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Graça Franco
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Hugo Monteiro
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Quinta-feira
1 Outubro de 2009
ÚLTIMAS
Gratuito SANTA MARIA: PJ suspeita de negligência - PÚBLICO: José Manuel Fernandes deixa direcção - PAPA: Chipre em 2010
FMI: economia portuguesa
deverá crescer já em 2010
Leia mais
Presidência
Cavaco e Sócrates
reunidos em Belém
» Pág.2
PR e líder do PS estão reunidos,
pela primeira vez desde o caso
das alegadas escutas. » Pág.5
Tratado de Lisboa
Irlandeses votam
amanhã em referendo
A Renascença acompanha uma
campanha na qual a Igreja não se
tem envolvido. » Pág.9
Entrevista
Skármeta diz que
Pessoa é um vício
Escreveu o “Carteiro de Pablo
Neruda” e deu uma entrevista à
Renascença. » Pág.11
Bagus Indahono/EPA
Selecção
Indonésia/Sismo
Número de vítimas pode chegar aos milhares
O último balanço confirma 770 mortes e 2400 feridos, mas os números devem subir, uma vez
que muitas pessoas continuam soterradas. Ao sismo de ontem, seguiu-se uma violenta réplica
que veio piorar o cenário de destruição e morte, na ilha indonésia de Samatra. » Pág. 8
Lista de Queiroz
com três novidades
Nuno Assis, César Peixoto e Paulo
Ferreira estão convocados para
os jogos decisivos. » Pág.13
A 1 de Outubro...
1814: Começa o
Congresso de Viena
OPINIÃO
D. Jorge Ortiga
Lições?
Estado deve respeitar
liberdade religiosa
D. Manuel Martins
Uma posse à Sampaio?
Ângela Silva
» Pág.3
O Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa participa, a partir de hoje, no Encontro
dos Presidentes dos Episcopados da Europa. À
partida para Paris, lembrou, à Renascença,
que o Estado deve criar as condições para o
exercício da liberdade religiosa. » Pág.10
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» Pág.14
02
Governo mantém apoios apesar de sinais de crescimento
O FMI reviu, esta manhã, em alta as suas previsões para a economia global, colocando Portugal num patamar de ligeiro crescimento económico já no próximo ano. Apesar destes sinais,
Teixeira dos Santos afastou hoje a hipótese de, a breve prazo, serem suspensas as medidas
estatais de apoio ao crescimento económico.
» Coordenação de Sérgio Costa e Ana Cabrita
O Fundo Monetário Internacional (FMI) coloca Portugal
num patamar de ligeiro crescimento económico já no
próximo ano, ao apontar para um ténue crescimento
do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, na ordem dos 0,4%.
Para este ano, a contracção da economia nacional será
menor do que o inicialmente previsto. Menos positiva
será, ainda de acordo com as estimativas do FMI, a
evolução da taxa de desemprego que, em 2010, deverá
atingir os 11%.
Numa primeira reacção à revisão em alta das previsões
económicas do FMI, o ministro das Finanças e Economia
sublinhou a evolução positiva das projecções. Teixeira
dos Santos afasta contudo a hipótese de suspender, a
breve prazo, as medidas estatais de apoio ao crescimento económico. Em causa, diz, está a ainda elevada
taxa de desemprego.
À margem da reunião informal dos ministros das Finanças da União Europeia em Gotemburgo, Teixeira dos
Santos admitiu que decisões precipitadas podem originar uma renovada quebra da produtividade.
Quanto ao crescimento da economia, “em 2009, o
crescimento será menos negativo. Em Abril, a previsão
era de um crescimento negativo de 4,1% e passou a ser
de 3%, somente”, sublinhou
Braga de Macedo contra optimismo exagerado
Já na opinião do ex-ministro das Finanças, Braga de
Macedo, as previsões do FMI não devem motivar optimismos exagerados quanto à recuperação económica
no nosso país.
O antigo ministro dos governos de Cavaco Silva sublinha, à Renascença, a importância de uma política de
estímulos à economia num quadro de crise generalizada. Braga de Macedo questiona, contudo, os reflexos
das decisões assumidas, neste domínio, pelo poder político no nosso país.
A opinião dos sindicatos
O secretário-geral da UGT alinha por uma análise mais
optimista. João Proença acredita que os números divulgados pelo FMI confirmam que Portugal encontrou
a saída da recessão. Proença reconhece, contudo, que
o crescimento económico previsto é ainda insuficiente
para combater os elevados índices de desemprego. É
neste sentido que apela à manutenção de políticas de
incentivo à criação de emprego.
Por seu lado, o líder da CGTP, olha com elevado grau de
pessimismo para o mercado de trabalho no nosso país.
Em declarações à Renascença, Carvalho da Silva não
encontra nos dados do FMI razões para euforias.
Também do ponto de vista da Confederação do Comércio de Portugal (CCP), as previsões do FMI não afastam
um cenário de sério agravamento do desemprego. José
António Silva antecipa graves custos sociais no nosso
país em consequência desse aumento do desemprego,
aplaudindo, por isso, as palavras do ministro das Finanças, que afasta, no imediato, a suspensão das medidas
de apoio à recuperação económica.
Eurostat: desemprego desce
Também esta manhã, o Eurostat revelou uma ligeira
descida do desemprego no nosso país.
O organismo de estatísticas da União Europeia sublinha
que, em Agosto, a taxa de pessoas sem trabalho em
Portugal desceu para os 9,1% face aos 9,2% verificados
em Julho.
O desemprego na Zona Euro subiu uma décima em Agosto face ao mês anterior para os 9,6%. No conjunto da
União Europeia, o acréscimo verificado foi igualmente
de uma décima, para os 9,1%, indica o comunicado do
gabinete de estatística comunitário.
Juncker: regresso à disciplina
orçamental em 2011
Os países da Zona Euro vão voltar a reduzir os défices
a partir de 2011 se a situação o permitir e se o crescimento possibilitar o regresso à disciplina orçamental,
declarou hoje o presidente do Eurogrupo Jean-Claude
Juncker.
“Se a situação melhorar de forma tal que em 2011 (...)
estiver mais estável, pensamos que as estratégias de
saída [da crise], que têm de ser desde já preparadas,
poderão ser então aplicadas”, declarou Juncker, no final
da reunião dos ministros das Finanças dos 16 países da
moeda única, em Gotemburgo, na Suécia.
Com a economia europeia a dar sinais de recuperação,
os ministros discutiram a estratégia para recomeçar a
reduzir défices e dívidas, que dispararam com os planos
de relançamento, a subida das despesas sociais e o recuo das receitas fiscais decorrentes da crise.
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DESTAQUE
PÁG.
Conjuntura
GRUPO RENASCENÇA, 2009
OPINIÃO
PÁG.
03
Lições?
