Sempre alertas
e vigilantes
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Saúde e
Prevenção
PAG. 10
Saúde Pública
Carta ao Leitor
Entende-se por saúde, o conjunto de condições integrais e coletivas da existência,
influenciadas por inúmeros fatores de ordem política, socioeconômica, cultural,
ambiental e biológica.
Tanto a saúde como a doença são processos históricos e
sociais determinados pelo modo como as pessoas vivem, convivem e se organizam.
Por sua vez, q uando perguntamos a um grupo o q ue lhes veem à cabeça ao
escutar a palavra saúde pública, muitas vezes as respostas são: dengue, diarreia,
esq uistossomose, tétano, aids, ebola, tuberculose, dentre outras. Sim, estes são
alguns problemas q ue dizem respeito à saúde pública, mas não só.
A violência, por exemplo, também é um problema de saúde pública. Basta checar
os altos índices de acidentes e de homicídios para perceber q ue este problema
não afeta só uma pessoa, mas uma comunidade inteira. A obesidade infantil
também é um fator determinante q uando falamos de saúde da população, uma
vez q ue uma em cada três crianças brasileiras sofre com a doença, de acordo
com o Ministério da Saúde.
Será esse o tema a ser trabalhado nesta publicação. Iremos falar sobre um
conjunto de ações q ue tem como objetivo prevenir ou combater patologias ou
q uaisq uer outros cenários q ue coloq uem em risco a saúde da população.
Ou seja, vamos falar sobre saúde pública!
Boa Leitura!
Sumário
D
PAG.
04
S
PAG.
06
e que saúde estamos falando?
empre alertas e vigilantes
P
S
S
N
B
revenção e cuidados com a saúde
aúde e prevenção
essão pipoca
a prática
ibliografia de referência
G
lossário
PAG.
09
PAG.
10
PAG.
16
PAG.
18
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20
PAG.
22
De que saúde
estamos falando?
Um pouco de história
Todo mundo busca por uma boa saúde. Esperamos
ter uma vida longa e prazerosa junto às pessoas que
queremos bem e acesso a bens e serviços que nos
deixem confortáveis.
No entanto, quando analisamos nossa sociedade,
nos deparamos com uma série de fatores - sociais,
econômicos, culturais, etnicorraciais, psicológicos e
comportamentais - que influenciam a ocorrência de
problemas de saúde e fatores de risco à população,
tais como: moradia, alimentação, meio ambiente,
escolaridade, renda, emprego, acesso a serviços de
qualidade, dentre muitos outros.
Estes fatores são os chamados determinantes sociais
de saúde que, de acordo com definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), estão relacionados às
condições em que uma pessoa vive e trabalha. Do
mesmo modo, não é possível se pensar em saúde
sem centrar-se na organização dos serviços de saúde
e de suas práticas.
Atualmente, a saúde pública envolve uma série
de medidas adequadas para o desenvolvimento de
uma estrutura social capaz de prevenir doenças,
prolongar a vida, possibilitar a saúde e a eficiência
física e mental por meio do esforço
organizado da comunidade.
No campo acadêmico, a saúde
pública é uma disciplina que trata
da proteção da saúde em nível
populacional. Neste sentido,
busca melhorar as condições
de saúde das comunidades
por meio da promoção de
estilos de vida saudáveis,
campanhas, ações educativas e
de investigação. Para tanto, conta
com a participação de especialistas medicina, biologia, enfermagem, sociologia,
estatística, veterinária e outras ciências e áreas – e
A preocupação com a saúde existe desde a
antiguidade e vários conceitos foram criados para
definir as necessidades de pessoas, grupos e
populações. Inicialmente, pelo que temos notícia, a
saúde tinha uma concepção mágico-religiosas, ou
seja, em diferentes culturas, a cura de doenças era
feita pelos sacerdotes incas; os xamãs e pajés entre os
índios brasileiros; as benzedeiras e os curandeiros na
África. Considerados líderes espirituais com funções
e poderes de natureza ritualística, mágica e religiosa,
mantinham contato com o universo sobrenatural e
com as forças da natureza. Valiam-se de cânticos,
danças, instrumentos musicais, infusões, emplastros,
plantas psicoativas, jejum, restrições dietéticas,
reclusão, tabaco, calor, defumação, massagens,
fricção, entre outros recursos terapêuticos.
Com o correr dos anos, desenvolveu-se uma outra
explicação para a saúde e a doença. Documentos
gregos do passado, por exemplo, mostram o
rompimento dessas ideias e a busca por explicações
racionais para os fenômenos da saúde e da doença.
Mais do que lidar com os problemas de saúde,
procuravam entender as relações entre o homem
e a natureza. Entre estas preocupações estava a
explicação da saúde e da doença como resultantes
de processos naturais e não sagrados.
seu desenvolvimento depende dos governos.
Dentre as várias funções da saúde
pública, destacam-se as vacinações,
o controle do meio ambiente e da
contaminação, a educação sanitária
e a recuperação da saúde.
Saúde
Pública
Cabe à saúde pública, avaliar
as necessidades de saúde da
população, investigar o surgimento
de riscos para a saúde e analisar
os determinantes de tais riscos.
De acordo com o que for detectado,
o próximo passo é estabelecer as
prioridades e desenvolver programas e planos
que permitam responder as necessidades de uma
determinada população.
SEMPRE
Alertas e vigilantes
A interação da pessoa humana com o meio ambiente é muito complexa e dinâmica, envolvendo fatores
conhecidos ou não, que podem sofrer alterações ao longo do tempo, ou se modificarem.
Então, para ilustrar, vamos começar contando uma história:
A História
de
John Snow
Em
1854 o bairro de Soho, a cidade de Londres sofreu o mais sério surto de
cólera da história. Havia, então, duas correntes teóricas: de um lado estavam
os “contagionistas” que argumentavam que a cólera era adquirida pelo contato com o
doente ou com suas roupas e pertences. Propunham medidas sanitárias drásticas, o
confinamento de doentes em enfermarias, queimando suas roupas e depilando todo o corpo. Um outro grupo
se apoiava na teoria do “miasma”, defendendo que certas condições atmosféricas, especialmente ventos que
transportavam fumaça tóxica emitida pela matéria em decomposição, eram os responsáveis pela doença.
O médico inglês John Snow (1813-1858) não concordava com nenhuma dessas teorias. Iniciou, então, um
estudo sobre a doença, mapeando as casas atingidas e relacionando os casos com pessoas que haviam
bebido água de uma determinada fonte, utilizando dados e mapas para entender e impedir a infecção. Com
este cenário em mente, Snow desenvolveu, em 1849, uma hipótese inovadora, a de que a doença era transmitida
pela ingestão de “matéria mórbida” invisível ao olho humano, que atuaria no nível dos intestinos, produzindo
uma síndrome diarreica aguda devido a desidratação grave. No entanto, sua teoria não foi aceita entre os seus
colegas sendo duramente criticado em várias ocasiões. Só que ele tinha razão.
