Capítulo 9
Reconhecimento visual das palavras
David A. Balota
Disciplina: Linguagem e Tecnologia
Professora: Carla Viana Coscarelli
Participantes: Naziozênio, Genário, Viviane, Patrícia, Silvane
e Valéria
I. Introdução
Objetivo:
Apresentar o estudo das pesquisas sobre o reconhecimento visual das
palavras na perspectiva da Psicologia Cognitiva.
Como o capítulo se organiza:
1. Apresenta como as pesquisas do reconhecimento de palavras têm
se desenvolvido de maneiras distinta na psicologia cognitiva e na
psicolinguística.
2. Examina como as evidências em relação ao reconhecimento das
letras na organização sublexical e no nível lexical influenciam o
reconhecimento das palavras – sobre essas questões serão
discutidas algumas correntes teóricas e as controvérsias.
3. Apresenta os estudos dos efeitos do contexto no reconhecimento
de palavras.
4. Conclusão – limites baseados nas informações disponíveis e
sugestões de alguns caminhos para futuras pesquisas na área.
- Por que palavra?
• Pesquisas sobre o reconhecimento de palavras têm sido centrais para
analisar o processo de linguagem, a atenção e a memória.
• Palavras podem ser analisadas de muitas maneiras diferentes –
características das letras, grafemas, morfemas, fonemas, semântica, etc.
• Relação entre os processos de automaticidade e as habilidades de
leitura.
• Relação entre a aprendizagem verbal e memória – palavras impressas
em diferentes meios de comunicação visual (frequência e ocorrência);
diferenças semânticas; significação (quantidade de significados gerados
para um determinado objetivo.
Variáveis que influenciam no reconhecimento das palavras,
segundo Balota
- Frequência de uso: essa é a variável mais importante nas tarefas de decisão
lexical.
Quanto maior o uso de uma palavra, mais central ela se torna (mais próxima do
núcleo prototípico) e, assim, acessível mais rapidamente.
- Familiaridade: ligada à frequência de uso, é apontada por alguns autores como
sendo mais importante que a frequência.
- Efeitos de vizinhança: em palavras com baixa frequência de uso, o tamanho da
vizinhança (ortográfica e fonológica) aumenta a velocidade de acesso. Se os vizinhos
tiverem, no entanto, maior frequência, o acesso à palavra de baixa frequência é mais
fraco;
- Concretude: em um grupo de palavras de baixa frequência, palavras concretas têm
acesso mais rápido;
- Significado: alguns estudos apontam que palavras homófonas ou homógrafas
têm algum impacto sobre o acesso lexical;
- Disponibilidade contextual: contextos com correlação com categorias influem
positivamente sobre a tarefa de decisão lexical.
Variáveis Clássicas no
Reconhecimento de palavras
Visual Word Recognition
David Balota
Parte II

Identificar as características básicas
para
se
obter
padrões
de
reconhecimento.
J. J. Gibson (1955)

Quais são as características básicas
para se reconhecer uma letra?
Características básicas para o
reconhecimento de letras considerando
a ortografia da língua inglesa






Linhas horizontais
Linhas verticais
Curvas fechadas
Curvas abertas
Intercessões
Redundância cíclica
Primeiro
modelo
analítico
de
características para reconhecimento de
palavras foi desenvolvido por Selfridge:
Pandemonium Model of Letter Recognition
(1960)
Ver figura 1, página 307
Surgiu 20 anos antes dos mais
importantes modelos de reconhecimento
de letras e palavras, mesmo com as
restrições tecnológicas da época.
Maioria dos modelos de reconhecimentos de
letras admite um primeiro passo: identificação
de características básicas.
Perguntas a serem respondidas:
·
Como tais características são trabalhadas
levando ao reconhecimento da letra?
· Quais são as características fundamentais para
o reconhecimento de letras em casos de
distorções (fontes diferentes, caligrafia)?
· Características são codificadas paralelamente ou
em série para a identificação de várias letras?
· São essas características fundamentais de cada
letra o que leva à identificação de palavras?
Some Variables







Letter Frequency Effect
Word-level Frequency Effect
Word Length Effect
Sophisticated Guessing
Word Superiority Effect
Interactive Activation Model
Pseudoword Superiority Effect
VI. NÍVEIS VARIÁVEIS DE LÉXICO
Pelas variáveis ​de nível lexical, a pesquisa se refere ao
impacto das variáveis ​que foram quantificados a nível da
palavra inteira.
