Plano de Manejo RPPN CÉU DO MAR SÃO CONRADO, RIO DE JANEIRO, BRASIL DMP&ASSOCIADOS JUNHO- 2012 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. PLANO DE MANEJO1 RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL CÉU DO MAR 1 Este documento atende as especificações do roteiro metodológico para elaboração de planos de manejo de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) do IBAMA (hoje é o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade-ICMBIO que gerencia esse tema em nível governamental federal). Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. ii Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Proprietário Centro Eclético da Fluente Luz Universal Sebastião Mota de Melo - CEFLUSMME Paulo Roberto Silva e Souza Gestor da RPPN CÉU DO MAR PARCEIRO INSTITUCIONAL Rain Forest Adventure Ltd. (R.F.T.) www.rainforestadventure.com Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. iii Equipe Técnica de Elaboração do Plano de Manejo DMP & ASSOCIADOS Ltda.2 Coordenação Geral do Projeto | Eng. Florestal, MSc. Adriano Lopes de Melo Consolidação de documento| Eng. Florestal, MSc. Monise Aguillar Faria Magalhães Equipe Estudos da Flora | Biólogo, Dr. Marcelo da Costa Souza Biólogo Fernando Matias Equipe Estudos da Fauna | Biólogo Bruno Jorge Batista dos Santos Acadêmico em biologia Marcelo Vieira Estudos em Geoprocessamento | Geógrafo Felipe Gomes Estudos Turismo | Turismólogo Jian Niotti. COLABORAÇÃO | ICMBio – Coordenação Regional 8 Parque Nacional da Tijuca Associação do Patrimônio Natural - APN Rua Jorge Emílio Fontinelli, 450. Bloco 2ª – Ap.: 302. Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro – RJ. CEP: 22.790-140. CNPJ: 13785789/0001-85. * 2 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Missão da RPPN CÉU DO MAR “Expansão social da consciência ambiental” Junho/ 2012 Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 2 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. APRESENTAÇÃO Após cinco meses de intensos estudos, dias de campo e muitas horas de laboratório, discussão interdisciplinar e conversas com atores sociais chave, apresenta-se o plano de manejo da RPPN CÉU DO MAR, outrora denominada Centro Eclético da Fluente Luz Universal Sebastião Mota de Melo – RPPN CEFLUSMME. Trata-se do esforço de diversos profissionais, que possuem uma contagiante experiência em suas áreas de conhecimento, conceitual e de campo, o que conferiu notória propriedade ao presente documento. O resultado é uma rica compilação de informações ambientais, sociais, econômicas e de turismo, bem como exequíveis diretrizes no âmbito dos programas de manejo. Todas as informações estão apreentadas de acordo com o roteiro metodológico do ICMBIO, órgão que gerencia as Unidades de Conservação Federais e o tema RPPN. De mais de 1000 RPPN existentes no Brasil, menos de 50 possuem plano de manejo, e desses, ainda que contemplem atividades e equipamentos turísticos (tirolesas, torres de observação e até um pequeno aeroporto, etc.), talvez nenhum materialize a magnitude de uma proposta tão ousada como o Eco Parque Topo da Mata, que na sua essência, como poderá ser visto neste documento, é um empreendimento do tipo parque de aventura. Essa ausência de precedentes torna o desafio de certa forma maior, mas por outro engrandece a possibilidade de mostrar que é possível implantar RPPN nessa magnitude, e em pleno coração da cidade do Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro vive um momento próspero em seu desenvolvimento, o que é notório na estima atual e cotidiana dos cariocas. Grandes eventos esportivos, como a Copa das Confederações em 2013, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, além de eventos como a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - a Rio+20, em junho de 2012, e o surgimento de megaempreendimentos industriais, são fatores que aumentaram exponencialmente os investimentos governamentais em obras públicas, segurança e recepção e orientação ao turista, que por sua vez chegam em números cada vez maiores. O Eco Parque Topo da Mata, portanto, surge como uma proposta no contexto desse alto astral de desenvolvimento, ao ponto que irá oferecer uma alternativa diferenciada e complementar ao cidadão residente e ao turista, que majoritariamente segue a rota Corcovado - Pão de Açucar - praias, sem vivenciar um notório elemento da paisagem da cidade maravilhosa: a floresta. Assim como em diversos parques nacionais do mundo (EUA, Canadá, Argentina e Nova Zelândia, por exemplo), o Eco Parque Topo da Mata acredita que a acessibilidade é crucial para gerar e democratizar experiências, e esse é o desafio moderno para ganhar mais e mais parceiros para a equação conservaçãodesenvolvimento. Nesse contexto, a partir de uma proposta ousada, qualificada e de mínimo impacto, a RPPN CÉU DO MAR une-se a expertise da Rain Forest Tram, que atua fortemente no Caribe, com cinco parques temáticos de aventura, para alcançar seu novo objetivo de manejo, qual seja, expansão social da consciência ambiental. O Eco Parque Topo da Mata, que tem concepção aérea, ou seja, não se pretende usar o piso florestal, será regido pelo presente plano de manejo, que, como será visto ao longo do documento, deixa absolutamente claro a pretensão em proteger a biodiversidade, desenvolver interpretação ambiental, gerar conhecimento científico e alcançar a sustentabilidade econômica, a tão desejada, pelos gestores de RPPN. Em nível operacional, naturalmente, existirão outros documentos para serem seguidos, sobretudo, aqueles que estarão listados no processo de licencimento. Adriano Lopes de Melo – Eng. Florestal, Coordenador do Plano de Manejo Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 3 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. SÚMARIO PARTE A – INFORMAÇÕES GERAIS 1) ACESSO ..................................................................................................................................................9 1.1) Via Rodoviária ................................................................................................................................9 1.2) Via Aérea ..................................................................................................................................... 12 1.3) Via Marítima ................................................................................................................................ 13 2) HISTÓRICO DE CRIAÇÃO E ASPECTOS LEGAIS .................................................................................... 13 3) FICHA RESUMO DA RPPN ................................................................................................................... 15 PARTE B - DIAGNÓSTICO 1) CARACTERIZAÇÃO DA RPPN ............................................................................................................... 16 1.1) Clima ............................................................................................................................................ 16 1.2) Fatores físicos .............................................................................................................................. 17 1.2.1) Geologia e Geomorfologia ...................................................................................................... 17 1.2.2) Orientação de encostas ........................................................................................................... 18 1.2.3) Hipsometria .............................................................................................................................. 19 1.2.4) Declividade ............................................................................................................................... 19 1.2.5) Unidade Geoambiental ............................................................................................................ 20 1.3) Hidrografia................................................................................................................................... 20 1.4) Vegetação .................................................................................................................................... 21 1.5) Fauna ........................................................................................................................................... 27 1.5.1) Mastofauna .............................................................................................................................. 28 1.5.2) Ornitofauna .............................................................................................................................. 31 1.5.3) Herpetofauna ........................................................................................................................... 32 1.6) Aspectos Históricos e Culturais regionais ................................................................................... 34 1.7) Visitação ...................................................................................................................................... 36 1.7.1) O ECO PARQUE TOPO DA MATA .............................................................................................. 36 1.7.2) Oferta Concorrente ................................................................................................................. 41 1.8) Pesquisa e Monitoramento ......................................................................................................... 44 1.9) Ocorrência de Fogo ..................................................................................................................... 44 1.10) Atividades desenvolvidas na RPPN ........................................................................................... 44 1.11) Sistema de Gestão..................................................................................................................... 45 Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 4 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. 1.12) Infraestrutura ............................................................................................................................ 45 1.12.1) Infraestrutura básica .............................................................................................................. 45 1.12.2) Infraestrutura Turística .......................................................................................................... 47 1.12.3) Recursos Turísticos:................................................................................................................ 48 1.12.4) Síntese Inventário Turístico.................................................................................................... 52 1.13) Equipamentos e Serviços .......................................................................................................... 52 1.14) Recursos Financeiros................................................................................................................. 52 1.15) Formas de cooperação .............................................................................................................. 52 2) CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE................................................................................................. 53 3) CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ENTORNO ........................................................................................ 53 3.1) Infraestrutura e Serviços de Apoio.................................................................................................. 53 3.2) Oferta turística complementar ....................................................................................................... 55 3.3) Grupos de Interesse ........................................................................................................................ 62 4) POSSIBILIDADE DE CONECTIVIDADE .................................................................................................. 65 5) DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA ....................................................................................................... 67 PARTE B - PLANEJAMENTO 1) OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE MANEJO DA RPPN ..................................................................................... 70 2) ZONEAMENTO ........................................................................................................................................ 71 2.1. Zona de Proteção ............................................................................................................................ 71 2.2 Zona de Visitação ............................................................................................................................. 71 2.3. Zona de Transição............................................................................................................................ 71 3) PROGRAMAS DE MANEJO ...................................................................................................................... 72 3.1 Programa de Administração............................................................................................................. 72 3.2 Programa de Proteção e Fiscalização............................................................................................... 75 3.3 Programa de Comunicação .............................................................................................................. 76 3.4 Programa de Visitação ..................................................................................................................... 78 3.5 Programa de Pesquisa e Monitoramento ........................................................................................ 79 3.6 Programa de Sustentabilidade Econômica ....................................................................................... 82 4) Cronograma Físico .................................................................................................................................. 83 Referências Bibliográficas .......................................................................................................................... 88 ANEXOS ...................................................................................................................................................... 91 ANEXO A – MAPAS ................................................................................................................................. 92 Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 5 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. ANEXO B – LISTAGEM FLORA ................................................................................................................. 93 ANEXO C – LISTAGEM FAUNA .............................................................................................................. 101 ÍNDICE DE GRÁFICOS Gráfico 1. Médias de temperatura/mês no período de 1961 e 1990 - INMET (Instituto Nacional de Meteorologia). ............................................................................................................................................................................................... 17 Gráfico 2. Médias de temperatura/mês no período de 1995 e 2007 na estação meteorológica do Aeroporto Santos Dumont, RJ – REDEMET (Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica). ......................................... 17 Gráfico 3. Distribuição das classes de altura dos indivíduos arbóreos na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado (Rio de Janeiro, RJ), a primeira classe tem limite inferior de 3m. .............................................. 26 Gráfico 4. Distribuição das classes de diâmetro de todos os indivíduos amostrados na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado (Rio de Janeiro, RJ). .............................................................................................. 27 Gráfico 5. Representatividade da riqueza das espécies de vertebrados documentadas na RPPN CÉU DO MAR. ............................................................................................................................................................................................... 28 Gráfico 6. Evolução na chegada de passageiros em Navios de Cruzeiros na cidade do Rio de Janeiro. Fonte: Pier Mauá. .................................................................................................................................................................................... 58 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1. RPPN CÉU DO MAR no contexto da região metropolitana do Rio de Janeiro................................9 Figura 2. Bairro de São Conrado e vias de acessos. Fonte: Google Maps. ................................................. 10 Figura 3. Acesso por transporte público até a RPPN via estrada Lagoa Barra (acima à esquerda) e estrada das Canoas (abaixo). Foto: Jian Niotti. ....................................................................................................... 11 Figura 4. Estrada das Canoas na altura da Comunidade das Canoas. Foto: Jian Niotti. ............................ 12 Figura 5. Mapa do trajeto Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim – Bairro de São Conrado. Fonte: Google Maps. ............................................................................................................................................. 12 Figura 6. Mapa do trajeto Aeroporto Santos Dumont – Bairro de São Conrado. Fonte: Google Maps. ... 12 Figura 7. Mapa do trajeto Píer Mauá – Bairro de São Conrado. Fonte: Google Maps............................... 13 Figura 8. Esquema aproximado de localização da RPPN CÉU DO MAR no contexto da Zona de Amortecimento do PARNA Tijuca. Fonte: Google Earth (2012)................................................................. 14 Figura 9. Mapa de localização da cidade do Rio de Janeiro e seus compartimentos geomorfológicos (FERNANDES, 1998). ................................................................................................................................... 18 Figura 10. Regiões Hidrográficas do estado do Rio de Janeiro e o contexto da RPPN CÉU DO MAR. Fonte: SEMADS (2001)........................................................................................................................................... 20 Figura 11. Setores hidrográficos do Maciço da Tijuca (Fernandes, 1998). ................................................ 21 Figura 12. Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna (Malvaceae), um dos maiores representantes do estrato arbóreo na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado, Rio de Janeiro - RJ. .............................. 22 Figura 13. Begonia maculata Raddi (Begoniaceae), espécie herbácea encontrada no sub-bosque da floresta na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado, Rio de Janeiro – RJ. .............................. 23 Figura 14. Aechmea nudicaulis (L.) Griseb. (Bromeliaceae), espécie epífita encontrada na floresta da RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado, Rio de Janeiro – RJ. ................................................ 23 Figura 15. Touceira de bambu Merostachys sp. (Poaceae) encontrada parte na floresta da RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado, Rio de Janeiro – RJ, parte da propriedade. ................................... 24 Figura 16. Registro de Cuíca-de-quatro-olhos no interior da RPPN CÉU DO MAR. Fotos: André Camilli. 29 Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 6 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 17. Sagüi-estrela (Callithrix jacchus). Foto: André Camilli............................................................... 29 Figura 18. Bando de macacos-prego. No detalhe, fêmeas da espécie com filhotes no dorso. ................. 30 Figura 19. Registro de paca no interior do CÉU DO MAR........................................................................... 30 Figura 20. Avifauna RPPN CÉU DO MAR – Sabiá-laranjeira. Foto: André Camilli. ..................................... 31 Figura 21. Sabiá-laranjeira entoando seu canto. Foto: André Camilli. ...................................................... 31 Figura 22. Registro de gavião na Estrada das Canoas (na frente da RPPN). Foto: Adriano Melo. ............. 32 Figura 23. Tucano-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus). Foto: Adriano Melo........................................ 32 Figura 24. Jacu (Penelope superciliaris) forrageando no chão de floresta da RPPN CÉU DO MAR. ........... 32 Figura 25. Da esquerda para direita: Eleutherodactylus binotatus; Sapo-bode juvenil; Phasmahyla guttata; Phasmayla sp. juv.; Aplastodiscus sp.; Sapinho do folhiço. .......................................................... 33 Figura 26. Cobra-cipó ................................................................................................................................. 34 Figura 27. Lagartixa-da-mata...................................................................................................................... 34 Figura 28. Teiú. Lagarto típico do chão da floresta. ................................................................................... 34 Figura 29. Ruínas do Mocke. Fonte: Clube dos Aventureiros (2010). ........................................................ 35 Figura 30. Uma das represas, dentre as nove existentes nessa região. Nesta foto, a Represa do rio Cochrane. Fonte: Clube dos Aventureiros (2010). ..................................................................................... 36 Figura 31. Foto ilustrativa do Sky Explorer/ Chairlift. Fonte: www.rainforestadventure.com .................. 38 Figura 32. Foto ilustrativa do trenó de montanha (Sled over Tracks). Fonte: www.rainforestadventure.com .................................................................................................................. 38 Figura 33. Foto ilustrativa do Avatar Zipline. Fonte: http://www.locogringo.com/past_spotlights/may2010/avatar_roller-coaster_zipline.html ................... 39 Figura 34. Foto ilustrativa da trilha suspensa no Eco Parque da Ilha Dominica, Caribe (acima) – ver www.rainforestadventure.com; e Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Teresópolis, RJ, Brasil (ao lado). .................................................................................................................................................................... 39 Figura 36. Foto meramente ilustrativa do que pretende-se como Centro de Consciência Ambiental para a RPPN CÉU DO MAR (não terá esse formato, mas apresenta a magnitude do pretende-se). .................... 40 Figura 37. Foto meramente ilustrativa da idéia de um restaurante diferenciado na RPPN CÉU DO MAR. (não terá esse design, mas apresenta a magnitude do pretende-se). ....................................................... 40 Figura 38. Mesmo em dia nublado, a “concorrência” para voar é grande, sobretudo, diante da grande demanda por voo duplo, que custa, em média, 200 reais por pessoa. Foto: Adriano Melo. .................... 41 Figura 39. Entrada do bondinho do Pão de Açúcar. Foto: Jian Niotti. ....................................................... 42 Figura 40. Logo e trem de passageiros do Trem do Corcovado. Fonte: www.corcovado.com.br ............ 42 Figura 41. Logo e teleférico (acima) e trenós de montanha (abaixo) do Parque Unipraias. ..................... 43 Figura 42. Logo e rapel na RPPN Ninho do Corvo. Fonte: www.ninhodocorvo.com.br ......................... 43 Figura 43. Sítio e Tirolesa da Floresta Aventura. Fonte: www.florestaventura.com ................................. 43 Figura 44. Sítio e arvorismo da Lagoa Aventuras. Fonte: www.lagoaventuras.com.br ............................. 44 Figura 46. Sistema de armazenamento da água de captação na RPPN CÉU DO MAR. ............................. 46 Figura 45. A- Casa principal; B- escritório; C- Templo CÉU DO MAR; D e E – casas abandonadas. Fotos: Adriano Melo.............................................................................................................................................. 46 Figura 47. Casa abandonada no interior da RPPN (acima) e casa sem utilização atualmente e passível de funcionar como base de apoio no Eco Parque turístico após ampla reforma ou reconstrução. (museu temático ou alojamento para pesquisa ou base de apoio operacional etc.). Foto: Adriano Melo............ 47 Figura 48. A- Estacionamento no mirante das Canoas; B- Espaço inutilizado da propriedade da Universidade Cândido Mendes (em frente a subida da Padra Bonita). Foto: Adriano Melo..................... 48 Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 7 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 49. Vistas, a partir de um mirante natura, da Pedra da Gávea e Pedra Bonita com voo duplo de asa delta e parente. Foto: Adriano Melo. .................................................................................................. 48 Figura 50. Trilha do Cedro. Foto: Adriano Melo. ........................................................................................ 49 Figura 51. Vista do mirante. Foto: Adriano Melo....................................................................................... 49 Figura 52. Continuação da trilha após o mirante, dentro da RPPN. Foto: Adriano Melo. 49 Figura 55. Trilha do Bambu. Foto: Adriano Melo. ...................................................................................... 50 Figura 53. Casa que poderá funcionar como Museu da Mata Atlântica. Foto: Adriano Melo. .......... 50 Figura 54. Cedro enraizado na rocha – final da trilha. Foto: Adriano Melo. .............................................. 50 Figura 58. Paredão rochoso do Monte Cochrane. Foto: Adriano Melo. .................................................... 51 Figura 56. Pedra do Avatar. Foto: Adriano Melo........................................................................................ 51 Figura 57. Fim da trilha do Bambu, acima do Mirante das Canoas. Foto: Adriano Melo .......................... 51 Figura 59. Cabine Policial na Praça de acesso a Rua das Canoas. Foto: Jian Niotti. .................................. 54 Figura 60. 1º Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente – GSFMA. Foto: Jian Niotti. ............... 54 Figura 61. Bairro da Rocinha em São Conrado. .......................................................................................... 54 Figura 62. Área nobre predominante no bairro de São Conrado (prédios e Gávea Golf Clube). .............. 55 Figura 63. Operador de voo livre em preparação na rampa da Pedra Bonita. Foto: Jian Niotti................ 60 Figura 64. Pedra da Gávea. Foto: Adriano Melo. ....................................................................................... 60 Figura 65. Vista da Praia de São Conrado. Foto: Jian Niotti. ...................................................................... 