boletim ~ dez 2005 ATHENEU COMMERCIAL DO PORTO COLECÇÃO DE PINTURA DO ATENEU COMERCIAL DO PORTO >> 2 euros JÚLIO AMARO BRILHANTE Ediçao Semestral - Ateneu Comercial do Porto N. 1 EDITORIAL “Pelo Ateneu e pelos nossos associados queremos fazer mais. Haveremos de querer sempre mais. A “inércia” não é palavra que entra nos nossos objectivos. E a motivação que continuamos a receber por parte de todos vós dá-nos coragem para prosseguir, para realizar, por vezes sonhar, mas acima de tudo concretizar.” Caros leitores, Estimados Consócios Estamos praticamente a chegar ao fim do primeiro ano de mandato dos actuais Corpos Gerentes. Pelo que, sem pretender efectuar neste espaço um balanço das realizações desenvolvidas pelo Ateneu nos últimos meses - matéria que será devidamente tratada no Relatório e Contas – importa, porém, sublinhar que estamos orgulhosos do trabalho até agora efectuado. Foram várias as iniciativas – cívicas, culturais, recreativas e desportivas - entretanto concretizadas. Acções às quais aderiram, com força, um grande número de associados, mas também muitos milhares de pessoas que nos honraram com a sua visita. Foram os casos, por exemplo, do grande impacto causado pelas comemorações do 136.º aniversário, do debate com os candidatos à Câmara Municipal do Porto, do Festival Nacional de Bridge, da edição do Catálogo de Pintura, ou mesmo da reedição do Boletim do ATHENEU, cujo interregno durou bastantes anos. Esta constatação, sendo motivo de orgulho, não nos deixa, contudo, tranquilos. Antes pelo contrário. Pelo Ateneu e pelos nossos associados queremos fazer mais. Haveremos de querer sempre mais. A “inércia” não é palavra que entra nos nossos objectivos. E a motivação que continuamos a receber por parte de todos vós dá-nos coragem para prosseguir, para realizar, por vezes sonhar, mas acima de tudo concretizar. Por outro lado, estas realizações assumem um sabor redobrado quando, como todos sabem, os nossos recursos são diminutos. Dependem, fundamentalmente, dos nossos associados, da ajuda de alguns amigos do ATENEU e das iniciativas que vamos empreendendo. Porque vos digo isto? Porque até ao momento em que escrevo estas palavras – e digo-o com uma certa tristeza - ainda não obtivemos qualquer ajuda, ou apoio, de qualquer Instituição ou Organismo público, embora o tenhamos solicitado por diversas vezes. Afinal, pensamos, esse apoio é justificadamente devido, quer pelas iniciativas desenvolvidas, quer pela disponibilidade demonstrada pelo Ateneu sempre que algo nos é solicitado por essas instituições, mas acima de tudo porque o Ateneu não é uma instituição corporativa. É um espaço com história que pertence a um país. Este facto é ainda mais difícil de entender porque - sendo o Ateneu uma Instituição de Utilidade HÉLDER FIRMINO RIBEIRO PEREIRA Pública, localizada na baixa da cidade do Porto, aberto a toda a população, com um horário de funcionamento das 10 às 24 horas, todos os dias da semana - ainda não obteve dos responsáveis eleitos qualquer apoio, designadamente no que se refere ao cumprimento das promessas, ao Ateneu, efectuadas. Não serão, no entanto, adversidades como estas que nos farão vergar. A força é inata quando a causa é justa. Propusemos objectivos, haveremos de os realizar a todos. Um, por um. É também com esse propósito que a Direcção decidiu colocar à disposição dos senhores associados e amigos alguns brindes, com a marca do Ateneu. A sua excelente relação/preço/qualidade, faz com que sejam excelentes prendas de Natal. Por outro lado, originarão uma pequena, mas preciosa, fonte de receita para a nossa Instituição. Gostaria ainda de realçar o esforço levado a efeito para melhorar a qualidade gráfica desta revista, visível já neste número. Da mesma forma, gostaria de sublinhar a enorme receptividade que encontrámos na sua aceitação, o aumento significativo da participação dos senhores associados e amigos do Ateneu, todos a título gracioso, bem como agradecer o apoio das empresas que, ao associarem o seu nome a esta iniciativa, permite que a sua concretização - sem que seja mais um encargo – se possa prolongar no próximo ano, com uma periodicidade quadrimestral. Por último, e atendendo à época natalícia que se aproxima, aproveito este meio para formular a todos os senhores associados, familiares e amigos do Ateneu, votos de um Santo e Feliz Natal, com muita Saúde e que o próximo ano seja o da concretização de todos os projectos pessoais e profissionais. Muito brigado. O Presidente da Direcção Hélder Firmino Ribeiro Pereira pags 1 MENSAGEM É com elevada honra que, neste momento de grande significado para o Ateneu Comercial do Porto, me associo ao lançamento do nº 1 da sua Revista. Relevo este momento pois, se é certo que o ATENEU já adquiriu um estatuto muito próprio, não é menos verdade que a palavra escrita permitirá fortalecer a memória dos seus feitos, legando às gerações futuras um património histórico-cultural notável e, não menos importante, os valores e os princípios que desde sempre nortearam a Instituição. O reaparecimento da Revista é revelador da dinâmica a que o Ateneu Comercial do Porto habituou a cidade e que já logrou levar o seu nome muito além das suas fronteiras. Esta nova forma de comunicação constitui mais um passo no fortalecimento das relações entre os seus membros, sendo esta a base de toda e qualquer entidade. Permitam-me que, nestas breves palavras, homenageie aqueles que, ao longo das várias gerações que se cruzaram nessa Casa, têm conseguido manter um tão elevado sentido cívico e de partilha. Cívico pelo que de serviço público tem a sua intensa actividade; de partilha por sempre ter tido as suas portas abertas à sociedade. Em nome do Governo, que represento no Distrito, felicito o Ateneu Comercial do Porto por este projecto que, certamente, irá enriquecer todos quantos dele beneficiam, e, em particular, os seus corpos dirigentes e associados por mais uma iniciativa que consolida a sua história. A Governadora Civil do Distrito do Porto Isabel Oneto DA BURGUESIA PORTUENSE “…o conhecimento do passado, desde as suas realizações materiais às formas de pensamento, dos medos, angústias e obscurantismos às zonas de luz e aos avanços cívicos que o tempo foi sedimentando, é fundamental para podermos compreender muitas dificuldades e contradições do presente e estabelecer termos de comparação com a bondade ou o retrocesso do viver contemporâneo. Além de outros factores importantes para a correcta compreensão da História.” Não tenho qualquer intenção de recordar o passado como exercício que certas famílias tinham o hábito (excelente) de, além de álbuns de saudosismo. Saudosismo de quê, se o passado é, em muitos e diários íntimos, elaborarem registos pormenorizados relativos, por aspectos, um estendal de injustiças, carências e baixesas? Basta olhar exemplo, às despesas, aos relatos de viagens ou aos nascimentos as condições da habitação Portuense dos finais do século XIX para ocorridos. Descobri, no meio dos milhentos papéis que navegam comprovar isso. Basta olhar as infâmias cometidas em nome da luta em minha casa, um desses registos de finais de oitocentos, relativo política de então, para percebermos que não existem paraísos a família das minhas relações. depositados nos nossos pretéritos. Embora sucinto e reduzido a uma só página, podemos analisar o De qualquer modo, o conhecimento do passado, desde as suas resumo de uma vida contada do seu primeiro dia até aos 27 anos, realizações materiais às formas de pensamento, dos medos, angústias em permanente ascensão. A partir do casamento o registo cessa. e obscurantismos às zonas de luz e aos avanços cívicos que o tempo Considerava o registador a sua missão terminada? Talvez, já que o foi sedimentando, é fundamental para podermos compreender muitas jovem estava (bem) criado, (bem) instalado no mundo do trabalho dificuldades e contradições do presente e estabelecer termos de e na própria sociedade, depois de (bem) sucedida carreira escolar. comparação com a bondade ou o retrocesso do viver contemporâneo. Vejamos então o retrato milimétrico de um membro ilustre da austera, Além de outros factores importantes para a correcta compreensão sólida, pragmática e requintada burguesia da Invicta: nasceu em da História. 