ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DOS INDICADORES DE
MERCADO EM EMPRESAS BRASILEIRAS QUE POSSUEM
PROJETOS AMBIENTAIS
ESTELAMARIS REIF
FURB
[email protected]
SHEILA JEANE SCHULZ
Universidade Regional de Blumenau
[email protected]
TARCÍSIO PEDRO DA SILVA
Universidade Regional de BLumenau
[email protected]
VIVIANE THEISS
Universidade Regional de Blumenau
[email protected]
ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DOS INDICADORES DE MERCADO EM EMPRESAS
BRASILEIRAS QUE POSSUEM PROJETOS AMBIENTAIS
RESUMO
As empresas buscam cada vez mais melhorar a sua imagem, e uma das formas que mais vem
sendo utilizada é a sustentabilidade. Neste contexto este trabalho busca analisar a eficiência
da sustentabilidade ambiental dos indicadores de mercado em empresas de capital aberto
brasileiras com Mecanismos de Desenvolvimento Limpo e/ou Índice de Sustentabilidade
Ambiental. Para análise dos resultados utilizou-se do DEA (Análise Envoltória de Dados) por
meio das variáveis: Liquidez em bolsa, Índice de Sharpe, Tracking error, Valor de Mercado e
Preço da Ação pelo Valor Patrimonial. O período analisado foi dos últimos cinco anos, 2008 á
2012. A população, compreendeu as empresas de capital aberto listadas na BM&FBovespa e
que apresentam projetos ativos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL). A
literatura traz alguns artigos que fazer relação entre a existência de projetos de
sustentabilidade ambiental e indicadores financeiros das empresas. Porém, o resultado não
apresenta relação entre as mesmas. O diferencial desta pesquisa é verificar, a partir de
indicadores de mercado, se há indicações de que o mercado avalia melhor empresas que
possuem projetos de MDL e/ou estão listadas no ISE. Com a análise, não foi possível detectar
uma influência maior do mercado na valorização destas empresas.
Palavras-Chave: Mecanismo de Desenvolvimento Limpo; Índice de Sustentabilidade
Empresarial; Indicadores de Mercado.
EFFICIENCY ANALYSIS OF MARKET INDICATORS IN BRAZILIAN
COMPANIES THAT HAVE ENVIRONMENTAL PROJECTS
ABSTRACT
Companies are increasingly seeking to improve its image, and one way that has been used
more is sustainability. Therefore, this work seeks to analyze the efficiency of the
environmental sustainability of market indicators in Brazilian companies traded on the Clean
Development Mechanism and / or the Environmental Sustainability Index. For data analysis
we used a DEA (Data Envelopment Analysis) on the following variables: Liquidity in the
stock exchange, Sharpe ratio, tracking error, Market Value and Share Price by Asset Value.
The period analyzed was the last five years, 2008 to 2012 The population understood the
public companies listed on the BM & FBovespa and have active projects of the Clean
Development Mechanism (CDM). The literature brings some articles that make the existence
of relationship between environmental sustainability projects and financial indicators of firms.
However, the result shows no relationship between them. The differential of this research is to
verify from market indicators, if there are indications that the market evaluates best
companies with CDM projects and / or listed on the ISE. With the analysis, it was possible to
detect a greater influence on the market value of these companies.
Keywords: Clean Development Mechanism; Corporate Sustainability Index; Market
Indicators.
1 INTRODUÇÃO
As questões ambientais, como malefícios causados pela emissão de gases como o
carbono (CO2) que aumentam o efeito estufa global, estão diariamente em voga nos meios de
comunicação, pois afetam toda a população que depende dos recursos naturais para sua
sobrevivência. Apesar dos esforços das principais economias mundiais em encontrar um
consenso sobre formas de reduzir os problemas ambientais, entre elas a comercialização de
certificados de redução de emissão de carbono, ainda não houve conclusão definitiva sobre os
métodos a implantar, nem o completo emprego dos métodos já existentes. Além disso, existe
a necessidade de regulamentação adequada, para que os agentes interessados apresentem uma
maior participação nas ações contra os problemas ambientais, e consequentemente, se evite
que questões como o aquecimento global se tornem irreversíveis (GOULARTE; ALVIM,
2011).
De acordo com Holliday (2001), o crescimento da sustentabilidade praticada por uma
empresa pode ser considerada como prática de negócios, desde que promova e sustente a
prosperidade econômica, a igualdade social, e a integração ambiental, e não somente para
promover o marketing, a fim de captar mais clientes.
O Protocolo de Quioto trouxe a criação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
(MDL), que permite a certificação de projetos elaborados pelas empresas com a finalidade de
redução de emissões de carbono (CO2), conforme Goularte e Alvim (2011). Com a
certificação, a redução de emissão de carbono pode ser comercializado com os países
industrializados que emitem mais do que a meta de redução estipulada, e necessitam comprar
créditos para que cumpram sua obrigatoriedade. Desta forma os stakeholders a cada dia se
encontram mais atentos às relações entre as entidades e o meio ambiente (ALBERTON;
COSTA JR, 2007).
Existem grandes oportunidades de se criar valor sustentável, que é o aumento do valor
dado à empresa pelo shareholder, ao mesmo que a empresa auxilia a desenvolver um mundo
mais sustentável. As ideias para isso podem parecer simples, mas entender as conexões do
valor sustentável não é o mesmo que implementar com sucesso as estratégias e práticas
envolvidas. (HART; MILSTEIN, 2003).
Neste contexto, esta pesquisa busca resposta para a seguinte questão problema: como
o mercado avalia empresas de capital aberto com Mecanismos de Desenvolvimento Limpo
e/ou Índice de Sustentabilidade Ambiental? E desta maneira, o objetivo do presente artigo é
identificar como o mercado avalia empresas de capital aberto com Mecanismos de
Desenvolvimento Limpo e/ou Índice de Sustentabilidade Ambiental.
Este estudo justifica-se pela realidade das empresas brasileiras, na qual o mercado
exige sua adaptação às políticas ambientais, principalmente a partir da elaboração do
protocolo de Quioto, de modo a preferir o consumo de produtos de empresas que demonstram
preocupação com o meio ambiente (SOARES; SILVA, 2011). Com isso, essas empresas
alcançariam um resultado superior aos seus concorrentes, que perdem clientes pela falta de
investimento em projetos visando melhorias ao meio que as cercam (TRIERWEILLER et al.,
2011). O período utilizado compõe todos os anos que possuem projetos de mecanismos de
desenvolvimento limpo, a partir de 2005 (primeiro ano com projetos aprovados), até o ano de
2012, que até o momento da coleta de dados era o último ano que possuía projetos de início
aprovados.
