Anais do XIV Encontro de Iniciação Científica da PUC-Campinas - 29 e 30 de setembro de 2009
ISSN 1982-0178
APOIO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA ALUNOS COM
DEFICIÊNCIA: DO DISCURSO OFICIAL ÀS PRÁTICAS SOCIAIS
Nicole Dragone R. Antonio
Heloísa Helena O. de Azevedo
Faculdade Educação
Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
[email protected]
Grupo de Pesquisa Direito à Educação
Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
[email protected]
Resumo:
Este trabalho intitulado “Apoio
educacional especializado para alunos com
deficiência: do discurso oficial às práticas sociais”,
integra o grupo de pesquisa Direito à Educação, da
linha de pesquisa “Práticas pedagógicas e formação
de educador”, do Programa de Pós-Graduação em
Educação. O objetivo deste trabalho foi estudar
como se definem e se estruturam os serviços de
apoio educacional especializado para o aluno com
deficiência matriculado no ensino regular.
Palavras-chave: educação especial, educação
inclusiva, aluno deficiente, ensino regular.
Área do Conhecimento:
Grande Área do Conhecimento – Educação
CNPq - Ciências Humanas
INTRODUÇÃO
Este trabalho constitui-se de resultados obtidos ao
final do desenvolvimento do Plano de Trabalho de
Iniciação Científica inicialmente, intitulado “Apoio
educacional especializado para alunos com
deficiência: do discurso oficial às práticas sociais”, o
qual integra o grupo de pesquisa Direito à
Educação, da linha de pesquisa “Práticas
pedagógicas e formação de educador”, do
Programa de Pós-Graduação em Educação. Tal
projeto de pesquisa é um plano de estudo articulado
com a pesquisa desenvolvida pela professora Kátia
Caiado1, intitulada: “A formação do professor para
educação especial no ensino superior: tema em
debate (2ª etapa)”, cujo objetivo maior é o de
problematizar a formação de professor para
educação especial, no ensino superior. Na 1ª fase
deste estudo o foco foi discutir a formação e o
trabalho pedagógico do professor capacitado, ou
seja, o professor da sala regular que recebe o aluno
com deficiência na classe comum (CAIADO;
MARTINS; ANTÔNIO, 2007); nesta 2ª fase o foco
foi sobre a formação e o trabalho do professor
especialista, ou seja, o professor que atua nos
atendimentos de apoio educacional especializado
ao aluno com deficiência que freqüenta o ensino
regular, mas necessita de recursos pedagógicos
adequados para aprender. A p es q uis a f oi f e ita
co m f o nt es d oc um e nta is e b iblio gr á f ic as
( Se ve r in o, 2 00 7; Pins k y, 20 0 5; Lo m ba r d i,
20 04 ) . O pe r íod o de lim itad o pa r a a s eleç ão
da s f o nte s f o i de 1 99 7 a 20 0 7, e f o r am
analisados artigos publicados na Revista Brasileira
de Educação Especial (qualis A); textos completos
publicados nos anais das reuniões anuais da
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa
em Educação (ANPED, evento qualis A
internacional).
Os procedimentos metodológicos seguiram
o seguinte fluxo:
1. Seleção
dos
textos
nos
sites:
www.mec.gov.br/seesp,
www.marilia.unesp.br/abpee,
www.anped.org.br/reuniões
2. L eitur a e sín te se d os 1 0 te x tos
s elec io na do s ;
3. O r g an izaç ã o p o r eixo s tem á tic o s;
4. An á lis e e d is cu s sã o do s da do s .
Destes dez textos, fiz a leitura de todos destacando
tais eixos para análise:
1-) Como é feito o atendimento;
2-) quais profissionais estão envolvidos/ qual a
formação destes profissionais;
3-) infra-estrutura dos locais de atendimento;
4-) dificuldades encontradas na realização do
trabalho;
5-) propostas de melhoria apresentadas;
6-) público atendido.
1
A referida professora deixou de integrar o grupo de pesquisa,
passando a orientação para a Profa. Heloisa Azevedo.
7-) proposta/ objetivo da SAPNEs
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ISSN 1982-0178
A partir da leitura dos textos e do destaque dos
aspectos relevantes pude perceber que o
atendimento é feito mesmo de uma forma
especializada, normalmente em outras salas, existe
até na rede municipal de São Paulo, um
atendimento educacional aos portadores de
deficiência mental, que é oferecido em Salas de
Atendimento aos Portadores de Necessidades
Especiais (SAPNEs). Este atendimento é oferecido
em salas comuns, com equipamentos e materiais
adequados e é feito por professores preparados e
especializados. Há também um acompanhamento
pedagógico que acontece paralelamente à classe
comum, com turmas de 5 a 8 alunos com no
mínimo 3 horas de atendimento e máximo de 5
horas.
