TÉCNICA A U L A S O B R E S O B R E P O S I Ç Ã O D E B AT E R I A S Mono ou Estéreo? Uma questão que surge com frequência é se o sample composto que você está criando deve ser salvo como um arquivo mono ou estéreo. Obviamente, a resposta é “depende...”. Pessoalmente, eu costumo trabalhar em estéreo até o final do processo, já que isso me permite usar qualquer processamento que eu quiser sem a preocupação de compatibilidade. Eu só decido se vou manter o resultado como arquivo estéreo ou mono, ou ambos, quando acabo de esculpir o som. Normalmente, não existe nenhum problema em renderizar em estéreo, mas samples mono podem sofrer um cancelamento de fase, especificamente onde você tiver usado certos processos de ampliação estéreo. Por outro lado, samples mono ocupam metade do espaço, o que pode acabar sendo benéfico em uma vasta biblioteca; e não existe nenhuma vantagem em renderizar como estéreo se todas as camadas e processamentos forem mono. (Obviamente, você pode adicionar estéreo a tais samples na mixagem, com efeitos de mandada ou efeitos de insert de mono para estéreo.) atrapalharem. É bom manter a ordem de canais por elementos, com o attack no canal um, decay (se existir algum) em seguida, depois sustentação e depois release. Cada elemento também pode ser submetido ao seu próprio processamento dinâmico, equalização ou outros tratamentos. Além disso, depois que o projeto é salvo, você pode voltar a ele e trocar qualquer elemento por outro de um sample diferente, tornando este método o mais simples e mais produtivo ‘na hora’ para sobrepor baterias. Para alinhar os elementos, a melhor ferramenta é o Figura 4a: O arquivo fonte para o nosso segundo exemplo de bumbo. recurso de ‘nudge’ da sua DAW. Configurálo para deslocar em milissegundos permite um preciso e detalhado mapeamento dos elementos diferentes. (Veja a figura 6 e o exemplo de áudio 4.) Frequência: summing e cancelamento de fase Mas não precisamos parar por aqui! O método que eu adotei para os instrumentos da Stretch That Note, incluindo o DruMM, envolve o uso criativo de cancelamento de fase e processamento M/S (middle e sides). Estas técnicas geram excelentes resultados e oferecem muito mais definição do que você pode obter com sobreposições de formas de onda inteiras e sem apresentar os mesmos problemas. Não existe nada inerentemente errado com sobreposições de formas de onda completas – se isso funciona e lhe dá os resultados desejados, ótimo – mas eu acho que isso não acontece na maior parte do tempo e que muitas vezes apresenta mais perguntas do que oferece respostas. Para compreender por que, e por que as minhas técnicas dão melhores resultados, primeiro é preciso compreender o assunto de fase e como o som se comporta em termos de summing, mascaramento, colisão e cancelamento. O summing acontece quando dois sons idênticos são combinados: o resultado é literalmente a soma de suas amplitudes. Exatamente como na matemática, uma soma pode lhe dar um resultado positivo ou negativo, ou nada. Se você não tiver muita certeza sobre o cancelamento de fase, experimente este simples exercício de onda senoidal. Você logo compreenderá o que eu quero dizer e conseguirá acompanhar o restante desta matéria com facilidade: 1. Crie uma onda senoidal em -9dB e depois duplique em outro canal. 2. Misture a duplicata de volta com a original. Isso resulta em um aumento de 6dB na amplitude. 3. Agora crie uma onda senoidal dual-mono padrão em 440Hz (a Synthesis Tool do Reaper pode fazer isso). Por padrão, os dois canais estão em fase. 4. Inverta a polaridade (ou ‘vire a fase’) de um canal e some ambos os canais para mono. O resultado deve ser um silêncio total, mas, se você mutar um canal, conseguirá ouvir o outro. Isso demonstra algo que todos nós sabemos: ao somar +1 com -1, você tem um belo zero. Em termos de formas de onda de áudio, os picos cancelam os pontos baixos e viceversa, então o resultado é silêncio. Isso é chamado de cancelamento de fase total. Se você aumenta ou atenua um canal, o grau de reforço ou cancelamento muda, lhe dando um sinal adequadamente mais alto ou mais moderado, devido ao cancelamento de fase parcial. Fase no mundo real O nosso trabalho é dominar este conceito e aprender a aproveitar sua capacidade para criar samples de ótimo som! Mas, no mundo real, normalmente estamos lidando com fontes muito mais complexas do que estes simples exemplos de onda senoidal e, ao combiná-las, o reforço e o cancelamento são correspondentemente mais complexos – então, se você for descuidado sobre a maneira em que combina os seus sons, os resultados serão imprevisíveis, para dizer o mínimo. É claro, você obterá alguns ótimos resultados, mas não terá controle sobre eles e também obterá muitas coisas abaixo do padrão... Às vezes, dois sons simplesmente não ‘combinam’ – algo que chamamos de colisão - e isso pode acontecer por vários motivos: conteúdo enarmônico encontrando Figura 4b: O elemento de attack com ‘topping and tailing’ do segundo bumbo. 84 Novembro 2012 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r