LEVANTAMENTO QUALI –QUANTITATIVO DA ARBORIZAÇÃO URBANA NA
RUA MONSENHOR VITOR BATISTELA DO MUNICÍPIO DE FREDERICO
WESTPHALEN-RS1
FELIPPE, Dioneia2; PIAZZA, Eliara Marin2; RIL, Fernanda Lais2; ALBARELO,
Eduardo2; GALLIO, Ezequiel2; POCZWARDOWSKI, Diego2; MANTOVANI,
Nilton3.
1
Trabalho de Pesquisa _Centro de Educação Superior Norte (UFSM-CESNORS).
Curso de Engenharia Florestal, UFSM-CESNORS, Frederico Westphalen, RS, Brasil.
3
Professor adjunto do Departamento de Engenharia Florestal, UFSM-CESNORS, Frederico
Westphalen, RS, Brasil.
E-mail: [email protected], [email protected];
2
RESUMO
A arborização urbana pode influenciar diretamente a qualidade de vida da populaçao,
oferecendo inumeras vantagens. Dentre as vantagens das áreas verdes podemos considerar três
principais: ecológica, estética e social. Nesse sentido o objetivo deste trabalho foi realizar uma
avaliação quali-quantitativa das espécies arbóreas ocorrentes na Rua Monsenhor Vitor Bastitela,
município de Frederico Westphalen-Rs, bem como identificar os principais problemas existentes no
local. O levantamento ocorreu durante um dia do mês de junho, e efetivado através do método de
caminhamento, juntamente com observações da vegetação arbórea na área.A partir dos resultados
pode-se concluir que arborização da rua está concentrada basicamente em 2 espécies de origem
exótica, e devido à falta de informação das pessoas no momento do plantio e condução das árvores,
quase metade destas encontram-se incompatíveis com o local.
Palavras-chave: áreas urbanas, planejamento, desenvolvimento urbano.
1.INTRODUÇÃO
Com o crescente aumento de população em áreas urbanas, cada vez mais este meio
sofre modificações substituindo o meio natural por estruturas metálicas, asfalto, pisos, prémoldados, entre outros. No Brasil, 84% da população vivem em áreas urbanas, sendo que
em 2000 eram 81%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010).
É neste ambiente que temos uma grande alteração, devido aos modelos dessas
construções e aproveitamento de espaços, o que ocasiona uma limitação para a arborização
urbana.
A arborização urbana e os outros elementos existentes na maioria dos centros
urbanos (postes de iluminação pública, fiações, telefones públicos, placas de sinalização
entre outros), convivem em desarmonia devido à ausência de planejamento tanto da
arborização, quanto dos outros componentes desse espaço (IPEF, 2006).
Mediante a visualização na maioria das cidades, podemos dizer que o meio urbano é
mais espontâneo do que planejado. Essa falta de planejamento, relacionada com a forma e
a intensidade que essas espacializações ocorrem vem a gerar impactos ambientais,
condicionados pela falta de critério adequada para ocupação do solo, levando a ocupações
irregulares e interferindo na qualidade de vida das pessoas.
A qualidade de vida urbana está diretamente atrelada a vários fatores que estão
reunidos na infra-estrutura, no desenvolvimento econômico-social e àqueles ligados à
questão ambiental. No caso do ambiente, as áreas verdes públicas constituem-se elementos
imprescindíveis para o bem estar da população, pois influencia diretamente a saúde física e
mental da população.
Dentre as inúmeras vantagens das áreas verdes, Guzzo (1999) considera três
principais: ecológica, estética e social. As contribuições ecológicas ocorrem na medida em
que os elementos naturais que compõem esses espaços minimizam tais impactos
decorrentes da industrialização. A função estética está pautada, principalmente, no papel de
integração entre os espaços construídos e os destinados à circulação. A função social está
diretamente relacionada à oferta de espaços para o lazer da população.
Planejar a arborização é indispensável para o desenvolvimento urbano e requer,
antes de qualquer coisa, o conhecimento da situação existente, através de um inventário
quali-quantitativo, assim como o conhecimento das características dos vegetais que poderão
ser utilizados (COLETTO et al., 2008).
Com isso, o objetivo deste trabalho foi realizar uma avaliação quali-quantitativa das
espécies arbóreas ocorrentes na Rua Monsenhor Vitor Bastitela, município de Frederico
Westphalen-RS, bem como identificar os principais problemas existentes no local.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Área de Estudo
A área de estudo está localizada no município de Frederico Westphalen a 27º 23’
54’’S de latitude, 53º 25’ 42.11’’W de longitude e 416m altitude, na Rua Monsenhor Vitor
Batistela (Figura 1). Esta rua tem seu início na rótula central em diagonal com a loja
Exclusiva, passando em frente a Catedral Santo Antônio, com seu término nas proximidades
do Frigorífico Mabela, estimando-se um comprimento aproximado à 3000 metros de
comprimento total.