Exemplo: a frequência das palavras é uma variável
léxica.
4.1. Comprimento
O “comprimento” das palavras está relacionado com a
frequência: Baixa frequência da Palavra produziu efeitos
maior de comprimento do que as palavras de alta
frequência.
A palavras longas parecem exigir um processamento
serial.
4.2. Word Frequency
A frequência com que uma palavra aparece em
letras tem uma influência em praticamente todas as
tarefas de reconhecimento dessas palavras.
Exemplo: os efeitos de frequência de palavras
foram encontrados em decisão de desempenho
lexical (por exemplo, Forster & Chambers, 1973),
nomeando o desempenho (por exemplo, Balota &
Chumbley, 1984),
o desempenho de identificação perceptual (eg,
Broadbent, 1967),
e as medidas de leitura on-line, tais como duração
média das fixações e contemplar essas medidas de
duração (Rayner, por exemplo, & Duffy, 1986;
Schilling Rayner, e Chumbley, 1998).
4.3. Familiaridade
Uma variável que está altamente correlacionada com
frequência
é
a
familiaridade
da
palavra.
Familiaridade é normalmente baseada em avaliações
de duração indeterminada.
A importância das normas de familiaridade foi
motivada por Gernsbacher (1984a, 1984b), que
argumentou persuasivamente sobre a disposição das
normas de frequência de palavras impressas ( Época
e Francis (1967) e Thorndike e Lorge (1944).
Normas de frequência, normalmente, não levam em
conta a frequência das palavras faladas, e são
baseadas em amostras datadas e relativamente
limitada de uso da palavra.
4.4. Idade de aquisição
Na última década tem havido um interesse considerável na influência
da idade
em que as palavras são adquiridas medindo o processamento lexical
(para uma revisão recente, ver Juhasz, 2005).
4.5. Efeitos de vizinhança ortográfica
Embora as estimativas variem, é provável que o leitor adulto médio
tenha pelo menos 50.000 palavras em seu vocabulário.
Porque essas palavras são baseadas em um número limitado de 26
letras, devendo haver uma sobreposição considerável nos padrões de
ortografia em palavras diferentes.
Uma das principais tarefas de um modelo aceitável de reconhecimento
de palavras é descrever como o sistema seleciona a correta
representação lexical entre representações ortográficas.
Naturalmente, é possível que o número de ortografia semelhante, não
podem influenciar o processamento lexical e que apenas uma
representação deve passar a ser reconhecida.
4.6. Efeitos de vizinhança fonológica
Embora a influência de vizinhos ortográficos
dominou trabalho visual de reconhecimento da
palavra, é bem possível que os vizinhos fonológicos
possam também desempenhar um papel.
5. VARIÁVEIS semântica para palavras isoladas
Tem havido um grande número de relatos na
literatura que indicam que variáveis ​semânticas
associados com as representações lexicais podem
modular a facilidade de reconhecimento de palavras
(Ver revisão por Balota, Ferraro, e Connor, de 1991,
dos primeiros trabalhos nesta área). Esta é uma
possibilidade intrigante porque muitos.
V.
VARIÁVEIS
ISOLADAS
SEMÂNTICAS
DE
PALAVRAS
Relatos na literatura indicam que as variáveis
semânticas associadas a representações lexicais
podem modular o processo de reconhecimento de
palavras
Dentro de um modelo de ativação interativa
(McClelland e Rumelhart) é possível prever uma
representação semântica que pode advir de
ativação e fornecer feed-back top-down
para
influenciar o desempenho de reconhecimento de
palavras (BALOTA, 1990; BALOTA et al., 1991).
CONCRETUDE
Parece
haver
uma
correlação
entre
a
familiaridade com a palavra e a concretude,
sendo variáveis confundidoras
É possível que haja uma interação entre a
concretude e a frequência da palavra
O estudo de Bleasdale (1987) mostra evidências
para apoiar um efeito de concretude no
reconhecimento da palavra
PLENITUDE DO SIGNIFICADO
Uma variável semântica que pode desempenhar
um papel no reconhecimento de palavras é o
significado dos estímulos
Uma outra abordagem: comparar as palavras
que têm vários significados com palavras que
parecem ter um significado único
DISPONIBILIDADE CONTEXTUAL
Schuwanenflugel
et
al.
