Procedimento para medições precisas de recalque em aterros antigos Michel da Cunha Tassi Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro, Brasil, [email protected] Sandro Salvador Sandroni Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro, Brasil, [email protected] SEA, Sandroni Engenheiros Associados, Rio de Janeiro, Brasil RESUMO: O presente trabalho apresenta um procedimento para medição de recalques através de nivelamento óptico de precisão em aterros sobre solos moles nos quais as deformações tenham atingido velocidades extremamente baixas, como é característico no adensamento secundário. A técnica desenvolvida foi aplicada em um aterro lançado há 18 anos, na Barra da Tijuca-RJ, e os recalques foram acompanhados por um período de 9 meses, tendo sido possível observar, em poucas semanas, que o aterro continuava em franco processo de compressão. Conclui-se, por fim, que a técnica empregada permite obter informações importantes para um aprofundamento na compreensão do fenômeno do adensamento secundário. PALAVRAS-CHAVE: Aterro sobre solos moles, Adensamento secundário, Instrumentação geotécnica. 1 INTRODUÇÃO A compressão secundária é uma preocupação existente quando são executados carregamentos sobre solos moles, sendo suas implicações mais pronunciadas em solos com presença de matéria orgânica e alta plasticidade. Depósitos com tais características são comuns nas regiões costeiras brasileiras. Na cidade do Rio de Janeiro, em particular, são conhecidos diversos casos de obras que sofreram recalques pós-construtivos de grande magnitude que podem ser atribuídos aos efeitos secundários. Entende-se por “aterros antigos”, aqueles cujas deformações se enquadrem na definição proposta por Martins (2005): às deformações que ocorrem principalmente ao fim do adensamento primário e que não podem ser atribuídas à dissipação dos pequenos excessos de poropressão ainda remanescentes, dá-se o nome de adensamento secundário. As velocidades de deformação nesta fase são tão lentas que se torna difícil medir recalques em intervalo de tempo reduzido (dias ou semanas). Este artigo apresenta um procedimento prático para a medição precisa de recalques em locais cujas deformações atingiram velocidades baixíssimas. Entre julho de 2013 e abril de 2014, o procedimento foi empregado em um local cuja história de carregamento e perfil geotécnico são bem conhecidos, com o objetivo de se obter uma “fotografia” da evolução dos recalques 18 anos após o lançamento do aterro. As características do local foram apresentadas por Sandroni (2001, 2006 e 2012), tratando-se, resumidamente, de um aterro de grandes dimensões (90.000 m²) lançado no ano de 1996 na Barra da Tijuca sobre um depósito de solos moles com espessura inicial de 4,5 metros. Os recalques foram acompanhados nos primeiros 400 dias da obra através do nivelamento em placas de recalque instaladas sobre o aterro de conquista. Cerca de 600 dias após o início da obra o local foi asfaltado e o terreno passou a ser utilizado como pátio de estacionamento de veículos de passeio. Ao fim do ano de 1999 (1350 dias após o carregamento), observou-se um desnível acentuado entre o pavimento asfáltico e estruturas estaqueadas existentes no pátio. Esse desnível continuou aumentando, sendo medido em algumas ocasiões com trena, até que em 2013 a situação era a apresentada na Figura 1. Conseguiu-se, então, autorização do proprietário para que fossem instalados pinos metálicos no pátio, de modo que os recalques pudessem ser acompanhados com maior precisão. Os benchmarks e os marcos empregados consistiram de pinos metálicos de latão com ponta esférica, sendo os marcos instalados ao centro de furos com 20 cm de diâmetro e 50 cm de profundidade abertos no pavimento asfáltico através de trado manual e preenchidos com concreto magro. Já os benchmarks foram instalados diretamente sobre caixas de concreto existentes, construídas sobre estacas cravadas à nega. Para isso, removeu-se a capa asfáltica que cobria o topo das caixas e