Maio de 2010 Engeltec prepara-se para desincubação e permanência no Tecnopuc Perfil Desenvolvimento customizado de equipamentos para automação é especialidade da empresa Há quatro anos incubada na Raiar da PUCRS, a Engeltec prepara-se para desligar-se da Incubadora. Ao longo desse período, a empresa passou por transformações importantes e decisivas, adquirindo autonomia e maturidade para criação de produtos e geração de negócios, inclusive assumindo de forma independente relação com o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), onde irá se instalar a partir do junho de 2010. A empresa surgiu em 2006 por meio de conversas com diretores de empresas que incentivaram o empreendimento. “Ouvimos de pessoas muito experientes que havia espaço para uma empresa focada no desenvolvimento de equipamentos eletrônicos de automação sob encomenda, desenvolvidos para atender demandas específicas”, conta Márcio Pinheiro, um dos sócios da Engeltec. Ricardo Mello Bastos O interesse inicial pela arquitetura não foi suficiente para diminuir a importância que a computação e a administração assumiram na vida de Ricardo Melo Bastos, coordenador da Agência de Gestão Tecnológica da PUCRS (AGT) e professor no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação. Natural de Santa Maria, com apenas um ano mudou-se com os pais para Porto Alegre. Prestou seu primeiro vestibular para Arquitetura, na UFRGS, e Administração com Ênfase em Análise de Sistemas na PUCRS. Sem a aprovação na federal, Bastos dedicou-se à área da administração. Nesse época, a arquitetura ficou para trás, dando lugar a um amplo interesse pela computação e pela área de gestão. Bastos é mestre em Administração e doutor em Ciência da Computação pela UFRGS. Paralelamente às atividades acadêmicas, foi sócio da empresa Praxis, uma software house que prestava serviços de desenvolvimento de software sob encomenda. O empreendimento atendia a uma expectativa pessoal, pois Bastos percebia que possuía espírito e m p r e e n d e d o r. “ N e s s a f a s e , o envolvimento com a teoria e a prática trouxe muitos benefícios profissionais. O meio acadêmico contribuiu para o desenvolvimento da empresa”, explica. Ao final do doutorado, ingressou na PUCRS como professor. Na Universidade, foi coordenador do curso de graduação em Sistemas de Informação, do curso de especialização em Análise de Sistemas e coordenador de departamento e vicediretor da Faculdade de Informática. Como pesquisador, participa de projetos voltados à engenharia de software e sistemas de informação, sendo professor e orientador de mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação. Assumiu a AGT em dezembro de 2004. Pai de Alan Bastos, filho do seu primeiro casamento, e casado há 17 anos com Jacqueline, Bastos busca manter outras atividades. O professor pratica tênis, gosta de tratar fotografias e aprecia a música popular brasileira. “Não podemos ter foco único ou deixar potenciais em segundo plano. Desenvolver sensibilidades em outras áreas pode ajudar a tomarmos decisões em diversos setores da vida”, afirma. Os contatos com pai, mãe e irmãos são constantes. “Sempre que precisei ter clareza para tomar minhas decisões, pude contar com meus pais, mesmo que atualmente eles estejam fisicamente distantes, morando em Nova Tramandaí”, conta. Na AGT, Bastos contribui para a construção de estruturas de inovação na Universidade. Recentemente participou de encontros nos Estados Unidos e na Europa e entende que as discussões levantadas nesses locais estão muito próximas das que acontecem no Brasil, embora as estruturas brasileiras ainda estejam menos avançadas. “O papel da Universidade é o de gerar conhecimento que vai para a sociedade, principalmente por meio das empresas presentes no Tecnopuc e na Raiar”. O prêmio de melhor parque científico e tecnológico conferido pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) ao Tecnopuc chamou a atenção do empresário. Ele buscou a Raiar para se inserir nesse espaço. “Quando fomos selecionados para a incubação na Raiar, a empresa tinha acabado de sair da prancheta. Ao entrarmos para trabalhar, já tínhamos diversos projetos com grandes organizações”, conta Pinheiro. A Engeltec trabalha para atender demandas pontuais. Cada trabalho, dependendo do acordo feito com o cliente, resulta numa nova solução ou linha de produtos para oferecer ao mercado. O passo seguinte é buscar interessados que tenham os mesmos problemas. Um dos projetos marcantes para a Engeltec foi o desenvolvido para o Velopark, empreendimento da família Johannpeter no município de Nova Santa Rita. Buscava-se uma solução para o controle de estacionamento e de bilheteria, com total transparência sobre a movimentação financeira das duas operações, priorizando o uso da internet para relatórios, gerando boa relação entre custo e benefício, e baixos valores de manutenção. “Ao final do projeto tínhamos uma Velopark controla estacionamento com tecnologia desenvolvida pela Engeltec linha de produtos voltados à automação de