Gratuito Directora Graça Franco Editor Hugo Monteiro Lisboa Li Lisboa boa Hoje Hoje Sexta Porto Po Por Porto to o Amanhã Am Sábado manhã h Grupo Renascença www.rr.pt www.rfm.pt www.mega.fm www.radiosim.pt Quinta-feira 1 Outubro de 2009 ÚLTIMAS Gratuito SANTA MARIA: PJ suspeita de negligência - PÚBLICO: José Manuel Fernandes deixa direcção - PAPA: Chipre em 2010 FMI: economia portuguesa deverá crescer já em 2010 Leia mais Presidência Cavaco e Sócrates reunidos em Belém » Pág.2 PR e líder do PS estão reunidos, pela primeira vez desde o caso das alegadas escutas. » Pág.5 Tratado de Lisboa Irlandeses votam amanhã em referendo A Renascença acompanha uma campanha na qual a Igreja não se tem envolvido. » Pág.9 Entrevista Skármeta diz que Pessoa é um vício Escreveu o “Carteiro de Pablo Neruda” e deu uma entrevista à Renascença. » Pág.11 Bagus Indahono/EPA Selecção Indonésia/Sismo Número de vítimas pode chegar aos milhares O último balanço confirma 770 mortes e 2400 feridos, mas os números devem subir, uma vez que muitas pessoas continuam soterradas. Ao sismo de ontem, seguiu-se uma violenta réplica que veio piorar o cenário de destruição e morte, na ilha indonésia de Samatra. » Pág. 8 Lista de Queiroz com três novidades Nuno Assis, César Peixoto e Paulo Ferreira estão convocados para os jogos decisivos. » Pág.13 A 1 de Outubro... 1814: Começa o Congresso de Viena OPINIÃO D. Jorge Ortiga Lições? Estado deve respeitar liberdade religiosa D. Manuel Martins Uma posse à Sampaio? Ângela Silva » Pág.3 O Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa participa, a partir de hoje, no Encontro dos Presidentes dos Episcopados da Europa. À partida para Paris, lembrou, à Renascença, que o Estado deve criar as condições para o exercício da liberdade religiosa. » Pág.10 PUB » Pág.14 02 Governo mantém apoios apesar de sinais de crescimento O FMI reviu, esta manhã, em alta as suas previsões para a economia global, colocando Portugal num patamar de ligeiro crescimento económico já no próximo ano. Apesar destes sinais, Teixeira dos Santos afastou hoje a hipótese de, a breve prazo, serem suspensas as medidas estatais de apoio ao crescimento económico. » Coordenação de Sérgio Costa e Ana Cabrita O Fundo Monetário Internacional (FMI) coloca Portugal num patamar de ligeiro crescimento económico já no próximo ano, ao apontar para um ténue crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, na ordem dos 0,4%. Para este ano, a contracção da economia nacional será menor do que o inicialmente previsto. Menos positiva será, ainda de acordo com as estimativas do FMI, a evolução da taxa de desemprego que, em 2010, deverá atingir os 11%. Numa primeira reacção à revisão em alta das previsões económicas do FMI, o ministro das Finanças e Economia sublinhou a evolução positiva das projecções. Teixeira dos Santos afasta contudo a hipótese de suspender, a breve prazo, as medidas estatais de apoio ao crescimento económico. Em causa, diz, está a ainda elevada taxa de desemprego. À margem da reunião informal dos ministros das Finanças da União Europeia em Gotemburgo, Teixeira dos Santos admitiu que decisões precipitadas podem originar uma renovada quebra da produtividade. Quanto ao crescimento da economia, “em 2009, o crescimento será menos negativo. Em Abril, a previsão era de um crescimento negativo de 4,1% e passou a ser de 3%, somente”, sublinhou Braga de Macedo contra optimismo exagerado Já na opinião do ex-ministro das Finanças, Braga de Macedo, as previsões do FMI não devem motivar optimismos exagerados quanto à recuperação económica no nosso país. O antigo ministro dos governos de Cavaco Silva sublinha, à Renascença, a importância de uma política de estímulos à economia num quadro de crise generalizada. Braga de Macedo questiona, contudo, os reflexos das decisões assumidas, neste domínio, pelo poder político no nosso país. A opinião dos sindicatos O secretário-geral da UGT alinha por uma análise mais optimista. João Proença acredita que os números divulgados pelo FMI confirmam que Portugal encontrou a saída da recessão. Proença reconhece, contudo, que o crescimento económico previsto é ainda insuficiente para combater os elevados índices de desemprego. É neste sentido que apela à manutenção de políticas de incentivo à criação de emprego. Por seu lado, o líder da CGTP, olha com elevado grau de pessimismo para o mercado de trabalho no nosso país. Em declarações à Renascença, Carvalho da Silva não encontra nos dados do FMI razões para euforias. Também do ponto de vista da Confederação do Comércio de Portugal (CCP), as previsões do FMI não afastam um cenário de sério agravamento do desemprego. José António Silva antecipa graves custos sociais no nosso país em consequência desse aumento do desemprego, aplaudindo, por isso, as palavras do ministro das Finanças, que afasta, no imediato, a suspensão das medidas de apoio à recuperação económica. Eurostat: desemprego desce Também esta manhã, o Eurostat revelou uma ligeira descida do desemprego no nosso país. O organismo de estatísticas da União Europeia sublinha que, em Agosto, a taxa de pessoas sem trabalho em Portugal desceu para os 9,1% face aos 9,2% verificados em Julho. O desemprego na Zona Euro subiu uma décima em Agosto face ao mês anterior para os 9,6%. No conjunto da União Europeia, o acréscimo verificado foi igualmente de uma décima, para os 9,1%, indica o comunicado do gabinete de estatística comunitário. Juncker: regresso à disciplina orçamental em 2011 Os países da Zona Euro vão voltar a reduzir os défices a partir de 2011 se a situação o permitir e se o crescimento possibilitar o regresso à disciplina orçamental, declarou hoje o presidente do Eurogrupo Jean-Claude Juncker. “Se a situação melhorar de forma tal que em 2011 (...) estiver mais estável, pensamos que as estratégias de saída [da crise], que têm de ser desde já preparadas, poderão ser então aplicadas”, declarou Juncker, no final da reunião dos ministros das Finanças dos 16 países da moeda única, em Gotemburgo, na Suécia. Com a economia europeia a dar sinais de recuperação, os ministros discutiram a estratégia para recomeçar a reduzir défices e dívidas, que dispararam com os planos de relançamento, a subida das despesas sociais e o recuo das receitas fiscais decorrentes da crise. PUB DESTAQUE PÁG. Conjuntura GRUPO RENASCENÇA, 2009 OPINIÃO PÁG. 03 Lições? D. Manuel Martins Bispo Emérito de Setúbal Agora que passou – e felizmente! – este primei- ra do poder…que devia ser sempre, e só, cadeira ro período pré-eleitoral, durante o qual ainda se de serviço. desarrumou mais a casa, seria de desejar que os Pasmo de espanto com o que alguns apaixonados Senhores que tão denodadamente se bateram pe- se atreviam a dizer a respeito do dito adversário, los lugares tão sonhados reservassem agora um com recurso frequente ao insulto. Insulto sempre pouco de tempo para reflexão e balanço. Sei