Realista?
Indicações do resenhista:
4 A quem é dirigida a resenha (estudantes,
especialistas, leitores em gerais)
4 Fornece subsídios para o estudo de que
disciplina(s)?
4 Pode ser adotado(a) em que tipo de curso?
fidelidade ao pensamento do autor.
Requisitos Básicos de
uma Resenha
a) conhecimento completo da obra;
b) competência na matéria;
c) capacidade de juízo de valor;
d) independência de juízo;
e) correção e urbanidade;
f) fidelidade ao pensamento do autor.
34
2.2.2 Artigo Científico
A arte de escrever artigos científicos constrói-se no dia-a-dia, através da experiência
e da cultura. Para se fazer um bom artigo científico deve-se fazer uma descrição seqüencial
dos componentes típicos de um documento desta natureza.
O artigo científico comunica idéias e informações de maneira clara e concisa. Sua
característica principal é ser publicado em periódicos científicos.
Quanto à análise de conteúdo, os artigos estão divididos nos seguintes
tipos:
ARTIGO DE DIVULGAÇÃO: É o relato analítico de informações atualizadas
sobre um tema de interesse para determinada especialidade. Não requer
necessariamente uma revisão de literatura retrospectiva.
ARTIGO DE REVISÃO: São conhecidos como “reviews”. Os artigos de revisão
com enfoque histórico devem obedecer a uma ordem cronológica de pensamento.
A estrutura e a apresentação de um artigo científico se modificam de uma revista
para outra.
A ABNT apresenta na NBR 6022 (MAIO/2003) algumas condições exigíveis para
orientar colaboradores e editoras de publicações periódicas, no sentido de uma apresentação
racional e uniforme dos artigos nela contidos.
Considera-se como didático para a elaboração de um artigo científico a estrutura
que segue abaixo:
Título (Title). Descreve de forma lógica, rigorosa, breve e gramaticalmente
correta a essência do artigo. Por vezes opta-se por títulos com duas partes.
Autor e filiação (Author and affiliation). Indicação do nome do autor (ou
autores) e da instituição a que pertence(m). É freqüente indicar também o
endereço de correio electrónico.
Resumo (Abstract). Não deve exceder 250 palavras e deve especificar de
forma concisa, mas não telegraficamente. O resumo não é uma introdução
ao artigo, mas sim um descrição sumária da sua totalidade, na qual se procura
realçar os aspectos mencionados. Não se devem citar referências
bibliográficas no resumo. Convém lembrar que um resumo pode vir a ser
posteriormente reproduzido em publicações que listam resumos (de grande
utilidade para o leitor decidir se está ou não interessado em obter e ler a
totalidade do artigo).
Palavras-chave (Keywords). Por vezes é pedido que um artigo seja
acompanhado por um conjunto de palavras-chave que caracterizem o domínio
ou domínios em que ele se inscreve. Estas palavras são normalmente utilizadas
para permitir que o artigo seja posteriormente encontrado em sistemas
eletrônicos de pesquisa. Por isso, devem escolher-se palavras-chave tão gerais
e comuns quanto possível.
Introdução (Introduction). A introdução fornece ao leitor o enquadramento
para a leitura do artigo, e deve esclarecer a natureza do problema cuja
resolução se descreve no artigo.
Corpo do artigo (Body of the paper). Constitui a descrição, ao longo de
vários parágrafos, de todos os pontos relevantes do trabalho realizado.
Conclusões (Conclusions). Devem ser enunciadas claramente, e deverão
cobrir o que é que o trabalho descrito no artigo conseguiu e qual a sua relevância,
e as vantagens e limitações das propostas que o artigo apresenta.
35
Agradecimentos (Acknowledgments). Um artigo científico resulta com
freqüência do empenho de muita gente, para além dos que o assinam como
autores – elementos da equipe e amigos que contribuíram, de uma forma ou
outra, para a sua existência e qualidade. É neste ponto de um artigo científico
(entre as “Conclusões” e as “Referências”) que se colocam os
T r a b a l h o
Acadêmico e “Agradecimentos”.
(References). Trata-se de uma listagem dos livros, artigos ou
C i e n t í f i c o Referências
outros elementos bibliográficos que foram referenciados ao longo do artigo.
2.2.3 Memorial
Trata-se de uma autobiografia que descreve, analisa e critica acontecimentos sobre
a trajetória acadêmico-profissional e intelectual do autor, avaliando cada etapa da sua
experiência. Deve incluir todas as fases do autor, enfatizando-se as fases mais significativas
e importantes. Deve-se destacar as experiências mais relevantes, fazendo-se um
comparativo entre a vida profissional e a vida pessoal, evidenciando-se as influências de
uma para com a outra, e vice-versa.
O memorial deve ser iniciado com uma breve introdução, evidenciando a finalidade
da elaboração do mesmo. Deve-se incluir em sua estrutura informações significativas como
formação do autor, atividades tecno-científicas e artístico-culturais importantes, produções
científicas, dentre outras. O texto do memorial deve ser escrito na primeira pessoa do singular.
Estrutura de um Memorial
4 Capa e folha de rosto – deve conter nome, título (memorial), local, ano;
4 Sumário – deve vir logo depois da folha de rosto;
4 Corpo do memorial – apresenta-se de forma narrativa. Deve-se inserir
comentários sobre as diversas etapas da vida pessoal, acadêmica e profissional
do autor. As folhas devem vir numeradas com algarismos arábicos.
Apresentação Gráfica de um Memorial (formatação)
4 Formato do papel – recomenda-se a utilização de papel A4 (210x297mm);
4 Digitação – margens: superior, inferior e esquerda = 3cm e inferior = 2cm;
4 Entrelinhamento do texto – 1,5 linha;
4 Fonte e tamanho da letra – preferencialmente Times New Roman ou Arial 12;
4
4
4
4
4
Paginação – Numerar as páginas com algarismos romanos minúsculos no centro
inferior, sendo que a capa e a folha de rosto não são contadas e não recebem
número. As folhas textuais são numeradas com algarismos arábicos, no canto
superior direito, ou centralizados ao pé da folha. A primeira folha de texto é contada
mas não numerada.
2.2.4 Ensaio
Um ensaio é um tipo de produção acadêmica que contém uma proposta e emissão
de opinião pessoal do autor-pesquisador sobre tema de seu interesse. Um ensaio pretende
apresentar a visão do autor sobre o tema, inclusive, independente do pensamento científico
a respeito do assunto. É como se fosse um conjunto de impressões pessoais do autor.
Nessa perspectiva, a credibilidade científica do ensaio fica condicionada ao respeito
acadêmico do seu autor pela sua comunidade.
Há diferentes tipos de produção e cada um possui um perfil metodológico, ainda
que em alguns casos esses perfis se combinem. Segundo Carmo-Neto (1992, p. 53) esses
perfis são combinados através da:
36
1. empiricidade, quando se realiza uma coleta de dados (primários ou secundários),
estima-se modelos e inferências estatísticas a partir de levantamento de dados;
2. teoria, quando favorecem o desenvolvimento de teorias, elementos/situações/
casos abstratos discutindo a validade, nível de abstração, pressupostos ou aplicabilidade
das teorias em análise. Sua principal preocupação é com a estrutura lógica apresentada no
texto;
3. análise, quando a produção é realizada de forma rigorosa e com forte inclinação
ideológica não-mencionada, e que norteia o discurso do autor fazendo com que o leitor
considere o discurso verdadeiro. Nesse caso, o autor também pode apresentar-se de forma
persuasiva.
4. descrição ou historicidade, quando os casos narrativos são descritos sem conter
conclusões, considerações ou opinião pessoal do autor.
2.2.5 Informe Científico
O informe científico é um tipo de produção acadêmica que visa apresentar e socializar
resultados de pesquisa (parciais ou totais) com a comunidade científica. É redigido de
forma sintética e objetiva descrevendo a metodologia de pesquisa utilizada, com todas as
suas fases, período temporal, dificuldades encontradas, procedimentos de campo,
laboratório ou bibliográfico.
Quanto à forma, o informe científico deve ser redigido segundo a estrutura intelectual
e gráfica dos artigos científicos.
2.3 Seminário, Painel e Mesa Redonda
2.3.1 Seminário
O seminário é uma técnica de estudo que
inclui pesquisa, discussão e debate,
constituindo-se numa das técnicas mais
eficientes de aprendizagem, quando
convenientemente elaborado e apresentado.
A pesquisa, especialmente a bibliográfica, é o
primeiro passo, requisito indispensável na elaboração do
Seminário. A pesquisa leva à discussão do material pesquisado,
mas, para que os objetivos sejam alcançados, não se pode
dispensar o debate.
Objetivos dos Seminários
As finalidades gerais da técnica de Seminário basicamente são duas: aprofundar o
estudo a respeito de determinado assunto; desenvolver a capacidade de pesquisa, de
análise sistemática dos fatos, através do raciocínio, da reflexão, preparando o aluno para a
elaboração clara e objetiva dos trabalhos científicos.
O seminário possibilita ensinar pesquisando; revelar tendências e aptidões para a
pesquisa; ensinar a utilização de instrumentos lógicos de trabalho intelectual; ensinar a coletar
material para análise e interpretação e crítica de trabalhos mais avançados; ensinar a
trabalhar em grupo e desenvolver o sentimento de comunidade intelectual entre os educandos
e entre estes e os professores; ensinar a sistematizar fatos observados e a refletir sobre
eles; levar a assumir atitude de honestidade e exatidão nos trabalhos efetuados; dominar a
metodologia científica geral.
Estrutura de um Seminário
4 Coordenador - geralmente o professor, pode eventualmente orientar as
pesquisas.
37
4
4
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
4
4
Organizador - figura que surge apenas quando o seminário
é grupal, e as tarefas são divididas entre seus integrantes.
Relator ou Relatores - é aquele que expõe os resultados dos
estudos; pode ser um só elemento, vários ou todos do grupo,
cada um apresentando uma parte.