2.2.1883. Foi baptizado na sé Catedral, em 4 de Abril do mesmo Por exemplo: temos ideia de como hoje transcorre a existência de ano. (E adquire, então, enorme vantagem relativamente à maioria um jovem da alta burguesia portuense (se é que ela ainda existe, das crianças: a família tem possibilidades de o vacinar. O relato é numa cidade em que a sua classe progressiva por excelência quase omisso contra qual ou quais doenças). Foi vacinado em 1 de Outubro desapareceu da dinâmica da sociedade tripeira). Mas o que acontecia, de 1883 e apartaram-no (isto é: foi retirado do peito da ama), em 20 há um século, com uma criança nascida em meio favorável ao do mesmo mês. Apareceu-lhe o primeiro dente em Maio de 1884. desenvolvimento de uma personalidade destinada ao desempenho De maleitas - felizmente para ele -, só aparecem registadas uma do papel social que lhe fora previamente determinado? Acontece bronquite aos 6 e outra aos 25 meses. Saiu (repare-se no pormenor) “sem ser acompanhado por criada”, pela primeira vez, em 22 de Maio de 1885 (mas não certamente sozinho, tal como acontece na importante e primeira viagem). Foi ao Buçaco e Figueira, em 14 de Agosto seguinte. Rapou o cabelo (medida higiénica que, como vemos, também as famílias prósperas praticavam) pela 1.ª vez em 18.6.1886 (mas não se livrou de uma das pragas de época), teve bexigas loucas em 3 de Outubro. Foi ao Bom Jesus (passeio obrigatório dos Portuenses) em 10.7.1887; (vem, HÉLDER PACHECO Foto cedida por José Carmo - “JN” depois, a pré-Escola temporã) entrou na Mestra a 1 de Agosto (sendo mestra-caseira, vemos que trabalhava no Verão). Tirou o 1.º dente a 31 de Agosto de 1888 e tomou o 1.º banho, na Foz, em 4 de Agosto de 1889 (aos 6 anos, nada mal). Foi para o Bom Jesus em 12 de Junho de 1890. Aos 7 anos, ei-lo no limiar da Instrução Primária: entrou no Colégio «do Vasconcellos» a 15 de Novembro de 1890; (a seguir, férias) esteve em Famalicão 8 dias no mesmo mês. Confessou-se pela 1.ª vez em 1.4.1891, esteve um mês de Vizela, em Julho e (o que era quase obrigatório na cidade burguesa) entrou para Irmão da Ordem seguinte. Infelizmente o relato fica pelo casamento, como quem Terceira da Santíssima Trindade, em Outubro de 1892. diz: casado e arrumado, objectivo cumprido. Ficamos assim com Fez exame de Instrução Primária – Aprovado – em 15.5.1893 e foi (comemorar?) a Viana, Valença e Vigo, em Junho seguinte. Fez a 1.ª Comunhão em 8.4.1894, na Igreja de Santo Ildefonso (entretanto a progressão escolar seguia em crescendo). Fez exame de Português a 14 e de Francês em 18 de Julho de 1894 - Aprovado -. Entrou no Colégio Nacional, em Outubro, tendo começado com a Ginástica em Dezembro. a curiosidade de saber o que aconteceu a esta vida vocacionada para o sucesso social. Na cidade de luz e sombra, claros e escuros, pobreza e prosperidade é óbvio que carreira tão fulgurante seria uma excepção. Há um século, as desigualdades de oportunidades eram evidentes. Se pensarmos que, em 1910, morriam no primeiro ano de vida cerca de 25% das crianças nascidas no Porto, compreendemos como este jovem, pelo simples facto de chegar incólume e com posição familiar, (Sempre a andar) Exames de Desenho e Inglês (Junho e Julho de 1895) e do 2.º ano de Desenho (8.7.1896). De matemática, Alemão, social e profissional assegurada até ao casamento, era um felizardo, numa cidade onde se morria por quase tudo e vivia por quase nada. Geografia e História (Julho de 1897). E (já antevendo a prática) «meteu professora de palestras Inglesas», em Outubro. Exames de Hélder Pacheco Matemática, Álgebra, Economia, Alemão e Física em Junho de 1898, concluindo o Preparatório para o Instituto Comercial. (Vida nova) Exame de Direito Comercial Português (26.6.1900 – Distinto!). E (além de outras distinções) exame de Contabilidade e Cálculo Comercial Financeiro, em 25.7.1900 (significando a conclusão do Curso Superior de Comércio). Aqui, o registo muda de tom e de figura dizendo «Partiu Sua Ex.ª para Hamburgo em 10.7.1901, regressando um ano depois». Em Outubro de 1902 esteve em Bragança 16 dias. «Entra na Vinícola» (que certamente lhe reservara o lugar) para trabalhar, em 20.7.1904. Esteve 4 e 6 dias no Bom Jesus (em Maio de 1905 e Julho de 1906), nas Taipas (Agosto de 1906) e Vizela (Julho de 1910). Casou em 21 de Maio de 1910, na Igreja de Nevogilde (com as respectivas escrituras elaboradas, no dia anterior, no tabelião Tibério – tudo como mandavam as regras). Viagem de núpcias a Vigo (que, como vemos, era destino apreciado) e férias nas Caldinhas em Julho pags 2, 3 ENTRE DOURO E MINHO ENTRANDO PELO PORTO “ Oh! paisagem etérea e doce Depois do ventre que me trouxe a ti eu devo tudo que sou!” António Nobre - Só Aproveitando o tempo precioso das férias, fiz um percurso pelo Norte de Portugal num encontro de sabores e prazeres onde Baco e Eros se sentaram na mesma mesa e, ébrio das luxuriantes paisagem de entre Minho e Douro, deixei-me levar pelas mãos da exuberante cozinha onde cada garfada é uma sinfonia ao bom gosto pantagruélico. linho bordada com as armas de Portugal, os vinhos verdes branco e tinto enchiam os copos e saciavam a sede alimentando a alma, elevando-nos à condição de deuses. O leite creme, acabado de queimar, regado ligeiramente com vinho do Porto e salpicado subtilmente com canela, perfumou a sala fazendo inveja às rubras rosas do centro de mesa, enquanto nos copos de cristal o vinho de Porto com mais de quarenta anos acompanhava este doce de colher tal como um piano a voz de uma soprano. O café, servido no jardim da casa sobre o caramanchão, ainda se atreveu a vir com doces de gema e beijinhos de amor, uma aguardente de vinho verde acompanhava um soberbo charuto e a paisagem verde deste Minho, morgado de Portugal, era a moldura perfeita para este quadro. Adormecendo num sono leve bafejado pela brisa do mar sonhei e Foto extraída do Catálogo/ Inventário de Pintura do Ateneu Comercial do Porto. “Trecho de Rio” JOSÉ DE BRITO em sonho visitei castelos e solares, ermidas esquecidas, pontes romanas, locais de culto Mariano, pequenos mosteiros da estrada de Santiago, tudo é perfeito neste local... No alto da serra, preste a entrar na igreja de Santa Luzia, uma noiva vestida de negro toda bordada a lantejoulas e pedraria, voava para o altar e neste raio de luz emanado pelo contraste do seu vestido