GT 03 – Formação de Professores e Diversidade
EDUCAÇÃO E HOMOSSEXUALIDADE: UM MAPEAMENTO DA
PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA
Fernando Luís Oliveira Athayde Paes1
Ademilson Batista Paes2
Resumo
O artigo está alicerçado na concepção que os teóricos classificam de “estado da arte” ou
“estado do conhecimento”. O balanço ou mapeamento, aqui, encetado, diz respeito ao
desenvolvimento da produção científica brasileira, sobretudo no formato de artigos
científicos, dissertações e teses e que tenham como tema ou objeto educação e
homossexualidade. Para tanto, foram levantados, por meio eletrônico, nas plataformas da
BDTD (Biblioteca Digital de Teses e Dissertações) do IBICT, do SCIELO e de outros, os
trabalhos produzidos em Programas de Pós-Graduação nas áreas do Direito, da Sociologia, de
Letras e de Educação. Em termos gerais, apurou-se a quantidade de duzentos e cinquenta e
cinco (255) pesquisas, dentre as quais somente quarenta e duas (42) foram desenvolvidas na
área de Educação. Os temas contemplados giram em torno de prática docente, formação de
professores, manuais para abordagem da temática homossexualidade em sala de aula, entre
outros. Muito férteis na área e com relativo desenvolvimento no campo da educação, percebese que os estudos situam-se ainda de forma panorâmica, e os sujeitos - gays/homossexuais pouco aparecem enquanto objetos nas pesquisas desenvolvidas. Instigante seria poder
responder ao questionamento oriundo das buscas realizadas: as pesquisas nas diversas áreas
aqui elencadas teriam sido desenvolvidas por pesquisadores homossexuais ou heterossexuais?
Há um dado curioso que poderia dizer um pouco mais sobre, por exemplo, os aportes teóricos
escolhidos e até sobre as possíveis conclusões a que chegaram seus autores. Por fim, uma
ausência: nenhum trabalho localizado em Programas de Pós-Graduação em História. Nesse
sentido, acredita-se que os aportes teórico-metodológicos da Nova História Cultural (NHC) e
da História Oral (HO) podem, e, muito, contribuir para o desvelamento da infância, da
escolarização e da profissionalização daqueles que em muitos cantos e recantos foram
singulares.
Introdução
A temática acerca da diversidade, sobretudo aquela que diz respeito à sexualidade,
vem sendo debatida, abordada, contemplada, muito recentemente, com maior ênfase nas duas
últimas décadas. Na busca por torná-la mais visível, têm sido desenvolvidas, na sociedade
brasileira, frentes de atuação e ação, tanto na esfera pública como no âmbito de movimentos
da sociedade civil; ações e projetos por parte do Estado brasileiro na realização de eventos,
1
Docente do curso de Pedagogia (UEMS - Unidade Universitária de Paranaíba). Vice-líder do Grupo de Estudos
e Pesquisas em Educação, Memória e Diversidade (GEPEDIR).
2
Docente dos cursos de Pedagogia e Geografia (UEMS). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em História e
Historiografia da Educação Brasileira (GEPHEB) e do GEPEDIR.
tais como a I Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais –
GLBT, promovida pela Secretaria Especial de Direitos Humanos (SDH), vinculada à
Presidência da República, em junho de 2008, na cidade de Brasília (DF); a II Conferência
Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis
e Transexuais – LGBT, também promovida pela SDH em dezembro de 2011, em Brasília
(DF). Outro marco significativo foi a criação do Conselho Nacional de Combate à
Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Travestis e Transexuais
(CNCD/LGBT), vinculado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República,
criado pela Medida Provisória 2216-37, de 31/08/2001. Em 2010, o Conselho, por meio do
Decreto 7.388, passou a ter a responsabilidade de propor e formular políticas para o âmbito
nacional, destinadas ao combate à discriminação e à promoção dos direitos desses sujeitos.