(1988)
encontraram
evidências de que a variável disponibilidade
contextual pode produzir uma influência sobre o
reconhecimento de palavras isoladas
Disponibilidade contextual é a facilidade com que
um sujeito pensa em um determinado contexto ou
circunstância em que uma palavra pode ocorrer.
OUTRAS VARIÁVEIS SEMÂNTICAS QUE
PRODUZEM
EFEITOS NOS PARADIGMAS DO RECONHECIMENTO DE
PALAVRAS
A concretude de uma palavra pode influenciar o tempo
necessário para gerar um associado da palavra
Esse tempo pode ser usado como um preditor do
desempenho lexical para o mesmo conjunto de palavras
O significado para uma não palavra pode produzir em
efeito de superioridade da palavra e uma forma mascarada
no efeito priming da decisão lexical
Estudos de priming semânticos separados
VI. Context – efeito priming
“Priming é um tipo de memória implícita referente aos efeitos facilitadores de
eventos antecedentes (primes) sobre o desempenho subsequente (resposta
alvo), ou seja, um aperfeiçoamento da capacidade de detectar ou identificar
palavras, objetos ou figuras após uma experiência recente com eles.” (Squire &
Kandel, 2003) O efeito do priming em tarefas linguísticas se manifesta quando o
processamento de uma palavra (o alvo) é facilitado pelo estímulo antecedente (o
prime). A interpretação mais comum do priming é de que a ativação da
representação do prime automaticamente ativa a representação do alvo”.
(Forster, 1999)
Exemplos:
COUCH – TOUCH (palavras relacionadas ortograficamente)
MUCH – TOUCH (palavras relacionadas fonologicamente)
FEET – TOUCH (palavras relacionadas semanticamente)
A. Efeito priming ortográfico
Conclusões dos estudos dos autores Evett e Humphreys:
- na maioria dos testes, os sujeitos não foram capazes de identificar o prime, portanto, o
prime influencia no processo de antecipação.
- sujeitos foram melhores para identificar a segunda sequência de letras quando as letras
eram repetidas da primeira sequência, mesmo que a segunda sequência fosse apresentada em
condições diferentes. (houve priming de LERT para LOST)
- este efeito ocorreu mesmo quando o prime era pseudopalavra.
Há controvérsias em relação ao efeito priming ortográfico para pseudopalavras
- “onde” ocorre o efeito priming.
- em tarefas de decisão lexical os autores não conseguiram encontrar efeito priming para
pseudopalavras
-em tarefas de decisão lexical quando o prime é uma pseudopalavra e é apresentado no
paradigma do priming mascarado a resposta também pode ser uma pseudopalavra, gerando
um conflito em relação ao alvo.
Paradigma priming mascarado – uma investigação em que o prime é apresentado entre
máscaras (#### ou &&&&) e tão rapidamente que o sujeito não é consciente da suas existência.
Neste caso, as máscaras são utilizadas para impedir que a imagem do prime permaneça na
retina.
Autores como Manso de Zuniga, Quinlan e Humphreys e Sereno observaram que
há efeito priming ortográfico no paradigma mascarado quando a tarefa é de
pronúncia. Esse resultado parece demonstrar a influência da tarefa e as variedades
implícitas nas evidências teóricas e em suas consequências.
O trabalho de Rayner et. al fornece evidências mais claras para o priming
parafoveal ortográfico na tarefa de pronúncia
Rayner definiu o campo perceptivo da visão limitado a três “campos” ou regiões que
caracterizam a acuidade ou agudeza do alcance das imagens: fóvea, parafóvea e periférico.
O campo foveal é onde se encontra a visualização ótima. É para onde converge a atenção
visual, ou o centro da visão; o da parafóvea se estende para cinco graus (5º) para qualquer
lado da fixação, é uma área de não tão boa visualização. Neste ponto se percebem aspectos
periféricos do objeto que estão mais próximos. Vários investigadores concordam que a
abrangência parafoveal favorece as predições e relacionam as características essenciais dos
movimentos de olhos na leitura em: fixações, sacadas (movimento balístico de passagem de
um ponto alvo a outro), regressões (ou retornos) e saltos (ou skippings), entre outros
movimentos subjacentes .
O alvo parafoveal foi substituido - CHOVT por CHART, as conclusões de
Rayner et al foram as seguintes:
-a pronúncia latente é facilitada se a sequência prevista e a sequência
alvo tiverem 2 ou 3 primeiras letras iguais.