2 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
Nas últimas décadas, o mundo começou a questionar os impactos que o
desenvolvimento econômico tem trazido sobre o efeito estufa e a escassez dos recursos
naturais. Devido a isso, se tornou constante a ocorrência de conferências e protocolos tratando
2
sobre esse tema, incluindo o chamado Protocolo de Quioto. Assinado em 1997, esse protocolo
trata sobre redução da emissão de CO2 na atmosfera (SOARES; SILVA, 2011).
A grande emissão de CO2 se deve principalmente pelo fato de que a maior parte da
economia global funciona devido à queima de combustíveis fósseis, e exatamente por receio
de que impor um limite à essa queima poderia afetar a atividade econômica, decidiu-se emitir
certo número de permissões para emissão de gases poluentes, emitida pelos governos
mundiais. Goularte e Alvim (2011) comentam em que é permitido em muitos casos negociar
no mercado o excedente à meta imposta de limite de emissão de CO2.
Para o Brasil, um país em desenvolvimento, não é obrigatória a redução de emissão de
gases do efeito estufa, mas ela pode ser realizada de maneira voluntária, pois a
obrigatoriedade ocorre essencialmente aos países desenvolvidos e industrializados (CIRMAN
et al., 2009). Os autores ainda complementam que foram criados três mecanismos de mercado
para atingir as metas estabelecidas pelo Protocolo de Quioto: (a) Comércio de Emissões; (b)
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo; e (c) Implementação Conjunta.
Como as permissões emitidas pelos governos são limitadas, elas se tornam mais
valiosas com o decorrer do tempo, por seu preço ser formado pela oferta e demanda existente
(GOULARTE; ALVIM, 2011). Essa negociação, de acordo com os autores, é permitida pelo
fato de que a emissão do CO2 é global e tem consequências globais similares, então o que
interessa não é necessariamente quem é o poluidor e quem é o despoluidor; o importante é
que as emissões fiquem, no final da equação, abaixo do limite determinado.
O estudo de Gugler e Shi (2009) cita que existem diversos interesses econômicos
gerados para as empresas que cumprem os requisitos de Responsabilidade Social Corporativa,
como acesso mais fácil ao mercado e a financiamentos, e risco reduzido de sanções
governamentais. Logo, as empresas passam por processos de reestruturação, processos
inovadores e atualização tecnológica, que resultarão em maior produtividade e eficiência,
compensando os custos iniciais de implantação dos processos e, segundo os autores, a
competitividade sustentável é uma consequência.
E as mudanças não partem somente de um ponto pré-determinado da empresa para
mudanças externas relacionadas com a sustentabilidade: dentro das próprias companhias,
verifica-se uma estruturação e consolidação de áreas/setores dedicados à gestão ambiental,
conforme trabalho de Trierweiller et al. (2011). Os autores também afirmam que todos os
níveis da organização acabam por envolver-se, em função de que haja disseminação da
cultura ambiental.
A Responsabilidade Social Corporativa está se tornando uma força estratégica que não
só afeta a competitividade da corporação perante as outras, mas acaba por se acirrar a
competitividade entre os países ou regiões onde elas essas empresas estão realizando seus
negócios (GUGLER; SHI, 2009). Para os autores, a capacidade das empresas em preencher os
requisitos da Responsabilidade Social Corporativa se tornou um fator cada vez mais relevante
para manterem sua competitividade global, isso porque são obrigadas a seguir as regras
internacionais de Responsabilidade Social Corporativa quando precisam adquirir passaporte
para o mercado internacional. Desse modo, como no Brasil ainda não há uma obrigatoriedade
na emissão de CO2, apresentam-se os mecanismos de desenvolvimento limpo nas empresas
que acreditam neste aspecto de agregação de valor e sustentabilidade, segundo Gugler e Shi
(2009).
2.1 Mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL)
A principal motivação para a existência de mecanismos de desenvolvimento limpo
parte da preocupação com o efeito estufa. Para Segreti e Brito (2006), o efeito estufa é
basicamente a emissão de gases resultantes de queima de combustíveis fósseis, que retêm o
calor e acabam por alterar o equilíbrio térmico e climático do planeta. Se, por ventura, nos
3
próximos anos não forem tomadas medidas urgentes, principalmente pelos maiores países
emissores dos gases do efeito estufa, se agravarão os impactos do aquecimento global
(GOULARTE; ALVIM, 2011).
Conforme Soares e Silva (2011), o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL é
um dispositivo no qual os países em desenvolvimento (não obrigados à redução na emissão de
CO2) voluntariamente subtraem carbono da atmosfera. Com isso, recebem o Certificado de
Emissões Reduzidas – CER, mais conhecido como crédito de carbono, que comercializam
para os países industrializados que não tenham alcançado a meta de redução a que são
obrigados, segundo os autores.
Além da questão de comercialização de créditos de carbono, existe hoje uma crescente
preocupação das companhias sobre a visão que os stakeholders possuem sobre elas
(TRIERWEILLER et al., 2011). O período atual mostra novos comportamentos conscientes e
ambientalmente responsáveis da população quanto aos produtos e serviços que consomem,
logo, os autores afirmam que as ações tomadas pelas companhias no sentido de valorização
ambiental como agregador de valor, torna-se uma vantagem competitiva frente aos
concorrentes.
Com isso, verifica-se a complexa importância da implantação de projetos ambientais,
pois eles possuem o poder de afetar tanto direta quanto indiretamente a companhia. Por
exemplo, por meio dos impactos financeiros dos projetos, e da visão e opinião dos
stakeholders que estão a cada dia adquirindo maior consciência ambiental, já acredita-se em
uma influencia nas vendas e no valor das ações da companhia.
Para melhor entendimento da análise feita pelos stakeholders com base nos relatórios
elaborados, temos a explanação de Hoji (2001, p. 274), que a explica como “uma técnica de
análise, por meio de índices que relaciona contas e grupos de contas para extrair conclusões
sobre tendências e situação econômico-financeira da empresa”. Além de valorizarem seus
ideais ambientais, os stakeholders tem interesse pela situação financeira da entidade; em
encontro a essa ideia, os resultados informacionais elaborados pela contabilidade são de
extrema utilidade, pois as decisões de mercados podem ser influenciadas de acordo com o que
é apresentado pelas demonstrações contábeis (TRAPP, 2009).
