PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: A Competência na Instituição de Ensino Superior Wagner Oliveira de Araujo – Universidade Federal de Goiás – [email protected] Ricardo Luiz Machado – Centro Universitário de Anápolis – [email protected] Resumo. O objetivo deste trabalho é analisar a ferramenta de planejamento estratégico em uma organização de ensino privada e investigar as intercorrências de fatos de origem interna e externa, juntamente com os dados de crescimentos fornecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. O procedimento metodológico que se adotou foi o monográfico, utilizando documentação indireta com pesquisa bibliográfica e documental com o uso da Internet, visando a realizar um levantamento sobre os assuntos abordados, relacionando-os com o problema a ser pesquisado, com o intuito de desenvolver e esclarecer as relações. Utilizou-se a técnica de observação direta intensiva através de entrevista com o administrador, para apurar o grau de comprometimento com o plano estratégico da entidade. O embasamento teórico estava contido no Plano de Desenvolvimento Institucional uma das exigências do Ministério da Educação, juntamente com a utilização do planejamento estratégico amplamente difundido através dos autores referenciados. Na conclusão evidencia-se a utilização do planejamento estratégico. Através das literaturas, conclui-se que existe uma unanimidade entre os autores acerca da falta de evidências empíricas que dêem suporte à relação entre o sucesso da organização e o planejamento estratégico, alvo maior deste trabalho. Constata-se a escassez de pesquisas empíricas centradas no planejamento estratégico em instituições de ensino superior relacionadas com o aumento do número de instituições privadas e seu comprometimento de admitir que seus indicadores sejam necessariamente em critérios mensuráveis diretamente, com a qualidade do ensino. Palavras-Chave: Planejamento estratégico. Instituição de Ensino Superior. Plano de Desenvolvimento Institucional. Abstract. The objective of this study is to analyze the strategic planning tool in a private organization providing education and investigate the facts of complications of internal and external origin, along with the growth data provided by the National Institute of Educational Studies Teixeira. The methodological procedure that was adopted was the monograph, using indirect documentation with bibliographical and documents research using the Internet in order to carry out a survey on the topics discussed, relating them to the problem to be researched in order to develop and clarify the relationships. We used the technique of intensive direct observation through interviews with the administrator to determine the degree of commitment to the organization's strategic plan. The theoretical framework was contained in an Institutional Development Plan of the Ministry of Education requirements, along with the use of strategic planning widely referenced by the authors. At the conclusion highlights the use of strategic planning. Through literature, we conclude that there is a consensus among the authors regarding the lack of empirical evidence that support the relationship between the organization's success and strategic planning, major goal of this work. There is a paucity of empirical research focused on strategic planning in higher education institutions related to the increasing number of private institutions and its commitment to admit that their indicators are necessarily directly measurable criteria, the quality of education. Keywords: Strategic planning. Higher Education Institution. Plan Institutional Development. