Informativo da Seção Judiciária do Paraná Ano XXI | Nº 114 | Março - Abril/2009 Controle de penas Entenda o funcionamento nas Varas Federais Criminais do Paraná Saiba quais são as alterações no Portal Página 03 Seção Judiciária apresenta Plano Estadual de Capacitação Página 04 Conheça a nova Seção de Controle Interno Página 08 Expediente JUSTIÇA FEDERAL DO PARANÁ Administração Juiz Federal MARCELO MALUCELLI - Diretor do Foro Juiz Federal DANILO PEREIRA JUNIOR - Vice-Diretor MARCOS VENÍCIO HOLANDA - Diretor da Secretaria Administrativa Agenda Visita às Subseções Subseção Judiciária de Curitiba Foro Federal Manoel de Oliveira Franco Sobrinho Av Anita Garibaldi, 888 - CEP 80540-180 - Curitiba - Paraná PABX (41) 3313-4400 1ª a 8ª Varas Federais Cíveis 1ª a 3ª Varas Federais Criminais 1ª a 3ª Varas Federais de execuções Fiscais Vara Federal Previdenciária Vara Federal do Sistema Financeiro de Habilitação Vara Federal Ambiental, Agrária e Residual Sede Centro R Voluntários da Pátria, 532 - CEP 80020-000 - Curitiba - Paraná PABX (41) 3219-7500 1ª, 2ª, 3ª e 4ª Varas do Juizado Especial Federal Cível e Previdenciário 1ª e 2ª Turmas Recursais Subseção Judiciária de Apucarana R Miguel Simião, 350 - CEP 86800-260 - PABX (43) 3422-9035 Diretor do Foro: Juiz Federal ROBSON CARLOS DE OLIVEIRA Subseção Judiciária de Campo Mourão Av José Custódio de Oliveira, 1345 - CEP 87300-020 - PABX (44) 3523-7900 Diretor do Foro: Juiz Federal CLEBER SANFELICI OTERO Subseção Judiciária de Cascavel R Paraná , 2767 - CEP 85802-840 - PABX (45) 3225-4983 Diretora do Foro: Juíza Federal SUANE MOREIRA DE OLIVEIRA Subseção Judiciária de Foz do Iguaçu R Edmundo de Barros, 1989 – CEP 85856-310 – PABX (45) 3523-2848 Diretor do Foro: Juiz Federal PEDRO CARVALHO AGUIRRE FILHO Subseção Judiciária de Francisco Beltrão R Tenente Camargo, 1660 – CEP 85601-610 – PABX (46) 3524-6168 Diretora do Foro: Juíza Federal ANA CARINE BUSATO DAROS Subseção Judiciária de Guarapuava R Professor Becker, 2730 – CEP 85015-230 – PABX (42) 3623-4107 Juizado Especial Federal Avançado em Pitanga Av Interventor Manoel Ribas, 420 – CEP 85200-000 – PABX (42) 3646-2425 Diretor do Foro: Juiz Federal MARCOS JOSEGREI DA SILVA Subseção Judiciária de Jacarezinho R Paraná, 833 – CEP 86400-000 – PABX (43) 3525-7401 Diretor do Foro: Juiz Federal MAURO SPALDING Subseção Judiciária de Londrina Av do Café, 543 – CEP 86038-000 – PABX (43) 3325-7414 Diretor do Foro: Juiz Federal FRANCO MATTOS E SILVA Subseção Judiciária de Maringá R XV de Novembro, 734 – CEP 87013-320 – PABX (44) 3226-1862 Juizado Especial Federal Av Cerro Azul, 544 – CEP 87010-000 – PABX (44) 3226-1862 Diretor do Foro: Juiz Federal ADRIANO JOSÉ PINHEIRO Subseção Judiciária de Paranaguá R Comendador Correia Junior, 662 – CEP 83203-560 – PABX (41) 3422-8910 Diretora do Foro: Juíza Federal ANA BEATRIZ VIEIRA DA LUZ PALUMBO Juíza Federal Ana Carine Busato Daros, Diretora do Foro em Francisco Beltrão, com o Juiz Federal Marcelo Malucelli O Juiz Federal Marcelo Malucelli, Diretor do Foro da Seção Judiciária do Paraná, visitou no mês de março as Subseções de Francisco Beltrão, Pato Branco e Guarapuava. No dia 9, esteve em Francisco Beltrão em um encontro com a prefeitura local, para avaliar a possibilidade de ser cedido um terreno para a Justiça. Em Pato Branco, no dia 10, o magistrado foi conhecer o terreno oferecido pela prefeitura local para a construção da sede da Justiça Federal. Já em Guarapuava, no dia 11, foi visitar as obras que estão sendo realizadas no prédio. Homenagem aos Servidores Aposentados Subseção Judiciária de Paranavaí R São Cristóvão, 144 – CEP 87706-070 – PABX (44) 3422-7396 Diretora do Foro: Juíza Federal MARCIA VOGEL VIDAL DE OLIVEIRA Subseção Judiciária de Pato Branco R Itacolomi, 710 – CEP 85501-240 – PABX (46) 3225-0650 Diretora do Foro: Juíza Federal LIANE VIEIRA RODRIGUES Subseção Judiciária de Ponta Grossa R Theodoro Rosas, 1125 – CEP 84010-180 – PABX (42) 3222-4343 Diretor do Foro: Juiz Federal ANTONIO CÉSAR BOCHENEK Subseção Judiciária de Toledo Av Maripá, 1185 – CEP 85900-000 – PABX (45) 3278-1459 Diretora do Foro: Juíza Federal ANDRÉIA CASTRO DIAS Subseção Judiciária de Umuarama Av Brasil, 4159 – CEP 87501-000 – PABX (44) 3624-6968 Diretora do Foro: Juíza Federal NARENDRA BORGES MORALES Subseção Judiciária de União da Vitória R Professora Amazília, 780 – CEP 84600-000 – PABX (42) 3522-0091 Diretora do Foro: Juíza Federal GRAZIELA SOARES Juízes Coordenadores Coordenador da Central de Mandados Juiz Federal FRIEDMANN ANDERSON WENDPAP Coordenador da Ouvidoria Juiz Federal MARCOS JOSEGREI DA SILVA Coordenador do Atendimento aos Juizados Especiais Federais Juiz Federal RODRIGO KRAVETZ Coordenadora da Capacitação Juíza Federal VERA LUCIA FEIL PONCIANO Coordenador da Biblioteca Juiz Federal NICOLAU KONKEL JUNIOR Consultor de Descarte de Autos Findos Juiz Federal JOSÉ SABINO DA SILVEIRA Esta publicação é editada pela Seção de Comunicação Social Av Anita Garibaldi, 888 – 6º andar – CEP 80540-180 – Tel (41) 3313-4430 www.jfpr.gov.br / [email protected] Supervisora da Seção: Marísia Faucz Jornalista Responsável: Paula Caroline Zarth Padilha (MTE 05289/PR) Estagiária de Jornalismo: Nayara Oliveira Brante Impressão/Arte-final: Freegraf: Free Editora e Gráfica LTDA (3286-8876) Tiragem: 2.200 exemplares 02 Justiça Federal em revista | Ano XXI | Nº 114 | Março-Abril / 2009 Clara Dalla Costa foi a primeira servidora aposentada homenageada No dia 17 de abril, a servidora aposentada Clara Dalla Costa foi a primeira homenageada com o Diploma de Mérito, instituído pela Direção do Foro na Portaria nº 1076. O Diploma de Mérito será concedido aos servidores aposentados, pelo Diretor do Foro, em reconhecimento à dedicação, zelo, lealdade e comprometimento no desempenho das atribuições durante os anos de serviços prestados à Justiça Federal. Prestigiaram a entrega colegas do Núcleo de Gestão Funcional e do Núcleo de Acompanhamento e Desenvolvimento Humano, antigo NRH, última lotação da servidora. Em Foco Justiça investe na capacitação de agentes de segurança nas Subseções Agentes de Segurança das Subseções de Londrina, Campo Mourão, Cascavel, Guarapuava, Jacarezinho, Maringá, Ponta Grossa, Paranavaí, Umuarama e União da Vitória participaram entre os dias 17 e 20 de março de curso de treinamento teórico e prático de defesa pessoal, realizado na Subseção de Londrina. O início do