Evangelho segundo S. João 2,1-12.
Ao terceiro dia, celebrava-se uma boda em Caná da Galileia e a mãe de Jesus estava lá. Jesus
e os seus discípulos também foram convidados para a boda. Como viesse a faltar o vinho, a
mãe de Jesus disse-lhe: «Não têm vinho!» Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que tem isso a ver
contigo e comigo? Ainda não chegou a minha hora.» Sua mãe disse aos serventes: «Fazei o
que Ele vos disser!» Ora, havia ali seis vasilhas de pedra preparadas para os ritos de
purificação dos judeus, com capacidade de duas ou três medidas cada uma. Disse-lhes Jesus:
«Enchei as vasilhas de água.» Eles encheram-nas até cima. Então ordenou-lhes: «Tirai agora e
levai ao chefe de mesa.» E eles assim fizeram. O chefe de mesa provou a água transformada
em vinho, sem saber de onde era se bem que o soubessem os serventes que tinham tirado a
água; chamou o noivo e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho melhor e, depois de
terem bebido bem, é que serve o pior. Tu, porém, guardaste o melhor vinho até agora!»
Assim, em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos seus sinais miraculosos, com o
qual manifestou a sua glória, e os discípulos creram nele. Depois disto, desceu a Cafarnaúm
com sua mãe, os irmãos e os seus discípulos, e ficaram ali apenas alguns dias.
S. Máximo de Turim (? - cerca 420), bispo
CC Sermão 65
A água transformada em vinho
Ao transformar em vinho a água que enchia as talhas, o Salvador fez duas coisas: forneceu
uma bebida aos convidados do casamento e quis dizer que, pelo baptismo, os homens iam
ficar cheios do Espírito Santo. Aliás, o próprio Senhor o declarou noutro altura ao dizer:
“Deita-se o vinho novo em odres novos” (Mt 9,17). Os odres novos significam, com efeito, a
pureza do baptismo, o vinho a graça do Espírito Santo.
Catecúmenos, prestai uma atenção particular. O vosso espírito, que ignora ainda a Trindade,
assemelha-se à água fria. É preciso aquecê-la ao calor do sacramento do baptismo, como um
vinho, para transformar um líquido pobre e sem valor, em graça preciosa e rica. Como o
vinho, adquiramos bom paladar e aroma doce; então, poderemos dizer com o apóstolo Paulo:
“Somos para Deus o bom odor de Cristo” (2Cor 2,15). Antes do seu baptismo, o catecúmeno
assemelha-se à água que está imóvel, fria e sem cor…, inútil, incapaz de restabelecer as
forças. Conservada por muito tempo, a água altera-se, fica estagnada, torna-se fétida… O
Senhor disse: “Quem não renascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus”
(Jo 3,5).
O fiel baptizado é semelhante ao vinho vigoroso e rubro. Todas as coisas da criação se
estragam com o tempo, só o vinho melhora ao envelhecer. Ele perde todos os dias a sua
aspereza, e adquire um ‘bouquet’ macio, com um rico sabor. De igual modo o cristão, à
medida que o tempo passa, perde a aspereza da sua vida pecadora, adquire a sabedoria e a
benevolência da Trindade divina.
As bodas de Caná – Jo 2,1-11
1. Na Bíblia esta escrito, no Novo Testamento / que em Caná da Galiléia Jesus foi a um
casamento / transformando água em vinho e dando ao povo pra beber / mostrando a
sua glória, sua graça e seu poder. Por quê?
{:Cristo tem poder:]! (3x) Aleluia! Tem poder! [:Cristo tem poder:]! Jesus Cristo é
poderoso / Jesus Cristo tem poder!
2. Na cidade de Naim tinha uma mulher chorando / seu filho ia pro túmulo e o povo
carregando. / Jesus parou o enterro e o povo reprovou. / Jesus chamou o morto e o
morto levantou. Por quê?
3. Jesus curou um cego entrando em Jericó. / Salvou a Samaritana lá no poço de Jacó. /
No monte, na Galiléia, seu poder Ele mostrou / cinco pães e dois peixinhos, cinco mil
alimentou. Por quê?
4. Jesus fez maravilhas no deserto da Judéia / curou em Samaria e também na Galiléia. /
E em Cafarnaum milagre tambem fez. / Curou lá no caminho dez leprosos de uma vez.
Por quê?
5. Jesus fez maravilhas, está fazendo e vai fazer. / Não faz em sua vida só porque você
não crê. / Ele salva o pecador, dá alegria, gozo e paz. / Cura a enfermidades, e expulsa
satanás. Por quê?
