Sempre alertas e vigilantes PAG. 06 Saúde e Prevenção PAG. 10 Saúde Pública Carta ao Leitor Entende-se por saúde, o conjunto de condições integrais e coletivas da existência, influenciadas por inúmeros fatores de ordem política, socioeconômica, cultural, ambiental e biológica. Tanto a saúde como a doença são processos históricos e sociais determinados pelo modo como as pessoas vivem, convivem e se organizam. Por sua vez, q uando perguntamos a um grupo o q ue lhes veem à cabeça ao escutar a palavra saúde pública, muitas vezes as respostas são: dengue, diarreia, esq uistossomose, tétano, aids, ebola, tuberculose, dentre outras. Sim, estes são alguns problemas q ue dizem respeito à saúde pública, mas não só. A violência, por exemplo, também é um problema de saúde pública. Basta checar os altos índices de acidentes e de homicídios para perceber q ue este problema não afeta só uma pessoa, mas uma comunidade inteira. A obesidade infantil também é um fator determinante q uando falamos de saúde da população, uma vez q ue uma em cada três crianças brasileiras sofre com a doença, de acordo com o Ministério da Saúde. Será esse o tema a ser trabalhado nesta publicação. Iremos falar sobre um conjunto de ações q ue tem como objetivo prevenir ou combater patologias ou q uaisq uer outros cenários q ue coloq uem em risco a saúde da população. Ou seja, vamos falar sobre saúde pública! Boa Leitura! Sumário D PAG. 04 S PAG. 06 e que saúde estamos falando? empre alertas e vigilantes P S S N B revenção e cuidados com a saúde aúde e prevenção essão pipoca a prática ibliografia de referência G lossário PAG. 09 PAG. 10 PAG. 16 PAG. 18 PAG. 20 PAG. 22 De que saúde estamos falando? Um pouco de história Todo mundo busca por uma boa saúde. Esperamos ter uma vida longa e prazerosa junto às pessoas que queremos bem e acesso a bens e serviços que nos deixem confortáveis. No entanto, quando analisamos nossa sociedade, nos deparamos com uma série de fatores - sociais, econômicos, culturais, etnicorraciais, psicológicos e comportamentais - que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e fatores de risco à população, tais como: moradia, alimentação, meio ambiente, escolaridade, renda, emprego, acesso a serviços de qualidade, dentre muitos outros. Estes fatores são os chamados determinantes sociais de saúde que, de acordo com definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), estão relacionados às condições em que uma pessoa vive e trabalha. Do mesmo modo, não é possível se pensar em saúde sem centrar-se na organização dos serviços de saúde e de suas práticas. Atualmente, a saúde pública envolve uma série de medidas adequadas para o desenvolvimento de uma estrutura social capaz de prevenir doenças, prolongar a vida, possibilitar a saúde e a eficiência física e mental por meio do esforço organizado da comunidade. No campo acadêmico, a saúde pública é uma disciplina que trata da proteção da saúde em nível populacional. Neste sentido, busca melhorar as condições de saúde das comunidades por meio da promoção de estilos de vida saudáveis, campanhas, ações educativas e de investigação. Para tanto, conta com a participação de especialistas medicina, biologia, enfermagem, sociologia, estatística, veterinária e outras ciências e áreas – e A preocupação com a saúde existe desde a antiguidade e vários conceitos foram criados para definir as necessidades de pessoas, grupos e populações. Inicialmente, pelo que temos notícia, a saúde tinha uma concepção mágico-religiosas, ou seja, em diferentes culturas, a cura de doenças era feita pelos sacerdotes incas; os xamãs e pajés entre os índios brasileiros; as benzedeiras e os curandeiros na África. Considerados líderes espirituais com funções e poderes de natureza ritualística, mágica e religiosa, mantinham contato com o universo sobrenatural e com as forças da natureza. Valiam-se de cânticos, danças, instrumentos musicais, infusões, emplastros, plantas psicoativas, jejum, restrições dietéticas, reclusão, tabaco, calor, defumação, massagens, fricção, entre outros recursos terapêuticos. Com o correr dos anos, desenvolveu-se uma outra explicação para a saúde e a doença. Documentos gregos do passado, por exemplo, mostram o rompimento dessas ideias e a busca por explicações racionais para os fenômenos da saúde e da doença. Mais do que lidar com os problemas de saúde, procuravam entender as relações entre o homem e a natureza. Entre estas preocupações estava a explicação da saúde e da doença como resultantes de processos naturais e não sagrados. seu desenvolvimento depende dos governos. Dentre as várias funções da saúde pública, destacam-se as vacinações, o controle do meio ambiente e da contaminação, a educação sanitária e a recuperação da saúde. Saúde Pública Cabe à saúde pública, avaliar as necessidades de saúde da população, investigar o surgimento de riscos para a saúde e analisar os determinantes de tais riscos. De acordo com o que for detectado, o próximo passo é estabelecer as prioridades e desenvolver programas e planos que permitam responder as necessidades de uma determinada população. SEMPRE Alertas e vigilantes A interação da pessoa humana com o meio ambiente é muito complexa e dinâmica, envolvendo fatores conhecidos ou não, que podem sofrer alterações ao longo do tempo, ou se modificarem. Então, para ilustrar, vamos começar contando uma história: A História de John Snow Em 1854 o bairro de Soho, a cidade de Londres sofreu o mais sério surto de cólera da história. Havia, então, duas correntes teóricas: de um lado estavam os “contagionistas” que argumentavam que a cólera era adquirida pelo contato com o doente ou com suas roupas e pertences. Propunham medidas sanitárias drásticas, o confinamento de doentes em enfermarias, queimando suas roupas e depilando todo o corpo. Um outro grupo se apoiava na teoria do “miasma”, defendendo que certas condições atmosféricas, especialmente ventos que transportavam fumaça tóxica emitida pela matéria em decomposição, eram os responsáveis pela doença. O médico inglês John Snow (1813-1858) não concordava com nenhuma dessas teorias. Iniciou, então, um estudo sobre a doença, mapeando as casas atingidas e relacionando os casos com pessoas que haviam bebido água de uma determinada fonte, utilizando dados e mapas para entender e impedir a infecção. Com este cenário em mente, Snow desenvolveu, em 1849, uma hipótese inovadora, a de que a doença era transmitida pela ingestão de “matéria mórbida” invisível ao olho humano, que atuaria no nível dos intestinos, produzindo uma síndrome diarreica aguda devido a desidratação grave. No entanto, sua teoria não foi aceita entre os seus colegas sendo duramente criticado em várias ocasiões. Só que ele tinha razão. A principal contribuição de Snow foi a sistematização da metodologia epidemiológica, que permaneceu, com pequenas