INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
CADERNO
TETRA 3
1
Caro(a) professor(a),
s de sala da
ortante ferramenta para o uso dos caderno
O Manual do Professor constitui uma imp
nossas Unidades
no Poliedro (SEP) pelo corpo docente de
Coleção Pré-vestibular do Sistema de Ensi
Parceiras.
imizar a
recursos contidos nas coleções para max
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O obje
s.
sibilitar maiores resultados pedagógico
utilização dos materiais didáticos e pos
do observações
as seções contidas nos cadernos, fornecen
Neste Manual, descrevemos a estrutura e
luções dos exercícios
de ensino. Apresentamos também as reso
que podem ajudá-lo(a) em sua dinâmica
s opcionais –
prática do professor – e possíveis exercício
à
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as aulas.
e completude do tempo despendido para
como oportunidade de aprofundamento
e, quando
efetiva do aprendizado em sala de aula
Os cadernos possibilitam uma prática
ia, oferecem ao
ntação teórica contida nos livros de teor
utilizados em consonância com a fundame
lo e completo.
aluno um aprendizado ainda mais amp
seção “Texto
rturas dos capítulos e dos textos da
Estimulamos o uso dos temas das abe
de conhecimento
para discussões em sala e como fontes
complementar” como pontos de partida
teoria.
e curiosidades acerca dos assuntos da
ma Poliedro
rsos recursos que o Portal do Siste
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cam
Indi
ares, aulas-dica,
ao docente, como a análise de vestibul
(<www.sistemapoliedro.com.br>) oferece
Unidades-sede,
rizes de aula sugeridas e utilizadas nas
características e estrutura da coleção, mat
es das questões
para as diferentes turmas, as resoluçõ
os Planejamentos dos cadernos de sala
coleção.
e também vídeos sobre as disciplinas da
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que complementam o caderno e amp
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Além dess
formação dos alunos do PV, tais como:
• Minuto de Leitura;
Leia Agora;
• Balcão de Redação; e
• Banco de Questões.
lados contidos
ção dos relatórios e devolutivas dos simu
Destacamos a importância da visualiza
lizar as aulas
ente e da coordenação, visando potencia
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no EDR
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e os resultados acadêmicos.
dos à formação
recursos, ferramentas e materiais volta
Todas as iniciativas do SEP em oferecer
buscam apoiar
ico almejado pelas escolas parceiras,
do aluno, garantindo um rigor acadêm
da prática
r se mantém como principal protagonista
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utilização dos recursos oferecidos.
pedagógica, tendo total autonomia na
o SEP para
mentas disponibilizadas e que conte com
Esperamos que explore cada uma das ferra
quaisquer esclarecimentos.
2
Sistema de Ensino Poliedro
Sumário
Manual do Professor
Estrutura geral dos cadernos .....
............................. 4
Aulas .............................................
...................... 5
Exercícios de Sala .........................
........................ 6
Guia de estudo..............................
....................... 7
Orientações específicas ...............
........................... 7
Orientações: Aula 19....................
.......................... 8
Resoluções ...................................
........................ 11
Orientações: Aula 20....................
.......................... 13
Resoluções ...................................
........................ 16
Orientações: Aula 21....................
.......................... 18
Resoluções ...................................
........................ 20
Orientações: Aula 22....................
.......................... 22
Resoluções ...................................
........................ 25
Orientações: Aula 23....................
.......................... 27
Resoluções ...................................
........................ 31
Orientações: Aula 24....................
.......................... 33
Resoluções ...................................
........................ 35
3
ESTRUTURA GERAL DOS CADERNOS
Os cadernos de sala, usados em conjunto com os livros de teoria, sintetizam e facilitam a compreensão
dos assuntos estudados. Todas as aulas apresentam os principais tópicos de cada tema abordado e oferecem
exercícios que permitem enriquecer a discussão em sala de aula e contribuir com a fixação do aprendizado.
Assim como nos livros, as disciplinas nos cadernos são divididas em frentes, que devem ser trabalhadas
paralelamente. Essa divisão não só facilita a organização dos estudos como permite uma visão ainda
mais sistêmica dos tópicos abordados em cada disciplina.
A organização das atividades foi elaborada para aumentar a eficiência do trabalho em sala:
 O estudo de Interpretação de texto é organizado em frente única. No caderno Tetra 3, as páginas de 55 a 72 contêm as aulas referentes à
essa disciplina.
> 2013 > PRÉ-VESTIBULAR > CADERNOS > TETRA > TETRA 3 [2013] / LARGURA: 205 / ALTURA: 275 / ESPIRAL / PAGINAS: 592 / ANTONIO / 20-03-2013 (10:09)
O sumário, ferramenta que deve ser divulgada pelos professores, conta com um controle no qual o
aluno pode organizar sua rotina de aulas e estudos, tendo uma visualização rápida de seu avanço pelos
tópicos estudados.
2
3
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
1
U
Prof.:
Aula 19 ..................... 56
Aula 20 ..................... 59
Aula 21 ..................... 62
Aula 22 ..................... 64
Aula 23 ..................... 67
Aula 24 ..................... 71
Aula






Estudo






4
1 Frente da disciplina.
2 Número das aulas.
3 Controle de aulas dadas e tópicos estudados em casa.
AULAS
Respeitando o Planejamento para o Professor disponibilizado na Área Exclusiva, todas as aulas
apresentam um resumo esquemático do tópico trabalhado no livro, sintetizando os principais
conhecimentos estudados.
1
INTERPRETAÇÃO
DE TEXTO
Aula
19
Textos, ideologia e argumentação III
Argumentação
Para defender ideias, empregamos provas; essas
provas são chamadas de argumentos. Nesta aula, estudaremos os principais tipos de argumento.
Argumento do anterior sobre o posterior
•
3
o que é anterior, mais velho, chegou primeiro e é
melhor, tem tradição:
Poliedro, tradição em aprovação.
Argumento do posterior sobre o anterior
•
o que é posterior, mais novo, está em sintonia com
a modernidade:
Chegou a nova Ferrari.
Tecnologia de ponta é eufemismo.
Argumento baseado na competência linguística
•
na construção do discurso, utiliza-se da criatividade e da inteligência, adequadas ao público e ao
contexto. A maneira de falar dá confiabilidade/
destaque ao que está sendo dito.
Argumento prova-concreta
•
•
•
•
Quando empregamos:
dados estatísticos.
documentos.
fatos do cotidiano.
fatos históricos.
Veja um exemplo de prova-concreta:
Argumento do efêmero sobre o durável
Janeiro de 2014 foi o mês mais quente na cidade de
São Paulo nos últimos 71 anos, apontam dados do Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet). Desde que a série histórica começou a ser feita, em 1943, nunca o mês registrou
temperaturas tão elevadas, com média mensal das máximas de 31,7 graus Celsius (oC). O dia mais quente foi registrado em 3 de janeiro, com máxima de 35,4 oC. Apenas
cinco dias do mês tiveram máxima abaixo de 30 oC.
Não use sacola de plástico, o plástico é de difícil decomposição.
Camila Maciel; Davi Oliveira (Ed.). "Capital paulista tem o janeiro mais
quente dos últimos 71 anos". Agência Brasil, 31 jan. 2014. Disponível em:
<www.ebc.com.br/noticias/brasil/2014/01/capital-paulista-tem-o-janeiromais-quente-dos-ultimos-71-anos>. Acesso em: 10 fev. 2014. (Adapt.).
Argumento de qualidade
Argumento de autoridade
Argumento do durável sobre o efêmero
•
o que dura é melhor do que o que é passageiro:
Duralmort, as pilhas que duram para a eternidade.
•
•
•
o que é passageiro é melhor do que o que é durável:
aquilo que é raro.
o que é considerado melhor, o primeiro, superior.
Sebastian Vettel é realmente fantástico, é de longe o
maior corredor de todos os tempos; o alemão tem quebrado todos os recordes.
Quantidade
•
•
a quantidade é qualidade.
uso de dados estatísticos, cifras.
A quantidade passa a ser sinônimo de qualidade:
Bombril, mil e uma utilidades.
para atingir C, é preciso passar por B:
Para obter uma matrícula na universidade, é necessário passar no vestibular.
56
Ocorre o argumento de autoridade quando há:
citação direta (com aspas).
citação indireta (sem aspas).
Cita-se uma autoridade sobre o assunto do qual
se fala.
•
•
Argumento de consenso
•
•
Será consenso:
o que a ciência já provou.
o que dispensa outras provas.
Argumento baseado no raciocínio lógico
Argumento de direção
•
2
Eis algumas relações semânticas empregadas nesse tipo de argumentação:
• oposições.
• analogias.
• relações de causa e consequência.
• probabilidades.
• hipóteses.
• explicações etc.
I N T. D E T E X TO
1 Disciplina, frente e número das aulas.
2 Título das aulas.
3 Resumo do assunto estudado por meio
de tópicos, diagramas e ilustrações.
5
EXERCÍCIOS DE SALA
Em cada aula há a proposta de questões, muitas delas retiradas de importantes exames vestibulares de
todo o Brasil, a serem feitas com o professor, com toda a classe e/ou individualmente pelos alunos. Nesse
momento, aspectos relevantes da aula são retomados, dando oportunidade ao professor e aos alunos
de discutirem possíveis dificuldades. Todos os exercícios têm sua resolução apresentada neste Manual.
