UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ PRÍSCILA GUEDES SANTANA URSINE Estudo da Prevalência e Perfil Sócio­Demográfico e de Saúde de Idosos Restritos ao Domicílio no Contexto da Estratégia Saúde da Família Rio de Janeiro 2007
PRÍSCILA GUEDES SANTANA URSINE Estudo da Prevalência e Perfil Sócio­Demográfico e de Saúde de Idosos Restritos ao Domicílio no Contexto da Estratégia Saúde da Família Dissertação apresentada à Universidade Estácio de Sá como requisito parcial para obtenção de grau de Mestre em Saúde da Família. Orientador Prof. Dr. Hesio de A. Cordeiro Rio de Janeiro 2007
ii PRÍSCILA GUEDES SANTANA URSINE Estudo da Prevalência e Perfil Sócio­Demográfico e de Saúde de Idosos Restritos ao Domicílio no Contexto da Estratégia Saúde da Família Dissertação apresentada à Universidade Estácio de Sá como requisito parcial para obtenção de grau de Mestre em Saúde da Família. Aprovada em BANCA EXAMINADORA _________________________________ Prof. Dr. Hesio de Albuquerque Cordeiro Presidente Universidade Estácio de Sá __________________________________ Profª Drª Claudia Leite Moraes Universidade Estácio de Sá __________________________________ Prof. Dr. Renato Peixoto Veras Universidade do Estado do Rio de Janeiro
iii Dedico este trabalho com todo meu carinho à amiga de todas as horas: Else – minha querida mãe.
iv AGRADECIMENTOS Ao Prof. Hésio de Alburqueque Cordeiro, pelo carinho, incentivo e, em especial, por ter acreditado em meu potencial e contribuído na modificação completa do traçado de minha vida. À Prof a Cláudia Leite Moraes, por tudo que fez por mim até este momento, em especial, pela amizade, apoio e ensinamentos constantes. Seu exemplo de capacidade e profissionalismo marcaram definitivamente minhas expectativas para o futuro. Ao Prof. Haroldo Matos, pelos ensinamentos, apoio, disponibilidade e, em especial, pela valiosíssima ajuda na tabulação e análise dos dados. Às ex­alunas, hoje colegas, Ana Cristina, Jéssica, Aline, Débora e Víviam, pela magnífica ajuda e atuação no trabalho de campo. Ao meu Pai, por todo o ensinamento deixado antes de sua partida. À Valéria Garcia, minha irmã de coração, pela amizade e imenso apoio durante os momentos mais difíceis do desenvolvimento deste trabalho. À Paula Elisa, pela inesquecível amizade e contribuição na escolha pela gerontologia como o caminho a seguir. Ao Rogério, meu amor, pela paciência, compreensão, apoio, incentivo e auxílio, fundamentais nesta caminhada. “Muito Obrigado” é pouco para expressar a minha mais sincera e profunda gratidão. A todos meus familiares e amigos, pela compreensão da “ausência” e apoio constante. Aos idosos que participaram e contribuíram na elaboração deste estudo, meus sinceros agradecimentos.
v RESUMO Os idosos restritos ao domicílio constituem uma parcela da população incapaz de sair de casa sozinha que tende a permanecer invisível ao sistema de saúde. A instrumentalização das Equipes de Saúde da Família é essencial para a elaboração das ações de saúde e consolidação do sistema formal de apoio a esses idosos. Este estudo objetivou determinar a prevalência e perfil sócio­demográfico e de saúde dos idosos restritos ao domicílio adscritos ao PSF do Centro de Saúde Ventosa ­ BH. A seleção da amostra deu­se pelo método de amostragem por conglomerados, realizada após estratificação por área de risco. A coleta de dados foi realizada em duas etapas. A etapa A visou a identificar, entre os idosos, aqueles restritos ao domicílio. A etapa B objetivou caracterizar o perfil dos idosos restritos ao domicílio utilizando­se o Brazilian Version of Multidimensional Functional Assessment Questionnaire (BOMFAQ), a Escala Geriátrica de Depressão (GDS) e o APGAR de Família. Dos 277 idosos estudados, 24,9% era restrito ao domicílio, sendo a dependência física a principal causa de restrição. Grande parte dos idosos era do sexo feminino (73,9%), casado/amaziado (40,5%), analfabeto (46,4%) e com renda per capita de até um salário mínimo (58%). Em relação à saúde, a maioria a auto­ avaliou como “regular” (46,4%), apresentou estado cognitivo normal (73,8%), provável depressão (58%), dependência moderada/ grave nas AVD (97%) e boa funcionalidade familiar (82%), sendo os filhos os maiores provedores de cuidado e auxílio. O estudo revelou alta prevalência de idosos restritos ao domicílio e a importância de medidas preventivas e de reabilitação pelas equipes de saúde da família para o estabelecimento de um suporte formal adequado e melhor qualidade de vida a esses idosos e sua família. Palavras­chave: Idoso restrito ao domicílio. PSF Perfil de saúde.
vi ABSTRACT The homebound elderly constitute a part of a population unable to leave home alone which tend to maintain invisible to health system. The management of Health of Family Team is essential to collaborate with health actions and consolidate a formal system to support these elders. This study focused on determine the prevalence and profile of the social demographic and health of homebound elderly registered at PSF of Ventosa /BH Health Center. The selection of the sample was tested by the sampling from the slums, concluded after the division in layers of the risk area. The collect of the data was divided in two phases. The phase A proposed identify, among elders, those restricted to their homes. The phase B aimed at characterizes the homebound elderly’s profile using the Brazilian version of multidimensional functional assessment questionnaire (BOMFAQ), the geriatric scale of depression (GDS) and the family APGAR. Among the 277 elders studied, 24,9% were restricted to their homes, being the physical disability the main cause of restriction. The major part was formed by women (73,9%), living with a husband or a partner(40,5%), Illiterate (46,4%) and with a personal income reaching at most the Brazilian minimum wage (58%). Regarding health, the most part of the group self evaluated it as “average” (46,4%), demonstrated normal cognitive state (73,8%), probable depression (58%), moderate/severe dependency concerning AVDs (97%) and good familiar functionality (82%) who sons and daughters are the most important providers of care and help. The study revealed a high prevalence of homeboud elderly and also the importance of preventive measures and orientation to self care by the health family team to perform a formal support suitable and better for these elders and their family. Key­word: Homebound elderly. PSF. Health profile.
vii LISTA DE ABREVIATURAS AAVD: Atividades Avançadas de Vida Diária ABVD: Atividades Básicas de Vida Diária AIVD: Atividades Instrumentais de Vida Diária BOMFAQ: Brazilian Version of Multidimensional Functional Questionnaire BOAS: Brazil Old Age Schedule CSV: Centro de Saúde Ventosa ESF: Equipe de Saúde da Família FIM: The Functional Independence Measure HAQ: The Health Assessment Questionnaire IADL: Índice de Independência nas Atividades de Vida Diária IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMC: Índice de Massa Corporal MEEM: Mini Exame do Estado Mental OARS: Olders Americans Research and Services OMFAQ: Multidimensional Functional Assessment Questionnaire OMS: Organização Mundial de Saúde PNAD: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PSF: Programa Saúde da Família SAMDU: Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência SESP: Serviço Especial de Saúde Pública SUS: Sistema Único de Saúde UBS: Unidade Básica de Saúde VD: Visita Domiciliária
viii Assessment LISTA DE TABELAS Tabela 1 Distribuição da amostra dos idosos segundo áreas de risco. Belo 31 Horizonte ­ MG, 2006 Tabela 2 Distribuição do n amostral e das perdas nas áreas de risco. Belo 38 Horizonte ­ MG, 2006. Tabela 3 Distribuição das perdas por causa nas áreas de risco. Belo 38 Horizonte – MG, 2006 Tabela 4 Distribuição dos idosos em relação à sua mobilidade de acordo 39 com área de risco. Belo Horizonte – MG, 2006 Tabela 5 Distribuição dos idosos segundo a causa de restrição ao domicílio. 40 Belo Horizonte – MG, 2006 Tabela 6 Distribuição dos idosos em relação à sua mobilidade de acordo 40 com sexo. Belo Horizonte – MG, 2006 Tabela 7 Distribuição das características sócio­econômicas e demográficas 41 dos idosos segundo grau de restrição ao domicílio. Belo Horizonte – MG, 2006 Tabela 8 Distribuição da proporção de doenças referidas pelos idosos 43 restritos ao domicílio e sua interferência nas AVD. Belo Horizonte – MG, 2006 Tabela 9 Distribuição do grau de restrição ao domicílio em relação ao relato 46 de quedas em idosos restritos ao domicílio. Belo Horizonte – MG, 2006 Tabela 10 Distribuição dos idosos restritos ao domicílio segundo estado 47 tímico e cognitivo. Belo Horizonte – MG, 2006 Tabela 11 Distribuição dos idosos restritos ao domicílio segundo o 48 desempenho nas ABVD e AIVD. Belo Horizonte – MG, 2006 Tabela 12 Distribuição dos idosos restritos ao domicílio segundo grau de 48 dependência e mobilidade. Belo Horizonte – MG, 2006 Tabela 13 Distribuição dos idosos restritos ao domicílio segundo a dinâmica 50
de funcionalidade familiar. Belo Horizonte – MG, 2006 ix LISTA DE FIGURAS Figura 1 Unidades Administrativas Regionais de Belo Horizonte 33 Figura 2 Distribuição das áreas de risco do Centro de Saúde Ventosa. Belo Horizonte ­ MG, 2006 35 Figura 3 Distribuição dos idosos segundo a auto­percepção da saúde. Belo Horizonte ­ MG, 2006 42 Figura 4 Distribuição dos idosos segundo a auto­avaliação da acuidade auditiva. Belo Horizonte ­ MG, 2006 44 Figura 5 Distribuição dos idosos segundo a auto­avaliação da acuidade visual. Belo Horizonte ­ MG, 2006 45
x SUMÁRIO 1 2 2.1 2.2 2.3 2.4 3 3.1 3.2 4 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7 5 5.1 5.2 5.3 5.4 6 6.1 6.2 6.3 7 INTRODUÇÃO REVISÃO DA LITERATURA RELEVÂNCIA DO PROBLEMA: O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL CAPACIDADE FUNCIONAL COMO NOVO PARADIGMA DA AVALIAÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO A ATENÇÃO DOMICILIÁRIA A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA OBJETIVOS OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS METODOLOGIA DELINEAMENTO DO ESTUDO LOCAL DO ESTUDO POPULAÇÃO DO ESTUDO AMOSTRA COMITÊ DE ÉTICA E CONSENTIMENTO COLETA DE DADOS ANÁLISE DE DADOS RESULTADOS CARACTERIZAÇÃO GERAL DA AMOSTRA PREVALÊNCIA DOS IDOSOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO CARACTERIZAÇÃO SÓCIO­ECONÔMICA E DEMOGRÁFICA DO IDOSO RESTRITO AO DOMICILIO CARACTERIZAÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO RESTRITO AO DOMICILIO DISCUSSÃO PREVALÊNCIA DOS IDOSOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO PERFIL SÓCIO­ECONÔMICO E DEMOGRÁFICO PERFIL DE SAÚDE CONCLUSÃO RECOMENDAÇÕES REFERÊNCIAS ANEXO I ­ Questionário de Avaliação Multidimensional do Idoso ANEXO II ­ Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte ANEXO III ­ Termo de consentimento livre e esclarecido.
xi 1. INTRODUÇÃO O acentuado processo de envelhecimento populacional brasileiro e aumento das doenças crônico­degenerativas representam um dos maiores desafios da saúde pública atualmente. O acúmulo dessas doenças associado ao despreparo do sistema de saúde podem levar ao desenvolvimento de incapacidades e dependências, resultando, muitas vezes, na restrição das atividades de vida diária ao ambiente domiciliar. A restrição ao domicílio e isolamento social podem, por sua vez, desencadear um processo de declínio funcional, formando, assim, um ciclo. As repercussões e o ônus para o Estado e sociedade causados pela incapacidade funcional de um idoso restrito ao domicílio legitimam a necessidade de estudos que identifiquem a prevalência e perfil dessa população. Além disso, considerando a necessidade de intervenções mais adequadas, estudos sobre a condição de restrição ao domicílio são essenciais para o planejamento efetivo da assistência domiciliária oferecida por instituições públicas e privadas. Dados sobre a prevalência e perfil de idosos restritos ao domicílio podem ser obtidos por meio de inquéritos populacionais. No entanto, pelo melhor do conhecimento da autora desta pesquisa, não foram publicados estudos populacionais no Brasil sobre a prevalência desses idosos. Informações obtidas em publicações internacionais apresentam valor limitado para a população brasileira devido as peculiaridades sócio­ econômicas e culturais. Portanto, buscando a contextualização do tema e a identificação dos idosos restritos ao domicílio residentes na área de abrangência do Centro de Saúde Ventosa (BH), local em que trabalho como supervisora de estágio do curso de fisioterapia, senti­ me mobilizada para o desenvolvimento deste estudo, em seguida, apresentado.
