Galp Energia, SGPS, S.A. Sede: Rua Tomás da Fonseca Torre C, 1600-209 Lisboa Capital Social: 829.250.635 Euros Matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa Pessoa Colectiva n.º 504 499 777 (Entidade Emitente) PARPÚBLICA – PARTICIPAÇÕES PÚBLICAS (SGPS), S.A. Sede: Rua Laura Alves, n.º 4 – 8º, 1050-138 Lisboa Capital Social: 2.000.000.000 Euros (realizado em 1.027.151.031 Euros) Matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa Pessoa Colectiva n.º 502 769 017 (Entidade Oferente) PROSPECTO DE OFERTA PÚBLICA DE VENDA E DE ADMISSÃO À NEGOCIAÇÃO DOCUMENTO DE REGISTO DE ACÇÕES OFERTA PÚBLICA DE VENDA DE 82.925.000 ACÇÕES ORDINÁRIAS, NOMINATIVAS E ESCRITURAIS, COM O VALOR NOMINAL DE 1 EURO CADA UMA, REPRESENTATIVAS DE 10% DO CAPITAL SOCIAL DA GALP ENERGIA, SGPS, S.A., E ADMISSÃO À NEGOCIAÇÃO DE UM MÁXIMO DE 771.171.121 ACÇÕES ORDINÁRIAS, NOMINATIVAS E ESCRITURAIS, COM O VALOR NOMINAL DE 1 EURO CADA UMA, REPRESENTATIVAS DE 93% DO CAPITAL SOCIAL DA GALP ENERGIA, SGPS, S.A. O presente Documento de Registo de Acções é parte integrante do Prospecto de Oferta Pública de Venda e Admissão à Negociação de acções representativas do capital social da Galp Energia, SGPS, S.A., foi elaborado nos termos dos números 2 e 3 do artigo 135º-B do Código dos Valores Mobiliários, do número 3 do artigo 5º da Directiva 2003/71/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de Novembro de 2003, e dos artigo 4º e Anexo I do Regulamento (CE) n.º 809/2004 da Comissão, de 29 de Abril de 2004, objecto da rectificação publicada no Jornal Oficial n.º L215, de 16 de Junho de 2004, e aprovado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários em 8 de Outubro de 2006. O Prospecto de Oferta Pública de Venda e Admissão à Negociação de acções representativas do capital social da Galp Energia, SGPS, S.A. inclui ainda o Sumário e a Nota sobre as Acções, igualmente aprovados em 8 de Outubro de 2006 pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, os quais devem ser lidos conjuntamente com o presente Documento de Registo de Acções. Os documentos que constituem o Prospecto de Oferta Pública de Venda e Admissão à Negociação das Acções representativas do capital social da Galp Energia, SGPS, S.A. encontram-se disponíveis nomeadamente sob a forma electrónica em www.cmvm.pt, www.euronext.com, e www.galpenergia.com. O Prospecto de Oferta Pública de Venda e Admissão à Negociação das Acções deverá ser lido em conjunto com os documentos inseridos por remissão, os quais fazem parte do mesmo. Coordenadores Globais Outubro de 2006 ÍNDICE FACTORES DE RISCO DEFINIÇÕES 4 22 DECLARAÇÕES RELATIVAS AO FUTURO 27 1 RESPONSÁVEIS 30 1.1 Identificação 31 1.2 Declaração emitida pelos responsáveis pelo Documento de Registo de Acções 31 2. REVISORES OFICIAIS DE CONTAS 32 3. DADOS FINANCEIROS SELECCIONADOS 33 4. INFORMAÇÕES SOBRE O EMITENTE 37 4.1 Antecedentes e evolução do Emitente 37 4.2 Investimentos 39 5. PROCESSO DE SEPARAÇÃO DAS ACTIVIDADES REGULADAS NO SECTOR DO GÁS NATURAL 43 6. PANORÂMICA GERAL DAS ACTIVIDADES 50 6.1. Análise sectorial 50 6.2. Principais actividades e mercados 7. LEGISLAÇÃO QUE REGULA A ACTIVIDADE DO EMITENTE 120 8. ESTRUTURA ORGANIZATIVA 143 9. IMÓVEIS, INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTO 150 10. ANÁLISE DA EXPLORAÇÃO E DA SITUAÇÃO FINANCEIRA 154 10.1 Enquadramento 154 10.2 Factores Significativos que Afectem os Resultados Operacionais da Galp Energia 155 10.3 Factores que Afectam a Comparabilidade dos Resultados Históricos e Futuros e a Situação Financeira 158 10.4 Principais Elementos da Demonstração de Resultados nos termos das IFRS 161 10.5 Comparação entre o semestre findo em 30 de Junho de 2006 e o semestre findo em 30 de Junho de 2005 164 10.6 Comparação entre o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 e o exercício findo em 31 de Dezembro de 2004 174 10.7 Comparação entre o exercício findo em 31 de Dezembro de 2004 e o exercício findo em 31 de Dezembro de 2003 183 10.8 Sazonalidade 191 10.9 Acções próprias 191 10.10 Questões de natureza ambiental e laboral 192 10.11 Principais investimentos futuros 192 10.12 Principais Políticas Contabilísticas de acordo com as IFRS 192 10.13 Situações Fora de Balanço de acordo com as IFRS 194 10.14 Gestão de Risco 195 73 11. RECURSOS FINANCEIROS 200 11.1. Enquadramento 200 11.2 Análise Histórica dos Cash flows 200 11.3 Resumo dos Compromissos Assumidos 204 11.4 Empréstimos Obtidos 205 11.5 Dívida Financeira Líquida Consolidada 207 12. INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO, PATENTES E LICENÇAS 209 13. INFORMAÇÃO SOBRE TENDÊNCIAS 211 14. PREVISÕES OU ESTIMATIVAS DE GANHOS 212 2 15. ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO E QUADROS SUPERIORES 213 15.1 Informação sobre os membros dos órgãos de administração e fiscalização do Emitente 215 15.2 Conflitos de interesses de membros dos órgãos de administração e de fiscalização 226 16. REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS 226 17. FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS DIRECTIVOS 228 17.1 Data de termo do mandato em curso dos órgãos de administração e fiscalização 228 17.2 Contratos de trabalho que vinculam os membros dos órgãos de administração e fiscalização ao Emitente 229 17.3 Informações sobre o Conselho Fiscal e a Comissão de Remunerações do Emitente 229 17.4 Declaração relativa à conformidade do Emitente com o regime de governo das sociedades do país de origem 229 18. PESSOAL 232 19. PRINCIPAIS ACCIONISTAS 235 20. OPERAÇÕES COM ENTIDADES TERCEIRAS RELACIONADAS 243 21. INFORMAÇÕES FINANCEIRAS SOBRE O ACTIVO E O PASSIVO, A SITUAÇÃO FINANCEIRA E OS GANHOS E PREJUÍZOS DO EMITENTE 247 21.1 Historial financeiro 247 21.2 Informações financeiras pró-forma 247 21.3 Mapas financeiros 254 21.4 Período coberto pelas informações financeiras mais recentes 255 21.5 Informações financeiras intercalares e outras 255 21.6 Política de dividendos 256 21.7 Acções judiciais e arbitrais 256 21.8 Alteração significativa na situação comercial ou financeira do Emitente 260 22. INFORMAÇÃO ADICIONAL 261 23. CONTRATOS SIGNIFICATIVOS 267 24. INFORMAÇÕES DE TERCEIROS, DECLARAÇÕES DE PERITOS E DECLARAÇÕES DE EVENTUAIS INTERESSES 268 25. DOCUMENTAÇÃO ACESSÍVEL AO PÚBLICO 269 26. INFORMAÇÃO SOBRE A DETENÇÃO DE PARTICIPAÇÕES 270 27 DOCUMENTAÇÃO INSERIDA POR REMISSÃO 271 ANEXO I – GLOSSÁRIO 272 ANEXO II – RESUMO DAS DIFERENÇAS ENTRE O POC E AS IFRS 284 ANEXO III – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS 293 3 FACTORES DE RISCO Previamente a qualquer decisão de investimento no âmbito da Oferta, os potenciais investidores deverão ponderar cuidadosamente quer os factores de risco abaixo enunciados, quer os factores de risco referidos na Nota sobre as Acções (vide “Nota sobre as Acções – “Factores de Risco”) e demais informação e advertências contidas no Prospecto. Os potenciais investidores devem ainda ter em conta que os riscos identificados no Prospecto não são os únicos a que a Galp Energia está sujeita, havendo outros riscos e incertezas, actualmente desconhecidos ou que a Galp Energia actualmente não considera significativos e que, não obstante, podem ter um efeito negativo na sua actividade, situação financeira ou resultados operacionais. Riscos Relativos à Actividade da Galp Energia Uma redução das margens de refinação operacionais e situação financeira. afectaria negativamente os resultados Os resultados operacionais da actividade de refinação dependem, em larga medida, da margem entre os preços que a Galp Energia consegue obter no mercado para os seus produtos refinados e os preços do petróleo bruto e outras matérias-primas. O custo de aquisição das matérias-primas e os preços finais a que a Galp Energia vende os produtos refinados dependem de diversos factores que a Galp Energia não controla. As margens de refinação têm oscilado, e deverão continuar a oscilar, em função de diversos factores, nomeadamente: • Variações da procura mundial de crude e produtos refinados e, em menor medida, variações da procura de crude e produtos refinados no mercado nacional; • Alterações na legislação ambiental ou de outra natureza que possam implicar custos substanciais sem, necessariamente, aumentar a capacidade ou eficácia operacional das refinarias; • Alterações na capacidade operacional das refinarias nas áreas de influência da Galp Energia e no resto da Europa; • Alterações nos diferenciais dos preços do crude pesado e leve nos mercados internacionais; e • Alterações na oferta de produtos refinados, incluindo importações. Embora um aumento ou redução do preço do petróleo bruto resulte, tipicamente, num correspondente aumento ou redução do preço da maioria dos produtos refinados, as alterações dos preços destes ficam, geralmente, muito aquém dos aumentos ou reduções dos preços do petróleo bruto que as determinam. Consequentemente, um aumento rápido e significativo do preço do crude poderá ter um efeito negativo nas margens de refinação. Adicionalmente, os movimentos do preço do crude e das margens de refinação poderão, em determinado momento, não se correlacionar. No contexto actual verificam-se níveis elevados nos preços do crude e nas margens, sobretudo devido à elevada procura nos Estados Unidos da América, Ásia e Médio Oriente e a especificações mais estritas para os produtos refinados. Não é possível, no entanto, garantir a manutenção destas tendências no futuro. Para uma análise do impacto histórico nos resultados operacionais das alterações das margens de refinação, vide “Análise da Exploração e da Situação Financeira” infra. Variações nos preços do petróleo bruto, gás natural e produtos refinados podem ter um efeito negativo nos resultados operacionais ou situação financeira. A procura e os preços do petróleo bruto, gás natural e produtos refinados dependem de diversos factores que a Galp Energia não controla, nomeadamente: 4 • • • • • • • • • • Desenvolvimentos económico-políticos globais e regionais, nas regiões produtoras de petróleo, em particular no Médio Oriente e na América do Sul; A oferta e a procura internacionais de produtos petrolíferos; O nível de procura de bens de consumo; A evolução dos stocks de petróleo, gás natural e produtos petrolíferos; As condições climatéricas e os desastres naturais (tais como os furacões Rita e Katrina, em 2005, nos Estados Unidos da América); O preço e a disponibilidade de produtos alternativos; Medidas governamentais; O impacto de determinados acontecimentos económicos e políticos; A participação de agentes especuladores e hedge funds; e A capacidade dos cartéis internacionais e dos países produtores de petróleo influenciarem os níveis de produção e os preços. Tem-se verificado, historicamente, uma grande variação nos preços internacionais do crude e do gás natural. Em particular, os níveis e a volatilidade dos preços do crude aumentaram significativamente nos últimos dois anos, tendo o preço de referência médio do barril de crude Brent Dated aumentado 20,9%, de US$54,52 em 2005 para US$65,89 no primeiro semestre de 2006. Um decréscimo significativo do preço do crude ou do gás natural poderá ter um efeito particularmente negativo nos resultados operacionais ou situação financeira da Galp Energia, designadamente no segmento de Exploração e Produção, ao reduzir a capacidade de recuperação económica de reservas descobertas e os preços realizados a partir da produção. Acresce que preços de crude mais baixos poderão, igualmente, reduzir a quantidade de petróleo que a Galp Energia pode produzir economicamente ou reduzir a viabilidade económica dos projectos programados ou em desenvolvimento para a produção de petróleo. A Galp Energia mantém igualmente stocks de crude, outras matérias-primas, produtos refinados e gás natural, cujo valor é negativamente afectado em caso de descida dos preços de mercado. Um aumento dos preços do crude e do gás natural poderá igualmente ter um efeito adverso nos resultados operacionais e situação financeira da Galp Energia, porquanto pode aumentar significativamente os custos relativos à compra de crude e gás natural. Embora os preços a que a Galp Energia vende os seus produtos aos seus clientes traduzam, em geral, os preços de mercado do petróleo e do gás natural, os mesmos poderão não ser ajustados por forma a responder imediata ou integralmente a aumentos dos preços de mercado, em mercados em que se encontre maior volatilidade, nomeadamente os preços praticados no mercado regulado de gás natural. Eventuais alterações significativas nos níveis de preços no período compreendido entre a compra de crude e outras matérias-primas e a venda de produtos refinados poderão, deste modo, ter um efeito particularmente negativo na actividade, situação financeira e resultados operacionais da Galp Energia. Para uma análise do impacto histórico nos resultados operacionais das alterações dos preços de crude e do gás natural, vide “Análise da Exploração e da Situação Financeira” infra e “Factores de Risco - Uma redução nas margens de refinação afectaria negativamente os resultados operacionais e situação financeira” supra. O projecto de conversão na refinaria de Sines, com o objectivo de aumentar a produção de gasóleo, pode não conduzir aos resultados esperados. A Galp Energia prevê investir recursos significativos para aumentar a capacidade de produção de gasóleo na refinaria de Sines, de modo a melhor adaptar o perfil da sua gama de produtos à procura actual e estimada para o futuro, bem como aumentar a flexibilidade dos seus 5 processos de refinação. Vários factores podem atrasar significativamente a conclusão do projecto de conversão na refinaria de Sines, incluindo problemas com a implementação de novas tecnologias, com a obtenção das necessárias licenças ambientais ou de construção ou com as entregas de equipamento para as necessárias unidades de conversão. Caso o projecto de conversão na refinaria não seja concluído até final de 2010, como planeado, ou se verifiquem custos adicionais aos previstos ou outros problemas importantes ou ainda, se se verificar uma quebra da procura de gasóleo, tal poderá ter um impacto negativo relevante na actividade, situação financeira e resultados operacionais da Galp Energia. Uma interrupção da actividade na refinaria de Sines ou do Porto reduziria a sua produção e teria um impacto negativo significativo na actividade, situação financeira e resultados operacionais. O segmento de negócio de Refinação e Distribuição de Produtos Petrolíferos depende, em larga medida, das duas refinarias em Sines e no Porto, que são propriedade da Galp Energia. A ocorrência de um acidente relevante, ou o encerramento ou redução de actividade de uma ou ambas as refinarias, na sequência de acontecimentos imprevistos, tais como falhas de energia por períodos prolongados, acidentes de trabalho ou problemas relacionados com tecnologias de informação, sujeitaria este segmento de negócio a uma interrupção significativa. Em regra, as refinarias realizam paragens programadas (“turnarounds”) para fins de manutenção de quatro em quatro anos, devendo este programa de manutenção continuar a cumprir-se no futuro. Prevê-se que o próximo turnaround da refinaria de Sines ocorra durante o primeiro trimestre de 2008 e o da refinaria do Porto, durante o segundo trimestre de 2007 (fábrica de combustíveis - hydroskimming – e fábrica de óleos base) e segundo trimestre 2010 (fábrica de produtos aromáticos). Embora o último turnaround da refinaria de Sines tenha sido compensado por uma maior produtividade, não tendo provocado um decréscimo da produção média, é provável que, quer os turnarounds, quer os eventuais encerramentos imprevistos, tenham um efeito negativo nos resultados operacionais da Galp Energia. Para mais informações relativas aos turnarounds das refinarias de Sines e Porto, vide “Panorâmica Geral de Actividades” infra. Aumentos da capacidade global de refinação podem ter um efeito negativo significativo na actividade, situação financeira e resultados. A diferença entre a procura global de produtos refinados e a capacidade total de refinação reduziu-se significativamente, em resultado do aumento da procura de produtos refinados e do encerramento de inúmeras refinarias nos últimos vinte anos. Esta insuficiência de capacidade de refinação, que se seguiu ao excesso de capacidade dos anos 80 e início dos anos 90 do século passado, teve como resultado o aumento dos preços dos produtos refinados e o aumento da volatilidade das margens de refinação. Com a adopção de normas ambientais mais exigentes, sobretudo na UE e nos Estados Unidos da América, e face às actuais margens de refinação que atingiram um nível historicamente elevado, alguns concorrentes decidiram implementar projectos de conversão, podendo outros vir a tomar idêntica decisão, gerando um aumento da concorrência nos produtos refinados. Novos aumentos da capacidade global de refinação relativamente à procura de produtos refinados poderão ter um efeito particularmente negativo na actividade, situação financeira e resultados operacionais da Galp Energia. O mercado português de gás natural vai ser liberalizado no futuro próximo, o que pode ter um efeito negativo na actividade da Galp Energia. Em 2007, entrarão em vigor importantes alterações no regime jurídico do mercado do gás natural, com vista a implementar a respectiva liberalização. A liberalização entra em vigor em 1 de Janeiro de 2007 para produtores de electricidade em regime ordinário, em 1 de Janeiro 6 de 2008 relativamente aos clientes com um consumo anual igual ou superior a 1 milhão de m3, em 1 de Janeiro de 2009 relativamente aos clientes com um consumo anual igual ou superior a 10.000 m3 e em 1 de Janeiro de 2010 para todos os demais clientes. A partir da data de liberalização relativa a cada categoria de clientes de gás natural, os mesmos terão a possibilidade de denunciar os seus actuais contratos e de escolher livremente o seu fornecedor, podendo essa escolha recair sobre concorrentes do seu actual fornecedor (salvo no que diz respeito aos contratos já celebrados com produtores de electricidade no regime ordinário, que terão de ser respeitados até ao seu termo, no que respeita às obrigações de levantamentos mínimos, e no que diz respeito aos contratos com distribuidoras de gás natural que continuarão vinculados à aquisição de quantidades mínimas de gás e ao cumprimento dos termos dos contratos de take or pay - vide “Legislação que Regula a Actividade do Emitente” infra). Nos termos do novo regime legal, os preços serão negociados num mercado liberalizado com clientes elegíveis, excepto para os clientes que contratarem com um comercializador de último recurso. Os preços para esses clientes estarão sujeitos a uma tarifa estabelecida pelo regulador. É provável que este processo de liberalização venha a dar origem a uma perda de resultados no segmento de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural e potencialmente no segmento de negócio de Distribuição de Gás Natural, o que poderá ter um efeito adverso na actividade, situação financeira e resultados operacionais da Galp Energia. Para mais informações vide “Legislação que Regula a Actividade do Emitente” e “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” infra. Finalmente, a liberalização do mercado do Gás Natural poderá ter como consequência a perda de determinado pessoal qualificado ou activos necessários ou úteis para a restante actividade (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” infra). Os novos regulamentos aprovados pela ERSE poderão ter um efeito negativo na actividade da Galp Energia. A 11 de Setembro de 2006 foram aprovados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (“ERSE”) quatro regulamentos: Regulamento de Relações Comerciais, Regulamento Tarifário, Regulamento do Acesso às Redes, às Infra-Estruturas e às Interligações e o Regulamento da Qualidade de Serviço. Estes regulamentos foram publicados em Diário da República no dia 25 de Setembro de 2006. A manterem-se as redacções aprovadas para o Regulamento de Relações Comerciais e para o Regulamento Tarifário, as vendas reguladas de gás natural consideram a existência de uma margem comercial, determinada como a remuneração sobre o activo fixo afecto à actividade e não uma margem comercial com base numa percentagem sobre os custos, como era expectável. Por outro lado, a colocação no mercado, por parte da Transgás – Sociedade Portuguesa de Gás Natural, S.A. (“Transgás”), das quantidades excedentárias, definidas como as quantidades de gás natural possíveis de adquirir ao abrigo dos contratos de take or pay celebrados antes da entrada em vigor da Directiva n.º 2003/55/CE, do Parlamento e do Conselho, de 26 de Julho, deduzidas das quantidades contratadas com os vários comercializadores de último recurso e com os centros electroprodutores com contrato de fornecimento outorgado em data anterior à publicação do Decreto-Lei n.º 140/2006, de 26 de Julho, ficará sujeita à realização de leilões. Estes leilões serão organizados pela Transgás, ouvida a ERSE, e neles poderão participar todos os agentes de mercado do sistema nacional de gás natural (SNGN). Na medida em que não sejam colocadas nesses leilões todas as quantidades disponíveis, estas poderão ser colocadas por via de contratação bilateral em condições a aprovar pela ERSE ou da participação em mercados organizados. De acordo com aqueles regulamentos, os ganhos obtidos pela Transgás na venda das quantidades excedentários acima referidas serão objecto de partilha em 50%, por meio de redução de preços de venda, com os consumidores do SNGN. Em determinados aspectos os regulamentos da ERSE poderão ser interpretados por forma a 7 conduzir a prejuízos para a Galp Energia, nomeadamente no que respeita à actividade de comercialização em regime livre. Após analisar detalhadamente essa possibilidade, a Galp Energia irá adoptar as medidas que se afigurem como as mais adequadas para garantir que a sua actividade é desenvolvida em absoluto respeito pelas normas legais e regulamentares aplicáveis. Se os regulamentos propostos pela ERSE vierem a ser aplicáveis à Galp Energia, é provável que venham dar origem a uma perda de resultados no segmento de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural e potencialmente no segmento de negócio de Distribuição de Gás Natural, o que poderá ter um efeito adverso na actividade, situação financeira e resultados operacionais da Galp Energia. Para mais informações vide “Legislação que Regula a Actividade do Emitente”. Desinvestimento de uma parte do negócio de gás natural antes da Oferta. Dando cumprimento aos imperativos legais nacionais e comunitários relativamente à liberalização do mercado do gás natural, a Galp Energia procedeu em 26 de Setembro de 2006, à separação das actividades de transporte de gás natural, regaseificação de gás natural liquefeito e de parte da actividade de armazenamento de gás natural, tendo alienado parte dos activos relacionados com as referidas actividades à Rede Eléctrica Nacional, S.A., (“REN”) a qual é a concessionária da Rede Nacional de Transporte de Energia Eléctrica (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” infra). A REN era um dos accionistas da Galp Energia, tendo vendido a sua participação, em 18 de Setembro de 2006, à Amorim Energia, B.V. (“Amorim Energia”) outro dos accionistas da Galp Energia. Embora a Galp Energia esteja convicta de que poderá continuar a desenvolver o negócio de gás natural, designadamente ao abrigo dos contratos celebrados com a REN ou com as suas participadas, existe um grau significativo de incerteza e risco quanto ao impacto que terá o Processo de Separação das Actividades Reguladas sobre as receitas e custos do seu segmento de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural e sobre o desenvolvimento da sua actividade corrente. Em especial, as tarifas actualmente aplicáveis aos serviços prestados pela REN ou pelas suas participadas, são provisórias, sendo a tarifa definitiva final estabelecida pelo regulador, o que poderá afectar negativamente a estrutura de custos da Galp Energia, de uma forma que esta não pode antecipadamente prever. Adicionalmente, o mecanismo de valorização final dos activos vendidos à REN está sujeito a revisão baseada numa avaliação efectuada por três peritos, após a entrada em vigor do novo quadro regulatório no qual se estabeleça, nomeadamente, os termos, condições e tarifas para o acesso de terceiros a infraestruturas relativas às Actividades Reguladas pelo que a Galp Energia poderá obter um preço para estes activos inferior ao da venda já realizada, excepto para os activos de transporte para os quais a Galp Energia só poderá obter um preço superior (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” infra). Em 11 de Setembro de 2006, a ERSE aprovou quatro regulamentos que constituem a parte fundamental da Regulamentação das Actividades do Gás Natural, foram publicados em Diário da República no dia 25 de Setembro de 2006 (para mais informações vide “Factores de Risco – O mercado português de gás natural irá ser liberalizado num futuro próximo o que pode ter um efeito negativo na actividade da Galp Energia” supra). As informações financeiras consolidadas pró-forma apresentadas neste Documento de Registo de Acções baseiam-se nas tarifas e preços de venda provisórios, e a determinação final destes elementos poderá resultar em alterações à informação financeira consolidada pró-forma eventualmente desfavoráveis para a Galp Energia se comparadas com as apresentadas neste Prospecto. Por outro lado, ao abrigo de contratos de longo prazo celebrados com fornecedores de gás natural, a Galp Energia está obrigada a pagar determinadas quantidades mínimas de gás natural em cada ano, independentemente de necessitar das mesmas (ficando no entanto com direito a recuperá-las posteriormente – contratos de take or pay) de igual forma está obrigada a suportar determinados custos de 8 transporte através dos gasodutos internacionais (contratos de ship or pay). Note-se que a Galp Energia poderá vir a não ter capacidade de fazer repercutir nos seus clientes as suas obrigações de aquisição de quantidades mínimas de gás natural, o que, a suceder, poderia provocar um efeito adverso na actividade, situação financeira e resultados operacionais da Galp Energia. Dependência de terceiros para os fornecimentos de petróleo bruto e gás natural. Ao contrário de alguns concorrentes, que dispõem de importantes operações próprias de exploração e produção de petróleo e/ou gás natural, a Galp Energia depende, para uma parte substancial das suas operações, da continuidade de acesso a petróleo bruto, gás natural e outras matérias-primas a preços adequados. Em particular, depende em larga medida de fornecimentos da Enterprise Nationale Sonatrach (“Sonatrach”) na Argélia (para o gás natural) e da Nigéria LNG Limited (“NLNG”) na Nigéria (para o gás natural liquefeito ou “GNL”). O acesso da Galp Energia às suas actuais fontes de petróleo bruto, gás natural e outras matérias-primas poderá ser interrompido em resultado, nomeadamente, de uma limitada capacidade dos oleodutos ou gasodutos ou outros problemas de transporte de quantidades suficientes de petróleo bruto e gás natural dos actuais fornecedores ou de acontecimentos políticos de que resultem alterações estruturais no sector (incluindo roturas dos oleodutos ou gasodutos, danos sofridos pelos petroleiros, explosões, incêndios, condições climatéricas adversas, sabotagem, restrições governamentais, hostilidades regionais e outros casos fortuitos e de força maior). Em particular, a Galp Energia adquiriu da Sonatrach, em 2005, aproximadamente 61% da totalidade das suas necessidades de gás natural assegurando as suas restantes necessidades de gás natural sob a forma de GNL, junto da NLNG (37%), e através do mercado Spot (2%). Os custos de matérias-primas suportados pela Galp Energia podem ser afectados por eventuais problemas ou atrasos no acesso ao gás natural e outras matérias-primas, especialmente se a Galp Energia for forçada a comprar o GNL no mercado spot, o que poderá constituir uma dificuldade tendo em conta a escassez do fornecimento de gás natural nesse mercado, sendo provável que represente um custo superior aos preços de gás natural e GNL contratados. Embora não se tenha verificado uma escassez significativa de matéria-prima, não há garantia de que a Galp Energia não venha a sofrer interrupções futuras e de que consiga compensar os eventuais desvios ou deficiências nas entregas. Eventuais problemas ou atrasos no acesso às matérias-primas necessárias à actividade da Galp Energia poderão ter um efeito particularmente negativo na sua actividade, situação financeira e resultados operacionais. Riscos específicos dos contratos aprovisionamento de gás natural. de aprovisionamento, em particular de Grande parte das compras de matérias-primas (em particular, de gás natural) da Galp