modificações, até meados do século XX. Ele descreveu o comportamento da cólera por meio de dados de mortalidade, estudando, numa sequência lógica, a frequência e distribuição dos óbitos segundo a cronologia dos fatos (aspectos relativos ao tempo) e os locais de ocorrência (aspectos relativos ao espaço), além de efetuar levantamento de outros fatores relacionados aos casos (aspectos relativos às pessoas), com o objetivo de elaborar hipóteses causais. Sua descrição do desenvolvimento da epidemia e das características de sua propagação foi tão rica em detalhes e raciocínio que conseguiu demonstrar o caráter transmissível do cólera décadas antes do início das descobertas no campo da microbiologia e, portanto, do isolamento e identificação do Vibrio cholerae, o agente etiológico do cólera. Fonte: CREMESP. História da Medicina. Disponível em: http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Revista&id=623. Acesso em 08 de outubro de 2014. Apesar da epidemiologia ter sua origem nas observações de Hipócrates, feitas há mais de 2000 anos, foi somente no século XIX que a distribuição das doenças em grupos humanos específicos passou a ser medida em larga escala. Isso determinou não somente o início formal da epidemiologia como também grandes descobertas. Os achados de John Snow - de que o risco de contrair cólera em Londres estava relacionado ao consumo de água proveniente de um determinado local - proporcionaram uma das mais espetaculares conquistas da epidemiologia. Hoje, a epidemiologia constitui um importante instrumento para o desenvolvimento de políticas no setor da saúde, bem como oferecem evidências suficientes para a implementação de medidas de prevenção e controle. Vigilância epidemiológica As primeiras intervenções do Estado no campo da prevenção e controle de doenças, desenvolvidas sob bases científicas modernas, datam do início do século vinte e foram orientadas pelo avanço da era bacteriológica e pela descoberta dos ciclos epidemiológicos de algumas doenças infecciosas e parasitárias. panhas valiam-se de instrumentos precisos para o diagnóstico de casos, combate a vetores, imunização e tratamento em massa com fármacos, dentre outros. Para lidar com elas, foram organizadas grandes campanhas sanitárias que visavam controlar doenças como febre amarela, peste e varíola. Estas cam- ataque, de consolidação e de manutenção, gerando o que se denominou A Revolta da Vacina, como mostra o quadro abaixo. O modelo operacional, no entanto, baseava-se em atuações verticais, sob forte inspiração militar, e compreendia fases bem estabelecidas – preparatória, de A revolta da Vacina Em meados de 1904, chegava a 1.800 o número de internações devido à varíola no Hospital São Sebastião. Mesmo assim, as camadas populares rejeitavam a vacina, que consistia no líquido de pústulas de vacas doentes. Afinal, era esquisita a ideia de ser inoculado com esse líquido. E ainda corria o boato de que quem se vacinava ficava com feições bovinas. No Brasil, o uso de vacina contra a varíola foi declarado obrigatório para crianças em 1837 e para adultos em 1846. Mas essa resolução não era cumprida, até porque a produção da vacina em escala industrial no Rio só começou em 1884. Então, em junho de 1904, Oswaldo Cruz motivou o governo a enviar ao Congresso um projeto para reinstaurar a obrigatoriedade da vacinação em todo o território nacional. Apenas os indivíduos que comprovassem ser vacinados conseguiriam contratos de trabalho, matrículas em escolas, certidões de casamento, autorização para viagens etc. Após intenso bate-boca no Congresso, a nova lei foi aprovada em 31 de outubro e regulamentada em 9 de novembro. Isso serviu de catalizador para um episódio conhecido como Revolta da Vacina. O povo, já tão oprimido, não aceitava ver sua casa invadida e ter que tomar uma injeção contra a vontade: ele foi às ruas da capital da República protestar. Mas a revolta não se resumiu a esse movimento popular. Toda a confusão em torno da vacina também serviu de pretexto para a ação de forças políticas que queriam depor Rodrigues Alves – típico representante da oligarquia cafeeira. Em 5 de novembro, foi criada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. Cinco dias depois, estudantes aos gritos foram reprimidos pela polícia. No dia 11, já era possível escutar troca de tiros. No dia 12, havia muito mais gente nas ruas e, no dia 13, o caos estava instalado no Rio. “Houve de tudo ontem. Tiros, gritos, vaias, interrupção de trânsito, estabelecimentos e casas de espetáculos fechadas, bondes assaltados e bondes queimados, lampiões quebrados à pedrada, árvores derrubadas, edifícios públicos e particulares deteriorados”, dizia a edição de 14 de novembro de 1904 da Gazeta de Notícias. Tanto tumulto incluía uma rebelião militar. Cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha enfrentaram tropas governamentais na rua da Passagem. O conflito terminou com a fuga dos combatentes de ambas as partes. Do lado popular, os revoltosos que mais resistiram aos batalhões federais ficavam no bairro da Saúde. Eram mais de 2 mil pessoas, mas foram vencidas pela dura repressão do Exército. Após um saldo total de 945 prisões, 461 deportados, 110 feridos e 30 mortos em menos de duas semanas de conflitos, Rodrigues Alves se viu obrigado a desistir da vacinação obrigatória. “Todos saíram perdendo. Os revoltosos foram castigados pelo governo e pela varíola. A vacinação vinha crescendo e despencou, depois da tentativa de torná-la obrigatória. A ação do governo foi desastrada e desastrosa, porque interrompeu um movimento ascendente de adesão à vacina. Mais tarde, em 1908, quando o Rio foi atingido pela mais violenta epidemia de varíola de sua história, o povo correu para ser vacinado, em um episódio avesso à Revolta da Vacina. Fonte: Agência Fiocruz de Notícias. Disponível em: http://portal.fiocruz.br/pt-br/node/473. Acesso em 21 de outubro de 2014. Originalmente, a expressão vigilância epidemiológica significava a observação sistemática e ativa de casos suspeitos ou confirmados de doenças transmissíveis e de seus contatos. Tratava-se, pois, da vigilância de pessoas, com base em medidas de isolamento ou de quarentena, aplicadas individualmente e não de forma coletiva. Na primeira metade da década de 1960, internacionalmente, foi criada uma conceituação mais abrangente, passando a ser definida como o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou história natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores condicionantes, com a finalidade de recomendar oportunamente, sobre bases firmes, as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas doenças. PREVENÇÃO e cuidados com a saúde Todos nós vivemos em um espaço geográfico. E é nesse espaço que nossa vida acontece: em nossa casa, nosso local de trabalho, onde encontramos os amigos ou fazemos compras. Do