que incómodo e repulsivo, sobretudo quando o ouvíaestarei a pedir o impossível, porque, no seu en- mos de prestigiada(s) figura(s) do nosso passado tender, tudo terão feito bem, não restando, por recente, insulto, aliás, já tristemente ensaiado isso, nada a lamentar e a corrigir. em areópagos europeus. Julgo que saTodos eles se ficarão com este desa- Julgo que saímos ímos piores depois de todas estas fesbafo: alcançámos o que pretendía- piores depois tanças que nos custaram os olhos da mos? Fomos capazes de fazer passar cara, numa altura em que chora tanta de todas estas a mensagem? Não conseguimos algente sem pão. festanças que cançar a meta almejada? O povo não Os períodos pré-eleitorais deviam vir prestou atenção à riqueza da nossa nos custaram os acompanhados por uma grande preomensagem. E andamos nisto desde olhos da cara, cupação pedagógica, de modo a poque o mundo é este mundo. E não es- numa altura em dermos sair deles com maior consciqueçamos que o mundo só é mundo ência de cidadania e a entender algo que chora tanta para muitos a partir de determinada do que seja isso de democracia. Figente sem pão. data da nossa História. Antes, era o camos assim com a impressão de que caos, o reino das trevas… caos e trecom estes mestres vai ser difícil chevas que desgraçadamente se repetem sempre que gar a algum lado. Foi pena que a Comunicação Sonão é o meu partido a vencer. cial não desse mais visibilidade a uns “profetas” Então, pensar e reflectir no quê? No mau servi- que foram aparecendo por aqui e por ali, dizendo ço que prestaram, na generalidade das situações a seu jeito o que tantos de nós pensávamos. e intervenções, à nação, a partir dos métodos e Mal acabado este período, cá temos mais outro à modos a que tantas vezes lançaram mãos para al- porta. Oxalá que, até por isso, mais respeitador cançarem a tão almejada e compensadora cadei- de todos nós. Uma posse à Sampaio? Cavaco Silva recebe hoje em Belém o secretário-geral do PS, precisamente o homem que permitiu aos socialistas comportamentos (segundo Cavaco) indecentes e intoleráveis relativamente à sua pessoa. Ficamos sem saber: irá o Presidente explicar a Sócrates que não confia no partido mais votado no domingo e que não é capaz de empossar o líder de um partido assim? Ou irá fazer o que Jorge Sampaio fez com Santana Lopes e acabará por dar posse a um primeiro-ministro que lhe merece a maior reserva? É verdade que há um abismo entre as duas situações: Sócrates foi eleito e Santana não. Mas o pano de fundo é o mesmo: há um Chefe de Estado encarregue de nomear um chefe de Governo de que desconfia. Cavaco fez uma declaração ao país que todo o mundo achou ambígua mas que foi muito clara na sua ambiguidade: ele não acha este PS recomendável e está revoltado – muito revoltado – com a forma como Sócrates (ou alguém por ele) manipulam – foi esta a expressão do Presidente – a comunicação a seu favor. Da última vez que um Presidente empossou um primeiro-ministro contrariado, a coabitação durou pouco e houve eleições antecipadas. Sócrates não é Santana e Cavaco não é Sampaio. Mas imaginar Cavaco a empossar Sócrates no Palácio de Belém não é antecipar uma festa. Pode não ser um velório mas será, certamente, uma cerimónia cínica. Esperemos – porque o país pede mais – que o desfecho não nos obrigue a revisitar o dia em que Sampaio pôs Santana na rua. Ângela Silva GRUPO RENASCENÇA, 2009 04 Decisões racionais IMI Imposto desce só em algumas regiões Francisco Sarsfield Cabral Com a crise, as famílias portuguesas estão a poupar mais. Sendo a inflação praticamente nula, pequenos aumentos de salários significam mais dinheiro disponível, logo facilitam a poupança. Mas o principal factor desta recuperação da poupança das famílias (que descera a níveis baixíssimos) e da contenção do consumo (que aumentara demasiado) está no receio que a crise económica provoca. O desemprego continuará a crescer ainda durante algum tempo. Por isso as pessoas procuram precaver-se contra uma eventual baixa drástica de rendimentos, caso percam o emprego. Por outro lado, torna-se cada vez mais claro que as finanças da Segurança Social não asseguram que os benefícios se mantenham ao mesmo nível no futuro. Aliás, já começaram a diminuir. Este é um problema mais complicado, porque não se resolve com o fim da crise internacional: tem a ver com o facto de haver cada vez menos trabalhadores no activo a descontarem para as pensões de um número crescente de reformados. As famílias portuguesas agem de forma racional. Assim actuassem os poderes públicos. Segurança Social Subsídios com novas regras O pagamento dos subsídios de doença e de parentalidade aos funcionários públicos tem, a partir de hoje, novas regras. As alterações constam da lei nº4/2009, de 29 de Janeiro, que define a protecção social dos trabalhadores que exercem funções públicas e visa a integração no regime geral da Segurança Social dos trabalhadores com relação jurídica constituída após 1 de Janeiro de 2006. As baixas por doença passam, assim, a ser asseguradas pela Segurança Social, à excepção das que transitam do ano passado e que se mantêm em curso, situação em que as entidades empregadoras devem continuar a assumir o encargo. Para os subsídios de doença ou de parentalidade, não há pagamento retroactivo de contribuições. No subsídio de desemprego, relativamente às situações ocorridas após 1 de Janeiro deste ano, pode ser exigido o pagamento do número de meses, necessários para o cumprimento do prazo de garantia e cálculo das prestações sociais. RR Jornalista O Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) vai descer em algumas regiões do país, entre as quais Lisboa e Porto. Os coeficientes de localização foram publicados ontem em Diário da República e entram hoje em vigor. Para beneficiar deste alívio fiscal já no próximo pagamento de Abril, os proprietários têm de pedir às Finanças uma reavaliação do seu imóvel. O Governo justifica esta medida com a instabilidade no mercado imobiliário e a consolidação das medidas anti-crise, cujos efeitos práticos não querem ver prejudicados. O prolongamento dos períodos de isenção do IMI é uma delas. Cascais Portagens mais caras na A5 Os utentes da auto-estrada de Cascais vão ter aumentos de portagens a partir de Janeiro, devido à nova A16. A Estradas de Portugal considera que a Brisa tem direito a ser compensada pelo facto de o troço da A5 entre Cascais e Alcabideche ser alvo de portagem dentro da nova A16. Decidiu, contudo, que a perda de receita será compensada pelos utentes da auto-estrada de Cascais e não pela concessionária da via que abriu ontem ao trânsito, a Ascendi, da Mota-Engil. O aumento das portagens na A5 entra em vigor em Janeiro, revela hoje o “Jornal de Negócios”. PUB NACIONAL PÁG. Ponto de vista GRUPO RENASCENÇA, 2009 05 Cavaco recebe Sócrates O Presidente da República, Cavaco Silva, recebe José Sócrates, no