60 Figura 66. Acesso ao Parque Nacional da Tijuca. Foto: Jian Niotti............................................................. 61 Figura 67. Mirante das Canoas. Foto: André Camilli. ................................................................................. 61 Figura 68. Gávea Golf and Country Club. Foto: Jian Niotti......................................................................... 61 Figura 69. Entrada da comunidade de Vila Canoas. Foto: Felipe Gomes................................................... 63 Figura 70. Turistas em visita a comunidade de Vila Canoas com a agência Favela Tour. .......................... 63 Figura 71. Residencial Recreio das Canoas. Foto: Jian Niotti. .................................................................... 64 Figura 72. Unidades de Conservação do Mosaico Carioca de Áreas Protegidas. Fonte: http://mosaicocarioca.blogspot.com.br/2012/02/divulgacao-vii-congresso-brasileiro-de.html ...................................... 67 Figura 73. Áreas do mundo consideradas hotspot. A Mata Atlântica, diante do balanço biodiversidade/grau de ameaça, ocupa a quinta colocação nas prioridades mundiais de conservação. Fonte: MITTERMEIER, et al. (2005). ........................................................................................................... 67 Figura 74. Áreas prioritárias para conservação da biodiversidade no Rio de Janeiro. .............................. 68 Figura 75. Remanescentes Florestais da Mata Atlântica na região metropolitana do RJ, representados pela cor verde na imagem. Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica/ INPE (2009). ...................................... 68 Figura 76. Blocos Remanescentes do estado do Rio de Janeiro. Fonte: ROCHA et al. (2003). .................. 69 Figura 77. Espaço inutilizado da Universidade Cândido Mendes, alternativa para o estacionamento. Foto: Jian Niotti.................................................................................................................................................... 75 Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 8 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. PARTE A - INFORMAÇÕES GERAIS 1) ACESSO A RPPN CÉU DO MAR está localizada no bairro de São Conrado na zona sul do município do Rio de Janeiro, que pertence à região metropolitana do estado e é composta por 17 municípios no total (Figura 1). Por estar localizada na capital do estado do Rio de Janeiro, a RPPN é possível de ser acessada pelos principais mercados emissores de turistas por via rodoviária, aérea e marítima. Figura 1. RPPN CÉU DO MAR no contexto da região metropolitana do Rio de Janeiro. 1.1) Via Rodoviária A propriedade onde está situada a Reserva encontra-se na Estrada das Canoas, entre os números 3.046 e 3.406, no bairro São Conrado, nos limites entre a Zona Sul e Zona Oeste do município do Rio de Janeiro. As vias de acesso até o bairro são: a Estrada Lagoa Barra e Avenida Niemeyer (para quem vem do centro da cidade), Viaduto das Bandeiras e Estrada do Joá (para quem vem da Barra da Tijuca) e Estrada das Canoas (para quem vem pelo Alto da Boa Vista ou Parque Nacional da Tijuca) (Figura 2). Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 9 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 2.. Bairro de São Conrado e vias de acessos. Fonte: Google Maps. O acesso rodoviário privilegia o mercado doméstico devido à posição central do estado e município do Rio de Janeiro junto aos principais emissores nacionais de turistas, turistas São Paulo e Minas Gerais, sendo que o próprio Estado do Rio de Janeiro é o segundo maior emissor do Brasil. A boa condição das rodovias na região sudeste também facilita o deslocamento. A rodoviária Novo Rio, distante 19,9 km com tempo médio de deslocamento de 25 minutos pela Estrada Lagoa Barra, é outro meio de chegada para turistas stas rodoviários com linhas interestaduais e internacionais. O acesso até a RPPN pode ser feito por veículos particulares ou transporte público. público Na Estrada Lagoa-Barra, em São Conrado, na altura da subida da estrada das canoas,, existe um ponto de ônibus onde passam diversas linhas municipais, incluindo a integração com o metrô (Figura 3). A Linha 448 Maracaí-São Conrado (micro-ônibus) ônibus), passa pela Estrada das Canoas e permite o acesso até a porta da propriedade (Figura 4). ). A linha 4 do Metrô está em construç construção ão e conta com uma Estação em São Conrado (próxima ao bairro da Rocinha) Rocinha),, o que irá facilitar ainda mais o deslocamento até o bairro. O acesso a pé não é recomendado pela inclinação da estrada, risco de acidentes e grande distância. A distância do centro daa cidade é de 21 km com tempo médio de deslocamento de 35 minutos. Porém a estrada Lagoa-Barra Barra e Avenida Niemeyer ficam congestionadas, sobretudo, no horário de rush (7às 10hs e 17 às 20hs). A maior ressalva sobre as principais vias de acesso para o bairr bairro o de São Conrado e, consequentemente, para a rua que dá acesso à RPPN, são os congestionamentos nos horários de pico (pela manhã e fim de tarde), já que o Bairro é um ponto de afunilamento entre duas regiões da cidade (zona sul e zona oeste), o que tem pre prejudicado judicado com frequência o trânsito no local. Devido à geografia do Rio de Janeiro, a única alternativa seria o acesso via Alto da Boa Vista e Parque Nacional da Tijuca (pela Tijuca e Jardim Botânico), porém compreende uma volta longa e sinuosa, ainda que muita m agradável e bonita. Portanto, no âmbito de um empreendimento de entretenimento e lazer, o fator horário não é tão preponderante como em um empreendimento voltado para negócios e eventos, porém, é preciso ficar atento a possíveis pioras no trânsito ao ponto de levar, por exemplo, as agências ou turistas interessados em desistir de visitar a RPPN. Por fim, sobre a estrada das Canoas, reitera-se algumas considerações importantes: Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 10 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. 1. Apesar da boa pavimentação, a estrada apresenta um trajeto muito íngreme e sinuoso, sem acostamento, incluindo o afunilamento pela presença constante de pedestres e carros estacionados sob as calçadas nas proximidades da comunidade de Vila Canoas (Figura 3); 2. A estrada também é o principal acesso dos praticantes e operadoras de voo livre, estes últimos, costumam trafegar pela estrada em velocidades elevadas; 3. A estrada das Canoas não permite a expansão de vias ou construção de um acostamento; 4. Somente Micro ônibus consegue trafegar pela estrada; Figura 3. Acesso por transporte público até a RPPN via estrada Lagoa Barra (acima à esquerda) e estrada das Canoas (abaixo). Foto: Jian Niotti. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 11 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 4.. Estrada das Canoas na altura da Comunidade das Canoas. Foto: Jian Niotti. 1.2) Via Aérea O acesso aéreo é privilegiado para os mercados emissores nacionais e internacionais por conta da existência do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim – Galeão, distante 31,2 km com tempo médio de deslocamento de 35 minutos pela Avenida Brasil (Figura 5) e do Aeroporto Santos Dumont, distante 21,6 km com tempo médio de deslocamento de 28 minutos pel pelaa Estrada Lagoa-Barra Lagoa (Figura 6). Neste contexto, os mercados emissores das Américas como um todo são favorecidos, sendo que os mercados da Europa apresentam certa resistência aos destinos mais distantes. Figura 5.. Mapa do trajeto Aeroporto Internaci Internacional Antonio Carlos Jobim – Bairro de São Conrado. Fonte: Google Maps. Figura 6. Mapa do trajeto Aeroporto Santos Dumont – Bairro de São Conrado. Fonte: Google Maps. Maps Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 12 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. 1.3) Via Marítima O acesso marítimo é facilitado pelo terminal de passageiros do Píer Mauá no Porto do Rio de Janeiro (cruzeiros),, distante 20,5 km com tempo médio de deslocamento de 26 minutos pela Estrada Lagoa Barra (Figura 7).. Sendo este um dos principais destinos do Brasil no segmento de navios de cruzeiro nacionais e internacionais, favorecendo amplamente o redirecionamento desta demanda para a RPPN. Figura 7. Mapa do trajeto Píer Mauá – Bairro de São Conrado. Fonte: Google Maps. Maps 2) HISTÓRICO DE CRIAÇÃO E ASPECTOS LEGAIS A propriedade de 22 ha, onde está inserida a RPPN (3,4 ha) (Mapa 1, no Anexo A), localizada na Estrada das Canoas, em São Conrado no Rio de Janeiro, foi adquirida em 1985 pelo CÉU DO MAR Centro Eclético da Fluente Luz Universal Sebastião Mota de Melo - instituição religiosa religi de cunho espiritualista. A partir desta data data, foram construídos um templo e sete casas situadas ao longo da referida estrada,, que representam menos de 1% da área total da propriedade. Ainda existe uma área adjacente a propriedade a leste, adquirida por uso capião, ão, que contém algumas casas abandonadas, antes utilizadas pela família do gestor da RPPN. A diretoria do CÉU DO MAR sempre se preocupou com as questões ambientais relativas a preservação e a conservação das florestas brasileiras. A partir dos an anos oitenta, iniciou um trabalho de assistência às comunidades ribeirinhas do Rio Purus Purus, situadas entre os municípios de Boca do Acre e Pauíni no Estado do Amazonas. Ainda, teve uma participação ativa na criação das Florestas Nacionais do Purus e Mapiá-Inauíni íni onde desenvolveu programas de proteção ambiental, extensão florestal e pesquisa sobre o uso sustentável dos recursos naturais renováveis renováveis,, existentes naquelas FLONAs junto com o IBAMA, PNUMA, Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas e BID, Banco Interamericano Inte de Desenvolvimento. Em 1992, o CÉU DO MAR tornou sua propriedade na primeira RPPN do Rio de Janeiro. Inicialmente, a RPPN compreendia toda a área da propriedade, no entanto, posteriormente foi verificada que parte da propriedade estava situada acima da cota 400 m, considerada área do PARNA P Tijuca. Então, foi oi feita outra portaria respeitando os limites do PParque Nacional, al, mesmo que no Registro Geral de Imóveis, exista a escritura definitiva em nome do CÉU DO MAR da referida propriedade de 22 hectares. Assim, na nova portaria, a RPPN foi reduzida para 3.4 hectares. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 13 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. No início, o objetivo da RPPN era apenas a preservação e a conservação de sua área levando-se em conta a sua preciosidade enquanto parte da maior floresta urbana do mundo e zona de amortecimento do PARNA Tijuca. A partir de estudos e pesquisas sobre a vocação ambiental da RPPN foi evidenciado que o melhor uso sustentável da área é a expansão social da consciência ambiental, que se tornou seu principal objetivo institucional. Esta expansão social é possível porque pela sua localização privilegiada (Figura 8), extrema beleza natural e atrações temáticas, esta Reserva pode atrair centenas de milhares de visitantes por ano, como fazem seus vizinhos: o PARNA Tijuca, que no ano de 2011 recebeu 1.8 milhão de visitantes e a Plataforma de Asas de São Conrado, recordista mundial em numero de decolagens. Figura 8. Esquema aproximado de localização da RPPN CÉU DO MAR no contexto da Zona de Amortecimento do PARNA Tijuca. Fonte: Google Earth (2012). Para que o objetivo da Reserva seja atendido, ou seja, para que a consciência ambiental dos visitantes possa ser expandida nos vários segmentos sociais ao ponto de gerar ações da sociedade que garantam a preservação do nosso patrimônio natural, é preciso que a Reserva ofereça vivências interativas, divertidas, educativas e gratificantes de contato e integração com a natureza. A ideia é que os visitantes estabeleçam vínculos intelectuais e afetivos, que os tornem um defensor natural do meio ambiente na sua casa, na sua escola, no seu trabalho, na sua comunidade, contribuindo para a formação de uma cultura de preservação e a transmissão desta mentalidade para as novas gerações. O espaço para isso já existe, mas a questão é o tempo de permanência e qualidade deste tempo que o visitante vai estar na Reserva. A estratégia desenvolvida pelo gestor da RPPN para alcançar seu objetivo institucional é a instalação e a operação de um Eco Parque Temático chamado Topo da Mata, cuja principal atração será a própria natureza. A pesquisa e o planejamento do Eco Parque se enquadram em uma perspectiva de desenvolvimento sustentável, onde a proteção ambiental, a inclusão social e o desenvolvimento econômico local possam conviver dentro de uma interdependência integrada, dinâmica e equilibrada. Visando um mínimo e reduzido impacto ambiental, o conceito do Eco Parque é aéreo para que se estabeleça uma distância segura entre o visitante e a floresta e que seu solo, caminhos e tocas de Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 14 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. animais, cursos d'água, arvores e plantas não sejam afetados pelos visitantes. Assim, Assim não haverá trilhas de caminhada e sim caminhos nhos aéreos e trilhas suspensas que facultem um acesso seguro e confortável, confortável incluindo atrações temáticas como o trenó de montanha, tirolesas, entre outros, que estão detalhados no item ‘Visitação’ deste documento. O passo inicial para o desenvolvimento de deste ste projeto foi a assinatura de um contrato de parceria com a R.F.T. Rain Forest Trams Trams, baseada em Miami, que opera seis eco-parques eco na região do Caribe (ver www.rainforestadventure.com www.rainforestadventure.com), com experiência comprovada provada oferecendo um serviço de alta qualidade. A R.F.T. se tornou o primeiro investidor deste projeto e irá instalar e operar o Parque. Para isso estão sendo incorporadas três companhias: a R.F.T. Brasil, filial da R.F.T. Miami e a holding Mata Atlântica formada pelo gestor da RPPN e seus sócios brasileiros. A R.F.T. Brasil e a holding Mata Atlântica farão uma joint venture venture, formando assim a Eco Parque Topo da Mata, Mata que será a companhia que aparecerá para o público. RFA Brasil Holding Mata Atlântica Eco Parque Topo da Mata (Joint Venture) 3) FICHA RESUMO DA RPPN FICHA RESUMO DA RPPN Céu do Mar Nome da RPPN: CÉU DO MAR Endereço da RPPN: Estrada das Canoas, nº 3.036 ao 3.406. São Conrado, Rio de Janeiro – RJ. Município: Rio de Janeiro Janeiro. Endereço de contato: Estrada das Canoas, nº 3.046 3.0 ao 3.406. São Conrado, Rio de Janeiro – RJ. Proprietário: Paulo Roberto Silva e Souza Municípios de acesso: municípios unicípios da região metropolitana do Rio de Janeiro (Figura 1). Contato: Gestor da RPPN – Eco Parque Topo da Mata. Mata Tels.: 2422-4143 4143 / 9921-4717 9921 e-mail: [email protected] Coordenadas geográficas: geográficas 22º59’15’’ S e Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 15 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. 43º16’09’’ W (sede) Área da propriedade: 22 ha Área da RPPN: 3,4 ha Ato legal de criação: Portaria IBAMA 102/94-m. Biomas e Ecossistemas: Floresta Atlântica Ombrófila Densa Montana. Meio principal de chegada a RPPN: Estrada Lagoa Barra e Avenida Niemeyer (para quem vem do centro da cidade), Viaduto das Bandeiras e Estrada do Joá (para quem vem da Barra da Tijuca) e Estrada das Canoas (para quem vem pelo Alto da Boa Vista ou Parque Nacional da Tijuca) Confrontantes: Parque Nacional da Tijuca, Universidade Cândido Mendes e Gávea Golf Clube. Atividades ocorrentes: conservação e lazer atualmente, mas com grande transição para ecoturismo. Distância do centro urbano mais próximo: 2 Km (bairro de São Conrado). Meio principal de chegada: automóvel. PARTE B – DIAGNÓSTICO 1) CARACTERIZAÇÃO DA RPPN 1.1) Clima O clima na Região Sudeste apresenta-se com grande diversificação quanto ao regime térmico, bem como com heterogênea distribuição espacial da umidade. Tem sido, em geral, classificado como tropical dispondo de importantes processos de evaporação e condensação graças à proximidade do Oceano Atlântico e à alta insolação que a Região recebe. A isto se soma a presença de relevo montanhoso parcialmente coberto de matas que permite faixas de intensa precipitação pluviométrica nas camadas inferiores da atmosfera, sempre que a região é alcançada por massas de ar frias e por outros fenômenos de ascendência dinâmica do ar. O clima do Maciço da Tijuca, onde está localizada a RPPN, segundo a classificação de Koppen é tropical de altitude (Cf) com temperaturas variando de valores médios máximos em 25ºC em fevereiro e mínimo de 19ºC em junho, resultando em uma média anual de 22º C. A temperatura máxima pode atingir 35ºC durante o verão e o mínimo excedendo 10ºC durante o período de inverno. A precipitação anual média oscila entre 2.000 e 2.500mm, podendo atingir picos de 3.300mm em anos muito chuvosos e picos negativos de 1.600mm em anos mais secos. A maior parte das chuvas se concentra nos quatro primeiros meses dos anos. A maior pluviosidade que ocorre no verão é uma resposta direta ao impacto causado pela frente polar Atlântica, alterando a dinâmica habitual da atmosfera (Coelho Netto, 1985). O INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) possui uma série histórica de dados climatológicos a cada 30 anos. Pode-se observar no Gráfico 1 abaixo, as médias de temperatura e Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 16 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. precipitação obtidas por mês durante o período de 1961 a 1990 (última série), para o Estado do Rio de Janeiro. Destaca-se se que o mês de fevereiro possui a maior or média de temperatura, por pertencer per a estação de verão, caracterizada por ser a estação mais quente do ano. Já os meses de julho e agosto, pertencentes a estação de inverno, fria e seca, apresentam a menor de temperatura, temperatura e também de precipitação. Gráfico 1. Médias de temperatura/mês no período de 1961 e 1990 - INMET (Instituto Nacional de Meteorologia). Pode-se se comparar essa série histórica de 30 anos (1961 (1961-1990) 1990) com os dados da média de temperatura amostrados na estação Meteorológica do Aeroporto Santos Dumont (Gráfico 2), na cidade do Rio de Janeiro, localizado aproximadamente proximadamente a 220 Km da RPPN,, entre os anos de 1995 e 2007, onde o mês de fevereiro ainda aparece como o mais quente quente, com 30,7ºC como temperatura de referência (REDEMET, 2012). Gráfico 2. Médias de temperatura/mês no período de 1995 e 2007 na estação meteorológica do Aeroporto Santos Dumont, RJ – REDEMET (Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica). 1.2) Fatores físicos 1.2.1) Geologia e Geomorfologia A cidade do Rio de Janeiro é formada por dois compartimentos geomorfológicos bem distintos: os maciços litorâneos e as áreas de baixada, onde ainda se incluem alguns morros orros isolados (Figura 9). Dentre os maciços litorâneos destaca destaca-se se o da Tijuca, que é uma unidade fisiográfica situada dentro do sítio urbano da cidade do Rio de Janeiro, a qual, juntamente com o mar, caracteriza-se caracteriza como um dos grandes limitadores do processo de expansão da ocupação da urbana (FERNANDES DES et al., 2006). Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 17 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 9. Mapa de localização da cidade do Rio de Janeiro e seus compartimentos geomorfológicos (FERNANDES, 1998). As características geológicas básicas do maciço da Tijuca são um embasamento rochoso de idade pré-cambriana em um terreno metamórfico de alto grau, com presença de corpos graníticos. Constituído predominantemente por três unidades litológicas principais com algumas variações composicionais e texturais: ortognaisses, biotita-gnaisses e leptinitos (SILVA E SILVA, 1987; PIRES E HEILBRON, 1989). Os solos caracterizam-se por predomínio de grandes extensões de Latossolos nas áreas montanhosas, aparecendo localmente solos tipo litossolos e cambissolos nas áreas mais íngremes (COELHO NETTO, 1979). De acordo com o mapa geológico do município de Rio de Janeiro, produzido pelo Instituto Pereira Passos, a RPPN CÉU DO MAR apresenta geologia tipo gnaisse facoidal com microclina, quartzo, plagiocásio, granada, microclina, cordierita, sillimanita com inúmeras intercalações de quatzitos brancos quase puros e lentes de charnockitos (local tipo Pão de Açúcar). Quando a fonte é CPRM-RJ, é possível observar no Mapa 2, no Anexo A, que a geologia da área de estudo é caracterizada pela predominância de complexos de granito-gnaisses, migmatitos e granulitos, representando 100% da área, enquanto a geomorfologia é representada por Escarpas Serranas (Mapa 3, no Anexo A). 1.2.2) Orientação de encostas O maciço da Tijuca possui uma área, delimitada acima da cota 40 m, de 118,7 km² marcada por um relevo montanhoso. A orientação e a altitude do maciço faz com que o relevo funcione como um Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 18 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. anteparo aos ventos úmidos provenientes do Oceano Atlântico na sua vertente sul determinando o surgimento de correntes convectivas de origem orográfica nas escarpas montanhosas e fundos de vale. As vertentes norte e noroeste, por sua vez, apresentam condições climáticas desfavoráveis (mais seco), e uma ocupação urbana mais intensa (Oliveira et al.,1995). Para a RPPN CÉU DO MAR, o conjunto de encostas apresentou uma proporção bem homogênea, com aproximadamente 93% de encostas voltadas para a orientação Sul. As áreas planas correspondem a menos de 2% de toda a área de estudo, o que é um percentual relativamente baixo e aponta para as condições acidentadas do relevo (Mapa 4, no Anexo A). 1.2.3) Hipsometria O mapa hipsométrico da RPPN CÉU DO MAR traz as classes de altitude da área de estudo (Mapa 5, no Anexo A), possibilitando perceber que a mesma tem um gradiente altitudinal que vai de 76 metros, na região de baixada, até 600 metros, na parte mais alta da área de estudo. A classe predominante é a de altitude entre 200 e 300 metros, que ocupa mais de 25% da Reserva. As classes entre 100 e 200 metros e entre 300 e 400 metros também têm grande importância, ocupando 23% e 21% da área, respectivamente (Tabela 1). Tabela 1. Classes de altitude da RPPN CÉU DO MAR. ALTITUDE (m) ÁREA OCUPADA (%) 200 – 300 4 300 – 400 25 400 – 500 27 500 – 600 23 600 - 700 21 1.2.4) Declividade De modo geral, predominam na RPPN as encostas com declividades médias, entre 25-45º (Mapa 6, no Anexo A), que ocupa aproximadamente 55% de toda área. As encostas íngremes, com declividades entre 0-25º, também se sobressaem, ocupando cerca de 30% da área. A classe menos aparente é a de encosta com mais de 45º, que geralmente constituem os grandes afloramentos rochosos, ocupando cerca de 15% de toda a área. O mapeamento de Áreas de Preservação Permanente da Reserva (Mapa 7, no Anexo A) se deu com base na Lei 4.771 de 15 de setembro de 1965 (Código Florestal) e na Resolução CONAMA 303 de 20 de março de 2002. Foram mapeadas como APPs as margens de rios (30m para os rios); áreas ao redor de nascentes (com raio de 50m); áreas com declividades superiores a 45 graus, topos de morros e montanhas em áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a dois terços da altura mínima da elevação, em relação a base a partir da metodologia sugerida por RIBEIRO (2005). Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 19 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Dentre as APPs identificadas identificadas, o tipo de maior predominância foi a APP de declividade dec representando aproximadamente 65% da área total do estudo, ficando o restante da área ocupada por APPs (35%), com as APPs de margem de rio, visto que há apenas a presença de uma drenagem na área. área Em relação as formas de relevo, foi constatado qu que a convexa é a forma predominante ocupando 54% do total da Reserva Reserva, enquanto ass áreas côncavas representam 25% 25 (Mapa 8, no Anexo A). Os 21% 1% restantes é ocupado por afloramento rochoso. 1.2.5) Unidade Geoambiental A unidade Geoambiental é descrita após a análise conjunta das seguintes variáveis que compõem o sistema geobiofísico: geologia, geomorfologia, pedologia, hidrologia, climatologia e biogeografia, biogeografia que permite o delineamento do mosaico de paisagens naturais. A unidade geoambiental que a RPPN CÉU DO MAR engloba é a dos Maciços Costeiros Costeiros, que representa 100% da área total da d Reserva (Mapa 9, no Anexo A). 1.3) Hidrografia Para fins de administração hidrográfica do Estado do Rio de Janeiro, o seu território foi dividido em 10 regiões hidrográficas (RH), atra através da Resolução nº 18 da CERHI-RJ RJ de 15 de fevereiro de 2006, 200 que tomou como base as bacias hidrográficas. O maciço da Tijuca está inserido na Região Hidrográfica V – Baía de Guanabara (Figura 10). ). RPPN CÉU DO MAR Figura 10.. Regiões Hidrográficas do estado do Rio de Janeiro e o contexto da RPPN CÉU DO MAR. Fonte: SEMADS (2001). A região hidrográfica da Baía de Guanabara compreende uma superfície de 4.081 km², apresentando topografia diversificada, sendo constituída por planícies, das quais se destaca uma grande depressão denominada baixada fluminense; pelas colinas e maciços costeiros e pelas escarpas da Serra do Mar. Esta bacia hidrográfica abarca os maiores centros urbanos e concentra mais de 70 % da população fluminense, bem como a maioria das indústrias de maior porte. Engloba a porção territorial mais desenvolvida do Estado e grande parte da região metropolitana (SEMADS, 2001). 2001) O Maciço da Tijuca pode ser subdividido em cinco grandes sub sub-sistemas sistemas hidrográficos (setores), os quais possuem distintos arranjos a nível biótico, abiótico e de ocupação humana (Figura 11). De uma Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 20 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. maneira geral estes setores encontram-se ambientalmente degradados, face às condições de remoção florestal proveniente de desmatamentos, queimadas e ocupações desordenadas, apresentando também boa parte de seus rios em regime temporário. Estes cinco sub-sistemas ou setores drenam em direção à Baia de Guanabara (setores 1 - Norte e 2 - Nordeste), à lagoa da Tijuca ou de Jacarepaguá (setores 4 Sul e 5 - Oeste), à lagoa Rodrigo de Freitas ou diretamente para o oceano (setor 3 - Leste). A RPPN CÉU DO MAR está inserida no setor hidrográfico 4 do Maciço da Tijuca, definido por Fernandes (1998) (Figura 11). Mais especificamente, a Reserva pertence às áreas das bacias contribuintes ao Complexo Lagunar de Jacarepaguá, das sub-bacias contribuintes à praia de São Conrado e da microbacia do rio Canoas (Mapa 10, no Anexo A). Figura 11. Setores hidrográficos do Maciço da Tijuca (Fernandes, 1998). 