mesmo modo, fazemos parte de uma sociedade e uma cultura que se modifica e a qual, muitas vezes, temos que nos adaptar. As pessoas vivem de maneira diferente e, muitas vezes, em condições desiguais. As demandas variam de lugar para lugar e algumas pessoas ou populações são mais vulneráveis do que outras em relação a alguns agravos de saúde ou a situações de violência. As ações de educação em saúde voltadas para a prevenção da aids, por exemplo, são orientadas a partir de avaliação das tendências e características da epidemia, em cada local, e das condições econômicas, sociais e culturais dos grupos mais afetados. É aí que entra as ações de vigilância em saúde! Vigilância epidemiológica: o que é e o que faz? A vigilância epidemiológica constitui-se em importante instrumento para o planejamento, a organização e a operacionalização dos serviços de saúde, como também para a normatização de atividades técnicas correlatas. Sua operacionalização permite conhecer, a cada momento, o comportamento da doença ou agravo selecionado como alvo das ações, para que as medidas de intervenção pertinentes possam ser desencadeadas com oportunidade e eficácia. São funções da vigilância epidemiológica: 1. coleta de dados; 2. processamento de dados coletados; 3. análise e interpretação dos dados processados; 4. recomendação das medidas de prevenção e controle apropriadas; 5. promoção das ações de prevenção e controle indicadas; 6. avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; 7. divulgação de informações pertinentes. Fonte: Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. Brasília: FUNASA, 2002. A partir daí, é preciso se ter claro que as ações de prevenção, precisam ser direcionadas pelas especificidades dos diferentes contextos territoriais, definindo práticas adequadas a essas singularidades SAÚDE e Prevenção Para melhor compreendermos os contextos sociais em que acontecem as relações humanas e a situação de saúde desta população. Assim como John Snow, precisamos observar o território e, a partir daí, planejar práticas educativas, ações de promoção à saúde e prevenção. A descrição de cada uma das doenças citadas nos quadros, se encontra no glossário. D oenças cardiovasculares Os problemas do coração são a primeira causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. No Brasil, uma em cada três mortes é causada por doenças cardíacas ou acidente vascular cerebral (AVC). As pessoas estão mais expostas aos fatores de risco como o colesterol alto, obesidade, tabagismo, pressão alta e consumo excessivo de sal e sódio. e e Dicas de prevenção: não utilizar ou reduzir o uso de cigarros; ter uma dieta equilibrada; fazer regularmente atividades físicas. D oenças crônicas não transmissíveis - DCNT Dicas de prevenção: alimentação mais saudável, atividade física constante, controle do peso. D As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são doenças que se desenvolvem no decorrer da vida e são de longa duração. Os principais fatores de risco para as DCNT são: o tabaco, uma alimentação não saudável, a inatividade física e o consumo de álcool, sobrepeso e obesidade, prevalência de hipertensão arterial e pelo colesterol alto. oenças transmissíveis É qualquer doença causada por um agente patogênico, como: vírus, bactéria e também parasitas. As melhorias sanitárias, o desenvolvimento de novas tecnologias, como as vacinas e os antibióticos, a ampliação do acesso aos serviços de saúde e as medidas de controle fizeram com que doenças como varíola e poliomielite estão erradicadas. Doenças como malária e tuberculose apresentam, ainda, um quadro de persistência. Outras doenças transmissíveis estão em declínio, como: difteria, rubéola, coqueluche, sarampo, tétano acidental, febre tifoide, doença de Chagas e hanseníase. A oncocercose, a filariose e a peste, são doenças com ocorrências restritas. Dicas de prevenção: Uma pessoa saudável deve tomar cuidado no contato com pessoas portadoras de doenças transmissíveis, pois se o seu corpo não estiver bem protegido, ela poderá adoecer. Além disso, é importante o hábito de lavar as mãos com frequência. D oenças de transmissão hídrica e alimentar Existem algumas doenças que podem ser transmitidas ao ser humano por meio da água ou de alimentos contaminados, seja por fezes humanas ou de animais. Podem ser transmitidas aos seres humanos através da ingestão da água, do contato da pele durante o banho, na preparação de refeições ou por meio do consumo de alimentos lavados previamente com água contaminada. A contaminação das águas ocorre normalmente devido ao despejo de esgoto não tratado, mas também pode acontecer devido à falta de tratamento da água. Dicas de prevenção: como forma de prevenir as doenças de transmissão hídrica e alimentar, o Ministério da Saúde sugere o uso de Hipoclorito de Sódio a 2,5%, para o tratamento da água para consumo humano, em áreas sem abastecimento público da água e São elas: botulismo, cólera, diarreia, diarreia infecciosa, hepatite A, leptospirose, esquistossomose, otite externa (ao se nadar em água poluída). ou que não dispõem rotineiramente de água tratada. D oenças de Transmissão Respiratória As doenças de transmissão respiratória como a influenza (gripe), a meningite, o sarampo e a rubéola, entre outras, são transmitidas de pessoa para pessoa, especialmente, por meio de tosse ou espirro. Algumas pessoas podem se infectar entrando em contato com objetos contaminados. Os sinais e sintomas destas doenças podem se iniciar de maneira semelhante, com febre, tosse, dor de cabeça e no corpo, garganta inflamada, falta de ar, cansaço, e no caso do sarampo e da rubéola com manchas avermelhadas pelo corpo. Todas estas doenças podem evoluir para quadros graves, principalmente a meningite e a influenza Dicas de prevenção: Manter períodos de repouso apropriados, ingerir líquidos e procurar ter alimentação adequada auxiliam em se manter saudável. Cobrir o nariz e a boca quando espirrar ou tossir. Lavar as mãos com frequência com água e sabão, ou então utilizar álcool em gel. Não compartilhar copos, talheres e alimentos. Procurar não levar as mãos à boca ou aos olhos. Sempre que possível evitar aglomerações ou locais pouco arejados. Manter os ambientes frequentados sempre limpos e ventilados. Evitar contato próximo com pessoas doentes. Hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, ingestão de líquidos e atividades físicas. D oenças parasitárias e infecciosas As doenças infecciosas e parasitárias podem ser causadas pela invasão e destruição dos tecidos por germes infectantes ou parasitas. Os principais sintomas e sinais das doenças infecciosas e parasitárias são febre, cefaleia, cansaço, sensação de mal-estar indefinido, sonolência, corrimento nasal, lacrimejamento, dor de garganta, tosse, dor torácica e abdominal, estertores pulmonares e sopros cardíacos, dor