Cascavel, 14 de março de 2012
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Radar2
AO LEITOR
Dia dos Animais
Editoria e colaboradores - [email protected]
DIVULGAÇÃO
A data de hoje celebra o Dia dos Animais, porém
em Cascavel não há muitos motivos para comemorar.
Apesar de seus 300 mil habitantes e a invejável
condição de Capital do Oeste, a cidade não possui um
centro de zoonoses, antiga reivindicação da comunidade que até agora não passou de promessa por parte
de governos que se sucederam. Em Cascavel chegase ao absurdo de pessoas importantes no contexto
das políticas ambientais defenderem, em entrevistas à
imprensa, o sacrifício puro e simples de animais, algo
que beira a insanidade. É como se um defensor das
florestas recebesse o patrocínio de uma marca de
motosserras, em uma comparação grotesca. De
todas as conclusões possíveis, fica a pergunta: são
apenas os pobres cãezinhos e gatos que devem pagar
a conta pela falta de sensibilidade do ser humano?
“Minha saída não
significa marola
grande nem
marola pequena”
FRASE
Cândido Vaccarezza,
deputado federal pelo
PT de São Paulo, ao observar o fato de ter
sido dispensado do cargo de líder do Governo
na Câmara pela presidente Dilma Rousseff
Dengue
O Programa de Controle
de Endemias realiza
hoje, das 8h às 12h,
uma ação de prevenção
contra a dengue na
região sul de Cascavel.
Os agentes de Endemias
visitarão 1.806
residências do Jardim
Guarujá, Jardim Quebec
e da região do
Aeroporto. O objetivo da
ação é reduzir o índice
de infestação do
mosquito transmissor da
dengue, que na região
fechou em 3,7%. Será
realizada uma pesquisa
de campo, envolvendo a
coleta de larvas,
eliminação de criadouros
e tratamento.
Concurso
O Núcleo Regional de
Educação de Cascavel,
juntamente com a
Federação dos
Trabalhadores na
Indústria da Construção
e do Mobiliário do
Paraná, por meio do
Sindicato dos
Trabalhadores na
Indústria da Construção
Civil de Cascavel e
Região lançou na manhã
de ontem concurso de
mural para estudantes da
rede estadual de ensino.
O tema é “Quem é você
no mundo do trabalho”,
em alusão ao Dia
do Trabalhador.
Crescimento
Cascavel vai sediar a
segunda edição do
Seminário Desafios do
Crescimento. O evento,
que acontece em várias
cidades do Paraná, é
uma das ações do Sebrae
Mais - Programa Sebrae
para Empresas
Avançadas, voltado para
empresas consolidadas
no mercado, que buscam
o crescimento. Em
Cascavel, será no dia 21
de março, das 18h30 às
22h30, no Teatro Emir
Sfair. Informações e
inscrições: (45) 33217055 ou 3321-7060.
Contorno
A Acic enviou nesta
semana ofício ao Dnit
solicitando que estude a
possibilidade de
liberação de parte do
Contorno Oeste – acesso
entre as BRs 163, 277 e
467. A intenção é liberar
o tráfego de veículos na
região em que a estrutura
se encontra com a BR277, na região do trecho
em direção a Capitão
Leônidas Marques.
Café da manhã
A Regional Oeste do
Sindicato da Habitação
e Condomínios realiza no
próximo dia 28 um café
da manhã que tem por
finalidade a troca de
informações e
conhecimentos entre
seus representados e
tendo como pauta a
certificação digital. O
evento, destinado a
condomínios e empresas
do mercado imobiliário,
será realizado na sede da
entidade, às 8h. As
vagas são limitadas.
OPINIÃO
Democracia e corrupção
João Baptista Herkenhoff – magistrado aposentado e professor [email protected]
Naqueles momentos, que infelizmente são cíclicos na vida brasileira, em que grandes escândalos administrativos e financeiros
ocupam o noticiário, seja o noticiário nacional, sejam os
noticiários locais (nos
Estados ou Municípios), podemos ser tentados a colocar em
cheque a validade do
sistema democrático.
No entanto, os desvios de conduta não
existem como consequência da Democracia. O sistema
democrático, especialmente a liberdade de imprensa, apenas torna
públicos os atos desonestos.
Impõe-se fazer um balanço geral de nosso modelo democrático. Há vícios que estão na própria raiz do sistema. O debate não
pode ficar circunscrito aos políticos. A sociedade civil organizada
tem de exigir participação efetiva
na discussão e presença eficaz
nas estruturas de poder.
A quebra das artimanhas da
corrupção, a superação dos vícios que desnaturam os fundamentos da Democracia, tudo isso
só será alcançado através de intensa mobilização popular.
Num grande esforço nacional
pela construção da Democracia
creio que um papel relevante cabe
à Universidade, vista como instituição que deve estar a serviço do
povo. É imperativo
que a instância universitária, em comunhão com a sociedade, discuta e
proponha um projeto para o país.
Ao discutir o
Brasil, a Universidade, ela própria,
também tem de ser discutida. Alterada em algumas de suas bases,
a Universidade ficou mais bem
equipada para cumprir seu papel
político e social? Creio que não.
Nas universidades em geral, criaram-se Centros e Departamentos. Extinguiram-se as Faculdades.
As Faculdades tinham alma. Os
Departamentos são etéreos.
O curso seriado foi substituído
pelo sistema de créditos. Destruiuse aquele coleguismo que se forjava na convivência, por vários
anos, dos integrantes de uma turma. A turma tornava-se uma pessoa moral, o que repercutia, favoravelmente, tanto na personalidade do jovem, quanto na atmosfe-
Ao discutir o
Brasil, a
Universidade,
ela própria,
também tem de
ser discutida
ra social onde essa “pessoa moral” marcava presença.
Acabou-se com a cátedra. É
certo que muitos catedráticos, depois da conquista do título, supunham estar dispensados das tarefas didáticas. Penso que esse
desvio ético (supor que a cátedra
fosse a láurea da preguiça) podia ser corrigido, pela via acadêmica (corte de ponto do professor catedrático faltoso, da mesma
forma que se corta o ponto do
modesto funcionário da limpeza
faltoso). Não vejo que, para coibir o abuso, o caminho devesse
ter sido a supressão da cátedra.
Discutir a Universidade e o
ensino em geral, discutir a saúde
pública, discutir o modelo econômico, discutir a estrutura partidária, discutir o sistema eleitoral, discutir o poder do interesse privado e do dinheiro nas eleições, discutir a Justiça, discutir a intervenção cirúrgica no nepotismo e no
afilhadismo, discutir os tribunais
de contas que devem prevenir a
corrupção para terem o direito de
sobreviver, corrigir não as consequências dos males, mas os males na sua origem e na sua força
de contaminar o conjunto social –
este é o grande desafio.
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