Compreensão e
Produção de Texto…
Professora Leila Pryjma
MANIHAR
REDAÇÃO É A PALAVRA
TRABALHADA
•Lutar com palavras.
•Ler, reler, não gostar, melhorar,
admirar.
REDIGIR É ARGUMENTAR
•A produção de um texto é o
espelho do conteúdo da alma.
•Ninguém escreve sobre o que não
sabe.
Escrever é próprio do ser humano
• Você é um sujeito pensante e criador.
• Você possui algo a dizer a alguém.
•
É o produto do pensar humano que se materializa na folha de papel.
MANIHAR
Não se impressione
com os “diz que...” da
redação
Na verdade, ela é bem
mais simples do que
parece.
Só se aprende a
escrever escrevendo
Erramos, acertamos,
aprendemos...
Mudamos de idéia,
amadurecemos...
Crio o meu próprio
conceito de mundo.
MANIHAR
TEMA
ASSUNTO
• Sobre o que o texto trata?
•Qual a idéia central deste texto?
•Qual o posicionamento
apresentado neste texto?
•Múltiplo.
•Rico.
•Vasto.
•Pertence ao âmbito do
conhecimento.
MANIHAR
CLONAR OU NÃO CLONAR? EIS A QUESTÃO.
Profa. Dra. Lygia da Veiga Pereira
No início do ano passado, fomos confrontados com a grande revolução Dolly - nos
tornamos capazes de copiar, clonar, indivíduos adultos - no caso, uma ovelha! Imediatamente
começamos a discutir esta tecnologia aplicada à clonagem de seres humanos, gerando tanta
euforia quando pânico. Ato contínuo, o presidente dos EUA proíbe a clonagem humana. Logo
em seguida, um físico também americano declara que realizará estas experiências à revelia
daClonagem
Proposta de redação
Utilizando os textos a seguir apenas para motivar sua reflexão, elabore uma
dissertação.
As técnicas de clonagem usadas até agora em plantas e animais podem ser, a
qualquer momento, aplicadas aos seres humanos. Produzir gente em série esbarra numa
das leis mais fascinantes da reprodução humana, que é o seu caráter aleatório e
imprevisível. Só por isso os seres humanos são tão variados nas suas virtudes e defeitos.
(MACKENZIE)
MANIHAR
Projeto Genoma Humano
É um consórcio internacional, composto pelos EEUU, Europa e Japão, que
tem por objetivo mapear todos os genes da espécie humana até o ano de
2025. Em 1990, o Projeto Genoma Humano tinha o envolvimento de mais
de 5000 cientistas, de 250 diferentes laboratórios, que contavam com um
orçamento, que segundo diferentes fontes, varia de US$ 3 bilhões a US$
53 bilhões.
Os seus objetivos na área da saúde são: a melhoria e simplificação dos
métodos de diagnóstico de doenças genéticas; a otimização das
terapêuticas de doenças genéticas, e a prevenção de doenças
multifatoriais.
Equipe nos EUA planeja clonar até 200 seres humanos
Boletim da CNN – 7/8/2001
6 de agosto, 2001
Às 6:14 PM hora de Brasília (2114 GMT)
MANIHAR
LEXINGTON, EUA (CNN)
Uma equipe de especialistas em reprodução deve anunciar na terça-feira que vai clonar
até 200 seres humanos.
O comunicado será feito em uma conferência sobre clonagem promovida pela
Academia Nacional de Ciências em Washington, informou nesta segunda-feira à CNN o
Dr. Panos Zavos.
Zavos é um professor aposentado que dirige uma corporação com base em
Lexington que vende produtos e tratamento para infertilidade.
Segundo ele, sua equipe está trabalhando com 200 casais inférteis, e o objetivo é
ajudá-los a ter um bebê.
"Vamos revelar na terça-feira exatamente como será nosso procedimento", disse.
Zavos afirmou que o Dr. Severino Antinori, o médico italiano que ajudou uma
mulher de 62 anos a engravidar em 1994, também estaria envolvido no projeto.
Antinori é diretor do Instituto Internacional de Pesquisa Associada, em Roma.
