1 OS DESAFIOS DO PEDAGOGO NO CONTEXTO ESCOLAR Daiane Zaias1 Michelle Fernandes Lima2 RESUMO: Este artigo é parte integrante do trabalho de conclusão de curso de Pedagogia (Unicentro Irati). “Os Desafios do Pedagogo no Contexto Escolar” que tem como objetivo investigar as dificuldades que o pedagogo encontra em sua atuação no ambiente escolar, lócus privilegiado de ação do pedagogo. Neste trabalho apresentamos parte da pesquisa realizada, por meio de considerações gerais sobre o pedagogo e sua atuação na escola. A pesquisa foi realizada por meio de estudos pertinentes ao tema e como forma de evidenciar os desafios do pedagogo realizamos entrevistas com pedagogos de uma escola estadual e uma municipal do município de Irati. Entendemos que o olhar para esses dados é de suma importância tanto para o desenvolvimento de novas pesquisas sobre esta temática, como também para melhor conhecimento da profissão. Palavras-chave: Pedagogia, Pedagogo, Educação Escolar. INTRODUÇÃO O Pedagogo no espaço escolar enfrenta desafios e também conflitos nas relações as quais mantém consigo mesmo e também com outros agentes educacionais no desenvolvimento da sua prática cotidiana na escola. A justificativa para a reflexão dos desafios que o pedagogo se depara no contexto escolar parte inicialmente de uma certa maneira da insatisfação desses profissionais. Refletir sobre o papel do pedagogo é uma necessidade na sociedade atual que demanda um profissional comprometido com os problemas da educação, um profissional crítico, com domínio pedagógico, com compromisso ético, e com responsabilidade social para com a educação. 1 Acadêmica do Curso de Pedagogia: Unicentro- Irati [email protected] 2 Professora do Departamento de Pedagogia: Unicentro – Irati [email protected] 2 No contexto das relações de trabalho, este de certa forma defronta-se com uma diversidade de situações que muitas vezes impedem ou interferem na sua atuação junto aos professores, isso se deve a vários fatores: a inexperiência de alguns profissionais para lidar com situações do cotidiano escolar, dificuldades na sua atuação tanto com alunos como também com professores e até mesmo que a consolidação de seu espaço de atuação na organização do trabalho escolar. Foi a partir desses aspectos iniciais que esse trabalho foi pensado e elaborado, com intuito de apresentar os desafios desse profissional na escola e suscitar novas reflexões sobre o tema. O artigo está estruturado em dois momentos: no primeiro apresentamos as reflexões iniciais da pesquisa sobre a atuação do pedagogo na escola e no segundo evidenciamos parte do resultado da pesquisa de campo com dois pedagogos, um rede estadual e outro da rede municipal. 1 CONSIDERAÇÕES SOBRE A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NO CONTEXTO ESCOLAR Segundo Ghiraldelli (1991, p.23), “A palavra Pedagogia está ligada ao ato de condução ao saber. E, de fato, a pedagogia tem, até hoje, a preocupação com os meios, com as formas e maneiras de levar o individuo ao conhecimento”. Já para Silva (1999), no decurso da história do Ocidente, a Pedagogia firmou-se como correlata da educação. Neste sentido, a prática educativa é um fato social, cuja origem está ligada à da própria humanidade. A compreensão do fenômeno educativo e sua intervenção intencional fez surgir um saber específico que modernamente associa se ao termo Pedagogia. Assim a indissociabilidade entre a prática educativa e a sua teorização elevou o saber pedagógico ao nível cientifico. Para Libâneo (2008 p.21) “Pedagogia é, o campo do conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da educação, isto é, do ato educativo, da prática educativa correta que se realiza na sociedade como um dos ingredientes básicos da configuração da atividade humana”. Pedagogia, sintetizando esses conceitos é um conjunto de processos, ações, que de certa forma intervém no desenvolvimento humano de grupos e indivíduos na relação ativa com o meio social e natural no contexto de relações entre grupos e classes sociais, ou seja,é uma prática social que