D. Manuel Martins
Bispo Emérito de Setúbal
Agora que passou – e felizmente! – este primei- ra do poder…que devia ser sempre, e só, cadeira
ro período pré-eleitoral, durante o qual ainda se de serviço.
desarrumou mais a casa, seria de desejar que os Pasmo de espanto com o que alguns apaixonados
Senhores que tão denodadamente se bateram pe- se atreviam a dizer a respeito do dito adversário,
los lugares tão sonhados reservassem agora um com recurso frequente ao insulto. Insulto sempre
pouco de tempo para reflexão e balanço. Sei que incómodo e repulsivo, sobretudo quando o ouvíaestarei a pedir o impossível, porque, no seu en- mos de prestigiada(s) figura(s) do nosso passado
tender, tudo terão feito bem, não restando, por recente, insulto, aliás, já tristemente ensaiado
isso, nada a lamentar e a corrigir.
em areópagos europeus. Julgo que saTodos eles se ficarão com este desa- Julgo que saímos ímos piores depois de todas estas fesbafo: alcançámos o que pretendía- piores depois
tanças que nos custaram os olhos da
mos? Fomos capazes de fazer passar
cara, numa altura em que chora tanta
de todas estas
a mensagem? Não conseguimos algente sem pão.
festanças que
cançar a meta almejada? O povo não
Os períodos pré-eleitorais deviam vir
prestou atenção à riqueza da nossa nos custaram os
acompanhados por uma grande preomensagem. E andamos nisto desde olhos da cara,
cupação pedagógica, de modo a poque o mundo é este mundo. E não es- numa altura em
dermos sair deles com maior consciqueçamos que o mundo só é mundo
ência de cidadania e a entender algo
que chora tanta
para muitos a partir de determinada
do que seja isso de democracia. Figente sem pão.
data da nossa História. Antes, era o
camos assim com a impressão de que
caos, o reino das trevas… caos e trecom estes mestres vai ser difícil chevas que desgraçadamente se repetem sempre que gar a algum lado. Foi pena que a Comunicação Sonão é o meu partido a vencer.
cial não desse mais visibilidade a uns “profetas”
Então, pensar e reflectir no quê? No mau servi- que foram aparecendo por aqui e por ali, dizendo
ço que prestaram, na generalidade das situações a seu jeito o que tantos de nós pensávamos.
e intervenções, à nação, a partir dos métodos e Mal acabado este período, cá temos mais outro à
modos a que tantas vezes lançaram mãos para al- porta. Oxalá que, até por isso, mais respeitador
cançarem a tão almejada e compensadora cadei- de todos nós.
Uma posse à Sampaio?
Cavaco Silva recebe hoje em Belém o secretário-geral do PS, precisamente o homem que permitiu aos
socialistas comportamentos (segundo Cavaco) indecentes e intoleráveis relativamente à sua pessoa.
Ficamos sem saber: irá o Presidente explicar a Sócrates que não confia no partido mais votado no domingo e que não é capaz de empossar o líder de um
partido assim? Ou irá fazer o que Jorge Sampaio fez
com Santana Lopes e acabará por dar posse a um
primeiro-ministro que lhe merece a maior reserva?
É verdade que há um abismo entre as duas situações: Sócrates foi eleito e Santana não. Mas o pano
de fundo é o mesmo: há um Chefe de Estado encarregue de nomear um chefe de Governo de que
desconfia.
Cavaco fez uma declaração ao país que todo o mundo achou ambígua mas que foi muito clara na sua
ambiguidade: ele não acha este PS recomendável
e está revoltado – muito revoltado – com a forma
como Sócrates (ou alguém por ele) manipulam – foi
esta a expressão do Presidente – a comunicação a
seu favor.
Da última vez que um Presidente empossou um
primeiro-ministro contrariado, a coabitação durou
pouco e houve eleições antecipadas.
Sócrates não é Santana e Cavaco não é Sampaio.
Mas imaginar Cavaco a empossar Sócrates no Palácio de Belém não é antecipar uma festa. Pode não
ser um velório mas será, certamente, uma cerimónia cínica. Esperemos – porque o país pede mais –
que o desfecho não nos obrigue a revisitar o dia em
que Sampaio pôs Santana na rua.
Ângela Silva
GRUPO RENASCENÇA, 2009
04
Decisões racionais
IMI
Imposto desce só
em algumas regiões
Francisco Sarsfield Cabral
Com a crise, as famílias portuguesas estão a poupar mais. Sendo a inflação praticamente nula, pequenos aumentos de salários
significam mais dinheiro disponível, logo facilitam a poupança.
Mas o principal factor desta recuperação da poupança das famílias (que descera a níveis baixíssimos) e da contenção do consumo
(que aumentara demasiado) está no receio que a crise económica
provoca. O desemprego continuará a crescer ainda durante algum
tempo. Por isso as pessoas procuram precaver-se contra uma eventual baixa drástica de rendimentos, caso percam o emprego.
Por outro lado, torna-se cada vez mais claro que as finanças da
Segurança Social não asseguram que os benefícios se mantenham
ao mesmo nível no futuro. Aliás, já começaram a diminuir. Este é
um problema mais complicado, porque não se resolve com o fim
da crise internacional: tem a ver com o facto de haver cada vez
menos trabalhadores no activo a descontarem para as pensões de
um número crescente de reformados.
As famílias portuguesas agem de forma racional. Assim actuassem
os poderes públicos.
Segurança Social
Subsídios com novas regras
O pagamento dos subsídios de doença e de parentalidade aos funcionários
públicos tem, a partir de hoje, novas regras.
As alterações constam da lei nº4/2009, de 29 de Janeiro, que define a
protecção social dos trabalhadores que exercem funções públicas e visa
a integração no regime geral da Segurança Social dos trabalhadores com
relação jurídica constituída após 1 de Janeiro de 2006.
As baixas por doença passam, assim, a ser asseguradas pela Segurança
Social, à excepção das que transitam do ano passado e que se mantêm
em curso, situação em que as entidades empregadoras devem continuar a
assumir o encargo.
Para os subsídios de doença ou de
parentalidade, não há pagamento retroactivo de contribuições. No subsídio de desemprego, relativamente às
situações ocorridas após 1 de Janeiro
deste ano, pode ser exigido o pagamento do número de meses, necessários para o cumprimento do prazo
de garantia e cálculo das prestações
sociais.
RR
Jornalista
O Imposto Municipal sobre Imóveis
(IMI) vai descer em algumas regiões do país, entre as quais Lisboa
e Porto.
Os coeficientes de localização foram publicados ontem em Diário da
República e entram hoje em vigor.
Para beneficiar deste alívio fiscal já
no próximo pagamento de Abril, os
proprietários têm de pedir às Finanças uma reavaliação do seu imóvel.
O Governo justifica esta medida com
a instabilidade no mercado imobiliário e a consolidação das medidas
anti-crise, cujos efeitos práticos
não querem ver prejudicados.
O prolongamento dos períodos de
isenção do IMI é uma delas.
Cascais
Portagens mais caras
na A5
Os utentes da auto-estrada de Cascais vão ter aumentos de portagens
a partir de Janeiro, devido à nova
A16.
A Estradas de Portugal considera
que a Brisa tem direito a ser compensada pelo facto de o troço da A5
entre Cascais e Alcabideche ser alvo
de portagem dentro da nova A16.
Decidiu, contudo, que a perda de
receita será compensada pelos
utentes da auto-estrada de Cascais
e não pela concessionária da via
que abriu ontem ao trânsito, a Ascendi, da Mota-Engil.
O aumento das portagens na A5
entra em vigor em Janeiro, revela
hoje o “Jornal de Negócios”.
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NACIONAL
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Ponto de vista
GRUPO RENASCENÇA, 2009
05
Cavaco recebe Sócrates
O Presidente da República, Cavaco Silva, recebe José
Sócrates, no Palácio de Belém, numa audiência que
ainda decorre à hora de fecho desta edição.
Sócrates é recebido na condição de secretário-geral
do Partido Socialista, desconhecendo-se mais pormenores.