Até hoje, nenhum ser humano foi clonado, e as mais bem-sucedidas tentativas de
clonagem foram feitas com ovelhas, vacas e ratos.
MANIHAR
Clonagem envolve riscos
Mas clonar ovelhas até agora se mostrou uma ciência inexata, e especialistas em
fertilidade alertam que a clonagem humana envolve um grande risco de aborto, ou mesmo
de bebês natimortos ou com deficiências físicas.
"Este procedimento não é seguro", afirma o biotécnico da Universidade da Pennsylvania
Art Caplan. Dos animais clonados até agora, alguns mostraram uma taxa de crescimento
anormal, outros desenvolveram anormalidades e outros ainda morreram de repente, afirma
ele.
"O Dr. Zavos e sua equipe querem aparecer às custas da clonagem. Eles ficam afirmando
que vão fazer isso e aquilo, mas eu tenho que dizer que, se você olhar para os trabalhos que
foram feitos com animais até agora e para as pessoas que realmente conhecem esse
procedimento de clonagem -- ou seja, os veterinários, que o testaram em animais -- verá que
o procedimento não é seguro", afirma.
"Eu estou realmente preocupado que façam um bebê morto ou deformado, e não
saudável."
Zavos e Antinori não revelaram os métodos que serão usados, mas se acredita que será
uma técnica semelhante à usada para fazer a ovelha Dolly, a primeira ovelha clonada do
mundo.
MANIHAR
Cópia-carbono
A técnica envolveria a retirada de DNA (material genético) de uma célula e
sua implantação em um óvulo que em seguida seria colocado no útero da
mãe.
A criança resultante do experimento seria uma cópia-carbono da pessoa
que teve o DNA extraído.
O Dr. Ian Wilmut, que criou Dolly, afirma que até o nascimento da ovelha
foram feitas 277 tentativas. Ele não apóia a clonagem humana.
Zavos afirmou que sua equipe e ele acreditam que têm os conhecimentos
necessários para o sucesso ao clonar um embrião e implantá-lo nas
participantes do projeto.
Embora a clonagem de seres humanos ainda não seja contra a lei nos
Estados Unidos, Zavos afirmou que sua equipe não pretende trabalhar no
país, embora não tenha esclarecido onde o experimento aconteceria.
Revista Época
MANIHAR
Cientistas podem proibir clonagem humana
Um documento da Royal Society, em Londres, divulgado nesta quarta e redigido por
estudiosos ingleses, pede a proibição internacional da clonagem humana, alegando que
esta é a única forma de impedir que os cientistas façam experiências com a polêmica
tecnologia. O objetivo é proibir a reprodução em série de embriõeshumanos.
A Grã-Bretanha foi o primeiro país a proibir a clonagem reprodutiva no início deste
ano, mas deu sinal verde para pesquisas com células-tronco e com fins terapêuticos. A
Royal Society formou um grupo de trabalho para examinar as mudanças legais. Seu
documento apoiou a posição do governo, mas pediu ações semelhantes da comunidade
internacional.
"Na nossa opinião, uma proibição da clonagem reprodutiva teria apoio público e é
justificada por bases científicas. Também ajudaria a aumentar a confiança da opinião
pública na ciência''. O professor Richard Gardner, coordenador do grupo de trabalho,
declarou que medidas de proibição da clonagem de embriões humanos eram
justificáveis.
"Nossa experiência com animais sugere que haveria um perigo bastante real de criar
pessoas com sérios prejuízos físicos e mentais se alguém tentasse implantar embriões
humanos clonados no útero'', explicou o especialista. A Royal Society está organizando
um encontro sobre pesquisa com células-tronco nos dias 21 e 22 de junho. As
informações são daReuters.
Revista Época – edição on line – 21/6/2001
Artigo
MANIHAR
CLONAR OU NÃO CLONAR? EIS A QUESTÃO.
Profa. Dra. Lygia da Veiga Pereira
No início do ano passado, fomos confrontados com a grande revolução Dolly nos tornamos capazes de copiar, clonar, indivíduos adultos - no caso, uma ovelha!
