ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DOS INDICADORES DE MERCADO EM EMPRESAS BRASILEIRAS QUE POSSUEM PROJETOS AMBIENTAIS ESTELAMARIS REIF FURB [email protected] SHEILA JEANE SCHULZ Universidade Regional de Blumenau [email protected] TARCÍSIO PEDRO DA SILVA Universidade Regional de BLumenau [email protected] VIVIANE THEISS Universidade Regional de Blumenau [email protected] ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DOS INDICADORES DE MERCADO EM EMPRESAS BRASILEIRAS QUE POSSUEM PROJETOS AMBIENTAIS RESUMO As empresas buscam cada vez mais melhorar a sua imagem, e uma das formas que mais vem sendo utilizada é a sustentabilidade. Neste contexto este trabalho busca analisar a eficiência da sustentabilidade ambiental dos indicadores de mercado em empresas de capital aberto brasileiras com Mecanismos de Desenvolvimento Limpo e/ou Índice de Sustentabilidade Ambiental. Para análise dos resultados utilizou-se do DEA (Análise Envoltória de Dados) por meio das variáveis: Liquidez em bolsa, Índice de Sharpe, Tracking error, Valor de Mercado e Preço da Ação pelo Valor Patrimonial. O período analisado foi dos últimos cinco anos, 2008 á 2012. A população, compreendeu as empresas de capital aberto listadas na BM&FBovespa e que apresentam projetos ativos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL). A literatura traz alguns artigos que fazer relação entre a existência de projetos de sustentabilidade ambiental e indicadores financeiros das empresas. Porém, o resultado não apresenta relação entre as mesmas. O diferencial desta pesquisa é verificar, a partir de indicadores de mercado, se há indicações de que o mercado avalia melhor empresas que possuem projetos de MDL e/ou estão listadas no ISE. Com a análise, não foi possível detectar uma influência maior do mercado na valorização destas empresas. Palavras-Chave: Mecanismo de Desenvolvimento Limpo; Índice de Sustentabilidade Empresarial; Indicadores de Mercado. EFFICIENCY ANALYSIS OF MARKET INDICATORS IN BRAZILIAN COMPANIES THAT HAVE ENVIRONMENTAL PROJECTS ABSTRACT Companies are increasingly seeking to improve its image, and one way that has been used more is sustainability. Therefore, this work seeks to analyze the efficiency of the environmental sustainability of market indicators in Brazilian companies traded on the Clean Development Mechanism and / or the Environmental Sustainability Index. For data analysis we used a DEA (Data Envelopment Analysis) on the following variables: Liquidity in the stock exchange, Sharpe ratio, tracking error, Market Value and Share Price by Asset Value. The period analyzed was the last five years, 2008 to 2012 The population understood the public companies listed on the BM & FBovespa and have active projects of the Clean Development Mechanism (CDM). The literature brings some articles that make the existence of relationship between environmental sustainability projects and financial indicators of firms. However, the result shows no relationship between them. The differential of this research is to verify from market indicators, if there are indications that the market evaluates best companies with CDM projects and / or listed on the ISE. With the analysis, it was possible to detect a greater influence on the market value of these companies. Keywords: Clean Development Mechanism; Corporate Sustainability Index; Market Indicators. 1 INTRODUÇÃO As questões ambientais, como malefícios causados pela emissão de gases como o carbono (CO2) que aumentam o efeito estufa global, estão diariamente em voga nos meios de comunicação, pois afetam toda a população que depende dos recursos naturais para sua sobrevivência. Apesar dos esforços das principais economias mundiais em encontrar um consenso sobre formas de reduzir os problemas ambientais, entre elas a comercialização de certificados de redução de emissão de carbono, ainda não houve conclusão definitiva sobre os métodos a implantar, nem o completo emprego dos métodos já existentes. Além disso, existe a necessidade de regulamentação adequada, para que os agentes interessados apresentem uma maior participação nas ações contra os problemas ambientais, e consequentemente, se evite que questões como o aquecimento global se tornem irreversíveis (GOULARTE; ALVIM, 2011). De acordo com Holliday (2001), o crescimento da sustentabilidade praticada por uma empresa pode ser considerada como prática de negócios, desde que promova e sustente a prosperidade econômica, a igualdade social, e a integração ambiental, e não somente para promover o marketing, a fim de captar mais clientes. O Protocolo de Quioto trouxe a criação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que permite a certificação de projetos elaborados pelas empresas com a finalidade de redução de emissões de carbono (CO2), conforme Goularte e Alvim (2011). Com a certificação, a redução de emissão de carbono pode ser comercializado com os países industrializados que emitem mais do que a meta de redução estipulada, e necessitam comprar créditos para que cumpram sua obrigatoriedade. Desta forma os stakeholders a cada dia se encontram mais atentos às relações entre as entidades e o meio ambiente (ALBERTON; COSTA JR, 2007). Existem grandes oportunidades de se criar valor sustentável, que é o aumento do valor dado à empresa pelo shareholder, ao mesmo que a empresa auxilia a desenvolver um mundo mais sustentável. As ideias para isso podem parecer simples, mas entender as conexões do valor sustentável não é o mesmo que implementar com sucesso