2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1. RELEVÂNCIA DO PROBLEMA: O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL Estudos envolvendo questões relacionadas ao envelhecimento têm merecido atenção especial nos últimos quarenta anos em conseqüência do aumento significativo do número de pessoas idosas na população em geral. 1,2,3,4,5 O envelhecimento populacional se refere à mudança na estrutura etária da população, produzida por um aumento do peso relativo das pessoas acima de determinada idade, considerada definidora do início da velhice. 1 Esse limite inferior varia de sociedade para sociedade e depende de fatores biológicos, econômicos, ambientais, científicos e culturais. No Brasil, o ponto de corte de “60 e mais anos” foi adotado de acordo com o critério utilizado pela Organização das Nações Unidas para países em desenvolvimento. 6 A população brasileira assiste, desde a década de 60, à sua transição demográfica e epidemiológica caracterizada por um acentuado processo de envelhecimento e aumento das doenças crônico­degenerativas. Durante as quatro primeiras décadas do século XX, a estrutura etária brasileira apresentava grande estabilidade devido à pequena oscilação das taxas de natalidade e mortalidade. 2,3 A partir de 1940, teve início o processo de declínio da mortalidade, determinado pela melhoria das condições sanitárias e desenvolvimento tecnológico da medicina na rede pública. A estrutura etária da população, no entanto, não se alterou, pois a redução da mortalidade deveu­se, principalmente, à queda das taxas de mortalidade específicas da infância. 2,3,4 Somente a partir de 1960, com o declínio da fecundidade, iniciou­se o processo de envelhecimento populacional. 2,3 A taxa de fecundidade total (número médio de filhos
que uma mulher teria ao terminar o período reprodutivo em determinado local e época) caiu de 5.8 para 2.7 filhos por mulher, entre 1970 e 1991, redução superior a 50%. 2 As razões para essa mudança do padrão reprodutivo no Brasil são várias. De um lado, fruto do processo de urbanização da população brasileira, temos uma necessidade crescente de limitação da família ditada pelo "modus vivendi" dos grandes centros urbanos, caracterizado, entre outras coisas, por uma progressiva incorporação da mulher à força de trabalho. De outro lado, temos uma população feminina mais receptiva ao controle familiar, não só pelas razões já mencionadas, mas devido às mudanças do padrão sócio­ cultural decorrentes da própria migração e do maior acesso aos meios de comunicação. 2,7 Associada a tais fatores, observa­se também uma crescente disponibilidade de meios contraceptivos no Brasil nesta época. 7 Esse processo em que há passagem de uma situação de alta mortalidade e fecundidade, para uma de baixa mortalidade e fecundidade, com conseqüente aumento da proporção de pessoas com idade avançada às custas da diminuição de jovens nesta mesma população é denominado “transição demográfica” e ocorreu de forma rápida e intensa no Brasil, diferente dos países desenvolvidos, onde se deu de maneira lenta e gradativa. 2,3,4,7 Projeções feitas num período de 60 anos, 1960 a 2020, indicam uma taxa de crescimento da população idosa brasileira da ordem de 760%, demonstrando um aumento três vezes maior do que a população em geral. 4,8,9 Conforme descrito por Camarano 9 , a proporção de idosos dobrou nos últimos 60 anos, passou de 4% em 1940 para 8,6% em 2000 e projeções recentes indicam que este segmento poderá ser responsável por quase 15% da população brasileira em 2020. Concomitantemente às transformações demográficas, vem ocorrendo a transição epidemiológica no país. Entende­se por “transição epidemiológica” as modificações a
longo prazo dos padrões de saúde e morbi­mortalidade, aliados aos determinantes sócio­ econômicos, ecológicos e estilo de vida de uma população específica. 2,5 Segundo Chaimowicz 2 , esse processo engloba classicamente três mudanças básicas: substituição das doenças transmissíveis por doenças não transmissíveis e causas externas, deslocamento da maior carga de morbi­mortalidade dos grupos mais jovens para os grupos mais idosos e transformação de uma situação em que predomina a mortalidade para outra em que a morbidade é dominante. Dessa forma, espera­se que um país que está “envelhecendo” apresente um predomínio de patologias crônicas e de suas complicações. No entanto, no Brasil, a transição epidemiológica assume algumas peculiaridades. Observa­se uma superposição entre as etapas onde predominam as doenças transmissíveis e crônico­degenerativa, sendo a morbi­mortalidade elevada por ambos os padrões. Soma­se a isso, uma “polarização epidemiológica” caracterizada por situações epidemiológicas contrastantes em diferentes regiões do país. 2 Estudos realizados com a população idosa brasileira mostram que as doenças crônicas estão presentes na maior parte da população. 10,11,12,13,14,15 Da população incluída na amostra da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD­1998), 60,9% relatou ter ao menos uma doença crônica. 10 Em São Carlos, município localizado no estado de São Paulo, 74,9% da população cadastrada no Programa Saúde da Família (PSF) relataram ser portadores de uma a cinco doenças crônicas. 11 O contexto e a velocidade com que essas transformações ocorrem, trazem um número enorme de implicações de ordem econômica, política e social. Em alguns setores, como é o caso da saúde, as conseqüências desse fenômeno fazem­se sentir de forma rápida e objetiva, em especial no que tange à implantação de novos modelos e métodos para o enfrentamento do problema. O Estado, ainda às voltas com os desafios do controle da mortalidade infantil e doenças transmissíveis, encontra dificuldades de
aplicar estratégias para a efetiva prevenção e tratamento das doenças crônico­ degenerativas e suas complicações. Em um contexto de importantes desigualdades regionais e sociais, idosos não encontram amparo adequado no sistema público de saúde e previdência, acumulam seqüelas de doenças crônicas, desenvolvem incapacidades, dependências e conseqüente perda da capacidade funcional. 16 2.2.CAPACIDADE FUNCIONAL COMO NOVO PARADIGMA DA AVALIAÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO A capacidade funcional é definida como “habilidade do paciente em desempenhar uma tarefa ou função em um ambiente padrão”. Para avaliar a capacidade plena do indivíduo é necessário ter um ambiente padronizado para neutralizar o impacto variável dos diferentes ambientes sobre sua capacidade funcional. 17 No entanto, nem sempre é possível um ambiente padronizado. Logo, para a avaliação da capacidade funcional de um idoso, o desempenho funcional nas atividades básicas (ABVD) e instrumentais (AIVD) de vida diária, tem sido um parâmetro amplamente aceito e reconhecido. As ABVD envolvem atividades de auto­cuidado necessárias à sobrevivência como alimentar­se, vestir­se, banhar­se, mobilizar­se, manter controle sobre suas eliminações e deambular. 17,18 Problemas nesse domínio representam um risco severo à independência. No entanto, os idosos podem ter grande parte de declínio funcional sem apresentar limitações em relação a essas atividades, o que faz com que esse indicador tenha limitada utilização na identificação de mudanças através do tempo e no impacto das intervenções. 19 As AIVD referem­se às atividades que proporcionam independência ao indivíduo em casa e na comunidade, como por exemplo, manipular medicamentos,
administrar as próprias finanças, realizar compras e utilizar meios de transporte. Há também as Atividades Avançadas de Vida Diária (AAVD), que incluem as atividades voluntárias sociais, ocupacionais e de recreação. Dificuldades em participar dessas atividades podem não indicar perda funcional atual, mas risco de perdas futuras ainda mais importantes. 17,18 Em adição às ABVD e AIVD, tem sido desenvolvida uma ampla variedade de outras medidas de status funcional auto­declarado. A avaliação de mobilidade tem sido considerada como parte importante da avaliação funcional. Mobilidade pode ser avaliada por meio de auto­declaração utilizando abordagem hierárquica, como a transferência de uma cama à cadeira, caminhadas de curtas e longas distâncias e subir/descer escadas. Resultados utilizando as medidas de mobilidade têm provado serem valiosos no estudo da relação do status funcional com características demográficas e condições crônicas, comportamentos relacionados à saúde, mudança de peso, e osteoartrite. 21 Uma vez que o desempenho funcional dos idosos mostra­se mais significativo na vida dos mesmos do que a presença de doenças, parece ser mais indicado verificar em que nível tais doenças impedem o desempenho, de forma autônoma e independente, das atividades de vida diária. Envelhecimento saudável, dentro dessa nova ótica, passa ser a resultante da interação multidimensional entre saúde física, saúde mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar e independência econômica. O bem­estar na velhice, ou saúde num sentido amplo, seria o resultado do equilíbrio entre as várias dimensões da capacidade funcional do idoso, sem necessariamente significar ausência de problemas em todas as dimensões. 20,21 Assim, do ponto de vista da saúde pública, a capacidade funcional surge como um novo conceito
de saúde, mais adequado para instrumentalizar e operacionalizar a atenção à saúde do idoso. Existem várias formas para avaliar a capacidade funcional, em forma de questionários (escalas) ou testes físicos, que devem ser escolhidas conforme a população alvo, tempo e recursos disponíveis para a execução da pesquisa. Paixão Jr. e Reichenhein 23 realizaram um estudo de revisão sobre instrumentos de avaliação da capacidade funcional do idoso. Na subdimensão ABVD, os instrumentos mais utilizados foram o Barthel e o IADL (Índice de Independência nas Atividades de Vida Diária) de Katz. Nenhum foi adaptado para o contexto brasileiro, embora o Barthel tenha sido utilizado em dois estudos no Brasil. Em relação aos instrumentos de AIVD selecionados, mais de 80,0% se referem ao HAQ (The Health Assessment Questionnaire) e ao FIM (The Functional Independence Measure). Com base no conceito de saúde do idoso como capacidade funcional, foram desenvolvidos inúmeros instrumentos abrangendo as várias dimensões pertinentes à avaliação global da capacidade funcional de um idoso. Um dos primeiros instrumentos desse tipo foi o Olders Americans Research and Services (OARS) Multidimensional Assessment Questionnaire, concebido nos Estados Unidos. 24 Trata­se de um questionário fechado que fornece dados sócio­demográficos, avalia a saúde física e mental (aspectos cognitivos e emocionais), independência no dia­a­dia, suporte social, familiar e a utilização de serviços. Outro instrumento multidimensional que vem sendo utilizado em inquéritos populacionais no Brasil é o BOAS (Brazil Old Age Schedule), no entanto, não há qualquer estudo de validação ou confiabilidade na sua forma integral, sendo apenas encontrados estudos de validação da parte da saúde mental. 23 Entre os métodos de pesquisa utilizados, as medidas padronizadas possuem a vantagem de ser menos suscetíveis a viéses, mais acuradas e reprodutíveis, mesmo
quando utilizadas por equipes com diferentes níveis de treinamento. O uso de um teste padronizado permite ao profissional de saúde estabelecer uma linha de base bem definida sobre a qual futuras decisões podem ser calcadas. A identificação de modificações na função pelo uso desses testes em reavaliações periódicas permite discernir melhor se algum aprofundamento propedêutico deve ou não ser realizado, ou mesmo para propor uma ação imediata na eventualidade de um declínio funcional importante. 23 Para tanto, é importante compreender o quadro teórico proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a classificação das deficiências, incapacidades e dependências. Deficiência (impairment) é uma anomalia ou perda na estrutura corporal, na aparência e/ou função de um órgão ou sistema. A incapacidade (disability) representa as conseqüências da deficiência de um órgão ou sistema sobre o funcionamento de um indivíduo em termos de limitação da função ou de restrição da atividade. 25 Chamam­se limitações funcionais as restrições em realizar ações físicas e ou mentais fundamentais para a vida diária do indivíduo. 18 Segundo a Classificação Internacional de Função, Disfunção e Saúde (CIF), a incapacidade funcional trata­se de um fenômeno complexo que se manifesta nos níveis de estrutura e funções do corpo, atividade e participação social, limitando o indivíduo no desempenho de atividades relacionadas a papéis socialmente definidos. 17 Verbrugge e Jette, 18 propõem um modelo do processo de tornar­se incapaz, categorizando os fatores que podem influenciar a incapacidade em predisponentes ou fatores de risco, intervenções e exacerbações. Os fatores de risco são certos comportamentos ou atributos que elevam as chances do desenvolvimento de limitação funcional e incapacidade na presença de doenças crônicas. Podem ser fatores
demográficos, sociais, estilo de vida, comportamental, psicológico, ambiental e características biológicas individuais que ocorrem antes ou durante o desenvolvimento da incapacidade. Existem fatores que reduzem as chances do desenvolvimento de limitação funcional e incapacidade na presença de doenças: as intervenções, que incluem os cuidados médicos, reabilitação, suporte externo, modificações do estilo de vida, do ambiente social, atributos psicológicos. Eles não são predisponentes, mas existem durante o processo de incapacidade na tentativa de evitá­lo, retardá­lo ou revertê­lo. As exacerbações são fatores que aumentam ou mantêm as disfunções e podem ocorrer de três formas: 1) intervenções: efeitos colaterais de medicamentos, cirurgias, 2) comportamentos ou atitudes perniciosas (medo de cair, ingestão de álcool, raiva da doença), 3) estímulo ao desenvolvimento da dependência comportamental. A dependência é a necessidade de uma pessoa recorrer à ajuda de um semelhante ou de equipamentos para realizar as atividades de vida diária. 17,20,25,26 Existem várias classificações da dependência no idoso, entre as quais, a mais conhecida é aquela que a divide em duas categorias: dependência devida a limitações físico­funcionais e dependência devida a limitações cognitivas. No entanto, Baltes et al 26 consideram três possibilidades para a dependência em qualquer momento do curso da vida humana: dependência estruturada, dependência físico­funcional e dependência comportamental. A dependência estruturada relaciona­se com o afastamento do indivíduo da vida social e do processo produtivo. Fatores como desemprego, guerras, intolerância racial, desacordo ideológico, exílio, prisão, asilamento, hospitalização prolongada, maus­ tratos, fome e pobreza podem induzir indivíduos sadios, ativos e produtivos a extremos de dependência física e psicológica e podem agravar o estado de dependência daqueles que já são portadores de algum comprometimento físico­funcional, cognitivo ou social.
A dependência física ou funcional está relacionada à incapacidade funcional, ou seja, incapacidade física e/ou mental para realizar atividades da vida diária, dentro de um contexto social. A dependência comportamental é socialmente induzida, independente do nível de competência do indivíduo, e, comumente explicada pelo paradigma do “desamparo aprendido”, segundo o qual a dependência pode resultar da aprendizagem da noção de que o comportamento é ineficaz para gerar conseqüências. O paradigma do desamparo aprendido caracteriza o ambiente como não responsivo e negligente e, por esse motivo, responsável pelo desamparo e pela dependência. Os ambientes de baixa exigência caracterizam­se por superproteção, que também gera dependência. A dependência comportamental pode ocorrer até mesmo na ausência de incapacidade funcional e é mediada por atitudes e conceitos do idoso. As estratégias que esse usa para avaliar a própria funcionalidade, bem com o que pensa sobre seu direito a depender e a ser cuidado, podem afetar as suas manifestações de independência. Assim, o desempenho da capacidade funcional é produto da interação entre componentes biológicos, psicológicos e ambientais. O ambiente pode dispor condições prejudiciais ao funcionamento independente no domínio psicológico que repercutirão nos domínios social e físico. A presença de doenças afeta o domínio físico, mas também a auto­estima, o senso de auto­controle e a motivação do idoso, levando­o, muitas vezes, a recusar­se em desempenhar atividades instrumentais ou de auto­cuidado. Da avaliação da capacidade funcional resulta, portanto, uma classificação na qual o idoso aparecerá como independente ou dependente (em maior ou menor grau). É necessariamente, o grau de dependência que determinará os tipos de cuidados e assistência apropriados. 15,26
Um dos primeiros estudos populacionais no Brasil, com avaliação multidimensional de idosos residentes na comunidade, foi realizado em São Paulo em 1984. 27 Para isso, foi utilizado o Brazilian Version Multimensional Functional Assesment Questionaire (BOMFAQ). Os dados desse estudo mostraram que mais da metade dos idosos apresentaram pelo menos uma alteração nas AVDs, sendo que 10% apresentaram cinco ou mais alterações. Resultados semelhantes foram encontrados em outro estudo de Ramos 15 , realizado também em São Paulo, em que 29% dos idosos apresentaram dependência para realizar até três AVDs e 10% dependência em mais de três e menos de sete dessas atividades. Nesse estudo, os autores propuseram uma classificação para a capacidade funcional de acordo com o grau de dependência nas AVDs, sendo dependência leve a incapacidade ou dificuldade para realizar 1­3 atividades e dependência moderada e grave, a incapacidade ou dificuldade em 4­6 e mais de 7 atividades, respectivamente. Estudo realizado na cidade de Fortaleza, Ceará, envolvendo 667 idosos, teve como objetivo verificar o perfil multidimensional do idoso residente nesta comunidade do Nordeste do Brasil. Para medir a capacidade funcional foi utilizado também o BOMFAQ. Os resultados obtidos mostram que 52,3% dos idosos relataram autonomia total para realizar AVD, 35% relatou necessidade de ajuda para realizar até 3 atividades, 9,9% de quatro a seis atividades e 2,8% sete ou mais atividade. 12 Feliciano e col 11 realizaram um estudo epidemiológico com pessoas cadastradas no Programa Saúde da Família (PSF) em São Carlos, São Paulo. Esse estudo contou com uma amostra de 523 idosos, considerados de baixa renda. Quanto à capacidade funcional, o protocolo utilizado foi também o BOMFAQ e os resultados encontrados foram os seguintes: 23,6% dos participantes relataram completa independência, 46,7%
referiram necessidade de ajuda para realizar de 1 a 3 atividades (AVD) e 13,7% dependência parcial ou total para execução de 7 ou mais AVD. Giacomin e col 28 realizaram estudo de base populacional com o objetivo de descrever a prevalência e fatores associados à necessidade de cuidadores entre idosos residentes na cidade de Bambuí, Minas Gerais. As AVD utilizadas no questionário foram comer, vestir­se, ir ao banheiro, banhar­se e levantar de uma cadeira sem apoio. Os resultados demonstraram que 23% dos idosos da comunidade recorriam a ajuda humana ou técnica para realizar pelo menos uma das atividades de vida diária. Em relação aos fatores associados à capacidade funcional de idosos, existem pesquisas que estudaram os fatores relacionados à doença, não­doença e ambos. 29,30,31,32,33 Guccione e col 30 privilegiaram o determinante “doenças” no estudo de idosos não institucionalizados e identificaram como fatores importantes para a incapacidade funcional, em ordem decrescente, o acidente vascular cerebral (limitação para 7 tarefas), sintomas depressivos, fratura pélvica (limitação para 5 tarefas), osteoartrose de joelho, doença cardíaca e pulmonar, (cada uma associada a 4 tarefas). Brenda e col 29 analisaram o papel de uma só doença, a depressão, em um estudo de uma coorte de 6247 idosos livres de incapacidade. Após seis anos, os autores detectaram que os idosos com depressão apresentaram um risco de 1,67 (1,44­1,95) de desenvolver incapacidade em atividades básicas de vida diária em relação aos não deprimidos. Stuck e col 31 , após uma revisão sistemática da literatura, encontraram na maioria dos estudos longitudinais, forte evidência de aumento do risco de declínio funcional em indivíduos com alteração cognitiva, depressão, comorbidades, aumento ou diminuição do índice de massa corporal, limitação funcional das extremidades inferiores, baixa freqüência de contato
social, baixo nível de atividade física, alteração da visão e auto­percepção da saúde ruim. No Brasil, estudos recentes avaliaram a associação entre a incapacidade funcional e fatores socioeconômicos, demográficos e referentes à saúde. 28,32 Nestes estudos, verificou­se associação significante entre a incapacidade funcional e faixa etária, estado conjugal, escolaridade, renda domiciliar e arranjo familiar. Os idosos com idade acima de 80 anos, solteiros ou viúvos, com baixo nível de escolaridade e renda familiar, apresentaram maiores chances de desenvolverem incapacidades. A chance de desenvolvimento de incapacidade foi também maior entre os idosos que responderam não visitar amigos ou parente. Em relação aos fatores referentes à saúde, no estudo de Rosa 32 , verificou­se associação altamente significativa entre a ocorrência de acidente vascular cerebral, casos de saúde mental e incapacidade, em concordância com os estudos anteriormente citados. No estudo de Giacomin 28 , a história médica de artrite, coronariopatia, hipertensão arterial e índice de massa corporal (IMC) superior a 29 Kg/m 2 apresentaram associação significantes com a necessidade de cuidador. A maioria das associações encontradas nesses estudos coincidem com as obtidas em estudos longitudinais, realizados em outros países. 31,33 2.3. A ATENÇÃO DOMICILIÁRIA Uma vez comprometida a capacidade funcional do idoso, algum tipo de suporte e auxílio será necessário, seja em âmbito institucional ou domiciliar. A internação de idosos em asilos, casa de repouso e similares está sendo questionada, mesmo nos países desenvolvidos, devido aos custos desse modelo e influência negativa na independência e autonomia dos pacientes. 6,34 Em contrapartida, a atenção domiciliária, oferecida por
