BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância ‐ Número Especial, dez 2010 ISSN 2178‐440X Apresentação É uma satisfação presenciar a volta do BIT ao cenário da saúde. Trata‐se de um instrumento único, que ao circular de maneira ampla entre profissionais de vigilância sanitária, controle de qualidade e atenção, facilita sua constante alternância de posições como geradores e consumidores de informação. Temas de aparência simples, como os equipos de infusão, são emblemáticos da complexidade presente em toda a cadeia produtiva da área da saúde, pois em caso de falhas pode haver riscos aos usuários dos serviços e desperdício dos já parcos recursos financeiros destinados à saúde. A simplicidade do produto combina‐se a um grande volume de utilização, à utilização em procedimentos de alta responsabilidade e à grande freqüência de defeitos que povoam a rotina dos profissionais de enfermagem dos serviços de saúde. A quantidade de notificações de falhas torna improdutivo o tratamento individual das mesmas, constituindo, no entanto, subsídio precioso para quem regulamenta, vigia, adquire e utiliza os materiais de menor valor unitário. Assim, o estímulo à comunicação interpares aumenta a capacidade crítica do sistema e permite levar conhecimento útil a todos os cantos, com aperfeiçoamento dos processos de compra e mais efetividade para o sistema de regulação da qualidade, que conta cada vez mais com uma boa retroalimentação. Esse tipo de trabalho ajuda a repensar a prática da vigilância sanitária, que se desloca de seu modus operandi tradicional e privilegia a educação dos profissionais, a partir de construções transdisciplinares reunindo administração, assistência, farmácia, epidemiologia, estatística e engenharia. Cresce assim, a cooperação, mudam os métodos e consolida‐se a vigilância pós registro, como insumo para a vigilância sanitária e também para a diminuição da tolerância no mercado, importante força para a melhoria da qualidade dos produtos. Fico feliz ao constatar que a pequena equipe de Tecnovigilância da Anvisa amplifica de maneira habilidosa sua capacidade de intervenção e conta para isso com a participação de profissionais dos mais importantes serviços de saúde do país. Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques, Médico sanitarista, gestor federal, coordenador da Comissão de Incorporação de Tecnologias do Ministério da Saúde (CITEC/SCTIE/MS), foi diretor da Anvisa de 2002 a 2008. Estudo multicêntrico de pré-qualificação: estudo de caso sobre equipos 1 Evelinda Trindade 2 Maria Glória Vicente 3 Maria da Graça Sant Anna Hofmeister 2 Carla Janne Farias Cruz 4 Elza Leiko Otubo Hayashi 5 Marília Carvalho de Mattos 6 Wanda Lycia Amaral Carvalho 7 Mitiko Hiraishi 8 Ethel Maris Schroder Torelly 9 Mariana Carvalho 10 Erica de Oliveira Santos Vieira 10 Rosaura das Graças da Silva 2 Stela Candioto Melchior 11 Josefa Olaneide Nogueira 1 NATS - InCor-HC/FMUSP Unidade de Tecnovigilância – NUVIG/Anvisa 3 Hospital Cristo Redentor/Grupo Hospitalar Conceição/Porto Alegre - RS 4 CEH - Incor-HC/FMUSP – SP 5 Divisão de Suprimentos do INCA – RJ 6 INCA – RJ 7 Hospital das Clínicas/FMUSP – SP 8 Hospital de Clínicas de Porto Alegre – RS 9 Ministério da Saúde 1 Hospital de Clínicas da UFMG – MG 11 Hospital Albert Sabin/Fortaleza - CE 2 Introdução Os equipos figuram entre os artigos médico-hospitalares mais utilizados. Indicados para auxiliar a hidratar ou alimentar um paciente, transfundir sangue ou solução de diálise, bem como infundir medicamentos em solução parenteral, estes produtos se encontram associados a riscos significativos para a segurança do paciente. Estas tecnologias são constituídas por um complexo de partes soldadas, tornando-se um conduto capaz de permitir o controle exato do número de gotas por minuto de infusão, de acordo com a prescrição médica para responder às necessidades do paciente. As características físicas esperadas para os equipos se encontram descritas em normas técnicas, pois a falha da sua função de medição exata das quantidades de soluções ou medicamentos parenterais pode colocar em risco a vida do paciente. As duas conexões, distal e proximal ao paciente, se articulam com outros produtos. Para tanto, as dimensões- padrão destas conexões também estão previstas e descritas nas normas técnicas segundo o tipo específico do outro produto. Nas normas técnicas específicas também se encontram descritos os parâmetros e a variabilidade aceitável, visando incrementar a segurança quando da sua utilização. No Brasil, atualmente, os equipos podem ser comercializados sem certificação1, pois as normas técnicas são voluntárias e os fabricantes podem escolher testar apenas alguns parâmetros em sua linha de produção. Para obter o direito de comercializar livremente no Brasil, entretanto, sua declaração no momento do registro torna-se o parâmetro ou contrato com o qual seus clientes podem e devem cobrar conformidade. Este contrato de registro é obtido pelo fabricante mediante um processo de solicitação à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, do Ministério da Saúde. Caso o processo esteja completo e embasado com evidências técnicas e científicas suficientes para comprovar sua segurança e eficácia2, a BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 1 Estudo multicêntrico de pré-qualificação: estudo de caso sobre equipos ANVISA defere o registro 3 e publica sua autorização no Diário Oficial da União. A verificação da conformidade com o contrato de registro é uma estratégia importante para prevenir desperdícios e falhas na segurança dos produtos. No âmbito do sistema público de saúde, onde as compras de bens e serviços se encontram disciplinadas pela Lei da Licitação4, os processos de aquisição podem ser demorados e, se não forem bem planejados, podem causar desabastecimento. Os fundamentos legais4,5 da licitação pública se baseiam na Lei No. 8.666, de 21 de junho de 1993 e na Lei No. 10.520, de 17 de julho de 2002. Estas Leis visam assegurar que a aquisição de produtos pelo menor preço não esteja necessariamente vinculada à compra de produtos de qualidade duvidosa. Neste contexto, o descritivo da tecnologia e a especificação técnica dos parâmetros para a finalidade a que se destina assumem o papel primordial no edital de contratação da compra. A pré-qualificação é uma modalidade para realizar a verificação da conformidade dos produtos possíveis de licitar com o contrato de registro sanitário para refinar a especificação do edital da licitação. Esta estratégia vem sendo utilizada por hospitais no Brasil em sua rotina de trabalho. O processo inclui a obtenção de uma série de informações técnicas e sanitárias e a realização de testes funcionais em amostras de diversas marcas e modelos, antes da decisão de compra. Durante a elaboração dos editais, então, torna-se crítico o conhecimento aprofundado das características técnicas dos produtos e das finalidades a que se destinam. A especificação dos critérios técnicos orienta as fases de classificação, julgamento e seleção dos produtos a serem adquiridos. O conhecimento prévio do(s) produto(s) específico(s) por meio da préqualificação, em teste funcional realizado por usuários determinados, pode permitir ajustar a definição dos critérios técnicos deste(s) produto(s) às necessidades do programa de assistência a que se destinam, destacando os mais adequados para a aquisição e uso específico. Além disso, a adoção de medidas de pré-qualificação de produtos antes da aquisição é uma das ferramentas para o gerenciamento de risco. O gerenciamento de risco inclui, dentre outras atividades, o monitoramento de alertas sanitários para identificar se produtos em que um possível risco já foi identificado encontra-se na lista dos produtos candidatos para aquisição. A Unidade de Tecnovigilância, UTVIG/NUVIG/ANVISA vem dirigindo esforços no sentido de investigar as notificações de eventos adversos, bem como fomentar a análise de queixas técnicas e irregularidades associadas ao uso de produtos para a saúde. Assim, os alertas de segurança disseminados pelo website da ANVISA constituem uma fonte de informação privilegiada. O trabalho é realizado em parceria com todos os envolvidos, inclusive se espera que os fabricantes de produtos para saúde se tornem parceiros integralmente comprometidos na prevenção de riscos à saúde da população, comunicando recalls ou ações de campo relevantes. Apesar dos equipos serem produtos de relativo baixo custo unitário tornam-se de alto custo quando considerados na totalidade do volume consumido e na sua ampla utilização. Dados do Governo Federal6 apontam que no período de 2007 a 2009 foram adquiridas 17.774.343 unidades deste produto para atendimento de serviços desta esfera de governo, o que representou um gasto de R$ 86.966.404,48. A pré-qualificação constitui uma das ações preventivas mais eficientes, devendo ser priorizada, uma vez que previne riscos à saúde e desperdício de recursos. Este documento da experiência de pré-qualificação de equipos visa exemplificar esse processo. Espera-se que a sua disseminação contribua para a aquisição de produtos para a saúde que BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 2 Estudo multicêntrico de pré-qualificação: estudo de caso sobre equipos melhor atendam às necessidades do serviço de saúde, não considerando exclusivamente o critério do menor preço. Métodos Durante o ano de 2008, prospectivamente, os hospitais do Grupo de Materiais 7 coordenado pela Unidade de Tecnovigilância/NUVIG/ANVISA e constituído por profissionais do Instituto Nacional de Câncer (INCA/MS/RJ), Instituto do Coração (InCor/HC/FMUSP), Instituto Central do Hospital das Clínicas (ICHC/FMUSP), Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA/UFRGS) e Hospital das Clínicas (HC/UFMG), realizaram a pré-qualificação de equipos. 8 Esse trabalho foi padronizado nas suas linhas gerais pelos cinco hospitais acima referidos. As etapas do processo de gerenciamento das tecnologias incluíram: (a.) Padronização; (b.) Planejamento e definição de compras; (c.) Organização do processo licitatório; (d.) Verificação dos produtos préqualificados positivamente; (e.) Pesquisa de preço dos produtos; (f.) Especificação do Edital; (g.) Processo licitatório: recebimento das propostas, classificação, julgamento e seleção dos produtos a serem adquiridos; (h.) Compra; (i.) Recebimento e conferência do produto recebido; e, (j.) Vigilância continuada de seu desempenho e segurança. Cabe salientar que as quatro primeiras etapas desse processo determinam a qualidade dos suprimentos que são disponibilizados para a gestão, manutenção e vigilância, impactando diretamente na qualidade da assistência ao paciente. Assim, a avaliação inicial abrangeu a verificação das questões relativas à qualidade do produto, bem como do fornecedor, além do cumprimento das exigências sanitárias vigentes. A padronização foi o ponto inicial do processo de gestão de materiais. Executada por estruturas administrativas das instituições (exemplos: Comissão de Padronização de Material Médico-hospitalar do HCPA/UFRGS; Comissão de Especificação e Homologação do InCor-HC/FMUSP), a seleção de materiais para padronização levou em conta a avaliação da efetividade, da segurança, de sua inserção nos protocolos ou rotinas assistenciais e sua relação de custo-efetividade durante o uso. Os produtos que atenderam estes quesitos foram incorporados à lista de produtos passíveis de aquisição e disponibilizados para prescrição, dispensação e utilização no serviço de saúde após sua pré-qualificação. Esta etapa observou a visão completa dos programas assistenciais, tanto no que se refere à compatibilidade entre