Comentador - pode ser um só estudante ou um grupo diferente
do responsável pelo seminário. Só aparece quando se deseja
um aprofundamento crítico dos trabalhos e é escolhido pelo
professor. Deve estudar com antecedência o tema a ser
apresentado com o intuito de fazer críticas adequadas à
exposição, antes da discussão e debate dos demais
participantes da classe.
Debatedores - correspondem a todos os alunos da classe.
Depois da exposição e da crítica do comentador (se houver),
devem participar fazendo perguntas, pedindo esclarecimentos,
colocando objeções, reforçando argumentos ou dando alguma
contribuição.
Etapas de um seminário:
o coordenador propõe determinado estudo, indica a bibliografia mínima, forma os
grupos de seminário, escolhe o comentador e o secretário;
formado o grupo, este escolhe o organizador, decide se haverá um ou mais relatores,
divide as tarefas, inicia o trabalho de pesquisa, de procura de informações, através de
bibliografia, documentos, entrevistas com especialistas, observações etc. Depois reúne-se
diversas vezes, sob a coordenação do organizador, para discutir o material coletado,
confrontar pontos de vista, formular conclusões e organizar os dados disponíveis.
Lembrando que o Seminário não deve ser um mero
resumo ou síntese, mas expressar o que foi aprendido,
aquilo que se presta à aprendizagem ou se apresenta
como apontamento didático para a consulta. Sua estrutura
abrange:
4 Introdução - breve exposição do tema central,
objetivos e tópicos a serem apresentados.
Deve-se primar pela objetividade e concisão;
4 Conteúdo - apresentação das partes numa
seqüência organizada, envolvendo explicação,
discussão e demonstração. Não se deter em
pormenores, a linguagem deve ser objetiva e
concisa;
4 Conclusão - síntese de toda reflexão, com as
contribuições do grupo para o tema.
Interpretação pessoal através de linguagem
objetiva e concisa;
Normas para Apresentação
de um Seminário
A apresentação escrita de um
Seminário segue normas gerais da
apresentação dos trabalhos de graduação.
Quanto à apresentação oral, compreende
os seguintes aspectos:
a) Domínio do assunto (por todos os
componentes do grupo);
b) Clareza nos conceitos expostos;
c) Seleção qualitativa e quantitativa do
material coletado;
d) Adequação da extensão do relato ao
tempo disponível;
e) Encadeamento das partes (seqüência
discursiva).
4 Bibliografia - incluindo todas as obras e documentos utilizados, além de
especificar as qualidades dos especialistas consultados.
38
Quanto ao material de ilustração, comumente, constitui-se de cartazes,
retroprojeções e projeções de slides. Os dizeres ou legendas do material, devem estar em
cor contrastante a cor do papel utilizado, observando o tamanho que deverá permitir a leitura
do que foi escrito até pelos alunos sentados na última fila de carteiras, no fundo da sala.
Quando se tratar de imagens ou desenhos, os critérios de tamanho e inteligibilidade da
ilustração devem ser igualmente observados, devendo assim evitar a apresentação de vários
desenhos pequenos acumulados na mesma folha.
2.3.2 Painel
O Painel é uma reunião de várias alunos interessados que vão expor suas idéias
sobre determinado assunto, diante dos demais colegas, de maneira informal e dialogada,
em tom de conversa, de troca de idéias, mesmo que exponham posições diversas e
apreciem perspectivas diferentes.
Tem por objetivo proporcionar o conhecimento mais aprofundado de um tema, através
da discussão informal que implica a participação mais ativa dos presentes, que não se
limitam a ouvir as exposições. A discussão do assunto entre os expositores, diante do
auditório, induz o ouvinte à participação espontânea, por meio de perguntas e respostas
dirigidas aos componentes do painel. O tom da conversa informal não dispensa a participação
de um coordenador, que elabora um roteiro, de acordo com os componentes, cujo número
vai de três a seis. Sua duração mais adequada é de 50 a 90 minutos, a depender do
número de participantes.
O Painel pode ser:
a) de interrogação, onde cada
um dos participantes buscará
responder algumas questões básicas
indicadas pelo professor consideradas
centrais ao tema;
b) de debate, onde os
participantes, além de expressar seu
pensamento, questionaram o pensamento
e sentimento dos demais, que
preferencialmente devem ter posições
diferentes.
Condução de um Painel
Exige do coordenador, além do domínio do assunto, grande habilidade para produzir
as discussões que não devem gerar polêmicas. As atribuições do coordenador são as
seguintes:
4 abrir a sessão e apresentar os componentes do painel;
4 levar os componentes a apresentarem os esclarecimentos que os presentes
esperam ouvir;
4 propiciar as condições materiais necessários ao desenvolvimento dos trabalhos,
inclusive os solicitados pelos convidados;
4 distribuir os painelistas à mesa de forma que fiquem em posição oposta os que
tiveram opiniões opostas;
4 intervir na discussão, quando necessário, a fim de:
- pedir esclarecimentos de pontos que deixaram dúvidas;
- encerrar assuntos e iniciar outros, não permitindo que se voltem a discutir
- assuntos já discutidos;
- evitar a dispersão, comprometendo a obtenção dos resultados pretendidos;
4 mesmo sem expor seu ponto de vista, propor questões para discussão entre os
componentes;
4 levar a platéia à participação organizada, através de perguntas pertinentes;
4 fazer uma síntese dos trabalhos;
4 agradecer aos componentes e encerrar a sessão.
39
2.3.3
Mesa Redonda
Trata-se da apresentação de pontos de vistas ou análises diferentes
ou mesmo divergentes, fundamentados sobre um tema específico, seguido
de sessão de perguntas e debates. Envolve apresentação de pontos de vista
T r a b a l h o
Acadêmico e sobre um mesmo tema. Cada mesa poderá ser composta por no mínimo,
C i e n t í f i c o dois profissionais e no máximo seis, tendo em média um total de 2 horas e
meia, sendo esse tempo dividido entre os que compõem a mesa.
2.4
Estudo de Caso, Palestra, Conferência e Pôster
2.4.1 Estudo de Caso
A técnica do estudo de caso no processo de aprendizagem parte do pressuposto de
que aprendizagem é fundamentalmente preparar-se para resolver situações ou problemas
não habituais, fazendo uso para tanto do pensamento reflexivo na busca de uma solução
satisfatória.
Pode ser aplicado de modo individual, acentuando-se os traços de solução do
problema e decisão pessoal, quando grupal, a solução de caso, requer que cada participante
do grupo tenha clara compreensão da questão, além de conhecimentos e argumentos que
permitam convencer os demais membros, na busca de uma solução comum ou aceita por
todos. Esta capacidade de convencimento deve ser desenvolvida, pois será fundamental
na vida profissional.
O estudo de caso estimula a tomada de decisão ou escolha, haja visto que, sempre
haverá mais de uma solução adequada para um problema, e que cada indivíduo poderá
propor uma das diferentes alternativas. Buscar, ainda assim, a unidade na ação. Quando
aplicado em grupo, faz-se necessário a escolha de um coordenador que deverá volverse com a tarefa de contribuir para que o grupo efetivamente trabalhe de modo conjunto e
articulado, buscando considerar a contribuição dos membros, de maneira que todos
venham a contribuir com suas percepções e intuições, evitando que um membro venha
a prevalecer sobre os demais participantes.
Etapas Básicas do Estudo de Caso
O Estudo de caso envolve algumas etapas básicas na solução do problema, que
podem ser apontados como:
4 Leitura cuidadosa do caso - o caso, habitualmente tem nexos com
situações do cotidiano das pessoas, incluindo fatos e opiniões
congruentes ou divergentes, que podem esconder ou distorcer fatos
que realmente ocorreram;
4 Identificação dos fatos - deve-se reunir os principais elementos
contidos no caso, de modo sistematizado e por escrito, dos elementos
objetivos, assim como dos elementos subjetivos, podendo já considerar
as opiniões, sentimentos, intuições;
4 Avaliação dos fatos - em função da relevância dos fatos reunidos,
separe-os deixando de lado, aqueles que não tem importância para o
caso. Por isso, importa indicar os fatos mais importante e os de menor
importância, através de alguma indicação ou sinalização;
40
4 Identificação do problema - parte mais delicada do caso, e que
pressupõe a clara compreensão do caso e do elemento central do
mesmo, o problema, além claro, dos seus possíveis desdobramentos;
4 Identificação das alternativas de solução para o problema - não se
preocupe em encontrar de imediato uma solução, mas, nesse momento,
diversas soluções sempre embasados em fatos, relatando todas as
alternativas e seus possíveis desdobramentos no presente e no futuro;
4 Escolha da alternativa mais adequada - pressupõe a escolha de uma
das alternativas que melhor se aplique a situação, verificando se é claro
para você as razões de tal escolha, que o nível de argumentos objetivos,
como de elementos subjetivos, a exemplo de sentimentos, intuições;
4 Implementação - aponte, com base nos elementos envolvidos,
uma proposta para implementação da alternativa escolhida;
4 Respeite suas percepções e sentimentos - não deixe-se levar por
preconceitos, juízos de valor, ousando construir algo baseado no seu
sentimento para com o caso trabalhado.
2.4.2 Palestra
A palestra é uma atividade pedagógica centrada em exposição oral acerca de um
tema ou assunto. Objetiva suscitar, motivar, esclarecer e divulgar, em linhas gerais, a
experiência e o trabalho desenvolvido pelo palestrante acerca
de um dado tema ou assunto. A palestra caracteriza-se
enquanto atividade onde o palestrante desenvolve de modo
metódico e estruturado o tema ou assunto,
sem aprofundar-se, ainda que de modo
esclarecedor e contribuitivo para a sua
audiência, evidenciando a relevância de
tais estudos e/ou experiências. A
duração considerada adequada para
uma palestra e esclarecimento de possíveis
indagações é de 1:30 min (uma hora e trinta
minutos), que poderão ser dirigidas durante ou ao final
da palestra, como melhor convier ao palestrante.
