A FORÇA DA QUALIDADE EM SEMENTES 1
Maior área plantada do mundo
Originário da Austrália e outras ilhas da Oceania, o eucalipto foi trazido
para Brasil na segunda metade do século 19. O setor de construção civil
queria utilizar a madeira para produzir os dormentes utilizados nas
primeiras linhas férreas. Atualmente, o país possui a maior área plantada
de eucaliptos do mundo (mais de 3 milhões de hectares). De acordo com o
Ministério da Ciência e Tecnologia, o Brasil é o maior produtor mundial de
celulose (cerca de 6,3 milhões de toneladas por ano).
O eucalipto brasileiro se destina basicamente à produção de celulose e
papel e ao carvão que abastece as siderúrgicas. As indústrias brasileiras
que usam o eucalipto como matéria prima para a produção de papel,
celulose e demais derivados representam 4% do Produto Interno Bruto, 8%
das exportações e geram aproximadamente 150 mil empregos.
O Papael da Arvore Verde
O eucalipto é a árvore ideal para ser matéria-prima de diversos tipos de
papel que consumimos, graças às qualidades individuais de sua madeira,
como a fibra curta e resistente. Nas próximas páginas, você vai conhecer
um pouco mais sobre esse tipo de árvore. A Aracruz Celulose responde a
suas dúvidas sobre a história e as características do eucalipto,
principalmente o cultivado pela empresa há 40 anos no Brasil e que segue
pelo mundo em forma de celulose.
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Quantas especies de eucalipto existem?
Muitas, mais de 600 espécies. Tem tudo que é tipo de eucalipto, que serve
para coisas bem diferentes, de remédios até celulose. É base para, por
exemplo, xaropes que ajudam nosso pulmão a ficar saudável. O eucalipto
também é bastante usado como desinfetante ou em cosméticos. A sua
madeira serve para produzir carvão e também tábuas, sarrafos, lambris,
ripas e vigas. E a Aracruz Produtos de Madeira produz a madeira Lyptus®,
que depois se torna móveis e ajuda a decorar interiores. Para a celulose,
seu principal produto, a Aracruz cultiva espécies que têm os “sobrenomes”
Grandis, Urophylla, Saligna, Globulus e Dunnii. E essas espécies,
principalmente a Grandis e a Urophylla, ainda se misturam em híbridos. Há
40 anos a Aracruz desenvolve pesquisa e consegue clones que podem
produzir papéis de melhor qualidade. Esses clones são multiplicados em
viveiros de produção de mudas e dali vão para as plantações da própria
Aracruz ou dos agricultores que são parceiros da empresa.
De onde veio o eucalipto?
Embora pouca gente saiba, o eucalipto é originário da Austrália e da
Indonésia, onde existem florestas nativas desta árvore. Aos poucos, as
várias espécies se espalharam pelo mundo junto com a Revolução
Industrial. No Brasil, a planta chegou com o Império. Alguns dizem que as
duas primeiras árvores foram plantadas no Jardim Botânico do Rio de
Janeiro em 1824. Mas começou a se transformar em uma árvore
economicamente viável no início do século 20, com as primeiras
plantações no interior paulista, vizinhas de grandes plantações de café. Já
o nome eucalipto vem do grego e quer dizer “bem coberto”. Isso porque os
botões de várias espécies de eucalipto são cobertos com uma membrana
fina que os protege. Hoje, a árvore, que é a matéria-prima de grande parte
dos papéis consumidos no mundo, está espalhada pelo planeta.
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Só o eucalipto serve prafazer papel?
Não, outras árvores, como os pínus ou as acácias, também são matériaprima para os papéis. Mas o eucalipto confere propriedades muito
apreciadas pelos fabricantes. E por isso é o mais utilizado para produtos
tão diversos como o papel higiênico, papéis de escrita e impressão ou
fotográficos. Os diversos tipos de pinheiro servem mais para embalagens
como as pastas de escola ou o papelão que embrulha aparelhos
eletrônicos. Além dessas duas espécies, as ácias tropicais, por exemplo,
são muito usadas nas fábricas da Indonésia. Já no Brasil, a prevalência é
de eucaliptos, que se adaptam muito bem ao clima e solo brasileiros.
Como é o ciclo de vida do eucalipto?
Como existem mais de 600 espécies de eucalipto, os ciclos de vida podem
ser diferentes. Nas regiões de origem dessas árvores, existem diferentes
espécies vivas que têm mais de 100 anos de idade. Os eucaliptos
cultivados pela Aracruz para a produção de celulose têm um ciclo rápido,
de até sete anos. Após um bom preparo e fertilização do solo, que inclui
quase uma dezena de nutrientes, a muda do eucalipto pode ser plantada. A
eficiência desse ciclo faz com que a Aracruz consiga produzir no Brasil
cerca de 3 milhões de toneladas de celulose branqueada de eucalipto por
ano. A árvore cresce rápido, mas, como quase todo ser vivo, tem uma fase
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em que o crescimento é maior e a planta, digamos, espicha. Isso acontece
dos dois aos quatro anos, quando a árvore chega a se desenvolver cerca
de 1 cm por dia. Veja como é o ciclo médio de crescimento do eucalipto.
O eucalipto acaba com os nutrientes do solo?
Junto com a falsa idéia de que o eucalipto seca o lençol freático, existe a
crença de que ele acaba com os nutrientes do terreno. Quando bem
tratado, o eucalipto não prejudica o solo. As árvores cultivadas pela
Aracruz, por exemplo, recebem reforço de calcário, além de reposição de
nitrogênio, potássio, fósforo, boro e zinco. São feitas análises no terreno e
nas folhas das árvores para garantir a manutenção de um solo saudável e
produtivo. Além disso, as cascas, os galhos e as folhas que são cortados
voltam para a terra na forma de adubo orgânico. Devido a estas
precauções, as plantações de eucalipto da Aracruz convivem em harmonia
com as matas nativas, suas vizinhas, que têm um importante papel na
preservação da Mata Atlântica.
