Frederico Martins JORNAL DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS INDUSTRIAIS DE CALÇADO, COMPONENTES E ARTIGOS DE PELE E SEUS SUCEDÂNEOS # Nº 174 # FEVEREIRO 2011 CalçadO pOrtuguês «arrasa» COnCOrrênCia as expOrtações de CalçadO exClusivamente pOrtuguês CresCeram 24% na última déCada 1.152 milhões de eurOs em 2010. para nesse períOdO, O CalçadO pOrtuguês vOltOu a destaCar-se na eCOnOmia pOrtuguesa e a ganhar terrenO aOs seus COnCOrrentes eurOpeus mais direCtOs, itália e espanha. em 2010, as expOrtações CresCeram mais de 5%. e Os primeirOs sinais apOntam para um nOvO CresCimentO este anO. AFs_BESXPBill_Apiccaps255x370(c).ai 1 11/02/23 10:40 Nº 174 # FEVEREIRO 2011 3 © U.P.images (fotolia.com) O que eles pensam de nós Estará o calçado português, literalmente, na moda? O Jornal da APICCAPS interrogou alguns dos profissionais mais qualificados do sector da moda em Portugal. Saiba quais são as suas conclusões. Calçado português cresce mais de 24% e «bate» concorrência internacional Frederico Matins As exportações de calçado exclusivamente português cresceram 24% na última década para 1.152 milhões de euros em 2010. Nesse período, o calçado português voltou a destacar-se na economia portuguesa e a ganhar terreno aos seus concorrentes europeus mais directos, Itália e Espanha. Com efeito, na última década, as exportações italianas recuaram 1,9% e as espanholas mais de 7,3%. Ao invés, as empresas de capitais exclusivamente portugueses cresceram mais de 20%, superaram a quebra induzida pelo desinvestimento directo estrangeiro instalado em Portugal e colocaram no exterior mais de 95% da sua produção para um total de 132 países. Na última década, o calçado afirmou-se como o sector mais internacionalizado da economia portuguesa e aquele que mais positivamente contribui para a balança comercial portuguesa, com um saldo liquido anual na ordem dos 800 milhões de euros. Calçado a crescer em 2011 As exportações de calçado aumentaram 5,2% para 1.296 milhões de euros, em 2010. O calçado português chegou a mais de 130 países, sendo de destacar um desempenho positivo em praticamente todos os mercados europeus. Fora do “velho continente”, realce para os crescimentos na ordem dos dois dígitos em países como os EUA, Canadá, Japão os países árabes. As perspectivas do sector apontam, igualmente, para um novo crescimento em 2011. Segundo o Boletim de Conjuntura da APICCAPS, editado em colaboração com a Universidade Católica do Porto, “as encomendas continuaram a evoluir favoravelmente” e, apesar das perspectivas macroeconómicas pouco favoráveis para a economia portuguesa e para muitas economias europeias, as empresas portuguesas de calçado “esperam reforçar a actividade com o consequente impacto positivo no emprego”. Prevê-se, igualmente, que se assista a uma subida dos preços de venda, em Portugal e no estrangeiro. Por fim, o estado global dos negócios deverá manter-se favorável. O calçado português continua a dar passos sólidos nos mercados externos Nº 174 # FEVEREIRO 2011 5 Paula Mateus Para a Directora da mais prestigiada revista de moda em Portugal, a Vogue, “a indústria portuguesa de calçado merece totalmente o nosso apoio pela evolução da qualidade e pela melhoria no design, que tem vindo a desenvolver, ainda mais numa época tão conturbada como a que vivemos”. Para Paula Mateus, “o seu reconhecimento, tanto ao nível nacional como internacional, é um facto que nos enche de orgulho”. -sector participa em Março em 13 eventos no exterior Portugal reforça presença na MICAM Noventa e sete marcas portuguesas de calçado, responsáveis por mais de seis mil postos de trabalho e 450 milhões de euros de exportação, vão participar, de 6 a 9 de Março próximo, na mais conceituada feira de calçado do mundo, que se realizará em Milão. Ao todo, mais de 1.600 expositores, de aproximadamente 50 países, e mais de 40 mil visitantes profissionais marcarão presença na MICAM. Portugal será a segunda maior delegação estrangeira na feira de Milão, sendo apenas superado pela Espanha. A presença na MICAM insere-se na estratégia promocional definida pela APICCAPS e AICEP, com o apoio do Programa Compete, e que visa consolidar a posição relativa do calçado português nos mercados externos, diversificar o destino das exportações, abordar novos mercados e possibilitar que novas empresas iniciem o processo de internacionalização. O calçado português vai voltar a estar em plano de evidência no principais fóruns internacionais da especialidade No total, prevê-se que mais de 150 internacional, num investimento fóruns internacionais da especialida- na MICAM, GDS e Modalzado, o sec- empresas da fileira do calçado global na ordem dos dez milhões de de. Só em Março, o sector participará tor marcará presença nos principais participem, em 2011, neste mega- euros e que se traduzirá na presença em 13 eventos distintos no exterior. eventos em França, Polónia, Rússia programa de promoção à escala em mais de 70 dos mais prestigiados Com efeito, para além da presença e países árabes. Presença na GDS volta a crescer A presença portuguesa na GDS tem Portugal. “O calçado português con- vindo a aumentar de forma galo- tinua ainda hoje intimamente ligado pante nos últimos anos. Em Março à GDS”. próximo, 64 empresas vão participar O motor alemão A Alemanha cresceu 3,6%, em 2010, estando previsto um crescimento de na “feira das feiras” de Düsseldorf, “As marcas portuguesas são cada mais 19% do que na última edição. vez mais solicitadas”, destacou Hans 2,3%, para 2011. Ao nível do sector Walter. Nos fashion shows da GDS, do calçado, a GDS será determinante. Hans Walter recorda que “os primei- por exemplo, que recebem centenas Espera-se que em Março próximo ros passos de empresas portuguesas de visitantes, vão participar 12 insíg- 30.000 visitantes oriundos de 80 países na internacionalização registam- nias portuguesas. Também os espa- se nos anos 70 com a presença na ços dedicados às tendências (área visitem Düsseldorf, cidade considera- GDS”. Tratando-se de um