Veterinarian Docs www.veterinariandocs.com.br Doenças Parasitárias 1-Ordem Diptera 1.1-Subordem Nematocera: (mosquitos) 1.1.1-Família Psychodidae: Dípteros geralmente de pequeno porte, que apresentam o corpo e as patas recobertos de cerdas longas e muito numerosas, com freqüência misturadas a escamas. Asas longas e lanceoladas, densamente revestidas de cerdas. -Características: -Hospedeiros: mamíferos, aves e répteis *Preferem regiões semi-aridas (de savanas à florestas) -Sazonalidade: aumentam nos meses de chuva e não necessitam de água para reprodução. -Gêneros: Phlebotomus e Lutzomyia -Patogenia: -Fêmeas hematófagas (alimentam-se durante a noite e descansam durante o dia em locais sombreados) -Transmissores da Leishmania tropica e Leishmania donovani. -Cães são reservatório -Controle: -Uso de inseticidas -Repelentes 1 www.veterinariandocs.com.br -Telas protetoras em casas 1.1.2-Família Culicidae: Apresentam antena segmentada sendo plumosa no macho e pilosa na fêmea. Tórax, pernas, asas e abdome revestidos de escamas. As larvas são aquáticas bem como as pupas, e a emersão se processa por uma abertura em T (ortorrafos). -Características: -Gênero: Aedes, Culex e Anopheles 1.1.2.1-Gênero Culex sp: (pernilongo) -Fêmeas são hematófagas -Começam sua atividade ao crepúsculo -Durante o pouso, o inseto mantém o corpo paralelo à superfície, e a cabeça em ângulo reto -Buscam as casas como abrigos 1.1.2.2-Gênero Anopheles sp: -Ovipostura realizada em locais com água pouco agitada -Larvas e pupas se desenvolvem em meio aquático -Durante o pouso, o Anopheles fica oblíquo à superfície. -O mosquito apresenta coloração escura com manchas brancas, asas longas, com escamas formando áreas com manchas claras e escuras. 1.1.2.3-Gênero Aedes sp: -Ovipostura em lugar que contenha água limpa e os seus ovos são depositados acima do nível da água -Adultos: cor escura, pernas longas e escamas brancas por todo o corpo. -Durante o pouso, eles mantêm o corpo paralelo à superfície e a cabeça em ângulo reto. -O Aedes aegypti tem hábito matutino e diurno. -Patogenia: -Hábitos alimentares noturnos (irritação) -Transmitem Dirofilaria immitis -Transmitem Arbovirus (eqüino, homem e outros animais) 2 www.veterinariandocs.com.br -Transmitem malária, elefantíase e febre amarela -Controle: -Remoção ou redução dos criadouros (drenagem) -Controle biológico (peixes) -Uso de inseticidas (organofosforados, carbamatos e organoclorados) -Telagem -Repelentes 1.1.3-Família Simulidae: (borrachudo) Tórax é abaulado. Abdome possui 8 segmentos visíveis e as pernas são curtas e fortes. Os balancins estão expostos e geralmente inclinados sobre o abdome, com asas compridas e largas, recobertas de pêlos microscópicos. As larvas e as pupas são aquáticas -Características: -Gênero: Simulium SP (borrachudo) -As fêmeas ovipositam sobre pedras, galhos e folhas, substratos encontrados em cachoeiras, rios ou córregos -Patogenia: -Fêmeas hematófagas -Ativas durante a noite, ao amanhecer, tempo quente e nublado. -A concentração maior é em época de chuva -Bovinos: hemorragias petequiais, edema de laringe e parede abdominal e diminuição na produção (dor das picadas). -Aves: anemia -Transmissores: vírus da encefalite eqüina e da estomatite vesicular e Onchocerca (nematódeo de bovinos). -Controle: -Aplicação de inseticidas (organofosforados ou organoclorados no local). -Larvicida biológico (Bacillus thuringiensis var. Israelensis) -Eqüinos: uso de repelentes tópicos -Aves: pulverizações 3 www.veterinariandocs.com.br 1.1.4-Família Ceratopogonidae: (mosquito pólvora). Muito pequenos, cabeça voltada para baixo e arredondada posteriormente, antenas plumosas (machos) e pilosas (fêmeas)e tórax levemente arqueado, sem pelos ou escamas, com desenhos característicos dorsalmente. 1.1.4.1-Gênero Cullicoides sp: -A ovipostura é realizada sempre em locais muito úmidos e ricos em matéria orgânica -As fêmeas são hematófagas, sendo que sua picada causa dor prolongada -A atividade hematofágica é mais comum fora dos domicílios (crepusculares); -Em locais sombreados o fazem a qualquer hora do dia -Características: -Gênero: Cullicoides sp -Patogenia: -Irritação local -Transmissão: língua azul em ovinos (vírus), filarioses (Dipetalonema sp e Onchocerca sp) e causam sarna branda (reação de hipersensibilidade). -Controle: -Difícil -Destruição de criadouros -Drenagem ou pulverização -Telas -Evitar a saída dos animais em horário de maior atividade dos insetos (final da tarde e inicio da manhã) *Sarna Branda: bandagem com piretróide (cada 6 dias). 1.2-Subordem Brachycera: (mutucas). -Características: -Gênero: Tabanus sp e Chrysops sp 1.2.1-Família Tabanidae: -Características: -Aparelho bucal: picador-sugador 4 www.veterinariandocs.com.br -Nutrição: normalmente nutrem-se do néctar de flores. Mas a fêmea torna-se hematófaga para evolução de seus ovos. -Hábitos: diurnos, com picadas doloridas -Patogenia: -Veiculadores de ovos de Dermatobia hominis -Durante a hematofagia o inseto causa desconforto, insônia e até irritabilidade -A picada do inseto é bastante dolorosa e pode provocar reações alérgicas, oriundas de proteínas e peptídeos presentes na sua saliva -Transmissores de tripassonomíases (Trypasnossoma evansi) para os animais -Transmissores do agente da anemia infecciosa eqüina. -Controle: -Sprays inseticidas com efeito residual (nos estábulos e nos animais) 1.3-Subordem Cyclorrapha: (moscas) -Características: -Nutrição: -Necrófagas: nutrem-se de matéria em decomposição -Necrobiontófagas: nutrem-se de tecido necrosado -Biontófagas: nutrem-se de tecido vivo. -Importância: agentes etiológicos da miiase. 