Energia são efectuadas ao abrigo de contratos de longo prazo, com obrigações de take or pay. Por outro lado, relativamente a todos os gasodutos que a Galp Energia utiliza para o transporte de gás natural, foram contratadas obrigações de ship or pay nos termos das quais a Galp Energia terá de pagar uma capacidade mínima específica de transporte por ano, independentemente de tal capacidade vir a ser utilizada. A Galp Energia celebrou estes contratos após ponderar as previsões razoáveis das suas necessidades futuras, mas a ocorrência de desvios significativos dos níveis de procura previstos poderá obrigar a Galp Energia a efectuar compras superiores às suas necessidades, o que poderá ter um efeito adverso na sua actividade, situação financeira ou resultados operacionais. A Galp Energia encontra-se igualmente sujeita ao risco de incumprimento de contratos pelas suas contrapartes. Embora a cessação dos contratos de fornecimento de gás natural e gás natural liquefeito com a Sonatrach e a NLNG não esteja prevista para antes de 2020, a Sonatrach, a NLNG ou ambas poderão estar em posição de impor uma modificação ou 9 renegociação dos termos dos contratos, assim como de recusar a renovação dos mesmos, em absoluto, ou em termos aceitáveis para a Galp Energia. Se a Sonatrach ou a NLNG não cumprirem os contratos de fornecimento ou se qualquer desses contratos for modificado ou não for renovado, a Galp Energia poderá não conseguir encontrar fontes alternativas de gás natural em condições semelhantes e em tempo oportuno, ou não as encontrar em absoluto, o que poderá ter um efeito adverso na actividade, situação financeira e resultados operacionais. Para mais informações relativas aos contratos com a Sonatrach e a NLNG, vide “Panorâmica Geral das Actividades” infra. Eventuais variações das taxas de câmbio podem ter um efeito particularmente negativo nos resultados operacionais e situação financeira. As actividades da Galp Energia estão expostas a variações das taxas de câmbio, em especial do dólar dos Estados Unidos da América face ao Euro. O preço do crude, gás natural e produtos refinados e, consequentemente uma parte significativa dos custos são geralmente expressos ou indexados ao dólar, enquanto que as demonstrações financeiras são elaboradas em Euro. Deste modo, uma desvalorização do dólar face ao Euro poderá ter um efeito negativo nos resultados líquidos, na medida em que reduz o valor dos resultados gerados ou indexados ao dólar. Adicionalmente, as oscilações do Euro face ao dólar poderão ter um impacto negativo em determinadas rubricas do balanço, tais como existências e empréstimos. Não obstante a Galp Energia procurar gerir os seus riscos cambiais de forma a minimizar o impacto negativo da volatilidade das taxas de câmbio, não há garantias de que seja bem sucedida. Para mais informações, vide “Análise da Exploração e da Situação Financeira” infra. Novos riscos e incertezas associados às actividades no segmento de negócio de Power. A Galp Energia está a desenvolver as actividades no segmento de negócio de complementarmente e em alinhamento estratégico com as actividades de petróleo e Galp Energia poderá enfrentar dificuldades na integração deste segmento nas actividades e o seu desenvolvimento irá expor a Galp Energia a novos riscos e factores ao seu controlo, nomeadamente os seguintes: Power gás. A actuais alheios • Aumento do custo de produção, incluindo aumento dos custos de combustível; • Possibilidade de uma redução da taxa de crescimento estimada para o consumo de electricidade em resultado de factores como as condições económicas; • Riscos associados à exploração e manutenção das instalações de produção de electricidade; • Incapacidade dos clientes para pagarem montantes devidos nos termos de contratos de compra de electricidade; • Aumento da volatilidade dos preços devido à liberalização do mercado e alterações nas práticas de mercado das commodities; • Excesso de capacidade de produção em mercados fornecidos por centrais eléctricas de que a Galp Energia é ou possa ser proprietária ou em que detém uma participação; • Incerteza das condições regulamentares aplicáveis ao sector eléctrico em consequência da liberalização em curso, na ordem jurídica portuguesa e noutras jurisdições; • Aparecimento de fontes e fornecimentos de energia alternativos decorrentes das novas tecnologias e expansão das energias renováveis e na cogeração e • Não obtenção de quaisquer licenças, aprovações ou concessões administrativas necessárias. O aumento da concorrência resultante do novo regime jurídico poderá tornar a entrada da Galp Energia no negócio de produção de electricidade mais difícil ou menos rendível do que actualmente se prevê. Em particular, Portugal transpôs, através do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de Fevereiro, a Directiva n.º 2003/54/CE, de 26 de Junho, destinada a criar um mercado 10 de electricidade mais competitivo. A Galp Energia não pode assegurar que será bem sucedida na gestão do desenvolvimento do segmento de negócio Power e o insucesso neste segmento poderá afectar negativamente a sua actividade, resultados operacionais e situação financeira. Concorrência de outras empresas do sector do petróleo e gás em todas as áreas de actividade. Com excepção do segmento de negócio de Distribuição de Gás Natural, na qual a Galp Energia detém actualmente o monopólio em determinadas regiões de Portugal ao abrigo de concessões do Estado, a Galp Energia enfrenta concorrência em muitas áreas significativas da sua actividade. No segmento de negócio de Exploração e Produção, a Galp Energia enfrenta concorrência no que se refere à obtenção de licenças de exploração e desenvolvimento, à aquisição de activos de exploração de petróleo ou à aquisição de outras sociedades de exploração e produção ou de participações nessas sociedades. O segmento de negócio de Refinação e Distribuição de Produtos Petrolíferos, na Península Ibérica, enfrenta também uma forte concorrência, especialmente em Espanha, onde a Galp Energia pretende expandir a sua actividade e onde existe uma saturação da rede de postos em determinadas regiões, bem como a existência de concorrentes bem estabelecidos com elevadas quotas de mercado. Entre os seus concorrentes estão empresas multinacionais ou empresas públicas dos sectores de petróleo, gás e Power com recursos financeiros e experiência de operações internacionais significativamente superiores às suas. Estas empresas poderão pagar um preço mais elevado do que a Galp Energia por prospecções, licenças de exploração, campos de petróleo e activos de retalho e comercialização, podendo afectar maiores recursos à avaliação e implementação de oportunidades de crescimento. Consequentemente, a Galp Energia não pode garantir que a concorrência não venha a afectar negativamente a sua actividade, situação financeira ou resultados operacionais. Determinados segmentos de negócio assentam num número limitado de grandes clientes. Um número relativamente reduzido de clientes contribui para uma percentagem significativa das vendas dos segmentos de negócio de Refinação e Distribuição de Produtos Petrolíferos e de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural. A Galp Energia não pode assegurar que, no futuro, os seus clientes continuem a comprar os seus produtos em quantidades equivalentes às actuais ou que continuem mesmo a comprá-los. A perda de um ou mais dos maiores clientes da Galp Energia, sem que se verifique a sua substituição por novos clientes ou sem que se verifique um aumento de volume de negócios com os clientes existentes, teria um efeito adverso na actividade, situação financeira e resultados operacionais. Litígio importante com as autarquias relativo a taxas municipais. Diversas concessionárias da rede de distribuição de gás natural da Galp Energia (controladas pela Galp Energia ou nas quais esta detém uma participação accionista significativa) são parte em importantes litígios jus-tributários que envolvem várias autarquias, as quais reclamam o pagamento de taxas locais, em virtude da utilização do subsolo municipal pela rede de distribuição de gás natural. O montante global actualmente em litígio é de aproximadamente 21 milhões de Euros, montante este que se poderá tornar mais elevado caso outras autarquias venham igualmente a reclamar tais pagamentos. Em 30 de Junho de 2006, encontrava-se constituída uma provisão de 9,7 milhões de Euros. Apesar de a Galp Energia considerar que, em certos casos, poderá ter direito à revisão dos respectivos contratos de concessão, não pode garantir que tal será suficiente para cobrir os custos relacionados com a aplicação das taxas. Uma conclusão destes litígios em termos desfavoráveis para a Galp Energia poderia encorajar outros municípios a reclamarem o pagamento de tais taxas, o que representaria um 11 aumento significativo dos custos de distribuição do gás natural que a Galp Energia poderia não conseguir repercutir nos clientes. Assim, resultados desfavoráveis nestes litígios contra determinadas autarquias poderiam afectar adversamente, de forma significativa, a actividade, resultados operacionais e situação financeira da Galp Energia. Para informações mais pormenorizadas sobre estes litígios, vide “Acções Judiciais e Arbitrais” infra. Dependência de concessões, autorizações e licenças concedidas pelo Estado. Parte da actividade da Galp Energia (principalmente o segmento de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural e o segmento de negócio de Distribuição de Gás Natural) está sujeita a concessões, autorizações e licenças. Os contratos de concessão e licenças permitem o exercício de actividades por longos períodos o que implica investimentos de longo prazo, prevendo consequentemente sistemas de compensação concebidos para salvaguardar a recuperação dos investimentos efectuados. Consequentemente, a recuperação desses investimentos está condicionada à definição e estabilidade desses quadros legais e regulamentares no curto, médio e longo prazo, sobre os quais a Galp Energia não tem qualquer controlo. Do mesmo modo, a Galp Energia poderá vir a necessitar de outras concessões, autorizações ou licenças do Estado para o exercício da sua actividade, nomeadamente no segmento de negócio de Power. A estabilidade do actual enquadramento legal e regulamentar poderá ser afectada por requisitos sociais, políticos ou económicos supervenientes, o que poderá provocar alterações imprevistas nos planos de actividades da Galp Energia e até afectar o retorno de investimentos de longo prazo. Por outro lado, as concessões podem ser objecto de cessação antecipada em determinadas circunstâncias. Em geral, o incumprimento de um contrato de concessão pode determinar a cessação da mesma e a execução de garantias ou cauções que tenham sido prestadas pela concessionária. As distribuidoras de gás natural em Portugal, nas quais se incluem sociedades controladas ou meramente participadas pela Galp Energia, exercem a sua actividade com base em contratos de concessão celebrados com o Estado, que cessam em 2035 para a Beiragás - Companhia de Gás das Beiras, S.A. (“Beiragás”) e Tagusgás – Empresa Gás do Vale do Tejo, S.A. (“Tagusgás”) e em 2028 para as outras distribuidoras (Lisboagás GDL – Sociedade Distribuidora de Gás Natural de Lisboa, S.A. (“Lisboagás”), Setgás – Sociedade de Produção e Distribuição de Gás, S.A. (“Setgás”) e Lusitaniagás – Companhia de Gás do Centro, S.A. (“Lusitaniagás”) e através de licenças de exploração com a duração de 20 anos, que cessam entre 2024 e 2026, para as instalações autónomas de recepção, armazenamento e regaseificação de gás natural liquefeito (“UAG”), embora possam vir a ser prorrogados pelo Estado. Com a cessação dos contratos de concessão, os activos da concessão reverterão para o Estado, contra uma indemnização de montante equivalente ao valor líquido de balanço dos activos. A denúncia de qualquer destas concessões ou a sua não prorrogação, quando caducarem, poderão ter um efeito particularmente negativo nos resultados operacionais e situação financeira no futuro. É expectável que estes contratos de concessão sejam alterados no prazo de um ano desde a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 140/2006, de 26 de Julho (vide “Legislação que Regula a Actividade do Emitente” infra). Normas ambientais, de qualidade e segurança muito rigorosas de que resultam custos relativos ao respectivo cumprimento podem afectar negativamente a actividade, situação financeira e resultados da Galp Energia. As operações da Galp Energia estão sujeitas a inúmeras leis e regulamentos ambientais, cada vez mais rigorosos, que se relacionam com a protecção da saúde, segurança e com o ambiente, incluindo, por exemplo, os relativos a emissões e a tratamento e remoção de resíduos. Além disso, a Galp Energia tem de obter e cumprir as licenças para as operações causadoras de emissões e descarga de poluentes e para o manuseamento de substâncias perigosas ou tratamento e remoção de resíduos. Também da aquisição, titularidade ou exploração de 12 imóveis ou actividades poderá decorrer responsabilidade ambiental. Contudo, a Galp Energia está convicta de que está a cumprir a actual legislação aplicável e as licenças relevantes em todos os países onde opera. À medida que as leis e os regulamentos ambientais se tornam mais rigorosos, o montante e programação dos custos futuros necessários para manter um cumprimento substancial poderá variar significativamente em relação aos actuais níveis e poderá ter um efeito negativo na disponibilidade de fundos para investimentos ou outros fins. Na medida em que o custo do cumprimento aumente e a Galp Energia não possa transferir os aumentos futuros para os seus clientes, tais aumentos poderão ter um efeito negativo nos resultados operacionais e situação financeira. Prevê-se que a preocupação com as alterações climatéricas e a transposição da Directiva 2003/87/CE, de 13 de Outubro, relativa ao comércio de licenças de emissão de gases com efeito de estufa da UE, assim como a proposta emitida pela Comissão Europeia, em Outubro de 2003, para um novo quadro do registo, avaliação, autorização e restrição de produtos químicos (“RAAPQ”), venham a estar entre as questões ambientais mais significativas que poderão afectar as operações no futuro. Prevê-se que as alterações climatéricas e as questões da troca de emissões venham a ter, directa ou indirectamente, um impacto em todas as actividades de produção e na competitividade das diferentes tecnologias e combustíveis. Prevê-se ainda que a proposta RAAPQ venha a ter um impacto, directo ou indirecto, na actividade de refinação de petróleo. Além disso, algumas das instalações industriais da Galp Energia estão sujeitas a controlo de emissões de gases poluentes, devendo obter licenças anuais para efectuar tais emissões. Foram concedidas à Galp Energia licenças de emissões de CO2 para o período de 2005 a 2008, que se crêem suficientes para fazer face às respectivas necessidades. Todavia, a Galp Energia não pode que garantir que as licenças obtidas sejam efectivamente suficientes nem que venha a obter licenças suficientes para o período posterior a 2008, caso em que terá que proceder à aquisição de licenças adicionais, a preços de mercado, o que poderá afectar a sua actividade e resultados operacionais. Algumas das instalações têm sido e continuarão a ser objecto de descontaminação de modo a dar cumprimento aos requisitos dos regulamentos da UE e à responsabilidade pela preservação do ambiente. Para este efeito, a Galp Energia tem contabilizado, em 30 de Junho de 2006, uma provisão de 7,1 milhões de Euros, designadamente para a descontaminação das refinarias do Porto e Sines, assim como das instalações do aeroporto Sá Carneiro, no Porto. Futuramente, a Galp Energia prevê suportar outros custos que, na presente data, não podem ser quantificados com a descontaminação de determinados activos, não podendo excluir a hipótese de contaminações que actualmente desconhece poderem, uma vez identificadas, exigir esforços de descontaminação significativos, que poderão ter como consequência custos elevados com um efeito negativo nos seus resultados operacionais e situação financeira. Para mais informações, vide “Legislação Que Regula a Actividade do Emitente” infra. Parte das licenças para exploração das estações de serviço caducaram. As licenças necessárias à exploração de cerca de 181 estações de serviço da Galp Energia caducaram. A Galp Energia está a negociar as respectivas renovações, mas não é possível prever o tempo necessário à sua obtenção. Embora a Galp Energia não preveja que este facto venha a causar perturbação às suas operações, a concessão ou renovação de licenças pode eventualmente estar sujeita a certas condições que envolvam custos adicionais e possam ter um impacto negativo nas actividades e resultados operacionais. Incumprimento de requisitos necessários à obtenção de subsídios ou reembolso de subsídios já concedidos. Uma parte dos investimentos passados e futuros, particularmente nos segmentos de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural, Distribuição de Gás Natural e Power foram, ou 13 espera-se que venham a ser, parcialmente financiados por subsídios governamentais. A concessão de subsídios está sempre condicionada ao cumprimento, pela Galp Energia, de diversos requisitos, os quais podem estar relacionados, nomeadamente, com o processo que utiliza para seleccionar os empreiteiros, o programa de implementação, determinadas especificações ambientais, de segurança, laborais, técnicas ou outras respeitantes ao funcionamento ou manutenção de um determinado projecto. O incumprimento de qualquer das condições ou critérios aplicáveis poderá implicar a perda do direito a determinado subsídio e, em determinados casos, o reembolso de montantes recebidos. Acresce que, não obstante ter sido atribuída à Galp Energia a elegibilidade de um determinado projecto, esta pode não conseguir obter, uma vez implementado o projecto, em tempo oportuno, a totalidade ou parte dos fundos das autoridades competentes. A recusa, o não pagamento ou a posterior revogação de um subsídio poderão ter um efeito particularmente negativo na actividade, resultados operacionais ou situação financeira da Galp Energia. Alterações dos impostos e tarifas que incidem sobre a actividade. A Galp Energia opera em diversos países em todo o mundo e qualquer um deles poderá alterar a sua legislação fiscal, afectando negativamente os resultados da Galp Energia. Além disso, a Galp Energia está sujeita, nomeadamente, a impostos sobre o rendimento de pessoas colectivas, impostos sobre a energia, impostos sobre os rendimentos do petróleo, sobretaxas alfandegárias e impostos sobre o consumo, podendo qualquer um deles afectar os seus resultados. Por outro lado, a Galp Energia está exposta a alterações dos regimes fiscais relativos a royalties e impostos que incidem na exploração e produção de petróleo bruto e gás. Eventuais alterações significativas nos regimes fiscais de países onde opera ou no nível de royalties de produção a pagar poderão ter um efeito particularmente negativo nos resultados operacionais e situação financeira. Acresce que, ao determinar ou alterar as tarifas aplicáveis às actividades da Galp Energia, em particular a tarifa de venda de gás natural aos clientes pela comercializadora de último recurso, as tarifas de armazenamento e transporte de gás natural e regaseificação de gás natural liquefeito (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” infra), a ERSE poderá não ter em consideração todos os efeitos das variações do preço de compra do gás natural e outros factores que afectam a rendibilidade da Galp Energia (para mais informações vide “Factores de Risco – O mercado português de gás natural vai ser liberalizado num futuro próximo o que pode ter um efeito negativo na actividade da Galp Energia” e “Factores de Risco – Os novos regulamentos aprovados pela ERSE poderão ter um efeito negativo na actividade da Galp Energia” supra). Desta forma, quaisquer alterações adversas em tais tarifas, incluindo alterações aos custos que a Galp Energia possa afectar a custos de exploração ao abrigo das tarifas aplicáveis à comercialização de produtos da Galp Energia, tais como investimentos, custos de matéria-prima, incentivos de redução de custos e factores de eficiência poderá afectar negativamente a sua actividade, situação financeira ou resultados operacionais (para mais informações vide “Legislação Que Regula a Actividade do Emitente” infra). A procura de produtos petrolíferos, gás natural e electricidade pode ser influenciada negativamente pelo clima. A procura de determinados produtos petrolíferos, electricidade e gás natural está estreitamente relacionada com as condições climatéricas, especialmente a temperatura. Dado que uma parte significativa do consumo de gás natural, nos meses de Inverno, se relaciona com a produção de electricidade e calor e, nos meses de Verão, com a produção de electricidade, Invernos relativamente quentes e Verões relativamente frios poderão ter um impacto negativo nos resultados operacionais da Galp Energia. Em geral, verifica-se uma 14 maior procura durante os meses frios de Outubro a Março e uma menor procura durante os meses quentes de Abril a Setembro. O mesmo se pode dizer relativamente aos produtos de GNL, cuja procura é mais acentuada no Inverno do que no Verão. Por sua vez, as actividades de gás natural são sensíveis, embora indirectamente, aos níveis de pluviosidade. Os clientes que actuam no sector de produção de energia eléctrica representaram, em 2005, 48% das vendas do segmento de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural. Estes clientes têm uma menor procura e menores necessidades de gás natural quando os níveis de hidraulicidade são elevados, dado que são igualmente capazes de produzir electricidade a partir de centrais hidroeléctricas a preços competitivos. Actualmente, os contratos com estes clientes prevêem a obrigação de compra e o pagamento de determinadas quantidades mínimas de gás natural, independentemente de essas quantidades serem efectivamente entregues (contratos de take or pay). Parte das actividades estão expostas a riscos políticos, regulamentares e económicos. As actividades de exploração e produção localizam-se em países fora da Europa, com economias em desenvolvimento, ambientes políticos ou sistemas jurídicos que atravessaram situações de instabilidade. A Galp Energia também recorre a gás natural proveniente da Argélia e da Nigéria para o seu negócio de gás natural e comercializa os seus produtos petrolíferos nos países de expressão portuguesa. Consequentemente, uma parte dos resultados da Galp Energia tem, e terá cada vez mais, origem, ou depende de países onde as actividades estão expostas a riscos económicos e políticos, incluindo a expropriação e a nacionalização de activos, aumentos de impostos e royalties, estabelecimento de limites de produção e volumes de exportação ou importação, renegociação obrigatória de contratos, atrasos de pagamento, restrições cambiais, conflitos civis e actos de guerra e terrorismo. Em especial, eventuais alterações legislativas em questões como a atribuição de participações de exploração e produção, a imposição de obrigações específicas de perfuração e exploração, restrições à produção e exportações, controlo de preços, medidas ambientais, controlo sobre o desenvolvimento e abandono de campos de exploração e instalações e riscos associados a alterações dos regimes e políticas de governo local poderão afectar negativamente o segmento de negócio de Exploração e Produção. Acresce que, em determinados países onde a Galp Energia desenvolve a sua actividade, poderá ser difícil repatriar fundos. Embora a Galp Energia não tenha tido interrupções decorrentes de instabilidade económica ou política no passado, eventuais interrupções futuras poderão afectar negativamente a sua actividade, situação financeira e resultados operacionais. O ambiente negocial em alguns países onde a Galp Energia desenvolve as suas actividades carece de uma regulação apropriada e a cultura empresarial vigente não reflecte totalmente as normas que prevalecem na Europa Ocidental. É convicção da Galp Energia que, em todos os países onde opera, preconiza as normas internacionais na mesma medida que a maioria das outras empresas internacionais de petróleo e gás natural que operam nas mesmas regiões. No entanto, eventuais irregularidades que sejam descobertas ou simplesmente alegadas, poderão ter um efeito adverso na capacidade da Empresa desenvolver as suas operações. A exploração de petróleo envolve numerosos riscos, incluindo o risco de não se encontrarem reservas de petróleo comercialmente produtivas. A produção futura depende do êxito em encontrar e desenvolver ou adquirir outras reservas de petróleo provadas. A Galp Energia ou as parcerias em que esta participa estão a proceder a explorações em Angola e no Brasil, em locais onde as condições ambientais podem constituir um desafio e os custos podem ser elevados. O custo de exploração, desenvolvimento e operação de poços é frequentemente incerto. Como consequência, os custos poderão exceder as estimativas ou a Galp Energia pode ter de reduzir, atrasar ou cancelar operações de 15 exploração e desenvolvimento em virtude de diversos factores, nomeadamente, condições de perfuração inesperadas, irregularidades em formações geológicas, falhas de equipamento ou acidentes, condições climatéricas adversas, cumprimento de requisitos governamentais e escassez ou atrasos na disponibilidade de sondas de perfuração e na entrega de equipamento. A actividade de perfuração global ou actividade de perfuração numa área de desenvolvimento em particular poderá não ser bem sucedida na medida em que a Galp Energia poderá não encontrar Jazidas comercialmente produtivas. Por exemplo, em 2004, a Galp Energia contabilizou uma provisão de 31,9 milhões de Euros para reflectir a probabilidade de um bloco em Angola não possuir reservas de petróleo comerciáveis. Adicionalmente, a Galp Energia detém, em geral, uma participação minoritária ou de 50% nas parcerias para fins de exploração e produção de petróleo, não estando pois em condições de tomar decisões unilaterais no que respeita a esses negócios. Uma vez que os interesses da Galp Energia e dos seus parceiros nem sempre serão coincidentes poderão surgir desacordos relativamente à produção dos campos e instalações de transporte aos mesmos associadas, que impeçam a Galp Energia de captar todo o potencial da sua participação. A Galp Energia não pode assegurar que seja bem sucedida nas suas actividades de exploração e desenvolvimento ou na aquisição de licenças de compra de blocos com reservas provadas ou que, se for bem sucedida, as descobertas ou compras resultantes sejam suficientes para repor as suas actuais reservas ou cobrir os custos de exploração. Se não for bem sucedida, não atingirá os seus objectivos de produção e o total das suas reservas provadas reduzir-se-á, o que terá um efeito negativo nos resultados operacionais e situação financeira no futuro. Os dados relativos a reservas de petróleo apresentados no presente Prospecto são meras estimativas que podem ser significativamente diferentes das quantidades de reservas de petróleo e gás efectivamente obtidas. Os dados relativos a reservas constantes do presente Prospecto constituem meras estimativas e não devem ser tidos como quantidades exactas. Há inúmeras incertezas inerentes à estimativa de quantidades de reservas provadas, taxas de produção futuras e prazos para investimento em desenvolvimento. A fiabilidade das estimativas de reservas provadas depende de diversos factores, pressupostos e variáveis, muitos dos quais são independentes do controlo da Galp Energia, nomeadamente: • A qualidade e quantidade de dados geológicos, técnicos e económicos disponíveis; • O facto de as normas fiscais e outra regulamentação governamental, condições contratuais, preços do petróleo, gás e outros permanecerem ou não inalterados relativamente à data em que as estimativas foram efectuadas; • O desempenho de produção futura das suas reservas. Os resultados efectivos de exploração, avaliação e produção após a data das estimativas poderão resultar numa revisão substancial em baixa daquelas. Qualquer ajustamento neste sentido poderá levar a uma produção futura inferior e a maiores encargos de amortizações, afectando negativamente a actividade, situação financeira, resultados operacionais e perspectivas futuras. Para maior desenvolvimento sobre as reservas provadas vide Panorâmica Geral de Actividades infra. Financiamento de investimentos programados. A actividade da Galp Energia requer a realização de investimentos significativos, nomeadamente nos seus segmentos de negócio, bem como para a satisfação das obrigações decorrentes da legislação ambiental. A Galp Energia prevê financiar uma parte substancial desses investimentos com cash flows gerados pelas suas actividades operacionais. Todavia, se as suas actividades não gerarem fundos suficientes, a Galp Energia poderá recorrer a uma 16 maior percentagem de financiamento externo para realizar investimentos programados, incluindo empréstimos bancários e emissão de títulos de dívida ou de outros valores mobiliários nos mercados de capitais. Porém, a Galp Energia não pode garantir que conseguirá os financiamentos necessários para fazer face aos investimentos programados ou que os mesmos tenham condições aceitáveis. Não sendo possível a obtenção do financiamento necessário, a Galp Energia poderá ter de reduzir os investimentos programados, redução essa que poderá afectar a capacidade de a Galp Energia expandir a sua actividade e afectar negativamente a sua situação financeira ou resultados operacionais. A estratégia de crescimento, em parte através de aquisições, expõe a Galp Energia a determinados riscos. A estratégia de crescimento da Galp Energia tem sido implementada, em parte, através de aquisições. As aquisições mais significativas, em 2004 e 2005, incluíram a aquisição da BP Enértica, S.A. (“BP Enértica”) em Espanha, dos direitos de prospecção de 50 blocos de exploração localizados no Brasil e da totalidade do capital social da Empresa Petróleos de Valência, S.A., a proprietária do Parque de Armazenagem do Terminal de Valência (“Ptroval”). Para uma descrição pormenorizada das recentes aquisições significativas, vide Análise da Exploração e da Situação Financeira infra. A Galp Energia procura, continuamente, oportunidades para reforçar as operações nas suas regiões onde detém vantagens competitivas, quer através de crescimento orgânico, quer através de novas aquisições. Em geral, as aquisições requerem esforços de gestão e custos financeiros significativos, nomeadamente: • A necessidade de avaliar de forma precisa as actividades, activos e passivos do negócio ou empresa a ser adquirida; • A necessidade de integrar a infra-estrutura da sociedade adquirida, incluindo os sistemas de gestão de informação e os sistemas de gestão de risco e de activos e passivos; • A resolução das questões legais, regulamentares, contratuais ou laborais decorrentes da aquisição que estejam por solucionar; • A integração da comercialização, serviço ao cliente e ofertas de produtos; e • A integração de culturas empresariais e de gestão diferentes. Não pode haver garantias de que as aquisições passadas e futuras sejam bem sucedidas, de que a Galp Energia seja capaz de identificar alvos de aquisição atractivos, de que as empresas adquiridas sejam integradas com sucesso no Grupo Galp Energia ou de que as poupanças de custos e oportunidades de criação de receitas esperadas venham a realizar-se. Do mesmo modo, não pode haver garantias de que as parcerias e cooperações existentes ou futuras sejam bem sucedidas e de que os objectivos estratégicos prosseguidos sejam efectivamente atingidos. Em particular, eventuais problemas comerciais ou de outro tipo, com que deparem os parceiros da Galp Energia, poderão afectar negativamente a Galp Energia. Por outro lado, a integração e consolidação das operações, pessoal e sistemas de informação resultantes de operações de aquisição requerem a dedicação de recursos de gestão que podem desviar a atenção da actividade do dia-a-dia e perturbar actividades operacionais. Estas dificuldades poderão ser agravadas pela necessidade de coordenação de entidades geograficamente separadas. Caso a Galp Energia não seja bem sucedida na implementação da sua estratégia de aquisição e se algumas ou todas as suas aquisições, parcerias ou cooperações existentes ou futuras se revelarem mal sucedidas, a sua actividade, situação financeira e resultados operacionais poderão ser afectados negativamente. 