Como é possivel saber a idade de uma arvore?
Não é um trabalho fácil. Árvores de climas temperados, como os pinheiros
do norte da Europa ou do sul da América do Sul, que são marcados pela
acentuada transição de estações do ano, podem ter suas idades
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detectadas pela contagem dos anéis que se desenham na seção
transversal do tronco. No inverno, essas espécies param de crescer. Essa
“hibernação” cria os anéis, que podem ser facilmente visualizados. Já nas
florestas tropicais, as árvores têm um crescimento relativamente constante,
graças ao clima menos variável, úmido e quente. Por isso, para saber a
idade de uma árvore de eucalipto nos trópicos, é preciso compará-la a
outras de uma mesma região, que já tenham sido medidas em diferentes
idades e que tenham altura e diâmetro similares.
Como as florestas são preservadas?
É uma missão complicada preservar uma floresta, principalmente quando é
uma plantação homogênea, como a de eucalipto para produção de
celulose. Além de todos os cuidados com a nutrição das plantas, é preciso
muita atenção com as pragas, que normalmente são insetos ou
microscópicos parasitas, que atacam e se dispersam rapidamente por
todas as árvores da mesma espécie. No caso da Aracruz, a seleção de
clones mais tolerantes ajuda na resistência à proliferação de algumas
doenças. Outras são combatidas com produtos biológicos, que, por
exemplo, podem atrair os parasitas e inibir sua reprodução, ou predadores
naturais como insetos, que se alimentam dos parasitas.
No caso das formigas, que são um grande problema para os eucaliptos,
são usados formicidas de baixa toxicidade e de maneira controlada
(somente quando há dano econômico). Quanto aos incêndios, outro risco
para as florestas, a Aracruz tem um sistema de vigilância que envolve mais
de 500 funcionários treinados para identificar e combater focos de
queimadas, e mais de 20 torres de vigilância que se espalham pelas
plantações. Outra medida tomada, que é comum em áreas onde há outros
plantios, é a criação de aceiros. Eles são como valas que separam as
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áreas de eucalipto de outras plantações e também de florestas nativas
vizinhas. Assim, se um incêndio surgir em uma determinada área, não se
espalha pelas outras, já que não existe contato direto.
Plantio de eucalipto na pequena propriedade rural
Imbatíveis em seu crescimento rápido, os eucaliptos são fonte de matériaprima para uma série de produtos de primeira necessidade, presentes em
todas as casas brasileiras. É uma importante fonte de energia, suprindo
tanto grandes indústrias siderúrgicas na produção de aço de alta qualidade
quanto ao homem do campo que o usa como lenha em seu fogão. O
eucalipto é muito usado na escola na fabricação de cadernos, no papel da
impressora mais sofisticada, na cartilha escolar básica e os livros são feitos
de fibras de eucalipto.
Nos últimos anos, o eucalipto vem adquirindo importância como matériaprima para a construção civil e movelaria, primeiro timidamente em
construções rurais e móveis rústicos, depois como componentes de casas
móveis sofisticados. Plantá-lo é uma alternativa excelente de renda para
produtores rurais, especialmente onde há demanda para seus produtos, e
ninguém sabe plantar melhor o eucalipto do que alguns brasileiros.
Algumas empresas nacionais conseguem produtividades de 40m³/ha.ano
de madeira. No entanto, a produtividade média de plantios feitos por
pequenos e médios produtores rurais é muito menor, principalmente por
desconhecimento de alguns cuidados básicos que devem ser tomados
durante o cultivo da espécie
Nos questionamentos sobre como plantar e manejar plantações de
eucaliptos os pequenos produtores rurais tem como principal pergunta qual
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é a espécie a ser plantada. Dúvidas sobre aspectos básicos também são
comuns. Entre elas estão técnicas de plantio, espaçamento a ser adotada,
produtividade dos eucaliptais e usos alternativos da madeira. Procurando
responder a essas solicitações foi elaborado um roteiro que apresenta os
principais fatores envolvidos nas plantações de eucalipto e, ao mesmo
tempo, auxilia no planejamento e condução dos mesmos, com o objetivo de
ajudar o produtor a tomar a melhor decisão.
O gênero Eucalyptus desenvolve mais de 600 espécies que estão
adaptadas a diferentes climas e solos, podendo ser utilizadas para
diferentes finalidades. Os eucaliptos podem ser plantados como árvores
ornamentais em parques e jardins; as folhas podem ser usadas em
arranjos florais e para extração de óleo e as flores são utilizadas para
produção de mel.
O uso mais comum é o aproveitamento da madeira como lenha, postes,
moirões de cerca, construções rurais, produção de madeira serrada,
fabricação de painéis e fabricação de papel e celulose.
Vale a pena plantar eucalipto
Para responder a essa pergunta é importante pensar para que se quer
plantar. A maior parte das plantações de eucalipto no Brasil tem finalidade
econômica, portanto, esse fator deve ser considerado na escolha da
espécie e no tipo de manejo, pois esses dois fatores influenciam no produto
final. É sempre difícil saber o tipo de produto florestal que será melhor
valorizado pelo mercado num prazo de 6 a 15 anos. Um bom conselho é
levantar a situação de mercado atual e futuro na região como, por exemplo,
a existência de indústrias que consomem madeira ou outros produtos
gerados nas plantações de eucaliptos, ou consultar os órgãos
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governamentais.