evento Trends Inn), terão a presença de em- com mais de meio século de exis- presas nacionais. “Portugal passou tência, “a presença portuguesa na a ser um marcador de tendências, agências de marketing e publicidade, GDS tem crescido e amadurecido”, porque as marcas são originais e têm 1300 showrooms e mais de 1400 negó- sublinhou o responsável da GDS em estilo próprio”, realçou. cios ligados ao comércio de moda. da como o centro da indústria da moda alemã, onde estão instaladas 400 6 Nº 174 # FEVEREIRO 2011 Eduarda Abbondanza “Acredito que o calçado português tem vindo a caminhar numa direcção interessante, reforçando a imagem de qualidade de design e de confecção”, destacou Eduarda Abbondanza, Directora da ModaLisboa. Entrevista a Carlos Lage, Presidente da CCDR-N “Precisamos de um novo ciclo de ajudas” Numa altura em que estamos a sensivelmente três anos do término do Programa Operacional Regional do Norte, o Jornal da APICCAPS conversou com o Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. Oportunidade também para se falar das «scuts», da região Norte e do futuro. Para Carlos Lage Portugal “precisa de um novo ciclo de ajudas”. Estamos a sensivelmente três anos do término do Programa Operacional Regional do Norte. Que balanço é possível fazer, nesta altura, do ON.2? O Programa Operacional Regional do Norte, baptizado com a marca “ON.2 – O Novo Norte”, está neste momento a ser objecto de uma avaliação externa, aliás obrigatória à luz da forte regulamentação comunitária e nacional a que é sujeito. Dentro de alguns meses as suas conclusões serão conhecidas, assim como as recomendações para os cinco anos que temos pela frente, visto que a execução do Programa poderá ter lugar até finais de 2015. Em todo o caso, é já possível realizar uma análise global aos principais números e factos. No que respeita ao desempenho financeiro, em 2010 foi possível superar o atraso em termos de execução que um arranque tardio e lento motivado pela extensa regulamentação do QREN e pela exigente montagem de uma máquina de gestão, acompanhamento, controlo e auditoria. No final do ano passado, o ON.2 observou uma evolução assinalável: a taxa de aprovações chega quase aos 70 por cento, quando em 2009 se cifrava ainda na casa dos 35 por cento, o que significa colocar quase dois mil milhões de euros de Fundos Comunitários ao dispor da região, viabilizando investimentos na ordem dos três milhões de euros; por sua vez, a taxa de execução financeira, ainda com pouca expressão em finais de 2009, passa de três por cento para 15 por cento. Por outro lado, há aspectos de natureza qualitativa dos investimentos que estão a ser apoiados que devem ser sublinhados. Pela primeira vez, o Programa Operacional Regional do Norte está sujeito a uma gestão baseada em políticas definidas pelas instituições da Região. Só assim se tornou possível viabilizar ideias e projectos como o Terminal de Cruzeiros de Leixões e o Pólo de Ciência e Tecnologias do Mar da Universidade do Porto, ou a construção do edifício dos laboratórios do consórcio “I3S”, nas ciências da saúde, ou a sede do Grupo de Investigação 3B’s e do Instituto Europeu de Excelência em Engenharia dos Tecidos e Medicina Regenerativa, em Guimarães, ou a aquisição do equipamento científico do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologias, sediado em Braga, só para dar alguns exemplos. Para a Região Norte, nunca foi tão verdade como hoje dizer que exportar é viver Para 2011, acelerar a execução dos investimentos aprovados é nossa primeira prioridade. Claro está que a crise financeira e o ambiente económico tendencialmente recessivo que assolam o país poderão ter consequências sobre estes investimentos ou sobre o seu ritmo de execução. O nosso trabalho é, porém, o de minimizar esses riscos, com a convicção de que estamos a apostar num melhor contexto para desenvolver a Região Norte e o país no período pós-crise. O Governo definiu as exportações como a grande prioridade económica. Acredita que a internacionalização poderá ser uma oportunidade para as PME nortenhas? Para a Região Norte, nunca foi tão verdade como hoje dizer que exportar é viver. A internacionalização dos nossos bens, serviços e nossas empresas é uma necessidade que se apresenta hoje como um grande imperativo político e económico, na medida em que só o aumento das exportações pode sustentar o crescimento da economia nacional. A Região Norte está no centro desta questão nacional: ela é o principal pulmão das exportações portuguesas, embora o peso relativo do Norte tenha sofrido alguma erosão. No ano de 2010, as empresas da Região Norte exportaram 12,9 mil milhões de Euros, o que representou cerca de 35% do total das exportações portuguesas, mantendo a liderança no plano regional. Nesse mesmo ano, a taxa de cobertura na Região do Norte (exportações / importações) ascendeu a 123%, comparativamente com os 65% registados na economia portuguesa como um todo. A Região Norte é o principal “bastião” da economia de bens transaccionáveis e o seu desempenho, apesar das ameaças, será fundamental para a expansão das exportações portuguesas. Foi, ainda recentemente, muito critico relativamente à introdução de portagens na A28 e ao adiamento da linha de ferrovia Porto-Vigo. Que impactos espera que essas duas decisões possam ter na região Norte? A introdução de portagens pode ser uma necessidade das finanças públicas e uma descoberta tardia do princípio do “utilizador – pagador”, mas pô-lo em prática exigia outras soluções mais simples e praticáveis e outra arte de comunicar e convencer. Opus-me, sobretudo, à forma como essa medida, no caso da A28, foi aplicada, sem o devido respeito pelos cidadãos e as empresas da Galiza, que não dispuseram nem da informação nem dos mecanismos suficientes para compreenderem o sistema e o utilizarem, de forma acessível e justa. Obrigar cidadãos estrangeiros a um quebra-cabeças como o adoptado é desencorajá-los de circular nas auto-estradas nacionais com receio de cometerem infracções. Pode