1.3.1-Família Muscidae: 1.3.1.1-Subfamília Muscinae: -Características: -Espécie: Musca domestica e Haematobia irritans -Nutrição: secreções (ferimentos) – não picadora (Musca domestica) e hematófago (Haematobia irritans). -Importância: febre tifóide, cólera, mastite (bactérias), conjuntivite, veículador de protozoários (entamoeba e giárdia), veículador de ovos (Taenia e Dipylidium), hospedeiro intermediário (Habronema). -Controle: -Uso de inseticidas 5 www.veterinariandocs.com.br -Emprego de mata-moscas -Uso de telas -Combate às larvas (controle do lixo e água) *Haematobia irritans (mosca do chifre). -Necessidade de material fecal do bovino para completar o ciclo. -Não voa muito distante do animal. -As fêmeas adultas – oviposição sobre material fecal fresco. -Preferem cores escuras, touros e raças européias. -Tratamento: (Haematobia irritans) -Avermectians injetáveis (não recomendado) -Uso de compostos diferentes dos piretróides (Ex.: organofosforados) -Doramectina (não injetável) 1.3.1.2-Subfamília Stomoxydinae: -Características: -Espécie: Stomoxys calcitrans (mosca do estábulo) -Hematófagos (macho e fêmea) -Patogenia: -Repasto sanguíneo (macho e fêmeas) – 3 minutos -Picada dolorosa (membros torácicos de bovinos e eqüinos) -Importância: Setaria cervi, hospedeiro intermediário (Habronema e Hymenolepis), Anemia Infecciosa eqüina, Haemotobia irritans (mosca do chifre), Vetor mecânico (Bacillus anthraci e Anaplasma) -Tratamento: -Piretróides (Cipermetrina): pour-on -Bovinos destinados ao consumo humano não devem ser tratados dentro de 7 dias antes do abate; -O leite destinado ao consumo humano por 72 horas após o tratamento. -Não aplicar em animais com menos de 100 kg de peso corporal; 6 www.veterinariandocs.com.br -Não aplicar o produto durante o período mais quente do dia. -Controle: -Remoção regular da cama, feno e restos de alimentos -Uso de sprays inseticidas em aerossol ao redor de estábulos e construções rurais. 1.3.2-Família Hippoboscidae: 1.3.2.1-Gênero Pseudolynchia: -Características: -Ectoparasito temporário de pombos -Adultos vivem (45 dias) -Irritação, anemia e morte -Transmissores: Haemoproteus columbae 1.3.2.2-Gênero Melophagus: -Características: -Espécie: Melophagus ovinus -Falso carrapato ovinos -Desprovidos de asas -Cabeça curta e encaixada no tórax -Antenas nuas -Coloração: vermelho -Hospedeiros: ovinos e caprinos -Parasitos obrigatórios permanentes (lã) -Sinais Clínicos: -Prurido intenso -Infecções secundárias 7 www.veterinariandocs.com.br Haemoproteus columbae -Retardo no crescimento -Alopecia -Localização: pescoço, abdome e garupa. -Tratamento: -Uso de inseticidas -Tosquia e exposição do animal ao sol (insetos frágeis) 1.3.2.3-Gênero Lipoptena: -Características: -Hospedeiros: ovinos, caprinos e veados. -Hematófagos -Picada dolorosa e reação de hipersensibildiade Inseticidas 1-Organoclorados -Estrutura molecular: -Corresponde a dos hidrocarbonetos clorados, ainda que, além do cloro, alguns deles possuam oxigênio; -São derivados do clorobenzeno, do ciclohexano ou do ciclodieno. -Persistência/degradação: -Atualmente são muito criticados, dada a sua longa persistência no ambiente (até 30 anos no solo) e a acumulação nas cadeias alimentares; -Não são degradados facilmente, o que leva à contaminação do meio. -Modo de ação: -Atuam por ingestão e contato, bloqueando a transmissão dos impulsos nervosos. 2-Organofosforados -Estrutura molecular: 8 www.veterinariandocs.com.br -São ésteres, amidas ou derivados tiol dos ácidos de fósforo (ácido fosfórico, ácido tiofosfórico, ácido ditiofosfórico e outros), contendo várias combinações de carbono, hidrogênio, oxigênio, fósforo, enxofre e nitrogênio; -Os organofosforados possuem vários grupos segundo sua estrutura, estando entre os mais numerosos os fosfatos (diclorvos), fosforotioatos (fenitrothion, temephos) e fosforoditioatos (malathion, dimetoato). -Persistência/degradação: -São biodegradáveis, sendo, portanto sua persistência curta no solo, 1 a 3 meses. -Muitos inseticidas são instáveis em pH menor que 2, sendo a maioria mais estável na faixa de pH do ambiente (pH 3-6). É importante que estes compostos sejam estáveis em pH neutro, por causa de suas formulações em óleos concentrados, solventes miscíveis em água, grânulos inertes, para aplicação direta ou após dispersão em água; -Pode ocorrer uma isomerização associada com perigo tóxico tem sido observada durante a estocagem de algumas formulações de malathion, particularmente sob condições climáticas quentes e úmidas, tornando-o notavelmente potencializado. -Modo de ação: -O modo de ação é por contato e ingestão. Agem como inibidores das enzimas colinesterases, causando o aumento dos impulsos nervosos, assim podendo ocasionar a morte. 