A escolha da espécie a ser usada em plantações com finalidade econômica
deve ser baseada nas diretrizes governamentais para o setor florestal na
região. Isso garantirá a existência de um mercado regional na ocasião da
colheita do produto florestal, que ocorrerá entre 6 e 15 anos após o plantio.
Numa época de alta competitividade não basta ter um bom produto.
É importante ter o produto certo e que chegue ao mercado a um preço
competitivo. A existência de mercados distantes não é um fator positivo
porque o custo de transporte representa um componente de muito peso no
custo da madeira posto-fábrica.
Plantações bem conduzidas podem produzir, a cada 7 anos, entre 150 a
300 esteres (madeira empilhada) por ha de madeira para lenha, carvão
vegetal, moirões e madeira para a indústria de celulose. Considerando um
preço médio de R$ 10,00 por metro estere na propriedade, isso pode
significar uma receita de R$ 1.500,00 a R$ 3.000,00 por ha.
A madeira para serraria é mais valorizada, valendo até três vezes mais do
que a lenha. No entanto, a produção desse tipo de madeira implica em um
maior custo de produção (custos de podas e desbastes) além de demorar
mais tempo para a colheita.
Nenhum gênero foi tão largamente plantado em todo o mundo como o
Eucalyptus. Estima-se que existam em torno de seis milhões de hectares
de eucaliptos plantados em todo o mundo, dos quais a metade está
plantada no Brasil. Isso representa mais da metade de toda a área
reflorestada no Brasil.
Das mais de 100 espécies de eucalipto introduzidas no Brasil, o E. grandis
é a mais comum, com 55% da área total, seguido pelo E. saligna e
E.urophylla com 17% e 9% respectivamente.
Plantações com híbridos, principalmente de E. grandis x E. urophylla,
representam 11 % do total da área plantada e têm aumentado nos últimos
anos, principalmente como florestas clonais.
A escolha da espécie adequada é um dos principais fatores para o sucesso
das plantações com eucaliptos. Na hora de decidir qual espécie plantar, é
bom pensar em alguns fatores importantes:
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a) finalidade do plantio;
b) clima e solo do local de plantio;
c) conhecimentos silviculturais sobre a espécie selecionada;
d) produtividade e rentabilidade da plantação com a espécie selecionada;
e) disponibilidade de sementes melhoradas.
A maioria das plantações com eucalipto tem por finalidade a produção de
lenha, moirões, postes, construções rurais, carvão vegetal e fabricação de
papel e celulose. Recentemente, a madeira do eucalipto passou a ser,
também, usada pelas serrarias.
As plantações de eucalipto para produção de madeira serrada devem, no
entanto, ser realizadas utilizando-se sementes ou clones selecionados para
essa finalidade.
Esses plantios devem ser manejados adequadamente, por meio de
desbastes e desramas. Desbaste é a retirada de árvores para que as que
ficam possam se desenvolver melhor. 0 desbaste também é uma forma do
produtor antecipar renda. A desrama, ou poda, é o corte dos ramos
inferiores, com o uso de ferramentas adequadas, para que a árvore cresça
e forneça madeira sem nó, que tem maior valor no mercado.
O valor da madeira de eucalipto, para serraria, chega a ser três vezes
maior que o da madeira para celulose e carvão vegetal. A serraria
aproveita aproximadamente 50% do volume da tora e o restante pode ser
vendida para lenha, fabricação de celulose ou painéis.
O clima e o solo são os principais fatores ambientais que afetam a
adaptabilidade da espécie no novo local de plantio. Em alguns locais, é
importante pensar na ocorrência de pragas e doenças quando for escolher
a espécie a ser plantada.
Normalmente, os eucaliptos necessitam de solos com profundidades
maiores que um metro e não se desenvolvem em solos encharcados.
Outros fatores, como a fertilidade, acidez e compactação do solo podem
ser corrigidas através do manejo adequado do solo.
A geada é o fator de adaptação mais importante da região Centro-Sul do
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Brasil, sob o ponto de vista climático. A extensão do dano provocado pelas
geadas depende da intensidade e da duração da temperatura mínima
absoluta. Outro fator importante é quando a geada ocorre. Isso pode variar
a cada ano. As mais perigosas são as geadas precoces e as geadas
tardias.
Danos da geada
A geada acaba atingindo as plantas que ainda não estão adaptadas ao
frio.Mas, as plantas podem "preparar-se" para suportá-las e, dessa forma,
não sofrerem grandes danos. Dependendo da topografia e da exposição da
encosta pode-se, também, observar diferentes níveis de danos causados
por geadas em um mesmo talhão. Plantações florestais localizadas em
áreas de baixadas ou encostas expostas aos ventos provenientes do sul
podem ser mais danificadas pelas geadas.
Outro fator climático muito importante nas regiões tropicais brasileiras são
as secas prolongadas. O sucesso da plantação depende da escolha de
espécies melhores adaptadas à seca. Plantações bem sucedidas nessas
áreas têm sido realizadas com clones de híbridos selecionados de E.
grandis x E. urophylla.
Após identificar as espécies que mais se adaptam ao solo e clima do
local,é preciso saber como tratá-las. Entre esses conhecimentos estão os
sobre sementes (onde e quando obtê-las, como guardá-Ias, por quanto
tempo podem ser guardada, necessidade de tratamento para que a
semente germine), como produzir mudas, como preparar o solo, como
plantar, fertilização mineral, de quanto em quanto tempo deve-se fazer
podas, desbastes, qual a idade da colheita, etc.