Aula
19
Argumento de reciprocidade
•
Argumento de presença
•
•
quando há uma relação de troca:
Olho por olho, dente por dente.
Argumento de ressalva
•
quando se reconhece um argumento oposto, porém de menor importância.
emprego das conjunções concessivas (embora,
ainda que etc.).
•
1
Argumento baseado no sacrifício
•
S. A. B. Simurro. Ser gentil é ser saudável. Disponível em:
<www.abqv.org.br>. Acesso em: 22 jun. 2006. (Adapt.).
No texto, menciona-se que a gentileza extrapola as regras de boa educação. A argumentação construída:
(a) apresenta fatos que estabelecem entre si relações
de causa e de consequência.
(b) descreve condições para a ocorrência de atitudes
educadas.
(c) indica a finalidade pela qual a gentileza pode ser
praticada.
(d) enumera fatos sucessivos em uma relação temporal.
(e) mostra oposição e acrescenta ideias.
2
Enem 2010
pesquisa, 25% recebiam mais de R$ 2.000 mensais; já
na população brasileira essa taxa não ultrapassa 6%.
Tais rendimentos mostram que as políticas sociais compensatórias, como o Bolsa-Escola (que paga R$ 15,00
mensais por aluno matriculado), são por si só incapazes
de impedir que o narcotráfico continue aliciando crianças
provenientes de estratos de baixa renda: tais políticas aliviam um pouco o orçamento familiar e incentivam os pais
a manterem os filhos estudando, o que de modo algum impossibilita a opção pela delinquência. No mesmo sentido,
os programas voltados aos jovens vulneráveis ao crime organizado (circo-escolas, oficinas de cultura, escolinhas de
futebol) são importantes, mas não resolvem o problema.
A única maneira de reduzir a atração exercida pelo
tráfico é a repressão, que aumenta os riscos para os que
escolhem esse caminho. Os rendimentos pagos aos adolescentes provam isso: eles são elevados precisamente porque
a possibilidade de ser preso não é desprezível. É preciso
que o Executivo Federal e os estaduais desmontem as organizações paralelas erguidas pelas quadrilhas, para que a
certeza de punição elimine o fascínio dos salários do crime.
Editorial. Folha de S.Paulo, 15 jan. 2003.
A carreira do crime
Estudo feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz sobre adolescentes recrutados pelo tráfico de
drogas nas favelas cariocas expõe as bases sociais dessas quadrilhas, contribuindo para explicar as dificuldades
que o Estado enfrenta no combate ao crime organizado.
O tráfico oferece aos jovens de escolaridade precária (nenhum dos entrevistados havia completado o Ensino Fundamental) um plano de carreira bem-estruturado,
com salários que variam de R$ 400,00 a R$ 12.000,00
mensais. Para uma base de comparação, convém notar
que, segundo dados do IBGE de 2001, 59% da população brasileira com mais de dez anos que declara ter
uma atividade remunerada ganha no máximo o "piso salarial" oferecido pelo crime. Dos traficantes ouvidos pela
Com base nos argumentos do autor, o texto aponta
para:
(a) uma denúncia de quadrilhas que se organizam em
torno do narcotráfico.
(b) a constatação de que o narcotráfico restringe-se
aos centros urbanos.
(c) a informação de que as políticas sociais compensatórias eliminarão a atividade criminosa a longo prazo.
(d) o convencimento do leitor de que, para haver a
superação do problema do narcotráfico, é preciso
aumentar a ação policial.
(e) uma exposição numérica realizada com o fim de
mostrar que o negócio do narcotráfico é vantajoso
e sem riscos.
T ETRA III
6
alguém se sacrificou pelo outro.
Exercícios de Sala
1 Enem 2010 A gentileza é algo difícil de ser ensinado
e vai muito além da palavra educação. Ela é difícil de ser
encontrada, mas fácil de ser identificada, e acompanha
pessoas generosas e desprendidas, que se interessam
em contribuir para o bem do outro e da sociedade. É
uma atitude desobrigada, que se manifesta nas situações
cotidianas e das maneiras mais prosaicas.
2
a prova é mostrada pelo acusador (arma do crime).
presença do palestrante, político etc.
1 Além das questões do livro, uma seção de exercícios, específicos
sobre o assunto das aulas, é apresentada.
IN T. D E TEX TO
57
2 Questões possibilitam a fixação dos conteúdos estudados e
oferecem preparação adicional aos alunos.
GUIA DE ESTUDO
Ao final de cada aula, o caderno de sala oferece um guia que orienta o aluno para os estudos que
serão realizados em casa. A seção “Guia de estudo” direciona a leitura, no livro de teoria, dos assuntos
que foram tratados em aula. Além disso, indica exercícios pertinentes a serem resolvidos, visando
consolidar o conhecimento adquirido em sala.
Considerando que o tempo de estudo em casa deve ser cumprido de forma satisfatória para o aluno,
esse Guia de estudos é pensado com bastante cuidado. Ao indicar o número de exercícios a serem feitos,
consideram-se o tempo destinado à leitura da teoria e também o tempo que será despendido para a
resolução das questões. Assim, o resultado é a satisfação do aluno, que consegue cumprir suas metas
diárias de estudo em um tempo possível.
GUIA DE ESTUDO
1
3
Int. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 7
I. Leia as páginas de 137 a 140.
II. Faça os exercícios 7 e 8 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 8, 11 e 12.
1 Indicação de disciplina, livro, frente
e capítulo correspondentes à aula.
2 Localização das páginas do livro
com a teoria estudada.
2
3 Seleção de exercícios.
ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS
De acordo com a Matriz de Referência de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias proposta pelo Inep
(Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), as competências de áreas 5, 6, 7
e 8 referem-se, respectivamente, a:
5. Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus
contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as
condições de produção e recepção.
6. Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização
cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.
7. Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.
8. Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e
integradora da organização do mundo e da própria identidade.
A essas competências correspondem diversas habilidades, tais como reconhecer a existência de valores
sociais na produção literária nacional; identificar, em diversos gêneros e tipos de texto, elementos que contribuem
para sua organização e progressão temática; a partir da análise dos recursos argumentativos de um texto,
identificar o objetivo de seu autor, bem como o público ao qual o texto se destina; reconhecer variedades
linguísticas sociais, regionais e de registro em marcas linguísticas presentes em diferentes tipos de texto.
Tendo isso em vista, podemos perceber, no ensino corrente da Língua Portuguesa, uma maior
preocupação em desenvolver em sala de aula uma prática pedagógica que vá além do simples esforço
– por vezes desestimulante – em incutir nos alunos regras gramaticais e características das escolas
literárias. É cada vez mais importante voltar-se para a formação de alunos críticos, capazes de interagir
em situações comunicativas por meio de diferentes tipos de texto e que entendam que ler não implica
apenas em decodificar, mas também em uma série de outras ações, como identificar, relacionar, abstrair,
deduzir, comparar, agrupar, hierarquizar etc. Desse modo, criam-se condições para que os alunos
possam relacionar e trabalhar as competências e habilidades empregadas nas diferentes situações de
uso da língua, seja em família, com os amigos, no trabalho, na escola etc.
Cabe ressaltar, ainda, que a capacidade de compreender textos é importante não somente na área de
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, mas em todas as demais áreas do conhecimento. A percepção
da estrutura cronológica em vários textos dos livros de História é fundamental para a correta assimilação
das informações, assim como a interpretação exata dos dados fornecidos nos problemas de Matemática.
Nesse sentido, o livro de Interpretação de Texto procura dar ao texto um espaço privilegiado, em que
ele passa a ser analisado cientificamente, desde sua estrutura profunda até a superfície de sua significação.
Para tanto, ao longo dos capítulos, são contemplados textos literários, jornalísticos, publicitários, visuais
etc., dando ao aluno a possibilidade de se familiarizar com a análise de textos das mais diversas fontes,
verbais ou não verbais. Soma-se a isso a seleção cuidadosa de exercícios provenientes de importantes
exames vestibulares, possibilitando a professores e alunos um melhor aproveitamento e avaliação dos
conteúdos abordados no livro, seja durante a aula, ou com o estudo em casa.
Boas aulas!
7
INTERPRETAÇÃO
DE TEXTO
Aula
19
Textos, ideologia e argumentação III
Argumentação
Para defender ideias, empregamos provas; essas
provas são chamadas de argumentos. Nesta aula, estudaremos os principais tipos de argumento.
Argumento do anterior sobre o posterior
•
o que é anterior, mais velho, chegou primeiro e é
melhor, tem tradição:
Poliedro, tradição em aprovação.
Argumento do posterior sobre o anterior
•
o que é posterior, mais novo, está em sintonia com
a modernidade:
Chegou a nova Ferrari.
Tecnologia de ponta é eufemismo.
Argumento baseado na competência linguística
•
na construção do discurso, utiliza-se da criatividade e da inteligência, adequadas ao público e ao
contexto. A maneira de falar dá confiabilidade/
destaque ao que está sendo dito.
