MANUAL METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO E CIENTÍFICO MANUAL METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO E CIENTÍFICO 1 SOMESB Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda. T r a b a l h o Acadêmico e Científico Presidente ♦ Gervásio Meneses de Oliveira Vice-Presidente ♦ William Oliveira Superintendente Executivo ♦ Samuel Soares Superintendente de Ensino, Pesquisa e d Extensão ♦ Germano Tabacof Superintendente de Desenvolvimento e>> Planejamento Acadêmico ♦ Pedro Daltro Gusmão da Silva Diretorias Unidades FTC Salvador Diretora Geral ♦ Profª Letícia Suñé Diretora Acadêmica ♦ Profª Fátima Lopes Feira de Santana Diretor Geral ♦ Prof. Heraldo Silva Diretora Acadêmica ♦ Profª Cadja Portugal Itabuna Diretor Geral ♦ Prof. Antônio Costa Diretora Acadêmica ♦ Profª Maria de Fátima Ferreira Vitória da Conquista Diretor Geral ♦ Prof. Humberto Santos Diretor Acadêmico ♦ Prof. José Carlos Oliveira Jequié Diretor Geral ♦ Prof. Ivaldo Braga Senna Ensino a Distância Diretor Geral ♦ Prof. Reinaldo Borba Diretor Acadêmico ♦ Prof. Roberto Merhy EQUIPE DE ELABORAÇÃO/PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO : ♦PRODUÇÃO ACADÊMICA♦ Gerente de Ensino ♦ Jane Freire Autora ♦ Ana Paula Amorim Revisão ♦ Karen Sasaki, Maria de Fátima Ferreira ♦PRODUÇÃO TÉCNICA ♦ Designer ♦ João Jacomel Revisão Final ♦ Idalina Neta Estagiários ♦ Israel Dantas, Lucas do Vale e Diego Maia. ESTE MATÉRIAL FOI ORIGINALMENTE PRODUZIDO PELA FTC - EAD PARA SEUS CURSOS DE LICENCIATURA A DISTÂNCIA E ADAPTADO PARA O ENSINO PRESENCIAL. copyright © FTC EaD Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98. É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito, da FTC EaD - Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância. www.ftc.br/ead 2 ÍNDICE 1. REGISTRO E SISTEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO 1.1 1.1.1 1.1.2 1.1.3 1.1.4 1.1.5 1.2 1.2.1 1.2.2 1.2.3 1.2.4 1.2.5 1.2.6 1.2.7 1.2.8 1.2.9 1.3 1.3.1 1.3.2 1.4 1.4.1 1.4.2 MÉTODO E ESTRATÉGIA DE ESTUDO E APRENDIZAGEM Fundamentos do Método do Estudo Fatores Condicionantes do Estudo A Aprendizagem Planejamento e Organização Regras Gerais de Estudo LEITURA E ANÁLISE DE TEXTOS Elementos da Leitura Modalidades de Leitura Etapas da Leitura Finalidades da Leitura Motivação para Leitura Condições para uma Leitura Proveitosa Técnicas de Leitura Maus Hábitos de Leitura Etapas da Análise e Interpretação de Textos TÉCNICAS PARA SISTEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO I Técnica para Sublinhar Técnica para Esquematizar TÉCNICAS PARA SISTEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO II Técnica para Fichar Técnica para Resumir 2. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS 2.1 2.1.1 2.1.2 2.1.3 2.1.4 2.2 REDAÇÃO CIENTÍFICA Trabalho Científico NBR 14724 (JAN/2006) NBR 6023 (AGO/2002) NBR 10520 (AGO/2002) RESENHA, ARTIGO CIENTÍFICO, MEMORIAL, ENSAIO E INFORME CIENTÍFICO Resenha Artigo Científico Memorial Ensaio Informe CientÍfico SEMINÁRIO, PAINEL E MESA REDONDA Seminário Painel Mesa Redonda ESTUDO DE CASO, PALESTRA, CONFERÊNCIA E PÔSTER Estudo de Caso Palestra Conferência Pôster ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 28 29 29 30 31 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 32 32 35 36 36 37 37 37 39 40 40 40 41 41 42 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 28 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 07 07 07 09 09 10 12 12 13 13 13 13 14 14 15 16 18 18 19 19 19 25 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 07 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 2.2.1 2.2.2 2.2.3 2.2.4 2.2.5 2.3 2.3.1 2.3.2 2.3.3 2.4 2.4.1 2.4.2 2.4.3 2.4.4 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 3 T r a b a l h o Acadêmico e Científico 3. A PESQUISA CIENTÍFICA E SUAS FASES 3.1 3.1.1 3.1.2 3.1.3 3.2 3.2.1 3.2.2 3.3 3.3.1 3.3.2 3.4 3.4.1 3.4.2 3.4.3 3.4.4 3.4.5 3.4.6 3.5 CONCEITO, FINALIDADE E REQUISITOS DA PESQUISA CIENTÍFICA Linguagem Científica Técnicas de Pesquisa Níveis de Pesquisa TIPOS DE PESQUISA Pesquisa Quantitativa Pesquisa Qualitativa FASES DA PESQUISA CIENTÍFICA Projeto de Pesquisa Científica Estrutura do Projeto de Pesquisa RELATÓRIO DE PESQUISA E MONOGRAFIA Estrutura do Relatório de Pesquisa Monografia Estrutura da Monografia Tipos de Monografia Formatação da Monografia Elementos da Monografia PLÁGIO ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 43 ○ ○ ○ 43 43 44 45 46 48 49 51 52 53 54 54 57 58 59 59 60 65 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ REFERÊNCIAS 4 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 68 “ Em educação, nenhuma oportunidade deve ser perdida, tanto para aprender, quanto para ensinar, como para sentir. A Arca, 2001. ” 5 T r a b a l h o Acadêmico e Científico 6 1. REGISTRO E SISTEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO 1.1 Método e Estratégia de Estudo e Aprendizagem Estudar corresponde a trabalhar. Exige empenho responsável e dedicação generosa. Conseqüentemente, pressupõe sacrifícios e escolhas conscientes. Quem de fato quer estudar deve estabelecer uma hierarquia de valores em sua vida. Já vimos, anteriormente, que o vocábulo metodologia vem do grego “methodos” (meta + hodos = caminho) em latim “methodus”, e indica um caminho para chegar a um fim, ou a um determinado resultado. Nos estudos, a metodologia pretende oferecer ao estudante os instrumentos necessários e úteis para obter êxito no seu trabalho intelectual, tornando assim essa atividade menos pesada e mais eficiente. Agir metodologicamente é condição básica de qualquer pesquisa científica, por mais elementar que seja. Trata-se, efetivamente, de um conjunto de processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade. Não devemos considerar o método como o essencial, lembrar que ele é um instrumento intelectual, um meio de acesso, enquanto a inteligência, junto com a reflexão, descobre o que os fatos realmente são. Um estudo é eficaz quando se torna significativo, isto é, quando os novos conhecimentos e informações são assimilados pessoalmente e confrontados e integrados no complexo de conhecimentos já existentes, podendo ser reutilizados em outras situações. Assim, o estudo contribui para a formação integral da pessoa e de sua maturação. 1.1.1 Fundamentos do Método do Estudo Entre duas pessoas que tenham o mesmo grau de escolaridade, processos cognitivos semelhantes e graus de motivação semelhantes, certamente aquele que fizer uso de um método de estudar compatível terá melhor rendimento. A eficiência do estudo depende de método, mas o método depende de quem o aplica, da maneira como o faz, adequando-o as suas necessidades e convicções. Podemos citar com pontos essenciais para eficiência nos estudos o que se segue: Finalidade: desenvolver hábitos de estudo eficientes que não se restrinjam apenas a determinado setor de atividade ou matéria específica; Abrangência: servir de instrumento a todos os que tenham as mesmas necessidades e interesses, em qualquer fase de desenvolvimento e escolaridade, podendo aperfeiçoar-se à medida que o indivíduo progride, através de seus próprios recursos. 1.1.2 Fatores Condicionantes do Estudo O ofício de estudar requer algumas qualidades específicas que podemos sintetizar na seguinte trilogia: constância, paciência e perseverança. A constância vence as 7 impressões de falso cansaço que, freqüentemente, se apoderam do espírito e do corpo. A persistência, no entanto, faz as articulações se desenferrujarem, os músculos se revigorarem, a respiração se dilatar, de repente, um novo ânimo empurra para frente, coisa semelhante pode acontecer com os estudos, em T r a b a l h o Acadêmico e vez de ceder diante dos primeiros sintomas de fadiga, o estudante deve romper C i e n t í f i c o para frente, forçar a saída da energia interior. E a paciência para aguardar com amor o natural resultado dos esforços desenvolvidos. É regra de ouro não empreender nada além da capacidade pessoal. Cada um tem seu ritmo próprio e suas limitações. O presunçoso é aquele que se julga superior ao que realmente é e pode ser, contenta-se com aparências e, facilmente, é vítima de auto-ilusão. Conhecer os reais limites pessoais é fator de honestidade para consigo mesmo e para com os outros. Quando o trabalho é fruto do próprio esforço, então é que tem valor, mesmo não atingindo inteiramente a qualidade acadêmica exigida. Deve-se desistir da tentação de sempre querer comparar-se com os outros. O que eu mesmo sou capaz de produzir, dentro das minhas condições pessoais, é o que contribui, efetivamente, para minha realização humana. Portanto, as condições físicas e as do seu ambiente de estudo devem ser favoráveis, possibilitando o trabalho atento e tranqüilo. Criar melhores condições físicas de estudo é melhorar o seu rendimento. Veja, agora, alguns fatores e dicas que podem melhorar o seu desempenho nos estudos: Ambiente: Procura-se, se possível, um lugar sossegado. O quarto de estudo deve ser bem arejado e iluminado. Na escrivaninha do estudante devem ser afastados todos os objetos que podem distrair. O que não pode faltar é um bom dicionário, papel ou fichas, lápis, borracha e caneta. Motivação: Um fator absolutamente central no estudo é a motivação, ou seja, uma disposição interior que nos impulsiona a adotar e manter um estilo de vida e um comportamento que expressam e concretizam valores tidos com importantes. Sem objetivos concretos, que devem ser constantemente lembrados, corremos o risco de desanimar diante das primeiras dificuldades que se apresentam, enquanto a experiência de fracasso provoca uma profunda frustração psicológica. Ao contrário, uma forte motivação garante um estudo perseverante e bem-sucedido. Intercâmbio: É de grande utilidade reunir-se de tempos em tempos com colegas/estudantes para trocar experiências de estudo, confrontar resultados, preparar um exame ou um debate em aula. Esse tipo de intercâmbio abre novos horizontes, estimula o esforço e esclarece dúvidas. Saúde: Às vezes tratam-se de casos relativamente simples de serem resolvidos. Assim, por exemplo, sonolência constante em períodos de estudos pode ter como motivação a inadequação do horário de estudo ou tipo de alimentação efetuada antes do estudo. 8 Autodisciplina: No campo da formação intelectual nada se faz sem autodisciplina. A concentração – elemento primordial nos estudos – depende em boa parte dela, pelo fato de exigir força de vontade e tenacidade na ação. Sem esta disposição firme e empenho decidido não adianta, absolutamente, nada oferecer subsídios metodológicos, acompanhamento pessoal nos estudos ou técnicas sofisticadas de aprendizagem. 1.1.3 A Aprendizagem O “todo” ajuda a compreender as partes, não são as partes que ajudam a compreender o “todo”, portanto não deve-se procurar aprender por “pedaços”. Toda aprendizagem é uma “estrutura” que deve ser assimilada globalmente, portanto deve-se pensar sempre em termos de totalidade e relação das partes entre si. Um estudo eficiente passa, necessariamente, por três etapas que, articuladas, levarão o educando a atingir com mais eficiência a aprendizagem desejada, denominada aqui de síncrese, a primeira etapa, análise, a etapa intermediária, e síntese, a etapa final. Vejamos o quadro abaixo: SINCRESE ANÁLISE SÍNTESE Procurar o sentido estrutural do todo Procurar ver e compreender todos os detalhes Eliminar da investigação tudo que não for fundamental Visão difusa do conteúdo Ordenar o conteúdo Conclusões, definições, princípios, esquemas, diagramas 1.1.4 Planejamento e Organização Não se pode esperar ter êxito nos estudos sem planejamento e organização. O planejamento diz respeito ao tempo disponível, enquanto a organização se refere à utilização eficiente deste tempo em termos de estudo. Estudo exige, por sua própria natureza, autodisciplina e disponibilidade. Devemos garantir o espaço de tempo necessário para a atividade intelectual, através de um horário elaborado a partir da situação pessoal. Elaborar um “Quadro de Horário” prevendo a distribuição do tempo dedicado ao estudo é um excelente recurso para otimização do tempo, possibilitando o acompanhamento das tarefas a médio e longo prazo. Também no sentido de contribuir na organização das atividades seria bom elaborar um “Quadro de Tarefas”, possibilitando o acompanhar das atividades. 9 1.1.5 Regras Gerais de Estudo As regras que se seguem ajudam a melhorar o rendimento do estudo. T r a b a l h o Conheça-as e use-as com bom senso. Acadêmico e Científico 4 estude individualmente, salvo se tiver a certeza de que estudando com outros você aumenta a própria eficácia (discutindo pontos de dúvidas, por exemplo); 4 tenha idéia clara dos resultados que você deseja alcançar e afaste do seu pensamento tudo o que seja alheio ao seu estudo; 4 aprenda os conceitos, princípios e regras gerais, antes de tentar aplicá-los; 4 destaque os aspectos importantes de sua tarefa, seja ela qual for, e considere-os de acordo com essa importância; 4 faça constantes revisões, aproveitando tais oportunidades para eliminar os seus pontos fracos; 4 procure resolver as suas dificuldades sozinho, mas não deixe de pedir auxílio se perceber que ele é mesmo necessário; 4 distribua bem os seus esforços durante o estudo, ou seja, estude por etapas a matéria muito vasta, importante ou difícil. Distribua as etapas por mais de um período de estudo; 4 aprenda a matéria estudada de modo a poder reduzi-la a uma unidade; 4 aplique o aprendido, usando sempre que lhe seja possível. Veja no quadro da página seguinte um método de estudo: 10 MÉTODO DE ESTUDO FASES G L O B A L P A R C I A L ATITUDE E COMPORTAMENTO Curiosidade Interesse Propósito Definido TÉCNICAS BÁSICAS DO ESTUDO 1.Perguntar-se antes do estudo: 4 Qual é o assunto? 4 O que sei sobre isso? 4 Que acho que vai tratar-se aqui? 2.Pausa para responder-se mentalmente a essas perguntas. 3.Leitura rápida sobre todo o livro (quando é o primeiro contato com ele): 4 Tentar obter o plano da obra; 4 Informações sobre o autor e seu trabalho; 4 Tentar descobrir seu método expositivo. ”Olho clínico” Atenção Não-passividade Concentração Análise Crítica Síntese Sistematização Ordenação lógica 4.Leitura rápida sobre o capítulo, a lição: 4 Tentar apenas se informar do que se trata; 4 Tentar esboçar o plano do capítulo ou do texto; 4 Estabelecer, rapidamente, relações com temas anteriores; 4 Sem anotações – veloz; 4 Esta primeira leitura é sem análise – levada a cabo, mesmo sem 4 entender tudo. 5.Nova leitura: demorada, refletida 4 Assinalar as partes importantes; 4 Obtenção da idéia principal; 4 Obtenção dos detalhes importantes; 4 Assinalar a lápis no livro; 4 Relacionar as partes; 4 Criticar (se for o caso) pontos de vista do autor; 4 Confrontá-los com os próprios; 4 Levantar dúvidas; 4 Procurar respostas. 6. Anotações (de preferência em fichas) 4 Breves transcrições; 4 Esquemas; 4 Resumos próprios; 4 Conclusões tiradas; 4 Análises e críticas pessoais (se for o caso); 4 Documentar-se não apenas para o presente, o imediato. A 4 anotação deve servir para o futuro. Daí ser concisa, sem ser 4 obscura. 7. Relacionar o assunto com o anterior e o seguinte 4 Consultar outras fontes. Não se escravizar ao livro de textos. G L O B A L Concentração Persistência Adaptação às situações reais, fora do contexto lido 8. Revisão e assimilação 4 Rever toda a anotação feita; 4 Confrontar com o texto; 4 Repetir para si o aprendido, imaginando que o está comunicando 4 a alguém; 4 Treinar-se para que tal “comunicação” tenha clareza e seqüência 4 lógica; 4 Testar a memória para assegurar-se de que não esqueceu algo 4 importante. Não decorar, mas assimilar. 11 Se você adotar as técnicas aqui expostas, em pouco tempo terá aprendido a aprender. Seu estudo renderá mais, terá maior eficácia. Mas as regras apresentadas não devem escravizá-lo. Você deverá dominá-las e aplicálas como um senhor, usando-as em seu proveito. T r a b a l h o Não se esqueça de que os bons resultados do seu Acadêmico e estudo de pendem de sua ca pacidade de concentr ar -se dependem capacidade concentrar ar-se -se.. Científico ! A concentração é um dos grandes segredos da ado ocê estará Concentrado ado,, v você superioridade intelectual. Concentr desper to tiv o e consciente onto par a compr eender desperto to,, a ativ tivo consciente,, pr pronto para compreender eender,, a pr ender e pensar ha v e do sucesso: use-a. prender pensar.. Aí está a c cha hav 1.2 Leitura e Análise de Textos É preciso ler, e principalmente, ler bem. Quem não sabe ler não saberá resumir, não saberá tomar apontamentos e, finalmente, não saberá estudar. Ler bem é o ponto fundamental para os que quiserem ampliar e desenvolver as orientações e aberturas das aulas. O processo de aprendizagem, no que tange as atividades estudantis, depende, dentre outros elementos, da capacidade de leitura e assimilação reflexiva dos conteúdos trabalhados. As leituras necessárias e justificáveis podem ser realizadas de modo proveitoso e com menor grau de esforço quando efetuadas com base em algumas técnicas. O que é uma leitura proveitosa, que técnicas podemos fazer uso, que cuidados devemos ter para maior proveito será agora objeto do nosso estudo. Vamos à ele!!! 1.2.1 Elementos da Leitura A leitura amplia e integra os conhecimentos, desonerando a memória, abrindo cada vez mais os horizontes do saber, enriquecendo o vocabulário e a facilidade de comunicação, disciplinando a mente e alargando a consciência pelo contato com formas e ângulos diferentes sob os quais o mesmo problema pode ser considerado. Quem lê constrói sua própria ciência; quem não lê memoriza elementos de um todo que não se atingiu. Apesar de todo o avanço tecnológico observado na área de comunicações, principalmente audiovisuais, nos últimos tempos, ainda é, fundamentalmente, através da leitura que se realiza o processo de transmissão/aquisição do conhecimento. Daí a importância capital que se atribui ao ato de ler, enquanto habilidade indispensável. Aprender a ler não é uma tarefa tão simples, pois exige uma postura crítica, sistemática, uma disciplina intelectual por parte do leitor, e esses requisitos básicos só podem ser adquiridos através da prática, da experiência. Os livros, de modo geral, expressam a forma pela qual seus autores vêem o mundo. Para entendê-los é indispensável não só penetrar em seu conteúdo básico, mas também ter sensibilidade e espírito de busca, para identificar, em cada texto lido, os vários níveis de significação e as várias interpretações das idéias expostas por seus autores. Os livros ou textos selecionados servem para leituras ou consultas: podem ajudar nos estudos em face dos conhecimentos técnicos e atualizados que contêm, ou oferecer subsídios para a elaboração de trabalhos científicos, incluindo seminários, trabalhos escolares, monografias etc. 12 1.2.2 Modalidades de Leitura A realidade da leitura é extremamente complexa e variada, visto que o diálogo que se estabelece entre emissor e receptor não se dá sempre da mesma forma. As nossas leituras têm origens e objetivos bastante diferenciados. Assim, há leituras de pura informação, como noticiários, jornais, revistas; leituras de passatempo, como revistas em quadrinhos, romances etc.; leituras literárias que são, antes de tudo, uma comunicação íntima entre o texto e o leitor. No caso específico de leituras acadêmicas, trata-se de uma linguagem científica que se caracteriza pela clareza, precisão e objetividade. Ela é fundamentalmente informativa e técnica, firma-se em dados concretos, a partir dos quais analisa e sintetiza, argumenta e conclui. A objetividade e racionalidade da linguagem científica a distingue de outras expressões, igualmente válidas e necessárias. O que é mais presente é a leitura de estudo ou informativa, pois visa à coleta de informações para determinado propósito, destacando-se três objetivos predominantes: 1 certificar-se do conteúdo do texto, constatando o que o autor afirma, os dados que apresenta e as informações que oferece; 2 correlacionar os dados coletados a partir das informações do autor com o problema em pauta; 3 verificar a validade dessas informações. 