Com base nos fatores anteriores pode-se escolher uma espécie que
produza boa madeira, adaptada ao clima e ao solo do local, que seja
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resistente a pragas e o produtor saiba como tratá-las mas, apesar de tudo,
produza pouco. Mesmo que a produtividade das plantações, em muitos
locais, possa ser melhorada por meio do manejo do solo (preparo e
fertilização) e de cuidados adequados, a espécie escolhida deve possibilitar
altas produtividades. A Embrapa Florestas tem estudado se o plantio de
eucalipto na pequena propriedade, tanto no plantio consorciado como no
solteiro, vale a pena economicamente.
Para se obter plantações de eucaliptos muito produtivas e que produzam
madeira de qualidade, é necessário usar sementes melhoradas
geneticamente. O produtor encontrará no mercado sementes ou mudas de
vários preços, mas recomenda-se que compre as sementes de produtores
como universidades, instituições de pesquisas, empresas florestais com
tradição no mercado, pois produzir sementes florestais de qualidade exige
vários conhecimentos, principalmente sobre melhoramento genético,
colheita, extração, secagem, beneficiamento e armazenamento das
sementes.
As melhores sementes de eucaliptos disponíveis no mercado são aquelas
provenientes de Pomares Clonais de Sementes - PCS ou Pomares de
Sementes por Mudas - PSM. Se não puder obter sementes de PCS's ou
PSM's, recomenda-se comprar sementes de Áreas de Produção de
Sementes – APS's. Esses três tipos de sementes são coletados de árvores
selecionadas e manejadas para que não haja contaminação de pólen de
árvores não selecionadas.
Também podem ser encontradas mudas produzidas por propagação
vegetativa mas, normalmente, são específicas para determinadas
condições de clima e solo e mais dependentes de tecnologia.
Produção de mudas
A muda pode ser comprada em viveiros florestais ou produzida pelo próprio
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agricultor. Nos dois casos, é importante que a muda esteja num tamanho
adequado para o plantio, isto é, altura entre 15 e 25 cm e diâmetro de colo
de 2,5 mm. O plantio deve ser realizado após as chuvas. Na região Sul
especialmente onde ocorre geadas, o plantio deve ser feito logo após o
inverno. A muda pode ser produzida em diferentes tipos de recipientes,
como sacos plásticos, tubetes e laminados. Todos os recipientes devem
ser retirados na ocasião do plantio.
Antes do plantio é importante preparar o solo. Isso facilita o plantio, o
controle de plantas daninhas, melhora a sobrevivência e o crescimento
inicial das mudas. Tudo isso compensa o tempo e o valor gasto no preparo
do solo.
Solos compactados devem ser preparados com subsolagem e gradagens.
Em terrenos acidentados, onde a mecanização é impossível, o coveamento
deve ser manual com uma profundidade mínima de 30 cm. Em solos
arenosos a mecanização deve ser reduzida ou evitada para manter a
umidade e evitar erosão.
As formigas, principalmente a saúva e a quenquém, são algumas das
principais pragas das plantações de eucalipto. O combate deve começar
logo após a limpeza do terreno, antes de prepará-lo. O produto e a quantia
a ser usada dependem da espécie de formiga e do tamanho do
formigueiro.
Normalmente é usado 10g de formicida por m² de terra solta ao redor do
olheiro.
Como as plantações de eucalipto são normalmente feitas em solos
marginais, é necessário que os mesmos sejam adubados. A quantidade de
adubo vai depender do tipo e nível de fertilidade do solo.
O potássio por planta conforme o teor do elemento no solo. Recomenda-se
que o nitrogênio e o potássio sejam aplicados em duas etapas, metade na
época do plantio (início das chuvas) e o restante no final do período
chuvoso. Na época do plantio aplica-se também micronutrientes,
principalmente Boro e Zinco, na dosagem de 30g por planta de FTE
("Fritas") BR 8 ou BR 12.
A calagem não é obrigatória, mas pode ser utilizada nas plantações de
eucaliptos para correção da acidez e, principalmente, para repor o Cálcio
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retirado dos solos com a colheita da madeira. Para solos de baixa
fertilidade recomenda-se aplicar 1.500 a 2.500 kg de calcário dolomítico,
distribuídos a lanço na área total ou aplicados em faixas de 1 a 1,5 m de
largura sobre as linhas de plantio.
Normalmente o eucalipto é plantado em espaçamento 3mx2m,
especialmente o usado para produção de celulose, o que é igual a 1.666
plantas por hectare. Plantações que irão servir para a produção de madeira
para serraria precisam de desbastes até diminuir para 200 árvores por
hectare aos 20 anos de idade. Espaçamentos menores como 3mx1,5m
podem ser usados para a produção de lenha. Espaçamentos maiores como
3mx3m podem ser usados para material com alta taxa de crescimento,
como clones. Se a madeira for destinada a lenha, moirões e celulose,
normalmente cortada aos 6 ou 7 anos de idade, não é necessário o
desbaste.
O plantio deve ser feito assim que as mudas estiverem prontas, no caso de
produção própria, ou logo após serem compradas. A sobrevivência é maior
quando o plantio é feito em condições de solos úmidos, próximo a
capacidade de campo.
Plantios consorciados
O eucalipto, na sua fase inicial, é muito sensível a mato-competição.
Portanto, é importante realizar capinas e roçadas, especialmente no
primeiro ano. A capina pode ser mecânico ou através da aplicação de
herbicidas.
Após o quarto ou quinto ano, a plantação pode ser consorciada com
animais.
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Os plantios de eucaliptos também podem ser realizados junto com culturas
anuais (feijão, milho, soja), especialmente nos primeiros meses de
implantação. Esse processo é conhecido como sistemas agroflorestais. Em
espaçamentos maiores esse período pode ser estendido por mais alguns
meses. Estudos comprovam que as culturas anuais, além da produção
simultânea de madeira e alimento, ajudam a diminuir os custos de
implantação do eucalipto e aumentam a renda da propriedade rural.