2.4.3 Conferência
Conferência é uma exposição científica, oral, acerca de um determinado tema,
realizada por especialista, de modo simples e direto,
permitindo ao público compreender e assimilar melhor o
que está sendo exposto. Ao término da conferência, o
conferencista poderá facultar aos participantes a
formulação de indagações sobre os pontos que desejam
esclarecer. A duração considerada adequada para a
conferência deve ser de 01h (uma hora), em razão de
indagações dirigidas pela platéia ao conferencista.
Considera-se 30min (trinta minutos) um tempo ideal para
exposição, pois o alongar da mesma torna-a cansativa, com perda de
interesse.
41
2.4.4
Pôster
O pôster é uma exposição, de forma ilustrativa, onde o especialista
apresenta a sua pesquisa. Tem por finalidade expor a pesquisa de forma clara,
T r a b a l h o
Acadêmico e sucinta e objetiva.
Científico
Geralmente, os trabalhos apresentados em forma de pôster são
expostos nos eventos e têm formato retangular de 120 cm de altura por 90 cm
de largura. Durante a exposição do pôster, recomenda-se que o autor permaneça junto ao
trabalho para responder eventuais perguntas do público quando da apresentação.
Características do Pôster:
Texto: letra tipo Arial, tamanho mínimo de 24 pontos, espaço simples, texto justificado.
Título: todo em letras maiúsculas, negrito, sem ponto final.
Autores, Cidade, Estado e Instituição de Origem: destacar, em negrito, o nome
do autor que apresentará o trabalho científico. Identificar a cidade e instituição de origem
do autor.
Resumo: recomenda-se que o pôster esteja organizado em Apresentação, Objetivos,
Justificativa, Metodologia, Resultados (parciais ou finais) e Conclusões, com esses títulos
em negrito.
Referências: devem ser incluídas as referências citadas, seguindo o padrão ABNT
vigente.
Figuras: recomenda-se a inclusão de figuras que representem o trabalho científico.
42
3. A PESQUISA CIENTÍFICA E SUAS FASES
3.1 Conceito, Finalidades e Requisitos da Pesquisa Científica
Pode-se definir pesquisa como um processo formal e sistemático, controlado e crítico,
que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do
conhecimento. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informações suficientes
para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal
estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema.
A pesquisa, portanto, é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo,
que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou
1
2
3
4
5
6
para descobrir verdades parciais. O desenvolvimento de um projeto de
pesquisa compreende seis passos:
Seleção do tópico ou problema para a investigação;
Definição e diferenciação do problema;
Levantamento de hipóteses de trabalho;
Coleta, sistematização e classificação dos dados;
Análise e interpretação dos dados;
Relatório do resultado da pesquisa.
3.1.1 Linguagem Científica
Há, de modo geral, uma tendência a descuidar-se da linguagem quando
se redige um trabalho científico ou técnico: talvez sob a alegação de que não
se trata de trabalho literário. Importa respeitar, ao menos, os seguintes aspectos
fundamentais:
4 correção gramatical, convém sempre solicitar a contribuição de
um conhecedor da língua e da gramática para nos auxiliar;
4 exposição clara, concisa, objetiva, condizente com a redação
científica;
4 cuidado em evitar parágrafos extensos, construir períodos com
no máximo duas ou três linhas, bem como parágrafos com cinco
linhas cheias, em média, e no máximo oito;
4 preocupação em redigir com um estilo capaz de equilibrar a
simplicidade com o movimento, evitando o colóquio
excessivamente familiar e vulgar, os recursos retóricos;
43
4 simplicidade do texto. Com palavras conhecidas de todos, é
possível escrever de maneira original e criativa e produzir frases
elegantes, variadas, fluentes e bem articuladas;
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
4 linguagem direta, pois conduz mais facilmente o leitor à essência
do texto, dispensando detalhes irrelevantes e indo diretamente
ao que interessa, sem rodeios;
4 precisão e rigor com o vocabulário técnico, sem cair no hermetismo;
4
impessoalidade, contribui grandemente para a objetividade da redação dos trabalhos
científicos, devendo usar verbos nas formas que tendem à impessoalidade;
4
não começar períodos ou parágrafos seguidos com a mesma palavra, nem usar
repetidamente a mesma estrutura de frase;
4
evitar longas citações e relatar o fato no menor número possível de palavras;
4
recorrer aos termos técnicos somente quando absolutamente indispensáveis e nesse
caso colocar o seu significado entre parênteses;
4
evitar palavras e formas empoladas ou rebuscadas, que tentem transmitir ao leitor
mera idéia de erudição;
4
ser rigoroso na escolha das palavras do texto, desconfiando dos sinônimos perfeitos
ou de termos que sirvam para todas as ocasiões;
4
encadear o assunto de maneira suave e harmoniosa, evitando a criação de um
texto onde os parágrafos se sucedem uns aos outros como compartimentos estanques,
sem nenhuma fluência entre si.
3.1.2 Técnicas de Pesquisa
Técnica é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou
arte; é a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prática. Toda ciência
utiliza inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos.
As técnicas de pesquisa podem ser categorizadas em três grandes grupos:
documentação indireta; documentação direta; e observação direta intensiva, a seguir
delineadas.
DOCUMENTAÇÃO INDIRETA: Toda pesquisa implica o levantamento de dados de
variadas fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregadas. É a fase da
pesquisa realizada com intuito de recolher informações prévias sobre o campo de interesse.
Esse levantamento de dados, primeiro passo de qualquer pesquisa científica, é feito de
duas maneiras: pesquisa documental (ou de fontes primárias) e pesquisa bibliográfica (ou
de fontes secundárias).
a) Pesquisa documental: a fonte de coleta de dados está restrita a documentos,
escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem ser
feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois.
b) Pesquisa bibliográfica: A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias,
abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações
avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, monografias, teses etc., até meios de comunicação
orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filme e televisão. Sua finalidade é
colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado
assunto. Esses documentos permitem ao cientista o reforço paralelo na análise de suas
pesquisas ou na manipulação de suas informações.
44
DOCUMENTAÇÃO DIRETA: A documentação direta constitui-se, em geral, no
levantamento de dados no próprio local onde os fenômenos ocorrem. Esses dados podem
ser obtidos de duas maneiras: através da pesquisa de campo ou da pesquisa de
laboratório.
a) Pesquisa de campo: Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de
conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura
uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos
fenômenos ou as relações entre eles.
b) Pesquisa de laboratório: A pesquisa de laboratório é um procedimento de
investigação mais difícil, porém mais exato. Ela descreve e analisa o que será ou ocorrerá
em situações controladas. Exige instrumental específico, preciso, e ambientes
adequados.
3.1.3 Níveis de Pesquisa
Outro modo de delinear os diferentes tipos de pesquisa é considerar o nível de
progresso decorrente da pesquisa, assim como do uso de conhecimentos já à disposição,
da utilização dos mesmos, e da constituição desse conhecimento inovador.
Pesquisa Bibliográfica: A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir
de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.
Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta
natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes
bibliográficas. As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que se
propõem à análise das diversas posições acerca de um problema, também
costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente a partir de fontes
bibliográficas.
Pesquisa Documental: A pesquisa documental assemelha-se muito à
pesquisa bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das
fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das
contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa
documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento
analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da
pesquisa. O desenvolvimento da pesquisa documental segue os mesmos
passos da pesquisa bibliográfica, cabendo considerar que, enquanto na pesquisa
bibliográfica as fontes são constituídas sobretudo por material impresso localizado
nas bibliotecas, na pesquisa documental, as fontes são muito mais diversificadas
e dispersas. Há de um lado, os documentos “de primeira mão”, que não receberam
nenhum tratamento analítico, e os “de segunda mão”, que de alguma maneira já
foram analisados.
Pesquisa Experimental: De modo geral, o experimento representa o
melhor exemplo de pesquisa científica. Essencialmente, a pesquisa experimental
consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam
capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos
que a variável produz no objeto.
45
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
Estudo de Caso: O estudo de caso é caracterizado pelo estudo
profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita
o sem amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível
mediante os outros delineamentos considerados. A maior utilidade do
estudo de caso é verificada nas pesquisas exploratórias. Por sua
flexibilidade, é recomendável nas fases iniciais de uma investigação sobre
temas complexos, para a construção de hipóteses ou reformulação do
problema. Também se aplica com pertinência nas situações em que o
objeto de estudo já é suficientemente conhecido a ponto de ser enquadrado
em determinado tipo ideal. Por exemplo, se as informações disponíveis
fossem suficientes para afirmar que existem três tipos diferentes de
comunidades de base e houvesse interesse em classificar uma
comunidade específica em algum desses tipos, então o estudo de caso
seria o delineamento mais adequado.
Pesquisa-Ação: A pesquisa-ação tem sido objeto de bastante
controvérsia, em virtude de exigir o envolvimento ativo do pesquisador e a ação
por parte das pessoas ou grupos envolvidos no problema, a pesquisa-ação tende
a ser vista em certos meios como desprovida da objetividade que deve
caracterizar os procedimentos científicos. A despeito, porém, destas críticas,
vem sendo reconhecida como muito útil, sobretudo por pesquisadores
identificados por ideologias “reformistas” e “participativas”.
Pesquisa Participante: A pesquisa participante, assim como a
pesquisa-ação, caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros
das situações investigadas. Há autores que empregam as duas expressões como
sinônimas. Todavia, a pesquisa-ação, geralmente supõe uma forma de ação
planejada, de caráter social, educacional, técnico ou outro. A pesquisa
participante, por sua vez, envolve a distinção entre ciência popular e ciência
dominante. Esta última tende a ser vista como uma atividade que privilegia a
manutenção do sistema vigente e a primeira como o próprio conhecimento
derivado do senso comum, que permitiu ao homem criar, trabalhar e interpretar
a realidade sobretudo a partir dos recursos que a natureza lhe oferece.