treinamento em 2009 foi na Subseção de Foz do Iguaçu, entre os dias 3 e 6 de março, com a participação de servidores das Subseções citadas, tendo início em Curitiba, em 2008, atendendo às demais localidades. O curso foi dividido em módulos, teórico e prático, com o objetivo de promover as diversas ações da área de segurança judiciária. Ministrado por agentes da Polícia Federal, incluiu temas como serviço de inteligência, segurança de informações, direção defensiva, evasiva e ofensiva, segurança pessoal e defesa pessoal. Outro módulo trabalhou os aspectos de segurança patrimonial e de autoridades, visando a identificação de possíveis riscos e suas respectivas técnicas de proteção e deslocamento. Na área de segurança, desde 2008 a Direção do Foro realiza curso de tiro e direção defensiva para magistrados federais e agentes de segurança, além de curso teórico promovido pela Seção de Segurança e Transportes. Somente nos cursos realizados em 2009, nas Subseções de Londrina e Foz do Iguaçu, 36 agentes participaram do treinamento. Treinamento em Londrina Agentes no Curso em Foz do Iguaçu Domínio jfpr.jus.br A Seção Judiciária do Paraná iniciou em abril a utilização do domínio jfpr.jus.br. A alteração visa entrar em conformidade com a Resolução nº 41 do Conselho Nacional de Justiça. O novo sistema é baseado em DNSSEC (definido pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil para todo Poder Judiciário Nacional), que trabalha com criptografia e troca de chaves entre servidores. O novo serviço é mais moderno, seguro e com alto índice de disponibilidade. Para os usuários essa alteração reflete na mudança da extensão .gov.br para .jus.br. Todos os serviços disponíveis passaram a responder pelo domínio jfpr.jus.br. Como por exemplo o site de internet, que antes era www.jfpr.gov.br e agora passa a ser www.jfpr.jus.br. Os e-mails institucionais, de funcionários e magistrados também estão alterados, sendo que por mais um ano todo e-mail enviado para o domínio antigo será automaticamente convertido para o novo domínio. Após este período de ampla divulgação o domínio antigo será desativado. Sistema RSS O RSS (Real Simple Syndication) é um formato padronizado na internet para distribuição automática de notícias em tempo real. Por este meio é possível receber automaticamente informações em um formato padrão, no momento em que é divulgado. O serviço é dividido em canais que possuem conteúdos diferentes. Esses canais podem ser acessados pelo navegador (Internet Explorer 7, Firefox 3), programas específicos de assinatura RSS (Google Reader, FeedReader, iTunes) ou ainda por dispositivos eletrônicos (Iphone, Celular). Hoje a grande maioria dos programas voltados para Internet suportam essa tecnlogia. Para adicionar o canal ao computador, basta copiar um dos links do RSS interessados e colar no programa leitor. As mensagens serão recebidas de maneira automática. 03 Justiça Federal em revista | Ano XXI | Nº 114| Março-Abril / 2009 Institucional TRF altera competência dos Juizados em Foz do Iguaçu A Resolução nº 18, de 23 de março de 2009, amplia a competência dos Juizados Especiais Federais vinculados à 1ª e 2ª Vara Federal de Foz do Iguaçu. Ambas deverão julgar processos cíveis, previdenciários e não previdenciários. A 1ª Vara Federal, que tinha competência para o JEF cível, foi renomeada para 1ª Vara Federal e Juizado Especial Federal Cível e Previdenciário de Foz do Iguaçu. A 2ª Vara Federal, anteriormente com competência previdenciária, foi renomeada para 2ª Vara Federal e Juizado Especial Federal Cível e Previdenciário de Foz do Iguaçu. Dia da Conciliação em Paranavaí No dia 18 de março, a Subseção de Paranavaí promoveu o “Dia da Conciliação”. De 44 audiências designadas, foram realizadas 43, tendo ocorrido a ausência das partes em uma das audiências. Foram selecionados para tentativa de conciliação somente processos envolvendo benefícios relativos a trabalhadores rurais. Os trabalhos de conciliação tiveram a coordenação da Juíza Federal Márcia Vogel Vidal de Oliveira e do Juiz Federal Substituto Braulino da Matta Oliveira Junior. As audiências realizadas terminaram com 41 acordos homologados por sentença na própria audiência. Os outros dois feitos foram homologados posteriormente, resultando em um total de 100% de acordo relativo às audiências realizadas no evento. A convite da Juíza Federal Diretora do Foro, acadêmicos de enfermagem da FAFIPA – Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí, também participaram desse dia de mobilização, verificando a pressão arterial dos participantes e usuários da Justiça Federal, além de distribuírem panfletos contendo orientações sobre vida saudável. 04 Justiça Federal em revista | Ano XXI | Nº 114 | Março-Abril / 2009 Portaria define Plano Estadual de Capacitação Considerando a necessidade de alinhamento das atividades pedagógicas de desenvolvimento humano adotadas pela Seção Judiciária do Paraná, com as disposições da Lei 11.416, de 15/12/2006, do Programa Permanente de Capacitação (PNC) do Conselho da Justiça Federal (CJF) e de atos normativos do TRF/4ª Região, o Juiz Federal Marcelo Malucelli, Diretor do Foro, editou Portaria dispondo sobre a sistemática do processo de ensino-aprendizagem e o currículo de conteúdos destinados à formação e ao aperfeiçoamento de servidores, bem como ao aprimoramento institucional. Para cumprimento das disposições prescritas na Portaria, o NADH – Núcleo de Acompanhamento e Desenvolvimento Humano deverá observar uma política institucionalizada destinada à formação e ao desenvolvimento das competências necessárias aos servidores da jurisdição-meio e da jurisdição-fim. De acordo com a Juíza Federal Vera Feil Ponciano, Coordenadora da Capacitação, “a missão primordial dessa política é implementar o aperfeiçoamento profissional para os servidores da SJPR como forma de contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços judiciários”. Educação à distância A Portaria estabelece princípios a serem observados nesse processo e as ações de treinamento a serem implementadas, de acordo com as áreas previstas no PNC. Prevê a implantação de ferramentas como a educação à distância. Esta ferramenta está sendo desenvolvida com o escopo de melhor direcionamento dos recursos destinados à capacitação dos servidores, de reduzir os custos com diárias e deslocamentos, de permitir o gerenciamento do conhecimento coletivo da