Palácio de Belém, numa audiência que ainda decorre à hora de fecho desta edição. Sócrates é recebido na condição de secretário-geral do Partido Socialista, desconhecendo-se mais pormenores. A reunião acontece depois da vitória do PS nas legislativas de domingo e da declaração em que Cavaco Silva quebrou o silêncio sobre o caso das alegadas escutas na Presidência da República. Na sua comunicação, o chefe de Estado acusou “destacadas personalidades do partido do Governo” de “manipulação” para o encostar ao PSD e “desviar as atenções”. Cavaco Silva disse também que a divulgação pelo Diário de Notícias de um e-mail trocado entre jornalistas do “Público”, no dia 18 de Setembro, o levou a interrogarse sobre a possibilidade de alguém do exterior aceder à informação confidencial contida nos computadores da Presidência da República. Cavaco Silva adiantou que, por isso, ouviu na terçafeira entidades com responsabilidades na área da segurança, ficou a saber “que existem vulnerabilidades” e pediu que fosse estudada a forma de as reduzir. Em resposta, horas depois, o dirigente nacional do PS Pedro Silva Pereira contrapôs que a suposta vigilância ou escutas feitas pelo Governo ao Palácio de Belém “foi a única manipulação que se registou neste caso lamentável”. Já ontem, o Primeiro-ministro e secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou-se empenhado em manter com o Presidente da República uma relação “institucionalmente adequada e correcta”. De acordo com a Constituição, “o Primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente da República ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais”. Eduardo Lourenço fala em “arrufo” Eduardo Lourenço diz que não passa de um “arrufo” a tensão entre Belém e São Bento. O ensaísta diz que os jornais bem podem fazer as manchetes que quiserem, mas o bom senso vai prevalecer. “O nosso Presidente da República e o Primeiro-ministro provavelmente indigitado para formar um novo Governo não devem, não podem entrar em confronto como os jornais hoje falam ao dizer que há uma espécie de guerra civil. Não há nada disso. Penso que as pessoas têm mais bom senso do que se imagina”, disse, acrescentando que em todas as relações, “há momentos em que as coisas não funcionam tão bem como noutras, mas esperemos que este arrufo governamental não passe disso”. Já sobre a declaração de Cavaco Silva, o ensaísta prefere não comentar e alerta que não se pode humilhar a mais alta entidade da nação. Caso dos Submarinos Indústria Automóvel Portas fala em “história mal contada” Sector mantém pessimismo O líder do CDS-PP disse hoje que as declarações de Francisco Louçã sobre o desaparecimento do contrato de aquisição de dois submarinos são “um impropério” e garantiu que este caso é uma “história mal contada”. Paulo Portas falava na Madeira, onde se deslocou no âmbito da campanha para as eleições autárquicas. Para o líder do CDS-PP, a declaração do líder do BE revela que Louçã “ainda está ressentido com o resultado das eleições legislivas”. Esta não devia ser razão, acrescenta Portas, para “desatar a fazer impropérios contra este e contra aquele”. Francisco Louçã sugeriu, na noite passada, à Justiça portuguesa que “procure nas 61 mil fotocópias” que Paulo Portas “levou para casa” quando abandonou a pasta da Defesa o contrato dos dois submarinos comprados por Portugal à Alemanha durante o Governo PSD/CDS-PP. “Bem lhe podiam pedir [a Paulo Portas] se nas suas pastas de fotocópias não estará lá por acaso o tal contrato que a Justiça procura há três anos”, disse o líder do BE, deixando uma questão: “Será normal que um Estado se comprometa a comprar material de guerra a um outro por mil milhões de euros e não saibam do contrato?”. Em resposta, Paulo Portas considera “uma história mal contada” o caso do alegado desaparecimento de documentação relacionada com o processo de aquisição dos submarinos ao Germain Submarine Consortion, destacando que esta polémica foi desencadeada por “uma fonte anónima”. Apesar das notícias recentes sobre sinais de recuperação do mercado na Europa, e da indicação de que a Autoeuropa decidiu suspender o lay-off até final do ano, os principais agentes do sector em Portugal, contactados pela Renascença, dizem que ainda não se notam efeitos positivos no nosso país. Ferreira Nunes, presidente da ANECRA (Associação Nacional de Empresas de Comércio e Reparação Automóvel), garante que para já os sinais de recuperação surgem, sobretudo, do mercado alemão. No mesmo tom, Pedro Valente de Almeida, presidente da AFIA (Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel), diz que faltam ao nosso país novos projectos. PUB NACIONAL PÁG. Presidência GRUPO RENASCENÇA, 2009 06 Época Balnear Início da fase Delta depois de mais de 22 mil fogos Dezasseis vítimas mortais nas praias desde junho » Celso Paiva Terminou à meia-noite a fase Charlie do combate aos incêndios florestais. Chegou, assim, ao fim o período considerado mais crítico e que abrangeu os três meses de Verão, época na qual esteve concentrada a totalidade dos meios disponíveis. Com os dados que, para já, existem, cruzando os números oficiais apurados até 15 de Setembro e os oficiosos, a que foi possível ter acesso nos últimos 15 dias, pode dizer-se que 2009 está a destoar da tendência decrescente iniciada em 2006. Depois do melhor e do segundo melhor anos de sempre, respectivamente em 2007 e 2008, o ano em curso já está, nesta altura, no décimo primeiro lugar dessa lista. Já arderam cerca de 65 mil hectares e já foram registados mais de 22 mil incêndios. São números que já ultrapassam em muito os que se vinham registando em anos anteriores, mas que, ainda assim, se situam abaixo da média dos últimos dez anos e da meta a que o próprio Governo se propôs. No ano em curso, Agosto, e em especial a última semana do mês, foi o período mais complicado, onde se registou também o dia com mais incêndios: 444 no dia 30. O distrito do Porto voltou a ter o maior número de incêndios: quase um quarto do total nacional. O distrito da Guarda foi o que registou maior área ardida. Com o fim da fase Charlie, à meia-noite, começou a fase Delta que irá prolongar-se por 15 dias. Na prática, o dispositivo está agora reduzido a cerca de metade dos homens e das viaturas empenhadas no combate a incêndios e a um terço dos meios aéreos, que passaram de 56 para 19. Gripe A Menos casos na última semana Na última semana registou-se uma diminuição do número de casos de gripe A detectados em Portugal. De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, entre 21 e 27 de Setembro houve 1530 situações de síndrome gripal. Na semana anterior tinham-se registado 2213 casos da doença. O balanço hoje conhecido refere que 21 doentes tiveram de ser internados, seis dos quais em unidades de cuidados intensivos. Duas pessoas acabaram por morrer, como foi noticiado na altura. Quanto ao impacto da gripe A nas