estacionamentos que cabia como uma luva em grandes shoppings centers”, conta Pinheiro. Atualmente a empresa conta com linhas de equipamentos para automação de estacionamentos, desde as cancelas de entrada e saída, até painéis de LCD que indicam o número de vagas em cada andar ou setor, luzes indicativas de vagas nos corredores das áreas cobertas e máquinas de pagamento automáticas, onde o próprio cliente paga seu ticket utilizando cartão de débito. “Temos apresentado crescimento acentuado nos últimos dois anos. Possuímos mais de 20 clientes em operação no Brasil, distribuídos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Bahia e, claro, no Rio Grande do Sul”, contabiliza PInheiro. Nove desses clientes são grandes shoppings centers. Desses, oito foram conquistados nos últimos 12 meses. Para Pinheiro, a permanência na Incubadora foi importante desde as fases iniciais, na avaliação do plano estratégico, até o momento da saída, com o acompanhamento financeiro. Pinheiro deseja continuar crescendo e contando com o apoio da diretoria do Tecnopuc que sempre foi determinante em sustentar essa caminhada de crescimento. Os planos para o futuro continuam ousados. Pinheiro revela que os novos e inovadores projetos estarão voltados também à exploração de petróleo. Vitalitá qualifica profissionais para atendimento a idosos Foco das atividades é a qualidade de vida do idoso e a gestão profissional de agentes das áreas da saúde e cuidadores A Vitalitá organiza dois cursos voltados à capacitação de profissionais da área da saúde e cuidadores de idosos. As atividades marcam o início das operações comerciais da empresa, incubada na Raiar da PUCRS desde fevereiro de 2010. Com as temáticas Terapia Nutricional Enteral, curso programado para o dia 26 de junho, e Personal Diet, curso a ser realizado nos dias 12, 13 e 14 de agosto, as atividades têm o objetivo de capacitar para o atendimento de pessoas com mais de 60 anos, reforçando conceitos de humanização, bem-estar e qualidade de vida. Os cursos acontecem no Moinhos Office, rua Mostardeiro, 366, em Porto Alegre. Além do conhecimento específico nas áreas propostas, a Vitalitá está voltada à gestão profissional. Por isso, a programação dos cursos contará com noções de empreendedorismo, orientando sobre o gerenciamento da profissão, busca de oportunidades, organização de rede de contatos, possibilitando uma atuação empreendedora e dinâmica. Pamela Martins, uma das sócias da Vitalitá, considera que essas são habilidades que os profissionais da saúde ainda precisam desenvolver. A afirmação da empresária é baseada em sua própria experiência. Pamela e a sócia Daiana Ribeiro criaram a Vitalitá em 2008. O projeto foi submetido à avaliação e alcançou o 2º lugar no 2º Torneio Empreendedor da PUCRS. Em 2009, as empresárias foram selecionadas no Programa Primeira Empresa Inovadora (Prime), da FINEP, instituição da qual recebem apoio financeiro. Em 2010, a Vitalitá iniciou processo de incubação na Raiar, instalando-se no campus de Viamão. Para manter os princípios inovadores que impulsionaram a Vitalitá, a empresa criou o Vital Ideias, um espaço reservado para que os empresários e colaboradores da Vitalitá discutam e debatam sobre inovações possíveis para a empresa. “Acredito que essa deva ser a preocupação de uma empresa que nasce inovadora. Queremos manter esse foco”, afirma a empresária. Para o segundo semestre de 2010, a Vitalitá planeja ampliar seus serviços voltando-se para o atendimento de saúde interdisciplinar e a domicílio, destinado aos idosos, além de desenvolver atividades sociais e culturais que estimulem a qualidade de vida na melhor idade, resgatando a auto estima por meio da convivência e socialização. Daiana e Pamela, sócias na Vitalitá, e o gestor de negócios Renato Herrlein Sobre os cursos O curso de Terapia Nutricional Enteral capacita o profissional para o trato com pacientes que precisam alimentar-se por meio de sondas, atentando a práticas necessárias no dia-a-dia dos usuários. A nutrição enteral é indicada a pessoas impossibilitadas de ingerir alimentos pela via oral, que sofreram distúrbios neurológicos, por exemplo, levando à alteração do nível de consciência e comprometendo os movimentos mastigatórios. Além disso, os profissionais são capacitados para orientar sobre tipos de produtos, frequência para uso, formas de infusão do alimento líquido e as condições de armazenamento e manutenção. Pamela observa que, além dos benefícios diretos gerados pelas orientações passadas ao paciente, o serviço contribui para que o indivíduo tenha mais autonomia nas atividades rotineiras. Ministrado pela ex-presidente do Conselho Regional de Nutrição, Yole Luz Brasil, o curso de Personal Diet objetiva capacitar para a orientação de pacientes com mais de 60 anos sobre alimentação e nutrição. A abordagem permite que os profissionais trabalhem com seus clientes o incentivo a manutenção e aquisição de hábitos de vida saudáveis, de forma personalizada. “As atividades do curso englobam desde a orientação para a