1.2.3 Etapas da Leitura 4 Decodificação: Tradução dos sinais gráficos em palavras; 4 Intelecção: Percepção do assunto, emissão de significado ao que foi lido; 4 Interpretação: Apreensão das idéias e estabelecimento de relações entre o texto e o contexto; 4 Aplicação: Função prática da leitura, de acordo com os objetivos que se propôs. 1.2.4 Finalidades da Leitura A leitura favorece a informação com ou sem objetivo da aquisição de conhecimentos. Por isso, pode ser caracterizada como: 4 Leitura informativa: adquirir cultura em geral. 4 Leitura formativa: adquirir ou ampliar conhecimentos. 1.2.5 Motivação para Leitura A leitura pode ser feita com diferentes finalidades. Em outras palavras, você está lendo para adquirir conhecimentos suficientes que o levará ao sucesso. 13 A seleção dos seus textos de leitura deve ser feita a partir daí. As técnicas de leitura que você deverá usar serão escolhidas, também, a partir dessa finalidade principal. Portanto: T r a b a l h o Acadêmico e Científico Determine, inicialmente, a principal finalidade da leitura, mantendo as unidades de pensamento e avaliando o que se lê; Escolha os textos (livros, apostilhas, etc.) tendo em vista a finalidade principal da leitura; Use as técnicas de leitura mais indicadas à finalidade fixada; Leia com objetivo determinado, preocupe-se com o conhecimento de todas as palavras, utilizando para isso glossários, dicionários especializados da disciplina ou mesmo dicionário geral; Interrompa a leitura, quer periódica quer definitivamente, se perceber que as informações não são as que esperava ou não são mais importantes; Discuta, freqüentemente, o que foi lido com colegas, professores e outras pessoas. 1.2.6 Condições para uma Leitura Proveitosa Para um estudo proveitoso e de um texto, de um artigo ou de um livro, com boa assimilação de seu conteúdo, alguns passos são necessários: 1 atenção - aplicação cuidadosa e profunda da mente, buscando o entendimento, a assimilação dos conteúdos básicos do texto; 2 intenção - interesse ou propósito de conseguir algum proveito por meio da leitura; 3 reflexão - consideração e ponderação sobre o que se lê, observando todos os ângulos, tentando descobrir novos pontos de vista, novas perspectivas e relações; 4 espírito crítico - ler com espírito crítico significa fazê-lo com reflexão, não admitindo idéias sem analisar ou ponderar, proposições sem discutir, nem raciocínio sem examinar; 5 análise - divisão do tema em partes, determinação das relações existentes entre elas, seguidas do entendimento de toda sua organização; 6 síntese - reconstituição das partes decompostas pela análise, procedendo-se ao resumo dos aspectos essenciais, deixando de lado tudo o que for secundário e acessório, sem perder a seqüência lógica do pensamento. 1.2.7 Técnicas de Leitura A leitura não é simplesmente o ato de ler. É uma questão de hábito ou aprendizagem, que pressupõe uma teoria que fundamente o método; uma estratégia a ser empregada; um conjunto de técnicas; e treinamento. Não há, portanto, soluções miraculosas, é preciso que o interessado conheça os métodos, verifique a sua real contribuição e através do treinamento adquira hábitos de leitura tecnicamente mais adequados. 14 Antes de iniciar uma leitura, e particularmente, antes de iniciar o período de treinamento, é importante observar as seguintes condições: 4 ambiente sossegado; 4 luz em posição correta; 4 procurar ler sempre no mesmo local e no mesmo horário (isso ajuda a condicionar o organismo); 4 posição correta do livro: a mais indicada é a que forme um ângulo próximo de 90 graus com o tórax, a uma distância aproximada de 30 cm dos olhos (estes devem alcançar um ângulo de visão tal que toda a extensão da linha seja abarcada, sem movimento ocular); 4 não ler tendo pensamentos que o preocupam e possam obstruir freqüentemente a dinâmica da leitura: não trabalhar com duas idéias ao mesmo tempo (acaba não havendo definição de nenhuma); 4 ler com propósito definido e com decisão. Quem tem possibilidade de fazer leitura oral, convém que, de vez em quando, a exercite. A leitura oral é sempre indicada quando, após ler e reler um parágrafo ou trecho, ainda não se conseguiu captar-lhe o sentido. Lembre-se que: 4 o “bom leitor” é capaz de ler alto (caso não tenha impossibilidade física ou de outra procedência) com clareza e expressão; 4 lê sem tropeços; 4 todos o entendem e ele gosta do que lê; 4 sabe fazer as pontuações e modulações com naturalidade e agrado; 4 o “bom leitor” revela-se pela leitura oral, porque não lê, mas interpreta através da leitura oral. 1.2.8 Maus Hábitos de Leitura A maioria dos chamados “maus hábitos” de leitura está relacionado com o emprego dos olhos. Certos hábitos em si não são nem “bons” nem “maus”, passam a sê-lo a partir do momento em que seu uso prejudica a leitura; isso, provavelmente, vai variar de pessoa para pessoa, de situação para situação. Eis alguns: Movimentos labiais durante a leitura silenciosa - geralmente são indício de leitura vagarosa: quem o faz está falando para si mesmo, quer tenha consciência disso, quer não. Está lendo palavras e não conjunto de palavras de uma só vez. É possível que o leitor não saiba que move os lábios enquanto lê. É fácil verificá-lo: basta colocar o dedo indicador sobre os lábios enquanto estiver lendo – sentirá se os lábios se movem ou não; Percurso do dedo ao longo da linha durante a leitura – é a prática mais controvertida, inclusive há cursos de leitura dinâmica cuja técnica fundamental é recomendar e treinar o leitor a ler percorrendo com o dedo a linha que se lê. Por outro lado, outros condenam a prática alegando que o percurso do dedo, particularmente através de movimento – parada – movimento – parada ..., está substituindo o movimento que os olhos deveriam fazer. É difícil decidir quem tem razão. Fica a critério de cada um verificar o que lhe é mais proveitoso; Movimento da cabeça durante a leitura – este é um defeito apontado unanimemente pelos autores de técnicas de leitura. Quem move a cabeça enquanto lê está fazendo com a cabeça o que os olhos deveriam fazer; Hábito de ler os sinais e letras e não as idéias – já foi observado em investigações que o “bom leitor” geralmente não constata muitos erros gráficos, trocas de letras, deslizes de ortografia, concordância etc.Justamente porque lê idéias e não palavras. 15 Apresento agora à você um desafio!!! Sim, praticar sempre é um desafio, pois exige disposição, vontade e tempo. Mas, como todo trabalho gera progresso, você, certamente, terá a recompensa merecida pelo esforço empreendido. Então, convido-o a experimentar entrar no mundo da leitura. T r a b a l h o Certamente, você desfrutará de descobertas maravilhosas que serão de muita Acadêmico e valia para a sua vida, principalmente a vida acadêmica. Vamos nessa? Científico É muito simples!!! Você deverá LER as orientações descritas abaixo e seguí-las. A atividade é a seguinte: Recorte um pedaço de cartolina, com as dimensões de 12cm X 11cm. Este cartão deve ser branco (cartões coloridos podem distrair a visão). Todas as vezes que iniciar uma leitura, coloque o cartão sobre a primeira linha e puxe-o para baixo por sobre as linhas, uma a uma, mantendo o mesmo ritmo. Procure sentir o andamento, apressando-o se sentir que pode aumentar o ritmo. Não deixe, em circunstância alguma, que os olhos voltem para trás. Se algo escapar, esqueça. Simplesmente leia, leia e leia o mais depressa que puder. Este será o seu cartão de velocidade. Bom será usá-lo todas as vezes que iniciar uma leitura de qualquer tipo. Marque no verso do cartão a sua velocidade atual, e dentro de trinta dias volte a medi-la. Só assim você saberá quanto melhorou. 1.2.9 Etapas da Análise e Interpretação de Textos* DECOMPOSIÇÃO Verificação dos componentes de um conjunto e suas possíveis relações. GENERALIZAÇÃO ANÁLISE CRÍTICA Permite a classificação, fundamentada em traços comuns, dos elementos constitutivos. Objetividade, explicação e a justificativa são três elementos importantes para se chegar à validade. * Recomendações: a) Evite pensar preconceituosamente; c) Evite concluir quando tem insuficiência de dados e quando ainda não formulou todas as hipóteses possíveis; b) É preciso distinguir fatos de opiniões; d) Pensamentos e opiniões devem ser comprovados. O QUE DEVO IDENTIFICAR NUM TEXTO? TEMA: I d é i a central ou assunto tratado pelo autor, o fenômeno que se discute no decorrer do texto. Em primeiro lugar, busca-se saber do que fala o texto. A resposta a esta questão revela o tema ou assunto da unidade. 1 PROBLEMA:: A apreensão da problemática, aquilo que “provocou” o autor, isto é, pode ser visto como o questionamento de motivação do autor. 2 16 3 TESE: A idéia de afirmação do autor a respeito do assunto. Captada a problemática, a terceira questão surge espontaneamente: o que o autor fala sobre o tema, ou seja, como responde à dificuldade, ao problema levantado? Que posição assume, que idéia defende, o que quer demonstrar? A resposta a esta questão revela tese, proposição fundamental: trata-se sempre da idéia mestra, da idéia principal defendida pelo autor naquela unidade. 4 OBJETIVO: A finalidade que o autor busca atingir. Que mensagem ele espera transmitir com o texto. O objetivo pode estar explícito ou implícito no texto. 5 IDÉIAS CENTRAIS: I d é i a s principais do texto. A cada parágrafo podemos selecionar idéias centrais ou secundárias. MAP A CONCEITU AL D A ANÁLISE DE TEXT O MAPA CONCEITUAL DA TEXTO 1. ANÁLISE TEXTU AL TEXTUAL 4 Visão global do texto: - Busca de esclarecimentos; vocabulário, teorias, biografia da autoria, etc; - Identificação do assunto/ Área de conhecimento; - Esquema do texto. 2. ANÁLISE TEMÁTICA 4 Compreensão da mensagem do autor: - Identificação do Tema, Tese/ Problema/ Objetivo/ Idéias centrais. 3. ANÁLISE A ATIV INTERPRET TIVA INTERPRETA 4 Interpretação da mensagem do autor: - Influências teóricas; - Associação de idéias; - Avaliação Crítica. 4. PROBLEMA TIZAÇÃO PROBLEMATIZAÇÃO 4 Levantamento e discussão de problemas relacionados com a mensagem do autor. 5. SÍNTESE 4 Reelaboração mental (oral ou escrita) da mensagem do autor com base na reflexão pessoal. 17 1.3 Técnicas para Sistematização do Conhecimento I A necessidade de romper com a tendência fragmentadora e desarticulada do processo do conhecimento, justifica-se pela compreensão T r a b a l h o da importância da interação e transformação recíprocas entre as diferentes Acadêmico e áreas do saber. Essa compreensão crítica colabora para a superação da C i e n t í f i c o divisão do pensamento e do conhecimento, que vem colocando a pesquisa e o ensino como processo reprodutor de um saber parcelado que conseqüentemente muito tem refletido na profissionalização, nas relações de trabalho, no fortalecimento da predominância reprodutivista e na desvinculação do conhecimento do projeto global de sociedade. Portanto, faz-se necessário a produção e a sistematização do conhecimento, no sentido de ampliar as possibilidades de minimizar a complexidade do mundo em que vivemos. Neste sentido, a interdisciplinaridade aparece como entendimento de uma nova forma de institucionalizar a produção do conhecimento, possibilitando a articulação de novos paradigmas, as determinações do domínio das investigações, as pluralidades dos saberes e as possibilidades de trocas de experiências. A seguir, verificaremos as diversas técnicas de sistematizar o conhecimento e as suas devidas aplicações práticas. 1.3.1 Técnica para Sublinhar A leitura informativa, também denominada de leitura de estudo, como visto, pretende, através das técnicas, evidenciar ao estudante como deve ele proceder para melhor estudar e absorver os conteúdos e significados do texto. As sucessivas etapas são o caminho a ser percorrido. Para tanto, mais duas outras técnicas são necessárias: saber como sublinhar e como fazer os resumos da parte lida. Em primeiro lugar, devemos compreender que cada texto, capítulo, Normas para Sublinhar subdivisão ou m e s m o a) Leitura integral do texto; b) Esclarecimento de dúvidas de vocabulário, parágrafo têm uma idéia principal, um conceito termos técnicos e outras; fundamental, uma palavra-chave, que se apresenta c) Releitura do texto, para identificar as idéias principais; como fio condutor do pensamento. Como geralmente d) Não sublinhar após a primeira leitura; não se destaca do restante, descobri-lo é a base de e) Ler e sublinhar, em cada parágrafo, as palavras que contém a idéia-núcleo e os toda a aprendizagem. Na realidade, em cada detalhes mais importantes. Não sublinha-se parágrafo, deve-se captar esse fator essencial, pois a mesma palavra novamente; f) Sublinhar apenas as idéias principais e os a leitura que conduz à compreensão é feita de tal modo detalhes importantes, usando dois traços para que as idéias expressas são organizadas numa as palavras-chave e um para os pormenores mais significativos, assinalar com uma linha hierarquia para se descobrir a palavra-chave. Ao vertical, à margem do texto, os tópicos mais descobrir, concretizar e formular as idéias diretrizes importantes, com dois os tópicos muito importantíssimos; dos parágrafos, encontra-se todo o fio condutor que g) Assinalar, à margem do texto, com um dá unidade ao texto, que desenvolve o raciocínio que ponto de interrogação, os casos de discordância, as passagens obscuras, os demonstra as proposições. argumentos discutíveis; Por sua vez, a idéia-mestra não se apresenta h) Reconstruir o parágrafo a partir das palavras sublinhadas; desprovida de outras, que revelam pormenores i) Ler o texto sublinhado com continuidade e importantes, gravitando ao seu redor, como uma plenitude de um telegrama. miniatura do sistema solar. Nas proximidades da 18 idéia principal aparecem argumentos que a justificam, analogias que a esclarecem, exemplos que a elucidam e fatos aos quais ela se aplica. É por esse motivo que o bom leitor utiliza o recurso de sublinhar, de assinalar com traços verticais às margens, de utilizar cores e marcas diferentes para cada parte importante do todo. 1.3.2 Técnica para Esquematizar Depois de assinalar, com marcas ou cores diferentes, as várias partes constitutivas do texto, após sucessivas leituras, devemos proceder à elaboração de um esquema que respeite a hierarquia emanada do fato de que, em cada frase, a idéia expressa pode ser condensada em palavras-chave; em um parágrafo, a idéia principal é geralmente expressa numa frase-mestra; e finalmente, na exposição, a sucessão das principais idéias concretizase nos parágrafos-chave. No esquema, devemos levar em consideração Normas para Esquema também que as idéias secundárias têm de ser diferenciadas entre si. Portanto, depois de desprezar a) seja fiel ao texto; b) aponte o tema do autor, destaque títulos, as não importantes, deve-se procurar as ligações que subtítulos; unem as idéias sucessivas, quer sejam paralelas, c) seja simples, claro, distribuindo organicamente o conteúdo; opostas, coordenadas ou subordinadas, analisandod) subordine idéias e fatos, não os reúna se sua seqüência, encadeamento lógico e raciocínio apenas; e) faça uma distribuição gráfica do assunto, desenvolvido. Dessa forma, o esquema emerge mediante divisões e subdivisões que naturalmente do trabalho de análise realizado. representem a sua subordinação hierárquica; f) construa o esquema através de chaves de Assim, teríamos, através do esquema, uma separação ou por listagens itemizadas com radiografia do texto, pois nele aparece apenas o diferenciação de espaço e/ou classificação numérica para as divisões e subdivisões dos “esqueleto”, ou seja, as palavras-chave, sem elementos; necessidade de se apresentar frases redigidas. Deve g) lembre-se que o esquema tem, também, um ser elaborado com base na hierarquia das palavras, conteúdo pessoal. frases e parágrafos-chave que, destacados após várias leituras, devem apresentar ligações entre as idéias sucessivas para evidenciar o raciocínio desenvolvido. O esquema é utilizado como trabalho preparatório para o resumo, para memorizar mais facilmente o conteúdo integral de um texto. Utiliza-se de setas, linhas retas ou curvas, círculos, colchetes, chaves, símbolos diversos. Pode ser montado em linha vertical ou horizontal, é importante que nele apareçam as palavras que contém as idéias principais, de forma clara, compreensível. 1.4 Técnicas para Sistematização do Conhecimento II 1.4.1 Técnica para Fichar Fichar é transcrever anotações em fichas, para fins de estudo ou pesquisa. À medida que o pesquisador tem em mãos as fontes de referência, deve transcrever os dados em fichas, com o máximo de exatidão e cuidado. A ficha, sendo de fácil manipulação, permite a ordenação do assunto, ocupa pouco espaço e pode ser transportada de um lugar para outro. Até certo ponto, leva o indivíduo a pôr ordem no seu material. Possibilita ainda uma seleção constante da documentação e de seu ordenamento. 