os diversos produtos, quanto aos programas de inserção e de suporte que lhe eram inerentes. Em cada centro do estudo, com antecedência de 4 a 6 meses antes do término dos contratos em curso, iniciou-se o planejamento das compras para o ano de 2008. Identificaram-se os itens que compunham os contratos precedentes e suas quantidades, bem como a relação dos outros itens ou marcas padronizados durante esse período, estimando-se o consumo médio mensal. Reuniões com ou solicitações dos usuários testemunharam sobre aspectos de segurança e de desempenho observado, a relação entre os custos e os benefícios dos materiais, as opções alternativas de mercado, as inovações em termos de novos procedimentos e os novos materiais disponíveis. Assim, uma nova lista de equipos e sua respectiva quantidade foi consolidada para abastecer o hospital durante os próximos 12 meses. O preço de referência foi composto pela média dos preços relacionados entre (a.) preços das compras anteriores; (b.) o melhor preço das últimas compras nos últimos dois anos; (c.) o melhor preço reajustado por índice de correção, o IPCA; (d.) o menor preço entre as propostas solicitadas aos fornecedores para a licitação; (e.) o menor preço em pesquisas na Internet – hospitais, bancos de preços e outros, desde que esta média fosse exeqüível. BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 3 Estudo multicêntrico de pré-qualificação: estudo de caso sobre equipos Também foram estabelecidos os preços mínimo e máximo, sendo que o primeiro foi composto pelo melhor preço identificado nestas informações coletadas e o máximo foi o melhor preço entre as propostas dos fornecedores potenciais que corresponderam aos requerimentos do edital de cada hospital. No momento da licitação, esses parâmetros foram úteis e utilizados nos casos em que o preço de referência não pôde ser atingido. Os editais foram especificados segundo os memoriais descritivos apropriados e conforme as necessidades específicas de cada hospital. Neste estudo, para a pré-qualificação foram avaliadas as características consensuadas entre os membros do Grupo de Trabalho de Materiais. As variáveis foram construídas conforme normas técnicas e sanitárias. Os modos de falhas potenciais observados foram codificados segundo a matriz revisada 9 da norma técnica ISO 19.218, consensuada no Grupo de Trabalho Modos de Falha mediante as perguntas orientadoras que estão apresentadas no Apêndice 1. O Grupo de Trabalho Modos de Falha também é coordenado pela Unidade de Tecnovigilância (UTVIG/NUVIG/ANVISA) e constituído por profissionais da própria UTVIG, das áreas de laboratório e inspeção da ANVISA e de entes de estados e municípios do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, SNVS. As bases de dados construídas desta forma foram resumidas de maneira a agregar as marcas e modelos reprovados em decorrência de qualquer uma das falhas identificadas e devidamente classificadas. O número de falhas nos produtos constituiu o objeto das análises, assim os equipos que apresentaram mais de uma falha foram contados tantas vezes como o número de falhas observadas. A distribuição relativa das falhas foi estimada proporcionalmente em relação ao número total destas falhas observadas, ou seja, foi calculada da seguinte forma: (Nº eventos observados/total de observações*100). Estes dados foram agregados segundo o modo de falhas de acordo com a Norma ISO 19.218 revisada. As categorias de falhas, nível de agregação maior, também estão descritas de acordo com a Norma ISO 19.218 revisada e ambas as formas de classificar se encontram apresentadas em quadro com sua distribuição relativa e absoluta. Estas categorias ou grupo de falhas ou problemas codificam-se, como segue: Código Nº. 1300 = Conexão [Problema associado com a conexão entre produtos, partes, componentes ou elementos.], Código Nº. 1500 = Problema Ambiental [Função do produto é influenciada adversamente por condições como temperatura, umidade, higiene, no processo de fabricação, na armazenagem e no transporte], Código Nº. 1800 = infusão e fluxo [Falha no produto para a infusão de líquido ou gases, por exemplo, medicamentos aplicados em dose incorreta.], Código Nº. 1900 = instruções de uso e rotulagem [Informação inexata ou inapropriada em material escrito, impresso, gráfico ou audiovisual fornecido com o produto ou embalagem.], Código Nº. 2000 = material [Falha do produto devida à parte ou componente fabricado com material de características fora da especificação ou durabilidade limitada (por exemplo, vedante, borracha).], Código Nº. 2100 = mecânico [Desvios de desempenho especificado do produto ou componente relacionados a defeitos mecânicos ou a montagem inadequada, incluindo as partes móveis.], Código Nº. 2200 = não mecânico [Desvios de desempenho especificado do produto ou componente relacionados a defeitos químicos, interface de comunicação, software, ótico ou à instalação.], Código Nº. 2500 = embalagem e transporte [Problemas associados com a embalagem ou transporte.], Código Nº. 2800 = função indesejada [Produto mal montado ou falta parte e não funciona como devia ou diferente do pretendido, resultando em diagnóstico ou BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 4 Estudo multicêntrico de pré-qualificação: estudo de caso sobre equipos tratamento incorretos.]. Resultados Neste estudo, foi constatado que o conjunto dos cinco hospitais participantes realiza pré-qualificação antes da aquisição de produtos, de três distintas formas, como descrito a seguir. Na primeira forma, em dois hospitais participavam do processo licitatório somente empresas fornecedoras com seus materiais pré-qualificados de acordo com o prazo estabelecido no edital. Nesta, não se classificavam os fornecedores de produtos desqualificados anteriormente nem aqueles ainda não incluídos ou não qualificados. Na segunda forma, observada em dois hospitais, os equipos podiam ser qualificados posteriormente à licitação. Para ampliar a participação nas licitações foram definidos no edital a aceitação de marcas ainda não avaliadas. Desta forma, especificou-se a obrigatoriedade da empresa licitante fornecer amostras dos itens, caso a empresa que ofertou o menor preço não possuísse parecer técnico para o seu material. As amostras, devidamente documentadas, deveriam ser entregues na quantidade especificada no prazo de cinco dias úteis. Também constava no edital que a avaliação técnica seria realizada pelo hospital nos prazos controlados pelo setor de avaliação de qualidade. Nesta segunda forma, os fornecedores de produtos desqualificados anteriormente não podiam participar da licitação. Além dos fornecedores com produtos qualificados positivamente, aqueles com produtos desconhecidos, não incluídos ou não qualificados, podiam participar, oferecendo uma oportunidade de aumentar a concorrência. Observou-se que várias empresas fornecedoras compareceram no momento da licitação com a finalidade de apresentar seus produtos e ofertarem alternativas. Na terceira forma, a amostra era entregue no momento da sessão licitatória, conforme especificado no edital. Esta exigência foi aplicada a todos os concorrentes, independente da qualificação prévia do produto. Havendo produto não pré-qualificado, desconhecido ou com histórico de notificações ou de queixas técnicas, suspendia-se a sessão para proceder a sua avaliação. A retomada da sessão ficava agendada no ato da suspensão. Nas três formas o local de entrega das amostras dos produtos para a análise técnica para a emissão do laudo do teste funcional estava especificado no edital, bem como a orientação para a identificação das amostras com o número do item, número da licitação e nome do fornecedor. A pré-qualificação nas três formas também requeria: (a.) o número de registro do produto na ANVISA; (b.) a embalagem original de comercialização e rótulo de acordo com a legislação vigente (número do lote, data de fabricação, razão social e endereço do fabricante e importador, nome do responsável técnico); (c.) o prazo de validade; (d.) as instruções de uso em português; (e.) a descrição das condições especiais de armazenamento; (f.) as advertências e precauções; e, (g.) o método de esterilização. Os formulários ou Fichas de Avaliação de Materiais, contendo critérios técnicos específicos de cada produto e o fluxograma para os equipos-amostra foram encaminhados aos profissionais usuários com a orientação sobre as características e os parâmetros para a sua avaliação, juntamente com o número de amostras a serem testadas e os prazos dentro dos quais os testes deveriam ser realizados. No período deste estudo, o Instituto do Câncer (INCA/MS/RJ), o Instituto do Coração (InCor/HC/FMUSP), o Instituto Central do Hospital das Clínicas (ICHC/FMUSP), o Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA/UFRGS) e o Hospital das Clínicas (HC/UFMG) tiveram 38, 27, BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 5 Estudo multicêntrico de pré-qualificação: estudo de caso sobre equipos 29, 19 e 30 marcas e modelos de equipos reprovados, respectivamente. Do total de amostras que foram testadas, estas quantidades representaram, em média, 26% de reprovação, variando no intervalo de 23% a 29% com 95% de confiança, ou seja, 1 produto de cada 4 testados apresentou falha. A proporção de distribuição relativa e absoluta das falhas observadas, segundo pela classificação da ISO 19.218 revisada, estimada em relação ao total das 515 destas falhas, estão descritas no Quadro 1 de maneira agregada e de maneira detalhada no Quadro 2. Quadro 1: Frequência absoluta e relativa das falhas observadas nos hospitais participantes do estudo multicêntrico de pré-qualificação de equipos, Brasil, 2008 Classificação das categorias de falhas¹ Código Descrição 2100 1300 1800 2800 1900 2000 2200 2500 1500 Mecânico Conexão Infusão e Fluxo Função indesejada Instruções de uso e Rotulagem Material Não mecânica Embalagem e Transporte Ambiental Total ¹ Norma ISO 19.218 revisada A maioria das falhas observada na pré-qualificação foi de categoria mecânica (n= 119 ou 23,1%), com predomínio de falhas de calibração observadas no teste volumétrico (n= 53; 10,3%) e travamento mecânico (n= 43; 8,3%). Nº 119 89 73 59 58 49 37 30 1 515 % 23,1 17,3 14,2 11,5 11,3 9,5 7,2 5,8 0,2 100,0 instruções de uso e rotulagem. Função indesejada foi verificada em 59 das falhas (11,3%), com predomínio de problemas associados a problemas de montagem (n=36 ou 7%). O conjunto de falhas associado à conexão (n= 89 ou 17,3%) ocupou a segunda posição na escala geral, sendo que conexão incompatível (n= 36; 7,0%) foi a falha mais observada nesta categoria. Apesar da categoria de falhas infusão e fluxo (n= 73 ou 14,2%) ocupar o terceiro lugar dentre os problemas mais verificados, fluxo ou infusão imprópria (n= 64; 12,4%) foi a falha mais identificada, quando analisada isoladamente. Outra falha que, isoladamente, se destacou no total foi embalagem (n= 58; 11,3%) da categoria de BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 6 Estudo multicêntrico de pré-qualificação: estudo de caso sobre equipos Quadro 2: Freqüência absoluta e relativa das falhas observadas nos hospitais participantes do estudo multicêntrico de pré-qualificação de equipos, , Brasil, 2008 Classificação das falhas¹ Código Descrição 2100 Mecânico 1300 Conexão 1800 Infusão e Fluxo 2800 Função indesejada 2100 Mecânico sem especificações 2101 2104 2105 1301 1302 1303 1304 1305 1306 1801 1802 1804 Instruções de uso e Rotulagem 2000 Material 2200 2500 Não mecânico Embalagem e Transporte Ambiental 1500 Nº % 8 1,6 Calibração em teste volumétrico Vazamento Travamento mecânico Conexão Desconexão Falha de desconexão