A principal contribuição de Snow foi a sistematização da metodologia epidemiológica, que permaneceu,
com pequenas modificações, até meados do século XX. Ele descreveu o comportamento da cólera por meio
de dados de mortalidade, estudando, numa sequência lógica, a frequência e distribuição dos óbitos segundo
a cronologia dos fatos (aspectos relativos ao tempo) e os locais de ocorrência (aspectos relativos ao espaço),
além de efetuar levantamento de outros fatores relacionados aos casos (aspectos relativos às pessoas), com
o objetivo de elaborar hipóteses causais. Sua descrição do desenvolvimento da epidemia e das características
de sua propagação foi tão rica em detalhes e raciocínio que conseguiu demonstrar o caráter transmissível
do cólera décadas antes do início das descobertas no campo da microbiologia e, portanto, do isolamento e
identificação do Vibrio cholerae, o agente etiológico do cólera.
Fonte: CREMESP. História da Medicina. Disponível em: http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Revista&id=623. Acesso em
08 de outubro de 2014.
Apesar da epidemiologia ter sua origem nas observações de Hipócrates, feitas há mais de 2000 anos, foi
somente no século XIX que a distribuição das doenças em grupos humanos específicos passou a ser medida
em larga escala. Isso determinou não somente o início formal da epidemiologia como também grandes descobertas. Os achados de John Snow - de que o risco de contrair cólera em Londres estava relacionado ao consumo de água proveniente de um determinado local - proporcionaram uma das mais espetaculares conquistas
da epidemiologia.
Hoje, a epidemiologia constitui um importante instrumento para o desenvolvimento de políticas no setor da
saúde, bem como oferecem evidências suficientes para a implementação de medidas de prevenção e controle.
Vigilância epidemiológica
As primeiras intervenções do Estado no campo da
prevenção e controle de doenças, desenvolvidas sob
bases científicas modernas, datam do início do século
vinte e foram orientadas pelo avanço da era bacteriológica e pela descoberta dos ciclos epidemiológicos
de algumas doenças infecciosas e parasitárias.
panhas valiam-se de instrumentos precisos para o
diagnóstico de casos, combate a vetores, imunização
e tratamento em massa com fármacos, dentre outros.
Para lidar com elas, foram organizadas grandes
campanhas sanitárias que visavam controlar doenças como febre amarela, peste e varíola. Estas cam-
ataque, de consolidação e de manutenção, gerando o
que se denominou A Revolta da Vacina, como mostra
o quadro abaixo.
O modelo operacional, no entanto, baseava-se em
atuações verticais, sob forte inspiração militar, e compreendia fases bem estabelecidas – preparatória, de
A revolta
da Vacina
Em meados de 1904, chegava a 1.800 o número de internações devido à varíola no Hospital São Sebastião.
Mesmo assim, as camadas populares rejeitavam a vacina, que consistia no líquido de pústulas de vacas
doentes. Afinal, era esquisita a ideia de ser inoculado com esse líquido. E ainda corria o boato de que quem se
vacinava ficava com feições bovinas.
No Brasil, o uso de vacina contra a varíola foi declarado obrigatório para crianças em 1837 e para adultos
em 1846. Mas essa resolução não era cumprida, até porque a produção da vacina em escala industrial no Rio
só começou em 1884. Então, em junho de 1904, Oswaldo Cruz motivou o governo a enviar ao Congresso um
projeto para reinstaurar a obrigatoriedade da vacinação em todo o território nacional. Apenas os indivíduos
que comprovassem ser vacinados conseguiriam contratos de trabalho, matrículas em escolas, certidões de
casamento, autorização para viagens etc.
Após intenso bate-boca no Congresso, a nova lei foi aprovada em 31 de outubro e regulamentada em 9
de novembro. Isso serviu de catalizador para um episódio conhecido como Revolta da Vacina. O povo, já tão
oprimido, não aceitava ver sua casa invadida e ter que tomar uma injeção contra a vontade: ele foi às ruas da
capital da República protestar. Mas a revolta não se resumiu a esse movimento popular.
Toda a confusão em torno da vacina também serviu de pretexto para a ação de forças políticas que queriam
depor Rodrigues Alves – típico representante da oligarquia cafeeira.
Em 5 de novembro, foi criada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. Cinco dias depois, estudantes aos
gritos foram reprimidos pela polícia. No dia 11, já era possível escutar troca de tiros. No dia 12, havia muito
mais gente nas ruas e, no dia 13, o caos estava instalado no Rio. “Houve de tudo ontem. Tiros, gritos, vaias,
interrupção de trânsito, estabelecimentos e casas de espetáculos fechadas, bondes assaltados e bondes
queimados, lampiões quebrados à pedrada, árvores derrubadas, edifícios públicos e particulares deteriorados”,
dizia a
edição de 14 de novembro de 1904 da Gazeta de Notícias.
Tanto tumulto incluía uma rebelião militar. Cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha enfrentaram tropas
governamentais na rua da Passagem. O conflito terminou com a fuga dos combatentes de ambas as partes. Do
lado popular, os revoltosos que mais resistiram aos batalhões federais ficavam no bairro da Saúde. Eram mais
de 2 mil pessoas, mas foram vencidas pela dura repressão do Exército.
Após um saldo total de 945 prisões, 461 deportados, 110 feridos e 30 mortos em menos de duas semanas
de conflitos, Rodrigues Alves se viu obrigado a desistir da vacinação obrigatória. “Todos saíram perdendo. Os
revoltosos foram castigados pelo governo e pela varíola. A vacinação vinha crescendo e despencou, depois
da tentativa de torná-la obrigatória. A ação do governo foi desastrada e desastrosa, porque interrompeu um
movimento ascendente de adesão à vacina. Mais tarde, em 1908, quando o Rio foi atingido pela mais violenta
epidemia de varíola de sua história, o povo correu para ser vacinado, em um episódio avesso à Revolta da
Vacina.
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias. Disponível em: http://portal.fiocruz.br/pt-br/node/473.
Acesso em 21 de outubro de 2014.
Originalmente, a expressão vigilância epidemiológica significava a observação sistemática e ativa de casos suspeitos
ou confirmados de doenças transmissíveis e de seus contatos. Tratava-se, pois, da vigilância de pessoas, com base em
medidas de isolamento ou de quarentena, aplicadas individualmente e não de forma coletiva.
Na primeira metade da década de 1960, internacionalmente, foi criada uma conceituação mais abrangente, passando
a ser definida como o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer, a qualquer
momento, o comportamento ou história natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores
condicionantes, com a finalidade de recomendar oportunamente, sobre bases firmes, as medidas indicadas e eficientes
que levem à prevenção e ao controle de determinadas doenças.