as estratégias e práticas envolvidas. (HART; MILSTEIN, 2003). Neste contexto, esta pesquisa busca resposta para a seguinte questão problema: como o mercado avalia empresas de capital aberto com Mecanismos de Desenvolvimento Limpo e/ou Índice de Sustentabilidade Ambiental? E desta maneira, o objetivo do presente artigo é identificar como o mercado avalia empresas de capital aberto com Mecanismos de Desenvolvimento Limpo e/ou Índice de Sustentabilidade Ambiental. Este estudo justifica-se pela realidade das empresas brasileiras, na qual o mercado exige sua adaptação às políticas ambientais, principalmente a partir da elaboração do protocolo de Quioto, de modo a preferir o consumo de produtos de empresas que demonstram preocupação com o meio ambiente (SOARES; SILVA, 2011). Com isso, essas empresas alcançariam um resultado superior aos seus concorrentes, que perdem clientes pela falta de investimento em projetos visando melhorias ao meio que as cercam (TRIERWEILLER et al., 2011). O período utilizado compõe todos os anos que possuem projetos de mecanismos de desenvolvimento limpo, a partir de 2005 (primeiro ano com projetos aprovados), até o ano de 2012, que até o momento da coleta de dados era o último ano que possuía projetos de início aprovados. 2 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL Nas últimas décadas, o mundo começou a questionar os impactos que o desenvolvimento econômico tem trazido sobre o efeito estufa e a escassez dos recursos naturais. Devido a isso, se tornou constante a ocorrência de conferências e protocolos tratando 2 sobre esse tema, incluindo o chamado Protocolo de Quioto. Assinado em 1997, esse protocolo trata sobre redução da emissão de CO2 na atmosfera (SOARES; SILVA, 2011). A grande emissão de CO2 se deve principalmente pelo fato de que a maior parte da economia global funciona devido à queima de combustíveis fósseis, e exatamente por receio de que impor um limite à essa queima poderia afetar a atividade econômica, decidiu-se emitir certo número de permissões para emissão de gases poluentes, emitida pelos governos mundiais. Goularte e Alvim (2011) comentam em que é permitido em muitos casos negociar no mercado o excedente à meta imposta de limite de emissão de CO2. Para o Brasil, um país em desenvolvimento, não é obrigatória a redução de emissão de gases do efeito estufa, mas ela pode ser realizada de maneira voluntária, pois a obrigatoriedade ocorre essencialmente aos países desenvolvidos e industrializados (CIRMAN et al., 2009). Os autores ainda complementam que foram criados três mecanismos de mercado para atingir as metas estabelecidas pelo Protocolo de Quioto: (a) Comércio de Emissões; (b) Mecanismo de Desenvolvimento Limpo; e (c) Implementação Conjunta. Como as permissões emitidas pelos governos são limitadas, elas se tornam mais valiosas com o decorrer do tempo, por seu preço ser formado pela oferta e demanda existente (GOULARTE; ALVIM, 2011). Essa negociação, de acordo com os autores, é permitida pelo fato de que a emissão do CO2 é global e tem consequências globais similares, então o que interessa não é necessariamente quem é o poluidor e quem é o despoluidor; o importante é que as emissões fiquem, no final da equação, abaixo do limite determinado. O estudo de Gugler e Shi (2009) cita que existem diversos interesses econômicos gerados para as empresas que cumprem os requisitos de Responsabilidade Social Corporativa, como acesso mais fácil ao mercado e a financiamentos, e risco reduzido de sanções governamentais. Logo, as empresas passam por processos de reestruturação, processos inovadores e atualização tecnológica, que resultarão em maior produtividade e eficiência, compensando os custos iniciais de implantação dos processos e, segundo os autores, a competitividade sustentável é uma consequência. E as mudanças não partem somente de um ponto pré-determinado da empresa para mudanças externas relacionadas com a sustentabilidade: dentro das próprias companhias, verifica-se uma estruturação e consolidação de áreas/setores dedicados à gestão ambiental, conforme trabalho de Trierweiller et al. (2011). Os autores também afirmam que todos os níveis da organização acabam por envolver-se, em função de que haja disseminação da cultura ambiental. A Responsabilidade Social Corporativa está se tornando uma força estratégica que não só afeta a competitividade da corporação perante as outras, mas acaba por se acirrar a competitividade entre os países ou regiões onde elas essas empresas estão realizando seus negócios (GUGLER; SHI, 2009). Para os autores, a capacidade das empresas em preencher os requisitos da Responsabilidade Social Corporativa se tornou um fator cada vez mais relevante para manterem sua competitividade global, isso porque são obrigadas a seguir as regras internacionais de Responsabilidade Social Corporativa quando precisam adquirir passaporte para o mercado internacional. Desse modo, como no Brasil ainda não há uma obrigatoriedade na emissão de CO2, apresentam-se os mecanismos de desenvolvimento limpo nas empresas que acreditam neste aspecto de agregação de valor e sustentabilidade, segundo Gugler e Shi (2009). 