1 INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS TRATAMENTO ORTODÔNTICO E RECESSÃO GENGIVAL SIMONE MICHELAZZO Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia do CEREO – FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO CAMPINAS, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Especialista. ORIENTADORA: Prof. Ms. Irene Moreira Serafim CO-ORIENTADOR: Prof. Cláudio Rodrigues Azenha Campinas, 2014 2 AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Aos meus pais, NEWTON MICHELAZZO (in memorian) e MAGDALENA MICHELAZZO por terem me dado a vida, amor, uma sólida formação pessoal e profissional e apoio incondicional em todas as etapas da minha vida. A meus amigos da especialização,CAMILA, PAULA, GUSTAVO e LEO pelo apoio, troca de experiência e suporte de sempre. 3 AGRADECIMENTOS À Prof. Ms. Irene Serafim, minha orientadora, pela confiança e dedicação. Ao Prof. Cláudio Rodrigues Azenha, co-orientador deste trabalho, pelos valiosos conhecimentos e experiências transmitidos. Ao Prof. Eduardo Macluf Filho, pela competência e contribuição para uma excelente formação profissional. À Prof. Ms. Patrícia Marsolla , pela valiosa contribuição, ensinamentos e experiência clínica em meu aprendizado. Á Prof. Reinildes pelo apoio, atenção, dedicação e carinho na tarefa de ensinar. A todos os colegas de turma, em especial à Camila, Paula, Leo, Gustavo pela troca de experiência e pelos momentos alegres que passamos juntos. Aos funcionários, pela assistência solícita e atenciosa. Aos pacientes pela colaboração no aprendizado. 4 “Procure ser um homem de valor, em vez de ser um homem de sucesso". Albert Einstein. 5 SUMÁRIO RESUMO...................................................................................................................... x ABSTRACT..................................................................................................................xi LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS...............................................................xii 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 9 2 PROPOSIÇÃO.........................................................................................................12 3 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 13 4 DISCUSSÃO.............................................................................................................33 5 CONCLUSÃO..........................................................................................................36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................38 6 MICHELAZZO, S. Tratamento ortodôntico e recessão gengival. Monografia de Especialização (Especialização em Ortodontia) - FUNORTE / SOEBRÁS Núcleo Campinas, Campinas 2013. RESUMO A recessão gengival tem sido definida pela Academia Americana de Periodontologia como o deslocamento do tecido marginal apicalmente a junção cemento esmalte. A recessão gengival pode ocorrer na face vestibular e lingual/palatal, e também na face interproximal, afetando grande parte da população adulta. A recessão gengival se apresenta como uma condição de etiologia multifatorial. Alguns fatores etiológicos envolvidos na recessão gengival e descritos na literatura são: doença periodontal, trauma de escovação, má posição dentária, deiscência óssea, iatrogenia de restaurações, tratamentos ortodônticos, dentre outros. Dentre os possíveis fatores etiológicos da recessão gengival, a posição anormal dos dentes na base óssea tem sido tema de discussões. A proclinação ou vestibularização excessiva dos incisivos inferiores pode ser um fator predisponente ao desenvolvimento de recessões gengivais. Este estudo tem como objetivo, após análise da revisão de literatura, observar se a movimentação ortodôntica pode desencadear a formação de recessão gengival. PALAVRAS-CHAVE: recessão gengival, incisivos, movimentação ortodôntica x 7 MICHELAZZO, S. Tratamento ortodôntico e recessão gengival. Monografia de Especialização (Especialização em Ortodontia) - FUNORTE / SOEBRÁS Núcleo Campinas, Campinas 2013. ABSTRACT Gingival recession has been defined by the American Academy of Periodontology as the location of marginal tissue apical cementum enamel junction. Gingival recession may occur in the buccal and lingual / palatal and interproximal face, affecting much of the adult population. Gingival recession presents itself as a condition of multifactorial etiology. Some etiologic factors involved in gingival recession and described in the literature are: periodontal disease, brushing trauma, dental malposition, bone dehiscence, iatrogenic restorations, orthodontic treatments, among others. Among the possible etiologic factors of gingival recession, the abnormal position of the teeth in the bone base has been a subject of discussion. The proclination or excessive flaring of the mandibular incisors may be a predisposing factor for the development of gingival recession. This study aims, after a review of the avaiable literature, to observe whether orthodontic movement can trigger the formation of gingival recession. KEY WORDS: gingival recession, incisors, orthodontic movement xi 8 LISTA DE ABREVIADURAS E SIGLAS JCE - junção cemento esmalte xii 9 1 INTRODUÇÃO A recessão gengival é caracterizada pelo deslocamento da margem gengival apical da junção cemento esmalte, ou JCE. Apresenta-se como uma condição de etiologia multifatorial,onde biofilme e sua consequente inflamação gengival, oclusão traumatogênica, trauma proveniente da escovação ou da inserção alterada do freio labial e características anatômicas locais relacionadas ao posicionamento dentário, espessura da gengiva marginal, altura da faixa de mucosa queratinizada e tecido ósseo subjacente, embora o fator predominante em determinada área seja impossível de ser identificado 27. A recessão gengival envolvendo a região vestibular dos incisivos inferiores tem sido alvo de discussões na literatura. Essa área apresenta uma das maiores ocorrências de recessão, pois é a área de menor faixa de gengiva queratinizada da cavidade bucal.27 A proclinação dos incisivos para a correção do posicionamento dentário ocorre quando força é aplicada no sentido vestibular , gerando alterações no ligamento periodontal, com reabsorção alveolar no lado de pressão e aposição no lado de tensão.25 A proclinação excessiva pode ser resultado de tratamentos compensatórios das maloclusões de Classe II de Angle ou de tratamento cirúrgico das maloclusões de Classe III de Angle. A hipótese da projeção vestibular excessiva dos incisivos desenvolverem recessão gengival está baseada no fato de a migração apical da margem gengival acompanhar a deiscência óssea , gerada pelo incorreto posicionamento dentário 25 , porém não existe na literatura um consenso sobre esta questão. A classificação periodontal mais conhecida, segundo Monnet-Corti & Borghetti5, é fundamentada na morfologia dos tecidos periodontais. Mayard & Wilson em 1980, descreveram os quatro tipo de periodonto: Tipo I: a dimensão do tecido queratinizado é normal e a espessura vestíbulo-lingual do processo alveolar também. A altura do tecido queratinizado, clinicamente é de aproximadamente 3 a 5 mm, revelando um periodonto espesso à palpação. Tipo II: as dimensões do tecido queratinizado são reduzidas e a espessura vestíbulo-lingual do processo alveolar é normal.Clinicamente, a gengiva vestibular mede menos de 2 mm. Na palpação do osso subjacente, parece ser de uma espessura razoável. Tipo III: o tecido queratinizado é 10 de dimensão normal e a espessura vestíbulo-lingual do processo alveolar é fina. Clinicamente, a altura do tecido queratinizado é normal, mas o osso é delgado e as raízes dentárias podem ser palpadas. Tipo IV: o tecido queratinizado é reduzido (menos de 2 mm) e a espessura vestíbulo-lingual do processo alveolar é fina. Existe nesta situação tecidual, forte tendência à recessão gengival na ausência do controle do biofilme e na presença de traumatismo local. O periodonto ideal, de tipo I, poderá tudo sofrer. O tipo II poderá conservar-se. O tipo III, poderá passar desapercebido pela avaliação do clínico, e o ortodontista deverá ter muita atenção aos movimentos de vestibuloversão. O tipo IV, deverá ter toda nossa atenção e o paciente deverá ser considerado como um indivíduo que corre o risco de ter problemas mucogengivais. De acordo com Monnet-Corti & Borghetti5 , anatomicamente, o periodonto apresenta variações morfológicas.Um periodonto sadio pode apresentar gengiva fina e cortical óssea estreita (ou mesmo deiscência). Esse tipo de periodonto oferece leve resistência à agressão mecânica ou bacteriana. É esse tipo morfológico de periodonto que é predisponente à recessão.Outros fatores exercem função desencadeante.Em 1985, Miller propôs uma classificação considerando também a recessão tecidual marginal associada à periodontite e, portanto, considerando todas as formas de recessões. Essa classificação tem objetivo terapêutico e se refere à classificação utilizada atualmente. A classificação de Miller, distingue quatro classes. Classe I : a recessão não atinge a