IEA-USP Inovação Tecnológica, Exportação e Emprego no Brasil Glauco Arbix Professor da USP Presidente do IPEA Março de 2006 Pesquisas sobre Inovação Linhas de pesquisa sobre inovação tecnológica Estratégias Competitivas das Firmas Comparação internacional: Argentina, Chile, México e União Européia Tecnologia e Emprego Tecnologia e Comércio Exterior Estrutura e Dinâmica do Setor de Serviços Atitudes Empresariais para o Desenvolvimento da Inovação Inédita reunião de dados sobre o setor produtivo 80 mil empresas industriais e 235 mil firmas do setor de serviços 5,6 milhões de trabalhadores ocupados na indústria e 6,8 milhões em serviços 95% do valor adicionado na indústria e no setor de serviços brasileira Integração de bases de dados nacionais pelo Ipea: Pia, Pas, Pintec, Secex, CBE e CEB (BC), Rais, ComprasNet, Min. Defesa, BB, Capes, CNPq, Finep Período de abrangência dos dados: 1996 – 2004 Parceiros: IBGE, MTE, MPO, MF, BACEN, MIDC, MD, CAPES e FINEP Inovação tecnológica no Brasil 30 % das empresas industriais realizam algum tipo de inovação tecnológica no Brasil. Média européia é de 50% Menos de 4% das firmas lançam produto novo no mercado Menos de 3% introduzem processo novo no mercado Inovação para adequação a padrões internacionais: 23,1% das firmas que inovam e diferenciam produtos e 13,2% das firmas especializadas em produtos padronizados realizaram inovação para se adequar às normas e padrões internacionais 1. Estratégia competitiva das empresas na produção industrial Perfil das empresas industriais Total de empresas Pessoal ocupado (média) % do Faturamento % do emprego P&D / faturamento (%) 1.199 (1,7%) 545,9 25,9% 13,25 3,06 Especializadas em produtos padronizados 15.311 (21,3%) 158,1 62,6% 48,7% 0,99 Não diferenciam produtos 55.486 (77,1%) 34,2 11,5% 38,2% 0,39 100% 100% 0,7* Estratégia competitiva Inovam e diferenciam produto Total 71.996 *Alemanha: 2,7% França: 2,5% Esforço para inovar é maior nas empresas nacionais As empresas nacionais investem 80,8% mais em P&D como proporção do faturamento do que as filiais das estrangeiras no Brasil TNCs apresentam menor gasto interno e mais aquisições externas 79% das TNCs são especializadas em produtos padronizados Esforço tecnológico concentrado nas matrizes Subsidiárias brasileiras voltadas para o mercado interno Inovar ajuda a exportar O Brasil é competitivo nas exportações de commodities e produtos padronizados Commodities primárias de 40% do total exportado no Brasil Produtos de alta e média intensidade tecnológica cerca de 30% 60% das exportações mundiais produtos de alta e média intensidade tecnológica (Mercado mundial de commodities: 13%) A inovação tecnológica impulsiona exportações de maior valor agregado Firmas que inovam têm 16% mais chances de exportar As mais inovadoras exportam mais Inovação de produto e preço-prêmio estão correlacionados Internacionalização de empresas brasileiras faz bem para as exportações e para os empregos US$ 13,7 bilhões de investimentos diretos (ID) da indústria brasileira no exterior (2003) Salários médios Firmas com investimento direto no exterior: R$ 1318,40 Firmas sem investimento no exterior: R$ 505,60 Firmas com ID nos EUA e Europa: 17,4% e 14,0% a mais de chance de exportar com preço-prêmio A internacionalização é um dos caminhos para o fortalecimento, crescimento, inovação e diferenciação de produtos das firmas industriais brasileiras 2. Atitudes Empresariais para o Desenvolvimento da Inovação Emergência de um novo empresariado? Firmas que inovam e diferenciam produtos representam 25,9% do faturamento da indústria 39% delas realizaram mudanças na estratégia corporativa 