desbastou-se a superfície do concreto para melhor aderência entre o concreto novo e o antigo, impedindo, assim, qualquer deslocamento do pino. Figura 1. Caixa estaqueada puncionando o pavimento asfáltico devido ao recalque ocorrido (observar a pintura da faixa de estacionamento no topo da caixa). Medições com essas características são escassas na literatura internacional, podendo-se citar van der Burght (1936), Bjerrum (1967), Crawford e Bozozuk (1990), Aboshi (1995) e Larsson e Mattsson (2003). Os autores acreditam que um banco de dados mais extenso com informações desse tipo poderia ajudar a trazer luz ao fenômeno do adensamento secundário, tema ainda bastante controverso dentro da comunidade geotécnica. 2 METODOLOGIA 2.1 Instrumentação Como no presente caso houve um didático efeito de punção do asfalto pelas estruturas estaqueadas existentes, criando uma superfície de corte vertical entre a caixa e o pavimento e deixando evidente a magnitude do recalque ocorrido, decidiu-se instalar um benchmark em cada uma dessas estruturas e um marco diretamente sobre o aterro em recalque, a cerca de 4 metros das estruturas de modo a fugir da zona de levantamento da capa asfáltica nas suas proximidades. Figura 2. Croqui da distribuição dos pinos metálicos. 2.2 Equipamento utilizado Como a velocidade de deformação esperada era extremamente baixa, grande atenção foi dada à escolha do equipamento óptico a ser empregado na campanha. A NBR 13133 classifica os níveis ópticos segundo o desvio-padrão obtido para 1 km de duplo nivelamento, e um equipamento com precisão muito alta deve fornecer desviopadrão inferior a 1 mm/km. Em vista disso, foi escolhido um aparelho da marca WILD modelo NA2 com micrômetro de placa planoparalela acoplado, cuja precisão é de 0,3 mm/km (Trutmann, 1980). Esse equipamento possui resolução de leitura de 0,1 mm, com leituras estimadas em 0,01 mm. Sua grande vantagem é que a horizontalização da linha de visada é feita por um compensador mecânico óptico, que pode ser entendido simplificadaente como um sistema de pêndulo que fornece automaticamente a visada horizontal perpendicular ao vetor gravidade (mais detalhes em Trutmann, 1980). Por conta disso, o equipamento prescinde da etapa de calagem da bolha bipartida – como é comum em equipamentos ópticos com essa precisão – já que essa operação é substituída pelo balanço automático do pêndulo. Além desse fato, o uso de pêndulo ao invés de sistema de bolha faz com que o equipamento seja menos susceptível às variações de temperatura e incidência de vento (Huber, 2013). A NBR 13133 recomenda que a mira adequada para nivelamentos dessa natureza sejam de ínvar, que é uma liga metálica de níquel e aço que possui coeficiente de dilatação térmica muito pequeno e constante. Entretanto, não foi possível conseguir uma mira com essas especificações, tendo sido empregada uma mira convencional de alumínio, da marca LEICA GEOSYSTEMS AG. modelo GSS 111. Um aspecto que é fonte comum de erros em nivelamentos com esse grau de precisão é a imperfeita verticalização da mira quando de seu posicionamento sobre os pinos metálicos de referência. Para mitigar esse erro, ao invés de se fazer uso de um funcionário auxiliar para essa operação, a sustentação da mira foi feita através de um tripé, que mantinha a peça estável com o uso de resistentes ligas de borracha. A verticalidade era conseguida com um nível esférico fixado na parte posterior da mira, e o conjunto era colocado em posição agindo-se nas hastes do tripé. Como as distâncias envolvidas eram pequenas, o próprio operador ajustava o tripé na posição correta e retornava para realizar as leituras, operação que levava poucos minutos. Tal esquema pode ser visto na Figura 3. 