escolas, a Renascença apurou que nesta altura há 42 casos registados em 27 estabelecimentos de ensino região de Lisboa e Vale do Tejo, de acordo com as contas da respectiva Administração Regional de Saúde. Ontem, a ministra da Saúde disse que a vacina contra a gripe A vai começar a chegar a Portugal a partir de 12 de Outubro, “progressivamente”, não se sabendo ainda se em lotes semanais ou mensais. Treze homens e três mulheres morreram nas praias e rios portugueses durante a época balnear deste ano, o mesmo número que em 2008, anunciou hoje a Marinha. No balanço da Época Balnear 2009, a Marinha refere que cinco mortes ocorreram em praias marítimas vigiadas, onze em praias não vigiadas de jurisdição marítima e cinco em zonas fluviais. Relativamente às causas de morte, sete resultaram de afogamento, oito de doença súbita e uma de paragem de digestão. Perguntas e respostas Todas as manhãs, a Informação da Renascença responde a dúvidas dos ouvintes sobre gripe A. Hoje, Jorge Barroso Dias, médico do trabalho e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho, respondeu à seguinte questão: Tenho uma pequena empresa de formação profissional. Sou obrigado a afixar os cartazes disponíveis no site da Direcção Geral de Saúde? “Não existe nenhuma lei publicada que obrigue a esta acção cívica, mas todos nós vemos o grande trabalho que a comunicação social tem feito. Haverá muitas pessoas que falam em alarmismo. Eu acho que tudo isto tem ajudado os portugueses a mudar de mentalidade e a aumentar o nosso índice de saúde, porque toda a gente está disponível para um ambiente mais saudável, no sentido de aplicar aquilo que cada um pode fazer, nomeadamente, lavar as mãos, higienizar as superfícies que podem ser contaminadas por espirros e tosse e nesse sentido, todos nós devemos colaborar. Todas as organizações devem fazer planos de contingência para reduzir, mitigar o mais possível este risco que todos nós corremos. Portanto, numa sala de aulas, numa formação, não há lugar melhor para também veicular isto”. PUB NACIONAL PÁG. Incêndios Florestais GRUPO RENASCENÇA, 2009 07 Rio defende limites mais apertados ao endividamento O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, defendeu hoje limites “ainda mais apertados” ao endividamento das autarquias, admitindo que tal posição levará a maioria dos autarcas a querer “comê-lo vivo”. “Sei que esta é uma mensagem do mais errado que se pode dar neste momento de eleições autárquicas, mas é a minha opinião”, afirmou Rio na conferência “Fiscalidade no Poder Local”, que hoje decorreu no Porto. Embora admitindo que a fórmula de cálculo do endividamento autárquico da nova Lei das Finanças Locais é a correcta e a situação “ficou bem melhor”, o presidente e novamente candidato à Câmara do Porto considera que o limite “ainda devia ser mais apertado” para assegurar o que entende ser o essencial equilíbrio financeiro dos municípios. Rui Rio pretende ainda que uma percentagem de todos os impostos passe a depender das competências dos municípios, com as autarquias a receberem “uma parte de todos os impostos cobrados no seu concelho”, desde o IVA ao IRC, IRS, IMI ou Imposto de Circulação, de forma a que “o orçamento espelhe a globalidade fiscal do município”. Este modelo, “não aumenta a transferência do Orçamento de Estado para os municípios”, sustentou Rui Rio. Para o presidente da Câmara do Porto, a questão do equilíbrio financeiro dos municípios é essencial para permitir a cada novo autarca que toma posse assumir “opções políticas”. “É inadmissível que se deixe uma câmara em tal situação financeira, com um tal nível de endividamento, que não permite a quem vem a seguir tomar opções políticas”, considerou, afirmando que foi o que lhe aconteceu quando chegou à Câmara do Porto, em 2002. Lisboa Ponte de Sor Santana acusa Costa de gastar dinheiro dos contribuintes em espectáculos Jerónimo contra gestão privada da água Pedro Santana Lopes acusou hoje António Costa de gastar dinheiro dos contribuintes para fazer espectáculos no parque Mayer, em tempo de campanha eleitoral para a Câmara de Lisboa. O candidato social-democrata à autarquia já fez as contas aos gastos e acusa o seu opositor de gastar mais dinheiro do que aquele que pagou ao arquitecto Frank Gehry para reformular o parque Mayer. Santana defendeu, ainda, a devolução de poderes da Sociedade Frente Tejo, à câmara de Lisboa. Num pequeno-almoço com a Associação de Comerciantes da Baixa, o candidato disse que, caso ganhe, vai fazer esse pedido por escrito a José Sócrates, porque, alega, a sociedade responsável pela zona ribeirinha esconde negócios menos claros. Santana defendeu, também, a gestão da baixa partilhada entre a câmara e comerciantes. Santana garante presença de Ferreira Leite Na noite passada, garantiu que Manuela Ferreira Leite “vai aparecer” na sua campanha. O cabeça de lista da coligação “Lisboa com sentido” disse que não é porque perdeu as eleições legislativas que volta as costas à líder do PSD. “Eu, por formação e porque também já experimentei determinados sentimentos, não é quando as pessoas não ganham que nós não as devemos querer ao pé de nós. Para já, é presidente do partido – e portanto com todo o direito – e, para além disso, eu tenho gosto. É uma pessoa que merece respeito, é uma pessoa com valor, foi quem me convidou. Se quiser vir todos os dias, por mim com todo o gosto. Se quiser fazer campanha comigo é bem-vinda e garanto-lhe que vai aparecer”, disse. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, mostrou-se hoje contra a gestão privada da água, uma medida que, considerou, prejudica as populações que vivem fora dos centros urbanos. Jerónimo de Sousa falava durante uma acção de campanha em Ponte de Sor, distrito de Portalegre, onde afirmou estar confiante na vitória da lista da CDU à Câmara local, o que permitiria ao cabeça-de-lista retomar o lugar que foi do seu pai até 1993. Na acção de campanha, em que contactou populares e comerciantes de Ponte de Sor, o secretáriogeral comunista destacou a “lista boa e bonita” que concorre à autarquia, gerida há quatro mandatos pelo PS. Nas eleições autárquicas de 2005, o PS conquistou neste concelho quatro mandatos, com 54% dos votos, enquanto a CDU obteve dois lugares na vereação, com 24% do total dos escrutínios. PUB AUTÁRQUICAS’09 PÁG. Porto GRUPO RENASCENÇA, 2009 INTERNACIONAL Sismo na Indonésia Centenas de mortos e milhares soterrados PÁG. Bagus Indahono/EPA 08 Último balanço nas Samoa indica 148 mortes No dia anterior (terça-feira), um violento sismo de 7,9 na escala de Richter seguido de tsunami, no arquipélago das Samoa, causou a morte de 148 pessoas, de acordo com o mais recente balanço oficial. O terramoto originou ondas de mais de quatro metros de altura, espalhando a destruição por várias aldeias e deixou vilas inteiras alagadas. Sismos do Pacífico não estão relacionados Os sismos nas ilhas Samoa e