Na fase inicial, a área deve ser cercada para evitar, principalmente, danos
provocados por animais. Recomenda-se também que a área seja protegida
de incêndios através de aceiros.
O crescimento acontece de acordo com as condições de solo e clima e a
produtividade de uma mesma espécie pode ser variável. As plantações de
eucalipto para produção de lenha, carvão vegetal, moirões e madeira para
a indústria de celulose são normalmente cortadas entre os 6 e 8 anos de
idade.
No caso dos plantios para produção de madeira serrada, a colheita é feita
após 12 ou 13 anos de idade. Um sistema de manejo interessante é retirar
a madeira para lenha aos 6 ou 7 anos e deixar 200 árvores por hectare
para colheita dos 13 aos 20 anos.
Uma das grandes vantagens das plantações de eucalipto é a possibilidade
de aproveitar a brotação das cepas após o corte. A cepa poderá ser
aproveitada por mais duas vezes sem a necessidade do replantio. Isso
significa, na prática, que se podem fazer três colheitas do mesmo plantio.
No entanto, o aproveitamento das brotações deve seguir algumas regras
básicas:
a) O corte deve ser realizado numa época sem seca, porque a falta de
água prejudica a brotação;
b) O número de brotos deve ser reduzido para os dois mais vigorosos
posicionados em lados opostos. A seleção deve ser feita no máximo até
um ano após a colheita;
c) Cuidados devem ser tomados para proteger as brotações contra ataques
de formigas cortadeiras;
d) Onde há geadas, o corte deve ser planejado de forma que as brotações
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iniciem após o inverno. É importante saber que há uma queda na
produtividade após a primeira colheita. Às vezes, quando a produção é
muito pequena, é melhor eliminar as cepas e replantar a área.
Aspectos ambientais
O aspecto ambiental das plantações de eucalipto é um dos mais debatidos,
gerando discussões e, quase sempre, idéias erradas sobre o assunto. Os
principais pontos de discussão são em relação ao consumo de água,
nutrientes e alelopatia, com as frases: "o eucalipto seca a terra"; "o
eucalipto consome muitos nutrientes"; "o eucalipto impede o
desenvolvimento de outras plantas nas suas proximidades". Estudos
recentes em relação a esses aspectos têm mostrado que:
- Os eucaliptos não interferem na quantidade de chuvas e na qualidade e
quantidade da água subterrânea. Os eucaliptos precisam de água tanto
quanto outras espécies florestais, e pesquisas mostram que usam melhor a
água, produzindo normalmente mais folhas, casca, raiz e madeira por
unidade de água consumida;
- As plantações de eucalipto precisam de nutrientes da mesma forma que
outras espécies florestais e menos que culturas agrícolas;
- Não existem evidências que as plantações de eucaliptos impedem o
desenvolvimento de outras plantas nas suas proximidades. Isso acontece
por causa da competição e não do efeito químico do eucalipto sobre outra
planta (alelopatia).
Outro aspecto ainda discutido é a redução da biodiversidade como
conseqüência da exploração florestal. Todas as plantações florestais,
inclusive as de eucalipto, dificilmente abrigarão uma diversidade tão grande
de seres vivos como às florestas naturais. Mas a manutenção de áreas de
proteção ambiental e a colheita de forma sustentável, retirando-se somente
o produto a ser usado e deixando no local galhos, folhas e cascas, poderão
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diminuir o impacto sobre a biodiversidade.
Além do Código Florestal Brasileiro, hoje em vigor, os estados e municípios
também possuem as suas próprias legislações. Portanto, antes de
qualquer atividade, consulte os órgãos regionais competentes como a
Secretaria do Meio Ambiente da sua região, a prefeitura do seu município
ou a Assistência Técnica especializada para esclarecimentos a esse
respeito. É importante conhecer com clareza as restrições referentes a
atividades florestais no local.
Existe no Brasil, hoje em dia, uma considerável quantidade de informações
sobre plantações de eucalipto, nos seus diferentes aspectos.
Também existem órgãos governamentais, empresas privadas e ONGs que
estão trabalhando para o sucesso social, ambiental e econômico dos
plantadores de eucalipto. Sempre que precisar de mais detalhes, procure
esses serviços.
Utilidades do Eucalipto
• Celulose
o
Papéis diversos (impressão, cadernos, revistas)
o
Absorvente íntimo
o
Papel higiênico
o
Guardanapo
o
Fralda descartável
o
Viscose, tencel (roupas)
o
Papel celofane
o
Filamento (pneu)
o
Acetato (filmes)
o
Ésteres (tintas)
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Cápsulas para medicamentos
Espessantes para alimentos
Componentes eletrônicos
Óleos essenciais
Fármacos
Produtos de higiene
Produtos de limpeza
Alimentos
Produtos apícolas
Mel
Própolis
Geléia Real
Madeira serrada
Móveis
Construção Civil
Brinquedos
Postes e mourões
Laminados, MDF, HDF,
chapa de fibra, compensados
• Carvão e lenha
o
o
o
•
o
o
o
•
o
o
o
o
•
o
o
o
•
•
Outras Utilida des: o eucalipto também remove gás carbônico (CO2) da
atmosfera, contribuindo para minimizar o efeito estufa e melhorando o
microclima local. Por fim, o eucalipto protege os solos contra processos
erosivos, conferindo-lhes características de permeabilidade, aumentando a
taxa de infiltração das águas pluviais e regularizando o regime hidrológico
nas áreas plantadas.