19 1.4.1.1 Fichas Para o pesquisador, a ficha é um instrumento de trabalho imprescindível. Como o investigador manipula o material bibliográfico, que em sua maior parte T r a b a l h o Acadêmico e não lhe pertence, as fichas permitem: identificar as obras; conhecer seu C i e n t í f i c o conteúdo; fazer citações; analisar o material; elaborar críticas. O sistema de ficha é atualmente utilizado nas mais diversas instituições para serviços administrativos e nas bibliotecas, onde, para consulta do público, existem fichas de autores, de títulos, de séries e de assuntos, todas em ordem alfabética. Apresentam vantagens como: fácil manipulação; permite ordenação; ocupa pouco espaço; fácil de transportar; possibilita obter a informação exata, na hora necessária. Existem fichas de tamanho padronizado, com ou sem pauta, para facilitar o uso e o arquivamento em fichários. O tamanho padronizado facilita o acréscimo de novas fichas e a utilização de fichários anteriormente. Os tamanhos mais comuns de fichas são: 4tipo grande 12,5 X 20,5 cm, para resumos de obras inteiras, planos de aula, seminários etc; 4tipo médio 10,5 X 15,5 cm, destina-se às anotações sucintas; e, 4tipo pequeno 7,5 X 12,5 cm, usado apenas para indicações bibliográficas. Com a popularização do uso do computador as fichas são digitadas não sendo necessária a preocupação com o seu tamanho, mas somente com a padronização das informações. Composição/Estrutura das Fichas A estrutura das fichas, de qualquer tipo, compreende cinco partes principais: cabeçalho, referência bibliográfica e corpo ou texto, a indicação da obra (quem, principalmente, deve lê-la) e o local em que ela pode ser encontrada (qual biblioteca). 4 cabeçalho - compreende o título genérico, título específico, número de classificação da ficha, e a letra indicativa da seqüência (quando se utiliza mais de uma ficha, em continuação). Esses elementos são escritos na parte superior da ficha, em duas linhas: na primeira, consta apenas, à esquerda, o título genérico remoto, na segunda, em quatro quadrinhos, da esquerda para a direita, o título genérico, o título específico, o número de classificação e o código indicativo da seqüência; 4 referência - deve sempre seguir normas da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Para proceder-se corretamente é importante consultar também a Ficha Catalográfica da obra, que traz todos os elementos necessários e, na ausência dela, a folha de rosto e outras partes do livro, até obter as informações completas. Quando se trata de revistas e outros periódicos, muitas vezes os elementos importantes da referência bibliográfica localizam-se na lombada. No caso de jornais, a primeira página é que fornece a maioria das indicações; 20 4corpo - o conteúdo que constitui o corpo ou texto das fichas varia segundo o tipo e finalidade da ficha; 4 indicação da obra - onde poderá ser utilizada (quer para estudos, pesquisa em determinada área ou para campos específicos); 4 local - onde pode ser encontrado o livro, pois é possível que uma obra depois de fichada, seja necessário voltar a consultá-la. O conteúdo das fichas será delineado pelo propósito da ficha, podendo ser: a) bibliográfica; b) citações; c) resumo ou conteúdo; d) esboço; e) comentário ou analítica. 21 1.4.1.2 Tipos de fichas T r a b a l h o Acadêmico e Científico FICHA BIBLIOGRÁFICA FICHA DE ESBOÇO 4 Assemelha-se a ficha de resumo, pois apresenta as idéias principais do autor, porém de forma detalhada; 4 É a mais extensa das fichas. FICHA DE RESUMO 4 Apresenta síntese clara das principais idéias do autor; 4 Não é transcrição, é elaboração de leitor; 4 Não é longa, é intermediária entre bibliográfica e de esboço; 4 Não precisa obedecer estritamente à obra. 4 Também denominada de ficha de indicações bibliográficas; 4 Deve utilizar verbos ativos e frases breves para caracterizar a forma pela qual o autor escreve, analisa, compara, contém, critica, etc; 4Evitar repetições desnecessárias como: esse livro, esta obra, este artigo, o autor. FICHA DE CITAÇÕES 4 Serve para selecionar trechos de alguns autores; 4 Toda citação deve vir entre aspas; 4 Após a citação, deve constar o nº da página de onde foi extraída; 4 A supressão de uma ou mais palavras e de um ou mais parágrafos deve ser indicada. FICHA DE COMENTÁRIO 4 Consiste na interpretação e crítica pessoal das idéias do leitor; 4 Apresenta comentários sobre a forma, análise crítica do conteúdo, comparação da obra com outros trabalhos, etc. 22 FICHA DE IDÉIAS 4Serve para registrar as ideias que surgem no desenvolvimento da pesqisa; 4 Podem ser idéias que complementam / analisam as teorias já utilizadas no referencial de pesquisa. Ficha Bibliográfica Também denominada de ficha de indicações bibliográficas, trata da reunião de elementos que permitem a identificação, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados em diversos tipos de material, sendo fundamentalmente os seguintes: autor, título, número da edição (da segunda em diante); local de publicação; editora; data da publicação; outras informações (campo do saber; tema; aspectos significativos). Essas indicações bibliográficas obedecem às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Constituem-se, também, num grande auxílio no momento de colocar as obras em ordem alfabética, para organizar a bibliografia de um trabalho. Recomenda-se: ser breve - quando se desejam maiores detalhes sobre a obra, o ideal é a ficha de resumo ou conteúdo, ou, melhor ainda, a de esboço. Na ficha bibliográfica algumas frases são suficientes; utilizar verbos ativos - para se caracterizar a forma pela qual o autor escreve, as idéias principais devem ser precedidas por verbos tais como: analisa, compara, contém, critica, define, descreve, examina, apresenta, registra, revisa, sugere; evitar repetições desnecessárias - não há nenhuma necessidade de colocar expressões como: esse livro, esta obra, este artigo, o autor. Ficha de Citações Enquanto se realiza a leitura analítica ou interpretativa das fontes bibliográficas, convém selecionar trechos de alguns autores, que poderão (ou não) ser usados como citações no trabalho ou servir para destacar idéias fundamentais de determinados autores, nas obras consultadas. Deve-se observar os seguintes cuidados: toda citação tem de vir entre aspas - é através desse sinal que se distingue uma ficha de citações das de outro tipo. Além disso, a colocação das aspas evita que, mais tarde, ao utilizar a ficha, se transcreva como do fichador os pensamentos nela contidos. Quando a citação for transmitir para o documento ela deve aparecer recuada 4 cm da margem esquerda sem uso de aspas e com fonte em tamanho menor; após a citação, deve constar o número da página de onde foi extraída - isso permitirá a posterior utilização no trabalho, com a correta indicação bibliográfica; a transcrição tem de ser textual - isso inclui os erros de grafia, se houver. Após eles, coloca-se o termo sic, em minúsculas e entre parênteses ou colchetes; a supressão de uma ou mais palavras deve ser indicada utilizando-se no local da omissão, três pontos, precedidos e seguidos por espaços, no início ou final do texto e entre parênteses, no meio; a supressão de um ou mais parágrafos também deve ser assinalada, utilizando-se uma linha completa de pontos; 23 T r a b a l h o Acadêmico e Científico a frase deve ser complementada, se necessário - quando se extraí uma parte ou parágrafo de um texto, este pode perder seu significado, necessitando de um esclarecimento, o qual deve ser intercalado, entre colchetes; quando o pensamento transcrito é de outro autor, tal fato tem de ser assinalado - muitas vezes o autor fichado cita frases ou parágrafos escritos por outra pessoa. Nesse caso, é imprescindível indicar, entre parênteses, a referência bibliográfica da obra da qual foi extraída a citação. Ficha de Resumo: Apresenta uma síntese bem clara e concisa das idéias principais do autor ou um resumo dos aspectos essenciais da obra. Caracteriza-se por: não ser um sumário ou índice das partes componentes da obra, mas exposição abreviada das idéias do autor; não ser transcrição, como na ficha de citações, mas é elaborada pelo leitor, com suas próprias palavras, sendo mais uma interpretação do autor; não ser longa, apresenta mais informações do que a ficha bibliográfica, que por sua vez, é menos extensa do que a do esboço; não precisar obedecer estritamente à estrutura da obra, lendo a obra, o estudioso vai fazendo anotações dos pontos principais. Ao final, redige um resumo, contendo a essência do texto. Ficha de Esboço: tem certa semelhança com a ficha de resumo ou conteúdo, pois se refere à apresentação das principais idéias expressas pelo autor, ao longo da sua obra ou parte dela, porém de forma mais detalhada. Aspectos principais: a) É a mais extensa das fichas, apesar de requerer, também, capacidade de síntese, pois o conteúdo de uma obra, parte dela ou de um artigo mais extenso é expresso em uma ou algumas fichas; b) É a mais detalhada, em virtude da síntese das idéias ser realizada quase que de página a página; c) Exige a indicação das páginas, em espaço apropriado, à esquerda da ficha, à medida que se vai sintetizando o material. Pode ocorrer que uma idéia do autor venha expressa em mais de uma página. Nesse caso, a indicação da página será dupla. Ficha de Comentário: consiste na explicitação ou interpretação crítica pessoal das idéias expressas pelo autor, ao longo de seu trabalho ou parte dele. Pode apresentar: a) Comentário sobre a forma pela qual o autor desenvolve seu trabalho, no que se refere aos aspectos metodológicos; b) Análises críticas do conteúdo, tomando como referencial a própria obra; c) Interpretação de um texto obscuro para torná-lo mais claro; d) Comparação da obra com outros trabalhos sobre o mesmo tema; e) Explicitação da importância da obra para o estudo em pauta. Ficha de Idéias: ocorre, muitas vezes, enquanto se procede o levantamento bibliográfico, pois surgem idéias para a realização de trabalhos ou para complementação de um tipo de raciocínio ou de exemplificação no trabalho que se realiza ou em outro, provavelmente de outro assunto ou outra área. A experiência ensina que essas idéias 24 “cometas” que passam de relance pela mente, se não forem devidamente anotadas, dificilmente ou jamais serão recuperadas. É, portanto, aconselhável que se anote imediatamente, de preferência em fichas, essas idéias fugidias, sempre que elas ocorrerem. 1.4.2 Técnica para Resumir Para a elaboração de um resumo a norma ABNT 6028 (nov, 2003) deve ser consultada. Um resumo é uma apresentação breve, concisa e seletiva de um texto que permite ao destinatário tomar conhecimento de um documento sem a necessidade de ler as partes componentes. A finalidade de se resumir consiste na difusão das informações contidas em livros, artigos, teses etc., permitindo a quem o ler resolver sobre a conveniência ou não de consultar o texto completo. Como Resumir Levando-se em consideração que quem escreve obedece a um plano lógico através do qual desenvolve as idéias em uma ordem hierárquica, ou seja, proposição, explicação, discussão e demonstração, é aconselhável, em uma primeira leitura, fazer um esboço do texto, tentando captar o plano geral da obra e seu desenvolvimento. A seguir, volta-se a ler o trabalho para responder a duas questões principais: de que trata este texto? o que pretende demonstrar? Com isso, identifica-se a idéia central e o propósito que nortearam o autor. Em uma terceira leitura, a preocupação é com a questão: como disse? Em outras palavras, trata-se de descobrir as partes principais em que se estrutura o texto. Esse passo significa a compreensão das idéias, provas, exemplos etc. que servem como explicação, discussão e Normas para Resumir demonstração da proposição original (idéia principal). É importante distinguir a ordem em que aparecem as a) evitar começar a resumir antes de levantar o diferentes partes do texto. Geralmente quando o autor esquema do texto ou de preparar as anotações da leitura; passa de uma idéia para outra, inicia novo parágrafo. b) apresentar, de maneira sucinta, o assunto Uma vez compreendido o texto, selecionadas da obra; c) não apresentar juízos críticos ou comentários as palavras-chave e entendida a relação entre as pessoais; partes essenciais, pode-se passar à elaboração do d) respeitar a ordem das idéias e fatos apresentados; resumo. e) empregar linguagem clara e objetiva; Existem vários tipos de resumo, cada qual com f) evitar a transcrição de frases do original; g) apontar as conclusões do autor; objetivo e características próprias.Algumas h) dispensar a consulta ao original para a publicações científicas exigem ainda que o texto seja compreensão do assunto. acompanhado de um resumo em língua estrangeira, geralmente uma língua de divulgação internacional (inglês, francês, espanhol), obedecendo às mesmas regras de formatação e redação do resumo em língua vernácula, sendo anunciado pela palavra ABSTRACT (inglês), RÉSUMÉ (francês) ou RESUMEN (espanhol), a depender do caso. 25 Tipos de Resumo Para se elaborar um bom resumo é necessário passar por duas etapas de compreensão das idéias: T r a b a l h o 4análise do texto e checagem das informações colhidas com aquilo Acadêmico e que já se Científico conhece; 4deriva de dois métodos distintos: o analítico (resumo parágrafo a parágrafo que deve refletir a idéia do texto principal) e o comparativo (enfoca a estrutura geral do texto; pressupõe o conhecimento prévio das informações contidas no texto). Com efeito, um resumo pode ser de três tipos: Resumo descritivo ou indicativo - nesse tipo de resumo descrevem-se os principais tópicos do texto original, e indicamse sucintamente seus conteúdos. Resumo informativo ou analítico - é o tipo de resumo que reduz o texto a 1/3 ou 1/4 do original, abolindo-se gráficos, citações, exemplificações abundantes, mantendo-se, porém, as idéias principais. 2 Resumo crítico - consiste na condensação do texto original a 1/3 ou 1/4 de sua extensão, mantendo as idéias fundamentais, mas permite opiniões e comentários do autor do resumo sobre o trabalho e não sobre o autor, pode se centrar na forma (com relação aos aspectos metodológicos), do conteúdo (análise do teor em si do trabalho), do desenvolvimento (da lógica utilizada na demonstração); e da técnica de apresentação das idéias principais. 3 Um resumo pode: 4apresentar um sumário de idéias do autor; 4narrar as idéias mais significativas; 4condensar o conteúdo. Para isso é preciso realizar alguns procedimentos: 4descobrir o plano da obra a ser resumida; 4responder duas perguntas: o que o autor pretende demonstrar?; de que trata o texto?; 4ater-se às idéias principais do texto e a sua articulação; 4distinguir as diferentes partes do texto; 4identificar palavras-chave. Deve-se evitar: 4símbolos e contrações que não sejam de uso corrente; 4fórmulas, equações, diagramas etc., que não sejam absolutamente necessários; 4quando seu emprego for imprescindível, defini-los na primeira vez que aparecerem. 26 Estrutura do Resumo O resumo, assim como os demais textos científicos, tem sua estrutura e formato regidos NBR 6028. De acordo com ela, um resumo é a “apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto”. De acordo com Lubisco e Vieira (2003, p. 40), um o resumo deve: 4ser redigido na terceira pessoa do singular, 4com verbo na voz ativa, em frases correntes, 4sem enumeração de tópicos. 4a frase de abertura deve explicitar o tema do trabalho e ser seguida da 4indicação de sua categoria (memória, estudo de caso etc.). 4é encabeçado pela palavra RESUMO em negrito e letras maiúsculas, 4centralizada no alto, com o texto em espaço simples. 4ao final deve incluir as palavras-chave representativas do conteúdo, extraídas 4da ficha catalográfica do documento em análise. Quanto a extensão, os resumos devem ter: Todo resumo é redigido em um único parágrafo e deve ter os seguinte limites de palavras: a) de 150 a 500 palavras os de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros) e relatórios técnico-cientifícos; b) de 100 a 250 palavras os de artigos de periódicos; c) de 50 a 100 palavras os destinados a indicações breves. Os resumos críticos, por suas características especiais, não estão sujeitos a limite de palavras. As regras mais aplicadas na confecção de um resumo são: 4apagamento de elementos redundantes e supérfluos ou não relevantes 4(supressão de adjetivos e advérbios); 4generalização das idéias do texto (registrar informações de ordem geral); 4seleção das idéias principais; 4invenção ou construção (frases que incluam várias idéias expostas no texto, 4mas deve-se fazê-lo de forma sintética). 27 T r a b a l h o Acadêmico e Científico 2.1 2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS Redação Científica (Normas da ABNT) Toda atividade pressupõe o uso de normas que visam auxiliar e uniformizar os procedimentos, melhorando a comunicação de modo geral, além de imprimir qualidade e facilitar o intercâmbio de informações. Desta forma, a normatização ou o conjunto de procedimentos padronizados se aplica à elaboração de documentos técnicos e científicos, organizando conteúdo e forma destes documentos de forma geral. No caso específico de redação de trabalhos acadêmicos, esta deve atender algumas características para que a transmissão da informação e a sua compreensão por parte do leitor sejam eficazes. Alguns dos princípios básicos desta interação que deve existir entre autor e leitor são os seguintes: Clareza de expressão: Todo o texto escrito deve ser perfeitamente compreensível pelo leitor. Este não deve ter nenhuma dificuldade para entender o texto. As sentenças estão bem construídas? As idéias estão bem encadeadas? Há uma seqüência adequada na apresentação dos seus resultados e de sua argumentação? Leia cuidadosamente o que escreveu como se você fosse o seu leitor. Objetividade na apresentação: Convém selecionar os conteúdos que farão parte do seu texto. Selecione a informação que você dispõe e apresente só o que for relevante. Elabore um relato lógico, objetivo e, se possível, retilíneo tanto das observações como do raciocínio. Isto é ainda mais importante em um artigo, em que a concisão é geralmente desejada pelo periódico e pelo leitor. Precisão na linguagem: A linguagem científica deve ser precisa. Cuidado com termos vagos ou que podem ser mal interpretados. As palavras e figuras que entrarão no seu texto devem ser escolhidas com cuidado para exprimir o que o você tem em mente Utilização correta das regras da língua: Escrever erradamente pode resultar de ignorância ou de desleixo. Se for por ignorância, informe-se melhor, consulte dicionários e textos de gramática. Se for por desleixo, o leitor (e membro da Banca Examinadora) terá todo direito de pensar que o trabalho em si também foi feito com desleixo. Seja qual for a razão, é um desrespeito ao leitor. 