3-Carbamatos -Estrutura molecular: -São praguicidas orgânicos derivados do ácido carbâmico; -Os carbamatos usados como inseticidas (e nematicidas) são derivados do éster de ácido carbâmico. -Persistência/degradação: -Em geral, são compostos instáveis; -Muitos fatores influenciam a degradação dos carbamatos, como a umidade, temperatura, luz, volatilidade; -Carbamatos são metabolizados por microrganismos, plantas e animais ou degradados na água e no solo, especialmente em meio alcalino; -Ocorre decomposição com a formação de amônia, amina, dióxido de carbono, fenol e alcoóis. -Modo de ação: 9 www.veterinariandocs.com.br -Com ação de contato e ingestão, são igualmente inibidores das enzimas colinesterases, porém por mecanismo diferente dos organofosforados. 4-Piretróides -Estrutura molecular: -São compostos sintéticos análogos aos componentes obtidos a partir dos piretros, extraídos do crisântemo. -Persistência/degradação: -Os piretróides sintéticos têm boa estabilidade sob luz e temperatura; -Degradam-se por hidrólise e oxidação, sendo caracterizados também pela rápida degradação por microrganismos do ambiente, não se registrando acumulação de resíduos ou esta alcança níveis não detectáveis. -Modo de ação: -São os compostos de mais rápida ação na interferência da transmissão de impulsos nervosos; -Podem possuir efeito repelente, espantando os insetos ao invés de eliminá-los. Armadillhas 1-CDC As armadilhas luminosas tipo CDC, consistem de um prato de alumínio, quatro pilhas grande, lâmpadas pequenas, uma ventoinha e um coletor de tela. São instaladas, em pontos selecionados pelos técnicos de entomologia, para captura de culicídeos adultos. Essas armadilhas ficam instaladas no período de 14 horas, das 18:00 horas até as 08:00 horas do dia seguinte. 2-Barraca de Shannon A armadilha Shannon consiste em uma barraca grande feita de pano branco com os cantos presos a uma corda que é amarrada. Esta armadilha, descrita inicialmente por Shannon (1939), foi adaptada em suas medidas por diversos autores (Consoli e Oliveira, 1994). A medida da armadilha utilizada corresponde a 3m x 2m de comprimento e 2m de altura, respectivamente. Em seu interior foi instalado um suporte contendo lâmpada fluorescente de 8w. As capturas com utilização de barraca de Shannon foram realizadas no período noturno das 18.00 horas à 0.00 hora. As capturas foram feitas utilizando-se como fonte luminosa uma lanterna de 3 elementos, onde os insetos eram coletados nas armadilhas através capturadores manuais (capturador de Castro) e armazenados em tubos coletores. 10 www.veterinariandocs.com.br CDC Barraca de Shannon 2-Ordem Phthiraptera (Piolhos) -Bovinos, ovinos, caprinos e eqüinos: 1-Família Haematopinidae: Haematopinus sp (piolho sugador) 2-Família Linognathidae: Linognathus sp (piolho sugador) 3-Família Trichodectidae: Bovicola sp (piolho mastigador) -Localização: situam-se nas pernas e nos pêlos dos hospedeiros -Nutrição: produtos da pele, sendo que algumas espécies se alimentam do sangue de feridas dos hospedeiros -Patogenia e Sinais Clínicos: provocam lesões na pele dos animais, com prurido intenso. Os animais parasitados coçam-se, mordem-se e esfregam-se em objetos, intensificando ainda mais as lesões, que se tornam porta de entrada para bactérias, com conseqüentes infecções. Podem causar anemia. *Os ovos necessitam de 4 a 14 dias para completar a incubação. Após a eclosão, há a formação da ninfa e em 2 semanas o adulto. Sobrevivem de 3 a 4 semanas. -Epidemiologia: As infestações aumentam no inverno e primavera e diminuem no verão. Práticas de manejo adotadas como a tosquia que expõem os piolhos a uma maior incidência de radiação solar ou ainda declínio da imunidade, também contribuem para diminuir ou aumentar a intensidade do parasitismo no verão e inverno, respectivamente. -Tratamento: -Inseticidas organofosforados (pour on ou pó para pulverização), 2 tratamentos a cada 15 dias. -Piretróides (Cipermetrina) -Ivermectina injetável (para piolhos sugadores) 11 www.veterinariandocs.com.br -Suínos: 1-Família Haematopinidae: Haematopinus suis (piolho sugador) -Infestação: por contato *Piolho sobrevive 3 dias fora do hospedeiro -Patogenia: parasito hematófago (dor e prurido), lesões na pele, anemia (só em leitões), diminuição no ganho do peso e atraso no crescimento. -Tratamento: -Ivermectina (oral, por 7 dias) -Ivermectina (subcutânea) -Amitraz (pulverização) *Fêmeas antes do parto *Machos semestralmente *Leitões ao desmame a após o período de creche *Tratar todos os animais de uma só vez e repetir o tratamento a cada 3 semanas *Animais recém adquiridos devem ser tratados e passar por uma quarentena antes de incorporá-los ao plantel -Cães e Gatos: 1-Família Trichodectidae: Felicola subrostratus e Trichodectes canis (piolho mastigador) 2-Família Linognathidae: Linognathus setosus (piolho sugador) Trichodectes canis Felicola subrostratus Linognathus setosus -Patogenia: ambos podem causar dermatite alérgica, que é caracterizada por prurido intenso, escoriações na pele, perda dos pêlos e seborréia levemente pruriginosa. Trichodectes