Conexão incompatível Conexão instável Conexão imprópria Esvaziamento Fluxo ou infusão imprópria Sem fluxo Função indesejada sem especificações Problemas de montagem ou Partes faltantes 53 15 43 10 9 1 36 18 15 8 64 1 10,3 2,9 8,3 1,9 1,7 0,2 7,0 3,5 2,9 1,6 12,4 0,2 23 4,5 36 7,0 1902 Embalagem 58 11,3 2002 2003 2004 2007 2201 Quebra ou rachadura Degradação Descoloração Descolamento Químico Problema na embalagem para transporte (secundária ou terciária) Partículas ou corpo estranho 7 15 7 20 37 1,4 2,9 1,4 3,9 7,2 30 5,8 1 515 0,2 100,0 2800 2803 1900 Descrição Código 2503 1502 Total ¹ Norma ISO 19.218 revisada Discussão agravos e aumentando o desperdício de recursos. Houve o predomínio do conjunto de falhas estruturais de material, mecânicas, ou não mecânicas e partes faltantes que ocorreram em 1 de cada 2 produtos testados e reprovados, denota sistemas de qualidade das linhas de produção aquém dos níveis esperados. Projetando-se esta incidência ao conjunto dos produtos testados, 1 de cada 8 equipos, 13%, utilizados apresentaram falhas estruturais que comprometem a função a que se destinam, induzindo acréscimo de risco de Observa-se que 1 de cada 5 produtos testados e reprovados apresentou problemas de conexão. Considerando que as dimensões destas conexões possuem normas específicas 10,11,12,13,14, verifica-se a necessidade de maior atenção aos parâmetros de compatibilidade dos equipos e das demais tecnologias com as quais deve interconectar-se para cumprir a função pretendida. Esta evidência pode indicar a necessidade do órgão regulador buscar junto aos segmentos envolvidos, BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 7 Estudo multicêntrico de pré-qualificação: estudo de caso sobre equipos ou seja, produtos para a saúde e medicamentos, um lugar comum para discussão e apontamento de medidas para solucionar o problema. colocar em risco a saúde dos pacientes, seja por contaminação ou por infusão incorreta de medicamentos. Quando a ANVISA deferiu o registro a estes produtos, os detentores do registro contrataram a obrigação15 de fabricar e embalar “de forma que suas características e desempenho não se alterem, segundo sua utilização prevista e considerando as instruções e dados fornecidos pelo fabricante, durante o armazenamento e transporte e em condições normais de uso, enquanto durar o período de validade previsto”. O rótulo e embalagem-modelo apresentados à ANVISA são colocados em seu website 16 . Estes modelos fornecidos pelos próprios detentores de registro servem para apreciar a sua conformidade nos processos de pré-qualificação. Entretanto, 1 produto de cada 5 equipos testados e reprovados apresentou infrações sanitárias na rotulagem ou na própria embalagem. Isto significa que cerca de 10% do total dos equipos testados apresenta este motivo como suficiente para desclassificar licitantes. Caso os serviços de saúde não atentem com o devido cuidado a pelo menos este quesito antes de comprar, o desperdício de recursos e a conivência com infrações sanitárias 18 configuram atentado à Lei de Responsabilidade Fiscal19 e ao Código Penal20. A natureza de trabalho na assistência aos pacientes desenvolve extrema sensibilidade crítica nos profissionais. O olhar crítico é permanente em relação à detalhes da qualidade dos materiais, visando destinar aos pacientes, os melhores produtos dentro do menor custo17. Salienta-se que qualquer uma das características avaliadas nos testes que desclassificaram os equipos poderiam Conclusão Os resultados deste estudo multicêntrico apontam que a pré-qualificação de produtos para a saúde antes de sua aquisição reveste-se de importância na rotina dos serviços de saúde visto que permite prevenir riscos à saúde e evitar desperdícios de recursos. As licitações públicas em consonância com a Lei 8666/93 podem ser tecnicamente qualificadas desta forma, tornandose um instrumento para a eficiência e segurança dos bens adquiridos. Por outro lado, os resultados apontam que o processo de pré-qualificação representa importante ferramenta para a tecnovigilância, na medida em que se traduz em uma estratégia custoefetiva para o monitoramento de produtos para a saúde no Brasil que pode ser complementar às análises do comportamento desses produtos no mercado, obtido por meio dos dados de notificação. BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 8 Estudo multicêntrico de pré-qualificação: estudo de caso sobre equipos Bibliografia 1 BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Unidade 5.3. Certificação de Produtos de Saúde no Brasil. In BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. UTVIG/ NUVIG/ ANVISA e colaboradores, Hofmeister MGS, Vicente MG, Fornazier CRO, Melchior SC, Cruz CJF, Buss G, Florentino DRM, Barbieri DX, Otubo ELO, Torelly E, Trindade E, Nogueira JO, Vieira MG, Ramos M, Mattos MC, Silveira MC, Sarrubbo MLC, Lippel M, Gramani Júnior RS, Cosme RO, Silva RG, Medeiros SSB, Hinrichsen SL, Barbosa VFF, Morais VC, Carvalho WLA, Figueiredo YL. Manual de Tecnovigilância: abordagens de vigilância sanitária de produtos para a saúde comercializados no Brasil. Eds. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Ministério da Saúde. ANVISA. Brasília. DF/Brasil. [in press] 2008. 2 BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC nº 56, de 6 de abril de 2001. Diário Oficial da União de 6 de abril de 2001. Disponível on-line na Internet da ANVISA no Link <http://elegis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=5838.htm> Acesso em 30/08/2009. 3 BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n.º 185/2001. D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 24 de outubro de 2001. Republicada no Diário Oficial da União de 06 de novembro de 2001. (internaliza a Resolução GMC nº 40/00 do Mercosul) – aprova o Regulamento Técnico que trata do registro, alteração, revalidação e cancelamento do registro de produtos para a saúde na ANVISA. Disponível on-line na Internet da ANVISA no Link < http://elegis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=1536 > Acesso em 08 de setembro de 2009. 4 . BRASIL. Governo Federal. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI Nº 8.666, de 21 de junho de 1993. DOU - Diário Oficial da União de 22 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Disponível on-line na Internet da Casa Civil da Presidência da República no Link <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666compilado.htm> Acesso em 08 de setembro de 2009. 5 BRASIL. Governo Federal. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI o N 10.520, de 17 de julho de 2002. Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. Disponível on-line na Internet da Casa Civil da Presidência da República no Link <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10520.htm> Acesso em 08 de setembro de 2009. 6 BRASIL. Ministério da Saúde. Relatório de Gestão de Materiais Consumíveis para a saúde. 2007-2009. Acesso em 14 de dezembro de 2009. 7 BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria No- 304 de 28 de março de 2008. Diário Oficial da União de 31 de março de 2008 – Secção 2(No.61):34-35. Disponível on-line na Internet da ANVISA no Link < http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=30978&word= > Acesso em 08 de setembro de 2009. 8 BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. UTVIG/ NUVIG/ ANVISA e colaboradores, Cruz CJF, Hayashi ELO, Torelly EMS, Trindade E, Dantas JON, Hofmeister MG, Carvalho M, Mattos MC, Silva RG, Carvalho WLA. Pré-qualificação de artigos médico-hospitalares: Estratégia de vigilância sanitária de prevenção. Eds. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Ministério da Saúde. ANVISA. Brasília. DF/Brasil. [in press] 2008. 9 International Standards Organization. Committee: ISO/TC 210/WG 3. Secretariat: AAMI (for ANSI). ISO/TS 19218-1 Medical devices — Hierarchical coding structure for adverse events – Part 1: Event type codes. Working Draft distributed for review and comment Date: 2009-06-02. BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 9 Estudo multicêntrico de pré-qualificação: estudo de caso sobre equipos 10 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14.041: 1998. Equipo de infusão estéril e de uso único. 11 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14.168: 1998. Equipo de transfusão de uso único. 12 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8536-4: 2008. Equipo de infusão com entrada de ar. 13 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.333-1: 1997. Luer (montagem cônica com cone a 6%) para seringas, agulhas e outros equipamentos médicos. Parte-1: Requisitos gerais. 14 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.333-1: 1997. Luer (montagem cônica com cone a 6%) para seringas, agulhas e outros equipamentos médicos. Parte 2: Luer com travamento. 15 BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n.º 59, de 27 de junho de 2000 - Determina a todos fornecedores de produtos médicos, o cumprimento dos requisitos estabelecidos pelas “Boas Práticas de Fabricação de Produtos Médicos”. Diário Oficial da União de 29 de junho de 2000. Disponível on-line na Internet da ANVISA no Link < http://elegis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=15279&word=> Acesso em 30/08/2009. 16 BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Serviços/ Consulta a Bancos de Dados/ Produtos para Saúde. Pesquisa de Produtos para Saúde Registrados. Disponível on-line na Internet da ANVISA no Link <http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Consulta_Produto_correlato/consulta_correlato.asp >. E, Pesquisa sobre Rotulagem e Instruções de Uso do Produto. Disponível on-line na Internet da ANVISA no Link <http://www.anvisa.gov.br/scriptsweb/correlato/correlato_rotulagem.htm>. Acesso em 30/08/2009. 17 Rogante MM, Padovese MC. Padronização, Qualificação e Aquisição de Materiais Médico-Hospitalares. EPU., São Paulo, 2005. 18 BRASIL. Ministério da Saúde. Lei nº 6437, de 20 de agosto de 1977. Configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 24 ago. 1977. (Versão Consolidada pela Procuradoria da ANVISA). Disponível on-line na Internet da ANVISA no Link: <http://elegis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=16617&word=> Acesso em 08 de setembro de 2009. 19 BRASIL. Governo Federal. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, intitulada Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, mediante ações em que se previnam riscos e corrijam desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, destacando-se o planejamento, o controle, a transparência e a responsabilização como premissas básicas. Disponível on-line na Internet da Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda no Link <http://www.tesouro.fazenda.gov.br/hp/lei_responsabilidade_fiscal.asp >. Acesso em 30/08/2009. 20 BRASIL. Governo Federal. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. DECRETO-LEI No 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Disponível on-line na Internet da Casa Civil da Presidência da República no Link <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/DecretoLei/Del2848compilado.htm >. Acesso em 30/08/2009. BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 10 Estudo multicêntrico de pré-qualificação: estudo de caso sobre equipos Apêndice 1 «Perguntas orientadoras» propostas para a classificação de queixa técnica de equipo, de acordo com cada parte do produto, Brasil, 2009 (Parte do equipo) e Pergunta orientadora: Legislação e Códigos detalhados na norma técnica ISO 19.218 [definições] (1) Embalagem e Rotulagem devem informar quesitos obrigatórios da Legislação Sanitária de Registro, RDCs os n . 