1.4) Vegetação Estudos fitossociológicos são ferramentas descritivas básicas da estrutura e da composição da vegetação (e.g. Curtis & Cottam, 1962; Martins, 1993). Portanto, elas se constituem em pontos de partida iniciais para o conhecimento da dinâmica da vegetação e permitem um refinamento local das formações vegetais na escala necessária ao manejo da Unidade de Conservação. O Maciço da Tijuca é uma unidade fisiográfica situada dentro do sitio urbano da cidade do Rio de Janeiro, a qual, juntamente com o mar, caracteriza-se como um dos grandes limitadores do processo de expansão da ocupação urbana. O Maciço possui uma área, delimitada acima da cota 40 m, de 118,7 km2 marcada por um relevo montanhoso, que possuem distintos arranjos a nível biótico, abiótico e de ocupação humana. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 21 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. A cobertura vegetal de Floresta Ombrofila Densa Submontana e Montana (senso Veloso et al. 1991), forma um dossel contínuo em estágio secundário tardio ou clímax local, em aproximadamente 35% da área total do Maciço da Tijuca (118,7 km2) (Coelho-Netto et al. 2007). Entretanto, é comum serem encontradas espécies exóticas, resultado de ações culturais que antecedem à recomposição da vegetação, como frutíferas, remanescentes de tratos culturais, como o café, ou ainda em consequência de ações paisagísticas, particularmente de estilo francês, implementadas em alguns locais de uso mais intenso no parque (Atala et al. 1966; Castro Maya 1967). Dentre as espécies exóticas mais marcantes podem ser destacadas a jaqueira – Artocarpus heterophyllus Lam. (Moraceae), subespontânea localmente e mono-dominante em alguns trechos do parque (Abreu 2008), a dracena (Dracaena fragrans (L.) Ker Gawl., Asparagaceae), e eucaliptos (Eucalyptus sp., Myrtaceae). OBJETIVOS Este estudo teve como objetivo inventariar a flora local e avaliar as condições estruturais do remanescente de Floresta Ombrófila Densa do Domínio Atlântico, localizado na Reserva Particular do Patrimônio Nacional (RPPN) CÉU DO MAR no Maciço da Tijuca, São Conrado, Rio de Janeiro/RJ, para prover subsídios para sua proteção. O inventário florístico gerou uma lista com 116 espécies vegetais, distribuídas em 41 famílias, sendo que para quatro táxons não foi possível atingir nenhum nível de identificação, denominando-os como Indeterminada (Anexo B - Tabela 2). As famílias com maior número de espécies são: Myrtaceae com 26 espécies, seguida por Rubiaceae com nove, Lauraceae com sete, além de Fabaceae e Sapindaceae com seis espécies cada. Esses resultados estão de acordo com os encontrados em vários trabalhos desenvolvidos em áreas de Mata Atlântica, principalmente no que se refere à diversidade de Fabaceae e Myrtaceae (Guedes-Bruni et al. 1997; Kurtz & Araújo, 2002; Oliveira-Filho et al. 2005). O estrato arbóreo está representado entre os maiores indivíduos por: Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. (Fabaceae), Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna (Malvaceae)(Figura 12), Ficus insipida Willd. (Moraceae), Hieronyma alchorneoides Allemão (Phyllanthaceae), Himatanthus sp. (Apocynaceae), Inga tenuis (Vell.) Mart. (Fabaceae), Lamanonia ternata Vell. (Cunoniaceae), Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin (Melastomataceae), Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby (Fabaceae) e Vochysia oppugnata (Vell.) Warm. (Vochysiaceae). O sub-bosque é muito ralo, sendo marcante a presença entre as arvoretas por espécies da família Myrtaceae e Rubiaceae. Entre os arbustos destacam-se Myrciaria glazioviana (Kiaersk.) G.M.Barroso ex Sobral (Myrtaceae), Ouratea stipulata (Vell.) Engl. (Ochnaceae) e Rudgea macrophylla Benth. (Rubiaceae); já as ervas são pobremente representada, destacando-se Begonia maculata Raddi (Begoniaceae) (Figura Calathea sp. (Marantaceae) e Syngonio sp. (Araceae). A ausência de um sub-bosque adensado pode estar relacionada com o solo muito raso que frequentemente apresenta rochas aflorantes. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 13), Figura 12. Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna (Malvaceae), um dos maiores representantes do estrato arbóreo na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado, Rio de Janeiro RJ. 22 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 13. Begonia maculata Raddi (Begoniaceae), espécie herbácea encontrada no sub-bosque da floresta na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado, Rio de Janeiro – RJ. As epífitas (Figura 14) são escassas, tendo sido registrada até o momento apenas a presença de Aechmea nudicaulis (L.) Griseb. (Bromeliaceae) e Monstera adansonii Schott (Araceae), observadas na copa das árvores mais altas. Figura 14. Aechmea nudicaulis (L.) Griseb. (Bromeliaceae), espécie epífita encontrada na floresta da RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado, Rio de Janeiro – RJ. Algumas áreas são tomadas por touceiras de bambu (Merostachys sp. e Poaceae sp.) (Figura 15). Trabalhos realizados na Mata Atlântica associam a ocorrência de bambus com clareiras, sendo que nesses ambientes os bambus seriam competidores das espécies pioneiras, agindo muitas vezes como inibidores destas. As áreas abertas por perturbações antrópicas ou naturais, poderiam, portanto, ser ambientes propícios para a colonização de bambus, interferindo no desenvolvimento de espécies pioneiras e, consequentemente, no processo de sucessão ecológica e na diversidade da vegetação. Dentre as plantas inventariadas, foi registrada a ocorrência de espécies exóticas, principalmente nos trechos da floresta mais próximos da área de ocupação da Reserva, são elas: Artocarpus heterophyllus Lam. – “jaqueira” (Moraceae), Banisteriopsis caapi (Spruce ex Griseb.) Morton – “jagube” (Malpighiaceae), Mangifera indica L. – “mangueira” (Anacardiaceae) e Psychotria viridis Ruiz & Pav. – “chacrona” (Rubiaceae). De maneira geral, as ciências naturais classificam as espécies exóticas como aquelas espécies nãonativas do ambiente em questão. Tais espécies podem ser introduzidas intencionalmente para suprir Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 23 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. demandas ou acidentalmente, podendo gerar grandes prejuízos ambientais e econômicos (Pimentel et al. 2001). Figura 15. Touceira de bambu Merostachys sp. (Poaceae) encontrada parte na floresta da RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado, Rio de Janeiro – RJ, parte da propriedade. As modificações realizadas pelas espécies exóticas invasoras (EEIs) nos novos ambientes podem provocar a extinção de diversas espécies nativas, sendo comparadas aos eventos de extinções em massa ocorridos em períodos geológicos (Cassey et al. 2005). Neste contexto, ações como a remoção de plantas e animais não-nativos e o controle de predadores e parasitas que ameaçam espécies raras estão se tornando ferramentas essenciais para a manutenção da biodiversidade local e global (Wilcove & Chen, 1998). Espécies ameaçadas O inventário florístico consta de seis táxons em algum grau de ameaça segundo as lista de flora ameaçada para o município do Rio de Janeiro (SMAC 2000), são eles: Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. – “caxeta” (Bignoniaceae), Abarema cochliacarpos (Gomes) Barneby & J.W.Grimes – “barbatimão” (Fabaceae), Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. – “garapa” (Fabaceae), Inga cordistipula Mart. – “ingá” (Fabaceae), Mollinedia longifolia Perkins (Monimiaceae) e Vochysia oppugnata (Vell.) Warm. – “rabo-detucano” (Vochysiacea). Destas, a “caxeta” (Tabebuia cassinoides) é citada na instrução normativa no 6 de 23 de setembro de 2008 do Ministério do Meio Ambiente, que trata das espécies ameaçadas de extinção para o Brasil na lista do Anexo II como espécie com deficiência de dados. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 24 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Análise estrutural Nas dez parcelas amostradas, que totalizaram 2.000m2, foi registrado um total de 299 indivíduos. Os indivíduos correspondem a 84 espécies, que se distribuem em 31 famílias e 44 gêneros, sendo 17 morfo-espécies possíveis de determinar apenas a família, 13 somente os gêneros e quatro ainda não atingiu nenhum nível de identificação, sendo denominadas como Indetermina sp.1, Indetermina sp.2, Indetermina sp.3 e Indetermina sp. As cinco famílias com maior valor de importância foram Myrtaceae, Lauraceae, Sapindaceae, Melastomataceae e Meliaceae (Anexo B – Tabela 3). Dentre estas famílias tem-se destaque marcante para Myrtaceae e Lauraceae, pois estão entre as com maior valor de importância em outras áreas de Mata Atlântica (Mori et al. 1983; Farág 1999). A família com maior número de espécies amostradas foi Myrtaceae (17), seguida por Lauraceae (7), Rubiaceae e Sapindaceae com seis espécies cada. No Anexo B - Tabela 3, são apresentados os resultados da análise fitossociológica para as espécies que foram amostradas na presente pesquisa. As dez espécies com maior valor de importância são: Lauraceae sp.1, Miconia cinnamomifolia, Clethra scabra., Myrcia pubipetala, Himatanthus sp., Chrysophyllum flexuosum, Eugenia umbelliflora, Myrcia splendens, Cupania racemosa, Pera glabrata. Este resultado demonstra a maior concentração de indivíduos em poucas espécies e um grande número de espécies com apenas um indivíduo. Cumpre discutir a presença de 37 espécies com apenas um individuo na floresta estudada (44%). Amostradas com mais de dez indivíduos foram apenas sete espécies (8,3%). Estas espécies de baixos valores de densidade e frequência são comumente intituladas raras e que determinam o alto valor de diversidade nos fragmentos de Mata Atlântica. Estratificação Das 299 árvores amostradas, 203 indivíduos (68%) encontram-se compreendidos entre 3 e 10 metros de altura. No entanto, verifica-se que dentro deste intervalo, as alturas que predominaram são entre 6 e 10 metros com aproximadamente 59% das árvores inventariadas. As frequências de alturas acima de 10 metros correspondem a aproximadamente 32% das plantas. A altura média da mata foi de 10 metros (Gráfico 3). Este resultado demonstra que a mata não possui uma estratificação definida, apresentando um dossel dominante entre 5 e 10 metros de altura e com poucos indivíduos emergentes que chegaram a ultrapassar os cerca de 20 metros de altura. As espécies que apresentaram indivíduos com as maiores alturas na amostragem foram: Lamanonia ternata Vell. (28m), Himatanthus sp. (26m), Inga tenuis (Vell.) Mart. (25m), Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby (25) e Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin (24m). Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 25 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. N. de indivíduos (0,2ha) Distribuição por classes de altura 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 0-5 5,1-10 10,1-15 15,1-20 >20,1 Classes de altura (m) Gráfico 3. Distribuição das classes de altura dos indivíduos arbóreos na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado (Rio de Janeiro, RJ), a primeira classe tem limite inferior de 3m. Classes de diâmetro A distribuição de frequência de classes de diâmetro demonstra a predominância de classes de menor diâmetro, pois indivíduos de diâmetro entre 5 e 10 cm perfazem aproximadamente 50% do total de indivíduos levantados. Os indivíduos representados pelos diâmetros entre 10 e 15 cm correspondem a 25% do total amostrado. Estas duas classes juntas constituem cerca de 75% dos diâmetros presentes (Gráfico 4). Este resultado demonstra que a mata possui um grande quantidade de indivíduos de diâmetros baixos, ou seja, é uma mata de árvores, em sua maioria, com troncos finos, em virtude de ser uma região onde os fatores ambientais não propiciam a formação de um corpo florestal de grande porte. As espécies que apresentaram indivíduos com grandes diâmetros foram: Himatanthus sp. (66,5cm / 55,7cm) e Miconia cinnamomifolia (63,3cm / 54,1cm). O aparecimento de grande quantidade de indivíduos na primeira classe de diâmetro ocorre em outros inventários em Mata Atlântica. Este comportamento, que tende a apresentar a forma no gráfico de um “J” invertido, é típico de espécies com regeneração abundante e estrutura populacional estável. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 26 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Distribuição de classes de diâmetro N. de indivíduos (0,2ha) 160 148 140 120 100 73 80 60 33 40 14 20 8 8 4 6 5 0 5-10 10-15 15-20 20-25 25-30 30-35 35-40 40-45 >45 Classes de diâmetro (cm) Gráfico 4. Distribuição das classes de diâmetro de todos os indivíduos amostrados na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado (Rio de Janeiro, RJ). CONSIDERAÇÕES FINAIS A floresta estudada na RPPN CÉU DO MAR representa importante remanescente de Floresta Ombrófila Densa do Domínio Atlântico, com a presença de seis espécies arbóreas que estão na lista oficial da flora ameaçada para o Município do Rio de Janeiro. Este remanescente tem características de uma vegetação secundária, devido à ausência de espécies comuns de áreas conservadas da Mata Atlântica, como o “palmiteiro” (Euterpe edulis) e a presença de espécies exóticas e invasoras, que são comuns em áreas que sofreram alguma perturbação, como a “jaqueira” (Artocarpus heterophyllus). Porém, a floresta estruturalmente apresenta uma conformação típica de estágios mais avançados de sucessão secundária, com a ocorrência de exemplares de grande porte de espécies consideradas secundárias iniciais (ex. Clethra scabra, Miconia cinnamomifolia, Pera glabrata, Senna multijuga) e secundárias tardias (ex. Apuleia leiocarpa, Hieronyma alchorneoides, Lamanonia ternata). Estudos mais aprofundados serão importantes visando à tomada de medidas para garantirem a conservação da biodiversidade local, focando principalmente o controle das espécies exóticas e invasora, além da possibilidade de enriquecimento da flora com espécies autóctones. 1.5) Fauna Foi contratado, no âmbito do plano de manejo, um inventário rápido faunístico (IRF) que englobou a área da propriedade e RPPN. O IRF consiste na execução de estudos de curta duração, focados no registro do maior número possível de espécimes da fauna em áreas pouco conhecidas, e visa otimizar esforços para a compreensão dos padrões de distribuição de algumas espécies, em função de diferentes variáveis ambientais. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 27 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Os resultados do presente IRF basearam basearam-se se em coletas primárias de campo, por meio de 4 incursões, realizadas entre os meses de janeiro a março de 2012, correspondendo a 44 horas totais de esforço amostral in loco (18+12+10+4) referente aos levantamentos expedidos, respectivamente. Somadas às revisões bibliográficas e informações envolvendo agentes sociais locais, o IRF foi elaborado em um somatório de 128 horas. As horas destinadas às metodologias full time para o inventário faunístico (e.g. armadilhas fotográficas) corresponderam a 384 horas amostrais. A partir das metodologias primárias, secundárias e entrevistas semi-estruturadas semi foram registrados para a área da RPPN CÉU DO MAR,, um total de 195 vertebrados (Gráfico ( 5), sendo 58 mamíferos (39 espécies voadoras e 19 espécies não voadoras), 116 aves, 5 répteis e 16 anfíbios, conforme apresentado a seguir: Riqueza Potencial das espécies inventariadas por grupos zoológicos avaliados 8% 5% Mastofauna não voadora 9% 22% 56% Mastofauna voadora Ornitofauna Anurofauna Gráfico 5. Representatividade da riqueza das espécies de vertebrados documentadas nnaa RPPN CÉU DO MAR. 1.5.1) Mastofauna - Mastofauna não-voadora Em relação às informações coletadas nas atividades de campo (dados primários) na RPPN CÉU DO MAR,, a equipe de fauna confirmou a existência de pelo menos 19 espécies de mamíferos ((Anexo C – Tabela 4). Durante urante atividades de campo uma das armadilhas fotográficas (câmeras trap) trap registrou a imagem parcial de um canídeo (Cerdocyon Cerdocyon thous thous). Outros mamíferos tais como iraras (Eira ( barbara), cutia (Dasyprocta leporina)) e preguiças ((Bradypus sp.)) foram publicadas como espécies ocorrentes para o PNT (MMA-ICMBio, 2008), em específico, para as áreas do vale da Pedra da Gávea (Gávea/Pedra Bonita) e setor Serra da Carioca, porém tais espécies não foram avistadas durante metodologia primária. Contudo, destaca-se se a coleta de um fruto de Astraucarium aculiatissimo depositado sobre a serrapilheira, com marcas de herbivoria provavelmente proveniente da refeição de uma cutia. De acordo com as contribuições dos agentes sociais elaboradas para a área da RPPN (entrevistas semi-estruturadas),, as espécies relatadas foram: guaxinins ((Procyon Procyon cancrivorus), cancrivorus macacosprego (Cebus apella), tatus (Dasypus Dasypus novemcinctus, Euphractus sexcinctus e Cabassous unicinctus), unicinctus Tapetis (Sylvilagus brasiliensis), pacas (Agouti Agouti paca paca), ouriços-cacheiro (Coendu sp.), ), ratos silvestres (sp ( não identificadas), gambás (Didelphis Didelphis sp sp.), cuícas (Philander sp.), caxinguelês (Sciurus Sciurus aestans) aestans e cutias (Dasyprocta leporina). Dentre as entrevistas com os agentes socia sociais, is, a presença de cutias (Dasyprocta leporina) e preguiças (Bradpus Bradpus sp. sp.) foram mencionadas como ocorrente para a área do entorno imediato do CÉU DO MAR (Gávea/Pedra Gávea/Pedra Bonita) Bonita). Outra espécie de Xenarthra enarthra mencionada como ocorrente na Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 28 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. área da RPPN CÉU DO MAR,, a partir de relatos de agentes sociais refere-se refere ao tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), ), sendo esta, também citada como ocorrente no Plano de Manejo do PNT. Durante urante as atividades de campo na RPPN CÉU DO MAR foi possível registrar espécimes de pequenos roedores e marsupiais ((Figura 16). Figura 16. Registro de Cuíca Cuíca-de-quatro-olhos no interior da RPPN CÉU DO MAR. Fotos: André Camilli. Camilli Durante as incursões de campo foram avistadas na área da RPPN, apenas a presença de populações de sagüis-estrela (Callithrix Callithrix jacchus) – Figura 17 - e de macacos-prego prego (Cebus ( apella) – Figura 18. No entanto ressalta-se que Callithrix jacchus aparece com espécie écie exótica para a Mata Atlântica. Por apresentar alto potencial para a ocupação de habitat, com interferências nos nichos ecológicos da fauna local e potencial transmissor de doenças, é uma espécie preocupante nos fragmentos de Mata Atlântica. Coimbra-Filho (1971) 1971) relataram que as populações desses primatas ameaçavam o equilíbrio da biocenose de aves para a área avaliada devido à predação de ovos. Tal afirmação apresenta coerência e sugere-se se o monitoramento e controle das populações de tal espécie com programas ogramas e projetos de pesquisas a serem realizados por meio de parcerias entre a RPPN CÉU DO MAR e instituições fomentadoras e afins. Figura 17. Sagüi-estrela (Callithrix jacchus). Foto: André Camilli. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 29 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 18.. Bando de macacos macacos-prego. No detalhe, fêmeas daa espécie com filhotes no dorso. Sobre a espécie Agouti paca paca, (de ocorrência na RPPN) pode-se se destacar que trata-se trata de uma espécie ameaçada de extinção. Encontram Encontram-se no status Least Concern (LC = menor preocupação) em relação à atual lista Vermelha da IUCN (2011), embora fossem classificadas em um status mais preocupante (VU = vulnerável) segundo a penúltima lista da mesma instituição (IUCN-2003), (IUCN possuindo este mesmo status de ameaça para a lista Brasileira (IBAMA). Figura 19. Registro de paca no interior do CÉU DO MAR. - Mastofauna Voadora A fauna de quirópteros do estado do Rio de Janeiro é uma das mais estudadas do Brasil. Um total de 71 espécies, em 41 gêneros e nove famílias foi listado para o Estado por ESBERÁRD & BERGALLO (2005). Esbérard et al., em pesquisa relacionada à diversidade de morcegos do Maciço da Tijuca, relata o registro de 37 espécies de morcegos para a região, distribuídos distribuí em 4 famílias: Noctilionidae, 01 espécie; Phyllostomidae, 21 espécies; Vespertilionidae, 09 espécies e Molossidae, 06 espécies (Anexo C – Tabela 5). Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 30 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. 1.5.2) Ornitofauna Para o IRF da RPPN CÉU DO MAR MAR,, foram consideradas 116 espécies de aves, correspondendo a 77% do total listado para a área do PARNA Tijuca até o momento (Anexo C – Tabela 6). Os dois representantes Cathartideos com ocorrência para a área de estudo foram os UrubusUrub de-cabeça-vermelha (Cathartes Cathartes aura aura) e os Urubus-de-cabeça-preta (Coragyps Coragyps atratus). atratus O primeiro representante embora não tenha sido visualizado durante as atividades de campo, é citado por Astor Ivandy como espécie ocorrente para todo o PPARNA Tijuca, que sobrevoa toda a Unidade e entorno. Já a segunda espécie é facilmente avistada nas imediações da RPPN CÉU DO MAR e, por conseguinte apresenta ampla distribuição pelo PNT. Os gaviões carijós ((Rupornis Rupornis magnirostris) magnirostris e Cauda-curta (Buteo brachyurus) foram registrados durante a primeira incursão de campo, sendo consideradas espécies comuns para a região, alimentando alimentando-se se de insetos e pequenos vertebrados. Outro registro frequente durante as visitas de campo foi em relação à espécie Milvago chimachima (gavião carrapateiro) - espécie generalista comum de áreas abertas e de ambientes florestais, consumidor de ectoparasitas (carrapatos) ou mesmo de invertebrados e pequenos vertebrados em áreas fechadas, ou em alguns casos consumidores de carniças. Figura 21. Sabiá-laranjeira laranjeira entoando seu canto. Foto: André Camilli. Figura 20. Avifauna RPPN CÉU DO MAR – Sabiá-laranjeira. Foto: André Camilli. Algumas espécies de aves foram contempladas por processos de reintrodução. O tucano-detucano pico-preto (Ramphastos vitellinus), (Figura 22), ), desaparecido das matas do Parque Nacional da Tijuca há anos, foi reintroduzido e hoje é muito fácil de ser observado. Neste mesmo processo foram reintroduzidos exemplares da jacupemba (Penelope superciliaris), espécie rara no Parque onde ocorre em pequenos bandos. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 31 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 22. Registro de gavião na Estrada das Canoas (na frente da RPPN). Foto: Adriano Melo. Figura 23. Tucano-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus) vitellinus). Foto: Adriano Melo. Figura 24. Jacu acu (Penelope superciliaris) forrageando no chão de floresta da RPPN CÉU DO MAR. MAR Segundo as referidas listas de status de conservação, aparecem como EN (Em Perigo) Brotogeris tirica (Periquito-verde), Thalurania glaucopis (Beija-flor-de-fronte-violeta) Phaethornis squalidus (Rabobranco-pequeno) Ramphodon naevius (Beija-flor-rajado) Florisuga fusca (Beija-flor-preto) (Beija Veniliornis maculifrons (Picapauzinho-de-testa testa-pintada).Ainda Ainda segundo as referidas listas, apenas Touit melanonotus (Apuim-de-costas-pretasencontra pretasencontra-se) VU (Vulnerável). 1.5.3) Herpetofauna - Anfíbios Em relação às espécies de anfíbios anuros registradas para a RPPN CÉU DO MAR (Anexo C – Tabela 7), destacam-se se indivíduos indicadores da qualidade ambiental. Das espécies registradas em campo Zachaenus parvulus, Eleutherodactylus binotatus e Eleutherodactylus sp. aparecem como Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 32 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. indivíduos que habitam a serrapilheira ou corpos d’água e podem servir como indicadores deste ambiente. Os batráquios como Hylodes sp. e Crossodactylus sp. possuem ciclo de vida intimamente relacionado com ambientes de fluxo hidrodinâmicos (água corrente), como cachoeiras ou córregos. Ambas as espécies possuem sensibilidade acentuada à alteração de seus habitat, relacionada à poluição e ao aumento de temperatura. tura. Estes indivíduos aparecem como importantes relógios biológicos da qualidade dos corpos d’água da área do CÉU DO MAR,, bem como indivíduos-chave indivíduos para o monitoramento ambiental deste ambiente. Figura 25. Da esquerda para direita: Eleutherodactylus binotatus binotatus; Sapo-bode juvenil; Phasmahyla guttata; Phasmayla sp. juv.; Aplastodiscus sp.; Sapinho do folhiço. - Répteis Durante as atividades de campo na RPPN CÉU DO MAR foi possível a visualização de Chironius exoletus, espécie de ofídio semi-arborícola, arborícola, de atividade diurna (Figura 26), ), predadora de anuros e típica do bioma Mata Atlântica. Por apresentar dieta concentrada em uma categoria de presa ou restrita a poucos tipos de itens alimentares, pode sser er considerada como uma espécie indicadora de cadeias alimentares dependentes de anuros como recurso alimentar. Siphlophis compressus também foi registrada por um morador local. Esta serpente também apresenta dieta especialista alimenta-se alimenta basicamente de pequenos lagartos. Outro espécime do taxo ofídia foi avistado e identificado como Liophis miliaris. A espécie em questão apresenta dieta generalista, podendo capturar diferentes tipos de presas, como anuros, que parecem ser o item principal (Sazima & Hadd Haddad ad 1992; Marques & Sazima 2004), peixes (Marques & Souza 1993), lagartos (Machado et al. 1998) e anfisbenias (Chicarino et al. 1998). Ainda durante as campanhas de campo, foram avistadas outras duas serpentes, porém não foi possível a identificação. Outras duas espécies de répteis foram avistadas e identificadas como espécies da ordem lacertília: Tupinambis merianae e Gymnodactylus darwinii. T. merianae ocorre na maioria das florestas da região sudeste do Brasil, possuindo uma dieta onívora que pode incluir invertebrados, vertebrados, ovos e várias espécies de frutos (Presch 1973; Sazima & Haddad 1992), podendo atuar como dispersor de sementes em pequenos fragmentos florestais florestais. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 33 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. A lista de répteis encontra encontra-se no Anexo C – Tabela 8. Figura 26. Cobra-cipó Figura 28. Teiú. Lagarto típico do chão da floresta floresta. 