canis: tem como HI o Dipylidium caninum -Aves: 12 www.veterinariandocs.com.br 1-Família Menoponidae: Menacanthus spp e Menopon spp 2-Família Philopteridae: Lipeurus spp, Goniodes spp e Goniocotes spp Menopon spp Menacanthus spp Goniodes sppp Goniocotes spp Lipeurus sppp -Patogenia e Sinais Clínicos: anemia, prurido, irritação, perda de apetite, alterações do empenamento, queda das plumas, fraqueza, lesões de pele e param de cantar. -Tratamento: Aplicação de produtos por aspersão, pulverização ou banho de imersão. -Profilaxia: Retirada total da cama do piso e dos ninhos com amontoamento para compostagem ou queima. Aplicação de produtos em telhados, frestas, rachaduras e equipamentos (poleiros, suportes de gaiolas, etc.), fazendo duas aplicações com intervalo de uma semana. Complementar a desinfestação em aviários com piso de terra compactada, aplicando fina camada de serragem, molhando com o acaricida ou piolhicida por aspersão e, em seguida, varrendo para retirar toda a serragem tratada e os parasitos. -Construir instalações com aberturas amplas, que permitam a entrada da luz solar. -Inspecionar cada uma das aves a serem introduzidas na propriedade ou fazer quarentena. -Nos períodos entre lotes: limpar, desinfetar e aplicar produtos acaricidas e piolhicidas, apropriados, nas instalações, antes da entrada de animais. 13 www.veterinariandocs.com.br -Inspecionar freqüentemente o telhado dos aviários para impedir a construção de ninhos de pombos e pardais. 3-Ordem Siphonaptera (pulgas) 3.1-Tungíase: pertencente à subordem Integricipta, família Hectopsyllidae, gênero Tunga e espécie Tunga penetrans: -Hospedeiros: suínos, cães e homem -Localização: macho e fêmea não fecundada ficam na superfície da pele, fêmea fecundada penetra profundamente na epiderme, que reage tornando-se espessa. Pode invadir as patas, escroto e nas fêmeas as tetas obstruindo condutos galactófaros. *Ambos os sexos são hematófagos e apenas os adultos são parasitos -Tratamento: Pulverizar instalações com organofosforados (malation 2,5% ou triclorfon 0,125%) ou pulverizar animais com inseticidas (malation 6%). -Profilaxia: higiene das instalações (remoção das camas) 3.2-Ctenocephalides sp: pertencente à família Ctenocephalides e espécies Ctenocephalides canis e felis. Pullicidae, gênero -Hospedeiros: cães e gatos -Localização: pele *Importância: é HI do cestódeo Dipylidium caninum e dos nematódeos Dirofilaria immitis e Dipetalonema reconditum. 3.3-Pulex sp: pertencente à família Pullicidae, gênero Pulex e espécie Pulex irritans. -Hospedeiros: homem, suínos e ocasionalmente caninos e felinos *Importância: HI do Dipylidium caninum *Maior incidência de pulgas ocorre no outono e no inverno, em locais sujos com alta concentração de animais. -Tratamento: inseticidas tópicos (piretróides ou carbamatos) -Nicotinóicos (Nitempiram) -Fenilpirazóis (Fipronil) -Sistêmicos (ivermectina) 14 www.veterinariandocs.com.br -Selamectina (avermectina) -Inseticidas (2 ou 3 vezes por semana por 3/4 semanas) *Selamectina: Usado em cães para: -Tratamento, prevenção e controle de infestações por pulgas (Ctenocephalides sp). -Controle de dermatite alérgica à picada de pulgas. -Prevenção da dirofilariose causada por Dirofilaria immitis. -Tratamento e controle da sarna de ouvidos (Otodectes cynotis). -Tratamento e controle da sarna sarcóptica (Sarcoptes scabiei). -Tratamento e controle de vermes intestinais (Toxocara canis). -Proteção da ninhada contra pulgas (Ctenocephalides sp). -Auxiliar no controle de carrapatos (Rhipicephalus sanguineus e Dermacentor). -Tratamento e controle de infestação por piolhos (Trichodectes canis). Usado em gatos para: -Tratamento, prevenção e controle de infestações por pulgas (Ctenocephalides sp). -Controle da dermatite alérgica à picada de pulgas. -Prevenção da dirofilariose (Dirofilaria immitis). -Tratamento e controle da sarna de ouvidos (Octodectes cynotis). -Tratamento e controle de vermes intestinais (Toxocara cati, Toxascaris leonina e Ancylostoma tubaeforme). -Proteção da ninhada contra pulgas (Ctenocephalides sp). -Tratamento e controle de infestação por piolhos (Felicola subrostratus). 4-Ordem Acari (carrapatos) -Carrapatos: 4.1-Ixodidae: pertencente à subordem Metastigmata, família Ixodidae, gêneros Ixodes spp, Boophilus sp, Rhipicephalus sp, Amblyomma sp, Haemophysalis sp e Anocentor sp. Espécies: 4.1.1-Ixodes spp: Ixodes ricinus -Características: -Necessita de 3 hospedeiros -Todas as mudas ocorrem no solo 15 www.veterinariandocs.com.br -São hematófagos (provocam lesões cutâneas) -HI: Babesia brasiliensis 4.1.2-Rhipicephalus sp: 4.1.2.1-Rhipicephalus sanguineus -Características: -Peritrema em forma de ‘vírgula’ e macho com 2 placas adanais -Hospedeiros: caninos, felinos e carnívoros silvestres -Localização: orelhas e membros anteriores -Patogenia: ação irritativa, espoliações, anemia e vetor de Babesia canis e Ehrlichia. 