em Samatra não estão relacionados, apesar de terem ocorrido na “cintura de fogo” do Pacífico, onde a junção de placas continentais origina forte actividade sísmica, disseram hoje peritos. “Surgiram a 10 mil quilómetros de distância”, afirmou Bill Fry, sismólogo do Centro GNS Science, na Nova Zelândia. “Existem casos de sismos próximos no tempo e no espaço, porque um deles se repercute noutro local da falha, mas a uma distância tão grande isso é impossível”, acrescentou. UE reforça ajuda às vítimas das catástrofes A UE e os Estados-membros “mobilizaram-se para oferecer o seu apoio e já destinaram uma considerável quantidade de ajuda para a região”. Afirmou o chefe da diplomacia europeia, Javier Solana, referindo-se aos 150 mil euros em ajuda urgente para as vítimas do tsunami nas ilhas Samoa e aos 4 milhões de euros destinados às vítimas do tufão “Ketsana”. PUB Pelo menos 770 pessoas morreram e 2400 ficaram feridas devido ao terramoto de 7,6 graus na escala Richter que atingiu ontem o oeste da ilha indonésia de Samatra e ao qual se seguiu uma violenta réplica, já hoje. Este novo sismo, de 6,6 graus Richter, voltou a sacudir Samatra, mas a cerca de 200 quilómetros do epicentro do terramoto da véspera. A ministra da Saúde indonésia admite, contudo, a existência de milhares de mortos entre os escombros das casas e edifícios que se desmoronaram. A maioria das mortes (376) ocorreu em Padang, capital da província de Sumatra Ocidental, com cerca de 900 mil habitantes e a cidade mais afectada, ao estar situada a cerca de 50 quilómetros do epicentro do sismo. As primeiras equipas de resgate já operam na área afectada para resgatar pessoas presas, recuperar cadáveres e entregar ajuda aos desalojados, como 20 mil equipamentos de emergência com tendas de campanha, roupas, remédios e alimentos. Carlos Bueno, vice-cônsul do Brasil em Jacarta, descreveu à Renascença, um cenário da devastação em Padang, com “muitos prédios, hotéis e hospitais e pontes destruídos. A energia eléctrica e a comunicação por telefone está com problemas. A situação é grave e delicada”. A equipa da Assistência Médica Internacional que se encontra na Indonésia admite deslocar-se a Padang, nas próximas horas. Uma garantia dada por Carla Folgoa, membro da equipa, à Renascença. A Secretaria de Estado das Comunidades sublinha quem, até ao momento, não há registo de cidadãos portugueses entre as vítimas. GRUPO RENASCENÇA, 2009 09 Espanha Igreja Católica irlandesa demarca-se da campanha para referendo 74 detidos por pornografia infantil A hierarquia da Igreja Católica irlandesa desmente que o Tratado de Lisboa abra caminho à legalização do aborto no país. Na véspera do segundo referendo ao documento, a Igreja Católica quer evitar “falsas propagandas”, explica à Renascença um membro da Conferência Episcopal irlandesa. “Não há nada no Tratado de Lisboa que justifique um voto «Não», com base em argumentos de natureza ética ou religiosa”. Foi com esta declaração a Igreja Católica evitou que grupos pró-vida trouxessem para a campanha desta segunda consulta popular um argumento que pesou na vitória do “Não” na primeira vez. A Igreja não se tem envolvido directamente na campanha nem apelado directamente ao “Sim” ou ao “Não” – apenas desmente que o Tratado de Lisboa possa abrir caminho à liberalização do abordo no país. A polícia espanhola anunciou a detenção de 74 pessoas no âmbito de uma vasta operação contra a pornografia infantil em que foram encontrados milhões de ficheiros, alguns de “extrema dureza”. Além dos detidos, 61 pessoas foram indiciadas na mesma operação. Mais de 600 agentes da Brigada Tecnológica da Polícia Nacional participaram na operação que se realizou simultaneamente em 30 províncias espanholas, depois de serem analisadas mais de 2500 ligações pela Internet entre os utilizadores. Entre o material descoberto nas rusgas encontrava-se “material de extrema dureza, incluindo agressões sexuais a menores de muito tenra idade”, segundo um comunicado da Polícia Nacional. Os detidos residiam todos em Espanha, mas a Polícia Nacional detectou acessos à rede a partir de vários países, não identificados. Genebra Peru Irão e comunidade internacional voltam a reunir Fujimori condenado a seis anos de prisão » Marina Pimentel As negociações entre o Irão e os cinco países membros do Conselho de Segurança, mais a Alemanha, iniciaram-se, ao fim da manhã, em Genthod, a três quilómetros de Genebra. Said Yalili, um alto responsável iraniano e Javier Solana, o chefe da diplomacia europeia que representa as seis potências, dirigiram-se à vila suíça para o primeiro encontro em 14 meses. A reunião será marcada por dois sérios desafios do Irão à comunidade internacional: o teste, esta semana, de mísseis capazes de alcançar Israel e franjas do território europeu, e a revelação de que Teerão está a construir uma nova fábrica de enriquecimento de urânio. Nos últimos dias, o Irão tem repetido que não vem a Genebra debater o seu programa nuclear ou o enriquecimento de urânio que considera direitos soberanos, mas, apesar das posições mais recentes e da ausência de expectativas para este encontro, a hora é, de novo, de dar uma nova oportunidade à diplomacia. Na análise de Patricia Daehnhardt, investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais, o Irão surge em Genebra numa atitude claramente desafiadora, que “é claramente sinal de uma potência regional, uma potência em ascensão, que contesta a legitimidade de uma comunidade internacional que, de facto, para além da ameaça e da aplicação de algumas sanções ao regime de Teerão, poucas hipóteses tem senão declarar guerra ao Irão, hipótese que parece ainda afastada”. O antigo Presidente peruano, Alberto Fujimori, foi condenado a seis anos de prisão, num caso em que era acusado subornar deputados e de mandar pôr os seus adversários políticos sob escuta. Fujimori, de 71 anos, já se encontra a cumprir uma pena de 25 anos por crimes contra os direitos humanos. Nas alegações finais, o antigo chefe de Estado admitiu ter colocado escutas e subornado várias personalidades do Peru que iam testemunhar contra si. Fujimori deverá passar o resto da sua vida atrás das grades, a menos que seja amnistiado pelo Presidente da República, o que poderá acontecer se a sua filha Keiko ganhar as eleições de 2011. PUB IINTERNACIONAL PÁG. Tratado de Lisboa GRUPO RENASCENÇA, 2009 O Estado tem de ser neutro perante as religiões e criar as condições para que o direito à liberdade religiosa possa ser exercido, afirma D. Jorge Ortiga, que participa a partir de hoje no Encontro dos Presidentes das Conferências Episcopais da Europa. O encontro de Paris vai ser centrado no tema “A Igreja e o Estado 20 anos depois da queda do muro de Berlim”. Em debate vão estar os diversos modelos e soluções jurídicas adoptada por cada Estado para enquadrar a acção da Igreja Católica na sua sociedade e regulamentar