185, 56 e 59. (a) idioma em português? (b) caracteres legíveis com boa identificação? (c) razão social, CNPJ e endereço da empresa, com nome e nº Conselho Regional do responsável técnico? o (d) tipo de equipo? + N . 1902 [=por Material escrito, impresso ou gráfico que o (e) n . de lote de fabricação? esteja afixado em produto ou suas embalagens, e que sejam insuficientes, inadequadas ou incorretas, como (f) data de fabricação? fornecidas pelo fabricante do produto.] (g) data de validade da fabricação? (h) tipo de esterilização ? (i) data de validade da esterilização? (j) inscrição "proibido reprocessar"? o (k) n . de Registro na Anvisa/MS? o N . 1901 [= por quaisquer instruções que acompanhassem (l) instruções de uso? o produto (incluindo de identificação, técnica e uso) e que sejam insuficientes, inadequadas ou incorretas, como fornecidas pelo fabricante do produto.] o N . 2003 [= Deterioração ou mudança da estrutura ou o propriedades físicas ou aparência/aspecto ou N . 2004 [= (n) permite ver o produto antes de abrir? Mudança visível na coloração padrão] o + N . 1902 [=por Material escrito, impresso ou gráfico que esteja afixado em produto ou suas embalagens, e que (o) o produto está de acordo com o descrito na sejam insuficientes, inadequadas ou incorretas, como o embalagem? fornecidas pelo fabricante do produto.] ou N . 2803 [= Falta parte.] o N . 1501 [= se ocorrer presença de partículas ou corpo (p) apresenta sujidade ou corpo estranho? estranho.] o N . 2501 [= se houver problema associado com (q) a embalagem está íntegra? embalagem ou transporte antes de usar o produto.] (m) material utilizado para embalagem? (r) o fechamento (selagem) permite abertura em o N . 2502 [= Embalagem ou processo de embalagem era pétala/ asséptica? inadequado ou inapropriado comprometendo a (s) facilidade na abertura? esterilidade do produto] (t) previne contaminação? (2) Protetor da ponta perfurante (a) está íntegro? (b) é resistente? (c) é apresentado bem adaptado a ponta perfurante? (d) se separa adequadamente da ponta perfurante? (e) evita contaminação da ponta perfurante? o o o o N . 2006 [= Presença de furos], ou N . 2002 [= Quebra ou o rachadura], ou N . 2000 [=Material inadequado / o fabricação], ou N . 2803 [= Falta parte] o N . 2103 [= Deslocamento de sua devida localização.] o N . 1303 [= componentes de conexão não podem ser separados ou desconectados quando esperado.] o N . 2103 [= Deslocamento de sua devida localização.]} (3) Ponta perfurante N . 2006 [= Presença de furos] ou N . 2002 [= Quebra ou o rachadura], ou N . 2803 [= Falta parte.] o N . 2000 [=Material inadequado / fabricação] (b) é resistente? (c) o tamanho da ponta é adequado, conforme a No. 2803 [= Fabricação ou montagem incorreta de partes.] o ou N . 2000 [=Material inadequado / fabricação] Norma? (a) está íntegra? BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 11 Estudo multicêntrico de pré-qualificação: estudo de caso sobre equipos (d) O formato é adequado e atende a Norma? (e) apresenta boa penetração? (f) se ajusta /adapta ao frasco de soro/bolsas? o o N . 1305 [= Conexão frouxa, instável], ou N . 1304 [= Conexão entre produtos ou componentes não se encaixa o ou, durante seu uso], N . 1302 [= desconexão, separação não intencional de uma ligação entre duas ou mais partes.] o N . 2104 [= Vazamento]} (g) apresenta vazamento? (4) Câmara graduada ou bureta (a) é transparente e corresponde ao tipo especificado o N . 2000 [=Material inadequado / fabricação] no edital de compra? o N . 2003 [= Deterioração ou mudança da estrutura ou (b) se graduada, tem boa visualização da escala o propriedades físicas ou aparência/aspecto ou N . 2004 [= graduada? Mudança visível na coloração padrão] o o N . 2006 [= Presença de furos, N . 2002 [= Quebra ou (c) Câmara graduada apresenta filtro de fluido? [item o rachadura ou N . 2007 [= Descolamento dos componentes opcional, exceto quando explícito em edital] o do produto, ou N . 2803 [= Falta parte.] (d) Câmara graduada apresenta dispositivo de entrada de ar lateral com filtro No. 2803 [= Falta parte, ou não, dependendo do edital]} (hidrófobo/bacteriológico)? Ou (4) Câmara de gotejamento comum o o N . 2006 [= Presença de furos], N . 2002 [= Quebra ou o rachadura] ou N . 2007 [= Descolamento dos componentes (a) está íntegra? o do produto], ou N . 2803 [= Falta parte.] o (b) é flexível? [depende de características da N . 2003 [= Deterioração ou mudança da estrutura ou o propriedades físicas ou aparência/aspecto], ou N . 2004 [= especificação no edital de compra] o Mudança visível na coloração padrão] ou N . 2000 [= Falha (c) permite boa visualização do gotejamento da do produto devida à parte ou componente fabricado com solução/ medicamento? material fora da especificação] (e) possui as dimensões adequadas? (g) apresenta marca de nível máximo de No. 2803 [= Fabricação ou montagem incorreta do preenchimento? [Itens opcionais, no caso de equipos produto, componentes, partes ou acessórios.] de bomba de infusão] o (f) apresenta partículas ou corpo estranho? (g) apresenta vazamento? [ (h) Câmara gotejadora apresenta filtro de fluido? N . 1501 [= se ocorrer a presença de partículas ou corpo estranho] o N . 2104 [= Vazamento.] o o N . 2006 [= Presença de furos], N . 2002 [= Quebra ou o rachadura] ou N . 2007 [= Descolamento dos componentes o do produto], ou N . 2803 [= Falta parte.] (i) Câmara gotejadora apresenta dispositivo de entrada de ar lateral com filtro No. 2803 [= Falta parte, ou não, dependendo do edital.]} (hidrófobo/bacteriológico)? [itens opcionais] (5) Gotejador o (a) está íntegro? (b) infusão é precisa? o N . 2002 [= Quebra ou rachadura], ou N . 2006 [= Presença o de furos], ou N . 2007 [= Descolamento dos componentes o do produto ou N . 2803 [= Falta parte] o Falha observável ao teste volumétrico (a 20 C, onde 20 o gotas ou 60 microgotas devem corresponder a 1 mL) N . 2101 [= Problemas associados com a operação do produto ou componente, relacionados com sua acurácia (exatidão) e devidos à sua calibração; podendo resultar em outras o falhas de fluxo: N . 1804 [= Sem fluxo. Falha do produto ou o componente de escoar o conteúdo especificado], N . 1805 o [= Fluxo excessivo ou super infusão] ou N . 1806 [= Fluxo insuficiente ou sub infusão.], ou Nº. 1802 [= Fluxo Impróprio quando não referencia super ou sub infusão]} BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 12 Estudo multicêntrico de pré-qualificação: estudo de caso sobre equipos (6) Tubo o (a) está íntegro? (b) apresenta vazamento? (c) é flexível? (d) permite boa medicamento? visualização o Modos de falhas N . 2006 [= Presença de furos], N . 2002 o [= Quebra ou rachadura] ou N . 2007 [= Descolamento dos o componentes do produto] ou N . 2803 [= Falta parte.] o N . 2104 [= Vazamento.] o N . 2000 [= Falha do produto devida à parte ou componente fabricado com material de características fora da especificação.] da solução ou o N . 2003 [= Deterioração ou mudança da estrutura ou o propriedades físicas ou aparência/aspecto ou N . 2004 [= Mudança visível na coloração padrão] o (e) possui comprimento adequado a Norma? N . 2803 [= Fabricação ou montagem incorreta de partes.] o N . 1804 [= Obstruído, sem fluxo. Falha do produto ou o componente de escoar o conteúdo especificado, N . 1805 o [= Fluxo excessivo ou super infusão ou N . 1806 [= Fluxo insuficiente ou sub infusão.] o N . 1501 [= se ocorrer presença de partículas ou corpo estranho] o N . 2107 [= Movimento indesejado de produto, que pode ocasionar seu mau funcionamento; favorece contaminação.] (f) permite a vazão esperada conforme a Norma? (g) apresenta sujidade ou corpo estranho? (h) o material faz memória? (i) caso aplicável, apresenta intermediário de silicone? vazamento no No. 2007 [=Descolamento dos componentes do produto.]} (7) Regulador de fluxo (roldana ou roller ou pinça corta-fluxo) o o N . 2006 [= Presença de furos], N . 2002 [= Quebra ou o rachadura] ou N . 2103 [= Deslocamento de sua devida (a) está íntegro? o localização.], ou N . 2803 [= Falta parte.] No. 2000 [= Falha do produto devida à componente fabricado com material de características fora da o especificação, e falhas conseqüentes: N . 2105 [= (b) apresenta base apropriada permitindo manuseio Travamento mecânico, restrição ou dificuldade de com o deslizamento previsto e adequado controle do movimento de um componente, ou No. 2107 [= Movimento o não intencional, e N . 1805 [= Fluxo excessivo ou super gotejamento? o infusão ou N . 1806 [= Fluxo insuficiente ou sub infusão] o ou No. 1804 [=sem fluxo] ou N . 1802 [= Fluxo ou infusão imprópria.] o N . 2103 [= Deslocamento de componente, em função de (c) o material imprime memória no tubo? uma força mecânica, de sua devida localização.]} (8) Injetor lateral é item opcional, exceto no caso em que for especificado no edital o o N . 2006 [= Presença de furos, N . 2002 [= Quebra ou o rachadura], ou N . 2007 [= Descolamento dos (a) está íntegro? o componentes do produto ou N . 2803 [= Falta parte.] o N . 2003 [= Deterioração ou mudança da estrutura ou o propriedades físicas ou aparência/aspecto], ou N . 2004 [= (b) apresenta membrana auto cicatrizante? o Mudança visível na coloração padrão] ou N . 2000 [= fora da especificação, Material inadequado / fabricação] o N . 2105 [= Travamento mecânico quando enrigecida] ou (c) a membrana auto cicatrizante apresenta-se com o N . 2000 [= fora da especificação, Material inadequado / penetração apropriada? fabricação] o o N . 2007 [=descolamento, solta a solda] ou N . 2000 [=fora (d) apresenta vazamento? o da especificação] e N . 2104 [= Vazamento.] (e) possui as dimensões adequadas para garantir a o N . 2803 [= Fabricação ou montagem incorreta de segurança no processo de administração de componentes ou partes.]} medicamentos injetáveis? (9) Conector macho ou Conexão proximal ao paciente e com demais produtos (tubo extensor, catéteres, dispositivos de acesso, escalpe) BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 13 Estudo multicêntrico de pré-qualificação: estudo de caso sobre equipos (a) corresponde ao tipo especificado no edital de compra? o (b) está íntegra? (c) é resistente? (d) possui tamanho de acordo com a Norma? (e) O formato é adequado e atende a Norma? (f) se ajusta /adapta ao produto previsto? (g) se é Luer-Lock, a rosca trava de maneira perfeita? (h) apresenta vazamento? o N . 2006 [= Presença de furos, N . 2002 [= Quebra ou o rachadura ou N . 2007 [= Descolamento dos componentes o do produto, ou N . 2803 [= Falta parte.] o o N . 2006 [= Presença de furos], N . 2002 [= Quebra ou o rachadura], ou N . 2007 [= Descolamento dos o componentes do produto], ou N . 2000 [= fora da especificação, Material inadequado / fabricação, caso não o tenha condições de definir os específicos], ou N . 2803 [= Falta parte.] o N . 2803 [= Fabricação ou montagem incorreta de componentes.] o N . 2803 [= Fabricação ou montagem incorreta de partes] o ou N . 2000 [=Material inadequado / fabricação] o o N . 1305 [= Conexão frouxa e instável], ou N . 1304 [= Conexão não se encaixa entre os produtos] o o N . 1305 [= Conexão frouxa e instável], ou N . 1304 [= Conexão não se encaixa entre os produtos] o N . 2104 [= Vazamento.]} (10) Protetor do Conector macho, conexão proximal ao paciente (a) corresponde ao tipo especificado no edital de compra? o (b) está íntegro? (c) é resistente? (d) possui as dimensões adequadas? o N . 2006 [= Presença de furos, N . 2002 [= Quebra ou o rachadura ou N . 2007 [= Descolamento dos componentes o do produto, ou N . 2803 [= Falta parte.] o o N . 2006 [= Presença de furos, N . 2002 [= Quebra ou o rachadura], ou N . 