NOME: PROFESSOR: C.D. Vieira ANO: 1º E.M. DATA: Nº: EXERCÍCIOS DE REVISÃO SOBRE A OBRA “MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS”, DE MACHADO DE ASSIS "Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: a diferença radical entre este livro e o Pentateuco." (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas). d. vai começar suas memórias pela narração de sua morte. e. vai adotar a mesma seqüência narrativa utilizada por Moisés. 02. (FUVEST-SP) Definindo-se como um "defunto autor", o narrador: a. pôde descrever sua própria morte. b. escreveu suas memórias antes de morrer. c. ressuscitou na sua obra após a morte. d. obteve em vida o reconhecimento de sua obra. e. descreveu a morte após o nascimento. 01. (FUVEST-SP) o autor afirma que: a. vai começar suas memórias pela narração de seu nascimento. 03. (FUVEST-SP) Segundo o narrador, Moisés contou sua morte no: a. promontório. b. vai adotar uma seqüência narrativa invulgar. b. meio do livro. c. c. que o levou a escrever suas memórias foram duas considerações sobre a vida e a morte. fim do livro. d. intróito. e. começo da missa. 04. (FUVEST-SP) O tom predominante no texto é de: da nossa raça ...” c) “Era bonita, fresca, saía das mãos da na- a. luto e tristeza. tureza, cheia daquele feitiço, precário e b. humor e ironia. c. b) “... era talvez a mais atrevida criatura eterno, ...” pessimismo e resignação. d) “Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ...” d. mágoa e hesitação e) “... o indivíduo passa a outro indivíduo, e. surpresa e nostalgia. para os fins secretos da criação.” 05. (ENEM) No trecho a seguir, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o Romantismo. 06. Quincas Borba, personagem criado por Machado de Assis, era autor de Humanitas, filosofia única, eterna, comum, indivisível e indestrutível, que pregava a eterna luta do Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura de nossa raça e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. (ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson, 57) A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao Romantismo está transcrita na alternativa: a) “... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas ...” homem pela sobrevivência, ressaltando o predomínio dos mais espertos. Existe uma máxima sobre a qual ele resume suas explanações sobre essa filosofia. Assinale-a. a) Devagar se vai ao longe. b) Ao vencedor, as batatas. c) Quem tudo quer tudo perde. d) O essencial é invisível para os olhos. e) Não se jogam pérolas aos porcos. Pessoalmente, o que mais me atrai nos livros de Machado de Assis é o tema da transformação do homem em objeto do homem, que é uma das maldições ligadas à falta de liberdade verdadeira, econômica e espiritual. A esse tema se liga a famosa teoria do Humanitismo, elaborada por um dos seus personagens, o filósofo Quincas Borba, doido e por isso machadeanamente lúcido (...) Os críticos interpretam o Humanistismo como sátira ao positivismo em geral e ao naturalismo filosófico do século XIX, principalmente sob o aspecto da teoria darwiniana da luta pela vida com sobrevivência do mais apto. (Adaptado de Antonio Candido, Vários escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1970, p. 28.) 07. (PUC-Camp) No julgamento que Antonio Candido faz das obras de Machado de Assis, o crítico está ressaltando um aspecto a) estilístico: o contraste entre a velha retórica e a oralidade naturalista. b) histórico: a atitude do sujeito irracional diante do humanismo lusitano. c) temático: o sacrifício de valores humanos ao princípio da autopreservação. d) estilístico: a eliminação do discurso racional pelo discurso da loucura. e) temático: a prevalência dos valores iluministas dentro da ordem cívica. 08. (Uece) Sobre Machado de Assis, considere as assertivas: I. Sua produção poética aproxima-se dos valores próprios do Parnasianismo, principalmente no que tange às formas métricas. II. O romance Memórias Póstumas de Brás Cubas foi publicado em 1881, ano da publicação de O Mulato, de Aluísio Azevedo. III. Em sua produção teatral há peças de cunho nitidamente moralizante. Está correto o que se diz A) em I, II e III. B) apenas em III. C) apenas em II. D) apenas em I e II. 09. (PUC-Camp) Memórias Póstumas de Brás Cubas é um romance de Machado de Assis e integra a estética do Realismo brasileiro. Tem em Brás Cubas o personagem principal da narrativa. Deste personagem é possível afirmar que a) apaixona-se por Virgília, casa-se com ela mas, depois de algum tempo, ela o trai com Lobo Neves. b) vive uma paixão passageira com Marcela, não se casa com Virgília porque a perde para Lobo Neves, mas mantém com ela um envolvimento adulterino. c) personifica um autor defunto e narra as peripécias de sua vida de forma linear, evitando qualquer tipo de digressão. d) é protagonista e narrador do romance e caracteriza-se pela ascensão social, pelo sucesso político e pela plena realização pessoal. e) partilha com Lobo Neves uma relação honesta e desinteressada, vive os mesmos ideais e entre eles nunca houve concorrência. 10. (UFRN) A passagem é extraída do capítulo “Das negativas”, de Memórias Póstumas de Brás Cubas. Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de Dona Plácida, nem a semidemência de Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: – Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. (ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 27. ed. São Paulo: Ática,1999. p. 176) Neste capítulo, Brás Cubas faz uma espécie de balanço de sua existência, em que A) demonstra tristeza por não ter conseguido um saldo positivo em sua vida. B) lamenta suas dificuldades e o fato de não ter tido sucesso em sua vida. C) orgulha-se por não ter deixado filhos para herdarem a infelicidade humana. D) desculpa-se pelo fato de não ter suportado o sofrimento como seus amigos. GABARITO 01 D Brás Cubas afirma que não será o primeiro a fazer isso, mas que começará sua narrativa pela sua morte (tempo psicológico, e não cronológico) 02 A Afinal, escrever depois de morto é o único modo de poder relatar a própria morte. 03 C Pois, ao contrário de Brás, Moisés começou sua história pelo nascimento. 04 B O tema de humor e ironia é típico do Realismo. 05 A Se o autor “fecha os olhos” aos defeitos, ele idealiza; Romantiza. 06 B A Máxima do Humanitismo é “Ao vencedor, as batatas”. 07 C A observação de Antonio Candido é temática: ele afirma que os temas utilizados por Machado ligavam-se aos valores burgueses. 08 A A produção do início da carreira de Machado, sobretudo as peças teatrais e os poemas, traziam fortes aspectos Românticos. 09 B Brás nunca se casa com Virgília; esta casase com Lobo Neves, mas o trai com Brás. 10 C O final da obra traz uma afirmação de certo “orgulho” por não ter deixado um filho a este mundo.