17 Problemas operacionais e/ou tecnológicos podem atrasar ou impedir o avanço dos projectos em curso e programados. A evolução da actividade da Galp Energia tem sido, em parte, realizada através do crescimento orgânico, nomeadamente mediante investimentos em projectos concebidos para melhorar a sua posição competitiva, tais como a requalificação das instalações e o alargamento da oferta de produtos. Poderão ocorrer problemas operacionais e tecnológicos, quer com a Galp Energia, quer com os seus parceiros contratuais, que poderão atrasar ou impedir o avanço dos projectos em curso e programados e produzir um efeito particularmente negativo nos resultados operacionais e situação financeira da Galp Energia. As actividades da Galp Energia implicam riscos operacionais significativos, alguns dos quais poderão não estar segurados ou não ser passíveis de seguro, podendo causar interrupções e prejuízos substanciais. As actividades petrolíferas, químicas e de gás natural envolvem perigos significativos, estando sujeitas a riscos que, em geral, se relacionam com a exploração, a produção e a refinação de petróleo. Estes riscos incluem explosões, incêndios, avaria de equipamento e outros que podem acarretar danos corporais, morte, danos patrimoniais e ambientais. Paralelamente, as actividades estão sujeitas a incertezas relacionadas com as características físicas dos campos petrolíferos. A exploração offshore, em particular, está sujeita a inúmeros perigos, incluindo a viragem da plataforma, colisão, mau tempo e poluição ambiental. Por outro lado, a exploração de complexos de refinaria e petroquímica e sistemas de oleodutos e gasodutos, instalações de armazenamento e carga e descarga sujeitam a Galp Energia aos riscos inerentes a essas actividades, tais como dificuldades mecânicas, rebentamentos, falhas ou atrasos em entregas ou equipamentos. Apesar de manter uma cobertura de seguros que considera, de acordo com a prática no sector e com a legislação aplicável, adequada às suas actividades, em determinadas circunstâncias os seguros de que a Galp Energia dispõe poderão não cobrir, ou não ser adequados para cobrir adequadamente, as consequências de determinados sinistros ou poderá não existir cobertura disponível. Acresce que a Galp Energia não pode assegurar a possibilidade de manter, no futuro, uma cobertura de seguros adequada a preços que considere razoáveis. Qualquer sinistro que não esteja inteiramente coberto através de seguros poderá ter um efeito particularmente negativo nos resultados operacionais e situação financeira da Galp Energia. As actividades de trading podem resultar em prejuízos. A Galp Energia efectua transacções no mercado de derivados, tendo estabelecido procedimentos destinados a limitar a sua exposição aos riscos relacionados com as operações que realiza, periodicamente, nos mercados de commodities relacionadas com a sua actividade. Todavia, não existem garantias de que não venha a sofrer prejuízos em resultado de movimentos adversos nos preços das matérias-primas ou de outros factores que afectem as suas posições (vide “Análise da Exploração e da Situação Financeira” infra). A incapacidade de proteger eficazmente as suas marcas e a ocorrência de eventos com efeito negativo na reputação destas podem afectar negativamente o seu valor. A Galp Energia acredita que as suas marcas representam um activo importante da sua actividade. Por exemplo, a Galp Energia investiu significativamente no marketing dos novos combustíveis de alto desempenho G-Force e na nova garrafa GPL Pluma. A incapacidade de proteger adequadamente os seus direitos de propriedade intelectual associados às marcas utilizadas na sua actividade poderá afectar negativamente a sua actividade e resultados operacionais. 18 A Galp Energia acredita ainda que a manutenção da reputação das suas marcas e, bem assim, do valor associado às mesmas é importante para o êxito da sua actividade. Contudo, não existem garantias de que a estratégia de negócio e a sua execução atinjam este objectivo. Acresce que a reputação e valor associados às marcas poderão ser negativamente afectados por factos alheios ao controlo da Galp Energia, nomeadamente desastres ambientais ou a conduta de terceiros (tais como os operadores franchisados de algumas das estações de serviço). A erosão substancial da reputação das marcas e respectivo valor associado poderá ter um efeito negativo na actividade, situação financeira e resultados operacionais. A incapacidade de obtenção de licenças adequadas para a tecnologia pode afectar os resultados operacionais e prejudicar as oportunidades de crescimento. A tecnologia que a Galp Energia utiliza na sua actividade está sujeita a direitos de propriedade industrial da titularidade de terceiros que são licenciados à Galp Energia. A Galp Energia obteve estas licenças para a utilização daqueles direitos em conjunto com a compra ou a locação do respectivo equipamento (em particular para equipamento ou processos utilizados nas actividades de refinação, incluíndo processos químicos), tendo tais licenças um prazo equivalente à vida útil do activo correspondente ou da locação. Os pagamentos de royalties relacionados com a concessão destas licenças foram devidamente regularizados na totalidade na data do seu vencimento. Contudo, não existem garantias de que a Galp Energia consiga renovar ou obter novas licenças necessárias relativas a toda a tecnologia para desenvolver a sua actividade, ou de o fazer em condições aceitáveis no futuro e, sendo esse o caso, a sua actividade e resultados operacionais poderão ser negativamente afectados e/ou as suas oportunidades de crescimento prejudicadas. Perturbações laborais podem interferir e ter um efeito negativo na actividade, situação financeira e resultados operacionais. A Galp Energia está sujeita ao risco de conflitos laborais e de relações adversas com os trabalhadores, podendo estas perturbar a sua actividade e afectar negativamente a sua situação financeira e os seus resultados operacionais. Um número significativo dos trabalhadores da Galp Energia é representado por sindicatos, sendo-lhes aplicáveis diversas convenções colectivas de trabalho. Por exemplo, a maior parte dos trabalhadores da Galp Energia das refinarias de Porto e Sines é abrangida pelo Acordo Colectivo de Trabalho aplicável ao sector da indústria petrolífera, que entrou em vigor em 29 de Julho de 1979. Este acordo tem sofrido alterações, a última das quais em 15 de Outubro de 2005. Em Abril de 2006, as principais empresas do sector da indústria petrolífera chegaram a acordo com os sindicatos, relativamente a salários e outras questões de origem pecuniária. A publicação destas alterações está ainda pendente à data deste Documento de Registo de Acções. Os trabalhadores do sector da distribuição de gás natural são abrangidos pelo Acordo Colectivo de Trabalho que entrou em vigor em 4 de Maio de 2005 e cuja aplicação foi renovada até 3 de Maio de 2007. No entanto, nem todos os trabalhadores sindicalizados estão abrangidos por convenções colectivas de trabalho. A Galp Energia ou as associações em que está integrada poderão não conseguir renegociar satisfatoriamente as convenções colectivas, uma vez chegado o seu termo. Além disso, a aplicação de convenções colectivas não impede que os trabalhadores recorram a greves o que poderá ter um efeito negativo na actividade, situação financeira e resultados operacionais da Galp. Existiu uma paralisação de trabalho, em resultado de greves, nas instalações de Sines, durante dois dias em Fevereiro de 2004 e três dias em Junho de 2004. Apesar de não se terem verificado, desde 2000, outros problemas relevantes com os sindicatos ou no contexto de convenções colectivas de trabalho, a Galp Energia não pode assegurar que não se 19 verificarão conflitos laborais ou relações adversas com os trabalhadores no futuro. Para informações mais pormenorizadas, vide Pessoal infra. Obrigações resultantes de planos de pensões de benefício definido podem resultar em prejuízos futuros À data de 31 de Dezembro de 2005, a Galp Energia mantinha vários planos de pensões de benefício definido, que abrangem, aproximadamente, 39,6% dos seus trabalhadores activos. Ao abrigo dos planos de pensões, os benefícios a atribuir são calculados como complemento à pensão de segurança social, com base nos anos de serviço e último salário. Os principais riscos relacionados com a contabilização de pensões respeitam, geralmente, aos resultados dos activos do plano de pensões, bem como à taxa de desconto utilizada para avaliar o valor actual de pagamentos futuros. As responsabilidades com pensões são susceptíveis de colocar uma forte pressão sobre os cash flows da Empresa. Em particular, caso se verifique uma falta de recursos nos fundos de pensões, a Galp Energia poderá ser obrigada a fazer contribuições adicionais para esses fundos, o que poderá ter um impacto negativo na sua actividade, situação financeira e resultados operacionais. Para mais informações vide a secção relativa a Pessoal infra. A 30 de Junho de 2006, os planos de benefício definido estavam financiados em 90% no seu conjunto, antes do financiamento referente ao ano de 2006. A defesa em processos judiciais e arbitrais em curso pode determinar custos adicionais. Actualmente, a Galp Energia é ré em vários processos judiciais relativos a acções cíveis, administrativas, ambientais, laborais e fiscais. Estas acções envolvem um amplo leque de questões e os valores reclamados são substanciais. O balanço consolidado da Galp Energia inclui provisões, num total de 20,9 milhões de Euros (incluindo uma provisão de 9,7 milhões de Euros para taxas municipais pela utilização do subsolo, vide “Litígio importante com as autarquias relativo a taxas municipais supra e Acções Judiciais e Arbitrais” infra) à data de 30 de Junho de 2006, para perdas e despesas prováveis e razoavelmente estimáveis em que a Galp Energia possa vir a incorrer com os processos judiciais em curso. Se um número significativo de acções for imprevisivelmente objecto de decisão desfavorável para a Galp Energia, o respectivo custo global poderá ter um efeito negativo na sua actividade, situação financeira e resultados operacionais (vide “Acções Judiciais e Arbitrais” infra). Riscos Relacionados com a estrutura accionista da Galp Energia Os principais accionistas continuarão a controlar a orientação estratégica e os principais actos sociais. Após a conclusão da Oferta, os actuais accionistas da Galp Energia serão detentores de aproximadamente 77% das acções, caso a opção de distribuição de lote suplementar seja integralmente exercida, ou de aproximadamente 79% das acções, caso a opção de distribuição de lote suplementar não seja exercida (vide “Principais Accionistas” e “Informação Adicional” infra). Os actuais accionistas elegeram os membros do actual Conselho de Administração para um mandato que finda em 31 de Dezembro de 2007. Actualmente, o Conselho de Administração da Galp Energia não cumpre a recomendação número 6 do Regulamento n.º 7/2001 da CMVM pela qual os membros não executivos devem incluir um número suficiente de membros independentes. Após a Oferta, os actuais accionistas continuarão a controlar as decisões relacionadas com o negócio, com as linhas estratégicas e 20 com as actividades corporativas, incluindo a possibilidade de influenciar a Galp Energia em operações de aquisição ou de venda de activos. O Estado, directa ou indirectamente através da Parpública, irá manter a titularidade de 40.000.000 de acções da categoria A, que lhe conferem direito de veto relativamente a decisões de particular importância (vide “Informação Adicional” infra). Os accionistas Amorim Energia, ENI Portugal Investment S.p.A. (“ENI”) e Caixa Geral de Depósitos, S.A. (“CGD”) são partes de um acordo parassocial, celebrado em 29 de Dezembro de 2005 e objecto de quatro aditamentos um em 28 de Março de 2006, dois em 6 de Setembro de 2006 e um último aditamento em 28 de Setembro de 2006 (“Acordo Parassocial”), que versa sobre a indisponibilidade temporária de acções e estabelece limitações à sua venda a terceiros, prevendo, nomeadamente a atribuição de direitos de preferência. O Acordo Parassocial estabelece ainda regras sobre a composição dos órgãos sociais da Galp Energia e de certas sociedades controladas por esta, bem como sobre o exercício do direito de voto, a distribuição de resultados e a mudança do controlo accionista, entre outras disposições (vide “Órgãos de Administração e de Fiscalização e Quadros Superiores” e “Principais Accionistas” infra). 21 DEFINIÇÕES Salvo indicação em contrário, os termos utilizados no presente Documento de Registo de Acções têm o seguinte significado: “Acções” 173.388.769 acções ordinárias representativas de 20,91% do capital social da Galp Energia, SGPS, S.A. objecto de Oferta “API” American Petroleum Institute “Beiragás” Beiragás – Companhia de Gás das Beiras, S.A. “Cepsa” Compañia Española de Petroleos, S.A. “CLC” Companhia Logística de Combustíveis, S.A. “CLH” CLH – Compañia Logística de Hidrocarboros, S.A. “CMVM” A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários “CNE” Comisión Nacional de Energia. É a entidade reguladora do sector da energia em Espanha “Cód.VM” O Código dos Valores Mobiliários, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 486/99, de 13 de Novembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 61/2002, de 20 de Março, pelo Decreto-Lei n.º 38/2003, de 8 de Março (rectificado pela Declaração de Rectificação 5-C/2003, de 30 de Abril), pelo Decreto-Lei n.º 107/2003, de 4 de Junho, pelo Decreto-Lei n.º 183/2003, de 19 de Agosto, pelo Decreto-Lei n.º 66/2004, de 24 de Março, e pelo Decreto-Lei n.º 52/2006, de 15 de Março (rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 21/2006, de 30 de Março) “Contrato de Venda Directa” O International Purchase Agreement a celebrar entre a Parpública, a Galp Energia e os Coordenadores Globais e demais Bancos integrantes do Sindicato de Venda Directa “Coordenadores Globais” Caixa – Banco de Investimento, S.A., Banco Espírito Santo de Investimento, S.A., Merrill Lynch International e Morgan Stanley “CSC” O Código das Sociedades Comerciais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 286/86, de 2 de Setembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 184/87, de 21 de Abril, pelo Decreto-Lei 280/87, de 8 de Julho, pelo Decreto-Lei n.º 229-B/88, de 4 de Julho, pelo Decreto-Lei n.º 142-A/91, de 10 de Abril, pelo 22 Decreto-Lei n.º 20/93, de 26 de Janeiro, pelo Decreto-Lei n.º 261/95, de 3 de Outubro, pelo Decreto-Lei n.º 328/95, de 9 de Dezembro, pelo Decreto-Lei n.º 257/96, de 31 de Dezembro, pelo Decreto-Lei n.º 343/98, de 6 de Novembro, pelo Decreto-Lei n.º 486/99, de 13 de Novembro, pelo Decreto-Lei n.º 36/2000, de 14 de Março, pelo Decreto-Lei n.º 237/2001, de 30 de Março, pelo Decreto-Lei n.º 162/2002, de 11 de Julho, pelo Decreto-Lei n.º 107/2003, de 4 de Junho, pelo Decreto-Lei n.º 88/2004, de 20 de Abril (rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 52/2004, de 17 de Junho), pelo Decreto-Lei n.º 19/2005, de 18 de Janeiro, pelo Decreto-Lei n.º 111/2005, de 8 de Julho, pelo Decreto-Lei n.º 52/2006, de 15 de Março (rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 21/2006, de 31 de Março), pelo Decreto-Lei n.º 76A/2006, de 29 de Março (rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 28-A/2006, de 26 de Maio) “CVM” A Central de Valores Mobiliários “Decreto-Lei” O Decreto-Lei n.º 166/2006, de 14 de Agosto, que aprova a 4ª fase do processo de reprivatização da Galp Energia, SGPS, S.A. “DGGE” Direcção Geral de Geologia e Energia “Documento de Registo de Acções” O presente documento, aprovado pela CMVM em 8 de Outubro de 2006, que, em conjunto com a Nota sobre as Acções e com o Sumário, constitui o Prospecto “Duriensegás” Duriensegás – Sociedade Natural do Douro, S.A. “EDP” EDP – Energias de Portugal, S.A. “EMPL” EMPL – Europe Maghreb Pipeline, Ltd “ENI” ENI Portugal Azioni) “ENI SpA” ENI S.p.A. “ERSE” Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos em Portugal “Euro” ou “€” A divisa dos Estados-Membros que participam na terceira fase da União Económica Monetária Europeia “Eurolist by Euronext Lisbon” O mercado regulamentado gerido pela Euronext Investment, Distribuidora S.p.A. de Gás (Societá per 23 Lisbon Sociedade Regulamentados, S.A. Gestora de Mercados “Euronext Lisbon” A Euronext Lisbon – Sociedade Gestora de Mercados Regulamentados, S.A. “Galp Energia”, “Emitente”, “Sociedade” ou “Empresa” A Galp Energia, SGPS, S.A. individualmente ou em conjunto com as suas participadas sujeitas a consolidação, consoante o que resultar do respectivo contexto “GDP” GDP – Gás de Portugal, SGPS, S.A. “Grupo Galp Energia” O conjunto de sociedades composto pela Galp Energia, SGPS, S.A. e as suas participadas sujeitas a consolidação, excepto se resultar o contrário do respectivo contexto “Interbolsa” A Interbolsa - Sociedade Gestora de Sistemas de Liquidação e de Sistemas Centralizados de Valores Mobiliários, S.A. “Lisboagás” Lisboagás GDL – Sociedade Distribuidora de Gás Natural de Lisboa, S.A. “Lusitaniagás” Lusitaniagás – Companhia de Gás do Centro, S.A. “Nota sobre as Acções” A nota sobre as acções, elaborada nos termos dos n.ºs 2 e 4 do artigo 135.º-B do Cód.VM, datada de Outubro de 2006, aprovada pela CMVM em 8 de Outubro de 2006 e que, em conjunto com o Documento de Registo de Acções e Sumário, constitui o Prospecto “Oferente” ou “Parpública” Parpública – Participações Públicas (SGPS), S.A. “Oferta” A Oferta Pública de Venda e a Venda Directa “Oferta Pública de Venda” ou “OPV” A oferta pública de venda de 82.925.000 acções representativas do capital social da Galp Energia, SGPS, S.A., prevista no artigo 3.º do Decreto-Lei “OPEP” Organização dos Países Exportadores de Petróleo, fundada em 1960 em resposta à crescente produção global. Os membros fundadores da OPEP foram a Arábia Saudita, o Kuwait, o Irão, o Iraque e a Venezuela. Actualmente a OPEP tem 11 membros com a inclusão do Qatar (1961), da Indonésia (1962), da Líbia (1962), dos Emiratos Árabes Unidos (1967), da Argélia (1969) e da Nigéria (1971) “Petrobrás” Petrobrás – Petróleo Brasileiro, S.A. 24 “Petrogal” Petróleos de Portugal – Petrogal, S.A. “Portgás” Portgás – Sociedade de Produção e Distribuição de Gás, S.A. “Prospecto” O documento constituído pelo presente Documento de Registo de Acções, pela Nota sobre as Acções e pelo Sumário “PSA (Production Sharing Agreement)” Contratos de partilha de produção “RCM1” Resolução do Conselho de Ministros n.º 111/2006, publicada em 12 de Setembro de 2006, que estabeleceu parte das condições finais e concretas da 4ª fase de reprivatização da Galp Energia, quer no que se refere à oferta pública de venda, quer no que se refere à venda directa “RCM2” Resolução do Conselho de Ministros aprovada em 4 de Outubro de 2006, que complementa as condições finais e concretas da 4ª fase de reprivatização da Galp Energia, ainda não publicada “REN” REN - Rede Eléctrica Nacional, S.A. “SEI” Sistema Eléctrico Independente “SEN” Sistema Eléctrico Nacional “SEP” Sistema Eléctrico de Serviço Público “Sessão Especial Regulamentado” de Mercado Sessão especial realizada pela Euronext Lisbon, destinada ao apuramento dos resultados da OPV “Setgás” Setgás – Sociedade de Produção e Distribuição de Gás, S.A. “Sociedades Elegíveis” As sociedades que constam do Anexo ao Decreto Lei “SPE” Society of Petroleum Engineers “Subsidiárias” O conjunto de sociedades participadas da Galp Energia sujeitas a consolidação “Sumário” O sumário que, em conjunto com o presente Documento de Registo de Acções e com a Nota sobre as Acções, constitui o Prospecto “Tagusgás” Tagusgás – Empresa Gás do Vale do Tejo, S.A. “Trabalhadores da Galp Energia” As pessoas que, de acordo com o disposto no artigo 25 15.º da Lei n.º 11/90, de 5 de Abril e n.º 2 do artigo 3.º do Decreto-Lei, estejam ou tenham estado ao serviço das Sociedades Elegíveis por mais de três anos, excluindo aquelas cujo contrato de trabalho tenha cessado em consequência de processo disciplinar ou por sua própria iniciativa, neste último caso quando tiverem passado a exercer funções noutras sociedades com o mesmo objectivo social de qualquer das Sociedades Elegíveis “Transgás” Transgás – Sociedade Portuguesa de Gás Natural, S.A. “UE” A União Europeia “US$” ou “$” Dólar norte-americano, a divisa oficial dos Estados Unidos da América “Venda Directa” Operação de venda directa de 90.463.769 acções representativas do capital social da Galp Energia, SGPS, S.A., prevista no artigo 5.º do Decreto-Lei “WPC (World Petroleum Council)” Conselho Mundial do Petróleo. Organização não governamental cujo objectivo é promover a gestão das fontes mundiais de petroleo no benefício da humanidade através da organização de congressos internacionais 26 DECLARAÇÕES RELATIVAS AO FUTURO Todas as declarações constantes deste Prospecto, com excepção das que respeitam a factos históricos, constituem declarações relativas ao futuro, designadamente as declarações sobre a situação financeira, receitas e rendibilidade (incluindo quaisquer projecções ou previsões financeiras ou operacionais), estratégia empresarial, perspectivas, planos e objectivos de gestão para operações futuras da Galp Energia. Estas declarações são muitas vezes, embora nem sempre, expressas através do uso de palavras ou frases como “é provável”, “espera-se”, “acredita-se”, “prevê-se”, “antecipa-se”, “estima-se”, “pretende-se”, “planeia-se”, “procurase”, “pode-se” e “perspectiva-se” ou outras expressões semelhantes. Estas declarações ou quaisquer outras projecções contidas neste Prospecto envolvem factores de risco, conhecidos e desconhecidos, que poderão determinar uma diferença significativa entre os resultados efectivos da Galp Energia e os que resultam, expressa ou tacitamente, de tais declarações relativas ao futuro, as quais se baseiam em convicções, pressupostos, estimativas, projecções e expectativas presentes. Os factores que podem ter um efeito directo sobre os resultados da Galp Energia incluem, designadamente: • • • • • Diminuição das margens dos produtos refinados; • • • • Abrandamento do consumo nos mercados ibéricos de produtos petrolíferos e gás natural; • • • • • • • Resultados das actividades de exploração e produção de petróleo; • • • • Condições climatéricas; Variações no preço do petróleo bruto, do gás natural e dos produtos refinados; Aumento da capacidade global de refinação e conversão; Liberalização do mercado português de gás natural; Dificuldades no desenvolvimento de novas oportunidades de negócio e outros problemas operacionais; Problemas ou atrasos no acesso ao petróleo bruto e ao gás natural; Interrupções de produção nas refinarias; Problemas ou atrasos na conclusão do novo projecto de reconversão na refinaria de Sines, incluindo custos acima do orçamentado, ou a não obtenção dos resultados esperados em virtude da mesma; Aumento da concorrência e perda de grandes clientes; Insucesso ou dificuldade de desenvolvimento das actividades no segmento de negócio Power; Decisões desfavoráveis em processos judiciais relevantes; Variações das taxas de câmbio; Perdas associadas a actividades de trading e gestão de risco; Alterações à legislação ambiental e impossibilidade ou incapacidade de cumprimento da referida legislação; Dificuldade de desenvolvimento de operações em mercados emergentes; Perdas potenciais não cobertas por seguro; e Ataques militares, actividades terroristas, catástrofes ou sabotagem deliberada. Estes e outros factores são objecto de análise nas secções “Factores de Risco” do presente Documento de Registo de Acções e da Nota sobre as Acções. Não é possível avaliar o impacto de cada um desses factores na actividade da Galp Energia nem em que medida esses factores ou conjunto de factores podem dar lugar a uma divergência significativa entre os resultados efectivos da Galp Energia e os que, expressa ou tacitamente, resultam das declarações relativas ao futuro. Estas declarações reportam-se apenas à data em que são produzidas, podendo no futuro surgir novos factores que à data do presente Documento de Registo de Acções não são previsíveis. A Galp Energia não assume 27 qualquer obrigação ou compromisso de divulgar quaisquer actualizações ou revisões de qualquer declaração relativa ao futuro constante do Prospecto, de forma a reflectir alterações supervenientes dos elementos em que se baseie, salvo se, entre a data de aprovação do Prospecto e o fim do prazo da Oferta, for detectada alguma deficiência no Prospecto, ocorrer qualquer facto novo ou se tomar conhecimento de qualquer facto anterior não considerado no Prospecto, que seja relevante para o processo de tomada de decisão pelos destinatários da Oferta, caso em que será requerida à CMVM a aprovação de adenda ou rectificação do Prospecto. Tendo em consideração o acima exposto, os potenciais investidores deverão ponderar cuidadosamente as declarações relativas ao futuro previamente à tomada de qualquer decisão de investimento no âmbito da Oferta. DADOS SECTORIAIS E DE MERCADO O presente Prospecto contém informação relativa a mercados, nomeadamente à sua dimensão, quotas, ambiente concorrencial, taxas de crescimento, preços médios e outros dados relacionados com o sector e com a actividade da Galp Energia. Os referidos dados provêm das seguintes fontes (a informação disponível ao público está assinalada com um asterisco (“*”)): • Asociación Española de Operadores de Gases Licuados del Petróleo (“AOGLP”), designadamente o mercado espanhol de Gás de Petróleo Liquefeito (“GPL”); • * Asociación Española de Operadores de Produtos Petroliferos (“AOP”), em particular o mercado espanhol de produtos petrolíferos; • Association des Constructeurs Européens d’Automobiles (“ACEA”) – European Motor Vehicle Parc 2004, de Janeiro de 2006, para o mercado automóvel português; • Bloomberg L.P. (“Bloomberg”), em particular os preços dos crudes leves e pesados; • * BP Statistical Review of World Energy, Junho 2006, nomeadamente o mercado petrolífero e o mercado do gás natural; • Catalist Ltd. (“Catalist), designadamente o mercado de retalho de produtos petrolíferos em Portugal; • * Comisión Nacional de Energia (“CNE”), nomeadamente o consumo de gás natural em Espanha; • * Comissão Europeia, em particular os dados macroeconómicos em Portugal; • Comissão Europeia, ECFIN (Economic and Financial Affairs) – Statistical Annex of European Economy, Spring 2006 (“EC Statistical Annex 2006”), para os dados macroeconómicos de Portugal. • * Corporación de Reservas Estratégicas de Produtos Petrolíferos (“CORES”), designadamente o mercado espanhol de produtos petrolíferos; • * Departamento Estatístico da Comissão Europeia (“Eurostat”), em particular os preços do gás natural na Europa em Janeiro 2006 e as estimativas da população europeia; • * Direcção Geral de Geologia e Energia (“DGGE”), designadamente o mercado petrolífero e do gás natural em Portugal; • • • • • Economist Intelligence Unit, nomeadamente os dados macro-económicos; HSB Solomon Associates, LLC (“Solomon”), indíce de complexidade de Solomon; * Instituto Nacional de Estadística (“INE”), em particular os dados estatísticos de Espanha; International Energy Agency (“IEA”), em particular as margens de refinação; Oil and Gas Journal Worldwide Refining Survey, para a indústria de refinação em geral e capacidade de refinação Ibérica; • PFC Energy, nomeadamente dados macro económicos em Portugal e Espanha, o mercado de produtos petrolíferos e indústria da refinação; • Platts, um departamento da The MacGraw-Hill Companies, designadamente os preços do petróleo e a margens de refinação; 28 • * Red Eléctrica de España (“REE”), em particular para o mercado espanhol de electricidade; • * REN, em particular o mercado português de electricidade; • * Relatório e Contas anual de 2005 da EDP – Energias de Portugal, S.A. (“EDP”), designadamente o mercado português de electricidade; • * Relatório e Contas anual de 2005 da Portgás – Sociedade de Produção e Distribuição de Gás, S.A. (“Portgás”), em particular o mercado português de distribuição de gás natural; • Roland Berger Data Bank, designadamente a produção mundial de petróleo; • Wood Mackenzie Ltd. (“Wood Mackenzie”), nomeadamente o índice de complexidade de Nelson. A Galp Energia analisa as suas quotas de mercado por comparação das suas vendas, baseadas em informação interna, com os dados globais de mercado provenientes de fontes independentes. A informação extraída de fontes externas, incluída neste Documento de Registo de Acções, foi extraída das respectivas fontes tal como estava apresentada. Em determinados casos, a Galp Energia obtém de fontes externas dados sectoriais e de mercado que são por si ajustados, de acordo com as suas estimativas internas. A compilação, obtenção e a reprodução dos dados sectoriais e de mercado provenientes de fontes externas, nomeadamente de publicações genéricas ou sectoriais, não foram objecto de verificação por parte da Galp Energia, nem dos Coordenadores Globais. A Galp Energia não pode assegurar a exactidão e a completude de tais dados, não assumindo qualquer responsabilidade pela divulgação dos mesmos. De igual modo, apesar de a Galp Energia confiar na qualidade das suas estimativas internas, estas não foram objecto de verificação por fontes independentes e poderão não ser exactas. 