reflectido pelo brilho do seu traje, vi o sol que sorria nos costumes deste povo que teima em manter as suas tradições. É preciso que este Entre Douro e Minho se abra ao Mundo e passe a mensagem que em Portugal o turismo é único pela forma como as pessoas se entregam aos visitantes, fazendo-os sentirem-se eleitos e cada refeição como se fosse um banquete celestial onde nem sequer falta a música animada e ritmada no colorido dos trajes. No Minho, o caldo verde a fumegar feito de cebola nova e batatas O turismo tem viver de sonhos e emoções pois é isso que as pessoas esmagadas com finíssimas tiras de couves verdes e a indispensável procuram nas viagens que fazem. tora de chouriço caseiro era comido em malgas de barro vermelho, O Porto, como disse Camilo Castelo Branco, é a Capital do Minho o arroz de Lagosta, pescada em Viana, já esperava ao lume e o aroma e a entrada de Portugal para um Norte onde o Douro é um tesouro da frescura do mar espalhava-se pela salão do Solar setecentista, por desenterrar, onde para além da paisagem humanizada nas encostas onde sobre a lareira o brasão da família lembrava a fidalguia da casa rasgadas por braços de Homens, conseguiram arrancar às pedras um e de todos os momentos, divino manjar que Neptuno guardava nos vinho único no Mundo, onde o quadro que se nos apresenta nos seus mares que pescadores sapientes raptam para nossa delícia. Pela esmaga pela beleza e pela certeza de uma tenacidade única. porta entram os rojões de Porco, soberbos, fumegantes, tal como um desfile militar, travessas de castanhas, batatinhas, gomos de maçã, Dar a conhecer este Norte de Entre Douro e Minho é obrigação de todos e do qual todos devemos fazer parte deste projecto. pedaços de carne fritos em banha, redenho, tripa enfarinhada, belouras, posicionaram-se na mesa de madeira antiga coberta de Hélio Loureiro (Sócio do Ateneu) MANUEL GAMA SENHOR GUIMARÃES JÚNIOR DUAS GERAÇÕES DIFERENTES o mesmo prazer pelo BILHAR Domingos José da Costa Guimarães Júnior Notável associado do Ateneu, admitido em 1914 com vinte anos de idade, frequentou assiduamente até 1986, data do seu falecimento, a sala de bilhares da nossa Instituição. Perdura na memória de todos os que tiveram o privilégio de com ele ter convivido a imagem de um Homem de uma inexcedível integridade, correcção e humanismo. Um Grande Senhor. O interesse pelo bilhar estendia-se também a outros familiares do Senhor Guimarães Júnior, que eram associados do clube e que participavam, regularmente, nos campeonatos inter-sócios que a casa organizava. Com boas capacidades técnicas para o bilhar “Livre”, que era a sua modalidade preferida, o Sr. Domingos Guimarães, além de desfrutar de todo o convívio que o bilhar lhe proporcionava, usava-o, com notoriedade, também como um bom meio para a manutenção da sua invejável forma física. No fundo, era a procura da “Mente Sana en Corpore Sano”, de que ele foi um excelente exemplo. Quando faleceu, era o associado mais antigo do Ateneu com 72 anos de filiação. Honra-nos como associado Seu filho, Sr. Dr. Manuel de Sousa Guimarães, ilustre médico da nossa cidade, a quem enviamos fortes saudações bilharísticas. Fazemos votos de que tão distinta família nunca perca o vínculo ao Ateneu e que, através das novas gerações, continue ligada a ele pela via do associativismo que é, no fundo, a sua essência mais genuína e a razão da sua existência. Manuel Gaspar Abreu Lima Gama Natural da lindíssima cidade de Viana do Castelo, onde reside, este nosso associado, quer pela sua simpatia, quer pela sua afabilidade, quer pelo trato amigo que lhe é peculiar, faz de cada um que o conhece um seu incontornável admirador. A juntar a tudo isto, e já não era pouco, é possuidor de invulgares atributos para a prática do bilhar de competição com evidência para a modalidade de “Pool” - para os menos conhecedores desta matéria, poder-se-á descrever como um jogo parecido com o popular “Snoocker”. Jogador de topo no panorama bilharístico Português, ocupa desde há vários anos os lugares cimeiros do ranking oficial da Federação Portuguesa de Bilhar, tendo atingido, aos 25 anos, o auge da sua ainda curta carreira, ao sagrar-se Campeão Nacional Individual Masters (categoria máxima no bilhar) da época 2004 / 2005. Pelo Ateneu e por Equipas já tinha conquistado um Campeonato Nacional da 1.ª Divisão, uma Taça de Portugal, uma Super-Taça e um Campeonato Nacional da 2.ª Divisão. A sua vinda para o Ateneu fica a dever-se a um seu conterrâneo, nosso associado, grande amigo da secção e não menos brilhante bilharista que é o Sr. António Azevedo que, com toda a razão, via no então candidato, Sr. Manuel Gama, uma pessoa com o perfil e com as qualidades desejáveis para um associado do Ateneu. E em boa hora o propôs. Com a presença dos Senhores Presidentes da Assembleia Geral, do Conselho Fiscal, da Direcção e de muitos Senhores Associados que esgotaram todos os lugares disponíveis, realizou-se no passado dia 4 de Novembro, no restaurante do Ateneu, um grandioso jantar de homenagem a este nosso associado, tendo-se também prestado no decorrer do mesmo um justo e veemente agradecimento ao associado e reputado bilharista, Sr. Dr. Jorge Tavares Bastos, por toda a disponibilidade que tem tido para com A SECÇÃO DE BILHAR. Os Senhores Presidentes enalteceram a dedicação e o empenho dos homenageados para com o Ateneu, tendo sido oferecido, a ambos, um livro do espólio das pinturas do clube: “Percursos – A Pintura do Ateneu Comercial do Porto”. Um Muito Obrigado e um Bem Hajam por tudo quanto têm feito pelo Ateneu. José Manuel Barros (Sócio do Ateneu) pags 4, 5 ATENEU COMERCIAL DO PORTO MÚSICA AO VIVO E MUITA ANIMAÇÃO 22h00 ABERTURA JANTAR (SERVIÇO DE BUFFET) 2 Pratos Quentes, Saladas Variadas, Sobremesas Tradicionais Vinhos Verdes e Maduros, Águas e Sumos à discrição 12h00 MEIA NOITE Uvas Passas, Bolo Rei e Champanhe 1h15 ABERTURA DA MESA DE FRIOS Leitão, perú, salmão, carnes frias, quiches diversos, mesa de queijos, etc. 3h00 CHOCOLATE QUENTE SÓCIOS 55 ATENEUS NÃO SÓCIOS 65 ATENEUS FUNCIONARÁ UM BAR TODA A NOITE PARA BEBIDAS ESPIRITUOSAS E LICOROSAS (PAGAS À PARTE) INSCRIÇÕES NOS SERVIÇOS DE SECRETARIA ATÉ AO DIA 22 DE DEZEMBRO OU PELOS TELEFONES 223 395 410/2 Só serão consideradas reservas contra pagamento. Após o prazo, as inscrições sofrerão uma multa de 5 ATHENEUS OS DESCENDENTES PORTUGUESES DO GENERAL NAPOLEÓNICO ANTÓNIO DE SOUZA-BRANDÃO Andoche Junot Quando a crónica histórico-mundana dos meados de 1978 noticiou o casamento da princesa Carolina do Mónaco, filha do príncipe Rainier e da princesa Grace, não faltou quem associasse o apelido do seu consorte, Filipe Junot, ao do notável general das hostes napoleónicas Andoche Junot e se persuadisse que eram ambos da mesma linhagem e, até, que este era ascendente daquele. No entanto, nada disso corresponde à realidade, conforme o demonstraram os termos da entrevista que o conhecido historiador Joseph Valynseele concedeu à revista “Point de VUE IMAGES du Monde” e que ali vem publicada, no exemplar n.