Também na esfera pública, importa registrar as inúmeras conferências promovidas pelos
estados, como as ocorridas em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Rio Grande do Sul,
Amazonas, Pará, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul etc, como também nas
municipalidades espalhadas pelo país.
No âmbito da sociedade civil organizada importante reconhecer que o tema vem sendo
fomentado por meio de inúmeras ações, mormente, pelo surgimento de organizações não
governamentais, sob a sigla LGBT. Um exemplo a ser seguido é o da Associação Brasileira
de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais (ABGLT), a qual tem desencadeado
ações que visam à superação de inúmeras barreiras e obstáculos no âmbito social. Esse
seguramente não é o único caso, mas dadas as proporções do presente texto, mencionamos
apenas um, e deixamos de elencar tantos outros, que nos mais diversos cantos e recantos do
país, têm alavancado a discussão sobre a diversidade sexual e sobre o respeito e aceitação que
devem permear um assunto tão caro às minorias.
Por outro lado, no âmbito educacional parece-nos que o tema “homossexualidade” tem
sido pouco contemplado, debatido, analisado. Embora o presente balanço registre um número
razoável de pesquisas, é preciso admitir que as iniciativas ainda são exíguas, tendo em vista a
realidade escolar brasileira. Dessa forma, pretendemos aqui, apontar a produção científica
cujo tema seja “educação e homossexualidade” e estabelecer um balanço quantitativo ou
mapa para aqueles que pretendam conhecer a sua produção ou de alguma forma já estejam
envolvidos com essa temática.
Notas sobre pesquisas na modalidade “estado da arte”
A presença desse tipo de produção é muito nova, e sua realização tem sido muito
recente no campo da pesquisa em educação. Trata-se de modalidade bibliográfica, cujo alvo
seja tema ou campo considerável em sua produção e que requeira espécie de mapeamento das
realizações, desvelamento dos aportes teóricos, procedimentos metodológicos, objetos,
recortes temporais, conforme elucida Ferreira:
Nos últimos quinze anos tem se produzido um conjunto significativo de
pesquisas conhecidas pela denominação “estado da arte” ou “estado do
conhecimento”. Definidas como de caráter bibliográfico, elas parecem trazer
em comum o desafio de mapear e de discutir uma certa produção acadêmica
em diferentes campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e
dimensões vêm sendo destacados e privilegiados em diferentes épocas e
lugares, de que formas e em que condições têm sido produzidas certas
dissertações de mestrado, teses de doutorado, publicações em periódicos e
comunicações em anais de congressos e de seminários. Também são
reconhecidas por realizarem uma metodologia de caráter inventariante e
descritivo da produção acadêmica e científica sobre o tema que busca
investigar, à luz de categorias e facetas que se caracterizam enquanto tais em
cada trabalho e no conjunto deles, sob os quais o fenômeno passa a ser
analisado. (FERREIRA, 2002, p. 258).
O motivo ou o desejo de se conhecer o já pesquisado é o que de fato move tais iniciativas, as
quais contribuem também para os pesquisadores de uma mesma área ou campo vislumbrarem lacunas
e objetos ainda não contemplados ou até mesmo pouco estudados. A mesma autora destaca ainda o
caráter inusitado dessa modalidade de pesquisa:
Sustentados e movidos pelo desafio de conhecer o já construído e produzido
para depois buscar o que ainda não foi feito, de dedicar cada vez mais
atenção a um número considerável de pesquisas realizadas de difícil acesso,
de dar conta de determinado saber que se avoluma cada vez mais
rapidamente e de divulgá-lo para a sociedade, todos esses pesquisadores
trazem em comum a opção metodológica, por se constituírem pesquisas de
levantamento e de avaliação do conhecimento sobre determinado tema.
(FERREIRA, 2002, p. 259).
Seguindo essa lógica e sensível ao cenário atual de produção e circulação do
conhecimento, como também ciente de que há uma proliferação de revistas científicas, de
programas
de
pós-graduação
questionamentos, tais como:
entre
outros
fatores,
constantemente
levantamos
Quais são os temas mais focalizados? Como estes têm sido abordados?