1.6) Figura 27. Lagartixa-da--mata. Aspectos Históricos e Culturais regionais De acordo com o Plano de Manejo do Parque Nacional da Tijuca (2008), (200 na região da Gávea Pequena, situavam-se se as duas maiores fazendas de café do Rio de Janeiro: a do Dr. Louis François Lecesne e a do holandês Van Mook (Van Mocke, nome abrasileirado), ambas em área hoje pertencente ao Parque. Louis François Lecesne, médico e comerciante francês, com experiência de cultivo de café em São Domingos, Cuba e Estados Unidos, associado ao Duque de Luxemburgo e à sua esposa Mary Frances Lecesne arrendou o Sítio São Lou Louis situado... "a mais ou menos 15 milhas da cidade do Rio de Janeiro", em terrenos outrora pertencentes à família Asseca e que chegavam a englobar a vertente Sul do Morro do Cochrane, rane, que encontra encontra-se se dentro da propriedade onde encontra-se encontra a RPPN CÉU DO MAR. Segundo Ferrez (1972), esta propriedade passou, por herança, às mãos de Louis William Lecesne, filho de François e, por revenda, sucessivamente a Henrique Greenwood (1853) e ao Dr. Thomas Cochrane (1855), que ali organizou magnífica quinta. Segundo const consta, a, a propriedade foi mais tarde adquirida pela família Fontes. Charles Alexander Van Mook (Mocke) estabeleceu-se estabeleceu no Brasil por volta de 1818, como plantador e comerciante de café. Sua propriedade - Sítio Nassau - vizinha à de Lecesne, situava-se ao final do o Caminho do Córrego Alegre. Segundo o mapa traçado, em 1866, pelo Engenheiro J. M. R. Lisboa e publicado por Ferrez, as terras de Mook chegavam à Mesa do Imperador e à atual estrada da Vista Chinesa, ocupando boa parte do Morro do Cochrane. Mook plantava também hortaliças, feijão e mandioca; sua propriedade, a julgar pela opinião dos vários viajantes e escritores da Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 34 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. época, parece ter sido a mais bem organizada do Rio de Janeiro. Acredita-se que as terras de Mook também tenham sido arrendadas à Coroa, pois de acordo com o mapa traçado em 1844, por ordem do Governo Imperial, elas estariam dentro dos limites da Fazenda da União. De acordo com Fragelli (2007), os elementos que compõem o patrimônio arquitetônico, histórico e cultural do Parque Nacional da Tijuca foram produzidos em quatro fases distintas, ao longo dos séculos XVIII, XIX e XX. Seu acervo compreende paisagens, sítios históricos e arqueológicos, edificações, jardins, estatuária, fontes e chafarizes. Inclui também portões, esculturas, quiosques, aquedutos, pias, fontes, tanques e reservatórios de água, pontes e largos, capelas, senzalas, trilhas, painéis de azulejos, marcos e monolitos, sítios e ruínas, dentre outros (ISER, 1999). Dentre os sítios arqueológicos, destacam-se os mais importantes: a Fazenda Nassau (Van Mocke) localizado na Gávea Pequena, setor Serra da Carioca; a Fazenda Vila Rica (setor Floresta da Tijuca); a Fazenda Cantagalo (setor Floresta da Tijuca); as Ruínas do Archer (setor Floresta da Tijuca); as Ruínas do Humaitá (setor Floresta da Tijuca) e a Fazenda Boa Vista (setor Floresta da Tijuca). Esses sete sítios arqueológicos possuem características que lhes conferem valor nacional e até mesmo internacional. Dentre as edificações e monumentos oriundos do passado histórico da Floresta da Tijuca, hoje consideradas como Patrimônio Cultural, se destacam em relação à proximidade da propriedade da RPPN CÉU DO MAR: as ruínas da maior fazenda do Império, a “Fazenda Nassau”, de Van Mook também conhecido como “Van Mocke”(1818) (Figura 29), e um pouco mais distante, os 9 reservatórios d'água de 1876 (Figura 30). Figura 29. Ruínas do Mocke. Fonte: Clube dos Aventureiros (2010). Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 35 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 30. Uma das represas, dentre as nove existentes nessa região. Nesta foto, a Represa do rio Cochrane. Fonte: Clube dos Aventureiros (2010). 1.7) Visitação Atualmente a RPPN possui visitação apenas do tipo familiar, a partir de trilhas existentes tanto na propriedade quanto na RPPN. Todavia, como dito anteriormente, os objetivos de manejo da RPPN estão em processo de transição, ou melhor, de complementariedade, já que pretende-se abrir a reserva para visitação pública, de modo a potencializar, junto à parceiros institucionais, seus objetivos de criação frente ao atraente contexto metropolitano da cidade do Rio de Janeiro. A maneira pela qual se pretende fazer isso denomina-se Eco Parque Topo da Mata, uma iniciativa entre CLEFLUSMME e a Rain Forest Tram. 1.7.1) O ECO PARQUE TOPO DA MATA O objetivo institucional do Eco Parque Topo da Mata é a preservação da natureza e a conservação dos recursos naturais e o objetivo estratégico é a expansão da consciência ambiental. É a expansão em massa desta consciência nos mais diversos segmentos e classes sociais que se pode criar e fortalecer a mentalidade de proteção do meio ambiente com poder de influenciar a tomada de decisões estratégicas e a adoção de comportamentos de espírito de responsabilidade comum com o equilíbrio ecológico e práticas ambientais protetoras, até a elaboração e execução de políticas públicas que visem a preservação da vida no planeta. Entendemos que esta consciência se forma não apenas através de campanhas de informação, programas educativos e a publicação de textos técnico-científicos, mas também através da própria experiência viva, a chamada experiência ecológica. Este tipo de experiência se dá através de uma vivência interativa gratificante entre o ser humano e a natureza. Quem tem a experiência vívida, positiva e prazerosa da natureza se torna um amante e um defensor dela. Para que a consciência ambiental possa ser expandida em massa através da vivência interativa, este projeto do parque ecológico “Topo da Mata” prevê uma série de eco-atividades atraentes, divertidas e seguras que também propiciem a formação de vínculos e memórias afetivas e que a grande maioria da população possa participar sem que sejam necessários altos níveis de condicionamento físico, elementos de risco e a necessidade de técnicas especializadas. É preciso democratizar e socializar o contato interativo (como em diversos parques americanos, canadenses, argentinos e até mesmo brasileiros) com a natureza, facilitando as vias de acesso, garantindo a segurança, a higiene e o bem Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 36 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. estar, aumentando a quantidade e a qualidade da experiência; tudo isto com um preço justo, acessível e programas de inclusão social, desenvolvimento econômico para as comunidades locais e proteção do equilíbrio ecológico que são as principais vertentes do conceito de sustentabilidade. Para que a quantidade e a qualidade da experiência ecológica possam atingir um padrão de excelência, o Eco Parque Topo da Mata – operado pela Rain Forest Tram Brasil e pela holding Mata Atlântica - apresentará uma série de atrações temáticas, que possibilitem as vivências interativas dos visitantes com a natureza. Os atrativos serão concebidos, construídos, operados e mantidos em conformidade com os requisitos da American National Standards Institute, como já ocorre nos parques semelhantes operados no Caribe pela RFT (ver www.rainforestadventure.com), destacando que em sua essência traz o conceito de equipamentos aéreos. As figuras apresentadas a seguir, abaixo da descrição de cada atrativo, são meramente ilustrativas e não representam os atrativos exatamente como deverão ser. Todavia, dão uma expressiva idéia da magnitude do que pretende-se. É importante salientar que o projeto arquitetônico e de engenharia será detalhado em projeto específico a ser enviado ao ICMBIO futuramente para ser anexado ao plano de manejo da RPPN, e ainda, que a execução do projeto se dará após aprovação e licenciamento dos órgãos competentes. Outrossim, as estruturas apresentadas abaixo serão alocadas, sobretudo, na área da propriedade, e com o mais alto nível de tecnologia para mínimo impacto, como uso de helicópteros etc. • Caminho aéreo (Sky Explorer/ Chairlift): O SkyExplorer funcionará como um teleférico sobre as copas das árvores, onde se poderá desfrutar de uma vista panorâmica magnífica e privilegiada da praia de São Conrado, Pedra da Gávea, Pedra Bonita, entre outros. O SkyExplorer terá três estações de ambarque e desembarque, que se conectarão com outros atrativos, sendo que apenas uma estação estará localizada dentro do domínios da RPPN. Entre uma estação e outra serão alocadas torres (como as da foto abaixo), que irão defiir o caminho a ser percorrido. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 37 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 31. Foto ilustrativa do Sky Explorer/ Chairlift. Fonte: www.rainforestadventure.com • Trenó de montanha (Sled over tracks): Conforme os trenós deslizam sinuosamente pela ação da gravidade na paisagem tropical, podendo atingir a velocidade de até 40 Km/h e o tempo mínimo de percurso de 2,2 minutos, será possível controlar a velocidade com um travão de mão especial, permitindo desacelerar o suficiente para aproveitar as maravilhas da Mata Atlântica, pelo interior da Floresta Ombrófila. O trenó de montanha terá apenas um pequeno trecho de seu trilho passando dentro dos domínios da RPPN, já que a área da propriedade será o epicentro das instalações. Figura 32. Foto ilustrativa do trenó de montanha (Sled over Tracks). Fonte: www.rainforestadventure.com • Tirolesa tipo montanha-russa (Avatar ZipLine): O Zipline combina os altos, baixos e reviravoltas de uma montanha-russa com a emoção e aceleração de uma tirolesa. Começará a partir de uma estação e atravessará a floresta a partir de uma plataforma para outra árvore passando por vãos e descendo, ao final, por um rapel e uma escada de corda inclinada. A Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 38 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. experiência, segura e divertida, e que atualmente só existe em Tulum, México, pode ser vista em: http://www.youtube.com/watch?v=wM5gYq75Cgk. Esse equipamento turístico será alocado somente nos domínios da propriedade. Figura 33. Foto ilustrativa do Avatar Zipline. Fonte: http://www.locogringo.com/past_spotlights/may2010/avatar_rollercoaster_zipline.html • Trilha suspensa (Suspended Trail): É uma ponte de madeira, ou outro material compatível com o contexto florestal, sobre uma topografia irregular, em terreno de difícil acesso, permitindo ao visitante uma vista panorâmica próxima das copas da vegetação existente na floresta, propiciando momentos aprazíveis pela presença da fauna aérea. Caminhar na RPPN será possível apenas por trilhas suspensas, sem o uso do piso florestal. Figura 34. Foto ilustrativa da trilha suspensa no Eco Parque da Ilha Dominica, Caribe (acima) – ver www.rainforestadventure.com; e Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Teresópolis, RJ, Brasil (ao lado). Foto: Adriano Melo. • Centro de Consciência Ambiental (Visitors Center): além das atrações de aventura, está prevista a construção de um Centro de Consciência Ambiental, chamado de ‘Árvore da Terra’, Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 39 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. todavia, fora dos limites da RPPN, na propriedade. A ‘Árvore da Terra’ terá cinco terraços com jardins suspensos onde com o uso de realidade virtual serão expostos os mais variados ambientes da terra de forma interativa, biblioteca eletrônica de flora e fauna, jogos eletrônicos educativos, uma exposição permanente sobre a mata atlântica e outros instrumentos que ofereçam educação ambiental de alta qualidade. O Centro de Consciência Ambiental teria uma vista privilegiada da Pedra da Gávea, Pedra Bonita, Praia de São Conrado e dossel florestal da Mata Atlântica de encosta. Figura 35. Foto meramente ilustrativa do que pretende-se como Centro de Consciência Ambiental para a RPPN CÉU DO MAR (não terá esse formato, mas apresenta a magnitude do pretende-se). • Restaurante e lojinha de souvenires (Restaurant): também são estruturas que estão previstas para serem instaladas para atender ao público visitante (fora da RPPN, na propriedade), com oferta diferenciada. Figura 36. Foto meramente ilustrativa da idéia de um restaurante diferenciado na RPPN CÉU DO MAR. (não terá esse design, mas apresenta a magnitude do pretende-se). Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 40 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Além desses atrativos citados, tem-se a intenção de estabelecer: • • Centro de Educação Coorporativa para capacitação em diversos temas e níveis; Rampa de voo livre (fora da RPPN, na propriedade). Esse último caso, tem como objetivo atender a uma expectativa da Associação Brasileira de Voo Livre (ABVL), através do clube local de voo, de uma alternativa (vento e sobrecarga) à rampa da Pedra Bonita, localizada na encosta à frente da RPPN, dentro do PARNA Tijuca. Como dito anteriormente, essa rampa tem o maior registro de voos do mundo (60 mil/ano). Figura 37. Mesmo em dia nublado, a “concorrência” para voar é grande, sobretudo, diante da grande demanda por voo duplo, que custa, em média, 200 reais por pessoa. Foto: Adriano Melo. 1.7.2) Oferta Concorrente A identificação de oferta concorrente para o Eco Parque foi realizada utilizando os seguintes parâmetros: 1. 2. 3. 4. Configurar-se como um Parque Temático; Estar sediado no Brasil e cadastrado no Ministério do Turismo; Apresentar equipamentos de transporte de visitantes como teleféricos ou similares; Estar pautado na temática ambiental, ecológica ou similar, como por exemplo, “eco parque” ou “eco aventuras”; 5. Encontrar-se ou estar próximo a uma área natural protegida; Neste contexto, durante a busca foram encontrados 34 Parques Temáticos em operação no Brasil e registrados no Ministério do Turismo, destes, 13 apontaram em sua descrição a temática ecológica, a saber: Engenho Laje Bonita – PE, Estância Mimosa Ecoturismo – MS, Parque Unipraias – SC, Trem do Corcovado – RJ, Pampas Safari – RS, Recanto Ecológico Rio da Prata – MS, RPPN Ninho do Corvo - PR, Hotel Fazenda Parque do China - ES, Complexo Turístico Itaipu – PR, Thermas do Rio Preto – AM, Sitio Park – CE, Apoena Eco Park – CE e Thermas de Sulina – PR; Após uma avaliação preliminar, foram considerados concorrentes do empreendimento: Bondinho do Pão de Açúcar – Encontra-se no mesmo município do empreendimento proposto, é uma atração consolidada e apresenta como característica o uso da paisagem natural para contemplação por meio de um teleférico; Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 41 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 38. Entrada do bondinho do Pão de Açúcar. Foto: Jian Niotti. Trem do Corcovado - Encontra-se no mesmo município do empreendimento proposto, é uma atração consolidada e apresenta como característica o passeio por dentro da Mata Atlântica do PARNA Tijuca até a estátua do Corcovado; Figura 39. Logo e trem de passageiros do Trem do Corcovado. Fonte: www.corcovado.com.br Parque Unipraias – Encontra-se em Balneário Camboriú, Estado de Santa Catarina e apresenta atrações como teleférico e transporte similar à montanha russa pelo meio da mata; Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 42 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 40. Logo e teleférico (acima) e trenós de montanha (abaixo) do Parque Unipraias. Fonte: www.unipraias.com.br. RPPN Ninho do Corvo – Encontra Encontra-se em Prudentópolis, estado stado do Paraná e apresenta trilhas, arvorismo, rapel, tirolesa e passeio 4X4; Figura 41.. Logo e rapel na RPPN Ninho do Corvo. Fonte: www.ninhodocorvo.com.br Floresta Aventura – Está localizado no bairro do Joá, Município do Rio de Janeiro, sendo o concorrente mais próximo do empreendimento. Oferec Oferecee atividades de arvorismo e também atende eventos e treinamentos corporativos. Figura 42.. Sítio e Tirolesa da Floresta Aventura. Fonte: www.florestaventura.com Lagoa Aventuras – Localizado lizado no Parque Municipal da Catacumba, próximo a Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro. Oferece atividades de Arvorismo, escalada, rapel e tirolesa. Vale destacar ainda que empresa é fruto de uma parceria entre a Rio Hikking e a Cânion Iguaçu. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 43 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 43. Sítio e arvorismo da Lagoa Aventuras. Fonte: www.lagoaventuras.com.br Vale ressaltar que a maior parte dos empreendimentos concorrentes presta atendimento bilíngue (inglês e espanhol), sendo que alguns atendem também em italiano e francês. Por fim, a identificação da oferta concorrente encontrou diferentes empreendimentos com uma ou mais características semelhantes ao empreendimento proposto, sendo que o fator localização e proximidade são determinantes para uma concorrência direta. Vale destacar, ainda, que está previsto no PARNA Tijuca a concessão de uma área para implantação de um circuito de arvorismo e tirolesa. 1.8) Pesquisa e Monitoramento Nenhuma pesquisa foi desenvolvida na área da RPPN e da propriedade. No entanto, há interesse claro da CÉU DO MAR em permitir e apoiar essa atividade em caráter permanente, no âmbito do projeto Eco Parque, que pretende manter em seu staff pessoal específico para mobilizar pesquisadores, transformar os conhecimentos gerados em temas de interpretação ambiental em tempo real (p.ex.: uso dessas informações na tecnologias interativas previstas para o Centro de Consciência Ambiental) e monitorar a interface visitação-biodiversidade. Existe uma casa de apoio em que, se necessário, poderá servir de alojamento para pesquisadores. A partir dos levantamentos do plano de manejo são indicadas linhas de estudo e pesquisa, tanto para o presente quanto para o futuro, quando o plano de manejo já estiver sido implementado: avaliação da RPPN como zona de amortecimento e corredor ecológico do PARNA Tijuca; continuidade amostral dos inventários faunístico e florístico; reintrodução de espécies raras e ameaçadas; monitoramento de fauna e flora; monitoramento do impacto da visitação; perfil de visitantes; avaliação da consciência ambiental dos visitantes após experiência na RPPN. 1.9) Ocorrência de Fogo Não há registros de ocorrência de fogo na área da RPPN e propriedade, tampouco, indicadores ambientais, pois toda a área é coberta por vegetação secundária de regeneração de estágio médio a avançado com bom desenvolvimento do sub-bosque. Nos registros de incêndios florestais apontados no plano de manejo do PARNA Tijuca para esta unidade de conservação, também não constam áreas com proximidade da RPPN (adjacente ao Morro do Cochrane – Setor B do Parque). 1.10) Atividades desenvolvidas na RPPN A conservação é a única atividade desenvolvida na Reserva atualmente, além do uso familiar para lazer. Mas, como já mencionado, a RPPN CÉU DO MAR passará a desenvolver ecoturismo no âmbito Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 44 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. de um “Parque temático”, sendo a proteção da biodiversidade, a pesquisa cientifica e a interpretação ambiental, premissas arraigadas a esse mudança de objetivo de manejo, como previsto no Sistema Nacional de Unidades de Conservação do Brasil (SNUC – Lei 9.985/00). A manutenção de trilhas é uma atividade rotineiramente realizada na propriedade e RPPN. 1.11) Sistema de Gestão A RPPN é tem como gestor a pessoa do Sr. Paulo Roberto Silva e Souza, dono da propriedade. Atualmente trata-se de uma propriedade cujo território possui predominância florestal e que, portanto, há baixa utilização. Sendo assim, não há funcionários nem na RPPN, nem na propriedade. Com a implementação do Eco Parque Topo da Mata, haverá uma parceria entre a RPPN e a R.F.T. para coordenar as atividades de administração, operação, marketing e ações ecológicas, de modo a garantir a sustentabilidade ecológica e econômica do projeto turístico, planejado para funcionar nas áreas da RPPN, propriedade e entorno. 1.12) Infraestrutura 1.12.1) Infraestrutura básica O total de área construída na propriedade é de aproximadamente 1.000 m², ocupados por um templo e sete casas, incluindo a casa principal, o que representa menos de 1% da área total. Existem ainda algumas estruturas de casas abandonadas, que eram outrora utilizadas pela família do proprietário ao longo da propriedade, RPPN e na área de usucapião adjacente (Figura 45). Dentro da RPPN existe apenas uma casa, mas sem utilização atualmente. A B C D E Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 45 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 44. A- Casa principal; B- escritório; C- Templo CÉU DO MAR; D e E – casas abandonadas. Fotos: Adriano Melo. A identificação de infraestrutura básica para o empreendimento revelou que não existe sistema público de distribuição de água no local (uma realidade das partes altas de São Conrado), fato que leva as residências da propriedade a utilizarem água de captação. São duas captações principais que captam água diretamente de um paredão rochoso e distribui para aproximadamente 30 caixas d’água ao longo da propriedade (Figura 46). Esta situação requer muita atenção, pois a disponibilidade de água em quantidade e qualidade é fundamental para a atividade turística, sendo válido ressaltar que a maior parte dos turistas estrangeiros recebe advertência sobre o consumo de água no Brasil. Figura 45. Sistema de armazenamento da água de captação na RPPN CÉU DO MAR. Foto: Adriano Melo Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 46 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Outro ponto de atenção está na falta de sistema público de coleta e tratamento de esgoto (também uma realidade das partes altas de São Conrado), sendo que nas residências da propriedade se utiliza o sistema de sumidouro. Tendo em vista a dimensão do empreendimento, este é outro fator de muita importância para a gestão ambiental no local, advertindo que o sucesso de todo o projeto depende da solução que será encontrada para a coleta e tratamento de esgotos. A distribuição de energia elétrica para as residências é satisfatória, porém, se levado em conta à dimensão do projeto proposto, é preciso ter atenção com a quantidade e disponibilidade de energia para o funcionamento dos equipamentos que serão instalados. Neste ponto, se faz importante lembrar que muitos equipamentos turísticos necessitam de voltagem e sistemas específicos de distribuição de energia para funcionar. O sistema de telecomunicações é razoável, contando com a presença de internet (ainda muito lenta de acordo com o gestor da RPPN), sistema de telefonia fixa e sinal de telefone celular, inclusive dentro da mata (todas as operadoras). Os fatores água, energia e coleta e tratamento de esgoto são fundamentais para o sucesso de qualquer projeto turístico, principalmente os de grande porte. Desta forma, é essencial que tais questões sejam analisadas em busca de uma solução viável e de qualidade, a fim de que se alcance o sucesso almejado. 1.12.2) Infraestrutura Turística O inventário objetivou levantar estruturas como portarias ou similar, espaço para estacionamento, sanitários, sinalização ou centro de visitantes, bem como estruturas e a presença de serviços para A&B, hospedagem, comércio e guias ou monitores. Na RPPN CÉU DO MAR não foram identificadas estruturas turísticas, somente residências abandonadas (Figura 47) que outrora foram utilizadas pela família do gestor, e que por ventura, possam ser aproveitadas para algum uso no projeto do Eco Parque, após reforma e adaptações necessárias. Além disso, foi possível constatar a presença de caminhos ou trilhas que se encontram encobertas pela mata (Figuras 50 a 58). Figura 46. Casa abandonada no interior da RPPN (acima) e casa sem utilização atualmente e passível de funcionar como base de apoio no Eco Parque turístico Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. após 47 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. ampla reforma ou reconstrução. (museu temático ou alojamento para pesquisa ou base de apoio operacional etc.). Foto: Adriano Melo. Tendo em vista o porte do projeto proposto, bem como a geografia do local, a falta de área para estacionamento e manobra de veículos, na Estrada das Canoas foi, dentre os itens analisados, o que mais requer atenção. O estacionamento do mirante das Canoas e o espaço inutilizado da Universidade Cândido Mendes (Figura 48) foram apontados como possíveis áreas a serem utilizadas, a partir, naturalmente, do estabelecimento de parcerias com os proprietários da área. A B Figura 47. A- Estacionamento no mirante das Canoas; B- Espaço inutilizado da propriedade da Universidade Cândido Mendes (em frente a subida da Padra Bonita). Foto: Adriano Melo. 1.12.3) Recursos Turísticos: O inventário apontou a presença dos seguintes recursos turísticos na área da RPPN CÉU DO MAR: Paisagens/Mirantes naturais - inclui a vista da Praia de São Conrado, Pedra da Gávea, Pedra Bonita e Mata Atlântica. Possui um bom grau de atratividade. Figura 48. Vistas, a partir de um mirante natura, da Pedra da Gávea e Pedra Bonita com voo duplo de asa delta e parente. Foto: Adriano Melo. Trilhas e caminhos na Mata Atlântica – existem antigos caminhos/ trilhas que são utilizados pela família e comunidade do CÉU DO MAR, estando encobertos pela mata. Essas trilhas, com acesso de leve a moderado, apresentam atrativos com vocação para educação ambiental e ecoturismo. Como o Eco Parque Topo da Mata possui como premissa o uso de caminhos aéreos, sem uso do piso florestal, esses caminhos serão possivelmente aproveitados para a alocação das trilhas suspensas, com possíveis descidas para determinados atrativos, como: mirantes, avistamento de espécies de flora e fauna, possível museu, entre outros, conforme detalhado abaixo. São duas trilhas principais com vocação tanto para contemplação da natureza quanto para prática de interpretação/ educação ambiental: Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 48 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. • Trilha do Cedro: tem início na casa principal da propriedade e segue para dentro da RPPN, passando por um mirante com uma imperiosa vista para Pedra Bonita, Pedra da Gávea e Praia de São Conrado, tendo como moldura a floresta. Após o mirante chega-se em uma casa inutilizada, que pode ser reformada ou reconstruída para funcionar como museu da Mata Atlântica, que direcionaria os visitantes até um exuberante indivíduo arbóreo da espécie Cedrela fissilis (Cedro) enraizado em um grande bloco rochoso, didático ao ponto de pode se explicar a dinâmica da floresta. Figura 49. Trilha do Cedro. Foto: Adriano Melo. Figura 50. Vista do mirante. Foto: Adriano Melo. Figura 51. Continuação da trilha após o mirante, dentro da RPPN. Foto: Adriano Melo. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 49 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 52. Casa que poderá funcionar como Museu da Mata Atlântica. Foto: Adriano Melo. • Figura 53. Cedro enraizado na rocha – final da trilha. Foto: Adriano Melo. Trilha do Bambu: trata-se de uma trilha existente por ocasião da delimitação junto a propriedade com o Gávea Golf Clube. Na época foram plantados indivíduos de bambu, desde uma área acima ao Mirante das Canoas até o sopé do Morro do Cochrane. A trilha, que está localizada em área da propriedade, possui declividade ora plana ora íngreme e tem como principal atrativo a denominada ‘Pedra do Avatar’, já que está sob um cenário místico, formado por uma gruta repleta de umidade (está na calha de um córrego intermitente), e uma grande rocha se sobressai. Esse grande bambuzal disposto em forma de leira deverá ser manejado para dar lugar a espécies nativas. Figura 54. Trilha do Bambu. Foto: Adriano Melo. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 50 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 55. Pedra do Avatar. Foto: Adriano Melo. Figura 56. Fim da trilha do Bambu, acima do Mirante das Canoas. Foto: Adriano Melo Paredão Rochoso (Figura 18) – Dentro dos limites da propriedade, na sobreposição com o Parque Nacional da Tijuca, há vários pontos que é possível avistar o imperioso paredão do Morro do Cochrane e sua pujante vegetação protegida, também com vocação para turismo pedagógico, científico e ecoturismo, após alinhamento com a administração do parque. Figura 57. Paredão rochoso do Monte Cochrane. Foto: Adriano Melo. Estes recursos turísticos ainda encontram-se em estado bruto, não sendo capazes de atrair grandes correntes de visitantes, sendo indicados apenas para um público disposto a um grau elevado de esforço físico e que tenham como principal atração o contato com a natureza preservada. Neste contexto, a presença de equipamentos turísticos de entretenimento, bem como de intervenções que realcem os recursos existentes, se tornam fundamentais para o desenvolvimento da atividade turística e atração de um público visitante com perfil mais amplo. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 51 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. 1.12.4) Síntese Inventário Turístico • O desenvolvimento do turismo na RPPN CÉU DO MAR depende, tendo em vista o porte do o projeto do Eco Parque Topo da Mara, de um sistema de distribuição de água em quantidade e qualidade, de um sistema de coleta e tratamento de esgoto e atenção com a distribuição de energia elétrica, haja vista a demanda pelos equipamentos turísticos previstos; • Não foi identificada infraestrutura turística na área da RPPN, sendo que a falta de um espaço próprio para estacionamento requer atenção. O arrendamento de áreas privadas em propriedades acima (caso da Cândido Mendes) e a concessão do estacionamento junto a Prefeitura do Rio de Janeiro são possíveis soluções; • Os principais recursos turísticos da RPPN, diante dos atuais objetivos de manejo, naturalmente, encontram-se em estado bruto e requerem a presença de equipamentos de entretenimento e intervenções para atrair um público visitante de perfil mais amplo e, consequentemente, em quantidade satisfatória a viabilidade econômica do projeto; 1.13) Equipamentos e Serviços A RPPN possui serviços de telefonia e internet instalados, conforme explicado no item ‘Infraestrutura’, mas é desprovida de qualquer tipo de bens e equipamentos para o manejo da RPPN, dada a baixa utilização da UC por conta dos objetivos de manejo. 1.14) Recursos Financeiros A RPPN não dispõe de recursos financeiros. O proprietário envidou diversos esforços na busca de recursos junto à editais, como o Programa de RPPN da Mata Atlântica, mas não obteve sucesso. Após isto, o gestor por iniciativa própria, conseguiu doações de parceiros institucionais para elaboração do documento. Trata-se da Rain Forest Tram, que será o principal investidor no âmbito do Eco Parque Topo da Mata. 1.15) Formas de cooperação Conforme explicado no item ‘Histórico de Criação e Aspectos Legais’, a RPPN CÉU DO MAR pretende, junto com parceiros institucionais, implantar um empreendimento do tipo Parque Temático (Eco-Parque), que engloba não só a área da RPPN, mas parte da propriedade (incluindo as de usucapião no entorno imediato). O passo inicial para o desenvolvimento deste projeto foi a assinatura de um contrato de parceria com a R.F.T. Rain Forest Tram, baseada em Miami, que opera seis eco-parques na região do Caribe (ver www.rainforestadventure.com), com experiência comprovada oferecendo um serviço de alta qualidade. A R.F.T. se tornou o primeiro investidor deste projeto e irá instalar e operar o Parque. Para isso estão sendo incorporadas três companhias: a R.F.T. Brasil, filial da R.F.T. Miami, e a uma holding chamda Mata Atlântica, formada pelo gestor da RPPN e seus sócios brasileiros. A R.F.T. Brasil e a Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 52 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. holding3 Mata Atlântica farão uma joint venture4, formando assim o Eco Parque Topo da Mata, que será a companhia que aparecerá para o público. 2) CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE A propriedade em questão possui 22 ha e é caracterizada por apresentar cobertura e uso do solo composta predominantemente por floresta (87%) considerando os 3,4 ha da RPPN. As sete casas e as construções abandonadas, que poderão servir como apoio ao empreendimento turístico mais tarde após reforma, representam somam 1% do total do território, enquanto o paredão rochoso da face norte do Morro Cochrane engloba 12% da propriedade (Mapa 11, no Anexo A). É importante enfatizar que a maior parte da propriedade (71,82%), a partir da cota 400m, está sobreposta ao Setor C do Parque Nacional da Tijuca, conhecido como Setor Serra da Carioca. A área de sobreposição da RPPN engloba Zonas de Recuperação e Primitiva do PARNA, de acordo com o zoneamento apresentado em seu plano manejo. A Zona de Recuperação é composta pela floresta adjacente ao Morro Cochrane, chegando até a cota 500m. Atualmente, essa área encontra-se coberta por vegetação secundária de estágio médio de regeneração e completamente recuperada. Já a Zona Primitiva, começa a partir da cota 500m, onde se tem uma vegetação de estágio avançado. 3) CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ENTORNO 3.1) Infraestrutura e Serviços de Apoio O Bairro de São Conrado concentra a maior parte dos fatores favoráveis para o desenvolvimento do empreendimento. O fornecimento de água (partes baixas), energia elétrica, coleta de resíduos sólidos (lixo) e sistema de telecomunicação funcionam adequadamente, sendo o ponto negativo o serviço de coleta e tratamento de esgoto que é precário, motivo pelo qual a praia de São Conrado frequentemente não apresenta condições de balneabilidade. Além dos serviços básicos, o bairro conta com a presença de farmácias, shopping, hotéis, bancos, supermercados e postos de gasolina. O sistema de segurança é composto por destacamentos 3 Uma sociedade gestora de participações sociais (SGPS), mais conhecida em inglês como holding, é uma forma de sociedade criada com o objetivo de administrar um grupo de empresas (conglomerado). A holding administra e possui a maioria das ações ou quotas das empresas componentes de um determinado grupo. Essa forma de sociedade é muito utilizada por médias e grandes empresas e normalmente visa melhorar a estrutura de capital, ou é usada como parte de uma parceria com outras empresas (Wikipédia). 4 Joint venture ou empreendimento conjunto é uma associação de empresas, que pode ser definitiva ou não, com fins lucrativos, para explorar determinado(s) negócio(s), sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica (Wikipédia). Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 53 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. móveis e o 16º Departamento de Polícia da Barra da Tijuca a 5,7 km do empreendimento. Na Praça que dá acesso a Rua das Canoas existe uma cabine de polícia com presença constante de policiais (Figura 59), favorecendo a segurança do local. O corpo de bombeiros mais próximo é o 17º da Gávea, distante 8,1 km do empreendimento e o 1º Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente - GSFMA no Alto da Boa Vista, distante 8,9 km (Figura 60). Trata-se de mais um bairro da zona sul do Rio de Janeiro que vive o paradoxo entre altíssimo e baixo poder aquisitivo (p.ex.: prédios de luxo e o bairro da Rocinha – Figuras 61 e 62). Figura 58. Cabine Policial na Praça de acesso a Rua das Canoas. Foto: Jian Niotti. Figura 59. 1º Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente – GSFMA. Foto: Jian Niotti. Figura 60. Bairro da Rocinha em São Conrado. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 54 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 61. Área nobre predominante no bairro de São Conrado (prédios e Gávea Golf Clube). Quanto à oferta de infraestrutura e serviços de apoio ao turismo, não foram identificados fatores limitantes para o desenvolvimento do empreendimento turístico. 3.2) Oferta turística complementar 3.2.1) Município do Rio de Janeiro A capital do Estado do Rio de Janeiro é um destino turístico consolidado no Brasil e no mundo. A aposta na atividade turística, tendo como enfoque eventos esportivos, proporcionou a cidade sediar os Jogos Olímpicos de 2016 e a final da Copa do Mundo da FIFA em 2014. Estas conquistas alavancaram a economia do município e do Estado, gerando promoção e atraindo investimentos. Uma análise sob a ótica do planejamento turístico revela porque a cidade é tão atraente para o turista e, no momento atual, tão propícia para o desenvolvimento de projetos e empreendimentos turísticos. É importante ressaltar que existem inúmeras variáveis (principalmente no turismo) que podem determinar o sucesso ou fracasso de um empreendimento, entretanto, a fase que a cidade do Rio de Janeiro vive é extremamente favorável. Dentro deste contexto, em se tratando de elementos institucionais para o desenvolvimento do turismo, a existência de uma legislação para o setor é fundamental. Neste sentido, Estado e Município apresentam: a) Menção do turismo na Constituição do Estado do Rio de Janeiro no Artigo 227; b) Plano Fluminense de Turismo (Lei 5489/09); c) Decreto de criação do Comitê Integrado de Segurança Turística (Decreto 32.664/03); d) Resolução de criação do Batalhão de Policiamento de Áreas de Interesse Turístico - BPTUR (Resolução nº. 313, de 31/01/2000, da Secretaria de Estado de Segurança Pública); Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 55 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. e) Decreto de criação do Grupo de Apoio e Fomento ao Turismo Marítimo e Náutico (Decreto 26.762, de 06/02/2003); f) Menção sobre o Turismo na Lei Orgânica do Município do RJ (Título VI – Das Políticas Municipais – Seção III Artigos 292 a 296); Os órgãos responsáveis pelo turismo na cidade são a Secretaria Especial de Turismo e a Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro – RIOTUR, este último, uma sociedade de economia mista que atua como órgão executor da Secretaria, tendo como principais atribuições à promoção da cidade e organização dos eventos mais importantes. Órgãos responsáveis pelo turismo na cidade do Rio de Janeiro Secretaria Especial de Turismo do Rio de Janeiro Praça Pio X, 119 - 10º andar - Centro Cep 20040-020 - Rio de Janeiro - RJ RIOTUR - Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro Praça Pio X, 119 - 9º e 12º andares - Centro Cep 20040-020 - Rio de Janeiro - RJ Email : [email protected] Tel.: 21 2271-7000 Email: [email protected] Fonte: SETUR Rio de Janeiro A qualificação de recursos humanos para o turismo conta com uma série de entidades que oferecem cursos superiores de turismo e hotelaria, cursos técnicos em diferentes áreas e específicos de curta duração. A preparação para os megaeventos vem proporcionando uma série de capacitações oferecidas pelo governo federal, estadual e municipal em parceria com organizações como o SEBRAE, SENAI, SENAC, etc. Porém, como acontece em todo o Brasil, a qualificação profissional para atuar nas atividades turísticas ainda é uma lacuna, tendo como maior agravante o domínio de outros idiomas. O conjunto de infraestrutura e serviços básicos, também denominados de infraestrutura de apoio ao turismo, representa a base para o desenvolvimento turístico. Neste aspecto, a cidade do Rio apresenta um ótimo fornecimento de água e energia. A telecomunicação é outro ponto forte, pois a cidade apresenta todos os fatores desejáveis, incluindo a disponibilidade de internet gratuita em locais públicos, como na orla de Copacabana. O gerenciamento de resíduos sólidos também é bom, com destaque para a areia das praias que são permanentemente limpas. Por outro lado, a coleta e tratamento de esgotos apresentam deficiência nas localidades próximas as praias, onde algumas galerias pluviais são utilizadas como canais de escoamento direto para o mar. A necessidade de se melhorar a coleta nas comunidades menos favorecidas da cidade também é outro fator determinante para melhorar a qualidade da água nas praias. A oferta de serviços médicos e o atendimento a emergências é amplo, já que existem desde hospitais públicos e particulares até prontos socorros 24h e clínicas destinadas a tratamentos específicos, totalizando 264 estabelecimentos destinados a serviços de saúde. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 56 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. A segurança no Rio de Janeiro sempre foi um ponto negativo, apesar do Município possuir os serviços de proteção da Polícia Militar, Civil, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e Grupamento de Apoio ao Turista, os problemas originados pelo tráfico e seus territórios de domínio deixaram uma marca permanente na cidade. Felizmente, as ações de pacificação estão transformando esta realidade, sendo que as principais comunidades do Rio de Janeiro estão ocupadas pelas Unidades de Polícia Pacificadora (Quadro abaixo). Outra ação importante para a segurança foi a implantação do Centro de Operações do Rio, que integra cerca de 30 órgãos municipais e concessionárias para monitorar e otimizar o funcionamento da cidade, prevendo e atuando com rapidez em situações de emergência como chuvas fortes, acidentes de trânsito e deslizamentos. Dados da pacificação no Rio de Janeiro Fonte: Governo do Rio de Janeiro O transporte público é outro fator positivo para o turismo no Rio de Janeiro. Atualmente, a cidade conta com os serviços de metrô, ônibus circulares, trens e balsas. A chegada de navios de cruzeiro ao Rio de Janeiro merece destaque. A atividade tem movimentado fortemente a economia do município, tornando-se um caso a parte no seguimento de transportes e, consequentemente, no turismo. No Brasil, a temporada 2010/2011 atingiu quase 800 mil cruzeiristas, sendo 100 mil estrangeiros. O Rio de Janeiro foi a cidade que mais se beneficiou com os gastos dos cruzeiristas e tripulantes com R$ 102,9 milhões, seguido de Santos R$ 86,6 milhões e Búzios R$ 57 milhões (ver “Cruzeiros Marítimos – Estudos de Perfil e Impactos Econômicos no Brasil” em http://abremar.com.br/pdf/ESTUDO.pdf). Neste contexto, o Rio de Janeiro tem avançado significativamente com a revitalização do Porto e da Zona Portuária da cidade. A concessão da estação marítima de passageiros do porto para a empresa Píer Mauá S/A (ver http://www.piermaua.com.br/) trouxe grandes avanços, como o investimento de R$ 450 milhões até 2016. Segundo a Píer Mauá, já passaram mais de 3 milhões de Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 57 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. pessoas pelo terminal, sendo que na temporada 2011/2012 foram 203 atracações e uma movimentação de 700 mil turistas, deixando cerca de R$ 210 milhões (gatos totais de empresas, passageiros e tripulantes). Navio atracado no Píer Mauá. Foto: Jian Niotti. Gráfico 6. Evolução na chegada de passageiros em Navios de Cruzeiros na cidade do Rio de Janeiro. Fonte: Pier Mauá. Em paralelo as ações e o sucesso do Píer Mauá, a revitalização da Zona Portuária é outro passo importante no desenvolvimento turístico do Rio de Janeiro. O projeto prevê uma série de ações, desde mudanças estruturais, atrações de investidores, valorização do patrimônio histórico cultural e programas sociais, todos em conjunto irão transformar o que antes era uma área degradada em um novo pólo turístico e de desenvolvimento econômico (ver http://portomaravilha.com.br/). A Infraestrutura e disponibilidade de serviços turísticos no Rio de Janeiro é completa, sendo que atualmente a cidade possui cerca de 46 mil leitos em quase 500 meios de hospedagem, segundo dados Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 58 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. da ABIH-RJ. Os serviços de alimentos e bebidas também proporcionam uma oferta variada num total de 13 mil estabelecimentos entre bares, restaurantes e similares. O setor de agências de viagens apresenta cerca de 600 empreendimentos segundo a ABAV-RJ. O setor de transporte é outro de destaque com cerca de 250 empresas de acordo com o Caderno de Turismo do RJ 2010. Além disso, a cidade conta ainda com sinalização e cabines de informações turísticas, guias turísticos e casa de câmbio. Toda esta estrutura de serviços e empreendimentos gira em torno dos principais atrativos da cidade, como o Cristo Redentor no Parque Nacional da Tijuca, que em 2011 recebeu 1.8 milhões de visitantes de acordo com dados do ICMBIO, o Bondinho do Pão de Açúcar, que recebe em média 2.500 pessoas por dia, a série de Praias existentes, com destaque para Copacabana, e as comemorações do Réveillon e Carnaval. Tantos atrativos proporcionaram ao Rio de Janeiro atingir o número de 1.61 milhão de turistas estrangeiros e 6 milhões de brasileiros em 2010, segundo dados da RioTur. Os principais mercados emissores nacionais para a cidade do Rio de Janeiro em 2010 foram São Paulo e Minas Gerais. Enquanto que os principais emissores internacionais foram a Argentina (21,9%), os Estados Unidos (18,3%) e a França (6,4%). O turismo no Rio de Janeiro tende a crescer rapidamente nos próximos anos por conta do calendário de eventos internacionais, onde estão previstos a realização da RIO+20, Copa das Confederações, Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo FIFA 2014 e Jogos Olímpicos em 2016. Desta forma, o prognóstico para o desenvolvimento do turismo na cidade para os próximos anos é extremamente favorável, cabendo, apenas, a ressalva quanto à capacidade hoteleira da cidade e as melhorias na infraestrutura aeroportuária do Brasil como um todo, desafios que Governo Federal, Estadual e Municipal estão empenhados em superar. 3.2.2.) O bairro de São Conrado A oferta turística complementar em São Conrado é composta pelos atrativos e serviços turísticos existentes no Bairro. Quanto aos serviços, foram identificados meios de hospedagem, agências de viagem, bares e restaurantes e os operadores de voo livre que são o destaque da região (Figura 63). A oferta de mão de obra é abundante, pois além dos moradores do bairro e região, existe e concentração de moradores da Rocinha. Porém, esta oferta irá depender da qualificação profissional exigida, mas de acordo com as características do empreendimento, diferentes funções podem ser preenchidas após um treinamento fornecido pelo próprio empreendimento. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 59 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 62. Operador de voo livre em preparação na rampa da Pedra Bonita. Foto: Jian Niotti. As principais atrações turísticas no bairro estão diretamente ligadas ao ambiente natural, como a Pedra da Gávea (Figura 64), Praia de São Conrado (Figura 65), Setor C e B do Parque Nacional da Tijuca (Figura 66) e Mirante da Pedra Bonita e Mirante das Canoas (Figura 67). O voo duplo de Asa Delta ou Parapente é a maior atração da região, sendo responsável por grande parte dos visitantes que chegam ao bairro. O Gávea Golf and Country Club (Figura 68) também é um empreendimento turístico, porém, voltado para um público específico. Figura 63. Pedra da Gávea. Foto: Adriano Melo. Figura 64. Vista da Praia de São Conrado. Foto: Jian Niotti. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 60 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 65. Acesso ao Parque Nacional da Tijuca. Foto: Jian Niotti. Figura 66. Mirante das Canoas. Foto: André Camilli. Figura 67. Gávea Golf and Country Club. Foto: Jian Niotti. Neste contexto, a análise da oferta turística complementar apontou fatores positivos para o desenvolvimento do turismo, sendo essa uma região turística de enorme potencial. O principal destaque é o bairro estar em um ponto do município entre o centro da cidade e a região que atualmente está em expansão (Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes), o que favorece a proximidade a dois mercados emissores dentro de um mesmo município. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 61 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. 3.2.3.) Síntese Turismo no Rio de Janeiro • O Estado do Rio de Janeiro apresenta potencial de recursos e condições favoráveis para o desenvolvimento do Turismo; • Os órgãos responsáveis pelo turismo no Estado do Rio de Janeiro são a Secretaria Estadual de Turismo e a TurisRio; • O Estado possui avançada legislação para o desenvolvimento e promoção da atividade turística; • Existe a necessidade de expandir a atividade turística para as cidades do interior do Estado; • A cidade do Rio de Janeiro é um destino turístico consolidado no Brasil e no Mundo, detentora de uma boa infraestrutura básica e turística; • A cidade irá sediar diferentes eventos, com destaque para a final da Copa do Mundo FIFA 2014 e Jogos Olimpícos de 2016, atraindo inúmeros investimentos e ações de melhorias; • A construção da linha 4 do Metrô, a revitalização da Zona Portuária da cidade, entre outros, são exemplos de melhorias e investimentos que estão ocorrendo. • A pacificação de comunidades antes dominadas pelo tráfico de drogas trouxe novamente a sensação de segurança para moradores e visitantes; • O setor de Navios de Cruzeiros tem movimentado fortemente a economia do município; • A capacidade hoteleira da cidade precisa ser ampliada rapidamente para atender as demandas futuras; • O turismo na cidade irá se beneficiar a médio e longo prazo por conta dos Megaeventos que irão acontecer; 3.3) Grupos de Interesse A identificação de grupos de interesse considerou os atores que serão afetados diretamente pelo empreendimento proposto, seja de uma forma negativa, positiva ou ambas. Vale a consideração de que qualquer grupo pode somar ou atrapalhar, dependendo do tipo de interesse que ele defende, bem como da capacidade por parte do empreendimento de mediar os conflitos. Neste sentido, uma avaliação preliminar apontou como principais grupos de interesse: a) Comunidade de Vila Canoas (Figura 69) – está localizada no início do acesso ao empreendimento e pode ser afetada pelo aumento do trânsito no local e mudança na dinâmica local, porém, pode se beneficiar com os empregos gerados no empreendimento. Possui representação legal por meio da Associação de Moradores e Amigos de Vila Canoas, mas não se sabe o grau de atuação e se a mesma esta ativa. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 62 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 68. Entrada da comunidade de Vila Canoas. Foto: Felipe Gomes. Existe uma organização filantrópica italiana que atua na comunidade (Para Ti Amizade e Solidariedade), a mesma pode representar uma força para a comunidade no que tange a reivindicações. Durante a pesquisa surgiram menções a outras associações, as quais aparentemente não estão ativas, são elas: Associação de moradores de Vila Canoas e Pedra Bonita e Associação de Mulheres de Vila Canoas. Na mesma comunidade funciona uma agência intitulada Favela Tour, esta realiza passeios turísticos (Figura 70), principalmente para estrangeiros, com o objetivo de apresentar o modo de vida nas comunidades do Rio de Janeiro. Figura 69. Turistas em visita a comunidade de Vila Canoas com a agência Favela Tour. Foto: Jian Niotti. Considerando o contexto de diferentes atores atuando dentro de uma mesma comunidade e, o fato de ser uma comunidade reduzida, o que facilita a união e organização em casos extremos, toda a cautela e precaução deve ser adotada na condução desta relação. b) Residências e Condomínios Residenciais na Estrada das Canoas (Figura 71) – distribuídos ao longo da Estrada das Canoas, podem ser afetados pela intensificação do trânsito, perturbação durante a implantação do empreendimento e mudança na dinâmica do local. Não se sabe o poder deste grupo e qual o nível de capacidade de organização ou de se somar a outros grupos a fim de reivindicar algo. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 63 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 70. Residencial Recreio das Canoas. Foto: Jian Niotti. c) Associação de Moradores e Amigos de São Conrado – AMASCO – atuante desde 1981, está localizada na Estrada da Gávea, 899 - 2º piso (Shopping Fashion Mall). Extremamente atuante nas questões do Bairro, possui alto poder de organização e influência, além de relação próxima com a Prefeitura. Possui forte engajamento com a causa ambiental. Talvez o mais importante ator entre os grupos de interesse, pois é capaz de mobilizar todos os outros em prol de um mesmo objetivo, além de possuir respaldo e orientação técnica. Pode questionar a questão ambiental e mudanças na dinâmica do bairro, é importante que estejam convencidos do potencial de benefícios que o empreendimento pode trazer para o bairro. d) Clube São Conrado de Voo Livre – responsável pela atividade turística mais intensa no Bairro, faz uso constante da Estrada das Canoas para acessar a rampa de voo da Pedra Bonita. Grande probabilidade de se beneficiar fortemente com a presença de mais turistas no bairro, porém, as complicações no trânsito podem ser um fator negativo para os mesmos. e) Gávea Golf and Country Club – ator que se encontra em uma situação neutra, porém, possui poder de influência e mobilização, pois é um ponto de encontro de pessoas influentes da sociedade carioca. Requer atenção e precisa ser analisado com cuidado. f) Vanazul Guest House – está situado na Estrada das Canoas, funciona como meio de hospedagem e agência de receptivo, além de fazer parte de uma ONG chamada visão esperança – Museun Of Hope. Pode ser afetado pela intensificação do trânsito e mudanças na dinâmica local, entretanto, pode se favorecer do aumento no número de turistas. Não possui tanta expressão quanto os outros atores, mas como atua em diferentes áreas, não se sabe o seu alcance e capacidade de influenciar positiva ou negativamente a implantação do empreendimento. g) Parque Nacional da Tijuca – após reunião com a Diretora do Parque e membros do ICMBIO, ficou evidente que é um parceiro. Porém, em se tratando de um órgão público Federal, está sujeito as mudanças frequentes da administração pública, bem como as pressões de grupos ambientalistas ou setores contrários. É um ator importantíssimo na abordagem aos outros atores, pois seu apoio favorável ao empreendimento pesa bastante. O Conselho do Parque pode ser considerado um ator conjunto ao PARNA Tijuca, pois a opinião de seus membros influencia bastante nas decisões da administração do Parque, desta Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 64 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. forma, o mesmo deve ser considerado como grupo de interesse relevante, principalmente por congregar diferentes atores da sociedade. A associação Amigos do Parque Nacional da Tijuca é outro ator conjunto ao PARNA, atualmente conta com mais de 300 associados que atuam na defesa dos interesses do Parque. Este ator possui parcerias importantes, como a Fundação Roberto Marinho, por exemplo. Entre suas ações estão o Programa de Voluntários do Parque e o projeto de Unidade de Atendimento aos Turistas. O conselho deliberativo da Associação possui membros de destaque como Fernando Gabeira e o jornalista André Trigueiro, entre outros. Desta forma, se consolida como mais um ator relevante dentro dos grupos de interesse, principalmente pela presença de pessoas influentes. h) Subprefeitura da Zona Sul e XXVII Região Administrativa (Rocinha) – dois atores governamentais que são essenciais para o desenvolvimento do empreendimento, principalmente no apoio as obras de implantação, organização das vias de acesso e articulação junto aos habitantes do bairro de São Conrado e moradores no entorno do empreendimento. i) Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Turismo – outros dois atores governamentais que atuam em maior escala, são fundamentais para articulações maiores e apoio ao desenvolvimento do empreendimento. A identificação de grupos de interesse apontou uma diversidade média de atores, sendo que o destaque fica por conta de outros atores que atuam dentro de um grupo principal, como o caso da Associação de Amigos do PARNA Tijuca e da ONG Para Ti Amizade na Comunidade de Vila Canoas. Tais subgrupos devem ser observados com atenção, pois congregam uma série de recursos que podem influenciar na dinâmica e postura do grupo principal. Nesta análise preliminar, a AMASCO aparece como principal ator, detentora de uma atuação constante nos interesses do Bairro de São Conrado, além de possuir poder de influência, capacidade de mobilização e respeito dos outros atores. O PARNA Tijuca aparece como principal parceiro, mas sem considerar a postura do conselho e da Associação de Amigos do Parque. Finalmente, o bairro de São Conrado é uma região turística no Município do Rio de Janeiro, sendo que sofre com alguns problemas nesta área, como os assaltos a visitantes na Pedra da Gávea, por exemplo. Tal fato favorece uma abordagem conjunta dos grupos de interesse pela temática do turismo, ressaltando os benefícios que o empreendimento proposto irá trazer para o bairro e para os atores de interesse, sendo este um caminho para uma abordagem positiva que conquiste o apoio dos grupos de interesse. 