organização e o alinhamento do planejamento das ações de ensino com o planejamento estratégico da instituição. A Portaria autoriza a criação do Portal do Desenvolvimento, com o objetivo de fomentar a participação dos servidores no processo de ensinoaprendizagem e na elaboração do currículo de conteúdos. No do âmbito da capacitação continuada foi instituído o Programa Currículo Permanente, o qual engloba os cursos obrigatórios, previstos no PNC e aqueles considerados necessários à formação e ao aperfeiçoamento de servidores, bem como ao aprimoramento institucional. A Portaria ainda dispõe sobre cursos e treinamentos presenciais e à distância, expondo as regras a serem observadas, tais como datas, horários, conteúdos programáticos, instrutores e público alvo. Institucional Diretores administrativos participam de curso de Planejamento Estratégico Passeio ciclístico em União da Vitória Participantes pedalaram 25 km O curso “Gestão do Planejamento Estratégico” foi realizado em Curitiba, entre os dias 16 e 27 de março, na Sede Ahú da Justiça Federal, destinado aos diretores de Núcleos Administrativos da Seção Judiciária. Visando suprir as necessidades eminentes do Planejamento Estratégico da instituição, o curso poderá ser reconhecido como um módulo de pós-graduação com a chancela da FAE Business School (UniFae). O treinamento incluiu as palestras “O desafio da gestão moderna”, ministrado pelo psicólogo Dante Quadros, “Planejamento Estratégico” e “Implementação do Planejamento Estratégico”, com o Mestre em Ciências da Administração Sérgio Sampaio, “Projeto do Planejamento Estratégico”, com a especialista em Marketing Luciane Porcides, “Indicadores”, com o Mestre em Administração Eduardo Camargo, “Gestão por Processos” e “Informações Estratégicas”, ministrado pelo pós-doutor Denis Rezende e pelo pós-graduado André David, “Gestão da Mudança”, com o Mestre em Administração de Empresas Paulo Cruz. Na opinião do Diretor da Secretaria Administrativa Marcos Venicio Holanda, o curso trabalhou com a ideia de planejamento como forma de lidar com o futuro, tanto o conhecido quanto o desconhecido. “O planejamento pressupõe a necessidade de um processo decisório que ocorrerá antes, durante e depois da elaboração e implantação. Consiste em visualizar o futuro e mensurá-lo”, defende o diretor. “Planejar é criar situações novas a serem realizadas no futuro, visando a eficiência, em contraposição ao desperdício”. Servidores, juízes e familiares da Subseção Judiciária de União da Vitória participaram no dia 14 de março, sábado, de um passeio ciclístico que teve início na sede da Justiça Federal. Após um percurso de 25 km, os participantes encerraram o passeio com um almoço de confraternização nas cachoeiras da cidade de Porto Vitória-SC, divisa com o Paraná. De acordo com os participantes, o evento confirma o ambiente de integração social e profissional existente entre servidores, juízes, estagiários e familiares em União da Vitória. Convênio com Registro de Imóveis A Direção do Foro e o Colégio do Registro de Imóveis do Paraná assinaram convênio, no dia 26 de março, com a finalidade de localização de pessoas e discriminação de imóveis no interesse dos processos judiciais em trâmite na Seção Judiciária do Paraná. De acordo com o Juiz Federal Marcelo Malucelli, Diretor do Foro da Seção Judiciária do Paraná, "o convênio contribuirá na agilização da tramitação processual ao permitir, num contexto limitado ao exercício jurisdicional, acesso e consulta informatizada aos bancos de dados cadastrais pertencentes ao Colégio do Registro de Imóveis do Paraná.” Os bancos de dados dos imóveis constantes dos Registros de Imóveis serão disponibilizados por acesso informatizado (via internet ou por outra forma de transmissão de dados), por meio de chaves e senhas pessoais. 05 Justiça Federal em revista | Ano XXI | Nº 114 | Março-Abril / 2009 Controle de Penas Justiça Federal propicia o resgate da cidadania de apenados Entenda o controle de penas nas Varas Federais Criminais do Paraná As transações penais efetivadas nos processos envolvendo crimes considerados de menor potencial ofensivo, ou seja, as contravenções penais e os crimes com pena máxima de dois anos, cumulada ou não com multa, conforme dispõe o art. 61 da Lei nº 9.099, preconizam duas espécies de pena: multa e restritiva de direitos. A primeira, pecuniária; a segunda, na forma de prestação de serviços à comunidade, impedimento de comparecer a certos lugares, proibição de gozo do fim de semana, pagamento de cesta básica. As penas alternativas de prestação de serviços à comunidade e de prestação pecuniária são consideradas um instrumento de controle da criminalidade muito mais eficiente e humano do que a prisão, por propiciar a reinserção do condenado e envolver a sociedade no resgate da sua cidadania. As entidades beneficiadas, em contrapartida, recebem recursos financeiros para execução de seus projetos sociais e contam com a mão-de-obra gratuita dos condenados, de acordo com informações do Siscopen, Sistema de Controle de Penas da Justiça Federal do Paraná. O Provimento nº 02, da Corregedoria-Geral do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, de 1º de junho de 2005, estabelece que as execuções penais são processadas no local da condenação, devendo o condenado arcar com as custas processuais e multa aplicada na sentença. Em cidades onde não há Vara Federal, os atos fiscalizatórios podem ser deprecados para a Justiça Estadual ou o juiz da Vara Criminal Federal pode firmar convênio com entidades públicas ou privadas dos municípios de sua jurisdição para que realize a fiscalização do cumprimento da pena sem deprecar ao Juiz de Direito local (Art. 336, parágrafo único). Controle de Pena nas Subseções A Subseção de Campo Mourão firmou dois convênios para repasse de verbas a entidades assistenciais da cidade. A Secretaria Municipal de Ação Social recebe repasse de 60% dos valores arrecadados; a "Casa das Fraldas", 30%. E, ainda em fase de formalização de convênio, a "Pastoral da Criança", 10%. A "Casa das Fraldas" é um programa de responsabilidade social da Associação Comercial e Industrial de Campo Mourão e das Faculdades Integradas e vários outros parceiros, que visa a fabricação de fraldas infantis e geriátricas para doação a entidades, como Asilo de Velhinhos, Lar Dona Jacira, creches e pessoas carentes em geral. Na Subseção de Francisco