28 2.1.1 Trabalho Científico Os trabalhos científicos devem ser elaborados de acordo com normas preestabelecidas e com os fins a que se destinam, devendo ser inéditos ou originais e contribuírem não só para a ampliação de conhecimentos ou a compreensão de certos problemas, mas também servirem de modelo ou oferecer subsídios para outros trabalhos. Os trabalhos científicos, originais, devem permitir a outro pesquisador, baseado nas informações dadas: a) reproduzir as experiências e obter os resultados descritos, com a mesma precisão a) e sem ultrapassar a margem de erro indicada pelo autor; b) repetir as observações e julgar as conclusões do autor; c) verificar a exatidão das análises e deduções que permitiram ao autor chegarem a) às conclusões. Aponta-se como trabalhos científicos aqueles que apresentam, concomitantemente, uma das seguintes características: a) observações ou descrições originais de fenômenos naturais, espécies novas, a) estruturas e funções e variações, dados ecológicos etc.; b) trabalhos experimentais cobrindo os mais variados campos e representando uma a) das mais férteis modalidades de investigação, por submeter o fenômeno estudado a) às condições controladas da experiência; c) trabalhos teóricos de análise ou síntese de conhecimentos, levando à produção a) de conceitos novos por via indutiva ou dedutiva; apresentação de hipóteses, teorias a) etc. Os trabalhos científicos podem ser realizados com base em fontes de informações primárias ou secundárias e elaborados de várias formas, de acordo com a metodologia e com os objetivos propostos. A seguir apresentamos algumas normas atualizadas para elaboração de trabalhos científicos, retiradas da própria ABNT. 2.1.2 NBR 14724 (JAN/2006) - Informação e Documentação - Trabalhos AcadêmicosApresentação Formato de Apresentação: 4 Papel branco, formato A4 (21 cm x 29,7 cm). 4 Margens: Superior 3 cm; Inferior 2 cm; Esquerda 3 cm; Direita 2 cm. 4 Espacejamento: Espaço 1,5 entre linhas. 4 Tipo de Fonte: Arial ou Times New Roman. Evitar fontes cursivas. 4 Tamanho da Fonte: 12 para o texto e tamanho menor para citações com mais de três linhas, notas de rodapé, paginação e legenda das ilustrações e tabelas. 4 Siglas: Ao aparecer pela 1ª vez no texto: a forma completa do nome precede a sigla, que deverá estar entre parênteses. 4 Paginação: Borda direita da folha: 2 cm x 2 cm. 4 Estrutura da Capa: - Nome da instituição (opcional); - Nome do autor; - Título; - Subtítulo, se houver; - Local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado; - Ano de depósito (da entrega). 29 T r a b a l h o Acadêmico e Científico 4 Estrutura da Folha de Rosto: - Nome do autor - Título principal - Subtítulo, se houver - Natureza (identificação) - Nome do orientador e, se houver, co-orientador - Local (cidade) - Ano de depósito 2.1.3 NBR 6023 (AGO 2002) - Informação e Documentação - Referências Apresentação Referências Bibliográficas: 4 Devem seguir a norma NBR-6023 da ABNT vigente; 4 Possuir todos os dados necessários à identificação da publicação original; 4 São alinhadas somente à esquerda, separadas entre si por espaço duplo; 4 Devem ser organizadas em ordem alfabética (pelo último sobrenome da autoria); 4 O título da obra deve sempre estar destacado e o recurso tipográfico para tal destaque é: itálico, negrito ou sublinhado. O padrão adotado deve ser uniforme; 4 Podem aparecer em: rodapé, fim do texto ou capítulo, lista de referências ou ainda antecedendo resumos, resenhas ou recensões. Autoria: Norma geral Sobrenomes compostos Sobrenomes de parentesco Sobrenome com partículas Até três autores Mais de três autores Sem autor Entidades coletivas SOBRENOME, Nome. SOBRENOME COMPOSTO, Nome. SOBRENOME NETO, FILHO, Nome. SOBRENOME, Nome de, da. SOBRENOME, Nome;SOBRENOME, Nome; SOBRENOME, Nome. SOBRENOME, Nome et al. A entrada deve ser feita pelo título. NOME de associações, institutos e entidades. Livro: 4 SOBRENOME, Nome. Nome do livro. Edição. Local: Editora, Ano. XX p. Ex.: GOMES, Antônio Marcos. Novela e sociedade no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. 123 p. Capítulo de livro: 4 Quando o autor do capítulo não for o autor do livro: SOBRENOME, Nome. Título do capítulo. In: SOBRENOME, Nome (Org.). Nome do livro. Local: Editora, Ano. p. XX-XX. Ex.: ROMANO, Giovanni. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHIMIDT, J. (Org.). História dos jovens 2: a época contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 7-16. 4 Quando o autor do capítulo for o mesmo autor do livro: SOBRENOME, Nome. Título do capítulo. In: ______. Nome do livro. Local: Editora, Ano. p. XX-XX. 30 Ex.: SANTOS, F.R. dos. A colonização da terra dos Tucujús. In: ______. História do Amapá. 2. ed. Macapá: Valcan, 1994. cap.3, p. 15-24. Periódico como um todo (referência de toda a coleção): 4 NOME DO PERIÓDICO. Local: Editora, datas de início e de encerramento da publicação, se houver. Ex.: BOLETIM GEOGRÁFICO. Rio de Janeiro: IBGE, 1943-1978. Partes de revista, boletim etc.: 4 NOME DA PUBLICAÇÃO. Local: Editora, numeração do ano e/ou volume, numeração do fascículo, informações de períodos e datas de publicação. Ex.: DINHEIRO: revista semanal de negócios. São Paulo: Três, n. 48, 28 jun. 2000. Artigo ou matéria de revista, boletim etc.: 4 SOBRENOME, Nome. Título do artigo ou matéria. Nome da revista, Local, volume e/ou ano, número, p. XX-XX, Mês/Ano. Ex.: GURGEL, C. Reforma do estado e segurança pública. Política e administração, Rio de Janeiro, v.3, n. 2, p. 15-21, set. 1997. Artigo e/ou matéria de jornal: 4 SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Nome do jornal, Local, Data. Seção, caderno ou parte do jornal, p.X. Ex.: NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de S. Paulo, São Paulo, 28 jun. 1999. Folha Turismo, caderno 8, p. 13. Material eletrônico: 4 AUTOR. Título da obra. Disponível em: <http://www.engenhariaauto.com.br>. Acesso em: 00 mês. 0000. Ex.: ALVES, Castro. Navio negreiro. Disponível em: <http://www.terra.com.br/ virtualbooks/freebok/port/Lport2/navionegreiro.htm>. Acesso em: 10 nov. 2002. Imagem em movimento: 4 TÍTULO de filme, videocassete ou DVD. Nome o diretor e/ou produtor. Local: Produtora, data. Ex.OS PERIGOS do uso de tóxicos. Produção de Jorge Ramos de Andrade. São Paulo: CEVARI, 1983. 2.1.4 NBR 10520 (AGO/2002) - Informação e documentação - Citações em Documentos - Apresentação Citações no texto, para indicar: 4 Supressões: [...] 4 Interpolações, acréscimos ou comentários: [ ] 4 Ênfase ou destaque: grifo ou negrito ou itálico Citação direta no texto (até 3 linhas) 4 Ex.: Para Piaget (2001, p. 26) “a escola deve atender as necessidades básicas do aluno[...]”. 31 Citação direta no texto (mais de 3 linhas – recuo de 4 cm à margem esquerda) Ex.: Para Piaget (2001, p. 26), a escola deve atender as necessidades básicas do aluno, levando em consideração seu conhecimento prévio sobre a realidade, seu processo T r a b a l h o de socialização e seus respectivos estágios de desenvolvimento. Acadêmico e Científico Ex.: Sendo assim, a escola deve atender as necessidades básicas do aluno, levando em consideração seu conhecimento prévio sobre a realidade, seu processo de socialização [...] (PIAGET, 2001, p. 26). Citação indireta no texto 4 A escola deve perceber o educando e suas necessidades (PIAGET, 2001). Citar no texto o nome do autor. 4 Ex.: Piaget (2001), considera que a escola deve atender as necessidades do educando. Grifo em citação 4 Ex.: Sendo assim, a escola deve atender as necessidades básicas do aluno, levando em consideração seu conhecimento prévio sobre a realidade, seu processo de socialização [...] (PIAGET, 2001, p. 26, grifo nosso). 4 Ex.: Sendo assim, a escola deve atender as necessidades básicas do aluno, levando em consideração seu conhecimento prévio sobre a realidade, seu processo de socialização [...] (PIAGET, 2001, p. 26, grifo do autor). Citação de citação 4 Ex.: Para Piaget (2001 apud ZABALA, 2002, p. 57), a escola deve atender as necessidades básicas do aluno, levando em consideração seu conhecimento prévio sobre a realidade, seu processo de socialização [...]. 2.2 Resenha, Artigo Científico, Memorial, Ensaio e Informe Científico 2.2.1 Resenha A Resenha é a apresentação do conteúdo de uma obra. Consiste na leitura, no resumo, na crítica e na formulação de um conceito de valor do livro feitos pelo resenhista. É um tipo de trabalho que exige conhecimento do assunto, para estabelecer comparação com outras obras da mesma área e maturidade intelectual para fazer avaliação e emitir juízo de valor. (ANDRADE, 1995); Tipo de resumo crítico, contudo mais abrangente: permite comentários e opiniões, inclui julgamentos de valor, comparações com outras obras da mesma área e avaliação da relevância da obra com relação às outras do mesmo gênero. (ANDRADE, 1995). Elementos de uma resenha 4 Reais: reuniões e acontecimentos em gerais; 4 Textuais: livros, peças teatrais, texto, filme etc. Tipos de Resenha 4 Descritiva: Trabalha com a estrutura da obra, resumo da obra, a perspectiva teórica, o método adotado etc. 32 4 Crítica: Possui todos os elementos da descritiva, além da apreciação (comentários e julgamentos). Objetivos Gerais da Resenha 4 Ser um instrumento de pesquisa bibliográfica; 4 Atualização bibliográfica 4 Decisão de consultar ou não o texto original 4 Como exercício: desenvolver a capacidade de síntese, interpretação e crítica; Aspectos Gerais da Resenha 4 Desenvolve a capacidade de síntese, interpretação e crítica; 4 Utiliza-se a linguagem na terceira pessoa; 4 Conduz o leitor para informações puras; 4 Resenha é diferente de Resumo. Ela admite juízo valorativo, comentário, crítica, enquanto o resumo, pode abolir tais elementos. Ao ler o texto o resenhista deve procurar responder 4Nesta fase, busca-se responder a algumas questões: 4Quem é o autor? 4Que métodos utilizou? 4Estudam-se o vocabulário e os conceitos utilizados 4Assinalam-se as dúvidas (sem a compreensão dos conceitos a leitura fica 4prejudicada) 4Examinam-se as referências históricas, a referência a outras doutrinas e outros 4autores 4De que o texto trata? (assim se obtém o assunto, a referência, do texto) 4Sob que perspectiva o autor tratou do assunto (tema)? 4Quais os limites do texto? 4Qual o problema focalizado? 4Como o assunto foi problematizado? 4Como o autor soluciona o problema? 4Que posição assume? (assim se obtém a tese do autor) 4Como o autor demonstra seu raciocínio? 4Quais os seus argumentos? 4Há outros assuntos paralelos à idéia central? 4Apresenta uma posição própria a respeito das idéias do texto 4Às vezes, as idéias do texto original são cotejadas com as de outro 4Qual sua coerência interna? 4Qual a originalidade do texto? 4Qual o alcance do texto? 4Qual a validade da idéias? 33 T r a b a l h o Acadêmico e Científico 4Qual a relevância das idéias? 4Que contribuições apresenta? 4O autor atingiu os objetivos propostos? 4O texto supera a pura retomada de textos de outros autores? 4Há profundidade na exposição das idéias? 4A tese foi demonstrada com eficácia? 4A conclusão está apoiada em fatos? 4A partir desses itens, faz-se a crítica às posições definidas no texto 4Fase de elaboração do texto pessoal que reflita sistematicamente as idéias do texto original Estrutura da Resenha Crítica Referência Bibliográfica: 4 Autor. Título da obra. Local da edição, Editora, Data. Número de páginas. Credenciais do autor: 4 Informações sobre o autor, nacionalidade, formação universitária, títulos, cargos exercidos e obras publicadas. Resumo da obra (digesto): 4 Resumo das principais idéias expressas pelo autor; 4 Descrição sintetizada do conteúdo dos capítulos ou partes em que se divide a obra. Conclusões da autoria: 4 Indica os resultados obtidos pelo autor 4 Quais as conclusões que o autor chegou? Crítica do resenhista (apreciação da obra): 4 É o momento de posição pessoal do resenhista: 4 Qual a contribuição da obra? 4 Como é o estilo do autor: conciso, objetivo, simples? Idealista? Realista? Indicações do resenhista: 4 A quem é dirigida a resenha (estudantes, especialistas, leitores em gerais) 4 Fornece subsídios para o estudo de que disciplina(s)? 4 Pode ser adotado(a) em que tipo de curso? fidelidade ao pensamento do autor. Requisitos Básicos de uma Resenha a) conhecimento completo da obra; b) competência na matéria; c) capacidade de juízo de valor; d) independência de juízo; e) correção e urbanidade; f) fidelidade ao pensamento do autor. 34 2.2.2 Artigo Científico A arte de escrever artigos científicos constrói-se no dia-a-dia, através da experiência e da cultura. Para se fazer um bom artigo científico deve-se fazer uma descrição seqüencial dos componentes típicos de um documento desta natureza. O artigo científico comunica idéias e informações de maneira clara e concisa. Sua característica principal é ser publicado em periódicos científicos. Quanto à análise de conteúdo, os artigos estão divididos nos seguintes tipos: ARTIGO DE DIVULGAÇÃO: É o relato analítico de informações atualizadas sobre um tema de interesse para determinada especialidade. Não requer necessariamente uma revisão de literatura retrospectiva. ARTIGO DE REVISÃO: São conhecidos como “reviews”. Os artigos de revisão com enfoque histórico devem obedecer a uma ordem cronológica de pensamento. A estrutura e a apresentação de um artigo científico se modificam de uma revista para outra. A ABNT apresenta na NBR 6022 (MAIO/2003) algumas condições exigíveis para orientar colaboradores e editoras de publicações periódicas, no sentido de uma apresentação racional e uniforme dos artigos nela contidos. Considera-se como didático para a elaboração de um artigo científico a estrutura que segue abaixo: Título (Title). Descreve de forma lógica, rigorosa, breve e gramaticalmente correta a essência do artigo. Por vezes opta-se por títulos com duas partes. Autor e filiação (Author and affiliation). Indicação do nome do autor (ou autores) e da instituição a que pertence(m). É freqüente indicar também o endereço de correio electrónico. Resumo (Abstract). Não deve exceder 250 palavras e deve especificar de forma concisa, mas não telegraficamente. O resumo não é uma introdução ao artigo, mas sim um descrição sumária da sua totalidade, na qual se procura realçar os aspectos mencionados. Não se devem citar referências bibliográficas no resumo. Convém lembrar que um resumo pode vir a ser posteriormente reproduzido em publicações que listam resumos (de grande utilidade para o leitor decidir se está ou não interessado em obter e ler a totalidade do artigo). Palavras-chave (Keywords). Por vezes é pedido que um artigo seja acompanhado por um conjunto de palavras-chave que caracterizem o domínio ou domínios em que ele se inscreve. Estas palavras são normalmente utilizadas para permitir que o artigo seja posteriormente encontrado em sistemas eletrônicos de pesquisa. Por isso, devem escolher-se palavras-chave tão gerais e comuns quanto possível. Introdução (Introduction). A introdução fornece ao leitor o enquadramento para a leitura do artigo, e deve esclarecer a natureza do problema cuja resolução se descreve no artigo. Corpo do artigo (Body of the paper). Constitui a descrição, ao longo de vários parágrafos, de todos os pontos relevantes do trabalho realizado. Conclusões (Conclusions). Devem ser enunciadas claramente, e deverão cobrir o que é que o trabalho descrito no artigo conseguiu e qual a sua relevância, e as vantagens e limitações das propostas que o artigo apresenta. 35 Agradecimentos (Acknowledgments). Um artigo científico resulta com freqüência do empenho de muita gente, para além dos que o assinam como autores – elementos da equipe e amigos que contribuíram, de uma forma ou outra, para a sua existência e qualidade. É neste ponto de um artigo científico (entre as “Conclusões” e as “Referências”) que se colocam os T r a b a l h o Acadêmico e “Agradecimentos”. (References). Trata-se de uma listagem dos livros, artigos ou C i e n t í f i c o Referências outros elementos bibliográficos que foram referenciados ao longo do artigo. 2.2.3 Memorial Trata-se de uma autobiografia que descreve, analisa e critica acontecimentos sobre a trajetória acadêmico-profissional e intelectual do autor, avaliando cada etapa da sua experiência. Deve incluir todas as fases do autor, enfatizando-se as fases mais significativas e importantes. Deve-se destacar as experiências mais relevantes, fazendo-se um comparativo entre a vida profissional e a vida pessoal, evidenciando-se as influências de uma para com a outra, e vice-versa. O memorial deve ser iniciado com uma breve introdução, evidenciando a finalidade da elaboração do mesmo. Deve-se incluir em sua estrutura informações significativas como formação do autor, atividades tecno-científicas e artístico-culturais importantes, produções científicas, dentre outras. O texto do memorial deve ser escrito na primeira pessoa do singular. Estrutura de um Memorial 4 Capa e folha de rosto – deve conter nome, título (memorial), local, ano; 4 Sumário – deve vir logo depois da folha de rosto; 4 Corpo do memorial – apresenta-se de forma narrativa. Deve-se inserir comentários sobre as diversas etapas da vida pessoal, acadêmica e profissional do autor. As folhas devem vir numeradas com algarismos arábicos. Apresentação Gráfica de um Memorial (formatação) 4 Formato do papel – recomenda-se a utilização de papel A4 (210x297mm); 4 Digitação – margens: superior, inferior e esquerda = 3cm e inferior = 2cm; 4 Entrelinhamento do texto – 1,5 linha; 4 Fonte e tamanho da letra – preferencialmente Times New Roman ou Arial 12; 4 4 4 4 4 Paginação – Numerar as páginas com algarismos romanos minúsculos no centro inferior, sendo que a capa e a folha de rosto não são contadas e não recebem número. As folhas textuais são numeradas com algarismos arábicos, no canto superior direito, ou centralizados ao pé da folha. A primeira folha de texto é contada mas não numerada. 