transformar-se numa medida anti-turística. No caso da linha de alta velocidade Porto – Vigo, continuo a pensar que se trata da mais indispensável infra-estrutura de mobilidade social e económica do futuro. Não posso imaginar sequer que, dentro de alguns anos, a península esteja cruzada em todas as direcções por um comboio do nosso tempo, de alta velocidade, e que o Norte mantenha o arcaico e isolado sistema ferroviário do século XIX, de bitola ibérica. A linha de alta velocidade Lisboa - Porto – Vigo – Corunha é um canal de conectividade ibérica e internacional indispensável para as nossas economias, para as exporta- Nº 174 # FEVEREIRO 2011 7 Francisco Maria Balsemão. Para o Presidente da ANJE e Director do Portugal Fashion”o sector do calçado deve constituir uma motivação para Portugal e servir de exemplo aos restantes sectores de actividade, na medida em que, apesar de bastante exposto à globalização, soube reforçar a sua competitividade no mercado global. E esse reforço de competitividade é ainda mais válido por ter sido concretizado através de uma subida na cadeia de valor, consubstanciada em investimentos em I&D, na modernização tecnológica dos processos de fabrico, na inovação e criatividade aplicadas ao desenvolvimento de produtos, em acções de benchmarking e de promoção internacional e na qualificação das forças de trabalho “, defendeu Francisco Maria Balsemão. ções, para a mobilidade social e, até, para a própria coesão da Península, que deve recusar a ameaça de uma dinâmica de sentido único no eixo central Lisboa – Madrid – Barcelona, com a consequente desvalorização do seu corredor atlântico. Ainda recentemente, num encontro com o Presidente da Xunta de Galicia, Alberto Nuñez Feijóo, reiterei a minha preocupação e apelo para a urgência do Estado Português assumir com os governos galego e espanhol um compromisso claro relativamente à ligação da fronteira portuguesa a Vigo, desde logo na articulação pelo sul com a peça charneira, a estação central desta cidade galega, que está a ser construída no subsolo e com acesso por túnel. Os prazos começam a esgotar-se. Como espera que a região Norte possa evoluir nos próximos anos? O momento político e económico que o mundo atravessa é marcado pela complexidade e a incerteza. As previsões económicas assemelhamse hoje ou a exercícios de wishfull thinking ou a ensaios de futurologia um tanto inúteis, embora algumas tendências de fundo e longo prazo sejam perceptíveis. A crise financeira global, a instabilidade nos mercados produtores de petróleo e o comportamento das principais economias mundiais obrigam-nos a realizar uma “navegação à vista”, sem que com isso renunciemos ao nosso destino e às nossas metas. Por paradoxal que seja, a Região Norte tem apresentado sinais positivos e promissores de resiliência (e, em parte, de crescimento) que mitigam com o ambiente de pessimismo generalizado. De facto, entre 2007 e 2009, a Região Norte acumulou três anos mais favoráveis do que a média nacional: naquele período de 3 anos e pela primeira vez desde 2002, o Norte foi a região a registar o melhor desempenho entre as economias regionais portuguesas, com uma taxa de crescimento, em 2007, de 3,4 por cento, tendo sofrido uma recessão de menor intensidade em 2008 e 2009. Opus-me, sobretudo, à forma como essa medida, no caso da A28, foi aplicada, sem o devido respeito pelos cidadãos e as empresas da Galiza Os sectores mais exportadores – em que se inclui à cabeça a indústria do calçado e similares – têm apresentado resultados animadores nos últimos anos, e em alguns casos surpreendentes. É possível descortinar sinais positivos no meio do suposto nevoeiro que dizem estar instalado na região. Não somos, assim o creio, uma economia bloqueada e uma sociedade sem futuro. Somos, sim, uma região em transição com muitos e sérios desafios. Um dos principais é de ordem política: consiste em ser actor e não mero espectador de uma política nacional, vincadamente centralista e com vícios e atavismos históricos que precisam ser eliminados. A região é palco de mutações económicas, sociais e culturais que só pecam pelo seu atraso histórico. Tem de recuperar, nos próximos anos, em inovação, produtividade e competitividade. É do senso comum que reúne um potencial enorme para o conseguir. Que opinião tem sobre a indústria do calçado em Portugal? A indústria do calçado é um caso de sucesso da economia portuguesa, sendo hoje um sector de reconhecida modernidade e futuro. Isso não é um acaso ou um sortilégio. É o resultado de apostas persistentes na inovação produtiva, no design e criatividade, nas marcas, na distribuição, na promoção internacional. O mundo mudou, os mercados globalizaram-se, mas a indústria do calçado portuguesa e os seus agentes não ficaram parados, souberam acompanhar essa mudança, não se resignaram, adoptaram a atitude que se impunha. A campanha internacional “Portuguese Shoes” é, aliás, a ilustração dessa atitude de inovação, criatividade e ousadia. A CCDR-N esteve directamente envolvida na criação da Associação Pólo de Competitividade da Moda (APCM). Qual espera que venha a ser o contributo da APCM na afirmação da fileira da moda portuguesa? O Pólo de Competitividade da Moda foi uma das primeiras experimentações desta nova forma de organização económica e institucional, revelando a visão e a capacidade de iniciativa dos seus agentes. Temos a expectativa de que ele suporte um ecossistema inovador e colaborativo nos diferentes sectores da Moda e entre os actores empresariais, as associações sectoriais, as entidades do sistema científico e tecnológico, as instituições de interface, transferência de conhecimento ou facilitação. Os chamados “pólos” e “clusters” visam objectivos colectivos, de geometria muito flexível, relacionados com a inovação, a qualidade, a internacionalização e a promoção. Devem ser formas de organização muito ágeis, abertas e dinâmicas. A região é a sede de 10 dos 19 pólos de competitividade e tecnologia e clusters regionais já constituídos, que traduzem