ID: 57994617
06-02-2015
Tiragem: 28000
Pág: 13
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 10,37 x 16,05 cm²
Âmbito: Outros Assuntos
Corte: 1 de 1
faro
Professor cozinha 80% das
refeições com energia solar
Um professor da Universidade
do Algarve (UAlg) tornou-se adepto da cozinha solar há quase uma
década e é com a energia do sol
que atualmente confeciona na sua
casa, em Faro, cerca de 80% das
refeições familiares. Celestino Ruivo, que leciona no Instituto Superior de Engenharia da UAlg há 20
anos, consegue aproveitar a energia solar para fazer quase tudo desde sopa a carne, peixe, doces,
bolos e até mesmo pão - e em sua
casa não existe micro-ondas e praticamente não se cozinha no forno a gás. “Este tipo de cozinha faz
todo o sentido onde temos mais de
300 dias de sol por ano, como é o
caso do Algarve”, afirmou à Lusa,
sublinhando que é uma forma ecológica de cozinhar e que a comida
fica saborosa, para além da vantagem de, no caso dos fornos lentos,
poder deixar a comida a cozinhar e
ir fazer outras tarefas, sem o risco
de a queimar.
No pátio e na açoteia da sua
casa tem mais de uma dezena de
fornos solares de vários tamanhos
e feitios: do tipo parabólica, os
mais rápidos, onde uma refeição
fica pronta em 20 minutos, e também do tipo caixa ou em painel, os
mais lentos, onde os alimentos levam uma média de duas horas até
ficarem cozinhados.
“Em nossa casa normalmente
não usamos a energia elétrica para
cozinhar, quando não temos a energia solar utilizamos como energia
alternativa o gás”, contou, estimando que a família, composta por
quatro pessoas, poupe, em média,
seis a sete garrafas de gás por ano.
Formado em engenharia mecânica e investigador na área do ar
condicionado, Celestino Ruivo concebeu um forno tipo funil, em betão, revestido a espelhos, que pode
ser feito por qualquer pessoa, desde que tenha o molde, a troco de 20
ou 30 euros, uma vez que a maioria dos materiais usados - cimento,
areia, água e silicone -, são relativamente baratos.
“Eu pensei neste modelo até
para ser construído em zonas do
globo mais desfavorecidas, em que
a produção dos fornos possa ser feita localmente, com materiais locais, por pessoas que recebam formação para o fazer”, explicou.
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Professor cozinha 80% das refeições com energia solar