Argumento prova-concreta
•
•
•
•
Quando empregamos:
dados estatísticos.
documentos.
fatos do cotidiano.
fatos históricos.
Veja um exemplo de prova-concreta:
Argumento do efêmero sobre o durável
Janeiro de 2014 foi o mês mais quente na cidade de
São Paulo nos últimos 71 anos, apontam dados do Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet). Desde que a série histórica começou a ser feita, em 1943, nunca o mês registrou
temperaturas tão elevadas, com média mensal das máximas de 31,7 graus Celsius (oC). O dia mais quente foi registrado em 3 de janeiro, com máxima de 35,4 oC. Apenas
cinco dias do mês tiveram máxima abaixo de 30 oC.
Não use sacola de plástico, o plástico é de difícil decomposição.
Camila Maciel; Davi Oliveira (Ed.). "Capital paulista tem o janeiro mais
quente dos últimos 71 anos". Agência Brasil, 31 jan. 2014. Disponível em:
<www.ebc.com.br/noticias/brasil/2014/01/capital-paulista-tem-o-janeiromais-quente-dos-ultimos-71-anos>. Acesso em: 10 fev. 2014. (Adapt.).
Argumento de qualidade
Argumento de autoridade
Argumento do durável sobre o efêmero
•
o que dura é melhor do que o que é passageiro:
Duralmort, as pilhas que duram para a eternidade.
•
•
•
o que é passageiro é melhor do que o que é durável:
aquilo que é raro.
o que é considerado melhor, o primeiro, superior.
Sebastian Vettel é realmente fantástico, é de longe o
maior corredor de todos os tempos; o alemão tem quebrado todos os recordes.
Quantidade
•
•
a quantidade é qualidade.
uso de dados estatísticos, cifras.
A quantidade passa a ser sinônimo de qualidade:
Bombril, mil e uma utilidades.
Argumento de direção
•
para atingir C, é preciso passar por B:
Para obter uma matrícula na universidade, é necessário passar no vestibular.
56
Ocorre o argumento de autoridade quando há:
citação direta (com aspas).
citação indireta (sem aspas).
Cita-se uma autoridade sobre o assunto do qual
se fala.
•
•
Argumento de consenso
•
•
Será consenso:
o que a ciência já provou.
o que dispensa outras provas.
Argumento baseado no raciocínio lógico
Eis algumas relações semânticas empregadas nesse tipo de argumentação:
• oposições.
• analogias.
• relações de causa e consequência.
• probabilidades.
• hipóteses.
• explicações etc.
I N T. D E TE X TO
Orientações
8
A intenção é permitir que o aluno identifique o que é um argumento e quais são as suas funções na
construção de um texto. Afinal, por que precisamos argumentar? Para estabelecer esse paralelo, são
apresentados, com composições textuais do cotidiano, os mais diversos tipos de argumentos. Estes podem
ser verificados identificando que cada um deles têm intenção e construção distintas.
Aula
19
Argumento de reciprocidade
•
Argumento de presença
•
•
quando há uma relação de troca:
Olho por olho, dente por dente.
Argumento de ressalva
•
quando se reconhece um argumento oposto, porém de menor importância.
emprego das conjunções concessivas (embora,
ainda que etc.).
•
a prova é mostrada pelo acusador (arma do crime).
presença do palestrante, político etc.
Argumento baseado no sacrifício
•
alguém se sacrificou pelo outro.
Exercícios de Sala
1 Enem 2010 A gentileza é algo difícil de ser ensinado
e vai muito além da palavra educação. Ela é difícil de ser
encontrada, mas fácil de ser identificada, e acompanha
pessoas generosas e desprendidas, que se interessam
em contribuir para o bem do outro e da sociedade. É
uma atitude desobrigada, que se manifesta nas situações
cotidianas e das maneiras mais prosaicas.
S. A. B. Simurro. Ser gentil é ser saudável. Disponível em:
<www.abqv.org.br>. Acesso em: 22 jun. 2006. (Adapt.).
No texto, menciona-se que a gentileza extrapola as regras de boa educação. A argumentação construída:
(a) apresenta fatos que estabelecem entre si relações
de causa e de consequência.
(b) descreve condições para a ocorrência de atitudes
educadas.
(c) indica a finalidade pela qual a gentileza pode ser
praticada.
(d) enumera fatos sucessivos em uma relação temporal.
(e) mostra oposição e acrescenta ideias.
2
Enem 2010
pesquisa, 25% recebiam mais de R$ 2.000 mensais; já
na população brasileira essa taxa não ultrapassa 6%.
Tais rendimentos mostram que as políticas sociais compensatórias, como o Bolsa-Escola (que paga R$ 15,00
mensais por aluno matriculado), são por si só incapazes
de impedir que o narcotráfico continue aliciando crianças
provenientes de estratos de baixa renda: tais políticas aliviam um pouco o orçamento familiar e incentivam os pais
a manterem os filhos estudando, o que de modo algum impossibilita a opção pela delinquência. No mesmo sentido,
os programas voltados aos jovens vulneráveis ao crime organizado (circo-escolas, oficinas de cultura, escolinhas de
futebol) são importantes, mas não resolvem o problema.
A única maneira de reduzir a atração exercida pelo
tráfico é a repressão, que aumenta os riscos para os que
escolhem esse caminho. Os rendimentos pagos aos adolescentes provam isso: eles são elevados precisamente porque
a possibilidade de ser preso não é desprezível. É preciso
que o Executivo Federal e os estaduais desmontem as organizações paralelas erguidas pelas quadrilhas, para que a
certeza de punição elimine o fascínio dos salários do crime.
Editorial. Folha de S.Paulo, 15 jan. 2003.
A carreira do crime
Estudo feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz sobre adolescentes recrutados pelo tráfico de
drogas nas favelas cariocas expõe as bases sociais dessas quadrilhas, contribuindo para explicar as dificuldades
que o Estado enfrenta no combate ao crime organizado.
O tráfico oferece aos jovens de escolaridade precária (nenhum dos entrevistados havia completado o Ensino Fundamental) um plano de carreira bem-estruturado,
com salários que variam de R$ 400,00 a R$ 12.000,00
mensais. Para uma base de comparação, convém notar
que, segundo dados do IBGE de 2001, 59% da população brasileira com mais de dez anos que declara ter
uma atividade remunerada ganha no máximo o "piso salarial" oferecido pelo crime. Dos traficantes ouvidos pela
Com base nos argumentos do autor, o texto aponta
para:
(a) uma denúncia de quadrilhas que se organizam em
torno do narcotráfico.
(b) a constatação de que o narcotráfico restringe-se
aos centros urbanos.
(c) a informação de que as políticas sociais compensatórias eliminarão a atividade criminosa a longo prazo.
(d) o convencimento do leitor de que, para haver a
superação do problema do narcotráfico, é preciso
aumentar a ação policial.
(e) uma exposição numérica realizada com o fim de
mostrar que o negócio do narcotráfico é vantajoso
e sem riscos.
T E TR A I II
INT. DE T E X TO
57
Anotações
9
Aula
19
3 Enem 2012 Nós, brasileiros, estamos acostumados a
ver juras de amor, feitas diante de Deus, serem quebradas por traição, interesses financeiros e sexuais. Casais
se separam como inimigos, quando poderiam ser bons
amigos, sem traumas. Bastante interessante a reportagem sobre separação. Mas acho que os advogados consultados, por sua competência, estão acostumados a
tratar de grandes separações. Será que a maioria dos
leitores da revista tem obras de arte que precisam ser
fotografadas antes da separação? Não seria mais útil dar
conselhos mais básicos? Não seria interessante mostrar
que a separação amigável não interfere no modo de partilha dos bens? Que, seja qual for o tipo de separação,
ela não vai prejudicar o direito à pensão dos filhos? Que
acordo amigável deve ser assinado com atenção, pois é
bastante complicado mudar suas cláusulas? Acho que
essas são dicas que podem interessar ao leitor médio.
Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com>.
Acesso em: 26 fev. 2012. (Adapt.).
4
Enem 2012
Laerte. Disponível em: <http://blog.educacional.com.br>.
Acesso em: 8 set. 2011.
O texto foi publicado em uma revista de grande circulação na seção de carta do leitor. Nele, um dos leitores
manifesta-se acerca de uma reportagem publicada na
edição anterior. Ao fazer sua argumentação, o autor
do texto:
(a) faz uma síntese do que foi abordado na reportagem.
(b) discute problemas conjugais que conduzem à separação.
(c) aborda a importância dos advogados em processos de separação.
(d) oferece dicas para orientar as pessoas em processos de separação.
(e) rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem,
lançando novas ideias.
Que estratégia argumentativa leva o personagem do
terceiro quadrinho a persuadir sua interlocutora?
(a) Prova concreta, ao expor o produto ao consumidor.
(b) Consenso, ao sugerir que todo vendedor tem técnica.
(c) Raciocínio lógico, ao relacionar uma fruta com
um produto eletrônico.
(d) Comparação, ao enfatizar que os produtos apresentados anteriormente são inferiores.
(e) Indução, ao elaborar o discurso de acordo com os
anseios do consumidor.