instituições públicas ou privadas, tem sido cada vez mais valorizada, beneficiando especialmente os idosos e/ou incapacitados crônicos, que têm sua entrada e permanência no sistema de saúde dificultadas, quer por condições inadequadas de acesso, quer por cansaço em buscar soluções para seus problemas. 34 Carletti e Rejani 35 definem a atenção domiciliária como sendo o serviço em que as ações de saúde são desenvolvidas no domicílio do paciente por uma equipe interprofissional, visando à promoção, manutenção e/ou restauração da saúde e o desenvolvimento e adaptação de suas funções de maneira a favorecer o restabelecimento de sua independência e autonomia. A título de homogeneizar linguagens, é importante lembrar que, segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, “domiciliar” significa dar domicílio e “domiciliário” significa relativo a domicílio, feito no domicílio. Assim, os programas de saúde voltados ao atendimento na residência dos pacientes devem ser mais apropriadamente denominados “domiciliários”. Há várias modalidades de serviços de cuidado em domicílio, sendo a internação e assistência domiciliária as mais preconizadas em nosso meio. 34 A assistência domiciliária compreende as atividades exercidas por profissional de saúde e /ou equipe interprofissional no local de residência do cliente. Engloba visitas programadas, na qual determinados procedimentos são realizados pelos elementos da equipe, que conta com o cuidador como responsável pela continuidade da assistência em domicílio. A periodicidade das visitas depende da complexidade assistencial requerida. 34 Já a internação domiciliária pode ser compreendida como a instalação de um mini­hospital domiciliário. 34,36 Representa uma opção segura e eficiente para atendimento a determinados tipos de pacientes que, mesmo após a estabilização do quadro clínico, continuam a requerer cuidados especializados de um profissional de saúde. Envolve ainda, a existência de meios de transporte externo adequado, assistência médica e de
enfermagem 24 horas por dia, disponibilização de medicamentos e demais recursos comuns em hospitais. Os requisitos para credenciamento de hospitais e os critérios para realização de internação domiciliária pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foram publicados na Portaria n° 2.416, de 23 de março de 1998, do Ministério da Saúde. 37 Atender doentes em domicílio é uma atividade que remonta aos tempos bíblicos. Cunha 38 fez uma revisão histórica desta atividade, descrevendo­a desde o Velho Testamento, como forma de prestar caridade. Segundo esse estudo, entre os judeus, encontram­se declarações dos rabinos quanto à incumbência dos primeiros de visitar os doentes para lhes demonstrar solidariedade. No Novo Testamento, verificam­se referências aos que assistiam doentes e idosos em seus lares, mas ainda sem uma metodologia assistencial. Em meados do século XIX, iniciaram­se as tentativas de uma sistematização metodológica dessas atividades na Europa e Estados Unidos da América (EUA). 38
No Brasil, o desenvolvimento da assistência domiciliária manteve estreita relação com a enfermagem. 36,38 Suas primeiras atividades são descritas no começo do século XX, com a criação do Serviço de Enfermeiras Visitadoras no Rio de Janeiro, voltado às áreas de tisiologia e materno­infantil. Na década de 40, surgiram algumas iniciativas do Estado em relação a atenção à saúde. 36 Em 1942, houve o desenvolvimento do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), que desenvolveu ações de saneamento básico e de assistência à saúde (inclusive assistência domiciliária) como estratégia para atingir os indivíduos e sua famílias em comunidades rurais da Amazônia e da região onde atuava a Companhia Vale do Rio Doce (Minas Gerais e Espírito Santo). Em 1949, foi criado o Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência (SAMDU), o qual atendia apenas trabalhadores que possuíam previdência social. O Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo
criou, em 1967, seu sistema de assistência domiciliária para atender os pacientes com doenças crônicas, permitindo­lhes a alta precoce. 36 Somente na década de 90, houve um crescimento significativo da atenção domiciliária. Algumas operadoras de planos e seguros de saúde estenderam a assistência médica ao domicílio a seus conveniados. 39 De acordo com o processo histórico do desenvolvimento da atenção domiciliária, observa­se que essa modalidade de cuidado à saúde vem apresentando um caráter excludente, uma vez que somente os segurados à previdência social ou planos de saúde têm acesso aos serviços. No entanto, o processo de construção do SUS, e posteriormente, o desenvolvimento da Estratégia Saúde da Família, vem transformando esta realidade sobre os pilares da universalização, integralidade, descentralização e participação popular. 2.4. A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA As políticas sociais, tanto para idosos como para toda a população, têm se estruturado de forma fragmentada, dirigindo­se ao atendimento individualizado e desconsiderando o universo familiar e comunitário, o que vem proporcionando o surgimento de novas propostas assistenciais. Nesse contexto, o Ministério da Saúde assumiu, a partir de 1994, o Programa de Saúde da Família (PSF), estratégia que visa a alterar o modelo assistencial tradicional centrado na doença e no hospital através da reorganização da prática de atenção básica à saúde, entendida como conjunto de ações de caráter individual ou coletivo, voltadas para a promoção da saúde e a prevenção dos agravos, bem como ações clínicas de tratamento e reabilitação dos problemas de saúde. 42,43 Embora rotulado como programa, o PSF, por suas especificidades, foge à concepção usual dos demais programas
concebidos no Ministério da Saúde, já que não é uma intervenção vertical e paralela às atividades dos serviços de saúde. A proposta é uma nova dinâmica para os serviços básicos de saúde, sua relação com a comunidade e entre os diversos níveis de complexidade. Assim, apesar dessa estratégia ser operacionalizada a partir de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), todo o sistema deve ser estruturado segundo a sua lógica, pois a continuidade da atenção deve ser garantida por um fluxo contínuo setorial. 42,43 A Unidade Básica de Saúde da Família representa a porta de entrada do sistema local de saúde que está vinculada à rede de serviços, de forma que sejam asseguradas a referência e contra­referência para os diferentes níveis do sistema e atenção integral aos indivíduos e suas famílias. Além disso, a UBS trabalha com território de abrangência definido, sendo a Equipe de Saúde da Família (médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde) responsável pelas famílias residentes na microárea sob sua responsabilidade. Outros profissionais de saúde podem ser incorporados a essas unidades básicas de acordo com as demandas e características da organização dos serviços de saúde da região. 42,43 A Equipe de Saúde da Família (ESF) deve ser capaz de desenvolver as atividades de forma dinâmica, com avaliação permanente através do acompanhamento dos indicadores de saúde de cada área de atuação. Para tanto, deve estar preparada para conhecer a realidade sócio­demográfica e epidemiológica das famílias pelas quais é responsável, identificar situações de risco, elaborar, com participação da comunidade, um plano local para enfrentamento dos determinantes do processo saúde/doença, prestar assistência integral, realizar visita e internação domiciliares e desenvolver processos educativos para a saúde, voltados para prevenção e promoção à saúde da família e comunidade. 42,43
Uma das responsabilidades da ESF é a atenção à saúde do idoso, cabendo a esses profissionais da rede básica voltarem suas atenções a essa população de acordo com as diretrizes da Política Nacional de Saúde do Idoso. 44 A Política Nacional de Saúde do Idoso apresenta “como propósito basilar a promoção do envelhecimento saudável, a manutenção e a melhoria, ao máximo, da capacidade funcional dos idosos, a prevenção de doenças, a recuperação da saúde dos que adoecem e a reabilitação daqueles que venham a ter a sua capacidade funcional restringida, de modo a garantir­lhes permanência no meio em que vivem, exercendo de forma independente suas funções na sociedade”. 6 Todas as ações em saúde do idoso, como previsto na referida Política, devem objetivar mantê­lo na comunidade junto de sua família, de forma digna e confortável. Esse retorno ao modelo de assistência domiciliária demanda programas de orientação, informação e apoio de profissionais capacitados em saúde do idoso. A visita domiciliária (VD) é um instrumento de intervenção fundamental da estratégia de Saúde da Família, utilizado pelos integrantes das equipes para conhecer as condições de vida e saúde das famílias sob sua responsabilidade. De acordo com os pressupostos que orientam a VD, esta só se configura como parte do arsenal de intervenções, quando planejada e sistematizada. Segundo Takahashi, 46 a VD visa subsidiar a intervenção no processo saúde­ doença e o planejamento de ações para a promoção de saúde da coletividade, possibilitando ao profissional conhecer o contexto de vida do usuário do serviço de saúde e a constatação “in loco” das reais condições de habitação e saúde, bem como a identificação das relações familiares. A assistência ou internação domiciliária é realizada somente em situações especiais, identificadas pelos profissionais da ESF. Na realização da assistência domiciliária, a ESF insere­se na esfera formal de apoio à saúde do idoso, principalmente, no que diz respeito à instrumentalização dos cuidadores informais, que podem ser familiares, amigos, vizinhos e membros da comunidade cujas atividades são, em geral, prestadas voluntariamente, sem
remuneração. 16 Entende­se como “cuidador” a pessoa primariamente responsável pela realização dos cuidados pessoais de rotina e manutenção do meio pessoal no domicílio ou em instituição. 47 Como a execução das ações cuidativas estarão, na maioria das vezes, na responsabilidade da família sob orientação e supervisão da ESF, faz­se necessário conhecer o impacto causado pela presença de membros dependentes na dinâmica de funcionamento das famílias, bem como as conseqüências disso no equilíbrio da estrutura familiar. Segundo Minuchin 48 , a compreensão do funcionamento familiar baseia­se em três componentes, a estrutura da família, seu estágio de desenvolvimento e sua capacidade de adaptação às circunstâncias: a) Estrutura: conjunto de exigências funcionais que estabelece a interação entre seus membros e um padrão de relações. Tais padrões regulam o comportamento dos membros da família; b) Desenvolvimento: a família passa por diferentes fases durante sua existência que requerem de seus membros constantes adaptações. O desenvolvimento da família transcorre em etapas de complexidade crescente com períodos de equilíbrio e adaptação e outros de desequilíbrio. c) Adaptação: a família deve ser capaz de se adaptar quando as circunstâncias mudam de forma a intensificar o desenvolvimento psicossocial de seus membros e manter sua continuidade. Uma família disfuncional, ou seja, aquela que não cumpre suas funções em relação às demandas que ocorrem em seu entorno, pode ter sua capacidade assistencial prejudicada e não conseguir prover adequadamente o atendimento sistemático das necessidades de cuidados de seus parentes idosos dependentes. O conhecimento da funcionalidade de uma família permite acessar sua dimensão saúde bem como conhecer
seus pontos vulneráveis, permitindo ao profissionais a adequação da assistência prestada no domicílio. 49 Assim, a atenção domiciliária desenvolvida no PSF, surge como uma alternativa que beneficia especialmente os idosos e/ou incapacitados crônicos, que tendem a permanecer restritos em seus domicílios, invisíveis ao sistema de saúde e impossibilitados de exercerem sua cidadania. Segundo Shinkai e col, 69 idoso restrito ao domicílio é aquele que não é capaz de sair de casa sozinho ou sai apenas na vizinhança sem auxílio. No entanto, de acordo com a revisão bibliográfica realizada em banco de dados computadorizados (MedLine, Scielo, Lilacs), nenhum estudo foi encontrado no Brasil sobre a prevalência de idosos restritos ao domicílio. Avaliar, pois, a prevalência e os diversos aspectos relacionados ao perfil desses idosos é essencial para instrumentalizar as Equipes de Saúde da Família na elaboração e direcionamento das ações de saúde dirigidas a este segmento populacional, contribuindo para um processo de envelhecimento, senão com qualidade de vida plena, que ao menos tenda para tal direção. “O envelhecimento saudável passa a ser resultante da relação entre saúde física e mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar e independência econômica. Se os indivíduos conseguirem envelhecer preservando pelo maior tempo possível a sua autonomia e independência, as dificuldades serão menores para eles, para as suas famílias e para a sociedade”. 50
3. OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Estudar o perfil sócio­demográfico e de saúde de idosos restritos ao domicílio adscritos ao PSF do Centro de Saúde Ventosa, Belo Horizonte­MG. 3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1°­Estimar a prevalência de idosos restritos ao domicílio adscritos ao PSF/ Ventosa; 2°­Descrever as características sócio­demográficas, de saúde física, funcional, mental e funcionalidade familiar desses idosos; 3°­Verificar se existe associação entre a mobilidade (restrito / não restrito ao domicílio) e as variáveis gênero e área de risco;
4. METODOLOGIA 4.1. DELINEAMENTO DO ESTUDO Trata­se de um estudo epidemiológico do tipo transversal, cuja fase de coleta de dados foi realizada no período de maio a julho de 2006. Esse tipo de investigação produz “instantâneos” da situação de saúde de uma população e comunidade com base na avaliação individual de cada um dos membros de um grupo, gerando indicadores globais de saúde para o grupo investigado. Utilizam­se amostras representativas da população, devido às dificuldades para realização de investigações que incluam todos os membros do grupo. A definição de representatividade fundamenta­se na teoria estatística, valorizando o caráter aleatório e a definição clara dos critérios de inclusão e exclusão da amostra. 51 4.2. LOCAL DO ESTUDO O estudo foi realizado na área de abrangência do Centro de Saúde Ventosa (CSV), situado no bairro Jardim América, em Belo Horizonte, onde a pesquisadora desenvolve a função de preceptora do estágio em saúde coletiva do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI­BH). Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, atualmente possui 2.238.526 habitantes. 53 A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA­BH) optou pela reorganização dos serviços de saúde em base territorial através da definição de nove Distritos Sanitários (Venda Nova, Barreiro, Leste, Nordeste, Oeste, Pampulha, Centro­Sul,
Noroeste e Norte). Cada um dos nove Distritos Sanitários tem definido um certo espaço geográfico, populacional e administrativo de sua abrangência. 52 (Figura 1) Figura 1­Unidades Administrativas Regionais de Belo Horizonte Fonte: Plano Municipal de Saúde de Belo Horizonte 2005­2008. O Centro de Saúde Ventosa (CSV) pertence ao Distrito Sanitário Oeste, onde a topografia é muito acidentada, apresentando raros e descontínuos trechos de declividade suave. Possui cinco equipes de saúde da família responsáveis por 24.650 pessoas cadastradas ao PSF, sendo 6,7% dessa população é composta por idosos. 54 A área de abrangência do CSV é dividida em microáreas de acordo com os critérios do Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) utilizado pela SMSA/PBH. O IVS é uma combinação de diferentes variáveis num indicador que busca resumir informações relevantes que traduzem as desigualdades intra­urbanas, apontando áreas prioritárias para intervenção e alocação de recursos, o que favorece a proposição de ações intersetoriais. Os Indicadores utilizados na construção das áreas de vulnerabilidade à saúde por setores censitários são: saneamento, habitação, educação,
renda e saúde. Após o cálculo do índice de vulnerabilidade à saúde, os setores são classificados nas seguintes categorias: risco baixo (setores com valores inferiores ao médio), risco médio (setores censitários que tinham valores do índice de vulnerabilidade à saúde com ½ desvio padrão em torno da média), risco elevado (setores com valores acima do risco médio até o limite de 1 desvio padrão) e risco muito elevado (setores com valores acima do risco elevado). 52 A figura abaixo mostra a área de abrangência do C.S.V e a classificação de suas microáreas, segundo o IVS.
Figura 2 – Distribuição das áreas de risco do Centro de Saúde Ventosa. Belo Horizonte ­ MG, 2006. Fonte: IBGE­GEREPI, Oeste. 4.3. POPULAÇÃO DO ESTUDO A população do estudo foi composta por idosos restritos ao domicílio residentes na área de abrangência do Centro de Saúde Ventosa. Considerou­se idoso restrito ao domicílio aquele incapaz de sair de casa sozinho por apresentar algum nível de dependência físico­funcional, cognitivo e /ou comportamental. Os critérios de inclusão foram: Ter idade igual ou superior a 60 anos; Estar restrito ao domicílio;
Concordar em participar da pesquisa; Possuir, no ato da entrevista, condições cognitivas para responder ao questionário e/ou a presença de um familiar ou cuidador que pudesse auxiliar na resposta. Critério de exclusão: Apresentar possível déficit cognitivo e/ou incapacidade de responder às perguntas e não possuir acompanhante para auxiliá­lo com os instrumentos de avaliação. 4.4. AMOSTRA 4.4.1. Tamanho da Amostra Para o cálculo do tamanho da amostra, deve ser utilizado, dentre as variáveis descritas no trabalho, aquela de maior importância ou aquela que permite, através de métodos numéricos, o cálculo de amostra por meios quantitativos. Dessa forma, a porcentagem de idosos com restrição ao domicílio foi escolhida, por ser a variável resposta do estudo. Para esse cálculo, aplicou­se a fórmula extraída do programa Epi Info versão 3.3.2. 55 , utilizada para avaliar a prevalência em inquéritos populacionais: N = Z x Z (P(1­P))/(D X D). onde: N = tamanho amostral; Z = Valor tabelado da distribuição normal para intervalos de confiança; P = Proporção esperada de idosos restritos ao domicílio D = Semi­ amplitude do intervalo de confiança Como não se conhecia nenhum estudo de prevalência de idosos restritos ao domicílio, foi utilizado o valor de referência encontrado em um estudo piloto, realizado
pelos alunos do curso de Fisioterapia do UNI­BH, que buscou estimar a prevalência de idosos restritos ao domicílio adscritos às áreas de médio e elevado risco do PSF/ Ventosa. A partir de uma lista de 200 idosos fornecida pelos ACS, foram apontados 30 restritos ao domicílio, o que corresponde a 15% da população amostral. Assim, para o valor de P, tomou­se como base a prevalência de 15% encontrada no estudo piloto. O valor de D foi definido como igual a 5% e o de Z, como 1,96 (para α = 0,05 e IC = 95%). O tamanho calculado para a amostra foi, então, de 280 indivíduos, que acrescido de 15% das perdas e recusas estimadas 12 ficou em 322 indivíduos. 4.4.2. Forma de Seleção A seleção da amostra deu­se pelo método de amostragem por conglomerados, realizada após estratificação por área de risco segundo o IVS. A exemplo do que ocorre em todo o município de Belo Horizonte, a área de abrangência do Centro de Saúde Ventosa também apresenta disparidades sócio­econômicas entre sua população cadastrada, fazendo­se necessário a contemplação de estratos sócio­econômicos desta região para uma melhor representatividade da amostra. Para isso, foram selecionados aleatoriamente duas microáreas de baixo, médio, elevado e muito elevado risco, correspondendo, respectivamente, aos setores censitários 161,162, 52, 90, 51,166, 48 e 49. Definidas as oito micro­áreas, foi solicitada a lista de cadastro dos idosos pertencentes a essas regiões. Entretanto, a inexistência de listas de endereços atualizadas nas áreas de baixo e muito elevado risco, exigiu um trabalho exaustivo de enumeração. Esse trabalho consistiu em um levantamento completo feito pelos pesquisadores, que, tomando como base cada setor censitário, seguiram o percurso nele assinalado,
identificando todos os moradores com 60 anos ou mais e registrando além do nome, endereço completo para contato. Nas outras áreas, utilizou­se a lista de idosos fornecida pelo ACS responsável. Em seguida, foram eliminados aleatoriamente 26% dos idosos de cada microárea para obtenção do n amostral calculado. (Tabela 1) Tabela 1­ Distribuição da amostra dos idosos segundo áreas de risco. Belo Horizonte ­ MG, 2006. ________________________________________________________________ Área de risco N° Indivíduos N° Amostra ________________________________________________________________ Baixo risco Médio risco Elevado risco Muito elevado risco 105 110 113 104 78 82 84 78 ________________________________________________________________ Total 436 322 ________________________________________________________________ As entrevistas foram realizadas através de visitas domiciliares. Em caso de duas tentativas sem êxito de aplicação do questionário, as perdas foram registradas como “mudança de endereço” ou “participante não encontrado”. 4.5. COMITÊ DE ÉTICA E CONSENTIMENTO Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (CEP­SMSA/PBH), sendo aprovado em 27 de janeiro de 2006 (protocolo 063/2005 ) Os voluntários ou responsáveis pelos idosos foram informados sobre os objetivos da pesquisa, o protocolo e os procedimentos a serem realizados, bem como os riscos e benefícios da participação deles no estudo. Foi solicitado aos participantes, por escrito, consentimento livre e esclarecido de acordo com o item IV da Resolução 16/96 do Conselho Nacional de Saúde para a participação no estudo.