Quais as abordagens metodológicas empregadas? Quais contribuições e
pertinência destas publicações para a área? O que é de fato específico de
uma determinada área da educação, a formação de professores, o currículo, a
formação continuada, as políticas educacionais? Parece que o interesse pelos
temas educacionais não tem sido suficiente para que mudanças significativas
ocorram nos espaços de formação, sejam escolares ou não escolares.
(ROMANOWSKI & ENS, 2006, p. 38).
Embora a ampliação dessa modalidade de pesquisa seja uma realidade no presente,
pode-se admitir que ela não tem sido muito intensa na área educacional, apesar de sua
necessidade já ter sido mencionada ainda na década de 1980 por autores vinculados à área,
conforme elucidado a seguir:
A necessidade de realizar estados da arte já foi indicada por Lüdke (1984, p.
80), no Seminário “A Didática em Questão”, pois, segundo ela, podem
constituir “um marco histórico”, de uma área de conhecimento
possibilitando verificar sua evolução. Esse tipo de pesquisa, que segundo
Brandão (1986, p. 7) é usual na literatura científica americana, é pouco
conhecido entre pesquisadores no Brasil. O termo estado da arte resulta de
uma tradução literal do Inglês, e, conforme a autora, tem por objetivo
realizar levantamentos do que se conhece sobre um determinado assunto a
partir de pesquisas realizadas em uma determinada área. (ROMANOWSKI
& ENS, 2006, p. 40).
Pesquisa na modalidade “estado da arte” requer procedimentos e etapas bem
elaboradas e organizadas; sua execução passa por procedimentos previamente calculados e
planejados, como a definição dos descritores utilizados em buscas em sites e/ou bancos de
dados, como os que estão vinculados às instituições de pesquisa no país ou não, aos
programas de pós-graduação, às versões eletrônicas de periódicos, entre tantos outros.
Localizados os trabalhos, desenvolve-se uma segunda etapa, a análise do material os resumos
ou os próprios trabalhos -, estabelecem-se então categorias que favorecerão um balanço das
produções encontradas, tipos de pesquisa, aportes teóricos, procedimentos metodológicos e
outros.
Por outro lado, não se pode desconsiderar que pesquisas com essas características
trazem limitações e obstáculos atinentes à sua própria formatação, como por exemplo: a) os
bancos de dados nem sempre se encontram atualizados com a recentíssima produção; b) os
descritores apresentam problemas no próprio formato e assim, vez por outra é necessário
refinar a busca em título, resumo, palavra-chave para ampliar o mapeamento de determinado
tema; c) nem sempre o trabalho constante em determinado banco de dados encontra-se on-
line, fato gerador de certa frustração por não poder acessá-lo e nem desvelá-lo com mais
proficuidade.
Para o presente artigo, não serão efetuadas análises mais acuradas do conteúdo
apurado, dadas as dimensões limitadoras do próprio texto. Os autores tiveram como foco tão
somente indicar a quantidade de investigações sobre o tema para que outros possam encetar
novas buscas ou realizar novas pesquisas.
Educação e homossexualidade: um balanço
Os dados apresentados aqui foram apurados por meio de levantamento realizado em
sítio eletrônico com o descritor “formação de professores e diversidade sexual”, no sistema de
Biblioteca Digital (BDTD) do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
(IBICT), onde foi localizado apenas um (01) trabalho. Para refinar a busca, foram utilizados
os termos homossexualidade e gays, os quais permitiram detectar duzentos e cinquenta e
cinco (255) trabalhos, entre teses e dissertações, produzidas em diversas áreas do
conhecimento, como Comunicação Social, Educação, História, Física, Letras, Serviço Social,
Gerontologia, Antropologia, Sociologia, Psicologia, Comunicação, Ciências da Religião,
Teologia, Linguística etc.