º 1562, de 30 de Junho do dito ano. Com efeito, e muito embora as duas famílias procedam da mesma região, qualquer base de consanguinidade que entre ambas pudesse eventualmente existir, teria de situar-se, necessariamente, para trás de 1623, pois Joseph Valynseele pesquisou a ancestralidade de Filipe Junot até aquela data, sem que ela se cruzasse com qualquer dos ascendentes do favorito de Napoleão Bonaparte. É que, apesar da semelhança dos apelidos, pode perfeitamente dar-se o caso das respectivas linhagens serem de origens diferentes, como aliás acontece com a maioria das famílias portuguesas de idêntica designação antroponímica. DUAS FIGURAS DA SOCIEDADE LISBOETA DE HÁ 200 ANOS – DUQUES DE ABRANTES É muito extensa a bibliografia portuguesa respeitante a Junot e a sua mulher, dado o facto deles terem sido duas figuras com notória implantação na sociedade lisboeta dos primórdios do século XIX. Ele, por ter estado entre nós, primeiramente como representante diplomático do governo francês (1804-1805) e, em seguida, como comandante do exército que invadiu o nosso país de 1807 a 1808 e garantiu o Tratado de Fontainebleau (27.10.1807). E ela, na qualidade de escritora, através dos seus romances e, principalmente, do seu famigerado e controverso livro de “Memórias”, que, em dados lances, se manifesta tão pouco lisonjeiro com a mulher portuguesa. Além disso, em 1808, foram ambos distinguidos com o título português de duques de Abrantes* que, em França e conforme se verá, se transmitiu oficialmente à respectiva posteridade. RAMIFICAÇÕES GENEALÓGICAS DE ANDOCHE JUNOT E QUEBRA DA RESPECTIVA VARONIA 1. Oriundo da Borgonha, Jean-Andoche Junot nasceu a 23.10.1771 em Bussy-le-Grand (Côte-d’Or) e suicidou-se em Montbard, a 29.07.1813; e sua mulher, Laura St.-Martin Permon, nasceu em Montpellier a 06.11.1784 e faleceu em Paris a 07.06.1838. Do seu casamento, ocorrido em 1800, resultaram duas meninas e dois rapazes: 2 A filha mais velha, chamada Josefina, nascida em Paris em 1802, foi escritora de certa nomeada. Seguiu primeiro a vida religiosa e fez-se irmã de caridade, em que atingiu o título de cónega, mas depois, reconciliando-se com o mundo, casou em 1841 e teve uma filha de quem descende o conde Jean de Mouy e a família Grevenkop-Castenkiold, de origem dinamarquesa. Depois de casada, Josefina Junot passou a assinar as suas obras sob o nome de Madame Amet, cujo apelido lhe adveio do marido. 2 O filho varão mais velho, Napoléon-Andoche Junot, segundo duque de Abrantes, morreu solteiro e sem descendência. Nasceu e faleceu em Paris (18071851), sendo afilhado de Napoleão Bonaparte e da imperatriz Josefina. Dedicando-se às Letras, colaborou em diversas publicações do seu tempo e foi autor de alguns romances, que o Grand Larousse enuncia. Também seguiu a vida diplomática, mas teve de abandoná-la, por dificuldades surgidas no seu exercício. 2 O filho mais novo, Alfredo Junot – cujo nome completo, mas menos corrente, era o de Adolphe-Alfred-Michel Junot – nasceu em Ciudad Rodrigo em 1810 e, abraçando a carreira militar, serviu em África, fez parte do estado-maior do exército e faleceu em 1859, no posto de tenente-coronel, em consequência de ferimentos recebidos em combate, na batalha de Solferino. Foi o Terceiro duque de Abrantes, por morte do antecedente. Casou duas vezes. Do primeiro matrimónio ficou-lhe uma filha, a que foi dado o nome de Joana e do segundo nasceram-lhe mais dois rebentos:- Margarida e Jerónimo. Mas Jerónimo morreu com a idade de 3 anos, assim se apagando na família o apelido Junot, procedente do respectivo genearca, Robert Junot, nascido em 1600 em Fontaine-les-Sèches (Côte-d`Or) e aí proprietário-agricultor. * Por falta de legitimidade jurídica, o título de duque de Abrantes não é reconhecido em Portugal, sendo, além disso, atentório da nossa identidade nacional, por evocar um período de usurpação e ameaça para a nossa independência. pags 6, 7 Apesar disso, por morte de Alfredo Junot e decreto de 06.10.1869, o título de duque de Abrantes foi restabelecido na pessoa de seu genro, Maurice Le Ray, marido da sobredita Joana. O sexto e actual duque de Abrantes é neto deste casal, que, aliás, também se encontra simultaneamente representado pelas famílias Hervé, La Villesbrune, Surmont, Rivet de Chaussepierre, Heliot, Escande, Bès de Berc e Millecam. Quanto à descendência da segunda filha de Alfredo Junot, acima designada com o nome de Margarida, encontra-se actualmente representada pelas famílias Jarroson, Olphes Gaulard, Magne e Delafosse. Posto isto, é chegado o momento de nos debruçarmos sobre a descendência da segunda filha de Andoche Junot, denominada: 2 Constança, a que, de resto, se atribuirá um maior desenvolvimento, por ter sido dela que irradiou um ramo para Portugal. O REPRESENTANTE DE JUNOT EM PORTUGAL De George Aubert a D. Jorge de Serpa Pimentel 2. Constança Junot nasceu em Paris em 1803 e a despeito da sua infância ter decorrido sob um clima de luxo e dissipação e da adolescência lhe ser perturbada por tragédias e decepções, nem se tornou melancólica ou exageradamente introvertida, nem atreita a frivolidades. Pelo contrário, foi uma mulher de talento, além de espirituosa, inteligente e equilibrada. JEAN-ANDOCHE JUNOT“La Tempête”(segundo um desenho francês, da época) Muito perspicaz e vocacionada para as Letras, colaborou em notáveis publicações do seu tempo, tendo fundado e sido redactora de uma revista intitulada Les Abeilles Illustrées. Além disso, foi autora de Le Dévouement (1842); de um Manuel d’ Écónomie Élégante (1859); e de Les Femmes Sages et Les Femmes Folles (1865). Assinava-se Constance Aubert. Casou com Louis-Antoine Aubert, ex-oficial do exército, que foi seguidor do general Cavaignac e renunciou à carreira militar (quando era capitão), apesar de ter adquirido prestígio durante o seu exercício e de ser condecorado com apenas 23 anos de idade. A tradição familiar retrata-o psicologicamente como sendo um temperamento fortemente arrebatado e exageradamente intolerante. Tiveram os seguintes 3 filhos: Secretário, lugar-tenente e ajudante de campo de Napoleão Bonaparte, comandante geral da Praça de Paris, coronel-general de Hussards, general de divisão, embaixador na corte de Lisboa, governador militar de Paris, comandante em chefe da 1.ª invasão francesa de Portugal, grande oficial da Legião de Honra, “duque de Abrantes”, etc. 3 George-Auguste-Antoine Aubert, de quem sequentemente falaremos; 3 Alfredo, que não parece ter tido descendência; 3 e Laura, que foi casada e teve geração. Foi um bisneto desta senhora, chamado Raimond, quem escreveu ao príncipe Rainier, pai de Carolina do Mónaco, a informá-lo de que o seu futuro genro, Filipe Junot, ao contrário do que então se apregoava, não pertencia à estirpe procedente de Andoche Junot e Laura Permon. Este ramo encontra-se actualmente representado pelas famílias Labelle-Rojoux e Riesser. 3. Herdando a audácia e tenacidade do avô materno – cuja extraordinária bravura lhe valeu a alcunha de “La Tempête” – George-Auguste-Antoine Aubert, que nasceu em Paris em 1838 e faleceu em Donville a 16.04.1899, foi um distintíssimo oficial de “Infantaria de Marinha”, que tendo participado briosamente em todas as campanhas do segundo Império até à guerra Franco-Prussiana, muito se notabilizou pelo heroísmo e espírito de abnegação, demonstrados na Batalha de Sedan (01.09.1870), cuja célebre resistência contra os Bávaros seria perpetuada pelo pintor Alphonse de Neuville no seu quadro intitulado “Les Dernières Cartouches”. Em 27.08.1967, nas comemorações do 97.