3.2
Tipos de Pesquisa
A pesquisa é denominada de pura, quando busca o progresso da ciência, e procura
desenvolver os conhecimentos científicos sem a preocupação direta com suas aplicações
e conseqüências práticas. Seu desenvolvimento tende a ser bastante formalizado e
objetiva à generalização, com vistas na construção de teorias e leis.
A pesquisa aplicada, por sua vez, apresenta muitos pontos de contato com a
pesquisa pura, pois depende de suas descobertas e se enriquece com o seu
desenvolvimento; todavia, tem como característica fundamental o interesse na aplicação,
utilização e conseqüências práticas dos conhecimentos. Sua preocupação está menos
voltada para o desenvolvimento de teorias de valor universal que para a aplicação imediata
46
numa realidade circunstancial. De modo geral, é este o tipo de pesquisa a que mais se
dedicam os psicólogos, sociólogos, assistentes sociais e outros pesquisadores sociais.
As pesquisas podem ainda ser classificadas, segundo diferentes categorias. A
classificação mais adotada, na atualidade, classifica as pesquisas em três tipos: estudos
exploratórios, estudos descritivos e estudos que verificam hipótese causais.
Pesquisas Exploratórias: Têm como principal finalidade desenvolver,
esclarecer e modificar conceitos e idéias, com vistas na formulação de problemas
mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. De todos os
tipos de pesquisa, estas são as que apresentam menor rigidez no planejamento.
Habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não
padronizadas e estudos de caso. Procedimentos de amostragem e técnicas
quantitativas de coleta de dados não são costumeiramente aplicados nestas
pesquisas. São desenvolvidas, tais pesquisas, com o objetivo de proporcionar
visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de
pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado
e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis.
Pesquisas Descritivas: Têm como objetivo primordial a descrição das
características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento
de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser
classificados sob este título e uma de suas características mais significativas
está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. Dentre as
pesquisas descritivas salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar as
características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência,
nível de escolaridade, estado de saúde etc. Pesquisas que se propõem estudar
o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as condições
de habitação de seus habitantes etc. Algumas pesquisas descritivas vão além
da simples identificação da existência de relações entre variáveis, pretendendo
determinar a natureza dessa relação. Neste caso, tem-se uma pesquisa descritiva
que se aproxima da explicativa.
Pesquisas Explicativas: Têm como preocupação central identificar os
fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos.
Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade,
porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso mesmo é o tipo mais
complexo e delicado, já que o risco de cometer erros aumenta
consideravelmente. Pode-se dizer que o conhecimento científico está
assentado nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos. Isto não
significa, porém, que as pesquisas exploratórias e descritivas tenham menos
valor, porque quase sempre constituem etapa prévia indispensável para que
se possam obter explicações científicas. Uma pesquisa explicativa pode ser a
continuação de outra descritiva, posto que a identificação dos fatores que
determinam um fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e
47
detalhado. As pesquisas explicativas nas ciências naturais valem-se
quase que exclusivamente do método experimental. Nas ciências sociais,
em virtude das dificuldades já comentadas, recorre-se a outros métodos,
sobretudo ao observacional. Nem sempre se torna possível a realização de
T r a b a l h o
Acadêmico e pesquisas rigidamente explicativas em ciências sociais, mas em algumas
C i e n t í f i c o áreas, sobretudo da Psicologia, as pesquisa revestem-se de elevado grau de
controle, chegando mesmo a ser designadas “quase-experimentais”.
3.2.1 Pesquisa Quantitativa
Adequada quando se deseja conhecer a extensão (estatisticamente falando) do
objeto de estudo, do ponto de vista do público pesquisado. Aplica-se nos casos em que
se busca identificar o grau de conhecimento, as opiniões, impressões, seus hábitos,
comportamentos, seja em relação a um produto, sua comunicação, serviço ou instituição.
Ou seja, o método quantitativo oferece informações de natureza mais objetiva e aparente.
Seus resultados podem refletir as ocorrências do mercado como um todo ou de seus
segmentos, de acordo com a amostra com a qual se trabalha.
O instrumento de coleta de dados mais utilizado é o questionário, que pode conter
questões fechadas (alternativas pré-definidas) e/ou abertas (sem alternativas e com
resposta livre).
Técnicas Utilizadas
na Pesquisa Quantitativa
A lgumas técnicas de abordagem
utilizadas são:
Face à face: Entrevistas realizadas
pessoalmente junto ao entrevistado. Estas
entrevistas, dependendo do objetivo da
pesquisa, podem ser realizadas no domicílio,
no local de trabalho, em pontos de fluxo
(abordagem de indivíduos em trânsito) ou em
local pré-definido, preparado para realização de
entrevistas com indivíduos recrutados
previamente.
Por telefone: Entrevistas realizadas
via telefone, assistenciadas por um questionário
eletrônico formatado para receber as
informações diretamente no sistema de
processamento. Esta técnica garante um
controle de qualidade ainda maior que as
demais técnicas de abordagem, pois além de
permitir o acompanhamento simultâneo das
entrevistas (através de escuta programada) é
possível também realizar uma crítica eletrônica
em tempo real, evitando inconsistências de aplicação do questionário. Outras vantagens asseguradas são o
prazo e o custo que normalmente tendem a ser menores.
Pela Internet: Entrevistas realizadas junto a um público específico que comprovadamente tenha
acesso a Internet. Esta técnica permite agilidade na fase de coleta e processamento de dados, além de
garantir ao entrevistado total impessoalidade no registro das informações.
Auto-Preenchimento: Até pouco tempo, a única maneira utilizada era o questionário impresso,
enviado para um grande número de pessoas (em virtude do baixo índice de retorno de questionários
preenchidos) de um determinado segmento. Com os recursos tecnológicos, este método passou a ser
realizado também, através de palm e internet.
Arrolamento: Esta técnica na realidade é um levantamento ou contagem de eventos, realizado
através da observação e registro de informações de transeuntes, veículos ou equipamentos urbanos, seja de
caráter público, empresarial ou domiciliar. Normalmente usa-se esta técnica quando queremos saber, por
A metodologia quantitativa, de modo geral, é a mais
utilizada em pesquisa de mercado e opinião. Esta metodologia
permite mensurar opiniões, reações, sensações, hábitos e
atitudes etc., de um universo (público-alvo) através de uma
amostra que o represente de forma estatisticamente
comprovada.
As amostras podem ser aleatórias ou por cotas
(extratos pré-definidos de sexo, idade, classe social, região etc).
O método quantitativo orienta para a utilização de
questionários estruturados predominantemente elaborados com
questões fechadas (lista de respostas pré-codificadas).
Em toda pesquisa quantitativa, sem exceção, é
necessário calcular a margem de erro para o grau de confiança
que se pretende, podendo, assim, tomar decisões com
segurança.
A pesquisa quantitativa é realizada a partir de
entrevistas individuais, apoiadas por um questionário
convencional (impresso) ou eletrônico (Computador ou Pocket
PC).
As entrevistas são conduzidas por um entrevistador
ou através de auto-preenchimento.
48
exemplo, qual o número diário de frequentadores de um shopping center, ou qual o número de consumidoras
que foram atraídas por uma promoção em um supermercado, ou quantos supermercados, farmácias, postos
de gasolina, etc. Existem em uma determinada região geográfica. O instrumento de coleta pode ser através
de planilha de preenchimento linear, gravador, Palm (coletor de dados) ou um contador mecânico utilizado
especialmente para este fim.
Na pesquisa quantitativa, a fim de comprovar as hipóteses, os recursos de estatística
nos dirá se os resultados obtidos são significativos ou mero fruto do acaso.
A Pesquisa Quantitativa é baseada em rígidos critérios estatísticos, que servem de
parâmetro para definição do universo a ser abordado pela pesquisa. Como o nome já diz,
o método quantitativo é útil para o dimensionamento de mercados, levantamento de
preferências por produtos e serviços de parcelas da população, opiniões sobre temas
políticos, econômicos, sociais, dentre outros aspectos.
Os passos para o desenvolvimento e aplicação do método quantitativo tem início
com a definição dos objetivos que o cliente pretende alcançar. Em seguida faz-se o
levantamento amostral do universo, ou seja, o número de entrevistas a serem realizadas;
elaboração aplicação de pré-teste para validação do questionário e, posteriormente, a
pesquisa em campo; apuração, cruzamento e tabulação dos dados; e, por fim, elaboração
de relatórios para análise estratégica.
3.2.2 Pesquisa Qualitativa
A pesquisa qualitativa é uma designação que abriga correntes de pesquisa muito
diferentes. Em síntese, essas correntes se fundamentam em
alguns pressupostos contrários ao modelo experimental e
Aspectos da
adotam métodos e técnicas de pesquisa diferentes dos
Pesquisa Qualitativa
estudos experimentais.
Os cientistas que
a) a delimitação e formulação do problema - o problema, na pesquisa
qualitativa, não é uma definição apriorística, fruto de um distanciamento que o
partilham da abordagem
pesquisador se impõe para extrair as leis constantes que o explicam e cuja freqüência
qualitativa em pesquisa
e regularidade pode-se comprovar pela observação direta e pela verificação
experimental. O problema decorre, antes de tudo, de um processo indutivo que se
se opõem, em geral, ao
vai definindo e se delimitando na exploração dos contextos ecológico e social, onde
pressuposto experimental
se realiza a pesquisa; da observação reiterada e participante do objeto pesquisado,
e dos contatos duradouros com informantes que conhecem esse objeto e emitem
que defende um padrão
juízos sobre ele.