também a estratégia de fazer da região um grande e dinâmico espaço europeu. No enquadramento económico europeu actual, acredita que Portugal venha a beneficiar, a partir de 2013, de um novo Quadro Comunitário de Apoio? Interromper ou reduzir o fluxo financeiro para a Região Norte ou para a Região Centro (que representam 60 por cento da população portuguesa e outro tanto no volume de exportações de bens e serviços) seria infligir um sério golpe na modernização destas duas regiões. Precisamos de um novo ciclo de ajudas, não para fazer exactamente o mesmo, mas para fazer mais e, sobretudo, diferente. A indústria do calçado é um caso de sucesso da economia portuguesa Estes futuros apoios deverão ser mais centrados nas regiões e nas suas estratégias, sem prejuízo do papel coordenador e regulador do Estado. O sistema deverá também ser mais simples, para se tornar mais ágil e eficiente, sem que isso signifique baixar as guardas relativamente ao seu controlo. A aplicação dos fundos de ser rigorosamente selectiva: os apoios devem ser exclusivamente aplicados em investimentos que garantam activos futuros. Subordinar esses investimentos às três grandes prioridades da “Europa 2020” – Crescimento Inteligente, Crescimento Sustentável, Crescimento Inclusivo – deverá ser a pedra de toque da futura arquitectura dos fundos estruturais. A Região Norte iniciou a sua preparação muito precocemente e abrimos o debate público nacional sobre o tema. Estamos a organizar e a desenvolver um conjunto de propostas no âmbito da iniciativa «NORTE 2020 – Competitividade e Convergência», em contacto estreito com instituições e personalidades de diversos quadrantes científicos, económicos, políticos, culturais e sociais. Ainda em Março, realizaremos uma iniciativa pública que cruza os temas do Plano Nacional de Reformas, do «NORTE 2020» e do futuro ciclo de ajudas comunitárias às regiões portuguesas. www.spedycargo.pt SOLUTIONS THAT WORK. A SPEDYCARGO foi criada em Janeiro de 2004 combinando a experiência e profissionalismo da sua equipa e a confiança dos seus parceiros no exterior com o conhecimento das exigências dos mercados nacional e internacional. A SPEDYCARGO empenha-se em encontrar as soluções mais adequadas e melhor desenhadas para os desafios da industria no presente e no futuro. A SPEDYCARGO representa em Portugal o HTFN Global Logistics Partner. O HTFN é uma associação de empresas transitárias privadas com representação mundial que permite uma cobertura global através de parcerias com empresas congéneres de elevada reputação em cada mercado.Como membro a SPEDYCARGO beneficia de parcerias com mais de 60 agentes em cerca de 50 países servindo mais de 250 portos e aeroportos. Aéreo Marítimo Rodoviário A Spedycargo oferece uma diversificada gama de opções no transporte de carga aérea. Garantimos uma operação bem estruturada resultante da criatividade e experiência da nossa equipa. A Spedycargo assegura coordenação total da operação de transporte seleccionando a opção que melhor responda às exigências de cada embarque ao custo mais competitivo. Em parceria com os seus agentes na Europa, a Spedycargo oferece serviço regular de transporte em Camião de e para várias origens e destinos. Aduaneiro A Spedycargo dedica especial atenção a este segmento para o qual criou o seu próprio departamento aduaneiro no que conta com pessoal especializado e licenciado. Transportes Especiais A Spedycargo tem uma vasta experiência no segmento de: · Feiras e Exposições · Transportes Especiais · Armazenagem e Distribuição SPEDYCARGO, TRANSITÁRIOS, LDA. Head Office Travessa da Telheira, nº. 305 · 1º Andar · Sala 9 · 4455-563 Perafita · Portugal Telf. +351 229 993 650 · Fax. +351 229 964 962 Lisbon Office Edifício 124 · Piso 1 Gabinete 18 · 1700-008 Aeroporto de Lisboa · Portugal Tel. +351 218 480 369 / +351 218 487 683 · Fax. +351 218 480 370 TRANSITÁRIO ESPECIALIZADO EM FEIRAS INTERNACIONAIS 9 Nº 174 # FEVEREIRO 2011 Paulo Ribeiro “O calçado português, através do seu design e das marcas, é o principal meio de divulgação da moda portuguesa no estrangeiro presentemente e responsável pela criação de emprego em Portugal nos últimos anos”, considera Paulo Ribeiro, o Director da Fashion TV em Portugal e em Espanha. Exportações elevadas a “desígnio” nacional AICEP Com a contenção das contas públicas na ordem do dia e a implicar um crescimento moderado do Produto Interno Bruto português, o Governo elevou as exportações a uma espécie de “desígnio” nacional. O Primeiro-Ministro, a 8 de Fevereiro, no Europarque, em Santa Maria da Feira, no decorrer do Congresso das Exportações, perante uma plateia repleta, com a presença de mais de 1.400 empresários, “acenou” com um apoio de 275 milhões de euros para seguros e linhas de crédito às empresas exportadoras. Para José Sócrates, “aumentar as exportações nacionais é a prioridade indiscutível na economia portuguesa para o ano de 2011”. Para que o aumento das exportações seja uma realidade, Vieira da Silva considera determinante “alargar a base exportadora e aprofundar o valor acrescentado nacional”. Na óptica do Ministro da Economia e da Inovação, importa “prosseguir a diversificação de bens, serviços e de mercados”, bem como Depósitos. Segundo Faria de Oliveira, “combinar a competitividade externa “o sector bancário está plenamente com a valorização da defesa da oferta preparado para responder aos nacional”. exportadores”. O papel da banca Faria de Oliveira revelou, ainda, que aparecimento de novos operadores. Indo ao encontro das reivindicações dos empresários (como Fortunato As conclusões Frederico, Presidente da APICCAPS O presidente da Agência para o foi um dos palestrantes), Basílio Horta Investimento e Comércio Externo sugeriu, ainda, “um plano laboral para surgirá no mercado um novo “player” de Portugal (AICEP), Basílio o crescimento e competitividade, uma “O país precisa muito de uma resposta de seguros de crédito. O Presidente Horta, por sua vez, sugeriu que o maior eficácia nos apoios públicos e muito forte dos exportadores. A da Cosec, Miguel Gomes da Costa, BPN podia transformar-se numa financeiros, uma maior descriminação bem do país vamos lutar para ter assegura, porém, que o “mercado “instituição especializada no fiscal, reforço da capacidade logística um grande ano das exportações oferece adequada oferta em relação financiamento e seguro de crédito à nacional e um aprofundamento da portuguesas”, realçou, por sua vez, à procura dos nossos exportadores”, internacionalização”, contribuindo ligação entre as empresas e o tecido o Presidente da Caixa Geral de pelo que não se justificará o assim para o desígnio nacional. académico”. Ficha Técnica Propriedade: APICCAPS - Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos Rua Alves Redol, 372 - Apartado 4643 - 4011001 PORTO Telef. 