abdominal, diarreia, náuseas, vômitos, rigidez de nuca e convulsões. objetos contaminados, e usar máscaras ao entrar em contato com pessoas sabidamente portadoras de doenças infecciosas. Evitar a presença de animais nas praias (cães e gatos) e dar destino seguro às fezes dos animais domésticos. Preferencialmente, morar em habitações de alvenaria e não em casa de pau-a-pique ou barro cru, cobertas de Dicas de prevenção: palha. Lavar as mãos, tomar banhos diários, manter unhas Cobrir as janelas com telas e usar mosquiteiros nos cortadas e escovadas, trocar e lavar as roupas de uso quartos, como proteção de mosquitos vetores. pessoal e de cama e banho com frequência, escovar e Usar repelentes sempre que tiver de se expor aos cuidar dos dentes diariamente. Somente defecar em vasos mosquitos, sobretudo ao anoitecer. sanitários e quando isso não for possível, dar destino Usar roupas adequadas para se proteger das picadas seguro aos dejetos fecais. dos mosquitos se precisar frequentar zonas rurais Beber somente água filtrada ou fervida. endêmicas Lavar muito bem as verduras, frutas e legumes que serão minério, derrubada de matas, etc.). consumidos crus. Aplicar inseticidas nas paredes das casas em áreas Evitar o consumo de carnes e seus derivados crus endêmicas de doenças veiculadas por insetos. (linguiça, salames, churrasquinhos, etc.) ou mal cozidos. Vacinar-se e estimular a vacinação contra as doenças Proteger os alimentos de poeira e insetos (como baratas infecciosas para as quais as vacinadas são recomendadas. ou moscas) que podem transportar em suas patas formas Eliminar águas paradas. resistentes de parasitos. Adotar técnicas corretas de esterilização e desinfecção. Não utilizar fezes humanas como adubo nas hortaliças e demais lavouras. Fazer o diagnóstico e tratamento correto das infecções sempre que houver suspeita de parasitose. Proteger os pés e pernas com sapatos e botas impermeáveis sempre que for trabalhar na lavoura ou pisar em solos suspeitos de contaminação fecal. Proteger as mãos com luvas quando tiver que manipular para determinadas parasitoses (garimpo, D oenças ocasionadas pelas mudanças climáticas As mudanças bruscas de temperatura deixam as pessoas com a imunidade baixa, momento em que os vírus conseguem causar um processo inflamatório na mucosa, desenvolvendo gripes e resfriados. No caso de doenças causadas por bactérias, como a pneumonia, o início também é nessa fase, quando o organismo não consegue se defender por causa da mucosa inflamada. Nessa hora, as bactérias já existentes no corpo encontram um bom ambiente para se proliferarem e, por isso, a pessoa pode adoecer. Dicas de prevenção: Se prevenir de resfriados, gripes e pneumonia, requer medidas simples, bons hábitos de higiene, como tossir protegendo a boca, lavar bem as mãos e evitar contato com pessoas doentes. Outra forma de prevenção da gripe é imunizando por meio da vacina. No inverno, as baixas temperaturas e a baixa umidade relativa do ar propiciam condições para o surgimento ou agravamento de doenças relacionadas aos aparelhos respiratório e ocular. Desconforto e irritação oculares são mais frequentes e podem afetar diretamente as membranas mucosas de indivíduos com sintomas de gripe ou resfriado, constrição brônquica e rinite. Essa situação é agravada pela poluição atmosférica. e D oenças sexualmente transmissíveis São aquelas transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de preservativo com uma pessoa que esteja infectada, e geralmente se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas. As mais conhecidas são gonorreia e sífilis. Algumas DST podem não apresentar sintomas, tanto no homem quanto na mulher. E isso requer que, se fizerem sexo sem camisinha, procurem o serviço de saúde para consultas com um profissional de saúde periodicamente. Essas doenças quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como infertilidades, câncer e até a morte. Usar preservativos em todas as relações sexuais (oral, anal e vaginal) é o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão das DST, em especial do vírus da aids, o HIV. Outra forma de infecção pode ocorrer pela transfusão de sangue infectado ou pelo compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis. A aids e a sífilis também podem ser transmitidas da mãe infectada, sem tratamento, para o bebê durante a gravidez e parto. E, no caso da aids, também na amamentação. O tratamento das DST melhora a qualidade de vida do paciente e interrompe a cadeia de transmissão dessas doenças. O atendimento e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde. Dicas de prevenção: Usar o preservativo em todas as relações sexuais. Fazer o diagnóstico precoce para o HIV, sífilis e hepatites virais. Não compartilhar seringas e agulhas. Mulheres e homens fazerem o teste para o HIV no pré natal. D oenças negligenciadas Dicas de prevenção: Muitas delas podem ser eliminadas Este termo descreve um conjunto de doenças causadas por agentes infecciosos e parasitários (vírus, bactérias, protozoários e helmintos) que são endêmicas em populações de baixa renda. a partir de mudanças de atitudes e hábitos que deixam Como exemplos de doenças negligenciadas, podemos citar: dengue, doença de Chagas, esquistossomose, hanseníase, leishmaniose, malária, tuberculose, hanseníase, leishmaniose, doença do sono, tuberculose, raiva humana, malária, geo-helmintíase, tracoma, chikungunya, dentre outras. preciso investir na melhoria das condições de vida da as pessoas mais vulneráveis a se infectarem por essas doenças. Contudo, para mudar mesmo esta situação, é população garantindo a qualidade da água; coleta de lixo e D oenças transmitidas por animais domésticos Alguns animais podem transmitir doenças para as pessoas em determinadas condições e situações. Essas doenças são chamadas de zoonoses. Eles incluem doenças que são causadas por bactérias, vírus, parasitas e fungos. Dicas de prevenção: Manter os animais de companhia saudáveis, usando o bom senso e uma boa higiene podem reduzir o risco potencial de transmissão. Cães e gatos precisam ir periodicamente no veterinário. Alimente o seu animal com ração, evitando a alimentação crua ou em carne ou leite não pasteurizado. e saneamento adequados; acesso aos serviços de atenção básica e a uma educação que promova a saúde. D oenças transmitidas por vetores As doenças transmitidas por vetores constituem importante causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo, sendo um dos principais problemas de saúde pública. Entende-se como doença transmitida por vetor, àquela que não passa diretamente de uma pessoa para outra, requer a participação de artrópodes, principalmente insetos, responsáveis pela veiculação biológica de parasitos e micro-organismos às pessoas e animais domésticos. No Brasil, inúmeras são as doenças transmitidas por vetores como