GUIA DE ESTUDO
Int. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 7
I. Leia as páginas de 137 a 140.
II. Faça os exercícios 7 e 8 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 8, 11 e 12.
58
Anotações
10
I N T. D E TE X TO
Resoluções
Exercícios de Sala
1 Alternativa: E.
A argumentação se faz por meio da oposição entre as palavras difícil e fácil seguida de acréscimo de ideias.
2 Alternativa: D.
O último parágrafo do texto afirma que a única maneira de diminuir a ação do narcotráfico é a repressão: “A única maneira
de reduzir a atração exercida pelo tráfico é a repressão”.
3 Alternativa: E.
Ao criticar, na seção de carta do leitor, o artigo em que advogados instruem casais quanto à separação, o autor do texto rebate
o enfoque superficial dado à questão e sugere conselhos úteis.
4 Alternativa: E.
Para sua interlocutora aceitar a maçã oferecida inicialmente por uma bruxa (no primeiro quadrinho) e, depois, por uma
serpente (no segundo quadrinho), a personagem masculina oferece-lhe uma pechincha: pelo irrisório valor de R$ 10,00, ela
levaria, além da fruta, um celular, objeto de desejo dos indivíduos de uma sociedade de consumo. Dessa forma, a personagem
masculina elabora um discurso de acordo com os anseios de um consumidor.
Anotações
11
Anotações
12
INTERPRETAÇÃO
DE TEXTO
Aula
Nível da expressão I
O signo
•
Signo: pode ser entendido como uma representação do real; a palavra, por exemplo, é um signo.
•
Composição do signo: ele possui uma dupla face,
um significante e um significado.
•
Significante: é a parte presente, material do signo, a parte sensível (você capta o significante por
meio das sensações); na linguagem escrita, a letra
é um significante; na linguagem oral, o fonema.
No nível da linguagem visual, as cores e os traços
fazem parte do significante do desenho ou do quadro; no nível da sintaxe, as estruturas sintáticas
funcionam como significante.
•
Significado: é a parte ausente, o que algo significa.
•
Signo verbal: é arbitrário, muda de acordo com
a civilização (para o signo casa, temos, no inglês,
house; no francês, maison, por exemplo).
•
Signo visual: é universal, a imagem da casa (signo visual) será entendida em todas as civilizações.
•
20
Aproximação entre significante e significado: a
forma (sons, letras, cores, traços) remete ao conteúdo (significado). Por exemplo:
A ausência de letras (significante) nas palavras devastação e natureza refere-se à própria devastação.
Exercícios de Sala
1 Enem 2008 Os signos visuais, como meios de comunicação, são classificados em categorias de acordo
com seus significados. A categoria denominada "indício" corresponde aos signos visuais que têm origem
em formas ou situações naturais ou casuais, as quais,
devido à ocorrência em circunstâncias idênticas, muitas vezes repetidas, indicam algo e adquirem significado. Por exemplo, nuvens negras indicam tempestade.
Com base nesse conceito, escolha a opção que representa um signo da categoria dos "indícios".
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
T E TR A I II
INT. DE T E X TO
59
Orientações
Apresentar aos alunos conceitos básicos de semiótica é, na realidade, uma maneira de oferecer mais recursos
para que seja feita uma boa interpretação textual. Preocupe-se em exemplificar os conceitos expressos de
maneira que esse assunto, essencialmente complexo, torne-se mais claro; use um mesmo signo para observar
significado e significantes atribuídos. Os exercícios não tratam diretamente dos conceitos trabalhados, portanto
é fundamental explicar de que maneira a apreensão de tais conhecimentos pode ajudar na resolução das questões.
13
Aula
20
2
Fuvest 2007 Leia o texto a seguir:
Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre
pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns anos ele
sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas informações sobre as regras da gramática, que eu não
respeitava, e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu
ignorava. Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra
no último "Quarto de Badulaques". Acontece que eu, acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei
em "varreção" – do verbo "varrer". De fato, tratava-se de um
equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa,
se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do
dicionário [...]. O certo é "varrição", e não "varreção". Mas
estou com medo de que os mineiros da roça façam troça
de mim, porque nunca os ouvi falar de "varrição". E se eles
rirem de mim não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da
página do dicionário [...]. Porque para eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas
de Minas Gerais, fala "varreção", quando não "barreção".
O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca
tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se
é feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas
reclama sempre que o prato está rachado.
Rubem Alves. Disponível em:
<http://rubemalves.uol.com.br/quartodebadulaques>.
"Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado."
Considerada no contexto, essa frase indica, em sentido figurado, que, para o autor,
(a) a forma e o conteúdo são indissociáveis em qualquer mensagem.
(b) a forma é um acessório do conteúdo, que é o essencial.
(c) o conteúdo prescinde de qualquer forma para se
apresentar.
(d) a forma perfeita é condição indispensável para o
sentido exato do conteúdo.
(e) o conteúdo é impreciso, se a forma apresenta alguma imperfeição.
60
Anotações
14
I N T. D E TE X TO
3 Enem 2011 A dança é um importante componente cultural da humanidade. O folclore brasileiro é rico em danças
que representam as tradições e a cultura de várias regiões do
país. Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históricos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras e
caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras simples
e populares), figurinos e cenários representativos.
Secretaria da Educação. Proposta Curricular do Estado de São Paulo:
Educação Física. São Paulo: 2009. (Adapt.).
A dança, como manifestação e representação da cultura rítmica, envolve a expressão corporal própria de
um povo. Considerando-a como elemento folclórico,
a dança revela:
(a) manifestações afetivas, históricas, ideológicas, intelectuais e espirituais de um povo, refletindo seu
modo de expressar-se no mundo.
(b) aspectos eminentemente afetivos, espirituais e de
entretenimento de um povo, desconsiderando fatos históricos.
(c) acontecimentos do cotidiano, sob influência mitológica e religiosa de cada região, sobrepondo
aspectos políticos.
(d) tradições culturais de cada região, cujas manifestações rítmicas são classificadas em um ranking
das mais originais.
(e) lendas, que se sustentam em inverdades históricas, uma vez que são inventadas, e servem apenas
para a vivência lúdica de um povo.
Aula
20
4 FGV 2008 “Fabiano esfregou as mãos satisfeito e empurrou os tições com a ponta da alpercata. As brasas estalaram, a cinza caiu, um círculo de luz espalhou-se em redor da
trempe de pedras, clareando vagamente os pés do vaqueiro,
os joelhos da mulher e os meninos deitados.”
Em “clareando vagamente os pés do vaqueiro, os joelhos
da mulher e os meninos deitados”, Graciliano Ramos se
vale de técnicas que se assemelham às do cinema, como
se fosse o olhar da câmera. Explique esse mecanismo
e contextualize seu efeito de sentido com base na obra
lida.
5 Unifesp 2011 [...] Um poeta dizia que o menino é o pai
do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos
do menino.
Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino
diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais
malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma
escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que
estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um
punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura,
fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce
“por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um
moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha
as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de
freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão,
fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, – algumas vezes gemendo – mas obedecia sem dizer
palavra, ou, quando muito, um – “ai, nhonhô!” – ao que eu
retorquia: “Cala a boca, besta!” – Esconder os chapéus das
visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo
rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um
gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões
de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me em grande
admiração; e se às vezes me repreendia, à vista de gente,
fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos. Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes
os chapéus; mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos
homens, isso fui; se não passei o tempo a esconder-lhes os
chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras.
Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.
Para reforçar a caracterização do “menino diabo”
atribuída ao narrador, é utilizado principalmente o seguinte recurso estilístico:
(a) amplo uso de metáforas que se reportam aos comportamentos negativos do menino.
(b) seleção lexical que emprega muitos vocábulos raros à época, particularmente os adjetivos.
(c) recurso frequente ao discurso direto para exemplificar as traquinagens do garoto.
(d) utilização recorrente de orações coordenadas sindéticas aditivas.
(e) emprego significativo de orações subordinadas
adjetivas restritivas.
GUIA DE ESTUDO
Int. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 8
I. Leia as páginas 154 e 155.
II. Faça o exercício 1 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 1, 2 e 16.
T E TR A III
INT. DE T E X TO
61
Anotações
15
Resoluções
Exercícios de Sala
1 Alternativa: B.
As pegadas indiciam que alguém passou.
2 Alternativa: B.
O fato de o amigo fazer observações de ordem mais gramatical leva o autor a considerar tais correções como uma ênfase à
forma.
Contudo, sua posição é discordante, uma vez que na frase “Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela [...]”, o termo sopa
figurativiza o conteúdo e sinaliza para a inconformidade do autor com relação à postura do amigo, que só enfatiza a forma:
“o prato está rachado”.
3 Alternativa: A.
Ao se considerar a dança como representação da cultura de um povo, pressupõe-se que ela manifeste a afetividade, a história,
a ideologia e as aspirações intelectuais e espirituais de um povo.
4 Na técnica cinematográfica, conhecida como traveling, a câmera se move para registrar imagens do espaço. No texto
apresentado, esse recurso possibilita relacionar a condição de miséria das personagens à condição de miséria da paisagem
em que elas se inserem.
5 Alternativa: D.
O autor reforça a caracterização do “menino diabo” descrevendo ações praticadas por ele. São colocadas em sequência
orações coordenadas sindéticas aditivas, como vemos no trecho: “Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava,
porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de
cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce ‘por pirraça’; e eu
tinha apenas seis anos”.