A reunião acontece depois da vitória do PS nas legislativas de domingo e da declaração em que Cavaco Silva
quebrou o silêncio sobre o caso das alegadas escutas na
Presidência da República.
Na sua comunicação, o chefe de Estado acusou “destacadas personalidades do partido do Governo” de
“manipulação” para o encostar ao PSD e “desviar as
atenções”.
Cavaco Silva disse também que a divulgação pelo Diário
de Notícias de um e-mail trocado entre jornalistas do
“Público”, no dia 18 de Setembro, o levou a interrogarse sobre a possibilidade de alguém do exterior aceder à
informação confidencial contida nos computadores da
Presidência da República.
Cavaco Silva adiantou que, por isso, ouviu na terçafeira entidades com responsabilidades na área da segurança, ficou a saber “que existem vulnerabilidades” e
pediu que fosse estudada a forma de as reduzir.
Em resposta, horas depois, o dirigente nacional do PS
Pedro Silva Pereira contrapôs que a suposta vigilância
ou escutas feitas pelo Governo ao Palácio de Belém
“foi a única manipulação que se registou neste caso
lamentável”.
Já ontem, o Primeiro-ministro e secretário-geral do PS,
José Sócrates, afirmou-se empenhado em manter com
o Presidente da República uma relação “institucionalmente adequada e correcta”.
De acordo com a Constituição, “o Primeiro-ministro é
nomeado pelo Presidente da República ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais”.
Eduardo Lourenço fala em “arrufo”
Eduardo Lourenço diz que não passa de um “arrufo” a
tensão entre Belém e São Bento. O ensaísta diz que os
jornais bem podem fazer as manchetes que quiserem,
mas o bom senso vai prevalecer.
“O nosso Presidente da República e o Primeiro-ministro
provavelmente indigitado para formar um novo Governo não devem, não podem entrar em confronto como
os jornais hoje falam ao dizer que há uma espécie de
guerra civil. Não há nada disso. Penso que as pessoas
têm mais bom senso do que se imagina”, disse, acrescentando que em todas as relações, “há momentos em
que as coisas não funcionam tão bem como noutras,
mas esperemos que este arrufo governamental não
passe disso”. Já sobre a declaração de Cavaco Silva,
o ensaísta prefere não comentar e alerta que não se
pode humilhar a mais alta entidade da nação.
Caso dos Submarinos
Indústria Automóvel
Portas fala em “história mal contada”
Sector mantém
pessimismo
O líder do CDS-PP disse hoje que as declarações de Francisco Louçã sobre
o desaparecimento do contrato de aquisição de dois submarinos são “um
impropério” e garantiu que este caso é uma “história mal contada”.
Paulo Portas falava na Madeira, onde se deslocou no âmbito da campanha
para as eleições autárquicas. Para o líder do CDS-PP, a declaração do líder
do BE revela que Louçã “ainda está ressentido com o resultado das eleições legislivas”. Esta não devia ser razão, acrescenta Portas, para “desatar
a fazer impropérios contra este e contra aquele”.
Francisco Louçã sugeriu, na noite passada, à Justiça portuguesa que “procure nas 61 mil fotocópias” que Paulo Portas “levou para casa” quando
abandonou a pasta da Defesa o contrato dos dois submarinos comprados
por Portugal à Alemanha durante o Governo PSD/CDS-PP.
“Bem lhe podiam pedir [a Paulo Portas] se nas suas pastas de fotocópias
não estará lá por acaso o tal contrato que a Justiça procura há três anos”,
disse o líder do BE, deixando uma questão: “Será normal que um Estado se
comprometa a comprar material de guerra a um outro por mil milhões de
euros e não saibam do contrato?”.
Em resposta, Paulo Portas considera “uma história mal contada” o caso do
alegado desaparecimento de documentação relacionada com o processo
de aquisição dos submarinos ao Germain Submarine Consortion, destacando que esta polémica foi desencadeada por “uma fonte anónima”.
Apesar das notícias recentes sobre
sinais de recuperação do mercado
na Europa, e da indicação de que
a Autoeuropa decidiu suspender o
lay-off até final do ano, os principais agentes do sector em Portugal,
contactados pela Renascença, dizem que ainda não se notam efeitos
positivos no nosso país.
Ferreira Nunes, presidente da ANECRA (Associação Nacional de Empresas de Comércio e Reparação
Automóvel), garante que para já os
sinais de recuperação surgem, sobretudo, do mercado alemão.
No mesmo tom, Pedro Valente de
Almeida, presidente da AFIA (Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel), diz que faltam ao
nosso país novos projectos.
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NACIONAL
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Presidência
GRUPO RENASCENÇA, 2009
06
Época Balnear
Início da fase Delta
depois de mais de 22 mil fogos
Dezasseis vítimas
mortais nas praias
desde junho
» Celso Paiva
Terminou à meia-noite a fase Charlie do combate aos incêndios florestais.
Chegou, assim, ao fim o período considerado mais crítico e que abrangeu
os três meses de Verão, época na qual esteve concentrada a totalidade dos
meios disponíveis.
Com os dados que, para já, existem, cruzando os números oficiais apurados até 15 de Setembro e os oficiosos, a que foi possível ter acesso nos
últimos 15 dias, pode dizer-se que 2009 está a destoar da tendência decrescente iniciada em 2006.
Depois do melhor e do segundo melhor anos de sempre, respectivamente
em 2007 e 2008, o ano em curso já está, nesta altura, no décimo primeiro
lugar dessa lista.
Já arderam cerca de 65 mil hectares e já foram registados mais de 22 mil
incêndios. São números que já ultrapassam em muito os que se vinham
registando em anos anteriores, mas que, ainda assim, se situam abaixo da
média dos últimos dez anos e da meta a que o próprio Governo se propôs.
No ano em curso, Agosto, e em especial a última semana do mês, foi o
período mais complicado, onde se registou também o dia com mais incêndios: 444 no dia 30.
O distrito do Porto voltou a ter o maior número de incêndios: quase um
quarto do total nacional. O distrito da Guarda foi o que registou maior
área ardida.
Com o fim da fase Charlie, à meia-noite, começou a fase Delta que irá
prolongar-se por 15 dias.
Na prática, o dispositivo está agora reduzido a cerca de metade dos homens e das viaturas empenhadas no combate a incêndios e a um terço dos
meios aéreos, que passaram de 56 para 19.
Gripe A
Menos casos na última semana
Na última semana registou-se uma diminuição do número de casos de gripe A detectados em Portugal.
De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, entre 21 e 27 de Setembro houve 1530 situações de
síndrome gripal. Na semana anterior tinham-se registado 2213 casos da doença.
O balanço hoje conhecido refere que 21 doentes tiveram de ser internados, seis dos quais em unidades de
cuidados intensivos. Duas pessoas acabaram por morrer, como foi noticiado na altura.
Quanto ao impacto da gripe A nas escolas, a Renascença apurou que nesta altura há 42 casos registados em
27 estabelecimentos de ensino região de Lisboa e Vale
do Tejo, de acordo com as contas da respectiva Administração Regional de Saúde.
Ontem, a ministra da Saúde disse que a vacina contra
a gripe A vai começar a chegar a Portugal a partir de
12 de Outubro, “progressivamente”, não se sabendo
ainda se em lotes semanais ou mensais.
Treze homens e três mulheres morreram nas praias e rios portugueses
durante a época balnear deste ano,
o mesmo número que em 2008,
anunciou hoje a Marinha.