Cantemos ….. n° 1363
Bento XVI explica como Maria ensina a encontrar Jesus
Homilia do Papa durante a Santa Missa na Praça do Santuário de Altotting
ALTOTTING, quarta-feira, 13 de setembro de 2006 (ZENIT.org).- Publicamos a homilia que
Bento XVI pronunciou nesta segunda-feira, ao celebrar a eucaristia na praça do Santuário
mariano de Altotting.
***
Queridos irmãos e irmãs!
Na Primeira Leitura, no Salmo Responsorial e no Evangelho de hoje, três vezes e de três
formas diferentes, vemos Maria, a Mãe do Senhor, como uma mulher de oração. Nos Atos dos
Apóstolos, nós a encontramos em meio à comunidade dos Apóstolos reunidos no quarto
superior, rezando para que o Senhor, agora ascendido ao Pai, realize sua promessa: «Dentro
de uns dias sereis batizados com o Espírito Santo» (1, 5). Maria lidera a nascente Igreja em
oração; ela é, como o fora em pessoa, a Igreja em oração. E assim, com a grande comunidade
dos santos e no centro deles, ela permanece inclusive agora diante de Deus intercedendo por
nós, pedindo a seu Filho que nos envie seu Espírito mais uma vez sobre a Igreja, e que renove
a face da terra.
Nossa resposta a esta leitura é cantar com Maria o grande hino de louvor que ela eleva depois
de que Isabel a chama de bem-aventurada por causa de sua fé. É uma oração de ação de
graças, de alegria no Senhor, de bênção por suas obras poderosas. O teor deste hino é claro
desde suas primeiras palavras: «Minha alma magnífica -- engrandece -- o Senhor».
Engrandecer o Senhor significa dar-lhe um lugar no mundo, em nossas vidas, e permitir-lhe
entrar em nosso tempo e em nossa atividade: finalmente, esta é a essência da verdadeira
oração. Onde Deus é engrandecido, os homens e mulheres não são diminuídos: há muitos
homens e mulheres que se tornaram grandes e o mundo está cheio de sua luz.
Na passagem do Evangelho, Maria pede a seu Filho um favor para uns amigos em
necessidade. À primeira vista, isso poderia aparecer com uma conversação inteiramente
humana entre uma Mãe e seu Filho e seria, efetivamente, um diálogo rico em humanidade.
Maria não se dirige a Jesus como se fosse um mero homem com cuja habilidade e utilidade
ela pode contar. Ela confia uma necessidade humana a seu poder -- a um poder que é mais que
capacidade e habilidade humanas. Neste diálogo com Jesus, nós a vemos realmente como uma
Mãe que pede, que intercede. Como escutamos na passagem do Evangelho, vale a pena ir um
pouco mais profundamente, não só para entender melhor Jesus e Maria, mas também para
aprender de Maria a maneira correta de rezar. Maria realmente não pede algo de Jesus: ela
simplesmente o diz: «Eles não têm vinho» (João 2, 3). As bodas na Terra Santa eram
celebradas durante uma semana inteira; todo o povo participava e, por conseguinte, se
consumia muito vinho. O casal de noivos se encontrava em problemas, e Maria simplesmente
disse isso a Jesus: Ela não lhe disse o que Ele tem que fazer. Ela não lhe pede nada em
particular, e certamente não lhe pede realizar um milagre para fazer vinho. Ela simplesmente
o faz conhecer o assunto e o deixa decidir aquilo que deve ser feito. Nas diretas palavras da
Mãe de Jesus, portanto, podemos apreciar duas coisas: por um lado, sua carinhosa
preocupação pelas pessoas, esse carinho maternal que a faz estar atenta aos problemas dos
outros. Vemos sua cordial bondade e sua vontade de ajudar. Esta é a Mãe à qual gerações de
pessoas vieram visitar aqui em Altotting. A ela confiamos nossos cuidados, nossas
necessidades e nossos problemas. Sua maternal disposição para a ajuda, na qual nós
confiamos, aparece aqui pela primeira vez nas Sagradas Escrituras. Mas além deste primeiro
aspecto, com o qual estamos todos familiarizados, há outro, que poderíamos ver facilmente:
Maria deixa tudo ao juízo de Deus. Em Nazaré, ela entregou sua vontade, submergindo-a na
de Deus: «Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo tua palavra» (Lucas, 1, 38). E
esta continua sendo sua atitude fundamental. Assim é como ela nos ensina a rezar: não para
buscar afirmar nossa própria vontade e nossos próprios desejos ante Deus, mas para permitirlhe que decida aquilo que Ele queira fazer. De Maria nós aprendemos o gosto e disposição
para ajudar, mas também aprendemos a humildade e generosidade para aceitar a vontade de
Deus, na confiada convicção de que o que for que ele disser como resposta será o melhor para
nós.