Anotações
16
Anotações
17
INTERPRETAÇÃO
DE TEXTO
Aula
Nível da expressão II
21
Recursos visuais
Determinados recursos no nível da forma criam
efeitos de sentido. Veja a seguir alguns deles.
A perspectiva
•
•
algo infinito, prolongado, ilimitado.
algo a ser conquistado ou percorrido.
O primeiro plano
•
•
O áspero e o liso
•
•
O dinâmico e o estático
dinâmico: ideia de aventura, paixão, jovialidade,
emoção, progressão temporal, ação em processo.
estático: ausência de progressão temporal, retrato,
detalhe, velhice, morte, monotonia.
A superatividade, a inferatividade, a lateralidade, o
centro
•
inferatividade: coisas terrenas, aspecto carnal,
material ou aquilo que indica inferioridade em algum nível.
lateralidade: à margem do processo, secundário,
de menor importância.
centro: protagonismo, foco, poder.
áspero: rudimentar, primitivo, relativo à masculinidade.
liso: escorregadio, movimento, leveza, relativo à
feminilidade, modernidade.
Formas moles e formas duras
Efeito de aproximação:
detalhe, particularidades.
parte pelo todo.
•
•
•
O close
•
•
•
efeito de aproximação.
objeto ou ser como foco principal.
•
•
•
superatividade: poder, espiritualidade, superioridade em algum nível.
moles: feminilidade, subjetividade, adaptabilidade.
duras: solidez, racionalidade, materialidade, masculinidade.
O reto e o curvo
•
•
reto: modernidade, rigidez, virilidade, masculinidade.
curvo: antiguidade (arquitetura barroca, Rococó),
suavidade, feminilidade, religiosidade, pomposidade.
O aberto e o fechado
•
•
aberto: liberdade, jovialidade, grandiosidade.
fechado: espaço descontínuo, intimidade, secreto,
opressão.
Exercícios de Sala
1
Enem 2009
A feição deles é serem pardos, maneira
d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes, benfeitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam
nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E
estão acerca disso com tanta inocência como têm em
mostrar o rosto.
P. V. Caminha. A carta. Disponível em:
<www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 12 ago. 2009.
A. Eckhout. Índio Tapuia
(1610-1666).
Disponível em:
<www.diaadia.pr.gov.br>.
Acesso em: 9 jul. 2009.
62
Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout
e o trecho do texto de Caminha, conclui-se que:
I N T. D E TE X TO
Orientações
18
Embora o destaque seja para os signos visuais, ou seja, para as características que compõem as imagens
e as sensações por elas proporcionadas, é preciso destacar que, por meio de texto escrito apenas, também é
possível descrever imagens e alcançar impressões semelhantes. Por isso, o cinema também compartilha com
as produções textuais escritas diversas técnicas parecidas, como o close, a perspectiva, o plano etc. Destaque
que os exercícios podem estabelecer paralelos entre a linguagem visual e a escrita.
Aula
21
(a) ambos se identificam pelas características estéticas marcantes, como tristeza e melancolia, do movimento romântico das artes plásticas.
(b) o artista, na pintura, foi fiel ao seu objeto, representando-o de maneira realista, ao passo que o
texto é apenas fantasioso.
(c) a pintura e o texto têm uma característica em comum, que é representar o habitante das terras que
sofreriam processo colonizador.
(d) o texto e a pintura são baseados no contraste entre
a cultura europeia e a cultura indígena.
(e) há forte direcionamento religioso no texto e na
pintura, uma vez que o índio representado é objeto da catequização jesuítica.
2 Enem 2008 A linguagem utilizada pelos chineses há
milhares de anos é repleta de símbolos, os ideogramas,
que revelam parte da história desse povo. Os ideogramas primitivos são quase um desenho dos objetos representados. Naturalmente, esses desenhos alteraram-se
com o tempo, como ilustra a seguinte evolução do ideograma , que significa cavalo e em que estão representados cabeça, cascos e cauda do animal.
Considerando o processo mencionado, escolha a sequência que poderia representar a evolução do ideograma chinês para a palavra luta.
(a)
(b)
(c)
3
Enem 2008
Exame, 28 set. 2007.
Entre os seguintes ditos populares, qual deles melhor
corresponde à figura acima?
(a) Com perseverança, tudo se alcança.
(b) Cada macaco no seu galho.
(c) Nem tudo que balança cai.
(d) Quem tudo quer, tudo perde.
(e) Deus ajuda quem cedo madruga.
4
Enem 2006
As linhas nas duas figuras geram um efeito que se associa ao seguinte ditado popular:
(a) Os últimos serão os primeiros.
(b) Os opostos se atraem.
(c) Quem espera sempre alcança.
(d) As aparências enganam.
(e) Quanto maior a altura, maior o tombo.
(d)
(e)
GUIA DE ESTUDO
Int. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 8
I. Leia as páginas de 155 a 158.
II. Faça o exercício 2 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 5, 10 e 14.
T E TR A III
INT. DE T E X TO
63
Anotações
19
Resoluções
Exercícios de Sala
1 Alternativa: C.
A alternativa a é incorreta, pois não há melancolia na imagem ou no texto.
A alternativa b é incorreta porque o texto é um relato de viagem, podendo haver nele distorções, sem que seja fantasioso.
A alternativa d é incorreta, já que, no texto e na pintura, a cultura indígena é discutida; em ambos os textos, os que enunciam
são europeus.
A alternativa e é incorreta, pois não se observa a religiosidade na imagem; no texto, a referência às partes íntimas tem cunho
moral, mas não exatamente religioso.
2 Alternativa: B.
O ideograma do enunciado passou por um processo de transformação artística, no qual a figura do cavalo tornou-se menos
estilística. A sequência que poderia representar a evolução do ideograma chinês para a palavra luta seria a da alternativa b,
em que, inicialmente, é possível observar duas pessoas lutando.
3 Alternativa: A.
O caracol é lento, portanto, para ele, é difícil começar a andar e carregar seu casco, mas ele persiste e consegue levar
tranquilamente sua “casa” nas costas. O difícil, então, é só começar, porque depois o fardo se torna suave e fácil, e é
representado pela cama elástica. Assim, “Com perseverança, tudo se alcança”.
4 Alternativa: D.
As imagens lidam com a questão da perspectiva: dependendo de onde se olha, o que se enxerga é diferente. Por isso, o ditado
que melhor se relaciona é “As aparências enganam.”
Anotações
20
Anotações
21
INTERPRETAÇÃO
DE TEXTO
Aula
22
Nível da expressão III
Arte e linguagem
As linguagens se relacionam e se complementam.
Nesta aula, estudaremos as principais características
de algumas escolas de pintura a partir do Barroco,
para que possamos relacionar a linguagem ao período
de cada uma.
O Barroco
•
•
•
•
•
•
•
Temática realista, abrangendo todas as camadas
sociais.
Tentativa do pintor de captar cenas de maior intensidade dramática.
Emoção, em oposição ao racionalismo da arte renascentista.
Estilo grandioso, acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos).
Temática realista, intensidade dramática.
Composição assimétrica em diagonal.
Luz como guia do olhar do observador para o
acontecimento principal da obra.
O Romantismo
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
64
Escapismo ocorre no espaço.
Nacionalismo.
Emoção (implica movimento).
Subjetividade.
Tema da liberdade.
Libertação das convenções acadêmicas em favor
da livre expressão da personalidade do artista.
Valorização dos sentimentos e da imaginação.
Paisagem não é mero cenário, possui relação estreita com as personagens.
Profusão de cores reflete o estado do pintor.
Dinamismo nas telas.
O Realismo
•
•
•
•
•
•
•
•
Positivismo de Auguste Comte: exaltava religiosamente a ciência.
Objetividade e praticidade cientítica eram o ideal
a ser seguido.
Observação da realidade, ênfase na razão e na
ciência.
Temas voltados para a ordem social e a política.
Trabalhadores e cenas do dia a dia são pintados.
Perspectiva para criar a ilusão de espaço, como
também a perspectiva aérea, dando uma nova visão da paisagem ou da cena (vista superior aérea).
Volumes são muito bem representados, devido à
gradação de cor, luz e sombra.
Aparência real do objeto (a textura da pele, dos
tecidos, da parede etc.).
O Modernismo
•
•
•
•
•
•
•
•
Cores do Brasil.
Resgate da cultura nacional.
Influência das vanguardas, estilo cubista, surrealista etc.
Retrato do povo nas telas.
Imagens da favela.
Imagens do Carnaval.
Imagens de trabalhadores, retirantes.
Vanguardas: Expressionismo, Impressionismo,
Surrealismo, Cubismo, Futurismo, Dadaísmo,
Abstracionismo.