PREVENÇÃO
e cuidados com a saúde
Todos nós vivemos em um espaço geográfico. E é nesse espaço que nossa vida acontece: em nossa casa,
nosso local de trabalho, onde encontramos os amigos ou fazemos compras. Do mesmo modo, fazemos parte
de uma sociedade e uma cultura que se modifica e a qual, muitas vezes, temos que nos adaptar.
As pessoas vivem de maneira diferente e, muitas vezes, em condições desiguais. As demandas variam de
lugar para lugar e algumas pessoas ou populações são mais vulneráveis do que outras em relação a alguns
agravos de saúde ou a situações de violência. As ações de educação em saúde voltadas para a prevenção da
aids, por exemplo, são orientadas a partir de avaliação das tendências e características da epidemia, em cada
local, e das condições econômicas, sociais e culturais dos grupos mais afetados.
É aí que entra as ações de vigilância em saúde!
Vigilância epidemiológica: o que é e o que faz?
A vigilância epidemiológica constitui-se em importante instrumento para o planejamento, a organização
e a operacionalização dos serviços de saúde, como também para a normatização de atividades técnicas
correlatas. Sua operacionalização permite conhecer, a cada momento, o comportamento da doença ou agravo
selecionado como alvo das ações, para que as medidas de intervenção pertinentes possam ser desencadeadas
com oportunidade e eficácia.
São funções da vigilância epidemiológica:
1.
coleta de dados;
2.
processamento de dados coletados;
3.
análise e interpretação dos dados processados;
4.
recomendação das medidas de prevenção e controle apropriadas;
5.
promoção das ações de prevenção e controle indicadas;
6.
avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;
7.
divulgação de informações pertinentes.
Fonte: Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. Brasília: FUNASA, 2002.
A partir daí, é preciso se ter claro que as ações de prevenção, precisam ser direcionadas pelas especificidades
dos diferentes contextos territoriais, definindo práticas adequadas a essas singularidades
SAÚDE
e Prevenção
Para melhor compreendermos os contextos sociais em que acontecem as relações humanas e a situação de saúde
desta população. Assim como John Snow, precisamos observar o território e, a partir daí, planejar práticas educativas,
ações de promoção à saúde e prevenção.
A descrição de cada uma das doenças citadas nos quadros, se encontra no glossário.
D
oenças cardiovasculares
Os problemas do coração são a primeira causa de morte no
mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. No Brasil, uma em
cada três mortes é causada por doenças cardíacas ou acidente vascular
cerebral (AVC). As pessoas estão mais expostas aos fatores de risco
como o colesterol alto, obesidade, tabagismo, pressão alta e consumo
excessivo de sal e sódio.
e
e
Dicas de prevenção: não utilizar ou reduzir o uso de cigarros; ter uma dieta
equilibrada; fazer regularmente atividades físicas.
D
oenças crônicas não transmissíveis - DCNT
Dicas
de
prevenção:
alimentação
mais
saudável, atividade física constante, controle
do peso.
D
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são doenças
que se desenvolvem no decorrer da vida e são de longa duração.
Os principais fatores de risco para as DCNT são: o tabaco, uma
alimentação não saudável, a inatividade física e o consumo de
álcool, sobrepeso e obesidade, prevalência de hipertensão arterial e
pelo colesterol alto.
oenças transmissíveis
É qualquer doença causada por um agente patogênico,
como: vírus, bactéria e também parasitas. As melhorias sanitárias,
o desenvolvimento de novas tecnologias, como as vacinas e os
antibióticos, a ampliação do acesso aos serviços de saúde e as medidas
de controle fizeram com que doenças como varíola e poliomielite estão
erradicadas. Doenças como malária e tuberculose apresentam, ainda,
um quadro de persistência.
Outras doenças transmissíveis estão em declínio, como: difteria, rubéola,
coqueluche, sarampo, tétano acidental, febre tifoide, doença de Chagas
e hanseníase. A oncocercose, a filariose e a peste, são doenças com
ocorrências restritas.
Dicas de prevenção: Uma pessoa saudável deve tomar cuidado no contato
com pessoas portadoras de doenças transmissíveis, pois se o seu corpo
não estiver bem protegido, ela poderá adoecer. Além disso, é importante o
hábito de lavar as mãos com frequência.
D
oenças de transmissão hídrica e alimentar
Existem algumas doenças que podem ser transmitidas ao ser
humano por meio da água ou de alimentos contaminados, seja por
fezes humanas ou de animais. Podem ser transmitidas aos seres
humanos através da ingestão da água, do contato da pele durante
o banho, na preparação de refeições ou por meio do consumo
de alimentos lavados previamente com água contaminada. A
contaminação das águas ocorre normalmente devido ao despejo de
esgoto não tratado, mas também pode acontecer devido à falta de
tratamento da água.
Dicas de prevenção: como forma de prevenir
as
doenças
de
transmissão
hídrica
e
alimentar, o Ministério da Saúde sugere o
uso de Hipoclorito de Sódio a 2,5%, para o
tratamento da água para consumo humano,
em áreas sem abastecimento público da água
e
São elas: botulismo, cólera, diarreia, diarreia infecciosa, hepatite A,
leptospirose, esquistossomose, otite externa (ao se nadar em água
poluída).
ou que não dispõem rotineiramente de água
tratada.
D
oenças de Transmissão Respiratória
As doenças de transmissão respiratória como a
influenza (gripe), a meningite, o sarampo e a rubéola,
entre outras, são transmitidas de pessoa para pessoa,
especialmente, por meio de tosse ou espirro. Algumas
pessoas podem se infectar entrando em contato com
objetos contaminados. Os sinais e sintomas destas
doenças podem se iniciar de maneira semelhante,
com febre, tosse, dor de cabeça e no corpo, garganta
inflamada, falta de ar, cansaço, e no caso do sarampo
e da rubéola com manchas avermelhadas pelo corpo.
Todas estas doenças podem evoluir para quadros graves,
principalmente a meningite e a influenza
Dicas de prevenção:
Manter períodos de repouso apropriados, ingerir
líquidos e procurar ter alimentação adequada auxiliam em
se manter saudável.
Cobrir o nariz e a boca quando espirrar ou tossir.
Lavar as mãos com frequência com água e sabão, ou
então utilizar álcool em gel.
Não compartilhar copos, talheres e alimentos.
Procurar não levar as mãos à boca ou aos olhos.
Sempre que possível evitar aglomerações ou locais
pouco arejados.
Manter os ambientes frequentados sempre limpos e
ventilados.
Evitar contato próximo com pessoas doentes.
Hábitos saudáveis, como alimentação balanceada,
ingestão de líquidos e atividades físicas.
D
oenças parasitárias e infecciosas
As doenças infecciosas e parasitárias podem
ser causadas pela invasão e destruição dos tecidos por
germes infectantes ou parasitas. Os principais sintomas
e sinais das doenças infecciosas e parasitárias são febre,
cefaleia, cansaço, sensação de mal-estar indefinido,
sonolência, corrimento nasal, lacrimejamento, dor de
garganta, tosse, dor torácica e abdominal, estertores
pulmonares e sopros cardíacos, dor abdominal, diarreia,
náuseas, vômitos, rigidez de nuca e convulsões.
objetos contaminados, e usar máscaras ao entrar em
contato com pessoas sabidamente portadoras de doenças
infecciosas.
