UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Paulo Henrique Shinomya Ravagnani Ricardo Sérgio Assef Jorge Filho Victor Alberto Bigotto Heradão LEAD TIME: um estudo de caso na ENGEPESA LINS – SP 2013 PAULO HENRIQUE SHINOMYA RAVAGNANI RICARDO SÉRGIO ASSEF JORGE FILHO VICTOR ALBERTO BIGOTTO HERADÃO LEAD TIME: um estudo de caso na ENGEPESA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração sob a orientação dos professores Me. Francisco César Vendrame e orientação técnica da Ma. Heloisa Helena Rovery da Silva. LINS – SP 2013 Ravagnani, Paulo Henrique Shinomya; Jorge Filho, Ricardo Sérgio Assef; Heradão, Victor Alberto Bigotto R193l LEAD TIME: um estudo de caso na Engepesa / Paulo Henrique Shinomya Ravagnani; Ricardo Sérgio Assef Jorge Filho; Victor Alberto Bigotto Heradão – – Lins, 2013. 62p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2013. Orientadores: Francisco César Vendrame; Heloisa Helena Rovery da Silva 1. Lead time. 2. Reparação Asfáltica. 3. Mensuração. I Título. CDU 658 PAULO HENRIQUE SHINOMYA RAVAGNANI RICARDO SÉRGIO ASSEF JORGE FILHO VICTOR ALBERTO BIGOTTO HERADÃO LEAD TIME: um estudo de caso na ENGEPESA Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovado em: ____/____/____ Banca Examinadora: Profº. Orientador Me. Francisco César Vendrame Titulação: Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP – SP. Assinatura:_________________________________ 1° Prof(a): Me. João Arthur Izzo Titulação: _______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:_________________________________ 2° Prof(a): Me. Everton Rodrigo Salvático Custódio Titulação: _______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:_________________________________ Dedico esse trabalho primeiramente à minha família: meus pais Wendy e Olavo, meus avós Mafalda e Paulo e minha tia Fernanda, que me proporcionaram a realização desse objetivo. A todos os professores, pelos ensinamentos transmitidos durantes esses quatro anos e que me acompanharão pelo resto da vida. Aos meus amigos de sala e de festa, que me acompanharam e me divertiram nessa caminha, pela amizade nesses anos. Paulo Henrique Shinomya Ravagnani Dedico primeiramente à minha família, meu pai Ricardo, minha mãe Márcia, minha irmã Giovana, minha avó, meus tios, tias e primos, pela compreensão, paciência e apoio durantes esses anos todos. Aos meus queridos professores, que me guiaram nesses quatro anos de curso, pela dedicação e empenho na arte de ensinar. Aos meus amigos de sala e fora de sala, pelo companheirismo, fé e apoio. Ricardo Sergio Assef Jorge Filho Ao meu bom Deus, por me dar sabedoria, oportunidade de viver, paciência e fôlego de vida a cada amanhecer. A minha mãe, Vanda, pela força, incentivo a lutar pelos meus ideais, carinho e muito amor que me deu durante toda a minha vida pessoal e acadêmica. Aos meus familiares, por me ajudarem e me apoiarem. Agradeço aos meus amigos de sala, por todos os momentos que passamos juntos e pela amizade ao decorrer dos anos. Aos meus amigos e autores do projeto, Paulo e Ricardo, pela amizade, companheirismo, paciência e motivação durante esses anos de muita vitória e dedicação. A todos os professores do curso de Administração, que fizeram parte diretamente desta minha trajetória acadêmica, pelo empenho dedicado ao transmitir seus conhecimentos de uma forma em que instigue os alunos. Victor Alberto Bigotto Heradão AGRADECIMENTOS Agradecemos toda a atenção e dedicação do nosso ilustríssimo orientador Franscisco César Vendrame, que nos guiou na realização desse trabalho desde o começo, dando todo o suporte e estando sempre disposta a ajudar em tudo. Agradecemos à professora Heloísa Helena Rovery da Silva, pela contribuição, disposição e atenção, sempre nos auxiliando na realização desse importante trabalho. A empresa ENGEPESA e toda sua equipe que sempre nos recebeu com cordialidade e atenção, em especial, o sócio diretor José Proença Meireles que autorizou a realização desse trabalho. A todos que nos ajudaram, nosso muito obrigado! Paulo Henrique Shinomya Ravagnani Ricardo Sergio Assef Jorge Filho Victor Alberto Bigotto Heradão RESUMO O modelo econômico nacional, o qual prevalece a economia de mercado aberto, tem trazido grandes mudanças no cenário empresarial. A nova abordagem prega a formatação do preço pelo mercado, onde o lucro é obtido a partir da redução de custos e melhoria dos processos de produção, garantindo também a entrega no prazo exigido pelo cliente. Lead time é o período entre o cliente solicitar uma ordem e a entrega do produto final. Sendo o lead time uma medida de tempo, está relacionado à flexibilidade do sistema produtivo em responder a uma solicitação do cliente. Como o próprio nome sugestivo, o tempo é o diferencial na qualidade e entrega do serviço, o que pode representar melhor colocação no disputado ranking do mercado. É mister, para o sucesso do lead time, o estudo minucioso da obra em questão, união das equipes de trabalho, gerenciamento de setores, planejamento de prazos com feedback de tempo entre o pedido por sinal bem calculado (com índices de perdas) e a entrega, linha de produção, logística, segurança, facilidade dos materiais empregados, custo de projeto final, tempo de execução, intempéries, custos e benefício. A identificação dos tempos que compõem o lead time é um requisito para se conhecer o desempenho do sistema produtivo e identificar onde se podem incrementar novas técnicas para aumentar a produtividade. Com o objetivo de verificar a importância do Lead time na entrega de uma obra foi feita uma pesquisa de campo na ENGEPESA, uma empresa do ramo de construção civil, Foram considerados 3 processos de coletas de dados organizados em três fases: limpeza da área, pintura ligante e execução. Consolidando os dados obtidos dos tempos de lead times em relação às fases, identificou-se que, no conjunto da obra não cumpre-se o lead time previsto. Além disso, a análise verificou-se que o processo responsável pela maior parte da formação do lead time está na execução de capa asfáltica. Nos demais processos os tempos pesquisados são mais regulares. O fato da execução de capa asfáltica possuir o maior lead time entre os tempos pesquisados é decorrente ao controle tecnológico. Dessa forma, pôde-se concluir a partir daí, que para se reduzir o lead time em uma obra de reparação asfáltica há a necessidade de se revisar a forma como se está programando o controle tecnológico. Palavras-chave: Lead time. Reparação Asfáltica. Mensuração. ABSTRACT The national economic model, which prevails open market economy, has brought major changes in the business scenario. The new approach preaches formatting the price at the market, where profit is obtained from the reduction of costs and improvement of production processes, while also ensuring on-time delivery required by the client. Lead time is the time between the client request an order and delivery of the final product. Being the lead time a measure of time is related to the flexibility of the production system to respond to a client request. As its evocative name, the time is the difference in quality and service delivery, which can represent better placement in the competitive market ranking. It is necessary for the success of the lead time, the detailed study of the work in question, union work teams, management sectors, planning deadlines with feedback delay between the request for a sign and calculated (with loss rates) and delivery production line, logistics, security, ease of materials used, the cost of the final design, execution time, weather, cost and benefit. The identification of time composing the lead time is a requirement to meet the productive system performance and identify where we can improve new techniques to increase productivity. In order to verify the importance of the lead time in delivering a work was done field research in ENGEPESA, a branch company of construction, 3 cases were considered for the collection of data organized in three phases: cleaning the area, painting ligand and execution. Consolidating the data obtained from the times of lead times in relation to the phases, it was found that, in the overall work does not meet up the lead time provided. In addition, the analysis showed that the process responsible for most of the formation of lead time is in execution asphalt layer. In other cases the times surveyed are more regular. The fact of the execution of asphalt layer has the largest lead time between the studied time is due to the technological control. Thus, we conclude from that, that to reduce the lead time in a work of repairing asphalt there is a need to review how they are programming the technological control. Keywords: Lead time. Asphalt repair. Measurement. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Logo ENGEPESA .............................................................................. 17 Figura 2: Terraplanagem .................................................................................. 19 Figura 3: Início de pavimentação ...................................................................... 19 Figura 4: PCH construída pela ENGEPESA ..................................................... 20 Figura 5: Logo Transbrasiliana ......................................................................... 