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Introdução Novas Instituições de Ensino Superior (IES) surgem todos os dias. Por esta razão as IES privadas devem adaptar às competições como um jogo de mercado. "Esse cenário demanda estratégias organizacionais voltadas para vantagens competitivas e sabe-se que estratégias resultam de um processo de planejamento" (OLIVEIRA ROCHA RAMI; SPERS, 2007, p. 2). O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), requerido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), qualifica a IES em sua filosofia de trabalho, à missão a que propõe, às diretrizes pedagógicas que orientam suas ações, à sua estrutura organizacional e às atividades que desenvolvem ou que pretende desenvolver, além de clarificar as disposições da entidade em relação ao futuro desejado. O PDI deve permitir que os processos administrativos incorporem maior racionalidade, como forma de melhorar a capacidade de tomar decisões. O grupo de referências apresentadas neste trabalho incentiva a intencionalidade do Planejamento Estratégico. "[...] Planejamento estratégico é como uma corrida para uma posição ideal. É o fazer diferente. A criação de uma posição exclusiva e valiosa, envolvendo um conjunto diferente de atividades, com disciplinas [...]" (PORTER, 1986). O Planejamento Estratégico não deve ser visto como um encanto, mas sim como uma ferramenta importante. A inexperiência pode levar gestores a adotarem métodos impróprios de gestão, acarretando prejuízo em seus negócios (SPERS et al., 2003). Organizações buscam, com o planejamento estratégico, estabelecer metas e objetivos a serem alcançados e concretizá-los. Planejamento estratégico é um tema que vem sendo discutido na literatura e na realidade brasileira, mas são escassos os estudos que se centram na realidade dos serviços educacionais e utilizam tal ferramenta na administração das entidades (ANDRADE, 2003). O objetivo geral deste artigo é analisar a ferramenta do planejamento estratégico em uma organização de ensino privada. O objetivo específico é investigar as ocorrências de fatos de origem interna e externa, juntamente com os dados de evolução. A justificativa do trabalho baseia-se na realidade do processo de planejamento, crise e adaptação das organizações e na tentativa da constatação da origem do planejamento, possibilitando acrescentar melhorias nos procedimentos da estruturação. A metodologia, quanto à abordagem, é indutiva, "[...] partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas." Na abordagem indutiva, "[...] conduzem apenas a conclusões prováveis [...]" (ANDRADE MARCONI; LAKATOS, 2007, p. 86). A metodologia, quanto ao procedimento, será monográfica. Quanto à técnica utilizouse a documentação indireta com pesquisa bibliográfica e documental e uso da Internet, buscando realizar um levantamento sobre os assuntos abordados, assimilando os conceitos e relacionando-os com o problema da pesquisa, na tentativa de desenvolver e esclarecer as relações. Também foi utilizada a técnica de observação direta intensiva através de entrevista com o administrador o Pró-Reitor Administrativo. A "[...] IES Confessional escolhida foi a Associação Educativa Evangélica (AEE). A AEE foi fundada em 31 de março de 1947 na cidade de Anápolis estado de Goiás. Em 2006, a AEE, com quase 60 anos de existência, chega à maturidade. Ao Implantar a nova estrutura do Centro Universitário de Anápolis, a instituição oferece 24 cursos de graduação, 50 cursos de pós-graduação lato sensu e dois programas de pós-graduação strictu sensu. A AEE conta com um universo de cerca de 7.500 alunos e mais de 800 colaboradores" (SOBRINHO, 2004). VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Este artigo foi desenvolvido em três seções. A seguir será apresentada uma breve descrição dos elementos textuais de cada uma delas. Na primeira seção Introdução, são apresentados: tema, objetivos, justificativa e metodologia. Na segunda seção Desenvolvimento são apresentados o Referencial Teórico, Descrição dos métodos, para Análise e interpretação dos dados foi utilizado o software interativo de alta performance voltado para o cálculo numérico MATrix LABoratory (MATLAB) versão R2007a plataforma Windows, automatizando os processos de cálculos e geração de gráficos. Na terceira seção Conclusão são apresentados os principais resultados obtidos, vinculados aos objetivos da pesquisa. Desenvolvimento 2.1 Referencial Teórico 2.1.1 Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) As atribuições definidas pela Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, em seu Capítulo IV: Da Educação, Artº 46 Autorização e Reconhecimentos dos cursos [...], dão ao PDI a concepção primária (BRASIL, 1996). Com a edição da Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, que estabelece o Sistema de Avaliação da Educação Superior (SINAES), o Ministério da Educação iniciou um processo de revisão das atribuições