2.1 Mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL) A principal motivação para a existência de mecanismos de desenvolvimento limpo parte da preocupação com o efeito estufa. Para Segreti e Brito (2006), o efeito estufa é basicamente a emissão de gases resultantes de queima de combustíveis fósseis, que retêm o calor e acabam por alterar o equilíbrio térmico e climático do planeta. Se, por ventura, nos 3 próximos anos não forem tomadas medidas urgentes, principalmente pelos maiores países emissores dos gases do efeito estufa, se agravarão os impactos do aquecimento global (GOULARTE; ALVIM, 2011). Conforme Soares e Silva (2011), o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL é um dispositivo no qual os países em desenvolvimento (não obrigados à redução na emissão de CO2) voluntariamente subtraem carbono da atmosfera. Com isso, recebem o Certificado de Emissões Reduzidas – CER, mais conhecido como crédito de carbono, que comercializam para os países industrializados que não tenham alcançado a meta de redução a que são obrigados, segundo os autores. Além da questão de comercialização de créditos de carbono, existe hoje uma crescente preocupação das companhias sobre a visão que os stakeholders possuem sobre elas (TRIERWEILLER et al., 2011). O período atual mostra novos comportamentos conscientes e ambientalmente responsáveis da população quanto aos produtos e serviços que consomem, logo, os autores afirmam que as ações tomadas pelas companhias no sentido de valorização ambiental como agregador de valor, torna-se uma vantagem competitiva frente aos concorrentes. Com isso, verifica-se a complexa importância da implantação de projetos ambientais, pois eles possuem o poder de afetar tanto direta quanto indiretamente a companhia. Por exemplo, por meio dos impactos financeiros dos projetos, e da visão e opinião dos stakeholders que estão a cada dia adquirindo maior consciência ambiental, já acredita-se em uma influencia nas vendas e no valor das ações da companhia. Para melhor entendimento da análise feita pelos stakeholders com base nos relatórios elaborados, temos a explanação de Hoji (2001, p. 274), que a explica como “uma técnica de análise, por meio de índices que relaciona contas e grupos de contas para extrair conclusões sobre tendências e situação econômico-financeira da empresa”. Além de valorizarem seus ideais ambientais, os stakeholders tem interesse pela situação financeira da entidade; em encontro a essa ideia, os resultados informacionais elaborados pela contabilidade são de extrema utilidade, pois as decisões de mercados podem ser influenciadas de acordo com o que é apresentado pelas demonstrações contábeis (TRAPP, 2009). Ou seja, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e demais programas e implementos ambientais adotados pelas empresas, acabam beneficiando a visão que a população e os stakeholders tem da companhia, o que acaba influenciando nos seus indicadores de mercado. 3 METODOLOGIA Com finalidade de analisar os dados, quanto aos objetivos este estudo classifica-se como uma pesquisa descritiva. Quanto aos procedimentos, a pesquisa é caracterizada como documental. E no que tange à abordagem, a pesquisa classifica-se como quantitativa. A população desta pesquisa compreende as empresas de capital aberto que apresentam projetos ativos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), listados no sítio eletrônico do Ministério da Ciência e Tecnologia. As quantidades de projetos aprovados para tais mecanismos compreendem os aprovados no período de janeiro de 2005 até o período de setembro de 2013, no qual caracterizou o montante de 307 projetos. Como neste estudo somente foram selecionadas as companhias de mercado aberto listadas na BM&FBovespa com projetos aceitos, totalizaram 42 projetos, para 20 empresas, porém dessas somente 10 empresas tem dados para o período analisado, conforme é possível ser visualizado no Quadro 1: Empresas AES Tietê S.A. BRF S.A JBS S.A. Klabin S.A. 4 Cia. Brasileira de Distribuição Cia. de Saneamento de Minas Gerais – COPASA Energias do Brasil S.A. Quadro 1: Empresas listadas com projetos de MDL aprovadas. Fonte: Dados da pesquisa. Petróleo Brasileiro S.A. Tractebel Energia S.A. Vale S.A. Além disso, também fazem parte da população as empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da BM&FBOVESPA. Em Outubro de 2013, momento da coleta, haviam 36 companhias nesse índice, porém uma delas não possuía todos os dados para análise, logo, a amostra compõem-se de 35 empresas, conforme quadro 2: Empresas AES Tietê S.A. Energias do Brasil S.A. - EDP Banco Industrial e Comercial S.A. Even Construtora e Incorporadora S.A. Banco Bradesco S.A. Fibria Celulose S.A. Banco Brasil S.A. Gerdau S.A. Banco Santander S.A. Investimentos Itau S.A. – Itausa Braskem S.A. Itau Unibanco Holding S.A. BRF S.A. Light S/A CCR S.A. Natura Cosmeticos S.A. Cia. Energética de Minas Gerais – CEMIG Oi S.A. Cia. Energética de São Paulo – CESPE Sul America S.A. Cia. Energética do Ceará – COELCE Suzano Papel e Celulose S.A. Cia. Saneamento de Minas Gerais – COPASA Telefônica Brasil S.A. Cia. Paranaense de Energia – COPEL Tim Participações S/A Cia. Saneamento Basico Est. São Paulo – SABESP Tractebel Energia S.A. CPFL Energia S.A. Ultrapar Participações S.A. Duratex S.A. Vale S.A. Eletrobras Participações S.A. Weg S.A. Eletropaulo Metrop. Elet. São Paulo S.A. Quadro 2: Empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Ambiental. Fonte: Dados da pesquisa. Analisando os quadros 1 e 2, verificamos que existem seis empresas que constam tanto no ISE quanto possuem projetos aprovados no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, conforme quadro 3. Empresas AES Tietê S.A. BRF S.A Cia. de Saneamento de Minas Gerais – COPASA Quadro 3: Empresas listadas que possuem tanto MDL quanto ISE. Fonte: Dados da pesquisa. Energias do Brasil S.A. Tractebel Energia S.A. Vale S.A. A coleta dos dados para o cálculo dos indicadores de mercado foi realizada por meio do software Economática, e contemplam o período de cinco anos, composto por 2008 a 2012. 