único de pesquisa para
b) o pesquisador - é parte fundamental da pesquisa qualitativa. Ele deve,
todas as ciências, calcado
preliminarmente, despojar-se de preconceitos, predisposições para assumir uma
no
modelo de estudo das
atitude aberta a todas as manifestações que observa, sem adiantar explicações
nem conduzir-se pelas aparências imediatas, a fim de alcançar uma compreensão
ciências da natureza.
global dos fenômenos. O pesquisador não se transforma em mero relator passivo:
Estes
cientistas se
sua imersão no cotidiano, a familiaridade com os acontecimentos diários e a
percepção das concepções que embasam práticas e costumes supõem que os
recusam a admitir que as
sujeitos da pesquisa têm representações, parciais e incompletas, mas construídas
ciências humanas e
com relativa coerência em relação à sua visão e à sua experiência;
sociais
devam-se
c) os pesquisados - na pesquisa qualitativa, todas as pessoas que
conduzir pelo paradigma
participam da pesquisa são reconhecidas como sujeitos que elaboram
conhecimentos e produzem práticas adequadas para intervir nos problemas que
das ciências da natureza
identificam. Pressupõe-se, pois, que elas têm um conhecimento prático, de senso
e devam legitimar seus
comum e representações relativamente elaboradas que formam uma concepção
de vida e orientam as suas ações individuais;
conhecimentos
por
processos quantificáveis
d) os dados - os dados não são coisas isoladas, acontecimentos fixos,
captados em um instante de observação. Eles se dão em um contexto fluente de
que venham a se
relações: são “fenômenos” que não se restringem às percepções sensíveis e
transformar, por técnicas
aparentes, mas se manifestam em uma complexidade de oposições, de revelações
e de ocultamentos. Na pesquisa qualitativa todos os fenômenos são igualmente
de mensuração, em leis e
importantes e preciosos: a constância das manifestações e sua ocasionalidade, a
explicações
gerais.
freqüência e a interrupção, a fala e o silêncio.
49
Um segundo marco que separa a pesquisa qualitativa dos estudos
experimentais está na forma como apreende e legítima os conhecimentos. A
abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre
o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o objeto, um
T r a b a l h o
Acadêmico e vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito. O
C i e n t í f i c o conhecimento não se reduz a um rol de dados isolados, conectados por uma
teoria explicativa; o sujeito-observador é parte integrante do processo de
conhecimento e interpreta os fenômenos, atribuindo-lhes um significado. O objeto
não é um dado inerte e neutro; está possuído de significados e relações que sujeitos concretos
criam em suas ações.
Algumas pesquisas qualitativas não descartam a coleta de dados quantitativos,
principalmente na etapa exploratória de campo ou nas etapas em que estes dados podem
mostrar uma relação mais extensa entre fenômenos particulares.
Técnicas de Pesquisa Qualitativa
A pesquisa qualitativa privilegia algumas técnicas que coadjuvam a descoberta de
fenômenos latentes, tais como a observação participante, pesquisa-ação e pesquisa-intervenção,
história ou relatos de vida, análise de conteúdo, entrevista não-diretiva, estudo de caso etc., que
reúnem um corpus qualitativo de informações que, segundo Habermas, se baseia na racionalidade
comunicacional. Observando a vida cotidiana em seu contexto ecológico, ouvindo as narrativas,
lembranças e biografias, e analisando documentos, obtém-se um volume qualitativo de dados
originais e relevantes, não filtrados por conceitos operacionais, nem por índices quantitativos.
A pesquisa qualitativa pressupõe que a utilização dessas técnicas não deve construir um
modelo único e exclusivo. A pesquisa é uma criação que mobiliza a acuidade inventiva do
pesquisador, sua habilidade artesanal e sua perspicácia para elaborar a metodologia adequada
ao campo de pesquisa, aos problemas que ele enfrenta com as pessoas que participam da
investigação. O pesquisador deverá, porém, expor e validar os meios e técnicas adotadas,
demonstrando a cientificidade dos dados colhidos e dos conhecimentos produzidos.
QUADRO COMPARATIVO DOS TIPOS DE PESQUISA
50
PESQUISA QUALITATIVA
PESQUISA QUANTITATIVA
Questões abertas e exploratórias
Predomínio de questões fechadas
Amostra pequena
Amostra grande
Análise subjetiva e interpretativa
Análise estatística, a partir de
informações rigorosas e científicas
Pesquisa exploratória
Pesquisa descritiva ou casual
Resultado da linha de conduta
(opiniões, atitudes e expectativas)
Resultados quantificáveis condensados em
tabelase gráficos
Caráter subjetivo
Caráter objetivo
Interpretação
Mensuração
Múltiplas realidades
Uma realidade
Sistema Organicista
Sistema Mecanicista
Raciocínio dialético e indutivo
Raciocínio lógico e dedutivo
Utiliza a comunicação e a observação
(ex.: entrevista)
Utiliza instrumentos específicos
(ex.: questionário)
Trabalha com particularidades
Trabalha com generalizações
3.3 Fases da Pesquisa Científica
1
Escolha do Tema: Tema é o assunto que se deseja estudar e pesquisar.
O trabalho de definir adequadamente um tema pode, inclusive, perdurar
por toda a pesquisa. Nesse caso, deverá ser freqüentemente revisto.
2
Levantamento de Dados: Para obtenção de dados podem ser
utilizados três procedimentos: pesquisa documental, pesquisa
bibliográfica e contatos diretos. A pesquisa bibliográfica é um apanhado
geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de
importância, por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes
relacionados com o tema.
3
Formulação do Problema: Problema é uma dificuldade, teórica ou
prática, no conhecimento de alguma coisa de real importância, para a
qual se deve encontrar uma solução. Definir um problema significa
especificá-lo em detalhes precisos e exatos. Na formulação de um
problema deve haver clareza, concisão e objetividade.
4
Definição dos Termos: O objetivo principal da definição dos termos
é torná-los claros, compreensivos e objetivos e adequados. É importante
definir todos os termos que possam dar margem a interpretações
errôneas. O uso de termos apropriados, de definições corretas, contribui
para a melhor compreensão da realidade observada.
5
Indicação de Variáveis: Ao se colocar o problema e a hipótese, deve
ser feita também a indicação das variáveis dependentes e
independentes. Elas devem ser definidas com clareza e objetividade e
de forma operacional.
6
Delimitação da Pesquisa: Delimitar a pesquisa é estabelecer limites
para a investigação. A pesquisa pode ser limitada em relação ao
assunto – selecionando um tópico, a fim de impedir que se torne ou
muito extenso ou muito complexo; a extensão – porque nem sempre se
pode abranger todo o âmbito onde o fato se desenrola.
7
Seleção dos Métodos e Técnicas: Os métodos e as técnicas a serem
empregados na pesquisa científica podem ser selecionados desde a
proposição do problema, da formulação das hipóteses e da delimitação
do universo ou da amostra.
8
Organização do Instrumental de Pesquisa: A elaboração ou
organização dos instrumentos de investigação não é fácil, necessita
de tempo, mas é uma etapa importante no planejamento da pesquisa.
Em geral, as obras sobre pesquisa científica oferecem esboços práticos
que servem de orientação na montagem dos formulários, questionários,
roteiros de entrevistas, escalas de opinião ou de atitudes e outros
aspectos, além de dar indicações sobre o tempo e o material
necessários à realização de uma pesquisa.
51
3.3.1
Projeto de Pesquisa Científica
O projeto é uma das etapas componentes do processo de elaboração,
execução e apresentação da pesquisa. Esta necessita ser planejada com
extremo rigor, caso contrário o investigador, em determinada altura, encontrarT r a b a l h o
Acadêmico e se-á perdido num emaranhado de dados colhidos, sem saber como dispor dos
C i e n t í f i c o mesmos ou até desconhecendo seu significado e importância.
Em uma pesquisa, nada se faz ao acaso. Desde a escolha do tema,
fixação dos objetivos, determinação da metodologia, coleta dos dados, sua
análise e interpretação para a elaboração do relatório final, tudo é previsto no projeto de
pesquisa. Este, portanto, deve responder às clássicas questões: o quê? porquê? para quê
e para quem? onde? como, com quê, quanto e quando? quem? com quanto?
Entretanto, antes de redigir um projeto de pesquisa,
alguns passos devem ser dados. Em primeiro lugar,
exigem-se estudos preliminares que permitirão verificar Pesquisa-Piloto ou
Pré-Teste
o estado da questão que se pretende desenvolver sob o
Uma vez terminado o projeto de
aspecto teórico e de outros estudos e pesquisas já
pesquisa definitivo, a tentação de iniciar
elaborados. Tal esforço não será desperdiçado, pois imediatamente a pesquisa é muito grande.
qualquer tema de pesquisa necessita de adequada Todas as etapas foram previstas, as
hipótese enunciadas, as variáveis
integração na teoria existente e a análise do material já identificadas,
a
metodologia
disponível será incluída no projeto sob o título de “revisão minuciosamente determinada, incluindo
as provas estatísticas a que serão
da bibliografia”. A seguir, elaborar-se um anteprojeto de submetidos os dados colhidos; portanto,
pesquisa, cuja finalidade é a integração dos diferentes por que não começar incontinente a coleta
de dados?
elementos em quadros teóricos e aspectos
A aplicação da pesquisa-piloto
metodológicos adequados, permitindo também ampliar é um bom teste para os pesquisadores.
Finalmente, o pré-teste permite também
e especificar os quesitos do projeto, a “definição dos a obtenção de uma estimativa sobre os
termos”. Finalmente, prepara-se o projeto definitivo, mais futuros resultados, podendo, inclusive,
alterar hipóteses, modificar variáveis e a
detalhado e apresentando rigor e precisão relação entre elas. Dessa forma, haverá
maior segurança e precisão para a
metodológicos.
execução da pesquisa.
Problema de Pesquisa
Todo desenho metodológico de uma pesquisa científica requer a existência de um
problema que a norteie. No entanto, formular um problema de pesquisa não é uma tarefa
fácil, pois exige capacidade de criação e análise sobre a realidade que não estamos
acostumados a ter.