225 074 150 | Fax 225 074 179 [email protected] http://www.apiccaps.pt Director: Presidente da APICCAPS Edição: Gabinete de Imprensa da APICCAPS [email protected] Participação especial: Manuel Correia (Fotos) Distribuição gratuita aos sócios Tiragem: 2000 exemplares Secretário de Estado do Emprego visita indústria de calçado Numa altura em que as empresas de calçado continuam a manifestar algumas dificuldades de contratação de mão-de-obra qualificada, o Secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional visitou, a 22 de Fevereiro, o sector do calçado. De visita a uma empresa de Felgueiras, Valter Lemos inteirou-se da realidade do sector. COM O APOIO Recorde-se que, entre várias medidas apresentadas, o Governo quer colocar este ano 50 mil estágios profissionais em empresas. e Administrador do grupo Kyaia, que Nº 174 # FEVEREIRO 2011 11 Luis Pereira Já foi manequim, hoje é produtor de moda e administra um dos showrooms mais importantes em Portugal. Luis Pereira tem uma das carreias mais sólidas e sustentadas da moda em Portugal. Defende que “há vários anos que o sector do calçado é um exemplo de sucesso em Portugal”. “Mais do que um país de mão-de-obra barata, as marcas nacionais procuraram afirmar-se através da internacionalização e do design, criaram novos mercados internacionais e ganharam um progressivo reconhecimento nacional”, sublinhou. APICCAPS propõe plano de acção para as energias renováveis e eficiência energética na fileira do calçado Como reduzir a factura energética? Istock A APICCAPS propõe um conjunto de medidas para reduzir a factura energética A eficiência energética e a utilização redução generalizada da factura No entanto, é possível concluir No domínio mais importante, força racional de energia estão, mais do energética. que a falta de sensibilização dos motriz (já que é responsável por colaboradores para as questões da quase 80% da factura energética), que nunca, na agenda do dia. No complexo universo empresarial, usar O consumo energético da indústria eficiência energética e a redução INESC Porto e CTCP sugerem, a energia de forma racional poderá portuguesa (todos os sectores dos consumos é generalizada. De nomeadamente, a utilização permitir assegurar melhores níveis de incluídos) representa cerca de um um modo geral, neste plano de de motores de alta eficiência, produção e, em simultâneo, aumentar terço do consumo global do país. São acção analisam-se procedimentos e a substituição de motores a competitividade. Com base nessa os motores eléctricos a carga mais equipamentos e sugerem-se medidas sobredimensionados, a alteração dos premissa, a APICCAPS acaba de importante e absorvem 77% da factura que permitam uma redução da factura sistemas de transmissão com correias lançar um plano de acção para as total. A iluminação surge em segundo energética. Como, por exemplo, trapezoidais por correias dentadas, energias renováveis e eficiência lugar, com 12%, seguida bem perto “colocar um sistema de monitorização bem como desligar motores quando energética na fileira do calçado. O pelo consumo com outras cargas de energia com uma plataforma não estão a ser usados, recorrer documento elaborado pelo INESC – (11%). de consumo capaz de informar, a temporizadores programáveis Porto e CTCP (Centro Tecnológico do automaticamente e em tempo real, para ligar sistemas apenas quando Calçado de Portugal) lança pistas, Ponto prévio. Cada empresa é um caso os responsáveis da empresa sobre a necessário, executar operações de efectua sugestões e propõe uma e deve ser estudada individualmente. ocorrência de consumos anómalos”. manutenção, entre outros. Nº 174 # FEVEREIRO 2011 13 Frederico Matins luiS borgeS É o manequim português do momento. Depois de ter sido distinguido na 1.ª edição dos Fashion Awards como manequim do ano, tem trabalhado com as marcas mais conhecidas em todo o mundo. Para Luis Borges, “para além de termos cada vez mais e melhores criadores de calçado em Portugal, é uma industria que tem desenvolvido muito, já com um grande reconhecimento internacional e que em nada fica a dever à qualidade, conforto e design internacional. São muitas as vezes em que estou a trabalhar nos desfiles ou produções fotográficas para criadores internacionais e que me deparo com calçado Made in Portugal. O calçado português faz parte da moda e está na moda”. novAS MArCAS CoM eSTreiA MArCAdA pArA A MiCAM A promoção comercial longo de décadas”, revelou a Ferre irá privilegiar a externa é a primeira das Agostinho Marques. abordagem a “homens prioridades para as empresas clássicos, com sensibilidade, portuguesas de calçado, A Exceed vai privilegiar, gosto pelo luxo e pela vida”, que colocam no exterior o nesta primeira fase, apenas estimando-se que o preço do essencial da sua produção. os mercados britânico e par de calçado possa oscilar Por esse motivo, nos últimos francês, procurando abordar entre os 200 e os 500 euros, oito anos, foram já criadas “homens contemporâneos”. dependendo das matérias- e registadas, no âmbito do Para isso, conta com uma primas utilizadas. Em termos GAPI (Gabinete de Apoio equipa de desenvolvimento de mercados, a opção inicial à Propriedade Industrial) internacional, com designers recairá na Europa, em