3.1. Descrição das variáveis de estudo As variáveis utilizadas no estudo são as seguintes: Tabela 1 - Variáveis do estudo VARIÁVEL Liquidez em bolsa Índice de Sharpe MENSURAÇÃO Fórmula Fórmula TIPO Independente Independente 5 Tracking error Valor de Mercado Preço da Ação pelo Valor Patrimonial Fonte: dados da pesquisa. Fórmula Logaritmo natural Fórmula Independente Dependente Independente A variável de Liquidez em Bolsa considera o número de dias no período selecionado onde existiu pelo menos um negócio envolvendo as ações da empresa, assim como o montante do número de negócios realizados. Seu cálculo também envolve o volume em dinheiro gerado com os papéis da firma no período, pelo volume em dinheiro com todos os papéis negociados da bolsa no período (SROUR, 2005). O Índice de Sharpe, que verifica a eficiência e desempenho das ações, representa-se pela relação entre o prêmio pago pelo risco assumido no momento em que opta-se por um investimento em ações, e o prêmio oferecido por um ativo (NOGUEIRA, 2008). A fórmula desse índice, conforme FGV (2013), é IS = (RetornoMedio - RetornoMedioRF) / DP, onde o DP é o desvio padrão dos retornos, o RetornoMedio é o retorno médio da ação selecionada, e o RetornoMedioRF é o retorno médio do ativo livre de risco. O Tracking error, conforme Nogueira (2008), também chamado de erro de rastreamento, verifica a volatilidade do retorno de uma carteira em relação ao benchmark, que utiliza-se como base de benchmark o próprio indicador da Bovespa, e sua fórmula é: TE = dp x (Rc – Rb), onde dp é o desvio padrão, Rc é o retorno da carteira em análise, e Rb é o retorno do benchmark. O valor de mercado é o logaritmo natural que representa o valor que a empresa possui no mercado. Já o Preço da Ação pelo Valor patrimonial é a divisão desses dois logaritmos naturais, formando um índice próprio. O valor de mercado é utilizado como variável independente porque o estudo procura verificar como as práticas de sustentabilidade ambiental influenciam a visão do mercado quanto à empresa. 3.2. Método de análise dos dados Quanto à análise dos dados, foi utilizada a Análise Envoltória dos Dados, mais conhecida como DEA, um modelo não paramétrico que calcula a eficiência entre várias unidades de produção, considerando as entradas e as saídas para ranquear as unidades de pesquisa (SENRA et al, 2007). Leta et al. (2005) reescreve o modelo CCR em um problema de Programação Linear, conforme demonstrado: s a u Sujeito a: r i i i s r u i i n i ui i Foi rodado o DEA para cada um dos três grupos constantes no estudo, para analisar o score gerado, partindo da premissa de que o terceiro grupo, formado pelas empresas que possuem tanto Mecanismos de Desenvolvimento Limpo quanto estão listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial, se destaca entre os três grupos. Também analisou-se o 6 benchmark dos resultados, para verificar quais as empresas que servem como parâmetro para as outras do mesmo grupo. 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS Inicialmente, foi verificada a distribuição dos projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo - MDL por ano, a partir de 2005. Essa quantidade refere-se às 20 empresas da população, que eram todas as empresas que tinham projetos aprovados e faziam parte da BM&FBOVESPA. Tabela 2 - Distribuição dos projetos por ano ANO 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 TOTAL Fonte: dados da pesquisa. PROJETO 3 2 11 7 2 2 2 13 42 Pode-se notar que o ano com maior número de projetos aprovados foi o ano de 2012, em que 13 projetos de MDL foram aprovados, seguido de 2007, com 11 projetos. Porém, percebe-se que não é um aumento contínuo, pois em três dos quatro anos ocorridos entre 2007 e 2012, somente 2 projetos foram aprovados. Ou seja, apesar de 2012 ter sido o ano com mais projetos aprovados, não pode ser constatado com isso que as empresas listadas na BM&FBOVESPA estão com uma preocupação maior em obter projetos aprovados de MDL. Com os valores de cada uma das variáveis, foi rodado a Análise Envoltória dos Dados, com a intenção de verificar o índice resultante da relação entre as variáveis independentes (inputs) e a variável dependente (output). Com isso, obteve-se os resultados conforme tabela 3, que apresenta os resultados do Grupo 1, que contém as empresas com projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo aprovados: Tabela 3 – Resultado DEA – Grupo 1 Empresa AES Tietê S.A. BRF S.A Cia. Brasileira de Distribuição Cia. de Saneamento de Minas Gerais Energias do Brasil S.A. JBS S.A. Klabin S.A. Petróleo Brasileiro S.A. Tractebel Energia S.A. Vale S.A. Fonte: dados da pesquisa. 