Santo Cordeiro de Deus /12: | Missa com Universitários | I Domingo Advento | 30 Nov. 2014 Comunhão | Estrela Polar Esta sede de Te encontrar em mim de correr p’ra Ti, de estar junto de Ti. Guias pelos vales o decurso do meu rio. Única razão és Tu, único sustento Tu, a minha vida existe porque existes Tu. Gira o firmamento sem nunca ter paz, mas existe um ponto a brilhar p’ra mim: a estrela polar que fixa os meus passos. A estrela polar és Tu, a estrela segura Tu, a minha vida existe porque existes Tu. Refrão: Tudo gira à Tua volta em função de Ti Não importa quando, onde e o porquê. Brilha a Tua luz no centro do meu ser, dás sentido à vida que em mim nasceu: tudo o que farei será somente amor. Único sustento és Tu, a estrela polar Tu, a minha vida existe porque existes Tu. Final | Fica junto a nós As sombras se desvanecem e a noite cai, no horizonte se desprendem os reflexos tão distantes de um dia que nasceu em nós e não terá fim, porque sabemos que uma nova vida daqui partiu e nunca mais acabará. Refrão: Fica junto a nós, em breve desce o sol, fica junto a nós que o dia findará. Fica junto a nós que o sol se esconderá, se estás entre nós, a noite não virá. _______________________________________________________________ e 7 dias a partir de 1.: Ter. 2 dez. / 21h00 (Casa Diocesana de Vilar) - “À procura de Sugarman”: 2º filme do Ciclo de Cinema “Pessoas de Causas” (que prossegue e se conclui com “Rosa Branca” na ter.16. Dom. 7 e seg. 8 dez. / 21h15 – Missa com Universitários Qui. 11 dez. / 21h30 (Associação Católica do Porto, Rua Passos Manuel 54) – Em Sínodo com a família com D. Manuel Clemente e José Manuel Fernandes (encontros Eis o Homem) www.puporto.org Entrada | Sopra o Vento Sopra o vento lá das montanhas, a sua voz já não nos lembrou, recordações de lágrimas caídas, e da solidão esquecida… Refrão: Este é o canto à alegria tudo à nossa volta diz que é tempo pra mudar o mundo, no deserto um rio se abrirá. Leitura I | Is 63, 16b-17.19b; 64, 2b-7 Vós, Senhor, sois nosso Pai e nosso Redentor, desde sempre, é o vosso nome. Porque nos deixais, Senhor, desviar dos vossos caminhos e endurecer o nosso coração, para que não Vos tema? Voltai, por amor dos vossos servos e das tribos da vossa herança. Oh se rasgásseis os céus e descêsseis! Ante a vossa face estremeceriam os montes! Mas vós descestes e perante a vossa face estremeceram os montes. Nunca os ouvidos escutaram, nem os olhos viram que um Deus, além de Vós, fizesse tanto em favor dos que n’Ele esperam. Vós saís ao encontro dos que praticam a justiça e recordam os vossos caminhos. Estais indignado contra nós, porque pecámos e há muito que somos rebeldes, mas seremos salvos. Éramos todos como um ser impuro, as nossas acções justas eram todas como veste imunda. Todos nós caímos como folhas secas, as nossas faltas nos levavam como o vento. Ninguém invocava o vosso nome, ninguém se levantava para se apoiar em Vós, porque nos tínheis escondido o vosso rosto e nos deixáveis à mercê das nossas faltas. Vós, porém, Senhor, sois nosso Pai e nós o barro de que sois o Oleiro; somos todos obra das vossas mãos. Salmo Responsorial | Salmo 79 (80) Refrão: Senhor nosso Deus, fazei-nos voltar, mostrai-nos o vosso rosto e seremos salvos. Leitura II | 1 Cor 1, 3-9 Irmãos: A graça e a paz vos sejam dadas da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Dou graças a Deus, em todo o tempo, a vosso respeito, pela graça divina que vos foi dada em Cristo Jesus. Porque fostes enriquecidos em tudo: em toda a palavra e em todo o conhecimento; e deste modo, tornou-se firme em vós o testemunho de Cristo. De facto, já não vos falta nenhum dom da graça, a vós que esperais a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele vos tornará firmes até ao fim, para que sejais irrepreensíveis no dia de Nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor. Evangelho | Mc 13, 33-37 Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Acautelai-vos e vigiai, porque não sabeis quando chegará o momento. Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse. Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!». Homilia 1. Dá-se já por descontado ser o Advento o tempo da espera.... Espera projetada para a dupla “vinda” de Cristo: - eminente, do Natal, na “carne” (que não esgota este tempo que é mito mais do que preparação de aniversário)... - final, na “glória”... E dizemos (e desafiamo-nos) a ir ao encontro do Senhor...)... Mas corremos assim um risco: o de nos esquecermos que é Ele quem vem ao nosso encontro... e nos procura... Porque... se assim não fosse... como seria?... 2. É este o problema que Isaías põe... Vendo a situação do povo, não hesita em lançar sobre o Senhor uma série de reprovações: “Porque nos deixais desviar dos Vossos caminhos e endurecer os corações”... até suplicar “voltai”, ou seja, muda, arrepende-te, converte-te a nós... E ainda: “Oh, se rasgásseis os céus e descêsseis...”