Associação Internacional de Escolas Cristãs – Brasil A confessionalidade na escola Dilean Martins, Coordenadora Pedagógica da ACSI-Brasil O termo confessional vem da ideia de confissão. É possível entender que, a todo o momento, pessoas, empresas, escolas, etc. confessam algo com suas atitudes e crenças. Não há neutralidade em nossos atos, eles revelam aquilo que está em nossos corações. Como já dizia Jesus, “pelo fruto conhecemos a árvore”, ou ainda, “a boca fala do que o coração está cheio”. Há uma relação direta entre o que confessamos e o que fazemos. No Brasil, é possível, apesar do Estado incentivar a escola laica, identificar a escola dentro de alguma confissão. Na educação essa questão da confessionalidade se torna evidente na Proposta Pedagógica, no Regimento, nas atividades oferecidas, nos eventos escolares, no material didático, enfim, em todas as áreas da escola. Toda educação é confessional! No entanto, é comum a sociedade relacionar o termo a alguma educação religiosa, quando na verdade, todas as escolas, de uma forma explícita ou implícita, confessam algo. Até mesmo o professor na sala de aula, com a sua postura e na forma de compartilhar o conhecimento, confessa a sua visão de mundo, seus valores e princípios. É importante que as famílias, ao buscarem escolas para seus filhos, observem a confissão (filosofia e princípios) que a escola compartilha, pois esta deve ser compatível com os valores da família para haver um fortalecimento do ensino nas crianças. A Educação Cristã por seu próprio nome já se identifica como divulgadora e promotora de princípios cristãos, ou seja, além de capacitar o aluno academicamente para a vida em sociedade, ela tem em sua prática a intenção de compartilhar os valores do cristianismo, pois crê e confessa que estes valores são relevantes para a vida futura do aluno. No decorrer da história da educação no mundo, escolas cristãs têm se destacado por apresentar um resultado de excelência, o que por sinal é uma marca do cristianismo. Lutero dizia que a educação cristã era o caminho de libertação do povo não somente da ignorância, mas também da opressão diabólica que a ignorância traz. Conduzir os alunos a desenvolverem uma cosmovisão cristã é tarefa da escola cristã. É necessário e urgente que escolas cristãs revejam seus pressupostos e até mesmo a sua razão de existir para então reafirmar a sua confissão e realinhar a sua prática a esta confissão. Como cristãos, não podemos abrir mão daquilo que Deus tem nos comissionado a fazer, e nem tampouco fazê-lo de modo “negligente”. Afinal, somos embaixadores do Reino através do ministério da Educação Cristã. Texto inspirado no capítulo “A dimensão humana da educação confessional”, do livro Confessionalidade e Construção Ética na Universidade, de Inez Augusto Borges. Ed. Mackenzie, 2008. www.acsibrasil.org