2008 Eficiente 0,10249 0,118507 0,308662 0,184932 0,131303 0,137527 Eficiente 0,289918 0,703729 2009 0,515623 0,087191 0,128859 0,168144 0,093637 0,142242 0,073023 Eficiente 0,17294 0,788735 2010 0,543681 0,116398 0,159527 0,15535 0,145869 0,101027 0,042373 Eficiente 0,256063 0,916954 2011 0,751499 0,224388 0,283791 0,13163 0,094122 0,183312 0,082596 Eficiente 0,420768 0,812964 2012 Eficiente 0,258121 0,380828 0,214685 0,076136 0,219175 0,138538 Eficiente 0,514948 Eficiente A única empresa eficiente em todos os períodos apresentados na tabela 3 é a Petróleo Brasileiro S.A, e em segundo lugar a AES Tietê S.A. que se mostrou eficiente em 2 anos porém em períodos de espaço longos, ou seja primeiro em 2008 e depois somente em 2012. Porém, é importante analisar não somente as empresas mais eficientes, mas também o grupo de eficiência, que incluem as empresas com score próximo a 1. Nesse caso, temos 7 somente a Vale S.A. com score de 0,92 no ano de 2010, que também foi a detentora dos scores mais altos fora do grupo de eficiência, com 0,81 em 2011, 0,79 em 2009 e 0,70 em 2008, juntamente com a AES Tietê em 2011, com score de 0,75. Com isso, verifica-se que a Petróleo Brasileiro, Vale S.A. e AES Tietê são as empresas que apresentam maior eficiência em seus indicadores de mercado dentre aquelas que possuem projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. O score mais alto abaixo desses foi numa janela bem maior, sendo o de 0,54 da AES Tietê em 2014. Ou seja, houve uma janela entre o score 0,54 e o 0,70, na qual não se encontra nenhuma empresa, considerando que abaixo desse resultado as demais se enquadram como menos eficientes dentro desse grupo de análise. Outra análise importante é verificar quais variáveis influenciaram no score das empresas que se mostraram 100% eficientes em cada ano. Em 2008 as empresa AES Tietê S.A e Petróleo Brasileiro S.A tornaram-se eficientes devido ao peso da variável liquidez e tracking error. Em 2009, 2010 e 2011, a empresa Petróleo Brasileiro S.A tornou-se eficiente por influência da variável liquidez. Em 2012, a empresa AES Tietê S.A tornou-se eficiente devido às variáveis liquidez, Sharpe e preço da ação pelo valor patrimonial; já a Petróleo Brasileiro S.A tornou-se eficiente também por influência da variável liquidez e da variável tracking error. O mesmo procedimento foi realizado para o grupo 2, que contém as empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da BM&FBOVESPA, conforme Tabela 4: Tabela 4 - Resultado DEA – Grupo 2 Empresa AES Tietê S.A. Banco Bradesco S.A. Banco Brasil S.A. Banco Industrial e Comercial S.A. Banco Santander S.A. Braskem S.A. BRF S.A CCR S.A. Cia. de Saneamento de Minas Gerais Cia. Energética de Minas Gerais Cia. Energética de São Paulo – CESPE Cia. Energética do Ceará - COELCE Cia. Paranaense de Energia - COPEL Cia. Saneamento Basico Est. São Paulo CPFL Energia S.A. Duratex S.A. Eletrobras Participações S.A. Eletropaulo Metrop. Elet. São Paulo S.A. Energias do Brasil S.A. Even Construtora e Incorporadora S.A. Fibria Celulose S.A. Gerdau S.A. Investimentos Itau S.A. – Itausa Itau Unibanco Holding S.A. Light S/A Natura Cosmeticos S.A. Oi S.A. Sul America S.A. Suzano Papel e Celulose S.A. Telefônica Brasil S.A. Tim Participações S/A 2008 0,054422 Eficiente 0,345165 0,039244 Eficiente 0,056957 0,068394 0,085799 0,064857 0,218156 0,095406 0,017451 0,11219 0,133566 0,158004 0,009805 Eficiente 0,05248 0,062397 0,013879 0,066261 0,441119 0,297783 Eficiente 0,054134 0,066238 0,255645 0,03962 0,067223 0,242283 0,125764 2009 0,017499 0,697213 0,403317 0,027349 Eficiente 0,058912 0,146073 0,04183 0,054435 0,17528 0,091158 0,016346 0,107911 0,142884 0,072928 0,033471 0,890373 0,041036 0,058667 0,013442 0,154561 0,325748 0,233006 0,86383 0,038407 0,017024 0,168061 0,035573 0,059031 0,269849 0,10139 2010 0,06658 0,759055 0,499877 0,034259 Eficiente 0,106126 0,138371 0,066102 0,049859 0,178678 0,103275 0,025079 0,110721 0,110352 0,091895 0,040579 0,757892 0,041663 0,056086 0,018005 0,180004 0,305827 0,255738 Eficiente 0,036045 0,069222 0,150449 0,036346 0,098215 0,378876 0,119071 2011 0,062721 0,873122 0,43664 0,04024 Eficiente 0,089373 0,141469 0,141354 0,050517 0,200427 0,097856 0,033407 0,104195 0,118223 0,139198 0,040417 0,657035 0,045629 0,047824 0,016585 0,122197 0,337898 0,277863 Eficiente 0,034934 0,114371 0,111189 0,034341 0,06832 Eficiente 0,129844 2012 0,173078 0,709681 0,430953 0,039301 Eficiente 0,088571 0,183334 0,140354 0,057317 0,157033 0,19237 0,020435 0,22115 0,12962 0,411121 0,047529 Eficiente 0,070627 0,112074 0,018047 0,118851 0,362151 Eficiente Eficiente 0,094023 0,113767 0,107286 0,039082 0,091219 Eficiente 0,404841 8 Tractebel Energia S.A. Ultrapar Participações S.A. Vale S.A. Weg S.A. Fonte: dados da pesquisa. 0,107809 0,080251 Eficiente 0,085101 0,052902 0,067487 Eficiente 0,035791 0,070468 0,068768 Eficiente 0,053446 0,095459 0,107594 Eficiente 0,094425 0,118544 0,145324 Eficiente 0,076293 Neste grupo, duas empresas demonstraram-se eficientes em todos os períodos analisados, sendo elas: Banco Santander S.A. e a Vale S.A. Porém, outras empresas se mostraram eficientes em uma quantidade menor de períodos, como o Itaú Unibanco Holding S.A., que apenas não se mostrou eficiente em 2009 (ano em que obteve o terceiro maior score da análise, de 0,86). A Telefônica Brasil e a Eletrobrás foram eficientes em 2 anos, e o Bradesco em 1 ano. No Grupo 2, não existe grupo de eficiência, pois nenhuma das empresas demonstrou um score próximo a 1, que as enquadrariam com índice de eficiência muito próxima às totalmente eficientes. O score mais próximo à 1 foi o da Eletrobrás Participações, com 0,89 em 2009, empresa que obteve índice de totalmente eficiente no ano anterior. Aliás, todas as empresas que obtiveram resultados acima de 0,70 foram consideram 100% eficientes em algum dos anos do período analisado. Uma delas, o Bradesco, obteve em todos os anos score superior à 0,70. Além dela, a Eletrobrás só obteve um score abaixo de 0,70 em 2011 (0,66, muito próximo à 0,70). Além disso, os scores abaixo de 0,50 foram decrescentes em escala proporcional, sem grandes quedas entre uma posição e outra, e incluem a maioria das empresas do grupo, consideradas