Figura 1 - Mapa viário do Centro de Frederico Westphalen, com destaque à Rua Monsenhor Vitor
Batistela.
Fonte: Plano Diretor Municipal de Frederico Westphalen – RS (2007).
2.2 Metodologia utilizada
Inicialmente realizou-se a identificação da área de estudo, ou seja, a Rua Monsenhor
Vitor Batistela. No levantamento exercido para este trabalho, foram registradas informações
referentes à nove quadras, sendo que as mesmas constituem uma das principais ruas do
município.
O referido levantamento teve ocorrência durante um dia do mês de junho, e efetivado
através do método de caminhamento, juntamente com observações da vegetação arbórea
na área. Para o registro dos dados in loco, foram utilizados como instrumentos uma planilha
para descrever as características das árvores e uma trena para eventuais medidas de
distâncias necessárias.
As árvores presentes nesta via pública foram visitadas de uma a uma, identificadas e
categorizadas de acordo com critérios estabelecidos referentes a características das
espécies, e ainda outros componentes funcionais do ambiente urbano. Os dados coletados
foram registrados em planilha específica, conforme o anexo 1.
Os parâmetros observados que descrevem as espécies foram: porte das mesmas,
dividindo-se em três estágios que compreendiam a fase de muda, fase jovem e por fim a
adulta; a tipologia do sistema radicular, de profundo com e sem danos a superficial com e
sem danos; determinação do estado geral fitossanitário de cada indivíduo; necessidade de
tratamento; danos físicos causados a cada espécie e, por fim, foi coletada a altura da
primeira inserção de cada árvore.
Já quando observado o conjunto de vegetação e ambiente urbano, coletou-se
parâmetros que descrevem a área livre disponível para o crescimento e desenvolvimento
das árvores; danificação causada nas calçadas pelas raízes; conflito entre árvores e a rede
de fornecimento de energia; grau de compatibilização com o ambiente em que estão
dispostas e, a posição em metros do meio fio da calçada, do poste e do muro.
Após o término do processo de coleta, os dados formam organizados para posterior
avaliação de parâmetros e quantificação da arborização urbana nesta área.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Rua Monsenhor Vitor Batistela foram amostradas 97 árvores vivas, distribuídas
em 16 espécies, e 3 indivíduos mortos. As espécies que se destacaram foram a
Lagerstroemia indica (Família Lythraceae) e o Ligustrum lucidum (Família Oleaceae), as
quais representaram metade dos indivíduos amostrados, conforme pode ser visualizado na
tabela 1. A outra metade dos indivíduos distribuiu-se em 10 diferentes famílias.
Tabela 1 - Relação das famílias, espécies e da freqüência dos exemplares encontrados na
arborização da Rua Monsenhor Vitor Batistela, no Município de Frederico Westphalen, RS. 2012.
Família
Nome Científico
Nome Comum
Origem
Anacardeaceae
Arecaceae
Mangifera indica
Syagrus romanzoffianum
Manga
Jerivá
E
N
Frequencia
Relativa(%
)
2
7
Bignoniaceae
Spathodea canpanulata
Espatodea
E
4
Fabaceae
Tipuana tipu
Tipuana
E
4
Fabaceae
Caesalpinia peltophoroides
Sibipiruna
N
1
Lauraceae
Cinnamomum zeilanicum
E
8
Lythraceae
Lagerstroemia indica
Extremosa
E
25
Meliaceae
Melia azedarach
Cinamomo
E
1
Moraceae
Ficus benjamina
Ficus
E
6
Myrtaceae
Psidium guajava
Goiabeira
N
1
Myrtaceae
Myrcianthes pungens
Guabiju
N
3
Myrtaceae
Syzygium cumini
Jamelão
E
3
Myrtaceae
Eugenia uniflora
Pitanga
N
2
Oleaceae
Ligustrum lucidum
Ligustro
E
25
Rutaceae
Citrus sinensis
Laranjeira
E
4
Verbenaceae
Duranta repens aurea
Pingo de Ouro
N
1
Canela de
Cheiro
Morta
3
100
E=exótica; N=nativa
O resultado encontrado para as espécies arbóreas, exceto para a extremosa e para
o ligustro, mostrou-se próximo da recomendação técnica de Grey e Deneke (1978) apud
Coletto et al. (2008) de que cada espécie não deve atingir mais do que 10 a 15% dos
plantios.