Há algumas regras básicas para se formular um problema. Gil (2002, p. 26) afirma
que o problema deve ser:
1. formulado como pergunta. Ao provocar perguntas sobre o tema de pesquisa, o
pesquisador chega à problematização.
2. claro e preciso. Quando há clareza e precisão do problema de pesquisa a
operacionalização da pesquisa fica mais evidente e fácil para desenvolver.
3. empírico. Esse fator indica que o problema de pesquisa não pode estar envolvido
com valores pessoais. Quando os valores são imprescindíveis, deve-se
fundamentá-lo à luz de teorias já formuladas e fatos empíricos.
4. susceptível de solução. Além de clareza, precisão e empiricidade é imprescindível
que o problema possa ser solucionado com os recursos disponíveis pela ciência.
5. delimitado a uma dimensão viável. As pesquisas acadêmicas necessitam ser
desenvolvidas dentro de uma margem temporal, espacial e intelectual compatível
com o fôlego do pesquisador. Não adianta se propor a desenvolver uma pesquisa
muito ampla, se não existe viabilidade de conclusão, pois a amplitude pode
impactar nos resultados que se pretende alcançar.
52
Hipóteses de Pesquisa
O desenvolvimento de uma pesquisa científica envolve um processo
de questionamentos por parte do pesquisador, que simultaneamente, demanda
um esforço criativo. No entanto, a experiência acadêmica e profissional do
pesquisador é bastante útil na formulação de uma hipótese.
Segundo Gil (2002, p. 35) a formulação de uma hipótese pode surgir de diversas
fontes:
1. observação. Esse processo ocorre no dia-a-dia através de relações que não
precisam ser sistemáticas e que podem indicar possíveis soluções de problemas.
2. resultados de outras pesquisas. Com base em outras pesquisas a hipótese
levantada pode gerar estudos mais amplos e consistentes.
3. teorias. As hipóteses que são provenientes de teorias promovem o intercâmbio
entre um conjunto amplo de conhecimentos favorecendo o seu fortalecimento ou
reflexão.
4. intuição. É possível que algumas hipóteses de pesquisa podem surgir da intuição
do pesquisador sobre determinada situação. A história da ciência comprova que
muitas teorias foram criadas ou fortalecidas com base na intuição do pesquisador.
Assim, prossegue Gil (2002, p. 36-37) as hipóteses devem:
1. ser conceitualmente claras e definidas
2. ser específicas,
3. ter referências empíricas, ou seja, não podem estar embasadas em julgamentos
de valor,
4. ser parcimoniosa, ou seja, é melhor uma hipótese simples do que uma complexa,
5. ter técnicas disponíveis para a exeqüibilidade da pesquisa, e
6. estar relacionada com uma teoria, ainda que em algumas pesquisas sociais
esse requisito não seja imprescindível.
3.3.2 Estrutura do Projeto de Pesquisa
4 Capa: Constituída pelos seguintes elementos:
- Nome da instituição (opcional);
- Nome do autor;
- Título
- Subtítulo, se houver;
- Local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado;
- Ano de depósito (da entrega).
4 Sumário: Relacionar nos itens e subitens que compõe o projeto, com o
respectivo número da página.
4 Apresentação: Composto por dois elementos chaves, Quem apresenta,
que deverá efetuar um breve histórico e experiências desenvolvidas e realizadas
pela Organização, Instituição ou Coordenação responsável, e O que
apresenta, que delineia um breve histórico da atividade em questão; e O que
espera com tal apresentação.
4 Objeto: Composto pela caracterização do O que é a atividade ou trabalho
científico de maneira sucinta, óbvia e lúcida.
4 Finalidade: Composto pelo termo Para que é tal trabalho científico, descritos
no seu contexto geral e específico.
- Objetivo Geral:
- Objetivos Específicos:
4 Justificativa/fundamentos: Versa acerca do por quê da existência
da atividade proposta, evidenciando ainda os fundamentos, quer teóricos, quer
práticos que o sustenta.
53
4 Método: Versa acerca de como será realizado a atividade, o modo,
4 a maneira.
Acadêmico e
4 Recursos: Busca atender as indagações acerca de Com quem,
Científico
com quanto e com que será realizado, desdobrando-se nos
4 seguintes elementos:
- Humanos;
- Financeiros;
- Técnicos (Conhecimento teórico/prático científico);
- Materiais (de consumo e de uso permanente).
4 Referências: Relacionar as fontes consultadas, indicadas e/ou existentes afeita ao
4 assunto desenvolvido no projeto em questão. Podem ser livros, artigos publicados
4 em material impresso ou pela internet.
4 Anexos: Relacionar e inserir os formulários citados no corpo do projeto e que serão
4 utilizados no desenvolvimento das atividades propostas pelo mesmo.
4 Capa de fundo: Contento a identificação e o contato do autor/realizador.
T r a b a l h o
3.4
Relatório de Pesquisa e Monografia
Ao iniciar a redação do relatório de um projeto de pesquisa, o pesquisador deve
sentir-se gratificado por ter conseguido chegar ao término
de um processo, que na maioria das vezes foi trabalhoso,
RELEVANTES DE
cheio de dificuldades. Significa o ápice de um trabalho ASPECTOS
UM RELATÓRIO DE PESQUISA
realizado, podendo representar o surgimento de novos
Em um trabalho científico não se
projetos de pesquisa, a partir de questionamentos não
exige do relator qualidades artísticas e
concluídos ou da descoberta de aspectos relevantes no literárias, características de romancistas
e poetas, mas é imprescindível a
estudo da problemática.
comunicação fidedigna de um estudo, não
A preocupação do relator será a de poder deixar se podendo jamais sujeitar-se ao estado
espírito individual. Deve-se para tanto
registrado todo o caminho percorrido durante a pesquisa, de
observar alguns aspectos:
especificando os elementos que possam ser importantes
a) Uso adequado da linguagem e da
para a análise posterior do estudo realizado.
gramática, ou seja, uso preciso dos
Tipos de Relatório
Um relatório é elaborado para apresentar e
descrever informações relativas a fatos vivenciados,
ouvidos, observados ou historia a execução de atividades,
serviços e experiências.
Existem diferentes tipos de relatórios. Eles
podem ser:
termos empregados no decorrer do relato,
buscando refletir precisão e objetividade,
devendo evitar indicativos subjetivos como
“acho”, “penso que”, “julgo que” e
adjetivações que obscureçam a
objetividade dos dados referentes aos
fatos ou à realidade estudada;
b) Assimilação e uso correto do
vocabulário técnico-científico e estilo, ou
seja, o tipo de leitor e a natureza da
pesquisa nortearão o estilo e a utilização
do vocabulário técnico na confecção de um
relatório final de um projeto de pesquisa.
É adequado que cada parágrafo seja
constituído de três partes: introdução,
desenvolvimento (corpo) e a conclusão.
a) técnico-científicos: apresenta formalmente
resultados e progressos obtidos em desenvolvimento de
pesquisa ou descreve a situação da questão científica.
Esse tipo de relatório sistematiza informações, traça conclusões e faz recomendações.
54
b) de viagem e de participação em eventos: apresenta as informações e
experiência realizada durante uma viagem ou participação em reuniões científicas/eventos.
Esse relatório deve fornecer informações sobre o período e local de realização do evento,
duração, participantes, objetivos e atividades desenvolvidas.
c) de estágio: é um documento que apresenta informações sobre a experiência
do aluno quando do desenvolvimento da atividade de estágio. Deve fornecer informações
sobre o local e período de duração do estágio, bem como as respectivas atividades
desenvolvidas.
d) de visita técnica: registra as experiências técnicas adquiridas durante uma visita
técnica. Deve informar o período e local onde foi realizada a visita, duração e observações
da experiência do visitante.
e) administrativos: é elaborado por uma pessoa ou um grupo de membros de
uma organização com o objetivo de relatar a atuação administrativa de uma unidade ou de
toda a organização. Este documento deve ser submetido à apreciação de uma autoridade
superior.
f) progressivos: são relatórios que precisam ser realizados com uma
periodicidade permanente. São solicitados por entidades, instituições de pesquisa com o
objetivo de prestar contas das atividades realizadas por uma organização.
3.4.1 Estrutura do Relatório de Pesquisa
No relatório de pesquisa, fazendo uso da metodologia, dá-se a sua divisão nas
seguintes partes:
1) Capa
2) Folha de Rosto
3) Epigrafe
4) Apresentação: Na introdução considerada como introdutória ao corpo geral do
relatório, o pesquisador descreverá, em termos gerais, nesta parte do documento os
objetivos e a finalidade do estudo realizado. É uma justificativa que o autor tratará da
relevância do tema-problema trabalhado e tentando motivar o interesse do leitor. Aqui é
necessário clarear a definição do assunto e a delimitação do tema, situando-o no espaço e
no tempo; é o significado do problema. Segue-se ainda a apresentação da hipótese
formulada e que se há de demonstrar. O suporte teórico utilizado para o estudo poderá
agora ser enfocado, tanto para clarear as definições operacionais consideradas, bem como
a inter-relação da fundamentação teórica com o material empírico coletado, quando o trabalho
possui esta fase.
55
5)
Sinopse: Consiste numa breve síntese, de no máximo 15 a 20
linhas, acerca do conteúdo do relatório, realizado pelo autor do trabalho, não
devendo ser confundido com uma relação de partes ou capítulos, nem com a
enumeração das conclusões. Quando realizado por uma outra pessoa, recebe
T r a b a l h o
Acadêmico e o nome de resumo. Denomina-se de abstract a síntese do trabalho, redigido
C i e n t í f i c o na língua inglesa, visando a divulgação da pesquisa de modo abrangente,
não deve ser confundido com uma tradução da sinopse, ainda que seja comum,
pois a construção do enunciado deve ser efetuado na língua inglesa.
6) Sumário: Relação das partes, capítulos, itens e subitens do trabalho, com a
respectiva indicação do número de páginas iniciais.