No balanço da Época Balnear 2009,
a Marinha refere que cinco mortes
ocorreram em praias marítimas vigiadas, onze em praias não vigiadas
de jurisdição marítima e cinco em
zonas fluviais.
Relativamente às causas de morte,
sete resultaram de afogamento,
oito de doença súbita e uma de paragem de digestão.
Perguntas e respostas
Todas as manhãs, a Informação da Renascença responde
a dúvidas dos ouvintes sobre gripe A. Hoje, Jorge Barroso Dias, médico do trabalho e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho, respondeu à
seguinte questão:
Tenho uma pequena empresa de formação profissional. Sou obrigado a afixar os cartazes disponíveis no
site da Direcção Geral de Saúde?
“Não existe nenhuma lei publicada que obrigue a esta
acção cívica, mas todos nós vemos o grande trabalho
que a comunicação social tem feito. Haverá muitas pessoas que falam em alarmismo. Eu acho que tudo isto
tem ajudado os portugueses a mudar de mentalidade e
a aumentar o nosso índice de saúde, porque toda a gente está disponível para um ambiente mais saudável, no
sentido de aplicar aquilo que cada um pode fazer, nomeadamente, lavar as mãos, higienizar as superfícies que
podem ser contaminadas por espirros e tosse e nesse
sentido, todos nós devemos colaborar. Todas as organizações devem fazer planos de contingência para reduzir,
mitigar o mais possível este risco que todos nós corremos. Portanto, numa sala de aulas, numa formação, não
há lugar melhor para também veicular isto”.
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NACIONAL
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Incêndios Florestais
GRUPO RENASCENÇA, 2009
07
Rio defende limites mais apertados ao endividamento
O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, defendeu
hoje limites “ainda mais apertados” ao endividamento das autarquias, admitindo que tal posição levará a
maioria dos autarcas a querer “comê-lo vivo”.
“Sei que esta é uma mensagem do mais errado que
se pode dar neste momento de eleições autárquicas,
mas é a minha opinião”, afirmou Rio na conferência
“Fiscalidade no Poder Local”, que hoje decorreu no
Porto. Embora admitindo que a fórmula de cálculo do
endividamento autárquico da nova Lei das Finanças Locais é a correcta e a situação “ficou bem melhor”, o
presidente e novamente candidato à Câmara do Porto
considera que o limite “ainda devia ser mais apertado”
para assegurar o que entende ser o essencial equilíbrio
financeiro dos municípios.
Rui Rio pretende ainda que uma percentagem de todos
os impostos passe a depender das competências dos
municípios, com as autarquias a receberem “uma parte
de todos os impostos cobrados no seu concelho”, desde o IVA ao IRC, IRS, IMI ou Imposto de Circulação, de
forma a que “o orçamento espelhe a globalidade fiscal
do município”.
Este modelo, “não aumenta a transferência do Orçamento de Estado para os municípios”, sustentou Rui
Rio.
Para o presidente da Câmara do Porto, a questão do
equilíbrio financeiro dos municípios é essencial para
permitir a cada novo autarca que toma posse assumir
“opções políticas”. “É inadmissível que se deixe uma
câmara em tal situação financeira, com um tal nível de
endividamento, que não permite a quem vem a seguir
tomar opções políticas”, considerou, afirmando que foi
o que lhe aconteceu quando chegou à Câmara do Porto,
em 2002.
Lisboa
Ponte de Sor
Santana acusa Costa de gastar dinheiro
dos contribuintes em espectáculos
Jerónimo contra
gestão privada
da água
Pedro Santana Lopes acusou hoje António Costa de gastar dinheiro dos
contribuintes para fazer espectáculos no parque Mayer, em tempo de campanha eleitoral para a Câmara de Lisboa.
O candidato social-democrata à autarquia já fez as contas aos gastos e
acusa o seu opositor de gastar mais dinheiro do que aquele que pagou ao
arquitecto Frank Gehry para reformular o parque Mayer.
Santana defendeu, ainda, a devolução de poderes da Sociedade Frente
Tejo, à câmara de Lisboa.
Num pequeno-almoço com a Associação de Comerciantes da Baixa, o candidato disse que, caso ganhe, vai fazer esse pedido por escrito a José
Sócrates, porque, alega, a sociedade responsável pela zona ribeirinha esconde negócios menos claros. Santana defendeu, também, a gestão da
baixa partilhada entre a câmara e comerciantes.
Santana garante presença de Ferreira Leite
Na noite passada, garantiu que Manuela Ferreira Leite “vai aparecer” na
sua campanha.
O cabeça de lista da coligação “Lisboa com sentido” disse que não é porque perdeu as eleições legislativas que volta as costas à líder do PSD.
“Eu, por formação e porque também já experimentei determinados sentimentos, não é quando as pessoas não ganham que nós não as devemos
querer ao pé de nós. Para já, é presidente do partido – e portanto com
todo o direito – e, para além disso, eu tenho gosto. É uma pessoa que merece respeito, é uma pessoa com valor, foi quem me convidou. Se quiser vir
todos os dias, por mim com todo o gosto. Se quiser fazer campanha comigo
é bem-vinda e garanto-lhe que vai aparecer”, disse.
O secretário-geral do PCP, Jerónimo
de Sousa, mostrou-se hoje contra a
gestão privada da água, uma medida que, considerou, prejudica as
populações que vivem fora dos centros urbanos.
Jerónimo de Sousa falava durante
uma acção de campanha em Ponte
de Sor, distrito de Portalegre, onde
afirmou estar confiante na vitória
da lista da CDU à Câmara local, o
que permitiria ao cabeça-de-lista
retomar o lugar que foi do seu pai
até 1993.
Na acção de campanha, em que
contactou populares e comerciantes de Ponte de Sor, o secretáriogeral comunista destacou a “lista
boa e bonita” que concorre à autarquia, gerida há quatro mandatos
pelo PS.
Nas eleições autárquicas de 2005, o
PS conquistou neste concelho quatro mandatos, com 54% dos votos,
enquanto a CDU obteve dois lugares
na vereação, com 24% do total dos
escrutínios.
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AUTÁRQUICAS’09
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Porto
GRUPO RENASCENÇA, 2009
INTERNACIONAL
Sismo na Indonésia
Centenas de mortos e milhares soterrados
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Bagus Indahono/EPA
08
Último balanço nas Samoa indica 148 mortes
No dia anterior (terça-feira), um violento sismo de 7,9
na escala de Richter seguido de tsunami, no arquipélago das Samoa, causou a morte de 148 pessoas, de
acordo com o mais recente balanço oficial.
O terramoto originou ondas de mais de quatro metros
de altura, espalhando a destruição por várias aldeias e
deixou vilas inteiras alagadas.
Sismos do Pacífico não estão relacionados
Os sismos nas ilhas Samoa e em Samatra não estão relacionados, apesar de terem ocorrido na “cintura de
fogo” do Pacífico, onde a junção de placas continentais
origina forte actividade sísmica, disseram hoje peritos.
“Surgiram a 10 mil quilómetros de distância”, afirmou Bill
Fry, sismólogo do Centro GNS Science, na Nova Zelândia.
“Existem casos de sismos próximos no tempo e no espaço, porque um deles se repercute noutro local da falha, mas a uma distância tão grande isso é impossível”,
acrescentou.