Imediatamente começamos a discutir esta tecnologia aplicada à clonagem de seres
humanos, gerando tanta euforia quando pânico. Ato contínuo, o presidente dos EUA
proíbe a clonagem humana. Logo em seguida, um físico também americano declara
que realizará estas experiências à revelia da lei de seu país - ele há de encontrar
alguma "República das Bananas" aonde poderá realizar a clonagem de um ser
humano.
Entre a proibição reminescente dos tempos de Galileu Galilei e a atitude
leviana criadora de Frankensteins, a Inglaterra cria um comitê para refletir: clonar
ou não clonar, eis a questão. Clonar o quê, como, quando, para quê? O documento
redigido levanta uma série de questões científicas e filosóficas sobre as novas
tecnologias, e frisa a importância da educação da população em geral.
Continua...
MANIHAR
O público assiste a todos estes fatos através da mídia, e esta tem que
assumir a responsabilidade inerente ao seu poder. A manipulação da
opinião pública só é possível por causa da falta de informação. Como
se fosse posto em debate se um menino diabético pode ou não comer
brigadeiros numa festinha de criança. Antes de levarmos em conta os
traumas psicológicos desta privação, existe um fato científico
fundamental para esta discussão: a ingestão descontrolada de açúcar
poderá levar à sua morte! Assim, se a sociedade quer, e deve,
participar do debate da clonagem humana, tem que estar a par de
alguns fatos científicos.
Para começar, o processo de clonagem ainda é extremamente
ineficiente. Devemos nos lembrar que dos 276 embriões manipulados,
somente 29 sobreviveram para serem implantados em ovelhas, e
destes, somente UM vingou, dando origem à Dolly. E os subprodutos
que não vingaram? Nós estamos preparados para lidar com os
subprodutos da clonagem em humanos?
Continua...
MANIHAR
Assim, clonar como está sendo proposto, gerar um indivíduo a partir de
uma célula somática, é uma temeridade, pois não podemos garantir a
integridade dos genes desta célula, e assim, dos genes do clone. E a partir
daí poderemos gerar "monstros", ou pior, clones aparentemente normais,
porém carregando em seus genes alguma alteração que só se manifestará
a mais longo prazo - uma espécie de "bomba relógio". Ao procriarem com
outros indivíduos da população, os clones estarão disseminando
alterações genéticas pela população humana que podem vir a se
manifestar somente depois de várias gerações, quando já estarão
presentes em um número significativo de pessoas. E então será tarde
demais, e o patrimônio genético humano já terá sido alterado de forma
irreversível. Este é um preço altíssimo a se pagar - e principalmente, não
justificado por qualquer benefício imediato que a clonagem possa gerar.
E então, devemos parar com qualquer experiência de clonagem? Não!
Temos que separar o joio do trigo - o documento inglês faz uma distinção
importante entre a "clonagem reprodutiva", aonde um indivíduo inteiro é
produzido a partir de uma célula por reprodução assexuada (o proposto
pelo físico americano), e a "clonagem terapêutica", ou seja, as aplicações
científicas e terapêuticas desta mesma tecnologia.
Continua...
MANIHAR
Vamos a um pouco mais de ciência. Por que é que não só os donos de clínicas de
fertilidade ficaram animadíssimos com a Dolly, mas sim toda a comunidade científica? O
experimento da Dolly ultrapassou uma barreira de décadas na ciência: a formação de um
animal inteiro a partir de uma célula diferenciada. O que é isto? Todos nós começamos a
partir de uma única célula, formada pela união de um óvulo com um espermatozóide.