º aniversário dos combates de Bazeilles, foi-lhe prestada em Granville, com honras especiais, justa e significativa homenagem, em que se incluiu, além de outras realizações, a inauguração do seu novo túmulo, no cemitério de Nossa Senhora daquela cidade. Casou em 1867 com Berthe Maréchal, cuja expressão invulgarmente distinta e anatomicamente encantadora lhe alcançou o cognome de “a duquesa”, com o qual a alta sociedade parisiense costumava designa-la quando se lhe referia. Em Portugal, na casa dos seus trisnetos, encontra-se um seu retrato, em que pode contemplar-se tão singular formosura. Os seus olhos, lindíssimos e muito expressivos, de um castanho dourado pouco vulgar, resplandecem-lhe num rosto perfeitíssimo, emoldurado por excelentes cabelos, de idêntica tonalidade, levemente acobreados. Tinha, então, 33 ou 34 anos de idade, pois a tela está datada de 1873*. O autor deste esplêndido retrato foi Jean-Marie Fouque, que nasceu em Arles em 1819 e ingressou na Escola de Belas-Artes em 07.10.1846, onde foi discípulo de Lestang-Parade. Expôs no Salão de Paris desde o ano em que se matriculou até ao de 1879 e durante as viagens que realizou ao Extremo Oriente, as suas obras despertaram tal interesse no rei do Sião, que este o nomeou pintor da sua real câmara. * Berthe Maréchal nasceu em Lorient a 25.06.1840, sendo filha de Jean-Henri Maréchal, distinto oficial da Marinha, e de sua mulher Jeanne-Eudoxie Verguet. Ao leitor desprevenido, mas eventualmente interessado na vida e obra deste bom artista, se chama a atenção para o facto de alguns biógrafos seus o tratarem, erradamente, pelo nome de Jean-Marie Baptiste. O herói de Sedan, George-Auguste-Antoine Aubert e a sua formosa mulher, Berthe Maréchal, tiveram dois filhos denominados: › George-Henri, nascido em Lorient a 03.09.1868 e Madeleine-Clemence. 4. Madeleine-Clemence Aubert nasceu na mesma localidade a 08.06.1870 e faleceu em Matosinhos (Portugal), a 17.03.1969, com a provecta idade de quase 99 anos. O Jorge, seu irmão, tinha morrido com 18 anos de idade e ela vivia com a mãe, em Paris, na Rua Halelin, n.º 46, quando se relacionou com o marido. Este, de nacionalidade portuguesa, chamava-se Bernardo Joaquim Vieira de Faria e tendo nascido na rua de Santa Catarina da cidade do Porto, a 23.08.1856, era filho de Manuel Joaquim de Faria, bacharel-formado em Medicina, natural do Rio de Janeiro (Brasil), e de sua mulher D. Ana Alexandrina Vieira de Araújo, natural e moradora no Porto. Proprietário e de boa família, com grande ilustração e sólidos bens de fortuna, Bernardo de Faria costumava estanciar longos períodos em Paris, onde criou amizades e se enamorou de Madalena Aubert, com quem viria a casar-se em Passy (Seine), no 1.º de Maio de 1900. Pouco depois vieram para Portugal e estabeleceram residência em Matosinhos, onde Bernardo de Faria possuía casa própria e se finou a 26.12.1907. Foi nessa “casa-museu”, onde havia boas peças de mobiliário francês do século XVII e um imponente e belíssimo lustre de cobre trabalhado, que Madalena Aubert trouxera de França consigo, que lhes nasceram, a 09.01.1901 e a 17.11.1903, as suas duas filhas: 5 Marcelle e Georgette. Georgette ficou solteira, mas: 5. Marcelle Aubert de Faria – que faleceu na sua terra natal a 12.03.1984 e foi uma das mulheres mais elegantes da boa sociedade tripeira e alfacinha de há meio século – casou em Matosinhos, a 14.09.1922, com D. José de Serpa Pimentel de Sousa Coutinho, sobrinho do marquês de e de sua mulher D. Maria Ana Victória de Sousa Coutinho (filha dos terceiros condes de Linhares). D. José de Serpa Pimentel, que nasceu em Lisboa, na freguesia da Estrela, a 24.05.1879 e faleceu com 50 anos incompletos, na freguesia de Santa Catarina da mesma cidade, a 01.05.1929, foi coronel de Cavalaria, governador da companhia do Niassa e comendador e cavaleiro da Ordem da Torre e Espada. Tomou parte na expedição a Lourenço Marques (1900) e na Campanha da Guiné (1908) e foi comandante do 1.º batalhão de Dragões de Mocâmedes (Angola) e chefe do estado-maior Escritora e uma das mulheres mais brilhantes da corte francesa durante o Consulado e Império. Laura Permon arrogava-se, descendente dos Comnèni. Os seus luxuosos salões eram frequentados pela melhor sociedade bonapartista e por literatos e artistas, e a vida dessa época encontra-se reproduzida nas suas notáveis “Memórias”. do Corpo Expedicionário Português, em França (1917-1918), na primeira guerra mundial. A forma como se houve no desempenho da comissão de serviço que lhe foi cometida durante a expedição a Lourenço Marques, mereceu-lhe ser elogiado em portaria do governo-geral de Moçambique. Além disso, foi condecorado e distinguido com o grau de Oficial da Legião de Honra, de França; com a Medalha de Serviços Distintos, da Grã-Bretanha; com a Cruz de Guerra de 1.ª classe; com as Medalhas de Campanha e da Victória; com a Medalha de Valor; com a Medalha da Expedição a Lourenço Marques; com a Medalha D. Amélia (comemorativa de serviços em campanha); com a comenda de S. Bento de Aviz; e, consoante já foi dito, com a da Torre e Espada. Tinha os cursos da antiga Academia Politécnica, de Lisboa; o da Arma de Cavalaria da Escola do Exercito; e o do Estado-Maior e jaz sepultado no cemitério do Alto de S. João da cidade de Lisboa. Do seu casamento de amor com D. Marcelle Aubert de Faria resultou um único filho denominado: 6. D. Jorge de Serpa Pimentel, que nasceu na freguesia do Bonfim da cidade do Porto, a 07.11.1923 e foi 2.º marquês de Gouveia, por alvará de 01.12.1956, em sucessão a seu tio-avô, o engenheiro D. Afonso de Serpa Leitão Freire Pimentel. Foi aluno do Colégio Militar e cursou Engenharia no Instituto Superior Técnico, de Lisboa, tendo sido aspirante miliciano de Cavalaria e ingressado na companhia de navegação aérea Pan American World Airways (aeroporto de Lisboa), onde foi funcionário superior até 1981. Faleceu em 1998 e havia casado em Lisboa, na Basílica da Estrela, a 08.03.1954, com D. Maria Alexandra Margarida de Sárrea Brack-Lamy de Paiva Brandão, de quem teve duas filhas e o licenciado: 7. D. Jorge de Paiva Brandão de Serpa Pimentel, que sendo o actual representante português do general Andoche Junot é, também, o actual marquês de Gouveia e o principal representante de uma família bem numerosa e multisecular, que muito se empenhou na expulsão dos Franceses do nosso território, quando eles o invadiram por execranda determinação de Napoleão Bonaparte. António de Souza-Brandão (Sócio do Ateneu) Do Centro de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família da Universidade Moderna (actualmente na Lusófona) pags 8, 9 LAURA ST. MARTIN PERMON Gouveia, D. Afonso, e filho primogénito do contra-almirante D. Fernando de Serpa Pimentel POESIA Manuel Barroca (Sócio do Ateneu) Y entre as estações coimbra está suspensa num retrato de lídia uma jovem vivida à travessa dos martas onde dormia foi urbanizada elevou-se imóvel perdeu a virgindade perto do portugal dos pequeninos não se dislumbra el rei d. Sebastião voltando com o corpo dela ainda esbelto coberto de pó estampado no calor de alcacer quibir a leveza de MANUEL BARROCA nevoeiro a subir recria nos cabelos húmidos a minha brilhantina anos sessenta a brisa de sais de banho dela enquanto quatro cavalos fugidos galopavam em direcção ao jardim num