Quadro 01 – Teses e dissertações – Homossexualidade/Gays
Instituição
USP
UNICAMP
UFRGS
UERJ
UFSC
UFPE
UFBA
UFC
UNESP
FIOCRUZ
PUC-RIO
UFU
UNB
PUC-RS
UFG
UFPB
FURB
METODISTA
UEL
UFPA
UFRN
UNFOR
EST
IPM
UFSCar
Trabalhos
36
26
24
16
16
14
10
10
10
08
07
07
07
06
06
06
05
05
04
04
04
04
03
03
03
UINCAP
UCB
UFAM
UFS
UNISINOS
03
02
02
02
02
Fonte: BDTD - IBICT
Como delimitação para o presente texto, a busca selecionou apenas aqueles vinculados
a Programas de Pós-Graduação em Educação, e assim foi localizados um total de quarenta e
dois (42) trabalhos, a saber:
Quadro 02 – Teses e dissertações – Educação
Instituição
Título
UNICAMP
Quem sou eu? Que lugar ocupo: grupos gays, educação e a
construção do sujeito homossexual
Identidades heterogêneas na contemporaneidade violenta: um
estudo a partir de uma sala de aula singular
Habitus de gênero e experiência escolar: jovens gays no
Ensino Médio em São Paulo
Deixem que digam, que pensem, que falem: a homofobia na
visão dos formandos de Licenciatura da UFRPE
Educação e sexualidade: vivências sócio-educacionais de
jovens homossexuais (Cuiabá-MT)
Muito prazer, sou Cellos, sou de luta: a produção da
identidade ativista homossexual
Entre visibilidades e invisibilidades: sentidos produzidos sobre
as relações vividas na escola por homossexuais
Pelo Sentido da Vida: um olhar gay na escola
Diversidade sexual na escola: um “problema” posto à mesa
O discurso sobre a homossexualidade no universo escolar: um
estudo no curso de licenciatura em Educação Física
Sociabilidades de jovens homossexuais nas ruas de São Paulo:
deslocamentos e fronteiras
O Discurso pedagógico pela diversidade sexual e sua (re)
articulação no campo escolar
Silêncio e invisibilidade: a atitude discriminatória de
professores diante da homossexualidade na escola
Cartografia dos corpos estranhos: narrativas ficcionais das
homossexualidades no cotidiano escolar
Como vêem, o que pensam, como agem os professores de
ciências do município de Aracaju frente à homossexualidade
A suposta homossexualidade
UFRGS
USP
UFPE
UFMT
FURG
UNIMEP
UFPel
UFC
UFPR
USP
UFPE
UNINOVE
UNISO
FUFSE
UNICAMP
UFPE
UFC
UFU
USP
UFRJ
As rosas por trás dos espinhos: discursos e sentidos na
formação de professores em face do debate da homofobia
Sexualidade e Relações de Gênero na Escola: uma cartografia
dos saberes, práticas e discursos dos/as docentes
A diversidade entra na escola: histórias de professores e
professoras que transitam pelas fronteiras das sexualidades e
do gênero
A igualdade ainda vai chegar: desafios para a construção da
"cultura do respeito" aos direitos de cidadania do segmento
LGBTT em uma escola pública do município de São Paulo
No quadro: o tema diversidade sexual na escola,
com foco na homossexualidade.
Ano de
defesa
2005
2006
2006
2006
2006
2007
2007
2008
2008
2008
2009
2009
2009
2009
2009
2009
2009
2009
2009
2010
2010
Nas carteiras escolares: os professores.