Se tudo isso nos ajuda a entender a atitude de Maria e suas palavras, ainda achamos difícil
entender a resposta de Jesus. Em primeiro lugar, não gostamos da maneira como ele se dirige
a ela: «Mulher». Por que não lhe diz «Mãe»? Contudo, este título expressa realmente o lugar
de Maria na história da salvação. Assinala o futuro, a hora da crucifixão, quando Jesus lhe
dirá: «Mulher, eis aí teu Filho. Filho, eis aí tua mãe» (cf. João 19, 26-27). Isso antecipa a hora
quando ele fará da mulher, sua Mãe, a Mãe de todos os discípulos. Por outro lado, o título
«mulher», recorda o relato da criação de Eva: Adão, rodeado pela criação em toda sua
magnificência, experimenta, como ser humano, a solidão. Assim, Eva é criada, e nela Adão
encontra a companhia que buscava; e lhe dá o nome de «mulher». No Evangelho de João,
dessa forma, Maria representa a nova, a definitiva mulher, a companhia do Redentor, nossa
Mãe: o nome, que parecia muito falto de afeto, realmente expressa a grandeza da missão de
Maria.
Gostamos menos ainda da outra parte da resposta de Jesus a Maria em Caná: «Mulher, que
tenho a ver eu contigo? Ainda não chegou minha hora» (João 2, 4). Nós queremos objetar: tu
tens muito a ver com ela! Foi Maria que te deu a carne e o sangue, que te deu seu corpo, e não
só seu corpo: com seu «sim», que pronunciou desde as profundidades de seu coração, ela te
gerou em seu ventre, e com seu amor maternal te deu a vida e te apresentou à comunidade do
povo de Israel. Se esta é nossa resposta a Jesus, já vamos por bom caminho para entender a
resposta de Jesus. Porque tudo isso deveria fazer-nos recordar que nas Sagradas Escrituras
encontramos um paralelismo entre o diálogo de Maria com o Arcanjo Gabriel, no qual diz:
«Faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lucas 1, 38). Este paralelismo se encontra na Carta
aos Hebreus que, com palavras tiradas do Salmo 40, nos narra o diálogo entre Pai e Filho -aquele diálogo no qual começa a encarnação. O eterno Filho diz ao Pai: «Tu não queres
sacrifícios nem oferecimentos, ao contrário me preparaste um corpo... Eu venho... para fazer,
Deus, tua vontade». O «sim» do Filho: «Venho para fazer tua vontade», e o «sim» de Maria:
«Faça-se em mim segundo tua palavra» -- este duplo «sim», e desta maneira o Verbo se faz
carne em Maria. Neste duplo «sim», a obediência do Filho se faz corpo, Maria lhe doa o
corpo. «Que tenho eu contigo, mulher?». Aquilo que no profundo tem que fazer um com a
outra, é este duplo «sim», em cuja coincidência se realizou a encarnação. É a este ponto de
sua profundíssima unidade que o Senhor olha com sua palavra. Aí, neste comum «sim» à
vontade do Pai, se encontra a solução. Devemos encaminhar-nos, também nós, para este
ponto; aí encontraremos a resposta às nossas perguntas.
Partindo desde aí, compreendemos também a segunda frase da resposta de Jesus: «Ainda não
chegou minha hora». Jesus não atua jamais sozinho, por si mesmo; jamais para agradar os
outros. Ele atua sempre partindo do Pai, e é justamente isso que o une a Maria, porque aí,
nesta unidade de vontade com o Pai, quis depositar também ela seu pedido, por isso, depois da
resposta de Jesus, que parece rejeitar o pedido, ela surpreendentemente pode dizer aos servos
com simplicidade: «Fazei o que Ele vos disser». Jesus não faz um prodígio, não brinca com
seu poder em um acontecimento totalmente particular. Ele põe em ação um sinal, com o qual
anuncia sua hora, a hora das bodas, da união entre Deus e o homem. Ele não «produz»
simplesmente vinho, mas transforma as bodas humanas em uma imagem das bodas divinas, às
quais o Pai convida imediatamente o Filho e nas quais Ele doa a plenitude do bem. As bodas
se convertem em imagem da Cruz, sobre a qual Deus leva seu amor até o extremo, dando-se a
si mesmo no Filho em carne e sangue -- no Filho que instituiu o Sacramento, no qual se doa a
nós por todos os tempos. Assim, a necessidade é resolvida de forma verdadeiramente divina, e
a pergunta inicial, longamente ultrapassada. A hora de Jesus não chegou ainda, mas no sinal
da transformação da água em vinho, no sinal do dom festivo, antecipa sua hora já neste
momento.