O Eucalipto – Um Cidadão Vegetal Exemplar
Grande parte da agropecuária brasileira baseia-se em espécies de origem
estrangeira. A cana-de-açúcar vem da Nova Guiné, o café é etíope; o
arroz, filipino; o trigo, asiático; a soja e a laranja vieram da China. Sem
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contar o gado indiano, os cavalos asiáticos, as carpas chinesas e tilápias
egípcias.
No caso da madeira, alguns estados, como o Rio Grande do Sul, são
deficitários e importam madeiras. O consumo atual é de 30 mil hectares
de florestas por ano, e produz metade disto. De onde virá a madeira para
abastecer tal consumo? De florestas nativas brasileiras ou de florestas
exóticas plantadas? O que diriam os “ecologistas” e certos profissionais,
defensores da preservação total, que defendem a intocabilidade de
nossas matas nativas, do “bioma pampa” e que são contrários ao plantio
de espécies exóticas, como o eucalipto e o pinheiro americano? Porque
ainda não criticaram a acácia negra plantada no Vale do Taquari? A
resposta é obvia, porque ela é o sustento de milhares de pequenos
silvicultores.
A crítica é muito simplista. Que se apresente uma solução para suprir o
uso crescente de madeira. Recomendam que se “plante nativas”. Quais
espécies? Os pesquisadores brasileiros não conseguiram identificar, nem
melhorar geneticamente, uma espécie florestal nativa que se adapte as
diferentes regiões do Brasil, com ótima silvicultura, resistente ao ataque
de pragas e doenças, de boa produção (além de 30 m3/ha/ano), e com
madeira de múltiplo uso.
Repentinamente, a FEPAM, diga-se “núcleo resistente ao latifúndio
florestal”, lançou o Zoneamento Ambiental da Silvicultura, com base técnica
referencial nas Unidades de Paisagem. Estranhamente, na elaboração do
documento não houve a participação de outros órgãos de Governo, como a
Secretaria Estadual da Agricultura, Fundação Estadual de Pesquisas
Agropecuárias e Departamento de Florestas e Áreas Protegidas.
Convidaram diversas instituições científicas, universidades, algumas
entidades representativas da sociedade civil, ONGS, para análise e
sugestões. Por muitos, o documento foi considerado falho e inconsistente
tecnicamente, recebendo sugestões por parte da EMBRAPA-FLORESTAS,
ESALQ/USP, UFPEL, Departamento de Ciência Florestais da UFSM, IPHUFRGS, das entidades representativas do Setor Florestal, entidades de
classe da Engenharia Florestal e Agronomia. Mas, nenhuma sugestão
técnica foi considerada para alteração do documento. Contudo,
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irresponsavelmente, o nome destas Instituições e Entidades, com seus
profissionais, foram mencionados como “responsáveis pela elaboração do
documento final”. O fato fez com que estas oficiassem o não
reconhecimento da responsabilidade sobre o documento, pois não tiveram
suas sugestões contempladas. Nós Engenheiros Florestais percebemos
que é a mesma corrente dentro do Governo, pasmem, que isentou a
reposição.
Plantio é operação mais importante na implantação florestal
A adoção do sistema adequado requer uma definição clara de objetivos e
usos potenciais dos produtos e subprodutos que se espera da floresta. O
sucesso de um plantio e a obtenção de povoamentos produtivos e com
madeira de qualidade deve ser pautado por práticas silviculturais como: a
escolha e limpeza da área, controle de pragas e doenças, definição do
método de plantio e tratos culturais.
O plantio se caracteriza pela colocação da muda no campo. Pode ser
mecanizado, manual ou semi mecanizado, dependendo da topografia,
recursos financeiros e disponibilidade de mão de obra e/ou equipamentos.
O plantio mecanizado ou semi mecanizado aplica-se onde a topografia e
plana possibilitando o uso de plantadoras traquinadas por tratores. As
plantadoras, normalmente, fazem o sulavento, distribuem o adubo e
efetivam o plantio. No sistema semi mecanizado, as operações de
preparo de solo e tratos culturais são mecanizadas, o plantio
propriamente dito e’ manual.
O plantio manual e recomendado para áreas declivosas ou em situações
onde não e’ viável o uso de máquinas agrícolas.
Os plantios de eucaliptos realizados no sul do Brasil, em sua maioria,
adotam o sistema manual em função da rusticidade da espécie, da
disponibilidade de mão de obra e em muitas situações pelas condições
topográficas.
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Alguns fatores importantes devem ser definidos previamente antes do
plantio propriamente dito, com destaque para o espaçamento de plantio,
as operações de manejo, os tratos culturais e a adubação das mudas.
Constituem-se operações básicas para a implantação de um maciço
florestal o preparo de solo e plantio.
No planejamento definem-se as vias de acesso e o dimensionamento dos
talhões, ações que facilitarão as operações de plantio, tratos culturais,
operações de proteção, principalmente controle de fogo e as operações
de retirada da madeira.
O dimensionamento/posicionamento dos talhões assume importância
estratégica, pois as operações de exploração (derrubada e retirada da
madeira) são responsáveis por mais de 30% do custo da madeira
produzida e colocada no pátio da fabrica.
A construção das vias de acesso deve considerar a distância máxima do
arraste ou transporte da madeira no interior da floresta, que por razoes
técnicas e econômicas não devem ultrapassar os 150 m. Assim, os
talhões devem ser dimensionados com no máximo 300 m de largura, com
cumprimento variando de 500 a l000 m.
A definição do tamanho do talhão é importante também para a proteção
da floresta em caso de incêndio, por exemplo, em áreas declivosas, a
distância de arraste não deve exceder a 50 m.