Entre as espécies levantadas, 82% são de origem exótica, conforme a figura 2,
demonstrando a não preferência por espécies nativas, devido provavelmente a falta de
conhecimento técnico em relação a utilização e potencialidade do uso de espécies nativas
na arborização urbana. A preferência de uso de espécies nativas na arborização é uma
recomendação nem sempre seguida pelos municípios e recentemente reforçada na Carta
deVitória (CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO URBANA, 2007 apud
COLETTO et al., 2008).
Figura 2 – Origem das espécies levantadas na arborização da Rua Monsenhor Vitor Batistela.
Em relação ao sistema radicular das árvores, verificou-se que 40% apresentaram
sistema radicular superficial e com danos, 27% profundo e sem danos, 23% profundo e com
danos, e 7% superficial e sem danos. Percebe-se que os danos no sistema radicular, seja
ele superficial ou profundo, são muito frequentes, totalizando 63% das árvores amostradas.
Apenas 34% corresponderam ás arvores as quais não apresentaram nenhum dano em seu
sistema radicular.
Outra classificação foi à área livre em relação ao tronco das árvores com a calçada,
onde não observou-se área livre superior a 1m². A maioria das árvores amostradas (65%),
apresentou nenhuma área livre para o seu desenvolvimento, com a pavimentação ou a
calçada encostando no tronco, resultando na maioria das vezes na dilatação na base do
tronco. A área livre regular, ou seja, com até 0,5m² correspondeu a 32% do total,
ressaltando que esta não é suficiente para o desenvolvimento da maioria das espécies ali
presentes. Gonçalves (1007) apud Coletto et al. (2008) indica uma área livre de um metro
quadrado como mínimo a ser destinado para um bom desenvolvimento das árvores
plantadas em vias públicas.
Em um total de 100 indivíduos amostrados (100%), 71 espécies (71%) apresentaram
danos físicos devido à utilização de algum tipo de poda (drástica, moderada, leve), ou até
mesmo a utilização das três em uma mesma árvore. A segunda classe que mais apresentou
indivíduos foi a das espécies as quais não sofreram nenhum tipo de dano físico (15%),
totalizando 15 espécies nessa classe. Com 10% do total de indivíduos amostrados no
trabalho (10 indivíduos), os danos por vandalismo em sua grande maioria estavam
representados pela presença de cicatrizes no fuste das árvores pela utilização de
ferramentas cortantes (facas, facões, serrotes), e também pela quebra dos galhos
machucando a árvore e expondo o xilema, bem como o descascamento que algumas delas
sofreram.
Na sequência, as classes das árvores mortas juntamente com as danificadas pelo
estacionamento representaram 4% do total dos indivíduos (4 indivíduos), sendo que destes
3 indivíduos estavam mortos e 1 indivíduo apresentava dano por localizar-se em área de
estacionamento, conseqüentemente estando exposto a passagem de pessoas e carros pelo
local. A única classe que não apresentou nenhum indivíduo foi à classe de dano físico
causado por construções, as quais não comprometiam os indivíduos arbóreos presentes nas
calçadas.
Já analisando o estado fitossanitário das árvores, observou-se que, a maior parte
das árvores encontradas apresentam uma fitossanidade satisfatória a boa, já 1/3 da
vegetação precisa ser removida do local, pois não apresentam um estado fitossanitário
adequado ou estavam mortas, o que se deve principalmente à podas realizadas de maneira
incorreta.
Com relação à necessidade de tratamento, a maior parte da vegetação encontrada
precisa de poda leve, sem alteração da estrutura da copa, sendo que, apenas 10% das
plantas precisam de uma poda pesada, alterando sua forma típica da copa.
Com base no levantamento, 37% das árvores localizadas na Rua Monsenhor Vitor
Batistela devem ser removidas, sendo que deste total, 22% podem ser repostas no local,
mas devem ser de espécie que seja adequada ao local.
Os 15% restantes são de árvores que devem ser retiradas do local sem sua
reposição, nem por outra espécie, isso se deve ao fato de que estas plantas não são
indicadas para o local, tanto pela espécie que ali se encontra quanto pelo próprio lugar onde
ela está. Entre estas espécies, muitas estavam danificando o passeio público e outras se
encontravam em locais que dificultavam a visualização de motoristas, pois ficavam próximos
a placas de sinalização de trânsito.
Em relação à distância das árvores ao meio fio, verificou-se que 39% localizam-se a
distância de 0,21-0,40m, seguido de 30% que localizam-se a distância de 0-0,2m. Santiago
(1970) apud Coletto et al. (2008) recomenda como ideal uma distância das árvores ao meiofio entre 30 e 40 cm. Esta distância é de relevante importância, tendo-se em vista que
nessas áreas ocorre o estacionamento de automóveis. Portanto, as árvores mal localizadas
podem atrapalhar o estacionamento, ou até mesmo sofrerem danos causados por este.