29 DOCUMENTO DE REGISTO DE ACÇÕES 1. 1.1 RESPONSÁVEIS Identificação A forma e o conteúdo do presente Documento de Registo de Acções obedecem ao disposto no Cód.VM, no Regulamento (CE) n.º 809/2004 da Comissão, de 29 de Abril de 2004, objecto da rectificação publicada no Jornal Oficial n.º L 215, de 16 de Junho de 2004, e demais legislação aplicável. Nos termos dos artigos 149º e 243º do Cód.VM, são responsáveis pelo presente Documento de Registo de Acções: (a) O Emitente Galp Energia, SGPS, S.A., com sede na Rua Tomás da Fonseca Torre C, 1600-209 Lisboa. (b) Os membros do Conselho de Administração do Emitente Presidente: Francisco Luís Murteira Nabo Vice-Presidente: José António Marques Gonçalves Vice-Presidente: Giancarlo Rossi Vogais: Manuel Ferreira De Oliveira André Freire de Almeida Palmeiro Ribeiro Camillo Gloria Angelo Taraborrelli Marco Alverà Massimo Giuseppe Rivara Manuel Domingos Vicente* Fernando Manuel dos Santos Gomes João Pedro Leitão Pinheiro de Figueiredo Brito Manuel Carlos Costa da Silva Diogo Mendonça Rodrigues Tavares Joaquim Augusto Nunes de Pina Moura Alberto Maria Alberti* Alberto Alves de Oliveira Pinto* Pedro António do Vadre Castellino e Alvim* * Já foi efectuado o pedido de registo junto da conservatória do registo comercial competente, mas aguarda-se pelo mesmo. (c) O Oferente Parpública – Participações Públicas (SGPS), S.A., com sede na Rua Laura Alves, n.º 4– 8º, 1050-138 Lisboa. (d) Os membros do Conselho de Administração do Oferente Presidente: João Manuel de Castro Plácido Pires Vogal: António José Gomes da Silva Albuquerque Vogal: Mário Alberto Duarte Donas (e) Os Titulares dos Órgãos de Fiscalização do Emitente Membros do Conselho Fiscal (eleitos através de deliberação social unânime por escrito de 5 Outubro de 2006, sendo que à data do presente prospecto não foi ainda efectuado o pedido de registo junto da conservatória do registo comercial competente): - Presidente: Daniel Bessa Fernandes Coelho 30 - Vogal: - Vogal: - Suplente: José Gomes Honorato Ferreira José Maria Rego Ribeiro da Cunha Amável Alberto Freixo Calhau. Deloitte & Associados, SROC, S.A., inscrita na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 43 e na CMVM sob o n.º 231, representada por Dr. Jorge Carlos Batalha Duarte Catulo inscrito na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 992, na qualidade de actual Revisor Oficial de Contas do Emitente, nomeado por deliberação da Assembleia Geral de 6 de Setembro de 2006. Pedro Leandro e António Belém, Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., inscrita na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 96, representada por Pedro Manuel da Silva Leandro, inscrito na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 392, na qualidade de Fiscal Único do Emitente para o exercício de 2005. Deloitte & Associados, SROC, S.A., inscrita na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 43 e na CMVM sob o n.º 231, representada por António Marques Dias inscrito na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob n.º 562, na qualidade de Fiscal Único do Emitente para os exercícios de 2004 e 2003. (f) A Deloitte & Associados, SROC, S.A. representada por António Marques Dias, inscrita na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 43 e na CMVM sob o n.º 231, na qualidade de Auditor Externo responsável pela elaboração dos relatórios de auditoria às contas consolidadas da Galp Energia relativas aos exercícios 2003, 2004 e 2005. A Deloitte & Associados, SROC, S.A. é igualmente responsável pela elaboração de um relatório de auditoria às demonstrações financeiras consolidadas de 2004 e 2005 e de um relatório de exame simplificado às demonstrações financeiras consolidadas em 30 de Junho de 2006 e para os semestres findos em 30 de Junho de 2006 e 2005, todos elaborados de acordo com as IFRS, e de um parecer de procedimentos acordados relativo às contas consolidadas pró-forma do exercício de 2005 e do primeiro semestre de 2006. A Deloitte & Associados, SROC, S.A. é também responsável pela elaboração do relatório relativo à suficiência do fundo de maneio. (g) O Banco Espírito Santo de Investimento, S.A., com sede no Edifício Quartzo, Rua Alexandre Herculano, n.º 38, Lisboa e o Caixa - Banco de Investimento, S.A., com sede na Rua Barata Salgueiro, n.º 33, Lisboa, enquanto intermediários financeiros responsáveis pela assistência da OPV. (h) A Gonçalves Pereira, Castelo Branco & Associados, RL, com sede na Praça Marquês de Pombal n.º 1, 8º Andar, Lisboa, na qualidade de advogados do Emitente e do Oferente, responsável pela elaboração e verificação da componente jurídica do presente Documento de Registo de Acções e pela componente fiscal contida em “Informação de Natureza Fiscal” da Nota sobre as Acções. 1.2 Declaração emitida pelos responsáveis pelo Documento de Registo de Acções As pessoas ou entidades responsáveis pela informação contida no Prospecto, ou em partes do mesmo, declaram que, após terem efectuado todas as diligências razoáveis para se certificarem de que tal é o caso, e tanto quanto é do seu conhecimento, a informação constante do Prospecto, ou das partes do mesmo pelas quais são responsáveis, está em conformidade com os factos e não contém omissões susceptíveis de afectar o seu alcance. 31 2. REVISORES OFICIAIS DE CONTAS Deloitte & Associados, SROC, S.A., inscrita na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 43 e na CMVM sob o n.º 231, representada por Dr. Jorge Carlos Batalha Duarte Catulo inscrito na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 992, na qualidade de actual Revisor Oficial de Contas do Emitente. Face à impossibilidade de a Pedro Leandro e António Belém, Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., representada pelo Dr. Pedro Manuel da Silva Leandro, que havia sido eleita para exercer o cargo de Revisor Oficial de Contas pela Assembleia Geral de accionistas de 24 de Maio de 2005, por um período de três anos, cujo prazo termina em simultâneo com o mandato dos membros do Conselho de Administração, assegurar o desempenho das funções de Revisor Oficial de Contas, por não se encontrar inscrita junto da CMVM e não pretender requerer essa inscrição, a Assembleia Geral de 6 de Setembro de 2006 deliberou eleger para aquelas funções a Deloitte & Associados, SROC, S.A., representada pelo Dr. Jorge Carlos Batalha Duarte Catulo. A mesma sociedade de revisores oficiais de contas desempenha as funções de auditor externo. A Pedro Leandro e António Belém, Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A. inscrita na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 96, com sede na Praça Francisco Sá Carneiro, nº 12- 1º dto., 1000-160 Lisboa, representada por Pedro Manuel da Silva Leandro, inscrito na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 392, desempenhou as funções de Revisor Oficial de Contas do Emitente durante o exercício de 2005. A Deloitte & Associados, SROC, S.A., inscrita na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 43 e na CMVM sob o n.º 231, com sede no Edifício Atrium Saldanha, Praça Duque de Saldanha, n.º 1 – 6.º, em Lisboa, representada por António Marques Dias, inscrito na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 43, desempenhou as funções de Revisor Oficial de Contas do Emitente durante os exercícios de 2004 e 2003, neste último com a designação de António Dias & Associados, SROC, S.A.. 32 3. DADOS FINANCEIROS SELECCIONADOS A informação financeira e operacional consolidada que se apresenta nesta secção, relativa aos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005, 2004 e 2003, foi preparada a partir das demonstrações financeiras consolidadas auditadas da Galp Energia, constantes de outra secção do presente Documento de Registo de Acções. A informação financeira e operacional consolidada, relativa aos semestres findos em 30 de Junho de 2006 e 30 de Junho de 2005, foi preparada a partir das demonstrações financeiras consolidadas não auditadas, objecto de um relatório de exame simplificado, constantes de outra secção do presente Documento de Registo de Acções. Os relatórios de auditoria e o relatório de exame simplificado foram preparados pela Deloitte & Associados, SROC, S.A.. As demonstrações financeiras consolidadas da Galp Energia são apresentadas em Euros (moeda funcional). A informação relativa ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2003 foi preparada de acordo com o Plano Oficial de Contabilidade (“POC”). A informação relativa ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2004 foi preparada de acordo com o POC e as Normas Internacionais de Relato Financeiro tal como as adoptadas na União Europeia (“International Financial Reporting Standards” ou “IFRS”) para efeitos comparativos com as demonstrações financeiras para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005. A informação relativa ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2005, bem como ao semestre findo em 30 de Junho de 2006, foi preparada de acordo com as IFRS. A informação relativa ao semestre findo em 30 de Junho de 2005 foi preparada de acordo com as IFRS para efeitos comparativos com as demonstrações financeiras para o semestre findo em 30 de Junho de 2006. As principais diferenças entre o POC e as IFRS, relevantes para o caso da Galp Energia, são apresentadas no “Anexo II – Resumo das Diferenças entre o POC e as IFRS” do presente Documento de Registo de Acções. A 26 de Setembro de 2006 a Galp Energia procedeu à venda de uma parte do negócio do gás natural no âmbito do “Processo de Separação das Actividades Reguladas do Gás Natural”. Uma vez que a informação financeira posterior a essa data não é susceptível de comparação directa com a informação financeira histórica apresentada nesta secção, disponibiliza-se informação financeira consolidada pró-forma não auditada, mas sujeita a parecer de procedimentos acordados do auditor externo relativo ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 e ao semestre findo em 30 de Junho de 2006. Esta informação financeira consolidada pró-forma foi preparada de acordo com as IFRS. Para mais informação relativamente à informação financeira consolidada pró-forma vide “Informações Financeiras pró-forma” infra. A análise da informação financeira e operacional consolidada apresentada nesta secção deverá ser feita conjuntamente com a demais informação financeira constante do presente Prospecto, nomeadamente a secção “Capitalização e Endividamento” na Nota sobre as Acções e as secções do presente Documento de Registo de Acções: “Informações Financeiras sobre o Activo e o Passivo, a Situação Financeira e os Ganhos e Prejuízos do Emitente”, “Análise da Exploração e da Situação Financeira”, “Anexo II – Resumo das Diferenças entre o POC e as IFRS”, e a informação financeira histórica consolidada pró-forma não auditada e respectivo memorando de pressupostos. 33 31 de Dezembro (auditadas) 30 de Junho (não auditadas)(1) IFRS 2006 IFRS 2005 2005 POC 2004 2004 2003 (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Demonstração de Resultados Consolidada Vendas e prestações de serviços Custo das mercadorias vendidas Margem bruta (2) Outros proveitos e ganhos operacionais Fornecimento e serviços externos Custo com o pessoal Outros custos e perdas operacionais Provisões Amortizações Resultados operacionais Proveitos / (custos) financeiros - Juros e similares Outros Proveitos / (custos) Financeiros Ganhos (perdas) em empresas do grupo e associadas Resultados correntes Resultados extraordinários Resultados antes de impostos e interesses minoritários Imposto sobre o rendimento Interesses minoritários Resultado líquido Dados por Acção (3) Resultado líquido por acção (€) Resultado líquido por acção diluído (€) Dividendo por acção (€) Cash flows Consolidados Fluxos das actividades operacionais Fluxos das actividades de investimento Fluxos das actividades de Financiamento Balanço Consolidado Activo Fixo Activo Fixo Líquido (4) Outros activos não correntes (5) Total de Activos não correntes Títulos negociáveis, depósitos bancários e caixa Outros activos correntes Total de Activos Correntes Total do Activo Capital próprio (inclui interesses minoritários) Passivos não correntes (6) 6.130,4 5.015,9 11.137,3 9.272,6 9.258,5 7.413,5 (5.112,1) 1.018,2 (4.006,4) 1.009,4 (9.162,1) 1.975,2 (7.597,9) 1.674,7 (7.733,3) 1.525,2 (6.170,2) 1.243,4 24,8 28,8 83,4 79,3 68,2 74,6 (255,7) (140,6) (247,3) (124,5) (525,6) (269,6) (468,4) (250,9) (437,3) (255,1) (391,8) (225,8) (23,4) (14,6) (125,3) 483,4 (22,8) (0,5) (131,6) 511,5 (71,3) (22,5) (306,8) 862,7 (75,5) (14,6) (294,2) 650,4 (69,3) (74,5) (318,4) 438,8 (51,3) (16,7) (298,0) 334,5 (24,7) (27,7) (53,0) (56,5) (62,9) (53,2) (1,1) (32,0) (21,5) (15,6) 7,7 9,5 19,5 477,0 0,0 77,8 529,6 0,0 105,2 893,4 0,0 25,3 603,6 0,0 25,5 409,0 40,6 22,8 313,6 55,5 477,0 (121,2) (2,0) 353,8 529,6 (112,6) (2,4) 414,5 893,4 (188,8) (3,9) 700,7 603,6 (145,8) (4,4) 453,4 449,6 (111,9) (4,6) 333,1 369,1 (118,7) (3,0) 247,4 0,43 0,50 0,84 0,55 0,40 0,30 0,43 n.a. 0,50 n.a. 0,84 0,27 0,55 0,20 0,40 0,20 0,30 0,11 380,1 217,5 653,0 866,5 879,8 550,4 (102,4) 14,7 (110,0) (262,7) (280,8) (272,5) (184,8) (323,5) (522,2) (432,4) (432,4) (249,5) 3.079,0 2.925,5 n.d. n.d. 3.090,7 2.942,5 3.081,2 2.943,3 3.989,0 3.785,3 4.011,8 3.788,3 252,9 3.331,8 n.d. n.d. 255,5 3.346,2 261,1 3.342,3 136,1 4.125,1 138,2 4.150,0 275,6 2.660,2 2.935,8 6.267,6 n.d. n.d. n.d. n.d. 157,6 2.430,4 2.588,1 5.934,3 227,3 1.922,8 2.150,1 5.492,4 234,1 1.804,2 2.038,3 6.163,4 190,2 1.728,7 1.918,9 6.068,9 2.514,7 1.550,0 n.d. n.d. 2.385,9 1.612,9 1.846,1 1.547,9 1.914,2 1.446,3 1.675,3 1.683,8 34 31 de Dezembro (auditadas) 30 de Junho (não auditadas)(1) IFRS 2006 Passivos correntes Total do Passivo Total do Capital Próprio e Passivo Outra Informação Financeira Investimento (7) Capital empregue médio (8) Dívida líquida(9) EBITDA (10) Dívida líquida / EBITDA EBITDA / juros Dívida líquida / Capital próprio (11) Rendibilidade do capital empregue médio (ROACE) (12) Informação por Segmento de Negócio Margem bruta(2) Exploração e Produção Refinação e Distribuição Aprovisionamento e Venda de Gás Natural Distribuição de Gás Natural Power Outros (13) EBITDA(10) Exploração e Produção Refinação e Distribuição Aprovisionamento e Venda de Gás Natural Distribuição de Gás Natural Power Outros(13) Resultados operacionais Exploração e Produção Refinação e Distribuição Aprovisionamento e Venda de Gás Natural Distribuição de Gás Natural Power Outros (13) Informação relativa à Actividade Produção de crude (milhares barris / dia) Capacidade de refinação (milhares barris / dia) Quantidades processadas (milhões de toneladas) Vendas de produtos refinados (milhões de toneladas) Margem bruta de refinação ($/barril) (14) Número de postos Volume de vendas Retalho (milhares de m3 ) Volume de vendas Wholesale (milhares de toneladas) 2.202,9 3.753,0 IFRS 2005 2005 POC 2004 2004 2003 (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) n.d. 1.935,5 2.098,3 2.802,9 2.709,8 n.d. 3.548,4 3.646,2 4.249,2 4.393,6 6.267,6 n.d. 5.934,3 5.492,4 6.163,4 6.068,9 120,7 n.d. 984,7 623,3 n.a. 25,3x 117,6 n.d. n.d. 643,6 n.a. 23,2x 315,3 3.438,7 1.191,5 1.192,1 1,0x 22,5x 328,9 n.d. 1.502,7 959,2 1,6x 17,0x 343,3 3.482,4 1.496,7 831,7 1,8x 13,2x 448,1 3.587,5 1.929,6 649,2 3,0x 12,2x 39,2% n.d. 49,9% 81,4% 78,2% 115,2% n.a. n.a. 21,9% n.d. 10,7% 7,7% 1.018,2 27,7 772,2 1.009,4 30,3 779,6 1.975,2 62,1 1.493,8 1.674,7 42,4 1.315,5 1.525,2 42,4 1.167,3 1.243,4 38,0 983,9 130,8 74,1 4,9 8,5 623,3 16,2 444,7 116,8 74,8 5,2 2,8 643,6 20,7 479,6 255,1 137,7 9,0 17,6 1.192,1 40,2 848,7 189,6 124,7 4,7 (2,2) 959,2 25,5 726,0 188,2 124,7 4,7 (2,0) 831,7 25,5 593,9 122,2 104,7 (0,1) (5,3) 649,2 19,9 494,8 111,0 46,3 2,6 2,4 483,4 3,5 349,9 102,1 49,1 3,5 (11,4) 511,5 10,4 386,0 218,4 82,2 3,7 (1,0) 862,7 18,2 601,9 146,1 70,1 2,8 (11,3) 650,4 (18,9) 520,4 146,9 73,6 2,8 (11,0) 438,8 (19,3) 338,9 96,5 58,8 (1,5) (19,3) 334,5 7,6 262,6 93,8 32,9 1,2 2,1 86,6 38,7 2,0 (12,1) 186,3 58,5 0,8 (2,9) 113,0 50,1 0,0 (14,1) 93,9 38,9 (0,2) (13,4) 63,1 24,3 (1,6) (21,3) 4,1 3,9 4,3 4,5 4,5 4,9 310 310 310 310 310 310 6,8 6,3 14,1 13,6 13,6 13,7 8,1 7,7 15,2 14,9 14,9 14,2 5,2 1.052 6,8 1.085 7,3 1.060 6,0 1.094 6,0 1.094 3,7 1.090 1.533 1.601 3.241 3.262 3.262 3.131 2.709 2.714 5.502 4.424 4.424 3.780 35 31 de Dezembro (auditadas) 30 de Junho (não auditadas)(1) IFRS 2006 IFRS 2005 2005 POC 2004 2004 2003 (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Volume de vendas GPL (milhares de toneladas) Vendas do Segmento de Aprov. e Venda de gás natural (milhões de m3) Eléctrico Industrial Distribuidoras de Gás Natural Trading Vendas do Segmento da Distribuição de Gás Natural (milhões de m3) (15) Residencial Comercial Industrial Clientes das distribuidoras de gás natural (milhares) (15) Energia gerada (GWh) 220 212 406 423 423 431 2.223 897 768 2.137 1.031 721 4.234 2.013 1.447 4.015 1.725 1.292 4.015 1.725 1.292 3.443 1.125 1.210 379 179 355 30 656 119 622 376 622 376 561 547 274 10286 2623 147 259 99 23 137 478 175 43 260 453(16) 163 42 248 453(16) 163 42 248 407(16) 144 38 225 761,8 770 710,1 773 738,9 1.375 683,2 (17) 1.219 683,2 (17) 1.219 631,9 (17) 726 n.a. – não aplicável n.d. – não disponível (1) Não auditadas mas sujeitas a exame simplificado. (2) A margem bruta em 31 de Dezembro de 2003 e 2004, apresentada nos Relatórios e Contas (POC), difere da incluída neste Documento de Registo de Acções devido à reclassificação das prestações de serviços, que foram consideradas para o cálculo da margem bruta. (3) Ajustado pela alteração do valor nominal das acções (“stock split”) aprovado em 31 de Maio de 2006 (vide “Informação Adicional” infra). (4) O activo fixo líquido inclui o total do activo imobilizado corpóreo e incorpóreo líquido. (5) Inclui impostos diferidos activos a 31 de Dezembro de 2004 e 2003. (6) Inclui impostos diferidos passivos a 31 de Dezembro de 2004 e 2003. (7) Total do investimento em activo imobilizado corpóreo e incorpóreo. (8) Capital próprio (excluindo interesses minoritários) adicionado da dívida líquida no final do ano “n”, adicionado do Capital próprio (excluindo interesses minoritários) adicionado da dívida líquida no final do ano “n-1”, tudo dividido por 2. (9) Obrigações e empréstimos de curto e longo prazo deduzidos dos títulos negociáveis, depósitos bancários e caixa. (10) O EBITDA é definido como Resultados operacionais adicionados das amortizações e provisões. O EBITDA não é uma medida padrão, pelo que não deverá ser utilizado nas comparações entre empresas. O EBITDA não é uma medida directa de liquidez e deverá ser analisado conjuntamente com os cash flows reais resultantes das actividades operacionais e tendo em conta os compromissos financeiros existentes. O EBITDA pode não ser indicativo dos resultados operacionais históricos, nem pretende prever resultados futuros (vide “Informações financeiras sobre o Activo e o Passivo, a Situação Financeira e os Ganhos e Prejuízos do Emitente”). (11) Dívida líquida / (Capital Próprio mais Interesses minoritários). (12) Resultado líquido deduzido do [resultado financeiro excluindo os resultados de empresas do grupo e associadas multiplicado por (1 menos a taxa de IRC)] e dividido pelo capital empregue médio do período. (13) “Outros” inclui sobretudo custos de estrutura (“corporate overhead”) e eliminações intragrupo. (14) Para a definição de margem de refinação, vide “Panorâmica Geral das Actividades – Principais actividades e mercados – Refinação e Distribuição de Produtos Petrolíferos” infra. (15) Incluindo determinadas distribuidoras de gás natural nas quais a Galp Energia detém uma participação significativa, apesar de não serem abrangidas pelo perímetro de consolidação de contas. (16) Excluindo os volumes da Portgás, que foi alienada em Janeiro de 2005 (vide “Análise da Exploração e da Situação Financeira” infra). (17) Excluindo os clientes da Portgás, que foi alienada em Janeiro de 2005 (vide “Análise da Exploração e da Situação Financeira” infra). 36 4. INFORMAÇÕES SOBRE O EMITENTE 4.1 Antecedentes e evolução do Emitente A denominação social do Emitente é Galp Energia, SGPS, S.A.. A Galp Energia encontra-se registada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa, é identificada como pessoa colectiva número 504 499 777 e exerce a sua actividade em Portugal, localizando-se a sua sede na Rua Tomás da Fonseca, Torre C, 1600-209, em Lisboa. O número de telefone da Galp Energia é o 21 724 25 00. A Galp Energia foi criada, sob a forma de sociedade anónima de capitais públicos, pelo Decreto-lei n.º 137-A/99, de 22 de Abril, com a denominação de “Galp – Petróleos e Gás de Portugal, SGPS, S.A.”, tendo adoptado, em 13 de Setembro de 2000, a denominação actual – Galp Energia, SGPS, S.A.. À data da sua constituição, a Galp Energia agrupou as participações directas do Estado nas seguintes sociedades: Petróleos de Portugal – Petrogal, S.A. (“Petrogal”), GDP e Transgás. O capital inicial da Galp Energia, no montante de 411.383.565 Euros, foi integralmente realizado em espécie, pela entrega das participações financeiras detidas pelo Estado nas empresas acima mencionadas. Em Setembro de 1999, foi efectuado, pelo Estado, outro aumento de capital social, passando este para 502.164.785 Euros. O Decreto-Lei n.º 261-A/99, de 7 de Julho, aprovou o início do processo de privatização da Galp Energia, com a abertura do capital da empresa aos restantes accionistas da Petrogal e da Transgás, através de aumento de capital por entradas essencialmente em espécie e através da entrega das participações nas referidas empresas, reservado àqueles accionistas. Assim, em 31 de Dezembro de 1999, foi concretizado um aumento do capital social no montante de 327.085.850 Euros, subscrito pelas Petrocontrol, SGPS, S.A. (“Petrocontrol”), EDP - Energias de Portugal, S.A. (“EDP”), CGD, Portgás e Setgás, passando o capital para 829.250.635 Euros. Em 13 de Julho de 2000, na sequência dos acordos celebrados em 17 de Janeiro do mesmo ano e da segunda fase do processo de privatização da Galp Energia, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 21/2000, de 1 de Março, e regulamentada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 10A/2000, de 16 de Março, as empresas ENI e Iberdrola, S.A. (“Iberdrola”) – assinaram com o Estado contratos de compra e venda de acções, adquirindo 11% e 4%, respectivamente, do capital da Galp Energia. Simultaneamente, a Petrocontrol alienou a totalidade da sua participação na Galp Energia, tendo o grupo ENI adquirido 22,34% e a EDP 11,0%. Através do Decreto-Lei n.º 124/2003, de 20 de Junho, foi aprovada a terceira fase do processo de privatização da Galp Energia. Na sequência deste decreto, a REN adquiriu 18,3% do capital social da Galp Energia, dos quais 13,5% foram adquiridos à CGD e os restantes 4,8% ao Estado. Posteriormente, a Parpública adquiriu 0,75%, 3,48% em 2004 e, no decurso do exercício de 2005, adquiriu ao Estado uma participação adicional de 8,06% do capital social da Galp Energia. No início de 2006 ocorreu nova alteração da estrutura accionista da Galp Energia. Para informações relativas à estrutura accionista actual da Galp Energia, vide a secção “Principais Accionistas” infra. De seguida apresenta-se um resumo dos factos mais marcantes da evolução da actividade do Emitente: 37 1999 • Criação da Galp Energia como um veículo de reestruturação do sector energético em Portugal, nas áreas do petróleo e gás natural. 2000 • Obtenção dos primeiros resultados relevantes na produção de petróleo em Angola. Participação no Brasil no 2º License Round com a obtenção, juntamente com a Petrobrás – Petróleo Brasileiro, S.A. (“Petrobrás”), da concessão de duas participações de 10% em blocos localizados no deep offshore da Bacia de Santos. • Início dos trabalhos de preparação do terreno para a construção do Terminal de Gás Natural Liquefeito (“Terminal de GNL”), em Sines. 2001 • Conclusão da substituição do Gás de Cidade por Gás Natural em Lisboa, e da construção de uma caverna de armazenamento de gás propano, em Sines. 2002 • Aquisição de 5% da CLH – Compañia Logística de Hidrocarboros, S.A. (“CLH”) que facilitou o desenvolvimento de uma estratégia de logística no mercado espanhol, permitindo levantar produtos em 15 parques de armazenamento disseminados por Espanha. 2003 • Conclusão dos investimentos no Terminal de GNL em Sines e ligação desta infraestrutura à rede nacional através do gasoduto Sines-Setúbal. • Concretização da operação de swaps, processo que envolveu a troca com a Compañia Española de Petroleos, S.A., a Cepsa Portuguesa S.A., a Total España S.A. e a Total Portuguesa S.A. de 79 postos em Espanha e por cedência de 78 postos em Portugal. 