21 Figura 7: Logo ContourGlobal ........................................................................... 21 Figura 8: Logo HOCHTIEF do Brasil S.A .......................................................... 22 Figura 09: Logo CPFL RENOVÁVEIS S/A ........................................................ 22 Figura 10: Logo Maripav ................................................................................... 23 Figura 11: Logo Fortpav.................................................................................... 23 Figura 12: Logo Teletusa .................................................................................. 24 Figura 13: Logo Quebec ................................................................................... 24 Figura 14: Logo Bucagrans ............................................................................... 25 Figura 15: Logo Empo ...................................................................................... 25 Figura 16: Organograma ENGEPESA .............................................................. 26 Figura 17: Ciclo de compras ............................................................................. 30 Figura 18: Ciclo de entrega do pedido .............................................................. 32 Figura 19: A simplicidade do controle de produção .......................................... 37 Figura 20: Fatores diários que contribuíram para a improdutividade ................ 47 Figura 21: Cronograma ..................................................................................... 47 Figura 22: Acompanhamento da execução da obra ......................................... 48 LISTA DE ABREVIATURAS CQZD: Controle de qualidade zero defeitos CBUQ: Concreto betuminoso usinado a quente JIT: Just in Time MRP: Planejamento dos requerimentos de materiais PCH: Pequena central elétrica PBC: Period Batch Control TPS: Sistema Toyota de Produção TRF: Troca rápida de ferramentas UTE: Usina movida a biomassa SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................. 15 CAPÍTULO I - ENGEPESA .............................................................................. 17 1 ORIGEM ........................................................................................... 17 1.1 Missão .............................................................................................. 17 1.2 Visão ................................................................................................ 18 1.3 Valores ............................................................................................. 18 1.4 Serviços............................................................................................ 18 1.4.1 Terraplanagem ................................................................................. 18 1.4.2 Pavimentação ................................................................................... 19 1.4.3 Construção civil em pequenas centrais hidrelétricas ........................ 19 1.5 Clientes ............................................................................................ 20 1.5.1 Concessionárias Transbrasiliana e VIA RONDON ........................... 20 1.5.2 Prefeitura Municipal de Lins ............................................................. 21 1.5.3 ContourGlobal .................................................................................. 21 1.5.4 HOCHTIEF do Brasil S.A.................................................................. 21 1.5.5 CPFL RENOVÁVEIS S/A ................................................................. 22 1.6 Concorrentes .................................................................................... 22 1.6.1 Maripav - Pavimentação e Construção ............................................. 23 1.6.2 Fortpav Pavimentação Serviços Ltda ............................................... 23 1.6.3 Teletusa Telefonia e Construções Ltda ............................................ 23 1.6.4 Construtora Quebec Ltda ................................................................. 24 1.6.5 Bucagrans Construtora de Obras Ltda ............................................. 24 1.6.6 Empo - Saneamento e Construção Civil ........................................... 25 1.7 Organograma ................................................................................... 25 1.8 Responsabilidade social x ambiental ................................................ 27 1.8.1 Responsabilidade social ................................................................... 27 1.8.2 Responsabilidade ambiental............................................................. 27 1.9 Qualidade ......................................................................................... 27 CAPÍTULO II - LEAD TIME .............................................................................. 28 2 CONCEITUANDO LEAD TIME ........................................................ 28 2.1 Tipos de lead time ............................................................................ 30 2.1.1 Lead time de compra ........................................................................ 30 2.1.2 Lead time de produção ..................................................................... 30 2.1.2.1 Elementos identificados no fluxo de transformação de matéria-prima .......................................................................................................... 31 2.1.2.1.2 Processamento ................................................................................. 31 2.1.2.1.2 Inspeção ........................................................................................... 31 2.1.2.1.3 Transporte ........................................................................................ 31 2.1.2.1.4 Espera do processo.......................................................................... 32 2.1.2.1.5 Espera do lote .................................................................................. 32 2.1.3 Lead time de entrega ........................................................................ 32 2.2 Importância do lead time .................................................................. 33 2.3 Técnicas, ferramentas e sistemas que melhoram o lead time .......... 33 2.3.1 Sistema Toyota de Produção (TPS) ................................................. 33 2.3.2 Just in time (JIT) ............................................................................... 35 2.3.3 Kanban ............................................................................................. 36 2.3.4 Planejamento dos requerimentos de materiais (MRP) ..................... 37 2.3.5 Planejamento da capacidade ........................................................... 37 2.3.6 Periodic batch control (PBC) ............................................................ 39 2.4 Fatores críticos de sucesso .............................................................. 39 2.4.1 Logística ........................................................................................... 39 2.4.2 Planejamento.................................................................................... 41 2.4.3 Administração de materiais .............................................................. 41 2.4.4 Administração da produção .............................................................. 42 2.4.5 Fornecedores ................................................................................... 42 2.4.6 Reação rápida aos imprevistos ........................................................ 43 CAPÍTULO III - A PESQUISA .......................................................................... 44 3 INTRODUÇÃO ................................................................................. 44 3.1 Relato e discussão sobre lead time na Engepesa Lins .................... 45 3.1.1 Planejando e executando uma obra de reparação asfáltica ............. 45 3.1.1.1 Limpeza da área ............................................................................... 45 3.1.1.2 Pintura ligante................................................................................... 45 3.1.1.3 Execução de capa asfáltica .............................................................. 46 3.1.2 Cronograma executivo da reparação asfáltica na Unilins realizada pela ENGEPESA .............................................................................................. 46 3.1.3 Acompanhamento da execução da obra .......................................... 47 3.2 Parecer final ..................................................................................... 48 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 50 CONCLUSÃO ................................................................................................... 51 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 52 APÊNDICES ..................................................................................................... 