I N T. D E TE X TO
Orientações
22
As escolas artísticas, ao longo da história, também influenciaram diretamente na produção textual,
deixando como herança características que, além de determinarem a construção e a intenção do texto,
podem ser relacionadas com outras produções artísticas. O Barroco, Romantismo, Realismo e Modernismo,
bem como as vanguardas, devem ser trabalhados com relação à sua identidade mais evidente, garantindo
bagagem cultural ao estudante (outros detalhes serão abordados diretamente em Literatura). A intenção é a
Aula
22
Exercícios de Sala
1
2
Enem 2011
Enem 2011
P. Picasso. Guernica. Óleo sobre tela. 349 X 777 cm.
Museu Reina Sofia, Espanha, 1937. Disponível em:
<www.fddreis.files.wordpress.com>. Acesso em: 26 jul. 2010.
N. Leirner. Tronco com cadeira (detalhe), 1964. Disponível em:
<www.itaucultural.org.br>. Acesso em: 27 jul. 2010.
Nessa estranha dignidade e nesse abandono, o objeto foi exaltado de maneira ilimitada e ganhou um significado que se pode considerar mágico. Daí sua “vida
inquietante e absurda”. Tornou-se ídolo e, ao mesmo
tempo, objeto de zombaria. Sua realidade intrínseca foi
anulada.
A. Jaffé. "O simbolismo nas artes plásticas". In: C.G. Jung (Org.).
O homem e os seus símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
A relação observada entre a imagem e o texto apresentados permite o entendimento da intenção de um
artista contemporâneo. Neste caso, a obra apresenta
características:
(a) funcionais e de sofisticação decorativa.
(b) futuristas e do abstrato geométrico.
(c) construtivistas e de estruturas modulares.
(d) abstracionistas e de releitura do objeto.
(e) figurativas e de representação do cotidiano.
O pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), um dos
mais valorizados no mundo artístico, tanto em termos
financeiros quanto históricos, criou a obra Guernica
em protesto ao ataque aéreo à pequena cidade basca
de mesmo nome. A obra, feita para integrar o Salão
Internacional de Artes Plásticas de Paris, percorreu
toda a Europa, chegando aos EUA e instalando-se no
MoMA, de onde sairia apenas em 1981. Essa obra
cubista apresenta elementos plásticos identificados
pelo:
(a) painel ideográfico, monocromático, que enfoca várias dimensões de um evento, renunciando à realidade, colocando-se em plano frontal ao espectador.
(b) horror da guerra de forma fotográfica, com o uso
da perspectiva clássica, envolvendo o espectador
nesse exemplo brutal de crueldade do ser humano.
(c) uso das formas geométricas no mesmo plano, sem
emoção e expressão, despreocupado com o volume, a perspectiva e a sensação escultórica.
(d) esfacelamento dos objetos abordados na mesma
narrativa, minimizando a dor humana a serviço da
objetividade, observada pelo uso do claro-escuro.
(e) Uso de vários ícones que representam personagens fragmentados bidimensionalmente, de forma
fotográfica livre de sentimentalismo.
T E TR A I II
INT. DE T E X TO
65
de que o aluno tenha noções gerais sobre as características de cada escola para que possa, por conta própria,
identificá-las em uma obra (textual ou representante de outra forma de arte) e interpretá-las.
23
Aula
22
3
Enem 2010
4
Enem 2011
Texto I
Toca do Salitre – Piauí. Disponível em: <www.fumdham.org.br>.
Acesso em: 27 juI. 2010.
Texto II
C. Monet. Mulher com sombrinha, 1875, 100 x 81 cm.
In: W. Bekett. História da pintura. São Paulo: Ática, 1997.
Arte Urbana. Foto: Diego Singh. Disponível em:
<www.diaadia.pr.gov.br>. Acesso em: 27 jul. 2010.
Em busca de maior naturalismo em suas obras e fundamentando-se em novo conceito estético, Monet,
Degas, Renoir e outros artistas passaram a explorar
novas formas de composição artística, que resultaram
no estilo denominado Impressionismo. Observadores
atentos da natureza, esses artistas passaram a:
(a) retratar, em suas obras, as cores que idealizavam
de acordo com o reflexo da luz solar nos objetos.
(b) usar mais a cor preta, fazendo contornos nítidos,
que melhor definiam as imagens e as cores do objeto representado.
(c) retratar paisagens em diferentes horas do dia, recriando, em suas telas, as imagens por eles idealizadas.
(d) usar pinceladas rápidas de cores puras e dissociadas diretamente na tela, sem misturá-las antes na
paleta.
(e) usar as sombras em tons de cinza e preto e com
efeitos esfumaçados, tal como eram realizadas no
Renascimento.
O grafite contemporâneo, considerado em alguns momentos como uma arte marginal, tem sido comparado
às pinturas murais de várias épocas e às escritas pré-históricas. Observando as imagens apresentadas, é
possível reconhecer elementos comuns entre os tipos
de pinturas murais, tais como:
(a) a preferência por tintas naturais, em razão de seu
efeito estético.
(b) a inovação na técnica de pintura, rompendo com
modelos estabelecidos.
(c) o registro do pensamento e das crenças das sociedades em várias épocas.
(d) a repetição dos temas e a restrição de uso pelas
classes dominantes.
(e) o uso exclusivista da arte para atender aos interesses da elite.
GUIA DE ESTUDO
Int. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 8
I. Leia as páginas de 158 a 177.
II. Faça o exercício 3 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 6, 8, 9 e 15.
66
Anotações
24
I N T. D E TE X TO
Resoluções
Exercícios de Sala
1 Alternativa: D.
A literatura e a arte plástica do Simbolismo procuram dar sugestões abstratas e inusitadas aos objetos, trabalhando com
associações ora oníricas, ora misteriosas. Faz-se uma releitura do objeto.
2 Alternativa: A.
O Cubismo, iniciado no começo do século XX com o quadro Demoiselles D’Avignon, de Pablo Picasso, rompeu com o
paradigma de arte como mímese, ou seja, a ideia de a arte ser associada à beleza e à perfeição.
Vanguarda artística de origem francesa, o Cubismo propõe a justaposição de figuras geométricas por meio de várias
perspectivas, como é descrito na célebre frase de Picasso: “Não pinto os objetos como os enxergo, e sim como os imagino”.
3 Alternativa: D.
Seguindo a estética impressionista, o pintor registra a imagem com cores puras, não misturadas. Além disso, não há idealização
de cores e imagens.
4 Alternativa: C.
Nos textos I e II, são mostradas duas figuras de diferentes tempos históricos: uma pintura rupestre, da Antiguidade, e um
grafite, do mundo contemporâneo. Sobre os elementos comuns às duas imagens, não se pode afirmar que: (a) há preferência
por tintas naturais, pelo menos não hoje em dia; (b) há rompimento com modelos estabelecidos, uma vez que as figuras são
registros do pensamento e das crenças das sociedades em várias épocas; (d) e (e) há restrição de uso pelas classes dominantes
ou pela elite, já que o grafite, como o próprio enunciado afirma, é considerado uma arte marginal.
Anotações
25
Anotações
26
INTERPRETAÇÃO
DE TEXTO
Implícitos, ambiguidade
e semântica I
Os implícitos
Há várias formas de implícito; nesta aula, estudaremos o pressuposto (marcado na frase) e o subentendido (não marcado na frase).
•
Pressuposto
•
Define-se como o ato de pressupor um conteúdo;
atribui-se o conteúdo pressuposto a fatos conhecidos
de todos e pelos quais ninguém responde. Veja os recursos linguísticos em que se apoiam os pressupostos:
• Verbos factivos (pressupõem a verdade) ou contrafactivos (pressupõem a mentira):
O povo sabe que Jair Nonato é honesto.
O presidente acredita que a oposição votará a seu favor.
•
Verbos subjetivos (implicam um julgamento de
valor):
O delegado confessou que participou da operação.
•
Verbos ou marcadores aspectuais (pressupõem
que havia um processo anteriormente):
Arnaldo, você parou de fofocar?
•
Nominalizações (expressões sem verbo que pressupõem um fato):
A loucura da filha levou-os à falência.
•
Epítetos não restritivos (pressupõem que a qualidade era conhecida):
Aula
23
Interrogativas parciais (pressupõem um fato):
Quem assaltou a geladeira?
Subentendido
Trata-se de forma implícita de dizer. Faz a responsabilidade recair sobre o receptor, podendo o enunciador afirmar, em qualquer tempo, que não foi ele quem
disse algo, mas o outro quem assim interpretou. Para
se criar o subentendido, são frequentes o uso da parte
no lugar do todo e a transgressão à lei da conversação
(toda pergunta pede uma resposta e, se essa não ocorre, pode haver o subentendido). Observe:
Parte pelo todo
O que você achou da prova?
A primeira questão estava fácil!
Pode estar subentendido que o restante da prova
estava difícil, o que pode ser negado pelo falante que
criou o subentendido:
– Você está dizendo que o restante estava difícil?
– Não, é que a primeira foi de graça, a prova estava
fácil.
•
–
–
Lei da conversação
E aí, Isabella, vamos ao cinema?
Você sabia que a professora de inglês saiu da escola?
– Ah, sabia!
– Tchau, vou estudar.
Isabella transgride uma lei da conversação no momento em que não responde à pergunta, o que gera o
subentendido de que ela não deseja ir ao cinema.
•
–
–
O professor fez referência àquela estranha funcionária.