Evitar a presença de animais nas praias (cães e gatos) e
dar destino seguro às fezes dos animais domésticos.
Preferencialmente, morar em habitações de alvenaria
e não em casa de pau-a-pique ou barro cru, cobertas de
Dicas de prevenção:
palha.
Lavar as mãos, tomar banhos diários, manter unhas
Cobrir as janelas com telas e usar mosquiteiros nos
cortadas e escovadas, trocar e lavar as roupas de uso
quartos, como proteção de mosquitos vetores.
pessoal e de cama e banho com frequência, escovar e
Usar repelentes sempre que tiver de se expor aos
cuidar dos dentes diariamente. Somente defecar em vasos
mosquitos, sobretudo ao anoitecer.
sanitários e quando isso não for possível, dar destino
Usar roupas adequadas para se proteger das picadas
seguro aos dejetos fecais.
dos mosquitos se precisar frequentar zonas rurais
Beber somente água filtrada ou fervida.
endêmicas
Lavar muito bem as verduras, frutas e legumes que serão
minério, derrubada de matas, etc.).
consumidos crus.
Aplicar inseticidas nas paredes das casas em áreas
Evitar o consumo de carnes e seus derivados crus
endêmicas de doenças veiculadas por insetos.
(linguiça, salames, churrasquinhos, etc.) ou mal cozidos.
Vacinar-se e estimular a vacinação contra as doenças
Proteger os alimentos de poeira e insetos (como baratas
infecciosas para as quais as vacinadas são recomendadas.
ou moscas) que podem transportar em suas patas formas
Eliminar águas paradas.
resistentes de parasitos.
Adotar técnicas corretas de esterilização e desinfecção.
Não utilizar fezes humanas como adubo nas hortaliças
e demais lavouras.
Fazer o diagnóstico e tratamento correto das infecções
sempre que houver suspeita de parasitose.
Proteger os pés e pernas com sapatos e botas
impermeáveis sempre que for trabalhar na lavoura ou pisar
em solos suspeitos de contaminação fecal.
Proteger as mãos com luvas quando tiver que manipular
para
determinadas
parasitoses
(garimpo,
D
oenças ocasionadas pelas mudanças
climáticas
As mudanças bruscas de temperatura deixam as pessoas
com a imunidade baixa, momento em que os vírus
conseguem causar um processo inflamatório na mucosa,
desenvolvendo gripes e resfriados. No caso de doenças
causadas por bactérias, como a pneumonia, o início
também é nessa fase, quando o organismo não consegue
se defender por causa da mucosa inflamada. Nessa hora,
as bactérias já existentes no corpo encontram um bom
ambiente para se proliferarem e, por isso, a pessoa pode
adoecer.
Dicas de prevenção: Se prevenir de resfriados, gripes e
pneumonia, requer medidas simples, bons hábitos de
higiene, como tossir protegendo a boca, lavar bem as mãos
e evitar contato com pessoas doentes. Outra forma de
prevenção da gripe é imunizando por meio da vacina.
No inverno, as baixas temperaturas e a baixa umidade
relativa do ar propiciam condições para o surgimento ou
agravamento de doenças relacionadas aos aparelhos
respiratório e ocular. Desconforto e irritação oculares
são mais frequentes e podem afetar diretamente as
membranas mucosas de indivíduos com sintomas de gripe
ou resfriado, constrição brônquica e rinite. Essa situação é
agravada pela poluição atmosférica.
e
D
oenças sexualmente transmissíveis
São aquelas transmitidas, principalmente, por
contato sexual sem o uso de preservativo com uma
pessoa que esteja infectada, e geralmente se manifestam
por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas.
As mais conhecidas são gonorreia e sífilis. Algumas
DST podem não apresentar sintomas, tanto no homem
quanto na mulher. E isso requer que, se fizerem sexo
sem camisinha, procurem o serviço de saúde para
consultas com um profissional de saúde periodicamente.
Essas doenças quando não diagnosticadas e tratadas a
tempo, podem evoluir para complicações graves, como
infertilidades, câncer e até a morte. Usar preservativos em
todas as relações sexuais (oral, anal e vaginal) é o método
mais eficaz para a redução do risco de transmissão das
DST, em especial do vírus da aids, o HIV. Outra forma de
infecção pode ocorrer pela transfusão de sangue infectado
ou pelo compartilhamento de seringas e agulhas,
principalmente no uso de drogas injetáveis.
A aids e a sífilis também podem ser transmitidas da mãe
infectada, sem tratamento, para o bebê durante a gravidez
e parto. E, no caso da aids, também na amamentação.
O tratamento das DST melhora a qualidade de vida do
paciente e interrompe a cadeia de transmissão dessas
doenças. O atendimento e o tratamento são gratuitos nos
serviços de saúde.
Dicas de prevenção:
Usar o preservativo em todas as relações sexuais.
Fazer o diagnóstico precoce para o HIV, sífilis e hepatites
virais.
Não compartilhar seringas e agulhas.
Mulheres e homens fazerem o teste para o HIV no pré
natal.
D
oenças negligenciadas
Dicas de prevenção: Muitas delas podem ser eliminadas
Este termo descreve um conjunto de doenças
causadas por agentes infecciosos e parasitários (vírus,
bactérias, protozoários e helmintos) que são endêmicas
em populações de baixa renda.
a partir de mudanças de atitudes e hábitos que deixam
Como exemplos de doenças negligenciadas, podemos
citar: dengue, doença de Chagas, esquistossomose,
hanseníase, leishmaniose, malária, tuberculose,
hanseníase, leishmaniose, doença do sono, tuberculose,
raiva humana, malária, geo-helmintíase, tracoma,
chikungunya, dentre outras.
preciso investir na melhoria das condições de vida da
as pessoas mais vulneráveis a se infectarem por essas
doenças. Contudo, para mudar mesmo esta situação, é
população garantindo a qualidade da água; coleta de lixo
e
D
oenças transmitidas por animais
domésticos
Alguns animais podem transmitir doenças para as
pessoas em determinadas condições e situações. Essas
doenças são chamadas de zoonoses. Eles incluem
doenças que são causadas por bactérias, vírus, parasitas e
fungos.
Dicas de prevenção:
Manter os animais de companhia saudáveis, usando
o bom senso e uma boa higiene podem reduzir o risco
potencial de transmissão.
Cães e gatos precisam ir periodicamente no veterinário.
Alimente o seu animal com ração, evitando a alimentação
crua ou em carne ou leite não pasteurizado.
e saneamento adequados; acesso aos serviços de atenção
básica e a uma educação que promova a saúde.