- o priming ortográfico parafoveal ocorrerá independente de haver uma
correspondência entre o prime e o alvo (maiúscula e minúscula, por
exemplo)
- não será influenciado pela lexicalidade de previsões parafoveal.
B. Estudos do priming fonológico
Meyer, Shvaneveldt and Ruddy demonstram que são apresentados pares de
palavras que têm:
- formas ortográficas semelhantes, mas formas fonológicas diferentes COUCHTOUCH
- formas ortográficas e fonológicas semelhantes BRIBE-TRIBE
-diferentes formas fonológicas e ortográficas CHAIR-TRIBE
Eles descobriram que:
- os sujeitos são mais rápidos para tomar decisões lexicais quando os pares estão
relacionados fonológica e ortograficamente, comparado a pares não relacionados.
-foram mais lentos para tomar decisões lexicais para os pares relacionados
ortograficamente, mas não relacionados fonologicamente .
Este padrão sugere uma forte função da informação fonológica no acesso ao
código.
Evett e Humphreys usaram o paradigma priming mascarado
-O resultado indica que havia priming para os pares relacionados ortográfica e
fonologicamente
BRIBE-TRIBE
se
comparado
aos
pares
relacionados
ortograficamente, mas não fonologicamente BREAK-FREAK.
Humphreys, Evett e Taylor descobriram que a precisão na identificação é maior para
o alvo CHUTE que é seguido pelo prime homófono (mesma pronúncia mas grafia
diferente) SHOOT se comparado ao alvo relacionado graficamente SHORT ou ao
prime não relacionado TRAIL. Portanto, não há facilitação para prime de
pseudopalavras relacionadas fonologicamente. Assim, o resultado de Humphreys et
al sugere que o efeito priming fonológico em oposição ao efeito priming ortográfico
pode ser mediado lexicalmente.
Perfetti, Bell e Delaney apresentam brevemente a palavra alvo MADE – seguida de
pseudopalavras mascaradas – que tanto podem estar relacionadas fonologicamente
MAYD ou não relacionada fonologicamente MARD. O resultado indica que sob essas
condições, os sujeitos identificam com mais exatidão a palavra alvo que está
relacionada fonologicamente a uma pseudopalavra se comparada a uma
pseudopalavra não relacionada fonologicamente. Por causa desse efeito fonológico
que ocorre fortemente no caso de pseudopalavras, este estudo contrasta com os
resultados das pesquisas de Humphreys et al, demonstrando que esse efeito pode
estar relacionado a um nível de prelexia.
Van Orden, Johnston e Hale demonstraram evidências nas situações em que
sujeitos têm que decidir se uma dada palavra é membro de uma categoria
semântica ou não.
-os sujeitos cometem mais erros para palavras que são homófonas como MEETFOOD se comparada àqueles pares relacionados ortograficamente MEET-MELT.
Jared and Seidenberg observaram a influência desse paradigma na fonologia e essa
influência ocorreu, principalmente, para palavras de baixa frequência. Esse padrão
parece consistente com a observação na interação entre frequência e regularidade
na relação grafia-som no desempenho de palavras pronunciadas.
Previsões que são homófonas com os alvos SITE-CITE facilitam tanto na pronúncia
latente quanto na duração de fixação, se comparadas às previsões não homófonas
que são controladas por semelhanças CAKE-SAKE. Novamente, esse padrão aparece
para dar suporte ao papel da fonologia como um código de acesso.
C. Efeito do priming semântico
Meyer e Schaveneveldt descobriram que sujeitos são mais rápidos para tomar decisões
lexicais para cada palavra em pares de palavras relacionadas semanticamente CAT-DOG,
comparadas a palavras que não estão relacionadas semanticamente CAT-PEN. As razões são
as seguintes:
- o tempo de latência das respostas se tornaram a principal sustentação das experiências
cognitivas.
- os estudos demonstrados pelas influências do contexto TOP-DOWN (processo
descendente, o contexto ortográfico e semântico intervém na identificação das palavras)
(relações semânticas) parece ser BOTTOM-UP (processo ascendente, no qual as informações
são passadas de um nível mais baixo, tal como a identificação de linhas e ângulos para
níveis intermediários, como a identificação de letras, até o reconhecimento da palavra) no
processo de reconhecimento de palavras.