dengue, malária, doenças de chagas, leishmaniose, febre amarela, oncocercose, febre do Oeste do Nilo, encefalites, entre outras. Dicas de prevenção: A melhor maneira de evitar as doenças transmitidas por insetos é não deixar o mosquito nascer. Para isso, é necessário acabar com os criadouros (lugares de nascimento e desenvolvimento dele). Esses criadouros são os locais em que se acumula água e, por esta razão, Cuide da sua higiene quando estiver ao redor de seu cabe a cada um de nós evitar situações em que a água animal de estimação ou qualquer um dos resíduos do seu possa se empoçar nas latas, embalagens, copos plásticos, animal. tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de Evite o contato direto com fezes de animais e resíduos. plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, Usar luvas ao limpar resíduos animais, e sempre lavar latões, cisternas, sacos plásticos, lixeiras, entre outros. bem as mãos depois. Também lave as mãos após ter contato com seu animal. Aplique vermífugos em seu animal, como recomendado pelo seu veterinário e utilize algum anti-pulga adequado e controle o carrapato. Mantenha as vacinas em dia. Uma mordida ou arranhão de seu animal de estimação devem ser bem lavados imediatamente com água e sabão. D oenças causadas por falta de saneamento básico A falta de higiene e saneamento básico, além da poluição, são a causa direta de dezenas de doenças que acometem pessoas no mundo todo. Essas doenças são normalmente transmitidas pela ingestão de água e alimentos contaminados ou contato da pele com solo contaminado. Condições estruturais precárias, como a formação de esgotos a céu aberto, presença de água parada e resíduos sólidos também podem contribuir para o surgimento de insetos e parasitas transmissores de doenças. Dicas de prevenção: A higiene pessoal, a limpeza da casa e da comunidade, e o controle dos insetos, e um estilo de vida saudável são estratégias simples, mas muito importantes, que podem ajudar a prevenir muitas doenças. ...antes do papel higiênico, as pessoas se limpavam com sabugos de milho, folhas e com a mão? ... a primeira fábrica de papel higiênico é datada de 1857, nos Estados Unidos? Muitos norte-americanos demoraram um bom tempo para aderirem a essa forma de higiene. ... a primeira privada foi utilizada pela rainha Elizabeth I, da Inglaterra? ... em 1884 o inglês George Jennings criou um modelo de privada com descarga? ... o sabonete foi considerado um artigo de luxo por um longo período e só ficou popular após ter sua produção industrializada pelos americanos? ... os banhos só tornaram um hábito por volta do século XIX? ... o chuveiro foi inventado em 1867, pelo francês Merry Delabost? ... as primeiras escovas de dentes foram inventadas na China? As pastas dentárias, que eram feitas de vegetais, começaram a ser usadas na limpeza da boca pelos povos do Egito antigo e da Índia. As pastas mais modernas surgiram no século XX, nos Estados Unidos. Vidas ao Vento – Direção: Hayao Miyazaki (2014) Um Episódio na Vida de um Catador de Ferro-Velho – Sinopse: Jiro Horikoshi, vive em uma cidade do interior do Direção: Francisco Russo (2013) Japão. Um dia, ele tem o sonho de estar voando em um Sinopse: Nazif mora com mulher e duas filhas numa aldeia avião com formato de pássaro. A partir desse sonho, ele de ciganos no interior, e seu sustento vem, como diz o decide que construir um avião e colocá-lo no ar é a meta título, de desmanchar carros e catar sucata para revender. da sua vida. Durante a busca pelo seu sonho ele conhece Quando a mulher sofre um aborto espontâneo e precisa Naoko, uma jovem encantadora por quem se apaixona. No de cauterização, porém, Nazif se vê atado, porque não tem entanto, Naoko fica profundamente doente, sem saber se seguro nem dinheiro para pagar a cirurgia. sobreviverá. O veneno está na mesa – Direção: Silvio Tendler (2011) Quem Quer Ser um Milionário? – Direção: Danny Boyle Sinopse: Este documentário mostra que Brasil é um dos (2009) países que mais consome agrotóxicos: 5,2 litros/ano Sinopse: Sem desmerecer a história, o filme vale pela por habitante. Muitos desses herbicidas, fungicidas e “visita” a Dharavi, uma famosa favela na Índia, símbolo pesticidas que consumimos estão proibidos em quase da pobreza, mas também da criatividade e do jeitinho todo mundo pelo risco que representam à saúde pública. indiano de sobreviver. As cerca de 100 mil fábricas de O perigo é tanto para os trabalhadores, que manipulam fundo de quintal que funcionam lá dentro geram mais de os venenos, quanto para os cidadãos, que consumem os meio milhão de dólares por ano, e algumas chegam até a produtos agrícolas. A ideia do filme é mostrar à população exportar seus produtos para países vizinhos. como estamos nos alimentando mal e perigosamente, por conta de um modelo agrário perverso, baseado no agronegócio. Lixo extraordinário – Direção: Lucy Walker (2010) Sinopse: Uma análise sobre o trabalho do artista plástico Vik Muniz no Jardim Gramacho, localizado na cidade de Duque de Caxias (RJ), que é um dos maiores aterros sanitários do mundo. IC T A N Á PR A Uma das melhores formas de conhecer as especificidades de saúde nos locais em que atuamos é observando (como fez John Snow) e mapeando o espaço de atuação do Programa Escola da Família. Estes mapas temáticos facilitam a visualização das vulnerabilidades a que uma determinada comunidade (ou escola) estão expostas. Permitem, ainda, estreitar os vínculos entre a escola, a comunidade, os serviços de saúde e outras bases de apoio. Construindo o mapa falante Objetivo Duração Materiais Conhecer o ambiente que nos rodeia, identificando fatores que necessitam de intervenção. 4 encontros. Papel, canetas, cola, revistas velhas, tampinhas, máquina fotográfica. Passo a passo 1. Reúna vários atores que participam das atividades do eixo saúde do PEF – pessoas da comunidade, vice diretores, monitores educacionais, educadores universitários etc. – e explique que a proposta é fazer um diagnóstico da situação ambiental no bairro em que situa a escola. 2. Explique que será utilizada uma técnica chamada Mapa Falante. Isto significa que, além de se fazer um trabalho em papel, as pessoas precisarão colaborar com informações que tem sobre a localidade, os problemas ambientais que existem e o é preciso fazer para enfrentar algumas situações que possam trazer problemas para a saúde. Por exemplo, a existência de locais que são criadouros para o mosquito da dengue. Ou, então, a inexistência de parques. Ou a sujeira. 3. Distribua as folhas e as canetas para todos e peça que façam uma lista com os maiores problemas socioambientais que encontram na comunidade. Quando todos tiverem sua lista, peça que cada pessoa fale o que escreveu e registre em um quadro ou folha de papel flip chart. 4. Ao final, em conjunto com os participantes, selecione os três itens mais votados. 