D
oenças transmitidas por vetores
As doenças transmitidas por vetores constituem
importante causa de morbidade e mortalidade no Brasil
e no mundo, sendo um dos principais problemas de
saúde pública. Entende-se como doença transmitida
por vetor, àquela que não passa diretamente de uma
pessoa para outra, requer a participação de artrópodes,
principalmente insetos, responsáveis pela veiculação
biológica de parasitos e micro-organismos às pessoas e
animais domésticos. No Brasil, inúmeras são as doenças
transmitidas por vetores como dengue, malária, doenças
de chagas, leishmaniose, febre amarela, oncocercose,
febre do Oeste do Nilo, encefalites, entre outras.
Dicas de prevenção: A melhor maneira de evitar as doenças
transmitidas por insetos é não deixar o mosquito nascer.
Para isso, é necessário acabar com os criadouros (lugares
de nascimento e desenvolvimento dele). Esses criadouros
são os locais em que se acumula água e, por esta razão,
Cuide da sua higiene quando estiver ao redor de seu
cabe a cada um de nós evitar situações em que a água
animal de estimação ou qualquer um dos resíduos do seu
possa se empoçar nas latas, embalagens, copos plásticos,
animal.
tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de
Evite o contato direto com fezes de animais e resíduos.
plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores,
Usar luvas ao limpar resíduos animais, e sempre lavar
latões, cisternas, sacos plásticos, lixeiras, entre outros.
bem as mãos depois.
Também lave as mãos após ter contato com seu animal.
Aplique vermífugos em seu animal, como recomendado
pelo seu veterinário e utilize algum anti-pulga adequado e
controle o carrapato.
Mantenha as vacinas em dia.
Uma mordida ou arranhão de seu animal de estimação
devem ser bem lavados imediatamente com água e sabão.
D
oenças causadas por falta de saneamento básico
A falta de higiene e saneamento básico, além da poluição,
são a causa direta de dezenas de doenças que acometem pessoas
no mundo todo. Essas doenças são normalmente transmitidas pela
ingestão de água e alimentos contaminados ou contato da pele com
solo contaminado. Condições estruturais precárias, como a formação
de esgotos a céu aberto, presença de água parada e resíduos sólidos
também podem contribuir para o surgimento de insetos e parasitas
transmissores de doenças.
Dicas de prevenção: A higiene pessoal, a limpeza da casa e da comunidade,
e
o controle dos insetos, e um estilo de vida saudável são estratégias
simples, mas muito importantes, que podem ajudar a prevenir muitas
doenças.
...antes do papel higiênico, as pessoas se limpavam
com sabugos de milho, folhas e com a mão?
... a primeira fábrica de papel higiênico é datada de 1857, nos
Estados Unidos? Muitos norte-americanos demoraram um
bom tempo para aderirem a essa forma de higiene.
... a primeira privada foi utilizada pela rainha Elizabeth
I, da Inglaterra?
... em 1884 o inglês George Jennings criou um modelo de
privada com descarga?
... o sabonete foi considerado um artigo de luxo por um
longo período e só ficou popular após ter sua produção
industrializada pelos americanos?
... os banhos só tornaram um hábito por volta do século XIX?
... o chuveiro foi inventado em 1867, pelo francês Merry
Delabost?
... as primeiras escovas de dentes foram inventadas na
China? As pastas dentárias, que eram feitas de vegetais,
começaram a ser usadas na limpeza da boca pelos povos do
Egito antigo e da Índia. As pastas mais modernas surgiram
no século XX, nos Estados Unidos.
Vidas ao Vento – Direção: Hayao Miyazaki (2014)
Um Episódio na Vida de um Catador de Ferro-Velho –
Sinopse: Jiro Horikoshi, vive em uma cidade do interior do
Direção: Francisco Russo (2013)
Japão. Um dia, ele tem o sonho de estar voando em um
Sinopse: Nazif mora com mulher e duas filhas numa aldeia
avião com formato de pássaro. A partir desse sonho, ele
de ciganos no interior, e seu sustento vem, como diz o
decide que construir um avião e colocá-lo no ar é a meta
título, de desmanchar carros e catar sucata para revender.
da sua vida. Durante a busca pelo seu sonho ele conhece
Quando a mulher sofre um aborto espontâneo e precisa
Naoko, uma jovem encantadora por quem se apaixona. No
de cauterização, porém, Nazif se vê atado, porque não tem
entanto, Naoko fica profundamente doente, sem saber se
seguro nem dinheiro para pagar a cirurgia.
sobreviverá.
O veneno está na mesa – Direção: Silvio Tendler (2011)
Quem Quer Ser um Milionário? – Direção: Danny Boyle
Sinopse: Este documentário mostra que Brasil é um dos
(2009)
países que mais consome agrotóxicos: 5,2 litros/ano
Sinopse: Sem desmerecer a história, o filme vale pela
por habitante. Muitos desses herbicidas, fungicidas e
“visita” a Dharavi, uma famosa favela na Índia, símbolo
pesticidas que consumimos estão proibidos em quase
da pobreza, mas também da criatividade e do jeitinho
todo mundo pelo risco que representam à saúde pública.
indiano de sobreviver. As cerca de 100 mil fábricas de
O perigo é tanto para os trabalhadores, que manipulam
fundo de quintal que funcionam lá dentro geram mais de
os venenos, quanto para os cidadãos, que consumem os
meio milhão de dólares por ano, e algumas chegam até a
produtos agrícolas. A ideia do filme é mostrar à população
exportar seus produtos para países vizinhos.
como estamos nos alimentando mal e perigosamente,
por conta de um modelo agrário perverso, baseado no
agronegócio.
Lixo extraordinário – Direção: Lucy Walker (2010)
Sinopse: Uma análise sobre o trabalho do artista plástico
Vik Muniz no Jardim Gramacho, localizado na cidade
de Duque de Caxias (RJ), que é um dos maiores aterros
sanitários do mundo.
IC
T
A
N Á
PR
A
Uma das melhores formas de conhecer as especificidades
de saúde nos locais em que atuamos é observando
(como fez John Snow) e mapeando o espaço de atuação
do Programa Escola da Família.
Estes mapas temáticos facilitam a visualização das
vulnerabilidades a que uma determinada comunidade
(ou escola) estão expostas. Permitem, ainda, estreitar os
vínculos entre a escola, a comunidade, os serviços de
saúde e outras bases de apoio.
Construindo o mapa falante
Objetivo
Duração
Materiais
Conhecer o ambiente que nos
rodeia, identificando fatores que
necessitam de intervenção.
4 encontros.
Papel, canetas, cola, revistas velhas,
tampinhas, máquina fotográfica.
Passo a passo
1.
Reúna vários atores que participam das atividades do eixo saúde do PEF – pessoas da comunidade, vice diretores,
monitores educacionais, educadores universitários etc. – e explique que a proposta é fazer um diagnóstico da situação
ambiental no bairro em que situa a escola.