56 15 INTRODUÇÃO O mercado, além de exigir mais qualidade, mais variedade e a um custo menor, vem exigindo também a entrega em um menor intervalo de tempo. Estas exigências são traduzidas num desafio, onde não é mais possível a empresa somar suas despesas, acrescentar uma margem de lucro e compor o preço de venda, bem como determinar quando entregar. A nova abordagem prega a formatação do preço pelo mercado, onde o lucro é obtido a partir da redução de custos e melhoria dos processos de produção, garantindo também a entrega no prazo exigido pelo cliente. Contudo, para se atingir estes objetivos é necessário inicialmente conhecer o desempenho atual do sistema produtivo das empresas, em particular como e onde se forma o lead time, para a partir daí diagnosticar e sugerir mudanças que melhorem a produtividade. A importância de se cumprir o lead time como planejado é que não só conseguirá fazer com que sua empresa fique melhor posicionada no mercado de trabalho como também fará com que seus lucros aumentem, como por exemplo, se é planejado a entrega de uma obra em 45 dias e aconteça problemas no tocante ao recebimento de materiais, na produção da obra, no transporte de material, na comunicação e até mesmo problemas naturais como chuva que façam com que o lead time dessa obra seja prolongado. Diante desses fatores, atrasa-se a entrega e perde-se dinheiro. A identificação dos tempos que compõem o lead time é um requisito para se conhecer o desempenho do sistema produtivo e identificar onde se pode incrementar novas técnicas para aumentar a produtividade. Com o objetivo de verificar a importância do lead time na entrega de uma obra foi realizada uma pesquisa de campo na ENGEPESA, uma empresa do ramo de construção civil, localizada na cidade de Lins/SP à Rua Diabase n° 934, Rebouças. Diante desta constatação, surgiu a questão de pesquisa trabalhada: Até que ponto o lead time influencia na lucratividade de uma obra de reparação asfáltica na ENGEPESA de Lins? Em resposta a tal questionamento surgiu a seguinte hipótese: 16 Quando é iniciada uma obra é planejado um tempo determinado para seu término e, relativamente, calculam-se custos para esse período. Caso prolongue essa data, se há perdas com materiais, máquinas, produtividade e diversos outros problemas que podem surgir causando prejuízo ou queda nos lucros, não compensando tal serviço e o desgaste no tempo empenhado. Para realização da pesquisa, utilizou-se dos métodos de observação sistemática, estudo de caso e histórico melhores descritos no capítulo III deste trabalho. O capítulo II enfatiza os fundamentos teóricos sobre lead time: definição, importância, fatores críticos de sucesso e ferramentas que melhoram o lead time. O Capítulo III demonstra a pesquisa de campo realizada na empresa em estudo. Por fim, vêm a proposta de intervenção e a conclusão. 17 CAPÍTULO I ENGEPESA 1 ORIGEM Fundada no dia 22 de abril de 2004, pelos seus 3 (três) sócios, profissionais com mais de 30 anos de experiência em obras de infraestrutura, edificações e construções leve e pesada, a ENGEPESA destaca-se nos segmentos de terraplenagem, construção, conservação e restauração de rodovias, pavimentação urbana, escavação de rocha subaquática, implantação de usinas hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas (PCH`s), prestação de serviços de gerenciamento e apoio técnico de grandes obras. Estabelecida em Lins / SP, a ENGEPESA é tradicional empresa no ramo da construção civil, participando de forma positiva da execução de grandes obras em todo o Brasil, e também no exterior, com qualidade e competência. A ENGEPESA desenvolve seus trabalhos dentro das normas vigentes de qualidade, tecnologia, segurança e conservação do equilíbrio ambiental, e acumula expressivo acervo técnico com volumes de serviços executados para diversos órgãos públicos e empresas privadas. Figura 1: Logo ENGEPESA Fonte: ENGEPESA, 2013 1.1 Missão Ser uma empresa de engenharia, percebida pelo mercado e por seus colaboradores como competente e confiável, exercendo suas atividades de forma honrada e sustentável. 18 1.2 Visão Satisfação do cliente. 1.3 Valores O principal objetivo da empresa é com o cliente, que merece o máximo de esforços recebendo sempre excelência na entrega dos serviços. O compromisso da ENGEPESA é assegurar que a empresa seja competitiva, mantendo-a tecnologicamente avançada, atuando de forma ágil e dinâmica, demonstrando eficácia dentro dos princípios de ética e confiabilidade. Consciente dos compromissos para com a Comunidade e o meio-ambiente na prestação de serviços, cabe a empresa manter as boas relações com estes envolvidos, interagindo estreitamente com eles, visando contribuir para o bem estar comum de todos e a preservação do meio-ambiente. 1.4 Serviços A ENGEPESA executa serviços de construção civil, terraplanagem e pavimentação de ruas e avenidas em municípios, pátios industriais, rodovias e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH). 1.4.1 Terraplanagem A empresa realiza a preparação do solo para receber a infraestrutura necessária, também analisa e minimiza o impacto ao meio ambiente local. 19 Figura 2: Terraplanagem Fonte: ENGEPESA, 2012 1.4.2 Pavimentação A empresa realiza desde a base e o preparo até a aplicação do asfalto no local. Figura 3: Início de pavimentação Fonte: ENGEPESA, 2012 1.4.3 Construção civil em pequenas centrais hidrelétricas PHC é uma usina de pequeno porte com capacidade instalada maior do que 1 MW e no máximo 30 MW. Outro limite da PCH é o tamanho de seu reservatório, que para ser classificada desta forma, não pode ultrapassar os 3 km². 20 Figura 4: PCH construída pela ENGEPESA Fonte: ENGEPESA, 2012 1.5 Clientes Os principais clientes da empresa são: Concessionárias Transbrasiliana e VIA RONDON, Prefeitura Municipal de Lins, ContourGlobal, HOCHTIEF do Brasil S.A e CPFL RENOVÁVEIS S/A. 1.5.1 Concessionárias Transbrasiliana e VIA RONDON A Transbrasiliana Concessionária de Rodovia é uma empresa do grupo BRVias, responsável pela administração da concessão do trecho paulista da BR-153, no total de 321,6 km que se estende da divisa São Paulo - Minas Gerais à divisa São Paulo-Paraná. Sua sede está instalada em Lins. Esse trecho faz parte do Programa de Concessões Rodoviárias do Governo Federal. As suas atividades são regulamentadas e fiscalizadas pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Já a VIA RONDON é uma empresa do grupo BRVias, responsável pelo trecho da rodovia Marechal Rondon que liga as cidades de Bauru à Castilho – SP. 21 Figura 5: Logo Transbrasiliana Fonte: Transbrasiliana, 2013 1.5.2 Prefeitura Municipal de Lins Presta vários serviços para a Prefeitura Municipal de Lins, tanto de terraplenagem como de pavimentação asfáltica. Figura 6: Logo Prefeitura Municipal de Lins Fonte: Prefeitura Municipal de Lins, 2013 1.5.3 ContourGlobal A ContourGlobal desenvolve, adquire e opera recursos de energia elétrica e aquecimento urbano em todo o mundo, muitas vezes em mercados muito carentes e negligenciados. Consegue-se aproveitar rapidamente as oportunidades de nicho, com uma ampla experiência na gama completa de tecnologias tradicionais e alternativas para a geração de eletricidade. Figura 7: Logo ContourGlobal Fonte: ContourGlobal, 2013 1.5.4 HOCHTIEF do Brasil S.A A HOCHTIEF do Brasil, presente há mais de 45 anos no país, oferece serviços integrados que abrange todo o ciclo de vida dos empreendimentos. O 22 portfólio da empresa contempla serviços de engenharia e construção para os mercados de edificação industrial e infraestrutura. Figura 8: Logo HOCHTIEF do Brasil S.A Fonte: HOCHTIEF, 2103 1.5.5 CPFL RENOVÁVEIS S/A A CPFL Renováveis explora oportunidades no mercado brasileiro de geração de energia elétrica a partir de fontes alternativas, por meio do desenvolvimento, construção e operação de um portfólio de usinas de pequeno (até 30 MW) e médio (até 200 MW) porte, tais como: pequenas centrais hidroelétricas (PCHs), usinas eólicas e usinas movidas a biomassa (UTE). Figura 09: Logo CPFL RENOVÁVEIS S/A Fonte: CPFL RENOVÁVEIS, 2013 1.6 Concorrentes Os principais concorrentes da empresa são: Maripav - Pavimentação e Construção, Fortpav Pavimentação Serviços Ltda , Teletusa Telefonia e 23 Construções Ltda, Construtora Quebec Ltda, Bucagrans Construtora de Obras Ltda e Empo - Saneamento e Construção Civil. 1.6.1 Maripav - Pavimentação e Construção Fundada em Marília - SP, no ano de 1999, a Maripav é uma empresa de pavimentação e construção. Com uma grande estrutura física, equipamentos de última geração e profissionais capacitados. Figura 10: Logo Maripav Fonte: Maripav, 2013 1.6.2 Fortpav Pavimentação Serviços Ltda Empresa atuante no ramo de pavimentação situada em Bauru - SP. Figura 11: Logo Fortpav Fonte: Fortpav, 2013 1.6.3 Teletusa Telefonia e Construções Ltda Fundada em 14 de Agosto de 1985 na cidade de Penápolis interior de São Paulo, a TELETUSA TELEFONIA E CONSTRUÇÕES é uma empresa que atua na área de engenharia desenvolvendo diversas obras há mais de duas décadas. Com uma equipe de colaboradores composta por engenheiros, técnicos e profissionais treinados e qualificados, dispõe de equipamentos e veículos próprios para execução dos serviços. 