USP
Rompendo a mordaça: representações de professores e
professoras do Ensino Médio sobre homossexualidade
Relações de gênero, diversidade sexual e políticas públicas de
educação: uma análise do Programa Brasil Sem Homofobia
A agenda Anti-Homofobia na educação brasileira (2003-2010)
O Kit Anti-Homofobia e os discursos sobre diversidade sexual
Corpos Controlados, Práticas Costumeiras: homofobia e
violência na escola
2010
UNESP
(Marília – SP)
Da política educacional à política da escola: os silêncios e
sussurros da diversidade sexual na escola pública
2012
UERJ
Emancipação social e exclusão no cotidiano escolar: a
homofobia e sua influência nas tessituras identitárias
Educação e Direitos Humanos: o caso do Programa Brasil
Sem Homofobia
Percepções de professores/as sobre gênero, sexualidade e
homofobia: pensando a formação continuada a partir de relatos
da prática docente
O “Bloco das Irenes”: articulações entre amizade,
homossexualidade(s) e o processo de envelhecimento
Uma ala para travestis, gays e seus maridos: pedagogias
institucionais da sobrevivência no presídio central de Porto
Alegre
"Eu tenho esse preconceito, mas eu sempre procurei respeitar
os meus alunos": desafios da formação continuada em gênero
e sexualidade
“Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é": o
performativo curricular - na análise de torpedo um vídeo do
Kit Escola sem homofobia
Entre ditos e não ditos: a marcação social de diferenças de
gênero e sexualidade por intermédio das práticas escolares da
Educação Física
Diferença em disputa: os embates acerca do kit antihomofobia (2004-2012)
Homofobia na escola: análise do livro de ocorrência escolar
2012
USP
UFSC3
UFSCar
UNITIRADENTES
METODISTA (SP)
USP
UFRGS
UFRGS
UnB
UFBA
UNESP
(Presidente
Prudente)
UERJ
UNESP
(presidente
prudente)
UNICAMP
Marcas da experiência na formação docente em gênero e
diversidade sexual: um olhar sobre o curso "Gênero e
diversidade na escola”
UEMS
Violências de gênero mediante percepções de estudantes do
Ensino Médio de uma escola pública em Paranaíba/MS
UEMS
Vozes (des)veladas... Memórias de homossexuais sobre
práticas escolares
UNESP
Educação audiovisual da sexualidade: olhares a partir do Kit
(Araraquara – SP)
Anti-homofobia
UNESP
O estado da arte sobre as temáticas sexualidade, educação
(Araraquara – SP)
sexual e gênero nos Encontros Nacionais de Didática e Prática
de Ensino – ENDIPE 1996-2012)
Fontes: BDBT (IBICT) e Banco de Teses e Dissertações (Domínio Público)
2011
2011
2012
2012
2012
2013
2013
2014
2014
2014
2014
2014
2014
2015
2015
2015
2015
2015
Tendo em vista a ampliação da produção, verificou-se também a publicação de artigos
científicos como foco sobre educação e gays/homossexuais. Para tanto, o levantamento foi
3
A pesquisa foi desenvolvida no Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas.
realizado no Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), cujos descritores utilizados
foram: gays, homofobia e diversidade sexual. Foram selecionados trabalhos nas áreas da
Saúde, doDireito, da Sociologia, da Psicologia, da Sexualidade e da Antropologia. Porém,
dezoito (18) estão, de alguma forma, relacionados à educação.