2.2.4 Ensaio Um ensaio é um tipo de produção acadêmica que contém uma proposta e emissão de opinião pessoal do autor-pesquisador sobre tema de seu interesse. Um ensaio pretende apresentar a visão do autor sobre o tema, inclusive, independente do pensamento científico a respeito do assunto. É como se fosse um conjunto de impressões pessoais do autor. Nessa perspectiva, a credibilidade científica do ensaio fica condicionada ao respeito acadêmico do seu autor pela sua comunidade. Há diferentes tipos de produção e cada um possui um perfil metodológico, ainda que em alguns casos esses perfis se combinem. Segundo Carmo-Neto (1992, p. 53) esses perfis são combinados através da: 36 1. empiricidade, quando se realiza uma coleta de dados (primários ou secundários), estima-se modelos e inferências estatísticas a partir de levantamento de dados; 2. teoria, quando favorecem o desenvolvimento de teorias, elementos/situações/ casos abstratos discutindo a validade, nível de abstração, pressupostos ou aplicabilidade das teorias em análise. Sua principal preocupação é com a estrutura lógica apresentada no texto; 3. análise, quando a produção é realizada de forma rigorosa e com forte inclinação ideológica não-mencionada, e que norteia o discurso do autor fazendo com que o leitor considere o discurso verdadeiro. Nesse caso, o autor também pode apresentar-se de forma persuasiva. 4. descrição ou historicidade, quando os casos narrativos são descritos sem conter conclusões, considerações ou opinião pessoal do autor. 2.2.5 Informe Científico O informe científico é um tipo de produção acadêmica que visa apresentar e socializar resultados de pesquisa (parciais ou totais) com a comunidade científica. É redigido de forma sintética e objetiva descrevendo a metodologia de pesquisa utilizada, com todas as suas fases, período temporal, dificuldades encontradas, procedimentos de campo, laboratório ou bibliográfico. Quanto à forma, o informe científico deve ser redigido segundo a estrutura intelectual e gráfica dos artigos científicos. 2.3 Seminário, Painel e Mesa Redonda 2.3.1 Seminário O seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate, constituindo-se numa das técnicas mais eficientes de aprendizagem, quando convenientemente elaborado e apresentado. A pesquisa, especialmente a bibliográfica, é o primeiro passo, requisito indispensável na elaboração do Seminário. A pesquisa leva à discussão do material pesquisado, mas, para que os objetivos sejam alcançados, não se pode dispensar o debate. Objetivos dos Seminários As finalidades gerais da técnica de Seminário basicamente são duas: aprofundar o estudo a respeito de determinado assunto; desenvolver a capacidade de pesquisa, de análise sistemática dos fatos, através do raciocínio, da reflexão, preparando o aluno para a elaboração clara e objetiva dos trabalhos científicos. O seminário possibilita ensinar pesquisando; revelar tendências e aptidões para a pesquisa; ensinar a utilização de instrumentos lógicos de trabalho intelectual; ensinar a coletar material para análise e interpretação e crítica de trabalhos mais avançados; ensinar a trabalhar em grupo e desenvolver o sentimento de comunidade intelectual entre os educandos e entre estes e os professores; ensinar a sistematizar fatos observados e a refletir sobre eles; levar a assumir atitude de honestidade e exatidão nos trabalhos efetuados; dominar a metodologia científica geral. Estrutura de um Seminário 4 Coordenador - geralmente o professor, pode eventualmente orientar as pesquisas. 37 4 4 T r a b a l h o Acadêmico e Científico 4 4 Organizador - figura que surge apenas quando o seminário é grupal, e as tarefas são divididas entre seus integrantes. Relator ou Relatores - é aquele que expõe os resultados dos estudos; pode ser um só elemento, vários ou todos do grupo, cada um apresentando uma parte. Comentador - pode ser um só estudante ou um grupo diferente do responsável pelo seminário. Só aparece quando se deseja um aprofundamento crítico dos trabalhos e é escolhido pelo professor. Deve estudar com antecedência o tema a ser apresentado com o intuito de fazer críticas adequadas à exposição, antes da discussão e debate dos demais participantes da classe. Debatedores - correspondem a todos os alunos da classe. Depois da exposição e da crítica do comentador (se houver), devem participar fazendo perguntas, pedindo esclarecimentos, colocando objeções, reforçando argumentos ou dando alguma contribuição. Etapas de um seminário: o coordenador propõe determinado estudo, indica a bibliografia mínima, forma os grupos de seminário, escolhe o comentador e o secretário; formado o grupo, este escolhe o organizador, decide se haverá um ou mais relatores, divide as tarefas, inicia o trabalho de pesquisa, de procura de informações, através de bibliografia, documentos, entrevistas com especialistas, observações etc. Depois reúne-se diversas vezes, sob a coordenação do organizador, para discutir o material coletado, confrontar pontos de vista, formular conclusões e organizar os dados disponíveis. Lembrando que o Seminário não deve ser um mero resumo ou síntese, mas expressar o que foi aprendido, aquilo que se presta à aprendizagem ou se apresenta como apontamento didático para a consulta. Sua estrutura abrange: 4 Introdução - breve exposição do tema central, objetivos e tópicos a serem apresentados. Deve-se primar pela objetividade e concisão; 4 Conteúdo - apresentação das partes numa seqüência organizada, envolvendo explicação, discussão e demonstração. Não se deter em pormenores, a linguagem deve ser objetiva e concisa; 4 Conclusão - síntese de toda reflexão, com as contribuições do grupo para o tema. Interpretação pessoal através de linguagem objetiva e concisa; Normas para Apresentação de um Seminário A apresentação escrita de um Seminário segue normas gerais da apresentação dos trabalhos de graduação. Quanto à apresentação oral, compreende os seguintes aspectos: a) Domínio do assunto (por todos os componentes do grupo); b) Clareza nos conceitos expostos; c) Seleção qualitativa e quantitativa do material coletado; d) Adequação da extensão do relato ao tempo disponível; e) Encadeamento das partes (seqüência discursiva). 4 Bibliografia - incluindo todas as obras e documentos utilizados, além de especificar as qualidades dos especialistas consultados. 38 Quanto ao material de ilustração, comumente, constitui-se de cartazes, retroprojeções e projeções de slides. Os dizeres ou legendas do material, devem estar em cor contrastante a cor do papel utilizado, observando o tamanho que deverá permitir a leitura do que foi escrito até pelos alunos sentados na última fila de carteiras, no fundo da sala. Quando se tratar de imagens ou desenhos, os critérios de tamanho e inteligibilidade da ilustração devem ser igualmente observados, devendo assim evitar a apresentação de vários desenhos pequenos acumulados na mesma folha. 2.3.2 Painel O Painel é uma reunião de várias alunos interessados que vão expor suas idéias sobre determinado assunto, diante dos demais colegas, de maneira informal e dialogada, em tom de conversa, de troca de idéias, mesmo que exponham posições diversas e apreciem perspectivas diferentes. Tem por objetivo proporcionar o conhecimento mais aprofundado de um tema, através da discussão informal que implica a participação mais ativa dos presentes, que não se limitam a ouvir as exposições. A discussão do assunto entre os expositores, diante do auditório, induz o ouvinte à participação espontânea, por meio de perguntas e respostas dirigidas aos componentes do painel. O tom da conversa informal não dispensa a participação de um coordenador, que elabora um roteiro, de acordo com os componentes, cujo número vai de três a seis. Sua duração mais adequada é de 50 a 90 minutos, a depender do número de participantes. O Painel pode ser: a) de interrogação, onde cada um dos participantes buscará responder algumas questões básicas indicadas pelo professor consideradas centrais ao tema; b) de debate, onde os participantes, além de expressar seu pensamento, questionaram o pensamento e sentimento dos demais, que preferencialmente devem ter posições diferentes. Condução de um Painel Exige do coordenador, além do domínio do assunto, grande habilidade para produzir as discussões que não devem gerar polêmicas. As atribuições do coordenador são as seguintes: 4 abrir a sessão e apresentar os componentes do painel; 4 levar os componentes a apresentarem os esclarecimentos que os presentes esperam ouvir; 4 propiciar as condições materiais necessários ao desenvolvimento dos trabalhos, inclusive os solicitados pelos convidados; 4 distribuir os painelistas à mesa de forma que fiquem em posição oposta os que tiveram opiniões opostas; 4 intervir na discussão, quando necessário, a fim de: - pedir esclarecimentos de pontos que deixaram dúvidas; - encerrar assuntos e iniciar outros, não permitindo que se voltem a discutir - assuntos já discutidos; - evitar a dispersão, comprometendo a obtenção dos resultados pretendidos; 4 mesmo sem expor seu ponto de vista, propor questões para discussão entre os componentes; 4 levar a platéia à participação organizada, através de perguntas pertinentes; 4 fazer uma síntese dos trabalhos; 4 agradecer aos componentes e encerrar a sessão. 39 2.3.3 Mesa Redonda Trata-se da apresentação de pontos de vistas ou análises diferentes ou mesmo divergentes, fundamentados sobre um tema específico, seguido de sessão de perguntas e debates. Envolve apresentação de pontos de vista T r a b a l h o Acadêmico e sobre um mesmo tema. Cada mesa poderá ser composta por no mínimo, C i e n t í f i c o dois profissionais e no máximo seis, tendo em média um total de 2 horas e meia, sendo esse tempo dividido entre os que compõem a mesa. 2.4 Estudo de Caso, Palestra, Conferência e Pôster 2.4.1 Estudo de Caso A técnica do estudo de caso no processo de aprendizagem parte do pressuposto de que aprendizagem é fundamentalmente preparar-se para resolver situações ou problemas não habituais, fazendo uso para tanto do pensamento reflexivo na busca de uma solução satisfatória. Pode ser aplicado de modo individual, acentuando-se os traços de solução do problema e decisão pessoal, quando grupal, a solução de caso, requer que cada participante do grupo tenha clara compreensão da questão, além de conhecimentos e argumentos que permitam convencer os demais membros, na busca de uma solução comum ou aceita por todos. Esta capacidade de convencimento deve ser desenvolvida, pois será fundamental na vida profissional. O estudo de caso estimula a tomada de decisão ou escolha, haja visto que, sempre haverá mais de uma solução adequada para um problema, e que cada indivíduo poderá propor uma das diferentes alternativas. Buscar, ainda assim, a unidade na ação. Quando aplicado em grupo, faz-se necessário a escolha de um coordenador que deverá volverse com a tarefa de contribuir para que o grupo efetivamente trabalhe de modo conjunto e articulado, buscando considerar a contribuição dos membros, de maneira que todos venham a contribuir com suas percepções e intuições, evitando que um membro venha a prevalecer sobre os demais participantes. Etapas Básicas do Estudo de Caso O Estudo de caso envolve algumas etapas básicas na solução do problema, que podem ser apontados como: 4 Leitura cuidadosa do caso - o caso, habitualmente tem nexos com situações do cotidiano das pessoas, incluindo fatos e opiniões congruentes ou divergentes, que podem esconder ou distorcer fatos que realmente ocorreram; 4 Identificação dos fatos - deve-se reunir os principais elementos contidos no caso, de modo sistematizado e por escrito, dos elementos objetivos, assim como dos elementos subjetivos, podendo já considerar as opiniões, sentimentos, intuições; 4 Avaliação dos fatos - em função da relevância dos fatos reunidos, separe-os deixando de lado, aqueles que não tem importância para o caso. Por isso, importa indicar os fatos mais importante e os de menor importância, através de alguma indicação ou sinalização; 40 4 Identificação do problema - parte mais delicada do caso, e que pressupõe a clara compreensão do caso e do elemento central do mesmo, o problema, além claro, dos seus possíveis desdobramentos; 4 Identificação das alternativas de solução para o problema - não se preocupe em encontrar de imediato uma solução, mas, nesse momento, diversas soluções sempre embasados em fatos, relatando todas as alternativas e seus possíveis desdobramentos no presente e no futuro; 4 Escolha da alternativa mais adequada - pressupõe a escolha de uma das alternativas que melhor se aplique a situação, verificando se é claro para você as razões de tal escolha, que o nível de argumentos objetivos, como de elementos subjetivos, a exemplo de sentimentos, intuições; 4 Implementação - aponte, com base nos elementos envolvidos, uma proposta para implementação da alternativa escolhida; 4 Respeite suas percepções e sentimentos - não deixe-se levar por preconceitos, juízos de valor, ousando construir algo baseado no seu sentimento para com o caso trabalhado. 2.4.2 Palestra A palestra é uma atividade pedagógica centrada em exposição oral acerca de um tema ou assunto. Objetiva suscitar, motivar, esclarecer e divulgar, em linhas gerais, a experiência e o trabalho desenvolvido pelo palestrante acerca de um dado tema ou assunto. A palestra caracteriza-se enquanto atividade onde o palestrante desenvolve de modo metódico e estruturado o tema ou assunto, sem aprofundar-se, ainda que de modo esclarecedor e contribuitivo para a sua audiência, evidenciando a relevância de tais estudos e/ou experiências. A duração considerada adequada para uma palestra e esclarecimento de possíveis indagações é de 1:30 min (uma hora e trinta minutos), que poderão ser dirigidas durante ou ao final da palestra, como melhor convier ao palestrante. 2.4.3 Conferência Conferência é uma exposição científica, oral, acerca de um determinado tema, realizada por especialista, de modo simples e direto, permitindo ao público compreender e assimilar melhor o que está sendo exposto. Ao término da conferência, o conferencista poderá facultar aos participantes a formulação de indagações sobre os pontos que desejam esclarecer. A duração considerada adequada para a conferência deve ser de 01h (uma hora), em razão de indagações dirigidas pela platéia ao conferencista. Considera-se 30min (trinta minutos) um tempo ideal para exposição, pois o alongar da mesma torna-a cansativa, com perda de interesse. 41 2.4.4 Pôster O pôster é uma exposição, de forma ilustrativa, onde o especialista apresenta a sua pesquisa. Tem por finalidade expor a pesquisa de forma clara, T r a b a l h o Acadêmico e sucinta e objetiva. Científico Geralmente, os trabalhos apresentados em forma de pôster são expostos nos eventos e têm formato retangular de 120 cm de altura por 90 cm de largura. Durante a exposição do pôster, recomenda-se que o autor permaneça junto ao trabalho para responder eventuais perguntas do público quando da apresentação. Características do Pôster: Texto: letra tipo Arial, tamanho mínimo de 24 pontos, espaço simples, texto justificado. Título: todo em letras maiúsculas, negrito, sem ponto final. Autores, Cidade, Estado e Instituição de Origem: destacar, em negrito, o nome do autor que apresentará o trabalho científico. Identificar a cidade e instituição de origem do autor. Resumo: recomenda-se que o pôster esteja organizado em Apresentação, Objetivos, Justificativa, Metodologia, Resultados (parciais ou finais) e Conclusões, com esses títulos em negrito. Referências: devem ser incluídas as referências citadas, seguindo o padrão ABNT vigente. Figuras: recomenda-se a inclusão de figuras que representem o trabalho científico. 42 3. A PESQUISA CIENTÍFICA E SUAS FASES 3.1 Conceito, Finalidades e Requisitos da Pesquisa Científica Pode-se definir pesquisa como um processo formal e sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informações suficientes para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema. A pesquisa, portanto, é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou 1 2 3 4 5 6 para descobrir verdades parciais. O desenvolvimento de um projeto de pesquisa compreende seis passos: Seleção do tópico ou problema para a investigação; Definição e diferenciação do problema; Levantamento de hipóteses de trabalho; Coleta, sistematização e classificação dos dados; Análise e interpretação dos dados; Relatório do resultado da pesquisa. 3.1.1 Linguagem Científica Há, de modo geral, uma tendência a descuidar-se da linguagem quando se redige um trabalho científico ou técnico: talvez sob a alegação de que não se trata de trabalho literário. Importa respeitar, ao menos, os seguintes aspectos fundamentais: 4 correção gramatical, convém sempre solicitar a contribuição de um conhecedor da língua e da gramática para nos auxiliar; 4 exposição clara, concisa, objetiva, condizente com a redação científica; 4 cuidado em evitar parágrafos extensos, construir períodos com no máximo duas ou três linhas, bem como parágrafos com cinco linhas cheias, em média, e no máximo oito; 4 preocupação em redigir com um estilo capaz de equilibrar a simplicidade com o movimento, evitando o colóquio excessivamente familiar e vulgar, os recursos retóricos; 43 4 simplicidade do texto. Com palavras conhecidas de todos, é possível escrever de maneira original e criativa e produzir frases elegantes, variadas, fluentes e bem articuladas; T r a b a l h o Acadêmico e Científico 4 linguagem direta, pois conduz mais facilmente o leitor à essência do texto, dispensando detalhes irrelevantes e indo diretamente ao que interessa, sem rodeios; 4 precisão e rigor com o vocabulário técnico, sem cair no hermetismo; 4 impessoalidade, contribui grandemente para a objetividade da redação dos trabalhos científicos, devendo usar verbos nas formas que tendem à impessoalidade; 4 não começar períodos ou parágrafos seguidos com a mesma palavra, nem usar repetidamente a mesma estrutura de frase; 4 evitar longas citações e relatar o fato no menor número possível de palavras; 4 recorrer aos termos técnicos somente quando absolutamente indispensáveis e nesse caso colocar o seu significado entre parênteses; 4 evitar palavras e formas empoladas ou rebuscadas, que tentem transmitir ao leitor mera idéia de erudição; 4 ser rigoroso na escolha das palavras do texto, desconfiando dos sinônimos perfeitos ou de termos que sirvam para todas as ocasiões; 4 encadear o assunto de maneira suave e harmoniosa, evitando a criação de um texto onde os parágrafos se sucedem uns aos outros como compartimentos estanques, sem nenhuma fluência entre si. 3.1.2 Técnicas de Pesquisa Técnica é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou arte; é a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prática. Toda ciência utiliza inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos. As técnicas de pesquisa podem ser categorizadas em três grandes grupos: documentação indireta; documentação direta; e observação direta intensiva, a seguir delineadas. DOCUMENTAÇÃO INDIRETA: Toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregadas. É a fase da pesquisa realizada com intuito de recolher informações prévias sobre o campo de interesse. Esse levantamento de dados, primeiro passo de qualquer pesquisa científica, é feito de duas maneiras: pesquisa documental (ou de fontes primárias) e pesquisa bibliográfica (ou de fontes secundárias). a) Pesquisa documental: a fonte de coleta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois. b) Pesquisa bibliográfica: A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, monografias, teses etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filme e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto. Esses documentos permitem ao cientista o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou na manipulação de suas informações. 