Ou seja, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e demais programas e implementos
ambientais adotados pelas empresas, acabam beneficiando a visão que a população e os
stakeholders tem da companhia, o que acaba influenciando nos seus indicadores de mercado.
3 METODOLOGIA
Com finalidade de analisar os dados, quanto aos objetivos este estudo classifica-se
como uma pesquisa descritiva. Quanto aos procedimentos, a pesquisa é caracterizada como
documental. E no que tange à abordagem, a pesquisa classifica-se como quantitativa.
A população desta pesquisa compreende as empresas de capital aberto que apresentam
projetos ativos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), listados no sítio
eletrônico do Ministério da Ciência e Tecnologia.
As quantidades de projetos aprovados para tais mecanismos compreendem os
aprovados no período de janeiro de 2005 até o período de setembro de 2013, no qual
caracterizou o montante de 307 projetos. Como neste estudo somente foram selecionadas as
companhias de mercado aberto listadas na BM&FBovespa com projetos aceitos, totalizaram
42 projetos, para 20 empresas, porém dessas somente 10 empresas tem dados para o período
analisado, conforme é possível ser visualizado no Quadro 1:
Empresas
AES Tietê S.A.
BRF S.A
JBS S.A.
Klabin S.A.
4
Cia. Brasileira de Distribuição
Cia. de Saneamento de Minas Gerais – COPASA
Energias do Brasil S.A.
Quadro 1: Empresas listadas com projetos de MDL aprovadas.
Fonte: Dados da pesquisa.
Petróleo Brasileiro S.A.
Tractebel Energia S.A.
Vale S.A.
Além disso, também fazem parte da população as empresas listadas no Índice de
Sustentabilidade Empresarial (ISE), da BM&FBOVESPA. Em Outubro de 2013, momento da
coleta, haviam 36 companhias nesse índice, porém uma delas não possuía todos os dados para
análise, logo, a amostra compõem-se de 35 empresas, conforme quadro 2:
Empresas
AES Tietê S.A.
Energias do Brasil S.A. - EDP
Banco Industrial e Comercial S.A.
Even Construtora e Incorporadora S.A.
Banco Bradesco S.A.
Fibria Celulose S.A.
Banco Brasil S.A.
Gerdau S.A.
Banco Santander S.A.
Investimentos Itau S.A. – Itausa
Braskem S.A.
Itau Unibanco Holding S.A.
BRF S.A.
Light S/A
CCR S.A.
Natura Cosmeticos S.A.
Cia. Energética de Minas Gerais – CEMIG
Oi S.A.
Cia. Energética de São Paulo – CESPE
Sul America S.A.
Cia. Energética do Ceará – COELCE
Suzano Papel e Celulose S.A.
Cia. Saneamento de Minas Gerais – COPASA
Telefônica Brasil S.A.
Cia. Paranaense de Energia – COPEL
Tim Participações S/A
Cia. Saneamento Basico Est. São Paulo – SABESP
Tractebel Energia S.A.
CPFL Energia S.A.
Ultrapar Participações S.A.
Duratex S.A.
Vale S.A.
Eletrobras Participações S.A.
Weg S.A.
Eletropaulo Metrop. Elet. São Paulo S.A.
Quadro 2: Empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Ambiental.
Fonte: Dados da pesquisa.
Analisando os quadros 1 e 2, verificamos que existem seis empresas que constam tanto
no ISE quanto possuem projetos aprovados no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo,
conforme quadro 3.
Empresas
AES Tietê S.A.
BRF S.A
Cia. de Saneamento de Minas Gerais – COPASA
Quadro 3: Empresas listadas que possuem tanto MDL quanto ISE.
Fonte: Dados da pesquisa.
Energias do Brasil S.A.
Tractebel Energia S.A.
Vale S.A.
A coleta dos dados para o cálculo dos indicadores de mercado foi realizada por meio
do software Economática, e contemplam o período de cinco anos, composto por 2008 a 2012.
3.1. Descrição das variáveis de estudo
As variáveis utilizadas no estudo são as seguintes:
Tabela 1 - Variáveis do estudo
VARIÁVEL
Liquidez em bolsa
Índice de Sharpe
MENSURAÇÃO
Fórmula
Fórmula
TIPO
Independente
Independente
5
Tracking error
Valor de Mercado
Preço da Ação pelo Valor Patrimonial
Fonte: dados da pesquisa.
Fórmula
Logaritmo natural
Fórmula
Independente
Dependente
Independente
A variável de Liquidez em Bolsa considera o número de dias no período selecionado
onde existiu pelo menos um negócio envolvendo as ações da empresa, assim como o
montante do número de negócios realizados. Seu cálculo também envolve o volume em
dinheiro gerado com os papéis da firma no período, pelo volume em dinheiro com todos os
papéis negociados da bolsa no período (SROUR, 2005).
O Índice de Sharpe, que verifica a eficiência e desempenho das ações, representa-se
pela relação entre o prêmio pago pelo risco assumido no momento em que opta-se por um
investimento em ações, e o prêmio oferecido por um ativo (NOGUEIRA, 2008). A fórmula
desse índice, conforme FGV (2013), é IS = (RetornoMedio - RetornoMedioRF) / DP, onde o
DP é o desvio padrão dos retornos, o RetornoMedio é o retorno médio da ação selecionada, e
o RetornoMedioRF é o retorno médio do ativo livre de risco.
O Tracking error, conforme Nogueira (2008), também chamado de erro de
rastreamento, verifica a volatilidade do retorno de uma carteira em relação ao benchmark, que
utiliza-se como base de benchmark o próprio indicador da Bovespa, e sua fórmula é: TE = dp
x (Rc – Rb), onde dp é o desvio padrão, Rc é o retorno da carteira em análise, e Rb é o retorno
do benchmark.
O valor de mercado é o logaritmo natural que representa o valor que a empresa possui
no mercado. Já o Preço da Ação pelo Valor patrimonial é a divisão desses dois logaritmos
naturais, formando um índice próprio.
O valor de mercado é utilizado como variável independente porque o estudo procura
verificar como as práticas de sustentabilidade ambiental influenciam a visão do mercado
quanto à empresa.
3.2. Método de análise dos dados
Quanto à análise dos dados, foi utilizada a Análise Envoltória dos Dados, mais
conhecida como DEA, um modelo não paramétrico que calcula a eficiência entre várias
unidades de produção, considerando as entradas e as saídas para ranquear as unidades de
pesquisa (SENRA et al, 2007).