7) Introdução: A introdução, enquanto parte inicial do texto, na qual se expõe o
assunto como um todo. Inclui informações sobre a natureza e a importância do trabalho,
relação com outros estudos sobre o mesmo assunto, razões que levaram à realização do
trabalho, suas limitações e, principalmente, seus objetivos. Devem constar também as partes
principais que compõem o trabalho. Abrange ainda, três itens do relatório: objetivo,
justificativa e objeto, incorporando as modificações realizadas depois de aplicada a pesquisapiloto.
8) Desenvolvimento: O desenvolvimento de um relatório, também denominado
corpo, é a parte mais extensa. Nesta fase deve-se apresentar muito claramente a
metodologia usada e todo o traçado e caminho do estudo envolvendo variáveis e
componentes. Estes elementos são de especial importância pois a partir da análise dos
mesmos é que se pode julgar a validade científica do estudo. O corpo ou desenvolvimento
de um relatório de pesquisa tem por objetivo fornecer a análise dos componentes mais
importantes de um tema-problema. O desenvolvimento de um relatório de pesquisa deve
sofrer um processo metodológico divisório. O corpo do trabalho distribui-se em partes, as
partes em capítulos, os capítulos em secções ou subtítulos, os subtítulos em parágrafos, os
parágrafos em frases ou orações.
9) Conclusões e recomendação: Em um relatório de pesquisa é imprescindível
que se institua um item especial para as conclusões. Nas conclusões e recomendações os
resultados considerados valiosos e finais para a compreensão e exame da problemática
estudada serão aqui apresentados. Como fechamento do trabalho, a conclusão é expressa
em termos de síntese dos elementos relevantes analisados no trabalho. A conclusão define
o ponto de vista do autor, por isto mesmo expressa as suas características pessoais acerca
do assunto tratado – é a sua ideologia.
10) Glossário: Se houver necessidade
11) Referências: Inclui todas as obras já apresentadas no projeto, acrescidas das
que foram sendo sucessivamente utilizadas durante a execução da pesquisa e a redação
do relatório, de modo ordenado, organizado por autor, em ordem alfabética.
12) Apêndices: Apresenta tabelas, quadros, gráficos e outras ilustrações que não
figuram no texto. Assim como o(s) instrumento(s) de pesquisa, o apêndice é composto de
material trabalhado pelo próprio pesquisador. Deve ter ordenação própria e, no sumário,
constar apenas o título genérico “Apêndices”.
13) Anexos: Constituídos de elementos esclarecedores de outra autoria, devem
ser limitados, incluindo apenas o estritamente necessário à compreensão de partes do
relatório. Deve ter ordenação própria e, no sumário, constar apenas o título genérico “Anexos”.
56
Estrutura de Relatório
3.4.2 Monografia
Trata-se de um estudo sobre um tema específico ou particular, com suficiente valor
representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não
só em profundidade, mas também em todos os seus ângulos e aspectos, dependendo dos
fins a que se destina. Tem como base a escolha de uma unidade ou elemento social, sob
duas circunstâncias:
1) ser suficientemente representativo de um todo cujas características de análise;
2) ser capaz de reunir os elementos constitutivos de um sistema social ou de
refletir as incidências e fenômenos de caráter autenticamente coletivo.
57
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
Localiza-se na origem histórica da
monografia aquilo que até hoje caracteriza
essencialmente esse tipo de trabalho
científico: a especificação, ou seja, a
redução da abordagem a um só assunto, a
um só problema. Mantém-se assim o
sentido etimológico: monos (um só) e
graphein (escrever: dissertação a respeito
de um assunto único).
CARACTERÍSTICAS DA MONOGRAFIA
A característica essencial não é a extensão, mas o
caráter do trabalho (tratamento de um tema delimitado) e a
qualidade da tarefa, isto é, o nível da pesquisa, que está
intimamente ligado aos objetivos propostos para a sua
elaboração. A monografia implica originalidade, mas até certo
ponto, uma vez que é impossível obter total novidade em um
trabalho; isto é relativo, pois a ciência acumulativa, está
sujeita a contínuas revisões.
As principais características de uma monografia são:
3.4.3 Estrutura da Monografia
a) trabalho escrito, sistemático e completo;
Os trabalhos científicos, em geral,
b) tema específico ou particular de uma ciência ou parte dela;
apresentam a mesma estrutura: introdução,
c) estudo pormenorizado e exaustivo, abordando vários
desenvolvimento e conclusão. Pode haver
aspectos e ângulos do caso;
diferenças quanto ao material, ao enfoque
d) tratamento extenso em profundidade, mas não em alcance;
dado, a utilização desse ou daquele
e) metodologia específica;
método, dessa ou daquela técnica, mas não
f) contribuição importante, original e pessoal para a ciência.
em relação à forma ou à estrutura.
4 Introdução - formulação clara e
simples do tema da investigação; é a apresentação sintética da questão, importância da
metodologia e rápida referência a trabalhos anteriores, realizados sobre o mesmo assunto;
4 Desenvolvimento - fundamentação lógica do trabalho de pesquisa, cuja finalidade
é expor e demonstrar. No desenvolvimento, podem-se levar em consideração três fases ou
estágio: explicação, discussão e demonstração.
- Explicação: é apresentar o sentido de uma noção, é analisar e compreender,
procurando suprimir o ambíguo ou obscuro.
- Discussão: é o exame, a argumentação e a explicação da pesquisa, ou seja,
explica, discute, fundamenta e enuncia as proposições.
- Demonstração: é a dedução lógica do trabalho; implica o exercício do
raciocínio. Demonstra que as proposições, para atingirem o objetivo formal do
trabalho e não se afastarem do tema.
4 Conclusão - é a fase final do trabalho de pesquisa, mas não somente um fim.
Como a introdução e o desenvolvimento, possui uma estrutura própria. A conclusão consiste
no resumo completo, mas sintetizado, da argumentação dos dados e dos exemplos
constantes das duas primeiras partes do trabalho. Da conclusão devem constar a relação
existente entre as diferentes partes da argumentação e a união das idéias e, ainda, conter
o fecho da introdução ou síntese de toda reflexão.
58
3.4.4 Tipos de Monografia
Os estudantes, ao longo de suas carreiras, precisam apresentar uma série de
trabalhos que se diferenciam uns dos outros quanto ao nível de escolaridade e quanto ao
conteúdo. Via de regra, para o término do curso de graduação, os estudantes têm o
compromisso de elaborar um trabalho baseado, geralmente, em fontes bibliográficas, que
não precisa ser extenso nem muito específico. À medida que ascendem na carreira
universitária, esses trabalhos vão exigindo maior embasamento, mais reflexão, mais
amplitude e criatividade.
Podem-se distinguir três tipos: monografia, dissertação e tese, que obedecem a
esta ordem ascendente, em relação à originalidade, à profundidade e à extensão.
a) Monografias escolares ou de trabalhos de caráter didático, apresentados
ao final de um curso específico, elaborados por alunos iniciantes na autêntica
monografia, ou de iniciação à pesquisa e como preparação de seminários.
b) Monografias científicas ou de trabalhos científicos apresentados ao
final do curso de mestrado, com o propósito de obter o título de mestre. A
monografia, nivel mestrado, intitula-se dissertação; e doutorado, tese.
As monografias referentes ao grau de conclusão do estudante universitário não podem
ser consideradas verdadeiros trabalhos de pesquisa (para o qual os estudantes não estão
ainda capacitados, salvo raras exceções), mas estudos iniciais de pesquisa.
3.4.5 Formatação da Monografia
Antes de ser imprimir a monografia, cabe ao autor observar os parâmetro de
formatação do trabalho, devendo considerar:
4 utilizar papel tamanho A4 (210mm x 297mm), digitado de um só lado em espaço
1,5 com corpo de letra do tipoTimes New Roman ou Arial tamanho 12, exceto:
resumo, notas de rodapé, citações muito longas, indicações de fontes de tabelas,
referências bibliográficas, índices e apêndices, que devem ser apresentados
em espaço simples;
4 margens superior e esquerda 3,0 cm; direita e inferior 2 cm;
4 citações e transcrições devem ficar 4 cm para dentro da margem
esquerda, entre aspas;
4 inserção de notas, tanto em listas no fim de cada capítulo, como em rodapé ou
no final do trabalho, devendo restringir-se o mais possível às referências.
4 referências bibliográficas (impressas ou on-line) poderão ocorrer no texto, quando
deverão ser indicadas entre parênteses, sumariamente, ou em notas de rodapé,
quando deverão ser numeradas consecutivamente, dentro de cada artigo ou capítulo;
a indicação deve ser precedida do seu número de ordem escrito acima da linha;
4 a paginação deve ser feita a partir da primeira folha de trabalho,
que é a folha de rosto. As páginas devem ser numeradas no canto
superior direito, em algarismos romanos e a partir do capítulo 1 ou
introdução em algarismos arábicos, a dois ou três espaços do texto;
4 cada novo capítulo ou seção deve começar em uma nova folha,
com cabeçalho ou título cerca de 8 cm da borda superior; o texto se
inicia cerca de 5 espaços do título.
59
3.4.6
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
Elementos da Monografia
A praxe é apresentar a monografia com os seguintes elementos: prétextuais, textuais e pós-textuais. Você pode conferir os modelos a seguir.
Elementos Pré-textuais
1) capa, deverá conter apenas os dados indispensáveis à identificação do trabalho:
identificação da instituição, nome do autor, título e sub. do trabalho, local e data;
2) dorso com o título e nome do autor;
3) a página de rosto que contém:
4na parte superior, o nome completo do autor, sem abreviaturas;
4o título do trabalho com subtítulos, se houver;
4nota indicativa do material do trabalho, seu objetivo acadêmico ou grau
pretendido, nome da instituição. Abaixo da nota o nome do professor
orientador deve ser citado;
4local e o ano;
4) página de dedicatória, se houver;
5) agradecimentos, se houver;
6) epígrafe, ou página destinada a um pensamento, frase, dístico, se o autor
achar conveniente;
7) sumário completo (de todos os capítulos e suas seções) ou sumário
(enumeração das partes principais) com a indicação das páginas iniciais dos
capítulos ou partes destacadas;
8) listas de tabelas e/ou quadros, ilustrações, abreviaturas, siglas, símbolos etc;
9) resumo.