Beltrão, anualmente é aberto edital para as entidades se cadastrarem, tanto para receberem os valores quanto para os apenados. A cada seis meses é feito rateio dos valores depositados na conta vinculada ao programa rotativo. A juíza titular visita algumas entidades para verificar a destinação dos valores. A Vara Federal de Jacarezinho realiza o controle das prestações pecuniárias e de serviços em cada processo em que elas são impostas. Os valores destinados e os serviços prestados são, de preferência, em entidades cadastradas situadas no local onde ocorreu o crime ou da residência do réu, que pode escolher a entidade de sua preferência. Nos casos de suspensão condicional do processo, já foram doados mais de R$ 90 mil em dinheiro à instituições beneficentes e vários bens materiais, tais como eletrodomésticos, computadores e impressoras multifuncionais, fraldas geriátricas, produtos alimentícios, etc. Os valores contidos na conta única vinculada ao Juízo de Jacarezinho, até o início de 2009, serão encaminhados às vítimas da enchente de Santa Catarina, conforme orientação do TRF da 4ª Região. Com fundamento no já citado Provimento nº 02, em agosto de 2005 foi baixada na Subseção de Paranaguá a Portaria nº 11/2005, que instituiu o Programa de Distribuição de Benefícios, para destinar os valores 06 Justiça Federal em revista | Ano XXI | Nº 114 | Março-Abril / 2009 decorrentes das prestações pecuniárias a entidades assistenciais cadastradas. A aplicação dos valores é feita com a aquisição de bens e serviços de necessidade das instituições pelos integrantes da comissão encarregada de gerenciar o programa. A comissão, formada por quatro servidores e pela Juíza Federal Titular da Vara, que a preside, define o momento de realizar a destinação, quais entidades serão beneficiadas e realiza a aquisição dos bens para serem doados, sem realização de transferência direta de recursos. Desde novembro de 2006 a destinação das verbas passou a ser regulamentada pela Portaria nº 06/2006 possibilitando que órgãos públicos também sejam beneficiados com os recursos do programa. A primeira destinação foi realizada em setembro de 2005. De lá para cá já foram realizadas mais cinco doações. Dentro destas destinações foram atendidas nove entidades assistenciais, a Delegacia de Polícia Federal de Paranaguá e ainda a Defesa Civil de Santa Catarina. Esta última destinação foi regulamentada em atendimento a recomendações do CNJ e do TRF4. Até hoje já foram destinados mais de R$ 130 mil em recursos pela Subseção de Paranaguá. Em maio de 2004, foi aberta uma conta judicial, vinculada à Vara Federal de Paranavaí, para depósito de valores de prestação pecuniária e posterior custeio de projetos de entidades públicas ou privadas com destinação social. Em maio de 2007, objetivando dar ampla publicidade e transparência à destinação dos recursos, foi determinado um procedimento administrativo de "Destinação de Recursos Provenientes de Prestação Pecuniária". A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Paranavaí informou quais as entidades assistenciais inscritas no município. Em relação à prestação de serviços, como havia dificuldade em encontrar entidades que aceitassem réus ou beneficiados para o cumprimento da pena restritiva de direitos, foi condicionado que o valor de prestação pecuniária seria recebido pela entidade desde que recebesse e acompanhasse a prestação de serviços do respectivo apenado. Controle de Penas Em março de 2009 foi celebrado o convênio n.º 001/2009, entre a Subseção de Paranavaí e o Observatório Social do Município, uma associação civil sem fins lucrativos, a fim de destinar valores de prestação pecuniária para custeio das despesas da instituição. Na Subseção de Pato Branco foi instituído este ano, através da Portaria 001/2009, o Programa Rotativo de Distribuição de Prestação Pecuniária, Prestação de Serviços e Entrega de Cestas Básicas e Alimentos e/ou Remédios convertidos em espécie. O programa ainda está em fase de cadastramento das instituições não governamentais com sede no município. Os valores das penas pecuniárias estão sendo depositados em uma conta judicial. Anteriormente, não havia convênio e as prestações pecuniárias e prestação de serviços eram destinadas diretamente às entidades, o pagamento era feito diretamente, com a juntada de recibo nos autos. Com o programa, as entidades cadastradas deverão apresentar projetos, os quais após análise nos termos da portaria serão deferidos/indeferidos. Em Pato Branco, o Siscopen está em fase de implantação (veja na matéria ao lado). Na 1ª Vara Federal de Umuarama 47 instituições estão cadastradas com base em informações da Secretaria da Ação Social e da Educação. Para a doação de valores, que na Vara são oriundos da aceitação da Suspensão Condicional do Processo, nos termos da Lei 9.099/95 (a competência para a execução penal é da 2ª Vara Federal), são observados alguns critérios como a necessidade da entidade, além de seguir uma ordem rigorosa para que todas as instituições sejam favorecidas, com igualdade. No ano de 2008, foram beneficiadas, pela Vara, 29 entidades, e, em 2009, até o dia 20 de março, já foram beneficiadas nove entidades. Em relação à prestação de serviços, os réus são encaminhados ao Conselho da Comunidade da Comarca de Umuarama, que indica a entidade assistencial. A Portaria nº 01/05, de 08 de março de 2005, da 2ª Vara Federal de Ponta Grossa, instituiu o Programa de Distribuição das Prestações Pecuniárias, executado pelos servidores da vara, juntamente com atuação do Grupo de Voluntariado, formado por servidores da Subseção. Em agosto de 2006 foi editada a Portaria Conjunta nº 01 que incluiu a 1ª Vara Federal ao programa e definiu novos procedimentos. O programa consiste em atuação dos Juízos da 1ª e 2ª Vara Federal junto à comunidade local para identificação e cadastramento de entidades públicas ou privadas, com finalidade social e sem fins lucrativos, para destinação dos valores provenientes de prestações pecuniárias nos feitos criminais em andamento no Juízo. As documentações apresentadas pelas entidades e os seus projetos são levados ao conhecimento dos Juízes para seleção da instituição a ser beneficiada, observando-se a distribuição equitativa entre as entidades cadastradas e a qualidade e relevância social dos projetos apresentados. Após a seleção da entidade, é realizada uma audiência pública para