- o efeito priming semântico é bastante robusto e fácil de ser replicado.
- a tarefa do priming semântico parece ser ideal para traçar o mapa da arquitetura do nível
de representação do sentido/significado e quais operações atuam na recuperação desses
sentidos. Essa questão parece ser fundamental para entender o melhor desempenho em um
nível linguístico mais alto.
Há controvérsias entre as três maiores tarefas usadas para construção de
reconhecimento de palavras (princípio da identificação, decisão lexical e
pronúncia/nomeação).
- Palavras são melhores reconhecidas quando incorporadas a contextos
relacionados semanticamente, se comparadas a contextos não relacionados.
- O benefício é verdadeiramente semântico ou simplesmente envolve uma coocorrência entre palavras dentro de uma língua.
- As palavras
compartilham características semânticas e/ou implicações
relacionadas à subordinação ou superposição das categorias semânticas.
Por exemplo:
MOUSE-RAT – são semanticamente relacionados porque ambas fazem parte da
categoria dos roedores.
MOUSE-CHEESE – são relacionadas não porque fazem parte da mesma
categoria semântica, mas envolve uma superposição de característica semântica.
Na tentativa de resolver essa questão, pesquisas têm identificado itens que são da
mesma categoria, mas não tem uma associação forte. GLOVE-HAT (luvas-chapeu)
O resultado dos estudos indica que há priming com esses estímulos tanto nas
tarefas de decisão lexical quanto na tarefa de pronúncia, embora o efeito puramente
semântico em alguns casos de pronúncia seja menor.
- principalmente, porque não está claro se o pequeno efeito priming semântico puro
pode ser devido a algum nível de relação associativa persistente, nos casos em que
os pesquisadores argumentaram que há apenas uma relação semântica.
GLOVE-HAT são mais fáceis de co-relacionar do que GLOVE-PEN
- há evidências de que o priming pode ocorrer entre pares mediados dentro da
memória de trabalho. Como no priming GLOVE para HAT é devido a GLOVECLOTHES-HAT. (luva-vestuário-chapeu).
- quando se considera baixa posição dominante nos pares, palavras que são
categoricamente relacionadas podem ter pouca relação associativa. Neste caso, há
priming relativamente pequeno no desempenho da tarefa de pronúncia. No entanto,
no desempenho da tarefa de decisão lexical parece haver priming equivalente tanto
para baixa quanto para alta dominância na categoria dos pares.
 Efeito priming mediado
LION-STRIPES (leões e listras). Essas duas palavras não têm nenhuma relação
direta óbvia, mas pode ter uma relação indireta através da palavra TIGER (tigre). O
efeito do priming mediado tem demonstrado alguns resultados interessantes:
-na tarefa de decisão lexical em que sujeitos respondem para sequências alvo, há
poucas evidências para o priming mediado, no entanto pode ocorrer o priming se
os indivíduos tiverem que tomar decisões lexicais para o prime e para o alvo ou
se as respostas para o alvo forem palavras e não pseudopalavras.
Já na tarefa de nomeação podemos encontrar o efeito priming mediado.
Se atrelarmos os processos de verificação à tarefa, podemos encontrar priming
mais bem sucedidos. Um prime/alvo que não tem nenhuma relação óbvia
dificilmente produziriam um priming bem sucedido.
 Início do efeito priming
Primeiro se determina os limites do sujeito em relação à ausência/presença de um
estímulo. Neste estudo, os pesquisadores determinam os limites, ou seja, o que
ele ou ela não podem discriminar na ausência/presença de um estímulo. Esses
limites são usados em tarefas de priming semântico posteriores, em que o prime é
apresentado no início e o alvo é apresentado na tarefa de decisão lexical. Há
evidências de que o efeito do priming semântico pode ocorrer mesmo quando os
sujeitos aparentemente não podem tomar decisões na ausência/presença de
estímulos sobre o prime.
 Efeito priming ao contrário
Há evidência de que se pode encontrar priming semântico mesmo quando o
prime é apresentado depois do alvo.
DOG-CAT x PEN-CAT ou seja tanto DOG ou PEN – CAT.
No início do processamento do alvo, relacionado à subsequente
informação/ativação do prime, pode influenciar respostas latentes para o alvo.
Pode ocorrer, mais naturalmente, um efeito cascata em que ativações parciais
realizam representações antes que ela chegue ao limite.