5. Em seguida, sugira um passeio pelos arredores da escola em que os participantes possam “provar” que os problemas socioambientais existem. Peça que registrem esses problemas utilizando fotos ou vídeos ou desenhando. Quando terminarem, recolha os desenhos e baixe as fotos e vídeos. Explique que esses materiais serão utilizados no próximo encontro. 6. Antes do próximo encontro, reúna o monitor ou educador universitário e peça que faça uma pesquisa a respeito da demografia, aspectos socioeconômicos e culturais, epidemiológicos, socioculturais e educacionais da localidade em que atuam. Essas informações dizem respeito ao número de habitantes e à distribuição por idade e gênero e problemas mais recorrentes de saúde. 7. No segundo encontro, apresente a pesquisa que fizeram para as pessoas da comunidade, abrindo para uma roda de conversa sobre como é possível lidar com as situações que vivenciam. 8. Quando terminar a discussão, sugira a construção coletiva de um desenho (utilizando o que que já foi identificado anteriormente) ou a elaboração de uma maquete, como mostra os desenhos abaixo: 9. e No último encontro, organize um local para a apresentação dos resultados das pesquisas e da maquete para todas as pessoas que estiverem na escola. Ideias Principais A proposta de elaboração do mapa falante é qualificar a “leitura” da realidade, a partir de suas múltiplas dimensões, e se apresenta como uma possibilidade de uma participação mais ativa da comunidade e dos atores escolares. A elaboração do mapa falante da saúde poderá ser um guia para a análise da realidade socioambiental do bairro e, até mesmo, para a construção de uma proposta de intervenção conjunta. Bibliografia de referência AYRES, José Ricardo de Carvalho Mesquita. Correndo o risco: uma introdução aos riscos em saúde. Cad. Saúde Pública, 2011. Disponível em: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0102-311X2011000900022&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0102311X2011000900022. Acesso em 27 de outubro de 2014. BATISTELLA. Saúde, Doença e Cuidado: complexidade teórica e necessidade histórica. Disponível em: http://www.epsjv.fiocruz. br/pdtsp/index.php?s_livro_id=6&area_ id=2&autor_id=&capitulo_id=13&sub_capitulo_ id=14&arquivo=ver_conteudo_2. Acesso em 21 de outubro de 2014. BRASIL. Cronologia Histórica da Saúde Pública. Disponível em: http://www.funasa.gov.br/site/ museu-da-funasa/cronologia-historica-da-saudepublica/. Acesso em 06 de outubro de 2014. BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. Brasília: FUNASA, 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. CREMESP. História da Medicina. Disponível em: http://www.cremesp.org. br/?siteAcao=Revista&id=623. Acesso em 08 de outubro de 2014. FINKELMAN, Jacobo (Org.). Caminhos da saúde pública no Brasil. / Organizado por Jacobo Finkelman. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002. Disponível em: http://static.scielo.org/scielobooks/ sd/pdf/finkelman-9788575412848.pdf. Acesso em 20 de outubro de 2014. FIOCRUZ. Determinantes sociais. Disponível em: http://pensesus.fiocruz.br/determinantes-sociais. Acesso em 22 de outubro de 2014. FORATTINI, Oswaldo Paulo. (2000). A saúde pública no século XX. Revista de Saúde Pública, 34(3), 211213. Retrieved October 06, 2014, from http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003489102000000300001&lng=en&tlng=pt. 10.1590/ S0034-89102000000300001. MORETTI, Andrezza C. et al. 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Ancilostomíase ou Larva migrans cutânea - é encontrada por toda parte onde se encontrem cães e/ou gatos infectados com ancilostomídeos, sobretudo A. braziliense e A.ceylanicum. O problema é mais frequente em praias e em terrenos arenosos, onde esses animais contaminam o meio com suas fezes. As crianças contaminam-se ao brincar em depósitos de areia para construção, ou nos tanques de areia dos locais destinados à sua recreação. Todos os animais domésticos devem ser tratados sistematicamente e com regularidade para prevenirem-se as reinfecções. Ancilostomose ou Amarelão - a contaminação ocorre pela penetração de larvas dos vermes na pele ou pela ingestão de ovos do parasita através de água e alimentos contaminados. A pessoa com a doença apresenta anemia, fraqueza, emagrecimento, dores abdominais, vômito e diarreia, podendo também surgir a distorção do apetite como o hábito de comer terra. Para evitar o mal, é necessário que existam instalações sanitárias adequadas na residência, saneamento básico, higiene alimentar e uso de calçados. Ascaridíase - a ingestão de água e de alimentos contaminados com ovos do Ascaris lumbricoides (conhecido como lombriga) é a principal forma de transmissão desta doença. Quando o número de vermes é grande, o portador da Ascaridíase apresenta um grande risco de obstrução intestinal. Para evitar Brucelose - é causada pela bactéria do gênero “Brucella”, e sua transmissão pode ocorrer pelo contato com secreções vaginais dos animais, ou contato com o sangue, o feto e restos da placenta, e também por meio do consumo de leite não pasteurizado ou do queijo. Chikungunya - é uma doença parecida com a dengue, causada pelo vírus CHIKV, da família Togaviridae. Seu modo de transmissão é pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado e, menos comumente, pelo mosquito Aedes albopictus. Seus sintomas são semelhantes aos da dengue: febre, mal-estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e cansaço. Porém, a grande diferença da febre chikungunya está no seu acometimento das articulações: o vírus avança nas juntas dos pacientes e causa inflamações com fortes dores acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local. Cólera - a transmissão ocorre pela ingestão de água e alimentos contaminados com a bactéria. O portador do cólera apresenta sintomas como diarreia intensa, desidratação e dor abdominal. O agravamento da enfermidade pode provocar a morte da pessoa infectada. Para evitar a doença é fundamental que exista saneamento básico na comunidade, higiene alimentar, instalações sanitárias adequadas e tratamento dos doentes. Dengue - a transmissão ocorre através da picada do mosquito Aedes aegypti infectado. O portador da doença apresenta febre, dores e manchas avermelhadas no corpo. A eliminação de criadouros dos mosquitos transmissores é a principal forma de combate à doença. Lugares onde há água parada e limpa são habitat do mosquito na fase em que ele ainda é larva, por isso evitá-los é fundamental para evitar a proliferação da doença. O Aedes aegypti é o mosquito que transmite a dengue para as pessoas. Ele é escuro e rajado, menor que um pernilongo comum. Ele pica as pessoas durante o dia e se desenvolve em água parada e limpa. Há dois tipos de dengue: a clássica e a hemorrágica. Geralmente, quando infectada pela primeira vez, a pessoa