2.
Explique que será utilizada uma técnica chamada Mapa Falante. Isto significa que, além de se fazer um trabalho em
papel, as pessoas precisarão colaborar com informações que tem sobre a localidade, os problemas ambientais que
existem e o é preciso fazer para enfrentar algumas situações que possam trazer problemas para a saúde. Por exemplo,
a existência de locais que são criadouros para o mosquito da dengue. Ou, então, a inexistência de parques. Ou a sujeira.
3.
Distribua as folhas e as canetas para todos e peça que façam uma lista com os maiores problemas socioambientais
que encontram na comunidade. Quando todos tiverem sua lista, peça que cada pessoa fale o que escreveu e registre
em um quadro ou folha de papel flip chart.
4. Ao final, em conjunto com os participantes, selecione os três itens mais votados.
5. Em seguida, sugira um passeio pelos arredores da escola em que os participantes possam “provar” que os problemas
socioambientais existem. Peça que registrem esses problemas utilizando fotos ou vídeos ou desenhando. Quando
terminarem, recolha os desenhos e baixe as fotos e vídeos. Explique que esses materiais serão utilizados no próximo
encontro.
6. Antes do próximo encontro, reúna o monitor ou educador universitário e peça que faça uma pesquisa a respeito da
demografia, aspectos socioeconômicos e culturais, epidemiológicos, socioculturais e educacionais da localidade em
que atuam. Essas informações dizem respeito ao número de habitantes e à distribuição por idade e gênero e problemas
mais recorrentes de saúde.
7.
No segundo encontro, apresente a pesquisa que fizeram para as pessoas da comunidade, abrindo para uma roda de
conversa sobre como é possível lidar com as situações que vivenciam.
8.
Quando terminar a discussão, sugira a construção coletiva de um desenho (utilizando o que que já foi identificado
anteriormente) ou a elaboração de uma maquete, como mostra os desenhos abaixo:
9.
e
No último encontro, organize um local para a apresentação dos resultados das pesquisas e da maquete para todas as
pessoas que estiverem na escola.
Ideias
Principais
A proposta de elaboração do mapa falante
é qualificar a “leitura” da realidade, a
partir de suas múltiplas dimensões, e se
apresenta como uma possibilidade de uma
participação mais ativa da comunidade e
dos atores escolares.
A elaboração do mapa falante da saúde
poderá ser um guia para a análise da
realidade socioambiental do bairro e, até
mesmo, para a construção de uma proposta
de intervenção conjunta.
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SNOW J. Sobre a maneira de transmissão do cólera.
São Paulo (SP): Hucitec/Abrasco; 1999.
Amebíase - a transmissão ocorre através da água dos
a doença, é necessário que existam instalações sanitárias
rios, contaminada pelas fezes de pessoas doentes, e
adequadas, higiene alimentar, educação sanitária e tratamento
pode se alastrar pela poeira ou por insetos que infectam
dos doentes.
frutos e verduras. A pessoa contaminada pelo protozoário
apresenta um quadro clínico de diarreia. O mal é combatido,
principalmente, através do provimento de saneamento básico
nas comunidades e cuidados com a higiene pessoal.
Ancilostomíase ou Larva migrans cutânea - é encontrada por
toda parte onde se encontrem cães e/ou gatos infectados com
ancilostomídeos, sobretudo A. braziliense e A.ceylanicum. O
problema é mais frequente em praias e em terrenos arenosos,
onde esses animais contaminam o meio com suas fezes.
As crianças contaminam-se ao brincar em depósitos de
areia para construção, ou nos tanques de areia dos locais
destinados à sua recreação. Todos os animais domésticos
devem ser tratados sistematicamente e com regularidade para
prevenirem-se as reinfecções.
Ancilostomose ou Amarelão - a contaminação ocorre pela
penetração de larvas dos vermes na pele ou pela ingestão de
ovos do parasita através de água e alimentos contaminados.
A pessoa com a doença apresenta anemia, fraqueza,
emagrecimento, dores abdominais, vômito e diarreia, podendo
também surgir a distorção do apetite como o hábito de comer
terra. Para evitar o mal, é necessário que existam instalações
sanitárias adequadas na residência, saneamento básico,
higiene alimentar e uso de calçados.
Ascaridíase - a ingestão de água e de alimentos contaminados
com ovos do Ascaris lumbricoides (conhecido como lombriga)
é a principal forma de transmissão desta doença. Quando
o número de vermes é grande, o portador da Ascaridíase
apresenta um grande risco de obstrução intestinal. Para evitar
Brucelose - é causada pela bactéria do gênero “Brucella”, e
sua transmissão pode ocorrer pelo contato com secreções
vaginais dos animais, ou contato com o sangue, o feto e restos
da placenta, e também por meio do consumo de leite não
pasteurizado ou do queijo.
Chikungunya - é uma doença parecida com a dengue,
causada pelo vírus CHIKV, da família Togaviridae. Seu modo
de transmissão é pela picada do mosquito Aedes aegypti
infectado e, menos comumente, pelo mosquito Aedes
albopictus. Seus sintomas são semelhantes aos da dengue:
febre, mal-estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e
cansaço. Porém, a grande diferença da febre chikungunya está
no seu acometimento das articulações: o vírus avança nas
juntas dos pacientes e causa inflamações com fortes dores
acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local.
Cólera - a transmissão ocorre pela ingestão de água e
alimentos contaminados com a bactéria. O portador do cólera
apresenta sintomas como diarreia intensa, desidratação e dor
abdominal. O agravamento da enfermidade pode provocar a
morte da pessoa infectada. Para evitar a doença é fundamental
que exista saneamento básico na comunidade, higiene
alimentar, instalações sanitárias adequadas e tratamento dos
doentes.
Dengue - a transmissão ocorre através da picada do mosquito
Aedes aegypti infectado. O portador da doença apresenta
febre, dores e manchas avermelhadas no corpo. A eliminação
de criadouros dos mosquitos transmissores é a principal forma
de combate à doença. Lugares onde há água parada e limpa
são habitat do mosquito na fase em que ele ainda é larva,
por isso evitá-los é fundamental para evitar a proliferação
da doença. O Aedes aegypti é o mosquito que transmite a
dengue para as pessoas. Ele é escuro e rajado, menor que um
pernilongo comum. Ele pica as pessoas durante o dia e se
desenvolve em água parada e limpa. Há dois tipos de dengue:
a clássica e a hemorrágica. Geralmente, quando infectada
pela primeira vez, a pessoa contrai a dengue clássica. Em uma
segunda infecção, existe um risco muito maior de se contrair
a dengue hemorrágica, muito mais grave que a clássica. A
dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti
principalmente, durante os períodos quentes e úmidos.