a divulgação da beneficiada e operacionalização da doação, momento em que a instituição, na pessoa de seu representante, assina o termo de compromisso de fiel depositário da quantia recebida até a sua efetiva utilização para os fins apresentados no projeto. O Programa já atendeu 26 entidades cadastradas entre os anos de 2005 e 2008. A Subseção estará implantando o Siscopen em 2009 e abrirá novo cadastramento para entidades. Implantação do Siscopen Desenvolvido e pioneiramente implementado pela Vara de Execuções Penais da Subseção Judiciária de Porto Alegre (RS), o Siscopen – Sistema de Controle de Penas – proporciona a informatização dos procedimentos de controle da pena de prestação de serviços à comunidade, trazendo benefícios como facilidade na fiscalização e aumento de participação de entidades. No Paraná, a 1ª Vara Federal Criminal de Curitiba, responsável pela Execução Penal na capital, foi a primeira a implantar o Siscopen, realizando audiência pública em outubro de 2008, iniciando o cadastro de entidades e explicando a utilização do programa, que permite que tanto a Vara Federal quanto as entidades tenham acesso ao controle das penas via internet. Atualmente, além de Curitiba, participam do Siscopen as Subseções de Toledo, com adesão em dezembro de 2008, e Pato Branco (em fase de implantação). A Vara Federal de Toledo expediu portaria e edital e as entidades apresentaram a documentação para análise de inclusão no Siscopen. Está correndo o prazo para os Juízes analisarem a documentação e definir para qual entidade será destinada a verba depositada até o momento. Desde a instalação da Vara (em 2005) foi feita apenas uma distribuição de verba entre as entidades cadastradas. Essas entidades também apresentaram a documentação solicitada por meio do edital, para a renovação o convênio e recebimento de prestação de serviço e valores. (A matéria foi editada com as informações prestadas até o dia 03/04/09). Laboratório de Informática é montado para instituição Equipamentos de informática doados beneficiam comunidade atendida pelo CID No dia 17 de fevereiro, houve a doação de R$ 36.265,10 para o Centro de Integração Digital São Luis Orione – CID, pela 3ª Vara Federal Criminal de Curitiba e Juizado Especial Criminal Federal adjunto, que, de acordo com a Portaria nº 03/2003, determina a distribuição a entidades cadastradas, de valores decorrentes do cumprimento das obrigações estabelecidas na suspensão do processo penal e na transação penal. Com montante foram adquiridos 18 computadores, duas impressoras Laser e um notebook, destinados ao curso de informática para crianças, adolescentes e idosos da comunidade atendida pela instituição. Na implementação do projeto foi instalado um Sistema de Alarme por Monitoramento para a segurança dos bens doados. Com isto, espera-se alcançar o principal objetivo da conta única que é o investimento na educação e melhoria de vida de crianças e adolescentes de comunidades carentes, afastando-os da criminalidade. 07 Justiça Federal em revista | Ano XXI | Nº 114 | Março-Abril / 2009 Gente que faz a Justiça Seção de Controle Interno é transformada em Núcleo Responsável pela auditoria dos processos administrativos de toda a Justiça Federal do Paraná, o Núcleo de Controle Interno zela pelo cumprimento das normas legais que regem a administração contábil, financeira e patrimonial da SJPR. Como uma Seção, o Controle Interno existe desde 1994, mas foi transformado em Núcleo com a publicação da Resolução nº 3, de 07 de janeiro de 2009, que dispõe sobre a reestruturação da Seção Judiciária do Paraná. Subordinado à Direção do Foro, é composto por cinco servidores e dois estagiários, e conta com três seções: Análise e Verificação de Pessoal, Análise e Verificação de Licitações e Contratos e Análise e Verificação das Despesas Diversas, conforme o organograma: Núcleo de Controle Interno Seção de Análise e Verificação de Pessoal Seção de Análise e Verificação de Licitações e Contratos Seção de Análise e Verificação de Despesas Diversas A Seção de Análise e Verificação de Pessoal, em resumo, examina cálculos de vencimentos, vantagens (gratificações, adicionais e indenizações), férias, abono pecuniário, substituições e consignações incidentes sobre a folha de pagamento de magistrados e servidores, além de analisar as despesas realizadas a título de benefícios. É atribuição da Seção de Análise e Verificação de Licitações e Contratos acompanhar a execução das despesas realizadas na área de contratação de obras, serviços e aquisições de bens da Justiça Federal do Paraná, incluindo a análise dos procedimentos licitatórios realizados pela SJPR. Já a Seção de Análise e Verificação de Despesas Diversas averigua se os recursos públicos estão sendo utilizados de maneira racional nas despesas legalmente dispensadas de licitação, nos gastos com diárias, suprimento de fundos e despesas de custeio. Mas, além de apontar irregularidades e buscar medidas saneadoras, a unidade atua de maneira preventiva para, dessa forma, diminuir a incidência dos erros. Essa postura está ligada também a um dos objetivos do Núcleo, que é contribuir para o aprimoramento da gestão administrativa, propondo a adoção de novos métodos e procedimentos que promovam a alocação racional e eficaz dos recursos públicos. O NCI trabalha em conjunto com a Secretaria de Controle Interno do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, encaminhando relatórios técnicos, atendendo solicitações de diligências ou auxiliando na realização de inspeções nas unidades da Subseção. Depois da reestruturação da SJPR, inclusive, algumas atribuições que antes eram somente do Controle Interno do TRF-4 passaram a ser executadas pelo Núcleo. Depois de aprovadas pelos dois órgãos, as contas da Justiça Federal devem passar por um controle externo. Para isso, são encaminhadas ao Tribunal de Contas da União (TCU), que pode aprovar integralmente ou parcialmente a gestão. A aprovação integral das contas pelo TCU é, portanto, o objetivo final do Núcleo de Controle Interno. Núcleo de Controle Interno Diretora: Denise Fátima de Araújo Meskau - 3313-4416 Seções - 3313-4415 [email protected] 08 Justiça Federal em revista | Ano XXI | Nº 114 | Março-Abril / 2009 Saiba Mais Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais do Paraná AUXÍLIO RECLUSÃO Trata-se de recurso contra sentença que julgou procedente o pedido inicial