as relações bilaterais. Numa Europa que esquece as suas raízes e valores cristãos, é preciso que as relações Igreja-Estado tenham regras, para isso existem as leis da liberdade religiosa e as concordatas. D. Jorge Ortiga, que vai representar Portugal neste encontro em Paris, diz à Renascença que o Estado tem de criar condições para que a liberdade religiosa possa ser exercida. Neste contexto, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) lembra que existe no “Velho Continente” uma mentalidade que relega a religião para a esfera do privado, negando-lhe a sua dimensão públi- ca. Por isso, D. Jorge Ortiga considera que os princípios da “liberdade da Igreja e da cooperação” são fundamentais nas relações Igreja-Estado. Este é um problema complexo que tem de ser resolvido através do diálogo com os Estados. No caso português, D. Jorge Ortiga lembra os acordos alcançados recentemente com o Governo sobre a assistência religiosa nos hospitais e nas prisões. Para o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, foi o “acordo possível”: “nós, inicialmente, pretendíamos que fosse uma regulamentação da Concordata, depois aceitamos – mais do que uma regulamentação da Concordata - uma explicitação da Lei da Liberdade Religiosa, de tal modo que aquilo que está nestes decretos-lei é aplicável à Igreja Católica e também às outras religiões. Da nossa parte não digo que foi uma cedência, mas sim o reconhecimento da pluralidade de opções dos portugueses”. Bento XVI Vietname Viagem à República Checa teve carácter de peregrinação e missão Perseguição religiosa estende-se aos budistas O Papa Bento XVI resumiu a sua recente visita à República Checa: foi uma viagem ao coração da Europa para reforçar a fé e a esperança. “Foi uma verdadeira peregrinação e, ao mesmo tempo, uma missão ao coração da Europa. Peregrinação porque a Boémia e a Morávia são há mais de um milénio terra de fé e santidade. Missão porque a Europa precisa de reencontrar em Deus e no seu amor o sólido fundamento da sua esperança, o que, sobretudo, interpela a certeza aos cristão de hoje. A nossa força é o amor de Cristo, uma força que inspira e anima as verdadeiras revoluções pacíficas e libertadoras e que nos ajuda nos momentos de crise”, considerou o Papa. Bento XVI considerou, durante a audiência geral desta quarta-feira, no Vaticano, que a Europa tem de “reencontrar-se” com Deus, que apresentou como a “fonte que irrigou a sua história”. Cerca de 400 religiosos foram expulsos de um templo budista pela polícia vietnamita. O regime tem um longo historial de perseguição religiosa. O ataque policial teve lugar na província de Lam Dong, nas montanhas centrais do país. Durante toda o dia centenas de polícias e agentes do Governo comunista vasculharam o mosteiro, arrombando portas, partindo janelas e destruindo mobília e material tecnológico. Ao fim do dia, 150 homens e 230 mulheres foram metidos em autocarros e levados para longe do mosteiro. Trata-se de seguidores de Thich Nhat Hanh, um monge budista que se viu forçado a abandonar o país há 40 anos, mas que regressou em 2005. PUB 10 Estado deve criar condições para a liberdade religiosa Danilo Schiavella/RR RELIGIÃO PÁG. D. Jorge Ortiga GRUPO RENASCENÇA, 2009 ENTREVISTA Antonio Skármeta “Fernando Pessoa é uma doença crónica” Já usou Portugal como cenário, para dois dos seus filmes, agora quer escrever sobre Portugal. Antonio Skármeta, autor de “O Carteiro de Pablo Neruda”, editado pela Teorema, está de visita a Lisboa para se inspirar. O escritor chileno, que tem um projecto musical com o músico brasileiro Toquinho, considera os portugueses e os chilenos parecidos. Numa entrevista que poderá ouvir no Ensaio Geral, hoje, a partir das 23h00, na Renascença, Skármeta confessa que sofre de uma doença crónica: ler a poesia de Fernando Pessoa. DR » Maria João Costa 11 para a melancolia, ao contrário dos argentinos e dos brasileiros que são muito expansivos. Às vezes, quando uma pessoa caminha por uma cidade portuguesa, ou usa figurantes portugueses num filme, vê que [os portugueses] são como os chilenos. RR – Sei que tem um projecto musical com o brasileiro Toquinho? Já gravaram? AS - São canções com letras minhas, versos meus e RR – Mas vai escrever um romance sobre ou passado músicas do Toquinho. em Lisboa? Trabalhámos de uma forma diferente daquela que eu AS- Poderá ser um romance, pequeno, talvez com 200 costumo trabalhar habitualmente. Eu tinha algumas páginas… Não sei, no entanto, até agora, qual será o ideias de canções e contei-as ao Toquinho e ele deuenredo da história. Mas sei porque me interessa fazê-lo me melodias. Gravou-me uma série de melodias em em Portugal. que as trauteava. Eu fui pondo letras nessas melodias. Além disso, Lisboa é uma cidade que amo, que me O Toquinho prefere trabalhar assim. Ele acha que é a inspirou muitas vezes. Aconteceu algo muito curioso, música que deve definir a palavra e dar-lhe ritmo. É desde os anos 70 e até agora – como na um trabalho que está terminado. A qualAmérica Latina havia ditaduras militares “Um tom quer momento, o Toquinho teria de graváe muitos artistas e intelectuais viviam no suave, uma lo. Porque ainda não o fez? São mistérios exílio na Europa , os cineastas vinham para brasileiros! Portugal para filmar – como se esses filmes expressividade se passassem no Chile, na Argentina, no discreta, uma RR – Costuma ler enquanto escreve? Uruguai e no Brasil! tendência para AS - Leio sempre poesia. Poesia chilena, Então Portugal era todos esses países. Halatino americana, norte americana, portuvia um Portugal real que estava a começar a melancolia. guesa. Pode ver que estou outra vez a ler a sua vida democrática depois da revolu- (...) Os Pessoa. Pessoa é uma doença crónica! ção dos cravos e havia um Portugal fantás- portugueses tico gravado por todos estes cineastas que RR – “O carteiro de Pablo Neruda” foi o vinham fazer de Portugal um outro país. são como os seu maior êxito literário internacional. Bom, isto parece-me muito interessante, chilenos” Sei que conheceu o poeta. Como é que tem muita graça. Eu próprio fiz isso. Grafoi a sua relação com Pablo Neruda? vei aqui dois filmes: usei Portugal como se AS - Tínhamos o mesmo tipo de humor e fosse o Chile. gostávamos muito dos mesmos poetas. Começámos a conversar e a fazer piadas. E através desta relação, RR – Portugal e o Chile são parecidos em que aspec- começou uma breve amizade. tos? Eu sempre admirei Neruda pela sua poesia, pela sua AS- Portugal está no fim da Europa, no sul da Europa, paixão pela justiça, pelo seu compromisso para com o Chile está no sul da América Latina; os crepúsculos os pobres do Chile e tinha a imagem de um intelectual acontecem no lado correcto – o sol nasce deste lado, como eu gostava. Parecia-me sempre muito encantano Chile e aqui. Depois o carácter das gentes. Os chile- dor, especialmente os seus versos de amor. Com os seus