4.6. COLETA DE DADOS 4.6.1 Treinamento e Estudo Piloto A realização da pesquisa foi precedida de um estudo piloto no qual seis entrevistadores foram treinados de forma padronizada para a aplicação dos instrumentos de avaliação. Para tanto, foi realizada uma discussão teórica sobre o tema de estudo, aplicabilidade de cada item do questionário e estratégia para a coleta de dados. Foram realizadas também simulações de situações de campo, nas quais os pesquisadores aplicaram os instrumentos entre si e, em seguida, em idosos da população alvo para avaliação crítica da compreensão, ordem das questões, identificação de dúvidas a respeito de preenchimento e aceitabilidade do instrumento como um todo. 56 Ao final, foi elaborado um manual de aplicação dos questionários. Em seguida, iniciou­se a coleta de dados, realizada pela pesquisadora, duas fisioterapeutas e três acadêmicas do 4° ano de graduação em Fisioterapia do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI­BH). 4.6.2 Instrumentos e Procedimentos para Coleta de Dados A coleta de dados deste estudo foi realizada em duas etapas. A primeira (etapa A) visou a identificar os idosos restritos ao domicílio. Para isso, todos os idosos da amostra foram investigados em relação à sua mobilidade, ou seja, à capacidade de sair de casa sem acompanhante. Foi considerado restrito ao domicílio o indivíduo que respondeu negativamente à seguinte pergunta: “O Sr(a) é capaz de sair de casa
sozinho(a) ? Foi investigada também a causa da restrição ao domicílio segundo a percepção do idoso. Essas perguntas foram precedidas pelos dados de identificação e aplicação do Mini­Exame do Estado Mental (MEEM), instrumento de rastreio para avaliação cognitiva, que permite inferir sobre a presença de provável demência. 57 O MEEM é composto por diversas questões tipicamente agrupadas em sete categorias, cada uma delas desenhada com o objetivo de avaliar "funções" cognitivas específicas: orientação para tempo (5 pontos), orientação para local (5 pontos), registro de 3 palavras (3 pontos), atenção e cálculo (5 pontos), lembrança das 3 palavras (3 pontos), linguagem (8 pontos), e capacidade construtiva visual (1 ponto). O escore do MEEM pode variar de um mínimo de 0 até um total máximo de 30 pontos. A escala é simples de usar e pode ser facilmente administrada em 5­10 minutos, inclusive por profissionais não médicos. 57 No presente estudo, utilizamos o ponto de corte sugerido por Bertolucci e col, os quais observaram que o escore total do MEEM dependia do nível educacional dos indivíduos avaliados e propuseram a utilização de pontos de cortes diferenciados de acordo com a escolaridade (13 para analfabetos, 18 para escolaridade baixa/média, e 26 para alta escolaridade). 58 Naquele idoso com evidências de provável déficit cognitivo, o cuidador ou familiar respondeu às perguntas do questionário, exceto àquelas de auto­percepção, da Escala Geriátrica de Depressão e do Apgar de Família, que não são aplicáveis nesse caso. A etapa B objetivou caracterizar o perfil dos idosos restritos ao domicílio através de uma avaliação multidimensional contendo os seguintes instrumentos: ü Escala de Avaliação de Atividades de Vida Diária, básicas e instrumentais (BOMFAQ), ü Escala Geriátrica de Depressão (GDS), ü APGAR de Família,
ü Além de questões para caracterização da condição sócio­demográfica, econômica e de saúde dos idosos restritos ao domicílio. Para avaliação da capacidade funcional do idoso foi utilizado a dimensão relacionada ao desempenho nas ABVD e AIVD proveniente do OARS (Older Americans Resources and Service) Multidimensional Functional Assessment Questionnaire (OMFAQ), questionário multidimensional concebido nos Estados Unidos, traduzido e adaptado para o português BOMFAQ ( Brazilian version of OMFAQ). 26,59 A GDS é um instrumento desenvolvido por Sheikh e Yesavage 60 que permite interpretação de provável depressão no idoso. A versão brasileira da GDS, com quinze questões, foi utilizada neste estudo, sendo que a presença de provável depressão foi considerada quando o escore obtido foi maior ou igual a seis. Almeida e Almeida 61 validaram essa versão e obtiveram valores de sensibilidade de 92,7%, especificidade de 65,2% e boa confiabilidade (k=0,64). Como a família representa a maior provedora de cuidados, faz­se necessária, na avaliação do idoso, incluir também uma avaliação da dinâmica de funcionamento familiar. Para tanto, foi utilizado o APGAR de Família desenvolvido por Smilkstein 62 e validado por Duarte 49 para uso com a população idosa e seus familiares. Tal instrumento apresenta boa confiabilidade (k=0,72) e permite verificar se a família do idoso em questão é um recurso psicossocial (escore elevado) ou representa um suporte social deficitário e possível fator estressor (escore baixo), através da mensuração da satisfação do idoso em relação a cinco componentes considerados básicos na unidade e funcionalidade de qualquer família. Estes componentes são: A = Adaptation (Adaptação): representa a satisfação do membro familiar com a assistência recebida quando recursos familiares são necessários.
P = Partnership (Companheirismo): compreendido como a satisfação do membro familiar com a reciprocidade nas comunicações familiares e na solução dos problemas. G = Growth (Desenvolvimento): representa a satisfação do membro familiar com a liberdade disponibilizada pela família para mudanças de papéis e para alcance de maturidade ou desenvolvimento emocional. A = Affection (Afetividade): indica a satisfação do membro familiar com a intimidade e as interações emocionais em seu contexto familiar. Representa o cuidado ou a relação afetiva entre os membros da família. R = Resolve (Capacidade resolutiva): representa a satisfação do membro familiar com o tempo compartilhado entre eles. É o compromisso existente entre os membros de dedicarem­se uns aos outros, com o objetivo de fortalecimento mútuo. Assim, o “Family APGAR” permite a avaliação dos domínios citados por meio destas cinco questões, às quais são atribuídos escores de acordo com as respostas (Sempre=4, Quase sempre=3, Algumas vezes=2, Raramente=1, Nunca=0), que, ao final, são somados resultando num escore total cuja representação numérica relaciona­se diretamente com uma condição de funcionalidade familiar, de acordo com o quadro abaixo. 49,62 Quadro 1: Classificação dos escores do “Family APGAR”. Escore total 13­20 9­12 0­8 Classificação Boa funcionalidade familiar Moderada disfunção familiar Elevada disfunção familiar Caracterização demográfica e socioeconômica A caracterização socioeconômica da população tem sido muito controversa, pois os diferentes instrumentos utilizados não têm apresentado bons resultados na avaliação da desigualdade social. Mesmo a investigação sobre possuir determinados bens de consumo não se adequa mais a esse tipo de avaliação em função das mudanças de
hábitos de vida da população e do comportamento consumista da sociedade atual. 63 Assim, neste estudo, foi utilizado o índice de vulnerabilidade social (área de baixo, médio, elevado e muito elevado risco) e a renda familiar, em salários mínimos, para categorização da população em termos sócio­econômicos. A partir da renda familiar, foi calculada a renda per capita (total da renda familiar no mês que precedeu a visita dividido pelo número de pessoas na família). Em relação ao sexo, os idosos foram classificados em sexo feminino ou masculino. Considerando­se a idade, eles foram agrupados em cinco faixas etárias, como utilizado em outros estudos brasileiros realizados com a população idosa: 12,32
· 60 a 64 anos;
· 65 a 69 anos;
· 70 a 74 anos;
· 75 a 79 anos;
· 80 ou mais. Foi considerado também o estado civil (solteiro, casado, amaziado, viúvo e separado/ desquitado/ divorciado) e o tipo de arranjo domiciliar (número de gerações familiares no domicílio). A educação foi analisada em anos de escolaridade. Caracterização da Saúde As variáveis de saúde analisadas foram: auto­percepção da saúde, patologias associadas, incontinência urinária, quedas e auto­percepção do estado da visão/audição. A auto­percepção de saúde contempla aspectos da saúde física, cognitiva e emocional e tem se mostrado um método que apresenta confiabilidade e validade equivalentes a outras medidas mais complexas da condição de saúde. 13,64 Neste estudo, a
auto­percepção da saúde dos idosos foi avaliada através da pergunta de como o entrevistado considerava a sua saúde – muito boa, boa, regular, ruim ou muito ruim. Os idosos apresentam freqüentemente polipatologias associadas, o que aumenta a demanda assistencial. As alterações dos estados de saúde foram registradas de acordo com o relato dos idosos e /ou cuidadores / familiares. A incontinência urinária (IU) é definida pela International Continence Socity (ICS) 65 como “qualquer perda involuntária de urina”, sendo os sintomas relacionados às circunstâncias de IU classificados em três tipos: esforço, urgência e mista. O primeiro é definido como relato de perda involuntária de urina durante um esforço físico ou exercício. Já por sintoma de IU de urgência, entende­se o relato de perda voluntária de urina acompanhada ou imediatamente precedida por sensação de urgência miccional. Por fim, sintoma de IU mista é definido como o relato de perda involuntária de urina, associada à circunstância de urgência e ao esforço. 65 Foi considerado incontinente, neste estudo, o indivíduo que respondia afirmativamente à pergunta: “O(a) Sr(a), às vezes, perde um pouco de urina na roupa, quando, por exemplo, tosse, espirra, levanta da cama ou, quando tem vontade de urinar e não dá tempo de chegar ao banheiro?” A história de quedas foi definida como relato de um ou mais episódios de queda nos últimos 12 meses. Considerou­se queda uma mudança de posição inesperada, não intencional, que faz com que o indivíduo permaneça em um nível inferior. 66
4.7. ANÁLISE DE DADOS Todos os dados foram digitados em um banco de dados utilizando­se o programa Epi­Info versão 3.3.2, no qual foi realizada análise descritiva das variáveis estudadas. 55 O Software Minitab for Windows versão 12 foi utilizado para os cálculos de intervalos de confiança. O teste Qui­Quadrado de Pearson foi utilizado para análise das associações entre a mobilidade dos idosos e as variáveis gênero e área de risco. Utilizou­se nível de significância de 95% (p< 0,05). 67
5. RESULTADOS 5.1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DA AMOSTRA Dos 322 idosos selecionados para o estudo, 277 foram entrevistados. A amostra estudada e a distribuição das perdas nas respectivas áreas de risco estão relacionados na Tabela 2. Tabela 2 – Distribuição do n amostral e das perdas nas áreas de risco. Belo Horizonte­ MG, 2006. Área de risco n amostra % de perda n estudado Baixo risco 78 23,0% 60 Médio risco 82 15,8% 69 Elevado risco 84 5,9% 79 Muito elevado risco 78 11,5% 69 Total 322 14%* 277 * Média geral da perda amostral A Tabela 3 mostra a distribuição das perdas por causa nas respectivas áreas de risco. Há uma heterogeneidade das perdas, observando­se um maior percentual de “recusa” na área de baixo risco. Isso, possivelmente, aconteceu devido ao medo dos idosos em receber pessoas estranhas, mesmo que identificadas. Tabela 3 – Distribuição das perdas por causa nas áreas de risco. Belo Horizonte – MG, 2006. Área de risco óbito mudança recusa não encontrado n % n % n % n % Baixo risco Médio risco Elevado risco M. elevado risco Total *média geral
0 1 1 1 3 0% 0 0% 1,2% 3 3,7% 1,2% 2 2,3% 1,3% 0 0% 0,9%* 5 1,5%* 10 2 0 2 14 12,8% 2,4% 0% 2,5% 4,5%* 8 7 2 6 23 10,2% 8,5% 2,3% 7,7% 7,2%* 5.2. PREVALÊNCIA DOS IDOSOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO Dos 277 entrevistados, 69 (24,9%) eram restritos ao domicílio. A Tabela 4 apresenta a distribuição dos idosos em relação à sua mobilidade de acordo com área de risco. Há evidência de associação entre área de risco e mobilidade (p=0,004), sendo observada maior proporção de idosos restritos ao domicílio na área de muito elevado risco. Tabela 4 – Distribuição dos idosos em relação à sua mobilidade de acordo com área de risco. Belo Horizonte – MG, 2006. Área de risco sem restrição restrito à vizinhança restrito ao domicílio Total n % n % n % BR 45 75% 4 6,7% 11 18,3% 60 MR 45 65,2% 4 5,8% 20 29,0% 69 ER 54 68,3% 10 12,6% 15 19,0% 79 MER 31 44,9% 15 21,7% 23 33,3% 69 Total 175 33 69 277 Qui­Quadrado de Pearson = 19,1 p=0,004 De acordo com a tabela 5, o principal fator de restrição ao domicílio foi a dependência física (60,8%). Essa e as demais formas de dependência foram classificadas de acordo com a resposta à questão “Porque o (a) Sr (a) não sai de casa sozinho (a) ? Tabela 5 – Distribuição dos idosos segundo a causa da restrição ao domicílio. Belo Horizonte – MG, 2006. Mobilidade dependência Física Cognitiva Comportamental Física/Cognitva n % n % n % n % restrito ao leito 5 50,0% 3 30% 0 0% 2 20,0% restrito às dep.casa 37 62,7% 10 17% 10 17% 2 3,4% Total 42 60,8% 13 18,8% 10 14,6% 4 5,8% As principais causas físicas que levaram à restrição ao domicílio foram o acidente vascular encefálico­AVE (28,6%), fraqueza muscular nas pernas por falta de mobilidade e alteração na acuidade visual, ambas correspondendo a 21,5%. Dentre as causas cognitivas, a maioria dos entrevistados (71,4%) relatou “sou esquecido (a), tenho medo de me perder na rua”, seguido do diagnóstico de demência em 21,4% dos casos.
Em relação à dependência comportamental, 50% dos idosos deixam de sair de casa sozinhos por medo de cair e 25%, porque os filhos não deixam. 5.3. CARACTERIZAÇÃO SÓCIO­ECONÔMICA E DEMOGRÁFICA DO IDOSO RESTRITO AO DOMICILIO Do total de restritos ao domicílio, 73,9% eram do sexo feminino e 26,1% do sexo masculino. A média de idade dos idosos restritos ao domicílio foi de 76,7 anos (± 9,4). A Tabela 6 mostra que não há evidências de associação entre gênero e mobilidade. (p=0,084). Tabela 6 – Distribuição dos idosos em relação à sua mobilidade de acordo com sexo. Belo Horizonte – MG, 2006. Sexo Mobilidade sem restrição restrito ao domicílio total n % n % Masculino 78 81,2% 18 18,7% 96 Feminino 130 71,8% 51 28,1% 181 Total 208 69 277 Qui­Quadrado = 2,980; valor­p = 0,084 A tabela 7 apresenta a distribuição das características sócio­econômicas e demográficas dos idosos segundo a restrição ao domicílio. Observa­se maior proporção de idosos restritos com idade acima de 75 anos (63,7%). Os dados relacionados à situação conjugal mostram que a proporção de idosos casados/amaziados (40,5%) e viúvos (42%) foi maior do que a de solteiros e separados/divorciados. Os idosos analfabetos predominaram em relação aos que têm de 1 a 3 e mais de 8 anos de escolaridade. Em relação à renda, a grande maioria (58%) apresentou renda per capita de até um salário mínimo. No que se refere ao arranjo domiciliar, a proporção de idosos que vivem com 2 ou 3 gerações foi significativamente maior que as demais categorias.
Tabela 7 ­ Distribuição das características sócio­econômicas e demográficas dos idosos segundo a restrição ao domicílio. Belo Horizonte – MG, 2006. Variável Restrito ao domicilio IC95% (características sócio­econômicas) n % Faixa etária (em anos) 60­64 5 7,20% (02%­16%) 65­69 15 21,70% (12%­33%) 70­74 5 7,20% (02%­16%) 75­79 21 30,40% (19%­42%) 80 e + 23 33,30% (22%­45%) Estado conjugal Solteiro 9 13,00% (06%­23%) Casado/amaziado 28 40,50% (28%­53%) Viúvo 29 42,00% (30%­54%) Divorciado/separado 3 4,30% (00%­12%) Anos completos de escolaridade Nenhum 32 46,40% (34%­58%) 1­3 13 18,80% (10%30%) 4­7 17 24,60% (15%­36%) 8 e + 6 8,70% (03%­17%) Sem informação 1 1,50% Renda per capita (em salários mínimos da época) < 1 40 58,00% (45%­69%) 1,0­1,9 15 21,70% (12%­33%) 2,0­3,9 3 4,30% (01%­12%) 4 e + 2 22,90% (00%­10%) Sem informação 9 13,10% Tipo de arranjo domiciliar (número de gerações no domicílio) 1 10 14,50% (07%­25%) Vive só 1 1,50% (00%­07%) 2 33 47,80% (35%­60%) 3 24 34,70% (23%­47%) Sem informação 1 1,50%
5.4. CARACTERIZAÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO RESTRITO AO DOMICILIO Dentre os entrevistados, grande parte (46,4%) auto­avaliou sua saúde como “regular”. A Figura 3 apresenta a distribuição das respostas na auto­avaliação da saúde. 35 30 25 20 15 10 5 0 boa regular ruim NA Figura 3­Distribuição dos idosos segundo a auto­percepção da saúde. Belo Horizonte ­ MG, 2006. NA= não se aplica (idosos que apresentaram possível déficit cognitivo) A média de doenças referidas foi de 3,3 por idoso, com um desvio padrão de 1,5. A proporção de doenças referidas e sua interferência nas AVDs dos idosos é demonstrada na tabela 8. A Hipertensão Arterial Sistêmica revelou­se a mais prevalente. No entanto, de acordo com os idosos, o “derrame”, a artrose, problemas de coluna, memória e incontinência urinária são os que mais interferem em suas atividades diárias. Entre todos os idosos incontinentes, as perdas urinárias relacionadas a sintomas de urgência (41%) foram mais freqüentes que as circunstâncias de esforço (25,6%) e mista (28,2%).