Leta et al. (2005) reescreve o modelo CCR em um problema de Programação Linear,
conforme demonstrado:
s
a
u
Sujeito a:
r
i i
i
s
r
u
i i
n
i
ui
i
Foi rodado o DEA para cada um dos três grupos constantes no estudo, para analisar o
score gerado, partindo da premissa de que o terceiro grupo, formado pelas empresas que
possuem tanto Mecanismos de Desenvolvimento Limpo quanto estão listadas no Índice de
Sustentabilidade Empresarial, se destaca entre os três grupos. Também analisou-se o
6
benchmark dos resultados, para verificar quais as empresas que servem como parâmetro para
as outras do mesmo grupo.
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Inicialmente, foi verificada a distribuição dos projetos de Mecanismos de
Desenvolvimento Limpo - MDL por ano, a partir de 2005. Essa quantidade refere-se às 20
empresas da população, que eram todas as empresas que tinham projetos aprovados e faziam
parte da BM&FBOVESPA.
Tabela 2 - Distribuição dos projetos por ano
ANO
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
TOTAL
Fonte: dados da pesquisa.
PROJETO
3
2
11
7
2
2
2
13
42
Pode-se notar que o ano com maior número de projetos aprovados foi o ano de 2012,
em que 13 projetos de MDL foram aprovados, seguido de 2007, com 11 projetos. Porém,
percebe-se que não é um aumento contínuo, pois em três dos quatro anos ocorridos entre 2007
e 2012, somente 2 projetos foram aprovados. Ou seja, apesar de 2012 ter sido o ano com mais
projetos aprovados, não pode ser constatado com isso que as empresas listadas na
BM&FBOVESPA estão com uma preocupação maior em obter projetos aprovados de MDL.
Com os valores de cada uma das variáveis, foi rodado a Análise Envoltória dos Dados,
com a intenção de verificar o índice resultante da relação entre as variáveis independentes
(inputs) e a variável dependente (output). Com isso, obteve-se os resultados conforme tabela
3, que apresenta os resultados do Grupo 1, que contém as empresas com projetos de
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo aprovados:
Tabela 3 – Resultado DEA – Grupo 1
Empresa
AES Tietê S.A.
BRF S.A
Cia. Brasileira de Distribuição
Cia. de Saneamento de Minas Gerais
Energias do Brasil S.A.
JBS S.A.
Klabin S.A.
Petróleo Brasileiro S.A.
Tractebel Energia S.A.
Vale S.A.
Fonte: dados da pesquisa.
2008
Eficiente
0,10249
0,118507
0,308662
0,184932
0,131303
0,137527
Eficiente
0,289918
0,703729
2009
0,515623
0,087191
0,128859
0,168144
0,093637
0,142242
0,073023
Eficiente
0,17294
0,788735
2010
0,543681
0,116398
0,159527
0,15535
0,145869
0,101027
0,042373
Eficiente
0,256063
0,916954
2011
0,751499
0,224388
0,283791
0,13163
0,094122
0,183312
0,082596
Eficiente
0,420768
0,812964
2012
Eficiente
0,258121
0,380828
0,214685
0,076136
0,219175
0,138538
Eficiente
0,514948
Eficiente
A única empresa eficiente em todos os períodos apresentados na tabela 3 é a Petróleo
Brasileiro S.A, e em segundo lugar a AES Tietê S.A. que se mostrou eficiente em 2 anos
porém em períodos de espaço longos, ou seja primeiro em 2008 e depois somente em 2012.
Porém, é importante analisar não somente as empresas mais eficientes, mas também o
grupo de eficiência, que incluem as empresas com score próximo a 1. Nesse caso, temos
7
somente a Vale S.A. com score de 0,92 no ano de 2010, que também foi a detentora dos
scores mais altos fora do grupo de eficiência, com 0,81 em 2011, 0,79 em 2009 e 0,70 em
2008, juntamente com a AES Tietê em 2011, com score de 0,75. Com isso, verifica-se que a
Petróleo Brasileiro, Vale S.A. e AES Tietê são as empresas que apresentam maior eficiência
em seus indicadores de mercado dentre aquelas que possuem projetos de Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo.
O score mais alto abaixo desses foi numa janela bem maior, sendo o de 0,54 da AES
Tietê em 2014. Ou seja, houve uma janela entre o score 0,54 e o 0,70, na qual não se encontra
nenhuma empresa, considerando que abaixo desse resultado as demais se enquadram como
menos eficientes dentro desse grupo de análise.
Outra análise importante é verificar quais variáveis influenciaram no score das
empresas que se mostraram 100% eficientes em cada ano. Em 2008 as empresa AES Tietê
S.A e Petróleo Brasileiro S.A tornaram-se eficientes devido ao peso da variável liquidez e
tracking error. Em 2009, 2010 e 2011, a empresa Petróleo Brasileiro S.A tornou-se eficiente
por influência da variável liquidez. Em 2012, a empresa AES Tietê S.A tornou-se eficiente
devido às variáveis liquidez, Sharpe e preço da ação pelo valor patrimonial; já a Petróleo
Brasileiro S.A tornou-se eficiente também por influência da variável liquidez e da variável
tracking error.
O mesmo procedimento foi realizado para o grupo 2, que contém as empresas listadas
no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da BM&FBOVESPA, conforme Tabela 4:
Tabela 4 - Resultado DEA – Grupo 2
Empresa
AES Tietê S.A.
Banco Bradesco S.A.
Banco Brasil S.A.
Banco Industrial e Comercial S.A.
Banco Santander S.A.
Braskem S.A.
BRF S.A
CCR S.A.
Cia. de Saneamento de Minas Gerais
Cia. Energética de Minas Gerais
Cia. Energética de São Paulo – CESPE
Cia. Energética do Ceará - COELCE
Cia. Paranaense de Energia - COPEL
Cia. Saneamento Basico Est. São Paulo
CPFL Energia S.A.
Duratex S.A.
Eletrobras Participações S.A.
Eletropaulo Metrop. Elet. São Paulo S.A.
Energias do Brasil S.A.
Even Construtora e Incorporadora S.A.
Fibria Celulose S.A.
Gerdau S.A.
Investimentos Itau S.A. – Itausa
Itau Unibanco Holding S.A.
Light S/A
Natura Cosmeticos S.A.
Oi S.A.
Sul America S.A.
Suzano Papel e Celulose S.A.
Telefônica Brasil S.A.