2000 [= fora da especificação, Material inadequado / fabricação, caso não tenha condições de o definir os específicos] ou N . 2803 [= Falta parte.] o N . 2803 [= Fabricação ou montagem incorreta de componentes.] (e) é apresentado bem adaptado ao conector o N . 2103 [= Deslocamento de sua devida localização.] proximal? o N . 1303 [= componentes de conexão não podem ser separados ou desconectados quando esperado.] o N . 1306 [= Conexão de maneira imprópria ou não (e) possui filtro que permite o preenchimento sem a conforme com a especificação do produto, requerimentos o ou usos indicados.] ou N . 2803 [= Fabricação ou retirada da tampa? montagem incorreta de componentes.]} (d) se separa adequadamente do conector proximal? BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 14 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 1,2 Evelinda Trindade 1,3 Maria Glória Vicente 1,4 Paulo Costa Santanna ,3 Stela Candioto Melchior¹ 1, 5 Alba Maria Campos Lima Pismel 1 ,6 Adriana Tiozzo Matheus Tinoco 1 ,7 Márcia Marques de Azevedo dos Santos 1 ,8 Patrícia Aleixo Ferreira 1 ,9 Regina Ávila 1, 10 Maria da Graça Sant Anna Hofmeister 1 ,11 Raymund Hans Helmut Huttner Sorgenfrei , 12 Alexandre Lindolfo Modesto¹ 1 GT-Modos de Falha – ANVISA/NUVIG/UTVIG NATS InCor-HC/FMUSP 3 ANVISA/NUVIG/UTVIG 4 CVS/SSM-Curitiba 5 ANVISA/GGIMP/CPROD 6 GVS XVII Campinas Regional Campinas/SES-SP 7 Departamento de Vigilância Sanitária/SES-PR 8 CEVS/SES-RS 9 CVS/SSM-Porto Alegre 10 Hospital Cristo Redentor/ Grupo Hospitalar Conceição/MS 11 DVCS/SES/BA 12 ANVISA/GGLAS 2 Introdução Em conformidade com a harmonização sanitária a nível mundial1, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA/MS, criou um sistema de informação para centralizar as notificações dos problemas com os produtos sob vigilância sanitária, o NOTIVISA. Este sistema orienta para a análise das causas das notificações, priorizando-se a investigação dos eventos adversos e das queixas técnicas com potencial de desencadeá-los, além das não conformidades recorrentes e das irregularidades sanitárias. Em relação ao crescente volume de queixas técnicas notificadas, foi adotada a estratégia de análise das suas tendências. A observação das variações do número de notificações por empresa, por produto, por região geográfica e por notificador pemitiu parametrizá-las e priorizar aquelas com o nível mais elevado de risco de agravos ou “surtos” eventuais de problemas. Entretanto, a sistemática qualitativa que é possível com um certo número de observações, torna-se problemática para volumes maiores de notificações. A Unidade de Tecnovigilância/NUVIG/ANVISA convidou profissionais do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) que atuam direta ou indiretamente em vigilância pós-comercialização de produtos para a saúde para constituir um Grupo de Trabalho2 para desenvolver metodologia de classificação em tecnovigilância, a partir dos modos de falha de artigos médico-hospitalares para instrumentalizar ações de investigação de eventos adversos e queixas técnicas, denominado GT-Modos de Falhas. Este grupo começou a desenvolver os trabalhos com foco no consenso sobre métodos de sistematização da análise de queixas técnicas e eventos adversos notificados. BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 1 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 As duas definições habituais de modos de falha facilitam contextualizar o universo de trabalho designado ao GT- Modos de Falhas: • A análise de modos de falha consiste em identificar as diferentes maneiras como um produto pode falhar ao cumprir com seu propósito esperado (conformidade com a função e com o parâmetro de referência); • Modos de falha constituem variações ou desvios em relação ao desempenho pretendido para um produto. Salienta-se que a análise sistemática próativa e crítica das especificações de projeto do produto, dos processos de produção e do comportamento no mercado deve ser realizada pelas empresas detentoras de registro. No Brasil, as Boas Práticas de Fabricação3 e Requisitos Essenciais de Segurança e Eficácia4, Resoluções da Diretoria Colegiada RDCs da ANVISA Nº 59/2000 e Nº 56/2001, respectivamente, são necessários para a aprovação para comercialização do produto. Esta aprovação é o registro5 conferido pela ANVISA, bem como suas revalidações , durante todo o período de vida útil deste produto no mercado. Para a observação da efetividade do produto adicionam-se as experiências dos usuários. Os problemas notificados podem permitir identificar riscos inesperados, ou antes, desconhecidos, bem como aumento de tendência de ocorrência de algum risco conhecido ou surtos eventuais. A análise das causas subjacentes na raiz de problemas notificados, ou identificados na literatura, constitui um pilar fundamental para o aprendizado reativo, a partir das suspeitas ou das falhas. Assim, a este GT-Modos de Falhas também foi designado6 estudar e acompanhar os esforços em curso de normatização e harmonização, nacional e internacional, visando classificar os pontos críticos de risco evidenciados nas notificações e quais as falhas ocorrem com maior freqüência durante o uso do produto na atenção à saúde. O trabalho de base do GT- Modos de Falhas foi a tradução e análise crítica de referenciais teórico-práticos, tais como a Norma ISO–TS 19.218 e os códigos de “problemas” observados internacionalmente, como, por exemplo, na América do Norte, por meio da lista disponibilizada no website da Food and Drug Administration, FDA Problem Codes. A participação da Unidade de Tecnovigilância-NUVIG/ANVISA no processo de harmonização¹ da regulação sanitária e de membros do GT-Modos de Falhas na internalização de Normas Técnicas de produtos para a saúde são, igualmente, atividades dirigidas a contribuir para o conhecimento aprofundado das classes de produtos e dos produtos específicos para esta análise em tecnovigilância. Este trabalho visa documentar o primeiro exercício de consenso sobre classificação de modos de falhas de um produto para a saúde e provocar seu debate mais amplo. Material e métodos Estudo descritivo observacional das notificações voluntárias apresentadas no recorte do Sistema Nacional de Notificação de Eventos Adversos e Queixas Técnicas, NOTIVISA, a partir dos artigos mais notificados no período de 2007 e 2008. Uma planilha-matriz permitiu relacionar as variáveis (nº da notificação; motivo da notificação; produto; nº de registro do produto) do NOTIVISA ao nome técnico e classe de risco do produto, constante na base de dados de registro, o sistema de informação DATAVISA. Freqüências absolutas e relativas das queixas técnicas notificadas e envolvendo cada um dos nomes técnicos de artigos médico-hospitalares foram calculadas pela Unidade de Tecnovigilância-NUVIG/ANVISA, resumidas e apresentadas aos membros do GT- BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 2 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 Modos de Falhas. Assim, iniciou-se este trabalho com o artigo médico-hospitalar que apresentava o maior número de notificações. Em uma primeira reunião do GT-Modos de Falhas foi organizada uma tabela de «perguntas orientadoras», incluindo os atributos das partes dos equipos discriminados nas Normas Técnicas7,8, para permitir ordenar a classificação das notificações específicas deste produto, segundo o conjunto da legislação sanitária vigente e da matriz revisada9 da norma técnica ISO 19.218, de maneira que os modos de falhas potenciais observados pudessem ser codificados de maneira padronizada. A planilha-matriz correspondente a este artigo médico-hospitalar foi distribuída aos membros do GT-Modos de Falhas após a assinatura e entrega à ANVISA do Termo de comprometimento e confidencialidade dos dados. Então, cada um dos membros, isoladamente, classificou cada uma destas notificações segundo o(s) código(s) de modo(s) de falhas elicitado(s) na Norma ISO–TS 19.218 revisada, de maneira a descrevê-las da maneira mais completa possível. A distribuição relativa das falhas foi estimada proporcionalmente em relação ao número total das falhas observadas [(Nº eventos observados/total de observações)*100]. Estes dados foram agregados segundo o modo de falhas de acordo com a Norma ISO 19.218 revisada. As categorias de falhas, nível de agregação maior, também foram descritas de acordo com a Norma ISO 19.218 revisada. Ambas formas de classificar foram resumidas em quadro com sua distribuição relativa e absoluta. Estas categorias ou grupo de falhas ou problemas codificam-se, como segue: Código Nº. 1300 = Conexão [Problema associado com a conexão entre produtos, partes, componentes ou elementos], Código Nº. 1500 = Problema Ambiental [Função do produto é influenciada adversamente por condições como temperatura, umidade, higiene, no processo de fabricação, na armazenagem e no transporte], Código Nº. 1800 = infusão e fluxo [Falha no produto para a infusão de líquido ou gases, por exemplo, medicamentos aplicados em dose incorreta], Código Nº. 1900 = instruções de uso e rotulagem [Informação inexata ou inapropriada em material escrito, impresso, gráfico ou audiovisual fornecido com o produto ou embalagem], Código Nº. 2000 = material [Falha do produto devida à parte ou componente fabricado com material de características fora da especificação ou durabilidade limitada (por exemplo, vedante, borracha)], Código Nº. 2100 = mecânico [Desvios de desempenho especificado do produto ou componente relacionados a defeitos mecânicos ou a montagem inadequada, incluindo as partes móveis], Código Nº. 2200 = não mecânico [Desvios de desempenho especificado do produto ou componente relacionados a defeitos químicos, interface de comunicação, software, ótico ou à instalação], Código Nº. 2500 = embalagem e transporte [Problemas associados com a embalagem ou transporte], Código Nº. 2800 = função indesejada [Produto mal montado ou falta parte e não funciona como devia ou diferente do pretendido, resultando em diagnóstico ou tratamento incorretos]. As três reuniões de consenso permitiram listar as notificações classificadas de maneira diversa e discuti-las no grupo focal até obter o consenso. Todo o trabalho descritivo foi realizado em planilhas de trabalho do software Excell™ (Microsoft v. 2007). A síntese da base de dados, correlação e integração dos trabalhos individuais, cálculo de freqüências absolutas e relativas por produtos ou número de eventos de notificação ou respectivo(s) modo(s) de falha(s) foram obtidas mediante importação e relacionamento ou linkage destas planilhas no software Access™ (Microsoft v. 2007). BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 3 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 Resultados As freqüências absolutas e relativas das queixas técnicas notificadas envolvendo artigos apresentadas aos membros do GT-Modos de Falhas. médico-hospitalares foram resumidas no Quadro 1, conforme o seu nome técnico, como Quadro 1. Freqüência absoluta e relativa das notificações de queixa técnicas de artigo médico, segundo o nome técnico, Brasil, 2007 e 2008 Categoria de Nome Técnico Soma %/ =8.669 Categoria 4.585 52,9% 966 11,1% 732 8,4% *Canulados: Soma %/ =4.585 Canulados 1711 37,3% 841 18,3% 666 14,5% Canulados* Equipo Luvas Seringa Curativo Agulha Implante [285 são fios de 669 7,7% Cateter 614 sutura] Coletor 608 7,0% Sonda 362 Vestimenta hospitalar 208 2,4% Torneirinha 171 Bolsa 103 1,2% Extensor 73 Frasco 95 1,1% Conector 40 Material para Higiene 85 1,0% Cânula 29 Cabos e eletrodos 80 0,9% Drenos 21 Instrumento cirúrgico 67 0,8% Introdutor 13 Sensor de sinais vitais 65 0,8% Trocarte 10 Artigo laboratorial 62 0,7% Tubo 10 Lâmina 60 0,7% Dialisador 9 Contraceptivo 40 0,5% Espéculo