2.3 Método de medição Sucintamente, o procedimento de leitura com o equipamento automático empregado consiste em: (a) Estacionar o nível óptico, calando seu nível de bolha esférico; (b) Verticalizar o sistema tripé-mira sobre o pino metálico; (c) Efetuar a visada na mira, ajustando o foco; (d) Posicionar o fio médio do retículo na escala da mira agindo no parafuso do micrômetro; (e) Anotar o valor lido na caderneta de campo (6 algarismos significativos). Iniciava-se o procedimento no benchmark e após cada leitura ser anotada, a visada e o foco eram desfeitos, desviando a luneta da posição. Repetiam-se os passos de (c) a (e) e obtinha-se um segundo valor de leitura que, invariavelmente, diferia do primeiro de no máximo 0,05 mm (no 6º algarismo significativo). A cota adotada para aquele ponto era, então, a média aritmética das duas leituras. Em seguida, o sistema tripé-mira (Fig. 3) era posicionado sobre o marco no aterro e o procedimento repetido, obtendo-se dois valores de cota para o marco, sendo adotada, também, a média desses valores. O desnível entre benchmark e marco era calculado pela diferença entre os valores médios obtidos. Figura 3. Mira autosustentada com vista do nível de bolha esférico (à direita observa-se o recalque ocorrido na Torre). Para aumentar a confiabilidade da medição, após as 4 leituras realizadas o aparelho era estacionado em posição diametralmente oposta e todo o processo repetido, com a realização de mais 4 leituras (2 no benchmark e 2 no marco). Com isso, um novo valor de desnível era obtido. O procedimento é mostrado esquematicamente na Figura 4. Logo, pela repetição de leituras procurou-se aumentar a probabilidade de se aproximar o desnível calculado de seu valor real. 3.1.2 Erro de colimação vertical Ocorre quando a linha de visada (eixo de colimação) não está perpendicular ao vetor gravidade, ou seja, não está contida em um plano horizontal. Isso ocorre por imperfeição mecânica do instrumento ou por falta de calibração. Para minimizar os erros de colimação e de verticalidade do eixo principal, antes da campanha de acompanhamento os aparelhos empregados foram enviados para calibração e retificação em empresa especializada em manutenção de instrumentos ópticos. 3.1.3 Erro de curvatura terrestre Figura 4. Esquema do posicionamento do instrumento (cada seta representa uma leitura realizada). 3 ERROS E INCERTEZA 3.1 Erros Há vários tipos de erros inerentes ao processo de nivelamento geométrico que interferem nos valores medidos, fazendo com que os mesmos se dispersem em torno do valor real. Embora alguns deles sejam desprezíveis em muitas situações práticas, para a precisão buscada com o presente procedimento seus efeitos devem ser considerados. A seguir, descreve-se sucintamente quais são esses erros e qual medida foi adotada para que eles fossem eliminados ou, ao menos, mitigados. Explicação detalhada sobre cada um pode ser encontrada em Tassi (2014) e em Veiga, Zanetti e Faggion (2012). 3.1.1 Erro de verticalidade do eixo principal Ocorre quando o eixo principal do instrumento (vertical que passa pelo seu centro óptico) não está paralelo ao vetor gravidade no momento da leitura, seja por imprecisão do compensador mecânico óptico do aparelho ou por má calagem do nível de bolha esférico. Mesmo que a linha de visada esteja perfeitamente alinhada com um plano horizontal, haverá diferença entre a altura do ponto efetivamente visado na mira (linha reta entre o olho do operador e a mira) e o desnível entre o aparelho e o pino metálico (distância vertical entre a superfície equipotencial curvilínea que passa pelo pino e a que passa pelo centro óptico do aparelho). A diferença entre essas duas leituras representa o erro de curvatura, que é tanto maior quanto maior a distância entre o aparelho e a mira. 3.1.4 Erro reverberação de refração atmosférica e O erro de refração ocorre pois as variações de temperatura alteram a densidade do ar, fazendo com que a linha de visada se encurve na direção do ar mais denso. Esse efeito acarreta um erro de leitura, que é tanto maior quanto maiores forem as diferenças de temperatura. Por esse motivo, é recomendado que as leituras sejam feitas com céu encoberto e temperaturas amenas (em torno de 20 ºC). Demonstra-se que os erros de colimação, curvatura e refração podem ser eliminados ao se estacionar o aparelho à mesma distância dos pontos cujo desnível se pretende determinar (Veiga et al, 2012). Esse procedimento é chamado de Método das Visadas Iguais, e foi empregado em todas as leituras do presente trabalho. Para evitar o fenômeno de reverberação, a NBR 13133 recomenda que as visadas sejam feitas acima de 50 cm do solo. Como as leituras foram realizadas antes das dez horas da manhã, com temperaturas entre 20°C e 30ºC, não se esperam erros significativos devido à variação térmica. 