atua na formação da existência humana individual e 3 também grupal para de certa forma realizar nos sujeitos humanos as devidas características de “ser humano”. O pedagogo de certa forma é um especialista em educação, certamente sua função é produzir e também difundir conhecimentos no campo educacional. Este precisa, no entanto ser capaz de atuar em diversas áreas educativas, compreender a educação como um fenômeno social e cultural, contudo é preciso ter capacidade de execução de planos, de planejamento, dinamismo, além de saber comunicar e transmitir idéias. Na concepção de Libâneo (2008), o Pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa direta ou indiretamente ligada à organização e aos processos de transmissão e assimilação de saberes e modo de ação, tendo em vista objetivos de formação humana previamente definidos em sua contextualização histórica. 1.1 O Curso de Pedagogia no Brasil O curso de Pedagogia foi instituído por ocasião da organização da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, através do Decreto-Lei no 1190 de 4 de Abril de 1939.Conforme Silva (2006), visava à formação de bacharéis e licenciados para várias áreas, inclusive o setor pedagógico. Com duração de 3 anos os quais dedicados às disciplinas para os próprios fundamentos da educação. O primeiro período vai de 1939 a 1972 e foi considerado o período das regulamentações, pois foi nele que o Conselheiro Valnir Chagas, no intuito de ajudar a encontrar a identidade do curso, lança mão de decretos na tentativa de dar uma definição para o curso e para a destinação profissional de seus egressos. Para Brzezinski (1996) o curso de Pedagogia “navegava” em águas calmas até pelo menos 1945, quando começou a fase de redemocratização do país. O período de 1960-1964 foi marcado pelo tecnicismo e a necessidade de se formar trabalhadores para o mercado capitalista, entre eles os profissionais da educação, atendendo ao apelo desenvolvimentista da época, visando dinamizar a economia do país, sendo essa etapa caracterizada como “[...] a etapa do capitalismo brasileiro dedicado aos investimentos em educação alicerçados no ideário tecnicista” (BRZEZINSKI, 19996, p. 98). Então a “ideologia tecnocrata” passou a orientar a política educacional, a educação passou a ser 4 instrumento de aceleração do desenvolvimento econômico do país e também de progresso social. Todas as leis, decretos, movimentos estudantis e outros provocaram apenas mudanças na grade curricular do curso, sem avançar em questões com a problemática epistemológica da pedagogia, a teoria educacional e a investigação pedagógica. O segundo período vai de 1973 até 1978 considerado o das indicações, esta quase concretizada, as previsões do conselheiro Valnir Chagas. Na verdade o que o mesmo fez foi desenrolar o curso, ou melhor, as tarefas antigas concentradas anteriormente no curso, em variadas alternativas de habilitações que começariam a fazer parte do que passou a se chamar de licenciatura das áreas pedagógicas. Conseqüentemente o terceiro período de 1979-1998 é por Silva (1999) denominado o período das propostas: identidade em discussão esta denominação pode ser considerado um dos mais ricos e importantes, pois acirrada discussões com participação de professores, estudantes universitários em defesa do curso de pedagogia. O movimento inicia em 1980, e mantém se ativo até hoje, realizados encontros nacionais, bianuais e seminário regulares os documentos resultantes considerados grande referencia para a devida construção da identidade do pedagogo e também do próprio curso de Pedagogia. Somente em 1998, com muita pressão que foi nomeada a comissão de Especialistas do curso de Pedagogia. O quarto período é dos decretos: Silva (1999), identidade outorga foi o período em que as discussões se acirram em torno do presidencial decreto 3.276, de 6 de dezembro de 1999 este define que a formação para séries iniciais deve ser exclusivamente realizada nos cursos normais superiores. Foi aí que novamente a comunidade acadêmica para resistir a tal decreto se organiza, sendo assim o governo não vê saída se não colocar outro decreto para “consertar” o anterior, agosto de 2000, então vem o decreto lei no3. 