44 DOCUMENTAÇÃO DIRETA: A documentação direta constitui-se, em geral, no levantamento de dados no próprio local onde os fenômenos ocorrem. Esses dados podem ser obtidos de duas maneiras: através da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratório. a) Pesquisa de campo: Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. b) Pesquisa de laboratório: A pesquisa de laboratório é um procedimento de investigação mais difícil, porém mais exato. Ela descreve e analisa o que será ou ocorrerá em situações controladas. Exige instrumental específico, preciso, e ambientes adequados. 3.1.3 Níveis de Pesquisa Outro modo de delinear os diferentes tipos de pesquisa é considerar o nível de progresso decorrente da pesquisa, assim como do uso de conhecimentos já à disposição, da utilização dos mesmos, e da constituição desse conhecimento inovador. Pesquisa Bibliográfica: A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema, também costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Pesquisa Documental: A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. O desenvolvimento da pesquisa documental segue os mesmos passos da pesquisa bibliográfica, cabendo considerar que, enquanto na pesquisa bibliográfica as fontes são constituídas sobretudo por material impresso localizado nas bibliotecas, na pesquisa documental, as fontes são muito mais diversificadas e dispersas. Há de um lado, os documentos “de primeira mão”, que não receberam nenhum tratamento analítico, e os “de segunda mão”, que de alguma maneira já foram analisados. Pesquisa Experimental: De modo geral, o experimento representa o melhor exemplo de pesquisa científica. Essencialmente, a pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. 45 T r a b a l h o Acadêmico e Científico Estudo de Caso: O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o sem amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros delineamentos considerados. A maior utilidade do estudo de caso é verificada nas pesquisas exploratórias. Por sua flexibilidade, é recomendável nas fases iniciais de uma investigação sobre temas complexos, para a construção de hipóteses ou reformulação do problema. Também se aplica com pertinência nas situações em que o objeto de estudo já é suficientemente conhecido a ponto de ser enquadrado em determinado tipo ideal. Por exemplo, se as informações disponíveis fossem suficientes para afirmar que existem três tipos diferentes de comunidades de base e houvesse interesse em classificar uma comunidade específica em algum desses tipos, então o estudo de caso seria o delineamento mais adequado. Pesquisa-Ação: A pesquisa-ação tem sido objeto de bastante controvérsia, em virtude de exigir o envolvimento ativo do pesquisador e a ação por parte das pessoas ou grupos envolvidos no problema, a pesquisa-ação tende a ser vista em certos meios como desprovida da objetividade que deve caracterizar os procedimentos científicos. A despeito, porém, destas críticas, vem sendo reconhecida como muito útil, sobretudo por pesquisadores identificados por ideologias “reformistas” e “participativas”. Pesquisa Participante: A pesquisa participante, assim como a pesquisa-ação, caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas. Há autores que empregam as duas expressões como sinônimas. Todavia, a pesquisa-ação, geralmente supõe uma forma de ação planejada, de caráter social, educacional, técnico ou outro. A pesquisa participante, por sua vez, envolve a distinção entre ciência popular e ciência dominante. Esta última tende a ser vista como uma atividade que privilegia a manutenção do sistema vigente e a primeira como o próprio conhecimento derivado do senso comum, que permitiu ao homem criar, trabalhar e interpretar a realidade sobretudo a partir dos recursos que a natureza lhe oferece. 3.2 Tipos de Pesquisa A pesquisa é denominada de pura, quando busca o progresso da ciência, e procura desenvolver os conhecimentos científicos sem a preocupação direta com suas aplicações e conseqüências práticas. Seu desenvolvimento tende a ser bastante formalizado e objetiva à generalização, com vistas na construção de teorias e leis. A pesquisa aplicada, por sua vez, apresenta muitos pontos de contato com a pesquisa pura, pois depende de suas descobertas e se enriquece com o seu desenvolvimento; todavia, tem como característica fundamental o interesse na aplicação, utilização e conseqüências práticas dos conhecimentos. Sua preocupação está menos voltada para o desenvolvimento de teorias de valor universal que para a aplicação imediata 46 numa realidade circunstancial. De modo geral, é este o tipo de pesquisa a que mais se dedicam os psicólogos, sociólogos, assistentes sociais e outros pesquisadores sociais. As pesquisas podem ainda ser classificadas, segundo diferentes categorias. A classificação mais adotada, na atualidade, classifica as pesquisas em três tipos: estudos exploratórios, estudos descritivos e estudos que verificam hipótese causais. Pesquisas Exploratórias: Têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, com vistas na formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. De todos os tipos de pesquisa, estas são as que apresentam menor rigidez no planejamento. Habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de caso. Procedimentos de amostragem e técnicas quantitativas de coleta de dados não são costumeiramente aplicados nestas pesquisas. São desenvolvidas, tais pesquisas, com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis. Pesquisas Descritivas: Têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. Dentre as pesquisas descritivas salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde etc. Pesquisas que se propõem estudar o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as condições de habitação de seus habitantes etc. Algumas pesquisas descritivas vão além da simples identificação da existência de relações entre variáveis, pretendendo determinar a natureza dessa relação. Neste caso, tem-se uma pesquisa descritiva que se aproxima da explicativa. Pesquisas Explicativas: Têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso mesmo é o tipo mais complexo e delicado, já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente. Pode-se dizer que o conhecimento científico está assentado nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos. Isto não significa, porém, que as pesquisas exploratórias e descritivas tenham menos valor, porque quase sempre constituem etapa prévia indispensável para que se possam obter explicações científicas. Uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra descritiva, posto que a identificação dos fatores que determinam um fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e 47 detalhado. As pesquisas explicativas nas ciências naturais valem-se quase que exclusivamente do método experimental. Nas ciências sociais, em virtude das dificuldades já comentadas, recorre-se a outros métodos, sobretudo ao observacional. Nem sempre se torna possível a realização de T r a b a l h o Acadêmico e pesquisas rigidamente explicativas em ciências sociais, mas em algumas C i e n t í f i c o áreas, sobretudo da Psicologia, as pesquisa revestem-se de elevado grau de controle, chegando mesmo a ser designadas “quase-experimentais”. 3.2.1 Pesquisa Quantitativa Adequada quando se deseja conhecer a extensão (estatisticamente falando) do objeto de estudo, do ponto de vista do público pesquisado. Aplica-se nos casos em que se busca identificar o grau de conhecimento, as opiniões, impressões, seus hábitos, comportamentos, seja em relação a um produto, sua comunicação, serviço ou instituição. Ou seja, o método quantitativo oferece informações de natureza mais objetiva e aparente. Seus resultados podem refletir as ocorrências do mercado como um todo ou de seus segmentos, de acordo com a amostra com a qual se trabalha. O instrumento de coleta de dados mais utilizado é o questionário, que pode conter questões fechadas (alternativas pré-definidas) e/ou abertas (sem alternativas e com resposta livre). Técnicas Utilizadas na Pesquisa Quantitativa A lgumas técnicas de abordagem utilizadas são: Face à face: Entrevistas realizadas pessoalmente junto ao entrevistado. Estas entrevistas, dependendo do objetivo da pesquisa, podem ser realizadas no domicílio, no local de trabalho, em pontos de fluxo (abordagem de indivíduos em trânsito) ou em local pré-definido, preparado para realização de entrevistas com indivíduos recrutados previamente. Por telefone: Entrevistas realizadas via telefone, assistenciadas por um questionário eletrônico formatado para receber as informações diretamente no sistema de processamento. Esta técnica garante um controle de qualidade ainda maior que as demais técnicas de abordagem, pois além de permitir o acompanhamento simultâneo das entrevistas (através de escuta programada) é possível também realizar uma crítica eletrônica em tempo real, evitando inconsistências de aplicação do questionário. Outras vantagens asseguradas são o prazo e o custo que normalmente tendem a ser menores. Pela Internet: Entrevistas realizadas junto a um público específico que comprovadamente tenha acesso a Internet. Esta técnica permite agilidade na fase de coleta e processamento de dados, além de garantir ao entrevistado total impessoalidade no registro das informações. Auto-Preenchimento: Até pouco tempo, a única maneira utilizada era o questionário impresso, enviado para um grande número de pessoas (em virtude do baixo índice de retorno de questionários preenchidos) de um determinado segmento. Com os recursos tecnológicos, este método passou a ser realizado também, através de palm e internet. Arrolamento: Esta técnica na realidade é um levantamento ou contagem de eventos, realizado através da observação e registro de informações de transeuntes, veículos ou equipamentos urbanos, seja de caráter público, empresarial ou domiciliar. Normalmente usa-se esta técnica quando queremos saber, por A metodologia quantitativa, de modo geral, é a mais utilizada em pesquisa de mercado e opinião. Esta metodologia permite mensurar opiniões, reações, sensações, hábitos e atitudes etc., de um universo (público-alvo) através de uma amostra que o represente de forma estatisticamente comprovada. As amostras podem ser aleatórias ou por cotas (extratos pré-definidos de sexo, idade, classe social, região etc). O método quantitativo orienta para a utilização de questionários estruturados predominantemente elaborados com questões fechadas (lista de respostas pré-codificadas). Em toda pesquisa quantitativa, sem exceção, é necessário calcular a margem de erro para o grau de confiança que se pretende, podendo, assim, tomar decisões com segurança. A pesquisa quantitativa é realizada a partir de entrevistas individuais, apoiadas por um questionário convencional (impresso) ou eletrônico (Computador ou Pocket PC). As entrevistas são conduzidas por um entrevistador ou através de auto-preenchimento. 48 exemplo, qual o número diário de frequentadores de um shopping center, ou qual o número de consumidoras que foram atraídas por uma promoção em um supermercado, ou quantos supermercados, farmácias, postos de gasolina, etc. Existem em uma determinada região geográfica. O instrumento de coleta pode ser através de planilha de preenchimento linear, gravador, Palm (coletor de dados) ou um contador mecânico utilizado especialmente para este fim. Na pesquisa quantitativa, a fim de comprovar as hipóteses, os recursos de estatística nos dirá se os resultados obtidos são significativos ou mero fruto do acaso. A Pesquisa Quantitativa é baseada em rígidos critérios estatísticos, que servem de parâmetro para definição do universo a ser abordado pela pesquisa. Como o nome já diz, o método quantitativo é útil para o dimensionamento de mercados, levantamento de preferências por produtos e serviços de parcelas da população, opiniões sobre temas políticos, econômicos, sociais, dentre outros aspectos. Os passos para o desenvolvimento e aplicação do método quantitativo tem início com a definição dos objetivos que o cliente pretende alcançar. Em seguida faz-se o levantamento amostral do universo, ou seja, o número de entrevistas a serem realizadas; elaboração aplicação de pré-teste para validação do questionário e, posteriormente, a pesquisa em campo; apuração, cruzamento e tabulação dos dados; e, por fim, elaboração de relatórios para análise estratégica. 3.2.2 Pesquisa Qualitativa A pesquisa qualitativa é uma designação que abriga correntes de pesquisa muito diferentes. Em síntese, essas correntes se fundamentam em alguns pressupostos contrários ao modelo experimental e Aspectos da adotam métodos e técnicas de pesquisa diferentes dos Pesquisa Qualitativa estudos experimentais. Os cientistas que a) a delimitação e formulação do problema - o problema, na pesquisa qualitativa, não é uma definição apriorística, fruto de um distanciamento que o partilham da abordagem pesquisador se impõe para extrair as leis constantes que o explicam e cuja freqüência qualitativa em pesquisa e regularidade pode-se comprovar pela observação direta e pela verificação experimental. O problema decorre, antes de tudo, de um processo indutivo que se se opõem, em geral, ao vai definindo e se delimitando na exploração dos contextos ecológico e social, onde pressuposto experimental se realiza a pesquisa; da observação reiterada e participante do objeto pesquisado, e dos contatos duradouros com informantes que conhecem esse objeto e emitem que defende um padrão juízos sobre ele. único de pesquisa para b) o pesquisador - é parte fundamental da pesquisa qualitativa. Ele deve, todas as ciências, calcado preliminarmente, despojar-se de preconceitos, predisposições para assumir uma no modelo de estudo das atitude aberta a todas as manifestações que observa, sem adiantar explicações nem conduzir-se pelas aparências imediatas, a fim de alcançar uma compreensão ciências da natureza. global dos fenômenos. O pesquisador não se transforma em mero relator passivo: Estes cientistas se sua imersão no cotidiano, a familiaridade com os acontecimentos diários e a percepção das concepções que embasam práticas e costumes supõem que os recusam a admitir que as sujeitos da pesquisa têm representações, parciais e incompletas, mas construídas ciências humanas e com relativa coerência em relação à sua visão e à sua experiência; sociais devam-se c) os pesquisados - na pesquisa qualitativa, todas as pessoas que conduzir pelo paradigma participam da pesquisa são reconhecidas como sujeitos que elaboram conhecimentos e produzem práticas adequadas para intervir nos problemas que das ciências da natureza identificam. Pressupõe-se, pois, que elas têm um conhecimento prático, de senso e devam legitimar seus comum e representações relativamente elaboradas que formam uma concepção de vida e orientam as suas ações individuais; conhecimentos por processos quantificáveis d) os dados - os dados não são coisas isoladas, acontecimentos fixos, captados em um instante de observação. Eles se dão em um contexto fluente de que venham a se relações: são “fenômenos” que não se restringem às percepções sensíveis e transformar, por técnicas aparentes, mas se manifestam em uma complexidade de oposições, de revelações e de ocultamentos. Na pesquisa qualitativa todos os fenômenos são igualmente de mensuração, em leis e importantes e preciosos: a constância das manifestações e sua ocasionalidade, a explicações gerais. freqüência e a interrupção, a fala e o silêncio. 49 Um segundo marco que separa a pesquisa qualitativa dos estudos experimentais está na forma como apreende e legítima os conhecimentos. A abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o objeto, um T r a b a l h o Acadêmico e vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito. O C i e n t í f i c o conhecimento não se reduz a um rol de dados isolados, conectados por uma teoria explicativa; o sujeito-observador é parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenômenos, atribuindo-lhes um significado. O objeto não é um dado inerte e neutro; está possuído de significados e relações que sujeitos concretos criam em suas ações. Algumas pesquisas qualitativas não descartam a coleta de dados quantitativos, principalmente na etapa exploratória de campo ou nas etapas em que estes dados podem mostrar uma relação mais extensa entre fenômenos particulares. Técnicas de Pesquisa Qualitativa A pesquisa qualitativa privilegia algumas técnicas que coadjuvam a descoberta de fenômenos latentes, tais como a observação participante, pesquisa-ação e pesquisa-intervenção, história ou relatos de vida, análise de conteúdo, entrevista não-diretiva, estudo de caso etc., que reúnem um corpus qualitativo de informações que, segundo Habermas, se baseia na racionalidade comunicacional. Observando a vida cotidiana em seu contexto ecológico, ouvindo as narrativas, lembranças e biografias, e analisando documentos, obtém-se um volume qualitativo de dados originais e relevantes, não filtrados por conceitos operacionais, nem por índices quantitativos. A pesquisa qualitativa pressupõe que a utilização dessas técnicas não deve construir um modelo único e exclusivo. A pesquisa é uma criação que mobiliza a acuidade inventiva do pesquisador, sua habilidade artesanal e sua perspicácia para elaborar a metodologia adequada ao campo de pesquisa, aos problemas que ele enfrenta com as pessoas que participam da investigação. O pesquisador deverá, porém, expor e validar os meios e técnicas adotadas, demonstrando a cientificidade dos dados colhidos e dos conhecimentos produzidos. QUADRO COMPARATIVO DOS TIPOS DE PESQUISA 50 PESQUISA QUALITATIVA PESQUISA QUANTITATIVA Questões abertas e exploratórias Predomínio de questões fechadas Amostra pequena Amostra grande Análise subjetiva e interpretativa Análise estatística, a partir de informações rigorosas e científicas Pesquisa exploratória Pesquisa descritiva ou casual Resultado da linha de conduta (opiniões, atitudes e expectativas) Resultados quantificáveis condensados em tabelase gráficos Caráter subjetivo Caráter objetivo Interpretação Mensuração Múltiplas realidades Uma realidade Sistema Organicista Sistema Mecanicista Raciocínio dialético e indutivo Raciocínio lógico e dedutivo Utiliza a comunicação e a observação (ex.: entrevista) Utiliza instrumentos específicos (ex.: questionário) Trabalha com particularidades Trabalha com generalizações 3.3 Fases da Pesquisa Científica 1 Escolha do Tema: Tema é o assunto que se deseja estudar e pesquisar. O trabalho de definir adequadamente um tema pode, inclusive, perdurar por toda a pesquisa. Nesse caso, deverá ser freqüentemente revisto. 