Já em relação à distância das árvores ao muro, verificou-se que a maior parte, 41%,
localizam-se distantes de 1 a 1,5m, seguido de 38% que localizam-se distantes 1,6 a 2m.
Somente 1% localiza-se a menos de 1m de distância do muro. A distância das árvores ao
muro deve ser suficiente para permitir o tráfego dos pedestres.
Considerando as árvores sobre fiação elétrica das ruas, verificou-se que 56% dos
indivíduos amostrados não estavam sobre fiação, os quais correspondiam ao lado direito da
rua. Já 41% dos indivíduos estavam sob fiação elétrica, e muitas vezes estavam atingindo
esta, devido à má condução da copa das árvores, ou mesmo, devido à escolha errada da
espécie para cada local. A escolha de árvores para cada local é de fundamental
importância, devendo para esse caso, serem escolhidas árvores de menor porte, copa
menos adensada, ou mesmo efetuar podas sistemáticas para conduzir a copa das mesmas
conforme a fiação.
Verifica-se que 42 espécies (42%) apresentaram-se compatíveis com o espaço que
as comportavam, conseqüentemente as mesmas não apresentaram problemas quanto ao
seu desenvolvimento. A classe com os indivíduos incompatíveis correspondeu a 36
indivíduos, os quais apresentaram problemas, por exemplo, quanto ao seu desenvolvimento
relacionados ao pouco espaço para crescimento do sistema radicular, caule, e a pouco
espaço para a infiltração de água no solo. Outro fator de incompatibilização foi à localização
dos indivíduos na faixa amarela das calçadas, o qual se torna inviável por atrapalhar a visão
periférica por parte dos motoristas e também atrapalha os pedestres, entre outros fatores.
As espécies da classe medianamente compatível representaram 13% do total de
indivíduos abrangidos (13 espécies), sendo que nesta classe estão enquadrados, por
exemplo, os indivíduos os quais as copas atingem a fiação ou atrapalham a iluminação por
parte dos postes públicos, sendo necessária a realização de podas leves e sistemáticas no
controle do desenvolvimento dessas árvores. A última classe abrangida é a das árvores
pouco compatíveis com o local a que foram plantadas, sendo que as mesmas necessitam
de podas pesadas e sistemáticas, pois interferem negativamente em algum dos aspectos
citados anteriormente (fiação elétrica urbana, iluminação pública, circulação de pessoas e
carros), sendo que estes indivíduos representam 9% do total, ou seja, totalizam 9 espécies
das 100 amostradas no levantamento.
4. CONCLUSÕES
Após a realização da avaliação quali-quantitativa da arborização da Rua Monsenhor
Vitor Batistela, é possível concluir que: a arborização desta rua está concentrada em
espécies de origem exótica, e em basicamente duas espécies; o sistema radicular das
árvores encontra-se danificado, além de pouca área livre para o desenvolvimento do
mesmo; as podas estão sendo realizadas de forma errônea, causando danos às plantas,
além de aumentar a fragilidade destas a doenças e fazendo com que a maior parte das
árvores necessite de alguma forma de tratamento; devido à falta de informação das pessoas
no momento do plantio e condução das árvores, quase metade destas encontram-se
incompatíveis com o local;
Além disso, foi possível verificar a importância do planejamento da arborização
urbana, principalmente no momento do plantio, pois as árvores devem ser escolhidas de
maneira certa, bem como conduzidas através de podas para se ajustarem da melhor forma
possível ao local e as necessidades da população urbana.
5. REFERÊNCIAS
COLETTO, E. P., MÜLLER, N. G., WOLSKI, S. S. Diagnóstico da arborização das vias públicas do
município de Sete de Setembro – RS.Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana,
Piracicaba, v.3, n.2, jun. 2008, p.110-122.
GUZZO, P. Estudos dos espaços livres de uso público e da cobertura vegetal em área urbana
da cidade de Ribeirão Preto– SP. 1999. 106f. Dissertação (Mestrado em Geociências) Instituto de
Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. 1999.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010: população do Brasil é de
190.732.694pessoas. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noti
cia_visualiza.php?id_noticia=1766>. Acesso em: 25 jun. 2012.
IPEF, 2006. Arborização Urbana. Disponível em: <http://www.ipef.br/silvicultura/arborizaca
ourbana.asp>. Acesso em: 25 jun. 2012.
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE FREDERICO WESTPHALEN – RS. 2007. Disponível em : <
http://www.fredericowestphalen-rs.com.br/?page_id=729>. Acesso em: 25 jun. 2012.
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levantamento quali –quantitativo da arborização urbana na