554 que certamente substitui o “exclusivamente” pelo “preferencialmente”. Contudo o curso de Pedagogia recuperou sua função como licenciatura, isso de forma secundarizada, já estava se mobilizando as entidades para revogar as duas leis. Pois em fevereiro de 2001, outro documento é elaborado por uma comissão nova de Especialistas de Ensino de Pedagogia, a qual a formação do Pedagogo se desdobrava em 5 duas alternativas, com projetos distintos acadêmicos sendo que em qualquer um deles é indicada a docência como base da organização curricular, e também de sua identidade. A qual em 2006 foi aprovada podendo assim vislumbrar mudanças. Mesmo com muitas mudanças o Conselho Nacional de Educação certamente aprovou as Diretrizes Nacionais para o curso de Pedagogia na qual fica definido que a formação oferecida deverá abranger, integralmente, a docência também a participação na avaliação e gestão de sistemas e instituições de ensino em geral e elaboração e execução de atividades educativas. As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-se a formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio de modalidade Normal e com Cursos de Educação profissional, na área de serviços de apoio escolar, bem como outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. A formação oferecida abrangerá integralmente a docência, a participação da gestão a avaliação de sistemas de instituições de ensino geral, e a elaboração, a execução, o acompanhamento de programas e as atividades educativas (DCN, 2006) As diretrizes curriculares de 2006 deixam claro que a identidade do curso de Pedagogia deve ser pautada pela na docência, implicando a licenciatura como identidade conseqüente do pedagogo. Foram extintas as habilitações, o curso de Pedagogia-licenciatura deverá agora formar integralmente para o conjunto das funções a ele atribuídas. Agora o pedagogo deverá ter uma formação teórica, diversidade de 57372de129(n)10.225( conhecimentos )-120167.22586.372( e de práticas, )-17ma86.372( que se articulam )-17-2.16558(r.80439(o)-0.2.16558(d)-0.22( ao loaao caaa-0.295585(t)-2.295585( )-0.. )-1795585(0)-0.295 d 6 II-300 horas dedicadas ao estágio supervisionado prioritariamente em Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, contemplando também outras áreas específicas, se for o caso, conforme o projeto pedagógico da instituição; III-100 horas de atividades teórico prática de aprofundamento em áreas específicas de interesse dos alunos, por meio, iniciação científica, da extensão e da monitoria; No art. 3o do DCN de 15 de maio de 2006 diz, o estudante de Pedagogia trabalhará com um repertório de informações e habilidades composto por pluralidade de conhecimentos teóricos e práticos, cuja consolidação será proporcionada no exercício da profissão, fundamentando-se em princípios de interdisciplinaridade, contextualização, democratização, pertinência e relevância social, ética e sensibilidade afetiva e estética. As inúmeras funções do pedagogo na escola apresentam desafios, nesse universo de atribuições, o pedagogo deve pensar sua prática principalmente como um processo de formação constante. Pois conforme Pimenta (2002) é através da reflexão que nos tornamos mais críticos sobre as ações que realizamos. Então neste sentido para adotar um novo perfil o profissional estará se revitalizando, para desenvolver ações que sejam coerentes aos projetos educativos na escola atual. No entanto, nesse projeto da escola o Pedagogo precisa desempenhar sua função em um nível de ressignificação e também inovação, por isso requer condições de trabalho e certamente formação para o enfrentamento dos desafios que surgem no âmbito escolar. Guimarães (2004, p.27), enfatiza que: O investimento na formação é um ponto de partida que apresenta possibilidades de melhoria da profissionalidade e de um significado diferente para a profissionalização e o profissionalismo docentes, bem