linha mucogengival. Não há perda tecidual interdentária.Classe II: a recessão atinge ou ultrapassa a linha mucogengival. Não há perda tecidual interdentária. Classe III: a recessão atinge ou ultrapassa a linha mucogengival. Há perda de osso interdentário e o tecido gengival proximal é apical à junção amelocementária, permanecendo coronária à base da recessão. Ou então, há uma malposição. Classe IV: a recessão atinge ou ultrapassa a linha mucogengival. Os tecidos proximais estão situados no nível da base da recessão e essa implica mais de uma face do dente. Durante a movimentação dentária, as forças aplicadas inicialmente sobre cada elemento dentário são transmitidas às estruturas periodontais subjacentes, e, por conseguinte ao tecido mole (gengiva). Em condições de normalidade existe ação de dois processos diferentes na gengiva após a transmissão das forças ortodônticas. Primeiro, ocorre injúria no tecido conjuntivo manifestada por fibras colágenas lesionadas e rompidas. Em seguida, as células que produz colágeno e elastina são 11 ativadas enquanto a produção de colagenase é inibida, levando a aumento na elasticidade da gengiva, que está sendo comprimida em direção do movimento dentário. Um desequilíbrio destes processos pode influenciar na qualidade final do tratamento. Assim, torna-se necessário valorizar os conceitos de saúde e estética dentro do tratamento ortodôntico, objetivando a harmonia entre o posicionamento dentário e os tecidos mucogengivais. 6 AZENHA & MACLUF³, em 2009 relataram que antes de iniciar um tratamento ortodôntico, as estruturas periodontais de suporte e de proteção devem ser avaliadas, pois estão estruturas diretamente relacionadas ao movimento ortodôntico. Estas devem estar saudáveis para que possa ocorrer a remodelagem dos tecidos duros e moles durante a movimentação dos dentes. Quando os tecidos periodontais estão doentes, há disseminação da infecção ao longo do trajeto do movimento dental. A recessão tratamentos ortodônticos. gengival muitas É necessário entender vezes está relacionada a que o padrão periodontal e o tipo de movimento ortodôntico requerido determinam risco de recessão gengival do tratamento. Existem fatores predisponentes e desencadeantes das recessões do tecido marginal. Os fatores predisponentes incluem tábua óssea fina , deiscências e fenestrações, mau posicionamento dentário, interferência de bridas e freios, ausência de gengiva inserida e mobilidade dentária. Os fatores desencadeantes incluem inflamação, próteses mal adaptadas, lacerações, escovação traumática, hábitos e movimento ortodôntico para fora do processo alveolar. Os fatores de risco de recessão gengival associados à ortodontia quanto à sua gravidade são classificados em fatores de baixo risco quando o movimento dentário ocorre dentro do osso alveolar, presença de gengiva grossa e fibrosa e tendência a fechamento de espaço. Os fatores de alto risco compreende movimento dentário fora do processo alveolar, gengiva fina e expansão rápida da maxila. Os autores concluíram que, quanto maior o número de fatores de risco predisponentes e desencadeantes associados, maior risco de recessão gengival surgir no decorrer do tratamento. 12 2 PROPOSIÇÃO O objetivo do presente estudo foi avaliar, por meio de revisão de literatura, os fatores que levam o paciente a apresentar recessão gengival. 13 3 REVISÃO DE LITERATURA RAMALHO et al.20, em 1994/1995, estudaram a condição periodontal durante o movimento ortodôntico, com objetivo de realizar breve revisão sobre as possíveis alterações ocorridas no periodonto de proteção e de inserção, causadas por forças ortodônticas ou pela aparatologia empregada no tratamento. Os autores deram ênfase a aspectos como mobilidade, ocasionada pelo aumento de espaço do ligamento periodontal, alterações nas fibras colágenas presentes no feixe de fibras transeptais e em todo tecido conjuntivo, assim como variações no volume e na bioquímica do fluido gengival. Concluíram que a presença física e a funcionalidade dos aparelhos ortodônticos ocasionam várias alterações morfológicas nos tecidos. Essas modificações são reversíveis , quando as forças e aparatologia ortodôntica são empregadas de forma criteriosa , respeitando a capacidade adaptativa da unidade biológica que é o periodonto. HANDELMAN¹² em 1996, realizou estudo por meio de radiografias cefalométricas em 107 pacientes para determinar espessura do osso alveolar anterior e posterior ao ápice dos incisivos. Foi encontrado nos grupos Classe I, II e III de Angle, osso alveolar pouco espesso na vestibular e lingual dos incisivos inferiores. Através de casos clínicos, demonstrou que a movimentação do dente pode ser limitada em pacientes com osso alveolar pouco espesso, apresentando maior propensão às sequelas iatrogênicas como em caso de reposicionamento de incisivo inferior além do processo alveolar , onde o osso ao redor deste dente era fino. Optou-se pela extração de um incisivo para alinhamento do segmento anterior. No decorrer do tratamento observou-se saliência na parede lingual da sínfise e recessão gengival na lingual dos incisivos.O limite real da sínfise na linha média pode ser mais estreito que na imagem.Juntamente com a mecânica ortodôntica, a manutenção da saúde periodontal durante o tratamento e as limitações anatômicas da sínfise, podem minimizar sequelas advindas do tratamento ortodôntico.A Ortodontia visa alcançar uma oclusão ideal, estética e funcional, sem causar danos ao periodonto de proteção e sustentação. A movimentação dentária no sentido vestibulolingual pode ocasionar perda da crista óssea alveolar e da inserção gengival, dependendo da espessura do osso alveolar e de 14 fatores mecânicos, tais como a intensidade da força, a velocidade e o tipo do movimento dentário. MARTINS 16 et al, em 2002 avaliaram as condições periodontais na face lingual dos incisivos inferiores, em pacientes tratados ortodonticamente com extrações de pré-molares, e compararam às condições de pacientes tratados sem extrações, cinco anos após o término do tratamento ortodôntico corretivo. A amostra incluiu 50 jovens, tratados ortodonticamente no Departamento de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru. Os resultados apontaram que o grupo tratado ortodonticamente com extrações apresentou irrelevante grau de recessão gengival por lingual dos incisivos inferiores, do mesmo modo que ocorreu no grupo tratado sem extrações. A utilização de forças suaves ou intensas durante a movimentação dentária vestibulolingual apresenta grande diferencial na preservação da saúde periodontal. Forças muito intensas podem causar danos periodontais e formação de áreas de hialinização, o que irá resultar em anquilose ou reabsorção radicular. Pode-se esperar também que quanto menor a espessura da sínfise mandibular, e maior a quantidade de retração ântero-inferior necessária para corrigir a discrepância cefalométrica ou compensar uma má oclusão de Classe III, maiores as possibilidades de danos ao periodonto na região lingual dos incisivos inferiores. Concluíram que não houve diferenças entre os grupos tratados com e sem extração, no que disse respeito ao índice de sangramento e recessão gengival por lingual dos incisivos inferiores e desde que considere-se a magnitude da força, a largura da sínfise mandibular e a quantidade de retração ântero-inferior, a mecânica ortodôntica corretiva com extração de quatro prémolares não ocasionou iatrogenias ao periodonto dos incisivos inferiores. BORGHETTI et al 5 em 1992, através do glossário de Periodontia da Academia Americana de Periodontologia, definiu a recessão gengival como o deslocamento da gengiva marginal apicalmente à junção amelocementária.A etiologia da recessão é considerada multifatorial. O fator anatômico é preponderante e deve ser considerado como fator predisponente.Os outros fatores exercem função desencadeante. Fatores predisponentes (deiscência óssea, fenestração óssea, cortical óssea fina, ausência de tecido queratinizado, pequena espessura de tecido queratinizado, pequena altura de tecido queratinizado, má posição dentária, tração dos 15 freios e bridas, vestíbulo raso). Fatores desencadeantes (escovação traumatogênica, lesões cervicais não cariosas, inflamação, violação de espaço biológico, extração, movimento ortodôntico fora dos limites ósseos, traumatismo oclusal, cigarro, hábitos nocivos). O movimento dentário provocado não é um fator etiológico em si enquanto não desloca o dente para fora do limite do processo alveolar . Quando o dente é deslocado de forma intempestiva, aparece uma deiscência óssea, e a recessão se torna consequência do tratamento. A classificação periodontal mais conhecida, segundo os autores5, , foi escrita por Mayard & Wilson,1980, e fundamentada na morfologia dos tecidos periodontais que descreveram os quatro tipo de periodonto: Tipo I: a dimensão do tecido queratinizado é normal e a espessura vestíbulo-lingual do processo alveolar também. A altura do tecido queratinizado, clinicamente é de aproximadamente 3 a 5 mm, revelando um periodonto espesso à palpação. Tipo II: as dimensões