UE reforça ajuda às vítimas das catástrofes
A UE e os Estados-membros “mobilizaram-se para oferecer o seu apoio e já destinaram uma considerável
quantidade de ajuda para a região”. Afirmou o chefe
da diplomacia europeia, Javier Solana, referindo-se
aos 150 mil euros em ajuda urgente para as vítimas
do tsunami nas ilhas Samoa e aos 4 milhões de euros
destinados às vítimas do tufão “Ketsana”.
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Pelo menos 770 pessoas morreram e 2400 ficaram feridas devido ao terramoto de 7,6 graus na escala Richter
que atingiu ontem o oeste da ilha indonésia de Samatra
e ao qual se seguiu uma violenta réplica, já hoje. Este
novo sismo, de 6,6 graus Richter, voltou a sacudir Samatra, mas a cerca de 200 quilómetros do epicentro do
terramoto da véspera.
A ministra da Saúde indonésia admite, contudo, a existência de milhares de mortos entre os escombros das
casas e edifícios que se desmoronaram.
A maioria das mortes (376) ocorreu em Padang, capital
da província de Sumatra Ocidental, com cerca de 900
mil habitantes e a cidade mais afectada, ao estar situada a cerca de 50 quilómetros do epicentro do sismo.
As primeiras equipas de resgate já operam na área
afectada para resgatar pessoas presas, recuperar cadáveres e entregar ajuda aos desalojados, como 20 mil
equipamentos de emergência com tendas de campanha, roupas, remédios e alimentos.
Carlos Bueno, vice-cônsul do Brasil em Jacarta, descreveu à Renascença, um cenário da devastação em
Padang, com “muitos prédios, hotéis e hospitais e pontes destruídos. A energia eléctrica e a comunicação
por telefone está com problemas. A situação é grave
e delicada”.
A equipa da Assistência Médica Internacional que se encontra na Indonésia admite deslocar-se a Padang, nas
próximas horas. Uma garantia dada por Carla Folgoa,
membro da equipa, à Renascença.
A Secretaria de Estado das Comunidades sublinha quem,
até ao momento, não há registo de cidadãos portugueses entre as vítimas.
GRUPO RENASCENÇA, 2009
09
Espanha
Igreja Católica irlandesa demarca-se
da campanha para referendo
74 detidos por
pornografia infantil
A hierarquia da Igreja Católica irlandesa desmente que o Tratado de Lisboa
abra caminho à legalização do aborto no país.
Na véspera do segundo referendo ao documento, a Igreja Católica quer
evitar “falsas propagandas”, explica à Renascença um membro da Conferência Episcopal irlandesa. “Não há nada no Tratado de Lisboa que justifique um voto «Não», com base em argumentos de natureza ética ou
religiosa”. Foi com esta declaração a Igreja Católica evitou que grupos
pró-vida trouxessem para a campanha desta segunda consulta popular um
argumento que pesou na vitória do “Não” na primeira vez.
A Igreja não se tem envolvido directamente na campanha nem apelado
directamente ao “Sim” ou ao “Não” – apenas desmente que o Tratado de
Lisboa possa abrir caminho à liberalização do abordo no país.
A polícia espanhola anunciou a detenção de 74 pessoas no âmbito de
uma vasta operação contra a pornografia infantil em que foram encontrados milhões de ficheiros, alguns
de “extrema dureza”.
Além dos detidos, 61 pessoas foram
indiciadas na mesma operação.
Mais de 600 agentes da Brigada Tecnológica da Polícia Nacional participaram na operação que se realizou
simultaneamente em 30 províncias
espanholas, depois de serem analisadas mais de 2500 ligações pela
Internet entre os utilizadores.
Entre o material descoberto nas
rusgas encontrava-se “material de
extrema dureza, incluindo agressões sexuais a menores de muito
tenra idade”, segundo um comunicado da Polícia Nacional.
Os detidos residiam todos em Espanha, mas a Polícia Nacional detectou acessos à rede a partir de vários
países, não identificados.
Genebra
Peru
Irão e comunidade internacional
voltam a reunir
Fujimori condenado
a seis anos de prisão
» Marina Pimentel
As negociações entre o Irão e os cinco países membros do Conselho de
Segurança, mais a Alemanha, iniciaram-se, ao fim da manhã, em Genthod,
a três quilómetros de Genebra.
Said Yalili, um alto responsável iraniano e Javier Solana, o chefe da diplomacia europeia que representa as seis potências, dirigiram-se à vila suíça
para o primeiro encontro em 14 meses.
A reunião será marcada por dois sérios desafios do Irão à comunidade internacional: o teste, esta semana, de mísseis capazes de alcançar Israel e
franjas do território europeu, e a revelação de que Teerão está a construir
uma nova fábrica de enriquecimento de urânio.
Nos últimos dias, o Irão tem repetido que não vem a Genebra debater o
seu programa nuclear ou o enriquecimento de urânio que considera direitos soberanos, mas, apesar das posições mais recentes e da ausência
de expectativas para este encontro, a hora é, de novo, de dar uma nova
oportunidade à diplomacia.
Na análise de Patricia Daehnhardt, investigadora do Instituto Português de
Relações Internacionais, o Irão surge em Genebra numa atitude claramente desafiadora, que “é claramente sinal de uma potência regional, uma
potência em ascensão, que contesta a legitimidade de uma comunidade
internacional que, de facto, para além da ameaça e da aplicação de algumas sanções ao regime de Teerão, poucas hipóteses tem senão declarar
guerra ao Irão, hipótese que parece ainda afastada”.
O antigo Presidente peruano, Alberto Fujimori, foi
condenado a seis
anos de prisão,
num caso em que
era acusado subornar deputados e
de mandar pôr os seus adversários
políticos sob escuta.
Fujimori, de 71 anos, já se encontra
a cumprir uma pena de 25 anos por
crimes contra os direitos humanos.
Nas alegações finais, o antigo chefe
de Estado admitiu ter colocado escutas e subornado várias personalidades do Peru que iam testemunhar
contra si.
Fujimori deverá passar o resto da
sua vida atrás das grades, a menos
que seja amnistiado pelo Presidente
da República, o que poderá acontecer se a sua filha Keiko ganhar as
eleições de 2011.
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IINTERNACIONAL
PÁG.
Tratado de Lisboa
GRUPO RENASCENÇA, 2009
O Estado tem de ser neutro perante as religiões e criar
as condições para que o direito à liberdade religiosa
possa ser exercido, afirma D. Jorge Ortiga, que participa a partir de hoje no Encontro dos Presidentes das
Conferências Episcopais da Europa.
O encontro de Paris vai ser centrado no tema “A Igreja
e o Estado 20 anos depois da queda do muro de Berlim”.
Em debate vão estar os diversos modelos e soluções
jurídicas adoptada por cada Estado para enquadrar a
acção da Igreja Católica na sua sociedade e regulamentar as relações bilaterais.
Numa Europa que esquece as suas raízes e valores cristãos, é preciso que as relações Igreja-Estado tenham
regras, para isso existem as leis da liberdade religiosa
e as concordatas.
D. Jorge Ortiga, que vai representar Portugal neste encontro em Paris, diz à Renascença que o Estado tem
de criar condições para que a liberdade religiosa possa
ser exercida.
Neste contexto, o presidente da Conferência Episcopal
Portuguesa (CEP) lembra que existe no “Velho Continente” uma mentalidade que relega a religião para a
esfera do privado, negando-lhe a sua dimensão públi-
ca. Por isso, D. Jorge Ortiga considera que os princípios
da “liberdade da Igreja e da cooperação” são fundamentais nas relações Igreja-Estado.