Tabela 8 ­ Distribuição da proporção de doenças referidas pelos idosos restritos ao domicílio e sua interferência nas AVDs. Belo Horizonte– MG, 2006. Tem, não Não sabe/ não Não tem Tem, interfere interfere respondeu Doenças referidas n % n % n % n % Pressão alta 13 18,8% 34 29,0% Obesidade 61 88,4% 2 5,8% 20 29% 2 2,9% 4 5,8% 2 2,9% Doenças do coração Derrame 45 52 65,2% 75,4% 10 0 17,4% 21,7% 12 15 17,4% 21,7% 2 2 2,9% 2,9% Osteoporose Anemia 53 56 76,8% 81,2% 7 9 10,1% 2,9% 7 2 10,1% 2,9% 2 2 2,9% 2,9% Reumatismo/artrose Problemas de coluna 39 39 56,5% 56,5% 5 4 33,3% 34,8% 23 24 33,3% 34,8% 2 2 2,9% 2,9% Problemas de memória Enfisema/bronquite/asma 28 53 40,6% 76,8% 4 5 50,7% 13,0% 35 9 50,7% 13% 2 2 2,9% 2,9% Diabetes Problema de sono 53 37 76,8% 53,7% 8 23 7,2% 10,1% 5 7 7,2% 10,1% 3 2 4,4% 2,9% Problema renal Má circulação 48 39 69,6% 56,5% 9 17 14,5% 7,2% 10 5 14,5% 7,2% 2 8 2,9% 11,6% Incontinência Urinária 29 42,0% 10 42,0% 29 42,0% 1 1,4% No que se refere à acuidade auditiva, 53,6 % avaliaram sua audição como boa e 34,8% entre ruim e regular, sendo que destes, a grande maioria relatou ter dificuldade para conversar com as pessoas devido ao estado da audição. (figura 4) 60,00% 53,62% 50,00% % 40,00% 30,00% 20,29% 20,00% 10,00% 14,49% 7,25% 5,80% 0,00% Muito Boa Boa Regular Ruim NA Auto­avaliação Figura 4 ­Distribuição dos idosos segundo a auto­avaliação da acuidade auditiva. Belo Horizonte ­ MG, 2006. NA= não se aplica (idosos que apresentaram possível déficit cognitivo) A figura 5 evidencia os resultados referentes a auto­avaliação da acuidade visual dos entrevistados, sendo que 67,2% deles avaliaram sua visão entre regular e boa.
Segundo os idosos, o desempenho de algumas tarefas, tais como costurar (27,6%), ler (14,9%) e andar na rua (19%), é afetado negativamente devido aos problemas de visão. 40,00% 34,78% 35,00% 33,33% 30,00% % 25,00% 20,00% 17,39% 15,00% 10,00% 5,00% 4,35% 5,80% 5,80% Muito ruim NA 0,00% Muito Boa Boa Regular Ruim Auto­avaliação Figura 5­Distribuição dos idosos segundo a auto­avaliação da acuidade visual. Belo Horizonte­ MG, 2006. NA= não se aplica (idosos que apresentaram possível déficit cognitivo) A tabela 9 mostra a distribuição dos idosos restritos ao domicílio em relação ao relato de quedas. Observa­se que 68,1% deles apresentam história de quedas, sendo que a maioria ocorreu dentro de casa (59,6%) em decorrência de escorregão e /ou tropeção (44,7%). Entretanto, a gravidade das quedas mostrou­se baixa (em 72% dos casos não houve nenhuma conseqüência). Tabela 9 ­ Distribuição dos idosos restritos ao domicílio em relação ao relato de quedas. Belo Horizonte– MG, 2006. Variável Idosos restritos ao domicílio n % IC95% Sim 47 68,1% (55% ­ 78%) Não 22 31,9% (21% ­ 44%) Nenhuma 8 17% (7% ­ 30%) 1­2 23 49% (34% ­ 63%) 3­4 13 27,6% (15% ­ 42%) 5 e + 3 6,4% (1% ­ 17%) História de quedas Ocorrência de quedas (último ano) Local
Dentro de casa 28 59,6% (44% ­ 73%) Área externa 14 29,8% (17% ­ 44%) Fora de casa 5 10,6% (3% ­ 23%) Escorregar/ Tropeçar 21 44,7% (30% ­ 59%) Desmaio/ Tonteira 10 21,3% (10% ­ 35%) Desequilíbrio 16 34% (20% ­ 49%) Nenhuma 34 72% (52% ­ 80%) Escoriações 5 10,6% (3% ­ 23%) Fratura 6 12,8% (4% ­ 25%) Medo de cair 2 4,2% (0% ­ 1%)
Como Conseqüências A Tabela 10 apresenta a distribuição dos idosos restritos ao domicílio, segundo o estado cognitivo e tímico. Observa­se que a grande maioria dos idosos apresenta estado cognitivo normal (73,8%) e provável depressão (58%), sendo que, neste último, não houve diferença significativa entre as proporções. Tabela 10 – Distribuição dos idosos restritos ao domicílio segundo estado tímico e cognitivo. Belo Horizonte –MG,2006. Variável Estado cognitivo Normal Idosos restritos ao domicilio n % IC 95% 48 73,8% (61% ­ 83%) Provável déficit 17 26,2% Estado Tímico Normal 20 41,6% Provável depressão 28 58,3% (16% ­ 38%) (27% ­ 56%) (43% ­ 72%) A tabela 11 apresenta a capacidade de desempenho nas atividades de vida diária. As atividades básicas de vida diária às quais os idosos se referiram como aquelas em que possuem maior necessidade de ajuda foram “ir ao banheiro em tempo” (43,5%), “locomoção” (40,6%) e “tomar banho” (34,8%). Em relação às AIVDs, como já se esperava, nenhum dos idosos é capaz de ir a lugares distantes, fazer compras e lidar com as finanças sozinhos. Verificou­se grande dependência também nas atividades relacionadas a utilizar o telefone e limpar a casa. De acordo com o relato dos idosos, os filhos (57%) são os maiores provedores de cuidado e auxílio na realização das atividades de vida diária. Tabela 11 ­ Distribuição dos idosos restritos ao domicílio segundo o desempenho nas ABVD e AIVD. Belo Horizonte – MG, 2006. Atividades de vida diária sem ajuda ajuda parcial ajuda total n % n % n % ABVD Comer Vestir­se Pentear cabelo Locomover­se Deitar/levantar da cama Tomar banho Ir ao banheiro em tempo AIVD Uso do telefone Ir a lugares distantes Fazer compras Preparar refeição Limpar casa Tomar medicamentos Lidar com finanças 56 50 54 41 57 45 39 81,2% 72,5% 78,3% 59,4% 82,6% 65,2% 56,5% 10 13 4 21 6 16 27 14,5% 18,8% 5,8% 30,4% 8,7% 23,2% 39,2% 3 6 11 7 6 8 3 4,3% 8,7% 15,9% 10,2% 8,7% 11,6% 4,3% 13 0 0 24 16 31 0 18,8% 0% 0% 34,8% 23,2% 44,9% 0% 36 45 23 12 14 24 43 52,2% 65,2% 33,3% 17,4% 20,3% 34,8% 62,3% 20 24 46 33 39 14 26 29,0% 34,8% 66,7% 47,8% 56,5% 20,3% 37,7% Em relação à classificação da dependência para o desempenho nas AVD, a ocorrência de dependência moderada e grave (dificuldade em realizar 4­6 e mais de 7 tarefas) é significativamente maior do que a dependência leve (dificuldades em realizar 1­3 tarefas) entre os idosos restritos ao domicílio. (tabela 12) Tabela 12 – Distribuição dos idosos restritos ao domicílio segundo grau de dependência. Belo Horizonte – MG, 2006. Grau de dependência Idosos restritos n % IC 95% dependência leve 2 2,9% (00% – 10%) dependência moderada 29 42,0% (30% – 54%) dependência grave 38 55,1% (42% – 67%) A Tabela 13 apresenta a distribuição dos idosos restritos ao domicílio, segundo a dinâmica de funcionalidade familiar. A grande maioria dos idosos apresenta boa funcionalidade familiar (82%), com média do escore total do APGAR de 16,8 (± 4,8).
Tabela 13 – Distribuição dos idosos restritos ao domicílio segundo a dinâmica de funcionalidade familiar. Belo Horizonte –MG, 2006. Dinâmica de funcionalidade familiar n Boa funcionalidade Moderada disfuncionalidade Elevada disfuncionalidade Idosos restritos % 41 82% (72% ­ 93%) 3 6,2% (1% ­ 17%) 4 8,3% (2% ­ 19%)
IC 95% 6. DISCUSSÃO 6.1. PREVALÊNCIA DOS IDOSOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO A taxa de respondentes ao estudo foi de 85,6%, contribuindo para a validade interna da pesquisa. Portanto os dados encontrados na amostra podem ser extrapolados para todos os idosos da área de abrangência do Centro de Saúde Ventosa. Recomenda­ se cuidado ao se extrapolar os dados para a população idosa em geral de Belo Horizonte, por se tratar de pessoas residentes em outras regiões do município. A partir dos resultados encontrados, podemos observar que 24,9% dos idosos eram restritos ao domicílio, ou seja, incapazes de saírem de casa sozinhos por apresentarem algum nível de dependência física, cognitiva e ou comportamental. A inexistência de estudos brasileiros que tenham avaliado a prevalência de idosos restritos ao domicílio impede a comparação dos resultados obtidos, neste estudo, com outras populações de características socioeconômicas, demográficas e culturais semelhantes. Contudo a análise dos dados mostra que a prevalência de idosos restritos ao domicílio na área de abrangência do C.S.V foi superior à observada em estudos populacionais realizados no Japão e nos Estados Unidos da América (EUA), nos quais os resultados indicam uma variabilidade entre 3,3 a 16,2%. 68,69,70,71,72 A diferença entre os resultados de prevalência deste estudo e os demais inquéritos internacionais pode ser justificada por vários fatores, como a heterogeneidade das amostras e fatores conceituais da condição estudada. Em relação ao conceito atribuído à restrição ao domicílio, alguns estudos consideram “homebound elderly” aqueles idosos que saem de casa apenas uma vez por semana ou menos que isso 69 , classificando­os em tipo 1 ( idosos que não saem de casa
sem auxilio) e tipo 2 (idosos que saem apenas na vizinhança sem auxilio). Para Imuta e col 71 , idosos restritos ao domicílio são pessoas em que a realização das atividades de vida diária estão limitadas a suas casas. Verifica­se um conceito mais abrangente de restrição ao domicílio utilizado pela literatura internacional, o que nos levaria a esperar uma prevalência mais alta nessa população do que a observada na área de abrangência do C.S.V.
Em relação à heterogeneidade das amostras, os resultados dos estudos revisados apresentam algumas diferenças em relação ao presente estudo. Um exemplo disso é o ponto de corte da idade para a inclusão do idoso na pesquisa: a maioria dos inquéritos incluem indivíduos acima de 65 anos de idade; outros, após os 68 anos. Já a amostra deste estudo foi constituída por idosos acima de 60 anos. Além disso, por se tratar de estudos realizados em países desenvolvidos, há também diferenças culturais e socioeconômicas, fatores estes que, possivelmente, são os de maior relevância para justificar a prevalência mais alta de idosos restritos ao domicílio na área de abrangência do Centro de Saúde Ventosa, em comparação com os estudos japoneses e americanos. Essa inferência está de acordo com os achados do presente estudo, os quais mostram associação entre a mobilidade e área de risco, sendo encontrado maior proporção de restritos ao domicílio nas áreas de baixo nível sócio­econômico( indicado pelo índice de vulnerabilidade social). A análise das causas da restrição ao domicílio mostra que o principal fator de limitação foi a dependência física, resultante em sua maioria, de um AVE e/ou alteração na acuidade visual. O Acidente Vascular Encefálico e alteração na acuidade visual são considerados significativos fatores de risco para a incapacidade funcional em idosos. 12,30,32 Rosa 32 verificou uma chance de 7,8 vezes maior de desenvolver dependência moderada/ grave entre os idosos com história de AVE. A acuidade visual,
no estudo de Farinasso 13 , foi citada como a que mais impossibilitava ao idoso locomover­se para fora de casa. Dentre as causas de dependência cognitiva, a maior parte dos entrevistados relatou “sou esquecido (a), tenho medo de me perder na rua”. A queixa de esquecimento e dificuldade de memória são as mais freqüentes em pessoas idosas. Um estudo realizado em São Paulo mostrou que 54% dos idosos se queixavam de alteração na memória, porém apenas 12% admitiu que essa complicação os prejudicava no dia­a­ dia. 73 O profissional da ESF deve estar atento a isso e referenciar ao especialista, quando houver necessidade. Em relação à dependência comportamental, a maioria dos idosos do nosso estudo deixam de sair de casa sozinhos por medo de cair. Segundo Macedo e col 74 , o medo de cair está associado ao declínio da capacidade funcional levando a alterações do controle postural, depressão, ansiedade e redução do contato social. Rocha e Cunha 75 afirmam que o temor cadente pode levar a prejuízos consideráveis como a dependência e necessidade de cuidados, fatores que podem restringir as AVD do idoso ao ambiente domiciliar. 6.2. PERFIL SÓCIO­ECONÔMICO E DEMOGRÁFICO A média de idade dos idosos restritos ao domicílio foi de 76,7 anos (± 9,4). Do total desses idosos, 73,9% eram do sexo feminino e 26,1% do sexo masculino. O predomínio do sexo feminino em nossos resultados confirma a tendência em outros estudos com idosos. 11,12,13,15,76 No Brasil, o envelhecimento é um fenômeno diferencial para homens e mulheres decorrente da existência de mortalidade diferencial por sexo. As mulheres por serem mais longevas que os homens, tendem a apresentar mais
incapacidades do que os mesmos. 2,4 Todavia, no presente estudo, não houve associação entre o sexo e mobilidade, sendo necessárias maiores investigações para se compreender tal fenômeno. Em relação ao estado civil, os viúvos predominaram na nossa amostra, seguidos pelos casados/amaziados. Considerando que as mulheres idosas constituem o maior número de participantes deste estudo, a maior proporção de viúvos pode ser justificada pela menor longevidade dos homens e maior freqüência de recasamento dos mesmos. 2,4 Após a viuvez, as mulheres tendem a ficar sozinhas e seu suporte informal fica restrito aos filhos ou parentes e amigos próximos. Esse fato aliado à restrição ao domicílio são pontos importantes a serem considerados no suporte prestado pelas equipes de saúde da família. A maioria da população de idosos restritos ao domicílio era analfabeta e possuía renda per capita de até um salário mínimo. Esse dado sócio­econômico é relevante considerando os estudos de Rosa 32 e Giacomin, 28 que encontraram maiores chances de dependência entre os idosos com nível mais baixo de escolaridade e renda familiar mensal. Além disso, esses fatores podem dificultar a conscientização das pessoas para a necessidade de cuidado com a saúde, adesão ao tratamento e manutenção do estilo de vida saudável, limitando as ações dos profissionais de saúde. 77 A proporção de idosos que residem com duas ou três gerações foi significativamente maior que as demais categorias, corroborando com vários estudos. 10,11,78 Os idosos residentes nesses domicílios representam uma parcela que tende a ser mais pobre, com mais problemas de saúde e mais dependentes no dia­a­dia. Verifica­se ainda que, entre os arranjos familiares, os que mais suprem a demanda assistencial dos idosos são aqueles com presença de filhos, sendo esses considerados fatores de proteção. 79
6.3. PERFIL DE SAÚDE Dentre os entrevistados, grande parte (46,4%) auto­avaliou sua saúde como “regular”. Essa média é maior do que a encontrada por Lima­Costa e col 10 em uma amostra representativa da população brasileira de idosos. A diferença pode ser explicada pelo alto grau de dependência nas AVD dos idosos deste estudo, fator fortemente relacionado à auto­percepção de saúde. 64 Embora a mensuração do estado de saúde seja bastante difícil, já que engloba diversos aspectos da vida do indivíduo, a auto­percepção de saúde tem se mostrado um método confiável, preditor de mortalidade e declínio funcional 80 e que, portanto, deve ser incorporado na avaliação dos profissionais da atenção básica. O predomínio de doenças crônico­degenerativas é muito acentuado entre os idosos. No presente estudo, a prevalência destas baseou­se na resposta à pergunta “Quais destas doenças um médico ou outro profissional da saúde disse que o(a) Sr(a) tem.” Deve­se ter em mente que as freqüências, aqui apresentadas, revelam apenas parte do problema, tendo em vista que algumas doenças podem não ter sido diagnosticadas (devido à deficiência dos serviços de saúde) ou se assim o foram, os idosos podem ter esquecido de mencioná­las. Na amostra estudada, a média de doenças referidas foi de 3,3 por idoso, sendo a Hipertensão Arterial Sistêmica a mais prevalente. Esse resultado assemelha­se ao encontrado por Lima­Costa e col 10 , Feliciano e col 11 , Farinasso 13 e Trelha e col 76 . No entanto, de acordo com os idosos, o “derrame”, problemas de coluna, artrose, memória e incontinência urinária são as doenças que mais interferem em suas atividades diárias. Tais achados sugerem a importância da equipe saúde da família estabelecer estratégias de detecção precoce dessas doenças a fim de postergar suas manifestações nas atividades de vida diária do idoso.
Para tanto, a ordem das doenças que mais interferem na vida dos idosos deve ser considerada. Programas preventivos relacionados aos fatores de risco para o desencadeamento de Acidente Vascular Encefálico devem ser priorizados. A alta prevalência de problemas na coluna e artrose reporta à necessidade de desenvolvimento de estratégias de educação em saúde direcionadas aos hábitos posturais e atividade física na atenção básica. Os problemas relacionados à memória remetem à importância de diagnóstico e intervenção precoces na saúde mental dos idosos. A incontinência urinária requer uma atenção especial em relação a possíveis subestimativas do problema, uma vez que os indivíduos incontinentes podem se recusar a procurar o serviço de saúde para falar sobre as perdas, seja pelo constrangimento ou pela não valorização da queixa por parte do idoso e dos profissionais de saúde. Assim, faz­se necessário que a equipe saúde da família inclua, nas suas avaliações clínicas de idosos, questionamentos sobre a presença de sintomas de perda urinária e suas repercussões nas AVD. Além disso, a promoção de campanhas de conscientização da população sobre a IU e seus fatores de risco é também de extrema importância, já que essa condição é frequentemente considerada como “fisiológica do envelhecimento” para o idoso. Em relação à auto­avaliação da visão pelos idosos, a maioria (67,2%) considerou­a entre regular e boa (Figura 3). Apesar disso, a diminuição da acuidade visual foi uma das principais causas de dependência e restrição das atividades de vida diária ao domicílio. A alteração da acuidade visual pode gerar inúmeros problemas na qualidade de vida dos idosos, havendo cada vez mais a necessidade de vigilância e rastreamento desses indivíduos com alteração da acuidade visual por meio de triagem e desenvolvimento de programas que facilitem o acesso à aquisição de óculos.