do tecido queratinizado são reduzidas e a espessura vestíbulo-lingual do processo alveolar é normal.Clinicamente, a gengiva vestibular mede menos de 2 mm. Na palpação do osso subjacente, parece ser de uma espessura razoável. Tipo III: o tecido queratinizado é de dimensão normal e a espessura vestíbulo-lingual do processo alveolar é fina. Clinicamente, a altura do tecido queratinizado é normal, mas o osso é delgado e as raízes dentárias podem ser palpadas. Tipo IV: o tecido queratinizado é reduzido (menos de 2 mm) e a espessura vestíbulo-lingual do processo alveolar é fina. Existe nesta situação tecidual, forte tendência à recessão gengival na ausência do controle do biofilme e na presença de traumatismo local. O periodonto ideal, de tipo I, poderá tudo sofrer. O tipo II poderá conservar-se. O tipo III, poderá passar desapercebido pela avaliação do clínico, e o ortodontista deverá ter muita atenção aos movimentos de vestibuloversão. O tipo IV, deverá ter toda nossa atenção e o paciente deverá ser considerado como um indivíduo que corre risco de ter problemas mucogengivais. Anatomicamente, o periodonto apresenta variações morfológicas.Um periodonto sadio pode apresentar gengiva fina e cortical óssea estreita (ou mesmo uma deiscência). Esse tipo de periodonto oferece leve resistência à agressão mecânica ou bacteriana. É esse tipo morfológico de periodonto que é predisponente à recessão.Outros fatores exercem função desencadeante. MILLER (1985) apud BORGUETTI et al propôs uma classificação considerando também a recessão tecidual marginal associada à periodontite e, portanto, considerando todas as formas de recessões. Essa classificação tem um 16 objetivo terapêutico e se refere à classificação utilizada atualmente. A classificação de Miller, distingue quatro classes. Classe I : a recessão não atinge a linha mucogengival. Não há perda tecidual interdentária.Classe II : a recessão atinge ou ultrapassa a linha mucogengival. Não há perda tecidual interdentária. Classe III: a recessão atinge ou ultrapassa a linha mucogengival. Há perda de osso interdentário e o tecido gengival proximal é apical à junção amelocementária, permanecendo coronária à base da recessão. Ou então, há uma má posição. Classe IV: a recessão atinge ou ultrapassa a linha mucogengival. Os tecidos proximais estão situados no nível da base da recessão e essa implica mais de uma face do dente. MENEZES et al.18, em 2003, relataram que o sucesso do tratamento ortodôntico em adultos com periodonto reduzido depende, em grande parte, da saúde e integridade dos tecidos periodontais circunjacentes. Assim, a cooperação interdisciplinar de diferentes especialidades odontológicas é considerada primordial para a obtenção de resultados com excelência clínica. Algumas áreas podem necessitar de tratamento cirúrgico periodontal antes de iniciar o tratamento ortodôntico. Um exemplo disso são as áreas com quantidade reduzida de gengiva inserida, as quais devem ser analisadas antes da colocação do aparelho ortodôntico, evitando assim que aumente a recessão gengival durante a mecanoterapia. Sabe-se que o movimento ortodôntico por si só não causa recessão gengival. Entretanto, o movimento vestibular dos dentes pode resultar em deiscência óssea, favorecendo a diminuição da espessura e largura do tecido gengival, criando um ambiente em que o biofilme e/ou trauma de escovação possam causar recessão gengival. Por outro lado, se o tecido gengival permanecer com espessura adequada , essa alteração mucogengival raramente se estabelece. Atualmente existem duas filosofias de tratamento na prevenção e manuseio das recessões gengivais presentes em casos ortodônticos. A escola escandinava, com uma abordagem mais conservadora, alega que se houver um controle rigoroso e adequado do biofilme bacteriano, fornecido por um programa profilático, associado à ausência de trauma durante a escovação, a quantidade de gengiva queratinizada não é necessariamente um fator importante na prevenção da recessão gengival. Já a escola americana, apresenta uma terapia mais radical para este problema,com abordagem preponderantemente cirúrgica. Dentes com deiscências subjacentes e dentes que serão projetados ortodonticamente são mais propensos a ter recessão e perda de inserção . 17 Dentes com raízes proeminentes também têm maior incidência de recessão devido a fatores mecânicos , como por exemplo, escovação traumática. Dentes com giroversões são mais suscetíveis a sofrerem recessão gengival, por isso é importante o controle da mecânica ortodôntica, bem como do biofilme bacteriano. Os aspectos mecânicos da terapia ortodôntica devem ser analisados, os sistemas de forças ideais devem ser individualizados para cada paciente de forma que a magnitude das forças utilizadas sejam compatíveis com a estrutura periodontal apresentada pelo paciente. ALLAIS & MELSEN¹ em 2003, avaliaram a associação entre a extensão do movimento labial do incisivos inferiores e da prevalência e gravidade da recessão gengival em adultos tratados ortodonticamente. Um estudo caso-controle retrospectivo em 300 pacientes adultos foi realizado. Cento e cinquenta casais pareados por idade e sexo foram selecionados por meio de amostragem aleatória simples. Marcações de recessão gengival foram feitas usando moldes, bem como fotos intra-orais. Deslocamento dental foi avaliado e mensurado em moldes comparando as medidas antes e após o tratamento. Embora a diferença de prevalência de indivíduos com recessão gengival entre os casos - controle foi estatisticamente significativa, não houve diferença significativa no valor médio de recessão . O valor médio da amplitude da recessão dos quatro incisivos inferiores ascendeu a 0,36 mm, para os indivíduos tratados e 0,22 mm para os caso- controle. Esta diferença média de 0,14 mm não foi clinicamente relevante. Diante da alternativa entre extração e movimento vestibular dos incisivos inferiores, o presente estudo indica que o último é uma alternativa não levando a nenhuma deterioração clinicamente relevante do periodonto. Vestibularização controlada sob a manutenção de boa higiene oral, pode ser realizada na maioria dos pacientes, sem risco para o periodonto. Deve, contudo, chamar a atenção pois novas recessões foram desenvolvidas em 10 % dos dentes investigados, mas melhorou em 5 %. Em 85% não houve alteração. VANZIN et al.25, em 2003 revisaram a literatura e ilustraram por meio de dois casos clínicos, a associação entre a recessão gengival e o posicionamento dos incisivos inferiores. Após análise da revisão da literatura, pode-se observar que a proclinação excessiva dos incisivos inferiores, durante o tratamento ortodôntico, em pacientes 18 jovens, não provocou recessão gengival, enquanto que nos pacientes adultos há um aumento do risco da recessão gengival.A proclinação causada por trauma oclusal geralmente está associada à recessão gengival, sendo que quando o posicionamento dentário é corrigido, pode haver uma melhora nas condições periodontais. AMARAL et al.², em 2004, definiram que o limite da quantidade do movimento dentário sobre o osso alveolar anterior quando o mesmo se apresenta com base óssea diminuída , deve ser motivo de precauções durante o diagnóstico , planejamento , prognóstico e estabilidade.As dimensões do processo alveolar anterior , impõem limites ao tratamento ortodôntico que, uma vez desafiadas, podem incorrer em sequelas iatrogênicas.Reconhecer antecipadamente os limites biológicos do movimento dentário em seu sítio ósseo , no tratamento, reduzirá consideravelmente diagnóstico e planejamento do os insucessos e lesões provocadas inadvertidamente.Deve-se considerar a quantidade de movimento dentário suficiente para uma efetiva correção da maloclusão , com o mínimo prejuízo biológico possível.Devido à importância de se estabelecer o equilíbrio dos tecidos do complexo dento-alveolar torna-se essencial posicionar os incisivos adequadamente nas suas bases ósseas, determinando a estabilidade futura e a estética almejada. MELSEN & ALLAIS 17 em 2005, avaliaram as mudanças na prevalência e gravidade da recessão gengival dos incisivos inferiores durante o tratamento ortodôntico de adultos nos quais os incisivos havia sido movimentados para vestibular e identificar parâmetros que poderiam predizer recessão. A amostra foi composta de 150 pacientes adultos (com 33,7 +/- 9,5 anos) sem extração tratados com aparelhos fixos. O pré-tratamento do overjet, sobremordida, grau de apinhamento, presença de rotação dos dentes, relação de caninos, posição do incisivo inferior e linhas mandibulares foram registradas em modelos de estudo e telerradiografia lateral. Recessão gengival pré-tratamento, largura de gengiva queratinizada, biotipo gengival, inflamação gengival, acúmulo de placa visível foram registrados, como também a recessão pós-tratamento gengival.Movimento labial foi determinado medindo os moldes pré-tratamento e pós-tratamento.Não houve aumento significativo na recessão gengival durante o tratamento. A prevalência de recessão gengival maior do que 0,1 19 milímetros aumentou de 21% antes do tratamento, para 