menos eficientes em comparação às citadas anteriormente. Sobre as variáveis que influenciaram o score das empresas 100% eficientes, em 2008, a variável de liquidez influenciou por três vezes (Banco Bradesco, Banco Santander e Eletrobrás). Já a variável de índice de Sharpe influenciou por uma vez (Banco Bradesco). A de tracking error, por duas vezes (Banco Santander e Vale S.A). E a de preço ação, duas vezes (Eletrobrás e Itausa). No ano de 2009, tanto para o Banco Santander quanto pra Vale, as variáveis que influenciam são o tracking error e o preço de ação pelo valor patrimonial. Em 2010, para o Banco Santander, as de influência foram liquidez e preço da ação pelo valor patrimonial, para a Eletrobras fram a liquidez e o tracking error, e para a Vale foi o tracking error. Em 2011, as variáveis que mais influenciaram no resultado foram liquidez por 3 vezes (Santander, Itausa e Telefônica), preço por ação pelo valor patrimonial por 2 vezes (Santander e Telefônica), Sharpe por uma vez (Itausa e Telefônica), e tracking erro ror duas vezes (Santander e Vale). Por fim, em 2012, a liquidez teve influência em 3 vezes (Santander, Itausa e Telefônica), tracking error por 4 vezes (Santander, Itausa, Telefônica e Vale), Sharpe por 3 vezes (Eletrobras, Itausa, Telefônica), e preço da ação pelo valor patrimonial em 3 vezes (Santander, Eletrobras e Telefônica). Para o grupo 3, que é representado pelas seis empresas que possuem tanto Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, quanto estão classificadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBOVESPA, ocorreram os resultados presentes na tabela 5: Tabela 5 - Resultado DEA – Grupo 3 Empresa AES Tietê S.A. BRF S.A Cia. de Saneamento de Minas Gerais Energias do Brasil S.A. Tractebel Energia S.A. Vale S.A. Fonte: dados da pesquisa. 2008 Eficiente 0,171287 0,504556 0,305893 0,473025 Eficiente 2009 0,653735 0,146073 0,213181 0,118718 0,219583 Eficiente 2010 0,783378 0,167716 Eficiente 0,21018 0,368955 Eficiente 2011 Eficiente 0,316412 0,185251 0,132637 0,588494 Eficiente 2012 Eficiente 0,258121 0,214685 Eficiente 0,514948 Eficiente 9 Verifica-se que apenas a Vale S.A se mostrou eficiente em todos os períodos analisados. Em seguida, aparece a AES Tietê S.A mostrando-se eficiente em 3 anos (2008, 2011 e 2012). A Cia de Saneamento de Minas Gerais e a Energias do Brasil obtiveram o score superior em 1 dos anos. As empresas BRF S.A. e Vale S.A. não demonstraram o score de 100% eficiente em nenhum dos anos. Apesar de algumas empresas se destacarem em frente às demais, não há indícios de que o mercado valorize mais as empresas que possuem projetos aprovados de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Sobre as variáveis que influenciaram no resultado do ranking para o ano de 2008, para a empresa AES Tietê, as variáveis de maior influência foram a Liquidez e o tracking error. Já para a Vale S.A., a única com maior influência foi o tracking error. No ano de 2009, a única 100% eficiente foi a Vale S.A., que continuou com a influência do tracking error. Para o ano de 2010, ainda foi a Vale S.A., que tem a influência do tracking error, e a Cia. de Saneamento de Minas Gerais, que tem a influência maior da liquidez e de Sharpe. Em 2011, como empresas 100% eficientes, continuou a Vale S.A., com o tracking error influenciando o resultado, e a AES Tietê, com a liquidez e o tracking error. Em 2012, além da AES Tietê e da Vale S.A. (com as mesmas variáveis de 2011 influenciando), ainda apareceu a Energias do Brasil, influenciada pelo índice de sharpe, liquidez e preço da ação pelo valor patrimonial. A tabela 6 apresentam os benchmarks do Grupo 1, que basicamente demonstra, para as empresas que não atingiram o nível máximo de eficiência, com qual as empresas 100% eficientes elas se comparam. Tabela 6 - Resultado Benchmark – Grupo 1 2012 Empresa (Abreviação) AES Tietê S.A. (A) St. 2011 2010 2009 2008 Bch. St. Bch. St. Bch. St. Bch. St. Bch. Ef A 0,751 P 0,544 P 0,516 P Ef A BRF S.A (B) 0,258 A; V 0,224 P 0,116 P 0,087 P 0,106 A; C2; P Cia. Brasileira de Distribuição (C1) 0,381 A; V 0,316 P 0,160 P 0,129 P 0,119 A; P Cia. de S. de MG - COPASA (C2) 0,215 A; V 0,132 P Ef C2 0,168 P Ef C2 Ef E 0,094 P 0,146 P 0,094 P 0,213 A; C2; P JBS S.A. (J) 0,219 A; V 0,183 P 0,104 C2; P 0,142 P 0,131 A; P Klabin S.A.(K) Energias do Brasil S.A.(E) 0,139 A; V 0,083 P 0,042 P 0,073 P Ef K Petróleo Brasileiro S.A.(P) Ef P Ef P Ef P Ef P Ef P Tractebel Energia S.A.(T) 0,515 A; V 0,421 P 0,256 P 0,173 P 0,290 A; P Ef V Ef V 0,917 P 0,789 P Ef V Vale S.A.(V) Fonte: dados da pesquisa. Quando analisamos o benchmark, obtém-se o seguinte resultado. No ano de 2012, as empresas AES Tietê S.A e Vale S.A aparecem 7 vezes cada, e Energias do Brasil S.A e Petróleo Brasileiro S.A aparecem apenas 1 vez cada. Em 2011, a Petróleo Brasileiro S.A aparece 9 vezes e Vale S.A apenas 1 vez, já em 2010 a Petróleo Brasileiro S.A aparece 9 vezes e Cia. de S. de MG – COPASA 2 vezes. Para o ano de 2009, apenas a Petróleo Brasileiro S.A aparece 9 vezes. E por fim, em 2008 tem-se a AES Tietê S.A e Petróleo Brasileiro S.A aparecendo 6 vezes cada, a Cia. de S. de MG – COPASA aparece 3 vezes e Klabin S.A e Vale S.A. aparecem só 1 vez cada. Com isso, verifica-se que as empresas comparam-se em sua maioria com a Petróleo Brasileiro, com a Vale e com a AES Tietê. Analisando as empresas em um período temporal (por ano) obtêm-se os seguintes resultados: 2012 possui 3 empresas eficientes (A,E e V), 2011 possui 2 empresas eficientes (A 10 e V), 2010 possui 2 empresas eficientes (C e V), 2009 possui apenas uma empresa eficiente (V) e finalmente 2008 apresenta 3 empresas eficientes (A, C e V). A Tabela 7 apresenta os resultados do Benchmark para o Grupo 2. Tabela 7 - Resultado Benchmark – Grupo 2 2012 Empresa (Abreviação) 2011 2010 2009 2008 St. Bch. St. Bch. St. Bch. St. Bch St. Bch. AES Tietê S.A.