24 Figura 12: Logo Teletusa Fonte: Teletusa, 2013 1.6.4 Construtora Quebec Ltda A QUEBEC, com sede em Belo Horizonte/MG, iniciou suas atividades no ano de 1990 e, com o passar do tempo, vem se ajustando à realidade do mercado, buscando novas oportunidades de crescimento e diversificação de suas atividades, cumprindo com os seus clientes todos os compromissos assumidos. Figura 13: Logo Quebec Fonte: Quebec, 2013 1.6.5 Bucagrans Construtora de Obras Ltda A Bucagrans foi fundada em 05 de agosto de 1992, pelos sócios Pedro Haroldo Lorena e Maria Olinda Roque, com a denominação de Bucagrans Acabamentos da Construção Civil. Em 1996, o engenheiro civil José Luiz David Souto integrou-se à empresa e esta passou a ser denominada Bucagrans Construtora de Obras Ltda., concentrando suas atividades na Indústria da Construção Civil. Em 2001, o controle da empresa ficou sob orientação dos Srs. Pedro Haroldo e José Luiz. Atualmente, a Bucagrans conta com um corpo de funcionários que a possibilita executarem qualquer obra, dentro do ramo da 25 engenharia, propiciando a seus clientes total satisfação no tocante ao trinômio prazo-preço-qualidade. A sede da Bucagrans está na Rua Theodoro De Bona, nº 401, na Cidade Industrial de Curitiba, Estado do Paraná. Figura 14: Logo Bucagrans Fonte: Bucagrans, 2013 1.6.6 Empo - Saneamento e Construção Civil Fundada em 1974, A EMPO – Empresa Curitibana de Saneamento e Construção Civil dedica-se atualmente ao fornecimento de serviços nas áreas de Construção Civil e Obras de Engenharia. Dentro das atividades em que atua, destacam-se como principais a "Terraplanagem e a Pavimentação", usando harmoniosamente a arte e a Técnica da Engenharia em seus planos e trabalhos. Figura 15: Logo Empo Fonte: Empo, 2013 1.7 Organograma A Estrutura Organizacional da empresa tem a seguinte formação: 26 Figura 16: Organograma ENGEPESA ENGEPESA Diretoria administrativa Diretoria executiva Diretoria comercial Coordenador de obras Coordenador de obras Encarregado de setor Colaboradores Fonte: Elaborado pelos autores, 2013 a) diretoria administrativa: responsável pelas áreas: recursos humanos, financeiro, contas a pagar, contabilidade, medicina e segurança do trabalho; b) diretoria executiva: responsável pelas áreas: captação de obras, captação de novos negócios, execução das obras, compra e venda de equipamentos, manutenção dos equipamentos e controle de patrimônio; c) diretoria comercial: responsável pelas áreas: captação de obras, captação de novos negócios, orçamento de propostas, execução de obras, controle de custos das obras, controle de qualidade e topografia; d) coordenador de obras: responsável pelas obras: o coordenador é o profissional responsável pela implantação da obra, acompanhamento da sua execução, controle de custo, controle de custo e controle administrativo/financeiro. Tem abaixo dele os gerentes gerais de obras. Ele pode cuidar de uma ou mais obras; e) gerente geral de obra: responsável pela obra: é um engenheiro que fica normalmente em tempo integral na obra e é responsável pela escolha dos colaboradores que irão executar a mesma. Ele é 27 responsável pelas áreas: administrativa, financeira, medicina e segurança do trabalho, projeto e planejamento, qualidade, topografia, medição e produção; f) encarregado de setor: responsável pelos setores: administrativo, financeiro, projeto e planejamento, qualidade, topografia, medição, terraplanagem, concreto e manutenção; g) colaboradores: são os colaboradores específicos de cada área: administrativos, técnicos e operadores de equipamentos. 1.8 Responsabilidade social x ambiental 1.8.1 Responsabilidade social A empresa tem uma preocupação constante em valorizar os seus colaboradores, promovendo-os profissionalmente através de cursos, palestras, orientações e dando um suporte médico e social. 1.8.2 Responsabilidade ambiental A empresa está sempre atenta para mitigar as ações de degradação ao meio ambiente, recuperando áreas, promovendo orientações aos seus colaboradores e respeitando as normas vigentes. 1.9 Qualidade Prestar serviços de engenharia civil, atendendo às expectativas dos clientes e buscando a melhoria contínua. 28 CAPÍTULO II LEAD TIME 2 CONCEITUANDO LEAD TIME Lead time é o período entre o cliente solicitar uma ordem e a entrega do produto final. Uma pequena ordem de um item pré-existente pode ter apenas algumas horas de lead time, mas uma ordem maior de peças feitas sob encomenda podem ter um lead time de semanas, meses ou até mais. Tudo depende de uma série de fatores. O lead time pode mudar de acordo com temporadas, feriados ou a demanda do produto. Lead time ou tempo de throughput é o tempo necessário para que um produto evolua da concepção ao lançamento, do pedido à entrega ou da matéria-prima ao cliente e inclui o tempo de processamento e o tempo de fila. Para Simchi-Levi, Kaminsky e Simchi-Levi (2003), o lead time total é composto pelo tempo dedicado ao processamento de pedidos, à busca de fornecimento e manufatura dos itens e ao transporte dos itens entre os diversos estágios da cadeia de suprimentos. Para estes autores, o lead time pode ser decomposto em diferentes partes: desde a aquisição de materiais até a entrega do produto final. De acordo com Ballou (2001), o lead time ou tempo de ciclo de pedido pode ser definido como o lapso de tempo entre a colocação do pedido do cliente, o pedido de compra ou a requisição de um serviço que é colocado e o momento em que o produto é recebido pelo cliente. O ciclo do pedido contém todos os eventos relacionados ao tempo que perfazem o tempo total exigido para um cliente receber um pedido. Os componentes que integram um ciclo de pedido típico são: o tempo de emissão do pedido, o tempo de preparação do pedido, a disponibilidade de estoque, o tempo de produção e o tempo de entrega ao cliente. É mister, para o sucesso do lead time, o estudo minucioso da obra em questão, união das equipes de trabalho, gerenciamento de setores, planejamento de prazos com feedback de tempo entre o pedido por sinal bem calculado (com índices de perdas) e a entrega, linha de produção, logística, 29 segurança, facilidade dos materiais empregados, custo de projeto final, tempo de execução, intempéries, custos e benefício. Sendo o lead time uma medida de tempo, está relacionado à flexibilidade do sistema produtivo em responder a uma solicitação do cliente, ou seja, quanto menor o tempo de conversão de matérias-primas em produtos acabados, menores serão os custos do sistema produtivo no atendimento das necessidades dos clientes. Como o próprio nome sugestivo, o tempo é o diferencial na qualidade e entrega do serviço o que pode representar melhor colocação no disputado ranking do mercado. Em mercado de riscos e de grandes investimentos, o excesso de estoque é um dos vilões do lead time, por não se tratar de produtos com variação cambial, correm riscos de oscilação de custos da matéria prima. Segundo Tubino (1999), nos sistemas convencionais, como a velocidade de resposta aos pedidos dos clientes é baixa, o sincronismo entre lead times e prazos de entregas é obtido através da formação prévia de estoques, tanto de produtos acabados como de componentes e matérias primas, que fica a cargo do MRP. Essa solução tem-se mostrado inadequada devido a uma série de razões, entre as quais se pode destacar que: os estoques não agregam valor aos produtos, constituindo-se em uma das principais perdas nos sistemas produtivos; encobertam problemas de qualidade, retardando a identificação e correção dos mesmos; impedem a comunicação imediata na cadeia fornecedor-cliente, dificultando para os fornecedores, internos ou externos, o entendimento de quais são as reais necessidades dos clientes e são formados com base em previsões de demanda, que possa não se confirmar. Na busca da excelência, produtividade e competitividade, o lead time ocupa hoje o lugar de destaque na vida das empresas e holding’s, aprimorado na técnica do Just in Time. Moura (2006), alerta para o fato de apenas uma parte do tempo corresponder ao trabalho real e o restante ser ocupado em atividades não produtivas, consumidoras de tempo, concluindo que a identificação e eliminação dos tempos mortos representa uma das principais áreas de oportunidade na gestão da cadeia de abastecimento. 30 2.1 Tipos de lead time 2.1.1 Lead time de compra É o tempo entre a identificação da necessidade até o recebimento do material. Na área de compras, as pessoas envolvidas nos processos devem saber claramente qual é o lead time, o intervalo de tempo para comprar os materiais necessários para a sua produção, desde a emissão do pedido até realmente o material estar a sua disposição para uso. Pode-se acompanhar na figura 17 abaixo um ciclo comum no departamento de compras de qualquer empresa. Figura 17: Ciclo de compras Fonte: Gestão de compras, 2013 2.1.2 Lead time de produção O lead time sob a perspectiva do sistema produtivo é considerado como uma medida de tempo de conversão de matérias-primas em produtos acabados. Por isso, está fortemente relacionado à flexibilidade do sistema produtivo em responder a um pedido do cliente. Dessa forma, quanto menor o 31 tempo de conversão de matérias-primas em produtos acabados, menor será o tempo do sistema produtivo no atendimento das necessidades dos clientes. 2.1.2.1 Elementos identificados no fluxo de transformação de matéria-prima Shingo (1996), lista como sendo cinco os elementos distintos de processo que podem ser identificados no fluxo de transformação de matériasprimas em produtos acabados: processamento, inspeção, transporte, espera do processo e espera do lote. 2.1.2.1.2 Processamento O processamento é uma mudança física no material ou na sua qualidade (montagem ou desmontagem). É a única atividade que agrega valor ao produto. 