No que se refere à acuidade auditiva, 53,6 % avaliou sua audição como boa, não sendo esse um fator limitante para a realização das AVDs dos idosos. Já no estudo de Farinasso 13 com idosos da comunidade, 46,5% deles mencionaram possuir dificuldade para locomover­se fora de casa devido a problemas auditivos. Outro problema investigado no presente estudo foi a queda. As quedas constituem importantes eventos para os idosos, uma vez que têm como conseqüências, além de possíveis fraturas e risco de morte, o medo de cair, a restrição das atividades, o declínio funcional e o aumento do risco de institucionalização. 81 No presente estudo, 49% dos idosos restritos ao domicílio sofreram entre uma a duas quedas no último ano. A ocorrência de fratura conseqüente da queda foi de 12,8% (Tabela 10). Em outros estudos realizados com idosos da comunidade, a ocorrência de quedas no ultimo ano e fraturas conseqüentes dessas foi menor. 13,82 A maior suscetibilidade dos idosos restritos ao domicílio de sofrerem quedas e fraturas pode ser explicada pela maior limitação físico­funcional em relação aos idosos da comunidade em geral. Nesse sentido, as intervenções da ESF devem basear­se na identificação precoce desses idosos com maior chance de sofrerem quedas e também um risco aumentado de sofrerem lesões graves decorrentes da mesma. Diversos fatores de risco e múltiplas causas interagem como agentes determinantes e predisponentes, impondo aos profissionais de saúde o grande desafio de identificar os possíveis fatores de risco modificáveis e tratar os fatores etiológicos e comorbidades presentes. Os dados do rastreamento de comprometimento cognitivo da população de idosos restritos ao domicílio, através do MEEM, apontam para uma prevalência de possível déficit cognitivo de 26,2%. Esse índice é maior do que o encontrado em estudos epidemiológicos realizados com idosos da comunidade em países desenvolvidos 83 e algumas regiões brasileiras que também utilizaram o MEEM. 84 Uma
possível explicação para tal diferença pode ser o nível sócio­econômico e a restrição da mobilidade de nossa amostra. Vários estudos têm demonstrado a influência da escolaridade sobre o MEEM, constatando­se escores menores em indivíduos com níveis educacionais mais baixos. 58,83,84 Além disso, a restrição ao domicílio e conseqüente diminuição do contato social são fatores de risco para o declínio cognitivo e demência, uma vez que induzem a inatividade e a pouca requisição de processos cognitivos. 85 Há evidências de que, em termos da carga global das doenças, a depressão está se tornando uma das principais causas de incapacidade no mundo. Segundo o Relatório de Saúde no Mundo 86 de 2001, a depressão já é a quarta causa de anos de vida ajustados para incapacidade, gerando um ônus de doença muito elevado e mostrando uma tendência ascendente nos próximos 20 anos. Neste estudo, verificou­se entre os idosos restritos ao domicílio sem transtornos cognitivos evidentes, uma prevalência de 58,3% de provável depressão. Taxas semelhantes são descritas em estudos com idosos institucionalizados no Brasil. 87 Uma das maiores conseqüências da depressão é a incapacidade, ou seja, a restrição ou impossibilidade de o indivíduo realizar atividades e/ou manifestar comportamentos esperados em contextos sociais definidos. Por outro lado, a incapacidade físico­ funcional constitui um fator de grande impacto para o desencadeamento de sintomas depressivos, uma vez que está associada à má nutrição, dor, desconforto, restrição da mobilidade e contato social. A alta prevalência de depressão encontrada nos idosos restritos em comparação a idosos da comunidade 88 revela sua importância para a saúde pública, tanto no sentido de estimular os profissionais da atenção básica na identificação de casos como de garantir o tratamento adequado a essa população. A capacidade funcional foi avaliada através de escala auto­referida de ABVD/AIVD e, portanto, pode sofrer influência das funções cognitivas, da cultura, da
linguagem e da escolaridade. Dessa maneira, erros classificatórios de incapacidade e dependência dos idosos podem ter ocorrido em conseqüência de tais vieses. No entanto, a validade e a confiabilidade estão bem estabelecidas na língua original 89 e vêm sendo amplamente utilizadas no Brasil com a devida tradução e adaptação para a língua portuguesa. 26,59 Todos os idosos restritos ao domicílio deste estudo apresentaram limitações na execução das atividades básicas e, principalmente, nas instrumentais de vida diária. Esses dados reforçam a relação hierárquica de perda de habilidades funcionais que ocorre no envelhecimento, e que se direciona, normalmente, das AIVD para as ABVD. 90 Dentre as atividades básicas de vida diária, “ir ao banheiro em tempo”, “locomoção” e “tomar banho” foram as que apresentaram os maiores índices de dificuldade. Trelha e col 76 , ao avaliar a capacidade funcional de idosos restritos ao domicílio de uma unidade básica de saúde em Londrina, encontraram resultados semelhantes ao deste estudo. Imuta et al 71 identificaram como significantes fatores de risco para a restrição ao domicílio as dificuldades na locomoção e higienização, reforçando nossos achados. Estudo realizado por Jagger et al, 90 no Reino Unido, verificou uma ordem de restrição de atividades, iniciando­se pelo banho, locomoção, higiene, seguida de vestuário e alimentação, sugerindo que a perda de força dos membros inferiores parece ocorrer antes que a dos membros superiores. Como as ABVD estão relacionadas ao desempenho do cuidado pessoal, observa­se importante ônus destinado aos cuidadores familiares que serão responsáveis por auxiliar esses idosos em quaisquer atividades que envolvam mobilização. Em relação às AIVD, observou­se que 100% dos idosos não foram capazes de ir a lugares distantes, fazer compras e lidar com as finanças, tarefas que se relacionam
diretamente com a dependência na locomoção externa ou dificuldade de saírem de casa sozinhos. Seguem­se a essas, as atividades relacionadas ao uso do telefone e à limpeza e arrumação da própria casa. O rápido avanço tecnológico das telecomunicações, com constantes mudanças nos usos de serviços telefônicos, possivelmente, estão relacionados com o nível de dificuldade atribuído pelos idosos à tarefa de usar o telefone. Na análise da dificuldade em realizar a limpeza e arrumação da casa, deve­se considerar as limitações físicas dos idosos para cuidar de seu entorno, além das influências culturais relacionadas ao gênero, uma vez que o sexo masculino raramente assume tais funções. Isso reforça a necessidade de diferenciar a dificuldade funcional da influência cultural, o que requer um estudo mais detalhado e específico e que, neste momento, não é alvo de atenção. A avaliação da capacidade funcional resulta numa classificação na qual o idoso aparecerá como independente ou dependente em maior ou menor grau. Neste estudo, a maioria dos idosos restritos apresentaram dependência grave ou dificuldade na realização de sete ou mais AVD (55 %). É um dado relativamente alto, quando comparado com resultados encontrados em idosos da comunidade por Ramos e col 15 7%, Coelho Filho e Ramos 12 2,8% e Feliciano e col 11 13,7%. Essa diferença justifica­se por nossa amostra se tratar apenas de idosos restritos ao domicílio. Estudos japoneses mostram que a restrição ao domicílio é um fator de risco independente para o declínio funcional e dependência. 68,69 Além disso, idosos dependentes para sete ou mais AVDs têm três vezes mais risco de morte do que aqueles indivíduos independentes, sendo de extrema importante sua identificação na rede de saúde. Sair de casa sozinho requer um certo nível de função física e mental, sendo que a diminuição dessa atividade ocorre concomitantemente ao declínio da capacidade funcional. Apropriados níveis de atividade física e engajamento social têm sido
documentados como fatores protetores para a restrição ao domicílio 69,91 e, portanto, devem ser estimulados e proporcionados pela ESF. O fato de um membro da família desencadear um processo de dependência altera a dinâmica familiar. À medida que a pessoa vai desenvolvendo a incapacidade, há uma mudança de papéis nos membros da família. No presente estudo, a grande maioria dos idosos apresentou boa funcionalidade familiar corroborando os achados de Duarte 49 e Garcia Lozano 92 . No entanto, a média do escore total do APGAR de Família foi maior entre nossos idosos. Tal resultado sugere uma “acomodação” (no sentido de realocação de recursos) do sistema familiar em sua “nova” condição, além de indicar que a família apresenta adequada capacidade assistencial para as necessidades dos cuidados de seus parentes idosos dependentes. Essa família­cuidadora está apta a receber informação sobre como realizar os cuidados, incluindo medidas preventivas para evitar a dependência precoce e específicas sobre os cuidados com o idoso dependente restrito ao domicílio. No entanto, não existe ainda um sistema formal eficiente de apoio à saúde dessa população. A ESF pode ser considerada como uma alternativa na resolução desse problema. Educar a família quanto à adoção de medidas preventivas e execução das atividades assistenciais necessárias ao cotidiano do idoso é um cuidado que deve ser exercido pelos profissionais do PSF. Além disso, são importantes o suporte emocional e social que ligue a família aos serviços de apoio. Outra estratégia importante para a manutenção e melhora da capacidade funcional dos idosos restritos ao domicílio é o auto­cuidado. Segundo Orem 93 , auto­ cuidado é a prática de atividades que uma pessoa inicia e realiza por sua própria vontade para manter sua vida, saúde e bem estar. Nesse sentido, a atenção no domicílio é espaço privilegiado para a educação sobre o auto­cuidado. O foco deve estar no
reconhecimento de sua autonomia e na valorização das competências do idoso para que ele participe ativamente do processo de reabilitação. A dependência do idoso restrito deve ser vista como um processo dinâmico. Sua evolução pode modificar­se ou até ser prevenida se houver ambiente e assistência adequados. Políticas que envolvam todos os setores da sociedade e o estabelecimento de programas que atendam aos idosos independentes, a fim de prevenir a dependência, passam a ser cada vez mais importantes em nosso meio. E isso deve ser parte dos programas de promoção à saúde da ESF. Portanto, o Programa Saúde da Família pode ser uma estratégia eficiente para fazer face a esse desafio, mas será necessário que a questão do cuidado ao idoso restrito ao domicílio seja incorporada pelo programa de forma específica, incluindo a implementação de estratégias de educação permanentes com ênfase em geriatria e gerontologia e o estabelecimento de uma rede de suporte institucional voltada para a manutenção da capacidade funcional e um envelhecimento saudável.
7. CONCLUSÃO Os resultados obtidos neste estudo permitem concluir que:
· A prevalência de idosos restritos ao domicílio da área de abrangência do Centro de Saúde Ventosa em Belo Horizonte é de 24,9%;
· A principal causa de restrição ao domicílio foi a dependência física, resultante, em sua maioria, de um AVE e/ou alteração na acuidade visual;
· A maior parte dos idosos restritos ao domicílio é composta de mulheres, viúvas, analfabetas e com renda per capta de até um salário mínimo. Residem em domicílios multigeracionais, sendo os filhos os principais cuidadores;
· Grande parte dos idosos avalia sua saúde como regular e são portadores, em média, de três doenças crônicas­degenerativas. A hipertensão arterial foi a doença mais referida e o acidente vascular encefálico o que mais interfere nas atividades de vida diária;
· Apesar da diminuição da acuidade visual ter sido uma das principais causas de dependência e restrição das atividades de vida diária ao domicílio, a maioria dos idosos referiram boa acuidade visual e auditiva;
· A ocorrência de quedas no último ano e fraturas conseqüentes dessas é maior entre os idosos restritos ao domicílio;
· Os dados do rastreamento de comprometimento cognitivo da população de idosos restritos ao domicílio mostram altas taxas de provável déficit cognitivo e depressão;
· Todos os idosos deste estudo apresentaram limitações na execução das atividades básicas e instrumentais de vida diária, sendo maiores nestas últimas. Dentre as atividades de vida diária, locomoção, controle das eliminações, tomar banho, ir a
lugares distantes, fazer compras e lidar com as finanças foram as que apresentaram os maiores índices de dificuldade;
· A média do escore total do APGAR de Família foi alta entre os idosos, indicando adequada capacidade assistencial da família para suas necessidades de cuidados.
· Houve associação entre a mobilidade dos idosos e área de risco, sendo encontrado maior proporção de restritos ao domicílio na área de maior risco de vulnerabilidade social.
RECOMENDAÇÕES De acordo com a revisão bibliográfica realizada, este é o primeiro estudo epidemiológico que investigou a prevalência de idosos restritos ao domicílio no Brasil. Apesar da ausência de estudos que permitam comparações entre diferentes regiões brasileiras e da impossibilidade de generalização dos resultados, acredita­se que o achado de alta prevalência de idosos restritos ao domicílio adscritos ao PSF/ Ventosa de Belo Horizonte não seja um fato isolado e esse cenário possa ser encontrado em outras comunidades com características socioeconômicas, demográficas e culturais semelhantes. Isso posto, recomenda­se a investigação permanente da presença de idosos restritos ao domicílio pela equipe de saúde da família, seja através das visitas domiciliares ou de quaisquer estratégias de ação para o reconhecimento desses idosos, que, por vezes, permanecem em seus lares invisíveis ao sistema de saúde. Deve­se dar prioridade às áreas de elevado risco social, já que foi encontrado maior proporção de idosos restritos ao domicílio residentes nessas regiões. Recomenda­se o uso da avaliação multidimensional do idoso para detecção precoce das doenças e incapacidades. Deve­se incorporar a avaliação a freqüência com que os idosos saem de casa para possível prevenção ou postergação da restrição ao domicílio. Vale lembrar ainda que medidas de reabilitação, prevenção e promoção à saúde devem ser estimuladas. Há recursos terapêuticos simples, como a cinesioterapia (exercícios), que podem auxiliar na restauração das funções afetadas, seja através de atendimentos domiciliares ou orientações para o paciente e seus familiares. Outra estratégia que faz parte do arsenal da ESF é a formação de grupos operativos com a
finalidade de se trabalhar a promoção e educação em saúde através da dialética do ensinar­aprender. A realização de grupos de convivência pode ser uma forma de atenuação e prevenção dos possíveis problemas de depressão tão comuns nos idosos, que passam a sentir­se integrados e valorizados. A realização de atividades físicas é também de extrema importância para o controle e prevenção de diversos fatores de risco para a incapacidade e conseqüente restrição ao domicílio e, portanto devem ser priorizadas.
REFERÊNCIAS 1. CARVALHO, J.A.M.; GARCIA, R.A. O envelhecimento da população: um enfoque demográfico. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.19, n.3, p.725­733, jun, 2003. 2. CHAIMOWICZ, F A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI : problemas, projeções e alternativas. Rev Saúde Pública, São Paulo, v.31, n.2, p.184­ 200, abril,1997. 3. FUNDAÇÃO IBGE Estatísticas históricas do Brasil: séries econômicas, demográficas e sociais de 1550 a 1988. 2 a . ed. Rev. Atual. Rio de Janeiro, 1990. 4. FUNDAÇÃO IBGE. Características demográficas e sócio­econômicas da população. Anuário Estatístico do Brasil, v.54, n.1, p.18­32, 1994. 5. FRENK, J.; FREJKA, T.; BOBADILLA, J.L. et al. La transicion epidemilógica en America Latina. Bol. Oficina Sanit. Panam.,v.111, p.485­96, 1991. 6. BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria do gabinete do estado de saúde de n°1395 de 9 de dezembro de 1999, que aprova a Política Nacional de Saúde do Idoso. Brasília. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 1999. 7. RAMOS, L.R.; VERAS, R.P.; KALACHE, A. Envelhecimento populacional: uma realidade brasileira. Rev Saúde Pública, São Paulo, v.21, n.3, p.211­224, jun,1987. 8. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA­IBGE Censo demográfico de 2000. Disponível em: <www.ibge.gov.br> (Acesso em 18/05/05) 9. CAMARANO, A.A. Envelhecimento da população brasileira: uma contribuição demográfica. In: FREITAS, E.V.; NERI, A.L.; CANÇADO, F.A.X. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara­Koogan, 2001. Cap 6, p. 52­61. 10. LIMA­COSTA, M.F.; BARRETO, S.M.; GIATTI, L. Condições de Saúde, capacidade funcional, uso de serviços de saúde e gastos com medicamento da população brasileira: um estudo descritivo baseado na Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios.Cad Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.3, n.19, p.735­43, jun, 2003. 11. FELICIANO, A.B.; MORAES, A.S.; FREITAS, I.C.M. O perfil dos idosos de baixa renda no município de São Carlos, São Paulo, Brasil: um estudo epidemiológico. Cad Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.20, n.6, p.1575­1585, nov/dez, 2004. 12. COELHO FILHO, J.M.; RAMOS, R.L. Epidemiologia do envelhecimento no nordeste do Brasil: resultados de inquérito domiciliar. Rev Saúde Pública, São Paulo, v.33, n.5, p.445­453, out, 1999. 13. FARINASSO, A.L.C. Perfil dos idosos em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família. 2004. 112p. Dissertação (Mestrado) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2004.