e competências da Secretaria de Educação Superior (SESu); da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC); do Conselho Nacional de Educação (CNE) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), objetivando consolidar o trabalho realizado e conferir maior eficiência e eficácia aos dispositivos contidos na Lei nº 9.394/96. No contexto desta revisão, constatou-se a necessidade de introduzir, como parte integrante do processo avaliativo das Instituições de Ensino Superior (IES), o seu planejamento estratégico, sintetizando no que se convencionou denominar de Plano de Desenvolvimento (PDI). O PDI deverá ser apresentado pela instituição na forma de novo processo no Sistema SAPIEnS, no momento em que o interessado solicitar ao MEC, por intermédio do Sistema SAPIEns, o credenciamento ou o recredenciamento periódico da Instituição de Educação Superior, a autorização de cursos superiores de graduação, tecnológicos seqüenciais e o credenciamento de Instituição para a oferta de ensino a distância ou a autorização de cursos forma de sede para as universidades. Ressalta-se que as instituições deverão apresentar seus PDIs a cada 5 (cinco) anos, tendo em vista o período de vigência estabelecido pela legislação vigente.Como dispositivos legais de orientação à elaboração de PDI, destacam-se: Lei nº 9.394/1996 (LDB), Lei nº 10.861/2004, Decreto nº 2.494/1998, Decreto nº 3.860/2001, Decreto nº 4.914/2003, Decreto nº 5.154/2004, Decreto nº 5.224/2004 e Decreto nº 5.225/2004, Portaria MEC nº 301/1998, Portaria MEC nº 1.466/2001, Portaria MEC nº 2.253/2001, Portaria MEC nº 3.284/2003, Portaria MEC nº 7/2004, Portaria MEC nº VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 2.051/2004, Portaria MEC nº 3.643/2004, Portaria MEC nº 4.361/2004, Resolução CES/CNE nº 2/1998, Resolução CNE/CP nº 1/1999, Resolução CES/CNE nº 1/2001, Resolução CP/CNE nº 1/2002 (Artº 7º), Resolução CES/CNE nº 10/2002, Parecer CES/CNE nº 1.070/1999 (BRASIL, 2004, p. 1). A intenção deste estudo não é analisar o PDI como sistema, mas destacar a sua relevância, em nossa realidade, como uma das raízes e aperfeiçoamento de modelo de plano estratégico. "[...] Que diz respeito à sua filosofia de trabalho, à missão a que se propõe, às diretrizes pedagógicas que orientam suas ações, à sua estrutura organizacional e às atividades acadêmicas que desenvolve e/ou que pretende desenvolver" (BRASIL, 2004, p. 2 grifo do autor). 2.1.2 Estratégias Organizacionais centradas para a vantagem competitiva. As IES privadas vêm, ao longo dos anos, sendo desafiadas em relação às mudanças significativas no segmento. No final da década de 1990, as IES privadas estavam habituadas a atuar em um contexto sem a acirrada competitividade dos concorrentes, podendo manter modelos de administração mais convencionais. [...] Realça que, apesar das diferenças fundamentais existentes entre as Empresas Privadas e as Instituições Públicas, as características essenciais de organização de ambas tornam o conceito de planejamento estratégico aplicável às universidades, pois ele diz respeito à necessidade de estabelecer sua missão, seu papel e os seus objetivos (KAUFMAN, 1991). Existe hoje um consenso quanto à importância do planejamento nas instituições de ensino superior, pois não se concebe o desenvolvimento de uma IES moderna sem um esforço planejado. Junior (1991) afirma alguns estudos apresentam que as IES e reconhecem a sua necessidade, bem como as vantagens do planejamento e da administração estratégica. Destaca que "[...] o processo de planejamento estratégico de mercado inclui a identificação ou estabelecimento da missão e das metas organizacionais, a estratégia corporativa, as metas e os objetivos de marketing, a estratégia de marketing e, finalmente, um plano de marketing" (FERRELL et al., 2000). Uma empresa necessita desenvolver vantagem competitiva e, para isso, é necessário fomentar frequentemente, entre os indivíduos, o desempenho novas habilidades que deverão ser continuamente melhoradas (PRAHALAD, 2002). Porter (1986, 1989) expôs intensamente seu modelo de competitividade empresarial definindo os conceitos de estratégia genérica e cadeias de valores que se tornaram um paradigma da análise estratégica. Entretanto, aspectos internos das empresas, por mais importantes que sejam não são levados em consideração na concepção teórica da organização e, por conseguinte, na teoria porteriana (HEXSEL; TONI, 2002). A análise dos fatores externos e internos é uma ferramenta importante para a visão da situação global da organização, tentando mediar à ocasião e riscos que o ambiente externo apresenta em uma organização. A análise externa verifica as situações presentes no ambiente da empresa, bem como as melhores maneiras de se evitarem as ameaças e, ao mesmo tempo, usufruírem-se das oportunidades. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br "É fundamental para o sucesso da estratégia que a área de atuação da empresa seja escolhida considerando o que ela melhor pode fazer, ou seja, a empresa deve ser puxada pelas suas principais capacidades" (OLIVEIRA, 2001, p. 69). Na análise interna é considerado "[...] o nível de ambiente da organização que está dentro dela e que normalmente tem implicação imediata e específica em sua administração" "[...] são os que estão mais facilmente perceptíveis e controláveis" (CERTO et al., 2005, p. 29). 2.1.3 Álgebra Matricial Uma matriz (m × n) é uma correspondência que associa a qualquer elemento (i; j) ∈ I × J um único elemento 𝑎𝑖𝑗 ∈ 𝑅 O número 𝑎𝑖𝑗 é chamado de imagem do par (i, j) 𝐀 𝑚𝑛 𝑎11 =� ⋮ 𝑎𝑚1 ⋯ 𝑎1𝑛 ⋱ ⋮ �. ⋯ 𝑎𝑚𝑛 Se m=n, então ela é uma matriz quadrada. Se existe somente uma coluna, tal como; 𝑐1 𝑐2 𝐜=� ⋮ � 𝑐𝑚 então ela é chamada de um vetor coluna. Se existe somente uma linha, tal como: 𝐥 = [𝑙1 , 𝑙2 , … , 𝑙𝑛 ] então ela é chamada um vetor linha. O negrito é usado para indicar matrizes e vetores. 2.1.4 Operações com matrizes a) Adição - Dadas duas matrizes 𝐀 = �𝑎𝑖𝑗 � e 𝐁 = �𝑏𝑖𝑗 �, de mesmo tipo m × n denomina-se soma de duas matrizes 𝐀 e 𝐁(𝐀 + 𝐁), a uma matriz 𝐂 = �𝑐𝑖𝑗 � do tipo m × n cujos elementos são iguais à soma dos elementos correspondentes de (𝐀) e (𝐁) 𝑎11 𝐀 + 𝐁 = �𝑎21 𝑎31 𝑎12 𝑏11 𝑎22 � + �𝑏21 𝑎32 𝑏31 𝑏12 𝑎11 + 𝑏11 𝑏22 � = �𝑎21 + 𝑏21 𝑏32 𝑎31 + 𝑏31 𝑎12 + 𝑏12 𝑎22 + 𝑏22 �. 𝑎32 + 𝑏32 b) Subtração - Dadas duas matrizes 𝐀 = �𝑎𝑖𝑗 � e 𝐁 = �𝑏𝑖𝑗 �, de mesmo tipo m × n denomina-se diferença entre matrizes 𝐀 e 𝐁(𝐀 − 𝐁), a soma da matriz 𝐀 com a matriz oposta de 𝐁 VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 𝑎11 𝑎 𝐀 − 𝐁 = � 21 𝑎31 𝑎12 𝑏11 𝑎22 � − �𝑏21 𝑎32 𝑏31 2.2 Modelo Geométrico 𝑎11 − 𝑏11 𝑏12 𝑏22 � = �𝑎21 − 𝑏21 𝑏32 𝑎31 − 𝑏31 𝑎12 − 𝑏12 𝑎22 − 𝑏22 �. 𝑎32 − 𝑏32 Neste processo, admitiu-se que o crescimento das instituições nos últimos anos se processou conforme uma progressão geométrica e que haverá de processar-se nos próximos anos conforme a mesma progressão. Desde que se conheçam dois dados da população o inicial (𝑐1 ) e final (𝑐𝑚 ), correspondentes aos anos 𝑥111 e 𝑥11𝑚 pode-se definir a razão 𝑖 da progressão pela Fórmula 11: 𝑐𝑚 = 𝑐1 × (1 + 𝑖)𝑛 , (7) 𝑐𝑚 = (1 + 𝑖)𝑛 , (8) 𝑐1 𝑐𝑚 (1 + 𝑖)𝑛 = , (9) 𝑐1 𝑛 𝑐𝑚 (1 + 𝑖) = � , 𝑐1 𝑛 𝑐𝑚 − 1. 𝑐1 𝑖= � (10) (11) Modelo Geométrico dado em porcentagem multiplicou por 100 𝑛 𝑐𝑚 − 1� × 100. 𝑐1 𝑖 = �� (12) 𝑛 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑜𝑠, 𝑐1 = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑣𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎, 𝑐𝑚 = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑣𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎, 𝑖 = 𝑟𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑔𝑒𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜. No processo geométrico, considerou-se o logaritmo da população variando linearmente com o tempo. Por meio dos gráficos, através da Figura 1, pode-se verificar essa linearidade, representando os anos dos vários censos em abscissas e os logaritmos dos valores da população como ordenadas. Neste caso o crescimento é pressuposto ilimitado. 2.3 Análise e interpretação dos dados 2.3.1 Fatores Internos Na realização de seus objetivos, a instituição de ensino administrará fatores internos que farão parte de seu planejamento estratégico. Relacionamos os fatores a seguir: resultados deficitários, necessidade de gerar diferenças, mudança estrutural, necessidade de investimentos e existência de um processo de avaliação institucional. O gestor demonstrou preocupação com os resultados deficitários, contudo exemplificou que a premissa era temporária em relação à falta de pagamento de mensalidades. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Estratégias implementadas na Agenda Estratégia 2005 constituem seguramente um grande diferencial para momentos de incerteza. Os diferenciais são abrangidos por programas de cunho social, participações em pesquisa e extensão, durante todo o transcurso do acadêmico em sua trajetória de aprendizado. O investimento da entidade que possui o cunho Comunitário, Confessional e Filantrópico a IES reverte todo seu superávit para si, pois é uma obrigação legal. Os novos recursos de estrutura física, multimídia e equipamentos de informática são necessários para que as competências possam ser desenvolvidas na organização. O processo de avaliação institucional, que está presente, na estratégia da instituição, conta com uma comissão própria de avaliação. A autoavaliação IES é coordenada pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) e efetuada pela Subcomissão Interna de Avaliação (SIA) de cada curso. A avaliação do curso segue um Projeto de Autoavaliação elaborado pela SIA e encaminhado à CPA para análise e aprovação. Os cursos são avaliados semestralmente conforme cronograma apresentado no Plano Anual de Avaliação. Os resultados são divulgados através das publicações da CPA (Cadernos de Avaliação, Revista AVALIE, site) e apresentados em seminários de avaliação institucional. 2.3.2 Fatores Externos Os fatores externos fundamentais que tornaram favorável a formalização do Plano Estratégico na instituição pesquisada foram: crescimento do setor, as mutações do cenário econômico interno, representação do estado, modelo de financiamento da educação, expansão da concorrência e novos entrantes. A educação tornou-se uma das importantes atividades econômicas, "[...] no Brasil, a conta da educação representa cerca de 9% do PIB 1, ou 90 bilhões de reais, segundo estimativas da Ideal Invest, consultoria paulista especializada em negócios do ensino” (ABRIL:2002). Os dados apresentados na Figura 1(a) e na Tabela 3 corroboram a idéia de crescimento do setor educação de ensino superior. Em face de um cenário desfavorável ao crescimento, as mudanças no contexto econômico interno do país como a falta de crédito pelo mercado financeiro, a alta do desemprego, a queda na renda, elevadas taxas de juros, a instabilidade cambial, e a tendência de índice negativo de crescimento para o ano 2009, revelam um panorama desfavorável para muitos setores econômicos, incluindo a educação. Um planejamento de longo prazo é necessário para a sobrevivência neste período de incertezas e colher resultados no futuro, afirma o Pró-Reitor Administrativo. O governo federal restringiu seu papel social na última década, pois o percentual dos recursos destinados ao ensino, no período de "[...] 1995 a 2005 foi, em média, de 4% do PIB, sendo 3,1% destinados à educação básica e 0,9% ao ensino superior" (YAMAMOTO:2009). Por outro lado os incentivos fiscais, como imunidade INSS 2 patronal, PIS 3, IPTU 4, ITR 5 sobre os impostos não recolhidos são de aproximadamente 30% em contra partida a receita recebida deve ser feita o retorno através de assistências sociais para entidades Comunitárias, Confessionais e Filantrópicas, contribuindo neste sentido para um equilíbrio apontado nos gráficos da Figura 1, conforme ênfase dada pelo gestor administrativo. 1 Produto Interno Bruto Instituto Nacional de Seguridade Social 3 Programa de Integração Social 4 Imposto Predial e Territorial Urbano 5 Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural 2 VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br A linha do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) para a educação superior destinada à população de baixa renda é responsável pela diminuição da receita, e pelo aumento da evasão e da inadimplência nas IES privadas no país. O aumento da demanda no ensino superior no estado apresenta uma relação direta com o número de vagas ociosas, ver Figura 1(b). Sua oferta tem sido possível através do ensino privado. Contudo conforme resultados apresentados nas Figuras 1(b) e 1(c), existem prejuízos para as IES particulares de modo específico. Entre os novos entrantes, encontram-se instituições de ensino que centravam suas ações em outras modalidades e níveis de ensino, atores envolvidos em treinamento e desenvolvimento profissional, organizações não formais (empresas de