(A) 0,095 E2; I1; T 0,063 I1; T 0,067 0,017 B4; I1 0,710 I1; V 0,873 I1; V 0,730 B4 B4; V 0,054 Banco Bradesco S.A.(B1) B4; I1 E1; I1; O; V Ef B1 Banco Brasil S.A.B2) Banco Industrial e Comercial S.A.(B3) 0,431 V 0,438 E1; V 0,500 V 0,403 0,345 B4; IV; V 0,036 B4; E1; T Ef B3 0,034 B4; I1 0,027 V B4; V Ef B3 Ef Ef B4 Ef B4; I1 Ef Ef B4 0,100 E1; I1; V 0,106 B4; I1; V 0,059 B4 B4; V 0,777 D; S1 V B4; V B4; V B4; V 0,068 B4; I1; V 0,086 0,228 B1; V B3; D; I1; V B3; B4; I1; V V B4; V B4; V B4; V B4; V B4; V 0,134 B3; B4; V 0,017 B4; I1; V 0,112 0,141 B4; I1; V B3; B4; I1; V 0,158 B4; V 1,000 D; S1 V B4; V B4; V B4; V Ef E1 0,052 B4; I1; V B3; B4; I1; V Banco Santander S.A.(B4) 0,697 Braskem S.A.(B5) 0,076 B4; E1; T B4; E1; I1; V BRF S.A(B6) 0,173 E2; I1; V 0,141 I1; V 0,138 B4; I1; V 0,146 CCR S.A.(C) 0,140 I1; V 0,096 I1; V 0,066 I1; V 0,042 Cia. de S. de MG - COPASA(C1) 0,057 B4; I1; V 0,051 B4; I1; V 0,128 B4; G; O 0,054 Cia. Energ. de MG – CEMIG(C2) 0,157 0,200 I1; T 0,179 B4; I1 0,175 Cia. Energ. de SP – CESPE(C3) 0,156 B4; I1; V B4; E1; I1; T 0,098 B4; I1; V 0,103 B4; V 0,091 Cia. Energ. do CE - COELCE(C4) 0,020 0,033 I1; T Ef C4 0,016 Cia. Par.de Energia - COPEL(C5) Cia. S. Basico Est. SP SABESP(C6) 0,235 B4; I1; V E1; E2; I1; T 0,105 E1; I1; V 0,111 B4; V 0,108 0,130 B4; I1; V 0,118 B4; I1; V 0,110 B4; I1; V 0,143 CPFL Energia S.A.(C7) 0,496 E2; I1; V 0,139 0,092 IV; V 0,073 Duratex S.A.(D) 0,048 Ef B4; I1; V 0,047 I1; V E1; I1; S1; V 0,041 B4; I1; V 0,033 E1 Ef E1 Ef E1 0,890 0,046 B4; I1; V 0,042 B4; I1; V 0,041 0,048 B4; I1; V 0,056 B4; I1; V 0,059 Eletrobras Participações S.A.(E1) Ef Eletropaulo M. Elet. SP S.A.(E2) Energias do Brasil S.A.(E3) 0,054 E2 E1; E2; I1; V Even Const. e Inc. S.A.(E4) 0,018 B4; I1; V 0,019 E1; I1; S1; 0,016 B4; I1; V 0,013 Fibria Celulose S.A.(F) 0,119 B4; I1; V 0,180 0,177 E1; V 0,155 Gerdau S.A.(G) 0,362 B4; I1; V 0,613 E1; I1; V B3; B4; I1; S1 Ef G 0,326 Investimentos Itau S.A. – Itausa(I) 0,424 E2; V 0,256 I1; V 0,256 V 0,233 Ef I1; V Ef I1 Ef I1; V 0,864 Light S/A(L) 0,088 E2; I1; T 0,035 B4; I1; V 0,036 B4; I1; V 0,038 Natura Cosmeticos S.A.(N) 0,114 I1; V 0,073 I1; S1; V1 0,069 I1; V 0,017 Oi S.A.(O) 0,107 B4; I1; V 0,121 E1; I1; V Ef O 0,168 Sul America S.A.(S) 0,039 0,034 E1; I1; V 0,036 B4; I1; V 0,036 Suzano Papel e Celulose S.A.(S1) 0,079 B4; I1; V B4; E1; V Ef S1 0,093 B4; E1; V 0,059 Ef T 0,379 0,270 0,130 B4; I1; V 0,123 B4; I1 B4; E1; I1; O 0,095 I1; V 0,070 I1; V 0,053 Itau Unibanco Holding S.A.(I1) Telefônica Brasil S.A.(T) Ef Tim Participações S/A(T1) 0,158 T E1; E2; I1; V Tractebel Energia S.A.(T2) 0,108 E2; I1; V 0,101 0,172 0,065 Ef B4 B4; V 0,126 0,558 E4 B3; D; I1; V B3; D; I1; V V B4; V B4; V B4; V B4; V B4; V B4; V 0,291 B4; I1; V Ef I1 0,054 B4; I1; V 0,066 B4; V 0,256 0,183 B4; I1; V B3; D; I1; V Ef S1 B4 B4; V B4; V 0,240 B4; I1; V 0,108 B4; I1; V 0,108 B4; V 11 Ultrapar Participações S.A.(U) 0,145 I1; V 0,108 I1; V 0,069 I1; V 0,067 Vale S.A.(V) Ef V Ef V Ef V Ef Weg S.A.(W) 0,076 I1; V 0,088 B3; B4; V 0,053 I1; V 0,036 B4; V V B4; V 0,082 B3; B4; I1; V Ef V 0,085 B4; V Fonte: dados da pesquisa. Quando comparadas com o Benchmark, obtém-se o seguinte resultado. Para o ano de 2012 as seguintes empresas aparecem nessa quantidade: B4 15 vezes, E2 10 vezes, I1 25 vezes, T 7 vezes, V 26 vezes, e E1 9 vezes. 2011 tem-se I1 26 vezes, T 4 vezes, V 23 vezes, E1 9 vezes, B3 3 vezes, B4 10 vezes, S1 5 vezes, V1 apenas 1 vez. 2010 tem-se, B4 18 vezes, I1 21 vezes, E1 5 vezes, O 4 vezes, V 24 vezes, C4 1 vez, IV 1 vez e por fim G aparece 2 vezes. 2009 apenas duas empresas apresentam-se sendo B4 28 vezes e V 31 vezes. O último ano que é 2008 tem-se, B4 19 vezes, I1 18 vezes, B1 2 vezes, IV 1 vez, V 25 vezes, B3 10 vezes, D 6 vezes, S1 3 vezes, e por fim E1 e E4 aparecem apenas 1 vez. Ou seja, o Banco Santander, o Itau Unibanco Holding S.A. e a Vale S.A. são as empresas às quais mais as demais empresas se comparam. Analisando as empresas em um período temporal (por ano) obtêm-se os seguintes resultados: 2012 possui 3 empresas eficientes (A, E e V), 2011 possui 2 empresas eficientes (A e V), 2010 possui 2 empresas eficientes (C e V), 2009 possui apenas uma empresa eficiente (V) e finalmente 2008 apresenta 3 empresas eficientes (A, C e V). As empresas que mais se destacam como referências são A e V alternativamente. Já a tabela 8 demonstra o Benchmark do Grupo 3: Tabela 8 - Resultado Benchmark – Grupo 3 2012 2011 2010 2009 2008 Empresa St. Bch. St. Bch. St. Bch. St. Bch. St. Bch. AES Tietê S.A.(A) Ef Ef 0,783378 V 0,653735 V Ef A BRF S.A(B) 0,258121 0,167716 V 0,146073 V 0,175159 A; C; V Cia. de S. - COPASA(C) 0,214685 A A; V A; V Ef C 0,213181 V Ef C Energias do Brasil S.A.(E) Ef 0,21018 V 0,118718 V 0,337943 A; C; V Tractebel Energia S.A.(T) 0,368955 V 0,219583 V 0,473025 A; V Vale S.A.(V) Ef V Ef V Ef V 0,132637 0,514948 E A; V 0,587088 A A; V A; V A; V A; V Ef V Ef V 0,316412 0,185251 Fonte: dados da pesquisa. Quando comparadas com o Benchmark obtém-se o seguinte resultado. Para o ano de 2012 as seguintes empresas aparecem, B4 15 vezes, E2 10 vezes, I1 25 vezes, T 7 vezes, V 26 vezes, e E1 9 vezes. 