alvoroço em frente ao hotel astória numa manhã espantados de portugal em vertigem uma tarde perdi os sentidos copiei do vinicius de morais cadernos de poesia 4 o poeta mais brasileiro de mais directa comunicação com o público e mandei um postal parecia a liberdade a chegar elegante com parte do poema desespero da piedade tende piedade senhor das primeiras namoradas de corpo hermético e coração patético que saem à rua o dia de severino felizes mas entram sempre desgraçadas que se crêm vestidas mas que a expressão fixa do poeta severino calmo sem resposta então o verão secou naquela cidade branca e preta donde voltei fazia encontrado domingo cerca do meio dia tanto tempo mas revolto á cidade em defesa dum fabricante de decotes não facturados um ainda na cama morto por cima a sorrir vento de memórias embaraça a sala de audiências esvoaça a demência naquela escrivã de exprime num lance a imaginação com que direito que passa ondulada em tabu aprisionada em cortina de tabaco embrulhada numa inventara passar o dia sentar-se à brisa abrir capa coçada pelo movimento dos tributos em fuga ela será a sombra de lídia sentada no um livro aconchegar a malha tecida por quarto a escrever-me envio-te como prova de nosso amor esta folha que apanhei no recreio mariana fixar no horizonte um petroleiro a se passar anti tache pelas manchas de pigmentação na face se encaixar as ancas escancaradas sair do terminal em leça o cigarro esquecido de partos se estilizar as sobrancelhas se limar as unhas roídas se esmaltar os dentes e até á hora do almoço ela quase a chegar substituir o terceiro molar do primeiro quadrante se passar pó de limpar pratas a polir o havia de sentir a eau de toilette pour femme olhar baço de cansaço se libertar aquele ventre jesus dum inchaço surge então lídia saída touch of pink oferecida a crédito enquanto da poesia brasileira nua namorada aberta e coração sintético bendita dum vinicius renascido as suas mãos alissavam a barba dependurada no palco aplaudido mais o copo de whisky no prazer da palavra dançarina em volta dum numa escada por onde ela costumava subir astor piazolla contorcendo o tango pelas argentinas e pelo silêncio das palavras amarguradas até ficar no patamar ao nível daqueles olhos todos libertando notas de sensualidade anotações á margem sobre a paixão prescrita não poeticamente tristes pateticamente poetas garanto se reconhecido neste local ficarei sob prisão no seu domicilio para presenciar o umas rimas aqui umas dicas ali a beberem descalçar os joanetes o desabrochar das rendas em campos de celulite o escurecer dos um chá uma tisana como ela dizia e depois mamilos metamorfoseados duas máscaras voltadas para o soalho que se aproximam caminharem sobre a areia para quase em desavergonhadas num abraço sem elasticidade nem plasticidade oh jesus corta-me a segredo murmurar-lhe com as vagas um placenta embrulha-me este filme em papel seda para alcançar no espaço a sublimação de conto de natal acabado “eramos tão pobres amar o nada de subir ao amor perfeito quero ser absolvido da poesia com que escureci o em verdade vivem nuas e quando voltei lídia estava ausente pelo chão corria um silêncio a miséria era tanta que não tinhamos nada seu retrato preto e branco excepto a dedicatoria como prova de nossa amizade eterna para para pôr na chaminé nem botas nem que nunca te esqueças estou a suar neste cenário o horizonte destas imagens asfixia o sapatilhas nem alparcatas ou socos o pai ambiente quase fulmina até chegar um arcanjo de luto que primeiro lavou as mãos à pilatos natal quando chegou à nossa casa fez um a seguir admirado sintetizou nem tinham dinheiro para telefonar ou selo para colar desvio pensando que estava desabitada” evidentemente não se podiam enamorar nesta cidade é absolvido do crime de olhar a mas nem naquele sorriso desistiu quando paixão vai regressar pela noite veio para ouvir o saibro da sua entrada no esta noite vieste-me esperar noutro amor ao porto regressei era madrugada apreciava o porte cemitério e sentir os beijos de mariana que fino na pele das tuas luvas a proteger carícias promessas de porcelana enquanto me conduzias ponteavam o seu poético corpo em confetis no teu lancia pelo brilho da estrada molhada presentia o vigor das tuas mudanças a humidade de sangue mesmo morto ficou a dançar com dos vidros o limpa pára-brisas em gritos de borracha esmagada do coração até ao teu um cravo um abril uma revolução as barbas fitas de carnaval até que no ar ficou suspenso para amar no dia da ressureição os poetas hão-de chegar uns virão com deus outros pela sua mão acenando ao amor Y PORTO ISAURA MELO “O Porto é o ruído de quotidianos apressados de percursos e destinos de trabalho, de palavras que se trocam, dos táxis, dos autocarros, dos eléctricos, do metro...” O Porto, cidade de perfil granítico e barroco, afirma-se na sua singularidade, identitária, numa das mais belas e antigas cidades da Europa. tradições da sua cidade. Património Mundial da Cultura, cioso dos Douro, depois de louca cavalgada por seus bairros antigos de ruelas entrançadas, desencontros, de emoções e sentimentos vários. do fulgor místico das suas igrejas de talha dourada, da ribeira cosmopolita, o Porto é a sua gente “gente de um só rosto, de uma só fé, de antes quebrar que torcer”. Gente que sabe dizer sim e gritar não, que se atreve, É deixar-se seduzir pelos jardins do Palácio de Cristal, encantar-se com as tílias vestidas de verde na Primavera, provocantemente nuas no Outono. sonha, espera mas não desespera, age, ousa É maravilhar-se com os arcos de Miragaia, ser sujeito determinante da história da sua admirar o estranho bailado das roupas que, cidade. Gente que flui nas ruas e avenidas, nas varandas, secam ao vento e ao tempo. Mas o Porto também é a Foz, a Foz onde o montes agrestes e vales profundos, se abandona, cansado, no Atlântico. A Foz do Douro das manhãs de brumas misteriosas, das praias orvalhadas onde o mar se espreguiça languidamente e se confunde com a areia. A Foz do Douro onde, quem sabe, talvez Sofia, menina do mar, etérea, em noites de lua cheia, vestida de ondas, cabelos cruza-se nas escadas rolantes dos shoppings, enfeitados de luar dança na praia e canta “ que se toca nas mágicas noites de S. João, cheira a alho porro e a erva cidreira, Se em frente do esplendor do mundo nos emociona-se com as cascatas, orgulha-se alegramos com paixão, também em frente de ser tripeiro, grita “ O Porto é uma nação”, do sofrimento do mundo, nos revoltamos “ até os comemos”, “campeões, nós somos com paixão”. campeões”! Também nas margens do Douro, em O Porto é o ruído de quotidianos apressados Sobreiras, destaca-se, pela beleza, paz que de percursos e destinos de trabalho, de irradia do rosto, olhar, postura das mãos, palavras que se trocam, dos táxis, dos um Anjo. Anjo esculpido por Irene Vilar, que autocarros, dos eléctricos, do metro... muita da sua arte tem oferecido discretamente à cidade, e aí escolheu o lugar O Porto é o Douro sinuoso de pontes onde as suas cinzas serão lançadas e imponentes espreitando-o expectantes e aplaudindo a ternura com que abraça a zona É sentir o perfume, o sabor, o colorido do descansarão no regaço do rio que tanto ama. ribeirinha nos dias preguiçosos de verão e seu vinho que, generoso, se oferece às suas Anjo, qual