2004 • Reforçou-se a presença no mercado espanhol com a aquisição da BP Enértica que permitiu a integração de uma base de clientes atractiva e de uma plataforma logística que possibilitou o alargamento da cadeia de valor em Espanha chegando mais próximo do cliente final. 2005 • Em 31 de Janeiro de 2005, a Galp Energia, através da Petrogal adquiriu à Total a totalidade do capital social da Empresa Petróleos de Valência, proprietária do Parque de Armazenamento Terminal de Valência. • Venda à EDP da participação financeira e suprimentos que a Galp Energia detinha indirectamente na Portgás, representando um valor global de 86,4 milhões de Euros. 38 2006 • Concretização do Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural. • Aprovação pela ERSE da nova regulação do sector do gás natural. 4.2 Investimentos Investimentos A actividade desenvolvida pela Galp Energia exige um esforço contínuo de investimento. O quadro seguinte apresenta os valores totais de investimento para os períodos indicados. 31 de Dezembro 30 de Junho IFRS IFRS 2006 2005 2005 POC 2004 2004 2003 (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Investimentos (1) Exploração e produção .................... Refinação e distribuição ................... Aprovisionamento e Venda de Gás Natural ......................................... Distribuição de Gás Natural .............. Power ............................................ 41,9 30,2 40,3 40,4 82,3 142,1 70,6 165,2 72,4 166,8 39,5 205,0 ....................................... 22,9 25,2 0,4 0,1 8,1 28,0 0,0 0,8 17,7 69,9 0,7 2,7 25,9 62,2 4,6 0,4 37,0 62,2 4,5 0,4 124,3 72,1 1,7 5,5 Total ......................................... 120,7 117,6 315,3 328,9 343,3 448,1 Outros (2) ____________________ (1) Estes valores podem diferir dos investimentos apresentados nos Relatórios de Gestão incluídos nos Relatórios e Contas da Galp Energia devido a diferentes ópticas de análise, uma vez que os valores incluídos nesses relatórios estão apresentados numa óptica de gestão. (2) Inclui os custos de investimento de alguns projectos que não estão directamente incluídos nos segmentos de negócio da Galp Energia Para além do exposto no quadro acima, a Galp Energia efectuou investimentos através de diversas aquisições de partes de capital, nomeadamente, 17,3 milhões de Euros em 2005, 4,5 milhões de Euros em 2004 e 17 milhões de Euros em 2003. Estes investimentos incluem a aquisição da Gesoil, S.A. (sociedade responsável pela gestão dos postos que a Galp Energia adquiriu através de permuta com a Total em Espanha em 2003) por 15 milhões de Euros, a aquisição do capital da BP Enértica por 2,2 milhões de Euros em 2004 e a aquisição da Petróleos de Valencia, S.A. (sociedade que detém instalações de armazenamento e presta serviços de logística em Espanha), por 13,9 milhões de Euros em 2005. Comparação do semestre findo a 30 de Junho de 2006 com o semestre findo a 30 de Junho de 2005 (IFRS) Os investimentos totais aumentaram 2,6% para 120,7 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006, sendo de 117,6 milhões de Euros no período homólogo do ano anterior. O segmento de negócio de Exploração e Produção investiu 41,9 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006, sobretudo nas actividades de exploração e desenvolvimento no Bloco 14 em Angola e na aquisição de estudos sísmicos para os blocos resultantes da 6ª e 7ª ronda no Brasil. O segmento de Refinação e Distribuição investiu 30,2 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006, fundamentalmente focalizados na actividade de Distribuição, com destaque para a aquisição de quantidades adicionais de garrafas de GPL “Pluma” e para a construção de novos postos de abastecimento em Portugal e em Espanha. O segmento de negócio de 39 Aprovisionamento e Venda de Gás Natural investiu 22,9 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006, que dizem respeito essencialmente à transferência de stocks de gás natural para imobilizado, relacionado com o enchimento da primeira caverna de armazenagem subterrânea (cushion gas) e com outros investimentos também associados à armazenagem subterrânea (instalações de superfície). O segmento de negócio de Distribuição de Gás Natural investiu 25,2 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006, aplicado sobretudo na expansão da rede e em conversões para consumo de gás natural. O segmento de negócio de Power investiu 0,4 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006, essencialmente canalizado para o projecto da cogeração da Refinaria de Sines. O segmento de negócio de Exploração e Produção investiu 40,3 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005, sobretudo nas actividades de exploração e desenvolvimento no Bloco 14 em Angola. O segmento de Refinação e Distribuição investiu 40,4 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005, fundamentalmente na construção das instalações logísticas na ilha da Madeira, em investimentos de substituição e renovação na refinaria de Sines e do Porto, na construção e remodelação de postos de abastecimento e lojas de conveniência em Portugal e em Espanha. O segmento de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural investiu 8,1 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005, que dizem respeito essencialmente à construção de cavernas de armazenagem subterrânea e alguns ramais industriais. O segmento de negócio de Distribuição de Gás Natural investiu 28,0 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005, aplicado sobretudo na expansão da rede e em conversões para consumo de gás natural. Comparação do exercício findo a 31 de Dezembro de 2005 com o exercício findo a 31 de Dezembro de 2004 (IFRS) Os investimentos totais decresceram 4,1%, de 328,9 milhões de Euros em 2004 para 315,3 milhões de Euros em 2005. O segmento de negócio de Exploração e Produção investiu 82,3 milhões de Euros em 2005, sobretudo nas actividades de exploração e desenvolvimento no Bloco 14 em Angola. O segmento de Refinação e Distribuição investiu 142,1 milhões de Euros em 2005, fundamentalmente em investimento de substituição e renovação na refinaria do Porto e na refinaria de Sines, na abertura de novos postos em Portugal e Espanha e na construção das instalações logísticas na ilha da Madeira. O segmento de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural investiu 17,7 milhões de Euros em 2005, principalmente em melhorias no armazenamento subterrâneo, no gasoduto de alta pressão e na rede de fornecimento de gás natural de média pressão. O segmento de negócio de Distribuição de Gás Natural investiu 69,9 milhões de Euros em 2005, aplicado sobretudo na expansão da rede e em conversões para consumo de gás natural. O segmento de negócio de Power investiu 0,7 milhões de Euros em 2005, cuja maior parte foi afecta ao projecto de cogeração da Refinaria de Sines. Comparação do exercício findo a 31 de Dezembro de 2004 com o exercício findo a 31 de Dezembro de 2003 (POC) O total dos investimentos sofreu uma redução de 23,4%, de 448,1 milhões de Euros em 2003 para 343,3 milhões de Euros em 2004. O segmento de Exploração e Produção investiu 72,4 milhões de Euros em 2004, essencialmente nas actividades de exploração e desenvolvimento no Bloco 14 em Angola. O segmento de Refinação e Distribuição investiu 166,8 milhões de Euros no investimento de substituição e renovação da refinaria do Porto e da refinaria de Sines, na abertura de novos postos em Portugal e Espanha, na expansão da rede de lojas de conveniência e na construção das instalações logísticas na ilha da Madeira. O segmento de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural investiu 37,0 milhões de Euros em 2004, principalmente na conclusão do Terminal de GNL, no armazenamento subterrâneo e na 40 expansão da rede de clientes industriais. O segmento de Distribuição de Gás Natural investiu 62,2 milhões de Euros em 2004, quase exclusivamente relacionados com a expansão da rede e com as conversões para gás natural. O segmento de Power investiu 4,5 milhões de Euros em 2004, maioritariamente na instalação da central de cogeração da Powercer. O segmento de Exploração e Produção investiu 39,5 milhões de Euros em 2003, fundamentalmente nas actividades de exploração e desenvolvimento do Bloco 14 em Angola. O segmento de Refinação e Distribuição investiu 205,0 milhões de Euros em 2003, com a mudança da imagem da marca nos postos e a abertura de novos postos e lojas de conveniência, em Portugal e em Espanha, bem como o investimento de substituição e renovação na refinaria do Porto e na refinaria de Sines. O segmento de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural investiu 124,3 milhões de Euros, sobretudo na construção do terminal de GNL, no gasoduto Sines-Setúbal (que liga o terminal de GNL à rede de alta pressão) e no armazenamento subterrâneo. O segmento de Distribuição de Gás Natural investiu 72,1 milhões de Euros, fundamentalmente no projecto de conversão de consumos para gás natural e na construção da rede de distribuição. O segmento de Power investiu 1,7 milhões de Euros na construção da central de cogeração no Carriço. Imobilizado em curso Os principais investimentos em curso estão a ser financiados com recurso ao cash flow gerado pelas operações da Galp Energia. Do investimento total em curso, líquido de subsídios, a 30 de Junho de 2006 no montante de 294,0 milhões de Euros, 169,0 milhões de Euros são investimentos em curso no segmento de negócio de Exploração e Produção, concentrados na sua maioria na exploração e desenvolvimento de petróleo no Bloco 14K/A-IMI e no Bloco 14 em Angola (106,6 milhões de Euros) e ainda 36,9 milhões de Euros na exploração de petróleo nos blocos 32 e 33 em Angola e 25,5 milhões de Euros na pesquisa e exploração de petróleo e gás natural no Brasil. O segmento de Refinação e Distribuição representa 61,7 milhões de Euros do investimento em curso, dos quais 26,9 milhões de Euros na actividade de Refinação, e 34,8 na Distribuição, sobretudo na renovação e expansão da rede de postos de abastecimento. No segmento de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural existem investimentos em curso no montante de 12,1 milhões de Euros respeitantes à armazenagem subterrânea, no segmento de Distribuição de Gás Natural existem 11,9 milhões de Euros de investimento em curso relativos a redes e reconversões e no segmento Power 1,6 milhões de Euros da central de cogeração na refinaria de Sines. Existem ainda diversos investimentos em curso que totalizam 37,8 milhões de Euros. Principais investimentos futuros O plano de investimentos da Galp Energia para o período 2006-2010 prevê investimentos totais no valor aproximado de 3.397 milhões de Euros, dos quais 120,7 milhões de Euros foram já investidos no semestre findo a 30 de Junho de 2006. A Galp Energia planeia investir aproximadamente 769 milhões de Euros na Exploração e Produção, 1.693 milhões de Euros na Refinação e Distribuição (incluindo o projecto de reconversão na refinaria de Sines), 51 milhões de Euros no segmento de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural, 299 milhões de Euros na Distribuição de Gás Natural, e 576 milhões de Euros no Power. A Galp Energia prevê que o investimento no segmento de Power será concentrado na construção de duas centrais de ciclo combinado de turbina a gás natural (CCGT) de 400MW cada, e em projectos de instalação de parques eólicos, ambos em Portugal. Cerca de 23% do plano de investimento para 20062010 é destinado à expansão das actividades do segmento de Exploração e Produção, nomeadamente, em Angola e no Brasil. 41 O plano de investimento da Galp Energia não tem carácter vinculativo, estando sujeito a revisões periódicas pelo Conselho de Administração da Empresa. Assim, é expectável que os montantes planeados possam alterar-se no futuro e que os montantes efectivamente dispendidos possam ser substancialmente diferentes dos previstos. O plano de investimentos da Galp Energia será financiado pelos cash flows gerados pela actividade operacional da Empresa, por capitais alheios e, se necessário, por capitais próprios. Os financiamentos deverão ser preferencialmente obtidos pela Galp Energia que por sua vez financiará as suas empresas participadas, excepto, por exemplo, no caso de financiamentos, como project finance ou outras operações estruturadas, que poderão ser realizados ao nível das empresas operacionais. 42 5. PROCESSO DE SEPARAÇÃO DAS ACTIVIDADES REGULADAS NO SECTOR DO GÁS NATURAL Enquadramento Legal A Directiva 2003/55/EC do Parlamento Europeu e do Conselho de 26 de Junho 2003 (a “Directiva do Gás”) estabelece que os mercados de gás natural devem ser abertos, progressivamente, à concorrência. A referida Directiva do Gás determina a separação entre as actividades de transporte e distribuição de gás natural, bem como a separação destas actividades do negócio de comercialização de gás natural, de forma a permitir o acesso de terceiros às infra-estruturas gasistas. Ao abrigo desta directiva, foi dada a possibilidade a todos os clientes não residenciais de gás natural, de escolherem livremente o seu fornecedor a partir de 1 de Julho de 2004 e, para os restantes clientes, a partir de 1 de Julho de 2007. No entanto, os Estados-Membros tiveram a opção de prorrogar a aplicabilidade de determinadas normas constantes da Directiva do Gás, através dos mecanismos de derrogação previstos na mesma. Nestes termos, Portugal beneficia de uma derrogação em sede de aplicação da Directiva do Gás que permite que os Estados-Membros considerados “mercados emergentes” no sector do gás natural atrasem a data para a implementação de determinadas normas constantes da referida directiva. Neste sentido, são considerados mercados emergentes os Estados-Membros relativamente aos quais o primeiro fornecimento de gás, no âmbito de contratos de fornecimento de longo prazo, tenha ocorrido há menos de 10 anos. O primeiro fornecimento de gás natural em Portugal ocorreu em 1997, pelo que Portugal teve a possibilidade de adiar a liberalização do mercado de gás natural até 2007. Na sequência da entrada em vigor da Directiva do Gás, o Governo Português delineou a estratégia nacional para o sector da energia através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 169/2005, de 24 de Outubro. A referida Resolução do Conselho de Ministros determinou a separação de alguns activos, obrigações e actividades a eles associadas relativos ao transporte e armazenamento de gás natural e à regaseificação e armazenamento de gás natural liquefeito (“Actividades Reguladas”), e a respectiva alienação para a REN, a concessionária da rede nacional de transmissão de energia eléctrica. A Directiva do Gás foi implementada em Portugal através do Decreto-Lei n.º. 30/2006, de 15 de Fevereiro (o Decreto-Lei 30/2006). O Decreto-Lei 30/2006 estabelece os princípios gerais da organização e funcionamento do sistema nacional de gás natural e determina a separação da actividade de comercialização e aprovisionamento de gás natural, de todas as actividades reguladas de (i) armazenamento subterrâneo de gás natural, (ii) transporte de gás natural, (iii) armazenamento e regaseificação de gás natural liquefeito, (iv) distribuição de gás natural (sujeita a determinadas excepções adiante descritas), e de (v) comercialização de último recurso. Este regime foi posteriormente desenvolvido através do Decreto-Lei n.º 140/2006, de 26 de Julho (o “Decreto-Lei 140/2006”), que estabelece, entre outras coisas, os termos das concessões e licenças para as actividades reguladas de gás natural. O Decreto-Lei 140/2006 estabelece, ainda, que a liberalização do mercado português de gás natural ocorrerá em 1 de Janeiro de 2007, para as produtoras de electricidade em regime ordinário, em 1 de Janeiro de 2008, para os clientes que consumam anualmente quantidades iguais ou superiores a 1 milhão de m3, em 1 de Janeiro de 2009, para os clientes que consumam anualmente quantidades iguais ou superiores a 10.000 de m3 e, em 1 de Janeiro de 2010, para todos os demais clientes. Processo de Separação das Actividades Reguladas No contexto legal referido supra, a Transgás, a Transgás SGPS, a GDP e a REN, celebraram em 30 de Agosto de 2006, um contrato promessa de compra e venda (“Contrato Promessa”) 43 nos termos do qual acordaram em transmitir as Actividades Reguladas à REN ou a sociedades por esta controladas (“Processo de Separação das Actividades Reguladas”). O Processo de Separação das Actividades Reguladas compreende as seguintes transacções: • Activos de Transporte. A Transgás alienou à REN os gasodutos e outros activos relacionados com a rede de transporte de gás natural em alta-pressão localizados em território português, incluindo a participação de 88% no capital social da sociedade Gasoduto Campo Maior – Leiria – Braga S.A., e a participação de 51% no capital social da sociedade Gasoduto Braga-Tuy, S.A. (“Sociedades Portuguesas de Gasodutos”). Esta venda também incluiu os direitos e obrigações da Transgás relacionados com a rede de gasodutos localizada em Portugal, ao abrigo das relações contratuais existentes entre a Transgás, a empresa espanhola responsável pelo transporte de gás natural em Espanha (“Enagás”) e as Sociedades Portuguesas de Gasodutos, incluindo os direitos de reserva de capacidade de transporte de gás natural em cada um destes gasodutos. Note-se que as Sociedades Portuguesas de Gasodutos eram controladas pela Transgás e pela Enagás, e, de acordo com os contratos celebrados aquando da implementação do projecto de gás natural em Portugal, foram atribuídos às respectivas sociedades de gasodutos, direitos de capacidade de transporte em cada um dos gasodutos. • Cavernas de armazenamento. A Transgás alienou à REN três cavernas de armazenamento subterrâneo de gás natural e as respectivas instalações de superfície localizadas em Pombal. Para além das referidas cavernas, a Transgás, através da Transgás Armazenagem, Sociedade Portuguesa de Armazenagem, S.A. (“Transgás Armazenagem”) (sociedade por ela detida em regime de domínio total), poderá ter de alienar à sociedade concessionária de armazenamento subterrâneo em relação de domínio total inicial com a REN, outras cavernas de armazenamento subterrâneo de gás natural que integrem o objecto da concessão da Transgás Armazenagem, após esgotada a capacidade de expansão de armazenamento subterrâneo desta, no caso de as mesmas virem a ser consideradas pela tutela da área da energia como necessárias ao reforço da capacidade de reservas de segurança. • Instalações de regaseificação. A Transgás SGPS e a GDP venderam à REN 100% do capital social da SGNL – Sociedade Portuguesa de Gás Natural Liquefeito, S.A. (“SGNL”), a entidade titular e operadora do terminal de regaseificação de gás natural liquefeito localizado em Sines; • Dívida. A dívida relacionada com as Actividades Reguladas foi transferida para os compradores dos activos correspondentes. O Processo de Separação das Actividades Reguladas foi formalmente concluído em 26 de Setembro de 2006, através da realização das seguintes operações: a) Celebração de uma escritura pública de transmissão de estabelecimento comercial outorgada entre a Transgás e a REN, na qual a Transgás transmitiu à REN: (i) a rede de transporte de gás natural em alta pressão (ii) três cavernas de armazenamento subterrâneo de gás natural, incluindo as inerentes instalações de superfície, estando duas já em operação e a terceira em construção, bem como os direitos de utilização do subsolo para a construção de pelo menos mais duas cavernas no mesmo local; (iii) as instalações e equipamentos necessários à adequada operação de todas as infra-estruturas referidas nas alíneas anteriores, (iv) os direitos, obrigações e responsabilidades associados aos referidos bens e às actividades de transporte de gás natural em alta pressão, e de armazenamento subterrâneo de gás natural; b) celebração entre a Transgás SGPS e a GDP (enquanto vendedoras) e a REN (como compradora) de um contrato de compra e venda das acções da SGNL, sociedade que opera o terminal de recepção, armazenamento e regaseificação de gás natural liquefeito situado em Sines e que exerce as actividades de recepção, armazenamento e regaseificação de gás natural liquefeito. Imediatamente após a conclusão das operações acima descritas, a REN constituiu duas novas sociedades, a REN – Gasodutos, S.A. (“REN Gasodutos”), e a REN – Armazenagem, S.A. (“REN 44 Armazenagem”), através da realização de entradas em espécie, as quais consistiram, respectivamente, no conjunto dos activos afectos às actividades de transporte e de armanzenamento de gás natural previamente adquiridos pela REN à Transgás no âmbito do Processo de Separação das Actividades Reguladas. Paralelamente, na mesma data, 26 de Setembro de 2006, a REN procedeu à alteração da denominação social da SGNL, cujas acções adquiriu no âmbito do Processo de Separação das Actividades Reguladas, para REN Atlântico - Terminal de GNL, S.A. (“REN Atlântico”). No contexto da referida transmissão de activos, ocorreram as seguintes atribuições de concessões e celebração de contratos: • Atribuição pelo Estado português das novas concessões para as actividades de (i) transporte de gás natural através da Rede Nacional de Transporte de Gás Natural à sociedade REN Gasodutos, (ii) armazenamento subterrâneo de gás natural, sendo atribuída uma concessão à sociedade REN Armazenagem e outra à sociedade Transgás Armazenagem e (iii) recepção, armazenamento e regaseificação de gás natural liquefeito em terminais de GNL à sociedade REN Atlântico; • Celebração entre a Transgás e o Estado de contrato que modifica o actual contrato de concessão do serviço público de importação, transporte e fornecimento de gás natural, através da rede de alta pressão, datado de 14 de Outubro de 1993 (“Contrato de Aditamento”). O Contrato de Aditamento, cuja minuta foi aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 109/2006, de 23 de Agosto, visa regular a transição da estrutura contratual relativa às actividades relacionadas com o sector do gás natural, de modo a adaptá-la ao disposto no Decreto-Lei n.º 30/2006 e no Decreto-Lei n.º 140/2006. Nesse sentido, o Contrato de Aditamento estabelece: - a atribuição a partir de 1 de Janeiro de 2007 de uma licença de comercialização livre de gás natural à Transgás para todos os consumidores, que de acordo com o calendário de abertura do mercado, sejam considerados clientes elegíveis; - a atribuição a partir de 1 de Janeiro de 2007 de uma licença de comercialização de último recurso de gás natural a clientes com consumo anual igual ou superior a 2.000.000m3 normais, a uma sociedade dominada pela Transgás. O período de duração desta licença termina em 31 de Dezembro de 2028. - quitação relativa a reequilíbrio baseada em determinados pressupostos; e • Celebração de contratos entre a Transgás e as concessionárias das actividades de transporte de gás natural através da Rede Nacional de Transporte de Gás Natural, armazenamento subterrâneo de gás natural e recepção, armazenamento e regaseificação de gás natural liquefeito (as sociedades REN Gasodutos, REN Armazenagem e REN Atlântico em relação de domínio total com a REN), estabelecendo as condições nos termos das quais as novas concessionárias prestarão à Transgás os serviços de (i) acesso à infra-estrutura de transporte de gás natural em alta pressão, (ii) acesso às infra-estruturas de armazenamento de gás natural, e (iii) regaseificação de gás natural liquefeito, ao abrigo de uma tarifa definida pelas partes. Estes contratos têm natureza transitória até que entrem em vigor as tarifas definitivas (vide “Legislação que regula a actividade de Emitente” infra) e assumem o pressuposto de que a Transgás é o utilizador exclusivo das referidas infra-estruturas gasistas. Nestes termos, os referidos contratos prevêem a respectiva substituição por novos contratos que se adeqúem aos requisitos que venham a ser estabelecidos no âmbito do quadro regulativo que foi aprovado a 11 de Setembro de 2006 pela ERSE e publicado em Diário da República no dia 25 de Setembro de 2006. Em 26 de Setembro de 2006, a REN pagou, pelas Actividades Reguladas, o montante de 526,3 milhões de Euros a título provisório, calculado da seguinte forma: • Activos de transporte de gás natural. 419,9 milhões de Euros, pagos à Transgás, pela rede de alta pressão de transporte de gás natural e direitos e actividades com eles relacionados, calculado com base num valor estimado total dos referidos activos de 738,0 milhões de Euros, 45 deduzidos de 318,1 milhões de Euros de dívida (actualizados à data da conclusão da operação) assumida pela REN. O montante de 738,0 milhões de Euros será objecto de ajustamento (só no caso do ajustamento resultar num valor superior), designadamente em função da tarifa a aplicar pela REN aos serviços de transporte de gás natural, no contexto do quadro regulativo definido pela ERSE em 11 de Setembro de 2006 (vide “Legislação que Regula a Actividade do Emitente” infra). Até à entrada em vigor das tarifas definitivas, a Galp Energia pagará a tarifa provisória de 0,0205 Euros por m3 pelos serviços de transporte de gás natural, tal como definido no memorando de entendimento assinado entre a REN e a Galp Energia em 28 de Abril de 2006 (“Memorando de Entendimento”) que será ajustada no final do ano (vide “Informações Financeiras Pró-Forma” infra). • Instalações de armazenamento subterrâneo de gás natural. 76,4 milhões de Euros pagos à Transgás, pelas instalações de armazenamento de gás natural, sendo que 60,5 milhões de Euros correspondem ao valor das instalações, e 15,9 milhões de Euros correspondem ao valor patrimonial da quantidade de gás natural mínima que tem de existir no interior das cavernas de armazenamento subterrâneo de gás natural para manter a respectiva operacionalidade (“cushion gas”). O referido montante de 76,4 milhões de Euros será alvo de ajustamento (tanto para valores superiores, como para valores inferiores), em função das tarifas que vierem a ser fixadas no contexto do quadro regulativo definido pela ERSE, designadamente no que se refere à tarifa a aplicar pela REN aos serviços de armazenamento de gás natural. Até à entrada em vigor das tarifas definitivas, a Galp Energia pagará a tarifa provisória de 9,3 milhões de Euros por ano, acrescida de 0,0014 Euros por m3, pelos serviços de armazenamento de gás natural. • Instalações de regaseificação (acções da sociedade SGNL). 30,0 milhões de Euros, pagos à Transgás SGPS e à GDP, relativamente à venda das acções da SGNL, sendo que 11,6 milhões correspondem ao valor das acções e 18,3 milhões de Euros correspondem ao valor dos empréstimos das accionistas (Transgás SGPS e GDP) à SGNL. O montante de 11,6 milhões de Euros será objecto de ajustamento (tanto para valores superiores, como para valores inferiores), em função das tarifas que vierem a ser fixadas no contexto do quadro regulativo definido pela ERSE, designadamente no que se refere à tarifa a aplicar pela REN aos serviços de regaseificação de gás natural liquefeito. Até à entrada em vigor das tarifas definitivas, o contrato de compra e venda estabelece uma tarifa fixa provisória de 29,7 milhões de Euros por ano, acrescida de 0,0019 Euros por m3 pelos serviços de regaseificação, tarifa esta a ser paga pela Galp Energia. Os valores de venda supra referidos diferem dos valores de venda utilizados na preparação das demonstrações financeiras pró-forma em 31 de Dezembro de 2005 e 30 de Junho de 2006, derivado da alteração do montante de dívida líquida e do valor do “cushion gas”. Para informação mais detalhada, vide “Informações Financeiras Sobre o Activo e o Passivo, A Situação Financeira e os Ganhos e Prejuízos do Emitente – Informações Financeiras Pró-Forma - Descrição do processo de separação das actividades reguladas e preço de venda das actividades reguladas” infra. Os ajustamentos ao preço acima referidos serão efectuados no prazo previsto de 45 dias após a data de entrada em vigor do quadro regulativo, no qual se estabeleça, nomeadamente, os termos, condições e tarifas para o acesso de terceiros às infra-estruturas relativas às Actividades Reguladas. Os referidos ajustamentos serão efectuados com recurso a avaliação efectuada por três peritos, sendo dois deles nomeados por cada uma das partes, e o terceiro nomeado pelos dois primeiros peritos. Em consequência do Processo de Separação das Actividades Reguladas, foram transferidos para a REN 156 trabalhadores da Transgás no âmbito da transmissão de estabelecimento comercial acima referida. Para além desta transferência de trabalhadores, mantêm-se na REN Atlântico, anteriormente designada SGNL, os 32 trabalhadores que integravam o quadro de pessoal da empresa previamente ao Processo de Separação das Actividades Reguladas. 