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História de uma família.
A Fazenda São Joaquim, em Colina, Estado de São Paulo, coberta de
cafezais, foi o dote que Alzira Junqueira recebeu de seus pais, Joaquim Firmino
Junqueira e Rita Vilela de Andrade Junqueira, quando se casou com Eugênio Gomes
do Val. Por muitos anos a Fazenda São Joaquim permaneceu produzindo, sobretudo,
café, mas em 1959 recebeu do Serviço de Expansão da Seringueira (um Programa do
Governo do Estado de São Paulo) vinte mil mudas de seringueiras. Porém, no mesmo
ano o Governo encerrou o Programa e o seringal recém formado ficou inativo.
Em 1968, com o falecimento de então viúva Dona Alzira, as propriedades da
família são divididas entre seus cinco filhos. Eugênio e Luis Augusto herdam fazendas
em Ribeirão Preto. Lucas, o primogênito, fica com parte das terras, a sede e o nome
Fazenda São Joaquim, em Colina, e Antonio Carlos recebe outra parte da mesma
fazenda, que passou a ser chamada de Fazenda Barra Preta. Joaquim herda uma
terceira parte das terras, que incluíam o seringal, e batiza seu quinhão de Fazenda
Santa Helena, em homenagem à mãe de suas quatro filhas, sua esposa Helena. As
seringueiras ali plantadas há tantos anos, por fim, começam a ser exploradas.
Joaquim teve visão. Escollheu a área com “mata” porque sabia o quanto a borracha é
necessária.
“Borracha tem mercado até em tempo de guerra. Você já viu avião ou jipe sem
pneu?” dizia ele. Formado em Engenharia Civil Joaquim morava em São Paulo onde
exercia sua profissão, mas seus conhecimentos técnicos também foram usados com
uma boa dose de criatividade para que ele se tornasse um pioneiro na exploração da
seringueira e do beneficiamento do látex. Já no ano seguinte ao recebimento de sua
herança retomou o plantio do seringal e iniciou a formação de um viveiro.
Em 14 de março de 1971 Joaquim é foco da reportagem de capa do
Suplemento Agrícola do jornal O Estado de São Paulo, que destaca a pequena usina
de beneficiamento de látex da Fazenda Santa Helena, feita por ele, onde já era
produzida a borracha seca tipo Folha Fumada e Látex Centrifugado.
Entre 1959 e 1980 Joaquim formou sua fazenda com mais de 60 mil pés de
seringueiras e distribuiu mudas e sementes pelo Brasil, fomentando o
desenvolvimento da heveicultura no País, especialmente nos estados de São Paulo,
Minas Gerais e Mato Grosso.
No dia 16 de janeiro de 1981 Joaquim e Helena saíram de São Paulo para
Colina. Ainda na Marginal Pinheiros, Helena, que lia o jornal para seu marido, percebe
o veículo descontrolado.
Joaquim, debruçado sobre o volante, tinha sofrido um enfarte. Com a morte do
marido, Helena passa a administrar sozinha a propriedade, inclusive aumentando a
pequena usina, criada por seu marido, e continuando o plantio de seringueiras que ele
iniciara. De 1985 a 1986 conta com a ajuda da filha caçula, Anamaria, e completa o
plantio dos 100 mil pés que Joaquim havia planejado.
Em 1990, uma forte pneumonia afasta Dona Helena da direção da fazenda.
Sua terceira filha, Maria Lúcia, administradora de empresas, a substitui até o ano
2000, quando passa o comando dos negócios para seu filho Fernando do Val Guerra e
seu sobrinho Marcelo do Val Gasparian, filho de Maria Christina. Nesse período é feita
a ampliação da unidade de beneficiamento de látex, com instalação da linha de Crepe
Claro.
Em 2001 a primogênita de Helena e Joaquim, Helena Maria do Val Lara
Nogueira e a segunda filha do casal, Maria Christina do Val Gasparian retomam o
gerenciamento da propriedade, mas por pouco tempo, pois a família percebe a
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necessidade de inovar para crescer. Em 2003, aos 87 anos D. Helena decide fazer a
partilha da Fazenda Santa Helena entre suas quatro filhas. Maria Lucia fica, na sua
parte, com o nome Fazenda Santa Helena, Anamaria com a Fazenda Santa Helena do
Meio, Helena Maria com a Santa Helena do Seringal.
As três irmãs ficaram trabalhando juntas e delegaram a administração ao filho
de Maria Lucia, Fernando, que a partir de 2007 passou a contar com a colaboração de
seu irmão mais velho Carlos Alberto do Val Guerra. Maria Christina passa a
administrar sua propriedade, a Fazenda Santa Christina, mantendo uma parceria com
as irmãs.
Em 2009 as irmãs finalizam o processo de separação cada qual tocando sua
propriedade. Ficando a Usina Santa Helena a cargo de Maria Lucia e os filhos
Fernando e Carlos Alberto.
Hoje, a nova geração visa uma administração com ética e responsabilidade,
social e ambiental, em respeito aos valores herdados de seus avós e bisavós e
principalmente como uma homenagem ao trabalho, pioneirismo e dedicação de
Joaquim Firmino Junqueira do Val.
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Histórico da Fazenda Santa Helena