4.1.2.2-Rhipicephalus (boophylus) microplus -Características: -Peritrema ‘circular’ e macho com 2 placas adanais e apêndice caudal. -Hospedeiros: bovinos, mamíferos domésticos e silvestres -Vetor de Babesia bigemina, Babesia bovis e Anaplasma. -Patogenia e Sinais Clínicos: emagrecimento, baixa produção de leite e carne, desvalorização do couro. *O Rhipicephalus (boophylus) microplus tem dificuldade em sobreviver em temperaturas inferiores a 15ºC. A temperatura ideal seria de 27ºC. *Solos desnudos ou com vegetação baixa dificultam a sobrevivência dos carrapatos. -Controle Biológico: Bubulcus íbis, Polyborus plancus e Rhae americana. *Zebuínos são mais resistentes e raças européias menos resistentes. -Controle: -Pastagens baixas e limpas -Rotação de pastagens (no mínimo 3 meses sem animais cada local) -Descanso das pastagens *Meses de maior infestação (novembro/dezembro e abril/maio). -Drenagem de campos úmidos 16 www.veterinariandocs.com.br -Uso e proteção dos controles biológicos -Banhar ou pulverizar o animal com carrapato -Tratamento: -Organofosforados (Pour on) -Piretróides (Cipermetrina ou Deltametrina) -Ivermectina (SC) – 2 tratamentos com intervalo de 3 semanas -Doramectina (SC ou IM) -Imidinas (Amitraz – tóxico) -Moxidectina (Pour on). 4.1.3-Amblyomma sp: Amblyomma cajenense -Características: -Hospedeiro: eqüino *Necessita de 3 hospedeiros para completar o ciclo (mudas no solo) -Vetor de Babesia equi (nutaliose) -Patogenia: irritação, anemia, lesões na pele e transmissores da febre maculosa. Amblyomma aureolatum: presente em diversos países da América do Sul e também no Brasil (regiões de mata atlântica – região sul e sudeste). 4.1.4-Haemophysalis sp: Haemophysalis leporispalustris -Características: -Hospedeiro: coelhos silvestres *Necessita de 3 hospedeiros -Localização: orelha e ao redor dos olhos 4.1.5-Anocentor sp: Anocentor nitens -Características: -Peritrema oval -Hospedeiro: eqüinos -Patogenia: obstrução do conduto auditivo (larvas e ninfas), supuração e predisposição à miiases (fêmea adulta secreta substância). 17 www.veterinariandocs.com.br 4.2-Argasidae: pertencente à subordem Metastigmata, família Argasidae e gêneros Argas spp, Ornithodorus spp e Otobius spp. 4.2.1-Argas spp: Argas miniatus -Características: -Peritrema em forma de ‘meia-lua’ -Hospedeiros: aves -Patogenia: estresse (por sucção constante), anemia, baixa postura de ovos e perda de peso. -Tratamento: -Fipronil (fenilpirazóis) -Diclorvós -Piretróides -Selamectina (avermectina) -Coleiras e banhos (amitraz) 1-Diclorvós: Fosfato de 0,0-dimetil-2,2-diclorovinila,, é um líquido parcialmente solúvel em água. A molécula é estável ao aquecimento e é hidrolisada rapidamente em meio alcalino. Possui um efeito toxicológico leve em seres humanos, sendo que, em altas quantidades, ataca o sistema nervoso central. O principal problema é o uso exagerado, tanto doméstico em aerossóis, no combate a moscas, baratas, pernilongos, como na agricultura e pecuária (principalmente no combate a carrapatos em animais confinados). 2-Organofosforados: o modo de ação é por contato e ingestão. Agem como inibidores das enzimas colinesterases, causando o aumento dos impulsos nervosos, assim podendo ocasionar a morte. 3-Piretróides: são os compostos de mais rápida ação na interferência da transmissão de impulsos nervosos. 4-Fipronil: É um inseticida do grupo químico fenilpirazol, descoberto em 1987. Nos EUA sua formulação é bastante variada, indo desde iscas atrativas para o controle de formigas até sprays utilizados no controle de carrapatos, pulgas (Frontline ®) e ácaros, além do controle de pragas da raiz do milho. 5-Selamectina: princípio ativo do (Revolution®), atua nos canais de cloro, fazendo com que os íons de cloro movimentem-se na célula nervosa, resultando em uma mudança na carga do neurônio que bloqueia o estímulo que está sendo transmitido. O sinal sendo bloqueado, o neurônio não pode estimular a célula muscular. O parasito é paralisado e morre. 18 www.veterinariandocs.com.br 6-Amitraz: produto útil no caso de resistência dos vetores aos carbamatos e organofosforados. É muito utilizado no controle de insetos, como também é muito eficaz no controle de artrópodos. Não pulverizar animais no período de 14 dias que antecede o abate para consumo humano. Não destinar ao consumo humano o leite ordenhado de vacas pulverizadas, antes de decorridas 24 horas do tratamento. 4.2.2-Ornithodorus spp: Ornithodorus brasiliensis -Características: -Hospedeiros: aves e homem *Larva e ninfa hematófagas -Patogenia: picadas dolorosas, hemorragias, prurido, perda de peso e irritação. 4.2.3-Otobius spp: Otobius megnini -Características: -Hospedeiros: ruminantes, eqüinos, suínos, caninos, felinos, animais silvestres e homem. -Localização: orelhas e áreas desprovidas de pêlos (larvas e ninfas) e adulto não é parasito. -Profilaxia: pulverização com carrapaticidas (parede, chão, ninhos e galhos de árvores). 