Este é um problema complexo que tem de ser resolvido
através do diálogo com os Estados. No caso português,
D. Jorge Ortiga lembra os acordos alcançados recentemente com o Governo sobre a assistência religiosa nos
hospitais e nas prisões.
Para o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, foi o “acordo possível”: “nós, inicialmente, pretendíamos que fosse uma regulamentação da Concordata,
depois aceitamos – mais do que uma regulamentação
da Concordata - uma explicitação da Lei da Liberdade Religiosa, de tal modo que aquilo que está nestes
decretos-lei é aplicável à Igreja Católica e também às
outras religiões. Da nossa parte não digo que foi uma
cedência, mas sim o reconhecimento da pluralidade de
opções dos portugueses”.
Bento XVI
Vietname
Viagem à República Checa teve carácter
de peregrinação e missão
Perseguição
religiosa estende-se
aos budistas
O Papa Bento XVI resumiu a
sua recente visita à República Checa: foi uma viagem
ao coração da Europa para
reforçar a fé e a esperança.
“Foi uma verdadeira peregrinação e, ao mesmo tempo, uma missão ao coração
da Europa. Peregrinação
porque a Boémia e a Morávia são há mais de um milénio terra de fé e santidade.
Missão porque a Europa precisa de reencontrar em Deus e no seu amor o
sólido fundamento da sua esperança, o que, sobretudo, interpela a certeza aos cristão de hoje. A nossa força é o amor de Cristo, uma força que
inspira e anima as verdadeiras revoluções pacíficas e libertadoras e que
nos ajuda nos momentos de crise”, considerou o Papa.
Bento XVI considerou, durante a audiência geral desta quarta-feira, no Vaticano, que a Europa tem de “reencontrar-se” com Deus, que apresentou
como a “fonte que irrigou a sua história”.
Cerca de 400 religiosos foram expulsos de um templo budista pela
polícia vietnamita. O regime tem
um longo historial de perseguição
religiosa.
O ataque policial teve lugar na província de Lam Dong, nas montanhas
centrais do país. Durante toda o dia
centenas de polícias e agentes do
Governo comunista vasculharam o
mosteiro, arrombando portas, partindo janelas e destruindo mobília
e material tecnológico.
Ao fim do dia, 150 homens e 230
mulheres foram metidos em autocarros e levados para longe do
mosteiro. Trata-se de seguidores de
Thich Nhat Hanh, um monge budista que se viu forçado a abandonar o
país há 40 anos, mas que regressou
em 2005.
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10
Estado deve criar condições
para a liberdade religiosa
Danilo Schiavella/RR
RELIGIÃO
PÁG.
D. Jorge Ortiga
GRUPO RENASCENÇA, 2009
ENTREVISTA
Antonio Skármeta
“Fernando Pessoa é uma doença crónica”
Já usou Portugal como cenário, para dois dos seus filmes, agora quer
escrever sobre Portugal. Antonio Skármeta, autor de “O Carteiro de
Pablo Neruda”, editado pela Teorema, está de visita a Lisboa para se
inspirar.
O escritor chileno, que tem um projecto musical com o músico brasileiro Toquinho, considera os portugueses e os chilenos parecidos. Numa
entrevista que poderá ouvir no Ensaio Geral, hoje, a partir das 23h00,
na Renascença, Skármeta confessa que sofre de uma doença crónica:
ler a poesia de Fernando Pessoa.
DR
» Maria João Costa
11
para a melancolia, ao contrário dos argentinos e dos
brasileiros que são muito expansivos. Às vezes, quando
uma pessoa caminha por uma cidade portuguesa, ou
usa figurantes portugueses num filme, vê que [os portugueses] são como os chilenos.
RR – Sei que tem um projecto musical com o brasileiro Toquinho? Já gravaram?
AS - São canções com letras minhas, versos meus e
RR – Mas vai escrever um romance sobre ou passado músicas do Toquinho.
em Lisboa?
Trabalhámos de uma forma diferente daquela que eu
AS- Poderá ser um romance, pequeno, talvez com 200 costumo trabalhar habitualmente. Eu tinha algumas
páginas… Não sei, no entanto, até agora, qual será o ideias de canções e contei-as ao Toquinho e ele deuenredo da história. Mas sei porque me interessa fazê-lo me melodias. Gravou-me uma série de melodias em
em Portugal.
que as trauteava. Eu fui pondo letras nessas melodias.
Além disso, Lisboa é uma cidade que amo, que me O Toquinho prefere trabalhar assim. Ele acha que é a
inspirou muitas vezes. Aconteceu algo muito curioso, música que deve definir a palavra e dar-lhe ritmo. É
desde os anos 70 e até agora – como na
um trabalho que está terminado. A qualAmérica Latina havia ditaduras militares “Um tom
quer momento, o Toquinho teria de graváe muitos artistas e intelectuais viviam no suave, uma
lo. Porque ainda não o fez? São mistérios
exílio na Europa , os cineastas vinham para
brasileiros!
Portugal para filmar – como se esses filmes expressividade
se passassem no Chile, na Argentina, no discreta, uma
RR – Costuma ler enquanto escreve?
Uruguai e no Brasil!
tendência para AS - Leio sempre poesia. Poesia chilena,
Então Portugal era todos esses países. Halatino americana, norte americana, portuvia um Portugal real que estava a começar a melancolia.
guesa. Pode ver que estou outra vez a ler
a sua vida democrática depois da revolu- (...) Os
Pessoa. Pessoa é uma doença crónica!
ção dos cravos e havia um Portugal fantás- portugueses
tico gravado por todos estes cineastas que
RR – “O carteiro de Pablo Neruda” foi o
vinham fazer de Portugal um outro país. são como os
seu maior êxito literário internacional.
Bom, isto parece-me muito interessante, chilenos”
Sei que conheceu o poeta. Como é que
tem muita graça. Eu próprio fiz isso. Grafoi a sua relação com Pablo Neruda?
vei aqui dois filmes: usei Portugal como se
AS - Tínhamos o mesmo tipo de humor e
fosse o Chile.
gostávamos muito dos mesmos poetas. Começámos a
conversar e a fazer piadas. E através desta relação,
RR – Portugal e o Chile são parecidos em que aspec- começou uma breve amizade.
tos?
Eu sempre admirei Neruda pela sua poesia, pela sua
AS- Portugal está no fim da Europa, no sul da Europa, paixão pela justiça, pelo seu compromisso para com
o Chile está no sul da América Latina; os crepúsculos os pobres do Chile e tinha a imagem de um intelectual
acontecem no lado correcto – o sol nasce deste lado, como eu gostava. Parecia-me sempre muito encantano Chile e aqui. Depois o carácter das gentes. Os chile- dor, especialmente os seus versos de amor. Com os seus
nos, dentro da América latina, têm um tom mais suave, versos de amor, nós, os chilenos, alcançámos algumas
uma expressividade mais discreta, têm uma tendência conquistas importantes.
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PÁG.
Rádio Renascença – O que é que o traz a Portugal?
Antonio Skármeta - Aceitei um convite do embaixador
do Chile em Portugal para ter um primeiro contacto
com a cidade de Lisboa porque tenho um projecto de
escrever algo em que Lisboa vai ter um papel muito
importante. Queria reconhecer a cidade nem que fosse
por alguns dias. Quero voltar mais tarde, por mais tempo, entre três a seis meses.