46 Os fundos provenientes da venda das Actividades Reguladas foram aplicados, tal como aprovado na Assembleia Geral do dia 31 de Agosto de 2006, no pagamento do dividendo extraordinário pela Galp Energia, no montante total de 870,7 milhões de Euros, ou seja, 1,05 Euros por acção (vide “Política de Dividendos” infra). Actividades desenvolvidas pela Transgás após a conclusão do Processo de Separação das Actividades Reguladas Depois do Processo de Separação das Actividades Reguladas, a Transgás continuará a desenvolver a actividade não regulada de aprovisionamento e comercialização de gás natural, nos seguintes termos: • Aprovisionamento de gás natural. A Transgás manterá os seus contratos de aquisição de gás natural e de gás natural liquefeito com a Sonatrach (na Argélia) e a NLNG (na Nigéria); • Gasodutos internacionais. A Transgás manterá as suas participações sociais nas sociedades • EMPL, Metragaz - Société pour la Construction et L’Exploitation Technique du Gazoduc Magrehb Europe (“Metragaz”), Gasoducto Al-Andaluz, S.A. e Gasoducto de Extremadura, S.A; Venda de gás natural. A Transgás irá vender gás natural a todos os seus clientes elegíveis, de acordo com a calendarização definida pelo Decreto-Lei 140/2006 para a liberalização do mercado de gás natural, em regime de mercado livre. No entanto, os Regulamentos recentemente aprovados pela ERSE e já publicados em Diário da República, que poderão ser interpretados por forma a conduzir a prejuízos para a Galp Energia, prevêem limitações ao exercício desta actividade no que diz respeito à venda de excedentes de Gás Natural no âmbito dos contratos de aprovisionamento em regime de take or pay. Consequentemente, a Galp Energia desenvolverá as acções que considerar adequadas para salvaguardar a boa aplicação do regime legal, não podendo, no entanto, assegurar que o seu entendimento venha a prevalecer (para mais informações vide “Factores de Risco” supra). De acordo com o Decreto-Lei 140/2006, os produtores de electricidade em regime ordinário permanecerão vinculados aos contratos celebrados com a Transgás até ao respectivo termo, independentemente da liberalização do mercado. Contudo, a partir de Janeiro de 2007, estas empresas serão livres de escolher o respectivo fornecedor no que respeita a quantidades adicionais às existentes nos contratos já celebrados (ou seja, quantidades superiores às obrigações take or pay). Para além das actividades não reguladas acima referidas, a Transgás desenvolverá, através da Transgás Armazenagem e da Transgás Indústria, Sociedade Portuguesa de Fornecimento de Gás à Indústria, S.A. (“Transgás Indústria”), ambas sociedades detidas pela Transgás em regime de domínio total, as seguintes actividades reguladas: • Armazenamento de gás natural. Foi atribuída à Transgás Armazenagem, uma concessão válida por 40 anos, para o exercício da actividade de armazenamento subterrâneo de gás natural, o que inclui, por um lado, a construção, operação, exploração, manutenção e expansão das respectivas infra-estruturas, bem como das instalações necessárias para a sua operação e, por outro lado, o recebimento, injecção, armazenamento subterrâneo, extracção, tratamento e entrega de gás natural, quer para a constituição e manutenção de reservas de segurança, quer para fins operacionais e comerciais. A referida concessão inclui as cavernas de armazenamento subterrâneo de gás natural detidas e a construir pela Transgás Armazenagem em Pombal. Actualmente, a Transgás Armazenagem detém uma caverna já em funcionamento e uma segunda caverna em fase inicial de construção, cuja conclusão está prevista para finais de 2009. A Transgás Armazenagem beneficia de direitos de utilização do subsolo para a construção de quatro cavernas adicionais, na zona de expansão situada em Pombal. As 47 cavernas de armazenamento subterrâneo de gás natural detidas pela Transgás Armazenagem deverão ser alienadas à REN Armazenagem nas condições a acordar entre ambas, após esgotada a capacidade de expansão desta, no caso de as mesmas virem a ser consideradas pelo ministro responsável pela área da energia como necessárias ao reforço da capacidade de reservas de segurança. • Venda regulada de gás natural. Em 1 de Janeiro de 2007, a Transgás irá transferir para a Transgás Indústria, os contratos de fornecimento em vigor celebrados com as distribuidoras de gás natural e com clientes industriais com um consumo anual igual ou superior a 2 milhões de m3 normais. A Transgás Indústria irá vender gás natural em regime de comercialização de último recurso, para fornecimento de gás natural a clientes com um consumo anual igual ou superior a 2 milhões de m3 (excepto se estes não cumprirem determinados requisitos de elegibilidade), excluindo os produtores de electricidade em regime ordinário. Até 1 de Janeiro de 2008, os preços aplicados pela Transgás Indústria na venda de gás natural serão os decorrentes dos contratos transferidos pela Transgás. A partir de 1 de Janeiro de 2008, o fornecimento de gás natural no âmbito da comercialização de último recurso será regulado e sujeito a tarifa aprovada pela ERSE, nos termos do regulamento aprovado a 11 de Setembro de 2006 (para mais informações vide “Factores de Risco” supra e “Legislação que Regula a Actividade do Emitente” infra), e os clientes serão livres de rescindir os respectivos contratos e de escolherem outro fornecedor. No entanto, as distribuidoras de gás natural serão obrigadas a respeitar os compromissos com quantidades mínimas de gás natural a adquirir assumidos em contratos de fornecimento anteriormente celebrados com a Transgás e assumidos pela Transgás Indústria, sendo, porém, livres de escolher outro fornecedor no que respeita a quantidades adicionais às existentes nos contratos já celebrados (ou seja, quantidades superiores às obrigações take or pay). Separação de Activos de Gás Natural no âmbito da Rede de Distribuição As distribuidoras de gás natural devem proceder à separação entre as actividades de comercialização e as actividades de distribuição, no período de um ano após a data de entrada em vigor do Decreto-Lei 140/2006 (“Separação dos Activos de Distribuição”). No mesmo período, os gasodutos de média-baixa pressão e as UAGs actualmente detidas pela Transgás, deverão ser transmitidos para as distribuidoras de gás natural que operam nas áreas respectivas. A separação entre as actividades de comercialização e as actividades de distribuição ocorrerá da seguinte forma: • As infra-estruturas de distribuição de gás natural serão detidas e exploradas pelas distribuidoras de gás natural; • As distribuidoras de gás natural com menos de 100.000 clientes (como é o caso da Tagusgás e da Beiragás e de todas as UAG’s) poderão desenvolver as duas actividades acima referidas no âmbito da mesma entidade jurídica, exigindo-se uma mera separação funcional, designadamente, através da separação contabilística; • As distribuidoras de gás natural com 100.000 clientes, ou mais, só poderão desenvolver a actividade de comercialização através de sociedades autónomas sujeitas ao seu domínio total inicial. Na sequência da Separação dos Activos de Distribuição, as distribuidoras de gás natural com menos de 100.000 clientes e, no caso das distribuidoras de gás natural com 100.000 clientes ou mais, sociedades autónomas por elas constituídas em regime de domínio total inicial, irão desenvolver a actividade de comercialização de gás natural nos seguintes termos: 48 • Comercialização ao abrigo de uma licença de comercialização de último recurso, para fornecimento de gás natural a clientes que consumam anualmente menos de 2 milhões de m3, nas respectivas áreas geográficas e numa base de exclusividade. Todos os clientes que consumam anualmente menos de 2 milhões de m3 de gás natural, poderão adquirir gás natural às empresas distribuidoras, no regime de comercialização de último recurso (excepto se não cumprirem determinados requisitos), mediante a aplicação de uma tarifa definida pela ERSE nos termos do Regulamento aprovado a 11 de Setembro de 2006 (vide “Factores de Risco” supra e “Legislação que Regula a Actividade do Emitente” infra). • Comercialização de gás natural, de acordo com a calendarização definida pelo Decreto-Lei 140/2006 para a liberalização do mercado do gás natural, para fornecimento de gás natural a todos os clientes elegíveis, em regime de mercado livre. 49 6. PANORÂMICA GERAL DAS ACTIVIDADES 6.1. Análise Sectorial Mercado Petrolífero Mundial O sector petrolífero é, por natureza, uma área de actividade global. O petróleo bruto não é consumido directamente, mas refinado dando origem a combustíveis (tais como a gasolina e o gasóleo) e a outros produtos usados pela industria química. De acordo com a “BP Statistical Review of World Energy”, de Junho de 2006, 36% das necessidades energéticas mundiais foram supridas através de produtos refinados. Os produtos concorrentes mais próximos, o carvão e o gás natural, corresponderam respectivamente a 28% e 23% dessas necessidades globais, tendo a energia nuclear e a hidroeléctrica sido responsáveis por 6% cada. Apesar de o crude ser uma commodity global, a grande maioria das reservas mundiais encontra-se no Médio Oriente. Esta zona do globo domina as reservas provadas de petróleo com quase dois terços dos 1.201 mil milhões de barris estimados que constituem as reservas mundiais. A Arábia Saudita (264 mil milhões de barris), o Irão (138 mil milhões de barris) e o Iraque (115 mil milhões de barris) são os três maiores detentores de reservas provadas de petróleo a nível mundial. Os três maiores produtores mundiais de petróleo em 2005, incluindo condensados de gás natural, foram a Arábia Saudita (11,0 milhões de barris por dia), a Rússia (9,6 milhões de barris por dia) e os Estados Unidos (6,8 milhões de barris por dia). Os principais consumidores de petróleo são predominantemente os países desenvolvidos, sendo o crescimento da procura impulsionado pelas economias em desenvolvimento como a Índia e a China. O quadro seguinte apresenta as reservas provadas e o consumo de crude por região. Reservas Provadas e Consumo de Crude Reservas Provadas em 31 de Dezembro de 2005 Total: 1.201 mil milhões de barris Médio Oriente Europa e Eurásia África Américas do Sul e Central América do Norte Ásia-Pacífico (1) 62% 12% 10% 9% 5% 3% Consumo de Crude em 2005 Total: 82,5 milhões de barris por dia América do Norte Ásia-Pacífico Europa e Eurásia Médio Oriente Américas do Sul e Central África 30% 29% 25% 7% 6% 3% _______________________ Fonte: BP Statistical Review of World Energy, Junho de 2006 (1) As percentagens somadas não correspondem a 100% devido ao arredondamento efectuado. Esta distribuição das reservas provadas demonstra, apenas de forma aproximada, como se encontra distribuído no mundo o potencial de exploração de crude, pois, à medida que a tecnologia vai evoluindo, torna-se possível e economicamente viável a prospecção e a exploração de reservas anteriormente não comerciais. Os preços do petróleo bruto e dos produtos refinados são determinados com base na procura e na oferta global. Contudo, as políticas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (“OPEP”) influenciam fortemente os preços do crude. A OPEP estabelece quotas de produção entre os seus países membros, influenciando deste modo a oferta de petróleo bruto a nível mundial. A OPEP é constituída pela Argélia, Indonésia, Irão, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Qatar, Arábia Saudita, Emiratos Árabes Unidos e Venezuela. Estes 11 países controlam 75,2% das reservas mundiais provadas de petróleo e representaram 41,7% da produção global de 50 petróleo bruto em 2005. O clima e outros fenómenos naturais também influenciam os preços do petróleo bruto, na medida em que a procura de combustíveis para aquecimento depende das condições climatéricas e as catástrofes naturais podem originar interrupções no fornecimento. O risco geopolítico em regiões críticas, tais como o Médio Oriente, e os níveis de stocks em áreas de procura chave podem afectar o preço do petróleo bruto. Os preços de petróleo bruto têm alcançado máximos históricos com o preço de petróleo bruto Brent por barril a atingir, recentemente, mais de US$70. O quadro seguinte mostra a média trimestral do preço do Brent Dated e a produção média diária de petróleo bruto desde o ano 2000 até ao segundo trimestre de 2006: Média Trimestral do Preço do Crude Média Trimestral do preço (US$/bbl) 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 Primeiro Trimestre Segundo Trimestre Terceiro Trimestre 61,8 69,6 69,6 47,6 51,6 61,6 56,9 32,0 35,3 41,5 43,9 31,5 26,0 28,4 29,4 21,1 25,1 26,9 26,8 25,8 27,4 25,3 19,4 26,9 26,9 30,4 29,7 54,5 38,3 28,8 25,0 24,4 28,5 81.088 80.198 77.091 74.382 74.736 74.941 Quarto Trimestre Anual Média dos Volumes de Produção (kbbl/dia) _______________________ Fonte: Platts. A indústria petrolífera engloba quatro segmentos distintos: (i) exploração e produção (também referido como E&P ou upstream), em que se procura descobrir novas reservas de hidrocarbonetos e extrai-los; (ii) transporte (também referido como midstream), em que os hidrocarbonetos são transportados da fonte de produção para as unidades de refinação; (iii) refinação, em que o petróleo bruto e outras matérias-primas são convertidos em produtos finais utilizáveis; e (iv) distribuição e comercialização, em que os produtos refinados são fornecidos aos consumidores finais (refinação e distribuição são também referidas como downstream). Os maiores grupos privados do sector petrolífero participam em todas as fases da cadeia de valor, enquanto outros limitam a sua actividade a apenas algumas das fases. A Exploração e Produção de Petróleo Bruto e Gás Natural Exploração de Hidrocarbonetos A exploração de hidrocarbonetos começa por realizar os estudos geológicos às bacias sedimentares para analisar as condições da acumulação de hidrocarbonetos. São construídos mapas de vários tipos para localizar áreas de retenção e identificar a correcta sequência das camadas rochosas na sub-superfície com o objectivo de estudar o grau de maturidade da bacia e analisar o potencial da fonte rochosa. Sempre que possível, são utilizadas amostras das formações rochosas dos poços e das áreas adjacentes às bacias. Os levantamentos geofísicos têm início, normalmente, com estudos gravíticos e aeromagnéticos. São depois conduzidos estudos geofísicos mais detalhados através de levantamentos sísmicos. Neste processo, a vibração criada à superfície, ou perto desta, propaga-se até à sub-superfície, onde as ondas colidem com as várias formações rochosas e são reflectidas de volta, sendo registadas à superfície por instrumentos de medição altamente sensíveis. Os dados relativos ao tempo necessário para o percurso de ida e volta das ondas reflectidas pelas várias formações e a intensidade dessas ondas são processados para se obter 51 as características gerais das formações subterrâneas e para cartografar as suas configurações estruturais. Os dados geológicos e geofísicos são processados e interpretados de modo a permitir a identificação das condições da sub-superfície e os factores que poderão conduzir ao reconhecimento de acumulações de hidrocarbonetos. Estes dados são também utilizados para avaliar o risco de insucesso da exploração e analisar a viabilidade económica dos projectos de exploração. Quando se espera encontrar quantidades de hidrocarbonetos viáveis para exploração comercial, é perfurado um poço de exploração. As jazidas são, por norma, complexas, com a possibilidade de variações estruturais. O poço de exploração fornece dados adicionais sobre os estratos rochosos e as suas propriedades físicas. Quando um poço de exploração revela a presença de quantidades de hidrocarbonetos suficientes para permitir a exploração comercial da jazida, é declarada uma descoberta e são, tipicamente, perfurados poços de avaliação para confirmar os resultados obtidos. São também levados a cabo habitualmente testes para avaliar a produtividade da jazida. Por norma, esta fase demora entre três e cinco anos podendo prolongar-se, caso as operações realizadas nos primeiros anos não identifiquem claramente o potencial da área. Desenvolvimento e Produção Uma vez confirmada uma descoberta, engenheiros, geólogos e geofísicos trabalham em conjunto para estudar e avaliar o valor comercial de cada jazida petrolífera. Determinadas as condições da sub-superfície, é delineado um plano de desenvolvimento para novos poços, chamados poços de desenvolvimento, para a adequada drenagem da jazida, e um programa específico para a operação de perfuração de cada poço. Os poços variam muito em termos de complexidade e capacidade de produção. Adicionalmente, é necessário conceber as infraestruturas para trazer os hidrocarbonetos para a superfície, onde é feito o processamento, o armazenamento e o transporte. A fase de produção dura tipicamente cerca de 20 a 30 anos, podendo prolongar-se caso existam reservas comercialmente viáveis. Natureza das Operações, Decisões de Investimento e Avaliação Antes da tomada de decisão quanto à realização de um investimento na exploração de hidrocarbonetos, deve avaliar-se as probabilidades de sucesso, bem como outros factores de risco do investimento, para determinar se a área tem um potencial petrolífero elevado com viabilidade comercial. Se for decidido investir, deve requerer-se uma concessão petrolífera ou adquirir direitos de exploração (acordo de “farm in”) numa concessão petrolífera já existente. Após a atribuição de uma área de concessão para exploração, é desenvolvido um programa de exploração. Se forem encontradas reservas, é declarada a sua descoberta e são desenvolvidos estudos económicos e técnicos para determinar a viabilidade comercial e a exequibilidade da exploração. Se esses estudos indicarem que a exploração é comercialmente viável, o operador deve requerer a aprovação de uma área de produção petrolífera junto da respectiva autoridade reguladora, sob a forma de uma proposta para a delimitação da área de exploração, incluindo a declaração de descoberta comercial e um plano de desenvolvimento que deve identificar os planos de perfuração e de infra-estruturas necessárias. Tipicamente a aprovação é condicionada ao cumprimento de todas as obrigações estabelecidas na concessão ou licença e à verificação de pressupostos técnicos e económicos. Um factor importante na exploração e produção de hidrocarbonetos é o montante de reservas detidas. As reservas representam uma estimativa da quantidade de hidrocarbonetos, cuja extracção é comercialmente viável a partir das jazidas conhecidas, nas condições económicas 52 actuais, utilizando processos conhecidos e segundo a regulamentação em vigor. Usando pressupostos comummente aceites, as reservas são classificadas, em reservas provadas, prováveis e recursos contingentes. Vide Glossário – “Reservas Provadas” e “Reservas Prováveis” infra. O factor mais importante que afecta a rendibilidade dos negócios E&P, é o preço do petróleo bruto e do gás natural, uma vez que estes preços são determinados pelo equilíbrio entre a oferta e a procura globais. Os operadores de E&P não têm controlo sobre os preços dos seus produtos, pelo que são muito vulneráveis às variações dos preços de referência. Para mitigar este efeito, recorre-se habitualmente a contratos de hedging e contratos de fornecimento a longo prazo para estabilizar os cash flows. A eficácia operacional, sobretudo ao nível do controlo dos custos operacionais e do custo de capital (referentes aos custos de exploração e desenvolvimento de novas reservas) são também factores importantes para a rendibilidade das operações. O Sector da Refinação Petrolífera Mundial Variedades do Crude A qualidade do crude é medida em termos de densidade (leve a pesado) e teor de enxofre (sweet a sour). A densidade é classificada pelo American Petroleum Institute (“API”), cuja medida de densidade API (“API gravity”) é definida com base na densidade do crude a uma temperatura de 15,6 graus centígrados. Quanto mais elevada for a API gravity, mais leve é o crude. Os crudes leves são tipicamente os que apresentam uma API gravity de 33 graus ou mais, enquanto os crudes pesados apresentam uma API gravity de 29 graus ou menos. Um crude pesado é geralmente considerado como de “qualidade inferior” por conter um maior teor de hidrocarbonetos pesados. Isto significa que, no processo de refinação, a destilação produz uma maior quantidade de produtos petrolíferos de menor valor tais como gás pesado e fuelóleo. O crude leve tem uma maior procura, dado que produz uma maior quantidade de produtos finais leves e, portanto, uma gama de produtos refinados de maior valor. Um teor de enxofre elevado (crude sour) não é desejável para o processamento e é considerado um produto de baixa qualidade. É preferível um baixo teor de enxofre (crude sweet), uma vez que requer menos unidades de processamento para reduzir o teor de enxofre e atingir os padrões de qualidade dos combustíveis. O crude sour é habitualmente definido como crude com teor de enxofre superior a 0,5%, enquanto o crude sweet apresenta um teor de enxofre inferior a 0,5%. A seguir apresentam-se as API gravity e os teores de enxofre de alguns crudes de referência: • O West Texas Intermediate (WTI), o petróleo de referência dos EUA, é um crude leve e sweet com uma API gravity de aproximadamente 40 graus e um teor de enxofre de aproximadamente 0,3%; • O petróleo Brent (Brent blend) é um crude leve e sour, do Mar do Norte, com uma API gravity de aproximadamente 38 graus e teor de enxofre de aproximadamente 0,4%. A maior parte do Brent é refinada no Noroeste da Europa, embora também sejam exportados volumes significativos para os Estados Unidos e para a zona do Mediterrâneo. De acordo com a International Petroleum Exchange, o Brent é utilizado para a fixação do preço de dois terços das transacções de crude a nível internacional; • O petróleo de exportação russo, que constitui o crude de referência da Rússia (“Russian Export Blend”), vulgarmente conhecido por Urais, é uma gama de várias qualidades de crude para 53 exportação e para utilização interna na Rússia. O Russian Export Blend é um crude médio e sour com uma API gravity de aproximadamente 32 graus e teor de enxofre de aproximadamente 1,2%. Os crudes sweet ou sour como o Brent e o WTI tendem a ser mais caros que os crudes mais pesados como o Russian Export Blend ou o crude produzido em muitos países da América do Sul. O diferencial de preços tornou-se mais pronunciado nos últimos anos. A oferta global tem sido cada vez mais de crude pesado e sour, enquanto a procura de produtos refinados mais leves registou um aumento e a procura de produtos refinados mais pesados sofreu um declínio em muitas regiões do mundo. Sem uma capacidade de conversão apropriada, as refinarias são obrigadas a comprar crudes mais leves e mais sweet e também mais caros e menos abundantes para produzir os produtos refinados pretendidos pelo mercado. Produtos Refinados Produtos Destilados Leves Os gases de petróleo são os produtos mais leves extraídos do processo de refinação, consistindo sobretudo em metano, etano, propano e butano. Estes produtos encontram-se no estado gasoso à temperatura ambiente e as suas utilizações abrangem desde o aquecimento, até à utilização como matéria intermédia nos processos de produção da indústria petroquímica. Os gases de petróleo podem ser liquefeitos sob pressão para se obter gás de petróleo liquefeito (“GPL”) abastecido por tubagem, em tanques ou em cilindros/garrafas. A nafta é um líquido leve e facilmente vaporizável utilizado principalmente como matériaprima pela indústria petroquímica para a produção de etileno, propileno, butadieno, benzeno, tolueno e xilenos. Estes são, por sua vez, utilizados na produção de plásticos, fibras sintéticas, borrachas sintéticas e outros produtos. A gasolina é um combustível que vaporiza abaixo do ponto de ebulição da água. A gasolina é classificada com base no número de octanas, que consiste num índice que descreve a capacidade de o combustível queimar de modo uniforme e de resistir à detonação quando queimado num motor. Os vários componentes primários da gasolina são misturados para que sejam obtidas as diferentes especificações (como por exemplo, gasolina de Verão ou de Inverno). Produtos Destilados Intermédios O querosene e o jet fuel são combustíveis líquidos utilizados em diversos motores (motores a jacto, por exemplo), ou como base para fabricação de outros produtos. O gasóleo é um combustível líquido utilizado em motores diesel, como gasóleo de aquecimento doméstico ou como base para fabricação de outros produtos. Produtos Destilados Pesados O óleo lubrificante é utilizado no fabrico de óleos para motores e outros lubrificantes. Não vaporiza à temperatura ambiente. O gás pesado e o fuelóleo são utilizados em embarcações marítimas, centrais eléctricas, edifícios comerciais e unidades industriais. Os fuelóleos são frequentemente utilizados em combinação com outros combustíveis destilados. 54 Os produtos residuais abrangem sólidos como o coque e o asfalto, podendo ser utilizados como base para o fabrico de outros produtos, como o betume e as parafinas. O Processo de Refinação O crude contém centenas de tipos diferentes petróleo é o processo através do qual os variedade de produtos intermédios e finais. refinação para separar o crude em substâncias de hidrocarbonetos misturados. A refinação do hidrocarbonetos são separados numa grande Há, tipicamente, quatro grandes estágios de utilizáveis: • separação física dos vários tipos de hidrocarbonetos através da destilação; • purificação de produtos intermédios em unidades de pré-tratamento; • processamento químico das fracções de menor valor em produtos mais leves; e • tratamento e mistura de produtos intermédios por remoção de elementos e compostos indesejáveis para integração em produtos finais. Cada um dos passos do processo de refinação destina-se a maximizar o valor acrescentado às matérias nele processadas. As refinarias mais simples realizam apenas a primeira função (destilação do crude), enquanto as refinarias mais complexas também realizam as outras três funções. Os parágrafos seguintes descrevem o processo de refinação de uma refinaria complexa típica. Destilação. A unidade de destilação atmosférica é a primeira unidade refinadora a processar o crude. No processo de destilação, o crude é fraccionado em produtos intermédios sem alteração da composição química das moléculas. O crude é aquecido e separado por ebulição, nas unidades de destilação, e recuperado na forma de fracções de hidrocarbonetos. As fracções da ebulição mais baixa, que incluem gases do petróleo e nafta, vaporizam e saem no topo da coluna de destilação. Os líquidos da ebulição média (que incluem gasolina e querosene) e os destilados como o gasóleo e o óleo de aquecimento, vaporizam a temperaturas mais elevadas e são retirados da secção média da coluna de destilação. Os líquidos mais pesados, que incluem fuelóleo pesado e óleo lubrificante (também chamados resíduos da destilação atmosférica) não são vaporizados e são retirados da parte inferior da coluna de destilação atmosférica. Uma outra forma de separação consiste na destilação no vácuo, que pode ser utilizada para tratar resíduos resultantes do processo inicial de destilação do crude mediante uma nova separação dos hidrocarbonetos sob baixa pressão na unidade de destilação no vácuo. Estes resíduos de vácuo podem ser processados e melhorados em produtos destilados leves e médios ou utilizados na produção de fuelóleo e betumes. As várias fracções são então bombeadas para a unidade seguinte do circuito da refinaria para subsequente processamento e transformação em produtos de maior valor acrescentado. Purificação. São utilizados vários processos de beneficiação com vista à purificação dos produtos destilados e à modificação das moléculas dos hidrocarbonetos, para se obter características e propriedades adequadas para utilização final. A purificação pode ser necessária para cumprir especificações de qualidade final ou para evitar a contaminação ou o envenenamento de catalizadores noutros processos. Estes processos de pré-tratamento também podem reduzir os teores de enxofre e nitrogénio e, assim, melhorar as características de queima do produto final. Os processos de purificação mais importantes correspondem, nomeadamente aos processos de tratamento de sulfeto de hidrogénio e monóxido de carbono. 