Tim Participações S/A
2008
0,054422
Eficiente
0,345165
0,039244
Eficiente
0,056957
0,068394
0,085799
0,064857
0,218156
0,095406
0,017451
0,11219
0,133566
0,158004
0,009805
Eficiente
0,05248
0,062397
0,013879
0,066261
0,441119
0,297783
Eficiente
0,054134
0,066238
0,255645
0,03962
0,067223
0,242283
0,125764
2009
0,017499
0,697213
0,403317
0,027349
Eficiente
0,058912
0,146073
0,04183
0,054435
0,17528
0,091158
0,016346
0,107911
0,142884
0,072928
0,033471
0,890373
0,041036
0,058667
0,013442
0,154561
0,325748
0,233006
0,86383
0,038407
0,017024
0,168061
0,035573
0,059031
0,269849
0,10139
2010
0,06658
0,759055
0,499877
0,034259
Eficiente
0,106126
0,138371
0,066102
0,049859
0,178678
0,103275
0,025079
0,110721
0,110352
0,091895
0,040579
0,757892
0,041663
0,056086
0,018005
0,180004
0,305827
0,255738
Eficiente
0,036045
0,069222
0,150449
0,036346
0,098215
0,378876
0,119071
2011
0,062721
0,873122
0,43664
0,04024
Eficiente
0,089373
0,141469
0,141354
0,050517
0,200427
0,097856
0,033407
0,104195
0,118223
0,139198
0,040417
0,657035
0,045629
0,047824
0,016585
0,122197
0,337898
0,277863
Eficiente
0,034934
0,114371
0,111189
0,034341
0,06832
Eficiente
0,129844
2012
0,173078
0,709681
0,430953
0,039301
Eficiente
0,088571
0,183334
0,140354
0,057317
0,157033
0,19237
0,020435
0,22115
0,12962
0,411121
0,047529
Eficiente
0,070627
0,112074
0,018047
0,118851
0,362151
Eficiente
Eficiente
0,094023
0,113767
0,107286
0,039082
0,091219
Eficiente
0,404841
8
Tractebel Energia S.A.
Ultrapar Participações S.A.
Vale S.A.
Weg S.A.
Fonte: dados da pesquisa.
0,107809
0,080251
Eficiente
0,085101
0,052902
0,067487
Eficiente
0,035791
0,070468
0,068768
Eficiente
0,053446
0,095459
0,107594
Eficiente
0,094425
0,118544
0,145324
Eficiente
0,076293
Neste grupo, duas empresas demonstraram-se eficientes em todos os períodos
analisados, sendo elas: Banco Santander S.A. e a Vale S.A. Porém, outras empresas se
mostraram eficientes em uma quantidade menor de períodos, como o Itaú Unibanco Holding
S.A., que apenas não se mostrou eficiente em 2009 (ano em que obteve o terceiro maior score
da análise, de 0,86). A Telefônica Brasil e a Eletrobrás foram eficientes em 2 anos, e o
Bradesco em 1 ano.
No Grupo 2, não existe grupo de eficiência, pois nenhuma das empresas demonstrou
um score próximo a 1, que as enquadrariam com índice de eficiência muito próxima às
totalmente eficientes. O score mais próximo à 1 foi o da Eletrobrás Participações, com 0,89
em 2009, empresa que obteve índice de totalmente eficiente no ano anterior. Aliás, todas as
empresas que obtiveram resultados acima de 0,70 foram consideram 100% eficientes em
algum dos anos do período analisado. Uma delas, o Bradesco, obteve em todos os anos score
superior à 0,70. Além dela, a Eletrobrás só obteve um score abaixo de 0,70 em 2011 (0,66,
muito próximo à 0,70).
Além disso, os scores abaixo de 0,50 foram decrescentes em escala proporcional, sem
grandes quedas entre uma posição e outra, e incluem a maioria das empresas do grupo,
consideradas menos eficientes em comparação às citadas anteriormente.
Sobre as variáveis que influenciaram o score das empresas 100% eficientes, em 2008,
a variável de liquidez influenciou por três vezes (Banco Bradesco, Banco Santander e
Eletrobrás). Já a variável de índice de Sharpe influenciou por uma vez (Banco Bradesco). A
de tracking error, por duas vezes (Banco Santander e Vale S.A). E a de preço ação, duas vezes
(Eletrobrás e Itausa). No ano de 2009, tanto para o Banco Santander quanto pra Vale, as
variáveis que influenciam são o tracking error e o preço de ação pelo valor patrimonial. Em
2010, para o Banco Santander, as de influência foram liquidez e preço da ação pelo valor
patrimonial, para a Eletrobras fram a liquidez e o tracking error, e para a Vale foi o tracking
error. Em 2011, as variáveis que mais influenciaram no resultado foram liquidez por 3 vezes
(Santander, Itausa e Telefônica), preço por ação pelo valor patrimonial por 2 vezes (Santander
e Telefônica), Sharpe por uma vez (Itausa e Telefônica), e tracking erro ror duas vezes
(Santander e Vale). Por fim, em 2012, a liquidez teve influência em 3 vezes (Santander, Itausa
e Telefônica), tracking error por 4 vezes (Santander, Itausa, Telefônica e Vale), Sharpe por 3
vezes (Eletrobras, Itausa, Telefônica), e preço da ação pelo valor patrimonial em 3 vezes
(Santander, Eletrobras e Telefônica).
Para o grupo 3, que é representado pelas seis empresas que possuem tanto
Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, quanto estão classificadas no Índice de
Sustentabilidade Empresarial da BM&FBOVESPA, ocorreram os resultados presentes na
tabela 5:
Tabela 5 - Resultado DEA – Grupo 3
Empresa
AES Tietê S.A.
BRF S.A
Cia. de Saneamento de Minas Gerais
Energias do Brasil S.A.
Tractebel Energia S.A.
Vale S.A.
Fonte: dados da pesquisa.
2008
Eficiente
0,171287
0,504556
0,305893
0,473025
Eficiente
2009
0,653735
0,146073
0,213181
0,118718
0,219583
Eficiente
2010
0,783378
0,167716
Eficiente
0,21018
0,368955
Eficiente
2011
Eficiente
0,316412
0,185251
0,132637
0,588494
Eficiente
2012
Eficiente
0,258121
0,214685
Eficiente
0,514948
Eficiente
9
Verifica-se que apenas a Vale S.A se mostrou eficiente em todos os períodos
analisados. Em seguida, aparece a AES Tietê S.A mostrando-se eficiente em 3 anos (2008,
2011 e 2012). A Cia de Saneamento de Minas Gerais e a Energias do Brasil obtiveram o score
superior em 1 dos anos. As empresas BRF S.A. e Vale S.A. não demonstraram o score de
100% eficiente em nenhum dos anos.