informática) e universidades corporativas cujo objetivo é aperfeiçoar seu quadro de colaboradores que passam a desdobrar seu atendimento, criação de arranjos institucionais através da modalidade de consórcio e finalmente o ensino universitário à distância. Contudo com as políticas impostas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) através da composição do Núcleo Docente Estruturante (NDE) tem dificultado a criação de novas IES. 2.3.3 Variáveis Variáveis concretizam conceitos de modo operacional, discernível no objeto de estudo, sendo possíveis de mensuração (ANDRADE MARCONI; LAKATOS, 2007). Neste trabalho, destacamos as seguintes variáveis conforme Tabelas 1 e 2: Tabela 1 Variáveis Independentes. 𝐱1 𝐱2 𝐱3 𝐱4 𝐱5 𝐱6 𝐱7 𝐱8 𝐱9 𝐱10 15 6 4937 12000 4551 9893 16552 35143 11915 23091 22 4 9867 12875 8573 10068 23349 30532 17122 29802 33 4 14886 13870 12015 10708 27681 30380 22157 31644 41 5 26107 13432 18286 10099 64731 34022 32097 37542 44 5 31087 16150 17832 11347 41830 44653 42307 42218 40 7 39518 20754 17197 14694 40699 33682 42581 48974 51 7 41627 22367 18207 15629 43303 44247 48726 51480 54 7 48787 25877 20141 14192 41409 34995 51194 51584 61 5 68523 20956 22852 9045 47506 29068 60607 42844 Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – (INEP)(SINOPSE, 2009). 𝐱11 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 a) Variável independente (determinante): 𝐱1 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐼𝑛𝑠𝑡𝑖𝑡𝑢𝑖çõ𝑒𝑠 𝑃𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠; 𝐱2 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐼𝑛𝑠𝑡𝑖𝑡𝑢𝑖çõ𝑒𝑠 𝐶𝑜𝑚𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎𝑠, 𝐶𝑜𝑛𝑓𝑒𝑠𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑒 𝐹𝑖𝑙𝑎𝑛𝑡𝑟ó𝑝𝑖𝑐𝑎𝑠; 𝐱 3 𝑉𝑎𝑔𝑎𝑠 𝑂𝑓𝑒𝑟𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑃𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠; 𝐱4 𝑉𝑎𝑔𝑎𝑠 𝑂𝑓𝑒𝑟𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎𝑠 𝐶𝑜𝑚𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎𝑠, 𝐶𝑜𝑛𝑓𝑒𝑠𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑒 𝐹𝑖𝑙𝑎𝑛𝑡𝑟ó𝑝𝑖𝑐𝑎𝑠; 𝐱5 𝐼𝑛𝑔𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑉𝑒𝑠𝑡𝑖𝑏𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑃𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠; 𝐱6 𝐼𝑛𝑔𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑉𝑒𝑠𝑡𝑖𝑏𝑢𝑙𝑎𝑟 𝐶𝑜𝑚𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎𝑠, 𝐶𝑜𝑛𝑓𝑒𝑠𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑒 𝐹𝑖𝑙𝑎𝑛𝑡𝑟ó𝑝𝑖𝑐𝑎𝑠; 𝐱 7 𝐶𝑎𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑠𝑐𝑟𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑃𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠; 𝐱8 𝐶𝑎𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑠𝑐𝑟𝑖𝑡𝑜𝑠 𝐶𝑜𝑚𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎𝑠, 𝐶𝑜𝑛𝑓𝑒𝑠𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑒 𝐹𝑖𝑙𝑎𝑛𝑡𝑟ó𝑝𝑖𝑐𝑎𝑠; 𝐱9 𝑀𝑎𝑡𝑟𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑃𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠; 𝐱10 𝑀𝑎𝑡𝑟í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝐶𝑜𝑚𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎𝑠, 𝐶𝑜𝑛𝑓𝑒𝑠𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑒 𝐹𝑖𝑙𝑎𝑛𝑡𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑐𝑎𝑠; VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 𝐱11 𝐴𝑛𝑜𝑠. b) Variável dependente (determinados): 𝐲1 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐼𝑛𝑠𝑡𝑖𝑡𝑢𝑖çõ𝑒𝑠 𝑃𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎𝑠 (𝐱1 + 𝐱2 ); 𝐲2 𝑉𝑎𝑔𝑎𝑠 𝑂𝑓𝑒𝑟𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑃𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎𝑠 (𝐱 𝟑 + 𝐱4 ); 𝐲3 𝐼𝑛𝑔𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜 𝑛𝑜 𝑉𝑒𝑠𝑡𝑖𝑏𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑃𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎𝑠 (𝐱 5 + 𝐱6 ); 𝒚4 𝐶𝑎𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑠𝑐𝑟𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑃𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎𝑠 (𝐱7 + 𝐱 8 ); 𝐲5 𝑉𝑎𝑔𝑎𝑠 𝑂𝑐𝑖𝑜𝑠𝑎𝑠 𝐶𝑜𝑚𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎𝑠, 𝐶𝑜𝑛𝑓𝑒𝑠𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑒 𝐹𝑖𝑙𝑎𝑛𝑡𝑟ó𝑝𝑖𝑐𝑎𝑠 (𝐱 5 + 𝐱 6 ); 𝐲6 𝑉𝑎𝑔𝑎𝑠 𝑂𝑐𝑖𝑜𝑠𝑎𝑠 𝑃𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠 (𝐱 3 − 𝐱 5 ); 𝐲7 𝑉𝑎𝑔𝑎𝑠 𝑂𝑐𝑖𝑜𝑠𝑎𝑠 𝑃𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎𝑠 (𝐲3 + 𝐲6 ); 𝐲8 𝑀𝑎𝑡𝑟í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑃𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎𝑠 (𝐱9 + 𝐱10 ). Tabela 2 Variáveis Dependentes. 