nos, dentro da América latina, têm um tom mais suave, versos de amor, nós, os chilenos, alcançámos algumas uma expressividade mais discreta, têm uma tendência conquistas importantes. PUB PÁG. Rádio Renascença – O que é que o traz a Portugal? Antonio Skármeta - Aceitei um convite do embaixador do Chile em Portugal para ter um primeiro contacto com a cidade de Lisboa porque tenho um projecto de escrever algo em que Lisboa vai ter um papel muito importante. Queria reconhecer a cidade nem que fosse por alguns dias. Quero voltar mais tarde, por mais tempo, entre três a seis meses. GRUPO RENASCENÇA, 2009 Galardão distingue Manoel de Barros, “o poeta do Pantanal” O Grande Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen foi esta semana atribuído à colectânea “Compêndio para Uso dos Pássaros - Poesia Reunida 1937-2004”, do brasileiro Manoel de Barros, conhecido como “o poeta do Pantanal”. Com um valor pecuniário de 10 mil euros, o Prémio Sophia foi instituído em 2005 pela Câmara de S. João da Madeira, que, em parceria com a Associação Portuguesa de Escritores (APE), distingue bienalmente uma colectânea poética de autor português ou de país de língua oficial portuguesa. Este ano, o júri constituído para o efeito seleccionou a obra de Manoel de Barros em “reconhecimento do lugar raro deste autor brasileiro no contexto das literaturas em português”. Para os professores Carlos Resende de Sousa e José Manuel Mendes, da APE, e para Rui Costa, vice-presidente da Câmara de S. João da Madeira, o poeta que assina “Compêndio para Uso dos Pássaros” está situado “num espaço que o transcende” e a sua escrita evidencia “percursos de criatividade, renovo e doação peculiaríssima ao património cultural dos povos na sua dimensão futurível”. Manoel de Barros sucede assim a António Ramos Rosa, que venceu o Prémio Sophia 2005 com o livro “O Poeta na Rua”, e a Fernando Echevarría, distinguido em 2007 pela colectânea “Obra Inacabada”. Natural do Beco da Marinha, na margem do Rio Cuiabá, Manoel Wenceslau Leite de Barros é por muitos apontado como “o poeta maior do Pantanal”. Nasceu em 1916 e viveu em Corumbá, no Rio de Janeiro e em Nova Iorque, antes de se fixar em Campo Grande, onde reside actualmente. O livro de estreia de Manoel de Barros foi editado em 1937. Em Portugal, Manoel de Barros está editado pela Quasi, que com o seu “O Encantador de Palavras” (2000) abriu a colecção “Arranjos para Assobio”. Paulo Teixeira Pinto preside à APEL Paulo Teixeira Pinto, da Guimarães Editores, foi hoje eleito presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) em assembleia-geral, sendo vice-presidentes Isaías Gomes Teixeira (Grupo LeYA) e Vasco Teixeira (Porto Editora). Teixeira Pinto, que já foi presidente do Millenium BCP, liderava a única lista que se apresentou ao escrutínio, marcado depois da demissão de Rui Beja, a 4 de Agosto, da direcção da APEL na sequência do processo de convergência de editores e livreiros numa só associação. À assembleia-geral eleitoral compareceram 40 associados, segundo nota da APEL. A direcção eleita tem como vogais efectivos João Espadinha (Presença), João Rodrigues (Sextante), Ana Neves (El Corte Inglés) e David Ferreira (FNAC). Exposição Diocese de Beja mostra história e arte alentejana em França Depois de Regensburg, em 1999, Roma, em 2002, e Saragoça, no ano passado, o Departamento do Património da diocese de Beja inaugura no sábado, no Musée d’Art Religieux de Fourvière, em Lyon, França, uma nova exposição, intitulada “Portugal Eternel – Patrimoine de la Région de l’Alentejo”. A diocese de Beja tem vindo a realizar um esforço para garantir a sobrevivência dos tesouros de arte e história do seu vasto território. Um dos caminhos que empreendeu é o da internacionalização, através de acções, articuladas com as instâncias locais, em sítios estratégicos da Europa. Segundo José António Falcão, director do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, em declarações à agência Ecclesia, “mostrar a identidade da cultura alentejana” fora de Portugal “é um instrumento fundamental para a afirmação do território”. O objectivo é conseguir uma integração das igrejas e DR 12 Eleições museus da região em circuitos europeus, valorizando percursos de enorme significado cultural, mas ainda pouco conhecidos além-fronteiras. A realização de exposições qualificadas constitui um instrumento decisivo para se alcançar tal meta. “Portugal Eternel – Patrimoine de la Région de l’Alentejo” ficará patente até 3 de Janeiro de 2010. PUB CULTURA PÁG. Prémio Sophia GRUPO RENASCENÇA, 2009 13 Conselho de Justiça: nem bem, nem depressa Ribeiro Cristóvão Jornalista As equipas do Sporting e do Benfica, na categoria de juniores, voltam a encontrar-se no próximo sábado, na Academia de Alcochete, em jogo integrado no respectivo campeonato. A novidade principal que emana deste desafio é que terá de realizar-se à porta fechada, pelo que os clubes já estão a recomendar aos seus adeptos que não deverão deslocar-se à Academia de Alcochete onde irá decorrer o jogo. A decisão resulta do castigo aplicado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol pelos desacatos verificados no jogo da época passada a que se juntou uma derrota de 3-0 atribuída a ambos os clubes. É verdade que os acontecimentos de então justificaram as medidas adoptadas e pretenderam, sobretudo, fazer doutrina sobre uma matéria, a da disciplina, a que as claques do futebol dão, por hábito, pouca importância. Só que, a situação que vamos ter pela frente neste sábado, também resulta do facto de um recurso apresentado pelo Sporting há vários meses estar ainda a aguardar decisão nas gavetas do Conselho de Justiça. Afinal, é apenas mais um caso em que aquele órgão federativo não revela capacidade para actuar com a rapidez que as circunstâncias exigem. E porque estamos habituados, já todos se resignam com esta rotina, nada comparável àquela que é possível constatar na maioria das federações europeias. Lá fora decide-se, habitualmente, bem e depressa. Por cá, infelizmente, nem uma coisa nem outra. Selecção/Convocatória Peixoto, Assis e Ferreira são as novidades Nuno Assis, do Vitória de Guimarães, César Peixoto, do Benfica, e Paulo Ferreira, do Chelsea, que regressa após lesão, são as novidades de Carlos Queiroz para os derradeiros e decisivos jogos de qualificação para o Campeonato do Mundo de 2010, frente a Hungria e Malta, que se disputam nos dias 10 e 14 de Outubro, respectivamente. Em relação à última convocatória, saíram Maniche do Colónia, Miguel do Valência e Zé Castro do Deportivo da Corunha. A lista dos convocados é a seguinte: os guarda-redes Beto, Eduardo e Rui Patrício; os defesas Bosingwa, Bruno Alves, Paulo Ferreira, César Peixoto, Pepe, Ricardo Carvalho e Rolando; os médios Deco, Duda, João Moutinho, Nuno Assis, Miguel Veloso, Raúl Meireles e Tiago; os avançados Cristiano Ronaldo, Liedson, Nani, Nuno Gomes