T E TR A I II
INT. DE T E X TO
67
Orientações
Pressuposto e subentendido são duas chaves para a interpretação de textos. É necessário que o aluno perceba
o quanto pode resolver exercícios com mais facilidade se estiver apto a perceber esses recursos tão presentes no
dia a dia. Duas ferramentas são importantes para identificar as ideias subentendidas: a parte pelo todo e a lei da
conversação. Pelos exercícios propostos, é possível perceber também a relação entre textos escritos e visuais, em
que, muitas vezes, um é pressuposto para o outro ou os dois subentendem ideias semelhantes. Nesta aula, o aluno
deve, portanto, desenvolver a habilidade de interpretar e perceber o que não está explícito no texto.
27
Aula
23
Exercícios de Sala
1
2
Enem 2010
Enem 2013
Texto I
O chamado fumante passivo é aquele indivíduo que
não fuma, mas acaba respirando a fumaça dos cigarros
fumados ao seu redor. Até hoje, discutem-se muito os
efeitos do fumo passivo, mas uma coisa é certa: quem
não fuma não é obrigado a respirar a fumaça dos outros.
O fumo passivo é um problema de saúde pública
em todos os países do mundo. Na Europa, estima-se que
79% das pessoas estão expostas à fumaça “de segunda
mão”, enquanto, nos Estados Unidos, 88% dos não fumantes acabam fumando passivamente. A Sociedade do
Câncer da Nova Zelândia informa que o fumo passivo
é a terceira entre as principais causas de morte no país,
depois do fumo ativo e do uso de álcool.
Disponível em: <www.terra.com.br>. Acesso em:
27 abr. 2010. (Frag.).
Texto II
Disponível em: <http://rickjaimecomics.
blogspot.com>. Acesso em: 27 abr. 2010.
Ao abordar a questão do tabagismo, os textos I e II
procuram demonstrar que:
(a) a quantidade de cigarros consumidos por pessoa, diariamente, excede o máximo de nicotina recomendado
para os indivíduos, inclusive para os não fumantes.
(b) para garantir o prazer que o indivíduo tem ao fumar, será necessário aumentar as estatísticas de
fumo passivo.
(c) a conscientização dos fumantes passivos é uma
maneira de manter a privacidade de cada indivíduo e garantir a saúde de todos.
(d) os não fumantes precisam ser respeitados e poupados, pois estes também estão sujeitos às doenças causadas pelo tabagismo.
(e) o fumante passivo não é obrigado a inalar as mesmas toxinas que um fumante, portanto depende de
ele evitar ou não a contaminação proveniente da
exposição ao fumo.
68
Anotações
28
I N T. D E TE X TO
Disponível em: <http://orion-oblog.blogspot.com.br>.
Acesso em: 6 jun. 2012. (Adapt.).
O cartaz aborda a questão do aquecimento global. A
relação entre os recursos verbais e não verbais nessa
propaganda revela que
(a) o discurso ambientalista propõe formas radicais
de resolver os problemas climáticos.
(b) a preservação da vida na Terra depende de ações
de dessalinização da água marinha.
(c) a acomodação da topografia terrestre desencadeia
o natural degelo das calotas polares.
(d) o descongelamento das calotas polares diminui a
quantidade de água doce potável do mundo.
(e) a agressão ao planeta é dependente da posição
assumida pelo homem frente aos problemas ambientais.
Aula
23
3
4
Enem 2013
Mal secreto
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce.
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse:
Unicamp 2012
Texto I
Entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de pessoas saíram
da condição de pobreza absoluta (rendimento médio domiciliar per capita até meio salário mínimo mensal), permitindo que a taxa nacional dessa categoria de pobreza
caísse 33,6%, passando de 43,4% para 28,8%.
No caso da taxa de pobreza extrema (rendimento
médio domiciliar per capita de até um quarto de salário
mínimo mensal), observa-se um contingente de 13,1 milhões de brasileiros a superar essa condição, o que possibilitou reduzir em 49,8% a taxa nacional dessa categoria
de pobreza, de 20,9%, em 1995, para 10,5%, em 2008.
Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado
Se se pudesse, o espírito que chora.
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo.
Como invisível chaga cancerosa!
no Brasil, Comunicados do IPEA, 13 jul. 2010, p. 3.
Texto II
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
R. Correia. In: M. Patriota. Para compreender Raimundo Correia.
Brasília: Alhambra, 1995.
Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na condução temática, o soneto
de Raimundo Correia reflete sobre a forma como as
emoções do indivíduo são julgadas em sociedade. Na
concepção do eu lírico, esse julgamento revela que
(a) a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir de forma dissimulada.
(b) o sofrimento íntimo toma-se mais ameno quando
compartilhado por um grupo social.
(c) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças
neutraliza o sentimento de inveja.
(d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a
apiedar-se do próximo.
(e) a transfiguração da angústia em alegria é um artifício nocivo ao convívio social.
Benett. Disponível em: <chargesdobenett.zip.net>.
Acesso em: 21 out. 2011.
a) Podemos relacionar os termos miséria e pobreza, presentes no texto II, a dois conceitos que são
abordados no texto I. Identifique esses conceitos
e explique por que eles podem ser relacionados às
noções de miséria e pobreza.
b) Que crítica é apresentada no texto II? Mostre
como a charge constrói essa crítica.
T E TR A I II
INT. DE T E X TO
69
Anotações
29
Aula
23
5 Unifesp 2014 Leia os textos enviados a uma revista por dois de seus leitores.
Leitor 1: O alto número de óbitos entre as mulheres fez
com que os cuidados com a saúde feminina se tornassem
mais necessários. Hoje sabemos que estamos expostas a
muitos fatores; por isso, conhecer os sintomas do infarto
é fundamental.
Leitor 2: Os médicos devem se aprofundar nos estudos
relacionados à saúde da mulher. A paciente, por sua vez,
não pode deixar de se prevenir. Nesse processo, a informação, os recursos adequados e profissionais capacitados são determinantes para diminuir os infartos.
Cartas. IstoÉ, 4 set. 2013. (Adapt.).
A comparação dos textos enviados pelos leitores permite afirmar corretamente que
(a) duas mulheres escrevem à revista para falar da
prevenção dos infartos, mais incidentes no sexo
feminino.
(b) duas pessoas escrevem à revista para expressar
sua indignação com a falta de recursos destinados
à saúde da mulher.
(c) dois profissionais da saúde escrevem à revista
para reforçar a necessidade da medicina preventiva.
(d) duas pessoas escrevem à revista para ressaltar a
importância dos cuidados com a saúde da mulher.
(e) dois leitores escrevem à revista para informar a
falta de conhecimentos sobre o infarto feminino.
6 Unifesp 2012 Todo estudante sabe que atualidade
também é questão de vestibular. Para garantir um bom
desempenho, fique atento a temas que se repetem durante alguns dias em jornais, sites ou canais de TV. Quando estiver se informando, relacione os acontecimentos
aos conteúdos aprendidos em sala de aula. E cuidado
especial com meio ambiente, sempre em alta nas provas.
Veja, 18 maio 2011.
A intenção explícita do texto, considerada a interlocução nele definida, é
(a) descrever que o próprio vestibular é um tema de
atualidade.
(b) orientar os vestibulandos sobre como estudar atualidade.
(c) mostrar aos professores que a TV é importante
para se ensinar atualidade.
(d) enfatizar as divergências entre informações da mídia e da escola.
(e) indicar aos estudantes que meio ambiente é um
tema já desgastado.
GUIA DE ESTUDO
Int. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 9
I. Leia as páginas 186 e 187.
II. Faça os exercícios 5 e 6 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 3, 4, 12 e 13.
70
Anotações
30
I N T. D E TE X TO
Resoluções
Exercícios de Sala
1 Alternativa: D.
Os textos retratam o desrespeito com relação ao fumante passivo, fato demonstrado na alternativa d.
Em nenhum momento é mencionada a quantidade de cigarros consumida por pessoa, como propõe a alternativa a. O foco
não é o direito do fumante ativo, como demonstrado na alternativa b e na alternativa e; e a conscientização deve partir do
fumante ativo, e não do passivo, eliminando-se a alternativa c.
2 Alternativa: E.
A questão exige do candidato uma análise da relação entre os elementos verbais e não verbais presentes na propaganda.
Analisando os elementos verbais, nota-se a conjugação do verbo derreter, o qual remete a um dos problemas causados pelo
aquecimento global, nesse caso, o derretimento das calotas polares. Além disso, essa conjugação sugere que o receptor da
mensagem seja indiferente ao aquecimento global, o que é evidenciado pela pergunta “Você tem certeza que quer conjugar
este verbo?”. A construção “tem certeza” deixa implícito que há uma expectativa de resposta afirmativa. Portanto, essa pergunta
oferece ao receptor uma oportunidade para refletir sobre suas atitudes com relação ao planeta e uma oportunidade para
mudá-las. Sendo assim, a relação entre os recursos verbais e os não verbais revela que a agressão ao planeta é dependente
da posição assumida pelo homem frente aos problemas ambientais.
3 Alternativa: A.
Segundo o eu lírico, o indivíduo vive o “parecer” em detrimento do “ser”, ou seja, veste uma máscara que faz com que pareça
uma pessoa venturosa àqueles que o cercam.