𝑦1 𝑦2 𝑦3 𝑦4 𝑦5 𝑦6 𝑦7 21 16937 14444 51695 2107 386 2493 26 22742 18641 53881 2807 1294 4101 37 28756 22723 58061 3162 2871 6033 46 39539 28385 98753 3333 7821 11154 49 47237 29179 86483 4803 13255 18058 47 60272 31891 74381 6060 22321 28381 58 63994 33836 87550 6738 23420 30158 61 74664 34333 76404 11685 28646 40331 66 89479 31897 76574 11911 45671 57582 Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – (INEP)(SINOPSE, 2009). 𝑦8 35006 46924 53801 69639 84525 91555 100206 102778 103451 2.3.4 Análise A partir dessa etapa, todos os procedimentos foram executados aplicando o Software interativo voltado para o cálculo numérico MATrix LABoratory (MATLAB). A realização da operação do Número de Instituições Privadas de Goiás conforme dados apresentados na Tabela 2 e Gráfico da Figura 1(a): 𝐱11 1999 6 15 ⎡22⎤ ⎡2000⎤ ⎡4⎤ ⎢33⎥ ⎢2001⎥ ⎢4⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢41⎥ ⎢2002⎥ ⎢5⎥ = ⎢2003⎥ 𝐱1 = ⎢44⎥ 𝐱2 = ⎢5⎥. ⎢2004⎥ ⎢7⎥ ⎢40⎥ ⎢2005⎥ ⎢7⎥ ⎢51⎥ ⎢2006⎥ ⎢7⎥ ⎢54⎥ ⎣2007⎦ ⎣5⎦ ⎣61⎦ Computada a adição dos vetores colunas 𝐱1 + 𝐱2 = 𝐲1 VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 21 ⎡26⎤ ⎢37⎥ ⎢46⎥ ⎢ ⎥ 𝐲1 = ⎢49⎥. ⎢47⎥ ⎢58⎥ ⎢61⎥ ⎣66⎦ 𝐱11 1999 6 15 21 ⎡22⎤ ⎡2000⎤ ⎡4 ⎤ ⎡26⎤ ⎢33⎥ ⎢2001⎥ ⎢4 ⎥ ⎢37⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢46⎥ ⎢41⎥ ⎢2002⎥ ⎢5 ⎥ ⎢ ⎥ = ⎢2003⎥ 𝐲1 = ⎢49⎥ 𝐱1 = ⎢44⎥ 𝐱2 = ⎢5⎥ ⎢47⎥ ⎢2004⎥ ⎢7 ⎥ ⎢40⎥ ⎢58⎥ ⎢2005⎥ ⎢7 ⎥ ⎢51⎥ ⎢61⎥ ⎢2006⎥ ⎢7 ⎥ ⎢54⎥ ⎣66⎦ ⎣2007⎦ ⎣5 ⎦ ⎣61⎦ a) Utilizou-se para o cálculo da taxa i Fórmula 12 para as Instituições Privadas: 𝑛 = 𝑥119 − 𝑥111 ; 𝑛 = 8; 𝑦1𝑐9 = 66; 𝑦1𝑐1 = 21; 66 − 1� × 100 21 8 𝑖 = �� 𝑖 ≅ 15,39% b) Analogamente para o computo da taxa i foi utilizado o procedimento da alínea (a) para as Instituições Particulares: 𝑛 = 𝑥119 − 𝑥111 ; 𝑛 = 8; 𝑦1𝑐9 = 61; 𝑦1𝑐1 = 15; 8 61 − 1� × 100 15 𝑖 = �� 𝑖 ≅ 19,17% c) Utilizaram-se os procedimentos análogos das alíneas (a) e (b) para as Instituições Comunitárias, Confessionais ou Filantrópicas: 𝑛 = 𝑥119 − 𝑥111 ; VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 𝑛 = 8; 𝑥2𝑐9 = 5; 𝑥2𝑐1 = 6; 8 5 𝑖 = � � − 1� × 100 6 𝑖 ≅ −2,25% Na Tabela 2 observamos a variável independente 𝑥2 = −2,25% do crescimento nominal das Instituições Privadas Comunitárias, Confessionais ou Filantrópicas, demonstrando um aspecto retrógrado em relação às Instituições Particulares. Porém observando o gráfico da Figura 1(a), tem-se uma oscilação suave, indicando equilíbrio em relação à variável independente Instituição Particular. Analogamente, verificando a variável independente 𝑥1 = 19,17% das Instituições Particulares apresenta uma progressiva evolução, na Tabela 4, a variável dependente 𝑦6 = 81,60% "vagas ociosas" denota relação elevada, demonstrando que o grau de ociosidade supera o crescimento das instituições particulares, ou seja, o valor de vagas ociosas aumenta desproporcionalmente em relação ao crescimento das instalações físicas. Para os gestores esta informação pode indicar uma possível direção a ser tomada para gerir melhor a sua entidade. Analisando a Figura 1(b), percebe-se que o gráfico aponta visualmente, para uma elevação muito acentuada nas Instituições Particulares, enquanto as Instituições Comunitárias, Confessionais e Filantrópicas mantém um padrão mais equilibrado. Isto nos revela um acentuado desequilíbrio em relação à gestão. Os gráficos (ver Figura 1) podem contribuir de forma a revelar uma melhor adequação para um contingenciamento de seu plano estratégico. O gráfico representado na Figura 1(c) apresenta uma aumento no número de matrículas de cerca de 22,25% nas entidades particulares e as instituições CCF em torno de 8,03% índice que apresenta uma melhor captação de alunos. As vagas oferecidas representada na Figura 1(d) através do gráfico apresenta uma elevação em torno de 7,22% para as Comunitárias, Confessionais e Filantrópicas enquanto as entidades Privadas obtiveram valor superior de 38,93%. O gráfico representado na Figura 1(e) apresenta uma posição retrógrada de -2,34% quanto ao número de candidatos inscritos no vestibular para as instituições CCF enquanto as instituições particulares tiveram um aumento de 14,09% um fato bem significativo quanto à relação destas variáveis. O gráfico representado na Figura 1(f) apresenta também uma posição negativa novamente para entidades CCF de -1,11% para os candidatos ingressantes através de vestibular e um aumento para as entidades particulares em torno de 22,35%. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Tabela 3 Número de Instituições Privadas de Goiás - 1999 a 2007. Ano Crescimento no estado de Goiás Total de Instituições Total de Instituições Privadas Particulares Instituições Comunitárias, Confessionais ou Filantrópicas 1999 21 15 6 2000 26 22 4 2001 37 33 4 2002 46 41 5 2003 49 44 5 2004 47 40 7 2005 58 51 7 2006 61 54 7 2007 66 61 5 Crescimento 15,39% 19,17% -2,25% Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – (INEP)(SINOPSE, 2009). Tabela 4 Vagas Ociosas em Goiás - 1999 a 2007. Ano Vagas Ociosas no estado de Goiás Total de Instituições Total de Instituições Privadas Particulares Instituições Comunitárias, Confessionais ou Filantrópicas 1999 2493 386 2107 2000 4097 1290 2807 2001 6039 2877 3162 2002 11154 7821 3333 2003 18058 13255 4803 2004 28381 22321 6060 2005 30158 23420 6738 2006 40331 28646 11685 2007 57582 45671 11911 Crescimento 48,06% 81,60% 24,17% Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – (INEP)(SINOPSE, 2009). VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Figura 1 Gráfico de Evolução em Goiás. Somente 32% das IES privadas do estado de Goiás conseguiram nota 3 no Índice Geral de Cursos (IGC), divulgado no dia 31 de agosto de 2009, pelo INEP. O índice vai de 1 a 5 e nenhuma IES obteve a conceito bom ou excelente. VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Conclusão Avaliando-se os objetivos quanto à análise como ferramenta de planejamento estratégico, foi constatada a utilização do planejamento estratégico por parte da coordenação administrativa da instituição de ensino superior confessional ora pesquisada. Através das literaturas referenciadas, conclui-se que existe, entre os autores, unanimidade quanto à falta de evidências empíricas que dêem suporte à relação entre o sucesso da organização e o planejamento estratégico. E que existem diminutas pesquisas empíricas centradas no planejamento estratégico em instituições de ensino superior, tanto públicas como privadas. Especificamente no confronto entre os dados coletados, constata-se ao longo de nove anos, um aumento de 19,17% aa no número de unidades particulares, além de uma desaceleração no ano de 2004, seguida de uma recuperação em 2005, ver Figura 1(a). Quanto à análise dos dados através de gráficos, ver Figura 1, fica evidente que essas informações, bem administradas, serão para os gestores instrumentos de contribuição para a melhor performance da gestão através de competências mais sólidas. Foi constatado que as instituições superiores comunitárias, confessionais ou filantrópicas decrescem em relação ao volume das instituições particulares. Contudo, no aspecto de aumento, ver Tabela 3, durante o período analisado entre 1999 até 2007 através do crescimento nominal, este relacionamento apresenta uma posição retrógrada, chegando a uma variação de -2,25 % aa. A variável dependente, relação de vagas ociosas apresentou um índice inferior ao das Instituições Particulares, fato a ser considerado satisfatório. Evidencia-se que a mantenedora e mantida possuem objetivos e emissões iguais, o que se considera uma ambiguidade, já que estas posições podem representar um indício de que uma delas não esteja trabalhando dentro do planejamento estratégico. A divulgação didaticamente dos objetivos e as vantagens do planejamento estratégico poderão contribuir para a formação de uma cultura única e incentivará politicamente sua implementação. Faz-se necessário debater a Visão (Objetivos) e Missão, de forma que ela fique claramente entendida possa nortear as ações de toda a comunidade universitária. Para trabalhos futuros são sugeridas análise empíricas sobre as hierarquias que ajudem as organizações e a sociedade a entender o setor, e a responder a questões específicas, com o comprometimento de admitir que seus indicadores sejam necessariamente em critérios hierárquicos mensuráveis diretamente, com a "qualidade" de ensino. Referências ABRIL. 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