do Centro Tecnológico do portugueses, ingleses especial França e Alemanha, Calçado de Portugal, 247 e italianos, revelou o mas irão ser também novas marcas de calçado, responsável da empresa. abordados comercialmente 111 das quais comunitárias. países como a China, o Nesta MICAM vão ser A Ferre, por sua vez, é uma Japão, os EUA, o Brasil e os apresentadas várias novas marca de calçado de luxo países árabes. marcas aos profissionais do da empresa Ferreira & sector. Avelar, criada em 1947, mas Já a Sun Flower é a nova que, “devido a questões de insígnia da Mystic Sea, Ao fim de cinquenta anos natureza estratégica, nunca que será apresentada aos de existência a trabalhar foi uma opção comercialmente profissionais do sector em regime de private label, forte”. O objectivo passa, em Março, em Milão, na a Fábrica de Calçado agora, por “explorar o MICAM, e em Düsseldorf, Dura, empresa sediada know-how acumulado ao na GDS. Trata-se, na óptica mas, para o responsável moda, que aposta numa em Felgueiras, que longo de seis décadas de de Luís Silva, “de uma da empresa, “o mercado grande inovação e mistura emprega actualmente 115 existência na empresa, num marca de espírito jovem, de interno português também de materiais, de modo a trabalhadores e exporta mais posicionamento de luxo, vocação internacional, que será uma forte aposta”. surpreender os mercados”, de 80% da sua produção, vai com sapatos direccionados se destina exclusivamente A Sun Flower destina-se sublinhou Luis Silva. A Sun lançar a marca de calçado para um escalão etário entre ao sector do retalho, num a um público elegante e Flower irá apostar igualmente de homem Exceed. “O nosso os 40 e 70 anos”, destacou segmento médio alto”. A Sun aposta num design pouco no desenvolvimento de outros objectivo passa por potenciar Ruben Avelar. Segundo o Flower será uma marca de convencional. “Queremos acessórios de moda como o saber-fazer acumulado ao responsável da empresa, forte vocação exportadora, ser uma espécie de contra- chapéus ou cachecóis. FITA REFORÇO ORLAR (MISTA) 20º Aniversário www.slatel.com Rua da Madeira – Zona Ind.nº 1 | Apartado 158 | 3700-176 S. João da Madeira Tels. 256 822627 / 256 823042| Fax 256 827374 / Fax online 213 516768 E-mail: [email protected] / [email protected] Nº 174 # FEVEREIRO 2011 15 Ana Sofia É uma das manequins portuguesas com mais prestígio ao nível internacional. Radicada em Nova Iorque, criou uma carreira sólida, recheada de sucessos. Ana Sofia reconhece que “é sempre com grande satisfação que uso calçado português, porque para além da qualidade e conforto é bom sentir que estou a contribuir para a evolução da nossa economia”. Acrescenta que, “mesmo em tempos de crise, a qualidade não se perde e é por isto que se fidelizam clientes.” Correaria Moderna Tradição portuguesa começa a impor-se nos mercados externos © Shariff Che’Lah (fotolia.com) A Correaria Moderna começa a dar cartas nos mercados externos Nasceu logo após a Primeira Grande século XX, mas é a sela portuguesa referência em todo o mundo, pela robusta que assenta em madeira e Guerra. Resistiu a tempos difíceis e “a grande especialidade”. sua enorme qualidade”, ainda que a ferro”. conseguiu impor-se, fazendo-se valer concorrência se comece hoje a fazer da tradição de bem trabalhar a pele Não foi, pois, de estranhar que no sentir. “Países asiáticos como a Índia Para os irmãos Custódio e Manuel manualmente. Agora, enfrenta um blockbuster Joana d´Arc as selas inundaram o mercado com produtos Clemente, o grande desafio passa novo desafio chamado exportação. utilizadas fossem produzidas por muito baratos e ainda que sejam agora por internacionalizar a esta pequena empresa de Braga. de qualidade muito inferior acabam empresa. Apesar da concorrência e Durante décadas, a Correaria “Somos procurados por cavaleiros de por confundir os consumidores”, de uma conjuntura desfavorável, a Moderna especializou-se nos referência como o Joaquim Bastinhas, lamentaram. Os responsáveis da Correaria Moderna está apostada mais diversos artefactos de pele. Valença Rodrigues e as nossas selas Correaria Moderna não abdicam, no em vencer além-fronteiras. “Vamos “Fazemos de tudo um pouco como estão presentes em picadeiros de entanto, de apostar “em produtos iniciar esse caminho, até porque em malas, carteiras ou porta-moedas”, todo o mundo”, adiantaram. Victor de grande qualidade, utilizando os Portugal continua a dar-se muito destacaram Custódio e Manuel Hugo Cardinali é outro dos amigos melhores materiais, até porque, no valor aos produtos estrangeiros, Clemente, que deram continuidade que visita regularmente a Correaria que se refere às selas, privilegiamos a ignorando muitas vezes a grande à oficina criada pelo pai no início do Moderna. “A sela portuguesa é uma segurança, apostando numa estrutura qualidade dos nossos produtos”. expandindústria Telef. 228 312 477 / 228 310 731 / 228 300 736 Fax 228 317 846 [email protected] Nº 174 # FEVEREIRO 2011 17 Sara Sampaio É a manequim do momento em Portugal. Nos últimos meses, foi destaque em várias das mais prestigiadas revistas de moda de todo o mundo. Sara Sampaio não esquece, porém, as raízes. Considera que “tudo o que é nacional é bom e é um orgulho saber que se produzem maravilhosos sapatos em Portugal”. Grupo Inditex © Agence DER (fotolia.com) Indústria mexicana pode perder estuda um milhão de postos de trabalho lançamento de É um clima de apreensão aquele que se vive na indústria mexicana de calçado. rede lojas de De acordo com a Câmara del Calzado del Estado de Guanajuato (CCEG), o sector calçado potencial acordo de comércio livre com o Brasil. poderá perder um milhão de postos de trabalho se o calçado for incluído num A Inditex estuda o lançamento de Para os industriais mexicanos, a indústria não pode competir com o sector brasileiro, uma rede de lojas especializada na “que beneficia de vários incentivos à exportação”. Com efeito, as elevadas taxas comercialização de calçado. Em cima praticadas por Brasília para as importações de