3.1.5 Erro de pontaria 3.2 É causado pela dificuldade em se repetir a visada rigorosamente no mesmo ponto, devido não só à limitação do olho humano como também às imperfeições do instrumento. Para minimiza-lo, procurou-se aumentar a quantidade de leituras em cada ponto e tomar o valor médio como representativo, conforme explicado no item 2.3. 3.1.6 Erro de verticalidade da mira Se a mira estiver inclinada, o comprimento efetivamente lido pelo operador será maior do que o equivalente à menor distância entre as superfícies equipotenciais que passam pelo pino metálico e pelo centro óptico do instrumento. Para minimizar esse erro, empregou-se o sistema tripé-mira descrito no item 2.2 em substituição ao funcionário auxiliar. 3.1.7 Erro de índice e de graduação da mira O erro de índice é a diferença de altura entre a base da mira que se apóia no pino metálico de referência e o zero de sua escala, sendo este valor constante para cada mira. Já o erro de graduação é devido a eventuais imprecisões no processo de gravação da escala no metal da mira. O erro de índice é eliminado fazendo-se uso da mesma mira nas leituras. Já o erro de graduação deve ser corrigido através de calibração da mira. Incerteza De acordo com o explicado no item 2.3, o recalque em cada local era calculado pela média dos desníveis medidos a partir de dois pontos de estacionamento distintos. Caso não houvesse quaisquer imprecisões ou erros na determinação de cada desnível, esses valores seriam exatamente os mesmos em cada uma das duas estações – já que o intervalo de tempo entre as leituras a partir de cada estação é de poucos minutos e isso elimina o erro devido à diferença de temperatura. Porém, os desníveis obtidos não são rigorosamente iguais, e com isso pode-se admitir que essa diferença seja devida a uma composição dos erros que, embora mitigados, não podem ser eliminados (como pontaria, verticalidade do eixo principal e da mira). Plotando as diferenças entre os desníveis medidos a partir de cada par de estações, podese observar uma faixa de valores que oscila entre 0,6 mm, com média, , igual a 0,043 mm e desvio-padrão, , de 0,244 mm (Fig. 5). Assumir que a incerteza, , da medição seja o módulo do valor máximo da dispersão (0,6 mm) seria bastante conservador e, do ponto de vista estatístico, até mesmo incorreto. Por isso, a incerteza foi adotada como +, ou seja, = 0,287 mm. 3.1.8 Erro devido à variação de temperatura Ocorre devido à temperatura da mira em campo não ser a mesma daquela em que a escala foi gravada na peça, o que acarreta um erro de leitura proporcional ao desnível que está sendo medido e à diferença de temperatura correspondente. Para mitigar esse efeito, em medições de precisão recomenda-se empregar miras com escala em invar. Figura 5. Dispersão da diferença entre cada par de leituras (as linhas tracejadas indicam a média da amostra somada ao seu desvio-padrão). Essa diferença é relativa ao desnível instantâneo medido. Porém, no presente estudo estamos interessados na evolução do recalque após a instalação dos pinos, ou seja, na variação entre o desnível medido em “t + t” e o medido em “t”. Com isso, a incerteza de cada desnível se soma, ou seja: H = (Ht + t ) – (Ht = (Ht + t – Ht) 2. onde H é o desnível ocorrido entre medições consecutivas, Hi o desnível na data “i” e a incerteza da medição. Logo, a evolução dos recalques deve ser vista como uma faixa de valores com amplitude 4. em torno do valor médio (Fig. 6). Figura 7. Recalques medidos entre julho de 2013 e abril de 2014. Tabela 1. Comparação entre o recalque total e a presente medição Ponto Caixa Torre Intermediário 4.2 Figura 6. Incerteza dos valores medidos. Apesar da incerteza relativa ao processo de medição, continua sendo indiscutível que o aterro em estudo segue em compressão. 