35% após tratamento . Apenas 2,8% dos pacientes desenvolveram recessão maior do que 2 mm, e 5% de recessão pré-existente melhorou. A presença da base da recessão, biotipo gengival,e inflamação gengival foram identificados como possíveis preditores de recessão gengival. Nenhuma das variáveis ortodônticas foi significativamente associada com a recessão. Concluiu-se que a recessão gengival de incisivos inferiores não aumentou significativamente durante o tratamento ortodôntico. Após o tratamento, menos de 10% dos pacientes apresentaram recessão gengival superior a 2 mm, e fazendo um follw up , 5% da recessão gengival pré-existente tinha melhorado. Biotipo gengival fino, placa bacteriana, e inflamação gengival são preditores comuns da recessão gengival. Tratamento ortodôntico compreendendo protrusão dos incisivos, feito sob controle mecânico de biofilme e avaliação das condições periodontais do paciente, gera um risco pequeno aos tecidos periodontais . CHAMBRONE & GONDENBERG6 em 2006, relataram que durante movimentação dentária, as forças aplicadas inicialmente sobre cada elemento dentário são transmitidas às estruturas periodontais subjacentes e, por conseguinte aos tecidos moles, ou seja, gengiva, acarretando modificações macro e microscópicas à sua estrutura. Em condições de normalidade existe a ação de dois processos diferentes na gengiva após a transmissão das forças ortodônticas . Primeiramente há injúria do tecido conjuntivo manifestada por fibras colágenas lesionadas e rompidas. Em seguida, as células que produzem colágeno e elastina são ativadas enquanto a produção de colagenase é inibida, levando a aumento na elasticidade da gengiva, que está sendo comprimida em direção ao movimento dentário. Um desequilíbrio destes processos pode influenciar na qualidade final do tratamento. Desta forma, torna-se necessário e evidente valorizar os conceitos de saúde e estética dentro do tratamento ortodôntico, objetivando a harmonia entre o posicionamento dentário e tecidos mucogegivais. Movimentações dentárias realizadas tanto no sentido vestibular quanto lingual devem vir acompanhados de exames cuidadosos das dimensões dos tecidos gengivais ao redor dos dentes. Dentes verticalizados tendem a apresentar faixas mais largas de gengiva inserida e queratinizada, quando comparados a dentes protruídos. A movimentação dos incisivos inferiores sobre uma faixa de gengiva queratinizada mínima ou inadequada (0-2mm) pode afetar significativamente a qualidade final da 20 saúde gengival na região, possibilitando aumento do percentual de desenvolvimento de dentes com retração gengival. YARED et al.27,em 2006, avaliaram a condição periodontal de incisivos centrais inferiores que foram vestibularizados durante o tratamento ortodôntico. A amostra foi composta por 34 adultos que completaram o tratamento por períodos de 7 meses a 3 anos e 11 meses. A vestibularização e movimento vertical destes dentes foram analisados por 6 medições a partir de telerradiografias laterais tomadas antes e após o tratamento. A espessura e altura da sínfise foram gravadas a partir de radiografias pré-tratamento e radiografias cefalométricas laterais. Os seguintes parâmetros clínicos periodontais foram avaliados: placa e índice de sangramento gengival, profundidade de bolsa à sondagem, níveis de inserção clínica e recessão de dentes selecionados e dos incisivos centrais inferiores. A altura do tecido queratinizado e a espessura da gengiva marginal vestibular desses incisivos também foram mensurados A análise estatística não mostrou correlação entre a recessão e índice de placa e sangramento gengival, profundidade de bolsa à sondagem, e quantidade total de movimento vestibular. Recessão foi negativamente correlacionada com altura da gengiva queratinizada e espessura da margem gengival vestibular dos incisivos centrais inferiores. Concluiu-se que a inclinação final (> 95 °) e espessura da margem gengival livre mostrou recessão maior e mais grave nos incisivos centrais inferiores. No entanto, quando se compara a espessura com a inclinação final, a espessura teve maior relevância para a recessão gengival. YARED et al.28 ,em 2006 realizaram revisão de literatura sobre fatores relacionados na etiologia da recessão periodontal, além do processo inflamatório induzido pelo biofilme bacteriano, os quais incluiam fatores externos e anatômicos locais contribuindo durante o diagnóstico, planejamento e tratamento ortodôntico propriamente dito. Uma faixa mínima de mucosa ceratinizada pode ser observada quando um dente irrompe em vestíbulo-versão ou é forçado para posição vestibular pela língua, por falta de espaço (apinhamento) ou outro mecanismo. Entretanto, mesmo alguns incisivos bem posicionados no alvéolo podem exibir faixa de mucosa ceratinizada insuficiente nas superfícies vestibular e lingual. A explicação está no fato 21 das larguras vestíbulo-linguais do tecido ceratinizado e do processo alveolar serem muito finos para acomodar o dente. Na presença de dimensões mucogengivais inadequadas, a recessão poderia ocorrer em resposta ao tratamento ortodôntico. As deiscências e fenestrações ósseas constituem um pré-requisito para o desenvolvimento da recessão periodontal. Tais deficiências ósseas podem ser classificadas como de desenvolvimento (anatômicas) e adquiridas (fisiológicas ou patológicas). As anatômicas são as deiscências que podem ser formadas quando a direção da erupção dentária leva a raiz à posição mais vestibular ou lingual aos dentes adjacentes. Desta forma, a porção cervical se projeta além da crista óssea. Também podem ser formadas quando a espessura vestíbulo-lingual é igual ou maior à dimensão vestíbulo-lingual do alvéolo. A recessão periodontal apresenta etiologia multifatorial, com combinação de variáveis externas e anatômicas locais. Entre as variáveis externas, destacam-se, biofilme bacteriano dentário, trauma proveniente da escovação e inserção alterada do freio labial. As características anatômicas que podem estar associadas ao posicionamento dentário, são constituídas pelas dimensões ósseas e mucogengivais locais, sendo a espessura da gengiva marginal de extrema importância. Existem controvérsias entre os autores em relação à oclusão traumatogênica e altura da faixa de mucosa ceratinizada. Foi demonstrado que a saúde periodontal pode ser mantida, evitando-se a progressão da recessão nos casos com faixa mínima ou ausência de gengiva inserida, apenas por meio do controle da placa e do trauma de escovação. Diante das divergências encontradas, YARED et al.29,em 2006 propuseram analisar criticamente os resultados apresentados na literatura sobre a relação entre projeção ortodôntica e recessão periodontal vestibular em incisivos inferiores.O número de estudos sobre este tema, principalmente envolvendo adultos, é relativamente pequeno, e os resultados são conflitantes, possivelmente devido as diferenças metodológicas. Considerando-se que recessão periodontal representa condição multifatorial, em que ocorre associação entre variáveis externas e características anatômicas locais, os fatores de maior relevância detectados neste tema foi inclinação final associada à espessura da gengiva marginal dos incisivos inferiores. Existem controvérsias na literatura sobre a relação entre projeção ortodôntica de incisivos inferiores e o desenvolvimento da recessão periodontal. No entanto, os estudos apresentaram diferenças metodológicas significativas, como: heterogeneidade nas faixas etárias das casuísticas, variedade da quantidade de projeção obtida e 22 tratamentos ortodônticos incluídos; ausência de referências em relação a inclinação final dos incisivos inferiores;diferenças no período de avaliação pós-tratamento ortodôntico e na forma de avaliar as variáveis periodontais. CLOSS et al.8,em 2007,realizaram estudo retrospectivo no intuito de associar a quantidade de gengiva ceratinizada existente em adolescentes pré-tratamento ortodôntico e o desenvolvimento de recessões gengivais pós-tratamento ortodôntico. A amostra consistiu de fotografias intra-orais e modelos de estudo de 209 pacientes leucodermas com idades médias de 11,20 ± 1,83 anos nos exames iniciais e 14,7 ± 1,8 anos nos exames finais. Os pacientes eram Classe I ou II de Angle e foram submetidos a tratamento ortodôntico sem extrações. As recessões gengivais foram avaliadas por inspeção visual dos incisivos e caninos inferiores nas fotografias e nos modelos de estudo iniciais e finais dos pacientes. As alterações da margem gengival póstratamento foram medidas com paquímetro digital e subdivididas em inalterada, migração coronal da margem gengival, ou migração apical da margem gengival. A quantidade de gengiva ceratinizada foi medida da linha mucogengival à margem gengival nas fotografias pré-tratamento ortodôntico. Tanto os dentes que desenvolveram recessões gengivais como aqueles que não tiveram a posição da margem gengival alterada não diferiram entre si quanto à quantidade de gengiva ceratinizada inicial (3,00 ± 0,61 e 3,5 ± 0,86 mm, respectivamente). Contraditoriamente, dentes que apresentaram migração coronal da gengiva