2.1.2.1.2 Inspeção A inspeção é a comparação com um padrão estabelecido. Há dois tipos de inspeção: a inspeção por julgamento e a inspeção informativa. A inspeção por julgamento não pode impedir a ocorrência de defeitos durante o processamento, pois apenas identifica os defeitos da inspeção final, ou seja, apenas distingue produtos defeituoso de não-defeituosos. Já a inspeção informativa é mais eficiente para reduzir a taxa de defeitos, uma vez que o processamento deve ser informado sempre que um defeito é encontrado, de forma que medidas sejam tomadas para corrigir o método ou a condição de processamento. 2.1.2.1.3 Transporte No tocante ao transporte ou a movimentação de materiais, é um custo que não agrega valor ao produto. No sistema tradicional de produção o foco é a melhoria apenas no trabalho de transporte, sendo que melhorias reais eliminam a função de transporte tanto quanto possível. Dessa forma, a meta do sistema 32 JIT consiste em aumentar a eficiência da produção, o que é conseguida com o aprimoramento do layout dos processos. 2.1.2.1.4 Espera do processo A espera é o período de tempo durante o qual não ocorre nenhum processamento, inspeção ou transporte. Hà dois tipos de espera: espera do processo – onde um lote inteiro permanece esperando enquanto o lote precedente é processado, inspecionado ou transportado. 2.1.2.1.5 Espera do lote A peça é processada e as outras esperam. Este fenômeno também ocorre na inspeção e no transporte. Estes dois tipos de esperas estão relacionados com a estocagem, sendo a estocagem entre processos (esperas do processo) e estocagem relacionada ao tamanho do lote (esperas dos lotes). 2.1.3 Lead time de entrega É o intervalo de tempo necessário desde o momento que o cliente adquiriu a mercadoria até realmente ele tê-las em suas mãos. Este lead time sofre variações de diversos fatores, tais como: tipo de produto, estoque, demanda, produção e logística. A figura 18 a seguir exemplifica um ciclo simples de lead time de entrega. Figura 18: Ciclo de entrega do pedido Fonte: Elaborado pelos autores, 2013 33 2.2 Importância do lead time As empresas que reduzem o lead time e controlam ou eliminam variâncias inesperadas na produção, têm mais flexibilidade para satisfazer às necessidades dos clientes e ao mesmo tempo conseguem reduzir os custos. (BOWERSOX; CLOSS; COOPER 2007). O lead time ou tempo de aprovisionamento, mostra-se como um ponto fundamental no estudo e na preparação de ambientes produtivos. A importância de se cumprir o lead time como planejado é que não só conseguirá fazer com que a empresa fique melhor posicionada no mercado de trabalho como também fará com que seus lucros aumentem, como por exemplo, se é planejada a entrega de uma obra em 45 dias e acontece problemas no recebimento de materiais, na produção da obra, transporte de material, comunicação e até mesmo problemas naturais como chuva que façam com que o lead time dessa obra seja prolongado e consequentemente atrasando a conclusão da obra. Conforme Tersine e Hummingbird (1995 apud Lima et al., 2012), para controlar o lead time, o primeiro passo é a análise da situação atual. O fluxo de material e informação deve ser identificado e o lead time separado em vários elementos e componentes. A administração do tempo é espelhada na gestão da qualidade, custo, inovação e produtividade. Geralmente, perde-se tempo por causa da execução sequencial de atividades independentes, pela falta de sincronização de atividades dependentes, pela produção de itens que são rejeitados ou retrabalhados ou pelo fluxo ineficiente de trabalho. As propostas de melhorias para a redução do lead time são baseadas nos princípios e técnicas a serem discutidas. 2.3 Técnicas, ferramentas e sistemas que melhoram o lead time 2.3.1 Sistema Toyota de Produção (TPS) O Sistema Toyota de Produção (TPS) ou Produção Enxuta é um sistema de produção que se originou na Toyota Motors, idealizado pelo fundador da 34 Toyota Motors, Sakichi Toyoda, seu filho Kiichiro Toyoda e o engenheiro chefe Taiichi Ohno. Segundo Ghinato (2000 p. 15), “a essência do Sistema Toyota de Produção é a perseguição e eliminação de toda e qualquer perda”. A eliminação das perdas nesse sistema se faz por uma análise detalhada dos processos pela qual passa o material, desde o estágio de matéria-prima até ser transformado em produto acabado, focando ainda na identificação dos processos que não agregam valor ao produto. Assim, no TPS a equação convencional CUSTO+LUCRO=PREÇO deve ser substituída pela equação PREÇO–CUSTO=LUCRO, como o preço passa a ser determinado pelo mercado, a forma de aumentar ou manter o lucro é reduzindo os custos, ou seja, eliminando perdas. Ohno (1997) propôs que as perdas do sistema produtivo fossem classificadas em seis desperdícios que o sistema visa eliminar: a) superprodução: a maior fonte de desperdício; b) tempo de espera: refere-se a materiais que aguardam em filas para serem processados; c) transportes: nunca geram valor agregado no produto; d) processamento: algumas operações de um processo poderiam nem existir; e) estoque: sua redução ocorrerá através de sua causa raiz; f) defeitos: produzir produtos defeituosos significa desperdiçar materiais, mão-de-obra, movimentação de materiais defeituosos e outros. Entre as técnicas e conceitos gerados do TPS, usados para atingir o objetivo de eliminação de perdas pode-se destacar: a) o método da troca rápida de ferramentas (TRF): um pré-requisito básico do TPS e do Just-in-Time, proposto e formalizado por Shingo; b) o conceito de garantia da qualidade dos produtos embasado no conceito do controle de qualidade zero defeitos (CQZD); c) sistema Poka-Yoke: desenvolvido também por Shingo; d) método Kanban desenvolvido por Ohno, através de uma relação com o supermercado americano. 35 2.3.2 Just in time (JIT) Para Lustosa (2008), a filosofia do JIT proporciona flexibilidade nos processos que permite responder as variações e mudanças rápidas no comportamento do mercado e pode produzir tanto resultados imediatos quanto de longo prazo, oferecendo à gerência enfoque moderno para pensar, recuperar e concentrar esforços nos fundamentos da empresa. Tal sistema apresenta soluções simples para a melhoria dos tempos de lead time, buscando reduzir cada um dos tempos empregados no processo produtivo. Ou seja, o método do JIT é produzir só o que é pedido para não se ter produtos parados e não gerar sistemas de empurra deixando assim a empresa comprometida. Dentro da empresa, o fluxo deve ser olhado de baixo para cima, produzindo com a intenção de atender às vendas. Segundo Lustosa (2008, p.155), “a ideia é agir como um supermercado: se dez pacotes de farinha são vendidos, devem ser repostos na prateleira mais dez pacotes”. Através da observação da maneira que os supermercados controlavam seus estoques surgiu a Técnica Kanban, que foi engenhado para ser utilizado dentro da filosofia JIT procurando movimentar e fornecer os itens dentro da produção apenas nas quantidades necessárias e no momento necessário e tem como objetivo tornar simples e rápida as atividades de programação, controle e acompanhamento de sistemas de produção em lote. (TUBINO, 1999). O sistema JIT tem como um de seus objetivos a redução contínua do lead time produtiva para atender às solicitações dos clientes com prazos de entregas cada vez menores sem a formação exagerada de estoques. Uma das metas do sistema JIT é o de buscar, dentro do princípio da melhoria contínua, a meta de lead time zero, ou seja, entrega imediata sem formação de estoques. Sabe-se que esta situação é impossível. Assim, a produção e a entrega imediata de qualquer produto, sem a utilização de estoques, não ocorre e por isso, sempre existirá um prazo de entrega para as solicitações dos clientes. O sistema JIT utiliza a lógica do sistema puxado de produção e procura reagir à 36 demanda apenas quando esta é efetivada, evitando assim, a formação de estoques desnecessários. De acordo com Corrêa e Corrêa (2004), o sistema JIT tem como objetivos operacionais fundamentais a qualidade e a flexibilidade. Faz isso colocando duas metas de gestão acima de qualquer outra: a melhoria contínua e o ataque incessante aos desperdícios. Para Slack, Chambers e Johnston (2002), o JIT é uma filosofia, um conjunto de técnicas e um método de planejamento e controle. No que se refere ao JIT como método de planejamento e controle, Tubino (1999) afirma que essa lógica de planejamento e controle da produção (PCP) só funciona com lead times curtos. 2.3.3 Kanban Kanban é um termo de origem japonesa e significa literalmente cartão ou sinalização. É um conceito relacionado com a utilização de cartões (post-it e outros) para indicar o andamento dos fluxos de produção em empresas de fabricação em série. Nesses cartões são colocadas indicações sobre uma determinada tarefa, por exemplo, para executar, em andamento ou finalizado. A utilização de um sistema Kanban permite um controle detalhado de produção com informações sobre quando, quanto e o que produzir. O método Kanban foi inicialmente aplicado em empresas japonesas de fabricação em série e está estreitamente ligado ao conceito de Just-in-Time. Como já dito anteriormente, a empresa japonesa de automóveis Toyota foi a responsável pela introdução desse método devido a necessidade de manter um eficaz funcionamento do sistema de produção em série. Há também o Kanban eletrônico (e-Kanban), que é utilizado em substituição ao método físico evitando alguns problemas como a perda de cartões e proporcionando mais rapidez na atualização do quadro de tarefas. A figura 19 a seguir ilustra um exemplo de quadro Kanban. 