Neste tipo de serviço oferecido pela Secretaria
Municipal de São Paulo, a maioria das professoras
se dedica apenas a estas salas de atendimento
especializado, e apenas uma possui habilitação em
ensino de deficientes mentais.
Encontrei em alguns textos também esse
atendimento baseado em modelos médicos, onde a
deficiência é enfatizada como biológica, orgânica e
funcionais, como se exigissem tratamentos
remediadores.
Sendo assim, o atendimento acaba sendo de ensino
corretivo, e tem como principal objetivo quebrar as
barreiras atitudinais do convívio da criança no
espaço escolar, como é possível perceber no texto
1. Esse tipo de atendimento acontece em escolas e
instituições especializadas, e em salas de aula
especiais dentro da escola regular, o que pode ser
encontrado na maioria dos textos.
No texto 12 encontram-se dados sobre a relação do
professor com os alunos, principalmente com os
deficientes, onde há pouca interação, tanto do
professor com os alunos deficientes, quanto dos
próprios alunos. Os alunos deficientes apresentam
deficiência mental, física e auditiva, são atendidos
em duas salas especiais e não apresentam nenhum
tipo de diagnóstico. Sobre a atuação das
professoras, poucas vezes elas iniciaram uma
interação com os alunos deficientes. Com isso é
possível perceber um processo de falsa inclusão,
onde os alunos estão matriculados na escola e
poucas iniciativas são tomadas para que eles
participem e aprendam como os demais.
A dificuldade encontrada é quase sempre a falta de
formação específica dos profissionais que trabalham
nessa área, além da falta de recurso, material,
adaptações arquitetônicas e principalmente de um
projeto escolar que vise integrar estes alunos.
Considerações Finais
Esta pesquisa foi muito relevante para que
pudéssemos entrar em contato com o que está
sendo publicado na área de educação especial,
principalmente no que diz respeito ao atendimento
especializado e a formação de professores. São
diversos autores apresentando suas experiências,
compartilhando de estudos e conhecimentos
adquiridos durante o processo de pesquisa
realizado.
Com esta pesquisa pude perceber o quanto ainda
falta para que haja uma educação inclusiva de fato.
Para que os alunos não se matriculem em escolares
regulares e recebam um atendimento diferenciado
em salas separadas. É preciso que haja uma política
de formação de professores que garanta que estes
alunos irão receber uma educação como as dos
demais. Não é possível se pensar em inclusão
quando estes alunos, como pode ser visto em um
dos textos, não interagem com as professoras e
seus colegas de sala.
Ainda há muito para ser estudado sobre os
deficientes e sua inclusão, e o intuito deste trabalho
foi apresentar o que foi publicado sobre este
assunto.
Re f erê nc ias
( T e xt o s an alis a dos )
1999 - Vol. 05
Crianças com necessidades educativas especiais,
política educacional e a formação de professores:
generalistas ou especialistas? (José Geraldo Silveira
Bueno)
Procedimentos didáticos “especiais” no ensino do
deficiente mental: um caminho de
interlocução
(Fabiany de Cássia Tavares SILVA)
Vol. 06, Ano 2000
O atendimento educacional para crianças com
deficiências no hemisfério sul e a integração nãoplanejada: implicações para as propostas de
integração escolar (Muna Muhammad ODEH)
Classes especiais: comentários à margem do texto
de Torezan & Caiado (Sadao OMOTE )
Vol. 7, N° 01. Ano 2001
Influências do mobiliário adaptado na performance
do aluno com paralisia cerebral espástica:
Anais do XIV Encontro de Iniciação Científica da PUC-Campinas - 29 e 30 de setembro de 2009
ISSN 1982-0178
considerações sobre a literatura especializada (Lígia
Maria Presumido BRACCIALLI; Eduardo José
MANZINI; Roberto VILARTA)
Vol. 07, N° 02. Ano 2001
Classe especial: um olhar de seus usuários e
usuárias (Lúcia Maria SANTOS; Fátima
Elisabeth DENARI)
Vol. 10, N° 1. Ano 2004
Rendimento acadêmico e adaptação escolar de
alunos participantes na modalidade inclusiva de
ensino que combina sala regular e sala de
recursos (Silvana Canalhe GARCIA; Tânia
Maria Santana DE ROSE)
Educador especial: reflexões e críticas sobre
sua prática pedagógica (Lúcia Pereira LEITE)
Vol. 11, N° 2. Ano 2005
Paradoxos da formação de professores para a
educação especial: o currículo como expressão
da reiteração do modelo médico-psicológico
(Maria Helena MICHELS)
Vol. 11, N° 3. Ano 2005
Interação entre professora e alunos em salas
de aula com proposta pedagógica de educação
inclusiva (Simone Cerqueira da SILVA; Maria
Salete Fábio ARANHA)
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