4.3-Dermanyssidae: pertencente à subordem Mesostigmata, Dermanyssidae, gênero Dermanyssus sp e espécie Dermanyssus gallinae. família -Características: -Hospedeiros: aves e mamíferos -Localização: pele e conduto auditivo -Patogenia: irritação, dor, estresse, prurido e baixa postura de ovos. -Ácaros: 4.1- Sarna Sarcóptica: causada por ácaro pertencente à subordem Astigmata, família Sarcoptidae, gênero Sarcoptes sp e espécie Sarcoptes scabiei. -Características: -Variedades: Sarcoptes scabiei variedade hominis: homens 19 www.veterinariandocs.com.br Sarcoptes scabiei variedade canis: cães Sarcoptes scabiei variedade bovis: bovinos Sarcoptes scabiei variedade ovis: ovinos Sarcoptes scabiei variedade caprae: caprinos -Localização: tecido cutâneo e galerias intra-epidérmicas -Contágio: contato com o animal parasitado ou por fômites -Nutrição: líquidos dos tecidos (linfa) e células do estrato córneo -Patogenia: destruição das células mecanicamente e pela ação de secreções salivares. Secreções salivares, ovos, fezes do ácaro e restos de Sarcoptes mortos atuam como antígenos. 4.1.1-Suínos: *Suíno responde á infestação de duas formas: alérgica e hiperceratótica -Alérgica: reação de hipersensibilidade e ocorre em animais novos -Hiperceratótica: ocorre em animais de mais idade -Sintomas e Lesões: prurido intenso, as lesões se localizam principalmente ao redor da cavidade oral, face orelha. *Forma alérgica: placas eritematosas e pápulas *Forma hiperceratótica: lesões crostosas e frouxamente presas -Diagnóstico: raspado de pele *Diferenciar de outras lesões dermatológicas como: deficiência nutricional, dermatomicose, paraqueratose (sem prurido), epidermite exsudativa, queimadura pelo sol, fotossensibilização e hipersensibilidade a outros parasitos. 4.1.2-Eqüinos: -É uma parasitose severa de crescimento rápido -Localização: geralmente iniciam-se pela cabeça, pescoço e ombros, enquanto regiões mais baixas e com mais pelos não são acometidas. O curso é crônico e o prognóstico é o mais desfavorável entre as sarnas de cavalos. 4.1.3-Ruminantes: -Não é freqüente, sendo mais grave em bovinos de leite 20 www.veterinariandocs.com.br -Localização: geralmente nas regiões menos providas de pêlos (períneo, cauda, úbere e cabeça). -Lesões: pápulas, eritema e prurido intenso, pele fica engrossada e com crostas. 4.1.4-Ovinos: -Inicialmente têm-se prurido e as lesões não se alastram. -Mas se não tratados podem ter emaciação, anorexia e posteriormente morte. 4.1.5-Carnívoros: -Afeta cães independente da idade, raça ou sexo -Lesões: eritema, pápulas, alopecia e formação de crostas hemorrágicas. *É rato em gatos 4.2-Sarna Psoróptica: causada por ácaro pertencente à subordem Astigmata, família Psoroptidae, gênero Psoroptes sp e espécie Psoroptes communis. -Características: -Variedades: -Psoroptes communis variedade equi - Psoroptes communis variedade ovis - Psoroptes communis variedade caprae - Psoroptes communis variedade bovis - Psoroptes communis variedade cuniculli - Psoroptes communis variedade nataliensis -Localização: pele, região de lã e de pelos abundantes -Nutrição: soro 4.2.1-Eqüinos: -Causada pelo Psoroptes equi -Doença notificável e quarentenável -Lesões: irritação no ouvido, secreção e balanceamento de cabeça. 4.2.2-Ruminantes: -Importante em criações intensivas 21 www.veterinariandocs.com.br -Lesões: sobre a cernelha, pescoço e ao redor da cauda. Animal torna-se fraco e pode morrer 4.2.3-Ovinos: -Causada pelo Psoroptes ovis -Ocorre no final de outono, inverno e inicio de primavera -Lesões: pele espessada com ulcerações, prurido e lã destacável. 4.3-Sarna Corióptica: causada por ácaro pertencente à subordem Astigmata, família Psoroptidae, gênero Chorioptes spp, espécie Chorioptes equi, C. ovis e C. bovis. -Características: -Contágio: contato com animais parasitados e objetos contaminados -Hospedeiros, Espécies e Região Afetada: Chorioptes equi: eqüinos (boleto) Chorioptes ovis: ovinos (escroto e ao redor de olhos) Chorioptes bovis: bovinos (boleto) *Lesões mais graves podem levar a transtornos reprodutivos em ovinos e incapacidade de trabalho em eqüinos. 4.4-Sarna Demodécica: causada por ácaro pertencente à subordem Prostigmata, família Demodicidae, gênero Demodex spp. -Características: -Hospedeiros: Demodex canis: cães Demodex cati: gatos Demodex folliculorum: homem Demodex phyllades: suínos Demodex bovis: bovinos Demodex caprae: caprinos Demodex equi: eqüinos -Localização: folículos pilosos e glândulas sebáceas 22 www.veterinariandocs.com.br -Contágio: fator genético, predisposição imunológica (baixa imunidade), deficiência alimentar e vitamínica e banhos muito freqüentes. -Lesões: alopecia, descamação da epiderme e pústulas. 4.4.1-Suínos: -Raro em suínos -Lesões: lesões ao redor do focinho, olhos, pescoço e face interna dos membros e caracterizada por alopecia, descamação e presença de nódulos com pus. -Sinais Clínicos: pontos avermelhados na pele, pústulas e nódulos. 4.4.2-Eqüinos: -Raro em eqüinos -Lesões: escamosas ou pustulares na região da cabeça, focinho e ao redor de olhos. 4.4.3-Ruminantes: -Em bovinos leiteiros jovens a sarna é transferida pela vaca ao bezerro durante ao aleitamento. -Lesões: no pescoço, ombros e face; enquanto nos animais de corte raramente se observa estas lesões. *Raro em ovinos *Em caprinos ocorre a formação de nódulos caseosos que levam a uma depreciação do couro. 