23% das firmas que inovam e diferenciam produtos e 13% das firmas de produtos padronizados inovaram para adequação a padrões internacionais As firmas brasileiras que inovam e diferenciam produtos têm buscado no exterior informações para realizar inovação tecnológica Inovação é um dos determinantes da capacidade das firmas brasileiras exportar com preço prêmio Sinais de um empresariado que ousa competir com as empresas mais dinâmicas dos países avançados Anos 90: novo ambiente econômico não gerou uma especialização regressiva, mas impulsionou uma nova visão empresarial a respeito das potencialidades do Brasil na economia mundial Parte do empresariado se consolidou como um segmento capaz de se equiparar às melhores práticas da concorrência internacional Nova visão empresarial abre novas possibilidades para o Brasil ocupar posição singular entre as economias em desenvolvimento: inserção em mercados tradicionalmente dominados por países avançados 3. Tecnologia, Exportação e Emprego Crescimento do emprego nas firmas industriais brasileiras TAXAS DE CRESCIMENTO DO EMPREGO FORMAL NAS FIRMAS BRASILEIRAS ENTRE 2000 E 2004 35 29 30 25 % 20 19 19 17 14 15 10 8 5 0 to tal multinacio nais expo rtado ras expo rtado ras co ntínuas industriais industriais co m mais de 500 funcio nário s Quem gera os empregos na indústria? O emprego no Brasil cresce mais aceleradamente nas empresas que inovam, que exportam e que mais gastam em P&D Essas empresas geram postos de trabalho de melhor qualidade em termos de remuneração, escolaridade e tempo de permanência na empresa Porém, o crescimento da economia gera hoje 64% dos postos de trabalhos que eram gerados há 10 anos. Para um crescimento de 2% nas vendas da indústria, há um aumento no emprego total no país de 0,36%. Em 1996 um crescimento igual gerava 0,56% no emprego Inovação e Emprego Das 1368 empresas com mais de 500 funcionários, cerca de 70% realizaram inovações Estas grandes empresas respondem por 7,7% do emprego no país. Entre 2000 e 2004, o crescimento do emprego nestas firmas foi de 29% ou 500 mil novos empregos A tecnologia desloca a demanda por mão-de-obra em direção a trabalhadores mais qualificados. A relação entre trabalhadores qualificados e não qualificados é maior nas firmas inovadoras Exportações e Emprego A estréia no mercado internacional gera: Ganhos de produtividade para a empresa: 12,2% no primeiro ano e 12,5% no segundo ano Aumento nas vendas: 53,1% e 61,4% no primeiro e segundo ano, respectivamente Aumento no emprego: 21,3% e 20,3% 400 mil novos postos de trabalho foram gerados pelas empresas exportadoras entre 2000 e 2004 Salários Remuneração (R$) por hora dos trabalhadores empregados nas empresas industriais brasileiras em 2004 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA INSERÇÃO EXTERNA Características das empresas Exportadoras Não Exportadoras Importadoras Não Importadoras Estrangeiras Nacionais Não Inovadoras Inovadoras 6,91 5,71 8,31 4,8 12,11 5,9 9,15 5,98 9,32 4,92 11,21 7,86 Inovadoras de produto novo para o mercado 12,07 9,06 12,07 7,34 15,58 11,66 Todas 9,54 6,05 10,03 4,95 12,38 8,03 Inovar é bom para os salários Média aritmética de 2.000 Remuneração (R$/mês) Inovam e diferenciam produto Especializadas em produtos padronizados Não diferenciam e têm produtividade menor Escolarid ade (anos) Tempo de emprego (meses) Prêmio Salarial* (%) 1.255 749 9,13 7,64 54,09 43,90 23 11 431 6,89 35,41 0 (*) isola o efeito da inovação e diferenciação sobre os salários, via controle de 200 variáveis, como faturamento, número de trabalhadores, setor, localização, coeficiente de exportação etc. www.ipea.gov.br Obrigado!