55 Processamento Químico. O passo seguinte do processo de refinação consiste em converter quimicamente algumas das fracções resultantes do processo de destilação noutras fracções mais leves. Existem três métodos diferentes de transformar uma fracção noutra: (i) cracking, (ii) unificação e (iii) alteração. Cracking. O cracking é o processo pelo qual os hidrocarbonetos são fraccionados, ou craqueados, em fracções menores, seja por meio de calor (cracking térmico) ou de catalizadores (cracking catalítico). No cracking térmico, os hidrocarbonetos são submetidos a altas temperaturas, e, eventualmente a altas pressões, até se separarem. Existem três metodologias comuns de cracking térmico: vapor (steam), viscorredução (visbreaking) e coquefacção (coking). O vapor é o processo através do qual os produtos mais leves são fraccionados para produzir etileno e benzeno, que são depois utilizados na indústria química. A viscorredução é o processo através do qual os resíduos de vácuo são convertidos em nafta e gasóleo a altas temperaturas sem catalizadores, o que liberta combustível de baixa viscosidade como produto residual. A coqueificacção é o processo pelo qual os resíduos de vácuo recebem um tratamento térmico intenso, sendo o produto residual libertado o coque, uma substância sólida semelhante ao carvão. O cracking catalítico utiliza um catalizador para acelerar o processo através do qual os hidrocarbonetos são fraccionados ou craqueados. O cracking catalítico de fluidos utiliza um fluido catalizador a elevada temperatura para fraccionar o gasóleo pesado em gasóleo e gasolina. O hydrocracking utiliza hidrogénio e um catalizador a baixas temperaturas e altas pressões para fraccionar o óleo pesado em gasolina e querosene. Unificação. A unificação combina hidrocarbonetos menores para formar hidrocarbonetos maiores. O processo de unificação mais comum é o da reformação catalítica, que utiliza um catalizador para combinar a nafta de baixa gravidade em aromáticos, que são utilizados como matéria-prima na indústria petroquímica. O processo de reformação produz quantidades significativas de hidrogénio como subproduto, que pode ser utilizado no processo de hydrocracking. Alteração. No processo de alteração, a estrutura molecular de vários hidrocarbonetos é modificada de modo a produzir os hidrocarbonetos desejados. O principal processo de alteração é chamado alquilação (alkylation), que é basicamente o inverso do cracking. Neste processo, compostos menos densos como a nafta são misturados com catalizadores, produzindo hidrocarbonetos com um elevado índice de octanas que podem ser utilizados em misturas de gasolinas. Tratamento de Produtos Intermédios. A parte final do processo de refinação consiste no tratamento de produtos intermédios, em que são removidas impurezas como o enxofre, nitrogénio, oxigénio, água, metais dissolvidos e sais inorgânicos. O tratamento mais importante nesta fase é a dessulfuração, em que os produtos intermédios são aquecidos em unidades de hidrotratamento a alta pressão na presença de hidrogénio e catalizadores. Após as fracções terem sido tratadas, estas são arrefecidas e processadas para aumentar o teor de octanas, reduzir a pressão de vapor e satisfazer outras especificações de produto. O aumento do teor de octanas é conseguido através de uma unidade de reformação catalítica que converte fracções de nafta ou de gasolina de baixo teor de octanas em gamas de gasolina com um teor de octanas superior. Configuração das Refinarias A gama e a qualidade de produtos refinados que são produzidos numa refinaria depende dos tipos de crude utilizados como matéria-prima e das estruturas instaladas na refinaria. Os 56 crudes leves e sweet geram quantidades mais elevadas de produtos refinados de maior valor, tais como gasolina, jet fuel e gasóleo. Os crudes mais pesados e mais sour produzem maiores quantidades de produtos de menor valor, como os fuelóleos. A configuração de certas refinarias, em particular na América do Norte, é tipicamente orientada para a produção de produtos destilados leves, como a gasolina, enquanto a configuração das refinarias na maioria das demais regiões, como é o caso da Europa, é tipicamente orientada para a produção de produtos destilados médios, como o gasóleo e o jet fuel. Existem, por outro lado, refinarias configuradas para a produção de outros produtos especializados, tais como óleos base, naftenos e betumes. As refinarias podem geralmente ser divididas em duas categorias principais: refinarias simples de hydroskimming e refinarias complexas. As refinarias simples de hydroskimming executam principalmente o processo de destilação, enquanto as refinarias complexas desenvolvem duas funções adicionais: conversão das fracções de hidrocarbonetos produzidas no processo de destilação do crude noutros produtos; e o tratamento de produtos intermédios para se obterem produtos de maior valor. Deste modo, as refinarias simples produzem produtos petrolíferos de menor valor do que os das refinarias complexas, para uma mesma gama de crudes. A configuração das refinarias complexas é orientada para a maximização, quer da produção de gasolina (cracking catalítico), quer de produtos destilados intermédios (hydrocracking). Para além disso, estas refinarias utilizam várias capacidades secundárias de processamento para a beneficiação dos resíduos de vácuo. As refinarias configuradas para possuírem uma grande capacidade de conversão e dessulfuração conseguem obter rendimentos mais elevados nos produtos refinados de maior valor, ja que processam crudes mais pesados e mais sour do que as refinarias com capacidade inferior de conversão e dessulfuração. A complexidade de uma refinaria refere-se, portanto, à respectiva capacidade de processar matéria-prima, como crudes mais pesados e com maior teor de enxofre, em produtos com valor acrescentado. Tipicamente, quanto maior a complexidade, mais flexível a gama de crudes que a refinaria consegue processar e melhor posicionada está para tirar partido dos crudes com custos mais baixos, o que resulta num incremento das margens brutas da refinaria. O quadro seguinte apresenta um resumo dos diferentes processos de refinação, bem como das matérias-primas e dos produtos petrolíferos utilizados. Processo Matérias-Primas Principais Produtos Finalidade Destilação de Crude Crude GPL, nafta leve, nafta pesada, querosene, gasóleo e fuelóleo Separação do crude em fracções de acordo com os seus pontos de ebulição Isomerização Nafta leve GPL e isómero Transformação da nafta leve (componente com baixo teor de octanas) em isómero (componente com alto teor de octanas mais elevado) através da presença de um catalizador e hidrogénio. Alquilação Componentes C4 fraccionados Alquilato Conversão da matéria-prima em alquilato, um componente primário da gasolina premium. 57 Processo Matérias-Primas Principais Produtos Finalidade Regeneração Catalítica Contínua (Platforming) Nafta pesada Gás rico em hidrogénio, GPL e reformado Transformação de componentes de baixo teor de octanas em componentes de alto teor de octanas mais elevado através da presença de um catalizador. Cracking Catalítico Fluidificado Gasóleo de vácuo GPL, gasolina, gasóleo e fuelóleo Transformação de gasóleos de vácuo principalmente em GPL e gasolina, mas também produz gasóleo e fuelóleo, através da presença de um catalizador. Hydrocracking Gasóleo de vácuo GPL, nafta leve, nafta pesada, querosene e gasóleo. Transformação de gasóleos de vácuo principalmente em querosene e gasóleo na presença de um catalizador e hidrogénio. Cracking Térmico – Viscorredução (visbreaking) Resíduo de vácuo Fuelóleo Redução da viscosidade do produto residual de vácuo por sujeição a altas temperaturas sem catalizador. Cracking Térmico – Coquefacção Retardada (Delayed Coking) Resíduo de vácuo GPL, nafta, gasóleo e coque de petróleo Maximização da conversão para produtos destilados leves e médios através da forma mais intensa de cracking térmico e coquefacção Hidrotratamento / Hidrodessulfuração Nafta / gasolina / gasóleo com alto teor de enxofre Nafta / gasolina / gasóleo com menor teor de enxofre Redução do teor de enxofre e outras impurezas através da presença de um catalizador e hidrogénio. Características das Refinarias Os critérios-chave para se avaliar a atractividade de uma determinada refinaria são os seguintes: Dimensão. A indústria de refinação é uma actividade capital intensiva com economias de escala, sendo as infra-estruturas de maior dimensão capazes de captar margens superiores às conseguidas pelas infra-estruturas de menor dimensão (para uma mesma configuração). O crude representa tipicamente 90% a 95% dos custos totais de refinação. Uma vez que os demais custos de refinação são relativamente fixos, o objectivo das refinarias consiste em maximizar as taxas de utilização, maximizar a produção de produtos de maior valor, minimizar os custos das matérias-primas e minimizar os custos operacionais. Complexidade. A capacidade de destilação de uma refinaria é determinada pela sua complexidade, uma medida técnica utilizada como indicador da eficiência e da rendibilidade potencial. A complexidade é geralmente medida com referência aos índices de complexidade Solomon ou Nelson. Ambos os índices são calculados utilizando uma fórmula que atribui um factor de complexidade a cada processo principal de refinação (com base na sua complexidade e custo) e ponderando a importância de cada factor por referência ao seu débito de produção. Por exemplo, uma refinaria com um índice de complexidade 10 é considerada dez vezes mais complexa do que a destilação básica de crude para o mesmo débito de produção. Por outro lado, embora uma maior complexidade indique a capacidade de produzir produtos com um maior valor e de alcançar margens brutas mais elevadas, também aumenta os custos 58 operacionais. Deste modo, rendibilidades mais elevadas. uma maior complexidade não garante necessariamente Localização. O interesse de uma dada localização para uma refinaria é influenciado pela facilidade de acesso a matérias-primas e à estrutura do mercado local de produtos refinados, o que tem impacto na estrutura dos preços. A localização também determina os meios de transporte das matérias-primas e dos produtos refinados. Tipicamente, as refinarias são construídas em áreas onde o operador recebe maiores retornos resultantes dos preços dos produtos, após dedução dos seus custos operacionais e de transporte. As refinarias localizadas em áreas costeiras tendem a ter uma vantagem competitiva face às refinarias localizadas no interior, devido aos menores custos de transporte envolvidos. Do mesmo modo, os operadores de refinarias localizadas em áreas com grande procura gozam de uma vantagem competitiva face a outros concorrentes. Integração. A integração é a medida das sinergias alcançáveis com outros sectores relevantes para a actividade, tais como o da produção de energia e o petroquímico. As refinarias podem ser operadas como parte de companhias petrolíferas integradas ou como empresas independentes. O nível de integração difere de empresa para empresa, mas pode variar desde grupos petrolíferos com grandes operações upstream, midstream e downstream, além de unidades petroquímicas e de produção de energia, até operadores de menor dimensão com operações upstream, refinação e comercialização em menor escala. Muitos refinadores de petróleo, tanto integrados como independentes, distribuem os seus produtos refinados através das suas próprias redes de comercialização a retalho e grossistas. Procura e Oferta de Produtos Petrolíferos A procura de produtos refinados tem registado um crescimento constante durante a primeira metade do último século, tendo as companhias petrolíferas investido em novas unidades de refinação e conversão. No entanto, a crise petrolífera de 1973 quebrou a tendência da crescente procura de produtos petrolíferos e, desde então, a indústria refinadora tem-se caracterizado pela sua sobrecapacidade. A segunda crise petrolífera de 1979 e 1980 acentuou ainda mais este fenómeno. Durante as décadas de 1980 e 1990, foram encerradas várias refinarias, e apenas algumas unidades foram construídas. A capacidade global de refinação, no entanto, aumentou em virtude da remodelação, descongestionamento e expansão das unidades existentes, enquanto a procura subsequente registou um crescimento mais rápido, o que contribuiu largamente para a diminuição da referida sobrecapacidade. Os crack spreads, que representam a diferença entre o preço de um barril de produto refinado e um barril de crude, aumentaram recentemente sobretudo em virtude da paragem da capacidade de refinação nos Estados Unidos devido aos furacões Katrina e Rita. Os dados de mercado relativos a contratos de futuros divulgados pela Platts em Junho de 2006 indicam que os intervenientes no mercado esperam que o Crack Spread Rotterdam continue a aumentar até 2008. Esta tendência do mercado reflecte um aumento global da procura de combustíveis “limpos” em termos ambientais, uma inflexão na procura do gasóleo em detrimento da gasolina na Europa, e um declínio estrutural da procura de produtos pesados como o fuelóleo, devido a preocupações de ordem ambiental e a uma maior utilização do gás natural. O défice de produção de gasóleo é expectável que venha a aumentar no futuro próximo. As tabelas seguintes apresentam a produção mundial de crude (a actual e a esperada) por tipo de crudes para os anos entre 2000 e 2015 e as diferenças históricas de preço entre o crude Iraniano (pesado) e o Brent (leve): 59 Produção mundial de crude (milhões de bbl/dia) Crudes pesados Crudes intermédios Crudes leves 2000 19 24 27 2005 27% 34% 39% 23 27 26 30% 36% 34% 2010 (E) 2015 (E) 27 28 26 33 30 24 33% 35% 32% Crescimento anual 38% 34% 28% 3,80% 1,46% (0,76%) _______________________ Fonte: Roland Berger Data Bank Diferencial de Preço entre crude pesado e crude leve 1º trimestre 2006 2005 2004 2003 2002 Média de crude Iraniano (US$/bbl) Média de crude Brent (US$/bbl) Diferença média (US$/bbl) Diferencial (%) 58,98 65,89 6,91 10,5% 46,94 54,50 7,66 14,1% 34,09 38,28 4,19 10,9% 26,20 28,86 2,66 9,3% 22,54 25,03 2,49 10,0% _______________________ Fonte: Bloomberg As refinarias requerem capacidades adicionais de processamento ou conversão para transformar crudes pesados e sour nos produtos leves procurados pelo mercado. Não tendo essa capacidade, o processamento de crudes pesados e sour produz maiores volumes de produtos mais pesados e menores volumes de produtos leves. Estas tendências de procura de produtos e oferta de crude, combinadas com a falta de capacidade de conversão na Europa, deram origem a um desequilíbrio entre os produtos procurados pelos consumidores Europeus e os produtos produzidos pelos refinadores Europeus. É de esperar que este desequilíbrio se acentue, salvo se existirem investimentos substanciais na capacidade de conversão. Essa capacidade de conversão requer montantes de capital substanciais e vários anos para planear e construir. Margens de Refinação Um factor importante na determinação da capacidade de geração de cash flows por parte das refinarias são as margens de refinação, que reflectem a diferença entre os preços de conjunto dos produtos refinados e o preço do crude e outras matérias-primas. As margens de refinação são principalmente influenciadas pelos preços do crude e dos produtos refinados. Existem diversas formas de calcular as margens de refinação, consoante o nível de complexidade. Todas elas, no entanto, se baseiam no diferencial de preço entre o crude e um determinado cabaz de produtos refinados. A principal dificuldade verificada no cálculo das margens de refinação é a vasta variedade de produtos, o que torna a comparação directa entre diferentes refinarias e regiões muito difícil. Uma das abordagens mais simples, comummente conhecida como a 3-2-1 crack spread, pressupõe que três barris de crude geram dois barris de gasolina e um barril de produtos destilados intermédios. Os rácios utilizados reflectem geralmente a complexidade de uma dada refinaria ou região, uma vez que a gasolina e os produtos destilados intermédios, em conjunto, representam tipicamente a maioria da produção de uma refinaria, cuja abordagem oferece uma aproximação simples e razoável das margens de refinação. Uma forma alternativa de calcular as margens de refinação consiste na utilização de um modelo computorizado que incorpora um programa linear ou algorítmico. O modelo pressupõe que as refinarias utilizem diferentes qualidades de crude à medida que os respectivos preços variam, alterando a gama de produtos refinados de acordo com o custo do crude e os preços 60 potenciais da produção. Estes modelos permitem habitualmente ao utilizador verificar a qualidade típica de crude produzida numa região ou refinaria e os preços actuais dos produtos. Posteriormente, fornecem uma margem teórica que contabiliza os custos de transporte. Os modelos mais comuns utilizados na indústria petrolífera são as margens Argus, Platts e Wood Mackenzie. A configuração de uma determinada refinaria afecta de forma significativa as suas margens de refinação. Refinarias com unidades de conversão, tais como as refinarias hydrocracking, geralmente têm margens de refinação mais elevadas do que as menos complexas que não possuem capacidade de conversão. Assim, as refinarias equipadas com hydrocrackers ou com outras unidades de conversão têm capacidade de extrair valores mais elevados por barril do que as refinarias menos complexas, produzindo uma gama de produtos mais atractiva. Recentemente, tem-se verificado uma tendência de aumento dos spreads entre as margens complexas e as simples. De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), os spreads históricos entre as margens de cracking e hydroskimming no Noroeste da Europa foram de US$1,84/barril em 2003, de US$4,11/barril em 2004 e de US$4,83/barril em 2005. Consequentemente, muitos dos intervenientes desta indústria têm vindo a investir em unidades de conversão para aumentar a rendibilidade. A nível regional, as margens de refinação são sobretudo influenciadas pela taxa de utilização de capacidade. Os três principais centros regionais de refinação são a US Gulf Coast ou “USGC” (Costa do Golfo dos EUA), a Northwestern Europe ou “NWE” (Noroeste Europeu, também designado como Roterdão) e Singapura. As margens de refinação são habitualmente cotadas por referência às margens benchmark destes três centros. As margens de refinação nestas regiões podem diferir substancialmente, dependendo das condições locais, mas permanecem globalmente conjugadas, dado que os custos de refinação são semelhantes em todo o mundo e o custo de transporte é relativamente baixo. Descrição Geral do Mercado do Gás Natural Durante a maior parte do século passado, o gás natural foi muito menos utilizado como fonte de energia do que o carvão e o petróleo, sobretudo devido às dificuldades que o transporte do gás natural apresenta. Hoje em dia, os avanços tecnológicos tornaram relativamente fácil o transporte do gás natural através de gasodutos ou, na forma líquida, transportado em navios e regaseificado antes da entrega aos utilizadores finais. Por outro lado, o gás natural é um combustível fóssil relativamente limpo. O aumento da consciencialização da opinião pública quanto às questões ambientais promoveu a utilização do gás natural como fonte de energia. Consequentemente, nas últimas duas décadas assistiu-se a um rápido aumento do consumo de gás natural em muitas regiões. Cerca de um quarto das necessidades energéticas mundiais são hoje supridas pelo gás natural. Os países que apresentam um baixo nível de consumo de gás natural são mercados de crescimento natural. O quadro seguinte mostra o consumo de gás natural em percentagem do total das fontes de energia primária e o consumo per capita em vários países Europeus, referente a 2005: Itália .............................................. Holanda .......................................... Reino Unido..................................... Alemanha ....................................... Bélgica e Luxemburgo....................... % das fontes de Energia Primária (2005) 38,7% 37,5% 37,4% 23,9% 20,9% Consumo Per Capita (1.000 m³) 1,4 2,4 1,6 1,0 1,5 Preços do Gás Natural Janeiro 2006 (€/m³) (1) 0,693 0,711 0,346 0,671 0,567 (2) 61 Espanha ......................................... Portugal ........................................ 19,7% 11,7% 0,8 0,4 0,572 0,610 Média dos 25 países Europeus ............ 24,7% 1,0 0,547 _______________________ Fonte: BP Statistical Review of World Energy, Junho de 2006, Eurostat e DGGE. (1) Preços de gás natural para um consumidor residencial com um consumo médio anual de 2.000 m3 (2) O valor apresentado é referente apenas à Bélgica. O gás natural que é fornecido à maior parte das residências é tradicionalmente uma mistura de gases, sendo composto por aproximadamente 90% de metano (CH4). As características da mistura tornam-no ideal para utilizações correntes, nomeadamente: • Chama facilmente controlável e com temperatura constante; • Sistema de fluxo contínuo sem necessidade de armazenamento nas infra-estruturas do utilizador; • Combustível “limpo” com emissões de carbono relativamente baixas; • Poder calorífico entre 9.000 e 12.000 Kcal; e • Quimicamente inodoro (embora por lei seja obrigatório o uso de odores quando o gás é vendido para uma utilização comercial, de modo a tornar as fugas mais facilmente detectáveis). Aproximadamente 66% das reservas mundiais provadas de gás natural estão localizadas no Médio Oriente e na Rússia. O efeito combinado de diferentes características físicas e da concentração das reservas influenciou o modelo do negócio do gás natural, que consiste numa mistura entre as cadeias de valor do petróleo e da electricidade. Nas fases de exploração e produção, o modelo de negócio do gás natural é semelhante ao do petróleo, tendo em conta os seus métodos de extracção. Em estágios subsequentes, o modelo de negócio do gás natural aproxima-se mais do da electricidade, dado o método de transporte e de distribuição. Nas últimas duas décadas, o surgimento das tecnologias do GNL (gás natural liquefeito) e GTL (gas-to-liquids, ou liquefacção química) permitiram transformar o gás natural de fonte de energia regional para commodity do mercado global. O desenvolvimento e proliferação do gás natural, estavam limitados a certos mercados, quer devido à sua localização geográfica, quer devido à falta de fontes de aprovisionamento regionais. Contudo, desde então, estes mercados desenvolveram infra-estruturas de gás natural tais como terminais de regaseificação de GNL e redes de distribuição. Deste modo, produtores que anteriormente eliminavam o gás natural como um subproduto indesejável da produção de petróleo estão agora a construir infraestruturas para captarem os benefícios económicos da sua exploração. Dado que o gás natural é encarado como uma fonte global de energia, os produtores estão a vender gás natural a uma escala geográfica mais ampla e não apenas na sua própria região. A possibilidade de transportar gás natural através de longas distâncias permitiu o desenvolvimento dos mercados, podendo agora os distribuidores enviar o gás natural para as zonas onde são oferecidos maiores rendimentos, independentemente da localização geográfica. Dado que alguns mercados de consumo intensivo de gás natural como os Estados Unidos e o Reino Unido esgotaram parcialmente as suas reservas, esta tendência, tal como o aumento da concorrência no acesso aos fornecedores de gás natural, deverão manter-se no futuro próximo. 62 Em virtude dos elevados custos envolvidos na construção de infra-estruturas de transporte e distribuição de gás natural, as companhias do sector tendem a ser monopólios naturais nas áreas onde operam. Sendo o gás natural uma importante fonte energética para vários países, os Estados tendem a regular as companhias que operam nesta indústria, nomeadamente mediante o estabelecimento de limites máximos aos preços cobrados aos consumidores residenciais. Assim, a obtenção de fontes de aprovisionamento fiáveis de gás natural a preços favoráveis tornou-se num dos factores-chave para assegurar a rendibilidade deste negócio. Tradicionalmente, os intervenientes no mercado salvaguardaram as suas necessidades de abastecimento de gás natural, mediante a celebração de contratos a longo prazo com fornecedores, investindo em reservas de gás natural “transportável” para os seus mercados de distribuição e comprando pontualmente volumes de gás natural no mercado spot. Na Europa, em virtude da estrutura regulada do actual mercado do gás natural e a prevalência de contratos de fornecimento a longo prazo, os mercados spot e forward de gás natural apresentam relativamente pouca liquidez. Os dois principais centros europeus de negociação de gás natural são Zeebrugee, na Bélgica, e o NBP (National Balancing Point) no Reino Unido. O principal centro de negociação de gás natural dos Estados Unidos é conhecido por Henry Hub e é utilizado mundialmente como referência para a fixação de preços. As companhias europeias têm tradicionalmente indexado os seus contratos de gás natural a um preço de referência de crude como o Brent ou o WTI, uma vez que uma parte significativa dos maiores consumidores de gás natural (como é o caso de determinados produtores de energia) têm a possibilidade de mudar entre gás natural e outros combustíveis para tirar partido do combustível mais barato. Descrição Geral do Mercado da Energia Eléctrica O mercado da electricidade é, em grande medida, um mercado nacional ou regional, devido à infra-estrutura necessária para o transporte, bem como devido à regulação específica de cada país. A electricidade é tipicamente produzida através dos seguintes tipos de tecnologia: • Hídrica – A tecnologia hídrica gera electricidade através do movimento da água dos cursos naturais (rios) ou “artificiais” (potenciados pela construção de barragens com albufeiras), através de turbinas que accionam um gerador para a produção de electricidade; • Térmica – A tecnologia térmica queima combustível, convertendo o calor resultante em energia eléctrica. Os combustíveis habitualmente utilizados são os produtos refinados, o gás natural e o carvão. As centrais térmicas tradicionais produzem electricidade simplesmente através da combustão directa do combustível, através da qual apenas cerca de 30% da energia libertada é efectivamente convertida em electricidade. Recentemente tem-se assistido ao aparecimento de novas tecnologias que convertem parte dessa energia desperdiçada em electricidade, pela utilização simultânea de dois processos de produção, atingindo desta forma uma taxa de conversão de combustível em electricidade superior à dos processos tradicionais de produção. A tecnologia mais comum é a das CCGTs, que usa um primeiro ciclo de turbina a gás para gerar electricidade através da combustão de gás natural e um segundo ciclo de turbina a vapor para converter o calor gerado neste processo em mais electricidade. Uma outra tecnologia bastante comum e muito semelhante é a cogeração, em que a mesma central eléctrica é utilizada para produzir dois tipos de energia: eléctrica e térmica, à qual é dada utilização industrial. • Nuclear – A tecnologia nuclear converte a energia gerada por fissão nuclear controlada, num reactor nuclear, em energia eléctrica. 