tinham quantidade menor de gengiva ceratinizada inicial (2,26 ± 0,31 mm). A quantidade média de gengiva ceratinizada inicial não predispôs a recessões gengivais de incisivos e caninos inferiores. LEVIN et al.13,em 2008, avaliaram a associação de tratamento ortodôntico com aparelhos fixos com saúde gengival. O estudo incluiu 92 pacientes que chegou para exame odontológico de rotina na clínica odontológica militar entre maio e agosto de 2007. Placa e índices gengivais, recessão gengival, profundidade de sondagem e sangramento à sondagem foram medidos nos sextantes anteriores. Quando um retentor fixo estava presente, foi medida a distância entre o retentor e incisal e à junção cemento-esmalte. Tratamento ortodôntico passado e tabagismo foram referidos. A 23 média de profundidade de sondagem foi de 1,90 - 0,2 mm, e recessão gengival foi,0602 mm; 20,8% de todos os sítios apresentou sangramento à sondagem. Tabagismo foi relatado por 20 pacientes (21,7%). Recessão gengival vestibular foi significativamente maior e nos casos tratados (0,13 - 0,2 mm) comparado com pacientes não tratados (0,05 - 0,2 mm, com P = 0,03). Recessão gengival lingual foi significativamente maior nos dentes com retentores fixos (0,09-0,2 mm) em comparação com os dentes sem retentores fixos (0,01 - 0,1 mm), assim como a placa e os índices gengival de sangramento à sondagem. Placa bacteriana na região lingual / palatal mostrou correlação positiva fraca com a recessão gengival lingual.Concluiu-se que o tratamento ortodôntico com retentores fixos foi associado a aumento da incidência de recessão gengival, aumento da retenção da placa, e aumento de sangramento à sondagem; no entanto, a magnitude da diferença da recessão foi de baixa importância clínica. SLUTZKEY et al. 21 , em 2008, avaliaram a recessão gengival em pacientes jovens. Os autores relataram que a recessão gengival pode ser localizada ou generalizada e associada a pelo menos uma superfície do dente.Como resultado, a recessão gengival leva a exposição da superfície radicular, causando prejuízo estético,perda do dente, aumento da suscetibilidade a cárie radicular, e da hipersensibilidade dentinária. A prevalência, extensão, severidade da recessão gengival em uma população adulta jovem israelense foram avaliados, e a relação entre terapia ortodôntica e outros indicadores potenciais de risco e recessão gengival também foi avaliada. O estudo incluiu 303 pacientes que rotineiramente visitava o centro odontológico militar. As informações foram coletadas em relação à idade, hábito de fumar, piercing oral, hábitos de higiene oral, e tratamento ortodôntico realizado anteriomente. O exame clínico incluiu observar presença de inflamação gengival visível, placa dentária visível, e recessão gengival na face vestibular de todos os dentes. A recessão gengival foi encontrada em 14,6% da amostra e em 1,6% de todos os dentes examinados. A prevalência, extensão e gravidade da recessão foram correlacionados com métodos de tratamento ortodôntico realizado (27.4%). Uma correlação negativa foi encontrada entre presença de placa bacterianos, dentes e recessão gengival. Não houve correlação entre hábito de fumar ou gengivite e recessão gengival. O predomínio da recessão gengival estava relacionada com piercing oral. 24 Concluiu-se que a recessão gengival não é incomum em adultos jovens e está relacionado ao tratamento ortodôntico e piercing oral. TANAKA et al 22 ,em 2008, avaliaram a recessão e o enxerto gengival e o tratamento ortodôntico.Dentre as possíveis etiologias para a recessão gengival estão a presença de defeitos anatômicos do osso alveolar, deiscências e fenestrações, e espessura gengival que criam condições favoráveis para o desenvolvimento das recessões gengivais em pacientes com indicações para o tratamento ortodôntico. Procedimentos pré-ortodônticos de recobrimento gengival podem ser indicados em áreas de pouca espessura gengival e em regiões com deiscências ou fenestrações. Movimentos ortodônticos que recolocam o dente lingualmente e no interior do alvéolo podem aumentar a quantidade de gengiva ou realizar o enxerto antes da movimentação ortodôntica. A movimentação ortodôntica não é fator determinante ou primário para resultar em recessão gengival, porém, quando associada a uma gengiva delgada, tábua óssea fina, deiscência, fenestração óssea, direção de movimentação ortodôntica, presença de inflamação ou trauma de escovação, cria-se ambiente favorável para o desenvolvimento da recessão gengival. AZENHA & MACLUF 3, em 2009 relataram que a recessão gengival muitas vezes está relacionada a tratamentos ortodônticos. É necessário entender que o padrão periodontal e o tipo de movimento ortodôntico requerido determinam o risco de recessão gengival do tratamento. Quanto mais fatores de predisponentes (tábua óssea fina, deiscências e fenestrações, mal posicionamento dentário, interferência de bridas e freios, ausência de gengiva inserida, mobilidade dentária) associados a fatores desencadeantes (inflamação, próteses mal adaptadas, lacerações, escovação traumática, hábitos, movimento ortodôntico para fora do processo alveolar), maior o risco de se desenvolver recessão gengival durante o tratamento . CLOSS et al.9 ,em 2009 investigaram se as alterações na posição vestibulolingual dos incisivos inferiores em adolescentes poderiam predispor ao desenvolvimento de recessões gengivais. Foram utilizados 189 adolescentes leucodermas (107 meninos e 81 meninas) pré e pós-tratamento ortodôntico . Os 25 pacientes apresentavam idade média de 11,2 ± 1,9 anos nos exames iniciais e 14,7 ± 1,8 anos nos exames finais. A presença de recessão gengival foi avaliada em modelos de estudo e em fotografias. A inclinação dos incisivos inferiores, em relação ao plano mandibular (IMPA) foi medida nos cefalogramas laterais pré e pós-tratamento e os casos foram divididos em proclinados, retroinclinados e inalterados.Não foi observada associação significativa entre a alteração da inclinação dentária e presença de recessões gengivais. Observaram que 107 pacientes (56,6%) apresentaram os incisivos proclinados; 64 pacientes (33,9%) com incisivos retroinclinados; e 18 pacientes (9,5%) não apresentaram alteração na inclinação. Nos casos em que novas recessões gengivais ocorreram, 64,9% foram vestibularizados, 26,3% foram lingualizados e 8,8% não apresentaram alteração na inclinação. No grupo de pacientes que apresentou migração coronal da margem gengival, 60% foram movimentados para lingual, 30% foram vestibularizados e 10% não alteraram de posição. Concluíram que apesar da porcentagem de casos que foram vestibularizados apresentar um maior número de novas recessões, esse não foi estatisticamente significativo. VASSALI et al.26,em 2010, realizaram revisão sistemática sobre o efeito das mudanças na inclinação do incisivo devido ao tratamento ortodôntico e ocorrência de recessão gengival. Foi pesquisado artigos junto a PubMed, EMBASE Excerpta Medica e central da Biblioteca Cochrane. De 1925 artigos identificados, 17 artigos foram incluídos: seis estudos experimentais em animais e 11 clínicos em seres humanos. Dentes mais vestibularizados foram comparados com dentes menos vestibularizados. Dentes não tratados na maioria dos estudos, teve maior ocorrência ou gravidade de gengival recessão. Resultados contraditórios foram encontrados a respeito de possível correlação estatisticamente significativa entre a extensão da recessão gengival e quantidade de vestibularização do incisivo durante o tratamento, faixa de gengiva inserida, higiene, condição periodontal ou espessura da sínfise. Movimento dos incisivos fora da base óssea do processo alveolar pode estar associada a maior tendência para o desenvolvimento de recessões gengivais. A quantidade de recessão encontrados em estudos com diferenças estatisticamente significativas entre os incisivos vestibularizados e não vestibularizados é pequena e a consequência clínica questionável. Devido ao baixo nível de evidência dos estudos incluídos, os resultados deveriam ser considerados com cautela.Outros estudos clínicos 26 randomizados, incluindo exame clínico de higiene bucal e condição gengival, antes, durante e depois do tratamento seriam necessários para esclarecer o efeito das alterações ortodônticas na inclinação dos incisivos inferiores e ocorrência da recessão gengival. TANAKA et al.23 ,em 2010, relataram o acompanhamento de cinco anos de caso envolvendo tratamento de de tecido conjuntivo antes do movimento recessão gengival com enxerto ortodôntico. A recessão gengival tem prevalência que varia de 3 a 100% dependendo da população estudada e do método de análise. Além disso, a frequência de recessão parece estar positivamente correlacionadas com a idade. Os movimentos ortodônticos não necessariamente são fatores etiológicos para a recessão gengival, desde que ele não mova o dente para fora do seu processo alveolar. Quando o dente é movimentado sem controle biomecânico adequado, deiscência óssea pode ser desenvolvida, e a recessão pode ocorrer como uma consequência do tratamento ortodôntico.O paciente do gênero