O segundo, é a direção em que os pares são apresentados. BELL pode relacionar
com BOY, mas o contrário é mais complicado BOY-BELL. Isso ocorre,
principalmente, nas tarefas de decisão lexical, quando os sujeitos podem verificar
a relação entre o alvo e o prime. Já na tarefa de pronúncia, a poucas evidências
do efeito inverso, exceto quando o estímulo é apresentado por um tempo mais
longo.
D. Efeito priming sintático
Um dos primeiros estudos sobre o priming sintático foi referido por Goodman,
McClelland am Gibbs. Eles descobriram que sujeitos tomam decisões lexicais mais
rápidas para tarefas seguidas de primes apropriados sintaticamente comparados a
primes não relacionados sintaticamente.
Exemplo: OVEN-MY para OVEN-HE
Sereno notou que o efeito priming pode ser devido às expectativas atencionais
que sujeitos podem construir por causa de um estímulo relativamente longo do
prime-alvo (assincronia de início de estímulo em que o prime é apresentado por
um tempo mais longo, gerando uma série de expectativas em relação aos alvos
potenciais relacionados ao prime).
E. Tipos de prime por meio das interações
- efeito priming semântico é maior para palavras de baixa frequência do que para palavras
de alta frequência.
- efeito priming semântico é maior para leitores piores do que para bons leitores.
- efeito priming semântico é maior para palavras degradas do que para palavras não
degradadas
- efeito priming semântico é maior para tarefas de decisão lexical do que para tarefas de
pronúncia.
- efeito priming semântico na pronúncia é maior na assincronia de início dos estímulos do
prime-alvo (SOAs) para palavras de alta resistência do que para palavras de baixa resistência
para os pares prime-alvo.
- efeito priming semântico é maior para testes que contem listas com maior proporção de
relação para prime-alvo independentes do que para listas que têm pouca proporção de
relação prime-alvo – também referido como efeito proporcional de afinidade .
- o efeito proporcional de afinidade é maior para SOAs prime-alvo de longa duração do que
para SOAs prime-alvo de curta duração.
- o efeito proporcional de afinidade não pode ocorrer para prime-alvo de baixa dominância
na tarefa de pronúncia, mas pode ocorrer para alguns itens na tarefa de decisão lexical.
F. Resumo do contexto/ efeito priming
Modelos do efeito priming semântico que não puderam ser
contemplados no capítulo.
- Modelo de verificação
- Modelo de verificação/aceitação
- Modelo caixa
- Modelo conexionista
CONCLUSÃO
Na conclusão o autor diz tentar dar ao leitor uma
visão geral na literatura de reconhecimento de
palavras.
Os temas principais foram:

Análise teórica sobre o efeito da
SUPERIORIDADE
DE
PALAVRAS
no
impacto na percepção. O mesmo aconteceu
com a decisão lexical e as tarefas de
pronúncia.

Análise
sublexical
tem
performance
na
rota
de
reconhecimento
de
palavras.
Consequências
aparentes
em
análises sublexicais são em grande
parte quase uma consequência de
ativação e inibição de padrões,
através de representações lexicais.
O terceiro tema é apresentado
como um tipo de interação
estatística que foi repetidamente
observado.
Segundo o autor foi revisado uma
evidência indicando a comparação
entre palavras de alta frequência,
palavras de baixa frequência,
produzindo
regularidades
fonológicas, força no corpo da
palavra, concretude, materialidade,
entre outros.

A
neurociência
cognitiva
tem
potencial considerável para contribuir
para
entendimento
do
reconhecimento do sistema de
reconhecimento de palavras.
Finalmente o autor relata que muitas
questões
não
foram
revisadas
simplesmente por causa de limitação
de espaço.
Ele retoma todos os tópicos e diz que a
palavra para psicólogos e linguístas é
como a célula para os biólogos. Eles
interagem em muitos níveis.
Às vezes parece que pouco progresso
tenha sido feito, já que a literatura de
reconhecimento de palavras parece
imposta.
O autor diz não achar que é o caso e
acredita que um progresso considerável
tenha sido feito.
Nesse nível a simplicidade sedutora
do entendimento da análise lexical é
mais aparente do que real.
Quanto mais conhecemos um
sistema mais percebemos que
precisamos entender a conhecer
aquele sistema.
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Priming - cursocarla-2011-1