Sua «hora» definitiva será sua volta no final dos tempos. Ele antecipa continuamente esta hora
na Eucaristia, na qual vem sempre agora. E sempre de novo o faz por intercessão de sua Mãe,
por intercessão da Igreja, que o invoca nas orações eucarísticas: «Vem, Senhor Jesus!» No
Cânon, a Igreja implora sempre novamente esta antecipação da «hora», pede que venha agora
e se doe a nós. Assim, queremos deixar-nos guiar por Maria, pela Mãe das graças de
Altotting, pela Mãe de todos os fiéis, para a «hora» de Jesus. Peçamos-lhe o dom de
reconhecê-lo e de compreendê-lo cada vez mais. E não deixemos que o recebê-lo seja
reduzido só ao momento da Comunhão. Ele permanece presente na Hóstia santa e nos espera
continuamente. A adoração do Senhor na Eucaristia encontrou em Altotting, no velho quarto
do tesouro, um lugar novo. Maria e Jesus sempre estão juntos: mediante ela, queremos
permanecer em diálogo com o Senhor, aprendendo assim a recebê-lo melhor. Santa Mãe de
Deus, rogai por nós, como em Caná rogastes pelos esposos! Guiai-nos sempre até Jesus!
Amém!
[Tradução realizada por Zenit. © Copyright 2006 - Libreria Editrice Vaticana]
ZP06091330
Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, doutor da Igreja
Diatessarum XII
«Guardaste o vinho bom até agora»
No deserto, Nosso Senhor multiplicou o pão, e em Caná, transformou a água em vinho.
Habituou assim a boca dos homens ao Seu pão e ao Seu vinho, até ao momento em que lhes
deu o Seu corpo e o Seu sangue. Fê-los saborear um pão e um vinho transitórios, para fazer
crescer neles o desejo do Seu corpo e do Seu sangue vivificantes... Atraiu-nos com coisas
agradágeis ao paladar, para nos conduzir àquilo que vivifica plenamente as nossas almas.
Escondeu a doçura no vinho que fez, para mostrar aos convidados que tesouro incomparável
se esconde no Seu sangue vivificante.
Como primeiro sinal, deu um vinho agradável aos convidados, para manifestar que o Seu
sangue alegraria a todas as nações. Se o vinho intervém, com efeito, em todas as alegrias da
terra, da mesma forma todas as libertações se prendem com o mistério do Seu sangue. Ele
deu aos convidados de Caná um vinho excelente que transformou os seus espíritos, para lhes
mostrar que a doutrina de que os iria abeberar transformaria os seus corações.
Este vinho, que no princípio não era senão água, foi transformado nos cântaros, símbolo dos
primeiros mandamentos enviados por Ele com vista à perfeição. A água transformada é a Lei
levada ao seu cumprimento. Os convidados da boda beberam o que tinha sido água, mas sem
saborearem essa água. Do mesmo modo, quando ouvimos os antigos mandamentos,
saboreamo-los, não no seu antigo sabor, mas no novo.
Evangelho segundo S. João 2,13-22.
Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Encontrou no templo os
vendedores de bois, ovelhas e pombas, e os cambistas nos seus postos. Então, fazendo um
chicote de cordas, expulsou-os a todos do templo com as ovelhas e os bois; espalhou as
moedas dos cambistas pelo chão e derrubou-lhes as mesas; e aos que vendiam pombas, disselhes: «Tirai isso daqui. Não façais da Casa de meu Pai uma feira.» Os seus discípulos
lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devora. Então os judeus intervieram e
perguntaram-lhe: «Que sinal nos dás de poderes fazer isto?» Declarou-lhes Jesus, em
resposta: «Destruí este templo, e em três dias Eu o levantarei!» Replicaram então os judeus:
«Quarenta e seis anos levou este templo a construir, e Tu vais levantá-lo em três dias?» Ele,
porém, falava do templo que é o seu corpo. Por isso, quando Jesus ressuscitou dos mortos, os
seus discípulos recordaram-se de que Ele o tinha dito e creram na Escritura e nas palavras que
tinha proferido.
Orígenes (c. 185-235), padre e teólogo
Comentário sobre S. João 10,20
«O Templo de que Ele falava era o Seu corpo»
«Destruí este Templo e em três dias eu reerguê-lo-ei»...Um e outro, o Templo e o corpo de
Jesus, são a meu ver um símbolo da Igreja... O templo será reerguido e o corpo ressuscitará ao
terceiro dia... pois o terceiro dia surgirá num céu novo e numa terra nova (2P 3,13), quando as
ossadas, quer dizer toda a casa de Israel (Ez 37,11), se vestirem no grande dia do Senhor, e a
morte for vencida.