4 a) O substantivo pobreza associa-se à expressão “pobreza absoluta” (pessoas que têm rendimento médio domiciliar per
capita de até meio salário mínimo mensal); já o substantivo miséria refere-se à expressão “pobreza extrema” (pessoas
que têm rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo mensal).
b) Na charge, o fato de a linha não estar visível deixa implícita a ideia de que não há diferença entre os dois estados; em
ambos, o ser humano vive de forma indigna.
5 Alternativa: D.
A alternativa a está incorreta. O primeiro texto foi escrito por uma mulher, o que fica evidente pelo emprego da expressão
“estamos expostas”. Todavia, não se pode afirmar que o segundo texto foi escrito por uma mulher, já que não há nenhuma
marca linguística que assinale tal gênero.
A alternativa b está incorreta. Não há tom de indignação por parte dos leitores e não há referência, em seus textos, à falta de
recursos destinados à saúde da mulher. No primeiro texto, por exemplo, a afirmação “os cuidados com a saúde feminina se
tornassem mais necessários” pressupõe que esses cuidados já existem, posto que não são eficientes.
A alternativa c está incorreta. Não se pode afirmar que os leitores sejam profissionais da área da saúde. Não há nenhuma
marca linguística que sustente tal afirmação.
A alternativa d está correta. O trecho “os cuidados com a saúde feminina se tornassem mais necessários”, no texto 1, e o trecho
“Os médicos devem se aprofundar nos estudos relacionados à saúde da mulher”, no texto 2, evidenciam a preocupação com
a saúde da mulher (e, consequentemente, sua importância).
A alternativa e está incorreta. Em nenhum dos dois textos, há a afirmação de que seus enunciadores não têm conhecimentos
sobre o infarto feminino.
6 Alternativa: B.
O enunciador do texto procura orientar os alunos com relação ao que é cobrado em vestibulares, no caso, o tema
atualidades. Por não se tratar de uma ciência, ensina-se como estudar tal assunto: “Quando estiver se informando, relacione
os acontecimentos aos conteúdos aprendidos em sala de aula”.
Anotações
31
Anotações
32
Implícitos, ambiguidade
e semântica II
Ambiguidade
•
Tipos de ambiguidade
•
•
•
Verbal: só com palavras.
Visual: só com imagem.
Verbo-visual: com imagem e palavra formando o
duplo sentido.
Mecanismos que disparam a ambiguidade
•
Pronomes
– Pronome pessoal
INTERPRETAÇÃO
DE TEXTO
Aula
24
Elipse
− Eu queria ser piloto como meu avô!
Observe: A omissão do verbo na segunda oração
permite duas interpretações: o avô era piloto ou queria
ser? A frase poderia ser reescrita desta maneira: − Eu
queria, como meu avô, ser piloto!
•
Ordem das palavras
Compra-se avental de dentista branco.
João bateu em Joca porque ele estava bêbado. João
é descontrolado.
Observe: A palavra que gera ambiguidade é o pronome pessoal ele, que pode referir-se a João ou a Joca;
o ideal é empregarmos os demonstrativos este (Joca)
ou aquele (João).
Observe: O termo branco, na posição em que está,
pode referir-se a avental ou a dentista, a ordem das
palavras compromete a compreensão. O correto seria
dizer: Compra-se avental branco de dentista.
•
– Pronome possessivo
Duplo contexto
Lia-se em um cartaz: A saúde não tem remédio!
O guarda prendeu o criminoso em sua casa.
Observe: O possessivo sua pode retomar guarda
ou criminoso; pode-se usar o demonstrativo este (...
na casa deste).
– Pronome relativo
Observe: Temos o contexto das prateleiras vazias
(remédio como medicamento) e o contexto do ministério, que abrange a saúde em geral.
•
Paronomásia
Você já morou nos Estados Unidos? A Marilyn
Monroe!
A filha da professora, que estava em outra cidade,
chegou esta tarde.
Observe: O relativo que pode retomar filha ou
professora.
Observe: O termo Monroe remete simultaneamente, por meio de um trocadilho (paronomásia), à
cantora ou ao verbo morar.
– Pronome demonstrativo
O capacete é a sua segurança: ponha isso na
cabeça.
Observe: O demonstrativo isso pode retomar capacete ou a frase inteira (“O capacete é a sua segurança”).
T E TR A I II
INT. DE T E X TO
71
Orientações
Ambiguidade é o destaque desta aula e de muitos exercícios de interpretação de texto dos vestibulares.
É necessário mostrar como ela se constrói em uma frase (por meio, principalmente, de pronomes, elipse,
ordem das palavras, contexto, paronomásia), tanto para evitar erros quanto para propor recursos para
interpretar textos propositalmente ambíguos. Por meio dos exercícios da aula, é possível perceber que a
ambiguidade é um recurso recorrente nos textos publicitários, adquirindo uma função de destaque ao ser usada.
33
Aula
24
Exercícios de Sala
1 ESPM 2012 Das manchetes jornalísticas abaixo,
uma permite dupla leitura. Assinale-a:
(a) Barco levado por tsunami do Japão aparece na
costa canadense.
(b) Na Indonésia, garoto de 8 anos fuma 25 cigarros
por dia.
(c) Coreano é morto no Brás ao tentar defender o filho de ladrões.
(d) País corre o risco de não cumprir Lei da Ficha
Limpa este ano.
(e) Mulheres brasileiras estão mais felizes no trabalho.
2
Insper 2012
a) Há no texto uma expressão de duplo sentido sobre
a qual o apelo da propaganda é construído. Transcreva tal expressão e explique os dois sentidos
que ela pode ter.
b) Há também uma ironia no texto da propaganda,
que contribui para o seu efeito reivindicativo, expressa no enunciado: “Aproveita enquanto tem
água.” Explique a ironia contida no enunciado e
a maneira como ele se relaciona aos elementos visuais presentes no cartaz.
4
Fuvest 2013 Leia o texto:
Folha de S.Paulo, 3 ago. 2011.
Considerando-se os elementos verbais e visuais da
charge, conclui-se que o humor decorre do(a)
(a) crítica despropositada feita a um livro considerado um clássico da literatura universal.
(b) duplo sentido que a palavra barata adquire no
contexto do último quadrinho da tirinha.
(c) ambiguidade do substantivo impressão, presente
no segundo quadrinho.
(d) explícita referência intertextual que ocorre no primeiro quadrinho da tira.
(e) traço caricatural das personagens que as aproxima
do conteúdo do livro mencionado.
3 Unicamp 2013 Leia a propaganda (adaptada) da
Fundação SOS Mata Atlântica reproduzida abaixo e
responda às questões propostas.
Ditadura/ Democracia
A diferença entre uma democracia e um país totalitário
é que numa democracia todo mundo reclama, ninguém
vive satisfeito. Mas se você perguntar a qualquer cidadão
de uma ditadura o que acha do seu país, ele responde
sem hesitação: “Não posso me queixar”.
Millôr Fernandes. Millôr definitivo: a bíblia do caos.
a) Para produzir o efeito de humor que o caracteriza, esse texto emprega o recurso da ambiguidade?
Justifique sua resposta.
b) Reescreva a segunda parte do texto (de “Mas” até
“queixar”), pondo no plural a palavra cidadão e
fazendo as modificações necessárias.
GUIA DE ESTUDO
Int. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 9
I. Leia as páginas 186 e 187.
II. Faça os exercícios 7 e 8 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 15, 17 e 19.
72
34
I N T. D E TE X TO
Por isso, destaque que a ambiguidade não é sempre um erro, pelo contrário, quando construída propositalmente,
pode apresentar-se como uma ferramenta do texto para produzir determinado efeito em seu leitor.
Resoluções
Exercícios de Sala
1 Alternativa: C.
Há duas possibilidades de se interpretar a alternativa:
- O coreano defendeu seu próprio filho contra o ataque dos ladrões.
- O coreano defendeu um indivíduo, que era filho de ladrões.
2 Alternativa: B.
O humor presente na charge decorre do trocadilho com a palavra barata presente no último quadrinho. Em decorrência da
história do livro Metamorfose, de Kafka, que trata de um homem que se transforma em um inseto, a construção “literatura
barata” sugere duplo sentido.
3 a) A expressão que tem duplo sentido é “lavar as mãos”. Pode remeter à higiene (lavar as mãos em sentido literal) ou ao
fato de não se tomar uma atitude sobre o assunto, eximir-se da responsabilidade (no sentido figurado).
b) O vocábulo enquanto pressupõe que um dia não haverá mais água e que, portanto, o “aproveitar” será efêmero.
Implicitamente, o enunciador convoca o leitor para que não abandone a mata atlântica, pois, para que haja água, é
fundamental a existência da mata (na imagem, árvores nascem da torneira). Para o enquanto virar porque na oração,
é preciso que haja o respeito à natureza.
4 a) A expressão “Não posso me queixar” tem duplo sentido:
- Não tenho reclamação a fazer (ou seja, aceito o regime).
- Não posso reclamar (proibição pressuposta da censura).
b) Fazendo as adaptações necessárias, teremos:
Mas se você perguntar a quaisquer cidadãos de uma ditadura o que acham do seu país, eles respondem sem hesitação:
“Não podemos nos queixar”.
Anotações
35
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