4 RESULTADOS E COMENTÁRIOS 4.1 Medições entre Jul/13 e Abr/14 O acompanhamento de recalques realizado entre julho de 2013 e abril de 2014 é apresentado na Figura 7, onde, embora exista notável diferença nas velocidades de deformação (dada pela inclinação de cada sequência de leituras), há coerência entre estas e as magnitudes de recalque ocorrido desde o lançamento do pavimento asfáltico. Ou seja, os locais que mais recalcaram nos últimos 9 meses foram os que mais recalcaram nos últimos 18 anos, conforme apresentado na Tabela 1. Recalque desde o Recalque nos últimos asfaltamento (mm) 9 meses (mm) 613 6,24 739 9,44 782 10,88 Estabilidade dos benchmarks Dunniclif (1993) apontou: “suspeita-se que muitos benchmarks usados em obras não sejam tão estáveis quanto o usuário pensa”. Por conta disso, decidiu-se acompanhar o desnível existente entre os benchmarks da Torre e da Caixa, que se encontram a 26,4 metros de distância um do outro, para verificar se, de fato, eles podem ser considerados estáveis. Como se observa na Figura 8, não há uma tendência de aumento no desnível existente entre os referidos benchmarks, mostrando que esse valor se manteve oscilando entre 0,3 mm, valor que é próximo ao erro da própria medição. Logo, pode-se assumir, com razoável segurança, que os benchmarks são estáveis. Figura 8. Estabilidade dos benchmarks Outra hipótese para essa oscilação com valores próximos a zero é que os benchmarks estivessem recalcando à exatamente a mesma velocidade, o que parece ser altamente improvável. 5 CONCLUSÕES O presente artigo apresentou um procedimento para medições precisas de recalque em aterros sobre solo mole onde as velocidades de deformação são extremamente baixas. A aplicação da técnica foi ilustrada com o acompanhamento de recalques por um período de 9 meses em um aterro sobre solo mole lançado há 18 anos, cuja história de carregamento e perfil geotécnicos são conhecidos. Com a técnica empregada, foi possível obter uma “fotografia” da evolução dos recalques e verificar, em poucas semanas, que o terreno continua em franco processo de compressão. Acompanhamentos dessa natureza permitem um aprofundamento na compreensão do fenômeno do adensamento secundário à medida que possibilitam a confirmação das previsões de recalque de longo prazo realizadas na fase de projeto e, quando for o caso, a calibração dos parâmetros adotados para empreendimentos posteriores. Seria interessante que houvesse, no futuro próximo, um aumento do banco de dados disponível na literatura nacional com medições de recalque após longo prazo em aterros sobre solos moles, já que não é de conhecimento dos autores informações a respeito que tenham sido publicadas no país. Só assim modelos de comportamento secundário desenvolvidos em laboratório podem ter sua aplicabilidade verificada em situações práticas. AGRADECIMENTOS À Seção de Ensino de Engenharia Cartográfica do Instituto Militar de Engenharia, pelo empréstimo dos equipamentos ópticos empregados no presente estudo, e ao Engº Divalter Melo, da Geoprojetos, pela instalação dos pinos metálicos. REFERÊNCIAS Aboshi, H. (1995) Case records of long-term measurement of consolidation settlement and their predictions, Proc. Int. Symp. on compression and consolidation of clayey soils, H.Yoshikuni and O.Kusakabe eds., Balkema (2), p.847-872. Bjerrum, L. (1967) Engineering geology of norwegian normally-consolidated marine clays as related to settlements of buildings, 7th Rankine Lecture, Geotechnique, Vol. 17(2), p. 83-118. Crawford, C.B, e Bozozuk, M. (1990) Thirty years of secondary consolidation in sensitive marine clay, Canadian Geotechnical Journal, 27(3), p. 315-319. Dunnicliff, J. 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