Assim como o corpo de Jesus, sujeito à condição humana vulnerável, foi fixado à cruz e
sepultado, e depois foi reerguido, assim também o corpo total dos fiéis de Cristo foi «fixado à
cruz com Ele» e «desde então já não vive» (Gl 2,19). Com efeito, como Paulo, cada um deles
não se glorifica senão da cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que fez dele um crucificado para
o mundo e do mundo um crucificado para Ele (Gl 6,14)... «Pois fomos sepultados com
Cristo», diz Paulo, que acrescenta, como se tivesse recebido alguma garantia da ressurreição:
«E com Ele nos reerguemos» (Rm 6,4-9).
Cada um camin ha então numa nova via, mas que não é ainda a ressurreição bem-aventurada e
perfeita... Se alguém é agora posto no túmulo, um dia ressuscitará.
Santo Hilário (cerca de 315-367), bispo de Poitiers, doutor da Igreja
Tratado sobre o salmo 64
«O Templo de que falava era o seu Corpo»
O Senhor disse. “Aqui será o meu repouso para sempre” e “escolheu Sião como lugar de sua
morada” (Sl 131,14). Mas Sião e o seu templo foram destruídos. Onde se erguerá então o
trono eterno de Deus? Onde será o seu repouso para sempre? Onde será o seu templo para que
nele habite? O apóstolo Paulo responde-nos: “O templo de Deus sois vós; em vós habita o
Espírito de Deus” (1 Co 3,16). Eis a casa e o templo de Deus; eles estão cheios da sua
doutrina e do seu poder. São o habitáculo da santidade do coração de Deus.
Mas esta morada, é Deus quem a edifica. Construída pela mão dos homens, não duraria, nem
mesmo se fosse fundada sobre doutrinas humanas. Os nossos vãos labores e as nossas
inquietações não bastam para a proteger. O Senhor resolve as coisas de outra maneira; ele não
pôs os seus alicerces sobre terra solta nem sobre areias movediças, mas assentou-a sobre os
profetas e os apóstolos (Ef 2,20); ela é incessantemente construída com pedras vivas (1 Pe
2,5) e desenvolver-se-á até à s últimas dimensões do corpo de Cristo. A sua edificação
prossegue sem cessar; à sua volta erguem-se numerosas casas que se reúnem numa cidade
grande e bem-aventurada (Sl 121,3).
S. Leão Magno (? - cerca de 461), papa e doutor da Igreja
Sermão 48
"O templo de que Ele falava era o seu corpo"
Se considerarmos o que o mundo inteiro recebeu pela cruz do Senhor, reconheceremos que
para celebrar a Páscoa é justo que nos preparemos com um jejum de quarenta dias...
Não são apenas os bispos ou os padres ou os simples ministros dos sacramentos, mas é todo o
corpo da Igreja, é todo o conjunto dos fiéis que deve purificar-se de todas as manchas, para
que o templo de Deus, cujo alicerce é o seu próprio fundador, seja belo em todas as suas
pedras e luminoso em todas as suas partes... Sem dúvida que não se pode empreender nem
completar a purificação deste templo sem a ajuda do seu construtor; e, contudo, aquele que o
edificou deu-lhe o poder de promover o seu crescimento a partir do seu próprio trabalho.
Porque foi um material vivo e inteligente que serviu para a construção deste templo e é o
Espírito de graça que o incita a se aglomerar voluntariamente num só edifício...
Portanto, uma vez que todo o conjunto dos fiéis e cada um em particular formam um só e
mesmo templo de Deus, este deve ser perfeito em cada um, tal como o deve ser no seu
conjunto. Porque se é certo que a beleza não pode ser idêntica em todos os membros, nem os
méritos iguais numa tão grande diversidade de partes, o vínculo da caridade obtém contudo a
comunhão na beleza. Aqueles que estão unidos por um santo amor, mesmo se não receberam
os mesmos dons da graça, alegram-se na verdade com os bens uns dos outros; e o que eles
amam não pode ser-lhes estranho uma vez que eles acrescentam as suas próprias riquezas
quando se alegram com o progresso dos outros.
S. Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja
Sermão 5 para a Dedicação
Festa da dedicação de uma igreja, festa do povo de Deus
Hoje, meus irmãos, celebramos uma grande festa; é a festa da casa do Senhor, do templo de
Deus, da cidade do Rei eterno, da Esposa de Cristo... Perguntemo-nos, então, o que pode ser a
casa de Deus, o seu templo, a sua cidade, a sua Esposa. Tenho de o dizer com temor e
respeito: somos nós. Sim, nós somos tudo isso, mas no coração de Deus. Somo-lo pela sua
graça e não pelos nossos méritos... A humilde confissão das nossas penas provoca a sua
compaixão. Esta confissão dispõe Deus a vir em socorro da nossa fome como um pai de
família e a fazer-nos encontrar junto dele pão em abundância. Somos, portanto, a sua casa
onde nunca falta o alimento da vida...