GRUPO RENASCENÇA, 2009
Galardão distingue Manoel
de Barros, “o poeta do Pantanal”
O Grande Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen foi esta semana atribuído à colectânea “Compêndio para Uso dos Pássaros - Poesia Reunida
1937-2004”, do brasileiro Manoel de Barros, conhecido como “o poeta do
Pantanal”.
Com um valor pecuniário de 10 mil euros, o Prémio Sophia foi instituído em
2005 pela Câmara de S. João da Madeira, que, em parceria com a Associação Portuguesa de Escritores (APE), distingue bienalmente uma colectânea
poética de autor português ou de país de língua oficial portuguesa.
Este ano, o júri constituído para o efeito seleccionou a obra de Manoel de
Barros em “reconhecimento do lugar raro deste autor brasileiro no contexto das literaturas em português”.
Para os professores Carlos Resende de Sousa e José Manuel Mendes, da
APE, e para Rui Costa, vice-presidente da Câmara de S. João da Madeira,
o poeta que assina “Compêndio para Uso dos Pássaros” está situado “num
espaço que o transcende” e a sua escrita evidencia “percursos de criatividade, renovo e doação peculiaríssima ao património cultural dos povos na
sua dimensão futurível”.
Manoel de Barros sucede assim a António Ramos Rosa, que venceu o Prémio
Sophia 2005 com o livro “O Poeta na Rua”, e a Fernando Echevarría, distinguido em 2007 pela colectânea “Obra Inacabada”.
Natural do Beco da Marinha, na margem do Rio Cuiabá, Manoel Wenceslau
Leite de Barros é por muitos apontado como “o poeta maior do Pantanal”.
Nasceu em 1916 e viveu em Corumbá, no Rio de Janeiro e em Nova Iorque,
antes de se fixar em Campo Grande, onde reside actualmente.
O livro de estreia de Manoel de Barros foi editado em 1937. Em Portugal,
Manoel de Barros está editado pela Quasi, que com o seu “O Encantador de
Palavras” (2000) abriu a colecção “Arranjos para Assobio”.
Paulo Teixeira Pinto
preside à APEL
Paulo Teixeira Pinto, da Guimarães
Editores, foi hoje eleito presidente
da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) em assembleia-geral, sendo vice-presidentes
Isaías Gomes Teixeira (Grupo LeYA)
e Vasco Teixeira (Porto Editora).
Teixeira Pinto, que já foi presidente
do Millenium BCP, liderava a única
lista que se apresentou ao escrutínio, marcado depois da demissão de
Rui Beja, a 4 de Agosto, da direcção
da APEL na sequência do processo
de convergência de editores e livreiros numa só associação.
À assembleia-geral eleitoral compareceram 40 associados, segundo
nota da APEL. A direcção eleita tem
como vogais efectivos João Espadinha (Presença), João Rodrigues
(Sextante), Ana Neves (El Corte Inglés) e David Ferreira (FNAC).
Exposição
Diocese de Beja mostra história e arte alentejana em França
Depois de Regensburg, em 1999, Roma, em 2002, e
Saragoça, no ano passado, o Departamento do Património da diocese de Beja inaugura no sábado, no
Musée d’Art Religieux de Fourvière, em Lyon, França, uma nova exposição, intitulada “Portugal Eternel – Patrimoine de la Région de l’Alentejo”.
A diocese de Beja tem vindo a realizar um esforço
para garantir a sobrevivência dos tesouros de arte
e história do seu vasto território. Um dos caminhos
que empreendeu é o da internacionalização, através
de acções, articuladas com as instâncias locais, em
sítios estratégicos da Europa.
Segundo José António Falcão, director do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de
Beja, em declarações à agência Ecclesia, “mostrar a
identidade da cultura alentejana” fora de Portugal “é
um instrumento fundamental para a afirmação do território”.
O objectivo é conseguir uma integração das igrejas e
DR
12
Eleições
museus da região em circuitos europeus, valorizando
percursos de enorme significado cultural, mas ainda
pouco conhecidos além-fronteiras. A realização de exposições qualificadas constitui um instrumento decisivo para se alcançar tal meta.
“Portugal Eternel – Patrimoine de la Région de
l’Alentejo” ficará patente até 3 de Janeiro de 2010.
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CULTURA
PÁG.
Prémio Sophia
GRUPO RENASCENÇA, 2009
13
Conselho de Justiça:
nem bem, nem depressa
Ribeiro Cristóvão
Jornalista
As equipas do Sporting e do Benfica, na categoria de juniores, voltam a encontrar-se no próximo sábado, na Academia de Alcochete,
em jogo integrado no respectivo campeonato.
A novidade principal que emana deste desafio é que terá de realizar-se à porta fechada, pelo que os clubes já estão a recomendar
aos seus adeptos que não deverão deslocar-se à Academia de Alcochete onde irá decorrer o jogo.
A decisão resulta do castigo aplicado pelo Conselho de Disciplina
da Federação Portuguesa de Futebol pelos desacatos verificados
no jogo da época passada a que se juntou uma derrota de 3-0 atribuída a ambos os clubes.
É verdade que os acontecimentos de então justificaram as medidas adoptadas e pretenderam, sobretudo, fazer doutrina sobre
uma matéria, a da disciplina, a que as claques do futebol dão, por
hábito, pouca importância.
Só que, a situação que vamos ter pela frente neste sábado, também resulta do facto de um recurso apresentado pelo Sporting
há vários meses estar ainda a aguardar decisão nas gavetas do
Conselho de Justiça.
Afinal, é apenas mais um caso em que aquele órgão federativo não
revela capacidade para actuar com a rapidez que as circunstâncias
exigem. E porque estamos habituados, já todos se resignam com
esta rotina, nada comparável àquela que é possível constatar na
maioria das federações europeias.
Lá fora decide-se, habitualmente, bem e depressa. Por cá, infelizmente, nem uma coisa nem outra.
Selecção/Convocatória
Peixoto, Assis e Ferreira são as novidades
Nuno Assis, do Vitória de Guimarães, César Peixoto, do Benfica, e Paulo
Ferreira, do Chelsea, que regressa após lesão, são as novidades de Carlos
Queiroz para os derradeiros e decisivos jogos de qualificação para o Campeonato do Mundo de 2010, frente a Hungria e Malta, que se disputam nos
dias 10 e 14 de Outubro, respectivamente.
Em relação à última convocatória, saíram Maniche do Colónia, Miguel do
Valência e Zé Castro do Deportivo da Corunha.
A lista dos convocados é a seguinte: os guarda-redes Beto, Eduardo e Rui
Patrício; os defesas Bosingwa, Bruno Alves, Paulo Ferreira, César Peixoto,
Pepe, Ricardo Carvalho e Rolando; os médios Deco, Duda, João Moutinho,
Nuno Assis, Miguel Veloso, Raúl Meireles e Tiago; os avançados Cristiano
Ronaldo, Liedson, Nani, Nuno Gomes e Simão Sabrosa.
Liga Europa
Benfica e Sporting
tentam manter
lideranças
O Benfica e o Sporting procuram,
hoje, manter a liderança dos respectivos grupos na Liga Europa de
futebol, enquanto o Nacional da
Madeira viaja até Viena, onde vai
lutar pelos primeiros pontos na
competição frente ao Áustria.
Na liderança do Grupo I, em igualdade pontual com o Everton, o Benfica viaja à Grécia e terá pela frente, às 18h00, o AEK Atenas, equipa
que na primeira jornada da prova
foi batida pelos britânicos, por 4-0.
