UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA E GEOQUÍMICA GRUPO DE PESQUISA PETROLOGIA DE GRANITÓIDES MAGMATISMO BIMODAL DA ÁREA DE TUCUMÃ (PA) PROVÍNCIA CARAJÁS: IDADE, CLASSIFICAÇÃO E PROCESSOS MAGMÁTICOS Fernando Fernandes da Silva Davis Carvalho de Oliveira Paul Y.J Antonio Manoel S. D'Agrella Filho INTRODUÇÃO Oliveira (2014, modificado) A área está inserida no contexto geológico do Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria ou Domínio Rio Maria de Vasquez et al. (2008) Composta de granitoides de idade mesoarqueana (Leite et al. 2004, Dall’Agnol et al. 2006, Oliveira M. A. et al. 2010, Almeida et al. 2011). E greenstone belts do Supergrupo Andorinhas (Souza, 1994). Granitos tipo-A paleoproterozoicos (Dall’Agnol & Oliveira 2007). Suíte Jamon (Musa, Jamon, Marajoara, Manda Saia, Bannach e Redenção); Velho Gulherme (Antonio Vicente, Mocambo); Serra dos Carajás (Central, Cigano, Pojuca e Rio Branco). Diques félsicos a máficos (Dall’Agnol et al. 1997, Rivalenti et al. 1998, Silva Jr et al. 1999). MAPA DE LOCALIZAÇÃO Área de estudo JUSTIFICATIVA Base de dados geológicos da área de Tucumã é limitada, estando disponível apenas informações obtidas pela CPRM em escala 1:2500.000, onde a ocorrência de corpos intrusivos tabulares (diques) não foram identificados ou individualizados. Por ser uma área pobremente estudada: Não se tinha conhecimento da representatividade dos diques na área de Tucumã; Ausência de uma caracterização petrográficas (macro e micro); Ausência de dados geocronológicos; Classificação e afinidades geoquímicas indefinidas; Levando-se em consideração que diques representam um importante mecanismo para o transporte de magma, além de indicarem o início de um processo de distensão crustal (rift), a falta de uma caracterização geológica naqueles da área de Tucumã, nos permite levantar alguns questionamentos sobre o processos envolvidos para geração, evolução, interação e colocação dos líquidos: Qual a relação entre os principais tipos que ocorrem na área? Quais os processos magmáticos envolvidos na evolução dessas rochas? Qual a participação de cada um destes processo (p. ex. mistura de magmas)? Os tipos identificados representariam a ocorrência de um magmatismo bimodal, análogo aquele descrito na área de Rio Maria, ou seria afim daquele de São Félix do Xingu? Qual o papel destes diques no contexto tectônico regional da Província Carajás e qual a relação com a origem e colocação dos Grantios Tipo-A? Comprimentos de até 60 Km Direções predominantemente NW-SE concordantes com a estruturação regional São intrusivos no Grupo Tucumã e Granodiorito Rio Maria Félsicos 70% dos corpos Máficos e Intermediários 30% Felsic dike Tucumã Greenstone PETROGRAFIA Diques Félsicos Riolito Porfiro Holocristalinos a hipocristalinos, apresentando textura glomeroporfiritica, granofírica, esferulitica e rapakivi. Fenocristais de Qtz, K-F e Plag imersos em uma matriz felsitica afírica. PETROGRAFIA “Dacitos” A maioria deles são pórfiriticas com matriz afírica. Fenocristais de Quartzo, Plagioclásio, k-feldspato. Os fenocristais variar de poucos milímetros a pouco mais de 1 cm. no entanto, a quantidade de pórfiros é mais baixos do que os riolitos. Feições de Corona e Embaiamento PETROGRAFIA Diques intermediários “Andesitos” A maioria deles são porfiríticas com matriz um pouco mais grossa. Composta de microlitos de plagioclásio fortemente alterado