"Sede santos, está escrito, porque eu, o vosso Senhor, sou santo" (Lv 11,44). E o apóstolo
Paulo diz-nos: "Não sabeis que os vossos corpos são o templo do Espírito Santo e que o
Espírito Santo tem em vós a sua morada?" Mas bastará a própria santidade? Segundo o
apóstolo, é necessário também a paz: "Procurai, diz ele, viver em paz com toda a gente e
também a santidade, sem a qual ninguém verá a Deus" (He 12,14). É esta paz que nos faz
viver juntos, unidos como irmãos, é ela que constroi para o nosso Rei uma cidade toda nova
chamada Jerusalém, o que quer dizer: visão da paz...
Por fim, é o próprio Deus quem nos diz: "Desposei-te na fé, desposei-te no julgamento e na
justiça" (a dele, não a nossa), "desposei-te na ternura e na misericórdia" (Os 2,22.21). Não é
verdade que ele se comportou como um esposo? Não vos amou como um esposo, com o
ciúme dum esposo? Então, como poderíeis não vos considerar como a esposa? Assim, meus
irmãos, uma vez que temos a prova de que somos a casa do Pai de família por causa da
abundância dos bens que recebemos, o templo de Deus por causa da nossa santificação, a
cidade do grande Rei por causa da nossa comunhão de vida, a esposa do Esposo imortal por
causa do amor, parece-me que posso afirmar sem receio: esta festa é a nossa festa!
Cardeal John Henry Newman (1801-1890), padre, fundador de comunidade religiosa, teólogo
«Destruí este templo, e em três dias Eu o levantarei!»
O Templo judeu, visível e material, estava confinado a um só lugar. Não cabia nele o mundo
inteiro, nem mesmo uma nação, mas apenas algumas pessoas da multidão. Mas o templo
cristão é invisível e espiritual, e pode ser em qualquer sítio. [...] Jesus diz à Samaritana: «Mas
chega a hora - e é já - em que os verdadeiros adoradores hão-de adorar o Pai em espírito e
verdade, pois são assim os adoradores que o Pai pretende» (Jo 4,23). «Em espírito e em
verdade», porque, a menos que seja invisível, a sua presença não pode ser real. O que é visível
não é o real; o que é material desagregar-se-á; o que está em determinado lugar é um
fragmento, apenas.
O templo de Deus, no regime cristão, é todo o lugar onde os cristãos se juntam em nome de
Cristo; Ele está também presente de forma completa em cada lugar, como se não estivesse em
mais nenhuma outra parte. E podemos entrar nesse templo, e juntarmo-nos aos santos que
nele moram, à família celeste de Deus, de forma tão real quanto o adorador judeu entrava no
recinto visível do Templo. Nada vemos deste nosso templo espiritual, mas é a condição
requerida para que ele esteja em todo o lado. Ele não estaria em todo o lado se o víssemos
num local específico; nada vemos, então, mas fruímos de tudo.
Já os profetas do Antigo Testamento no-lo apresentavam assim. Isaías escreveu: «No fim dos
tempos o monte do templo do Senhor estará firme, será o mais alto de todos, e dominará sobre
as colinas. Acorrerão a ele todas as gentes» (Is 2,2). O templo cristão foi desvelado a Jacob
[...] quando em sonhos viu «uma escada apoiada na terra, cuja extremidade tocava o céu; e, ao
longo desta escada, subiam e desciam mensageiros de Deus» (Gn 28,12), e também ao servo
de Eliseu: «O Senhor abriu os olhos do servo e ele viu o monte repleto de cavalos e carros de
fogo, em redor de Eliseu» (2Rs 6,17). Trata-se de antecipações do que iria ser estabelecido
com a chegada de Cristo, que «abriu o Reino de Deus a todos os crentes». Por isso, São Paulo
diz: «Vós, porém, aproximastes-vos do monte Sião e da cidade do Deus vivo, da Jerusalém
celeste, de miríades de anjos, da reunião festiva» (He 12,22).
Pregador do Papa: Mandamentos não são limites, mas chaves para ser feliz
Padre Cantalamessa comenta o Evangelho do próximo domingo
ROMA, quinta-feira, 16 de março de 2006 (ZENIT.org).- Publicamos o comentário das
leituras da liturgia eucarística do próximo domingo (III de Quaresma) do padre Raniero
Cantalamessa OFM Cap --pregador da Casa Pontifícia--, que tem como encargo iniciar na
sexta-feira sua série de pregações ao Papa e a seus colaboradores da Cúria Romana com
ocasião deste tempo litúrgico.
**
III Domingo de Quaresma B
(Êxodo 20, 1-17; 1 Corintios 1, 22-25; João 2, 13-25).