4) POSSIBILIDADE DE CONECTIVIDADE As unidades de conservação de maior proximidade da RPPN CÉU DO MAR é o Parque Nacional da Tijuca, em que o Setor da Serra da Carioca (Setor C), se inicia na cota 400m de altitude, quando termina a RPPN, além da Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana municipal Alto da Boa Vista (DM 11.301/ 1992) e a ARIE municipal São Conrado (LM 3693/ 2003) (Mapa 12, no Anexo A). Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 65 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. O recém-criado Mosaico Carioca de Áreas Protegidas, através da Portaria nº 245 de 11/07/2011, engloba 23 unidades de conservação da região metropolitana do Rio de Janeiro, dentre essas estão 2 federais, 4 estaduais e 17 municipais (Tabela 10 e Figura 72). Tabela 9. Unidades de Conservação do Mosaico Carioca. FEDERAIS (ICMBio) a) Parque Nacional da Tijuca; b) Monumento Natural das Ilhas Cagarras. ESTADUAIS (INEA-RJ) a) Parque Estadual da Pedra Branca; b) Área de Proteção Ambiental de Gericinó/Mendanha; c) Área de Proteção Ambiental de Sepetiba II; d) Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba. MUNICIPAIS (SMMA-RJ) a) Parque Natural Municipal Bosque da Barra; b) Parque Natural Municipal Chico Mendes; c) Parque Natural Municipal da Catacumba; d) Parque Natural Municipal da Cidade; e) Parque Natural Municipal da Freguesia; f) Parque Natural Municipal da Prainha; g) Parque Natural Municipal da Serra da Capoeira Grande; h) Parque Natural Municipal de Grumari; i) Parque Natural Municipal de Marapendi; j) Parque Natural Municipal do Mendanha; k)Parque Natural Municipal do Penhasco Dois Irmãos - Arquiteto Sérgio Bernardes; l) Parque Natural Municipal Fonte da Saudade; m) Parque Natural Municipal José Guilherme Merquior; n) Parque Natural Municipal Darke de Matos; o) Área de Proteção Ambiental dos Morros da Babilônia e São João; p) Área de Proteção Ambiental dos Morros do Leme e Urubu; q) Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca. A localização da RPPN CÉU DO MAR favorece a inserção da mesma no Mosaico Carioca de Áreas Protegidas (Portaria MMA no. 245), que seria a primeira UC da categoria Reserva Particular do Patrimônio Natural a participar desse Mosaico, o que contribuiria para fortalecer a classe de UC particulares junto às decisões tomadas para um todo na região metropolitana do Rio de Janeiro. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 66 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 71. Unidades de Conservação do Mosaico Carioca de Áreas Protegidas. Fonte: http://mosaicohttp://mosaico carioca.blogspot.com.br/2012/02/divulgacao carioca.blogspot.com.br/2012/02/divulgacao-vii-congresso-brasileiro-de.html 5) DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA Sob a ótica global, a RPPN CÉU DO MAR vem ao encontro das ações de conservação da biodiversidade, e seus serviços ambientais associados, ao bioma Mata Atlânt Atlântica ica (que é considerado um hotspot,, denominação dada as 25 áreas em todo mundo que, embora sejam de megadiversidade, estão sob grande pressão de uso e ocupação ((Figura 73) - MITTERMEIER et al. (2005)).. Figura 72. Áreas do mundo consideradas hhotspot. A Mata Atlântica, diante do balanço biodiversidade/grau de ameaça, ocupa a quinta colocação nas prioridades mundiais de conservação. Fonte: MITTERMEIER, et al. (2005). ). Sob os pontos de vista nacional e estadual, a área do bioma Mata ta Atlântica onde se s situa a Reserva (polígono MaZc215), é considerada como área prioritária para conservação servação da biodiversidade, com importância biológica classificada como ‘alta’, assim como suaa prioridade de ação (MMA, 2007) (Figura 74). De acordo com o estudo síntese desenvolvido pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) entre os anos de 2005 e 2008, para avaliar o tamanho dos remanescentes florestais do bioma Mata Atlântica no Brasil, foi visto que o estado do Rio de Janeiro apresenta 19,60% de remanescentes florestais do bioma (Figura 75), enquanto o município de mesmo nome, onde está situada a RPPN, apenas 18% ((Tabela 11), ), o que demonstra a importância da Reserva no Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 67 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. município, principalmente por está inserida no seu contexto urbano nas adjacências da maior floresta urbana do mundo, o PARNA Tijuca. A inserção da RPPN em um dos cinco blocos de remanescentes florestais do estado, apontados por ROCHA et al. (2003), no bloco 3, também configura a importância da Reserva para a conservação do bioma no estado (Figura 76). RPPN CÉU DO MAR Figura 73. Áreas prioritárias para conservação da biodiversidade no Rio de Janeiro. Fonte: MMA (2007). RPPN CÉU DO MAR Figura 74. Remanescentes Florestais da Mata Atlântica na região metropolitana do RJ, representados pela cor verde na imagem. Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica/ INPE (2009). Tabela 10. Remanescentes florestais, em hectares, no município do Rio de Janeiro. Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica & INPE (2009). Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 68 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. RPPN CÉU DO MAR Figura 75. Blocos Remanescentes do estado do Rio de Janeiro. Fonte: ROCHA et al. (2003). A RPPN pertence à área do município do Rio de Janeiro que foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), por estar inserida acima da cota 100m. Além de ter pertencido à maior fazenda do Império, a “Fazenda Nassau”, de Van Mook também conhecido como “Van Mocke”(1818), possui em seu entorno, já dentro dos limites do PARNA Tijuca, um legado que pode ser facilmente constatado através da arquitetura, dos monumentos erguidos nos mirantes e de diversas obras de arte e objetos utilitários, tais como as fontes e stellas, que refletem o apogeu do período áureo do 1º ciclo do café no Brasil e das administrações públicas posteriores. Todo esse legado convive em harmonia com o patrimônio natural (MMA-ICMBio, 2008). Por meio dos dados atuais e, a partir do histórico das relações antrópicas sobre a região em que se insere a RPPN CÉU DO MAR, e a história natural dos espécimes originalmente característicos deste ambiente, torna-se possível diagnosticar a representatividade da RPPN, quanto à sua função ecológica e o potencial de resiliência do ecossistema. Populações estáveis de espécies-chave da fauna e flora local, como felinos e/ou espécies sensíveis, raras e ameaçadas, como o palmito juçara (Euterpe edulis) representam importantes componentes de teias alimentares de ecossistemas equilibrados. Em se tratando de uma unidade de conservação de uso sustentável em meio à região metropolitana do Rio de Janeiro, e detentora de expressiva diversidade biológica, podemos considerar a RPPN CÉU DO MAR como importante vetor para ações conservacionistas e de restauração da fauna e flora local, dada as características da sua biodiversidade residente, do estágio de conservação do ambiente e da variedade de recursos disponíveis. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 69 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. PARTE C - PLANEJAMENTO De acordo com Sistema Nacional de Unidades de Conservação, a Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. Nesta, são permitidas atividades que envolva envolvam m pesquisa científica e visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais. No caso da RPPN CÉU DO MAR MAR, a ideia de expandir socialmente a consciência ambiental a partir do contato das pessoas com a biodiversidade foi o que impulsionou a criação criaçã da Reserva e o que motiva a sua transformação em um Parque Temático, que permitirá acesso à natureza através de uma maneira inteligente e inovadora, sendo o turismo a principal atividade a ser desenvolvida na Reserva. A pesquisa científica também será pe permitida, rmitida, a fim de expandir o conhecimento da biologia da região, assim como para dar suporte ao próprio manejo da RPPN. Portanto, a fase planejamento do plano de manejo foi elaborado com o principal foco em normatizar as atividades de conservação da biodiversidade e de incentivo à realização do turismo, interpretação ambiental e pesquisas científicas na área da RPPN. 1) OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE MANEJO DA RPPN • • • • Conservar parte de um setor da paisagem estratégico na região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro, sob condição de Floresta loresta Ombrófila Densa Densa; Proporcionar, a partir dos atributos ecológicos e paisagísticos da RPPN, oportunidades inesquecíveis de visitação, com interação,, intuitividade, ent entretenimento, retenimento, segurança e qualidade; Realizar pesquisas científicas contínuas que possam ampliar o conhecimento da diversidade biológica local, auxiliando o manejo cotidiano da UC UC; Realizar interpretação ambiental para potencializar, junto com a experiência de visitação, a expansão social da consciência ambiental. interpretação ambiental visitação para fins turísticos e educacionais pesquisa científica conservação da biodiversidade expansão social da consciência ambiental Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 70 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. 2) ZONEAMENTO O zoneamento da UC constitui um instrumento de ordenamento territorial, usado como recurso para se atingir melhores resultados no manejo da Unidade, pois estabelece usos diferenciados para cada zona, conforme sua vocação ambiental. Dessa forma, o zoneamento torna-se uma ferramenta que vai contribuir para uma maior efetividade na gestão da unidade de conservação (IBAMA, 2004). O zoneamento é conceituado pela Lei n°. 9.985/2000 como “definição de setores ou zonas em uma UC com objetivos de manejo e normas específicas, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da Unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz”. Para o zoneamento da RPPN CÉU DO MAR (Mapa 13, em anexo), foram consideradas as seguintes zonas: Zona de Proteção, Zona de Visitação e Zona de Transição. 2.1. Zona de Proteção A Zona de Proteção é aquela que contém áreas naturais ou que tenham recebido grau mínimo de intervenção humana, onde podem ocorrer pesquisa, estudos, monitoramento, proteção, fiscalização e formas de visitação de baixo impacto. Poderá conter infraestrutura estritamente voltada às atividades de proteção (IBAMA, 2004). A Zona de Proteção da RPPN CÉU DO MAR será toda área florestada excedente da Reserva que não tenha sido considerada como Zonas de Transição e de Visitação. Esta abrange a maior área da UC, 2 ha (59%). 2.2 Zona de Visitação A Zona de Visitação é aquela constituída de áreas naturais, permitindo alguma forma de alteração humana. Destina-se à conservação e às atividades de visitação (IBAMA, 2004). Conforme contextualizado na fase Diagnóstico do presente documento, o Eco Parque Topo da Mata ocupará não somente a área da RPPN, mas também de todo o restante da propriedade. Sendo assim, considerou-se Zona de Visitação toda área destinada à instalação dos equipamentos turísticos do Eco Parque Topo da Mata que passarão dentro dos limites da RPPN, além de uma faixa (buffer) de dez metros no entorno dos mesmos. Além disso, uma área ao nordeste da RPPN também foi classificada como Zona de Visitação já que poderá concentrar futuras instalações turísticas. No total, esta Zona abrange uma área de 1,2 ha da Reserva (36%). Vale ressaltar que serão utilizadas alternativas de tecnologias de baixo impacto ambiental, sendo as atividades turísticas totalmente aéreas, ou seja, serão desenvolvidas pelo dossel da floresta. 2.3. Zona de Transição A Zona de Transição é uma faixa ao longo do perímetro da RPPN, no seu interior. Serve como filtro ou faixa de proteção, absorvendo os impactos provenientes da área externa (IBAMA, 2004). A Zona de Transição da RPPN CÉU DO MAR é representada por uma faixa de cinco metros de largura para seu interior ao longo do perímetro da Reserva que faz divisa com a propriedade que se insere, representando 0,2 ha (0,5%). Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 71 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. 3) PROGRAMAS DE MANEJO Os programas de manejo são a principal ferramenta de gestão da unidade de conservação, onde se definem as ações necessárias para o cumprimento de seus objetivos. Estes tem como função gerar diretrizes e agrupar atividades para uma adequada implementação da RPPN. A estrutura do Plano de Manejo em Programas permite que as atividades sejam descritas em grupos temáticos, facilitando a gestão e manejo da UC. Neste plano, as atividades apresentam-se inseridas em programas de manejo. Cada Programa constará da seguinte estrutura: • • • • Objetivo; Resultados Esperados; Premissas; e Atividades. Obs.: algumas atividades conterão suas normas específicas descritas sempre abaixo das mesmas. Os programas foram divididos em: Programa de Administração, Programa de Proteção e Fiscalização, Programa de Comunicação, Programa de Visitação, Programa de Pesquisa e Monitoramento e Programa de Sustentabilidade Econômica. 3.1 Programa de Administração Objetivo O Programa de Administração tem como objetivo gerar diretrizes que garantam o funcionamento da RPPN. Suas atividades relacionam-se aos procedimentos administrativos, à organização, ao controle e à manutenção. Portanto, envolvem recursos humanos, capacitação do gestor e funcionários, bem como o estabelecimento de atividades de implantação, aquisição e manutenção de infraestrutura e equipamentos, além de parcerias institucionais. Resultados Esperados • • • • • • • Pessoas que trabalham na RPPN e propriedade devidamente capacitadas; Rotinas de serviço estabelecidas; Adequação de serviços de infraestrutura básica; Implantação e manutenção regular da infraestrutura e equipamentos; Orçamentos anuais elaborados; Sinalização implantada; Parcerias implementadas. Premissas • Todas as pessoas que trabalham na RPPN e no Eco Parque deverão ser contratadas de acordo com a legislação brasileira trabalhista; Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 72 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. • Estar familiarizadas com os procedimentos administrativos e equipadas com Equipamentos de PIs; • Uso de estratégias de redução de consumo de água e energia, evitando o desperdício; • Todas as lixeiras deverão ser bem tampadas e o material orgânico não deverá pernoitar nos recipientes externos, para não atrair animais; • Para os equipamentos turísticos deverão ser adotadas Normas ABNT para Turismo, principalmente as Normas Brasileiras para Parques de Diversões (ABNT NBR 15926-1 à 5) e ABNT NBR 15331 Turismo de Aventura - Sistema de Gestão da Segurança, entre outras associadas a esse tipo de empreendimento; • Para a instalação/construções/reformas de infraestruturas na área da RPPN e propriedade sugere-se que sejam consideradas as seguintes premissas básicas: a) as propostas devem priorizar as fragilidades das áreas naturais, a redução de resíduos e a utilização de materiais alternativos de origem local, adaptação às formas arquitetônicas do entorno natural, bem como deverão garantir a auto-suficiência funcional com o mínimo impacto ambiental; b) no processo construtivo, deve-se buscar a otimização do uso do espaço, dos materiais de construção e gastos energéticos; c) sugere-se planejar sistemas alternativos de geração de energia para uso nas instalações, inclusive por geradores quando em local distante, se necessário; d) o sistema de esgotamento sanitário (ex.: fossas sépticas) deve estar de acordo com a NBR 7.229/93, sem descartar outras normas ou legislações específicas; e) as construções necessárias à administração da Unidade deverão ser o mais semelhante possível quanto à estrutura, acabamento, decoração e sinalização. • Recomenda-se organizar e manter um inventário atualizado de todo o patrimônio, bem como uma rotina de manutenção. Atividades 1. Designar pessoa responsável pela gestão da RPPN. O gestor da RPPN será responsável pela execução de todas as atividades previstas nesse plano de manejo, diretamente, quando se tratar dos Programas de Administração, Sustentabilidade Econômica e Proteção e Fiscalização, e indiretamente em relação aos Programas de Visitação, Comunicação e Pesquisa e Monitoramento. 2. Designar um técnico para coordenar o Programa de Pesquisa e Monitoramento e outro técnico para coordenar os Programas de Visitação e Comunicação. Este(s) responsável(is) deverá(ão) desempenhar as atividades listadas no respectivo Programa de Manejo, além de suprir de mão-de-obra de todas as demandas cotidianas da RPPN; 3. Elaborar Programa de Capacitação para colaboradores com ênfase em segurança e atendimento ao cliente com domínio de dois idiomas pelo menos; Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 73 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. 4. Realizar a manutenção preventiva e corretiva das instalações da RPPN e propriedade. 5. Estabelecer uma contabilidade e uma planificação de despesas da RPPN e propriedade como um todo. 6. Implantar a sinalização da RPPN através da alocação de placas em seu interior e acessos, considerando sistema trilíngue (português, inglês e espanhol). A sinalização deverá ser de três tipos: indicativa, informativa e interpretativa. A indicativa deverá direcionar o pesquisador/visitante, por meio de setas ou com o nome do atrativo/estrutura. A informativa tem a função de ilustrar (mapas e fotos) e informar, por meio de painéis, por exemplo, dados da RPPN e região, zoneamento, sobre a flora e fauna ou histórico/culturais. Já a interpretativa deve explanar sobre os aspectos geomorfológicos, hidrológicos, florísticos e faunísticos da RPPN, de forma que o visitante interaja. Para os três casos, deverão ser priorizados materiais rústicos e harmônicos ao meio ambiente, não devendo ocorrer poluição visual; Para subsidiar a interpretação, as informações devem ter como base o diagnóstico do Plano de Manejo e outros relatórios afins. 7. Adequar a disponibilidade de água em quantidade e qualidade; a quantidade e sistema de fornecimento de energia elétrica; e o sistema de coleta e tratamento de esgoto. Estes aspectos são imprescindíveis para a instalação de um empreendimento turístico e devem ser os primeiros itens a serem abordados e solucionados na escala de prioridades, inclusive com um estudo específico e aprofundado. 8. Adequar uma das benfeitorias existentes na propriedade para funcionar como Centro de Pesquisa. O Centro de Pesquisa deve incluir o alojamento para pesquisadores. Este deverá ter pelo menos 2 quartos, um banheiro, uma cozinha e um laboratório. A sugestão ideal é de 2 beliches com colchão e um armário por quarto, ademais (roupa de cama, etc.) fica por conta do pesquisador. Na cozinha é preciso ter, além dos eletrodomésticos essenciais como fogão e geladeira, as louças básicas para preparo de refeições. Os equipamentos são específicos de cada pesquisa, por isso cada pesquisador trará o seu. Mas é profícuo ter na RPPN alguns equipamentos, que possam auxiliar os pesquisadores e a própria rotina da UC, tais como: podão (com vara de 6m), tesoura de poda, pequena estufa de madeira, freezer, 2 rádios comunicadores, 1 armadilha fotográfica e 1 microscópio. 9. Implantar estrutura turística conforme descrito no Programa de Visitação; 10. Implantar estrutura de apoio composta por estacionamento e acesso até a recepção do Parque, a fim de garantir o transporte e chegada de visitantes em grande quantidade até o local, além de sanitários, abrigos e enfermaria; Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 74 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Figura 76. Espaço inutilizado da Universidade Cândido Mendes, alternativa para o estacionamento. Foto: Jian Niotti. 11. Implantar estrutura de gerenciamento com escritório, sala de controle e área de suporte aos colaboradores (vestiário, sanitários e espaço para alimentação); 12. Implantar espaço para realização de eventos e encontros coorporativos e cursos de capacitação; 13. Considerar espaço para futura implantação de meio de hospedagem de pequeno porte; 14. Realizar a demarcação física da RPPN. 3.2 Programa de Proteção e Fiscalização Objetivo Buscar a proteção da RPPN através de parceria com o PARNA Tijuca e de vigilância patrimonial. E ainda, garantir o cumprimento das normas da Reserva estabelecidas neste plano de manejo, o cumprimento da legislação ambiental e a integridade do patrimônio natural, além de garantir a segurança do patrimônio imobiliário e equipamentos existentes na propriedade e Reserva. Resultados Esperados • Parcerias com instituições estabelecidas; • Rotinas de rondas de fiscalização e proteção estabelecidas; • Sistema de prevenção e combate aos incêndios implantado. Premissas • As rondas de fiscalização deverão ser realizadas nos limites da propriedade, com ênfase na RPPN; • Adoção de equipamentos básicos de segurança e de prevenção e combate a incêndios florestais; Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 75 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Atividades 15. Implantar Sistema de Prevenção e Combate à Incêndios Florestais, considerando: • • • • a utilização de mirantes naturais da Reserva como pontos estratégicos para observação de focos de incêndio; estabelecimento de parcerias institucionais no entorno da Reserva para auxílio no combate ao fogo; o registro contínuo de ocorrências de incêndios em relatórios específicos, para o permanente aprimoramento das estratégias e acompanhamento dos impactos causados; Formação de uma brigada voluntária, com treinamento e equipamentos adequados. 16. Contratar serviço de vigilância patrimonial e centro de operações; 17. Elaborar Plano de Contingência para todo Eco Parque; 18. Realizar rondas nas áreas de visitação e nos limites das propriedades; 19. Buscar cooperação institucional com o ICMBio, de forma que o PARNA Tijuca inclua a área da RPPN nas rotinas de fiscalização de crimes ambientais, prevenção e eventuais combates ao fogo; 20. Buscar parcerias com instituições ambientais - como o INEA-RJ e IBAMA/PREVFOGO -, que poderão auxiliar na prevenção de incêndios florestais, através de sua Central de Monitoramento. 21. Buscar o apoio da comunidade do entorno imediato da Reserva, a Vila Canoas, nas denúncias de ilícitos ambientais; 22. Controlar a entrada de animais domésticos na UC. 3.3 Programa de Comunicação Objetivo Promover a expansão social da consciência ambiental do visitante e da população que vive nas comunidades do entorno da Reserva através da interação dos mesmos com a RPPN. Resultados esperados • • • • • • • Trade turístico levantado e mobilizado; Página da internet criada; Eco Parque Topo da Mata divulgado em nível nacional e internacional; Criação de uma identidade visual através do Mascote CÉU DO MAR; Logotipo do Eco Parque Topo da Mata criado; Maior integração entre os usuários e a RPPN; Inclusão social dos moradores das comunidades do entorno da RPPN nas atividades do Eco Parque. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 76 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Premissas • A comunicação deve ser feita de maneira democrática que atenda a todos as classes sociais, de forma a promover a expansão social da consciência ambiental; • Priorização, sempre que possível, de moradores das comunidades locais para trabalharem no Eco Parque, após capacitação; • A logomarca do Eco Parque deverá ser utilizada em todo material produzido, incluindo uniformes de funcionários, cardápio, produtos da loja de souvenires, etc; • A comunicação do Eco Parque Topo da Mata com seu público deverá ser intuitiva, interativa e moderna de forma a acompanhar as tendências globais. Atividades 23. Elaborar Plano de Comunicação; 24. Tornar a RPPN e o Eco Parque conhecidos no estado do Rio de Janeiro, no Brasil e no exterior; 25. Promover a troca de informações entre a Reserva e a sociedade civil organizada a fim de fortalecer as interações socioambientais; 26. Realizar o levantamento do trade turístico no município do Rio de Janeiro, a fim de divulgar e dar suporte para a visitação do Eco Parque Topo da Mata; 27. Elaborar um sistema de mala direta ou envio de mensagens eletrônicas aos visitantes divulgando os serviços, novidades, eventos, dentre outros; 28. Aprofundar o conhecimento sobre as comunidades da região do entorno da RPPN para que as ações estratégicas da administração sejam as mais abrangentes possíveis; 29. Elaborar programa de inclusão e interação social por meio do segmento de Turismo Solidário para atuar junto às comunidades locais (Vila das Canoas, Rocinha e Vidigal) e colaboradores do empreendimento; 30. Valorizar a importância socioambiental da RPPN para que esta passe a ser destaque na mídia nacional, ou mesmo em campanhas conservacionistas; 31. Desenvolver página na internet para divulgação da RPPN e do Eco Parque; 32. Elaborar um periódico digital para publicação de informações gerais realizadas na Unidade, como pesquisas, fichas técnicas das espécies de fauna e flora, eventos realizados, etc., no site oficial do Reserva; 33. Construir um banco de imagens da fauna da RPPN CÉU DO MAR; Incentivar o registro da fauna local, aos diversos segmentos de usuários da RPPN, por meio de campanha permanente. Disponibilizar as imagens em meio virtual, de forma que o crédito das imagens também esteja sendo veiculado virtualmente; Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 77 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Criar mecanismos dinâmicos de exposição virtual das imagens (“animal do mês”, ou “curiosidades animal”). Criar eventos de premiação por categorias distintas para captura de imagens. 