Então, esta célula inicial se divide em duas, quatro, oito, e assim por diante.. Através de
milhões de divisões sucessivas, esta única célula da origem a um ser adulto,
extremamente complexo. A cada divisão destas, a célula copia todo o seu material
genético para as células filhas, ou seja, cada uma de nossas bilhões de células contém a
receita completa para fazer uma pessoa. Porém, chega uma hora durante o nosso
desenvolvimento embrionário em que estas células, inicialmente idênticas (ou
indiferenciadas), começam a assumir características diferentes umas das outras, começam
a se diferenciar. Algumas ligam só os genes de célula muscular, outras só os de células de
sangue, outras ainda só os genes de células de pele, e assim por diante. E uma vez
tomada esta decisão de identidade celular, as células perdem o acesso a todo o resto de
informação genética contido em seu núcleo - ou seja, a receita inteira está lá, mas ela só
consegue realizar a sub-receita específica do seu tipo celular. Isto até o ano passado,
quando Wilmut conseguiu que uma célula diferenciada, já destinada a ser célula de
glândula mamaria de uma ovelha, revertesse este processo de diferenciação, sendo assim
capaz de reacessar toda a informação contida em seus genes, dando origem a outra
ovelha completa!
Continua...
MANIHAR
Isto é fantástico!!! Pensem no quanto podemos aprender com esta
experiência!! Se pudermos entender e controlar este mecanismo,
poderemos um dia regenerar órgãos e tecidos danificados. Afinal de
contas, as células de um rim danificado ainda têm a receita de
fazer outro rim – por que não a utilizam, como a lagartixa que
regenera a ponta de seu rabo cortado? O inverso também pode ser
estudado: porque é que algumas células de repente passam a não
obedecer a programação original e começam a se proliferar de
forma desorganizada, dando origem a cânceres? Ou ainda, porque é
que gradativamente nossas células param de se renovar e
funcionar, e envelhecemos? O conhecimento da energia nuclear
nos permitiu tanto a construção da bomba atômica, quanto o
desenvolvimento da tomografía computadorizada, da ressonância
magnética, enfim, de uma série de tecnologias benéficas à
humanidade. De forma semelhante, os mesmos conhecimentos que
nos permitirão clonar um ser humano, podem ser aplicados em
estudos que trarão reais benefícios à humanidade. Continuemos
sim as pesquisas em clonagem, porém, em modelos animais e
voltadas a aplicações científicas e terapêuticas!
Continua...
MANIHAR
Cientificamente, está claro que a clonagem humana reprodutiva é perigosa
para a nossa espécie. No entanto, ainda corremos o risco de ela ser feita
mesmo assim. Infelizmente, a vaidade do ser humano é ainda mais
perigosa do que a clonagem: não resistimos à tentação de fazer algo que
podemos, só porque podemos. Observando meu sobrinho de 1 ano, percebi
que ele, ao desenvolver coordenação motora suficiente para pegar uma
colher de feijão e jogar na parede branca, simplesmente o fez. Por nenhum
outro motivo a não ser por ser capaz de fazer - mas ele tem só um ano.
Amadurecer ou não amadurecer? Heis a questão. Já sujamos algumas
paredes pelo curso da história - as bombas atômicas, a floresta tropical, a
camada de ozônio, etc. Vamos resistir à tentação de macular o nosso
patrimônio genético, e utilizar de forma inteligente e benéfica estes novos e
admiráveis conhecimentos da genética.
O texto da comissão inglesa pode ser acessado no seguinte endereço:
http://www.dti.gov.uk/hgca
Profa. Dra. Lygia da Veiga Pereira tel.: (011)818-7563
Instituto de Biociências - Depto. Biologia fax: (011)818-7553
Universidade de São Paulo RG: 07044689-3
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O freio da ética
Oswaldo Frota-Pessoa
O comportamento difere entre as pessoas, já que variam os fatores genéticos e ambientais que
interagem para produzi-lo. Em cada população embatem-se tendências que vão da severidade extrema
à licenciosidade. Os costumes e as leis fazem dois cortes nessa variabilidade, separando o que é
moralmente correto do errado. A ética é o código, convencional ou sacramentado, que, a cada momento,
disciplina o comportamento.
Ao longo do tempo, os conhecimentos se expandem e a cultura evolui, deslocando os cortes dos
costumes e das leis para um ou outro lado. Mesmo nas sociedades democráticas, a conduta da maioria
decorre dos costumes, mais do que das leis, porque estas tardam a ratificá-los (Gollop, 1994).