e Simão Sabrosa. Liga Europa Benfica e Sporting tentam manter lideranças O Benfica e o Sporting procuram, hoje, manter a liderança dos respectivos grupos na Liga Europa de futebol, enquanto o Nacional da Madeira viaja até Viena, onde vai lutar pelos primeiros pontos na competição frente ao Áustria. Na liderança do Grupo I, em igualdade pontual com o Everton, o Benfica viaja à Grécia e terá pela frente, às 18h00, o AEK Atenas, equipa que na primeira jornada da prova foi batida pelos britânicos, por 4-0. Jorge Jesus prevê um jogo equilibrado diante dos gregos. Depois de ter perdido por 1-0 no Estádio do Dragão, frente ao FC Porto, para o campeonato, o Sporting, líder do Grupo D, recebe esta noite, às 20h00, o Hertha Berlim, último classificado da liga alemã e que na segunda-feira despediu o treinador suíço Lucien Favre. Na capital austríaca, o Nacional da Madeira persegue, às 18h00, frente ao Áustria de Viena, os primeiros pontos no Grupo L da Liga Europa, depois da derrota por 3-2 na recepção ao Werder Bremen, na estreia na prova. UEFA Portugal sobe no ranking A vitória de ontem do FC Porto sobre o Atlético Madrid, para a Liga dos Campeões, permitiu a Portugal recuperar a nona posição no ranking da UEFA. O nosso país ultrapassou a Holanda, recuperando a posição com que tinha entrado na tabelo de 2009/2010, aumentando, também, a vantagem sobre a Turquia, que é a 11ª classificada. De qualquer forma, Portugal vai ficar apenas com duas equipas na Liga dos Campeões em 2010/2011 e apenas três na Liga Europa. Os efeitos do ranking, da época 2009/2010 só vão fazer-se sentir em 2011/12. PUB DESPORTO PÁG. Ponto Final GRUPO RENASCENÇA, 2009 14 Tem início o Congresso de Viena » Pedro Rios A 1 de Outubro de 1814, em Viena, na Áustria, começou um congresso que redefiniria a Europa dos pontos de vista político e geográfico. Foi no Congresso de Viena que as nações europeias procuraram “repor a ordem” depois das guerras napoleónicas, diz Ana Leal de Faria, do Centro de História da Universidade de Lisboa. O congresso terminaria em Junho de 1815. Apesar da derrota das tropas de Napoleão, a França conseguiu manter o seu território anterior à aventura expansionista. O representante da França no congresso, Charles Maurice de Talleyrand, príncipe de Benevent, teve uma intervenção “brilhante”, nota a especialista, conseguindo importantes vitórias diplomáticas. O congresso apostou numa lógica de compensações pequenas e castigos suaves (o território francês não foi dividido em várias partes e distribuído pelas potências vencedoras), o que permitiu quarenta anos sem grandes conflitos. Portugal, cuja delegação foi chefiada por Pedro de Sousa Holstein, conde de Palmela, embaixador de Portugal em Londres, cedeu na questão da Excerto de “O Congresso de Viena”, de Jean-Baptiste Isabey, 1819 Guiana francesa, Universidade de Cambridge ONTEM E HOJE PÁG. A 1 de Outubro de 1814... A Europa que saiu do Congresso de Viena concordou na abolição do comércio esclavagista apenas a Norte do Equador e conseguiu o reconhecimento da soberania de Olivença (só no plano teórico). Durante o congresso, Viena aperaltou-se, encheuse de música, bailes e festas. Este “lado mundano” abriu “canais menos formais” de negociação e ajudou a fazer do congresso “um marco na história da diplomacia”. Por isso, “há um antes e um depois do congresso na história da diplomacia”, refere. Em 1815, como resultado do congresso, nasce a Santa Aliança, formada entre a Rússia, a Prússia e a Áustria. Teve como verdadeiro objectivo reforçar o absolutismo e combater as ideias liberais e anticlericais que grassavam na Europa, através de uma estratégia comum. Olhar À hora do fecho desta edição, vai a leiloar, em Lisboa, um Morabitino de Sancho I (1185-1211). A base de licitação é de 16500 euros. Os Morabitinos foram a “primeira moeda de ouro em Portugal”, explica Xavier Salgado, da Numisma, que organiza o leilão. Há 122 Morabitinos de Sancho I no mundo, a maioria dos quais em museus e boa parte fora do país, facto que revela a importância à moeda hoje leiloada. Fotos: Numisma GRUPO RENASCENÇA, 2009 ÚLTIMAS PÁG. 15 Crédito ao Consumo Media Taxas máximas entram em vigor só para o ano José Manuel PJ suspeita de Fernandes abandona negligência nos direcção do Público casos de cegueira As taxas máximas no crédito ao consumo só vão ser aplicadas em Janeiro de 2010. É a interpretação do Banco de Portugal ao decretolei que entra em vigor esta quintafeira. O diploma prevê que a TAEG (taxa anual de encargos efectiva global) não ultrapasse em mais de um terço a média praticada pelo mercado no trimestre anterior. A iniciativa do Governo em limitar as taxas de juro no crédito ao consumo pretende acabar com taxas que podem ir até aos 30%. O decreto-lei determina o dia 1 de Outubro para a entrada em vigor desta medida, mas o Banco de Portugal entende que só a partir desta data tem obrigação de determinar os máximos a aplicar às taxas de juro. O director do Público anunciou hoje à redacção que vai abandonar o cargo e que a nova direcção entrará em funções no dia 1 de Novembro, disse à Lusa fonte do jornal. Bárbara Reis, até aqui directora executiva do jornal, vai ocupar o lugar de José Manuel Fernandes. A fechar... Hospital Santa Maria Indícios recolhidos pela Polícia Judiciária indicam negligência no manuseamento da substância na farmácia do Hospital de Santa Maria, adianta o Expresso online. O relatório da PJ sobre os casos de cegueira provocados em doentes operados no Hospital de Santa Maria será entregue hoje no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa. Segundo apurou o Expresso, há provas suficientes para indiciar pelo menos dois funcionários do hospital do crime de ofensas à integridade física por negligência. TEMPO Bento XVI visita Chipre Bento XVI vai visitar Chipre em Junho de 2010, naquela que será a primeira vez que um Papa se desloca àquela ilha do Mediterrâneo. Autárquicas: Elisa “disposta a perder a gamela de Bruxelas” A candidata do PS à Câmara do Porto, Elisa Ferreira, diz que o facto de ser eurodeputada mostra que está disposta a perder a “gamela” de Bruxelas. EUA: aumentam pedidos de subsídio de desemprego O número de novas requisições para acesso ao subsídio de desemprego nos EUA aumentou 26 mil, para os 551 mil, na semana passada, segundo o Departamento do Trabalho. SEXTA SÁBADO 28ºC/19ºC 28ºC/17ºC 23ºC/16ºC 24ºC/15ºC 27ºC/17ºC 27ºC/18ºC 26ºC/16ºC 27ºC/14ºC 25ºC/21ºC 25ºC/21ºC 24ºC/18ºC 24ºC/18ºC LISBOA PORTO FARO COIMBRA MADEIRA Turco atira sapato a director do FMI Um estudante lançou um sapato contra o director-geral do FMI, Strauss-Kahn, em protesto contra a instituição, durante uma conferência numa Universidade de Istambul. AÇORES Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro, Luís Manuel David Soromenho de Alvito e Luiz Gonzaga Torgal Mendes Ferreira. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.