ANÁLISE MATEMÁTICA II Acetatos de Ana Matos Limites e Continuidade em Campos Escalares e Vectoriais DMAT Limites e Continuidade Noção de Limite em R Recordemos que: sendo f : D e a D , diz-se que b limite de f quando x tende para a se 0 0:x D\ a |x a| |f x éo . b| Esta condição é equivalente a 0 0:x D\ a B a, fx B b, . Intuitivamente, estas condições significam que as imagens dos pontos do domínio diferentes de a estão tão próximas quanto quisermos de b, desde que nos aproximemos suficientemente de a. O facto de a ser ponto de acumulação de D permite que nos aproximemos de a, por pontos de D diferentes de a. Faz sentido falar de limite de f num ponto que não pertence ao domínio, desde que seja ponto de acumulação deste. Não faz sentido falar de limite duma função em pontos do domínio que não sejam pontos de acumulação. Ana Matos AMII - 13/14 Lim. e Cont. - 1 Limites de campos escalares n Definição: Sejam f : D f ponto de acumulação de D f e b um campo escalar, a um . Diz-se que b é o limite de f quando x tende para a, e escreve-se lim f x b, x a se 0 0:x D\ a x |f x a . b| Esta condição é equivalente a 0 0:x D\ a B a, fx B b, ea 0 0:x D\ a x1 |f x a1 b| 2 xn an 2 . Em particular, sendo f um campo escalar de duas variáveis, x 0 , y 0 um ponto de acumulação de D f e b , lim x,y 0 x 0 ,y 0 0 : x, y f x, y b D\ x 0 , y 0 sse x, y x0, y0 |f x, y Ana Matos AMII - 13/14 b| Lim. e Cont. - 2 Nota: 1. Recordemos as seguintes propriedades do módulo: |x. y| |x y| |x|. |y|, |x| |x| |y| x y |y| e |x (para y y| |x| 0), |x k | |x| k , |y|. 2. É também muito útil a seguinte propriedade: Para qualquer x |x i | n , x , para todo 1 Em particular, para qualquer x, y |x| x2 y2 e |y| i 2 x2 n. , y2 . x,y Da definição de limite resulta que: Proposição: O limite duma função num ponto quando existe é único. Ana Matos AMII - 13/14 Lim. e Cont. - 3 Limites Relativos n Definição: Sejam f : D , C um subconjunto de D e a um ponto de acumulação de C. Diz-se que b é o limite de f relativo a C quando x tende para a, e escreve-se lim f x b, x a x C se o limite, quando x tende para a, da restrição de f a C é b. Chama-se limite direccional a qualquer limite relativo a uma recta que passe pelo ponto em questão. Proposição: Nas condições da definição anterior lim f x x a b lim f x b. x a x C Ou seja, caso exista, o limite da função no ponto terá que ser igual a qualquer limite relativo da função nesse ponto. Este facto é particularmente útil para provar que não existe limite de uma determinada função num ponto e, também, para deduzir que valor o limite terá, caso exista. No entanto, pode existir limite de f relativo a um certo subconjunto do domínio sem que exista o limite da função. Ana Matos AMII - 13/14 Lim. e Cont. - 4 Propriedades dos Limites Da definição resulta imediatamente que: o limite de uma função constante é a própria constante. se a j é a projecção de ordem j em n , então lim j x n (com 1 j n) e aj. x a Proposição: Sejam f e g campos escalares de D a ponto de acumulação de D e b, c . Se lim f x b e lim g x x a x a 1. lim f x gx b n em , c tem-se que: c; x a 2. lim fx b, para qualquer ; x a 3. lim f x . g x b. c; x a 4. lim x a fx gx 5. lim |f x | b c , se c 0eg x 0 numa vizinhança de a; |b|. x a n (Sendo C um subconjunto de n e a , diz-se que C é uma vizinhança de a se existe uma bola aberta de centro em a contida em C. ) Ana Matos AMII - 13/14 Lim. e Cont. - 5 Observação: Da definição de limite vem imediatamente que se lim |f x | x a 0 então lim fx x a 0. Este resultado não é válido para valores diferentes de zero. Proposição (Lei do enquadramento): n Sejam f, g e h campos escalares definidos em D e a um ponto de acumulação de D tais que, para todos os valores do domínio numa vizinhança de a (excepto, eventualmente, para a), gx Se hx. fx lim g x lim h x x a x a então lim f x b, b. x a Continuidade de campos escalares Definição: Sejam f : D e a n D D. Diz-se que f é contínua em a se lim f x fa . x a Esta condição é equivalente a 0 0:x D x a |f x fa | . Uma função diz-se contínua se for contínua em todos os pontos do seu domínio. Ana Matos AMII - 13/14 Lim. e Cont. - 6 Das correspondentes propriedades dos limites resulta que: qualquer campo escalar constante é contínuo; qualquer projecção j é um campo escalar contínuo; a soma e a diferença de campos escalares contínuos é um campo escalar contínuo; o produto de um escalar por um campo escalar contínuo é um campo escalar contínuo; o produto de campos escalares contínuos é um campo escalar contínuo; o quociente de campos escalares contínuos é um campo escalar contínuo, nos pontos onde o denominador não se anula; o módulo de um campo escalar contínuo é um campo escalar contínuo. n Proposição: Sejam f : D , g:E , com fD E, f contínua em a e g contínua em f a . Então g f : D n é uma função contínua em a. Portanto, a composta de duas funções contínuas, nos pontos em que está definida, é uma função contínua. Ana Matos AMII - 13/14 Lim. e Cont. - 7 Definição: Sejam f : D n e a D \D. Diz-se que f é prolongável por continuidade ao ponto a se existe lim f x . x a À função g : D a gx n definida por fx se x D lim f x se x a x a chama-se o prolongamento por continuidade de f ao ponto a. Ana Matos AMII - 13/14 Lim. e Cont. - 8 Limites de Campos Vectoriais Definição: Sejam f : D a D e b b1, . . . , bm n m m um campo vectorial, . Diz-se que b é o limite de f quando x tende para a, e escreve-se lim f x b, se x a 0 0:x D\ a x a x1 a1 fx b xn an . Esta condição é equivalente a 0 0:x D\ a f1 x b1 2 fm x 2 bm 2 2 . Na prática, o estudo dos limites de campos vectoriais reduz-se ao estudo dos limites das suas componentes escalares: Proposição: Sejam f : D a D eb b1, . . . , bm n m m um campo vectorial, . Então, lim f x b sse x a Ana Matos AMII - 13/14 lim f 1 x x a b1, , lim f m x bm. x a Lim. e Cont. - 9 Proposição: Sejam f e g campos vectoriais de D R m , a D e b, c R m . Se lim f x b e lim g x x a R n em c, tem-se que: x a 1. lim f x gx b c; x a 2. lim fx b, para qualquer R; x a 3. lim f x |g x b|c; x a 4. lim f x b . x a Continuidade de Campos Vectoriais Definição: Sejam f : D a D D. n m um campo vectorial e Diz-se que f é contínuo em a se lim f x fa . x a Um campo vectorial diz-se contínuo se for contínuo em todos os pontos do seu domínio. Proposição: Um campo vectorial é contínuo num ponto se e só se todas as suas componentes escalares o são. Ana Matos AMII - 13/14 Lim. e Cont. - 10 Das correspondentes propriedades dos limites de campos vectoriais, resulta que: a soma de campos vectoriais contínuos é um campo vectorial contínuo; o produto de um escalar por um campo vectorial contínuo é um campo vectorial contínuo; o produto interno de dois campos vectoriais contínuos é um campo escalar contínuo; a norma de um campo vectorial contínuo é um campo escalar contínuo. Tal como se fez para os campos escalares: Definição: Sejam f : D a D \D. n m um campo vectorial e Diz-se que f é prolongável por continuidade ao ponto a se existe lim f x . x a À função g : D a gx n m definida por fx , se x D lim f x , se x a x a chama-se prolongamento por continuidade de f ao ponto a. Ana Matos AMII - 13/14 Lim. e Cont. - 11