37 Figura 19: A simplicidade do controle de produção Fonte: kanban, 2013 2.3.4 Planejamento dos requerimentos de materiais (MRP) De acordo com Lustosa (2008), a falta de materiais e insumos de produção, quando necessário, gera problemas de não atendimento da demanda. Por outro lado, um estoque elevado, aumenta os custos de manutenção de estoque. O MRP é um instrumento que foca na programação das necessidades de materiais a partir da demanda original. A demanda influencia diretamente no processo de MRP, sua instabilidade pode causar ruptura ou falência do processo. Ele funciona como uma margem de segurança que busca reduzir as incertezas e imprecisões no tempo de execução das operações de produção. Como planeja as necessidades exatas de cada item, melhora o atendimento aos consumidores, minimiza o material em processamento e aumenta a eficiência, conseguindo uma melhor gestão de estoques, menores custos operacionais e maiores margens de lucro (RUSSOMANO, 2000, p.201). 2.3.5 Planejamento da capacidade No contexto geral do lead time, um dos itens de maior importância para o sucesso do projeto e, consequentemente da obra, é o planejamento da 38 capacidade, sem o qual o objetivo final fica comprometido, principalmente no fator tempo e produção. Segundo Machuca et al. (1994), capacidade é a quantidade máxima de produtos ou serviços que podem ser obtidos por uma determinada unidade produtiva durante um certo período de tempo. Estudos minuciosos deverão ser feitos pela administração gestora do projeto em relação ao planejamento de capacidade de produção das unidades pelo período de tempo em relação ao máximo da carga de trabalho. Para Palomino (2004), o planejamento da capacidade dos projetos é determinado pela administração após decidir que produtos ou serviços devem ser oferecidos e como devem ser feitos. Para muitas empresas, a medição da capacidade pode ser feita de forma direta, como sendo o número máximo de unidades que podem ser produzidas em um determinado período de tempo. Outras empresas, por sua vez, usam o tempo de trabalho total disponível como medida da capacidade total. Em relação ao planejamento, o grande referencial é o ponto de equilíbrio entre capacidade e produção. Isso posto tanto a falta, como o excesso são sinônimos de perdas e prejuízos. De acordo com Palomino (2004), alguns fatores podem afetar a capacidade disponível, como por exemplo: a) se as especificações do produto mudam, o conteúdo de trabalho mudará, afetando assim, o número de unidades que podem ser produzidas; b) todo produto tem seu próprio conteúdo de trabalho medido pelo tempo levado para produzi-lo, se o composto de produtos que estão sendo produzidos muda, o conteúdo total de trabalho para o composto mudará; c) se há uma alteração no método (por exemplo, passa-se a usar máquinas mais rápidas), o resultado vai mudar da mesma forma, se mais máquinas forem introduzidas no centro de trabalho, a capacidade será alterada; d) se a força de trabalho muda de ritmo, talvez produzindo mais em determinado período, a capacidade também será alterada. Então o ajuste e análise da capacidade dependem do centro de trabalho em 39 que o processo será realizado. 2.3.6 Periodic batch control (PBC) O PBC é um sistema de coordenação de ordens de fluxo programado, que transforma as necessidades do planejamento mestre da produção em necessidade de componentes. Essa transformação é realizada por um departamento de planejamento e controle da produção centralizado, caracterizando assim, um sistema de produção empurrada. (FERNANDES; GODINHO FILHO, 2007). De acordo com Burbidge (1975 apud SEVERINO et al., 2010), trabalhar com ciclos curtos torna o sistema PBC (Periodic Batch Control) mais flexível e capaz de seguir rapidamente as alterações na demanda com menor nível de estoque em processo. Por meio do seu funcionamento, pode-se perceber que a utilização do sistema PBC requer algumas condições, as quais são citadas por Burbidge (1994 apud SEVERINO et al., 2010): a) o tempo de processamento de todos os produtos deve ser menor que um período (portanto, itens com altos tempos de processamento que não conseguem ser reduzidos não conseguem ser controlados pelo PBC); b) o tempo de set up deve ser reduzido principalmente quando se deseja trabalhar com períodos mais curtos (e com isso reduzir o lead time); c) os lead times de compra devem ser menores que um período (altos lead times de suprimentos inviabilizam o uso do PBC para controlar estes itens). 2.4 Fatores críticos de sucesso 2.4.1 Logística De acordo com Kotler e Keller (2006), a logística de mercado envolve o planejamento, a implementação e o controle dos fluxos físicos de materiais e 40 de produtos finais entre os pontos de origem e os pontos de uso, com o objetivo de atender às dos clientes e de lucrar com esse atendimento. Essa área da Administração de Materiais é essencial para as organizações tornando-se indispensáveis para o seu desempenho e sucesso. Sua função principal é atender às necessidades do mercado de forma ágil, e de qualidade ao mesmo tempo a um baixo custo, ou seja, “providenciar bens ou serviços adequados no momento certo, no local exato, nas condições estabelecidas”. (POZO, 2007). Através da logística, a empresa pode alcançar uma posição acima à dos concorrentes em relação a conquistar a preferência do cliente, ou seja, a logística bem desenvolvida pode ser uma vantagem competitiva para a organização. (POZO, 2007). Para a obtenção de melhores resultados e sucesso em seus procedimentos, é necessária que desenvolva de forma integrada e organizada à logística, a distribuição, transporte e armazenagem buscando alcançar os objetivos da empresa e simultaneamente atender eficientemente, em questões de tempo e lugar, às expectativas do mercado e aos desejos dos consumidores. Sempre atento às atualizações tecnológicas e lançando mão de todos os recursos oferecidos por estes avanços proporcionando um alto grau de qualidade nos produtos e serviços. (MARTINS; ALT, 2006). A abordagem do estudo da logística integra uma gama de funções na sua cadeia de suprimentos. O desenvolvimento de objetivos e a formulação de estratégias devem contemplar essas atividades. A logística como ramo da administração contempla ainda as funções gerencias, tais como: planejamento, organização e controle. (BALLOU, 2006). Segundo Christopher (1997), existe três pontos-chave para a melhoria deste processo: a) encurtar o fluxo logístico: dada a flexibilidade como palavra de ordem, as principais questões apontadas neste tópico são os tempos de produtos em trânsito e manutenção de estoques; b) melhorar a visibilidade do fluxo logístico: uma operação sem acompanhamento e gerenciamento resultará numa falta de visibilidade do processo logístico. Devem-se construir estruturas 41 voltadas para o mercado, que permitam visualizar em tempo real cada estágio produzido pela empresa; c) gerenciar a logística como um sistema: encarar a complexidade através de um processo de gerenciamento que reconheça as interligações da cadeia de eventos que conectam a empresa ao destinatário. 2.4.2 Planejamento De acordo com Pozo (2007), o planejamento refere-se a primariamente às quantidades agregadas que devem ser produzidas bem como quando onde e por quem devem ser fabricadas. Correspondem às ações que serão desenvolvidas pela organização, para a programação da produção e eventos que deverão ser percorridos para esse feito. 2.4.3 Administração de materiais Trata-se da forma como são movimentados os materiais nos locais de recebimento, armazenamento e despacho. Consiste no transporte à curta distância que ocorre no interior ou próximo a uma empresa ou em um centro de distribuição, armazenagem ou fábrica. (POZO, 2007). O procedimento baseia-se em carregar ou descarregar cargas de caminhões, contêineres, caixas e quaisquer outros sistemas de proteção do produto ou entrega ao cliente. De acordo com Pozo (2007), o manuseio de materiais é pautado em cinco objetivos: otimizar a utilização cúbica do armazém; otimizar a eficiência operacional dos armazéns; reduzir os custos de movimentação; otimizar a carga de cada transporte; e melhorar o atendimento ao mercado. De acordo com Ballou (2006), a eficiência do manuseio de materiais pode ser melhorada seguindo os seguintes aspectos: a unitilização de cargas e o layout do espaço, a escolha do equipamento de estocagem e do equipamento de manutenção. 