mensageiro, parece querer dizer se espantam e revoltam com a sua violência gentes e àqueles, viajantes de mil caminhos, ao Porto, que mesmo nos piores momentos, desembocam no seu território em busca de enquanto houver quem ame perdidamente um “ Porto sentido”, “Porto vivo e vivido”. esta cidade, as suas gentes farão com que o É sentir a força avassaladora da Praça da milagre aconteça. nos dias tempestuosos de Inverno. Falar do Porto é falar da Torre dos Clérigos, elegante e majestosa, em desafio com o céu ora azul solarengo, ora cinzento pedrento e frio. Liberdade, lugar de eleição onde as gentes se unem para festejar datas marcantes 25 de Abril, 1º de Maio, vitórias e É lembrar a estação de S. Bento, lugar de conquistas dos seus ídolos, ovacionar o chegadas e partidas, de encontros e F.C.P. ,defender e lutar pelos valores e Tudo isto é o Porto, e o mais que as palavras não podem traduzir mas que vivem perpetuamente nos corações dos tripeiros. Isaura de Melo (Sócia do Ateneu) pags 10, 11 UMA BIBLIOTECA ONDE NÃO ENTRA A PALAVRA CENSURA “… a Biblioteca do Ateneu continua a ser o mesmo espaço de liberdade e acesso. Hoje, porém, parte deste espólio não pode ser consultado. Não por motivos censórios, mas por imposições físicas e práticas, que se prendem com a brutalidade do tempo e as chagas que vai espalhando e cravando em algumas das mais importantes obras históricas que incluem o espólio da Biblioteca do Ateneu.” tristeza que se via. E assim decorria a vida A BIBLIOTECA DO ATENEU foi, nos anos do salazarismo, um espaço onde os cidadãos acediam, livremente, à leitura. cultural no nosso país”. Muita dessa cultura – impedida de circular por Salazar – continuou, no entanto, a fazer sonhar centenas de mentes. A Biblioteca do Ateneu foi, nesses anos, um espaço onde os cidadãos acediam, livremente, à leitura, sem que, por isso, estivessem sob a alçada do olhar fiscal da Censura. Tanto tempo depois, a Biblioteca do Ateneu continua a ser o mesmo espaço de liberdade e acesso. Hoje, porém, parte deste espólio não pode ser consultado. Não por motivos censórios, mas por imposições físicas e práticas, que se prendem com a brutalidade do tempo e as chagas que vai espalhando e cravando em algumas das mais importantes A BIBLIOTECA DO ATENEU foi, nos anos do salazarismo, um espaço onde os cidadãos acediam, livremente, à leitura. obras históricas que incluem o espólio da “Estes nomes são cortados. Estes escritores Aquilino Ribeiro, Sofia de Mello Breyner, Biblioteca do Ateneu. Cuidar de mais de 40 morreram”. Para António de Oliveira Salazar, Jorge Amado, José Saramago, Fernanda mil títulos e mais de 80 mil volumes – onde escritores e livros eram tão diabólicos e Botelho, Marx, Lenine, Trotsky, Mão Tsé- se inclui a primeira edição de “Os Lusíadas”, “subversivos”, como o eram as obras Tung, Tolstoi, Zola, Malraux, Camus ou Egas uma Bíblia de 1500 ou velhos manuscritos enumeradas no “Índex”, o famoso e triste Moniz. Um rol de nomes ligados à cultura de Fernão Lopes, que fazem desta Biblioteca livro negro da Inquisição, criado – essa actividade “subversiva” – interditos, uma das melhores da Península Ibérica – explicitamente para dar a conhecer os livros pelo regime, de circular e de serem lidos. não é tarefa fácil. Implica imenso tempo, proibidos, considerados como “desviadores Escritores e livros assinalados num “Index” da fé”. Afinal, argumentava reiteradamente mais moderno, onde constavam, sobretudo, o antigo presidente do Conselho Nacional, os nomes daqueles que a Censura garantia “Autoridade e Liberdade são dois conceitos estarem conotados com a “esquerda”. Como incompatíveis. Onde existe uma não pode era o caso de Ferreira de Castro, cuja obra existir a outra”. Perante isto, todos os escritos, mereceu longos cortes dos censores. Em A Direcção do Ateneu, no entanto, não incluindo os livros, a Imprensa e os próprios 1959, o escritor, então recém-chegado do desiste. Dia, após dia, dá mais um passo no autores, deveriam ser sujeitos - ficou decidido Brasil, viu-se rodeado de cuidados especiais sentido de revitalizar a Biblioteca. De a pelo Governo de Salazar - à Censura prévia, por parte das comissões censórias. De tal tornar num verdadeiro espaço difusor de porque “a liberdade não se mede pelos forma que, em 9 de Novembro desse ano, cultura. E, para isso, o futuro da Biblioteca textos, mas pelos seus costumes”, sublinhava a Censura fez chegar às redacções dos jornais passa o governante do regime, que durou quase nacionais uma informação peculiar: “A informatização, de forma a ligá-la à Rede 40 anos em Portugal. notícia da chegada do escritor Ferreira de Municipal de Leitura e, mais tarde, à Muitos dos escritores das obras que integram Castro é cortada quase totalmente e o pouco Biblioteca da Universidade do Porto e à o vasto espólio da Biblioteca do Ateneu que fica deve ser encabeçado com este título: própria Rede Nacional de Leitura. A ideia Comercial do Porto passaram, nesses anos ‘Ferreira de Castro regressou do Brasil’”. não é megalómana. É justa, é real, é solidária, em que vigorava o corte de textos a azul ou No Brasil, recordava Manuel Ramos, antigo vermelho, pelos carimbos tortuosos das director do Jornal de Notícias, “o público comissões de Censura. Pela escuridão à qual tinha recebido o autor de ‘A Selva’, como Salazar decidiu votá-los. Ferreira de Castro, se fosse um rei”. Mas “em Portugal, era a imenso dinheiro e, sobretudo, depende da ajuda – que ainda não chegou – de organismos públicos. É que a Biblioteca do Ateneu não é só nossa. Faz parte da história deste país. pela modernização, pela é nacional. Como os valores que sempre estiveram na base do trabalho do Ateneu Comercial do Porto. Isabel Forte (Jornalista) 12 DE DEZEMBRO FESTA DA BIBLIOTECA O Ateneu Comercial do Porto vai festejar, no próximo dia 12 de Dezembro, mais um aniversário da sua Biblioteca, efeméride há muitos anos designada como “Festa da Biblioteca”. Este ano o Programa iniciar-se-á, como já A BIBLIOTECA DO ATENEU não é só nossa. Faz parte da história deste país. é tradicional, com um almoço oferecido aos senhores Associados com pelo menos 50 anos de filiação, seguindo-se uma palestra pelo Dr. António Arnaut subordinada ao tema “Estado de Direito, Autoridade e Ética”. No final, proceder-se-á à entrega das medalhas de 25 e 50 anos de filiação. De referir que, para além dos senhores Associados com 50 anos de filiação, no almoço podem também participar todos os Associados e Amigos do Ateneu, bastando para o efeito que efectuem a sua inscrição nos Serviços de Secretaria até ao dia 8 de Dezembro e ainda que procedam ao pagamento de € 15,00 (Quinze Euros). PARTICIPE! PROGRAMA HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO 16 às 19h30 ACESSO A Biblioteca está aberta a toda a população que requisite o acesso e desde que o mesmo seja autorizado pela Direcção do Ateneu. De qualquer 12h30 ALMOÇO 14h30 PALESTRA PELO DR. ANTÓNIO ARNAUT 15h30 ENTREGA DE MEDALHAS AOS SÓCIOS COM 25 E 50 ANOS DE FILIAÇÃO forma, existe a possibilidade de se frequentar, habitualmente, a Biblioteca, desde que se seja sócio. Ou seja, ao pagar uma quota anual de dois euros e 50 cêntimos (2,50 euros), recebe-se um cartão de acesso única e exclusivamente para a Biblioteca. LEITORES ASSÍDUOS DE REFERIR QUE SERÃO GALARDOADOS NESTA