feminino 19,6 anos foi encaminhado para tratamento ortodôntico devido ao apinhamento dental ânteroinferior com o incisivo lateral direito em linguoversão e 4,0 mm de recessão gengival vestibular. A arquitetura normal gengival foi restabelecida com um enxerto de tecido conjuntivo subepitelial usado para cobrir o defeito de 4,0 mm, após tratamento ortodôntico para reposicionamento do incisivo a fim de conseguir seu alinhamento oclusal correto no tratamento ortodôntico. Após cinco anos do tratamento realizado,o paciente apresentou alinhamento normal dos dentes e arquitetura gengival normal generalizada . No entanto, 2,0 mm de recessão gengival foi observado no local do enxerto realizado . Este caso demonstrou que a correção cirúrgica periodontal de recessão gengival vestibular com enxerto subepitelial pode ser realizada antes de iniciar o tratamento ortodôntico.. Concluiu-se que a interdisciplinaridade da associação entre Ortodontia e Periodontia contribui para o bom prognóstico e aquisição ou manutenção da saúde do tecido periodontal, função mastigatória, estética e satisfação do paciente. O enxerto de tecido conjuntivo subepitelial colocado antes da movimentação ortodôntica apresentou resultado satisfatório cinco anos depois da conclusão do tratamento ortodôntico. Afirmaram que pacientes que apresentam recessão gengival durante o tratamento ortodôntico também são susceptíveis para desenvolver recessão gengival. A recidiva da recessão 27 gengival é mais propensa em pacientes que não mantém adequada higiene oral e remoção da placa dental. LINDHE et al.14,em 2010 relataram que a recessão gengival com exposição de cemento nas superfícies vestibulares dos dentes pode ocorrer em dentes isoladamente ou em vários deles. No entanto, segundo os autores,é difícil encontrar uma única causa/mecanismo no desenvolvimento da recessão gengival vestibular. Dois tipos básicos de recessão podem ocorrer: um relacionado à doença periodontal ou a fatores associados com essa doença e o outro relacionado a fatores mecânicos. Tem sido postulado que as deiscências radiculares podem estabelecer um ambiente em que, por uma razão ou outra, pode haver predisposição à recessão gengival. Alterações na dimensão mucogengival podem ocorrer durante o tratamento ortodôntico. Ao contrário do que se acreditava no passado, essas mudanças são independentes da extensão apicoronal da gengiva inserida e queratinizada. Não foi encontrada relação entre a extensão inicial de gengiva queratinizada e tendência ao desenvolvimento de recessão gengival durante movimentação ortodôntica em macacos. Em vez disso, é a espessura bucolingual (volume) que pode ser o fator determinante para desenvolvimento de recessão gengival e perda de inserção em sítios com gengivite durante tratamento ortodôntico. Um dente que é vestibularizado posicionado no processo alveolar pode mostrar deiscência óssea alveolar com fina cobertura de tecido mole. Quando um dente é movimentado para lingual durante tratamento ortodôntico, as dimensões gengivais no aspecto vestibular irão sofrer um aumento em sua espessura. Nos casos que encontramos gengiva fina resultante da posição proeminente dos dentes , não há necessidade de procedimentos que visem ao aumento da faixa de gengiva em estágio pré-ortodôntico. Os procedimentos cirúrgicos mucogengivais só devem ser realizados após a terapia ortodôntica, mesmo em casos de recessão gengival vestibular, pois o tratamento pode melhorar o posicionamento dentário. A movimentação ortodôntica de dentes para uma posição diferente daquela geneticamente determinada no interior do processo alveolar representa fator de risco para o desenvolvimento de problemas mucogengivais , particularmente em áreas de tecido ósseo e gengival fino. A vestibularização ortodôntica dos dentes por si só, não causa recessão do tecido mole. Entretanto, a gengiva fina resultante dessa movimentação pode servir como área de menor resistência ao desenvolvimento de 28 defeitos de tecido mole na presença de placa bacteriana e/ou trauma mecânico causado por técnicas de escovação dentária impróprias, ou ainda pela correção ortodôntica da rotação dos incisivos. Se a expansão vestibular ainda realizada em associação com a terapia ortodôntica , a espessura dos tecidos moles e duros deve ser avaliada. NAHÁS et al.19,em 2010, analisaram condutas a serem tomadas na prevenção e controle das alterações periodontais. Os autores definiram a recessão gengival em: recessão gengival verdadeira onde a gengiva marginal encontra-se apicalmente à sua posição normal na junção cemento-esmalte, e pseudo recessão gengival, mais comumente vista em crianças com o posicionamento da gengiva marginal mais apical em relação aos dentes vizinhos. As evidências mostram que os incisivos centrais inferiores são especialmente susceptíveis a desenvolverem esta alteração periodontal pelo fato que o osso vestibular o qual recobre a raiz destes dentes apresenta-se fino. Tanto os pacientes jovens quanto adultos apresentam recessão gengival pela não remoção correta do biofilme e manutenção da saúde periodontal durante a mecânica ortodôntica. A incidência é maior nos pacientes adolescentes pela falta de conscientização. A causa da recessão gengival é multifatorial e pode-se dividir em dois grupos etilógicos : placa - induzida (doença inflamatória periodontal) e o não placa-induzida, envelhecimento, desenvolvimento de anormalidades anatômicas, alinhamento dentário deficiente, oclusão traumática e os traumas mecânicos- escovação e especialmente a movimentação ortodôntica. Os dentes mal posicionados (rotacionados,inclinados para vestibular ou lingual) tendem a ter uma cortical alveolar mais fina e um suave sulco gengival em direção ao seu deslocamento. Relataram que o movimento dentário ortodôntico por si só não causa recessão gengival. Entretanto o movimento ortodôntico vestibular dos dentes pode resultar em deiscência óssea favorecendo a diminuição tanto em espessura como da largura do tecido gengival , criando um ambiente em que a placa bacteriana e/ou trauma pela escovação possam causar recessão gengival.Por outro lado, se o tecido gengival permanecer espesso , esta alteração mucogengival raramente se estabelece. As forças ortodônticas produzindo movimento de corpo e de inclinação dos dentes fora do alvéolo , dentro das circunstâncias citadas, resultam em recessão gengival. Concluíram que a avaliação clínica da condição periodontal do paciente a ser submetido ao tratamento ortodôntico deve ser realizada por íntima colaboração entre o ortodontista e o periodontista, estabelecendo efetivo programa de manutenção 29 periodontal e assegurar danos mínimos aos tecidos durante a terapia ortodôntica.O resultado com sucesso do tratamento ortodôntico a longo ou a curto prazo será influenciado pela condição periodontal do paciente antes, durante e após o período ativo. Portanto, o controle da placa bacteriana e a ausência de inflamações gengivais, bem como as cirurgias de aumento de tecido gengival regem primariamente o prognóstico completo dos casos ortodonticamente tratado. GOLÇALVES et al11,em 2010 verificaram que a literatura apresenta vários fatores relacionados à etiologia da recessão gengival, como inflamação gengival , dentes mal alinhados , escovação traumática, tensão muscular, trauma oclusal, como também a movimentação ortodôntica. Por meio deste estudo, observou-se a presença de recessão gengival nos 4 caninos de 70 indivíduos que fizeram uso de aparelho ortodôntico fixo. O tempo de uso do aparelho ortodôntico teve média de 3,8 ± 1,9 anos e média de término do tratamento de 4,9 ± 3 anos. Observou-se que os pacientes avaliados apresentaram média de recessão gengival de 0,3 ± 0,4 mm no dente 13; 0,2 ± 0,4 mm no dente 23; 0,6 ± 0,7 mm no dente 33 e 0,3 ± 0,5 mm no dente 43 .Em relação à presença de gengiva inserida observou-se média de 4,2 ± 1,5 mm no dente 13; 4,0 ± 1,3 mm no dente 23; 2,8 ± 1,3 mm no dente 33 e 3,0 ± 1,3 mm no dente 43. A presença de recessão no dente 33 foi estatisticamente significante em relação aos demais elementos dentários. Diante dos resultados obtidos, esse estudo permitiu concluir que a presença de recessão gengival localizada é significante, bem como a diferença entre a quantidade de gengiva inserida de caninos superiores e inferiores, em indivíduos que fizeram uso de aparelho ortodôntico fixo, não havendo correlação entre recessão gengival e quantidade de gengiva inserida. MAIA et al.15,em 2011 revisaram a literatura com o objetivo de esclarecer questionamentos constantes com relação às alterações periodontais após colocação de aparelho ortodôntico. A literatura mostra que a colocação de aparelhos ortodônticos leva a inflamação gengival e influencia a composição da microbiota subgengival. Porém, essas condições são reversíveis em pacientes com bom padrão de higiene bucal. O aumento gengival inflamatório, em estágios iniciais, pode ser revertido através de tratamento periodontal básico, enquanto que uma situação clínica mais 30 avançada requer intervenção cirúrgica, procedimento que apresenta resultados previsíveis e