4.4.4-Carnívoros: -Causada pelo Demodex canis (ácaro comensal) -Os cães albergam nos folículos pilosos um número reduzido desse ácaro, em quantidades excessivas podem desencadear um quadro patogênico de diferentes sintomas clínicos. -Ocorre geralmente na época que o animal se aproxima da puberdade. -Em cães com menos de 2 anos de idade, nos quais suspeita-se de baixa da imunidade, existe uma relação com o Demodex canis. -Nos adultos a sarna é observada em animais em razão de doenças como síndrome de Cushing, hipotiroidismo, diabetes, tumores entre outras. -Em felinos, a infestação é causada pelo ácaro Demodex cati. 23 www.veterinariandocs.com.br -Em geral apresenta-se na forma de uma lesão não pruriginosa, alopécica e ligeiramente descamativa que fica confinada à cabeça e em torno dos olhos, raramente na forma generalizada. 4.5-Sarna Notoédrica: causada por ácaro pertencente à subordem Astigmata, família Sarcoptidae, gênero Notoedres spp. -Características: -Variedades e Hospedeiros: Notoedres cati: gatos e coelhos Notoedres cati variedade cuniculli: apenas coelhos Notoedres muris: ratos -Localização: pavilhão auricular e face -Contágio: contato direto com o animal parasitado -Nutrição: líquidos de tecidos (linfa) -Lesões: alopecia nas orelhas e posteriormente na face, pálpebras e pescoço. Há formação de crostas de coloração acinzentada. *Pode infestar cães, raposas e coelhos, assim como humanos pelo contato de animais infestados. 4.6-Sarna Knemidocóptica: causada por ácaro pertencente à subordem Astigmata, família Sarcoptidae, gênero Knemidokoptes spp. -Características: -Espécies e Hospedeiros: -Knemidokoptes mutans: galináceos (patas) -Knemidokoptes gallinae: galináceos (pele) -Knemidokoptes columbae: penas de pombas -Lesões: Os ácaros invadem os folículos pilosos, epiderme da face e asas, causando inicialmente uma lesão organizada, incluindo processos inflamatórios na pele, sendo encontradas as lesões principalmente no bico, pálpebras, pernas e pés. Pode levar à claudicação, pela grande descamação promovida pelo ácaro nas patas. 4.7-Sarna Otodécica: causada por ácaro pertencente à subordem Astigmata, família Psoroptidae, gênero Otodectes spp e espécie Otodectes cynotis. 24 www.veterinariandocs.com.br -Características: -Hospedeiros: cães e gatos -Nutrição: líquidos teciduais (linfa) -Localização: conduto auditivo -Contágio: contato com o animal parasitado -Lesões: a infestação causa uma secreção espessa marrom escura, formada por acúmulo de cerúmen, secreções, debris celulares e restos de ácaros. Causa reação de hipersensibilidade. -Tratamentos 1-Suínos: -Ivermectina (VO por 7 dias ou SC e repetir em 3 semanas) -Amitraz (pulverização) -Cachaços devem ser tratados a cada 3 meses -Fêmeas devem ser tratadas antes da maternidade -Leitões devem ser tratados ao desmame -Animais recém chegados devem ser tratados e deixados em quarentena. -Aplicação de amitraz (pulverização) nas instalações. 2-Ruminantes: -Ivermectina (VO ou SC) *Ovinos somente por via oral. 3-Carnívoros: -Ivermectina (SC ou VO por 7 dias com doses crescentes) 4-Eqüinos: -Ivermectina (SC) 5-Aves: -Ivermectina (Tópica, IM ou VO repetindo a dosagem em 2 semanas). 25 www.veterinariandocs.com.br 05-Miíases -Classificação Clínica: -Miíase cutânea (bicheira) -Primária: tecidos vivos (larvas biontófagas) -Secundária: tecidos necrosados (larvas necrobiontófagas) -Miíase subcutânea – dermatobiose (berne) -Miíase cavitária – oestrose (bicho da cabeça) -Miíase interna – gasterofilose 5.1-Miíase Cutânea: -Características: -Primária: -Cochliomyia hominivorax -Secundária: -Cochliomyia macellaria -Phaenicia -Lucilia -Hospedeiros: animais domésticos e homem *Cochliomyia hominivorax: nutrição: tecido muscular -Novembro a fevereiro maior ocorrência -Fatores Pré-disponentes: nascimentos no verão, castração no verão, ferimentos (mordida de cães, arame farpado e outros). -Ciclo Evolutivo: a cópula ocorre após 4 dias da saída do pupário e inicia a postura aos 7 dias de idade. A postura é feita na margem de lesões recentes ou cavidades naturais. As larvas do 1º estágio surgem dentro de 12 a 24 horas (período de incubação) e já se fixam no tecido, começando a se alimentarem. A larva L1 evolui e realiza 2 ecdises, transformando-se em L3 depois de 7 dias. Neste estágio abandona espontaneamente o hospedeiro e vai pupar no solo. No verão a fase pupal dura em torno de 7 dias e no inverno em torno de 2 meses. Em condições ótimas de temperatura e umidade o ciclo total se completa em 22 dias. Adultos vivem de 60 a 70 dias. 26 www.veterinariandocs.com.br -Patogenia: destruição do tecido pelos ganchos orais e enzimas produzidas pelas larvas. E é dependente do local onde a larva se localiza: globo ocular (visão), gengiva (dentes), escroto (reprodução) e umbilical (infecção secundária). -Sinais Clínicos: odor desagradável, hemorragias, irritação, diminuição do apetite, perda de peso e a ingestão de larvas pode levar a perfuração de rúmen (até 8% das mortes de bezerros). -Diagnóstico: inspeção (presença de larvas) e sinais clínicos -Tratamento: retirar larvas com pinça, medicamentos a base de fosforados ou piretróides (líquido ou sprays), ivermectina, doramectina ou moxidectina. -Controle: uso de repelentes, uso de iscas (açúcar, sangue desidratado, farelo de milho, diclorvós e atrativo) e esterilização de machos. 