14. LEBRÃO, M.L.; LAURENTI, R.L. Condições de saúde. In: LEBRÃO, M.L.; DUARTE, Y.A.O. SABE: saúde, bem estar e envelhecimento ­ O projeto Sabe no Município de São Paulo: uma abordagem inicial. Brasília: OPAS, 2003. 15. RAMOS, L.R.; ROSA, T.E.; OLIVEIRA, Z.M. et al. Perfil do idoso em área metropolitana na região sudeste do Brasil: resultados de inquérito domiciliar. Rev Saúde Pública, São Paulo, v.27, n.2, p.87­94, abril, 1993. 16. CALDAS, C.P. Envelhecimento com dependência: responsabilidades e demandas da família. Cad Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.19, n.3, p.733­781, jun, 2003. 17. CENTRO COLABORADOR DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE PARA FAMÍLIA DE CLASSIFICAÇÕES INTERNACIONAIS. CIF: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2003. 18. VERBRUGGE, LM; JETTE, AM. The disablement process. Soc Sci Med, v.38, n.1, p.1­14, 1994. 19. WILKINS, S; LAW, M; LETS, L. Assessment of functional performance. In: BONDER, BR; WAGNER, M Functional performance in older adults. Philadelphia, FA Davis, 2001.cap.12, p.236­51. 20. PAVARINI, S.C.; NERI, A.L. Compreendendo Dependência, Independência e Autonomia no Contexto Domiciliar: Conceitos, Atitudes e Comportamentos. In: DUARTE, Y.A.O; DIOGO, M.J.E. Atendimento Domiciliar ­ Um enfoque Gerontológico. São Paulo: Editora Atheneu, 2000, cap. 5, p. 49­70. 21. GURALNIK JM. Assessment of physical performance and disability in older persons. Muscle Nerve Suppl, v.5, p.14­16, 1997. 22. RAMOS, L.R. Determinant factors for healthy aging among senior citizens in a large city: the Epidoso Project in São Paulo. Cad Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.19, n.3, p.793­797, Jun, 2003. 23. PAIXÃO JR, C.M., REICHENHEIN, M.E. Uma revisão sobre instrumentos de avaliação do estado funcional do idoso. Cad Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.21, n.1, p.7­19, jan/fev, 2005. 24. DUKE UNIVERSITY CENTER FOR THE STUDY OF AGING AND HUMAN DEVELOPMENT. Multidimensional Functional Assessment: The Oars Methodology. Durhan: Duke University Center for the Study of Aging and Human Development, 1978. 25. WORLD HEALTH ORGANIZATION. International classification of impairments, disabilities and handicaps: a manual of classification relating to consequence of disease. Geneva: World Health Organization, 1980.
26. BALTES, M.M. The many faces of dependency in old age. Cambrige, Cambrige University Press, 1996. 27. RAMOS, L.R. Growing old in São Paulo, Brazil: assessment of health status and family suppor of elderly of different socio­economic strats living in the community, Tese de doutorado, University of London, Londres, Inglaterra, 1987. 28. GIACOMIN, K.C; UCHOA, E; FIRMO, J.O.A; LIMA­COSTA, M.F. Projeto Bambuí: um estudo de base populacional da prevalência e dos fatores associados à necessidade de cuidador entre idosos, Cad Saúde Pública, Rio de Janeiro,v.21, n.1 , p.80­91, jan/fev, 2005. 29. BRENDA, W.J.H.; LEVEILLE, S.; FERRUCCI, L. et al. Exploring the effect of depression on physical disability: longitudinal evidence from the established populations for epidemiologic studies of elderly. Am J Public Health, v.89, n.9, p. 1346­52, 1999. 30. GUCCIONI, A.A ; FELSON, D.T; ANDERSON, J.J et al. The effects of specific medical conditions on the functional limitations of elders in the Framingham study. Am J Public Health, v.84, n.3, p. 351­58, 1994. 31. STUCK, A.E.; WALTHERT, J.M.; NIKOLAUS, T.; BULA, C.J.; HOHMANN, C.; BECK, J.C. Risk factors for functional status decline in community­living elderly people: a systematic literature review. Soc Sci Med, v. 48, p. 445­469, 1999. 32. ROSA, T.E.C.; BENÍCIO, H.A.; RAMOS, L.R. Fatores determinantes da capacidade funcional entre idosos. Rev Saúde Pública, São Paulo, v.37, n.1, p.40­8, fev, 2003. 33. ROOS, N.P.; HAVENS, B. Predictors of successful aging: a twelve­year study of Manitoba elderly. Am J Public Health , v.81, p.63­8, 1991. 34. DUARTE, Y.A.O.; DIOGO, M.J.D. Atendimento domiciliário: um enfoque gerontológico. In: DUARTE, Y.A.O; DIOGO, M.J.D. Atendimento domiciliário: um enfoque gerontológico. São Paulo, Atheneu, 2000. Cap.1, p.1­7. 35. CARLETTI, S.M.M.; REJANI; M.I. Atenção Domiciliária ao Paciente Idoso. In: NETTO, P. Gerontologia. São Paulo, Atheneu, 1996. 36. MENDES, W. Home Care: uma modalidade de assistência à saúde. Rio de Janeiro: UERJ, UNATI, 2001. 37. BRASIL. Portaria 2416 de 23 de março de 1998. Estabelece requisitos para credenciamento de hospitais e critérios para realização de Internação Domiciliar no SUS. Diário Oficial da União, Brasília, Seção 1, p. 106. Disponível em: http://drt2001.saude.gov.br/sas/portarias/port/GM/GM­2416.html 38. CUNHA, I.C.K.O. Organização de serviços de Assistência Domiciliária de Enfermagem. Dissertação (Mestrado), Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1991.
39. RIMED. Manual do Home Care para médicos e enfermeiros. São Paulo: Edição do Sistema Rimed Home Care, 1998. 40. CORDEIRO, Hésio. Descentralização, universalidade e eqüidade nas reformas da saúde. Ciênc. Saúde Coletiva, v.6, n.2, p.319­328, 2001. 41. VASCONSELOS, E.M. Priorização da família nas políticas de saúde. Saúde em Debate, v.23, n.53, p.6­19, 1999. 42. BRASIL, Ministério da Saúde. Governo Federal. Guia Prático do Programa Saúde da Família. Disponível em www.saúde.gov.br (Acesso em 12/04/05) 43. .BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Saúde da Família: uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial. Brasília, 1998. 44. SILVESTRE, J.A.; COSTA NETO, M.M. Abordagem do idoso em programas de saúde da família. Cad Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.19, n.3, p.839­847, jun., 2003. 45. BRASIL. Lei 10424 de 15 de abril de 2002. Acrescenta capítulo e artigos à Lei 8080 de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições de promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e funcionamento de serviços correspondentes e dá outras providências, regulamentando a assistência domiciliar no Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, 2002. Disponível em: http://www.crefito5.com.br/web/legislaçao_lei/lei10424.doc (Acesso: 20/09/05) 46. TAKAHASHI, R.F.; OLIVEIRA, M.A.C. A visita domiciliária no contexto da Saúde da Família. Manual de Enfermagem. Disponível em www.ids­ saude.org.br/enfermagem (Acesso em 24/10/05) 47. NERI, A.L.; SOMMERHALDER, C. As várias faces do cuidado e do bem­estar do cuidador. In: NERI, A.L.; PINTO, M.E.B.; SOMMERHALDER, C; PERRACINI, M.R; YUASO, D.R. Cuidar de idosos no contexto da família: questões psicológicas e sociais. Campinas, SP: Editora Alínea, 2002, cap.1, p.9­63. 48. MINUCHIN, S. Famílias: funcionamento e tratamento. Porto Alegre, Artes Médicas, 1990. 49. DUARTE, Y.A.O. Família – rede de suporte ou fator estressor. A ótica de idosos e cuidadores familiares. 2001.196p. Tese (Doutorado) – Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. 50. ARAGÃO, J.B.C; DANTAS, E.H.M; DANTAS, B.H.A. Efeitos da resistência muscular localizada visando autonomia funcional e a qualidade de vida do idoso. Rev Fitness e Performance, v.1, n.3, p. 29­38, 2002. 51. ROUQUAYROL, M.Z.; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e Saúde. Rio de Janeiro: MEDSI, 1999. 52. BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal de Saúde. Plano Municipal de Saúde de Belo Horizonte 2005­2008. Belo Horizonte, 2005.
53. GOMES, L. J. M. Belo Horizonte: Documentos de uma História Urbana. Anuário Estatístico de Belo Horizonte. PBH 2000. Texto disponível em www.pbh.gov.br. (Acesso em 15/12/06) 54.DISTRITOS Sanitários de Belo Horizonte. Disponível http://portal1pbh.gov.br/pbh/index.htlm Acesso em (20 /01/ 06). em: 55. DEAN, A. Epi info version 3.3.2: a word processing database and statistics program for epidemiology on microcomputers. Atlanta Centers for Disease Control and Prevention, 1995. 56. REICHENHEIM, M.E.; MORAES, C. L. Buscando a qualidade das informações em pesquisas epidemiológicas. In: MINAYO, M. C. S; DESLANDES, S. F. Caminhos do Pensamento: Epistemologia e Método, Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, p. 227­254, 2002. 57. FOLSTEIN, M.F.; FOLSTEIN, S.E; McHUGH, P.R. Mini­mental state: A practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician. J Psychiatric Research, v.12, p.189­198, 1975. 58. BERTOLUCCI, P.H.F; BRUCKI, S.M.D.; CAMPACCI, S.R. O mini exame do estado mental em uma população geral: impacto da escolaridade. Arq Neuropsiquiatr, v.52, n.1, p. 1­7, 1994. 59. CARDOSO, V; GONÇALVES, L.H.T. Instrumentos de avaliação da autonomia no desempenho das atividades da vida diária do cliente idoso. Arq Catarinenses de Medicina, Florianópolis, v.24, n.4, p.41­48, out/dez, 1995. 60. SHEIKH, J.I.; YESAVAGE, J.A. Geriatric Depression Scale (GDS): recent evidence and development of a short version. Clin Gerontol, v.5, p.165­73, 1986. 61. ALMEIDA, O.P.; ALMEIDA, S.A. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Depressão em Geriatria (GDS) versão reduzida. Arq Neuropsiquiatr, São Paulo, v. 57, n. 2B, jun, 1999. 62. SMILKSTEIN, G. The family APGAR: a proposal for a family function test and its use by physicians. J. Fam. Pract, v.6, n.6, p. 1231­39,1978. 63. TURINI, R.T.N; MARRA, C.C; MURAI, H; DUARTE, Y.A.O. et al. Avaliando a assistência ao idoso: a construção de um formulário para coleta de dados. In: CIANCARULLO, T.I; GUALDA, D.M.R. Saúde na família e na Comunidade. São Paulo, Robe Editorial, 2002. 64. ALVES, L.C.; RODRIGUES, R.N. Determinantes da autopercepção de saúde entre idosos do Município de São Paulo, Brasil. Rev Panam Salud Publica, v.17, n. 5/6, p.333­41, 2005.
65. ABRAMS, P. The standardisation of terminology of lower urinary tract function: Report from the Standardisation Sub­committee of the International Continense Society. Am J Obstetrics and Gynecology, v.187, n.1, p.116­126, july, 2002. 66. KELLOG INTERNATIONAL WORK GROUP ON THE PREVENTION OF FALLS BY THE ELDERLY. The prevention of falls in later life. Dan. Med. Bull, v.34, n.4, p.1­24, 1987. 67. SOARES, J.F.; SIQUEIRA, A.L. Introdução à Estatística Médica 1. Ed. (s.n): Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais, 1999. 68. SHINKAI, S.; WATANABE, S.; KUMAGAI, S. et al. Incidence and prognosis of, and risk factors for the home­bound in a community elderly population. Nippon Koshu Eisei Zasshi, v.48, n.9, p.741­52, sep, 2001. 69. SHINKAI, S.; FUJITA, K.; FUJIWARA,Y. et al. Prognosis of different types of homeboudness among community­living older adults: two year prospective study. Nippon Koshu Eisei Zasshi, v. 52, n. 7, p. 627­38, jul, 2005. 70.HARAGUCHI, Y.; OSAKI, Y.; KISHIMOTO, T. et al. Prevalence of the homebound in the elderly population within a community determined by using three measurement scales. Nippon Koshu Eisei Zasshi, v.61, n.1, p.44­52, jan, 2006. 71. IMUTA, H.; YASUMURA, S.; FUJITA, M. et al. Homebound elderly in a Japanese community: related factors and change of mobility. Nippon Koshu Eisei Zasshi, v.45, n. 9, p. 883­92, sep, 1998. 72. GANGULI, M.; FOX, A.; GILBY, J. et al. Characteristics of rural homebound older adults: a community based study. J Am Geriatric Society, v.44, n.4, p. 363­70, apr, 1996. 73. BRUCKI, S.M.D., BERTOLUCCI, P.H.F., OKAMOTO, I.H., MACEDO, M.B.M., TONIOLO NETO, J., RAMOS, L.R. Consortium to establish a registry for Alzheimer’s disease (CERAD I): aspectos epidemiológicos. Arq Neuropsiquiatr, v.52 (Suppl), numero, p.­99, 1994 74. MACEDO, B.G.; MARQUES, K.S.F.; OLIVEIRA, E.B. et al. Parâmetros clínicos para identificar o medo de cair em idosos. Fisioterapia em movimento, v.18, n.3, p. 65­70, jul./set., 2005. 75. ROCHA, F.L., CUNHA, U.G.V. Aspectos psicológicos e psiquiátricos das quedas do idoso. Arq Brasileiros de Medicina, v. 68, p. 9­13, 1994. 76.TRELHA, C.S.; NAKAOSKI, T.; FRANCO, S.S. et al. Capacidade funcional de idosos restritos ao domicílio do Conjunto Ruy Virmond Carnascialli, Londrina/PR. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, v.26, n. 1, p.37­46, jan­jun, 2005.
77. PERLINI, N.M.O.G. Cuidar da pessoa incapacitada por acidente vascular cerebral no domicílio: o fazer do cuidador familiar. São Paulo. 2000. 112f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. 78. SAAD, P. M. Arranjos domiciliares e transferências de apoio informal. In: LEBRÃO, M.L.; DUARTE, Y.A.O. SABE: saúde, bem estar e envelhecimento ­ O projeto Sabe no Município de São Paulo: uma abordagem inicial. Brasília: OPAS, 2003. 79. DUARTE, Y.A.O., LEBRÃO, M.L., LIMA, F.D. Contribuição dos arranjos domiciliares para o suprimento de demandas assistenciais dos idosos com comprometimento funcional em São Paulo, Brasil. Rev Panam Salud Publica, v.17, n.5/6, p.370–8, 2005. 80. MARTIKAINEN, P.; AROMAA, A.; HELIOVAARA, M. et al. Reliability of perceived health by sex and age. Soc Sci Med, v.48, n.8, p. 1117­22, 1999. 81. FABRICIO, S.C.C.; RODRIGUES, R.A.P.; COSTA JUNIOR, M.L. Causas e conseqüências de quedas de idosos atendidos em hospital público. Rev Saúde Pública, São Paulo, v. 38, n.1, p. 93­99, 2004. 82. PERRACINI, M.R.; RAMOS, L.R. Fatores associados a quedas em uma coorte de idosos residentes na comunidade. Rev Saúde Pública, São Paulo, v.36, n.6, dez, 2002. 83. ISHIZAKI, J.; MEGURO, K.; AMBO, H. et al. A normative, community­based study of mini­mental state in elderly adults: the effect of age and educational level. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci , v.53, p.359­363, 1998. 84. LAKS, J.; BATISTA, E.M.R.; GUILHERME, E.R.L. et al. O Mini­exame do estado mental em idosos da comunidade. Arq neuropsiquiatr, v.61, n. 3B, p. 782­785, 2003. 85. SOUZA, J.N.; CHAVES, E.C. O efeito do exercício de estimulação da memória em idosos saudáveis. Rev Escola de Enfermagem, v. 39, n.13, p.13­19, 2005. 86. ORGANIZAÇÃO PAN­AMERICANA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório sobre a saúde no mundo. Saúde mental: nova concepção, nova esperança. Genebra: Organização Mundial de Saúde, 2001. 87. CHELONI, C.F.P.; PINHEIRO, F.L.S.; FILHO, M.C.; MEDEIROS, A.L. Prevalência de depressão em idosos institucionalizados no município de Mossoró/RN segundo escala de depressão geriátrica. Expressão, Mossoró, v.34, n.1/2, p. 61­73, 2003. 88. CERQUEIRA, A.T.A.R. Deterioração cognitiva e depressão. In: LEBRÃO, M.L.; DUARTE, Y.A.O. SABE: saúde, bem estar e envelhecimento ­ O projeto Sabe no Município de São Paulo: uma abordagem inicial. Brasília: OPAS, 2003.
89. FILLENBAUM, G.G.; SMYER, M.A. The Development, Validity, and Reliability of the OARS Multidimensional Functional Assessment Questionnaire. J Gerontology, v.36, n.4, p. 428­34, 1981. 90. JAGGER, C.; ARTHUR, A. J.; SPIERS, N. A.; CLARKE, M. Patterns of Onset of Disability in Activities of Daily Living with Age. Am Geriatrics Society, New York, v.49, n. 4, p.404­409, 2001. 91. FUJITA, K.; FUJIWARA, Y.; CHAVES, P.H.M. et al. Frequence of going outdoors as a good predictors for incidence disability of physical function as well as disability recovery in community­dwelling older adults in rural Japan. J Epidemiology, v. 16, n.6, nov, 2006. 92. GARCÍA LOZANO, L.; MÉRIDA QUIÑÓNEZ, F. J.; MESA RAMOS, R. G. El anciano deprimido y su vivencia familiar. Medicina de Família, v. 2, p.145­148, 2000. 93. OREM DE. Nursing concepts of practice. St. Louis, Morby Year Book, 1991.
ANEXO I Questionário de Avaliação Multidimensional do idoso IDENTIFICAÇÃO 1. Número do questionário 1)
Nome:_____________________________________________________________ Endereço:__________________________________tel:_____________________ 2. Classificação de risco: 1.Muito Elevado Risco 2.Elevado Risco 3.Médio Risco 4.Baixo Risco 3. Entrevistador:__________________________________ 4. 2) 3) Data da entrevista 4)
/ / (dia mês ano) “Meu nome é ............Sou entrevistador da pesquisa que está avaliando o perfil dos idosos restritos ao domicilio e gostaria de pedir algum tempo de sua atenção.” Leitura do termo de consentimento livre e esclarecido “Então, eu gostaria de fazer algumas perguntas sobre o(a) sr(a) 5. Início da entrevista (horário):_________________________ 5)
: MINI EXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM) “O Sr(a) tem algum problema com a sua memória? Eu posso fazer algumas perguntas a respeito de sua memória?”