34. Definir mascote como símbolo da RPPN/ Eco Parque, considerando uma espécie da fauna nativa do bioma Mata Atlântica, de preferência; 35. Criar logotipo para o Eco Parque Topo da Mata. 36. Proceder com o cadastro do Eco Parque no Ministério do Turismo – CADASTUR, Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil – ADIBRA, Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas - SINDEPAT e International Association of Amusement Parks and Attractions – IAAPA; 37. Realizar cooperações institucionais com os principais grupos de interesse, como PARNA Tijuca, Clube São Conrado de Voo Livre – CSCVL, Associação de Moradores e Amigos de São Conrado – AMASCO e Associação dos Moradores e Amigos de Vila Canoas, entre outros que sejam pertinentes. 3.4 Programa de Visitação Objetivo Estabelecer, orientar, direcionar e ordenar as atividades de uso público na RPPN e no Eco Parque; enriquecer as experiências de caráter ambiental e histórico/cultural dos visitantes, em um processo aliado a geração de renda para a RPPN; e conhecer o fluxo da visitação. Este programa pretende oferecer aos visitantes infraestrutura de recepção, maior variedade de experiências e oportunidades de lazer e interpretação ambiental nos atrativos da RPPN, que serão utilizados também como fontes de conhecimento e cultura ambiental. Resultados esperados • • • • • • • • • • Comportamento do visitante influenciado pela experiência na RPPN; Infraestrutura turística implantada; Planos de Marketing Turístico e Apoio ao Turismo regional implantados; Conhecimentos ambientais sobre a Mata Atlântica sendo disseminados; Estruturas de apoio aos visitantes implantadas; Atrativos implantados; Controle de visitação implantado; Preços de ingressos e serviços definidos; Sustentabilidade econômica das RPPN iniciada; Fluxo e perfil de visitantes conhecidos; Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 78 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Premissas • • • • • Os funcionários deverão orientar os visitantes sobre as normas das UC definidas no plano de manejo e sobre os atrativos existentes, auxiliando-os na escolha dos roteiros de visitação de forma a evitar aglomerações num único atrativo; Os visitantes deverão ser advertidos de que somente poderão desfrutar das áreas destinadas ao uso público; Considerar características de mínimo impacto na implementação de trilhas e equipamentos turísticos; Os equipamentos turísticos implementados não devem abranger o piso florestal da RPPN, devendo estes serem suspensos, de caráter aéreo; Deverá ser dada prioridade para ingressar no Eco Parque à pessoas e/ou grupos pré-agendados. Atividades 38. Implantar infraestrutura turística que pertencerá ao Eco Parque composta por sinalização, recepção, praça de alimentação, centro de interação com o visitante (Árvore da Terra), Trilhas Suspensas com interligações para atividades de Arvorismo e Tirolesa, áreas para descanso (mirantes), Teleférico para acesso ao “Topo da Mata” e atividades de Tréno, Via Ferrata e Balão de Gravidade Zero; 39. Proceder com a adoção das Normas ABNT para Turismo, principalmente as Normas Brasileiras para Parques de Diversões (ABNT NBR 15926-1 à 5) e ABNT NBR 15331 Turismo de Aventura Sistema de Gestão da Segurança, entre outras associadas a esse tipo de empreendimento; 40. Posicionar o empreendimento no segmento de Turismo de Natureza com ênfase em atividades de aventura acessíveis a todo tipo de público, bem como uma forte segmentação paralela para o Turismo de Estudos e Intercâmbio, recebendo alunos de diferentes localidades e níveis de ensino; 41. Elaborar programa de segurança ao visitante por meio de parceria junto a Prefeitura do Rio de Janeiro para segurança externa do empreendimento, contratação de segurança privada para parte interna, bem como sistema de monitoramento e comunicação informatizado; 42. Elaborar Plano de Marketing Turístico abrangendo o segmento de Navios de Cruzeiro e principais mercados emissores do Mundo e do Brasil; 43. Elaborar Plano de Apoio ao Turismo para São Conrado a fim de abordar de forma positiva e construtiva os principais grupos de interesse, bem como promover a gestão integrada da região turística; 44. Elaborar programa de interpretação ambiental para as atividades e atrações previstas no empreendimento; 45. Contratar estudo específico a fim de definir a capacidade de suporte dos atrativos da RPPN e do Eco Parque; 46. Controlar o fluxo e conhecer o perfil de visitantes através da aplicação de metodologia contínua. 3.5 Programa de Pesquisa e Monitoramento Objetivos Incentivar a realização de pesquisas sobre a RPPN e seu entorno, com intuito de gerar informações aplicáveis ao seu monitoramento ambiental. Além de proporcionar subsídios mais detalhados para a Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 79 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. proteção e o manejo dos recursos naturais da UC a fim de garantir a dinâmica dos ecossistemas e a manutenção da biodiversidade. Resultados Esperados • • • • • • • • • • • • Pesquisas e estudos sobre fatores abióticos e bióticos apoiados; Aspectos bióticos e abióticos dos ecossistemas da RPPN conhecidos; Aspectos antrópicos do entorno da RPPN conhecidos; Lista de fauna e flora constantemente fomentadas; Programa de monitoramento de fauna implantado; Programa de manejo de espécies exóticas implantado; Programa de reintrodução de espécies silvestres de fauna e flora implantado; Elementos de paisagem analisados; Pesquisas divulgadas; Recursos naturais manejados adequadamente; Estudo para reintrodução de espécies entendida; Repasse dos resultados das pesquisas realizadas, em tempo real, junto ao centro de visitantes. Premissas • A realização de pesquisas deverá ter autorização prévia pelo gestor da RPPN, bem como do IBAMA, se necessário, mediante apresentação do projeto de pesquisa, incluindo cronograma detalhado; • O responsável por cada pesquisa deve assinar um termo de compromisso, disciplinando a conduta, o uso das instalações e manuseio adequado dos equipamentos e firmando a obrigatoriedade de entrega dos resultados finais ao gestor da RPPN; • O(s) pesquisador(es) deve(m) assinar termo de responsabilidade por qualquer acidente que possam sofrer no perímetro da propriedade, não cabendo a RPPN qualquer tipo de indenização por acidentes pessoais. • As instituições de pesquisa ou pesquisadores que pretendem visitar a RPPN devem agendar sua visita previamente por telefone ou e-mail com antecedência de no mínimo quinze dias, informando a instituição responsável, dia/horário de chegada e de saída, contato, a quantidade de pesquisadores, nomes e identificação, para preenchimento de cadastro; • Cópias de todas as pesquisas realizadas na área deverão ser arquivadas pelo coordenador do respectivo programa, incrementando seu acervo, e cadastradas num banco de dados; • Os resultados do monitoramento da flora e da fauna devem ser registrados para o próprio conhecimento e para dar subsídios à revisão do zoneamento e manejo das UC; • O gestor poderá fornecer aos pesquisadores dados de pesquisas já disponíveis sobre a área, otimizando as oportunidades de aprofundamento das informações geradas anteriormente; • Deverão ser evitadas coletas de material biológico, mesmo para fins científicos; • Os procedimentos deverão levar em conta o mínimo impacto ao ambiente e sua dinâmica, respeitando sempre as restrições estabelecidas pelo zoneamento da RPPN; • As atividades previstas para monitoramento quando não implantadas através da contratação de profissionais especializados, devem entrar como prioridade de pesquisa; Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 80 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. • Só poderão ser introduzidas na RPPN espécies encaminhadas pelo IBAMA dentro de seu programa específico. Atividades 47. Criar e manter banco de dados atualizado contendo as pesquisas já consolidadas e em andamento na área da RPPN e propriedade separadas por tema, além das publicações destas em revistas indexadas e anais de eventos quando for o caso. Este arquivo deve ser disponibilizado para consulta na internet e para o ICMBio; 48. Realizar interface com a equipe de Pesquisa do PARNA Tijuca e instituições científicas do Rio de Janeiro; 49. Utilizar os resultados das pesquisas como subsídio à implementação das atividades previstas nos programas de Visitação e Comunicação; 50. Obter informações sobre os aspectos naturais, histórico-culturais e socioeconômicos, incluindo a região do entorno, quando pertinente e possível; 51. Monitorar as condições meteorológicas da região, a partir dos dados de umidade relativa do ar, temperatura e velocidade e direção dos ventos obtidos na estação meteorológica mínima mais próxima à UC, que irá utilizá-los para os seguintes fins: - composição de histórico para conhecimento; - prevenção de incêndios florestais; e - prevenção de danos ambientais causados por tormentas, visando à proteção da Unidade. 52. Elaborar e implantar protocolos para monitoramento da flora e da fauna da RPPN CÉU DO MAR, por meio da formalização de parceria com instituições de ensino e pesquisa, pública ou privada. Outra estratégia a ser adotada poderá ser a contratação de um profissional habilitado para o desenvolvimento da atividade em questão; Com base nos estudos da Avaliação Ecológica Rápida da RPPN CÉU DO MAR, faz-se a seleção dos seguintes indicadores biológicos por grupamento: - Mastofauna: Agouti paca e Dasyprocta leporina; - Ornitofauna: Ramphastos vitellinus e Penelope superciliaris; - Anurofauna: Aplastodiscus sp. e Zachaenus parvulus. 53. Elaborar e implantar programa de combate e manejo de exóticas, considerando principalmente as seguintes espécies: sendo duas concernentes a fauna, sagui e cachorro doméstico (Callithrix jacchus e Canis domesticus) e três a espécies vegetais, a mangueira (Mangifera indica L.), o bambu (Merostachys sp. e Poaceae sp.) e a jaqueira (Artocarpus heterophyllus Lam.), estando esta última intimamente relacionada aos danos à fauna. Dentre as espécies vegetais exóticas mais marcantes, além das já citadas acima, que ocorrem principalmente nos trechos da floresta mais próximos da área de ocupação da propriedade, podem ser destacadas: a dracena (Dracaena fragrans L.) Ker Gawl., Asparagaceae), eucaliptos (Eucalyptus sp., Myrtaceae), Banisteriopsis caapi (Spruce ex Griseb.) Morton – “jagube” (Malpighiaceae) e Psychotria viridis Ruiz & Pav. – “chacrona” (Rubiaceae). Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 81 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Devido à complexidade que cerca o tema “manejo de exóticas”, sugere-se como estratégia de ação a inserção do CÉU DO MAR nos espaços de discussão referente ao tema, bem como a realização de parcerias com instituições afins. 54. Elaborar e implantar programa de manejo de espécies vegetais ameaçadas de extinção; No inventário florístico realizado na RPPN CÉU DO MAR são apontados seis táxons em algum grau de ameaça, segundo as lista de flora ameaçada para o município do Rio de Janeiro (SMAC 2000), são eles: Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. – “caxeta” (Bignoniaceae), Abarema cochliacarpos (Gomes) Barneby & J.W.Grimes – “barbatimão” (Fabaceae), Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. – “garapa” (Fabaceae), Inga cordistipula Mart. – “ingá” (Fabaceae), Mollinedia longifolia Perkins (Monimiaceae) e Vochysia oppugnata (Vell.) Warm. – “rabo-detucano” (Vochysiacea). Destas, a “caxeta” (Tabebuia cassinoides) é citada na instrução normativa N. 6 de 23 de setembro de 2008 do Ministério do Meio Ambiente, que trata das espécies ameaçadas de extinção para o Brasil na lista do Anexo II como espécie com deficiência de dados. 55. Estabelecer protocolos junto ao IBAMA para reintrodução (ex.: Euterpe edullis “palmito juçara”), translocação, soltura e monitoramento de espécies silvestres nativas em extinção e para soltura e monitoramento de espécimes de origem comprovada na RPPN e entorno, de acordo com normas e procedimentos criados e com os resultados de pesquisas realizadas sobre o tema; Estabelecer parceria com os órgãos fiscalizadores para inserir a RPPN CÉU DO MAR em ações de fiscalização seguida de soltura de fauna. 3.6 Programa de Sustentabilidade Econômica Como o Eco Parque Topo da Mata se configura como um empreendimento, abaixo serão listadas algumas atividades que poderão dar suporte a sua sustentabilidade econômica, dessa forma, inicialmente não se pretende captar recursos através da submissão de projetos à editais e sim somente por relações com a iniciativa privada. Objetivo Consolidar a gestão da RPPN e do Eco Parque através de dispositivos de captação de recursos como: ingressos, patrocinadores e investidores, a partir da implantação de empreendimento turístico. Resultados Esperados • • • • As despesas e receitas equiparadas, pelo menos; Objetivos conservacionistas aliados aos econômicos; Patrocinadores e investidores apoiando as atividades na RPPN/ Eco Parque; Valores de ingressos definidos. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 82 Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil. Premissas • As empresas interessadas em patrocinar atividades na RPPN/ Eco Parque devem ter a variável ambiental considerada em sua cadeia produtiva; • Os investidores devem estar cientes de que empreendimento turístico deve funcionar em sinergia com as normas da RPPN contidas nesse plano de manejo, respeitando as atividades admitidas para cada Zona; • É recomendável que existam valores especiais de ingressos para determinados grupos específicos, como estudantes, idosos e até moradores de comunidades carentes do entorno; • As atividades econômicas devem sempre caminhar juntas com as medidas conservacionistas e socioambientais. Atividades 56. Buscar parceiros investidores e patrocinadores para o Eco Parque de forma a apoiar o desenvolvimento das atividades turísticas associadas as socioambientais; 57. Vincular a marca dos parceiros junto a imagem do Eco Parque em placas, restaurante, centro de visitantes, etc; 58. Adquirir recursos através da venda de produtos em loja de souvenires e do restaurante; 59. Adquirir recursos através da venda de ingressos para o Eco Parque, incluindo pacotes especiais como day use por empresas e outros grupos específicos; 60. Adquirir recursos através do aluguel do auditório para realização de eventos como congressos, simpósios e reuniões. 4) Cronograma Físico O Plano de Manejo da RPPN CÉU DO MAR está previsto para ser executado em cinco anos. Abaixo, no Quadro 1, estão organizados em um cronograma físico: as atividades dos programas de manejo, a indicação do ano em que estas deverão ser implantadas e as prioridades de execução (A - alta, M média e B – baixa). Como se trata de uma parceria institucional entre a RPPN e investidores, e ainda, como a RPPN ocupa apenas parte da área do empreendimento Eco Parque Topo da Mata, a previsão financeira das atividades dos programas de manejo dependerá da constituição do arranjo de operacionalização de toda área do Eco Parque. Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 83 Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. Quadro 1 - Cronograma Físico-financeiro do Plano de Manejo da RPPN CÉU DO MAR. 3.1 PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO Cronograma Atividade Prioridade I II III IV V A M B 1 Designar pessoa responsável pela gestão da RPPN. 2 Designar um técnico para coordenar o Programa de Pesquisa e Monitoramento e outro técnico para coordenar os Programas de Visitação e Comunicação. 3 Elaborar Programa de Capacitação para colaboradores com ênfase em segurança e atendimento ao cliente com domínio de dois idiomas pelo menos. 84 4 Realizar a manutenção preventiva e corretiva das instalações da RPPN e propriedade. 5 Estabelecer uma contabilidade e uma planificação de despesas da RPPN e propriedade como um todo. 6 Implantar a sinalização da RPPN através da alocação de placas em seu interior e acessos. 7 Adequar a disponibilidade de água em quantidade e qualidade; a quantidade e sistema de fornecimento de energia elétrica; e o sistema de coleta e tratamento de esgoto. 8 Adequar uma das benfeitorias existentes na propriedade para funcionar como Centro de Pesquisa. 9 Implantar estrutura turística conforme descrito no Programa de Visitação; 10 Implantar estrutura de apoio composta por estacionamento e acesso até a recepção do Parque, a fim de garantir o transporte e chegada de visitantes em grande quantidade até o local, além de sanitários, abrigos e enfermaria. 11 Implantar estrutura de gerenciamento com escritório, sala de controle e área de suporte aos colaboradores (vestiário, sanitários e espaço para alimentação). 12 Implantar espaço para realização de eventos e encontros coorporativos e cursos de capacitação. 13 Considerar espaço para futura implantação de meio de hospedagem de pequeno porte. 14 Realizar a demarcação física da RPPN. 3.2 PROGRAMA DE PROTEÇÃO E FISCALIZAÇÃO Atividade 15 Implantar Sistema de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais. Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. Cronograma Prioridade I II III IV V A M B Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. 16 Contratar serviço de vigilância patrimonial. 17 Elaborar Plano de Contingência para todo Eco Parque. 18 Realizar rondas nas áreas de visitação e nos limites da propriedade. Buscar cooperação institucional com o ICMBio, de forma que o PARNA Tijuca inclua a área da RPPN, nas rotinas de 19 fiscalização de crimes ambientais, prevenção e eventuais combates ao fogo. Buscar parcerias com instituições ambientais como o INEA-RJ, que poderá auxiliar na prevenção de incêndios florestais 20 através de sua Central de Monitoramento de Incêndios, ou com IBAMA/PREVFOGO, no combate a incêndios. 21 Buscar o apoio da comunidade do entorno imediato da Reserva, a Vila Canoas, nas denúncias de ilícitos ambientais. 22 Controlar a entrada de animais domésticos na UC. 3.3 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO 85 Atividade 23 Elaborar Plano de Comunicação. 24 Tornar a RPPN e o Eco Parque conhecidos no estado do Rio de Janeiro, no Brasil e no exterior. Promover a troca de informações entre a Reserva e a sociedade civil organizada a fim de fortalecer as interações 25 socioambientais. Realizar o levantamento do trade turístico no município do Rio de Janeiro, a fim de divulgar e dar suporte para a visitação 26 do Eco Parque Topo da Mata. Elaborar um sistema de mala direta ou envio de mensagens eletrônicas aos visitantes divulgando os serviços, novidades, 27 eventos, dentre outros. Aprofundar o conhecimento sobre as comunidades da região do entorno da RPPN para que as ações estratégicas da 28 administração sejam as mais abrangentes possíveis. Elaborar programa de inclusão e interação social por meio do segmento de Turismo Solidário para atuar junto às 29 comunidades locais (Vila das Canoas, Rocinha e Vidigal) e colaboradores do empreendimento. Valorizar a importância socioambiental da RPPN para que esta passe a ser destaque na mídia nacional, ou mesmo em 30 campanhas conservacionistas. 31 Desenvolver página na internet para divulgação da RPPN e do Eco Parque. Elaborar um periódico digital para publicação de informações gerais realizadas na Unidade, como pesquisas, fichas 32 técnicas das espécies de fauna e flora, eventos realizados, etc., no site oficial do Reserva. Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. Cronograma Prioridade I II III IV V A M B Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. 33 Construir um banco de imagens da fauna da RPPN CÉU DO MAR. 34 Definir mascote como símbolo da RPPN/ Eco Parque, considerando uma espécie da fauna nativa do bioma Mata Atlântica, de preferência. 35 Criar logotipo para o Eco Parque Topo da Mata. 36 Proceder com o cadastro do Eco Parque no Ministério do Turismo – CADASTUR, na ADIBRA, no SINDEPAT e no IAAPA. Realizar cooperações institucionais com os principais grupos de interesse, como PARNA Tijuca, Clube São Conrado de 37 Voo Livre – CSCVL, Associação de Moradores e Amigos de São Conrado – AMASCO e Associação dos Moradores e Amigos de Vila Canoas, entre outros que sejam pertinentes. 3.4 PROGRAMA DE VISITAÇÃO 86 Atividade 38 Implantar infraestrutura turística que pertencerá ao Eco Parque. 39 Proceder com a adoção das Normas ABNT para Turismo. Posicionar o empreendimento no segmento de Turismo de Natureza com ênfase em atividades de aventura acessíveis a 40 todo tipo de público, bem como uma forte segmentação paralela para o Turismo de Estudos e Intercâmbio, recebendo alunos de diferentes localidades e níveis de ensino. Elaborar programa de segurança ao visitante por meio de parceria junto a Prefeitura do Rio de Janeiro para segurança 41 externa do empreendimento, contratação de segurança privada para parte interna, bem como sistema de monitoramento e comunicação informatizado. 42 Elaborar Plano de Marketing Turístico abrangendo o segmento de Navios de Cruzeiro e principais mercados emissores do Mundo e do Brasil. 43 Elaborar Plano de Apoio ao Turismo para São Conrado a fim de abordar de forma positiva e construtiva os principais grupos de interesse, bem como promover a gestão integrada da região turística. 44 Elaborar programa de interpretação ambiental para as atividades e atrações previstas no empreendimento. 45 Contratar estudo específico a fim de definir a capacidade de suporte dos atrativos da RPPN e do Eco Parque. Controlar o fluxo e conhecer o perfil de visitantes através da aplicação de metodologia contínua. 46 Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. Cronograma Prioridade I II III IV V A M B Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. 3.5 PROGRAMA DE PESQUISA E MONITORAMENTO Atividade 47 Cronograma Prioridade I II III IV V A M B Criar e manter banco de dados atualizado contendo as pesquisas já consolidadas e em andamento na área da RPPN e propriedade. 48 Realizar interface com a equipe de Pesquisa do PARNA Tijuca e instituições científicas do Rio de Janeiro. 49 Utilizar os resultados das pesquisas como subsídio à implementação das atividades previstas nos programas de Visitação e Comunicação. 50 Obter informações sobre os aspectos naturais, histórico-culturais e socioeconômicos, incluindo a região do entorno, quando pertinente e possível. 87 51 Monitorar as condições meteorológicas da região, a partir dos dados de umidade relativa do ar, temperatura e velocidade e direção dos ventos obtidos na estação meteorológica mínima mais próxima à UC. 52 Elaborar e implantar protocolos para monitoramento da flora e da fauna da RPPN CÉU DO MAR, por meio da formalização de parceria com instituições de ensino e pesquisa. 53 Elaborar e implantar programa de combate e manejo de exóticas, em parcerias com instituições afins, considerando principalmente as seguintes espécies: sagui e cachorro doméstico (fauna) e mangueira, bambu e jaqueira (flora). 54 Elaborar e implantar programa de manejo de espécies vegetais ameaçadas de extinção. 55 Estabelecer e implantar protocolos junto ao IBAMA para reintrodução (ex.: Euterpe edullis “palmito juçara”), translocação, soltura e monitoramento de espécies silvestres. 3.6 PROGRAMA DE SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA Atividade 56 Buscar parceiros investidores e patrocinadores para o Eco Parque de forma a apoiar o desenvolvimento das atividades turísticas associadas as socioambientais. 57 Vincular a marca dos parceiros junto a imagem do Eco Parque em placas, restaurante, centro de visitantes, etc. 58 Adquirir recursos através da venda de produtos em loja de souvenires e do restaurante. 59 Adquirir recursos através da venda de ingressos para o Eco Parque, incluindo pacotes especiais como dayuse por empresas e outros grupos específicos. 60 Adquirir recursos através do aluguel do auditório para realização de eventos como congressos, simpósios e reuniões. Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. Cronograma Prioridade I II III IV V A M B Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. Referências Bibliográficas Atala, F.; Bandeira, C.M.; Martins, H.F. & Coimbra-Filho, A.F. 1966. A Floresta da Tijuca. Centro de Conservação da Natureza, Rio de Janeiro. 152p. CA. Clube dos Aventureiros (2010). Disponível em: http://www.clubedosaventureiros.com/guia-detrilhas/62-parque-nacional-da-tijuca-setor-b-rj/752-morro-do-cochrane. Acesso em: 16/03/2012. Castro Maya, R.O. 1967. A Floresta da Tijuca. Ed. Bloch, Rio de Janeiro. 102 p. Cassey, P.; Blackburn, T.M.; Duncan, R.P. & Chown, S.L. 2005. Concerning invasive species: reply to Brown and Sax. Austral Ecol. 30: 475-480. Chicarino, M.S., Endo, W. & Marques, O.A.V. 1998. Atividade, ciclo reprodutivo e dieta da cobrad'aguaLiophis miliaris, na porção sul da Mata Atlântica. In Resumos do XXII Congresso Brasileiro de Zoologia. UFPE, Recife, p. 271-272. Coelho Netto, A. 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Ferrez, G. 1972. Pioneiros da Cultura do Café na Era da Independência. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de janeiro, 95p. Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 88 Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. Fragelli, c. Desafios para o turismo inclusivo na gestão de parques nacionais: o caso do Parque Nacional da Tijuca (RJ). Dissertação (Mestrado em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social) – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Programa EICOS. Instituto de Psicologia, 2007. Fundação SOS Mata Atlântica. Atlas da evolução dos remanescentes florestais e ecossistemas associados no domínio da Mata Atlântica no período 2005-2008. São Paulo, SOS Mata Atlântica/INPE/ISA, 2009. 156p. Guedes-Bruni, R.R..; Pessoa, S.V.A. & Kurtz, B.C. 1997. Florística e estrutura do componente arbustivoarbóreo de um trecho preservado de floresta montana na Reserva Ecológica de Macaé de Cima. 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Sazima. 2004. História natural dos répteis da Estação Ecológica Juréia-Itatins, p. 257-277.In: O.A.V. Marques & W. Dulepa (Eds). Estação Ecológica Juréia-Itatins. Ambientes físico, flora e fauna.Ribeirão Preto, Holos, 384p. Martins, F.R. 1993. Estrutura de uma floresta mesófila. 2 ed. Campinas: UNICAMP, Série Teses. 246p. Mittermeier, C.G., Lamoreux, J. & Fonseca, G.A.B. 2005. Hotspots Revisited: Earth's Biologically Richest and Most Endangered Terrestrial Ecoregions. Conservation International. 