compra de alimentos no supermercado, até a preparação de uma alimentação saudável, atrativa e apropriada a esse estágio de vida”, explica Pamela. Além disso, é importante que os profissionais possam ver o paciente como um ser singular, considerando seu contexto biopsicossocial e os valores culturais, para orientar mudanças no estilo de vida, considera a empresária. Nossa Ducha: água quente é o nosso negócio Duchas fabricadas pela empresa estão em funcionamento em 37 postos de combustíveis nos três Estados do Sul do País produtos que temos hoje, observamos as preferências dos nossos principais clientes: os caminhoneiros”, aponta. Cada avanço foi realizado em função das necessidades desse público. Em suas observações, Hofmann percebeu que nem sempre o preço do combustível é o critério mais relevante para a escolha do posto de abastecimento. Entre as preferências está o banheiro limpo e um bom banho. Outra característica que chamou a atenção de Hofmann foi o volume de banho. Entre os caminhoneiros, o pico é no verão. “Isso revela a importância do conforto para a condução das atividades desses profissionais. No verão suamos muito e é relevante sentir-se limpo para seguir com as atividades”, entende Hofmann. Com plena consciência de que cada pessoa tem a sua cota de colaboração nas atividades que exerce, Bastos voltaria com satisfação à sala de aula de graduação e se dedicaria integralmente à pesquisa. Ainda assim, entende que tem um longo trabalho de gestão pela construção de estruturas sólidas voltadas à pesquisa, inovação e ao empreendedorismo à frente da AGT. Além de postos de combustíveis, a Nossa Ducha está presente em restaurantes de grande porte que também servem como estacionamento e dormitório aos caminhoneiros. No Paraná, um restaurante na Ilha do Mel utiliza a ducha para oferecer banhos sem água aquecida aos frequentadores do estabelecimento que desejem uma limpeza rápida. A abrangência da atuação deve acontecer com a contratação de equipe especialista em vendas, ação prevista para o segundo semestre de 2010. Ilo Walter Hoffman: empresário e idealizador da empresa Nossa Ducha Água quente. Essa é a obsessão de Ilo Walter Hofmann, empreendedor que há cinco anos estruturou a empresa Nossa Ducha, especializada na fabricação de duchas para uso doméstico, em postos de combustíveis, restaurantes e espaços de lazer. Atuante nos três Estados do Sul do País, a empresa está presente em 37 postos de combustíveis, com 143 duchas em funcionamento. Para 2010, a expectativa é atingir 109 postos e iniciar inserção no mercado paulista. Expediente Incubadora Multissetorial de Base Tecnológica e Inovação RAIAR da PUCRS Direção: profº Dr. Carlos Nelson dos Reis Gerência: profª Me. Moema Pereira Nunes Jornalista Responsável: Liana Rigon Revisão: Irmão José Renato Schmaedecke Design e Editoração: Marinês Audy Bolsista PUCRS: Tiago Kern do Amaral Parque Tecnológico da PUCRS - TECNOPUC Av. Ipiranga, 6681 - Prédio 94 CEP: 90619-900 Porto Alegre - RS Fone/Fax: (51) 3320-3673 A empresa trabalha com quatro modelos de duchas. A doméstica tradicional vem acompanhada por ducha higiênica, espelho, cesto porta-xampu e rádio AM e FM. A ducha moedeira é idêntica à doméstica, mas conta com o compartimento para fichas que acionam o banho, e os modelos Slim SA e Slim CA são indicados para locais que possuam algum tipo de aquecimento, como caldeiras ou sistema solar. Nas duchas moedeiras, o tempo do banho e a temperatura da água são ajustadas de acordo com a orientação do dono ou gerente do estabelecimento. Para acionar o equipamento, basta adquirir uma ficha que vem acompanhada de um sabonete personalizado Nossa Ducha. Hofmann conta que trabalha constantemente na melhora dos equipamentos. “Para chegarmos aos A equipe que presta manutenção nas duchas recebe treinamento no Rio Grande do Sul, na sede da Nossa Ducha, em Porto Alegre. Eles conhecem a empresa, as práticas administrativas e o funcionamento do produto. Nos postos, conferem a contagem dos banhos e preparam as duchas, deixando-as em condições de uso e de acordo com o gosto do cliente: limpas. Geralmente, os profissionais são identificados nas redondezas dos postos e já trabalham como eletricistas, por exemplo. Empreendedor A crença do empresário no potencial de mercado para a água quente vem de uma experiência de cerca de 20 anos instalando redes para esse fim em condomínios e prédios comerciais. À frente da Nossa Ducha, Hofmann participa de feiras expondo seus produtos. Numa delas, recebeu o pedido de 40 exemplares de um dono de postos de combustíveis. Ao perceber o mercado potencial, comprou as duchas do cliente e estabeleceu sua metodologia de negócio. Passou a alugar os equipamentos e gera receita por meio de porcentagens sobre os banhos realizados. A Nossa Ducha recebe apoio financeiro da Financiadora de Pesquisas de Estudos (Finep), por meio do Programa Primeira Empresa Inovadora (Prime), e está incubada na Raiar da PUCRS na modalidade associada, instalando fisicamente fora da estrutura da Universidade.