ORIENTAÇÃO NO TEMPO(dê um ponto para cada Anotar respostas resposta correta) 6. Que dia é hoje? (dia do mês) Circule opção 7. Em que mês nós estamos? 8. Em que ano nós estamos? 7) 0 1 8) 0 1 9. Em que dia da semana nós estamos? 10. Qual a hora aproximada? (considere a variação de mais ou menos uma hora) ORIENTAÇÃO NO ESPAÇO 9) 0 1 10) 0 1 11. Em que local nós estamos?(aponte para o chão) 11) 0 1 12. Este local fica aonde? (aponte ao redor ) 13. Em que bairro nós estamos ? 14. Em que cidade nós estamos? 12) 0 1 13) 0 1 14) 0 1 15. Em que Estado nós estamos? 15) 0 1 MEMÓRIA IMEDIATA xxxxxxxxxx “Agora preste atenção. Eu vou dizer 3 palavras e V/S vai repeti­las quando eu terminar. Memorize­as , pois eu vou perguntar por elas novamente, dentro de alguns minutos. As palavras são: CARRO, VASO, TIJOLO. Agora, repita as palavras para mim.” (Pode repeti­las até 3 vezes para aprendizado.Dê 1 ponto para cada palavra repetida certa na 1 a vez)) 16. CARRO 17. VASO 16)0 1 17) 0 1 18. TIJOLO ATENÇÃO E CÁLCULO “Agora eu gostaria que o(a) Sr(a) fizesse umas contas de subtração. Vamos começar: quanto é 100 menos 7...” (Sucessivamente por 5 vezes) 6) 0 1 xxxxxxxxxxx 19_________(100­7) 20_________(93­7) 21_________(86­7) 22_________(79­7) 23_________(72­7) 18) 0 1 19)0 1 20)0 1 21)0 1 22)0 1 23)0 1 Dê 1 ponto para cada acerto. Se houver erro, corrija­o e prossiga. Considere correto se o examinador espontaneamente se auto­corrigir) MEMÓRIA DE EVOCAÇÃO “Quais são as 3 palavras que eu pedi que o(a) sr(a) memorizasse? (não forneça pistas) 24CARRO 24)0 1 25VASO 25)0 1 26 TIJOLO 26)0 1
xxxxxxxxxxxxxx NOMEAÇÃO (aponte o lápis e o relógio e pergunta:) 27“o que é isto?” (lápis) 27)0 1 28)0 1 _____________ 28“o que é isto?” (relógio) REPETIÇÃO 29.“Agora eu vou pedir para o(a) sr(a) repetir o que eu vou 29)0 1 dizer, certo? Então repita: NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ”(considere somente se a repetição for perfeita) COMANDO “Agora, ouça com atenção porque eu vou pedir para o(a) sr(a) fazer uma tarefa. Preste atenção , pois eu só vou falar uma vez. Pegue este papel com a mão direita, dobre­o ao meio uma vez e em seguida jogue­o no chão” ___________ 30.pegar com a mão direita ___________ 31.dobrar ao meio ___________ 32.jogar no chão (se o sujeito pedir ajuda no meio da tarefa não dê dicas) 30)0 1 31)0 1 32)0 1 33“Por favor, leia isto e faça o que está escrito no papel” feche os olhos (não auxilie se pedir ajuda ou se só ler a frase sem realizar o comando) 34“Por favor, escreva uma frase” (anotar a frase ) 33)0 1 34)0 1 (Coloque na frente do paciente um pedaço de papel em branco e lápis ou caneta Se o paciente não compreender, ajude dizendo: “alguma frase que tenha começo, meio, fim; alguma coisa que aconteceu hoje, alguma coisa que queira dizer.) 35“Por favor, copie este desenho da melhor maneira possível” ( Apresente o desenho dos pentágonos que se interseccionam. ) 36.Total 35)0 1 ____________ 36) Desenho dos pentágonos 37. Escolaridade: “Qual a última série que concluiu? (grau) (série) 00. 01. 02. 05. 06. analfabeto analfabeto funcional sabe ler e escrever (informal) 03. Terceiro grau incompleto 04. Terceiro grau completo ou mais não sabe não respondeu
37) 38. O(a) Sr(a) é capaz de sair de casa sozinho(a)? 38) É capaz de sair sozinho a qualquer lugar ou somente nas vizinhanças de sua casa? (pergunte em caso de resposta positiva)) Está restrito ao leito ou ás dependências da casa ? (pergunte em caso de resposta negativa) 2. 3. 4. 5. sim, a qualquer lugar sim, restrito à vizinhança ( caso 1 ou 2 , pule a próxima questão) não, restrito ao leito não, restrito às dependências da casa, incluindo área ou quintal 39. Por que não sai de casa sozinho(a) : ( escrever de acordo com a própria expressão do paciente) 39) Bloco características sócio­demográficas 40. Sexo: 41. Quantos anos completos o(a) Sr(a) tem?: _______ 42. 40) 1.M 2.F Qual a sua cor? ( leia todas as opções ). 41)
anos 42) 1. branca 2. parda/mulata/morena/cabloca 3. amarela/oriental 4. indígena 5. negra 6. não sabe 7.não respondeu 43. Qual o seu estado civil?: ( leia todas as opções ). 43) 1. solteiro(a) 2. casado / amaziado(a) 3. viúvo(a) 4. separado / desquitado / divorciado(a) 5. não sabe / 6.não respondeu 44. Quantas pessoas vivem com o(a) sr(a) nesta casa,contando com o(a) sr(a)?______ 45. Quem são? (leia as opções ) 1.esposo(a) / companheiro (a) 2. pais 3. filhos 4. irmãos 5. netos 6. outros parentes 7. outros______________ 8. mora só
44) 45)
46. Renda familiar: “ Qual a média salarial de cada morador?”( incluir também aqueles que não moram com ele, mas contribui com a renda familiar ) Salário Soma Pessoa que mensal semanal Soma diária contribui (C)
Pessoa que contribui Soma diária Salário mensal Soma semanal (C) 00. 46)
47. Não sabe / não respondeu , Renda per capita: (registrar depois) 47) 48) 1. até 1 SM 2. 1 a 3 SM 3. 4 a 10 SM 4. > 10 SM Bloco das características de saúde do idoso 48..Em geral, o(a) sr.(a) diria que sua saúde está: (leia as alternativas) 1. muito boa 2. boa 3. regular 4. ruim 5. muito ruim 6. não sabe 7. não respondeu 8. NA 49. O médico já falou que o (a)sr(a) tem algum desses problemas de saúde? A­0.não 1.sim 50.E qual deles atrapalha ou prejudica de alguma forma suas atividades do dia­a­dia? B­ 0.não 1.sim (leia as alternativas e em seguida pergunte se interfere nas AVDs) patologias presença Interfere nas AVDs Pressão alta Obesidade Doenças do coração Câncer Tuberculose A A A A A B B B B B Derrame Osteoporose Anemia A A A B B B Reumatismo ou artrose Problemas de coluna Demência ou problemas de memória Enfisema (DPOC)/bronquite/asma Diabetes A A A A A B B B B B Doença de Parkinson A B Problemas de sono A B Problema renal A B Má circulação (varizes) A B Outros A B Quais?_____________________________________________________________ 51. O (a) Sr(a) ás vezes perde um pouco de urina na roupa, quando tosse, espirra, levanta da cama ou quando a bexiga está um pouco cheia? 1. sim não não sabe NR NA 2. 3. 4. 5. 51)
52. Se a resposta for positiva: Em que situação acontece? (leia as opções) 1. 2. 3. 4. ao tossir, rir espirrar ou levantar da cama com a bexiga muito cheia ao tossir, rir espirrar ou levantar da cama , mesmo se a bexiga não está muito cheia dá uma vontade muito grande de ir ao banheiro e acaba não dando tempo mista (ao tossir, rir espirrar ou levantar da cama e quando dá uma vontade muito grande de ir ao banheiro e acaba não dando tempo ) 5. NA 6. não sabe 52)
53.O Sr(a) já sofreu ou costuma sofrer quedas : cair no chão por tropeçar, escorregar ou mesmo sem nenhum motivo? 53) 1. sim 2.não (caso negativo, vá para questão 67) 3. não sabe 54. Se a resposta for positiva: Neste último ano, contando desde_______(12 meses), quantas vezes o(a)sr(a) caiu?_______ 88 NA 89 não sabe 54) 55.Qual foi a conseqüência mais grave? ________________________________ 01 NA 55) 56) 56.Elas aconteceram onde? (leia as alternativas) 1.dentro de casa 2.área externa (ex.quintal) 3.fora de casa 4. NA 1. 2. 3. 4. 57.Elas aconteceram como? escorregar/tropeçar desmaio/tonteira outros (descreva)____________________________ NA
57) 58. Em geral, o(a) sr.(a) diria que sua visão está: (leia as alternativas) 1. muito boa 2 boa 3. regular 4. ruim 5. muito ruim 6. não sabe / 7.não respondeu 8. NA 58) 59.Quais tarefas o(a)sr(a)tem dificuldade de realizar por dificuldade de enxergar?(pergunte só em caso de resposta regular ou ruim)_____________________________________________________ 01 NA 59) 60.Em geral, o(a) sr.(a) diria que sua audição está: (leia as alternativas) 1. muito boa 2. boa 3. regular 4. ruim 5. muito ruim 6. não sabe 7.não respondeu 8.NA 60) 61. Quais tarefas o(a)sr(a)tem dificuldade de realizar por dificuldade em escutar? ?(pergunte só em caso de resposta regular ou ruim)_______________________________________________________ 01NA 61) Avaliação da Capacidade Funcional do Idoso (OARS) “Vamos fazer agora algumas perguntas sobre algumas atividades do dia­a dia. Quero saber se você consegue fazer estas atividade sozinho ou se precisa de alguma ajuda. Neste caso, diga­me quem lhe ajuda na atividade.” 1. ATIVIDADES BÁSICAS DE VIDA DIÁRIA (leia as opções) O Sr(a) toma as 2 – sem ajuda ( capaz de tomar as refeições por si só) 1 – Com alguma ajuda ( necessita de ajuda para, por exemplo cortar carne, descascar laranja) 0 – É incapaz de alimentar­se por si só 62.
2. O Sr(a) consegue vestir e tirar refeições: suas roupas: 2 – sem ajuda (apanhar as roupas e usá­las por i só) 1 – com alguma ajuda 0 – não consegue de modo algum apanhar as roupas e usa­las por si só 63. 3. O(a) Sr(a) cuida de sua aparência como pentear­se e barbear­se( para homens) e maquiar­se( para 64. mulheres): 2 – sem ajuda 1 – com alguma ajuda 0 – Não pode cuidar por si de sua aparência 4. 5. 6. O(a) Sr(a) 2 – sem ajuda ( exceto com bengala) 1 – com alguma ajuda ( de uma pessoa ou com o uso de andador ou muletas) 0 – É completamente incapaz de locomover­se locomove­se: 65. 66. O (a) Sr (a) deita­se e levanta­se da cama: 2 – sem ajuda ou apoio 1 – com alguma ajuda ( de uma pessoa ou suporte qualquer) 0 – É dependente de alguém para levantar­se / deitar­se da cama O (a) Sr (a) toma banho : 2 – sem ajuda 1 – com alguma ajuda ( necessita de ajuda para entrar e sair do banheiro ou um suporte durante o banho) 0 – É incapaz de banhar­se por si só 67. 7. O (a) Sr (a) tem problemas em conseguir chegar em tempo ao banheiro: 2 – sim 1 – não 0 – usa sondagem vesical e / ou colostomia 68. 8. Em caso afirmativo, com que freqüência o(a) sr(a) se molha ou se suja ? 2 – todos os dias 1 – uma a duas vezes por semana 0 – três ou mais vezes por semana 3­NA 69. ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA 9. O(a) SR(a) usa o telefone? 2 – sem ajuda para procurar número na lista quanto para discar 1 – com uma certa ajuda ( consegue atender chamados, mas necessita de ajuda tanto para procurar número na lista quanto para discar) 0 – É completamente incapaz de usar o telefone 10. O(a) sr(a) vai a lugares distantes que exigem tomar condução? 2 – sem ajuda ( viaja sozinho de ônibus, trem , metrô, táxi, carro) 1 ­ Com alguma ajuda ( necessita de alguém para ajudar­lhe ou ir consigo na viagem) 0 – não pode viajar a menos que disponha de veículos especiais ou de arranjos emergencias como ambulância 70 71. 11. O(a) sr(a) faz compras de alimentos, roupas e de outras necessidades pessoais? 2 – sem ajuda ( incluindo uso de transportes) 1 – Com alguma ajuda ( necessita de alguém que o acompanhe em todo o trajeto das compras) 0 – Não pode ir fazer compras de modo algum 12. O(a) sr(a0 prepara a sua própria refeição? 2 – Sem ajuda ( planeja e prepara as refeições ) 1 – Com certa ajuda ( consegue preparar alguma coisa, mas não a refeição toda) 0 – Não consegue preparar a sua refeição de modo algum 13. O(a) sr(a) faz limpeza e arrumação da casa? 2 – sem ajuda ( faxina e arrumação diária) 1 – Com ajuda ( faz trabalhos leves, mas necessita ajuda para trabalhos pesados) 0 – não consegue fazer trabalho de casa de modo algum 72 .
73. 74. 14. O(a) sr(a) toma os medicamentos receitados? 2 – sem ajuda ( na identificação do nome do remédio, no seguimento da dose e horário) 1 – com alguma ajuda ( toma, se alguém preparar ou quando é lembrado a tomar) 0 – não consegue tomar por si só 75. 15. O(a) sr(a) lida com as próprias finanças? 2 – sem ajuda ( assina cheques, paga contas, controla saldo bancário, recebe aposentadoria ou pensão) 1 – Com alguma ajuda ( lida com dinheiro para as compras do dia­a dia, mas necessita de ajuda para controle bancário e pagamento de contas maiores e ou recebimento de aposentadoria ou pensão) 0 – não consegue mais lidar com finanças. 76
Avaliação do Estado Tímico ( Escala Geriátrica de Depressão) “Agora, faremos algumas perguntas sobre seu humor, seu estado de espírito. Procure responder a cada pergunta com sim ou não. Mesmo que o(a) sr(a) ache que a melhor resposta fosse mais ou menos, tente escolher a resposta, entre sim ou não que esteja mais próxima do que está sentindo na última semana”(leia todas as opções. Pode­se ler mais de uma vez cada uma) sim não NA (escores) 77. O (a) senhor(a) está basicamente satisfeito com a sua vida? 78.O (a) senhor (a) deixou muitos de seus interesses e atividades? 0 1 1 0 77) 78) 79.O (a) senhor (a) sente que sua vida está vazia? 1 0 79) 80.O (a) senhor(a) se aborrece com freqüência ? 1 0 80) 81.O (a) senhor (a) se sente de bom humor a maior parte do tempo? 0 1 81) 82.O (a) senhor(a) tem medo que algum mal vá lhe acontecer? 1 0 82) 83.O(a) senhor(a) se sente feliz a maior parte do tempo? 0 1 83) 84.O (a) senhor(a) sente que sua situação não tem saída? 1 0 84)
85.O(a) senhor(a) prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? 1 0 85) 86.O (a) senhor(a) se sente com mais problemas de memória do que a maioria? 1 0 86) 87.O(a) senhor(a) acha maravilhoso estar vivo? 0 1 87) 88.O(a) senhor(a) se sente um inútil nas atuais circunstâncias? 1 0 88) 89.O(a) senhor(a) se sente cheio de energia? 0 1 89) 90.O(a) senhor(a) acha que sua situação é sem esperança? 1 0 90) 91.O(a) senhor(a) sente que a maioria das pessoas está melhor que o(a) senhor(a)? TOTAL 1 0 91) 92 APGAR DE FAMÍLIA “Família” é (são) o(s) indivíduo(s) com o(s) qual(is) você vive habitualmente. Caso você more sozinho, considere família como aquelas pessoas com as quais você tem os laços emocionais mais fortes. As seguintes perguntas foram elaboradas para nos ajudar a compreender você e sua família. Os espaços para comentários devem ser usados quando você desejar fornecer informações adicionais ou discutir a maneira pela qual a pergunta se aplica à sua família. Sempre (5) Quase algumas raramente nunca NA Sempre vezes (4) (3) (2) (1) escore 93..Estou satisfeito(a) pois posso recorrer à minha família em busca de ajuda quando alguma coisa está me incomodando ou preocupando. 93) 94. Estou satisfeito(a) com a maneira pela qual minha família e eu conversamos e compartilhamos os problemas. 94) 95.Estou satisfeito(a) com a maneira como minha família aceita e apóia meus desejos de iniciar ou buscar novas atividades e procurar novos caminhos ou direções 95) 96)
96. Estou satisfeito(a) com a maneira pela qual minha família demonstra afeição e e reage às minhas emoções, tais como raiva, mágoa ou amor. 97. Estou satisfeito(a) com a maneira 97) pela qual minha família e eu compartilhamos o tempo juntos. 98. Escore total: 98 Comentários:___________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ___________________ “Por fim terminamos a entrevista. Eu gostaria de agradecer mais uma vez a sua colaboração em contar um pouquinho da sua vida íntima pra gente.” 99. Término da entrevista 99)
: ANEXO II
ANEXO III TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Você está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa “Estudo da Prevalência e Perfil Sócio­Demográfico e de Saúde de Idosos Restritos ao Domicílio no Contexto Estratégia Saúde da Família”. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu,................................................................................,residente e domiciliado na .............................................., portador da Cédula de identidade, RG ............................. , e inscrito no CPF/MF............................ nascido(a) em _____ / _____ /_______ , abaixo assinado(a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário(a) da pesquisa: “Estudo de Prevalência e Perfil Sócio­Demográfico e de Saúde de Idosos Restritos ao Domicílio no Contexto da Estratégia Saúde da Família". Estou ciente que: I)O estudo se faz necessário para que se possam descobrir as características dos idosos restritos ao domicílio e a assistência que tem sido dada a esta população pela Equipe de Saúde da Família; II)Serão feitas entrevistas no domicílio dos idosos para a coleta de dados sobre características pessoais, condições de vida, saúde e relacionamento familiar, identificação e caracterização do cuidador do idoso e suporte dos serviços de saúde pelo PSF; III)A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, bem como não me acarretará qualquer ônus pecuniário com relação aos procedimentos efetuados no estudo ; IV)Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; V)A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico. Não virá interferir no atendimento ou tratamento médico; VI)Os resultados obtidos durante esta pesquisa serão mantidos em sigilo, mas concordo que sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados; VII)Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados, ao final desta pesquisa .
Belo Horizonte, de de 2005 ( ) paciente / ( ) responsável__________________________________________
Download

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ PRÍSCILA GUEDES SANTANA