Elementos Textuais
4introdução;
4desenvolvimento com a seqüência dos capítulos destinados ao corpo do trabalho;
4capítulo das conclusões ou considerações finais.
Elementos Pós-textuais
1) glossário, se houver;
2) referências;
3) anexos, elementos que se acrescentam para demonstração, exemplificação ou
comprovação do texto, ordenados de acordo com o desenvolvimento;
4) adendos, dados que se acrescentam para complementação do trabalho;
5) capa de fundo, dados do autor (nome, e-mail).
60
Estrutura de Monográfia
ELABORAÇÃO DE UMA MONOGRAFIA
Escolha do assunto
Delimitação do assunto
Formulação do problema
Pesquisa
Empírica
Pesquisa
Bibliográfica
Pesquisa
Não-empírica
Documentação para
o trabalho
Metodologia
indutiva
Metodologia
dedutiva
Crítica da documentação
Resultados
Resultados
Construção
Introdução
Desenvolvimento
Conclusão
61
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
Modelo de Capa
Modelo de Dorso
62
Modelo de folha de rosto
Modelo da folha de dedicatória
Modelo da folha de agradecimentos
Modelo da folha de epígrafe
Modelo de Sumário
63
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
Modelo da listas de figuras
Modelo da lista de abreviaturas e siglas
64
Modelo da listas de quadros
Modelo de Resumo
3.5
Plágio
Desde que existem publicações - artigos, revistas, livros – existe plágio. O plágio se
caracteriza como a cópia sem citação da fonte do documento, independente de ser uma
transcrição literal ou das idéias do autor.
Com o aumento da facilidade de acesso à internet, as pessoas conseguem obter
informações diversas, imprimi-las e copiá-las, muito mais rápido do que há alguns anos
atrás. Copiam-se trabalhos escolares, programas de computador, músicas, figuras etc..
Em contrapartida, a Internet também é um excelente recurso na hora de se identificar
um plágio. Os sites de busca, muito populares entre os alunos, auxiliam, sobremaneira, na
confirmação do plágio com a digitação de algumas palavras-chave do parágrafo suspeito
de plágio. Existem, também, softwares que são desenvolvidos exclusivamente para detecção
de plágio e que já começaram a ser utilizados por professores.
Carmo-Neto (1992, p. 406) afirma que “no Brasil, costuma-se dizer que plagiar é
copiar literalmente (ipsis literis) ou apenas omitir partes, e parafrasear é copiar modificando
o contexto, a conclusão ou fazer analogias”.
O plágio por sua vez infringe as leis de direitos autorais a que todos estão sujeitos. O
aluno que comete plágio (seja por xérox de livro, omissão de autoria, sobreposição de sua
autoria em um trabalho de outro autor já publicado) está sujeito às sanções jurídicas que
obrigam às indenizações por danos patrimoniais, uso indevido da obra ou danos morais.
Porém, o sistema judiciário brasileiro é frágil nesse aspecto, pois, nem a universidade ou
faculdade podem acionar judicialmente o aluno. Somente o autor da obra plagiada por
recorrer à justiça.
No Brasil, a entidade responsável pela catalogação dos registros bibliográficos é a
Biblioteca Nacional (www.bn.br), a qual possui um Serviço de Direitos Autorais (EDA) que
funciona desde 1898 registrando obras intelectuais e dando aos autores brasileiros a
segurança dos direitos autorais de sua obra, de acordo com a Lei nº 9.610/98.
Para esclarecer alguns aspectos importantes sobre os Direitos Autorais iremos
reproduzir algumas perguntas freqüentes disponíveis no site da Biblioteca Nacional:
Como e para onde devo encaminhar as obras que desejo registrar?
Todas as obras a serem encaminhadas para registro deverão ser apresentadas em
um exemplar legível, devidamente numerado e com cada página rubricada pelo(s) autor(es)
requerente(s), e na forma encadernada para uma melhor conservação do mesmo, tendo
em vista que tal cópia ficará armazenada conosco em definitivo. Logo, guarde sempre
consigo, a obra original.
O que é o direito de autor?
É o direito que todo criador de uma obra intelectual tem sobre a sua criação. Esse
direito personalíssimo, exclusivo do autor (art. 5. º, XXVII, da Constituição Federal), constituise de um direito moral (criação) e um direito patrimonial (pecuniário). Está definido por
vários tratados e convenções internacionais, dentre os quais o mais significativo é a
Convenção de Berna. No Brasil, a Lei nº 9.610 de 19/02/98, que regula os direitos de autor.
65
A Lei 9.610/98 vale para estrangeiros também?
Sim, é claro. O direito autoral é um direito sem fronteiras. No nível
internacional há várias convenções sobre direito de autor, dentre as quais a
de
Berna é o paradigma para a nossa legislação de regência (Lei n. º 9.610/
T r a b a l h o
Acadêmico e 98). Todos os países signatários dessa convenção procuram guiar-se pelo
C i e n t í f i c o princípio da reciprocidade de tratamento para os nacionais dos países
integrantes da União de Berna. Assim é que os estrangeiros domiciliados no
exterior gozarão da proteção assegurada nos acordos, convenções e tratados
em vigor no Brasil.
O que é obra inédita?
Obra inédita é aquela que não haja sido objeto de publicação.
O que é publicação?
Publicação é o oferecimento de obra literária, artística ou científica ao conhecimento
do público, com o consentimento do autor, ou de qualquer outro titular de direito de autor
(herdeiros, sucessores, titulares etc.).
O que é obra intelectual?
A doutrina do direito autoral qualifica como obra intelectual toda aquela criação
intelectual que é resultante de uma criação do espírito humano (leia-se intelecto), revestindose de originalidade, inventividade e caráter único e plasmada sobre um suporte material
qualquer.
O que são obras intelectuais protegidas?
De acordo com o art. 7º da Lei de regência (Lei n. º 9.610/98) são obras intelectuais
protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer
suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro.
Quais as obras intelectuais que são passíveis de serem protegidas pelo direito
autoral?
As conferências, locuções, sermões e outras obras da mesma natureza; as obras
dramáticas e dramático-musicais; as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução
cênica se fixa por escrito ou por outra qualquer forma; as composições musicais tenham ou
não letra (poesia); as obras audiovisuais; sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas;
as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da fotografia; as
obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cinética; as ilustrações, cartas
geográficas e outras obras da mesma natureza; os projetos, esboços e obras plásticas
concernentes à geografia, engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e
ciência; as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresentadas
como criação intelectual nova; as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias,
dicionários, bases de dados e outras obras que, por sua seleção, organização ou disposição
de seu conteúdo, constituam uma criação intelectual.
O que não é protegido como direitos autorais?
Dentre os vários tipos de obras elencadas pelo legislador temos: as idéias,
procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou conceitos matemáticos como
tais; os esquemas, planos ou regras para realizar atos mentais, jogos ou negócios; os
formulários em branco para serem preenchidos por qualquer tipo de informação, científica
ou não, e suas instruções; os textos de tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos,
decisões judiciais e demais atos oficiais; as informações de uso comum tais como
66
calendários, agendas, cadastros ou legendas; os nomes e títulos isolados; o aproveitamento
industrial ou comercial das idéias contidas nas obras.
As idéias são protegidas pelo Direito Autoral?
Não. É fundamental precisar que o Direito Autoral não protege as idéias de forma
isolada, mas sim e tão-somente a forma de expressão da obra intelectual.
O que é obra em co-autoria?
Obra em co-autoria é aquela criada em comum, por dois ou mais autores.
Quem colabora é co-autor?
Não. É co-autor aquele que através de uma efetiva participação acrescentou com
sua colaboração uma criação intelectual de fato à obra. O mero auxílio em tarefas nãocriadoras não constitui criação intelectual.
O que faz um colaborador?
O colaborador é aquele que somente auxilia o autor na produção da obra intelectual,
revendo-a, atualizando-a, bem como fiscalizando-a, aconselhando sua edição ou sua
apresentação pelo teatro, fotografia, cinematografia, radiodifusão sonora ou audiovisual.
Portanto não se confunde com o conceito de co-autor. Ele não é um co-autor da obra
intelectual.
O registro é gratuito, ou é feito mediante pagamento?
Não. O registro não é gratuito. Com o advento da nova Lei do Direito Autoral (9.610/
98), cessou a gratuidade do registro. A partir da publicação do referido diploma legal, o
pagamento passou a ser obrigatório.
Quem tem direitos morais e patrimoniais sobre a obra?
O autor. Pertencem a ele os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou.
Contudo, a lei lhe faculta o direito de ceder, definitiva ou temporariamente, o direito patrimonial
sobre a sua obra. O cessionário da mesma (obra), em se tratando de uma transmissão
definitiva de direitos patrimoniais, denominar-se-á titular, permanecendo o autor originário
como autor moral da obra, exigindo a lei que seu nome permaneça vinculado à obra.
O autor pode vender seus direitos morais?
Não. Os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis.
É possível registrar um software no EDA/FBN?
Não, o software tem sua proteção amparada pela Lei n. º 9.609/98, sendo o Instituto
Nacional da Propriedade Industrial – INPI, o órgão competente para tal registro.
67
Referências
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
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69
Anotações
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
70
Anotações
71
T r a b a l h o
Acadêmico e
Científico
FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância
Democratizando a Educação.
www.ftc.br/ead
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ACADÊMICO E ACADÊMICO E CIENTÍFICO CIENTÍFICO