Jorge Jesus prevê um jogo equilibrado diante dos gregos.
Depois de ter perdido por 1-0 no Estádio do Dragão, frente ao FC Porto, para o campeonato, o Sporting,
líder do Grupo D, recebe esta noite,
às 20h00, o Hertha Berlim, último
classificado da liga alemã e que na
segunda-feira despediu o treinador
suíço Lucien Favre.
Na capital austríaca, o Nacional da
Madeira persegue, às 18h00, frente
ao Áustria de Viena, os primeiros
pontos no Grupo L da Liga Europa,
depois da derrota por 3-2 na recepção ao Werder Bremen, na estreia
na prova.
UEFA
Portugal sobe
no ranking
A vitória de ontem do FC Porto sobre o Atlético Madrid, para a Liga
dos Campeões, permitiu a Portugal
recuperar a nona posição no ranking
da UEFA. O nosso país ultrapassou
a Holanda, recuperando a posição
com que tinha entrado na tabelo de
2009/2010, aumentando, também,
a vantagem sobre a Turquia, que é
a 11ª classificada.
De qualquer forma, Portugal vai
ficar apenas com duas equipas na
Liga dos Campeões em 2010/2011 e
apenas três na Liga Europa.
Os efeitos do ranking, da época
2009/2010 só vão fazer-se sentir
em 2011/12.
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DESPORTO
PÁG.
Ponto Final
GRUPO RENASCENÇA, 2009
14
Tem início o Congresso de Viena
» Pedro Rios
A 1 de Outubro de 1814, em Viena, na Áustria, começou um congresso que redefiniria a
Europa dos pontos de vista político e geográfico. Foi no Congresso de Viena que as nações
europeias procuraram “repor a ordem” depois
das guerras napoleónicas, diz Ana Leal de Faria, do Centro de História da Universidade de
Lisboa. O congresso terminaria em Junho de
1815.
Apesar da derrota das tropas de Napoleão, a
França conseguiu manter o seu território anterior à aventura expansionista. O representante da França no congresso, Charles Maurice de
Talleyrand, príncipe de Benevent, teve uma
intervenção “brilhante”, nota a especialista, conseguindo importantes vitórias diplomáticas.
O congresso apostou numa lógica de compensações
pequenas e castigos suaves (o território francês não
foi dividido em várias partes e distribuído pelas potências vencedoras), o que permitiu quarenta anos
sem grandes conflitos.
Portugal, cuja delegação foi chefiada por Pedro de
Sousa Holstein,
conde de Palmela, embaixador
de Portugal em
Londres, cedeu
na questão da
Excerto de “O Congresso de Viena”,
de Jean-Baptiste Isabey, 1819
Guiana francesa,
Universidade de Cambridge
ONTEM
E HOJE
PÁG.
A 1 de Outubro de 1814...
A Europa que saiu do Congresso de Viena
concordou na abolição do comércio esclavagista apenas a Norte do Equador e conseguiu o reconhecimento da soberania de Olivença (só no plano teórico).
Durante o congresso, Viena aperaltou-se, encheuse de música, bailes e festas. Este “lado mundano”
abriu “canais menos formais” de negociação e ajudou a fazer do congresso “um marco na história da
diplomacia”. Por isso, “há um antes e um depois do
congresso na história da diplomacia”, refere.
Em 1815, como resultado do congresso, nasce a
Santa Aliança, formada entre a Rússia, a Prússia e
a Áustria. Teve como verdadeiro objectivo reforçar
o absolutismo e combater as ideias liberais e anticlericais que grassavam na Europa, através de uma
estratégia comum.
Olhar
À hora do fecho
desta edição,
vai a leiloar, em
Lisboa, um Morabitino de Sancho I
(1185-1211).
A base de licitação
é de 16500 euros.
Os Morabitinos
foram a “primeira
moeda de ouro em
Portugal”, explica
Xavier Salgado, da
Numisma, que organiza o leilão. Há
122 Morabitinos de
Sancho I no mundo,
a maioria dos quais
em museus e boa
parte fora do país,
facto que revela a
importância à moeda hoje leiloada.
Fotos: Numisma
GRUPO RENASCENÇA, 2009
ÚLTIMAS
PÁG.
15
Crédito ao Consumo
Media
Taxas máximas
entram em vigor só
para o ano
José Manuel
PJ suspeita de
Fernandes abandona negligência nos
direcção do Público
casos de cegueira
As taxas máximas no crédito ao
consumo só vão ser aplicadas em
Janeiro de 2010. É a interpretação
do Banco de Portugal ao decretolei que entra em vigor esta quintafeira.
O diploma prevê que a TAEG (taxa
anual de encargos efectiva global)
não ultrapasse em mais de um terço
a média praticada pelo mercado no
trimestre anterior.
A iniciativa do Governo em limitar
as taxas de juro no crédito ao consumo pretende acabar com taxas que
podem ir até aos 30%. O decreto-lei
determina o dia 1 de Outubro para
a entrada em vigor desta medida,
mas o Banco de Portugal entende
que só a partir desta data tem obrigação de determinar os máximos a
aplicar às taxas de juro.
O director do Público anunciou hoje
à redacção que vai abandonar o
cargo e que a nova direcção entrará
em funções no dia 1 de Novembro,
disse à Lusa fonte do jornal.
Bárbara Reis, até aqui directora
executiva do jornal, vai ocupar o
lugar de José Manuel Fernandes.
A fechar...
Hospital Santa Maria
Indícios recolhidos pela Polícia Judiciária indicam negligência no manuseamento da substância na farmácia do Hospital de Santa Maria,
adianta o Expresso online.
O relatório da PJ sobre os casos de
cegueira provocados em doentes
operados no Hospital de Santa Maria será entregue hoje no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa.
Segundo apurou o Expresso, há provas suficientes para indiciar pelo
menos dois funcionários do hospital
do crime de ofensas à integridade
física por negligência.
TEMPO
Bento XVI visita Chipre
Bento XVI vai visitar Chipre em Junho de 2010, naquela
que será a primeira vez que um Papa se desloca àquela
ilha do Mediterrâneo.
Autárquicas: Elisa “disposta a
perder a gamela de Bruxelas”
A candidata do PS à Câmara do Porto, Elisa Ferreira, diz
que o facto de ser eurodeputada mostra que está disposta a perder a “gamela” de Bruxelas.
EUA: aumentam pedidos de
subsídio de desemprego
O número de novas requisições para acesso ao subsídio de
desemprego nos EUA aumentou 26 mil, para os 551 mil, na
semana passada, segundo o Departamento do Trabalho.
SEXTA
SÁBADO
28ºC/19ºC
28ºC/17ºC
23ºC/16ºC
24ºC/15ºC
27ºC/17ºC
27ºC/18ºC
26ºC/16ºC
27ºC/14ºC
25ºC/21ºC
25ºC/21ºC
24ºC/18ºC
24ºC/18ºC
LISBOA
PORTO
FARO
COIMBRA
MADEIRA
Turco atira sapato a director do FMI
Um estudante lançou um sapato contra o director-geral do
FMI, Strauss-Kahn, em protesto contra a instituição, durante uma conferência numa Universidade de Istambul.
AÇORES
Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa
colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro, Luís
Manuel David Soromenho de Alvito e Luiz Gonzaga Torgal Mendes Ferreira. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado
de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa.
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FMI: economia portuguesa deverá crescer já em