Nossa vida social estruturou-se, desde os tempos das cavernas, sob o jogo de duas forças
complementares, a cooperação e a agressão. Para sobreviver, a humanidade teve de apoiar-se em um
tenaz instinto de proteção à prole, essencialmente genética, que se estendia, por contigüidade, à
família e à tribo. Por outro lado, essa proteção impunha agressividade contra outros grupos, para
defesa da família, ou rapina, em seu benefício. Assim, o homem sempre foi geneticamente compassivo
ou agressor, conforme os outros estivessem dentro ou fora de seu círculo de proteção, embora, ao longo
da evolução dos povos, a modulação exercida pela cultura sobre essas tendências genéticas tenha sido
considerável.
As predisposições genéticas, embora muito variáveis dentro de cada população, não devem diferir
entre elas perceptivelmente, em média, porque a evolução genética de traços multifatoriais é muito
lenta. Podemos supor, portanto, que a distribuição da predisposição genética referente à variável
cooperação-agressividade, seja semelhante nas tribos de índios, nos primeiros seguidores de Cristo e
nas hordas de Gêngis Khan, decorrendo as flagrantes diferenças de agressividade manifesta, entre
esses povos, de suas culturas tão diversas.
MANIHAR
A evolução cultural do ocidente nos dois últimos milênios, conseguiu
polir o comportamento humano, sem alterar seu componente
genético, dando supremacia crescente à tolerância e cooperação,
sobre a agressividade. Ultrapassamos as guerras de conquista e
escravização, a monarquia absoluta e a nobreza privilegiada, e a
inquisição. Com a revolução francesa e suas repercussões,
conseguiu-se a abolição da escravatura e dos privilégios
aristocráticos; e o predomínio das democracias, perturbado por
totalitarismos transitórios, acabou derrotando o racismo e
resgatando os direitos das minorias.
Esta evolução monumental da cultura, controlando o instinto
genético, sem destruí-lo, criou a ética atualmente dominante nos
países civilizados, aquela que exige liberdade, autodeterminação e
democracia, sem discriminações. A humanidade humanizou-se, por
força de sua evolução cultural e a ética se transformou, tanto em sua
doutrina como em seus métodos. Antes, ela era imposta pelos
detentores do poder; hoje resulta, cada vez mais, da discussão entre
todos. É esta a ética emanada da opinião pública que irá enquadrar a
genética moderna.
MANIHAR
De fato, não há soluções apriorísticas para os problemas éticos criados pela nova
ciência. Elas surgirão do debate e irão consolidar-se aos poucos. O cientista que descobre algo digamos, como separar as células de um embrião de mamífero sem matá-las - é o primeiro
juiz. O método foi descoberto em camundongo: devo repeti-lo no homem? Conversando com
seus companheiros de laboratório - um colegiado informal de ética - pode ficar decidido que
sim, para verificar se as células separadas se dividem algumas vezes e interromper aí o
experimento. Mas será lícito implantar uma das células em divisão no útero de uma mulher
(fecundação assistida)? Interfere, nesta etapa, um colegiado maior, digamos, a Comissão de
Ética da Universidade, e ela concorda, visto já ser aceito retirar uma célula de um embrião
antes de implantá-lo, para verificar se ele não contém um gene patogênico. Mais tarde, ocorre
aos pesquisadores a possibilidade de fecundar uma mulher com várias células em divisão,
tiradas do mesmo embrião, para satisfazer o desejo de ela de ter gêmeos idênticos, pois já é
habitual implantar vários embriões na mesma mulher. Para isso, o grupo consulta o Ministério
da Saúde e este institui uma comissão mais ampla, com especialistas de várias áreas, e alguns
leigos, que negam a possibilidade. Sente-se, por fim, que o assunto já está maduro para
tornar-se lei e um deputado apresenta um projeto, que, aprovado, vai à sanção do presidente.
Este exemplo fictício mostra como a ética se constrói aos poucos, a propósito de cada
descoberta, e como é importante investigar as opiniões dos interessados ao longo desta
evolução, como fizeram Salzano e Pena (1989), consultando os médicos geneticistas brasileiros
sobre problemas éticos específicos.