calçado do México podem “dificultar da mesa está a abertura de 72 lojas em que os produtores de calçado mexicanos possam lucrar com um acordo de comércio 15 países distintos. livre”. De acordo com Martin Duenas, Presidente da CCEG, “o sector pode perder O novo projecto está a ser concebido um milhão de postos de trabalho, numa altura em que já sente grandes dificuldades pela empresa Tempe, sediada em para competir face à grande concorrência de produtos chineses”. Elche (Alicante) e que se dedida à concepção, fabrico e distribuição de Recorde-se que o México e o Brasil, as principais economias da América Latina, calçado para o universo Inditex. Em têm estado a negociar um acordo de comércio livre desde Fevereiro do ano passado, 2010, a empresa comercializou 47,69 embora não tenha sido divulgado qualquer prazo para a assinatura. milhões de pares de calçado, mais 18,4% do que no ano anterior, no valor O sector mexicano do calçado é constituído, actualmente, por mais de 3 000 empresas de 671,38 milhões de euros. A empresa e produz, sensivelmente, 170 milhões de pares de calçado por ano. Desses, menos de tem ainda filiais no México, Brasil, 10 milhões têm como destino os mercados externos. Índia, China e Vietname. A estreia do grande evento em Frankfurt: Aqui encontra a mais completa oferta em maquinaria e equipamento para o processamento de têxteis bem como os mais recentes desenvolvimentos no que toca a têxteis técnicos, não tecidos e tecidos para vestuário. Participe e veja aqui todas as áreas de produto que integram a cadeia de valor têxtil. Aguardamos a sua visita na Texprocess 2011! www.texprocess.com [email protected] Tel. 21 793 91 40 em paralelo com a: de 24 a 26. 5. 2011 powered by 53008-016 • Messe FFM • TEX • „Jornal da Apiccaps (1. + 2. Schaltung)“ • Verarbeitung • 255x370 mm/A • CD-ROM • CMYK ISO-39 • jk: 15.12.2010 Em Frankfurt! de 24 a 27. 5. 2011 DU: 10.01.2011 PORTUGAL Feira internacional para o processamento de têxteis e materiais flexíveis Nº 174 # FEVEREIRO 2011 19 Rafael Antunes AlexAndrA MACedo “É um orgulho podermos dizer que o calçado português anda nos pés de todo o mundo. Devíamos reflectir convenientemente sobre este facto.” A opinião é de Alexandra Macedo, Directora da Best Models, a agência de manequins que nasceu no Porto e se tem vindo a afirmar, paulatinamente, no plano internacional. joveM «proMeSSA» porTugueSA lAnçA-Se no Mundo eMpreSAriAl É jovem, talentoso e com créditos firmados no plano e irreverência das tendências”. Procurando aprofundar internacional, depois da conquista de alguns prestigiados conhecimentos, formou-se no Centro de Formação Profissional prémios. Marco Egídio vai lançar, aos 28 anos, a sua marca, da Indústria do Calçado e, mais tarde, na Universidade de com nome próprio. A estreia ocorrerá já na GDS de Março. Aveiro. Participou em vários concursos internacionais e, em 2008, todo o seu esforço, dedicação e competência ser-lhe- “Defino o meu estilo como um misto contemporâneo e íam reconhecidos com o 1.º prémio na categoria de homem glamoroso onde o detalhe feminino e luxuoso não pode pelo Consorcio Vero Cuoio, na Lineapelle. falhar”, referiu Marco Egídio. Partindo “sempre de bases muito simples”, assegura que “o segredo está na coordenação Actualmente, trabalha em regime de freelancer nas áreas dos materiais e estratégia comercial”. de decoração de interiores, produção de eventos ou mesmo desenho de colecções de calçado para outras empresas. Natural de S. João da Madeira, Marco Egídio apresta-se para A criação de uma empresa própria está a ser ultimada. A cumprir o sonho de sempre. “Desde muito cedo que o mundo jovem «promessa» portuguesa vai aventurar-se no mundo da moda e design despertou o meu interesse, pela inovação empresarial. 2W4 CArTeiroS dA dinAMArCA rendidoS Ao CAlçAdo dA 2W4 É uma das empresas portuguesas “marca de calçado de segurança, Desde 2005, a empresa tem vindo de calçado técnico que mais se concebido de forma a ser ultra-leve, a crescer de forma consistente e, tem evidenciado nos últimos anos, flexível e confortável”, sublinhou actualmente, trabalha para várias fruto da aposta no desenvolvimento o responsável da empresa Albano grandes empresas de referência como de produtos simultaneamente Fernandes. Uma aposta que agradou a Ikea ou a Volvo. sofisticados e agradáveis do ponto de aos carteiros dinamarqueses. vista visual. A marca 2W4 (To Work “Criámos o calçado ocupacional Uma das particularidades da 2W4 For) foi criada em 2005 em Guimarães, para os Correios da Dinamarca e é a personalização do calçado. “Os internacionalizou-se e hoje anda nos conseguimos resolver o problema nossos clientes podem escolher o pés dos carteiros dinamarqueses. de cansaço acumulado nos pés modelo, a cor, o forro e as aplicações dos profissionais dinamarqueses”, da sua preferência”, destacou Albano explicou. Fernandes. A 2w4 caracteriza-se por ser uma Sede: Rua da Variante, 1100 Apartado 4510 3700-904 Romariz Tel. 256 840 090 Fax 256 840 099 [email protected] www.lusocal.com Filial: Rua Frei António Ferreira Vilaça, n.º 222 Carvalhinhos - Margaride 4610-187 Felgueiras Tel. 255 310 530 Fax 255 310 539 [email protected] Nº 174 # FEVEREIRO 2011 21 Paula Martinho da Silva É jornalista da RTP, especializada no sector da moda e uma presença assídua nos principais eventos internacionais há vários anos. Acompanha, por isso, de perto o desenvolvimento do sector português de calçado. Para Paula Martinho da Silva, “há muito que o calçado nacional se tornou numa referência internacional. Mas hoje junta-se a esta etiqueta uma outra: a do design. Estamos entre os melhores e talvez este dinamismo do sector sirva para contagiar outros...que o país bem precisa”. Estudo da CIP Sectores tradicionais continuam a ser a grande referência da economia portuguesa © Franck Boston (fotolia.com) São os sectores tradicionais que continuam a assumir-se como o pilar estratégico da economia portuguesa. O estudo da CIP (Confederação Empresarial de Portugal) coordenado por Augusto Mateus, antigo