descartável 7 Instrumental videoscópico 32 0,4% Balão dilatador 4 Acessórios p/Ventilação 29 0,3% Retosigmoidoscópio 4 Outros 183 2,1% Fonte: ANVISA/NUVIG/UTVIG/Sistema de informação NOTIVISA. Dados sujeitos à revisão Os equipos apresentavam o maior número de notificações, tornando-se o objeto priorizado para o primeiro exercício de classificação e consenso. Equipos constituem uma classe de artigos médico-hospitalares dentre os mais utilizados na atenção à saúde. Estes produtos são indicados para auxiliar a hidratar ou alimentar um paciente, transfundir sangue ou solução de diálise, bem como infundir medicamentos em solução parenteral. Sua função de medir, dispensar e controlar estas infusões, das quais podem depender a cura, melhora do quadro mórbido, alívio ou mesmo a vida do paciente, os tornam 13,4% 7,9% 3,7% 1,6% 0,9% 0,6% 0,5% 0,3% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,1% 0,1% associados a riscos significativos para a segurança do paciente. Estas tecnologias são constituídas por um complexo de partes soldadas, tornando-se um conduto capaz de permitir o controle exato do número de gotas por minuto de infusão, e devem estar de acordo com a legislação sanitária vigente e as normas técnicas. As duas conexões, distal e proximal ao paciente, se articulam com outros produtos. Para tanto, as dimensões-padrão destas conexões também estão previstas e descritas nas normas técnicas7, 8 segundo o tipo específico do outro produto. Nas normas técnicas específicas também se encontram descritos os parâmetros e a variabilidade aceitável, visando incrementar sua segurança quando são utilizados. BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 4 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 As «perguntas orientadoras» que permitiu ordenar a classificação das notificações específicas dos equipos, baseada na legislação sanitária vigente e na matriz revisada da norma técnica ISO 19.218 estão apresentadas no Adendo 1. No Adendo 2 se encontram descritas as diferentes partes do equipo, sua função e termos comumente usados na prática diária dos serviços de saúde, conforme abstraído das notificações feitas. A freqüência absoluta e relativa de notificações envolvendo equipos no período em estudo, segundo a classificação do modo de falha e os grupos de modo de falha, estão resumidos nos Quadros 2 e 3 e no Gráfico 1, de acordo com o consenso realizado pelos membros do GT-Modos de Falhas. Quadro 2: Freqüência absoluta e relativa das notificações de equipos, segundo o modo de falha, Brasil, 2007 e 2008 Modos de Falha Conexão com problema/defeito = 1301 Desconecta=1302 e vaza Não desconeta como esperado = 1303 Conexão incompatível, não se encaixa = 1304 Conexão instável, frouxa = 1305 Corpo estranho, partículas, manchas, cabelo =1501 Fluxo impróprio; inacurado; fluxo excessivo/super infusão = 1802 Sem fluxo, obstruído, não preenche = 1804 Embalagem & rótulo= infração sanitária=1902 Material inadequado = 2000 Degradado, dobrado, muda propriedades físicas, químicas ou aspecto = 2003 Rompe = 2001; quebra, racha = 2002 Fragmentação = 2005 Furos = 2006 Descolamento; desmonta-se, solda se solta = 2007 e vaza Calibração, operação vol/medida inacurados = 2101 Desloca, sai do lugar = 2103; separação de partes = 2102 Vazamento = 2104 Obstrução, travamento mecânico = 2105 Memória, movimento mecânico não intencional = 2107 Outros = 2300 (risco ocupacional ou ambiental; contaminação do medicamento; risco de infecção para o paciente) Embalagem/problema antes de usar = 2501; embalagem não estéril = 2502 Falta parte, mal montado =2803; não funciona corretamente=2800 Total Os dados apontam que um equipo em cada cinco notificados apresentavam vazamento. É importante notar que estes vazamentos ocorreram em conexões em menos de um terço destas notificações, colocando em evidência problemas de furos, rachaduras e rupturas estruturais. Em % Nº 75 39 20 89 85 127 352 129 27 210 63 249 6 50 348 326 48 631 307 4 94 2,13 1,11 0,57 2,53 2,42 3,61 10,01 3,67 0,77 5,97 1,79 7,08 0,17 1,42 9,90 9,27 1,37 17,95 8,73 0,11 2,67 19 0,54 217 6,17 3.515 100,00 mais da metade das notificações, foram referidas falhas na cola ou solda estrutural entre partes componentes. Observa-se também que uma em cada dez notificações apresentou queixa de falha na função principal do produto. A medida ou gotejamento BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 5 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 exato constitui a função central desse produto e sua principal contribuição para a segurança do paciente. A administração de medicamentos, hemoderivados, alimentos e líquidos na dose exata prescrita dependem da confiabilidade desta medida. Esta falha se torna ainda mais grave quando associada a ocorrência de vazamentos, como verificado em 12% das queixas, desperdiçando parte significativa da terapia necessária à cura, reabilitação ou alívio do paciente. Além disto, quando os medicamentos a serem administrados são quimioterápicos, adiciona-se risco ocupacional significativo. Da mesma forma, metade destas notificações apresentou queixas de fluxo de infusão acima do estipulado, aumentando o risco para os pacientes. Esta última falha, durante o uso de medicamentos de alta concentração, como insulina ou vasoativos, está associada a aumento da probabilidade de óbito. Gráfico 1. Freqüência relativa de modos de falhas de equipos, segundo o modo de falha, Brasil, 2007 e 2008 Vazamento = 2104 Fluxo impróprio = 1802 Descolamento = 2007 e vaza Calibração, vol/medida inacurados = 2101 Obstrução, travamento mecânico = 2105 Rompe = 2001; quebra, racha = 2002 Falta parte, mal montado =2803, não funciona=2800 Material inadequado = 2000 Sem fluxo = 1804 Corpo estranho = 1501 Outros = 2300 Conexão incompatível = 1304 Conexão instável = 1305 Conexão com problema = 1301 Degradação do material = 2003 Furos = 2006 Deslocamento = 2103; separação de partes = 2102 Desconecção =1302 e vaza Embalagem, rótulo & infração sanitária=1902 Não desconeta como esperado = 1303 Embalagem/problema antes de usar = 2501 Fragmentação = 2005 Memória = 2107 0% O agrupamento dos modos de falha, de acordo com o nível 1 da Norma ISO–TS 19.218 revisada, permite melhor apreciar que 01 de cada 5% 10% 15% 20% 04 notificações relatou problemas de material inadequado nos equipos comercializados (Código Nº. 2000 = material [Falha do produto devida à BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 6 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 parte ou componente fabricado com material de características fora da especificação ou durabilidade limitada]). Desvios de desempenho especificado do produto ou componente relacionados a defeitos mecânicos ou à montagem inadequada, incluindo as partes móveis foram verificados em mais de um terço das queixas reportadas (Código Nº. 2100). Quadro 3: Freqüência absoluta e relativa das notificações de equipos, segundo o grupo de modo de falha, Brasil, 2007 e 2008 Grupo de Modos de Falhas 1300= Conexão 1500= Ambiental 1800= Infusão e Fluxo 1900= Instruções de uso e rotulagem 2000= Material 2100= Mecânico 2300= Outros 2500= Embalagem e transporte 2800= Função indesejada Total Embora em nível menos elevado, foram observadas notificações relativas a problemas no ambiente de produção que influenciam adversamente a função do produto, tais como presença de corpo estranho nas embalagens lacradas, incluindo fios de cabelo e pêlos, entre outros, possivelmente devido às condições inadequadas de higiene durante o processo de fabricação (Código Nº. 1500). Discussão Os resultados obtidos na análise com o consenso realizado pelos membros do GT-Modos de Falhas sinalizam a existência de problemas no processo de fabricação, tais como problemas de material inadequado, defeitos mecânicos ou montagem inadequada nos equipos comercializados, entre outros, que influenciam adversamente a função do produto. Estes resultados podem significar apenas uma ponta de iceberg ao se considerar que as notificações analisadas eram voluntárias e oriundas em sua maioria dos Hospitais da Rede Sentinelada ANVISA. Embora o NOTIVISA tenha No. 308 127 481 27 926 1.316 94 19 217 3.515 % 8,8 3,6 13,7 0,8 26,3 37,4 2,7 0,5 6,2 100,0 melhorado vários aspectos da salvaguarda temporária de dados, considera-se que subsistem dificuldades técnicas de comunicação e pesquisa de dados que impõem barreiras à notificação. A estas, ainda se adicionam à escassez e sobrecarga do pessoal nos estabelecimentos de saúde e de tempo para notificar os problemas identificados. Embora se reconheça as limitações da importante sub-notificação e da falta de um denominador absoluto para o cálculo de taxas, esta análise tem o mérito de sinalizar alguns dos problemas vivenciados pelos usuários e permite educar sobre alguns aspectos da qualidade dos produtos a serem observados de maneira mais cuidadosa antes de utilizar equipos nos pacientes, prevenindo, assim, um possível dano ao paciente, usuário ou outra pessoa. Avanços, entretanto, são iminentes. As os RDCs n . 210 e 6711, respectivamente de 25 de janeiro de 2010 e de 21 de dezembro de 2009, dispõem sobre o gerenciamento de tecnologias em saúde em estabelecimentos de saúde e sobre normas de tecnovigilância aplicáveis aos detentores de registro de produtos para saúde no Brasil. Estas RDCs disciplinam as investigações de BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 7 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 tecnovigilância e tornam compulsórias estas notificações. Estas legislações permitirão incrementar a observação da qualidade dos produtos comercializados no Brasil e elevar a acüidade das futuras análises de modos de falhas. Conclusão Os equipos para infusão foram os produtos para a saúde com maior número de notificações voluntárias pelo NOTIVISA, nos anos de 2007 e 2008. Os equipos para infusão comercializados no Brasil e envolvidos nas notificações apresentaram problemas que sugerem falhas no processo fabril e na função principal a que se destinam. E, estas falhas estão associadas a riscos para a segurança dos pacientes. Desdobramentos Esta sistematização torna possível a automatização dos conceitos notificados e mais comuns no NOTIVISA, contribuindo para o tratamento estatístico de uma parcela importante das notificações de queixas técnicas. Além de incrementar a sua análise e resolutividade, a otimização do uso dos escassos recursos humanos pode proporcionar espaço para a Unidade de Tecnovigilância, demais entes do SNVS e usuários, agilizarem a investigação dos eventos adversos e reforçar o acompanhamento da implementação das medidas corretivas requeridas. BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 8 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 Bibliografia 1. Global Harmonization Task Force. Review of Current Requirements on Postmarket Surveillance. 2005(05);GHTF/SG2/N47R4:2005. Website: <www.ghtf.org/documents/sg2/sg2-n47r4.doc> Acesso 30/08/2009. 2. Brasil. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria nº 268, de 10 de março de 2010. Diário Oficial da União. D.O.U. Secção 1; Nº 47, 11 de março de 2010:49. Website: <http://www.in.gov.br/autenticidade.html>. Acesso 12/03/2010. 3. Brasil. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n.º 59, de 27 de junho de 2000.. Diário Oficial da União. D.O.U. Secção 1; 29/06/2000. Website: <http://elegis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=15279&word=> Acesso 30/03/2010. 4. Brasil. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n.º 56, de 06 de abril de 2001 - Diário Oficial da União. Secção 1; 6/4/2001. Website: http://elegis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=5838&word> Acesso 30/03/2010. 5. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n.º 185/2001. D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 24 de outubro de 2001. Republicada no Diário Oficial da União de 06 de novembro de 2001. (internaliza a Resolução GMC nº 40/00 do Mercosul) – aprova o Regulamento Técnico que trata do registro, alteração, revalidação e cancelamento do registro de produtos para a saúde na ANVISA. Disponível on-line na Internet da ANVISA no Link < http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=1536 > Acesso em 30 de março de 2010. 6. Brasil. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria no- 269, de 10 de março de 2010. Diário Oficial da União. D.O.U. Secção 1; Nº 47, 11 de março de 2010:36. Website: <http://www.in.gov.br/autenticidade.html>. Acesso 12/03/2010. 7. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 14168:1998 Equipo de transfusão para uso único. Esta Norma fixa as características para equipos de transfusão estéreis e de uso único destinados ao uso médico hospitalar, assegurando a compatibilidade de uso com recipentes para sangue e componentes sangüíneos, cateteres intravenosos e cânulas. ABNT. 1998. 7 p. 8. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR ISO 8536-4:2008. Equipamento de infusão para uso médico. Parte 4: Equipos de infusão para uso individual, alimentação por gravidade. Esta parte da ABNT NBR ISO 8536 especifica os requisitos para equipos de infusão por gravidade de uso único para uso médico, a fim de assegurar sua compatibilidade com recipientes para soluções de infusão e dispositivos intravenosos. ABNT. 2008. 17 p. 9. International Standards Organization. Committee: ISO/TC 210/WG 3. Secretariat: AAMI (for ANSI). ISO/TS 19218-1 Medical devices — Hierarchical coding structure for adverse events – Part 1: Event type codes. Working Draft distributed for review and comment Date: 2009-06-02. 10. Brasil. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC no- 2, de 25 de janeiro de 2010. Diário Oficial da União. D.O.U. Secção 1; Nº 16, 25 de janeiro de 2010:79. Website: <http://www.in.gov.br/autenticidade.html>. Acesso 12/03/2010. 11. Brasil. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC no- 67, de 21 de dezembro de 2009. Diário Oficial da União. D.O.U. Secção 1; Nº 245, 23 de dezembro de 2009:86. Website: <http://www.in.gov.br/autenticidade.html>. Acesso 12/03/2010. BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 9 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 ADENDO 1 Quadro 2: «Perguntas orientadoras» propostas para a classificação de queixa técnica de equipo, de acordo com cada parte do produto, Brasil, 2009 (Parte do equipo) e Pergunta orientadora: Legislação e Códigos detalhados na norma técnica ISO 19.218 [definições] os (1) Embalagem e Rotulagem devem informar quesitos obrigatórios da Legislação Sanitária de Registro, RDCs n . 185, 56 e 59. (a) idioma em português? (b) caracteres legíveis com boa identificação? (c) razão social, CNPJ e endereço da empresa, com nome e nº Conselho Regional do responsável técnico? o (d) tipo de equipo? + N . 1902 [=por Material escrito, impresso ou gráfico que esteja o (e) n . de lote de fabricação? afixado em produto ou suas embalagens, e que sejam insuficientes, inadequadas ou incorretas, como fornecidas pelo fabricante do (f) data de fabricação? produto.] (g) data de validade da fabricação? (h) tipo de esterilização ? (i) data de validade da esterilização? (j) inscrição "proibido reprocessar"? (k) no. de Registro na Anvisa/MS? o N . 1901 [= por quaisquer instruções que acompanhassem o (l) instruções de uso? produto (incluindo de identificação, técnica e uso) e que sejam insuficientes, inadequadas ou incorretas, como fornecidas pelo fabricante do produto.] o N . 2003 [= Deterioração ou mudança da estrutura ou o propriedades físicas ou aparência/aspecto ou N . 2004 [= Mudança (n) permite ver o produto antes de abrir? visível na coloração padrão] o + N . 1902 [=por Material escrito, impresso ou gráfico que esteja (o) o produto está de acordo com o descrito na afixado em produto ou suas embalagens, e que sejam insuficientes, inadequadas ou incorretas, como fornecidas pelo fabricante do embalagem? o produto.] ou N . 2803 [= Falta parte.] o N . 1501 [= se ocorrer presença de partículas ou corpo estranho.] (p) apresenta sujidade ou corpo estranho? o N . 2501 [= se houver problema associado com embalagem ou (q) a embalagem está íntegra? transporte antes de usar o produto.] (m) material utilizado para embalagem? (r) o fechamento (selagem) permite abertura em o N . 2502 [= Embalagem ou processo de embalagem era pétala/ asséptica? inadequado ou inapropriado comprometendo a esterilidade do (s) facilidade na abertura? produto] (t) previne contaminação? (2) Protetor da ponta perfurante (a) está íntegro? (b) é resistente? (c) é apresentado bem adaptado a ponta perfurante? (d) se separa adequadamente da ponta perfurante? (e) evita contaminação da ponta perfurante? o o o o N . 2006 [= Presença de furos], ou N . 2002 [= Quebra ou o rachadura], ou N . 2000 [=Material inadequado / fabricação], ou o N . 2803 [= Falta parte] o N . 2103 [= Deslocamento de sua devida localização.] o N . 1303 [= componentes de conexão não podem ser separados ou desconectados quando esperado.] o N . 2103 [= Deslocamento de sua devida localização.]} (3) Ponta perfurante (a) está íntegra? N . 2006 [= Presença de furos] ou N . 2002 [= Quebra ou o rachadura], ou N . 2803 [= Falta parte.] o N . 2000 [=Material inadequado / fabricação] (b) é resistente? (c) o tamanho da ponta é adequado, conforme a o o N . 2803 [= Fabricação ou montagem incorreta de partes.] ou N . Norma? 2000 [=Material inadequado / fabricação] (d) O formato é adequado e atende a Norma? BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 10 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 (Parte do equipo) e Pergunta orientadora: (e) apresenta boa penetração? (f) se ajusta /adapta ao frasco de soro/bolsas? Legislação e Códigos detalhados na norma técnica ISO 19.218 [definições] o o N . 1305 [= Conexão frouxa, instável], ou N . 1304 [= Conexão entre produtos ou componentes não se encaixa ou, durante seu o uso], N . 1302 [= desconexão, separação não intencional de uma ligação entre duas ou mais partes.] o N . 2104 [= Vazamento]} (g) apresenta vazamento? (4) Câmara graduada ou bureta (a) é transparente e corresponde ao tipo especificado o N . 2000 [=Material inadequado / fabricação] no edital de compra? o N . 2003 [= Deterioração ou mudança da estrutura ou (b) se graduada, tem boa visualização da escala o propriedades físicas ou aparência/aspecto ou N . 2004 [= Mudança graduada? visível na coloração padrão] o o N . 2006 [= Presença de furos, N . 2002 [= Quebra ou rachadura ou (c) Câmara graduada apresenta filtro de fluido? [item o o N . 2007 [= Descolamento dos componentes do produto, ou N . opcional, exceto quando explícito em edital] 2803 [= Falta parte.] (d) Câmara graduada apresenta dispositivo de entrada o N . 2803 [= Falta parte, ou não, dependendo do edital]} de ar lateral com filtro (hidrófobo/bacteriológico)? Ou (4) Câmara de gotejamento comum o o N . 2006 [= Presença de furos], N . 2002 [= Quebra ou rachadura] o o ou N . 2007 [= Descolamento dos componentes do produto], ou N . (a) está íntegra? 2803 [= Falta parte.] o (b) é flexível? [depende de características da N . 2003 [= Deterioração ou mudança da estrutura ou o propriedades físicas ou aparência/aspecto], ou N . 2004 [= especificação no edital de compra] o Mudança visível na coloração padrão] ou N . 2000 [= Falha do (c) permite boa visualização do gotejamento da produto devida à parte ou componente fabricado com material solução/ medicamento? fora da especificação] (e) possui as dimensões adequadas? (g) apresenta marca de nível máximo de preenchimento? [Itens opcionais, no caso de equipos de bomba de infusão] (f) apresenta partículas ou corpo estranho? (g) apresenta vazamento? [ (h) Câmara gotejadora apresenta filtro de fluido? o N . 2803 [= Fabricação ou montagem incorreta do produto, componentes, partes ou acessórios.] o N . 1501 [= se ocorrer a presença de partículas ou corpo estranho] o N . 2104 [= Vazamento.] o o N . 2006 [= Presença de furos], N . 2002 [= Quebra ou rachadura] o o ou N . 2007 [= Descolamento dos componentes do produto], ou N . 2803 [= Falta parte.] (i) Câmara gotejadora apresenta dispositivo de entrada de ar lateral com filtro (hidrófobo/bacteriológico)? No. 2803 [= Falta parte, ou não, dependendo do edital.]} [itens opcionais] (5) Gotejador o (a) está íntegro? (b) infusão é precisa? o N . 2002 [= Quebra ou rachadura], ou N . 2006 [= Presença de o furos], ou N . 2007 [= Descolamento dos componentes do produto o ou N . 2803 [= Falta parte] o Falha observável ao teste volumétrico (a 20 C, onde 20 gotas ou 60 o microgotas devem corresponder a 1 mL) N . 2101 [= Problemas associados com a operação do produto ou componente, relacionados com sua acurácia (exatidão) e devidos à sua o calibração; podendo resultar em outras falhas de fluxo: N . 1804 [= Sem fluxo. Falha do produto ou componente de escoar o conteúdo o o especificado], N . 1805 [= Fluxo excessivo ou super infusão] ou N . 1806 [= Fluxo insuficiente ou sub infusão.], ou Nº. 1802 [= Fluxo Impróprio quando não referencia super ou sub infusão]} BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 11 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 Legislação e Códigos detalhados na norma técnica ISO 19.218 [definições] (Parte do equipo) e Pergunta orientadora: (6) Tubo o (a) está íntegro? (b) apresenta vazamento? (c) é flexível? (d) permite boa medicamento? visualização da solução (e) possui comprimento adequado a Norma? (f) permite a vazão esperada conforme a Norma? (g) apresenta sujidade ou corpo estranho? (h) o material faz memória? (i) caso aplicável, apresenta intermediário de silicone? vazamento o Modos de falhas N . 2006 [= Presença de furos], N . 2002 [= o Quebra ou rachadura] ou N . 2007 [= Descolamento dos o componentes do produto] ou N . 2803 [= Falta parte.] o N . 2104 [= Vazamento.] o N . 2000 [= Falha do produto devida à parte ou componente fabricado com material de características fora da especificação.] o N . 2003 [= Deterioração ou mudança da estrutura ou ou o propriedades físicas ou aparência/aspecto ou N . 2004 [= Mudança visível na coloração padrão] o N . 2803 [= Fabricação ou montagem incorreta de partes.] o N . 1804 [= Obstruído, sem fluxo. Falha do produto ou componente o de escoar o conteúdo especificado, N . 1805 [= Fluxo excessivo ou o super infusão ou N . 1806 [= Fluxo insuficiente ou sub infusão.] o N . 1501 [= se ocorrer presença de partículas ou corpo estranho] o N . 2107 [= Movimento indesejado de produto, que pode ocasionar seu mau funcionamento; favorece contaminação.] no No. 2007 [=Descolamento dos componentes do produto.]} (7) Regulador de fluxo (roldana ou roller ou pinça corta-fluxo) o o N . 2006 [= Presença de furos], N . 2002 [= Quebra ou rachadura] o o ou N . 2103 [= Deslocamento de sua devida localização.], ou N . (a) está íntegro? 2803 [= Falta parte.] No. 2000 [= Falha do produto devida à componente fabricado com material de características fora da especificação, e falhas (b) apresenta base apropriada permitindo manuseio conseqüentes: No. 2105 [= Travamento mecânico, restrição ou com o deslizamento previsto e adequado controle do dificuldade de movimento de um componente, ou No. 2107 [= o Movimento não intencional, e N . 1805 [= Fluxo excessivo ou super gotejamento? o infusão ou N . 1806 [= Fluxo insuficiente ou sub infusão] ou No. o 1804 [=sem fluxo] ou N . 