Apesar de algumas empresas se destacarem em frente às demais, não há indícios de
que o mercado valorize mais as empresas que possuem projetos aprovados de Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo.
Sobre as variáveis que influenciaram no resultado do ranking para o ano de 2008, para
a empresa AES Tietê, as variáveis de maior influência foram a Liquidez e o tracking error. Já
para a Vale S.A., a única com maior influência foi o tracking error. No ano de 2009, a única
100% eficiente foi a Vale S.A., que continuou com a influência do tracking error. Para o ano
de 2010, ainda foi a Vale S.A., que tem a influência do tracking error, e a Cia. de Saneamento
de Minas Gerais, que tem a influência maior da liquidez e de Sharpe. Em 2011, como
empresas 100% eficientes, continuou a Vale S.A., com o tracking error influenciando o
resultado, e a AES Tietê, com a liquidez e o tracking error. Em 2012, além da AES Tietê e da
Vale S.A. (com as mesmas variáveis de 2011 influenciando), ainda apareceu a Energias do
Brasil, influenciada pelo índice de sharpe, liquidez e preço da ação pelo valor patrimonial.
A tabela 6 apresentam os benchmarks do Grupo 1, que basicamente demonstra, para as
empresas que não atingiram o nível máximo de eficiência, com qual as empresas 100%
eficientes elas se comparam.
Tabela 6 - Resultado Benchmark – Grupo 1
2012
Empresa (Abreviação)
AES Tietê S.A. (A)
St.
2011
2010
2009
2008
Bch.
St.
Bch.
St.
Bch.
St.
Bch.
St.
Bch.
Ef
A
0,751
P
0,544
P
0,516
P
Ef
A
BRF S.A (B)
0,258
A; V
0,224
P
0,116
P
0,087
P
0,106
A; C2; P
Cia. Brasileira de Distribuição (C1)
0,381
A; V
0,316
P
0,160
P
0,129
P
0,119
A; P
Cia. de S. de MG - COPASA (C2)
0,215
A; V
0,132
P
Ef
C2
0,168
P
Ef
C2
Ef
E
0,094
P
0,146
P
0,094
P
0,213
A; C2; P
JBS S.A. (J)
0,219
A; V
0,183
P
0,104
C2; P
0,142
P
0,131
A; P
Klabin S.A.(K)
Energias do Brasil S.A.(E)
0,139
A; V
0,083
P
0,042
P
0,073
P
Ef
K
Petróleo Brasileiro S.A.(P)
Ef
P
Ef
P
Ef
P
Ef
P
Ef
P
Tractebel Energia S.A.(T)
0,515
A; V
0,421
P
0,256
P
0,173
P
0,290
A; P
Ef
V
Ef
V
0,917
P
0,789
P
Ef
V
Vale S.A.(V)
Fonte: dados da pesquisa.
Quando analisamos o benchmark, obtém-se o seguinte resultado. No ano de 2012, as
empresas AES Tietê S.A e Vale S.A aparecem 7 vezes cada, e Energias do Brasil S.A e
Petróleo Brasileiro S.A aparecem apenas 1 vez cada. Em 2011, a Petróleo Brasileiro S.A
aparece 9 vezes e Vale S.A apenas 1 vez, já em 2010 a Petróleo Brasileiro S.A aparece 9
vezes e Cia. de S. de MG – COPASA 2 vezes. Para o ano de 2009, apenas a Petróleo
Brasileiro S.A aparece 9 vezes. E por fim, em 2008 tem-se a AES Tietê S.A e Petróleo
Brasileiro S.A aparecendo 6 vezes cada, a Cia. de S. de MG – COPASA aparece 3 vezes e
Klabin S.A e Vale S.A. aparecem só 1 vez cada.
Com isso, verifica-se que as empresas comparam-se em sua maioria com a Petróleo
Brasileiro, com a Vale e com a AES Tietê.
Analisando as empresas em um período temporal (por ano) obtêm-se os seguintes
resultados: 2012 possui 3 empresas eficientes (A,E e V), 2011 possui 2 empresas eficientes (A
10
e V), 2010 possui 2 empresas eficientes (C e V), 2009 possui apenas uma empresa eficiente
(V) e finalmente 2008 apresenta 3 empresas eficientes (A, C e V).
A Tabela 7 apresenta os resultados do Benchmark para o Grupo 2.
Tabela 7 - Resultado Benchmark – Grupo 2
2012
Empresa (Abreviação)
2011
2010
2009
2008
St.
Bch.
St.
Bch.
St.
Bch.
St.
Bch
St.
Bch.