CERIMÓNIA OS SÓCIOS COM 50 ANOS Silvino Aníbal Neves de Sousa COM 25 ANOS Júlia Pereira Gonçalves Estudantes - que recolhem informação José Lourenço Pinto (Dr.) para mestrados, doutoramentos ou teses Maria Helena Valdrez Silva Cepeda - mas também por professores universitários, ávidos de informação para trabalhos de investigação. PROVENIÊNCIA Alberto Eduardo Matos Camacho (Dr.) Francisco Manuel Espinha Almeida António Martins Moutinho (Eng.) Carlos Manuel Silva Milho (Dr.) De todo o país, com destaque para Artur Francisco Oliveira Santos (Dr.) cidadãos do Grande Porto, Lisboa, Maria Margarida Vasconcelos Patrício Albuquerque (Dra.) Aveiro e Coimbra. OBRAS MAIS PROCURADAS Ciências histórico-geográficas, Ciências filosófico-sociais; Poligrafia; Belas-Artes, Didáctica; Indústrias, Amena, Manuscritos, Religiões. Carlos Miguel Martins Ramalho Fernandes Mário Ramiro Gonçalves Trigo Maria José Alves Moura Direito Rui Filipe Vasconcelos Patrício Albuquerque (Dr.) Olívia Flora Silva Monteiro Carvalho (Dra.) Luís Filipe Pereira Domingues Ponce Medeiros Alice Maria Sousa Oliveira Soares (Dra.) Maria Odete Magalhães da Cunha Campos Albuquerque Carvalho pags 12, 13 O NÚCLEO FILATÉLICO E OS LEILÕES 18 DEZEMBRO Jantar de Natal 1926 - CERES COM SOBRECARGA. “Exposição/Industrial/1926”. 2ª, CE64, em sobrescrito circulado em Macau 15NOV.1926 - com etiqueta de propaganda à Exposição. Prova de que os selos circularam e de que foram aceites pelos Correios locais. Peça bonita e de extrema raridade. O Núcleo Filatélico já organizou 42 leilões. O primeiro teve lugar há mais de vinte anos, mais precisamente no dia 23 de Abril de Fazendo jus a uma tradição que se vem 1983, numa altura em que não havia tradição de realizar leilões. mantendo ao longo dos anos, vai realizar- Todos decorreram nas instalações do Ateneu Comercial do Porto. se mais um Jantar de Natal dos Associados Realizaram-se dois por ano e o último foi a 15 de Novembro de e Familiares do Ateneu Comercial do 2003. Houve uma interrupção, em parte devida ao falecimento Porto no próximo dia 17 de Dezembro, do sócio que foi o mentor de mais esta actividade, o Eng. Armando a partir das 20.00 horas. Mário O. Vieira. Mas uma nova equipa de sócios decidiu retomar esta iniciativa e encontra-se a preparar o 43.º leilão, que irá ter Também como mandam as (boas) regras lugar no Sábado, dia 1 de Abril de 2006. O espírito dos nossos da tradição nacional, o repasto terá como leilões é o de permitir a troca de material filatélico, não só de ementa o denominado Bacalhau com selos, como de cartas, postais e literatura filatélica, principalmente Todos e as sobremesas a condizer com de filatelia portuguesa e das ex-colónias. Apesar de Macau já ter a respectiva quadra natalícia. Um vinho passado para administração chinesa há alguns anos, ainda continua “Ateneu” de excelente qualidade regará a ser muito procurado a nível filatélico. Como ilustração apresenta- o jantar e, no final, os habituais presentes- se na figura um exemplo de uma peça vendida no nosso 32.º leilão surpresa serão distribuídos a todos os (a 14 de Novembro de 1998). participantes. Há muitas raridades mundiais que passam pelos nossos leilões. No entanto, para dar ainda maior brilho Assim, também o catálogo é distribuído por todo o mundo, por a esta Festa, este ano, por volta das mais de 800 clientes, uma oportunidade de intercâmbio que faz 21h.30, os senhores Associados poderão com que várias pessoas das diferentes partes do mundo (Inglaterra, assistir à actuação do excelente grupo Espanha, Macau, África do Sul, Estados Unidos da América) venham coral do “Orfeon Portus Cale” do Grupo até cá, proporcionando a oportunidade de dar a conhecer um Cultural e Desportivo dos Empregados pouco da história postal e, para os que cá se deslocam, o próprio do Banco BPI. Ateneu Comercial do Porto, alguns dos quais acabam mesmo por se tornar sócios. Por isso, caro Consócio, não se deixe para a última hora. As inscrições estão O Núcleo Filatélico pretende sempre contribuir para o abertas nos Serviços de Secretaria, onde desenvolvimento e divulgação da filatelia, através das diferentes deverá efectuar o pagamento da multa iniciativas: leilões, publicação de livros, mostras filatélicas sem carácter competitivo, seminários, palestras e com os encontros regulares das quintas-feiras à noite. para o jantar e que é de 20 “ateneus” PRODUTOS PARA OFERTAS DE NATAL 1 Percursos › A Pintura Do Ateneu Comercial do Porto 6 Engarrafado por Bago de Touriga Vinhos, Lda. Santa Marta de Penaguião Tinto de 2003 13% vol. Garrafa de 75 cl. Catálogo › Inventário Capa dura com sobrecapa Com 204 páginas e 236 ilustrações Sobre o património pictórico do Ateneu Preço € 2 30,00 Álbum de Memórias Do Ateneu Comercial do Porto (1869-1994) Preço 1 grf. € 6,00 6 grfs. € 33,00 7 Documento Brindes Conjunto de bar em caixa de madeira de luxo para garrafa Capa dura com sobrecapa couché mate de 160 gr. e interior em papel couché mate de 160 gr. 5 peças em metal e madeira 365x 115x 111 mm Com 336 páginas e 324 ilustrações A História do Ateneu ao longo dos seus primeiros 125 anos de existência Preço € Preço € 3 Vinho Ateneu 50,00 50,00 Faiança Portuguesa Do Ateneu Comercial do Porto 8 Catálogo › Inventário Em edição bilingue (Português e Inglês) Brindes Jogo de cartas e póker com caixa em madeira 90x 100x 27 mm Preço € Capa dura com sobrecapa couché mate de 160 gr. e interior em papel couché mate de 160 gr. 5,00 Com 192 páginas e 165 ilustrações Sobre a Colecção de Faiança do Ateneu Preço € 4 10,00 Medalha Comemorativa dos 125 Anos 9 Do Ateneu Comercial do Porto Módulo ›100 x 80 mm (trapezoidal) Metal › Latão Preço 5 Módulo › 80 mm (redonda) Metal › Latão com banho em prata Preço € 10,00 Estação de secretária dispõe de calculadora, relógio com várias horas mundiais, alarme, data e calendário duas pilhas LR-44 incluídas Aberta: 86x 106x 80 mm € 7,50 Medalha Evocativa da Memória de João Araújo Correia Brindes Preço € 15,00 10 Brindes Prata › Estojo com esferográfica e roller em caixa forrada a veludo e fecho com íman Caixa: 180x 70x 25 mm Preço € 15,00 pags 14, 15 CARO CONSÓCIO Só com a sua colaboração podemos tornar o Ateneu Comercial do Porto ainda maior. Proponha mais um Associado. Para tal, basta que nos envie, devidamente preenchida, esta PROPOSTA DE ADESÃO ATENEU REGISTO ANUAL N.º COMERCIAL DO PORTO Proponho para sócio o Exmo(a). Sr.(a) Profissão Empresa Com sede em Telef. Ramo de Actividade Data do Nascimento Bilhete de Identidade n.º do Arq.º , de Filiação Estado Cônjuge Residência Telef. Cobrança por conta bancária Banco NIB Quais as colectividades de que faz ou fez parte Porto, de de 200 O Proponente Sócio n.º Assinatura do Proposto, Aprovado em sessão de Direcção de de de 200 O Secretário, Sócio n.º Anexo 2 fotos tipo passe / / Ficha Técnica | Periodicidade Semestral Distribuição Correio de Sede de Redacção Rua de Passos Manuel, 44 - 4000-381 Porto Telefone 22 339 5410/2 Fax 22 339 5419 E-mail [email protected] Site www.ateneucomercialporto.pt Director Dr. Hélder Firmino Ribeiro Pereira Director Adjunto Dra. Iza Maria Barbosa Flores Marcos Vieira Editor Ateneu Comercial do Porto Responsável Editorial Direcção Ateneu Grafismo, Pré-impressão, Impressão e Acabamento Empresa Diário do Porto, Lda. Depósito Legal 231656/05