Quadro 03 – Artigos Científicos
Periódicos
Educação e
Sociedade
Psicologia e
Sociedade
Ensaio: Avaliação
de Políticas
Públicas
Educacionais
Cadernos de
Pesquisa
Educar
Sexualidad, Salud y
Sociedad - Revista
Latinoamericana
Sexualidad, Salud y
Sociedad - Revista
Latinoamericana
Educação e
Pesquisa
Educar em Revista
Educar em Revista
Educar em Revista
Educar em Revista
Educar em Revista
Revista Brasileira
de Educação
Educação e
Pesquisa
Revista Brasileira
de Educação
Título
Educação, Relações de Gênero e
Diversidade Sexual
O Estatuto da Diversidade Sexual nas
Políticas de Educação no Brasil e na
França: a comparação como ferramenta de
desnaturalização do cotidiano de pesquisa
Limites e Possibilidades de uma Ação
Educativa na Redução da Vulnerabilidade
à Violência e à Homofobia
Ano
2008
2008
V. 16, N. 51,
p. 59-75,
jan/mar
Gênero, Sexualidade e Raça/Etnia:
desafios transversais na formação do
professor
Gênero, Sexualidade e Educação: notas
para uma “Epistemologia”
Educando para a diversidade: desafiando a
moral sexual e construindo estratégias de
combate à discriminação no cotidiano
escolar
Diversidade Sexual e Educação: desafios
para a formação docente
2009
v. 39, n. 136,
jan/abr
2009
N. 35, p. 3751
N. 11,
agosto 2012,
p. 59-87
Reflexões sobre homofobia e educação em
escolas do interior paulista
2011
Percepções sobre a discriminação
homofóbica entre concluintes do Ensino
Médio no Brasil entre 2004 e 2008
Homossexualidade, homofobia e a
agressividade do palavrão. Seu uso na
educação sexual escolar
Direito fundamental à educação,
diversidade e homofobia na escola:
desafios à construção de um ambiente de
aprendizado livre, plural e democrático
Homofobia e educação: quando a omissão
também é signo de violência
Percepção de professoras de ensino médio
e fundamental sobre a homofobia na escola
em Santa Maria (Rio Grande do Sul /
Brasil)
Cultura visual e homossexualidades na
constituição de "novas" infâncias e
"novos" docentes
Sigam-me os bons: apuros e aflições nos
enfrentamentos ao regime da
heteronormatividade no espaço escolar I
Revisando o passado e construindo o
presente: o movimento gay como espaço
2011
2008
2012
2011
Edição
Vol. 29, n.
103
N. 20, p. 1223 (Edição
Especial)
N. 13. Abril
2013, p. 6982
V. 37, n. 04,
p. 725-742,
Dez.
N. 39, p. 87102, jan/abr
2011
N. 39, p. 7385, jan/abr
2011
N. 39, p. 5171, jan/abr
2011
N. 39, p. 3950, jan/abr
N. 39, p. 2138, jan/abr
2011
2012
Vol. 17, n.
49
2013
Vol. 39, N.
01, p. 145159, jan/mar
n. 25
2014
Educar em Revista
Educação e
Pesquisa
educativo
Experiência Homossexual no Contexto
Escolar
O movimento LGBT e as políticas de
educação de gênero e diversidade sexual:
perdas, ganhos e desafios
Fonte: Scielo
2014
2015
Edição
Especial – n.
01
Março
Tendo em vista a ampliação do balanço, realizamos busca em sites eletrônicos a partir
dos filtros (pdf) “escola e homossexualidade”, “escola e homofobia”, com o exíguo resultado
de nove (09) textos.
Quadro 04 – Anais de eventos/periódicos
Evento/Periódico/Instituição
Título do trabalho
Ano
Local
Itajaí SC
São
Paulo SP
Maringá
- PR
ANPED-Sul
A Homofobia e a Cultura Escolar
2008
Currículo sem Fronteiras, v.9,
n.2, pp.185-200, Jul/Dez 2009
Pelo sentido da vista: um olhar gay
na escola
2009
X Congresso Nacional de
Psicologia Escolar e
Educacional
Revista Eletrônica de Educação
Diversidade Sexual e Escola:
reflexões sobre os discursos dos
profissionais da educação
Políticas Educacionais no Programa
Brasil sem Homofobia: primeiras
aproximações
Escola e Homofobia: análise sobre
a situação dos jovensLGBT no
espaço escolar
2011
Escola e Homossexualidade: uma
discussão na sala de aula?