AES Tietê S.A.(A)
0,095
E2; I1; T
0,063
I1; T
0,067
0,017
B4; I1
0,710
I1; V
0,873
I1; V
0,730
B4
B4;
V
0,054
Banco Bradesco S.A.(B1)
B4; I1
E1; I1; O;
V
Ef
B1
Banco Brasil S.A.B2)
Banco Industrial e Comercial
S.A.(B3)
0,431
V
0,438
E1; V
0,500
V
0,403
0,345
B4; IV; V
0,036
B4; E1; T
Ef
B3
0,034
B4; I1
0,027
V
B4;
V
Ef
B3
Ef
Ef
B4
Ef
B4; I1
Ef
Ef
B4
0,100
E1; I1; V
0,106
B4; I1; V
0,059
B4
B4;
V
0,777
D; S1
V
B4;
V
B4;
V
B4;
V
0,068
B4; I1; V
0,086
0,228
B1; V
B3; D; I1;
V
B3; B4;
I1; V
V
B4;
V
B4;
V
B4;
V
B4;
V
B4;
V
0,134
B3; B4; V
0,017
B4; I1; V
0,112
0,141
B4; I1; V
B3; B4;
I1; V
0,158
B4; V
1,000
D; S1
V
B4;
V
B4;
V
B4;
V
Ef
E1
0,052
B4; I1; V
B3; B4;
I1; V
Banco Santander S.A.(B4)
0,697
Braskem S.A.(B5)
0,076
B4; E1; T
B4; E1;
I1; V
BRF S.A(B6)
0,173
E2; I1; V
0,141
I1; V
0,138
B4; I1; V
0,146
CCR S.A.(C)
0,140
I1; V
0,096
I1; V
0,066
I1; V
0,042
Cia. de S. de MG - COPASA(C1)
0,057
B4; I1; V
0,051
B4; I1; V
0,128
B4; G; O
0,054
Cia. Energ. de MG – CEMIG(C2)
0,157
0,200
I1; T
0,179
B4; I1
0,175
Cia. Energ. de SP – CESPE(C3)
0,156
B4; I1; V
B4; E1;
I1; T
0,098
B4; I1; V
0,103
B4; V
0,091
Cia. Energ. do CE - COELCE(C4)
0,020
0,033
I1; T
Ef
C4
0,016
Cia. Par.de Energia - COPEL(C5)
Cia. S. Basico Est. SP SABESP(C6)
0,235
B4; I1; V
E1; E2;
I1; T
0,105
E1; I1; V
0,111
B4; V
0,108
0,130
B4; I1; V
0,118
B4; I1; V
0,110
B4; I1; V
0,143
CPFL Energia S.A.(C7)
0,496
E2; I1; V
0,139
0,092
IV; V
0,073
Duratex S.A.(D)
0,048
Ef
B4; I1; V
0,047
I1; V
E1; I1; S1;
V
0,041
B4; I1; V
0,033
E1
Ef
E1
Ef
E1
0,890
0,046
B4; I1; V
0,042
B4; I1; V
0,041
0,048
B4; I1; V
0,056
B4; I1; V
0,059
Eletrobras Participações S.A.(E1)
Ef
Eletropaulo M. Elet. SP S.A.(E2)
Energias do Brasil S.A.(E3)
0,054
E2
E1; E2;
I1; V
Even Const. e Inc. S.A.(E4)
0,018
B4; I1; V
0,019
E1; I1; S1;
0,016
B4; I1; V
0,013
Fibria Celulose S.A.(F)
0,119
B4; I1; V
0,180
0,177
E1; V
0,155
Gerdau S.A.(G)
0,362
B4; I1; V
0,613
E1; I1; V
B3; B4; I1;
S1
Ef
G
0,326
Investimentos Itau S.A. – Itausa(I)
0,424
E2; V
0,256
I1; V
0,256
V
0,233
Ef
I1; V
Ef
I1
Ef
I1; V
0,864
Light S/A(L)
0,088
E2; I1; T
0,035
B4; I1; V
0,036
B4; I1; V
0,038
Natura Cosmeticos S.A.(N)
0,114
I1; V
0,073
I1; S1; V1
0,069
I1; V
0,017
Oi S.A.(O)
0,107
B4; I1; V
0,121
E1; I1; V
Ef
O
0,168
Sul America S.A.(S)
0,039
0,034
E1; I1; V
0,036
B4; I1; V
0,036
Suzano Papel e Celulose S.A.(S1)
0,079
B4; I1; V
B4; E1;
V
Ef
S1
0,093
B4; E1; V
0,059
Ef
T
0,379
0,270
0,130
B4; I1; V
0,123
B4; I1
B4; E1;
I1; O
0,095
I1; V
0,070
I1; V
0,053
Itau Unibanco Holding S.A.(I1)
Telefônica Brasil S.A.(T)
Ef
Tim Participações S/A(T1)
0,158
T
E1; E2;
I1; V
Tractebel Energia S.A.(T2)
0,108
E2; I1; V
0,101
0,172
0,065
Ef
B4
B4;
V
0,126
0,558
E4
B3; D; I1;
V
B3; D; I1;
V
V
B4;
V
B4;
V
B4;
V
B4;
V
B4;
V
B4;
V
0,291
B4; I1; V
Ef
I1
0,054
B4; I1; V
0,066
B4; V
0,256
0,183
B4; I1; V
B3; D; I1;
V
Ef
S1
B4
B4;
V
B4;
V
0,240
B4; I1; V
0,108
B4; I1; V
0,108
B4; V
11
Ultrapar Participações S.A.(U)
0,145
I1; V
0,108
I1; V
0,069
I1; V
0,067
Vale S.A.(V)
Ef
V
Ef
V
Ef
V
Ef
Weg S.A.(W)
0,076
I1; V
0,088
B3; B4; V
0,053
I1; V
0,036
B4;
V
V
B4;
V
0,082
B3; B4;
I1; V
Ef
V
0,085
B4; V
Fonte: dados da pesquisa.
Quando comparadas com o Benchmark, obtém-se o seguinte resultado. Para o ano de
2012 as seguintes empresas aparecem nessa quantidade: B4 15 vezes, E2 10 vezes, I1 25
vezes, T 7 vezes, V 26 vezes, e E1 9 vezes. 2011 tem-se I1 26 vezes, T 4 vezes, V 23 vezes,
E1 9 vezes, B3 3 vezes, B4 10 vezes, S1 5 vezes, V1 apenas 1 vez. 2010 tem-se, B4 18 vezes,
I1 21 vezes, E1 5 vezes, O 4 vezes, V 24 vezes, C4 1 vez, IV 1 vez e por fim G aparece 2
vezes. 2009 apenas duas empresas apresentam-se sendo B4 28 vezes e V 31 vezes. O último
ano que é 2008 tem-se, B4 19 vezes, I1 18 vezes, B1 2 vezes, IV 1 vez, V 25 vezes, B3 10
vezes, D 6 vezes, S1 3 vezes, e por fim E1 e E4 aparecem apenas 1 vez.
Ou seja, o Banco Santander, o Itau Unibanco Holding S.A. e a Vale S.A. são as
empresas às quais mais as demais empresas se comparam.
Analisando as empresas em um período temporal (por ano) obtêm-se os seguintes
resultados: 2012 possui 3 empresas eficientes (A, E e V), 2011 possui 2 empresas eficientes
(A e V), 2010 possui 2 empresas eficientes (C e V), 2009 possui apenas uma empresa
eficiente (V) e finalmente 2008 apresenta 3 empresas eficientes (A, C e V). As empresas que
mais se destacam como referências são A e V alternativamente.
Já a tabela 8 demonstra o Benchmark do Grupo 3:
Tabela 8 - Resultado Benchmark – Grupo 3
2012
2011
2010
2009
2008
Empresa
St.
Bch.
St.
Bch.
St.
Bch.
St.
Bch.
St.
Bch.