Os dez mandamentos
O Evangelho do terceiro domingo da Quaresma tem como tema o templo.
Jesus purifica o antigo templo, expulsando do mesmo, com o chicote de cordas, vendedores e
mercadorias, então apresenta a si mesmo como o novo templo de Deus que os homens
destruirão, mas que Deus fará ressurgir em três dias.
Mas desta vez desejaria deter-me na primeira leitura, porque contém um texto importante: o
decálogo, os dez mandamentos de Deus. O homem moderno não compreende os
mandamentos; toma-os por proibições arbitrárias de Deus, por limites postos a sua liberdade.
Mas os mandamentos de Deus são uma manifestação de seu amor e de sua solicitude paterna
pelo homem. «Cuida de praticar do que te fará feliz» (Dt 6, 3; 30, 15s): este, e não outro, é o
objetivo dos mandamentos.
Em alguns passos perigosos do caminho que leva ao Sinai, onde os dez mandamentos foram
dados por Deus, para evitar que algum distraído ou inexperiente saia do caminho e se
precipite ao vazio, colocaram-se sinais de perigo, alertas, ou se criaram barreiras. O objetivo
dos mandamentos não é diferente disso. Nós mesmos vemos o que passa na sociedade quando
se pisoteiam sistematicamente certos mandamentos, como o de não matar ou não roubar...
Jesus resumiu todos os mandamentos, e mais, toda a Bíblia, em um único mandamento, o do
amor a Deus e ao próximo. «Destes dois mandamentos pendem toda a Lei e os Profetas» (Mt
22, 40). Tinha razão Santo Agostinho ao dizer: «Ama e faz o que quer». Por que, se ama de
verdade, tudo o que fizer será para o bem. Inclusive se rejeita e corrige, será por amor, pelo
bem de outro.
Mas os dez mandamentos há que observá-los em conjunto; não se podem observar cinco e
violar os outros cinco, ou inclusive um só deles. Certos homens da máfia honram
escrupulosamente seu pai e sua mãe; mas se permitiriam «desejar a mulher do próximo», e se
um filho seu blasfema, reprovam-no asperamente, mas não matar, não mentir, não cobiçar os
bens alheios são tema à parte. Deveríamos examinar nossa vida para ver se também nós
fazemos algo parecido, isto é, se observamos escrupulosamente alguns mandamentos e
transgredimos alegremente outros, ainda que não sejam os mesmos dos mafiosos.
Desejaria chamar a atenção em particular sobre um dos mandamentos que, em alguns
ambientes, transgride-se com maior freqüência: «Não tomarás o nome de Deus em vão». «Em
vão» significa sem respeito, ou pior, com desprezo, com ira, em resumo, blasfemando. Em
certas regiões, há pessoas que usam a blasfêmia como uma espécie de intercalação em suas
conversas, sem ter em absoluto em conta os sentimentos de quem escuta. Também muitos
jovens, especialmente se estão em companhia, blasfemam repetidamente com a evidente
convicção de impressionar assim as moças presentes. Emprega-se muita diligência para
convencer um ser querido de que deixe de fumar, dizendo que prejudica a saúde; por que não
fazer o mesmo para convencê-lo de que deixe de blasfemar?
[Traduzido por Zenit]
ZP06031621
Pregador do Papa: é necessário uma igreja para ser cristão?
Meditação por ocasião da Dedicação da Basílica de São João de Latrão
CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 7 de novembro de 2008 (ZENIT.org).- Publicamos o
comentário do Pe. Raniero Cantalamessa, OFM Cap. – pregador da Casa Pontifícia –, sobre
liturgia do próximo domingo, 9 de novembro, Dedicação da Basílica de São João de Latrão,
catedral do bispo de Roma.
9 de novembro: Dedicação da Basílica de São João de Latrão
Ezequiel 47, 1-2.2.8-9; Salmo 45; I Coríntios 3, 9-13.16-17; João 2, 13-22
Esta é a casa de Deus!
Este ano, no lugar do XXXII domingo do Tempo Comum, celebra-se a festa da dedicação da
igreja-mãe de Roma, a Basílica de São João de Latrão, dedicada em um primeiro momento ao
Salvador e depois a São João Batista. Que representa para a liturgia e para a espiritualidade
cristã a dedicação de uma igreja e a própria existência da igreja, entendida como lugar de
culto? Temos que começar com as palavras do Evangelho: «Mas chega a hora (já estamos
nela) em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque
assim quer o Pai que sejam os que o adoram».
Jesus ensina que o templo de Deus é, em primeiro lugar, o coração do homem que acolheu sua
palavra. Falando de si e do Pai, diz: «viremos a ele, e faremos morada nele» (João 14, 23). E
Paulo escreve aos cristãos: «Não sabeis que sois santuário de Deus?» (1 Coríntios 3, 16).
