UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA
(EGH00198) Representações e categorias sociais
Professores: Ana Paula Mendes de Miranda e Edilson Márcio Almeida da Silva
Primeiro semestre de 2013, Terça-feira de 17 às 20 horas, Sala 327
Ementa: Concepções teóricas e diversidade dos sistemas de pensamento e ação. Exercícios
práticos de análise de sistemas de categorias e fundamentação para o trabalho de campo.
Proposta: O curso tem como proposta explorar as noções de representações e categorias
sociais, centrais no pensamento antropológico, a partir de sua fundamentação na Escola
Sociológica Francesa, considerando-se, para isso, a produção de alguns dos seus mais
representativos autores. Temas clássicos relacionados a estes estudos serão retomados,
buscando-se analisar, em cada caso, as formas pelas quais tais noções são utilizadas, assim
como entender a sua extensão e o(s) seu(s) significado(s). Inicialmente, portanto, serão
apresentadas as noções de representações e categorias sociais, tais quais elaboradas por Émile
Durkheim e Marcel Mauss. Já na segunda parte do curso, serão enfocados alguns dos
desdobramentos teóricos e temáticos que, em diferentes contextos acadêmicos, acompanham o
emprego de tais noções nas Ciências Sociais, especialmente na Antropologia.
PROGRAMA
Aula 1 – Apresentação do programa, distribuição de seminários (19/03/2013)
Aula 2 - PRIMEIRA PARTE: A Escola Sociológica Francesa na matriz disciplinar da
antropologia (26/03/2013)
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (Os
Pensadores, XXXIII) (caps. 1 e 2)
KARADY, Victor. Durkheim e os Primórdios da Etnologia Universitária. Antropolítica, 28, Niterói, 1º
sem. 2010, pp. 129-159.
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. O lugar (e em lugar) do método. In.: Série Antropologia, nº 190.
Brasília, 1995.
Aula 3 - PRIMEIRA PARTE: A Escola Sociológica Francesa na matriz disciplinar da
antropologia (02/04/2013)
DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
DURKHEIM, Émile. Representações individuais e representações coletivas. Sociologia e Filosofia.
Rio de Janeiro: Forense, 1970.
PINHEIRO FILHO, Fernando. A noção de representação em Durkheim. In.: Lua Nova: Revista de
Cultura e Política, nº 61. São Paulo, 2004.
Aula 4 - PRIMEIRA PARTE: A Escola Sociológica Francesa na matriz disciplinar da
antropologia (16/04/2013)
1
DURKEIM, Emile. 1950. Leçons de Sociologie: phisique des moeurs et du droit. Paris: PUF, pp.
52-67 (Quatrieme leçon: Morale Civique, Definition de l’ Etat) [2ª ed. 1969, pp. 79-90].
MAUSS, Marcel. Esboço de uma teoria geral da magia. In: Mauss, M. Sociologia e Antropologia.
Vol.1. São Paulo: EdUSP, 1974. pp37-176 (em especial: cap. III: Os elementos da magia: pp 55120)
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Sobre o pensamento antropológico. Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro, 1988 (caps. 1 e 2).
Aula 5 - SEGUNDA PARTE: Desdobramentos – Sistemas Classificatórios (23/04/2013)
DURKHEIM, Émile e MAUSS, Marcel. De quelques formes primitives de classification. In: Mauss,
M. Essais de sociologie. Paris: Minuit, 1968.
LÉVI-STRAUSS, Claude. A ciência do concreto. In.:______. O pensamento selvagem. São Paulo:
Editora Nacional/Edusp, 1970.
TURNER, Victor. A classificação das cores no ritual Ndembu: um problema de classificação
primitiva. Floresta de símbolos: aspectos do ritual Ndembu. Niterói: Eduff, 2005.
Aula 6 - SEGUNDA PARTE: Desdobramentos – Tempo (30/04/2013)
EVANS-PRITCHARD, Edward E. Os Nuer: uma descrição do modo de subsistência e das
instituições políticas de um povo nilota. São Paulo: Perspectiva, 1978 (cap.3).
LEACH, Edmund R. Dois ensaios a respeito da representação simbólica do tempo.
In.: Repensando a antropologia. São Paulo: Perspectiva, 1974.
HALBWACHS, Maurice. La mémoire collective. Paris: Éditions Albin Michel, 1997 (cap. 4).
GELL, ALFRED (org.) The Anthropology of time. Cultural constructions of temporal maps and
images. Michigan, Arbor, 1997.
Aula 7 - SEGUNDA PARTE: Desdobramentos – Espaço (07/05/2013)
BOURDIEU, Pierre. La maison ou le monde renversé. In.: _____. Esquisse d'une théorie de la
pratique précédé de trois études d’ethnologie kabyle. Seuil: Points Essais, 2000.
BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo / Porto Alegre: Edusp /
Zouk, 2008 (A luta das classificações; Realidade da representação e representação da realidade)
HALBWACHS, Maurice. La mémoire collective. Paris: Éditions Albin Michel, 1997 (cap. 5).
MAUSS, Marcel. Ensaio sobre as variações sazonais das sociedades esquimós. In.: Sociologia e
antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2003.
Aula 8 - SEGUNDA PARTE: Desdobramentos – Polaridades (14/05/2013)
DUMONT, Louis. Homo hierarchicus: o sistema de castas e suas implicações (2ª ed.). São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 1997 (cap.2 e Posfácio para a Edição “Tel”).