Uma comissão do National Institute of Health, do governo dos Estados Unidos, preparou,
para discussão mais ampla, os seguintes critérios para financiar ou não pesquisas sobre
embriões humanos (Science 265: 1024-1026,
1994):
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Podem ser financiadas
a) investigações em embriões de até 14 dias de idade,
excedentes dos produzidos para fecundação assistida;
b) produção limitada de embriões in vitro para pesquisas
básicas de grande prioridade;
c) extração de células de embriões, antes da implantação;
d) preparação de culturas de células a partir de embriões
não usados nas fecundações assistidas;
e) pesquisas em partenotos (óvulos induzidos a entrar em
divisão,
sem
fecundação
por
espermatozóides);
MANIHAR
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Casos não decididos
f) fecundação in vitro de ovócitos (gameta feminino) retirado do
ovário de fetos abortados, para produzir embriões exclusivamente
para pesquisa;
g) pesquisa em embriões excedentes das clínicas de gestação
assistida, entre os 14 dias de idade e o fechamento do tubo neural;
h) clonagem por separação de células de embrião, só para
pesquisa;
MANIHAR
Casos inaceitáveis
i) implantação de embriões humanos em animais, para gestação;
j) implantação, em mulheres, de embriões usados em pesquisa ou de partenotos;
k) pesquisa em embriões usados depois do fechamento do tubo neural (18 dias de
idade);
l) implantação de células separadas de embriões, para gestação assistida de
gêmeos idênticos (clonagem);
m) clonagem por transplante de núcleos celulares idênticos;
n) formação de quimera homem-homem ou homem-animal (indivíduo formado pela
justaposição das partes de dois embriões);
o) formação de embriões estritamente para pesquisa, por exemplo, criar linhagens
celulares em cultura;
p) fecundação entre espécies, usando gametas humanos, exceto no ensaio clínico
para testar, em óvulos de hamster, a capacidade de fecundação de espermatozóides
humanos;
q) implantação de embriões em outras cavidades que não o útero;
r) dar preferência a embriões de um dos sexos na gestação assistida, a não ser
para evitar doenças ligadas ao cromossomo X;
s) uso em pesquisa de espermatozóides, óvulos ou embriões de doadores, sem o
seu consentimento explícito;
t) uso em pesquisa de espermatozóides, óvulos ou embriões de doadores que
recebem recompensa excessiva
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.
O ministro da Saúde do Brasil homologou, em 1996, a resolução que regulamenta as pesquisas
feitas com seres humanos e cria a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, vinculada ao
Conselho Nacional de Saúde. Foram dez meses de trabalho, consultas a 2.300 instituições e
especialistas e 119 sugestões de grupos de pesquisa. lei de seu país - ele há de encontrar
alguma "República das Bananas" aonde poderá realizar a clonagem de um ser humano.
Entre a proibição reminescente dos tempos de Galileu Galilei e a atitude leviana criadora
de Frankensteins, a Inglaterra cria um comitê para refletir: clonar ou não clonar, eis a questão.
Clonar o quê, como, quando, para quê? O documento redigido levanta uma série de questões
científicas e filosóficas sobre as novas tecnologias, e frisa a importância da educação da
população em geral.
O público assiste a todos estes fatos através da mídia, e esta tem que assumir a
responsabilidade inerente ao seu poder. A manipulação da opinião pública só é possível por
causa da falta de informação. Como se fosse posto em debate se um menino diabético pode ou
não comer brigadeiros numa festinha de criança. Antes de levarmos em conta os traumas
psicológicos desta privação, existe um fato científico fundamental para esta discussão: a
ingestão descontrolada de açúcar poderá levar à sua morte! Assim, se a sociedade quer, e deve,
participar do debate da clonagem humana, tem que estar a par de alguns fatos científicos.
MANIHAR
O que é título?




Nome do texto.
Pessoal.
Último item a ser feito.
Possui relação direta com o conteúdo
e com o posicionamento assumido
pelo produtor do texto.
MANIHAR
Como devemos escrever o título?