estáveis. Se um dente apresentar gengiva espessa associada a posição proeminente não há necessidade de procedimentos que visem o aumento da faixa de gengiva em estágio pré-ortodôntico. No entanto, se a quantidade de gengiva insuficiente estiver associada a um dente que será vestibularizado deve ser avaliada a necessidade de intervenção cirúrgica antes do tratamento ortodôntico. A colocação de aparelhos ortodônticos em pacientes com periodonto saudável leva ao aumento no acúmulo de biofilme e inflamação gengival e influencia a composição da microbiota subgengival indiretamente em curto período de tempo após o início do tratamento ortodôntico, porém, essas condições são reversíveis em pacientes com bom padrão de higiene bucal.Em estágios iniciais, o aumento gengival associado ao tratamento ortodôntico pode ser revertido através do tratamento periodontal básico. Uma situação clínica mais avançada requer intervenção cirúrgica, procedimento que apresenta resultados previsíveis e estáveis, desde que boa higiene bucal seja mantida e programa de manutenção adequado seja instituído.Na presença de retrações gengivais, se o dente apresentar tecido gengival espesso associado à posição proeminente não há necessidade de procedimentos que visem o aumento da faixa de gengiva queratinizada em estágio pré-ortodôntico. No entanto, se a quantidade de gengiva insuficiente estiver associada a um dente que será vestibularizado a necessidade de intervenção cirúrgica antes do tratamento ortodôntico deve ser avaliada. CHATURVERDI et al. 7,em 2011 verificaram que periodonto saudável é prérequisito para qualquer intervenção ortodôntica ser executada. No entanto, a aplicação de forças ortodônticas sem planejamento pode resultar em danos e alterações nos tecidos mucogengivais. Relataram um caso de recessão gengival classificação III que se desenvolveu no incisivo central inferior direito após a terapia ortodôntica. A avaliação da espessura gengival, do nível osso alveolar e a presença de inflamação nos tecidos gengivais é essencial para evitar o desenvolvimento de defeitos nos tecidos moles. Os objetivos do tratamento ortodôntico são estabelecer uma boa oclusão, melhorar a saúde e o funcionamento do periodonto, e melhorar a estética dental e facial. A Ortodontia envolve combinação de tensões sobre o tecidos periodontais. Clinicamente, existem forças que são biologicamente aceitáveis para o periodonto.O comprimento e formato da raiz, quantidade de osso, ponto de aplicação da força, e 31 centro de rotação são todos os fatores que entram em jogo para determinar as áreas de máxima tensão no ligamento periodontal. É imperativo analisar os tecidos periodontais antes de iniciar a ortodontia para evitar efeitos adversos. Inflamação do tecido periodontal, controle de placa, presença de bolsas periodontais, estado do osso alveolar têm de ser avaliadas .Uma quantidade adequada de gengiva inserida é essencial para a saúde das gengiva e para permitir que o tratamento ortodôntico ocorra sem causar perda óssea e recessão gengival. Recessão gengival é uma das complicações mais comuns durante e depois do tratamento ortodôntico. Movimento lingual resulta em aumento da espessura vestibulolingual dos tecidos. Por outro lado, movimento vestibular resulta em espessura reduzida do tecido . O risco de desenvolver recessão gengival está presente somente se o dente tiver sido movimentado para fora do processo alveolar criando uma deiscência alveolar. Tratamento ortodôntico não planejado e mal executado pode levar a degradação de tecido periodontal. A combinação de inflamação, forças ortodônticas e trauma oclusal podem prejudicar o estado do periodonto. Deiscências ósseas são conhecidas devido a expansão descontrolada dos dentes através da cortical levando a deficiência dos tecidos moles. Para evitar problemas desta ordem deve-se fazer exames radiológicos antes do início do tratamento ortodôntico e intervenções oportunas durante a movimentação dentária. AZIZ et al.4, em 2011 determinaram se existe associação entre o movimento ortodôntico de vestibularização dos incisivos inferiores e recessão gengival. Os bancos de dados eletrônicos foram pesquisados com os termos: "incisivo", "vestibularização incisivo"', "movimento dentário ", "movimento ortodôntico do dente", "recessão gengival" e "aparelho ortodôntico". Os critérios de inclusão foram os estudos em humanos que sugeriam uma ligação entre o movimento labial dos incisivos inferiores produzido por tratamento ortodôntico e recessão gengival. Os critérios de exclusão incluíram intrusão significativa ou extrusão dos incisivos inferiores, doença periodontal, indivíduos que tomavam medicação que afeta a saúde gengival e indivíduos com doenças sistêmicas. De acordo com os resultados encontrados, sete artigos preencheram os critérios de inclusão. A recessão gengival após o movimento de vestibularização dos incisivos inferiores foi avaliada em modelos de gesso, fotos intra-orais, cefalogramas laterais e exame gengival. Os artigos foram analisados para determinar o impacto da metodologia do tratamento sobre os resultados.Concluiu-se 32 que não houve associação entre o tratamento ortodôntico de vestivularização dos incisivos inferiores e recessão gengival . Fatores que poderiam levar à recessão gengival após movimento ortodôntico de inclinação ou movimento de translação foram identificados em pacientes com espessura reduzida da margem gengival livre, sínfise mandibular fina, controle de placa inadequada e escovação traumática. A resposta imune do hospedeiro é provável também que seja determinante genético e, assim,os fatores que levam à recessão gengival é área que requer investigação mais aprofundada. DESORT10 , em 2012 afirmou que a presença de uma recessão gengival antes do tratamento ortodôntico era um problema real. Os pacientes estão preocupados em perder seus dentes, mas também podem se queixar de sua aparência desagradável ou sensibilidade de raiz na superfície exposta. O ortodontista não tem certeza se o tratamento ortodôntico pode ser realizado ou se o movimento do dente não vai agravar a recessão e se a cirurgia periodontal tem de ser feita antes ou depois tratamento ortodôntico. O objetivo deste trabalho foi apresentar recentes dados da literatura e várias situações clínicas em adultos a fim de apresentar uma seqüência de tratamento e mostrar os diferentes procedimentos de cirurgia plástica periodontal de recobrimento radicular. É importante a integração entre Ortodontista e Periodontista e ambos devem estar cientes sobre a especialidade um do outro. Graças aos tecidos periodontais é que ocorrem os movimentos ortodônticos, devendo-se respeitar os limites destes tecidos. VASCONCELOS et al.24,em 2012, avaliaram prevalência e severidade da recessão gengival vestibular nos incisivos inferiores após o tratamento ortodôntico e avaliaram possíveis fatores contribuintes. A partir do registro de pacientes que completaram o tratamento ortodôntico entre 1999-2006 no Departamento de Ortodontia da Universidade de Oslo, Noruega, 588 pacientes preencheram os critérios de inclusão. Foram utilizadas fotos intrabucais para a avaliação das recessões gengivais (com base na classificação de Miller), presença de placa visível e inflamação gengival.Telerradiografias foram utilizadas para avaliar a relação sagital intermaxilar mandibular, ângulos intermaxilares, bem como a posição dos incisivos inferiores. Um grupo controle foi elaborado a partir do mesmo grupo de 588 pacientes. 33 Todas as análises estatísticas foram realizadas. A prevalência de recessões gengivais após o tratamento ortodôntico foi de 10,3%. A maioria (8,6%) foram classificados como Classe I de Miller, e 1,7% foram classificados como Classe II Miller. A recessão gengival foi encontrada predominantemente nos incisivos centrais. Concluiu-se que na presença de recessão gengival , a retroinclinação dos incisivos inferiores em casos de recessão Classe III de Angle, aumenta o risco de uma recessão gengival severa. A recessão gengival vestibular dos incisivos inferiores após tratamento ortodôntico é de menor prevalência e gravidade. Mantendo a gengiva saudável durante o tratamento ortodôntico parece ser o fator determinante no desenvolvimento da recessão gengival. Inflamação parece ser um fator que contribui para essa condição. Um cuidado ao exame periodontal da gengiva na região dos incisivos inferiores, antes de decidir a quantidade de movimento desses dentes, parece ser importante. 