de concessão de auxílio-reclusão, desde a data do recolhimento do segurado à prisão (22/10/2007). A entidade recorrente sustenta, em razões recursais, que a renda a ser considerada para efeitos de concessão do benefício de auxílio-reclusão deve ser a do segurado recluso. Cumpre anotar inicialmente que o auxílio-reclusão é o benefício previdenciário devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, nas mesmas condições do benefício de pensão por morte (Lei nº 8.213/91, artigo 80). Esta Turma Recursal vinha decidindo que, para fins de concessão do benefício de auxílio-reclusão, deve ser considerada a renda auferida pelos dependentes e não a do segurado recluso, conforme reiterado entendimento jurisprudencial (Súmula nº 05, da Turma Regional de Uniformização da 4ª Região). O Supremo Tribunal Federal, no entanto, em decisão proferida em 25/03/2009, nos Recursos Extraordinários nos 587.365 e 486.413, com repercussão geral reconhecida, uniformizou o entendimento de que, para efeito de concessão de auxílio-reclusão, deve ser considerada a renda do segurado recluso. Assim, com ressalva de meu entendimento pessoal, passo a adotar o entendimento de que, para fins de concessão de benefício de auxílio-reclusão, deve ser considerada a renda do segurado preso. No caso dos autos, verifica-se que o segurado instituidor foi recolhido à prisão em 22/10/2007 (evento 14), momento em que tinha a renda mensal de R$ 725,17, conforme Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS. Assim, é indevida a concessão de benefício de auxílio-reclusão, pois a renda do segurado recluso é superior ao limite legal, estabelecido na Portaria MPS nº 142, de 11 de abril de 2007. Deve ser a sentença reformada e a tutela antecipada cassada, mantendo-se os valores eventualmente já pagos pelo INSS, em decorrência do caráter alimentar da prestação. Autos: 2008.70.52.000091-3/PR (2ª Turma Recursal) ATIVIDADE DE TELEFONISTA. LIMITE TEMPORAL PARA CONVERSÃO DE ESPECIAL PARA COMUM. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. REVISÃO DA RENDA MENSAL INICIAL. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO RURAL. COMPROVAÇÃO. 1. A Lei nº. 9.032, de 28/04/1995, ao dar nova redação ao art. 57 da Lei nº 8.213, de 24/07/1991, extinguiu a possibilidade de reconhecimento da especialidade por simples enquadramento da atividade de telefonista. 1. O prazo decadencial do direito de ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício previdenciário é de 10 anos, conforme previsto no artigo 103, caput, da Lei nº 8.213/91 - a partir da redação dada pela Lei nº 9.528/97, precedida 2. O Perfil Profissiográfico Previdenciário apresentado da Medida Provisória nº 1523-9, de 27/06/1997. pela autora atesta o exercício da atividade de telefonista, porém, não elenca nenhum agente nocivo à saúde apto 2. Considerando que o benefício da parte autora foi a ensejar a especialidade do trabalho no período concedido anteriormente à edição da MP 1.523-9/97, o posterior à Lei n° 9.032, de 28/04/1995. prazo de decadência do direito de ação de revisão do ato de sua concessão deve ser contado somente a partir 3. Recurso Inominado do INSS parcialmente provido do início da vigência da norma instituidora. para limitar a conversão até 28/04/1995, e Recurso Inominado da autora prejudicado. 3. No caso, o requerimento administrativo de revisão do benefício foi realizado em 19/06/2006, não tendo Autos 2007.70.95.008617-1/PR (1ª Turma Recursal) ocorrido decadência. 4. A prescrição quinquenal, por sua vez, deve ser contada a partir do ajuizamento da ação. Precedentes do TRF4 e STJ. 5. Recursos não providos. Autos 2008.70.95.003851-0/PR (2ª Turma Recursal) 09 Justiça Federal em revista | Ano XXI | Nº 114 | Março-Abril / 2009 Saúde Total A saúde começa pela boca Dr. Allan Berno Carvalho Odontólogo da SJPR Esta máxima cada vez mais se comprova verdadeira quando se analisam as pesquisas na área de saúde bucal. A importância de se ter bons cuidados bucais já é bem assimilada pela população, que se esforça para seguir os conselhos dados pelos seus dentistas: escovar periodicamente os dentes, utilizar fio dental diariamente, higienizar a língua, evitar dieta rica em açúcares. Sem dúvida que esses cuidados, quando seguidos criteriosamente, previnem doenças bucais, evitam dores dentárias e promovem melhores condições de vida. Além desses ganhos, cuidar da boca é proteger todo o corpo. A boca, em especial as gengivas, são regiões ricamente vascularizadas, ou seja, áreas por onde circula grande quantidade de sangue. E da mesma forma, pela exposição direta ao meio exterior, a boca é local de residência de diversos micro-organismos, como vírus, bactérias e fungos. Quando esses seres se desenvolvem descontroladamente, como nos casos de má higiene bucal, provocam inflamações no tecido gengival, que é preenchido com mais sangue ainda e, se esse processo se cronificar, há o risco de que esses patógenos alcancem a corrente sanguínea, inclusive durante os movimentos da mastigação. Uma vez presentes na circulação sanguínea, podem desenvolver doenças e infecções sistêmicas, e como exemplo mais grave pode se citar a endocardite bacteriana, que é uma infecção que ocorre nas válvulas cardíacas ou nos tecidos endoteliais do coração. A endocardite infecciosa pode ser potencialmente letal (endocardite infecciosa aguda), ou pode evoluir silenciosamente por semanas a vários meses (endocardite infecciosa subaguda), forma mais comum quando a origem das bactérias é bucal. Embora pacientes imunologicamente debilitados sejam mais suscetíveis a essa doença, bactérias agressivas podem comprometer até mesmo um indivíduo sem alterações cardíacas predisponentes. Nos casos de diabéticos, transplantados, imunossuprimidos em geral, os riscos são ainda maiores e os cuidados precisam ser aumentados. Trabalhos epidemiológicos indicam que as bactérias da boca podem ser importantes não apenas no desenvolvimento da endocardite, mas que podem predispor ou complicar várias outras doenças como diabetes, aterosclerose, infarto de miocárdio e que inclusive pode levar a partos prematuros. A maneira mais efetiva de se evitar esses problemas ainda são os cuidados básicos de higiene bucal: escovar os dentes periodicamente, preferencialmente após as refeições; utilizar diariamente o fio dental em todos os elementos dentários; higienizar a língua (com escova ou dispositivo apropriado – raspador lingual); evitar dieta rica em açúcares e visitar o cirurgião-dentista regularmente, para que este profissional examine a cavidade oral e trate das suas doenças. O uso de antissépticos bucais (enxaguatórios) não é recomendado, pois se sabe que sua eficácia é limitada. Pessoas com predisposição às infecções devem ter cuidados redobrados antes de serem submetidas a alguns procedimentos odontológicos, em especial cirurgias bucais, e às vezes há necessidade do uso de antibióticos, nesses casos prescritos pelo odontólogo. Conclui-se, portanto, que boas condições de saúde bucal são necessárias não só para que a boca desempenhe adequadamente suas funções, como mastigação, fonação, estética, etc, mas que também é importante na importante na prevenção de doenças sistêmicas graves e freqüentes. Infonotíci@as O que é “Phishing” Bastante comum, esse tipo de golpe virtual é baseado no envio de e-mails sugerindo que os internautas baixem arquivos ou visitem sites maliciosos. Outra possibilidade para enganar os usuários da web é a oferta de links, também para páginas fraudulentas, em variados sites, blogs e redes sociais (Orkut, por exemplo). Quando aceitam a sugestão dos ?piratas?, abrindo os arquivos ou visitando esses endereços, as vítimas em potencial podem infectar seus computadores involuntariamente com programas maliciosos. Geralmente, essas pragas instaladas na máquina têm como objetivo roubar informações pessoais dos usuários de internet. Algumas características são facilmente percebidas nesse tipo de golpe. As mensagens são curtas; Os textos são simples (muitas vezes com erros de português); A mensagem é chamativa, para que se clique rapidamente no link; As mensagens parecem ter sido enviadas de organizações sérias (grandes bancos, empresas ou Órgãos Públicos), induzindo o usuário a acreditar que é um aviso sério; Períodos de feriados e grandes eventos aumentam a atividade de phishing. No período do Natal, foram bloqueadas 29% mais mensagens, segundo o ITR, da Symantec. Durante a Copa Mundial da Fifa, o aumento foi de 40%; São campanhas de curta duração, perdendo o sentido e validade, muitas vezes, se a mensagem não for aberta imediatamente. O ideal é, ao receber uma mensagem suspeita, buscar informação na organização que “aparentemente” é a remetente da mensagem. Um exemplo recente foi um e-mails dos Correios alertando que o usuário havia recebido um telegrama on-line e que para acessá-lo deveria clicar em um link que acompanhava a mensagem. Ao acessar o site real dos Correios, verificamos que havia uma notificação dos Correios alertando os usuários que o Correio não enviava esse tipo de notificação. Fonte: Núcleo de Tecnologia da Informação 10 Justiça Federal em revista | Ano XXI | Nº 114 | Março-Abril / 2009 Artigo A adequada seleção, formação e aperfeiçoamento de magistrados e servidores: um desafio para o judiciário Juíza Federal Vera Lúcia Feil Ponciano 8ª Vara Federal de Curitiba Coordenadora da Capacitação A problemática envolvendo a crise x reforma do Judiciário faz parte dos debates nacionais há quase duas décadas. Para explicar a crise os estudiosos do assunto apontam, basicamente, quatro “diagnósticos”. No primeiro, o problema residiria no âmbito da legislação processual. No segundo, seria um problema de gestão do Judiciário. No terceiro, a crise do Judiciário decorreria da crise do próprio Estado. No quarto, a crise residiria no âmbito da legitimidade do Judiciário. Para solucionar esses problemas foram eleitas quatro “ações prioritárias” pela Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, quais sejam: a) democratização do acesso à Justiça; b) pesquisa/diagnóstico do setor; c) modernização da gestão do Judiciário; e d) alterações legislativas. Sem adentrar em pormenores acerca dos problemas e das ações aludidos, trataremos aqui do que se denomina crise de gestão, especificamente, no que tange à gestão dos recursos humanos, para demonstrar um pouco do que tem sido realizado nessa seara e que pode contribuir para resolver o problema. A prestação jurisdicional deve ser desempenhada com eficiência e eficácia. Para tanto, requer-se não apenas a existência de número suficiente de juízes e de servidores, mas também é preciso que se invista na capacitação e qualificação, que podem ser obtidas por meio de um adequado processo de seleção, formação e aperfeiçoamento dos recursos humanos. Nesse contexto, quanto aos magistrados foi criada a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, nos termos do art. 93, inc. IV, e da Resolução nº 03, de 30/11/2006, do STJ, cuja finalidade é regulamentar, autorizar e fiscalizar os cursos oficiais para ingresso e promoção na carreira da Magistratura. Os cursos definidos pela ENFAM dividem-se em: curso de formação para ingresso na magistratura e curso de aperfeiçoamento dos magistrados, visando ao vitaliciamento e ao constante aprimoramento necessário à promoção do juiz e ao exercício da jurisdição. O curso de formação de magistrados faz parte da última etapa do concurso público para ingresso na carreira, tendo a duração mínima de quatro meses e o candidato recebe uma bolsa mensal de valor mínimo equivalente a 50% da remuneração do juiz substituto. Com base nas mesmas premissas que orientaram a criação da ENFAM, o CJF – Conselho da Justiça Federal instituiu o Plano Nacional de Aperfeiçoamento e Pesquisa para Juízes Federais (PNA), em 31/08/2007. O fundamento do PNA é que juízes com conhecimento nas áreas de sociologia, filosofia, política, entre outras relevantes à realidade atual, além do especificamente técnico-jurídico, colaboram para um Judiciário mais condizente com as necessidades e anseios da sociedade moderna. Seguindo a mesma linha, o CJF se preocupou com o desenvolvimento e capacitação dos servidores ao instituir o Programa Permanente de Capacitação dos Servidores da Justiça Federal/PNC, nos termos do art. 10 da Lei nº 10.416/2006. A missão do PNC é implementar uma política de aperfeiçoamento profissional para servidores da Justiça Federal como forma de contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços judiciários, por meio de alinhamento das ações de desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional com as competências organizacionais da instituição. Todas essas ações, implementadas pela ENFAM e pelo CJF, atentaram para o fato de que a complexidade atual da sociedade exige conhecimentos multidisciplinares e uma formação mais humanística e voltada aos desafios trazidos no bojo do século XXI. Assim, um dos maiores desafios para o Poder Judiciário, visando à solução dos problemas que envolvem a “crise de gestão”, dentro da parcela de responsabilidade que lhe cabe, é selecionar e formar bons magistrados e servidores, a fim de atender aos anseios da sociedade por justiça. A superação desse desafio possibilitaria não apenas “re” formar o Poder Judiciário, mas “trans” formar. 