... É como se dissesse: “retiraste-te para o teu mundo, cansaste-te de realizar milagres, abandonaste-nos à nossa maldade”... Is. reconhece ser culpa nossa mas não deixa de insinuar ser culpa também do Senhor, tal oleiro que se desinteressou pela obra das suas mãos... É surpreendente que Israel, tendo a possibilidade de culpar as forças adversas a Deus... prefere apontar o próprio Deus como “responsável”!... É o paradoxo - nosso também - que exprime a fé em Deus único, para quem tudo se dirige... E, ao mesmo tempo, a confissão, por parte do homem, da impotência, para se libertar dos próprios pecados... Somente Deus é mais forte do que o mal... O homem, só com as suas forças, nada pode fazer... 3. Mas a uma ação “de cima” corresponde uma “de baixo”... “Vós, Senhor, sois nosso Pai” é a oração apaixonada de quem pede perdão.... Porque o pecado é essencialmente rotura com Deus... As imagens são suficientemente fortes: fala-se de veste imunda, de folhas levadas pelo vento… até que Deus nos esconde o Seu rosto e nos deixa à mercê das nossas faltas... O perdão é recuperar o rosto de Deus... Salvo-me quando, mesmo pecador, me deixo olhar por Ele... Não é então que o Senhor nos chame à atenção por aquilo que vê: chama-nos antes por aquilo que não vê... O pecado deixa marcas também... Não basta passar por cima como se nada tivesse acontecido... É preciso que Deus me reconstrua, me recrie... 4. Paulo inicia hoje uma outra sua carta... E sabe muito bem como começar - não ataca nem acusa os cristãos de Corinto... Sublinha antes todo o positivo que há naquela comunidade... E dá graças a Deus por essas maravilhas... Congratula-se por isso com os membros da comunidade mas reconhece ainda mais profundamente como tudo é ação de Deus... Não é uma mera opção tática, esta de Paulo... É certo que depois não se coibirá de pôr dedos em feridas mas, primeiro, realça o corpo são onde tudo acontece... Em vez de indignação, espanto. Em vez de reprovação, admiração sincera. Em vez de lamentação, satisfação. Em vez da denúncia de infidelidades, a proclamação da fidelidade de Deus... E não deixa, por isso, de ser menos franco... Não é uma anestesia mas o contrário: só um corpo vivo, desperto, reconhece (e por isso pode curar) as feridas... 4. “Vigiai” é a palavra forte deste domingo, por quatro vezes repetida no Evangelho... Juntamente com o desafio a não sermos encontrados “a dormir”, reforça a nossa responsabilidade no presente... (que não é, por isso, questão de nos dispensarmos do sono...). O presente: onde convergem as certezas de um Deus que veio e de um Deus que virá: Deus vem, hoje. O presente: o único tempo que tenho para viver. O presente: o único tempo que tenho para amar. Também nós (como os apóstolos) pedimos e procuramos sinais para a última vinda... Mas também a nós, como aos apóstolos, Jesus não nos oferece senão o presente, na esperança... Deus que virá, veio e vem... 5. Na caminhada de Advento que nos é proposta este ano na nossa Diocese do Porto (e que tanto nos poderá ajudar a viver “A alegria do Evangelho é a nossa missão”) este apelo a vigiar conjuga-se com um dos belos neologismos do Papa Francisco: PRIMEIREAR. E é uma feliz conjugação: porque vigiar – despertar para cada momento presente é tornarmo-nos capazes (ou melhor, reconhecer que Deus nos torna capazes…) de dar o primeiro passo, de tomar a iniciativa, de ser cada um o primeiro… a amar… na única competição (de amor) que Deus não só permite mas torna possível. Primeirear é então o específico modo cristão de vigiar! 6. É certo que na parábola o homem que partiu de viagem apenas ao porteiro confiou esse encargo de… vigiar (hoje relido como primeirear)... E a nossa tentação será a da aplicação literal da parábola à vida da Igreja... assumindo cada um mais voluntariamente outro papel não definido, mas que não o de porteiro... Mas não é assim que Jesus no-la propõe porque, depois, é a todos nós que diz: “vigiai”... Como se nos dissesse: “sois chamados a ser porteiros”... Somos chamados a ser porteiros: a despertar... o mundo, a fazer com que levante a cabeça para o “rasgão no céu”, a fazer experimentar a saudade de Deus... Só despertos... poderemos despertar... Só encantados... poderemos encantar... Só surpreendidos... poderemos surpreender... Só, enfim, primeireados - amados primeiro pelo amor… primeiro… de Deus por nós… - podemos primeirear ! Ofertório | Grão do Teu campo Por cada instante em que nos doas A Palavra da Tua luz, Nós oferecemos a paz… Por cada instante em que comermos O Teu pão que é vida, Nós saciaremos a fome… Por cada instante em que bebermos O Teu vinho de festa, Nós vamos curar feridas… Refrão: Toma Senhor, sinceramente, a vida, A Tua paz viva sem fim entre nós, Somos o eco do Teu canto E o grão para o teu campo Fermento que nasceu do Teu perdão…