para sericita. Fenocristais de quartzo, Plagioclásio, k-feldspato. Feições de Corona e Embaiamento. PETROGRAFIA Diques máficos Basaltos e Basaltos Andesitos Faneriticos inequigranular holocristalinos. fino a medio, Textura Ofitica e Subofitica. Plagioclásio, Piroxênio subordinada. (clino e Orto), olivina PETROGRAFIA Quais os processos envolvidos na geração das rochas intermediárias? Cristalização Fracionada? Assimilação Crustal? Hibridização entre os magmas máficos e félsicos? GEOQUÍMICA “DACITOS” GEOQUÍMICA Classificação Ambientação Tectônica Pearce & Norry 1979 Pearce et al. 1984 GEOQUÍMICA Classificação Tipologia Eby 1992 Whalen et al. 1987 GEOQUÍMICA Classificação Tipologia Dall’Agnol & Oliveira 2007 GEOQUÍMICA GEOQUÍMICA GEOQUÍMICA A correlação negativa pode ser explicada pela cristalização precoce de clinopiroxênio; horblenda; magnetita; ilmenita e apatita. Além disso o plagioclásio tem um papel significativo no decréscimo de Al2O3 e CaO. “DACITOS” As A/CNK e K2O/Na2O razoes mostram clara correlação positiva que são possivelmente controladas pelo fracionamento de K-Feldspato com contribuição de Biotita. GEOQUÍMICA GEOQUÍMICA Relativa alta razão La/Yb Acentuada anomalia de Eu Padrão semelhante a formação Santa Rosa Acentuadas anomalias negativas: Ba; Sr; P; Ti; GEOQUÍMICA Moderadas raões La/Yb Moderada anomalia de Eu Difere levemente do padrão da formação sobreiro. Anomalias negativas menos acentuadas de de Ba; Sr; P eTi; Ao passo que anomalia de Nb e Ta se destaca. GEOQUÍMICA Baixas razões La/Yb Pequena ou inexistente anomalia de Eu Difere fortemente padrão da formação dos diques da suíte Jamon. Anomalias negativas quase inexistentes de Ba; Sr; P e Ti; Anomalia de Nb e Ta extremamente acentuada. GEOCRONOLOGIA U-Pb em SHRIMP Laboratório de geocronologia de alta resolução (USP). Zircões de granulação fina e apresentando zoneamento magmático normal. Dados obtidos foram interpretados como sendo idade de cristalização. Razoes Th/U (indicam origem magmática) Contexto geológico livre de metamorfismo. GEOCRONOLOGIA Spot Name ppm U ppm Th Th/U FDB-29-1.1 133 49 0,38 % comm 206 0,0538 FDB-29-4.1 FDB-29-7.1 178 241 65 130 0,38 0,56 0,0402 0,0628 FDB-29-8.1 283 142 0,52 0,0946 FDB-29-9.1 FDB-29-10.1 FDB-29-11.1 FDB-29-12.1 FDB-29-13.1 135 661 625 981 229 70 359 328 572 92 0,54 0,56 0,54 0,60 0,42 -0,0050 0,0053 0,0294 0,0080 0,0795 207Pb /206Pb % err 1,4 0,1 0,7 207Pb /206Pb Age 1871 1,3 1,4 0,1148 0,1150 0,5 0,5 1876 1879 5,23 1,2 0,1148 0,5 1877 9 5,37 5,43 5,21 5,40 5,29 1,4 1,1 1,1 1,1 1,3 0,1149 0,1154 0,1148 0,1155 0,1150 0,6 0,3 0,3 0,2 0,5 1878 1886 1877 1887 1880 12 5 5 4 9 206Pb /238Pb % err 207Pb /235Pb % err 0,3 1,2 5,27 0,3377 0,3327 1,2 1,3 5,34 5,27 0,3304 1,1 0,3388 0,3414 0,3290 0,3393 0,3338 1,2 1,1 1,1 1,1 1,1 1s err 12 10 9 GEOCRONOLOGIA % comm 206 206Pb /238Pb % err 207Pb /235Pb % err 207Pb /206Pb % err 207Pb /206Pb Age 1s err 0,99 0,0562 0,3334 1,1 5,33 1,3 0,1159 0,5 1894 10 0,66 -0,0215 0,3350 1,2 5,33 1,3 0,1153 0,6 1885 10 308 0,88 0,2310 0,3322 1,1 5,28 1,2 0,1153 0,5 1884 10 220 0,95 0,0343 0,3389 1,1 5,42 1,2 0,1161 0,4 1897 8 192 134 0,72 0,0276 0,3340 1,3 5,30 1,4 0,1151 0,5 1881 10 FDB-2-13.1 155 159 1,06 0,2288 0,3371 1,2 5,39 1,7 0,1160 1,2 1895 22 FDB-2-14.1 160 149 0,96 0,0481 0,3403 1,2 5,38 1,3 0,1146 0,6 1873 11 FDB-2-16.1 91 66 0,75 0,1642 0,3366 1,3 5,34 1,7 0,1150 1,2 1880 21 Spot Name ppm U ppm Th Th/U