como possibilidade para ressignificacão da sua identidade profissional nesse contexto pródigo em mudanças de natureza modificada. Libâneo (1999, p 135), considera que: O pedagogo assume a tarefa de orientar a prática educativa de modos conscientes, intencionais, sistemáticos, para finalidades sociais e políticas cunhadas a partir de interesses concretos no seio da prática social, ou seja, de acordo com exigências concretas postas a humanização num determinado contexto histórico social. Junto a isso formula e desenvolve condições metodológicas e organizativas para viabilizar a atividade educativa nos âmbitos da escola e extra escola. 7 Assim como profissional da educação que exerce uma função relevante, de certa forma pode afirmar que o Pedagogo tem a necessidade de experimentar possibilidades de agir, pensar e principalmente compreender seu papel dentro da sociedade para que possa criar formas de permitir, ser construtor de sua própria história, ou então, um dentre vários os autores sociais que possam possibilitar a mudança e a transformação do “mundo” em um espaço mais humano, através de ações competentes, participativas e democráticas. Entretanto, diante da complexidade das funções desenvolvidas, o Pedagogo precisa de uma formação profissional que possa lhe alicerçar sua devida prática pedagógica. Enfatiza Houssaye (2004, p. 10) que: O Pedagogo é aquele que procura conjugar teoria e prática a partir de sua própria ação. Contudo, o Pedagogo não pode ser um puro e simples prático nem um puro e simples teórico. será considerado Pedagogo aquele que fizer surgir um plus na e pela articulação teoria-prática em educação. Com isso se faz necessário que o Pedagogo conheça saberes que o fundamentem no seu fazer pedagógico. Saberes esses que darão sustentação ao seu trabalho. No entanto conceber a prática do Pedagogo como uma prática política é necessariamente entende-lo como um agente político. Ainda constituindo-se como sujeito da construção de sua cidadania aliado aos seus pares. Nesta dimensão considera-se a reflexão de Aranha (1996.p.119): Se os valores estão na base de todas as nossas ações, é inevitável reconhecer sua importância para a práxis educativa, no entanto, os valores transmitidos pela sociedade nem sempre são claramente tematizados e até mesmo muitos educadores não baseiam sua prática em uma reflexão mais atenta a respeito. Assim sendo, o trabalho do Pedagogo deve ser permeado em uma compreensão histórica da sociedade com o intuito, de desenvolver uma prática contextualizada visando com tudo a inserção do educando no mundo do trabalho, da sociabilidade e também no mundo da cultura simbólica. Deve utilizar o conhecimento para compreender a capacidade do espírito humano, construir para todos os aspectos da experiência vivida pelos professores e alunos um determinado sentido. 8 Observa-se que o Pedagogo tem vivido simplesmente um processo de estigmatização e de negação, que se forma no seio de seu espaço de trabalho, o qual vem sendo gerado a partir das idéias que é projetada sobre os papéis desempenhados no campo do “saber fazer”. Estas concepções somam a outros conflitos, que de certa forma descaracterizam e desqualificam a imagem do pedagogo, daí ocasionando desconforto, também inquietações, e sobre tudo certa crise de identidade dado simplesmente ao fardo que é lhe atribuído pelo fracasso na educação. (LIBÂNEO 2008 p.50). Percebe-se então que o pedagogo convive com incerteza, indiferença e acusações vindas do contexto de trabalho, mas não convém se sentir fracassado diante das vividas problemáticas, pelo contrário é importante, contudo uma contínua reflexão sobre sua prática, inovando, lutando e principalmente acreditando em uma construção de um trabalho coletivo que seja composto de inúmeras mentalidades que contemple culturas, crenças e valores diversificados. Sendo assim nesta perspectiva é que em Brzezinski (2002, p.130) busca suporte para entender que: A crise da profissão docente como uma crise de identidade, de autonomia e reconhecendo que ela tem a ver com a crescente tendência de enfraquecimento dos professores em todos os níveis da atividade docente ,essa crise não pode neutralizar o trabalho do professor,mas sim, deve motivar a reflexão, o senso crítico,à liberdade de atuação e os movimentos combativos de docentes em prol da valorização da categoria. 