HERTZ, Robert. A preeminência da mão direita: um estudo sobre a polaridade religiosa.
In.: Religião e Sociedade, nº 6. Rio de Janeiro: CER/ISER, 1980.
GRANET, Marcel. O pensamento chinês. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997 (Livro III e
Conclusão)
MAUSS, Marcel. Mentalidade arcaica e categorias de pensamento. In.: Ensaios de sociologia. São
Paulo: Perspectiva, 1981.
Aula 9 - SEGUNDA PARTE: Desdobramentos – Liminaridade (21/05/2013)
DOUGLAS, Mary. Pureza e perigo. São Paulo: Perspectiva, 1976 (Introdução; caps. 1 e 6).
2
TURNER, Victor. O processo ritual. Petrópolis: Vozes, 1974 (cap.3)
______________. Betwixt and between: o período liminar nos ‘ritos de passagem’. In.: Floresta de
símbolos: aspectos do ritual Ndembu. Niterói: Eduff, 2005.
VAN GENNEP, Arnold. Os ritos de passagem. Rio de Janeiro: Vozes, 1977.
Aula 10 - SEGUNDA PARTE: Desdobramentos – Relações de poder e vida cotidiana
(28/05/2013)
GEERTZ, Clifford. Negara: O Estado Teatro no século XIX. Lisboa: Difel, 1980, pp. 13-21 (Bali e o
Método Histórico); 23-39 (Definição Política: as fontes da ordem); e 153-172 (Bali e a Teoria
Política).
BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Lisboa: Difel, 1989, pp. 163-208 (A representação política.
Elementos para uma teoria do campo político).
ELIAS, Norbert; e SCOTSON, John. L. Os estabelecidos e os outsiders: sociologia das relações
de poder a partir de uma comunidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000.
GOFFMAN, Erving. A representação do eu na vida cotidiana. Petrópolis, Vozes, 1975.
Aula 11 - SEGUNDA PARTE: Desdobramentos – O Segredo (04/06/2013)
BRUMANA, Fernando Giombellina. Griaule, a etnografia do segredo. In: Grossi, M. P., Motta, A.,
Cavignac, J. A. Antropologia Francesa no século XX. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora
Massananga, 2006.
FAVRET-SAADA, Jeanne. Les mots, la mort, les sorts. Paris, Gallimard, 1977. (Parte 2 – L’empire
du secret).
GRIAULE, Marcel. Dieud’eau: entretiens avec Ogotemmêli. Paris: Librairie Artheme Fayard, 1966.
Aula 12 - TERCEIRA PARTE: Representação etnográfica e seus efeitos – Produção do
conhecimento (11/06/2013)
BARTH, Fredrik. An Anthropology of Knowledge. Current Anthropology, Volume 43, N. 1, February
2002.
RABINOW, Paul. “Representações são fatos sociais: modernidade e pós-modernidade na
antropologia”. _________. Antropologia da Razão. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2002. (Há
também a versão em inglês - RABINOW, Paul. Representations are social facts: modernity and
post-modernity in Anthropology. In: CLIFFORD, James & MARCUS, George. Writing Culture: the
poetics and politics of ethnography.California: University of California Press, 1984).
SPERBER, Dan. Les croyances apparemment irrationnelles. In: __________. Le savoir des
anthropologues. Paris: Hermann, 1982.
Aula 13 - TERCEIRA PARTE: Representação etnográfica e seus efeitos – Relação sujeito e
objeto (18/06/2013)
CARVALHO, José Jorge de. Quando o objeto vira sujeito. In: SILVA, Vagner Gonçalves da; REIS,
Letícia Vidor de Souza; SILVA, José Carlos da (Org.). Antropologia e seus espelhos: a etnografia
vista pelos observados. São Paulo: Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, 1996b.
p. 67-82.
BOURDIEU, Pierre. A Ilusão Biográfica. In Marieta Ferreira & Janaína Amado (orgs.) Usos e
Abusos da História Oral. Rio de Janeiro: FGV, 1996.
CLIFFORD, James. “Sobre a Autoridade Etnográfica”. In José Reginaldo dos Santos Gonçalves
(org.) James Clifford – A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de
Janeiro: UFRJ, 1998.
SILVA, Vagner Gonçalves da.. O Antropólogo e sua Magia: trabalho de campo e texto etnográfico
nas pesquisas antropológicas sobre religiões afro-brasileiras. São Paulo: Edusp, 2006.
3
Aula 14 - TERCEIRA PARTE: Representação etnográfica e seus efeitos – A comparação
(25/06/2013)
BARTH, Frederik. “Metodologias comparativas na análise dos dados antropológicos”. BARTH,
Frederik. O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: Contra Capa,
2000. p. 187-200.
BERREMAN, Gerald D..1975 - "Etnografia e controle de impressões em uma aldeia do Himalaia".
In: GUIMARÃES, Alba Zaluar, (org.)Desvendando máscaras sociais. Rio de Janeiro, Livraria
Francisco Alves Editara, pp. 123-174.
BOHANNAN, Paul. 1969 [1973]. “Etnografia e comparação em antropologia do direito”. In: Davis,
Shelton. Antropologia do Direito. Rio de Janeiro: Zahar, pp. 101-124.
Aula 15 - Discussão do trabalho final (2/07/2013)
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