Difteria ou crupe - é uma doença bacteriana aguda, cujas
lesões características são membranas branco-acinzentadas
aderentes, circundadas por processo inflamatório que invade
as estruturas vizinhas, localizadas mais frequentemente nas
amígdalas, laringe e nariz. A doença compromete o estado
geral do paciente, que apresenta febre, cansaço e palidez. Há
dor de garganta discreta. Em casos mais graves pode haver
edema intenso no pescoço, aumento de gânglios linfáticos na
região e até asfixia mecânica aguda pela obstrução causada
pela placa.
infectado com o vírus transmissor da doença. A transmissão
Dipilidiose - é uma infestação extremamente comum em cães
nos mosquitos ocorre quando ele suga o sangue de uma
e, em menor extensão, em gatos. Os seres humanos podem
pessoa infectada com o vírus da dengue. Após um período de
tornar-se infestados com a forma adulta do cestódio (vermes
incubação, que inicia logo depois do contato do mosquito com
chatos na sua forma) dipylidium caninum, em seguida à
o vírus, ele pode transmitir a doença de 8 e 12 dias depois de
ingestão do hospedeiro intermediário, a pulga. Normalmente
ter sido infectado. Nos seres humanos, o vírus permanece em
a infestação nos seres humanos exibe sintomas clínicos,
incubação durante um período que pode durar de 3 a 15 dias.
ocorrendo com maior frequência em crianças jovens. A
Só após esta etapa, é que os sintomas podem ser percebidos.
dirofilariose humana é raramente reconhecida. Quando ocorre,
Dermatomicose - A transmissão pode ocorrer de forma direta
entre cães e gatos. Em pesquisa, até 30% dos casos em áreas
urbanas foram associados a contato direto com animais. Os
proprietários dos animais devem ser aconselhados a lavar bem
as suas mãos após a manipulação de cão ou gato infectado,
é causada pela instalação de larvas mortas do parasita nos
pulmões. Essas são diagnosticadas por meio de radiografias.
Requer biópsia cirúrgica e avaliação histológica, para a
confirmação do diagnóstico e eliminação de condições mais
sérias.
e a não permitir que seus filhos brinquem com os animais, até
Doença de Chagas - é uma doença muito conhecida causada
que o tratamento tenha resolvido a moléstia.
por um protozoário chamado Trypanosoma cruzi. A sua
Dermatoses - o grupo das dermatoses está ligado à
piodermites, que é uma infecção inflamatória provocadas por
bactérias nas camadas da pele. São transmitidas pelo contato
transmissão ocorre principalmente por meio dos triatomídeos,
também chamados de barbeiros, mas pode ocorrer também
por transfusão de sangue, durante a gestação, transplante de
órgãos etc. A doença pode ser assintomática nos primeiros
anos, manifestando-se muitos anos depois da infecção, sendo
que o órgão mais afetado é o coração. Para evitar a doença,
é importante controlar a reprodução do barbeiro e proteger
a casa com portas, telas e janelas. Os barbeiros geralmente
são encontrados em frestas de casas de taipa, sendo assim,
investir em habitação também é uma medida profilática.
Doença de Lyme – é transmitida pela mordida do carrapato,
presente em animais domésticos e pode provocar intensa
coceira e mancha avermelhada ou esbranquiçada na pele, seu
tratamento pode ser feito com o uso de antibióticos;
Doenças sexualmente transmissíveis (DST) - são transmitidas,
principalmente, por contato sexual sem o uso de preservativo
com uma pessoa que esteja infectada, e geralmente se
hospedam no sistema venoso, causando
diarreia, dermatose, cirrose do fígado, distúrbios
no baço etc.
Febre Paratifóide infecção bacteriana, com febre
contínua, manchas róseas no
tronco e diarreia.
Febre Tifóide - infecção bacteriana
generalizada, com febre contínua,
manchas róseas no abdome, dor de
cabeça, prisão de ventre, diarréia etc.
manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou
Foliculites - são folículos pilosos inflamados
verrugas. As mais conhecidas são gonorreia e sífilis. Algumas
que causam coceiras em locais
DST podem não apresentar sintomas, tanto no homem
com pelos.
quanto na mulher. E isso requer que, se fizerem sexo sem
camisinha, procurem o serviço de saúde para consultas com
um profissional de saúde periodicamente. Essas doenças
quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir
para complicações graves, como infertilidades, câncer e até
a morte. Usar preservativos em todas as relações sexuais
(oral, anal e vaginal) é o método mais eficaz para a redução do
risco de transmissão das DST, em especial do vírus da aids,
o HIV. Outra forma de infecção pode ocorrer pela transfusão
de sangue infectado ou pelo compartilhamento de seringas e
agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis. A aids
e a sífilis também podem ser transmitidas da mãe infectada,
sem tratamento, para o bebê durante a gravidez, o parto. E,
no caso da aids, também na amamentação. O tratamento das
DST melhora a qualidade de vida do paciente e interrompe a
cadeia de transmissão dessas doenças. O atendimento e ao
tratamento são gratuitos nos serviços de saúde.
Esporotricose – é uma moléstia crônica causada por sporothrix
schenckii. Pesquisas indicam que os cães e mais raramente
gatos infectados podem transmitir diretamente a infecção
para os seres humanos. Os principais sintomas no período
Giardíase - é
transmitida pelo
protozoário chamado Giardia intestinalis
(conhecido também como Giardia lamblia).
Assim como a amebíase, essa doença
é contraída em razão da ingestão de
água e alimentos contaminados. A giardíase
causa dores abdominais e um
quadro de diarreia que pode
levar à desidratação
e perda de peso. Para
evitar a transmissão,
o investimento em saneamento básico, o
tratamento de doentes e bons hábitos de
higiene são importantes.
Hepatite Infecciosa
infecção aguda
com febre, náuseas, dores
abdominais, icterícia, vômitos,
perda de apetite, fadiga, dor de cabeça etc.
de incubação (que pode durar de dias a até 3 meses) são
Histoplasmose – é provocada por
geralmente lesões de pele.
fungos encontrados em fezes secas de
Esquistossomose - doença causada por vermes que se
passarinhos, pombos e morcegos. A contaminação geralmente
são eliminados nas fezes, e se transformam em larvas, que ao
ocorre através da inalação ou respiração do
ar contaminado com as fezes desses animais,
penetrarem na pele, causam a doença.
Leishmaniose visceral - é uma doença transmitida pelo
ao fazer limpeza ou
protozoário denominado Leishmania chagasi. A principal
ao adentrar locais
forma de transmissão é a picada de um inseto conhecido por
por eles habitados.
flebotomídeo. O diagnóstico clínico é complicado, pois os
Os principais sintomas são
sintomas assemelham-se aos de outras doenças. As principais
febre, gânglios ou “ínguas” no
características são febre por um longo período, aumento no
pescoço, virilha ou debaixo do braço, infecção
baço, aumento no fígado, anemia, tosse, diarreia, entre outros.
pulmonar, úlceras na pele, anemia e
Para a prevenção, é necessário combater o inseto e tratar os
diminuição do número de células brancas
doentes.
do sangue responsáveis pela defesa
Leptospirose - é uma doença transmitida pela bactéria
contra infecções.