2 Levantamento de Dados: Para obtenção de dados podem ser utilizados três procedimentos: pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e contatos diretos. A pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema. 3 Formulação do Problema: Problema é uma dificuldade, teórica ou prática, no conhecimento de alguma coisa de real importância, para a qual se deve encontrar uma solução. Definir um problema significa especificá-lo em detalhes precisos e exatos. Na formulação de um problema deve haver clareza, concisão e objetividade. 4 Definição dos Termos: O objetivo principal da definição dos termos é torná-los claros, compreensivos e objetivos e adequados. É importante definir todos os termos que possam dar margem a interpretações errôneas. O uso de termos apropriados, de definições corretas, contribui para a melhor compreensão da realidade observada. 5 Indicação de Variáveis: Ao se colocar o problema e a hipótese, deve ser feita também a indicação das variáveis dependentes e independentes. Elas devem ser definidas com clareza e objetividade e de forma operacional. 6 Delimitação da Pesquisa: Delimitar a pesquisa é estabelecer limites para a investigação. A pesquisa pode ser limitada em relação ao assunto – selecionando um tópico, a fim de impedir que se torne ou muito extenso ou muito complexo; a extensão – porque nem sempre se pode abranger todo o âmbito onde o fato se desenrola. 7 Seleção dos Métodos e Técnicas: Os métodos e as técnicas a serem empregados na pesquisa científica podem ser selecionados desde a proposição do problema, da formulação das hipóteses e da delimitação do universo ou da amostra. 8 Organização do Instrumental de Pesquisa: A elaboração ou organização dos instrumentos de investigação não é fácil, necessita de tempo, mas é uma etapa importante no planejamento da pesquisa. Em geral, as obras sobre pesquisa científica oferecem esboços práticos que servem de orientação na montagem dos formulários, questionários, roteiros de entrevistas, escalas de opinião ou de atitudes e outros aspectos, além de dar indicações sobre o tempo e o material necessários à realização de uma pesquisa. 51 3.3.1 Projeto de Pesquisa Científica O projeto é uma das etapas componentes do processo de elaboração, execução e apresentação da pesquisa. Esta necessita ser planejada com extremo rigor, caso contrário o investigador, em determinada altura, encontrarT r a b a l h o Acadêmico e se-á perdido num emaranhado de dados colhidos, sem saber como dispor dos C i e n t í f i c o mesmos ou até desconhecendo seu significado e importância. Em uma pesquisa, nada se faz ao acaso. Desde a escolha do tema, fixação dos objetivos, determinação da metodologia, coleta dos dados, sua análise e interpretação para a elaboração do relatório final, tudo é previsto no projeto de pesquisa. Este, portanto, deve responder às clássicas questões: o quê? porquê? para quê e para quem? onde? como, com quê, quanto e quando? quem? com quanto? Entretanto, antes de redigir um projeto de pesquisa, alguns passos devem ser dados. Em primeiro lugar, exigem-se estudos preliminares que permitirão verificar Pesquisa-Piloto ou Pré-Teste o estado da questão que se pretende desenvolver sob o Uma vez terminado o projeto de aspecto teórico e de outros estudos e pesquisas já pesquisa definitivo, a tentação de iniciar elaborados. Tal esforço não será desperdiçado, pois imediatamente a pesquisa é muito grande. qualquer tema de pesquisa necessita de adequada Todas as etapas foram previstas, as hipótese enunciadas, as variáveis integração na teoria existente e a análise do material já identificadas, a metodologia disponível será incluída no projeto sob o título de “revisão minuciosamente determinada, incluindo as provas estatísticas a que serão da bibliografia”. A seguir, elaborar-se um anteprojeto de submetidos os dados colhidos; portanto, pesquisa, cuja finalidade é a integração dos diferentes por que não começar incontinente a coleta de dados? elementos em quadros teóricos e aspectos A aplicação da pesquisa-piloto metodológicos adequados, permitindo também ampliar é um bom teste para os pesquisadores. Finalmente, o pré-teste permite também e especificar os quesitos do projeto, a “definição dos a obtenção de uma estimativa sobre os termos”. Finalmente, prepara-se o projeto definitivo, mais futuros resultados, podendo, inclusive, alterar hipóteses, modificar variáveis e a detalhado e apresentando rigor e precisão relação entre elas. Dessa forma, haverá maior segurança e precisão para a metodológicos. execução da pesquisa. Problema de Pesquisa Todo desenho metodológico de uma pesquisa científica requer a existência de um problema que a norteie. No entanto, formular um problema de pesquisa não é uma tarefa fácil, pois exige capacidade de criação e análise sobre a realidade que não estamos acostumados a ter. Há algumas regras básicas para se formular um problema. Gil (2002, p. 26) afirma que o problema deve ser: 1. formulado como pergunta. Ao provocar perguntas sobre o tema de pesquisa, o pesquisador chega à problematização. 2. claro e preciso. Quando há clareza e precisão do problema de pesquisa a operacionalização da pesquisa fica mais evidente e fácil para desenvolver. 3. empírico. Esse fator indica que o problema de pesquisa não pode estar envolvido com valores pessoais. Quando os valores são imprescindíveis, deve-se fundamentá-lo à luz de teorias já formuladas e fatos empíricos. 4. susceptível de solução. Além de clareza, precisão e empiricidade é imprescindível que o problema possa ser solucionado com os recursos disponíveis pela ciência. 5. delimitado a uma dimensão viável. As pesquisas acadêmicas necessitam ser desenvolvidas dentro de uma margem temporal, espacial e intelectual compatível com o fôlego do pesquisador. Não adianta se propor a desenvolver uma pesquisa muito ampla, se não existe viabilidade de conclusão, pois a amplitude pode impactar nos resultados que se pretende alcançar. 52 Hipóteses de Pesquisa O desenvolvimento de uma pesquisa científica envolve um processo de questionamentos por parte do pesquisador, que simultaneamente, demanda um esforço criativo. No entanto, a experiência acadêmica e profissional do pesquisador é bastante útil na formulação de uma hipótese. Segundo Gil (2002, p. 35) a formulação de uma hipótese pode surgir de diversas fontes: 1. observação. Esse processo ocorre no dia-a-dia através de relações que não precisam ser sistemáticas e que podem indicar possíveis soluções de problemas. 2. resultados de outras pesquisas. Com base em outras pesquisas a hipótese levantada pode gerar estudos mais amplos e consistentes. 3. teorias. As hipóteses que são provenientes de teorias promovem o intercâmbio entre um conjunto amplo de conhecimentos favorecendo o seu fortalecimento ou reflexão. 4. intuição. É possível que algumas hipóteses de pesquisa podem surgir da intuição do pesquisador sobre determinada situação. A história da ciência comprova que muitas teorias foram criadas ou fortalecidas com base na intuição do pesquisador. Assim, prossegue Gil (2002, p. 36-37) as hipóteses devem: 1. ser conceitualmente claras e definidas 2. ser específicas, 3. ter referências empíricas, ou seja, não podem estar embasadas em julgamentos de valor, 4. ser parcimoniosa, ou seja, é melhor uma hipótese simples do que uma complexa, 5. ter técnicas disponíveis para a exeqüibilidade da pesquisa, e 6. estar relacionada com uma teoria, ainda que em algumas pesquisas sociais esse requisito não seja imprescindível. 3.3.2 Estrutura do Projeto de Pesquisa 4 Capa: Constituída pelos seguintes elementos: - Nome da instituição (opcional); - Nome do autor; - Título - Subtítulo, se houver; - Local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado; - Ano de depósito (da entrega). 4 Sumário: Relacionar nos itens e subitens que compõe o projeto, com o respectivo número da página. 4 Apresentação: Composto por dois elementos chaves, Quem apresenta, que deverá efetuar um breve histórico e experiências desenvolvidas e realizadas pela Organização, Instituição ou Coordenação responsável, e O que apresenta, que delineia um breve histórico da atividade em questão; e O que espera com tal apresentação. 4 Objeto: Composto pela caracterização do O que é a atividade ou trabalho científico de maneira sucinta, óbvia e lúcida. 4 Finalidade: Composto pelo termo Para que é tal trabalho científico, descritos no seu contexto geral e específico. - Objetivo Geral: - Objetivos Específicos: 4 Justificativa/fundamentos: Versa acerca do por quê da existência da atividade proposta, evidenciando ainda os fundamentos, quer teóricos, quer práticos que o sustenta. 53 4 Método: Versa acerca de como será realizado a atividade, o modo, 4 a maneira. Acadêmico e 4 Recursos: Busca atender as indagações acerca de Com quem, Científico com quanto e com que será realizado, desdobrando-se nos 4 seguintes elementos: - Humanos; - Financeiros; - Técnicos (Conhecimento teórico/prático científico); - Materiais (de consumo e de uso permanente). 4 Referências: Relacionar as fontes consultadas, indicadas e/ou existentes afeita ao 4 assunto desenvolvido no projeto em questão. Podem ser livros, artigos publicados 4 em material impresso ou pela internet. 4 Anexos: Relacionar e inserir os formulários citados no corpo do projeto e que serão 4 utilizados no desenvolvimento das atividades propostas pelo mesmo. 4 Capa de fundo: Contento a identificação e o contato do autor/realizador. T r a b a l h o 3.4 Relatório de Pesquisa e Monografia Ao iniciar a redação do relatório de um projeto de pesquisa, o pesquisador deve sentir-se gratificado por ter conseguido chegar ao término de um processo, que na maioria das vezes foi trabalhoso, RELEVANTES DE cheio de dificuldades. Significa o ápice de um trabalho ASPECTOS UM RELATÓRIO DE PESQUISA realizado, podendo representar o surgimento de novos Em um trabalho científico não se projetos de pesquisa, a partir de questionamentos não exige do relator qualidades artísticas e concluídos ou da descoberta de aspectos relevantes no literárias, características de romancistas e poetas, mas é imprescindível a estudo da problemática. comunicação fidedigna de um estudo, não A preocupação do relator será a de poder deixar se podendo jamais sujeitar-se ao estado espírito individual. Deve-se para tanto registrado todo o caminho percorrido durante a pesquisa, de observar alguns aspectos: especificando os elementos que possam ser importantes a) Uso adequado da linguagem e da para a análise posterior do estudo realizado. gramática, ou seja, uso preciso dos Tipos de Relatório Um relatório é elaborado para apresentar e descrever informações relativas a fatos vivenciados, ouvidos, observados ou historia a execução de atividades, serviços e experiências. Existem diferentes tipos de relatórios. Eles podem ser: termos empregados no decorrer do relato, buscando refletir precisão e objetividade, devendo evitar indicativos subjetivos como “acho”, “penso que”, “julgo que” e adjetivações que obscureçam a objetividade dos dados referentes aos fatos ou à realidade estudada; b) Assimilação e uso correto do vocabulário técnico-científico e estilo, ou seja, o tipo de leitor e a natureza da pesquisa nortearão o estilo e a utilização do vocabulário técnico na confecção de um relatório final de um projeto de pesquisa. É adequado que cada parágrafo seja constituído de três partes: introdução, desenvolvimento (corpo) e a conclusão. a) técnico-científicos: apresenta formalmente resultados e progressos obtidos em desenvolvimento de pesquisa ou descreve a situação da questão científica. Esse tipo de relatório sistematiza informações, traça conclusões e faz recomendações. 54 b) de viagem e de participação em eventos: apresenta as informações e experiência realizada durante uma viagem ou participação em reuniões científicas/eventos. Esse relatório deve fornecer informações sobre o período e local de realização do evento, duração, participantes, objetivos e atividades desenvolvidas. c) de estágio: é um documento que apresenta informações sobre a experiência do aluno quando do desenvolvimento da atividade de estágio. Deve fornecer informações sobre o local e período de duração do estágio, bem como as respectivas atividades desenvolvidas. d) de visita técnica: registra as experiências técnicas adquiridas durante uma visita técnica. Deve informar o período e local onde foi realizada a visita, duração e observações da experiência do visitante. e) administrativos: é elaborado por uma pessoa ou um grupo de membros de uma organização com o objetivo de relatar a atuação administrativa de uma unidade ou de toda a organização. Este documento deve ser submetido à apreciação de uma autoridade superior. f) progressivos: são relatórios que precisam ser realizados com uma periodicidade permanente. São solicitados por entidades, instituições de pesquisa com o objetivo de prestar contas das atividades realizadas por uma organização. 3.4.1 Estrutura do Relatório de Pesquisa No relatório de pesquisa, fazendo uso da metodologia, dá-se a sua divisão nas seguintes partes: 1) Capa 2) Folha de Rosto 3) Epigrafe 4) Apresentação: Na introdução considerada como introdutória ao corpo geral do relatório, o pesquisador descreverá, em termos gerais, nesta parte do documento os objetivos e a finalidade do estudo realizado. É uma justificativa que o autor tratará da relevância do tema-problema trabalhado e tentando motivar o interesse do leitor. Aqui é necessário clarear a definição do assunto e a delimitação do tema, situando-o no espaço e no tempo; é o significado do problema. Segue-se ainda a apresentação da hipótese formulada e que se há de demonstrar. O suporte teórico utilizado para o estudo poderá agora ser enfocado, tanto para clarear as definições operacionais consideradas, bem como a inter-relação da fundamentação teórica com o material empírico coletado, quando o trabalho possui esta fase. 55 5) Sinopse: Consiste numa breve síntese, de no máximo 15 a 20 linhas, acerca do conteúdo do relatório, realizado pelo autor do trabalho, não devendo ser confundido com uma relação de partes ou capítulos, nem com a enumeração das conclusões. Quando realizado por uma outra pessoa, recebe T r a b a l h o Acadêmico e o nome de resumo. Denomina-se de abstract a síntese do trabalho, redigido C i e n t í f i c o na língua inglesa, visando a divulgação da pesquisa de modo abrangente, não deve ser confundido com uma tradução da sinopse, ainda que seja comum, pois a construção do enunciado deve ser efetuado na língua inglesa. 6) Sumário: Relação das partes, capítulos, itens e subitens do trabalho, com a respectiva indicação do número de páginas iniciais. 7) Introdução: A introdução, enquanto parte inicial do texto, na qual se expõe o assunto como um todo. Inclui informações sobre a natureza e a importância do trabalho, relação com outros estudos sobre o mesmo assunto, razões que levaram à realização do trabalho, suas limitações e, principalmente, seus objetivos. Devem constar também as partes principais que compõem o trabalho. Abrange ainda, três itens do relatório: objetivo, justificativa e objeto, incorporando as modificações realizadas depois de aplicada a pesquisapiloto. 8) Desenvolvimento: O desenvolvimento de um relatório, também denominado corpo, é a parte mais extensa. Nesta fase deve-se apresentar muito claramente a metodologia usada e todo o traçado e caminho do estudo envolvendo variáveis e componentes. Estes elementos são de especial importância pois a partir da análise dos mesmos é que se pode julgar a validade científica do estudo. O corpo ou desenvolvimento de um relatório de pesquisa tem por objetivo fornecer a análise dos componentes mais importantes de um tema-problema. O desenvolvimento de um relatório de pesquisa deve sofrer um processo metodológico divisório. O corpo do trabalho distribui-se em partes, as partes em capítulos, os capítulos em secções ou subtítulos, os subtítulos em parágrafos, os parágrafos em frases ou orações. 9) Conclusões e recomendação: Em um relatório de pesquisa é imprescindível que se institua um item especial para as conclusões. Nas conclusões e recomendações os resultados considerados valiosos e finais para a compreensão e exame da problemática estudada serão aqui apresentados. Como fechamento do trabalho, a conclusão é expressa em termos de síntese dos elementos relevantes analisados no trabalho. A conclusão define o ponto de vista do autor, por isto mesmo expressa as suas características pessoais acerca do assunto tratado – é a sua ideologia. 10) Glossário: Se houver necessidade 11) Referências: Inclui todas as obras já apresentadas no projeto, acrescidas das que foram sendo sucessivamente utilizadas durante a execução da pesquisa e a redação do relatório, de modo ordenado, organizado por autor, em ordem alfabética. 12) Apêndices: Apresenta tabelas, quadros, gráficos e outras ilustrações que não figuram no texto. Assim como o(s) instrumento(s) de pesquisa, o apêndice é composto de material trabalhado pelo próprio pesquisador. Deve ter ordenação própria e, no sumário, constar apenas o título genérico “Apêndices”. 13) Anexos: Constituídos de elementos esclarecedores de outra autoria, devem ser limitados, incluindo apenas o estritamente necessário à compreensão de partes do relatório. Deve ter ordenação própria e, no sumário, constar apenas o título genérico “Anexos”. 56 Estrutura de Relatório 3.4.2 Monografia Trata-se de um estudo sobre um tema específico ou particular, com suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não só em profundidade, mas também em todos os seus ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que se destina. Tem como base a escolha de uma unidade ou elemento social, sob duas circunstâncias: 1) ser suficientemente representativo de um todo cujas características de análise; 2) ser capaz de reunir os elementos constitutivos de um sistema social ou de refletir as incidências e fenômenos de caráter autenticamente coletivo. 