SER ESTUDANTE DO PROGRAMA DE ERASMUS+ - 10-16-2015 por Pedro Serra Pinto - Nursing - http://www.nursing.pt SER ESTUDANTE DO PROGRAMA DE ERASMUS+ por Pedro Serra Pinto - Sexta-feira, Outubro 16, 2015 http://www.nursing.pt/ser-estudante-do-programa-de-erasmus/ Ser Estudante do Programa de Erasmus+ … diferentes realidades entre a prática de enfermagem dos Sistemas de Saúde Comunitários da Turquia e de Portugal (Região Autónoma da Madeira) Hugo Freitas * | Nélia Paixão * | Nilgun Kuru ** | Patrícia Câmara *** * Enfermeiros no Centro de Saúde do Monte – Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM – E.P.E.); ** Estudante do Programa Erasmus+; Assistente de Investigação na Universidade Hacettepe – (Turquia) *** Professora Adjunta na Escola Superior de Enfermagem de São José de Cluny (Portugal; Região Autónoma da Madeira) Convicta de que esta primeira experiência, enquanto Estudante de doutoramento do Programa de Erasmus+ (oriunda da Universidade Hacettepe – Turquia), e aceite no Centro de Saúde do Monte – SESARAM – E.P.E. (cuja anfitriã do programa foi a Escola Superior de Enfermagem de São José de Cluny), entre os dias 5 de Julho a 7 de Agosto do presente ano se demonstrou singular, aproveito, desde logo, esta oportunidade para partilhar esta minha vivência, numa tentativa de aliciamento e convite a outros tantos, que se mostrem igualmente interessados. Nesta mesma medida, pretendo ainda estabelecer um elo de descrição das diferentes realidades entre a prática de enfermagem dos Sistemas de Saúde Comunitários da Turquia e de Portugal (Madeira). No Centro de Saúde do Monte – SESARAM, trabalham vários profissionais de saúde nomeadamente 1/4 SER ESTUDANTE DO PROGRAMA DE ERASMUS+ - 10-16-2015 por Pedro Serra Pinto - Nursing - http://www.nursing.pt enfermeiros generalistas e especialistas, médicos, assistente social, nutricionista e psicólogo, sendo que, os utentes podem marcar consultas isoladas junto dos enfermeiros e dos médicos. Diferentemente, na Turquia apenas há enfermeiros generalistas e não especialistas, bem como um ou dois médicos, que se encontram a trabalhar durante a semana e somente com os quais se consegue agendar consultas. Na Turquia apenas temos um programa de mestrado e doutoramento, depois do qual os enfermeiros podem optar por trabalhar na Universidade. Pelo que, foi a primeira vez que me deparei com esta realidade, de ter enfermeiros especializados e com as respetivas competências, a exercer em contexto de prática clínica. Presenciei situações, em conjunto com os colegas generalistas e das diferentes especialidades de enfermagem (Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública; Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica; Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica; Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Enfermagem de Reabilitação), a que nunca tinha assistido como práticas comuns na Turquia ou em qualquer outro lugar (avaliação do desenvolvimento infantil; exercícios de preparação para o parto e de recuperação pós-parto; técnicas de cinesiterapia respiratória; visitas domiciliárias de enfermagem; determinação direta do INR; técnicas de cuidados a feridas; etc.) e que jamais esquecerei. Destaco assim, essencialmente, o excelente nível de competência técnica, científica e relacional com que todos estes profissionais se dedicam, diariamente, a todos os clientes. Realço ainda que, apesar da barreira linguística, era notória a relação terapêutica entre estes profissionais de saúde e os “seus” clientes; pude testemunhar a visível satisfação para com os cuidados de enfermagem prestados nas consultas de enfermagem quer em ambiente domiciliário, comunitário e/ou nas próprias instalações do centro de saúde. Todos estes colegas, enfermeiros, dia após dia, demonstraram comportamentos de alta qualidade, por exemplo, aplicando evidência científica, resultante dos estudos de investigação aquando da tomada de decisão para a realização de cuidados a feridas. Pois, constatei e, mais uma vez diferentemente da Turquia, que os utentes podiam dirigir-se diretamente aos enfermeiros e que, mediante a utilização de material esterilizado e adequado e, de acordo com um planeamento de continuidade de intervenções, efetuado pelo enfermeiro, o penso era realizado. Observei ainda, que cá na Madeira, os enfermeiros têm bastante autonomia no seu desempenho enquanto profissionais de saúde, tendo muitas intervenções autónomas (pois, proporcionam aos clientes, direta ou até telefonicamente, informação sobre os mais diversos assuntos relativos à promoção de saúde e/ou prevenção de doenças) não obstante terem também intervenções interdependentes, trabalhando assim, muito bem como Equipa de Saúde. Na Turquia, os enfermeiros têm uma prestação de cuidados semelhante, mas não decidem o que fazer, quem ordena o desempenho dessas mesmas atividades são sempre os médicos. Outra particularidade é a de que neste local de prática clínica, no Centro de Saúde Monte – SESARAM, toda a informação de saúde (por exemplo o historial médico, diagnósticos de enfermagem de acordo com 2/4 SER ESTUDANTE DO PROGRAMA DE ERASMUS+ - 10-16-2015 por Pedro Serra Pinto - Nursing - http://www.nursing.pt a Classificação Internacional para Prática de Enfermagem e a calendarização de vacinas), encontra-se informatizada e partilhada entre os profissionais de saúde. Pela primeira vez, vejo um só sistema de informação de saúde partilhado quer pelo sistema de cuidados primários, quer pelo sistema de cuidados diferenciados. Na Turquia apenas temos acesso à informação de saúde dos utentes em suporte de papel. Termino, referindo que sempre fiz a minha aprendizagem sobre a “Enfermagem” através da academia, dos livros, dos artigos, mas cá na Madeira, no Centro de Saúde do Monte, podemos aprender com a realidade prática, ou seja, com o exemplo, do exercício prático dos colegas enfermeiros. Obrigada é uma palavra simples, mas mesmo assim, o meu muito obrigada a Todos por Tudo! Fotografia: Equipa de Enfermagem do Centro de Saúde do Monte – SESARAM, E.P.E. 1 Enfermeiros no Centro de Saúde do Monte – Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM – E.P.E.); 2 Estudante do Programa Erasmus+; Assistente de Investigação na Universidade Hacettepe – (Turquia); 3 Professora Adjunta na Escola Superior de Enfermagem de São José de Cluny (Portugal; Região 3/4 SER ESTUDANTE DO PROGRAMA DE ERASMUS+ - 10-16-2015 por Pedro Serra Pinto - Nursing - http://www.nursing.pt Autónoma da Madeira); 4 Enfermeira Chefe do Centro de Saúde do Monte Andreia Sousa – Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM – E.P.E.); _______________________________________________ Obrigado por ler a Nursing. 4/4 Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)