Leptospira interrogans, e após infectados, os animais
Impetigo – é uma doença comum em crianças
liberam essa bactéria pela urina. Se entra em contato com
e ocorre pelo contágio da
os seres humanos, transmite a doença. Em alguns casos,
pele com locais que estejam
mesmo quando vacinados, há risco dos animais tornarem-se
contaminados. é
portadores da bactéria. Os principais animais transmissores
mais frequente na
são os ratos, cães e gatos. A Leptospira interrogans penetra
região da face ou em
através da pele, de mucosas (boca, olhos, nariz) e também pela
partes do corpo que fiquem expostas a objetos
ingestão de água ou alimentos contaminados.
engordurados. Ocorre a formação de
bolhas que, posteriormente, transformamse em feridas cobertas por uma crosta.
Micoses - são causadas por fungos que atingem a pele,
as unhas e os pelos dos animais, e quando os fungos se
encontram em condições favoráveis ao seu crescimento,
Larva Geográfica – é um
como locais muito úmidos, calor e baixa imunidade, eles se
verme que possui ovos,
multiplicam e começam a provocar os sintomas da doença. E o
frequentemente
contato direto com o animal, pode ter como consequência para
encontrado em
os seres humanos, a transmissão da micose.
fezes de animais
domésticos como cães e gatos. As larvas
penetram na pele e se deslocam para a camada
de pele, causando coceira. É recomendável
que se evite andar
descalço em terrenos
ou praia que sejam
frequentados por cães.
Pé de Atleta - é uma micose que causa coceira e se manifesta
entre os dedos. A pele descama com formação de machas
vermelhas, rachaduras que coçam muito. A contaminação
ocorre quando há contato dos pés descalços com pisos
úmidos, banheiros e piscinas. Uso de sandálias e a secagem
entre os dedos é importante para combater o pé de atleta.
Pode ser utilizado um antimicótico e o médico deve ser
procurado.
Larva migrans - doença causada por parasitas
intestinais, normalmente encontrados em
cães e gatos, e a infecção ocorre por meio
do contato com as larvas presente nas
fezes dos animais. Ao defecar na terra ou na areia, alguns ovos
Poliomielite (paralisia infantil) - doença virótica com febre,
dor de cabeça e até paralisia dos músculos voluntários. Já
erradicada no Brasil.
Psitacose - é uma doença transmitida por aves como
de esporo (uma forma resistente do micróbio) nos mais
papagaios e ocorre por via respiratória, por meio da aspiração
variados ambiente: poeira, pregos enferrujados, latas, água
de poeira contaminada pelos dejetos de animais doentes ou
suja, galhos, espinhos e no solo, principalmente quando
portadores. A transmissão respiratória de pessoa a pessoa
tratado com adubo animal, pois esse bacilo está presente
pode acontecer, mas é um evento raro e ocorre somente
nas fezes dos animais domésticos e do homem. A profilaxia
na fase aguda da doença. Uma vez no corpo do infectado,
do tétano depende, portanto, da melhoria do padrão de vida
permanece incubada por um período de uma a quatro
das camadas mais pobres da população. Depende também
semanas e o período de transmissibilidade pode durar
da eficiência dos programas de vacinação. A vacina contra o
semanas ou meses.
tétano está associada às da difteria e da coqueluche (vacina
Pulgas e ácaros de sarna - a sarna canina e felina e pulgas
têm um grande potencial zoonósico. Em seres humanos é
geralmente autolimitante, mas pode voltar se não for curado o
animal ou não for feita a higiene adequada do ambiente.
Raiva - é uma doença provocada por vírus e acomete animais
e seres humanos. Transmitida por cão, gato, rato, bovino,
equino, suíno, macaco, morcego e animais silvestres, através
da mordedura ou lambedura da mucosa ou pele lesionada por
animais raivosos. Os animais silvestres são um reservatório
primário para a raiva na maior parte do mundo, mas os
tríplice). Se o indivíduo não tiver sido vacinado, deve-se usar
soro antitetânico e antibióticos, prescritos pelo médico.
Posteriormente será aplicada a vacina.
Toxoplasmose - pode ser adquirida pela ingestão de água e/
ou alimentos contaminados com os oocistos esporulados,
presentes nas fezes de gatos e outros felídeos, por carnes
cruas ou mal passadas, principalmente e de porco de carneiro,
que abriguem os cistos do protozoário Toxoplasma gondi. A
toxoplasmose pode ser transmitida da mãe para o feto, mas
não se transmite de uma pessoa para outra.
animais domésticos de estimação são as principais fontes
Tuberculose - é uma doença contagiosa causada pelo
de transmissão para os seres humanos. Por isto animais
micro-organismo Bacilo de Koch, cientificamente chamado
domésticos devem ser vacinados anualmente contra a raiva.
Mycobacterium tuberculosis, que ataca principalmente os
Salmonelose - doença transmitida por animais exóticos como
os répteis. Por isso, ao manipulá-los, lave sempre as mãos.
pulmões e outras partes do corpo como rins, olhos e ossos. Ela
é uma das doenças infecciosas que mais mata. A Tuberculose
é transmitida através do ar, do espirro, da tosse e da fala.
Sarna - é transmitida por meio do contato direto com o animal,
Qualquer pessoa sadia pode ser infectada por outra portadora
principalmente gatos, cães e coelhos. É causada por ácaros
da doença. Para se prevenir da tuberculose recomenda-se
de diversas espécies. Nas pessoas, a sarna se manifesta
tomar a vacina da tuberculose (BCG) ainda na infância. Amigos
por erupções vermelhas na pele, que coçam, e pioram com o
ou familiares de pessoas diagnosticadas com a tuberculose
calor. Nos animais, se manifestam por crostas espessas na
devem evitar permanecer no mesmo local que o doente e que
pele, queda dos pelos, e erupções avermelhadas. Para evitar a
utilize continuamente a máscara respiratória e lenços de papel
sarna, mantenha o local onde se criam os animais bem limpo
descartáveis.
e higienizado, sempre dê banhos, e quando perceber alguma
lesão na pele do animal, procure um veterinário.
Tétano - essa doença é produzida por uma bactéria, o bacilo
do tétano (Clostridium tetani), e caracteriza-se por contrações
e espasmos dos músculos do rosto, da nuca, da parede do
abdome e dos membros. Esses espasmos são consequência
da ação da toxina produzida pelo bacilo sobre o sistema
nervoso. O bacilo do tétano pode ser encontrado sob a forma
Expediente
Fundação Faculdade de Medicina
Coordenação:
Marcos Galvez
Marluce Camarinho
Pesquisa e Redação:
Damião Silva
Silvani Arruda
Edison de Almeida
Diagramação:
Projeto Graf
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Dicas de Saúde Pública