Projeto Soltando Emoções O que é este projeto? É uma vivência da Psicologia em sala de aula com nossos alunos de 2º ano a 4ª série, uma vez por mês, em horários exclusivamente organizados para isso. Neste encontro, as crianças são instigadas a reconhecer sentimentos comuns às suas vidas e das pessoas que as cercam, perceber as expressões faciais que manifestam cada sentimento, refletir sobre situações que os provocam – como proporcioná-las ou evitá-las, e sobretudo, reconhecer e expressar seus próprios sentimentos, bem como ouvir e interessar-se pelos sentimentos dos outros. Por que realizar este projeto? Neste movimento de reflexão sobre as ações rotineiras, as crianças passam a conhecer um pouco mais sobre suas formas de reagir e de perceber determinadas situações e conseguem se preparar e avaliar melhor, planejar formas diferentes e facilitadas para elas. O primeiro sentido desta ação refletida se dá na facilitação na tomada de decisões, na resolução de problemas. E à medida que este olhar consegue ser direcionado para o outro, são facilitadas as relações interpessoais, e desenvolve-se o comportamento de empatia. Novos valores são trabalhados com nossas crianças à medida que pensar e falar sobre sentimentos passa a ser hábito em suas vidas. Por que a Escola está envolvida com isso? A Escola é um dos primeiros locais de convívio social das crianças, onde se formam opiniões e hábitos e se apreendem significativos conteúdos. Se a Escola se mostrar envolvida com este tipo de comportamento, vivenciará a proposta de promover o desenvolvimento integral de seus alunos e iniciará um tipo de intervenção que alcançará aos poucos os outros meios em que a criança está inserida. Como os pais podem dar continuidade a este projeto? Esse hábito pode ser instigado em casa, como uma continuidade deste projeto quando nos diálogos for possível inserir reflexões do tipo “como você se sentiu?”, “como você está se sentindo?”, “como acha que estou me sentindo?”, “como acha que o amigo está se sentindo?”. E a relação antecipada destas ações e reflexões também auxilia: “como você acha que vai se sentir se fizer isso?”. Ao ler uma história, ou assistir a um filme, também é possível fazer o exercício de se colocar no lugar dos personagens, avaliando como podem ter se sentindo em cada situação. O sentido desta intervenção está na fala da criança, mas sobretudo na escuta do adulto, que ao demonstrar que se importa, que ouve o que está sendo dito, dá a ela um lugar de importância, dá valor aos seus sentimentos, que então, passam a ter valor também para ela. O que observar? É comum que no início destas intervenções, a criança oscile em suas falas, reconheça alguns sentimentos com mais intensidade que outros. É um processo novo e ela está experimentando reações tanto em si mesma como nos outros sobre aquilo que sente. Crianças que apresentarem falas negativas, de forma repetida e freqüente devem ser observadas de forma especial. Procure contar com profissionais da psicologia para uma conversa sobre o assunto, caso perceba isso. Fique atento para a forma de retorno que dará às falas das crianças. Caso fique muito surpreso ou brabo com alguma manifestação, você pode levá-la a conduzir suas falas de acordo com o que você espera e não com o que realmente está sentindo. Procure conduzir as conversas naturalmente, levando-a a perceber outras possibilidades quando sua fala estiver em desacordo com o que se espera. Cuidado para não fazer desta intervenção algo cansativo, para que não iniba a criança diante desse assunto. É possível que você espere determinados sentimentos que a criança não manifeste. Pode ser porque ela ainda não o reconhece, ou porque não consegue registrá-lo. Dê o tempo que ela precise. Caso isso o preocupe de alguma forma, procure alguém para conversar sobre o assunto. Algumas crianças simplesmente não sentirão vontade de se manifestar. Também aí é preciso respeitar seu tempo. Nesse caso, fique atento a outras manifestações de emoções e sentimentos que não apareçam pela fala. Tahiana Brittes Psicóloga – CRP12 08517 [email protected]