AES Tietê S.A.(A)
Ef
Ef
0,783378
V
0,653735
V
Ef
A
BRF S.A(B)
0,258121
0,167716
V
0,146073
V
0,175159
A; C; V
Cia. de S. - COPASA(C)
0,214685
A
A;
V
A;
V
Ef
C
0,213181
V
Ef
C
Energias do Brasil S.A.(E)
Ef
0,21018
V
0,118718
V
0,337943
A; C; V
Tractebel Energia S.A.(T)
0,368955
V
0,219583
V
0,473025
A; V
Vale S.A.(V)
Ef
V
Ef
V
Ef
V
0,132637
0,514948
E
A;
V
0,587088
A
A;
V
A;
V
A;
V
A;
V
Ef
V
Ef
V
0,316412
0,185251
Fonte: dados da pesquisa.
Quando comparadas com o Benchmark obtém-se o seguinte resultado. Para o ano de
2012 as seguintes empresas aparecem, B4 15 vezes, E2 10 vezes, I1 25 vezes, T 7 vezes, V 26
vezes, e E1 9 vezes. 2011 tem-se I1 26 vezes, T 4 vezes, V 23 vezes, E1 9 vezes, B3 3 vezes,
B4 10 vezes, S1 5 vezes, V1 apenas 1 vez. 2010 tem-se, B4 18 vezes, I1 21 vezes, E1 5 vezes,
O 4 vezes, V 24 vezes, C4 1 vez, IV 1 vez e por fim G aparece 2 vezes. 2009 apenas duas
empresas apresentam-se sendo B4 28 vezes e V 31 vezes. O último ano que é 2008 tem-se, B4
19 vezes, I1 18 vezes, B1 2 vezes, IV 1 vez, V 25 vezes, B3 10 vezes, D 6 vezes, S1 3 vezes,
e por fim E1 e E4 aparecem apenas 1 vez.
Ou seja, as empresas que mais são comparáveis com as demais são a AES Tietê e a
Vale.
Analisando as empresas em um período temporal (por ano) obtêm-se os seguintes
resultados: 2012 possui 3 empresas eficientes (A, E e V), 2011 possui 2 empresas eficientes
(A e V), 2010 possui 2 empresas eficientes (C e V), 2009 possui apenas uma empresa
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eficiente (V) e finalmente 2008 apresenta 3 empresas eficientes (A, C e V). As empresas que
mais se destacam como referências são A e V alternativamente.
Alguns estudos anteriores demonstram pontos de comparação com o presente estudo.
Rover et al. (2008) analisam as empresas listadas no ISE, ou seja, as constantes no Grupo 2
desse artigo, concluindo que em sua maioria os custos ambientais que predominam são os de
danos ambientais, muitas vezes decorrentes de multas por emissão de gases, por exemplo, o
que é exatamente a prioridade dos projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, que
se preocupam com a neutralização da emissão do carbono, e cujas empresas constam no nosso
Grupo 1 de análise.
Já Cavalcante, Bruni e Costa (2009) também procuraram fazer a relação entre as
empresas presentes no ISE e como o mercado as vê. Porém o método de análise deles foi
verificar o valor das ações das empresas constantes no ISE. Porém, em comparação com
outras carteiras, não foi possível detectar uma influência maior do mercado na valorização das
empresas por elas possuírem preocupações e projetos ambientais.
Comparando os resultados alcançados, verifica-se que algumas empresas se destacam
frente às outras por seus indicadores de mercado, porém não há indícios entre os grupos de
que o fato de a empresa possuir projetos ambientais as destaque das demais.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo dessa pesquisa foi identificar como o mercado avalia empresas de capital
aberto que possuem Mecanismos de Desenvolvimento Limpo e/ou Índice de Sustentabilidade
Ambiental, e para isso foi utilizada a Análise Envoltória dos Dados, que verifica o índice
resultante da relação entre as variáveis independentes (inputs) e a variável dependente
(output).
Percebe-se que no ano de 2012 as empresas listadas na BM&FBOVESPA tiveram
uma preocupação maior em obter projetos aprovados de MDL. Também foi identificado que
as empresas do grupo 3 que representam as empresas que possuem tanto Mecanismos de
Desenvolvimento Limpo, quanto estão classificadas no Índice de Sustentabilidade
Empresarial da BM&FBOVESPA demonstraram eficiência com mais frequência e também
quando analisadas pelo Resultado Benchmark se mostram como referências mais citadas.
Um dos resultados alcançados, analisando-se as empresas mais eficientes em todos os
períodos analisados, encontrou-se que no Grupo 1 foi a Petrobras, no Grupo 2 o Santander e a
Vale, e no Grupo 3 a Vale. Os indicadores de mercado dessas empresas tem uma valorização
superior às outras, nota-se principalmente por não existir grupo de eficiência, que ocorre
quando mais empresas não alcançam score 1 mas sim valores bem próximos a isso.
Também analisou-se o benchmark, que basicamente demonstra, para as empresas que
não atingiram o nível máximo de eficiência, com qual as empresas 100% eficientes elas se
comparam. No Grupo 1, as empresas de maior comparabilidade foram a AES e a Vale, no
Grupo 2 foram o Banco Santander, o Itau Unibanco Holding S.A. e a Vale S.A., e no Grupo 3
foram o Petróleo Brasileiro, a Vale e a AES Tietê.
Comparando os resultados alcançados, verifica-se que algumas empresas se destacam
frente às outras por seus indicadores de mercado, porém não há indícios entre os grupos de
que o fato de a empresa possuir projetos ambientais as destaque das demais.
As limitações deste estudo dão se pela amostra de empresas de capital aberto listadas
na BM&FBovespa e que apresentavam projetos ativos de Mecanismos de Desenvolvimento
Limpo (MDL). Outra limitação é a técnica utilizada para se alcançar os resultados. Considerase que estas limitações fornecem base para futuras pesquisas.
A partir do objetivo dessa pesquisa buscou-se identificar a eficiência da
sustentabilidade ambiental dos indicadores de mercado em empresas de capital aberto
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brasileiras com Mecanismos de Desenvolvimento Limpo e/ou Índice de Sustentabilidade
Ambiental analisado pelo DEA. A relevância da pesquisa é analisar do ponto de vista
diferenciado a influência dos projetos de sustentabilidade ambiental. A literatura traz alguns
artigos que fazer relação entre a existência de projetos de sustentabilidade ambiental e
indicadores financeiros das empresas. Porém, o resultado não apresenta relação entre as
mesmas. O diferencial desta pesquisa é verificar, a partir de indicadores de mercado, se há
indicações de que o mercado avalia melhor empresas que possuem projetos de MDL e/ou
estão listadas no ISE. Com a análise, não foi possível detectar uma influência maior do
mercado na valorização das empresas por elas possuírem preocupações e projetos ambientais.
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