Com verbo :
Sem verbo:
 Assume a função de  Palavras soltas
oração. Inicia-se com
exercendo a função
letra
maiúscula
e
de substantivo
termina com pontuação.
próprio.
O que devemos saber sobre a
clonagem.
A Clonagem Humana
MANIHAR
Pequenas dicas antes de começar...
 O parágrafo mede
aproximadamente 2,5 cm.
 Isso mesmo, +- 2 dedos.
 Não pule linha entre os
parágrafos.
 Comece da linha número
01.
 Gírias não pertencem ao
texto.
 Letra legível é diferente de
letra bonita.
 Não é necessário avisar
que terminou.
 Não avise que vai concluir
( Concluindo então...)
 Não deixe recado no final
da redação nem para a
professora e muito menos
para o corretor do seu
vestibular.
 Use o padrão culto da
Língua Portuguesa.
MANIHAR
Pequenas dicas antes de começar...
 Numerais devem estar por
extenso.
 Evite dados exatos lidos em
determinadas reportagens.
 Não use frases prontas,
provérbios e ditos populares.
 Não se esqueça que a letra
maiúscula continua existindo.
 Não use chavão( ...nos dias de
hoje, o homem de hoje em
dia...).
 Evite absurdos do tipo: No
mundo em que vivemos , há
anos atrás, encarar de frente,
leitura digital do dedo, ciclo vital
de vida.
 Pense antes de escrever, o
texto depõe a seu favor ou
contra você.
 Seja firme em seu
posicionamento (Seja frio ou
quente, os mornos eu
vomitarei).
 A redação é conseqüência de
um ser humano que pensa..
 Ela se tornou obrigatória para
que as novas gerações se
habituem a pensar.
 “A redação do vestibular serve para
mostrar tudo que o aluno não fez
durante a sua vida escolar.”
MANIHAR
Agora, vamos começar...
 Pense em tópicos que podem se relacionar
ao tema.
 Escreva-os.
 Coloque no papel assim que o pensar.
 Leia-os
 Escolha os três melhores.
 Pense no motivo pelo qual o seu tópico foi
escolhido
MANIHAR
Agora, vamos começar...
 Escreva os tópicos seguidos. Iniciando com eles.
 Assim: (__________),(__________)e(___________) + reafirmação do tema
e do seu posicionamento.
 Escolha verbos de ação que passarão a fazer parte do seu vocabulário.
Ex.: Apresentam-se, demonstram, caracterizam, apontam...
 (__1º tópico__),(__2º tópico__) e (__3º tópico)+ verbo de ação +
reafirmação do tema.
 Assim a introdução estará pronta sem erros.
 Não iniciou com chavão.
 Não iniciou com o tema.
 Não desenvolveu nenhum argumento ou idéia.
 Foi claro.
 Apresentou os tópicos frasais.
 Está posicionado.
MANIHAR
Agora é a sua vez:
Faça o levantamento de idéias, escolha
três tópicos e desenvolva sua introdução
dos seguintes temas:
A Importância da Tecnologia
A Mulher Moderna
A Violência no Brasil
A Desigualdade Social
No caderno pequeno, de redação, sem espiral. Para a semana que vem.
MANIHAR
A sala de aula foi feita para que você aprendesse e aprendesse muito bem.
Faça qualquer e todo o tipo de pergunta que quiser.
Caso tenha vergonha, escreva a pergunta num papel e me entregue, mas
jamais deixe de fazê-la.
Caso você tire sarro ou ria de alguém que está em dúvida você vai sair
imediatamente da sala, pois seu comportamento comprovou que você não
precisa estar num ambiente de aprendizagem porque sabe mais que todos
nós e seus pais, com certeza, precisarão saber que você é muito esperto.
Fazer perguntas é um direito seu e respondê-las é uma obrigação minha.
O meu limite acaba quando começa a liberdade do outro.
Quando eu entrar na sala, fecho a porta, se alguém ficar para trás não
entra. Não insista. Não perca o meu tempo e o seu.
Quando acabar de apagar o quadro quem sobrar em pé sairá.
Bom ano... Espero que seus sonhos se realizem.
MANIHAR
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Escrever é próprio do ser humano