1802 [= Fluxo ou infusão imprópria.] o N . 2103 [= Deslocamento de componente, em função de uma (c) o material imprime memória no tubo? força mecânica, de sua devida localização.]} (8) Injetor lateral é item opcional, exceto no caso em que for especificado no edital o o N . 2006 [= Presença de furos, N . 2002 [= Quebra ou rachadura], o o ou N . 2007 [= Descolamento dos componentes do produto ou N . (a) está íntegro? 2803 [= Falta parte.] o N . 2003 [= Deterioração ou mudança da estrutura ou o propriedades físicas ou aparência/aspecto], ou N . 2004 [= (b) apresenta membrana auto cicatrizante? o Mudança visível na coloração padrão] ou N . 2000 [= fora da especificação, Material inadequado / fabricação] (c) a membrana auto cicatrizante apresenta-se com No. 2105 [= Travamento mecânico quando enrigecida] ou No. 2000 [= fora da especificação, Material inadequado / fabricação] penetração apropriada? o o N . 2007 [=descolamento, solta a solda] ou N . 2000 [=fora da (d) apresenta vazamento? o especificação] e N . 2104 [= Vazamento.] (e) possui as dimensões adequadas para garantir a o N . 2803 [= Fabricação ou montagem incorreta de componentes ou segurança no processo de administração de partes.]} medicamentos injetáveis? (8) Conector macho ou Conexão proximal ao paciente e com demais produtos (tubo extensor, catéteres, dispositivos de acesso, escalpe) (a) corresponde ao tipo especificado no edital de compra? o (b) está íntegra? o N . 2006 [= Presença de furos, N . 2002 [= Quebra ou rachadura ou o o N . 2007 [= Descolamento dos componentes do produto, ou N . 2803 [= Falta parte.] BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 12 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 (Parte do equipo) e Pergunta orientadora: (c) é resistente? (d) possui tamanho de acordo com a Norma? (e) O formato é adequado e atende a Norma? (f) se ajusta /adapta ao produto previsto? (g) se é Luer-Lock, a rosca trava de maneira perfeita? Legislação e Códigos detalhados na norma técnica ISO 19.218 [definições] o o N . 2006 [= Presença de furos], N . 2002 [= Quebra ou rachadura], o o ou N . 2007 [= Descolamento dos componentes do produto], ou N . 2000 [= fora da especificação, Material inadequado / fabricação, o caso não tenha condições de definir os específicos], ou N . 2803 [= Falta parte.] o N . 2803 [= Fabricação ou montagem incorreta de componentes.] o o N . 2803 [= Fabricação ou montagem incorreta de partes] ou N . 2000 [=Material inadequado / fabricação] o o N . 1305 [= Conexão frouxa e instável], ou N . 1304 [= Conexão não se encaixa entre os produtos] o o N . 1305 [= Conexão frouxa e instável], ou N . 1304 [= Conexão não se encaixa entre os produtos] o N . 2104 [= Vazamento.]} (h) apresenta vazamento? (9) Protetor do Conector macho, conexão proximal ao paciente (a) corresponde ao tipo especificado no edital de compra? o (b) está íntegro? (c) é resistente? o N . 2006 [= Presença de furos, N . 2002 [= Quebra ou rachadura ou o o N . 2007 [= Descolamento dos componentes do produto, ou N . 2803 [= Falta parte.] o o N . 2006 [= Presença de furos, N . 2002 [= Quebra ou rachadura], o ou N . 2000 [= fora da especificação, Material inadequado / fabricação, caso não tenha condições de definir os específicos] ou o N . 2803 [= Falta parte.] o N . 2803 [= Fabricação ou montagem incorreta de componentes.] (d) possui as dimensões adequadas? (e) é apresentado bem adaptado ao conector o N . 2103 [= Deslocamento de sua devida localização.] proximal? o N . 1303 [= componentes de conexão não podem ser separados ou desconectados quando esperado.] o N . 1306 [= Conexão de maneira imprópria ou não conforme com a (e) possui filtro que permite o preenchimento sem a o especificação do produto, requerimentos ou usos indicados.] ou N . retirada da tampa? 2803 [= Fabricação ou montagem incorreta de componentes.]} (d) se separa adequadamente do conector proximal? BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 13 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 ADENDO 2 Quadro 3: Descrição das partes do equipo a partir das notificações em tecnovigilância, Brasil, 2009 COMPONENTE Protetor da ponta perfurante Ponta Perfurante Dispositivo de Entrada de Ar Lateral IMAGEM CARATCTERÍSTICA FINALIDADE LOCALIZAÇÃO SINONÍMIA Cápsula geralmente de material rígido, que envolve a peça a ser protegida como uma bainha. Peça rígida, oblongada, oca. Proteger a Ponta Perfurante. Encaixado na ponta perfurante. - Tampa de proteção da ponta perfurante -Tampa Se conectar a embalagem da infusão podendo perfurar a tampa da mesma. Na extremidade proximal / superior do equipo. Dispositivo valvulado, contendo filtro ou não, geralmente provido de tampa protetora. Controlar a entrada de ar no sistema evitando a formação de vácuo. Geralmente na parte superior da bureta . -Adaptador -Bico penetrador -Bisel -Cânula -Lanceta -Lanceta perfuradora -Lanceta macro -Ponteira -Penetrador anatômico -Penetrador trifacetado -Suspiro -Respiro -Respiro lateral -Suspiro Lateral do Gotejador -Obturador de entrada de ar -Oclusor de ar -Respiro da ponta perfurante -Tampa do suspiro -Válvula de suspiro BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 14 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 Câmara de Gotejamento Peça cilíndrica, transparente, devendo ser na maioria dos casos rígida. Câmara transparente destinada à formação e queda da infusão em forma de gotas, objetivando sua visualização, para possibilitar o controle do fluxo Na parte superior do equipo logo após a ponta perfurante ou da bureta / câmara graduada se for o caso. - Ampola -Botijão -Bulbo -Cálice -Cálice do Equipo -Câmara -Câmara flexível - Câmara gotejadora -Câmara rígida - Câmara de gotejamento -Cânula de gotejamento -Cilindro -Copo conta-gotas -Copo Gotejador -Copo de Gotejamento -Copo gotejador da bureta -Copo de Gotas -Copo de controle do gotejamento -Copo de controle de gotejas -Câmara gotejadora -Copo do equipo -Copinho do equipo -Copinho -Dosador -Reservatório -Reservatório de gotejamento -Regulador de gotejamento -Válvula de gotejamento -Visor -Visor flexível BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 15 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 Gotejador Peça tubular geralmente cilíndrica, com ponta fina no centro onde se formam as gotas. Formação de gotas macro ou micro, conforme sua especificação Na parte superior, centro, dentro da câmara de gotejamento. Filtro de Fluído Peça discóide de material poroso. Reter particulados da solução Geralmente dentro da câmara de gotejamento ou bureta, na parte inferior. Bureta Componente cilíndrico rígido, sendo na maioria das vezes a peça com maior diâmetro. Componente no equipo consistindo de câmara graduada destinada a mensurar a solução a ser infundida antes da infusão Intercalado na extremidade superior do equipo, antes da câmara de gotejamento. -Câmara -Câmara graduada -Reservatório Graduado -Copo graduado do equipo Regulador de Fluxo Dispositivo composto na maioria das vezes por partes móveis as quais comprimem ou dobram o tubo, de forma gradativa. Dispositivo que permite controlar a velocidade de fluxo do infundido. Geralmente instalado no tubo após a câmera de gotejamento - Canaleta (Sulco por onde desliza o rolete) -Clip -Controlador de Gotas -Pinça para clampear -Pinça Rolete -Presilha que controla o BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 16 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 Corta fluxo Dispositivo que comprime ou dobra o tubo. Dispositivo que interrompe o fluxo do infundido Geralmente instalado no tubo antes da bureta ou câmera de gotejamento, existindo modelos de equipos providos com este dispositivo após a câmara de gotejamento. É um Regulador de Fluxo Manter o fluxo constante e controlado de forma exata Intercalado no tubo após a câmara de gotejamento substituindo o regulador de fluxo fluxo (Sub componente) -Roldana -Rolete -Rolete de controle de gotejamento -Rolete para controle de fluxo -Clamp de roldana -Corta fluxo -Lacre -Pinça - Pinça do Equipo -Pinça Oclusora -Pinça da Bureta -Pinça de Gotejamento -Presilha -Presilha que controla o fluxo -Trava Dosi-Flow BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 17 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 Dispositivo valvular com formato compatível a sua localização. Permitir acesso ao sistema infusional para administração de medicamentos Instalado no curso do tubo após a câmara de gotejamento Injetor Lateral -“Y” -Válvula de inserção de agulha -Hug Instalado na porção superior da bureta Membrana do Injetor Lateral Dispositivo de acesso ao sistema infusional provido de membrana permeável à agulhas, que vedam (auto cicatrizante) após a retirada das mesmas. Permitira a introdução de agulhas para acessar o sistema para administração de medicamentos. Ocluindo a abertura dos injetores laterais. Flash Ball Peça tubular de material flexível em forma abaulada mimetizando balão. Ponta oca rígida lisa Bombeamento da infusão por pulsos de compressão Intercalado na extremidade inferior / distal do tubo do equipo, antes do conector. Ponta oca rígida com rosca Luer=rosca Lok=travado Conexão do sistema a outros canulados com travamento por rosqueamento. Slip = Conector liso, de encaixe Luer lok Conector Conexão do sistema a outros canulados por encaixe Nas extremidades do sistema -Borracha auto vedante -Borracha do Injetor -Borracha de vedação -Borrachinha -Látex para injetar -Membrana auto cicatrizante -Válvula para aplicar medicações Dispositivo em material flexível em formato de balão, intercalado entre o tubo distal e o conector -Adaptador -Adaptador de conexão -Adaptador do equipo -Plug -Ponta conectora -Ponteira -Ponta conectora -Rosca de segurança BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 18 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 Conector rosqueável Macho Fêmea Protetor do Conector Multiplicador de acesso venoso Duplicador de acesso venoso Extensor Ponta oca rígida que se insere na outra parte Ponta oca rígida que envolve a outra parte Cápsula geralmente de material rígido, que envolve a peça a ser protegida como uma bainha. -Bico injetor -Plástico da dupla via -Plug de acesso -Ponteira -Sub-tubo Proteger o conector Encaixado no conector. Extensores de equipos com uma ou mais derivações de vias, contendo todos componentes que um equipo possui abaixo da câmara de gotejamento. Válvula de comutação ou compartilhamento de acesso. Multiplicar o acesso venoso É intercalado entre o equipo e o acesso venoso. Conecta e controla o direcionamento de fluxo de soluções de três linhas distintas, sendo duas linhas de infusão. É intercalado entre o acesso venoso e os diversos equipo instalados.. Tubo de extensão do equipo, provido de conectores nas extremidades, geralmente um macho Permite ampliar o alcance do equipo Geralmente é acoplado entre a extremidade do eequipo e o acesso venoso. -Tampa protetora na extremidade do equipo -Tampa de proteção da conexão -Tampa vedatória -Tampinha -Tampinha reserva -Equipo multiplicador -Multiplicador -Multivia -Poliflex -Polifix -Hug -Neofix -Tree Way - Torneirinha -Torneira de 3 vias Segmento de tubo provido de conectores BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 19 Modos de falhas de artigos médico-hospitalares: análise das queixas técnicas envolvendo equipos de infusão notificadas à ANVISA em 2007 e 2008 e uma fêmea. Elastômero = Segmento em material elástico geralmente situado no segmento final do equipo antes do conector Cata Bolhas Extensão de látex Detector de bolhas de ar no sangue venoso Bubble Trapp BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número Especial, dez 2010 - ISSN 2178-440X 20