Aproveitamento de CO2 de fermentação alcoólica para produção
de biomassa fotossintetizante em fotobiorreator tubular.
Marcelo C. Matsudo*, Raquel P. Bezerra, Fábio A. Moraes, Sunao Sato, João Carlos M. Carvalho
Faculdade de Ciências Farmacêuticas / Universidade de São Paulo
*[email protected]
Considerando a produção de etanol no Brasil estimada em 27,5 bilhões de litros na safra
2008/2009, pode-se estimar uma emissão de CO2 associada ao processo fermentativo de
aproximadamente 20,8 bilhões de kg. A expansão da produção de etanol nos motivou a avaliar o
uso do CO2 produzido pela fermentação para controle do pH do meio de cultivo e como fonte de
carbono para Arthrospira platensis. A sua produção é muito estudada devido ao alto teor de
proteínas na biomassa (50 a 70%) além da presença de ácidos graxos essenciais, vitaminas e
pigmentos, de interesse na indústria de alimentos, de cosméticos e farmacêutica. Considerando
que 50% da célula é constituída de carbono, o emprego de uma fonte, desse elemento, de custo
zero seria de grande importância para viabilizar a produção dessa biomassa em larga escala. Essa
cianobactéria foi cultivada em fotobiorreator tubular por processo contínuo, aplicando-se
diferentes valores de vazão específica de alimentação (0,2 ≤ D ≤ 0,8 d-1) empregando uréia como
fonte alternativa de nitrogênio. D = 0,6 d-1 resultou em uma produtividade de células de 839 mg
L-1 d-1, valor que foi somente 7,9 % menor que aquele obtido com uso de CO2 puro, de grau
analítico. Isso mostra que o uso dessa fonte de CO2 isenta de custo, associado ao nitrogênio de
baixo custo pode ser promissor para reduzir o custo no cultivo contínuo de uma biomassa rica em
proteínas e, ao mesmo tempo, para reduzir a emissão de um gás causador do efeito estufa para a
atmosfera.
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