+ Entrevista: De brasileiro para brasileiro + Na linha de montagem: Brasileiro assume presidência da Associação Europeia do Alumínio Capô do novo Ford Explorer fica 44% mais leve com alumínio Tardeu Nardocci comenta as diferenças e semelhanças de mercado entre Brasil e Europa + Transportes: no uso do alumínio automotivo e aponta as tendências de aplicações viáveis ao mercado Contran regulamenta uso de brasileiro protetores laterais para caminhões + Meio-ambiente: Ele foi apontado como o homem da EAA apresenta relatório de Alcan sustentabilidade 2010 para assumir a criação da Novelis América do Sul, com sede no + Lançamentos: Brasil, em 2005. Três anos depois, Alumínio no Salão de Genebra inaugurou um novo cargo na gestão + Inovação: global Audi intensifica uso do alumínio no novo A6 da líder em laminados e reciclagem de latas de alumínio: o de vice-presidente sênior em inovação, tecnologia e estratégia da Novelis Inc. Não demorou muito para chegar à presidência principal da mercado Novelis Europa, consumidor de alumínio automotivo, ao lado dos EUA, e com 13 centros de operação. Hoje – desde primeiro de janeiro de 2011, além deste cargo, ele é o mais novo presidente da European Aluminium Association, a associação que reúne todos os elos da indústria do alumínio no continente europeu. Diante desta trajetória, ninguém melhor que o brasileiro Tadeu Nardocci para analisar as tendências de uso do alumínio na fabricação global de automóveis. Nessa entrevista, o executivo – formado em engenharia metalúrgica pela Universidade de São Paulo – analisa as diferenças (ou não) entre os mercados brasileiro e europeu e os motivos para o aumento do uso do metal não ferroso nas linhas de montagem, especialmente em painéis de fechamento. Aluauto: Quais os seus planos a frente da European Aluminium Association – a EAA? Tadeu Nardocci – Estou muito contente por assumir este papel. A EAA provê uma só voz para um setor plural, diverso, mas unido no foco de fornecer soluções competitivas e inteligentes para um futuro sustentável. Como primeiro presidente da EAA oriundo da indústria de reciclagem e de transformação, estou muito interessado em que os benefícios do ciclo de vida do uso de alumínio estejam cada vez mais em foco. Aluauto - Quais as principais novidades da aplicação de alumínio nos veículos da Europa, atualmente? Tadeu Nardocci – Há um grande movimento na fabricação de componentes de fechamento 100% em alumínio; e um aumento no uso de alumínio em veículos de pequeno porte. Um exemplo excelente de um componente de fechamento inteiramente de alumínio é o BMW Série 7, em que 100% das partes interna e externa das portas são de alumínio. Além disso, as recentes melhorias das tecnologias de união mostram que os fabricantes já podem usar o melhor de cada material para cada aplicação, com aumento significativo do número de estruturas com metais mistos. Essas tendências são potencialmente viáveis também para o mercado brasileiro. “Há um grande movimento na fabricação de componentes de fechamento 100% em alumínio; e um aumento no uso de alumínio em veículos de pequeno porte” Aluauto: Mas enquanto na Europa, a média de consumo de alumínio por veículo leve é de 132 kg, no Brasil, não chegamos nem à metade deste valor. A que fatores o senhor atribui essa diferença de realidades? Tadeu Nardocci: A aceitação do alumínio é geralmente conduzida por veículos de luxo, tops de linha, sendo seguida por veículos menores. Por este contexto, e também por conta da mistura de diferentes modelos de veículos produzidos no Brasil (e em maior proporção de veículos menores do que na Europa), é difícil fazer uma comparação direta entre os dois mercados. Diria que numa comparação em condições equivalentes, igual por igual, o uso do alumínio no setor automotivo é praticamente o mesmo em ambas as regiões. Aluauto: Mas, na Europa, o custo de manter veículos mais pesados já é considerado mais oneroso do que o investimento em materiais com maior valor agregado, certo? Tadeu Nardocci: O menor custo de ciclo de vida é certamente um fator considerado em alguns casos, mas tenho de dizer que até agora isso tem sido exceção e não a regra. A melhoria do desempenho do veículo foi realmente o principal impulso para o aumento do uso do alumínio na indústria automotiva, em especial no segmento de luxo. Através da ponderação sobre as vantagens da redução de peso, o alumínio pode ser mais utilizado tanto em componentes de veículos 100% em alumínio, quanto em componentes de projetos com materiais múltiplos. Aluauto: No Brasil, tem se falado muito do processo de internacionalização da fabricação veicular. Acredita que essa possibilidade seja viável? Tadeu Nardocci: Eu realmente vejo a produção local de veículos como uma tendência de longo prazo. Para mim, as montadoras de automóveis no Brasil são mais propensas a oferecerem seus serviços no Brasil ou ao mercado sul-americano, em vez de exportar para outras regiões. Aluauto: A Novelis Europa foi indicada como a principal fornecedora de chapas de alumínio para o redesenho do sedan de luxo Audi A8, que irá utilizar Novelis FusionTM. Quais serão os diferenciais agregados pelo uso do Fusion nesse veículo? Tadeu Nardocci: Sim, a Novelis FusionTM foi escolhida em detrimento de uma solução de aço de fase dupla, que não teria alcançado a redução de peso exigida pela Audi. No projeto do A8, a Audi estabeleceu o objetivo de aumentar a resistência dos componentes de suporte de carga do carro em 25%. Nosso fornecimento engloba uma série de painéis exteriores (capô, tampa de cobertura, portas e teto) e componentes estruturais, que incluem o assoalho completo e diversos reforços. O uso do Novelis FusionTM permitiu a Audi atingir seu objetivo de design leve para o assoalho, reduzindo assim o peso total do veículo com pleno atendimento aos requisitos globais de resistência à impacto. E é a combinação única de propriedades essenciais e características de superfície fornecida pela composição da liga multi-Novelis FusionTM que torna isso possível.