2 DESAFIOS DO PEDAGOGO NO CONTEXTO ESCOLAR: UMA ILUSTRAÇÃO DA REALIDADE Nos dias de hoje o pedagogo ainda continua tendo sua função desvirtuada devido à fragmentação das funções dentro do contexto escolar. Para conhecermos algumas de suas dificuldades, elaboramos uma entrevista para verificar como os pedagogos observam esses desafios no cotidiano da escola. As entrevistas foram realizadas com dois pedagogos, um de uma escola municipal e outra de uma escola estadual. O roteiro da entrevista foi organizado em duas perguntas, com o intuito de constatar quais as dificuldades dos pedagogos dentro do contexto escolar. 9 No primeiro momento perguntamos as pedagogas, se conhecem o documento SEED, que trata das atribuições do pedagogo, e de que maneira concebem sua atuação a partir desse documento, sendo que algumas atribuições são: Coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação da proposta curricular da escola, a partir das políticas educacionais da SEED/PR e das Diretrizes Curriculares Nacionais do CNE [...] (PARANÁ,SEED, EDITAL N 37/2004). A respeito da primeira pergunta citada anteriormente, a pedagoga A, que atua uma escola municipal respondeu que: [...] atuação do pedagogo é junto aos professores, organizando o trabalho pedagógico, acompanhando a aprendizagem e avaliação dos alunos, planejando ações de efetivação do PPP; trabalho com os pais e formação continuada em serviço. Já a pedagoga B, que atua em uma escola estadual ressalta que: [...] sim conheço, e sei que muitas vezes não é feito como deveria, pois fazemos funções que não é nossa, isto pelo fato de não ter quem faça, seria bom se pudéssemos fazer somente nosso trabalho. Faço um pouco de tudo principalmente quando se trata de briga, bebida, ameaça enfim tudo. Libâneo (2006, p 13) ressalta que: É difícil crer que um curso com 3.200 horas possa formar professores para três funções que têm cada uma sua especificidade: a docência, a gestão, a pesquisa, ou formar ao mesmo tempo, bons professores e bons especialistas, insistir nisso significa implantar um currículo inchado, fragmentado, levando ao empobrecimento da formação profissional. Como podemos observar tanto o pedagogo A, quanto o pedagogo B, de certa forma obtém o conhecimento sobre sua função. No entanto as atividades que o pedagogo exerce na escola nem sempre fazem parte das suas atribuições. Com isso para superar a prática de cumprimentos de “tarefas cotidianas”, os pedagogos tem procurado atender nas especificidades de sua função, revendo a concepção que se tem “dar conta de tudo” na escola. Podemos perceber também que o curso de pedagogia é a identidade do pedagogo, desde sua implantação teve sua identidade questionada, bem como seu currículo e finalidade social, e há vários anos passa por discussões, e debates 10 mobilizando autores e vários órgãos a pensar e refletir sobre o tema. E esses aspectos também interferem na efetivação do trabalho do pedagogo na escola. Quando perguntamos aos pedagogos sobre o desenvolvimento do seu trabalho na escola, quais as maiores dificuldades que enfrenta no cotidiano escolar; obtivemos as seguintes respostas. Pedagoga A, diz que: [...] não perder o foco de atuação diante das situações emergenciais do cotidiano da escola que absorvem grande parte do nosso tempo. Pedagoga B, fala que: [...] o maior problema é o uniforme, nunca consegui fazer com que os alunos venham todos uniformizados; outro problema é com professores que não conseguem dominar a turma e cada passo vai nos chamar, ou seja, problemas de indisciplina; outro problema é que os pais ainda acham que a escola tem que educar seus filhos e nunca comparecem em reuniões, nunca vão quando são chamados, e nem se interessam pelos problemas de seus filhos ocorridos