Climaespaço
AS PERDAS DE ENERGIA NOS EDIFÍCIOS SERVIDOS PELA
Rede Urbana de Frio e Calor do Parque das Nações
1. O que são e onde ocorrem as perdas de energia?
O serviço prestado pela Climaespaço consiste no fornecimento de energia térmica – frio e
calor – aos edifícios localizados no Parque das Nações. Este tipo de serviço é cada vez mais
comum um pouco por toda a Europa, sobretudo porque permite reduzir os consumos de
energia primária para climatização e aquecimento de água e, em consequência, minimizar o
impacto ambiental associado à utilização de energia, em particular a emissão de dióxido de
carbono, principal responsável pelo problema das alterações climáticas.
A energia térmica é produzida pela Climaespaço numa central de trigeração de elevado
rendimento, sendo distribuída aos edifícios da Zona de Intervenção da Expo’98 através de
uma rede de tubagens dotada do mais eficiente isolamento térmico, de modo a maximizar a
eficiência global do sistema.
Já no interior de cada um dos edifícios servidos pela Rede Urbana de Frio e Calor, existe
uma área técnica – a subestação – onde a Climaespaço entrega a energia, sob a forma de
água gelada e água quente. A subestação é a fronteira entre o circuito primário e o circuito
secundário de distribuição de energia.
A Climaespaço assume total responsabilidade pelo circuito primário. Porém, para que a
energia chegue a casa de cada cliente, a água gelada e a água quente têm que percorrer as
tubagens e acessórios instalados no interior do edifício – o chamado circuito secundário –
que é propriedade do condomínio. As perdas de energia facturadas pela Climaespaço aos
seus clientes ocorrem precisamente nesta parte do sistema, entre a subestação do edifício e
a entrada de cada fracção.
É importante referir que a perda de energia numa qualquer rede de distribuição é inevitável,
pelo simples facto de que não existem materiais que assegurem um isolamento térmico
perfeito. O objectivo de quem projecta, constrói e opera uma rede será portanto optimizar
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o seu desempenho, minimizando as perdas de energia, na medida em que tal for técnica e
economicamente possível.
As perdas de frio e calor correspondem, portanto, a uma parcela da energia entregue pela
Climaespaço na subestação do edifício, parcela esta que não é utilizada para a sua função
nobre, sendo antes convertida em aquecimento/arrefecimento do ar e das superfícies que
envolvem as tubagens do circuito secundário do prédio.
2. Como são determinadas as perdas de energia?
A metodologia de cálculo das perdas de energia é extraordinariamente simples e resulta,
directamente, da leitura de contadores, cuja elevada precisão e rigor é assegurada pelos
melhores fabricantes deste tipo de equipamentos a que a Climaespaço recorre.
À entrada de cada edifício existe o chamado contador totalizador, que regista a energia
entregue pela Climaespaço na subestação. Depois, à entrada de cada fracção existe o
chamado contador parcial, que regista a energia útil consumida pelo cliente. As perdas de
energia no circuito secundário são determinadas pela diferença entre a leitura do contador
totalizador do edifício e o somatório das leituras dos contadores parciais das fracções.
O volume global de perdas do edifício é em seguida repartido pelos vários utilizadores de
forma proporcional ao seu consumo. A título de exemplo, se imaginarmos que um
determinado cliente consome 10% da energia útil usada no edifício, este cliente será
responsável pelo pagamento de 10% das perdas registadas no circuito secundário.
Esta é a metodologia adoptada na Rede Urbana de Frio e Calor do Parque das Nações, que
está, aliás, claramente definida em todos os contratos de fornecimento de energia
celebrados entre a Climaespaço e os seus clientes.
Teria sido possível adoptar uma outra metodologia, que é comum à maioria das redes de
distribuição de frio e calor em que não existem contadores de energia à entrada das
fracções. Mais concretamente, na maioria das redes o fornecedor de energia factura ao
condomínio todo o consumo do edifício, cabendo a este a responsabilidade por refacturar
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o serviço aos condóminos, de acordo com a sua permilagem. Trata-se de um sistema
injusto e que promove o desperdício, já que os utilizadores não são directamente
responsabilizadas pelo seu próprio consumo. Salienta-se que também nestes casos cabe aos
utilizadores finais a responsabilidade pelo pagamento das perdas no circuito secundário.