34 4 DISCUSSÃO Reconhecer antecipadamente os limites biológicos do movimento dentário em seu sítio ósseo, no diagnóstico e planejamento do tratamento ortodôntico, reduzirá consideravelmente os insucessos e lesões provocadas inadvertidamente ao final do mesmo, especialmente nos casos de discrepâncias esqueléticas.19,5,2 O prognóstico de um tratamento encontra-se baseado na tríade formada pelas condições anatômicas preexistentes, a ação dos movimentos ortodônticos e a presença de doenças gengivais e periodontais, as quais podem agir isoladamente ou em combinação. Um correto diagnóstico e plano de tratamento podem minimizar áreas de retração gengival.Movimentações lentas permitem uma adaptação mais fisiológica das estruturas periodontais subjacentes.5,6 Além da importante atuação etiológica do biofilme bacteriano dentário, a recessão periodontal se apresenta como condição de etiologia multifatorial, embora o fator predominante em determinada área seja impossível de ser identificado e, desta forma , difícil predizer se em determinada área a recessão se desenvolverá. Há tendência dos autores para reconhecer as características do tecido periodontal local, como a natureza mucogengival e do tecido ósseo subjacente como fatores determinantes da recessão não inflamatória, após projeção ortodôntica de incisivos inferiores. 27,28 A importância da espessura gengival no desenvolvimento da retração gengival, indica que o movimento dentário deve ser precedido por um exame cuidadoso das dimensões dos tecidos que recobrem os sítios que receberão pressão nos dentes movimentados durante a terapia ortodôntica.A movimentação ortodôntica de dentes para um posição diferente daquela geneticamente determinada no interior do processo alveolar representa fator de risco para o desenvolvimento de problemas mucogengivais., particularmente em áreas de tecido ósseo e gengival delgado.A recessão gengival frequentemente ocorre em áreas onde o dente apresenta-se com uma fina camada óssea na superfície vestibular. Tal predisposição à deiscência do osso alveolar pode ser induzida acidentalmente pelo movimento ortodôntico. A 35 inflamação gengival estando presente durante a movimentação ortodôntica, é citada como a causa da recessão gengival.11,15 A existência de deiscência óssea alveolar predispõe a um ambiente favorável para a perda do tecido gengival , e que se os dentes são projetados em direção vestibular através da lâmina cortical, favorece o desenvolvimento da recessão gengival.Não há associação consistente entre a inclinação vestibular dos incisivos e a recessão gengival. A recessão gengival pode estar mais relacionado à fatores individuais locais, tais como a qualidade da gengiva e biotipo, a espessura do osso alveolar e da higiene oral. A resposta imune do hospedeiro é também provável que seja um determinante genético e, assim, fatores são uma área que requer uma investigação mais aprofundada.4,23 O tratamento ortodôntico envolvendo terapia de movimentação dos incisivos para fora do envelope ósseo do processo alveolar, constitui risco à recessão gengival. A duração do tratamento, relação dentária, idade, sexo ou raça não têm influência sobre o desenvolvimento das recessões gengivais. No entanto, presença de inflamação gengival, biotipo gengival fino, largura estreita de gengiva ceratinizada ou sínfise fina, se correlacionam significativamente com o desenvolvimento da recessão gengival.O tratamento ortodôntico não aumentou significativamente a recessão gengival. Apenas 15% dos dentes estudados tiveram desenvolvimento ou agravamento da recessão, e fatores locais relacionados à anatomia e saúde periodontal pode ser aplicado para identificar pacientes de risco. Cinco por cento da recessão existente melhorou. Se o tratamento ortodôntico é realizado sob biomecânica controlada e as condições periodontais são consideradas, o risco da doença periodontal e dano secundário a protrusão dos incisivos é pequeno.17,26 O tratamento ortodôntico e movimento dentário através do osso alveolar causa remodelação óssea e, concomitantemente, envolve uma variedade de células de tecidos e reações no conjunto de fibras periodontais.Fatores como inadequado comprimento do arco com dentes apinhados e tortos, inclinação vestibular excessiva, fenestração, podem predispor os incisivos inferiores para problemas mucogengival. No entanto, os mais significativos fatores de risco adquiridos para tais condições são placa dentária, inflamação gengival, magnitude e direção das forças ortodônticas . O fator de defeito anatômico é extremamente 36 importante e deve ser considerada como um fator de risco para recessão gengival. As condições mais freqüentes vistas são dentes em posição labial ou dentes com um periodonto fino associados a escovação traumática ou excessiva inflamação originando recessão gengival. Um periodonto saudável pode apresentar gengiva fina e osso estreito (ou até mesmo uma deiscência). É esta morfologia especial do periodonto, que é fator de risco para recessão gengival. Os efeitos da proclinação ortodôntica dos incisivos inferiores sobre o periodonto são controversa. A maior incidência de recessão gengival durante o tratamento ortodôntico é observado nos incisivos centrais inferiores porque o osso é fino.O movimento para fora do osso alveolar, devido à inclinação excessiva dos incisivos, predispõe os dentes para a perda da inserção gengival, que pode então levar a recessão gengival.23,5 A movimentação ortodôntica de dentes para posição diferente daquela geneticamente determinada no interior do processo alveolar representa fator de risco para o desenvolvimento de problemas mucogengivais, particularmente em áreas de tecido ósseo e gengival fino. Defeitos do tipo recessão não irão desenvolver-se enquanto o dente se move dentro do osso alveolar. Antes do início de qualquer tipo de terapia ortodôntica, é importante verificar a espessura bucolingual do osso e dos tecidos moles que estão do lado a sofrer pressão de todos os dentes que serão movimentados.O movimento ortodôntico de dentes para longe do processo alveolar apresenta risco de desenvolvimento de problemas mucogengivais, principalmente na presença de osso e tecidos finos. O movimento dentário ortodôntico labial não causará recessão nos tecidos moles, por si só. Quando os tecidos são delicados e finos,medidas adequadas de controle de placa deve ser fornecida para o paciente e controlada, antes e durante o tratamento, bem como após a terapia de modo a reduzir o risco de desenvolvimento de recessão gengival labial.Importante avaliar a estrutura óssea e a topografia dos incisivos na sínfise mandibular no diagnóstico ortodôntico , a fim de se evitar sequelas iatrogênicas e limitação terapêutica. Em estudos realizados em 108 crânios de adultos, observaram 14,3% de deiscências e fenestrações nas faces vestibulares, confirmando que pode estar presentes suporte ósseo reduzido.14,7,2 Os fatores predisponentes à recessão gengival são o mau pocisionamento dentário, deiscências e fenestrações ósseas, inserções musculares, frênulos inseridos no periodonto de proteção delgado e força oclusal excessiva3,.5,27,28,29 37 5 CONCLUSÃO Com esta revisão de literatura pôde-se concluir que: Movimentos ortodônticos por si só não causam recessão gengival; A recessão gengival apresenta-se como uma condição de etiologia multifatorial; Os fatores de baixo risco de recessão gengival estão associados à ortodontia quando o movimento dentário ocorre dentro do osso alveolar, presença de gengiva grossa e fibrosa e tendência a fechamento de espaço . Os fatores de alto risco compreende o movimento dentário fora do processo alveolar,gengiva fina e expansão rápida da maxila. O fator anatômico é preponderante e deve ser considerado como fator predisponente a recessão gengival.Os outros fatores exercem função desencadeante. Quanto mais fatores de risco predisponentes associados ao desencadeantes, maior risco de recessão gengival durante o tratamento ortodôntico. a avaliação clínica da condição periodontal do paciente a ser submetido ao tratamento ortodôntico deve ser realizada por uma íntima colaboração entre o ortodontista e o periodontista, estabelecendo um efetivo programa de manutenção periodontal e assegurar danos mínimos aos tecidos durante a terapia ortodôntica. O risco de desenvolver recessão gengival está presente somente se o dente for movimentado para fora do processo alveolar criando uma deiscência alveolar. Tratamento ortodôntico não planejado e mal executado pode levar a degradação de tecido periodontal. A combinação de inflamação, forças ortodônticas e trauma oclusal podem prejudicar o estado do periodonto. As fenestrações e deiscências ocorrem mais frequentemente na face vestibular que na lingual e são mais observadas nos dentes anteriores que nos posteriores. A área do osso na qual o dente será movimentado deve ser levada em consideração no planejamento ortodôntico. Movimentos para vestibular ou lingual em direção às corticais mais delgadas deve ser avaliado com critério, especialmente em pacientes adultos. 38 Cirurgias plástica periodontal de enxerto gengival pode ser indicada antes do tratamento ortodôntico em casos de gengiva muito fina com planejamento de grande movimentação dental em direção à cortical óssea. 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS * 1) ALLAIS D.; MELSEN B. Does labial movement of lower incisors influence the level of the gingival margin? A case-control study of adult orthodontic patientes. European Journal of Orthodontics. v,25, p.343-352, 2003. 2) AMARAL A.A.S.; SUZUKI H.; BARBOSA J.A.; GARCIA C.R.. Osso alveolar anterior: limites do tratamento ortodôntico. 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