2013
Curitiba PR
Mídia e homoerotismo: breves
reflexões sobre as
possibilidades de uma educação
midiática
Escola e Homossexualidade:
Implicações para a formação de
professores/as
Diversidade sexual e homofobia: a
cultura do “desagendamento” nas
políticas públicas educacionais
Fonte: Internet
2014
Caxias
do Sul RS
2014
Maceió –
AL
2015
Ponta
Grossa –
PR
III Simpósio Nacional Gênero e
Interdisciplinaridades
(Gênero, Sexualidades e
Movimentos Sociais)
XI Congresso Nacional de
Educação – EDUCERE
II Seminário Internacional de
Representações Sociais
IV Seminário Internacional
sobre Profissionalização
Docente
PUC-PR
Revista MÉTIS: história &
cultura
Vol. 13, n. 26, p. 61-75
VII Encontro de Pesquisa em
Educação de Alagoas
UFAL
Revista Práxis Educativa,
v. 10, n. 01, p. 25-53
jan/jun 2015
2012
2013
Ano V,
N. 10,
jan/jul
Catalão GO
Embora os dados apurados sejam consideráveis, é preciso admitir que pode ter
ocorrido de as buscas realizadas não terem localizado fidedignamente , todas as produções em
formato de artigos, dissertações e teses, uma vez que os sistemas de buscas ainda revelam
imprecisão no cruzamento de palavras-chave ou de seus descritores.
Por fim, elaboramos a seguinte indagação: como estariam as publicações/bibliografias
que enfocam o tema educação e homossexualidade de forma direta? Para tanto, realizamos
pesquisa on-line e encontramos um total de quarenta (40) títulos, nas áreas do Direito, da
Psicologia, da Religião. Porém, no que diz respeito àquelas destinadas especificamente a
educadores, foram identificadas somente três publicações, a saber: “Diversidade sexual,
relações de gênero e políticas” de Paula Sandrine Machado, Henrique Caetano Nardi e Raquel
da Silva Silveira (2013); o livro “A diversidade sexual na educação e os direitos de cidadania
LGBT na escola”, de Marco Antonio Torres (2010); e, “Diversidade sexual na escola”, de
Alexandre Bortolini (2008).
Considerações Finais
Mediante o mapeamento quantitativo realizado, podemos então elencar algumas
considerações acerca do tema educação e homossexualidade. Um primeiro ponto desvelado é
o de que a produção científica com esse foco é recentíssima. Na sua totalidade os trabalhos
iniciais ocorreram a partir de 2005, no formato de artigos, dissertações ou teses. Outro aspecto
considerável é o de que outras áreas como Psicologia, Direito e Sociologia têm contemplado a
temática gay, homossexuais, homofobias com mais fertilidade em seus Programas vinculados às instituições públicas - e com ênfase para a região Sudeste.
Quanto à educação, as pesquisas contemplam relações de gênero, representações de
professores, preconceito, materiais oficiais para trabalho pedagógico de professores,
formação, mas uma grande ausência ou silêncio se faz notar: poucos trabalhos dão voz a
sujeitos homossexuais ou gays no que se refere ao desvelamento de suas trajetórias na
infância, na escolarização e na vida adulta. Ou seja, pesquisas classificadas no campo da
história e que utilizam os aportes teóricos da Nova História Cultural (NHC) ou metodológicos
da História Oral (HO) são praticamente inexistentes. É, portanto, nesse sentido e para tanto
que o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Memória e Diversidade (GEPEDIR) foi
instituído por nós e vem sendo fomentado nos últimos dois anos.
Referências
BORTOLINI, Alexandre.Diversidade sexual na escola. Brasília: PDE, 2008.
MACHADO, Paula Sandrine. Nardi, Henrique Caetano. SILVEIRA, Raquel Silva.
Diversidade sexual, relações de gênero e políticas públicas. Porto Alegre: Sulina, 2013.
FERREIRA, Norma Sandra de Almeida. As pesquisas denominadas “Estado da Arte”.
Educação & Sociedade, ano XXIII, n. 79, Agosto/2002. p. 257-272
ROMANOWSKI, Joana Paulin; ENS, Romilda Teodora. As pesquisas denominadas do tipo
“Estado da Arte” em educação. Diálogo Educ., Curitiba, v. 6, n.19, p.37-50, set./dez. 2006.
p. 37-50
TORRES, Marco Antonio. A diversidade sexual na educação e os direitos de cidadania
LGBT na escola”. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
Download

um mapeamento da produção científica brasileira