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SEGUNDA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2015 A GAZETA
Betty Lago
morre aos
60 anos
A atriz morreu na
madrugada de ontem em
seu apartamento, no Leblon,
Rio. Ela sofria de câncer
na vesícula, diagnosticado
há três anos. Página 5
EDITORA:
ELISA RANGEL
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QUASE METADE FALTA
A CONSULTAS E EXAMES
Média de ausência nos procedimentos do SUS chega a 46%
FERNANDO MADEIRA
WESLEY RIBEIRO
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Demora
Dois meses é o
que a rodoviária
Rafaela Fleger,
de 32 anos, diz
que já esperou
para conseguir
uma consulta
pelo SUS
Praticamente metade dos
pacientes simplesmente
não comparece a exames e
consultasmédicasoferecidas pelo Estado na Grande
Vitória. E se por um lado a
falta prejudica outros pacientes que estão na fila de
espera, por outro, a demora e o atendimento desqualificado estão entre as
principais justificativas
dos faltosos.
ArodoviáriaRafaelaFleger, 32 anos, precisava de
um neurologista para o filho de 11 anos, que estava
sem o medicamento de uso
contínuo. Mas como a consulta pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) foi agendada
para daqui a um mês, ela
disse que precisou recorrer
a uma clínica particular, na
Serra. A espera pelo SUS,
em outras ocasiões, já chegou a dois meses.
Rafaela garante que
cancelou a consulta pelo
Estado, mas essa prática
não é comum, de acordo
com a chefe do Núcleo de
Regulação do Acesso da
Superintendência RegionaldeSaúdedeVitória,ResyRebello,daSecretariade
Estado da Saúde (Sesa).
Dos 315.240 procedimentos oferecidos pelo Estado no primeiro semestre
do ano passado, na Região
Metropolitana, 114.780
pacientes faltaram, o que
representa 36% do total
das marcações. Mas esse
“Desta vez,
recorri a
uma clínica
particular.
Meu filho
estava sem
o remédio”
—
RAFAELA FLEGER
Rodoviária, 32
FERNANDO MADEIRA
Mau humor
Para a professora
Gloria Maria Salotto de Oliveira,
de 54 anos,
o atendimento
dos profissionais
é ruim e afasta
os pacientes
“Além da
demora,
são mal
humorados
e atendem
muito mal”
—
GLORIA SALOTTO
DE OLIVEIRA
Professora, 54
FALTOSOS
46%
É o percentual de falta
já registrado em consultas e exames médicos
oferecidos pelo Estado
na Grande Vitória
percentual já chegou a
46%, segundo Resy.
Ortopedia e otorrinolaringologia estão entre as especialidades que registram
mais faltas, segundo ela,
porque estão relacionadas a
casoscommenorgravidade.
Especialidades que lidam
com doenças mais graves e
examesmaiscomplexos,como ressonância craniana,
registram menos faltas.
Resyexplicaqueaimpossibilidade de faltar ao trabalho, o desinteresse na continuidadedotratamentoeaté
o esquecimento estão entre
as principais justificativas
dos faltosos, que são orientadosainformarsobreonão
comparecimento com até
três dias de antecedência.
Em geral, o tempo de
espera está relacionado à
oferta de especialidades e
ao nível de gravidade do
paciente, por isso não é
possível precisar um tempo médio de espera, segundo Resy. As faltas então agravam essa situação
e ainda geram desperdício
de recursos públicos.
SAIBA MAIS
t
t
Os números
315.240
t
36%
Marcações foram
realizadas no primeiro
semestre de 2014
É o percentual de faltosos
nesse período, mas o
número já chegou a 46%,
segundo a Secretaria de
Estado da Saúde
114.780
55 mil
Pacientes faltaram
t
Procedimentos entre
exames e consultas são
oferecidas por mês na
Região Metropolitana,
pelo Estado
t
alegando que estavam
presos no trabalho, que
não precisam mais do
tratamento e em alguns
casos, até se esquecem
Os faltosos
Dificuldades
Eles justificam faltas
t
Especialidades
Menor gravidade,
mais faltas
Ortopedia e
otorrinolaringologia são
que têm menos falta,
pois os casos têm menor
gravidade
t
Maior risco
Especialidades
relacionadas a doenças
mais graves e exames de
maior complexidade são
as que registram menos
faltas
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QUASE METADE FALTA A CONSULTAS E EXAMES