42 2.4.4 Administração da produção A produção é a atividade de transformação (processo) de matéria-prima em utilidades necessárias ao consumidor. Assim, produção é a transformação de insumos em produtos ou serviços; é um conjunto de atividades que proporcionam a conversão de um bem tangível em outro que tenha uma utilidade maior ou mais específica. Por outro lado, tem o significado de utilizar os recursos e competências para oferecer serviços de elevada qualidade. (CHIAVENATO, 2005). Na estrutura operacional de uma organização fazem parte juntamente com a função produção, a função de marketing e a função de finanças. A função de marketing está encarregada de vender e promover os bens e serviços produzidos por uma empresa, tomando decisões sobre estratégias de publicidade e estimativa de preços para os mesmos. Além disso, o marketing também programa a produção, através de pesquisas sobre demanda e comportamento dos clientes e procura através de inovações nos produtos ou serviços, despertar o desejo, criando assim, uma necessidade nos mesmos. (KLOTER; KELLER, 2006). Em conjunto, a função de finanças está encarregada de administrar os recursos da empresa e alocá-los onde forem necessários. Com relação ao seu envolvimento com o sistema de produção e o planejamento e controle do mesmo, finanças deve providenciar a orçamentação e o acompanhamento de receitas e despesas, a provisão de fundos para atender a esse orçamento, e a análise econômica dos investimentos produtivos. (TUBINO, 2000). Portanto, as três funções devem programar em conjunto: o quê? pra quem? quanto produzir? Assim a administração da produção seria organizar e coordenar todos os recursos disponíveis para produzir de maneira eficiente de quantidade e de qualidade bens e/ou serviços 2.4.5 Fornecedores Os fornecedores são peças fundamentais para a consecução do objetivo das atividades logísticas, estão estes ligados diretamente à empresa. (BALLOU, 2006). 43 Os fornecedores são os parceiros mais importantes para a organização, pois a atividade da empresa, ou seja, a produção em si depende do fornecimento da matéria-prima conseguida através destes, o que exige uma boa comunicação e relacionamento. Para Martins e Alt (2006), o conceito de fornecedor, exige um relacionamento aberto, compreende desde o desenvolvimento conjunto do produto até contratos de fornecedores com preços e prejuízos sujeitos a uma mútua administração, visando a conservação do mercado pela continua satisfação do cliente. Os fornecedores são vistos como parceiros da organização e desta forma também ganham com o sucesso da mesma. 2.4.6 Reação rápida aos imprevistos Os sistemas produtivos devem adaptar-se às constantes mudanças com base na visão de futuro que se tem. Planejam-se as atividades do processo produtivo que está sendo gerenciado à medida que corre o tempo. Em termos gerais, os sistemas administrativos de produção devem ser capazes, por meio de informação, de integrar a função de operações dos sistemas produtivos com outras funções dentro da organização, de forma que proporcione a necessária integração de seu processo logístico, que é onde reside hoje, para grande número de empresas, o maior potencial de obtenção de melhoramentos competitivos. 44 CAPÍTULO III A PESQUISA 3 INTRODUÇÃO Lead time é o período entre o cliente solicitar uma ordem e a entrega do produto final. Mostra-se como um ponto fundamental no estudo e na preparação de ambientes produtivos. A importância de se cumprir o lead time como planejado é que não só conseguirá fazer com que a empresa fique melhor posicionada no mercado de trabalho como também fará com que seus lucros aumentem. Com o objetivo de verificar a importância do lead time na entrega de uma obra de reparação asfáltica foi realizada uma pesquisa de campo na empresa Engepesa de Lins, no período de fevereiro a outubro de 2013. A empresa Engepesa está localizada na cidade de Lins – SP na Rua Diabase N° 934 - Centro. Fundada no dia 22 de abril de 2004, pelos seus 3 (três) sócios, profissionais com mais de 30 anos de experiência em obras de infraestrutura, edificações e construções leve e pesada, a ENGEPESA destaca-se nos segmentos de terraplenagem, construção, conservação e restauração de rodovias, pavimentação urbana, escavação de rocha subaquática, implantação de usinas hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas (PCH`s), prestação de serviços de gerenciamento e apoio técnico de grandes obras. Para a realização da pesquisa utilizou-se dos seguintes métodos: Método de estudo de caso: foi realizado um estudo de caso na empresa Engepesa analisando a importância do lead time na entrega de uma obra de reparação asfáltica. Método de observação sistemática: foram observados, analisados e acompanhados os procedimentos aplicados ao lead time como suporte para o desenvolvimento de estudo de caso. Método histórico: foi observada a evolução histórica da empresa Engepesa da cidade de Lins. 45 Técnicas: Roteiro de estudo de caso (Apêndice A) Roteiro de observação sistemática (Apêndice B) Roteiro do histórico da engepesa (Apêndice C) Roteiro de entrevista para o sócio diretor da empresa (Apêndice D) Segue relato e discussão da pesquisa. 3.1 Relato e discussão sobre lead time na Engepesa Lins 3.1.1 Planejando e executando uma obra de reparação asfáltica O planejamento executivo da obra de reparação asfáltica feita na Unilins durante o mês de julho de 2013 foi dividido em três fases: limpeza da área, pintura ligante e execução de capa asfáltica. 3.1.1.1 Limpeza da área Na primeira fase, o espaço tratado foi limpo de maneira que não ficassem impurezas ou materiais soltos, sendo que para isso foram utilizadas vassouras manuais ou mecânicas e equipamentos capazes de produzir jatos de ar e de água. Todo material foi transportado por caminhões basculantes e depositado no local indicado pelo cliente, serviço denominado de bota-fora. O lead time previsto para a limpeza foi de três dias, mas no segundo dia a fase dois já foi iniciada. A limpeza voltou a ser feita no sétimo e décimo segundo dia, totalizando o tempo real de quatro dias. 3.1.1.2 Pintura ligante Após a área limpa, iniciou-se a pintura ligante, onde foi executada com materiais de alta viscosidade na temperatura de aplicação e cura ou ruptura rápida, que formam uma película aderente ao pavimento existente e que possibilitam a sua ligação ao revestimento asfáltico que sobre ele será executado com emulsões asfálticas catiônicas do tipo RR-2C. Foi utilizado 46 caminhão espargidor munido de haste aplicadora, estando os operadores protegidos por equipamentos de segurança específicos. A pintura foi prevista para ser realizada em apenas dois dias, mas na realidade duraram seis dias divididos entre o segundo e o décimo terceiro dia. 3.1.1.3 Execução de capa asfáltica Por fim, a execução de capa asfáltica. A mistura (concreto betuminoso usinado a quente) foi distribuída com acabadora, auto propelida, depois de regularizado o perfil existente, sendo que a mesma deverá operar independentemente do veículo que estiver descarregando. Enquanto durou a descarga, o veículo transportador permaneceu em contato com a acabadora. A rolagem foi iniciada com o rolo de pneus com baixa pressão a qual foi sendo aumentada à medida que a mistura foi compactada e consequentemente, suportando pressões mais elevadas. O acabamento final da superfície foi feito com os rolos lisos tipo tandem. Foi realizado o controle tecnológico (ensaio de teor de betume e espessura da capa) conforme exigências da fiscalização, seguindo rigorosamente as normas e especificações utilizadas pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo. A aplicação de concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) que foi previsto para ser realizado em cinco dias teve um lead time real de nove dias. Então a obra que teve previsão de oito dias acabou consumindo o dobro do tempo, dezesseis dias. 3.1.2 Cronograma executivo da reparação asfáltica na Unilins realizada pela ENGEPESA A seguir, pode-se observar o cronograma físico executivo da reparação asfáltica feita na UNILINS pela ENGEPESA e a relação entre o lead time previsto e real. Os principais fatores diários que contribuíram para a improdutividade e, consequentemente, para o atraso de oito dias na entrega da obra foram: a) a distância para encher o tanque de água do caminhão pipa; 47 b) a espera para carregar CBUQ na usina de asfalto; c) aguardar o comboio abastecer os equipamentos; d) a manutenção dos equipamentos. A taxa de prejuízo foi de aproximadamente 15% em relação ao previsto. Figura 20: Fatores diários que contribuíram para a improdutividade Fatores diários que contribuíram para a improdutividade Distância para encher o tanque de agua do caminhão pipa Espera para carregar CBUQ na usina de asfalto Manutenção dos equipamentos Aguardando o comboio abastecer os equipamentos Total h 32,00 h 64,00 h 32,00 h 16,00 h 144,00 Fonte: ENGEPESA, 2013 Figura 21: Cronograma Cronograma Físico Executivo Obra: Reparação Asfáltica Previsto Local: UNILINS Real Prazo (dias) Item Atividades 1 Limpeza da Área 2 Aplicação RR-2C 3 Aplicação de CBUQ na espessura 2,50 cm 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Fonte: ENGEPESA, 2013 3.1.3 Acompanhamento da execução da obra Na figura 22 a seguir, pode-se observar os fatores de execução da obra e a relação entre o previsto e o real. Com o atraso da entrega da obra verificase aonde ocorreram prejuízos: a) espessura: foi gasto 2,6% a mais que o previsto; b) consumo CBUQ: foi consumido mais de dez toneladas além da previsão; 48 c) taxa de produtividade: esteve 23% abaixo do esperado; d) quantidade executado por dia: esperava-se executar trinta e quatro toneladas por dia, mas a execução real foi vinte e seis toneladas, uma diferença de quase oito toneladas diárias. Figura 22: Acompanhamento da execução da obra Acompanhamento da execução da obra Previsto Real 6.734,95 % Área Espessura Volume Peso específico Consumo CBUQ m2 m m3 t/m3 t 6.734,95 0,025 168,37 2,45 412,52 Produtividade na composição do preço Horas por dia Taxa de produtividade Quantidade de horas diárias produtivas Coeficiente improdutivo Quantidade de dias t/dia h h h h dias 40,00 7,33 7,33 86,00% 66,13% -23,10% 6,30 0,14 4,85 0,34 141,92% 8,86909 16,00000 Quantidade executado por dia t/dia 34,40 26,45 0,026 2,60% 172,75 2,45 423,24 2,60% -23,10% Fonte: ENGEPESA, 2013 3.2 Parecer final Quando é iniciada uma obra é planejado um tempo determinado para seu término e, relativamente, calculam-se custos para esse período. Caso prolongue essa data, há perdas com materiais, máquinas, produtividade e diversos outros problemas que podem surgir causando prejuízo ou queda nos lucros, não compensando tal serviço e o desgaste no tempo empenhado. Sendo assim, inicialmente no capítulo 1 foram apresentadas as características e particularidades da empresa. Na seqüência do capítulo foi discutido o conceito de lead time, tipos e importância. Relacionou-se aumento do lead time produtivo com desperdícios. No capítulo 3, realizou-se um estudo de caso sobre o lead time na empresa em estudo. Foram considerados três processos de coletas de dados organizados em três fases: limpeza da área, pintura ligante e execução. 