392 p. 38. MMA-ICMBIO. Plano de Manejo do Parque Nacional da Tijuca – Encarte 3: Análise da Unidade de Conservação. 2008. p. 132- 298. MMA-Secretaria de Biodiversidade e Florestas. 2007. Mapa das Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira. Mori, S. A.; Boom, B. M.; Carvalho, A. M. & Santos, T. S., 1983. Ecological importance of Myrtaceae in Eastern Brazilian wet Forest. Biotropica 15: 68-70. Oliveira-Filho, A.T., Tameirão-Neto, E., Carvalho, W.A.C., Werneck, M., Brina, A.E., Vidal, C.V., Rezende, S.C. & Pereira, J.A. A. 2005. Análise Florística Do Compartimento Arbóreo De Áreas De Floresta Atlântica Sensu Lato Na Região Das Bacias Do Leste (Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro) Rodriguésia 56 (87): 185-235. Oliveira, R. R.; Zaú, A. S.; Lima, D. F.; Silva, M. B. R., Vianna, M. C.; Sodré, D. O.; Sampaio, D. D. (1995) Significado ecológico da orientação das encostas no maciço da Tijuca, Rio de janeiro, in: Oecologia Brasiliensis, 1, pp. 523-541. Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. Presch, W. 1973. A review of the tegu lizards genus Tupinambis (Sauria:Teiidae) from South America. Copeia , 4:740-746. Pimentel, D.; McNair, S.; Janecka, J.; Wightman, J.; Simmonds, C.; O'Connel, C.; Wong, E.; Russel, L.; Zern, J.; Aquino, T. & Tsomondo, T. 2001. 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A biodiversidade nos grandes remanescentes florestais do estado do Rio de Janeiro e nas restingas da Mata Atlântica. São Carlos : RiMa, 160p. Sazima, I., & C.F.B. Haddad. 1992. Répteis da Serra do Japi: notas sobre história natural, p. 212-236. In: L.P.C. Morellato (Ed.). História natural da Serra do Japi: ecologia e preservação de uma área florestal no Sudeste do Brasil. Campinas, Editora da Unicamp/FAPESP, 321p. SEMADS. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Rio de Janeiro. “Bacias Hidrográficas e Rios Fluminenses – Síntese Informativa por Macrorregião Ambiental”. Projeto Planágua. (2001). Silva, P. C. F. S.; Silva, R. R. (1987) Mapeamento geológico estrutural da serra da Carioca e adjacências, município do Rio de Janeiro, in: Anais do I Simpósio de geologia regional RJ-ES, pp.198–209. SMAC 2000. Espécies ameaçadas de extinção no Município do Rio de Janeiro: Flora e Fauna. 68p. il. Wilcove, D.S. & Chen, L.Y. 1998. Management Costs for Endangered Species. Conservation Biology 12(6):1405-1407. Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 90 Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. ANEXOS 91 Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. ANEXO A – MAPAS 92 Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. ANEXO B – LISTAGEM FLORA Tabela 2. Lista da flora encontrada na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado, Município do Rio de Janeiro – RJ, relacionadas em ordem alfabética de família com indicação do nome comum, procedência (proc.) e hábito. Família Espécie Nome comum Proc. Hábito Anacardiaceae Mangifera indica L. mangueira EX arbóreo Anacardiaceae Tapirira guianensis Aubl. pau-pombo N arbóreo Annonaceae Annona cacans Warm. araticum-cagão N arbóreo Annonaceae Annonaceae sp. N arbóreo Annonaceae Xylopia brasiliensis Spreng. N arbóreo Apocynaceae Apocynaceae sp. N arbóreo Apocynaceae Himatanthus sp. Araceae Syngonium sp. Araceae Monstera adansonii Schott Arecaceae Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret Arecaceae Attalea dubia (Mart.) Burret Begoniaceae Begonia maculata Raddi Bignoniaceae Jacaranda sp. Bignoniaceae pindaíba N arbóreo N herbáceo N epífito coco-airi N arbóreo indaiá N arbóreo begonia N herbáceo jacarandá N arbóreo Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. caxeta N arbóreo Bromeliaceae Aechmea nudicaulis (L.) Griseb. bromélia N epífito Celastraceae Maytenus sp. N arbóreo Chrysobalanaceae Chrysobalanaceae sp1 N arbóreo Chrysobalanaceae Chrysobalanaceae sp2 N arbóreo Clethraceae Clethra scabra Pers. N arbóreo Clusiaceae Tovomita sp. N arbóreo Cunoniaceae Lamanonia ternata Vell. guaperê N arbóreo Elaeocarpaceae Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. sapopemba N arbóreo Euphorbiaceae Gymnanthes glabrata (Mart.) Govaerts N arbusto Euphorbiaceae N arbóreo Fabaceae Senefeldera verticillata (Vell.) Croizat Abarema cochliacarpos (Gomes) Barneby & J.W.Grimes barbatimão N arbóreo Fabaceae Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. garapa N arbóreo Fabaceae Inga cf. vera Willd. ingá N arbóreo Fabaceae Inga cordistipula Mart. ingá N arbóreo Fabaceae Inga tenuis (Vell.) Mart. ingá N arbóreo Fabaceae Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby aleluia N arbóreo Indeterminada Indeterminada sp.1 N arbóreo Indeterminada Indeterminada sp.2 N arbóreo Indeterminada Indeterminada sp.3 N arbóreo Indeterminada Indeterminada sp.4 N arbóreo Lauraceae Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr. canela-sebo N arbóreo Lauraceae Lauraceae sp.1 canela N arbóreo singonio carne-de-vaca Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 93 Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. Família Espécie Nome comum Proc. Hábito Lauraceae Lauraceae sp.2 canela N arbóreo Lauraceae Lauraceae sp.3 canela N arbóreo Lauraceae Lauraceae sp.4 canela N arbóreo Lauraceae Lauraceae sp.5 canela N arbóreo Lauraceae Nectandra membranacea (Sw.) Griseb. canela-branca N arbóreo Lecythidaceae N arbóreo jagube EX trepador Malvaceae Eschweilera cf. compressa (Vell.) Miers Banisteriopsis caapi (Spruce ex Griseb.) Morton Eriotheca pentaphylla (Vell. & K.Schum.) A.Robyns imbiruçu-branco N arbóreo Malvaceae Malvaceae sp.1 N arbóreo Malvaceae Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna paineira N arbóreo Marantaceae Calathea sp. caetê N herbáceo Melastomataceae Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin jacatirão N arbóreo Melastomataceae Miconia sp. N arbóreo Malpighiaceae Meliaceae Cedrela odorata L. Meliaceae Meliaceae sp. Meliaceae Trichilia lepidota Mart. Meliaceae cedro-cheiroso N arbóreo N arbóreo N arbóreo Trichilia sp.1 N arbóreo Meliaceae Trichilia sp.2 N arbóreo Monimiaceae Mollinedia longifolia Perkins N arbóreo Moraceae Artocarpus heterophyllus Lam. jaqueira EX arbóreo Moraceae Ficus insipida Willd. figueira N arbóreo Myrsinaceae Rapanea umbellata (Mart.) Mez capororoca N arbóreo Myrtaceae Calyptranthes concinna DC. araçarana N arbóreo Myrtaceae Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk. gabiroba N arbóreo Myrtaceae Eugenia bahiensis DC. N arbóreo Myrtaceae Eugenia brasiliensis Lam. grumixama N arbóreo Myrtaceae Eugenia florida DC. guamirim-cereja N arbóreo Myrtaceae Eugenia macrosperma DC. cambucá-preto N arbóreo Myrtaceae Eugenia pisiformis Cambess. N arbóreo Myrtaceae Eugenia pruniformis Cambess. N arbóreo Myrtaceae Eugenia sp. Myrtaceae Eugenia sulcata Spring ex Mart. Myrtaceae Eugenia umbelliflora O.Berg Myrtaceae cedrinho N arbóreo pitanga-preta N arbóreo baguaçu N arbóreo Marlierea excoriata Mart. N arbóreo Myrtaceae Marlierea glabra Cambess. N arbóreo Myrtaceae Myrcia aethusa (O.Berg) N.Silveira guraitá N arbóreo Myrtaceae Myrcia pubipetala Miq. guamirim-araçá N arbóreo Myrtaceae Myrcia racemosa (O.Berg) Kiaersk. N arbóreo Myrtaceae Myrcia sp. N arbóreo Myrtaceae Myrcia splendens (Sw.) DC. N arbóreo guamirim-de-folha- Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 94 Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. Família Myrtaceae Espécie Nome comum fina Proc. Hábito guamirim N arbóreo camboí N arbóreo cabeludinha N arbustivo Myrtaceae Myrcia tijucensis Kiaersk. Myrciaria floribunda (H.West ex Willd.) O.Berg Myrciaria glazioviana (Kiaersk.) G.M.Barroso ex Sobral Myrtaceae Myrtaceae sp.1 N arbóreo Myrtaceae Myrtaceae sp.2 N arbóreo Myrtaceae Myrtaceae sp.3 Myrtaceae Plinia cauliflora (Mart.) Kausel Myrtaceae Plinia edulis (Vell.) Sobral Nyctaginaceae Guapira opposita (Vell.) Reitz Ochnaceae Myrtaceae N arbóreo jabuticabeira N arbóreo cambucá N arbóreo maria-mole N arbóreo Ouratea sp. N arbustivo Ochnaceae Ouratea stipulata (Vell.) Engl. N arbustivo Peraceae Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. tamanqueira N arbóreo Phyllanthaceae Hieronyma alchorneoides Allemão licurana N arbóreo Poaceae Merostachys sp. bambu N herbáceo Poaceae Poaceae sp. bambu N herbáceo Proteaceae Roupala montana Aubl. carne-de-vaca N arbóreo Rubiaceae Bathysa gymnocarpa K.Schum. guapeba-branca N arbóreo Rubiaceae Posoqueria acutifolia Mart. laranja-de-macaco N arbóreo Rubiaceae Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl. cafeeiro-do-mato N arbóreo Rubiaceae Psychotria sp. N arbóreo Rubiaceae Psychotria viridis Ruiz & Pav. EX arbóreo Rubiaceae Rubiaceae sp.1 N arbóreo Rubiaceae Rubiaceae sp.2 N arbóreo Rubiaceae Simira cf. rubra (Mart.) Steyerm. N arbóreo Rubiaceae Rudgea macrophylla Benth. N arbustivo Rutaceae Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica-de-porca N arbóreo Salicaceae Casearia decandra Jacq. cafezeiro-do-mato N arbóreo Salicaceae Casearia obliqua Spreng. guaçantunga N arbóreo Salicaceae Casearia sp. N arbóreo Salicaceae arco-de-pipa N arbóreo Sapindaceae Casearia sylvestris Sw. Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl. chal-chal N arbóreo Sapindaceae Allophylus sericeus (Cambess.) Radlk. fruta-de-pombo N arbóreo Sapindaceae Cupania racemosa (Vell.) Radlk. caboatã-de-rêgo N arbóreo Sapindaceae Cupania sp. N arbóreo Sapindaceae Dilodendron bipinnatum Radlk. N arbóreo Sapindaceae Matayba sp. N arbóreo Sapotaceae Chrysophyllum flexuosum Mart. N arbóreo Siparunaceae Siparuna guianensis Aubl. N arbóreo chacrona farinha-seca negamina Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 95 Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. Família Espécie Solanaceae Solanaceae sp. Vochysiaceae Vochysia oppugnata (Vell.) Warm. Nome comum rabo-de-tucano Proc. Hábito N arbóreo N arbóreo 96 Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. Tabela 3. Parâmetros fitossociológicos das famílias amostradas na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado, Município do Rio de Janeiro – RJ, relacionadas em ordem decrescente de VI, onde No spp. = número de espécies; No ind. = número de indivíduos; DR = densidade relativa; DoR = dominância relativa; FR = freqüência relativa; VC = valor de cobertura; VI = valor de importância. No spp. No ind. Myrtaceae 17 76 Lauraceae 7 Sapindaceae Família DR DoR FR VC VI 25,42 11,19 8,13 36,61 44,74 67 22,41 9,50 8,13 31,91 40,04 6 21 7,02 6,04 7,32 13,06 20,38 Melastomataceae 2 6 2,01 13,04 4,07 15,04 19,11 Meliaceae 5 11 3,68 6,01 6,50 9,68 16,19 Clethraceae 1 7 2,34 8,08 4,88 10,42 15,30 Indeterminada 4 8 2,68 6,20 5,69 8,88 14,57 Apocynaceae 2 4 1,34 10,50 2,44 11,84 14,28 Fabaceae 4 10 3,34 5,93 4,07 9,27 13,34 Rubiaceae 6 14 4,68 2,19 5,69 6,87 12,56 Sapotaceae 1 14 4,68 1,32 6,50 6,00 12,50 Peraceae 1 8 2,68 2,17 4,88 4,84 9,72 Salicaceae 4 9 3,01 1,85 4,07 4,86 8,92 Solanaceae 1 4 1,34 5,10 2,44 6,44 8,88 Annonaceae 3 4 1,34 0,78 3,25 2,12 5,37 Proteaceae 1 5 1,67 1,56 1,63 3,23 4,86 Nyctaginaceae 1 4 1,34 0,65 2,44 1,99 4,43 Myrsinaceae 1 4 1,34 1,26 0,81 2,60 3,42 Celastraceae 1 4 1,34 0,27 1,63 1,60 3,23 Anacardiaceae 1 2 0,67 0,79 1,63 1,46 3,09 Bignoniaceae 2 2 0,67 0,63 1,63 1,30 2,92 Phyllanthaceae 1 1 0,33 1,70 0,81 2,04 2,85 Arecaceae 1 2 0,67 0,53 1,63 1,20 2,82 Chrysobalanaceae 2 2 0,67 0,34 1,63 1,00 2,63 Malvaceae 2 2 0,67 0,26 1,63 0,93 2,56 Cunoniaceae 1 1 0,33 1,35 0,81 1,68 2,50 Clusiaceae 1 2 0,67 0,13 1,63 0,80 2,42 Elaeocarpaceae 1 1 0,33 0,22 0,81 0,55 1,36 Rutaceae 1 1 0,33 0,17 0,81 0,50 1,31 Euphorbiaceae 1 1 0,33 0,13 0,81 0,47 1,28 Lecythidaceae 1 1 0,33 0,09 0,81 0,42 1,24 Monimiaceae 1 1 0,33 0,04 0,81 0,38 1,19 Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 97 Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. Tabela 4. Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado, Município do Rio de Janeiro – RJ, relacionadas em ordem decrescente de VI, onde No ind. = número de indivíduos; DR = densidade relativa; DoR = dominância relativa; FR = freqüência relativa; VC = valor de cobertura; VI = valor de importância. Espécie N. ind. DR DoR FR Lauraceae sp.1 49 16,39 6,78 4,81 23,17 27,98 Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin 4 1,34 12,94 2,14 14,27 16,41 Clethra scabra Pers. 7 2,34 8,08 3,21 10,42 13,63 Myrcia pubipetala Miq. 15 5,02 3,12 3,74 8,14 11,88 Himatanthus sp. 2 0,67 9,09 1,07 9,76 10,83 Chrysophyllum flexuosum Mart. 14 4,68 1,32 4,28 6,00 10,28 Eugenia umbelliflora O.Berg 12 4,01 1,41 3,21 5,42 8,63 Myrcia splendens (Sw.) DC. 13 4,35 1,42 2,67 5,77 8,44 Cupania racemosa (Vell.) Radlk. 10 3,34 2,93 2,14 6,27 8,41 Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. 8 2,68 2,17 3,21 4,84 8,05 Solanaceae sp. 4 1,34 5,10 1,60 6,44 8,04 Myrcia racemosa (O.Berg) Kiaersk. 11 3,68 0,75 3,21 4,43 7,64 Indeterminada sp.1 5 1,67 2,76 2,67 4,43 7,11 Meliaceae sp. 3 1,00 3,71 1,07 4,71 5,78 Abarema cochliacarpos (Gomes) Barneby & J.W.Grimes 4 1,34 2,52 1,60 3,86 5,46 Matayba sp. 5 1,67 1,34 2,14 3,01 5,15 Myrcia aethusa (O.Berg) N.Silveira 6 2,01 1,39 1,60 3,39 5,00 Lauraceae sp.5 4 1,34 0,95 2,14 2,28 4,42 Roupala montana Aubl. 5 1,67 1,56 1,07 3,23 4,30 Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr. 4 1,34 0,64 2,14 1,97 4,11 Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby 4 1,34 1,38 1,07 2,72 3,79 Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl. 4 1,34 0,76 1,60 2,10 3,71 Lauraceae sp.3 5 1,67 0,40 1,60 2,07 3,68 Guapira opposita (Vell.) Reitz 4 1,34 0,65 1,60 1,99 3,59 Indeterminada sp.4 1 0,33 2,72 0,53 3,05 3,58 Trichilia sp.2 3 1,00 0,77 1,60 1,78 3,38 Myrcia sp. 3 1,00 1,20 1,07 2,21 3,27 Myrtaceae sp.1 4 1,34 0,23 1,60 1,57 3,17 Rapanea umbellata (Mart.) Mez 4 1,34 1,26 0,53 2,60 3,14 Allophylus sericeus (Cambess.) Radlk. 3 1,00 0,52 1,60 1,52 3,13 Trichilia lepidota Mart. 3 1,00 0,45 1,60 1,45 3,06 Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. VC VI 98 Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. Espécie N. ind. DR DoR FR VC VI Simira cf. rubra (Mart.) Steyerm. 3 1,00 0,31 1,60 1,31 2,91 Inga tenuis (Vell.) Mart. 1 0,33 1,97 0,53 2,31 2,84 Casearia sylvestris Sw. 3 1,00 0,16 1,60 1,16 2,77 Maytenus sp. 4 1,34 0,27 1,07 1,60 2,67 Apocynaceae sp. 2 0,67 1,41 0,53 2,08 2,62 Myrtaceae sp.2 3 1,00 0,51 1,07 1,51 2,58 Hieronyma alchorneoides Allemão 1 0,33 1,70 0,53 2,04 2,57 Tapirira guianensis Aubl. 2 0,67 0,79 1,07 1,46 2,53 Nectandra membranacea (Sw.) Griseb. 2 0,67 0,54 1,07 1,21 2,27 Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret 2 0,67 0,53 1,07 1,20 2,27 Casearia sp. 2 0,67 1,02 0,53 1,69 2,22 Lamanonia ternata Vell. 1 0,33 1,35 0,53 1,68 2,22 Casearia obliqua Spreng. 3 1,00 0,54 0,53 1,54 2,08 Annonaceae sp1 2 0,67 0,30 1,07 0,97 2,04 Rubiaceae sp.1 2 0,67 0,29 1,07 0,96 2,03 Cupania sp. 1 0,33 1,08 0,53 1,42 1,95 Psychotria sp. 2 0,67 0,71 0,53 1,37 1,91 Trichilia sp.1 1 0,33 1,00 0,53 1,33 1,87 Tovomita sp. 2 0,67 0,13 1,07 0,80 1,87 Miconia sp. 2 0,67 0,10 1,07 0,77 1,84 Posoqueria acutifolia Mart. 2 0,67 0,09 1,07 0,76 1,83 Indeterminada sp.2 1 0,33 0,68 0,53 1,02 1,55 Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. 1 0,33 0,58 0,53 0,92 1,45 Lauraceae sp.2 2 0,67 0,10 0,53 0,77 1,30 Eugenia sp. 1 0,33 0,29 0,53 0,62 1,16 Chrysobalanaceae sp.2 1 0,33 0,28 0,53 0,62 1,15 Xylopia brasiliensis Spreng. 1 0,33 0,28 0,53 0,62 1,15 Calyptranthes concinna DC. 1 0,33 0,25 0,53 0,58 1,12 Eriotheca pentaphylla (Vell. & K.Schum.) A.Robyns 1 0,33 0,22 0,53 0,55 1,08 Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. 1 0,33 0,22 0,53 0,55 1,08 Annona cacans Warm. 1 0,33 0,20 0,53 0,53 1,07 Zanthoxylum rhoifolium Lam. 1 0,33 0,17 0,53 0,50 1,04 Myrtaceae sp.3 1 0,33 0,14 0,53 0,48 1,01 Casearia decandra Jacq. 1 0,33 0,13 0,53 0,47 1,00 Eugenia pruniformis Cambess. 1 0,33 0,13 0,53 0,47 1,00 Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 99 Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. Espécie N. ind. DR DoR FR VC VI Senefeldera verticillata (Vell.) Croizat 1 0,33 0,13 0,53 0,47 1,00 Myrcia tijucensis Kiaersk. 1 0,33 0,12 0,53 0,45 0,99 Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk. 1 0,33 0,10 0,53 0,44 0,97 Lauraceae sp.4 1 0,33 0,10 0,53 0,44 0,97 Dilodendron bipinnatum Radlk. 1 0,33 0,10 0,53 0,43 0,97 Eschweilera cf. compressa (Vell.) Miers 1 0,33 0,09 0,53 0,42 0,96 Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl. 1 0,33 0,08 0,53 0,41 0,95 Cedrela odorata L. 1 0,33 0,08 0,53 0,41 0,95 Chrysobalanaceae sp.1 1 0,33 0,05 0,53 0,39 0,92 Inga cf. vera Willd. 1 0,33 0,05 0,53 0,39 0,92 Eugenia bahiensis DC. 1 0,33 0,05 0,53 0,38 0,92 Eugenia florida DC. 1 0,33 0,05 0,53 0,38 0,92 Malvaceae sp.1 1 0,33 0,05 0,53 0,38 0,92 Indeterminada sp.3 1 0,33 0,04 0,53 0,38 0,91 Jacaranda sp. 1 0,33 0,04 0,53 0,38 0,91 Mollinedia cf. longifolia Perkins 1 0,33 0,04 0,53 0,38 0,91 Plinia cauliflora (Mart.) Kausel 1 0,33 0,04 0,53 0,37 0,90 Rubiaceae sp.2 1 0,33 0,03 0,53 0,37 0,90 Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 100 Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. ANEXO C – LISTAGEM FAUNA Tabela 5. Lista dos mamíferos confirmados para a RPPN CÉU DO MAR e espécies de provável ocorrência. P= Primário (coleta de dados primário), S= Secundário (coleta de dados secundário), T= Terciário (entrevistas semiestruturadas) TAXONS NOME VULGAR REGISTRO Canidae Cerdocyon thous cachorro- do-mato P, S, T Procyonidae Procyon cancrivorus mão-pelada S, T Nasua nasua quati P, S Didelphis aurita gambá P, S Philander frenata cuíca-de-quatro-olhos P, S tamanduá mirim S, T Bradypus variegatus preguiça S, T Bradypus Torquatus preguiça-de-coleira S, T tatu- galinha P, T tapeti S, T Didelphidae Myrmecophagidae Tamandua tetradactyla Bradypodidae Dasypodidae Dasypus novemcinctus Leporidae Silvilagus brasiliensis Erethizontidae Coendu sp ouriço-cacheiro P, S, T paca P, S, T Agoutidae Agouti paca Cricetidae Oryzomis sp. rato-do-mato P, S Callitrichidae Callithrix jacchus sagui de tufo branco P, S, T macaco-prego P, S, T Cebidae Cebus apella Dasyproctidae Dasyprocta leporina TAXONS cotia NOME VULGAR Rodentia Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. S, T REGISTRO 101 Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. P, S, T Agouti paca paca Sciurus aestuans caxinguelê Oxymycterus dasytrichus rato-do-mato Rattus rattus rato-preto P, S, T S, T P, S, T Tabela 6. Espécies da quiropterofauna potencialmente ocorrentes na área da RPPN CÉU DO MAR e entorno, baseadas nas informações secundárias. P= Primário (coleta de dados primário), S= Secundário (coleta de dados secundário). Phyllostomidae TAXÓNS REGISTRO 102 TAXÓNS REGISTRO Artibeus lituratus S Phyllostomus hastatus S Artibeus cinereus S Tonatia bidens S Artibeus jamaicensis S Tonatia silvicola * S Artibeus obscurus S Desmodus rotundus S Artibeus fimbriatus S Sturnira lilium S Anoura caudifer S Glossophaga sorricina S Anoura geoffroyi S Platyrrhinus lineatus S Lonchophylla mordax * S Chiroderma villosum S Micronycteris megalotis * S Chiroderma doriae S Micronycteris minuta * S Carollia perspicillata S Mimon bennettii S Vampyressa pusilla S Phylloderma lineaeus * S Diaemus yongii * S Phyllostomus discolor S Diphylla ecaudata S Pygoderma bilabiatum S ---------------------------------- Molosside TAXÓNS ---------- Vespertilionidae REGISTRO TAXÓNS REGISTRO Molossus molossus S Eptesicus brasiliensis S Molossops abrasus S Eptesicus diminutus S Molossus rufus S Eptesicus furinalis S Molossus ater * S Histiotus velatus S Tardarida brasiliensis S Lasiurus borealis S Nyctinomops auripendulus S Lasiurus ega S Eumops auripendulus S Lasiurus cinereus S Molossops abrasus S Myotis albescens * S Myotis ruber S ----------------------------------- ------------ Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. ------------------------------------ ------------- Myotis nigricans Noctilionidae S --------------------------- ------ TAXÓNS REGISTRO --------------------------- ------ Noctilio leporinus S --------------------------- ------ Tabela 7. Espécies da avifauna registradas para RPPN CÉU DO MAR segundo informações Primárias e Secundárias*: P= Primário (coleta de dados primário), S= Secundário (coleta de dados secundário). TAXONS NOME VULGAR REGISTRO Status 103 Tinamidae Inambus Crypturellus tataupa Inambu-xintã Cathartidae Urubus Cathartes aura Urubu-cabeça-vermelha Coragyps atratus Urubu-comum Accipitridae Gaviões Rupornis magnirostris Gavião- carijó S Buteo brachyurus Gavião-de-cauda-curta S Milvago chimachima* Gavião carrapateiro Falconidae Falcões-carcarás Micrastur ruficollis Gavião-caburé S Herpetotheres cachinnans Acauã S Rallidae Frangos-d’água Aramides saracura Frango d´agua Columbidae Pombos, rolas Columbina talpacoti Rolinha-roxa Leptotila rufaxilla Juriti-gemedeira Leptotila verreauxi Juriti-pupu Psittacidae Periquitos, papagaios Brotogeris tirica Periquito-verde Touit melanonotus S S P, S P, S S S P, S S P, S EN Apuim-de-costas-pretas S VU Pyrrhura frontalis Tiriba-de-testa-vermelha S Pionus maximiliani Maitaca-verde Cuculidae Papo-largartas, anús Guira guira Anu-branco S Piaya cayana Alma-de-gato S Strigidae Curujas Pulsatrix koeniswaldiana Mrucututu Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. P, S S Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. TAXONS NOME VULGAR REGISTRO Status Megascops choliba Corujinha-do-mato Nyctibiidae Urutaus Nyctibius sp Urutau Caprimulgidae Bacuraus Nyctidromus albicollis Curiango, Bacurau Lurocalis semitorquatus Tuju Apodidae Andorinhões Chaetura meridionalis* Andorinha-do-temporal S Panyptila cayennensis Andorinha-cinzento S Chaetura cinereiventris Cauré S Streptoprocne zonaris Andorinha-coleira S Trochilidae Beija-flores Chlorostilbon lucidus* Besourinho-bico-vermelho Thalurania glaucopis Beija-flor-de-fronte-violeta Eupetomena macroura* Beija-flor-de-tesoura Phaethornis squalidus Rabo-branco-pequeno Phaethornis ruber Rabo-branco-rubro Ramphodon naevius Beija-flor-rajado Glaucis hirsutus Beija-rabo-de-bico-torto Florisuga fusca Beija-flor-preto Momotidae Juruvas Baryphtengus ruficapillus Juruva-verde Bucconidae Joões-bobos Malacoptila striata João-barbudo S Nystalus chacuru João-bobo S Picidae Pica-paus Veniliornis maculifrons Picapauzinho-de-testa-pintada P, S Picumnus cirratus Pica-pau-anão-barrado P, S Dendrocolaptidae Arapaçus Sittasomus griseicapillus Arapaçu-grande-garganta-branca S Xiphocolaptes albicollis Arapaçu-verde S Xiphorhynchus fuscus Arapaçu-rajado P, S Furnariidae João-de-barro Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. S P, S P, S S 104 S P, S EN S S EN S S EN S S EN S EN Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. TAXONS NOME VULGAR REGISTRO Status Lochmias nematura* João-porca P, S Philydor lichtensteini Limpa-folha-ocrácio P, S Formicariidae Papa-formigas Conopophaga melanops* Chupa-dente-de-máscara Drymophila squamata* Choquinha-escamosa Dysithamnus mentalis* Choquinha-lisa Pyriglena leucoptera* Choca-de-sooretama S Thamnophilus palliatus* Choca-listrada S Pipridae Dançadores Chiroxiphia caudata Tangará, dançador S Manacus manacus Rendeira S Tyrannidae Papa-moscas Attila rufus Capitão-de-saíra Myiozetetes similis* S P, S S P, S Campostoma obsoletum Bentevizinho-de-penacho-vermelho Risadinha Contopus cinereus Papa-mosca-cinzento Serpophaga subcristata Alegrinho Elaenia flavogaster* Guaracava-barriga-amarela S Fluvicola nengeta* Lavadeira S Leptopogon amaurocephalus* Cabeçudo S Megarhynchus pitangua* Neinei S Myiachus sp* Maria cavaleira S Myiodynastes maculatus* Bentevizinho-de-penacho S Myiozetetes similis Bem-te-vi-pequeno P, S Pitangus sulphuratus* Bem-te-vi P, S Phyllomyias fasciatus* Piolinho S Tolmomyias sulphurescens* Bicho-chato-orelha-preta S Tyrannus melacholicus* Suiriri S Hirundinidae Andorinhas Stelgidopteryx ruficollis Andorinha-serradora Troglodylidae Corruíras Troglodytes musculus* Corruíra Turdidae Sabiás Turdus flavipes* Sabiá-una Turdus amaurochalinus Sabiá-poca Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. S S P, S P, S P, S P, S 105 Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. TAXONS NOME VULGAR REGISTRO Status Platycichla flavipe Sabiá-da-mata S Turdus leucomelas Sabiá-barranco S Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira P, S Vireonidae Juruviaras Cyclarhis gujanensis Gente-de-fora-vem S Vireo olivaceus Juruviara S Parulidae Mariquitas Basileuterus culicivorus* Pula-pula S Geothlypis aequinoctialis Pia-cobra S Parula pitiayumi Mariquita S Coerebidae Cambacicas, Saís Coereba flaveola Cambacica Dacnis cayana* Saí-azul Tersinidae Saís-andorinhas Tersina viridis* Saí-andorinha Thraupidae Gaturamos, Sanhaçus Ramphocelus bresilius Virá Tachyphonus cristatus* Tiê-galo P, S Thraupis palmarum* Sanhaço-do-coqueiro P, S Tangara cyanocephala Saíra Militar P, S Tachyphonus coronatus* Tié-sangue S Tangara cayana ... S Tangara seledon Saíra-de-sete-cores S Thraupis sayaca Sanhaçu-cinzento S Trichothraupis melanops* Tié-de-topete S Fringillidae Trinca-ferros,Tico-ticos Zonotrichia capensis* Tico-tico-do-campo Cracidae Jacus, Jacupemba Penelope superciliaris Jacu Ramphastidae Tucanos Ramphastos vitellinus* Tucano-de-bico-preto P, S Herpsilochmus rufimarginatus* Chorosinho-de-sas-vermelha P, S Drymophila squamata Pintadinho P, S S P, S S S S P, S Thamnophilidae Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 106 Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. TAXONS NOME VULGAR Dysithamnus mentalis REGISTRO Status P, S Choquinha-lisa Tabela 8. Anfíbios registrados durante as incursões a campo e com possível ocorrência para a área de estudo da RRPN CÉU DO MAR. P= Primário (coleta de dados primário), S= Secundário (coleta de dados secundário). ANURA TÁXONS REGISTRO Brachycephalidae Brachycephalus ephippium S Hylodidae Crossodactylus gaudichaidii Hylodes nasus S P, S Leptodactilidae Eleutherodactylus binotatus P, S Eleutherodactylus guenteri S Eleutherodactylus parvulus S Eupaekerekka brasiliensis S Ischnocnema sp P Thoropa miliaris S Zachaenus parvulus P, S Adenomera marmorata P, S Hylidae Hyla albofrenata S Scinax trapicheiroi S Phasmahyla guttata P, S Aplastodiscus sp P Gymnophiona Siphonops hardyi S Tabela 9. Répteis registrados durante a elaboração do PM PARNA Tijuca com possível ocorrência para a área de estudo do RRPN CÉU DO MAR. P= Primário (coleta de dados primário), S= Secundário (coleta de dados secundário), T= Terciário (entrevistas semiestruturadas) Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. 107 Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ. TÁXONS NOME VULGAR REGISTRO Serpentes Bothrops jararaca Jararaca Chironius exoletus Cobra-cipó Liophis miliaris Cobra d’água Siphlophis compressus Coral-cipó Boa constrictor Jiboia Micrurus corallinus Cobra-coral S, T P, S P, S P, S S S Lacertidae Nome Vulgar Ameiva ameiva Bico-verde, jacarepinima Tupinambis meridionae Teiú Tropidurus torquatus Lagartixa-preta Hemidactylus mabouia Lagartixa de parede Gymnodactylus darwinii Lagartixa-da-mata Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. Registro S P, S P, S P, S P, S 108