Ministro da Economia, analisou a competitividade dos vários sectores da indústria em Portugal e concluiu que aqueles onde a quota de mercado é superior à média do país são precisamente as indústrias tradicionais...como o calçado. Augusto Mateus, actual professor catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), calculou o índice de vantagem comparativa revelada, que determina quais os sectores mais competitivos a partir das respectivas quotas de mercado. E os sectores que se destacaram foram a madeira, o calçado (couro), minerais não metálicos, têxtil, plásticos, alimentar, combustíveis e materiais de transporte. Todos conseguiram, em 2006 (os dados usados no estudo), quotas de mercado no exterior acima da média. Ao invés, indústrias como os químicos, as máquinas ou o equipamento eléctrico mostraram claramente desvantagens comparativas neste aspecto. Este estudo sublinha que o bom desempenho dos sectores tradicionais contraria a ideia de que estariam a ser os mais afectados pela globalização, nomeadamente pela presença de gigantes como a Índia ou a China. Em geral, a indústria portuguesa emprega sensivelmente 934 mil pessoas (cerca de 19% do emprego em Portugal), é composta maioritariamente por pequenas e médias empresas, sendo responsável por um quinto do investimento empresarial, e tem uma produtividade média por trabalhador na ordem dos €25 mil. Os sectores tradicionais continuam a ser os alicerces fundamentais da economia portuguesa INESC PORTO 25 anos a dinamizar a competitividade da Indústria Portuguesa INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO TRANSFERÊNCIA E VALORIZAÇÃO DE TECNOLOGIA FORMAÇÃO AVANÇADA CONSULTORIA PRÉ-INCUBAÇÃO DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA WWW.INESCPORTO.PT CAMPUS DA FEUP RUA DR. ROBERTO FRIAS 378 4200-465 PORTO PORTUGAL T +351 222 094 000 F +351 222 094 050 [email protected] APOIADO PELA FCT NO ÂMBITO DO FINANCIAMENTO DE LABORATÓRIO ASSOCIADO Nº 174 # FEVEREIRO 2011 23 frederiCo MArTinS É um dos fotógrafos de moda do momento em Portugal, com uma proeminente carreira internacional. Ele é o homem por detrás da objectiva na campanha de imagem “The Sexiest Industry in Europe”. Segundo Frederico Martins, “as empresas portuguesas de calçado têm dado passos seguros no plano internacional, sendo de realçar uma aposta cada vez mais consistente em matéria de design”. “O calçado português está na moda”, realçou. inpi defende benefÍCioS do “ACordo de londreS” pArA AS eMpreSAS porTugueSAS Causou alguma polémica nos oficiais dos diferentes países”. últimos meses mas, ao contrário do entregues no INPI directamente em inglês. “Esta poupança de cus- que se chegou a supor, o Acordo A Presidente do INPI reconhece tos – acredita o INPI - contribuirá de Londres não tem em vista a que “as alterações de regimes certamente para aumentar a atrac- criação de uma patente europeia. provocam sempre alguma polé- tividade do território nacional no De acordo com o Instituto Nacional mica e resistência por parte de sistema europeu de patentes, com de Propriedade Industrial (INPI), alguns sectores profissionais mais benefícios muito evidentes para o “trata-se de um acordo voluntário habituados a lidar com os regimes progresso científico e tecnológico e que altera algumas regras do regi- que se alteram”. Leonor Trindade para a transferência de tecnologia me linguístico do sistema da paten- sublinha, no entanto, que “essas para o nosso país”. te europeia (sistema já existente), polémicas não têm impedido de mas que não cria um novo sistema perceber os enormes benefícios Acresce ainda, na óptica do INPI, de protecção das invenções como e as vantagens que a adesão ao que “os benefícios para as em- aquele que está a ser pensado no Acordo de Londres trará para o presas portuguesas serão tanto contexto das instâncias comunitá- sistema de inovação em Portugal”. maiores quanto maior o número de rias - o futuro sistema da patente países que participem na criação comunitária ou, como agora se Em termos práticos, Leonor Trin- de um espaço europeu composto designa, da patente da UE”. dade defende que “os benefícios por um maior número de países serão inequívocos não só para onde os cidadãos e as empresas Segundo Leonor Trindade, Presi- as empresas portuguesas mas nacionais passam a poder investir dente do Instituto, “o impasse que também para as empresas estran- com custos substancialmente redu- se tem verificado nas negociações geiras que em Portugal pretendam zidos”. Em jeito de conclusão, Leo- da patente comunitária — e que proteger as suas patentes”. Um nor Trindade defende que “Portu- tem impedido a criação de um operador estrangeiro que deseje gal não deve limitar-se a usufruir sistema unitário de protecção das investir em território nacional, passivamente dos benefícios que patentes nos 27 Estados-membros por exemplo, verá os seus custos decorrem da actual adesão de 16 da UE — tem acentuado a impor- substancialmente reduzidos, dada Estados ao Acordo de Londres, tância do Acordo de Londres como a dispensa dos custos de tradução impondo-se, ao invés, uma parti- instrumento essencial para asse- especializada para português dos cipação activa neste projecto de gurar a redução dos custos para as elementos predominantemente criação de um espaço europeu empresas, através de uma redução técnicos da patente (descrição e mais favorável ao investimento em das exigências de tradução das resumo), que raramente são con- I&D e à protecção dos resultados patentes europeias para as línguas sultados e que passam a poder ser desse investimento”. See more at 16.-18.03.2011 Düsseldorf : 1 1 0 2 e d r i t A par a a t r a u de q a r i e f a t x e s ratuito, g t e k c i T e seu Receba o online! e s o d n a t s regi www.gds-online.com gds1102_APICCAPS_255x370_Port.indd 1 Informações e cartões de ingresso da Walter & Cia., Lda. Largo de Andaluz, 15, 3º Dtº-4 1050-004 LISBOA tel. 213 556 254 fax 213 539 311 e-mail: [email protected] www.walter.pt www.messe-duesseldorf.de 12.11.10 12:50