FDB-2-1.1 239 229 FDB-2-3.1 157 101 FDB-2-4.1 362 FDB-2-6.1 238 FDB-2-12.1 DISCUSSÃO Processos Magmáticos Cristalização Fracionada Dois conjuntos de Vetores, indicando processos de cristalização distintos. Félsicos – Principalmente K-Feldspato e Biotita. Máficos – Clinopiroxênio e Plagioclásio. DISCUSSÃO Processos Magmáticos Um modelo para geração dos “Dacitos” e “Andesitos” Cristalização Fracionada vs. Mistura Geração de um modelo de cristalização e assimilação (AFC) partindo dos Basaltos. Um segundo modelo levando em consideração a mistura dos Basaltos andesitos com Riolitos. A – Riolito F Grau de Mistura B – Basalto Andesito C – Media (Andesitos) D – Media (Dacitos) DISCUSSÃO Diagramas ETR e Multielementos normalizados para modelo de geração de líquidos Daciticos. Mistura Binaria de cerca de 40% de Basalto Andesito e 60% Riolitos A – Riolito B – Basalto Andesito C – Media (Andesitos) D – Media (Dacitos) F – Grau de Mistura DISCUSSÃO Diagramas ETR e Multielementos normalizados para modelo de geração de líquidos Andesiticos. Mistura Binaria de cerca de 60% de Basalto Andesito e 40% Riolitos A – Riolito B – Basalto Andesito C – Media (Andesitos) D – Media (Dacitos) F – Grau de Mistura DISCUSSÃO PROCESSOS ENVOLVIDOS NA GERAÇÃO DOS DIQUES DE TUCUMÃ Conclusões e Considerações Finais Os dados obtidos no mapeamento peritiram a identificação de diversos corpos alinhados na NW-SE, os quais foram como diques: Félsicos (Riolitos Pórfiros) Intermediários (Andesitos) Máficos (Basaltos e Basaltos Andesitos) Além disso, são encontradas rochas de composição dacítica aflorando de forma subordinada associada aos diques félsicos, mostrando diversas evidencias de assimilação e hibridização através da mistura entre os magmas máfico e félsico Conclusões e Considerações Finais Os dados geoquímicos sugerem que os magmas formadores dos Riolitos e Basaltos não são comagmáticos, e evoluíram por cristalização fracionada. As rochas félsicas apesar de evoluírem por cristalização fracionada mostram trends em alguns diagramas (K/Ba vs Ba), que sugerem geração por fusão parcial em diferentes temperaturas na crosta continental . Dados de modelagem geoquímica demonstraram a viabilidade da mistura entre os magmas máficos e félsico para geração das rochas tidas como de composição intermediária. Os andesitos são produto da mistura de cerca de 60% de magma máfico e 40% de félsicos, provavelmente gerados em uma profundidades elevadas favorecendo uma mistura mais homogênea (Magma Mixing). Ao passo que as rochas dacíticas são geradas em níveis mais rasos na crosta, em menores temperaturas, onde o processo de mistura é menos eficiente (Magma Migling) e a contribuição do líquido félsico seria mais significativa (60%). Conclusões e Considerações Finais Os diques félsicos (riolitos pórfiros) apresentam fortes semelhanças petrográficas e geoquímicas tanto com a Formação Santa Rosa (Fernandes et al. 2011), quanto com os diques da região de Rio Maria (Dall’Agnol & Oliveira 2007). Os diques Intermediários apresentam semelhanças petrográficas e geoquímicas com a Formação Sobreiro (Fernandes et al. 2011), porém o conteúdo de Sr é significativamente mais elevado nesta última. Neste sentido, os diques máficos apresentam afinidades composicionais com aqueles estudados em Rio Maria (Silva Jr. et al 1999), os quais não foram registrados na região de São Félix do Xingu. APOIO FINANCEIRO Convênio VALE/FAPs