Portanto, o crente é templo novo de Deus. Mas o lugar da presença de Deus e de Cristo
também se encontra «onde estão dois ou três reunidos em meu nome» (Mateus 18, 20). O
Concílio Vaticano II chama a família de «igreja doméstica» (Lumen Gentium, 11), ou seja, um
pequeno templo de Deus, precisamente porque, graças ao sacramento do matrimônio, é, por
excelência, o lugar no qual «dois ou três» estão reunidos em seu nome.
Por que, então, os cristãos dão tanta importância à igreja, se cada um de nós pode adorar o Pai
em espírito e verdade em seu próprio coração ou em sua própria casa? Por que é obrigatório ir
à igreja todos os domingos? A resposta é que Jesus não nos salva separadamente; veio para
formar um povo, uma comunidade de pessoas, em comunhão com Ele e entre si.
O que é a casa para uma família, é a igreja para a família de Deus. Não há família sem uma
casa. Um dos filmes do neo-realismo italiano que ainda recordo é «O teto» («Il tetto»), escrito
por Cesare Zavattini e dirigido por Vittorio De Sica. Dois jovens, pobres e enamorados, se
casam, mas não têm uma casa. Nos arredores de Roma, após a 2ª Guerra Mundial, inventam
um sistema para construir uma, lutando contra o tempo e a lei (se a construção não chega até o
teto, à noite será demolida). Quando no final terminam o teto, estão certos de que têm uma
casa e uma intimidade própria e se abraçam felizes; são uma família.
Vi esta história se repetir em muitos bairros de cidade, em povoados e aldeias, que não tinham
uma igreja própria e tiveram de construir-se uma por sua conta. A solidariedade, o
entusiasmo, a alegria de trabalhar juntos com o sacerdote para dar à comunidade um lugar de
culto e de encontro são histórias que valeriam a pena levar às telas como no filme de De
Sica...
Agora, temos que evocar também um fenômeno doloroso: o abandono em massa da
participação na igreja e, portanto, na missa dominical. As estatísticas sobre a prática religiosa
são para fazer chorar. Isto não quer dizer que quem não vai à igreja necessariamente perdeu a
fé; não, o que acontece é que se substitui a religião instituída por Cristo pela chamada religião
«a la carte». Nos Estados Unidos dizem «pick and choose», pegue e escolha. Como no
supermercado. Deixando a metáfora de lado, cada um forma sua própria idéia de Deus, da
oração e fica tranqüilo.
Esquece-se, deste modo, que Deus se revelou em Cristo, que Cristo pregou um Evangelho,
que fundou uma ekklesia, ou seja, uma assembléia de chamados, que instituiu os sacramentos,
como sinais e transmissores de sua presença e de sua salvação. Ignorar tudo isto para criar a
própria imagem de Deus expõe ao subjetivismo mais radical. Neste caso, se verifica o que
dizia o filósofo Feuerbach: Deus é reduzido à projeção das próprias necessidades e desejos. Já
não é Deus quem cria o homem à sua imagem, mas o homem cria um deus à sua imagem.
Mas é um Deus que não salva!
Certamente, uma realidade conformada só por práticas exteriores não serve de nada; Jesus se
opõe a ela em todo o Evangelho. Mas não há oposição entre a religião dos sinais e dos
sacramentos e a íntima, pessoal; entre o rito e o espírito. Os grandes gênios religiosos
(pensemos em Agostinho, Pascal, Kierkegaard, Manzoni) eram homens de uma interioridade
profunda e sumamente pessoal e, ao mesmo tempo, estavam integrados em uma comunidade,
iam à sua igreja, eram «praticantes».
Nas Confissões (VIII, 2), Santo Agostinho narra como acontece a conversão do grande orador
e filósofo romano Victorino. Ao converter-se à verdade do cristianismo, dizia ao sacerdote
Simpliciano: «Agora sou cristão». Simpliciano lhe respondia: «Não creio até ver-te na igreja
de Cristo». O outro lhe perguntou: «Então, são as paredes que nos tornam cristãos?». E o tema
ficou no ar. Mas um dia Victorino leu no Evangelho a palavra de Cristo: «quem se
envergonha de mim e de minhas palavras, desse se envergonhará o Filho do homem».
Compreendeu que o respeito humano, o medo do que pudessem dizer seus colegas, o impedia
de ir à igreja. Foi visitar Simpliciano e lhe disse: «Vamos à igreja, quero tornar-me cristão».
Creio que esta história tem algo a dizer hoje a mais de uma pessoa de cultura.
[Tradução: Élison Santos. Revisão: Aline Banchieri]
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Evangelho segundo S. João 2,1-12. Ao terceiro dia, celebrava