11 Justiça Federal em revista | Ano XXI | Nº 114 | Março-Abril / 2009 Domínio Público Um jurista que também foi artista Carlos Alberto Brantes Pesquisador e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná 12 Foto: C. Brantes Aquarela – acervo familiar Nascido em Curitiba, há exatamente 140 anos (7/9/1868), João Pamphilo Velloso D'Assumpção, ou simplesmente Dr. Pamphilo D'Assumpção, como era mais conhecido, foi um dos mais conceituados juristas que aqui viveu na primeira metade do século passado. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1889 e, por ter sido o primeiro aluno da turma, foi contratado para trabalhar num dos maiores escritórios de advocacia do Brasil, pertencente a seu ex-professor o Barão de Ramalho. Estimulado pelo Barão e possuidor de dotes excepcionais na área jurídica, prosseguiu nos estudos e pouco tempo depois após prestar concurso, tornou-se professor de sua antiga faculdade. Não satisfeito, em 1897 defendeu tese recebendo o grau de Doutor em Direito, título muito raro na época. Retornou a Curitiba por volta de 1908 e aqui nasceram suas filhas: Yraci, Aray e Jacy, fruto de seu casamento com a carioca Maria Carolina Sampaio D'Assumpção, falecida prematuramente em 1919 e deixando a filha mais nova com apenas quatro anos. Sua banca de advocacia era das mais procuradas, graças não só à experiência e fama adquiridas em São Paulo, mas por ser um profissional operoso e probo. Um de seus principais clientes era a comunidade italiana de Santa Felicidade, cujo pagamento pelos serviços prestados, na maioria das vezes, era na forma de gêneros alimentícios. Pertencia a uma família de intelectuais. Seu pai, o Coronel Manoel Euphrasio D'Assumpção, foi o primeiro comandante de nossa polícia. Seu irmão mais velho, Paulo Ildefonso D'Assumpção, foi desenhista, pintor, escultor e inventor, tendo sido em 1909, fundador e o primeiro diretor da Escola de Aprendizes e Artífices. Sua irmã, Maria Deolinda D'Assumpção, professora e fundadora do 1º Jardim de Infância de Curitiba, era uma excepcional pianista, com Pamphilo à flauta promoviam inesquecíveis saraus. Mas Pamphilo não se contentava apenas com o trato dos negócios forenses, era assíduo colaborador dos periódicos: A República, Diário da Tarde e Comércio do Paraná, com crônicas, ensaios e criticas sobre assuntos jurídicos, história, lingüística, arqueologia, política, folclore e artes. Este último o seu predileto, quando se tratava de pintura, escultura e música. Teve intensa participação em inúmeras instituições associativas. Foi fundador e presidente (1916/1934) do Instituto dos Advogados do Paraná; fundador e presidente (1918/1934) do Centro de Letras do Paraná; presidente da Associação Comercial do Paraná, nas gestões 1909-1913 e 1927-1931, sendo responsável pela reestruturação da entidade que se encontrava inativa e ultimado a construção de sua primeira sede própria; primeiro presidente (1932/1937) da Ordem dos Advogados do Brasil, secção do Paraná; presidente da Sociedade Thalia na gestão 1927-1928; e fundador (ocupante da cadeira de nº 7) da Academia Paranaense de Letras. Foi também um dos fundadores da então Universidade do Paraná, lecionando, por alguns anos Direito Civil das Obrigações do Curso de Direito. Quando do lançamento da pedra fundamental do prédio da universidade, foi o orador oficial da cerimônia. Uma faceta desse ilustre paranaense é praticamente desconhecida. Além de competente crítico de arte, Pamphilo foi também pintor de méritos reconhecidos. Essa virtude é enaltecida por Sebastião Paraná em 1922, no livro “Galeria Paranaense”, quando registra: “Apesar de dispor de pouco lazer, dedica-se também à sublime arte de Apeles, para a qual tem mostrado pendor natural. Seus trabalhos de aquarela têm sido merecidamente apreciados e expostos à crítica dos entendidos que o consideram um inspirado aquarelista...” Oscar Martins Gomes, seu sucessor na cadeira nº 7 da Academia Paranaense de Letras, em 1959, ao publicar: “O Professor Pamphilo D'Assumpção – perfil póstumo”, na Revista da Faculdade de Direito, afirma: “...com vocação para a pintura, produziu no gênero da aquarela, apreciáveis telas...” Essa afinidade com as artes, certamente foi fator preponderante para sua aproximação de Maria Amélia de Barros, pintora e aluna predileta de Alfredo Andersen, com quem contraiu matrimônio a 26 de outubro de 1920. Da produção artística de Pamphilo, pouca coisa se encontra. O Museu Paranaense tem em seu acervo uma de suas aquarelas, uma paisagem, provavelmente dos arredores de Curitiba, datada de 1911. Sua família possui quatro paisagens em aquarela, não datadas. Uma delas apresenta um trecho de mata atlântica, de um verde excepcionalmente belo, parecendo fotografia. Na revista “Ilustração Paranaense”, da qual era colaborador constante, o nº 2, de 1927, traz um trabalho intitulado “Curitiba de outrora”, ilustrado com quatro desenhos de sua lavra, mostrando uma Curitiba que existia provavelmente na sua infância, e na revista “Olho da Rua”, nº 4 de 1911, em página inteira, outra aquarela também mostrando paisagem. Da mesma forma, é de sua autoria o desenho do brasão da Academia Paranaense de Letras e o Ex Libris com o qual adornava os livros de sua biblioteca. Pamphilo, antes de tudo, era um jurista e dos mais conceituados. A arte ficava para seus momentos de lazer, razão de seus quadros não ganharem notoriedade. E nem poderia ser diferente, por melhor que fosse seu trabalho, estaria fadado sempre a ficar à sombra da excepcional pintora que foi sua esposa Maria Amélia D'Assumpção. Por ser pessoa extremamente generosa, Pamphilo não fez fortuna com seu trabalho. No último ano de vida, doente e sem poder trabalhar, foi socorrido financeiramente ela OAB do Paraná. Agradecido e como prova de reconhecimento, doou àquela instituição toda sua biblioteca. Justiça Federal em revista | Ano XXI | Nº 114 | Março-Abril / 2009