Os aceiros separam os talhões e servem de ligação às estradas de
escoamento da produção. Podem ser internos (com largura de 4 a 5 m)
ou de divisa (com largura de 15 m).
Recomenda-se ainda que a cada 4 ou 5 talhões estabeleça-se aceiros
internos de 10 m de largura. É desejável que os aceiros possuam leitos
carroçáveis com aproximadamente 60 % da largura.
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A área total ocupada por aceiros, considerando áreas planas ou
suavemente ondulada deve ser de 5% da área útil.
Limpeza
A limpeza da área para plantio corresponde às operações de derrubada,
remoção e enleiramento da vegetação/resíduos da exploração.
Na limpeza recomenda-se retirar apenas o material lenhoso aproveitável,
como por exemplo, a lenha ( energia ou carvão) e madeira para serraria,
moirões etc, sendo que o restante do material, considerado como resíduo
da exploração, deve permanecer no campo como uma importante reserva
de nutrientes.
Dependendo da densidade da vegetação a ser retirada e da topografia do
local (observe-se os aspectos legais), pode-se utilizar equipamentos e/ou
maquinas pesadas.
Dentre eles podemos citar o correntão, indicado para áreas de capoeira e
cerradões; laminas frontais empuradeiras ou frontais cortadeiras. As
laminas frontais cortadeiras são mais apropriadas pois fazem menor.
As áreas destinadas ao cultivo de essências florestais devem receber
cuidados especiais, visto que dela dependerá, em grande parte, o
resultado econômico da atividade.
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O principal objetivo do preparo da área é oferecer condições adequadas
ao plantio e estabelecimento das mudas no campo. Como condições
adequadas podem considerar a redução da competição por ervas
daninhas, melhoria das condições físicas do solo (ausência de
compactação) e a presença de resíduos da exploração (folhas e galhos
devidamente trabalhados para não prejudicarem as operações que
demandam uso de maquinas). Estes resíduos são importantes na
manutenção da matéria orgânica no solo e conseqüentemente na
ciclagem e disponibilizarão de nutrientes às plantas.
QUALIDADE DA MADEIRA SERRADA DE EUCALIPTO.
O setor madeireiro no Brasil tem sido marcado por um processo de
utilização crescente de madeiras provenientes de reflorestamento. Tal
fato tem se tornado mais evidente nos últimos anos, sobretudo em razão
dos questionamentos existentes em relação à exploração das nossas
florestas nativas, quer seja por razões ecológicas, quer seja pela elevação
dos preços de suas madeiras, devido às dificuldades da exploração da
floresta tropical e às grandes distâncias entre as zonas de produção e de
consumo. Ademais, a indústria dos produtos à base de madeira tem-se
defrontado com desafios que estão provocando drásticas mudanças. O
primeiro grande desafio é a crescente expansão dos mercados para a
“madeira ambientalmente correta”, exemplificado pela crescente força
mercadológica dos “selos verdes” em todo o mundo. Um segundo desafio
é a globalização dos mercados consumidores, com a conseqüente
necessidade de aumento na produtividade e o atendimento a padrões de
qualidade cada vez mais exigentes. Este cenário tem estimulado a
exploração da madeira de reflorestamento, principalmente das espécies
do gênero Pinus e Eucalyptus.
São várias as razões para que o eucalipto possa ser indicado como a
alternativa de oferta de madeira. O gênero tem ocupado um lugar
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preferencial na escolha de espécies para o estabelecimento de florestas
plantadas em nosso País. Na região centro-sul brasileira, nas últimas
décadas, observou-se um vasto e bem sucedido programa de
reflorestamento com estas espécies. Apesar de a maior parte das
florestas estar comprometida com a produção de madeira para os
denominados “usos tradicionais” ( celulose, papel, carvão vegetal, lenha e
chapas de fibras), espera-se que uma parcela possa ser destinada a
outras aplicações madeireiras. Para atender a tais demandas, uma
primeira etapa envolveu uma seleção de espécies com programas de
melhoramento para atender características de ordem silvicultural, como
crescimento, forma do tronco, regeneração e resistência a pragas e
doenças; numa segunda etapa, tais programas foram consolidados e
complementados com o envolvimento de algumas propriedades da
madeira, como densidade, dimensões de fibras, teores de casca e
composição química. Ao se pensar na utilização da madeira para fins
mais nobres, como a produção de móveis e painéis, é necessária a
incorporação dos procedimentos de ordem silvicultural já utilizados na
formação das florestas tradicionais a outros programas complementares
de manejo e condução da floresta, como o desbaste e a poda dos ramos,
além de avaliar outros aspectos da madeira, como os níveis de tensões
de crescimento, a estabilidade dimensional, a coloração, a presença de
madeira juvenil, a relação cerne/alburno, a resistência mecânica, a
trabalhabilidade e o seu comportamento em todas as fases do
processamento primário( desdobro e secagem).
Até o presente momento, a grande experiência silvicultural brasileira se
resume na produção de florestas jovens, de ciclo curto e de rápido
crescimento. O resultado de qualquer análise sobre outras aplicações da
madeira de eucalipto no Brasil (serraria, movelaria, marcenaria, lâminas,
compensados e construção civil) demonstra que as experiências são
muito pequenas. Toda a madeira de eucalipto atualmente disponível foi
projetada para a utilização na produção de celulose, carvão vegetal e de
chapas e, ainda, não se tem a madeira ideal para a indústria moveleira.
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Em vista da falta de controle da matéria-prima e dos parâmetros
dependentes do processamento, as experiências na área de serraria temse mostrado muito restritas, quanto à possibilidade de suas
extrapolações. Esse quadro tem grandes possibilidade de reversão na
medida em que se romperem alguns preconceitos e se aprofundarem os
estudos sobre as inúmeras alternativas de uso múltiplo, principalmente na
indústria moveleira, construção civil e de embalagens.