57 T r a b a l h o Acadêmico e Científico Localiza-se na origem histórica da monografia aquilo que até hoje caracteriza essencialmente esse tipo de trabalho científico: a especificação, ou seja, a redução da abordagem a um só assunto, a um só problema. Mantém-se assim o sentido etimológico: monos (um só) e graphein (escrever: dissertação a respeito de um assunto único). CARACTERÍSTICAS DA MONOGRAFIA A característica essencial não é a extensão, mas o caráter do trabalho (tratamento de um tema delimitado) e a qualidade da tarefa, isto é, o nível da pesquisa, que está intimamente ligado aos objetivos propostos para a sua elaboração. A monografia implica originalidade, mas até certo ponto, uma vez que é impossível obter total novidade em um trabalho; isto é relativo, pois a ciência acumulativa, está sujeita a contínuas revisões. As principais características de uma monografia são: 3.4.3 Estrutura da Monografia a) trabalho escrito, sistemático e completo; Os trabalhos científicos, em geral, b) tema específico ou particular de uma ciência ou parte dela; apresentam a mesma estrutura: introdução, c) estudo pormenorizado e exaustivo, abordando vários desenvolvimento e conclusão. Pode haver aspectos e ângulos do caso; diferenças quanto ao material, ao enfoque d) tratamento extenso em profundidade, mas não em alcance; dado, a utilização desse ou daquele e) metodologia específica; método, dessa ou daquela técnica, mas não f) contribuição importante, original e pessoal para a ciência. em relação à forma ou à estrutura. 4 Introdução - formulação clara e simples do tema da investigação; é a apresentação sintética da questão, importância da metodologia e rápida referência a trabalhos anteriores, realizados sobre o mesmo assunto; 4 Desenvolvimento - fundamentação lógica do trabalho de pesquisa, cuja finalidade é expor e demonstrar. No desenvolvimento, podem-se levar em consideração três fases ou estágio: explicação, discussão e demonstração. - Explicação: é apresentar o sentido de uma noção, é analisar e compreender, procurando suprimir o ambíguo ou obscuro. - Discussão: é o exame, a argumentação e a explicação da pesquisa, ou seja, explica, discute, fundamenta e enuncia as proposições. - Demonstração: é a dedução lógica do trabalho; implica o exercício do raciocínio. Demonstra que as proposições, para atingirem o objetivo formal do trabalho e não se afastarem do tema. 4 Conclusão - é a fase final do trabalho de pesquisa, mas não somente um fim. Como a introdução e o desenvolvimento, possui uma estrutura própria. A conclusão consiste no resumo completo, mas sintetizado, da argumentação dos dados e dos exemplos constantes das duas primeiras partes do trabalho. Da conclusão devem constar a relação existente entre as diferentes partes da argumentação e a união das idéias e, ainda, conter o fecho da introdução ou síntese de toda reflexão. 58 3.4.4 Tipos de Monografia Os estudantes, ao longo de suas carreiras, precisam apresentar uma série de trabalhos que se diferenciam uns dos outros quanto ao nível de escolaridade e quanto ao conteúdo. Via de regra, para o término do curso de graduação, os estudantes têm o compromisso de elaborar um trabalho baseado, geralmente, em fontes bibliográficas, que não precisa ser extenso nem muito específico. À medida que ascendem na carreira universitária, esses trabalhos vão exigindo maior embasamento, mais reflexão, mais amplitude e criatividade. Podem-se distinguir três tipos: monografia, dissertação e tese, que obedecem a esta ordem ascendente, em relação à originalidade, à profundidade e à extensão. a) Monografias escolares ou de trabalhos de caráter didático, apresentados ao final de um curso específico, elaborados por alunos iniciantes na autêntica monografia, ou de iniciação à pesquisa e como preparação de seminários. b) Monografias científicas ou de trabalhos científicos apresentados ao final do curso de mestrado, com o propósito de obter o título de mestre. A monografia, nivel mestrado, intitula-se dissertação; e doutorado, tese. As monografias referentes ao grau de conclusão do estudante universitário não podem ser consideradas verdadeiros trabalhos de pesquisa (para o qual os estudantes não estão ainda capacitados, salvo raras exceções), mas estudos iniciais de pesquisa. 3.4.5 Formatação da Monografia Antes de ser imprimir a monografia, cabe ao autor observar os parâmetro de formatação do trabalho, devendo considerar: 4 utilizar papel tamanho A4 (210mm x 297mm), digitado de um só lado em espaço 1,5 com corpo de letra do tipoTimes New Roman ou Arial tamanho 12, exceto: resumo, notas de rodapé, citações muito longas, indicações de fontes de tabelas, referências bibliográficas, índices e apêndices, que devem ser apresentados em espaço simples; 4 margens superior e esquerda 3,0 cm; direita e inferior 2 cm; 4 citações e transcrições devem ficar 4 cm para dentro da margem esquerda, entre aspas; 4 inserção de notas, tanto em listas no fim de cada capítulo, como em rodapé ou no final do trabalho, devendo restringir-se o mais possível às referências. 4 referências bibliográficas (impressas ou on-line) poderão ocorrer no texto, quando deverão ser indicadas entre parênteses, sumariamente, ou em notas de rodapé, quando deverão ser numeradas consecutivamente, dentro de cada artigo ou capítulo; a indicação deve ser precedida do seu número de ordem escrito acima da linha; 4 a paginação deve ser feita a partir da primeira folha de trabalho, que é a folha de rosto. As páginas devem ser numeradas no canto superior direito, em algarismos romanos e a partir do capítulo 1 ou introdução em algarismos arábicos, a dois ou três espaços do texto; 4 cada novo capítulo ou seção deve começar em uma nova folha, com cabeçalho ou título cerca de 8 cm da borda superior; o texto se inicia cerca de 5 espaços do título. 59 3.4.6 T r a b a l h o Acadêmico e Científico Elementos da Monografia A praxe é apresentar a monografia com os seguintes elementos: prétextuais, textuais e pós-textuais. Você pode conferir os modelos a seguir. Elementos Pré-textuais 1) capa, deverá conter apenas os dados indispensáveis à identificação do trabalho: identificação da instituição, nome do autor, título e sub. do trabalho, local e data; 2) dorso com o título e nome do autor; 3) a página de rosto que contém: 4na parte superior, o nome completo do autor, sem abreviaturas; 4o título do trabalho com subtítulos, se houver; 4nota indicativa do material do trabalho, seu objetivo acadêmico ou grau pretendido, nome da instituição. Abaixo da nota o nome do professor orientador deve ser citado; 4local e o ano; 4) página de dedicatória, se houver; 5) agradecimentos, se houver; 6) epígrafe, ou página destinada a um pensamento, frase, dístico, se o autor achar conveniente; 7) sumário completo (de todos os capítulos e suas seções) ou sumário (enumeração das partes principais) com a indicação das páginas iniciais dos capítulos ou partes destacadas; 8) listas de tabelas e/ou quadros, ilustrações, abreviaturas, siglas, símbolos etc; 9) resumo. Elementos Textuais 4introdução; 4desenvolvimento com a seqüência dos capítulos destinados ao corpo do trabalho; 4capítulo das conclusões ou considerações finais. Elementos Pós-textuais 1) glossário, se houver; 2) referências; 3) anexos, elementos que se acrescentam para demonstração, exemplificação ou comprovação do texto, ordenados de acordo com o desenvolvimento; 4) adendos, dados que se acrescentam para complementação do trabalho; 5) capa de fundo, dados do autor (nome, e-mail). 60 Estrutura de Monográfia ELABORAÇÃO DE UMA MONOGRAFIA Escolha do assunto Delimitação do assunto Formulação do problema Pesquisa Empírica Pesquisa Bibliográfica Pesquisa Não-empírica Documentação para o trabalho Metodologia indutiva Metodologia dedutiva Crítica da documentação Resultados Resultados Construção Introdução Desenvolvimento Conclusão 61 T r a b a l h o Acadêmico e Científico Modelo de Capa Modelo de Dorso 62 Modelo de folha de rosto Modelo da folha de dedicatória Modelo da folha de agradecimentos Modelo da folha de epígrafe Modelo de Sumário 63 T r a b a l h o Acadêmico e Científico Modelo da listas de figuras Modelo da lista de abreviaturas e siglas 64 Modelo da listas de quadros Modelo de Resumo 3.5 Plágio Desde que existem publicações - artigos, revistas, livros – existe plágio. O plágio se caracteriza como a cópia sem citação da fonte do documento, independente de ser uma transcrição literal ou das idéias do autor. Com o aumento da facilidade de acesso à internet, as pessoas conseguem obter informações diversas, imprimi-las e copiá-las, muito mais rápido do que há alguns anos atrás. Copiam-se trabalhos escolares, programas de computador, músicas, figuras etc.. Em contrapartida, a Internet também é um excelente recurso na hora de se identificar um plágio. Os sites de busca, muito populares entre os alunos, auxiliam, sobremaneira, na confirmação do plágio com a digitação de algumas palavras-chave do parágrafo suspeito de plágio. Existem, também, softwares que são desenvolvidos exclusivamente para detecção de plágio e que já começaram a ser utilizados por professores. Carmo-Neto (1992, p. 406) afirma que “no Brasil, costuma-se dizer que plagiar é copiar literalmente (ipsis literis) ou apenas omitir partes, e parafrasear é copiar modificando o contexto, a conclusão ou fazer analogias”. O plágio por sua vez infringe as leis de direitos autorais a que todos estão sujeitos. O aluno que comete plágio (seja por xérox de livro, omissão de autoria, sobreposição de sua autoria em um trabalho de outro autor já publicado) está sujeito às sanções jurídicas que obrigam às indenizações por danos patrimoniais, uso indevido da obra ou danos morais. Porém, o sistema judiciário brasileiro é frágil nesse aspecto, pois, nem a universidade ou faculdade podem acionar judicialmente o aluno. Somente o autor da obra plagiada por recorrer à justiça. No Brasil, a entidade responsável pela catalogação dos registros bibliográficos é a Biblioteca Nacional (www.bn.br), a qual possui um Serviço de Direitos Autorais (EDA) que funciona desde 1898 registrando obras intelectuais e dando aos autores brasileiros a segurança dos direitos autorais de sua obra, de acordo com a Lei nº 9.610/98. Para esclarecer alguns aspectos importantes sobre os Direitos Autorais iremos reproduzir algumas perguntas freqüentes disponíveis no site da Biblioteca Nacional: Como e para onde devo encaminhar as obras que desejo registrar? Todas as obras a serem encaminhadas para registro deverão ser apresentadas em um exemplar legível, devidamente numerado e com cada página rubricada pelo(s) autor(es) requerente(s), e na forma encadernada para uma melhor conservação do mesmo, tendo em vista que tal cópia ficará armazenada conosco em definitivo. Logo, guarde sempre consigo, a obra original. O que é o direito de autor? É o direito que todo criador de uma obra intelectual tem sobre a sua criação. Esse direito personalíssimo, exclusivo do autor (art. 5. º, XXVII, da Constituição Federal), constituise de um direito moral (criação) e um direito patrimonial (pecuniário). Está definido por vários tratados e convenções internacionais, dentre os quais o mais significativo é a Convenção de Berna. No Brasil, a Lei nº 9.610 de 19/02/98, que regula os direitos de autor. 65 A Lei 9.610/98 vale para estrangeiros também? Sim, é claro. O direito autoral é um direito sem fronteiras. No nível internacional há várias convenções sobre direito de autor, dentre as quais a de Berna é o paradigma para a nossa legislação de regência (Lei n. º 9.610/ T r a b a l h o Acadêmico e 98). Todos os países signatários dessa convenção procuram guiar-se pelo C i e n t í f i c o princípio da reciprocidade de tratamento para os nacionais dos países integrantes da União de Berna. Assim é que os estrangeiros domiciliados no exterior gozarão da proteção assegurada nos acordos, convenções e tratados em vigor no Brasil. O que é obra inédita? Obra inédita é aquela que não haja sido objeto de publicação. O que é publicação? Publicação é o oferecimento de obra literária, artística ou científica ao conhecimento do público, com o consentimento do autor, ou de qualquer outro titular de direito de autor (herdeiros, sucessores, titulares etc.). O que é obra intelectual? A doutrina do direito autoral qualifica como obra intelectual toda aquela criação intelectual que é resultante de uma criação do espírito humano (leia-se intelecto), revestindose de originalidade, inventividade e caráter único e plasmada sobre um suporte material qualquer. O que são obras intelectuais protegidas? De acordo com o art. 7º da Lei de regência (Lei n. º 9.610/98) são obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro. Quais as obras intelectuais que são passíveis de serem protegidas pelo direito autoral? As conferências, locuções, sermões e outras obras da mesma natureza; as obras dramáticas e dramático-musicais; as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica se fixa por escrito ou por outra qualquer forma; as composições musicais tenham ou não letra (poesia); as obras audiovisuais; sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas; as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da fotografia; as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cinética; as ilustrações, cartas geográficas e outras obras da mesma natureza; os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência; as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresentadas como criação intelectual nova; as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias, dicionários, bases de dados e outras obras que, por sua seleção, organização ou disposição de seu conteúdo, constituam uma criação intelectual. O que não é protegido como direitos autorais? Dentre os vários tipos de obras elencadas pelo legislador temos: as idéias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou conceitos matemáticos como tais; os esquemas, planos ou regras para realizar atos mentais, jogos ou negócios; os formulários em branco para serem preenchidos por qualquer tipo de informação, científica ou não, e suas instruções; os textos de tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões judiciais e demais atos oficiais; as informações de uso comum tais como 66 calendários, agendas, cadastros ou legendas; os nomes e títulos isolados; o aproveitamento industrial ou comercial das idéias contidas nas obras. As idéias são protegidas pelo Direito Autoral? Não. É fundamental precisar que o Direito Autoral não protege as idéias de forma isolada, mas sim e tão-somente a forma de expressão da obra intelectual. O que é obra em co-autoria? Obra em co-autoria é aquela criada em comum, por dois ou mais autores. Quem colabora é co-autor? Não. É co-autor aquele que através de uma efetiva participação acrescentou com sua colaboração uma criação intelectual de fato à obra. O mero auxílio em tarefas nãocriadoras não constitui criação intelectual. O que faz um colaborador? O colaborador é aquele que somente auxilia o autor na produção da obra intelectual, revendo-a, atualizando-a, bem como fiscalizando-a, aconselhando sua edição ou sua apresentação pelo teatro, fotografia, cinematografia, radiodifusão sonora ou audiovisual. Portanto não se confunde com o conceito de co-autor. Ele não é um co-autor da obra intelectual. O registro é gratuito, ou é feito mediante pagamento? Não. O registro não é gratuito. Com o advento da nova Lei do Direito Autoral (9.610/ 98), cessou a gratuidade do registro. A partir da publicação do referido diploma legal, o pagamento passou a ser obrigatório. Quem tem direitos morais e patrimoniais sobre a obra? O autor. Pertencem a ele os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou. Contudo, a lei lhe faculta o direito de ceder, definitiva ou temporariamente, o direito patrimonial sobre a sua obra. O cessionário da mesma (obra), em se tratando de uma transmissão definitiva de direitos patrimoniais, denominar-se-á titular, permanecendo o autor originário como autor moral da obra, exigindo a lei que seu nome permaneça vinculado à obra. O autor pode vender seus direitos morais? Não. Os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis. É possível registrar um software no EDA/FBN? Não, o software tem sua proteção amparada pela Lei n. º 9.609/98, sendo o Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI, o órgão competente para tal registro. 67 Referências T r a b a l h o Acadêmico e Científico AMARAL, Hélio Soares do. Comunicação, pesquisa e documentação: método e técnica de trabalho acadêmico e de redação jornalística. Rio de Janeiro: Graal, 1981. ANTUNES, Celso. A Grande jogada: manual construtivista de como estudar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996. ASTI VERA, Armando. Metodologia da pesquisa científica. Porto Alegre: Globo, 1976. CARDOSO, Clodoaldo M., DOMINGUES, Muricy. O trabalho científico: fundamentos filosóficos e metodológicos. Bauru, SP: Jalouti, 1980. CARMO-NETO, Dionísio. Metodologia científica para principiantes. Salvador: Editora Universitária americana, 1992. CASTRO, Cláudio de Moura. A prática da pesquisa. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1978. CHALMERS, A.F. O Que é ciência afinal? São Paulo: Brasiliense, 1993. DANIELLI, Irene. Roteiro de estudo de metodologia científica. Brasília: Horizonte, 1980. FRAGATA, Júlio S. I. Noções de metodologia: para elaboração de um trabalho científico. 3. ed. Porto: Tavares Martins, 1980. FREIRE-MAIA, Newton. A Ciência por dentro. Petrópolis, RJ: Vozes, 1991. GALLIANO, A. Guilherme (Org.). 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Manual de estilo acadêmico: monografias, dissertações e teses. 2. ed. Salvador: EDUFBA, 2003. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas; amostragens e técnicas de pesquisa; elaboração, análise e interpretação de dados. São Paulo: Atlas, 1986. 68 MARINHO, Inezil Penna. Introdução ao estudo da metodologia científica. Brasília: Brasil, s. d. MATOS, Henrique Cristiano J. Aprenda a estudar: orientações metodológicas para o estudo. 4. ed. Petrópolis, RJ : Vozes, 1997. MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. São Paulo: Atlas, 1999. p. 137-146. MORAL, Ireneo Gonzales. Metodologia. Santander : Sal Terrae, 1955. OLIVEIRA, Silvio L. de Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisa, TGI, TQC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira, 1997. PAULI, Evaldo. Manual de metodologia científica. São Paulo: Resenha Universitária, 1976. RIBEIRO, Marco Aurélio de P. 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