49 Consolidando os dados obtidos dos tempos de lead times em relação às fases, identificou-se que, no conjunto da obra não cumpre-se o lead time previsto. Além disso, a análise verificou-se que o processo responsável pela maior parte da formação do lead time está na execução de capa asfáltica. Nos demais processos, os tempos pesquisados são mais regulares. O fato da execução de capa asfáltica possuir o maior lead time entre os tempos pesquisados é decorrente ao controle tecnológico. Ao se concluir este trabalho pode-se afirmar que os três objetivos específicos traçados no início do trabalho foram atingidos. Sendo assim, pode-se encerrar essa conclusão colocando que o objetivo geral proposto de elaborar um modelo de avaliação dos tempos que compõem lead time, de uma obra de reparação asfáltica na empresa ENGEPESA de Lins bem como conhecer o que e como compõe este lead time e identificar como eles interferem no desempenho da empresa, foi plenamente atendido. 50 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Durante a realização da pesquisa de campo na empresa ENGEPESA, foi analisada uma recente obra de reparação asfáltica. A ENGEPESA, em resposta a pergunta problema, demonstrou grande consciência ao entender que atrasos no lead time resultam em prejuízos e que em seu ramo de atuação, produtividade é fundamental para ser uma empresa competitiva. De acordo com os dados coletados na pesquisa, o processo responsável pela maior parte da formação do lead time foi a execução de capa asfáltica. Dessa forma, pôde-se concluir a partir daí, que para se reduzir o lead time em uma obra de reparação asfáltica há a necessidade de se revisar a forma como se está programando o controle tecnológico. 51 CONCLUSÃO É mais que evidente que o mercado de construção civil evoluiu. Os clientes estão mais exigentes, querem qualidade, a baixo custo e menor tempo de entrega. Em um setor tão concorrente quanto esse, as empresas precisam se adaptar rapidamente às exigências. Com a formatação de preço pelo mercado, as empresas obtém o lucro na redução de custos e melhoria dos processos de produção. Portanto, é dada uma preocupação especial ao lead time, a fim de evitar desperdícios, diminuir tempo ocioso e cumprir prazos. Fatores como planejamento, administração de materiais, administração de produção, reação rápida a imprevistos, fornecedores confiáveis e logística são fatores críticos de sucesso que devem ser levados em consideração para o cumprimento do lead time previsto. O lead time do processo pode ser otimizado, implementando ferramentas de gestão como, sistema toyota de produção, just in time, kanban, planejamento dos requerimentos de materiais, periodic batch control e planejamento da capacidade. A ENGEPESA demonstrou grande consciência ao entender que cumprir o lead time previsto está diretamente ligado à lucratividade da obra. O principal objetivo passado à equipe de produção é que evitem a ociosidade do maquinário, dos colaboradores e que elaborem o planejamento em conjunto para que não faltem suprimentos necessários para a continuidade da obra. Tudo isso para que a ENGEPESA seja sinônimo de qualidade, eficiência e, assim, conquistar cada vez mais espaço no mercado. A ENGEPESA conseguiu atingir as expectativas e responder a pergunta problema positivamente, demonstrando ser uma empresa que, através do planejamento do lead time, consegue ganhar cada dia mais mercado na cidade e região, onde se tornou destaque entre as concorrentes do ramo. Portanto conclui-se que, após a realização deste trabalho, que o planejamento e cumprimento do lead time contribuem diretamente na lucratividade da empresa e, portanto, tornando-a mais competitiva. 52 REFERÊNCIAS BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. 4.ed.São Paulo: Bookman, 2001. ______. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. 5.ed. Tradução: Raul Rubenich. Porto Alegre: Bookam, 2006. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Supply chain logistics management. 2.ed. Nova Iorque: McGraw-Hill, 2007. ______. Gestão logística de cadeias de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006. BUCAGRANS. Disponível em: www.bucagrans.com.br. Acesso em: 09 out. 2013. CHIAVENATO, I. Administração da produção: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsiever, 2005. CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégias para a redução de custos e melhoria dos serviços. São Paulo: Pioneira, 1997. CONTOURGLOBAL. Disponível em: www.contourglobal.com. 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Abordar sobre os projetos e as práticas do Lead time adotadas pela Engepesa, verificando se as mesmas agregam valor à empresa. 1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado. Descrever as práticas de Lead time adotadas pela Engepesa, bem como os benefícios que a mesma traz para a empresa. 1.2 Discussão Confrontar-se-á a teoria com a prática verificada na empresa. 1.3 Parecer final do caso e sugestões sobre manutenção ou modificações de procedimentos a serem adotados na área de Lead time na Engepesa. 58 APÊNDICE B - ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA 1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Empresa: _______________________________________________________ Localização: _____________________________________________________ Cidade: _____________________________ Estado: ___________________ Atividade: _______________________________________________________ 2 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS 2.1 O processo de Planejamento e Execução de uma obra de reparação asfáltica. 2.2 O Lead time combinado e cumprido. 2.3 O Lead time como vantagem competitiva. 59 APÊNDICE C – ROTEIRO DO HISTÓRICO DA EMPRESA 1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Empresa: _______________________________________________________ Localização: _____________________________________________________ Cidade: _______________________ Estado: ________________________ Atividade: _______________________________________________________ 2 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EMPRESA ENGEPESA. 2.1 Surgimento 2.2 Evolução da empresa 2.3 Ramo de Atividade 2.4 Organograma 2.5 Missão, Visão, Valores 2.6 Clientes 2.7 Concorrentes 2.8 Responsabilidade Sócio Ambiental 60 APÊNDICE D – ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O SÓCIO DIRETOR DA ENGEPESA. 1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Nome: _________________________________________________________ Cargo: _________________________________________________________ Escolaridade: ____________________________________________________ Experiências Profissionais: _________________________________________ Residência/Local: _________________________________________________ 2 PERGUNTAS ESPECIFICAS 2.1 O que deve ser feito para que o lead time seja cumprido de acordo com o planejado? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2.2 Qual o diferencial da empresa Engepesa no mercado competitivo? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2.3 Quais as expectativas dos gerentes da empresa Engepesa em relação ao tempo de entrega de uma obra? 61 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2.4 Quais as principais estratégias adotadas pela Engepesa no Lead time de uma obra? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2.5 Como conseguir ter um bom tempo de entrega de uma obra e manter uma qualidade adequada no serviço? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2.6 Como conseguir melhores preços, qualidade e entregas de fornecedores? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2.7 Como controlar o Lead time em uma obra? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2.8 Qual é o fator predominante na finalização de uma obra? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2.9 Como consigo saber quando vale ou não a pena pegar um contrato? 62 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2.10 Existe algum plano de marketing na Engepesa ? Se sim, qual? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________