2011 tem-se I1 26 vezes, T 4 vezes, V 23 vezes, E1 9 vezes, B3 3 vezes, B4 10 vezes, S1 5 vezes, V1 apenas 1 vez. 2010 tem-se, B4 18 vezes, I1 21 vezes, E1 5 vezes, O 4 vezes, V 24 vezes, C4 1 vez, IV 1 vez e por fim G aparece 2 vezes. 2009 apenas duas empresas apresentam-se sendo B4 28 vezes e V 31 vezes. O último ano que é 2008 tem-se, B4 19 vezes, I1 18 vezes, B1 2 vezes, IV 1 vez, V 25 vezes, B3 10 vezes, D 6 vezes, S1 3 vezes, e por fim E1 e E4 aparecem apenas 1 vez. Ou seja, as empresas que mais são comparáveis com as demais são a AES Tietê e a Vale. Analisando as empresas em um período temporal (por ano) obtêm-se os seguintes resultados: 2012 possui 3 empresas eficientes (A, E e V), 2011 possui 2 empresas eficientes (A e V), 2010 possui 2 empresas eficientes (C e V), 2009 possui apenas uma empresa 12 eficiente (V) e finalmente 2008 apresenta 3 empresas eficientes (A, C e V). As empresas que mais se destacam como referências são A e V alternativamente. Alguns estudos anteriores demonstram pontos de comparação com o presente estudo. Rover et al. (2008) analisam as empresas listadas no ISE, ou seja, as constantes no Grupo 2 desse artigo, concluindo que em sua maioria os custos ambientais que predominam são os de danos ambientais, muitas vezes decorrentes de multas por emissão de gases, por exemplo, o que é exatamente a prioridade dos projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, que se preocupam com a neutralização da emissão do carbono, e cujas empresas constam no nosso Grupo 1 de análise. Já Cavalcante, Bruni e Costa (2009) também procuraram fazer a relação entre as empresas presentes no ISE e como o mercado as vê. Porém o método de análise deles foi verificar o valor das ações das empresas constantes no ISE. Porém, em comparação com outras carteiras, não foi possível detectar uma influência maior do mercado na valorização das empresas por elas possuírem preocupações e projetos ambientais. Comparando os resultados alcançados, verifica-se que algumas empresas se destacam frente às outras por seus indicadores de mercado, porém não há indícios entre os grupos de que o fato de a empresa possuir projetos ambientais as destaque das demais. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo dessa pesquisa foi identificar como o mercado avalia empresas de capital aberto que possuem Mecanismos de Desenvolvimento Limpo e/ou Índice de Sustentabilidade Ambiental, e para isso foi utilizada a Análise Envoltória dos Dados, que verifica o índice resultante da relação entre as variáveis independentes (inputs) e a variável dependente (output). Percebe-se que no ano de 2012 as empresas listadas na BM&FBOVESPA tiveram uma preocupação maior em obter projetos aprovados de MDL. Também foi identificado que as empresas do grupo 3 que representam as empresas que possuem tanto Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, quanto estão classificadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBOVESPA demonstraram eficiência com mais frequência e também quando analisadas pelo Resultado Benchmark se mostram como referências mais citadas. Um dos resultados alcançados, analisando-se as empresas mais eficientes em todos os períodos analisados, encontrou-se que no Grupo 1 foi a Petrobras, no Grupo 2 o Santander e a Vale, e no Grupo 3 a Vale. Os indicadores de mercado dessas empresas tem uma valorização superior às outras, nota-se principalmente por não existir grupo de eficiência, que ocorre quando mais empresas não alcançam score 1 mas sim valores bem próximos a isso. Também analisou-se o benchmark, que basicamente demonstra, para as empresas que não atingiram o nível máximo de eficiência, com qual as empresas 100% eficientes elas se comparam. No Grupo 1, as empresas de maior comparabilidade foram a AES e a Vale, no Grupo 2 foram o Banco Santander, o Itau Unibanco Holding S.A. e a Vale S.A., e no Grupo 3 foram o Petróleo Brasileiro, a Vale e a AES Tietê. Comparando os resultados alcançados, verifica-se que algumas empresas se destacam frente às outras por seus indicadores de mercado, porém não há indícios entre os grupos de que o fato de a empresa possuir projetos ambientais as destaque das demais. As limitações deste estudo dão se pela amostra de empresas de capital aberto listadas na BM&FBovespa e que apresentavam projetos ativos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL). Outra limitação é a técnica utilizada para se alcançar os resultados. Considerase que estas limitações fornecem base para futuras pesquisas. A partir do objetivo dessa pesquisa buscou-se identificar a eficiência da sustentabilidade ambiental dos indicadores de mercado em empresas de capital aberto 13 brasileiras com Mecanismos de Desenvolvimento Limpo e/ou Índice de Sustentabilidade Ambiental analisado pelo DEA. A relevância da pesquisa é analisar do ponto de vista diferenciado a influência dos projetos de sustentabilidade ambiental. A literatura traz alguns artigos que fazer relação entre a existência de projetos de sustentabilidade ambiental e indicadores financeiros das empresas. Porém, o resultado não apresenta relação entre as mesmas. O diferencial desta pesquisa é verificar, a partir de indicadores de mercado, se há indicações de que o mercado avalia melhor empresas que possuem projetos de MDL e/ou estão listadas no ISE. Com a análise, não foi possível detectar uma influência maior do mercado na valorização das empresas por elas possuírem preocupações e projetos ambientais. REFERÊNCIAS ALBERTON, A; COSTA JUNIOR, N. 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