5.2-Miíase Subcutânea (dermatobiose) -Características: -Dermatobia hominis (berne) -Preferência por bovinos e caninos -Maior incidência em animais de pelagem escura -Vetores: Musca domestica, Haematobia irritans e Fannia. -Nutrição: larvas nutrem-se do tecido subcutâneo (biontófagas) e os adultos não se alimentam. -Ciclo Evolutivo: após 2 dias a cópula, a fêmea inicia a ovoposição. A Dermatobia hominis, no momento de efetuar a postura, captura um inseto menor (de preferência hematófago) durante o vôo e sobre a região lateral de seu abdômen deposita ovos. Depois de 5 a 12 dias as larvas estão formadas, mas só abandonam o ovo quando o inseto veiculador pousar sobre o hospedeiro de sangue quente. A larva então no hospedeiro, penetra a pele intacta ou lesada (por picada de insetos). Em 8 dias a larva sofre a primeira muda, em 15 dias a segunda muda e em 30 dias termina sua evolução. É nas primeiras horas do dia que a larva madura abandona espontaneamente o hospedeiro e cai no solo para pupar em solo fofo. O período pupal é de 22 a 40 dias no verão e de 80 dias no inverno. O imago deixa a pupa nas horas de mais calor durante o dia e 24h após a eclosão, efetua a primeira cópula. O adulto vive de 8 a 12 dias. Duração do ciclo total = 100 a 140 dias. -Patogenia: formação de nódulos, destruição tecidual pelos ganchos orais e espinhos cuticulares, infecções secundárias (abscessos) e predispõe a miíase cutânea (bicheira). 27 www.veterinariandocs.com.br -Sinais Clínicos: irritação, dor, redução do ganho de peso e retardo no crescimento. -Diagnóstico: clínico e laboratorial -Tratamento: *Bovinos trata quando se tem mais de 10 nódulos. -Fosforados: Triclorfon (tópico ou pulverização) -Avermectinas: Ivermectina e Doramectina (SC) -Closantel (SC ou VO). -Controle: em infecções altas faz-se o tratamento a cada mês. -Biológico: Moscas Megaselia scalaris e gênero Phora (fazem postura nas larvas de Dermatobia, e se alimentam destas). Fungo Sporotrichum sckenkii (invade a pupa e impede emergência de moscas). 5.3-Miíase Interna (gasterofilose) -Características: -Gasterohilus sp (G. nasalis, G. intestinalis e G. haemorrhoidalis). -Semelhante a uma abelha (porém a abelha tem aparelho bucal desenvolvido) -As larvas se desenvolvem em estômago e intestino de eqüinos (ocasionalmente homem, coelho e cães). -Nutrição: secreção, mucosa, sangue e alimentos no processo de digestão. *Larva G. nasalis: com 1 fileira de espinhos por segmento (diferente da Dermatobia que possui várias fileiras de espinhos). Ciclo Evolutivo: as fêmeas em vôos rápidos sobre os eqüinos, fazem a postura de ovos na região submandibular. A eclosão destes ovos ocorre após 5 a 10 dias. As L1 migram em direção à boca, e no interior da boca atingem o tecido subepitelial da mucosa e permanecem ali de 3 a 4 semanas (L1 L2). Então a L2 migra para a faringe, onde é deglutida, e no estômago ou duodeno se transformam em L3 e ai permanecem fixas durante 10 a 12 meses. Essas larvas L3 abandonam espontaneamente o hospedeiro e vão pupar no solo e os adultos vivem entre 14 a 20 dias. -Patogenia: fixação na mucosa (hiperemia, gastrite, ulcerações, hemorragias, perfuração e peritonite) e obstrução do piloro pelas larvas (ruptura de estômago). 28 www.veterinariandocs.com.br -Sinais Clínicos: animais inquietos pela presença das moscas, inapetência, dor abdominal, crescimento retardado, pêlos arrepiados e anorexia. -Diagnóstico: inspeção das fezes (peneirar), observar as patas, região submandibular e peito a procura de ovos e sinais clínicos. -Tratamento: -Triclorfon (VO). -Ivermectina (VO) -Moxidectina (VO). *Tratamento estratégico: inicio do outono e final do inverno. 5.4-Miíase Cavitária (oestrose) -Características: -Oestrus ovis -Localização: larvas nos seios paranasais, frontais e maxilares. E o adulto é de vida livre. -Nutrição: secreções -Hospedeiro: ovinos e caprinos *Maior incidência em épocas quentes. *Fêmea vivípara (põe larvas) -Ciclo Evolutivo: Moscas depositam suas larvas ao redor das narinas dos animais. As L1 migram para a cavidade nasal, seios frontais e maxilares onde realizam 2 ecdises transformando-se em larvas L3 (Período Larval: 1 mês no verão e de 8 a 9 meses no inverno). Estas larvas voltam às vias nasais inferiores e caem no solo para pupar (saem do hospedeiro por espirros). Então se tornam adultos que vivem em torno de 20 dias. -Patogenia: irritação e inflamação da mucosa (pelo tipo de fixação, por ganchos), aumento da produção de muco e erosão de ossos cranianos. -Sinais Clínicos: corrimento nasal seroso a purulento, espirros, sintomatologia nervosa (caminhar troteado e incoordenação motora). -Diagnóstico: sintomatologia, época do ano, observação de larvas e necropsia. 29 www.veterinariandocs.com.br *Diagnóstico diferencial: dictiocaulose, (Multiceps multiceps). pneumonia e -Tratamento: -Ivermectina (VO ou SC) -Moxidectina (VO ou SC) -Triclorfon (VO, injetável, pour-on ou pulverização). -Profilaxia: -Tratamento estratégico (inicio de outono e final do inverno). 30 www.veterinariandocs.com.br cenurose Referências Bibliográfica FORTES, ELINOR. Parasitologia Veterinária. 2ªed. Porto Alegre, Sulina, 1993. 31 www.veterinariandocs.com.br