Outra alternativa seria a de esconder o custo das perdas no preço de venda da energia, à
semelhança do que fazem outros operadores. Por uma questão de transparência, optámos
por não o fazer.
Por último, refere-se que nos casos pontuais em que o desperdício de energia assume
valores particularmente elevados, a Climaespaço suporta a maior parte das perdas, com o
objectivo de reduzir o impacto na factura dos clientes. Nestas situações, o cliente suporta
apenas uma fracção das perdas efectivamente verificadas, determinada em função do seu
nível de consumo1. Este é o caso de alguns edifícios onde a taxa de ocupação é ainda
reduzida ou onde se registam insuficiências ao nível da construção ou da manutenção dos
sistemas de climatização.
3. É possível reduzir as perdas de energia?
Depende! Na maioria dos edifícios do Parque das Nações, a eficiência do circuito
secundário é já bastante aceitável, pelo que a adopção de medidas de optimização não
produzirá economias importantes.
Porém, alguns casos existem em que o desempenho energético é de tal modo pobre que a
adopção de medidas correctivas é imprescindível. Cada caso é um caso, pelo que o
processo de optimização do sistema passa, quase sempre, pela realização de um diagnóstico
ou uma auditoria energética, que deverá ser efectuado por uma empresa de engenharia
especializada neste domínio. Através deste trabalho, identificar-se-ão os pontos fracos da
instalação e as medidas correctivas a adoptar.
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Por exemplo, um cliente que tenha um consumo útil de energia muito elevado pagará perdas equivalentes a
15% do seu consumo útil. Na situação limite, um cliente que utilize pouco o serviço suportará perdas
equivalentes a 40% do seu consumo útil.
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Por vezes, com medidas extraordinariamente simples obtêm-se resultados surpreendentes.
Outros casos há em que uma redução substancial das perdas no circuito secundário só é
possível à custa de um investimento importante na melhoria do sistema, de forma a suprir
insuficiências decorrentes do projecto, da montagem ou da falta de manutenção.
A sugestão que damos é que, em cada edifício, a situação seja devidamente analisada. A
Climaespaço está disponível para fornecer ao condomínio os dados que se revelarem
necessários e o apoio técnico que for possível.
4. Em que medida as perdas de energia afectam o custo do serviço?
A eventual ocorrência de perdas de energia superiores ao nível normal afecta,
necessariamente, o custo do serviço. Sendo as perdas suportadas, pelo menos em parte,
pelos utilizadores, o desperdício de energia resulta num agravamento da factura do cliente.
Porém, há que ter em conta que o preço da energia fornecida pela Climaespaço é muito
inferior ao de qualquer alternativa tradicional. A título de exemplo, o calor é actualmente
comercializado pela Climaespaço a 0,039 € por kWh, valor que deverá ser comparado com
o preço de venda do gás natural (0,073 € por kWh) ou com o preço de venda da
electricidade (0,101 € por kWh).
Preço da Energia
Euros por kWh
0,12
0,09
0,06
0,03
0
Electricidade
Gás Natural
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Daí que, embora afectando o custo, as perdas de energia não originam a perda de
competitividade do serviço disponibilizado pela Climaespaço.
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Por último, é importante referir algumas das principais vantagens do serviço urbano de
frio e calor, que representa, indiscutivelmente, o futuro da climatização:
MAIOR SEGURANÇA
Elimina o risco de incêndio ou explosão de caldeiras;
Elimina o risco de asfixia por monóxido de carbono;
Elimina o risco de contágio pela doença do legionário;
MELHOR AMBIENTE URBANO
Reduz o consumo de energia primária e as emissões poluentes para a atmosfera;
Preserva a arquitectura dos edifícios, já que não são necessários os aparelhos de ar
condicionado tradicionais;
MAIOR QUALIDADE E CONFORTO
Elimina o ruído e as vibrações características dos equipamentos de climatização
convencionais;
Liberta o utilizador das tarefas e encargos de manutenção e renovação dos
equipamentos;
Garante o respeito pela legislação em vigor para a Z.I. da EXPO’982, cujo objectivo
é assegurar preservação do ambiente, a excelência arquitectónica e a qualidade da
paisagem urbana desta área de características únicas;
Lisboa, 01 de Novembro de 2006
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A Portaria n.º 1130-B/99 proíbe a utilização de sistemas de climatização eléctricos ou a gás, oferecendo
como alternativas o recurso à rede de frio e calor ou a energias renováveis.
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