contrai a dengue clássica. Em uma segunda infecção, existe um risco muito maior de se contrair a dengue hemorrágica, muito mais grave que a clássica. A dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti principalmente, durante os períodos quentes e úmidos. Difteria ou crupe - é uma doença bacteriana aguda, cujas lesões características são membranas branco-acinzentadas aderentes, circundadas por processo inflamatório que invade as estruturas vizinhas, localizadas mais frequentemente nas amígdalas, laringe e nariz. A doença compromete o estado geral do paciente, que apresenta febre, cansaço e palidez. Há dor de garganta discreta. Em casos mais graves pode haver edema intenso no pescoço, aumento de gânglios linfáticos na região e até asfixia mecânica aguda pela obstrução causada pela placa. infectado com o vírus transmissor da doença. A transmissão Dipilidiose - é uma infestação extremamente comum em cães nos mosquitos ocorre quando ele suga o sangue de uma e, em menor extensão, em gatos. Os seres humanos podem pessoa infectada com o vírus da dengue. Após um período de tornar-se infestados com a forma adulta do cestódio (vermes incubação, que inicia logo depois do contato do mosquito com chatos na sua forma) dipylidium caninum, em seguida à o vírus, ele pode transmitir a doença de 8 e 12 dias depois de ingestão do hospedeiro intermediário, a pulga. Normalmente ter sido infectado. Nos seres humanos, o vírus permanece em a infestação nos seres humanos exibe sintomas clínicos, incubação durante um período que pode durar de 3 a 15 dias. ocorrendo com maior frequência em crianças jovens. A Só após esta etapa, é que os sintomas podem ser percebidos. dirofilariose humana é raramente reconhecida. Quando ocorre, Dermatomicose - A transmissão pode ocorrer de forma direta entre cães e gatos. Em pesquisa, até 30% dos casos em áreas urbanas foram associados a contato direto com animais. Os proprietários dos animais devem ser aconselhados a lavar bem as suas mãos após a manipulação de cão ou gato infectado, é causada pela instalação de larvas mortas do parasita nos pulmões. Essas são diagnosticadas por meio de radiografias. Requer biópsia cirúrgica e avaliação histológica, para a confirmação do diagnóstico e eliminação de condições mais sérias. e a não permitir que seus filhos brinquem com os animais, até Doença de Chagas - é uma doença muito conhecida causada que o tratamento tenha resolvido a moléstia. por um protozoário chamado Trypanosoma cruzi. A sua Dermatoses - o grupo das dermatoses está ligado à piodermites, que é uma infecção inflamatória provocadas por bactérias nas camadas da pele. São transmitidas pelo contato transmissão ocorre principalmente por meio dos triatomídeos, também chamados de barbeiros, mas pode ocorrer também por transfusão de sangue, durante a gestação, transplante de órgãos etc. A doença pode ser assintomática nos primeiros anos, manifestando-se muitos anos depois da infecção, sendo que o órgão mais afetado é o coração. Para evitar a doença, é importante controlar a reprodução do barbeiro e proteger a casa com portas, telas e janelas. Os barbeiros geralmente são encontrados em frestas de casas de taipa, sendo assim, investir em habitação também é uma medida profilática. Doença de Lyme – é transmitida pela mordida do carrapato, presente em animais domésticos e pode provocar intensa coceira e mancha avermelhada ou esbranquiçada na pele, seu tratamento pode ser feito com o uso de antibióticos; Doenças sexualmente transmissíveis (DST) - são transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de preservativo com uma pessoa que esteja infectada, e geralmente se hospedam no sistema venoso, causando diarreia, dermatose, cirrose do fígado, distúrbios no baço etc. Febre Paratifóide infecção bacteriana, com febre contínua, manchas róseas no tronco e diarreia. Febre Tifóide - infecção bacteriana generalizada, com febre contínua, manchas róseas no abdome, dor de cabeça, prisão de ventre, diarréia etc. manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou Foliculites - são folículos pilosos inflamados verrugas. As mais conhecidas são gonorreia e sífilis. Algumas que causam coceiras em locais DST podem não apresentar sintomas, tanto no homem com pelos. quanto na mulher. E isso requer que, se fizerem sexo sem camisinha, procurem o serviço de saúde para consultas com um profissional de saúde periodicamente. Essas doenças quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como infertilidades, câncer e até a morte. Usar preservativos em todas as relações sexuais (oral, anal e vaginal) é o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão das DST, em especial do vírus da aids, o HIV. Outra forma de infecção pode ocorrer pela transfusão de sangue infectado ou pelo compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis. A aids e a sífilis também podem ser transmitidas da mãe infectada, sem tratamento, para o bebê durante a gravidez, o parto. E, no caso da aids, também na amamentação. O tratamento das DST melhora a qualidade de vida do paciente e interrompe a cadeia de transmissão dessas doenças. O atendimento e ao tratamento são gratuitos nos serviços de saúde. Esporotricose – é uma moléstia crônica causada por sporothrix schenckii. Pesquisas indicam que os cães e mais raramente gatos infectados podem transmitir diretamente a infecção para os seres humanos. Os principais sintomas no período Giardíase - é transmitida pelo protozoário chamado Giardia intestinalis (conhecido também como Giardia lamblia). Assim como a amebíase, essa doença é contraída em razão da ingestão de água e alimentos contaminados. A giardíase causa dores abdominais e um quadro de diarreia que pode levar à desidratação e perda de peso. Para evitar a transmissão, o investimento em saneamento básico, o tratamento de doentes e bons hábitos de higiene são importantes. Hepatite Infecciosa infecção aguda com febre, náuseas, dores abdominais, icterícia, vômitos, perda de apetite, fadiga, dor de cabeça etc. de incubação (que pode durar de dias a até 3 meses) são Histoplasmose – é provocada por geralmente lesões de pele. fungos encontrados em fezes secas de Esquistossomose - doença causada por vermes que se passarinhos, pombos e morcegos. A contaminação geralmente são eliminados nas fezes, e se transformam em larvas, que ao ocorre através da inalação ou respiração do ar contaminado com as fezes desses animais, penetrarem na pele, causam a doença. Leishmaniose visceral - é uma doença transmitida pelo ao fazer limpeza ou protozoário denominado Leishmania chagasi. A principal ao adentrar locais forma de transmissão é a picada de um inseto conhecido por por eles habitados. flebotomídeo. O diagnóstico clínico é complicado, pois os Os principais sintomas são sintomas assemelham-se aos de outras doenças. As principais febre, gânglios ou “ínguas” no características são febre por um longo período, aumento no pescoço, virilha ou debaixo do braço, infecção baço, aumento no fígado, anemia, tosse, diarreia, entre outros. pulmonar, úlceras na pele, anemia e Para a prevenção, é necessário combater o inseto e tratar os diminuição do número de células brancas doentes. do sangue responsáveis pela defesa Leptospirose - é uma doença transmitida pela bactéria contra infecções. Leptospira interrogans, e após infectados, os animais Impetigo – é uma doença comum em crianças liberam essa bactéria pela urina. Se entra em contato com e ocorre pelo contágio da os seres humanos, transmite a doença. Em alguns casos, pele com locais que estejam mesmo quando vacinados, há risco dos animais tornarem-se contaminados. é portadores da bactéria. Os principais animais transmissores mais frequente na são os ratos, cães e gatos. A Leptospira interrogans penetra região da face ou em através da pele, de mucosas (boca, olhos, nariz) e também pela partes do corpo que fiquem expostas a objetos ingestão de água ou alimentos contaminados. engordurados. Ocorre a formação de bolhas que, posteriormente, transformamse em feridas cobertas por uma crosta. Micoses - são causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os pelos dos animais, e quando os fungos se encontram em condições favoráveis ao seu crescimento, Larva Geográfica – é um como locais muito úmidos, calor e baixa imunidade, eles se verme que possui ovos, multiplicam e começam a provocar os sintomas da doença. E o frequentemente contato direto com o animal, pode ter como consequência para encontrado em os seres humanos, a transmissão da micose. fezes de animais domésticos como cães e gatos. As larvas penetram na pele e se deslocam para a camada de pele, causando coceira. É recomendável que se evite andar descalço em terrenos ou praia que sejam frequentados por cães. Pé de Atleta - é uma micose que causa coceira e se manifesta entre os dedos. A pele descama com formação de machas vermelhas, rachaduras que coçam muito. A contaminação ocorre quando há contato dos pés descalços com pisos úmidos, banheiros e piscinas. Uso de sandálias e a secagem entre os dedos é importante para combater o pé de atleta. Pode ser utilizado um antimicótico e o médico deve ser procurado. Larva migrans - doença causada por parasitas intestinais, normalmente encontrados em cães e gatos, e a infecção ocorre por meio do contato com as larvas presente nas fezes dos animais. Ao defecar na terra ou na areia, alguns ovos Poliomielite (paralisia infantil) - doença virótica com febre, dor de cabeça e até paralisia dos músculos voluntários. Já erradicada no Brasil. Psitacose - é uma doença transmitida por aves como de esporo (uma forma resistente do micróbio) nos mais papagaios e ocorre por via respiratória, por meio da aspiração variados ambiente: poeira, pregos enferrujados, latas, água de poeira contaminada pelos dejetos de animais doentes ou suja, galhos, espinhos e no solo, principalmente quando portadores. A transmissão respiratória de pessoa a pessoa tratado com adubo animal, pois esse bacilo está presente pode acontecer, mas é um evento raro e ocorre somente nas fezes dos animais domésticos e do homem. A profilaxia na fase aguda da doença. Uma vez no corpo do infectado, do tétano depende, portanto, da melhoria do padrão de vida permanece incubada por um período de uma a quatro das camadas mais pobres da população. Depende também semanas e o período de transmissibilidade pode durar da eficiência dos programas de vacinação. A vacina contra o semanas ou meses. tétano está associada às da difteria e da coqueluche (vacina Pulgas e ácaros de sarna - a sarna canina e felina e pulgas têm um grande potencial zoonósico. Em seres humanos é geralmente autolimitante, mas pode voltar se não for curado o animal ou não for feita a higiene adequada do ambiente. Raiva - é uma doença provocada por vírus e acomete animais e seres humanos. Transmitida por cão, gato, rato, bovino, equino, suíno, macaco, morcego e animais silvestres, através da mordedura ou lambedura da mucosa ou pele lesionada por animais raivosos. Os animais silvestres são um reservatório primário para a raiva na maior parte do mundo, mas os tríplice). Se o indivíduo não tiver sido vacinado, deve-se usar soro antitetânico e antibióticos, prescritos pelo médico. Posteriormente será aplicada a vacina. Toxoplasmose - pode ser adquirida pela ingestão de água e/ ou alimentos contaminados com os oocistos esporulados, presentes nas fezes de gatos e outros felídeos, por carnes cruas ou mal passadas, principalmente e de porco de carneiro, que abriguem os cistos do protozoário Toxoplasma gondi. A toxoplasmose pode ser transmitida da mãe para o feto, mas não se transmite de uma pessoa para outra. animais domésticos de estimação são as principais fontes Tuberculose - é uma doença contagiosa causada pelo de transmissão para os seres humanos. Por isto animais micro-organismo Bacilo de Koch, cientificamente chamado domésticos devem ser vacinados anualmente contra a raiva. Mycobacterium tuberculosis, que ataca principalmente os Salmonelose - doença transmitida por animais exóticos como os répteis. Por isso, ao manipulá-los, lave sempre as mãos. pulmões e outras partes do corpo como rins, olhos e ossos. Ela é uma das doenças infecciosas que mais mata. A Tuberculose é transmitida através do ar, do espirro, da tosse e da fala. Sarna - é transmitida por meio do contato direto com o animal, Qualquer pessoa sadia pode ser infectada por outra portadora principalmente gatos, cães e coelhos. É causada por ácaros da doença. Para se prevenir da tuberculose recomenda-se de diversas espécies. Nas pessoas, a sarna se manifesta tomar a vacina da tuberculose (BCG) ainda na infância. Amigos por erupções vermelhas na pele, que coçam, e pioram com o ou familiares de pessoas diagnosticadas com a tuberculose calor. Nos animais, se manifestam por crostas espessas na devem evitar permanecer no mesmo local que o doente e que pele, queda dos pelos, e erupções avermelhadas. Para evitar a utilize continuamente a máscara respiratória e lenços de papel sarna, mantenha o local onde se criam os animais bem limpo descartáveis. e higienizado, sempre dê banhos, e quando perceber alguma lesão na pele do animal, procure um veterinário. Tétano - essa doença é produzida por uma bactéria, o bacilo do tétano (Clostridium tetani), e caracteriza-se por contrações e espasmos dos músculos do rosto, da nuca, da parede do abdome e dos membros. Esses espasmos são consequência da ação da toxina produzida pelo bacilo sobre o sistema nervoso. O bacilo do tétano pode ser encontrado sob a forma Expediente Fundação Faculdade de Medicina Coordenação: Marcos Galvez Marluce Camarinho Pesquisa e Redação: Damião Silva Silvani Arruda Edison de Almeida Diagramação: Projeto Graf