Analistas esperam aquecimento do mercado de trabalho
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Analistas esperam aquecimento do mercado de
trabalho
25/01/2013 - 00:00
Por Tainara Machado
A recuperação lenta e gradual da atividade deve dar o tom também para o desempenho do mercado de
trabalho, dizem economistas. A média das estimativas de oito consultorias e instituições financeiras ouvidas
pelo Valor Data é de fechamento de 402,3 mil vagas de trabalho com carteira assinada em dezembro. No
mesmo período do ano anterior, o saldo entre admissões e demissões foi negativo em 408,2 mil. As
estimativas variam entre menos 355 mil e menos 450 mil empregos formais. O Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) divulga o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) hoje.
Em dezembro, por causa do fechamento de postos temporários abertos nos meses anteriores, é comum que
ocorram mais desligamentos do que contratações, e por isso o saldo líquido é negativo.
Na média, os analistas consultados pelo Valor Data projetam criação de 961 mil empregos no ano passado. As
estimativas variam entre 915 mil e 1 milhão de novos postos de trabalho neste período.
Para Leandro Câmara Negrão, do Bradesco, há uma recuperação em curso no volume de contratações de
trabalhadores com carteira assinada, ainda que em ritmo modesto. Ele projeta fechamento de 403 mil postos
formais no último mês de 2012, mas diz que a média móvel trimestral com base na série com ajuste sazonal
feita pelo Bradesco vai mostrar intensificação no ritmo de abertura de novas vagas. No trimestre encerrado em
novembro, essa média foi de 60 mil empregos, número que deve saltar para 80 mil em dezembro, na mesma
base de comparação.
Essa retomada, diz, será disseminada entre os setores da economia. "A expectativa é que com números mais
positivos no setor imobiliário, ocorra alguma recuperação do mercado de trabalho nesse segmento, assim
como resultado mais positivo em serviços", diz.
Caio Machado, da LCA, projeta fechamento de 355 mil vagas em dezembro, desempenho que, em sua opinião,
já reflete em alguma medida a retomada da atividade, ainda que lenta e gradual, observada nos últimos meses.
"Vamos ver a aceleração da atividade já tendo algum impacto sobre a geração de vagas, principalmente em
serviços, mas também no comércio."
A indústria deve dar a principal contribuição para que o saldo seja menos negativo no último mês de 2012 do
que no ano imediatamente anterior, segundo Machado. O setor, projeta, deve ter fechado em dezembro 129
mil postos de trabalho, ante 146 mil desligamentos em igual período do ano anterior. Para ele, como houve
recuo das horas trabalhadas e, por consequência, queda da produtividade, houve menor necessidade de
contratação de temporários para atender às encomendas de Natal.
Em 2009 e 2010, quando a indústria se recuperava do tombo após a crise internacional, houve contratação de
184,2 mil operários no trimestre encerrado em novembro, com eliminação, também na média dos dois anos,
de 158 mil postos em dezembro. Em 2011, com sinais já bastante evidentes de que a produção estava
desacelerando, a indústria contratou apenas 17 mil novos trabalhadores entre setembro e novembro, mas em
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dezembro o saldo foi negativo em 146 mil postos de trabalho.
No último ano, houve contratação mais branda de temporários até novembro (57 mil novas vagas), mas a
expectativa é que a indústria também fechará menos postos de trabalho em dezembro, com 129 mil
desligamentos no período, afirma Machado.
Esse movimento deve continuar a ocorrer em 2013, segundo o economista. A indústria vai procurar ter ganhos
de produtividade aumentando o volume de horas trabalhadas, o que implicará menor necessidade de
contratação de novos empregados.
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