Apesar de existirem mais de seiscentas espécies já conhecidas,
botanicamente, os plantios, em larga escala, no mundo, estão
concentrados em poucas espécies. Em termos de incremento anual e das
propriedades desejáveis da madeira, apenas doze tem sido utilizadas,
com mais intensidade, para atender o setor industrial: Eucalyptus grandis.
E. saligna, E. urophylla, E. citriodora, E. globulus, E. camaldulensis, E.
tereticornis, E. paniculata, E. robusta, E. viminalis, E. exserta, E. deglupta.
No Brasil, tem sido consideradas muito promissoras as espécies E.
cloeziana, na região central, e o E. dunnii, na região sul. As várias
espécies de eucalipto mencionadas apresentam uma velocidade de
crescimento bastante alta, com um potencial elevado para o
estabelecimento, em prazos relativamente curtos, de novos e adequados
plantios para a obtenção de madeira para diversas finalidades. Quanto às
florestas plantadas no Brasil, devem ser destacadas as inúmeras
vantagens para produção de madeira, em larga escala: características
edafoclimáticas, associadas a altos índices solarimétricos e elevadas
temperaturas, possibilitando uma intensa atividade biológica e resultando
em altas taxas de produtividade. A situação privilegiada de muitos países
tropicais, como o Brasil, atesta a grande vocação florestal que pode
suportar a indústria de base, em termos competitivos.
Produtividade volumétrica de madeira em diferentes países.
Países
Finlândia
www.sementescaicara.com.br Produtividade ( m3 / ha /ano
)
5
A FORÇA DA QUALIDADE EM SEMENTES 25
Portugal
Estados Unidos
África do Sul
Brasil
10
15
18
30
Fonte: OLIVEIRA.
Considerando-se o potencial representado pelo eucalipto, existem
condições ambientais e conhecimentos silviculturais para dar ao País
vantagem comparativa na produção de matéria-prima florestal. As
perspectivas são muito favoráveis e tem por base o conhecimento já
acumulado sobre a silvicultura e o manejo de várias espécies do gênero,
sua maleabilidade e a resposta ao manejo e ao melhoramento genético, a
grande variabilidade e diferença inter e intra-específica, que a tornam
aplicável em um grande espectro de usos. O reflorestamento possibilita
também a homogeneidade da matéria-prima e uma continuidade de
abastecimento, viabilizando a utilização da madeira, especialmente nas
florestas conduzidas em ciclos longos e manejadas adequadamente com
desbastes e desramas.
A produção de madeira serrada de qualidade é possível quando passa
pelos seguintes pontos: a) pesquisa de laboratório e de campo,
identificando espécies e clones, com características adequadas à
produção de toras; b) testes e ensaios silviculturais e de manejo,
objetivando estabelecer métodos de propagação, espaçamento,
cronograma de desrama e duração de rotação; c) investigação dos
melhores métodos de colheita, tratamento de toras, desdobro, secagem,
usinagem, colagem e acabamento; d) desenvolvimento de produtos
acabados.
As principais características da árvore que provocam
impacto direto na produtividade da unidade industrial são identificadas
como: a) diâmetro; b) retidão; c) circularidade; d) ausência de nós; e)
tensões internas de crescimento. As principais propriedades físicas e
mecânicas da madeira que provocam o impacto na qualidade do produto
final a ser produzido são identificadas como: a) resistência mecânica; b)
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massa específica aparente; c) estabilidade dimensional. Definidas as
características e propriedades da madeira desejada é necessário
identificar quais os processos tecnológicos a serem utilizados.
Impacto da tecnologia nas características da madeira
Característica da matériaprima
Diâmetro das toras
Circularidade das toras
Conicidade das toras
Ausência de nós
Retidão das toras
Tensões internas de
crescimento
Trabalhabilidade
Resistência mecânica
Massa específica aparente
Estabilidade dimensional
Aparência ( cor )
Facilidade de serrar e
laminar
Facilidade de secar
Facilidade em colar
Acabamentos( tintas e
vernizes)
Melhorame
nto
Florestal
XX
X
X
X
XX
XX
Manejo
Florestal
Processo
Industrial
XX
XX
XX
XX
XX
-
XX
XX
XX
XX
XX
-
X
-
XX
X
X
XX
X
XX
X
X
-
-
XX
XX
XX
XX : Grande influência
X: Média influência
( - ): pouca influência ou fator desconhecido
A madeira de melhor qualidade é aquela que apresenta menos defeitos,
que podem ser considerados intrínsecos à madeira ou resultantes do
processo de produção e beneficiamento da madeira. A escolha de
material genético adequado, a adoção de técnicas corretas de silvicultura
e manejo e a adoção de procedimentos corretos de corte, transporte,
desdobro, secagem e usinagem da madeira de eucalipto podem torná-la
uma matéria-prima muito próxima do ideal para a indústria moveleira e de
marcenaria
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Principais defeitos da madeira e suas possíveis causas.
DEFEITOS
Rachadura de topo
Rachadura de superfície
Nós
Medula
Furo de insetos
Esmoado
Empenamento
Bolsa de resina
Inclinação da grã
Desbitolamento
Podridão
Encruamento
Colapso
Cor
Relação cerne/alburno
Características físicomecânicas
www.sementescaicara.com.br CAUSAS dos DEFEITOS
Intrínsecos
DESDO
à madeira
BRO
X
X
SECA
GEM
Fato
res
exte
rnos
X
X
X
X
X
X
X
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X
X
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Eucalipto - Maior área plantada do mundo