na escola. Para Libâneo (2004, p.21) As escolas são organizações educativas que têm tarefas sociais e éticas peculiares, com um caráter profundamente democrático. Para atingir seus objetivos sociopolíticos, precisam dispor de meios operacionais, Istoé, criar e desenvolver uma estrutura organizacional (setores, cargos, atribuições, normas), uma tecnologia, uma cultura organizacional, processos de gestão e tomadas de decisões, assim como a análise de resultados que contribuem para o processo formativo e para o aperfeiçoamento da gestão. Assim sendo, é fundamental que todos os envolvidos no processo educacional, de certa forma se comprometam na organização da escola, em uma ação atuante e coletiva, para além das questões administrativas, burocráticas e também funcionalistas, assim, no entanto refletindo sobre as práticas, sobre as posições políticas e certamente o papel transformador da escola e a formação humana na sociedade. 11 Destaca-se também a clareza quanto as concepções em relação a finalidade social da escola, é essencial a interação entre diretores, pedagogos, professores, funcionários e alunos. E é através dessa interação que de certa forma a escola adquire , no seu dia a dia a cultura organizacional. Certamente os desafios dos pedagogos são evidentes no processo de efetivação do seu trabalho no âmbito da ação coletiva; trata-se de uma questão de formação, é dentro dessa que necessitamos de instituições que formem profissionais cientes que o projeto maior de todo pedagogo independente de sua área de atuação, é o processo de organização do trabalho pedagógico, seja na escola ou em outras instituições educativas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Reportando a questão inicial desse estudo referente à função do pedagogo no contexto escolar, na qual se percebe muitas dificuldades na prática do pedagogo na escola, na verdade alguns profissionais estão realizando funções, os quais não estão habilitados, pois alguns além de supervisionar, ou mesmo orientar, exerce também a ações cotidianas que impedem muitas vezes a realização de suas funções. Em relação ao estudo realizado com pedagogos de uma escola estadual e outra municipal; conclui-se que a maior dificuldade deste profissional no contexto escolar está no momento de sua prática, ou seja, de sua atuação; pois o mesmo relata dificuldades sendo elas interpessoais, tanto com alunos como também com professores, sendo na função de administrar conflitos; os quais relatam problemas como: falta de estrutura, excesso de alunos em sala de aula, indisciplina, falta de comprometimento na participação do corpo docente no pré-conselho e na hora atividade, dificuldade em conscientizar os pais em participar das reuniões, pois a participação dos mesmos é de suma importância para o desenvolvimento da instituição. . REFERÊNCIAS: ARANHA, M.L,, de A. Filosofia da Educação. 2 ed. São Paulo: moderna, 1996. BRASIL.CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Nacionais para o Curso de Pedagogia 15 de maio 2006. Diretrizes Curriculares 12 BRZEZINSKI, I. Profissão, Professor, Identidade e Profissionalismo docente. Brasília: Plano, 2002. ESTADO DO PARANÁ- Secretaria de Estado da Administração e da Previdência Departamento de Recursos Humanos :EDITAL Paraná n 0 37/-2004 disponível em: http://www.pedagogia.seed.pr.gov.br/arquivos/File/profissao_pedagogo/pedagogoedital_37 _2004.pdf Pesquisado em 08/04/2010 às 09:00 horas. GHIRALDELLI Jr. Paulo. O que é Pedagogia. São Paulo: Brasiliense, 6 ed. 1991. GUIMARÃES, U.S. Formação de Professores-Saberes, Identidade e Profissão. Campinas-SP: Papirus,2004. HOSSAYE, Jean.Manifesto a favor do pedagogo.Porto Alegre artmed 2004 LIBÂNEO, J.C. Pedagogia e Pedagogo para quê? São Paulo-Cortez, 2008. PIMENTA, S.G. ANA STASION, L.das G. Educação, Identidade e Profissão Docente. São Paulo: Cortez; 2002. SAVIANI, D. Saber escolar, currículo e didática 3ed Campinas-SP Autores associados 2000. SILVA, Carmem Silvia Bissolli da. Curso de Pedagogia no Brasil. Campinas, SP: Autores associados, 1999.