63 • Renováveis – As fontes de energia renováveis são consideradas como as mais “amigas” do ambiente, dado que produzem reduzidas ou nulas emissões de CO2 e retiram energia de fontes não finitas. As energias renováveis mais comuns são a eólica, a solar e a biomassa, estando no entanto a ser desenvolvidas outras formas de energia. A procura de electricidade (e as fontes tradicionalmente dividida em dois segmentos: de energia correlacionadas) encontra-se • Base – A procura de base é a procura constante ao longo do dia. Tipicamente, as tecnologias de baixo custo marginal (tipicamente exigindo investimentos iniciais mais elevados) são utilizadas para satisfazer a procura de base, tal como a energia nuclear, hidráulica e térmica. • Pico (horas de ponta) – A procura de pico é uma procura variável, que flutua de acordo com as necessidades específicas em determinadas horas do dia. A energia térmica é geralmente utilizada para satisfazer a procura de pico, dada a sua maior rapidez de resposta. Os factores mais relevantes na determinação dos preços da electricidade a nível local são os seguintes: • factores de base do mercado como a procura e a oferta, incluindo a capacidade de interligação com outros mercados; • preços das matérias-primas (como gás natural, petróleo, carvão), que estão tipicamente associados aos mercados energéticos globais; • condições climatéricas, dado que muitas das tecnologias (nomeadamente hidráulicas e outras renováveis) estão fortemente relacionadas com o estado do tempo; • incentivos regulatórios e tributação, dado que influenciam a rendibilidade das unidades de produção e, inerentemente, os preços que as viabilizam, e • conjunto de tecnologias de produção, dado que tecnologias diferentes têm diferentes estruturas de custo e, deste modo, afectam de forma diversa a formação do preço. O Protocolo de Kyoto e a criação do mercado europeu de CO2 introduziu o custo das emissões de CO2 e a atribuição de licenças de CO2 pelos governos como factores adicionais na determinação do custo da electricidade. Esta orientação de mercado reformulou as prioridades dos produtores de energia. Vide “Legislação que regula a actividade do emitente” infra. O Mercado Ibérico da Energia Considerações gerais A Península Ibérica formada por Portugal e Espanha, está na intersecção entre o Mediterrâneo e o Oceano Atlântico. Tanto Portugal como Espanha são membros da União Europeia. A localização da Península Ibérica entre a Europa Ocidental e o Norte de África, além da sua relativa proximidade aos sub-continentes Norte e Sul-Americano, constituem factores determinantes da sua actividade económica. O quadro seguinte apresenta os principais indicadores económicos ibéricos: 64 Dados Macroeconómicos Ibéricos Portugal População estimada a meio do ano (milhões) PIB nominal a preço actual de mercado (mil milhões de Euros) Crescimento real do PIB (%) PIB nominal per capita (milhares de Euros) Frota de veículos de passageiros (por mil habitantes) Consumo de produtos refinados (milhões de toneladas) Produção de electricidade (TWh) (2) Consumo de gás natural (mil milhões de m³) Espanha População estimada a meio do ano (milhões) PIB nominal (mil milhões de Euros) Crescimento real do PIB (%) PIB nominal per capita (milhares de Euros) Frota de veículos de passageiros (por mil habitantes) Consumo de produtos refinados (milhões de toneladas) Produção de electricidade (TWh) (2) Consumo de gás natural (mil milhões de m3) 2005 2004 2003 2002 2001 10,6 10,5 10,4 10,4 10,3 147,2 0,3 142,8 1,1 137,5 (1,1) 135,4 0,8 129,3 2,0 13,9 13,6 13,2 13,1 12,6 (1) 393,0 382,0 375,0 362,0 15,3 35,1 4,1 15,4 35,0 3,7 15,2 37,1 2,9 16,2 36,6 3,0 15,8 37,7 2,5 404,0 2005 2004 2003 2002 2001 44,4 904,3 3,4 20,8 43,7 837,3 3,1 19,6 43,0 780,6 3,0 18,6 42,3 729,0 2,7 17,6 41,5 679,8 3,5 16,7 456,0 447,0 435,0 443,1 437,6 78,8 254,2 32,3 77,6 243,6 27,4 75,5 227,6 23,6 73,8 212,8 20,8 72,7 206,3 18,2 _______________________ Fonte: PFC Energy, CORES, REE (operador do sistema espanhol), REN (operador do sistema português), Comissão Europeia, DGGE, Instituto Nacional de Estadística (“INE”) e BP statistical review. (1) (2) Valores estimados fornecidos pela PFC Energy (Novembro 2005 - Portugal e Agosto 2005 - Espanha). Excluindo regiões insulares portuguesas e espanholas. As economias Espanhola e Portuguesa estão interligadas e os mercados internos da energia de cada um dos países estão a tornar-se cada vez mais integrados, por via da legislação do mercado da energia, destinada a liberalizar os mercados. Esta legislação inclui, em Espanha, o Real Decreto-Lei 6/2000, de 23 de Junho, a liberalização em Portugal dos preços de produtos comercializados a retalho, em 2004 e o acordo do Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL) celebrado entre Portugal e Espanha em 2004, embora ainda em implementação. Vide “Legislação que regula a actividade do Emitente” infra. Por outro lado, a liberalização do mercado do gás natural em Portugal deverá entrar em vigor em 1 de Janeiro de 2008 para clientes com um consumo anual igual ou superior a 1 milhão de m3, em 1 de Janeiro de 2009 para os consumidores com consumo anual igual ou superior a 10.000 m3, e em 1 de Janeiro de 2010 para todos os outros consumidores. Estas medidas levaram as empresas do sector da energia a implementar estratégias panibéricas, incluindo investimentos transfronteiriços e swaps de activos e aquisições. O quadro seguinte apresenta o consumo de energia primária em Portugal e em Espanha: 65 Consumo de Energia Primária Portugal 2005 (1) Total: 23 milhões de toneladas de equivalentes de petróleo Petróleo Carvão Gás natural Hidroeléctricas 67% 17% 12% 5% Espanha 2005 (1) Total: 147 milhões de toneladas de equivalentes de petróleo Petróleo Gás natural Carvão Energia nuclear Hidroeléctricas 53% 20% 15% 9% 4% _______________________ Fonte: BP Statistical Review of World Energy, Junho de 2006 (1) A soma das percentagens não corresponde a 100% devido ao arredondamento efectuado. Exploração e Produção O mercado ibérico é altamente dependente de importações de crude. Portugal não possui produção de crude, e Espanha produz menos de 1% das suas necessidades internas desta matéria-prima. Nenhum dos países é dependente de um único distribuidor de crude, dispondo de fontes de aprovisionamento bastante diversificadas em todas as regiões do mundo. Refinação Os maiores intervenientes no mercado ibérico da refinação são a Repsol YPF (“Repsol”) e a Cepsa, em Espanha, e a Galp Energia em Portugal. A BP também está presente, possuindo uma refinaria em Espanha. O quadro seguinte apresenta as refinarias na Península Ibérica: Refinaria Proprietário País Capacidade (kbbl/dia) Porto Galp Energia Portugal 90(1) Sines Galp Energia Portugal 220(1) Castellón de la Plana BP Plc Espanha 105 Cádiz CEPSA Espanha 240 Huelva CEPSA Espanha 100 Tenerife CEPSA Somorrostro Vizcaya Repsol (2) Espanha 87 Espanha 220 Cartagena, Murcia Repsol Espanha 100 La Coruña Repsol Espanha 120 Puertollano, Ciudad Real Repsol Espanha 140 Tarragona Repsol Espanha 160 Total da Capacidade Ibérica de Refinação: 1.582 _______________________ Fonte: Oil & Gas Journal, 2005 Worldwide Refining Survey e Galp Energia (apenas para o Porto e Sines) (1) Com base no pressuposto da Galp Energia relativamente aos tipos de crude utilizados. A capacidade efectiva poderá variar consoante o tipo de crude processado. (2) Detida através da Petróleos del Norte, S.A. (Petronor), que é detida em 85,98% pela Repsol. Muitas das refinarias ibéricas não estão optimizadas para responder à crescente procura de produtos destilados intermédios e ao correspondente decréscimo do consumo de gasolina na região. Tanto Portugal como Espanha importam actualmente quantidades significativas de gasóleo, exportando gasolina, e muitos observadores do sector crêem que esta tendência irá continuar no futuro próximo. A localização da Península Ibérica permite a importação da Europa Ocidental e Oriental, do Médio Oriente, da África do Norte e Ocidental e da América do Sul, e a exportação para os principais mercados nas regiões do Mediterrâneo e da Bacia Atlântica. Nos últimos anos, os Estados Unidos representaram mais de 40% dos volumes de exportação de Portugal e perto de 20% dos de Espanha, enquanto o Reino Unido e a Rússia e 66 outros países da antiga União Soviética têm sido uma importante fonte de importações de Portugal e Espanha, respectivamente. Os quadros seguintes apresentam o saldo importação/exportação de produtos petrolíferos nos países ibéricos. Importações e Exportações de Produtos Petrolíferos (mil toneladas) Portugal (2004) Espanha (2004) Importações Exportações Importações Exportações GPL 622 69 1.095 242 Gasolina 131 804 Gasolina 748 2.588 Jet fuel 54 54 Jet fuel 943 166 Gasóleo 846 70 Gasóleo 11.830 656 HFO (Fuelóleo pesado) 642 474 HFO (Fuelóleo pesado) 3.940 1.431 Outros 1.491 504 Outros 6.885 2.887 Total 3.786 1.975 Total 25.441 7.970 GPL _______________________ Fonte: PFC Energy (Novembro 2005 - Portugal e Agosto 2005 - Espanha) O quadro seguinte fornece mais elementos sobre a forte procura de gasóleo e outros produtos destilados intermédios face à gasolina: Consumo de Produtos Refinados Espanha (2004) Portugal (2004) Consumo total: 14.327 mil toneladas (1) Consumo total: 66.311 mil toneladas Gasóleo 38% Gasóleo 48% HFO (Fuelóleo pesado) 15% Gasolina 12% Gasolina 13% Outros produtos 12% Nafta 10% HFO (Fuelóleo pesado) 10% GPL 7% Jet fuel 7% Jet fuel 6% Nafta 4% Outros produtos 6% GPL 4% Betumes 4% Betumes 3% Lubrificantes 1% Lubrificantes 1% _______________________ Fonte: PFC Energy (Novembro 2005 - Portugal e Agosto 2005 - Espanha) (1) A soma das percentagens não corresponde a 100% devido ao arredondamento efectuado Actualmente, os veículos a gasóleo constituem a maioria dos carros novos vendidos na Europa, incluindo Portugal. Esta tendência, em conjunto com o facto do sector dos transportes representar dois terços do consumo total de petróleo em Portugal, está na origem do aumento da procura de gasóleo. Armazenamento e Transporte de Crude e Produtos Petrolíferos Os oleodutos, gasodutos e as infra-estruturas de armazenamento na Península Ibérica são controlados principalmente pela Compañia Logística de Combustíveis, S.A. e pela CLH, as empresas de logística de produtos petrolíferos de Portugal e Espanha, respectivamente. A Galp Energia detém 65% da CLC – Companhia Logística de Combustíveis, S.A.(“CLC”), encontrando-se a BP e a Repsol YPF entre os demais accionistas. A CLH, historicamente detida 67 pelos três refinadores espanhóis é agora detida por um grande número de intervenientes no sector incluindo a Galp Energia (5%), com os refinadores ibéricos detendo, no seu conjunto, aproximadamente 44%. Tanto Portugal como Espanha adoptaram requisitos de armazenamento de petróleo, vide “Legislação que regula a actividade do Emitente” infra. Distribuição e Comercialização de Produtos Petrolíferos Existem dois canais de distribuição e comercialização dos produtos refinados aos clientes finais: (i) vendas directas no mercado grossista aos grandes clientes, como por exemplo clientes industriais, revendedores, aviação, sector marítimo e empresas de transporte; (ii) venda de combustíveis a clientes de retalho. A liberalização dos preços e a crescente concorrência conduziu, nos últimos anos, a um aumento da pressão concorrencial em Portugal. A liberalização dos mercados teve também impacto sobre o nível dos preços grossistas em Portugal, dado que os participantes do sector, no mercado interno, concorrem agora com intervenientes estrangeiros e com produtos importados. Assim, a composição dos preços dos produtos refinados reflecte, de um modo geral, o preço de referência de importação de cada produto. Na Europa, o preço de referência de importação baseia-se nas cotações disponíveis para produtos a granel no eixo Amesterdão-Roterdão-Antuérpia, ajustadas pelo custo da logística e pelos os custos associados de importação dessa região para clientes no país relevante, tendo em devida consideração os diferenciais de qualidade entre os produtos de referência e os transaccionados. Os principais factores que influenciam a rendibilidade das actividades de comercialização incluem a localização dos postos de retalho (em especial as áreas urbanas face às áreas rurais), cobertura geográfica da rede de distribuição, eficácia do sistema de logística, volumes vendidos por posto e dimensão e qualidade das ofertas non-fuel. Os observadores do sector estão geralmente atentos aos volumes vendidos por posto e aos rácios das vendas de produtos non-fuel. Elevados volumes vendidos por posto de abastecimento, baixos custos e a oferta de outros serviços no local constituem factores críticos para a rendibilidade das empresas de retalho. Os programas de fidelização de clientes, como os cartões de cliente e outros conceitos de serviço têm influência sobre a capacidade das empresas para captar e conservar clientes. O quadro seguinte apresenta os principais indicadores relativos ao mercado ibérico de retalho. Principais Indicadores do Mercado Ibérico de retalho 2005 Número de postos de abastecimento Portugal (1) Espanha (2) Volume médio anual vendido por posto (milhares de litros) Portugal Espanha Volume (milhões de litros) Portugal (3) Espanha (2) 2004 2003 2.833 8.638 2.860 8.687 2.852 8.593 2.410 3.467 2.430 3.391 2.463 3.349 6.828 29.948 6.949 29.458 7.025 28.782 _______________________ (1) Fonte: Catalist (2) Fonte: AOP, CORES, DGGE (3) Fonte: DGGE Em Portugal, o líder do mercado de retalho em 2005 foi a Galp Energia com uma quota de mercado de 37% com uma rede de retalho de 837 postos. Em Espanha, o líder de mercado é a Repsol com um número total de postos de 3.618, no final do ano de 2005. 68 Nos últimos anos, o número de postos de abastecimento manteve-se relativamente estável, nomeadamente devido à elevada densidade da rede e os reduzidos volumes vendidos por posto em Portugal. Contudo, em Espanha a rede de retalho encontra-se relativamente dispersa e está ainda em fase de expansão, em contraste com outros mercados europeus mais maduros, onde a racionalização tem sido a norma. Apesar do mercado ibérico continuar menos desenvolvido que outros mercados europeus, as vendas de produtos non-fuel nos postos têm crescido significativamente nos últimos anos. Derivado das parcerias celebradas entre as empresas petrolíferas e as cadeias de hipermercados, resultaram maiores descontos para os consumidores finais. De entre os principais canais de distribuição de produtos petrolíferos, o retalho é tipicamente mais capital intensivo. Os postos de abastecimento construídos, detidos e operados por uma companhia sob a sua própria marca são conhecidas por “company-owned sites”. Os postos propriedade de um revendedor independente, que compra o seu produto a uma companhia petrolífera sob contrato e vende sob a marca dessa petrolífera, são conhecidas por “dealerowned”. Os postos de abastecimento company-owned podem ser explorados pela própria companhia petrolífera ou arrendados a um revendedor. Os postos company-owned e companyoperated (detidos e explorados pela marca) são frequentemente abreviados como “CoCo”, enquanto que os postos company-owned e dealer-operated (detidos pela marca e explorados pelo revendedor) são abreviados como “CoDo”, e os postos dealer-owned e dealer-operated (detidos e explorados pelo revendedor) como “DoDo”. No caso dos postos CoDo e DoDo, as empresas celebram contratos de fornecimento com os revendedores. Em Portugal, a duração dos contratos com os DoDos, que incluam uma obrigação de não concorrência, cujo prazo legal não pode ser superior a cinco anos, tende a coincidir com a duração de tal obrigação. O Mercado Português de Gás Natural O gás natural foi introduzido em Portugal como fonte de energia alternativa com a respectiva legislação a ser criada em 1989. O quadro seguinte enumera as empresas que operam nos diferentes elos da cadeia de abastecimento do gás natural, após o Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural. Aprovisionamento Transgás Outros Recepção e armazenamento de GNL REN Armazenamento subterrâneo Transgás / REN Transporte REN Fornecimento Galp Energia Outros Gestão do sistema REN Distribuição (1) Beiragás Dianagás (1) Dourogás Duriensegás (1) Lisboagás (1) Lusitaniagás (1) Medigás (1) Paxgás (1) Portgás Setgás (1) Tagusgás(1) _______________________ Fonte: Galp Energia (1) Distribuidoras em que a Galp Energia detém uma participação. O mercado português de gás natural tem registado um forte crescimento nos últimos anos. De acordo com as previsões da BP, da DGGE e da IEA, o consumo de gás natural na Península Ibérica deverá registar uma taxa de crescimento anual de 5,1% entre 2005 e 2010, aumentando de 36,4 mil milhões de m3 para 46,7 mil milhões de m3 . A concessão de novas licenças de CCGT deverá suportar o desenvolvimento deste mercado. Num esforço para impulsionar o desenvolvimento do mercado europeu do gás natural, a União Europeia tem implementado legislação que acelera a total liberalização do mercado de gás natural. Tendo assinado o seu primeiro contrato de longo prazo para gás natural há menos de dez anos, Portugal está classificado como um mercado emergente. Tal permitiu que a 69 liberalização fosse adiantada, devendo o processo de abertura a terceiros operadores ter início em 1 de Janeiro de 2007 com todos os clientes a terem o direito de escolha livre a partir de 1 de Janeiro de 2010. Vide “Legislação que regula a actividade do Emitente” infra. O quadro seguinte apresenta o número total de clientes de distribuição de gás natural em Portugal. Número total de clientes de distribuição de gás natural (milhares) 2005 2004 2003 888 819 758 _______________________ Fonte: Galp Energia e relatório e contas anual de 2005 da Portgás. As redes de distribuição em Portugal, que são reguladas, dividem-se em três categorias: alta pressão, média pressão e baixa pressão. As tarifas para a utilização da rede serão fixadas pelo regulador. • A rede de alta pressão é detida pela REN, na sequência do Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural, e deverá manter-se uma actividade regulada. A rede de alta pressão é tipicamente utilizada para o transporte de maiores quantidades de gás natural a distâncias maiores. • A rede de média pressão estabelece a ligação entre as redes de alta e de baixa pressão. É a “espinha dorsal” que conduz à rede de baixa pressão. • A rede de baixa pressão é detida pelas distribuidoras e liga cada cliente específico à rede de média pressão. As importações de gás natural entram no mercado Português i) através de Espanha pelos gasodutos internacionais que ligam Tarifa a Córdoba (Gasoducto Al Andalus) e Córdoba a Campo Maior (Gasoducto Extremadura) ou ii) ainda através do terminal de regaseificação de GNL de Sines. O gasoduto internacional que liga Portugal e Espanha transporta o gás natural contratado à Sonatrach, na Argélia, que entra em Espanha através do gasoduto EuropaMagrebe que liga os campos de gás natural de Hrassi R’Mel na Argélia à rede de transporte de gás natural de Espanha. O terminal de regaseificação de GNL de Sines recebe navios metaneiros essencialmente adquiridos à NLNG na Nigéria. Distribuição e Venda de Gás Natural O mercado de distribuição e venda de gás natural compreende essencialmente o segmento de retalho e o segmento grossista. O segmento grossista inclui os grandes clientes industriais. O segmento de retalho inclui os clientes residenciais e pequenos clientes industriais. Embora em número inferior, os grandes clientes industriais, particularmente os produtores de electricidade, são os maiores consumidores de gás natural. A Galp Energia prevê que a produção eléctrica, em especial as CCGTs, possam impulsionar o crescimento do mercado de gás natural em Portugal. O quadro seguinte apresenta as distribuidoras de gás natural e as respectivas áreas de distribuição em Portugal no final de 2005: 70 Lusitaniagás Lisboagás Setgás Portgás Beiragás Tagusgás UAGs Total Participação da Galp Energia Área geográfica 85,0% 100,0% 45,0% 0,0% (1) 59,5% 41,3% 100,0%(3) Litoral Centro Área metropol. Lisboa Distrito de Setúbal Litoral Norte Interior Centro Vale do Tejo (2) Número de clientes 134.318 447.027 107.854 149.196 21.272 14.041 14.389 888.097 Volumes (milhões de m³/ano) 153,5 211,8 56,1 185,0 21,1 22,0 13,8 663,3 Extensão da rede (km) 2.781 3.414 1.315 2.426 422 486 344 11.188 _______________________ Fonte: Galp Energia e relatório e contas anual de 2005 da Portgás. (1) A participação da Galp Energia na Portgás foi vendida à EDP, em Janeiro de 2005. (2) As unidades autónomas de gás (UAGs) compreendem a Duriensegás – Sociedade Distribuidora de Gás Natural do Douro, S.A. (“Duriensegás”) (Interior Norte), a Paxgás (Beja), a Dianagás (Évora) e a Medigás (Algarve). (3) Em 2006, a Galp Energia adquiriu 25% da Duriensegás pelo que detém actualmente 100% dessa empresa. Aprovisionamento, Armazenamento e Trading de Gás Natural O consumo anual de gás natural em Portugal e a a falta de liquidez dos mercados abastecedores europeus de gás natural levou os intervenientes, incluindo a Galp Energia, a celebrar contratos a longo prazo com importantes produtores de gás natural a nível mundial de modo a assegurar um fornecimento constante. As duas principais fontes de aprovisionamento de gás natural são a Sonatrach, na Argélia, e a NLNG, na Nigéria. Os excedentes de gás natural, que não são necessários para satisfazer as necessidades nacionais de consumo, são redireccionados para outros países através de transacções de GNL na medida do permitido pelos contratos de aprovisionamento específicos. As transacções internacionais e o armazenamento de gás natural asseguram a satisfação da procura, a autonomia de cada país e a manutenção das reservas necessárias. Os preços contratuais do gás natural estão tipicamente associados aos preços do petróleo, sendo estabelecidos por um prazo determinado ou calculados com base numa maior média de tempo, para mitigar o efeito da volatilidade dos preços do gás natural. Esta estabilização do custo do gás natural para os clientes finais e distribuidores proporciona uma estrutura de custos mais constante. O Mercado Português da Electricidade As normas que regulam a organização e o funcionamento do mercado Português de electricidade e as actividades de produção, transporte, distribuição e fornecimento de electricidade sofreram alterações substanciais na sequência da Directiva 2003/54/CE, de 26 de Junho, a qual foi transposta para o ordenamento jurídico nacional através do Decreto-Lei n.º 29/2006 de 15 de Fevereiro, cujos princípios gerais foram posteriormente desenvolvidos pelo Decreto-lei 172/2006, de 23 de Agosto (para uma descrição detalhada dos contornos do novo regime, vide “Legislação que regula a Actividade do Emitente” infra). Nos termos da nova legislação, que entrou em vigor recentemente, a anterior divisão em dois sectores separados, o Sistema Eléctrico de Serviço Público (“SEP”) e o Sistema Eléctrico Independente (“SEI”) e a inerente distinção entre o mercado regulamentado e o mercado paralelo em regime livre foi eliminada. Contudo, a transição para o mercado liberalizado ainda se encontra pendente de regulamentação adicional para se tornar efectiva. 71 No âmbito do SEP, a geração, transmissão e distribuição de electricidade são desenvolvidas como serviço público, com a obrigação do fornecimento de electricidade ser levado a cabo com base em padrões apropriados de qualidade de serviço e num princípio de aplicação de uma uniformidade tarifária em todo o território. Os principais operadores de mercado no âmbito do SEP são: • Os Produtores vinculados que manterão uma relação de exclusividade com o concessionário da rede eléctrica nacional - REN, até que os acordos de vencimento antecipado estabelecidos nos contratos de aquisição de electricidade a longo prazo se tornem eficazes. As três companhias que detêm licenças vinculadas são a EDP – Gestão de Produção de Energia, S.A. (“EDP – Gestão de Produção”) (uma sociedade participada cujo capital é integralmente detido pela EDP), a Tejo Energia, S.A. e a Turbogás – Produtora Energética, S.A. (“Turbogás”). Estas três sociedades detinham uma capacidade instalada combinada de 8.739 MW no final de 2005, da qual a EDPGestão de Produção detinha 7.164 MW (82% do total). A EDP, o operador Português de electricidade, através da EDP – Gestão de Produção, tinha uma quota de mercado de 63% no SEP em termos de produção líquida em 2005. O grupo EDP detém também participações nos outros dois electroprodutores vinculados, nomeadamente 11,1% na Tejo Energia, S.A., que gere a central termoeléctrica do Pego, e 40% na Turbogás, proprietária da central de CCGT na Tapada do Outeiro; • A REN, a entidade concessionária da rede eléctrica nacional, que quando os mercados organizados começarem a funcionar, deixará de adquirir electricidade dos electroprodutores vinculados que, por sua vez, venderão a totalidade da sua produção no mercado; • Os Distribuidores vinculados que, até à entrada em funcionamento do mercado organizado, continuarão a adquirir, pelo menos, 92% das suas necessidades de energia eléctrica à REN e a fornecer aos clientes a electricidade que estes contratem, aplicando tarifas e condições estabelecidas pela ERSE; e • Os Clientes vinculados. O SEI inclui dois segmentos: • O Sector Eléctrico Não Vinculado (“SENV”), caracterizado pelo livre acesso à produção e comercialização de intervenientes nos segmentos de baixa tensão especial, média, alta e muito alta tensão, e no qual os operadores podem utilizar a infra-estrutura de transporte e distribuição existente para a transferência física de electricidade, mediante o pagamento das tarifas aplicáveis. Em 2005 o grupo EDP tinha uma quota de mercado de 50% da electricidade fornecida ao SENV. • Produtores em Regime Especial (“PRE”), que abarca centrais hidroeléctricas de pequenas dimensões iguais ou inferiores a 10MW, cogeração e energias renováveis. Estas empresas geradoras fornecem electricidade à rede do SEP, nos termos de legislação especial, e são remuneradas com base no princípio dos “custos evitados” ao SEP e na consideração de um prémio ambiental pelos benefícios da utilização das fontes de energia mais limpas. Nos últimos cinco anos, a distribuição da geração por tipo de produtor foi a seguinte: 72 Produção no SEP+SENV+CHDA (1) GWh Hídrica 2001 2002 2003 2004 2005 Térmica 13.394 7.261 14.670 9.216 4.523 Saldo Importador 24.313 29.357 22.394 25.749 30.621 Produção em Regime Especial Hídrica 239 1.899 2.794 6.479 6.820 Térmica 671 707 1.025 689 395 1.645 1.771 2.188 2.994 4.437 Eólica 238 340 475 781 1.728 _______________________ Fonte: Relatório anual de 2005 da REN (1) Central Hidoreléctrica do Alqueva. A produção em regime especial aumentou em 47% em 2005, tendo a geração a partir da energia eólica registado um incremento de 121% com a entrada em funcionamento de vários parques eólicos, aumentando assim a potência eólica ligada à rede a cerca de 900MW, no final de 2005. Consumo de Electricidade em Portugal (GWh) 2005 2004 2003 2002 2001 Clientes SEP 37.419 38.275 38.756 39.645 39.469 Clientes SENV 10.528 7.225 4.305 1.019 547 Total de consumo de electricidade em Portugal 47.947 45.500 43.061 40.664 40.015 Variação (%) 5,4% 5,7% 5,9% 1,6% - _______________________ Fonte: Relatório anual de 2005 da REN O consumo de electricidade em Portugal tem vindo a crescer a uma taxa elevada (taxa anual média de crescimento de 4,6% para o período entre 2001 e 2005). Apesar deste aumento, Portugal continua a ter uma das menores taxas de consumo de electricidade per capita na Europa, o que indicia um potencial de crescimento futuro para o mercado Português de electricidade. A estrutura do sistema eléctrico português está a sofrer alterações por força de um processo de liberalização, que se encontra actualmente em curso. Por exigência da legislação comunitária, em Fevereiro de 2006, Portugal implementou um novo quadro regulador da electricidade. Vide “Legislação que regula a Actividade do Emitente” infra. Dada a capacidade actual de produção de energia eléctrica em Portugal, é esperado que em 2015 o gap entre a produção e a procura de electricidade atinja os 33,9 TWh, assumindo que as centrais a fuel-óleo serão descontinuadas até 2013. Este gap deverá ser preenchido maioritariamente através do licenciamento de CCGT e de parques de energia eólica. 6.2. Principais Actividades e Mercados A Empresa A Galp Energia, SGPS, S.A. foi constituída em 22 de Abril de 1999, sob a denominação GALP – Petróleos e Gás de Portugal, SGPS, S.A., em resultado da reestruturação do sector energético em Portugal, para operar no sector petrolífero e do gás natural. A Galp Energia agrupou a Petrogal, a única empresa refinadora e principal distribuidora de produtos petrolíferos em Portugal e a GDP, sociedade responsável pela importação, transporte e distribuição de gás natural em Portugal. Actualmente, a Galp Energia é a principal empresa integrada de produtos 73 petrolíferos e gás natural do país, com uma presença crescente em Espanha e uma actividade em desenvolvimento no sector da produção e de fornecimento de energia eléctrica. Em 26 de Setembro 2006, em cumprimento de regulamentação nacional e Comunitária, a Galp Energia procedeu à separação de alguns activos, obrigações e actividades com eles relacionados relativos à de regaseificação, transporte e actividade de armazenamento de gás natural, através da sua venda à REN, aprovada pela Resolução n.º 165/2005 do Conselho de Ministros, de 24 de Outubro de 2005. A REN é a entidade concessionária da Rede Nacional de Transporte de Energia Eléctrica e uma das anteriores accionistas da Empresa. A Galp Energia, através da Transgás, continua a deter os contratos de aprovisionamento de gás natural e a poder desempenhar a actividade de fornecimento de gás natural aos grandes clientes industriais e empresas produtoras de electricidade em Portugal, empresas de distribuição de gás natural e UAGs (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra). A Galp Energia, através das participações nas empresas de distribuição de gás natural, continuará a desempenhar a actividade de distribuição de gás natural. Uma vez que a informação financeira da Galp Energia, posterior ao Processo de Separação das Actividades Reguladas, não é directamente comparável com a informação financeira histórica apresentada no presente Documento de Registo de Acções, apresenta-se também informação financeira pró-forma consolidada não auditada, relativa ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 e ao semestre findo em 30 de Junho de 2006 simulando o efeito da separação de activos como se a mesma tivesse ocorrido em 31 de Dezembro de 2005 e em 30 de Junho de 2006 (no que respeita à informação constante do balanço), ou 1 de Janeiro de 2005 e 1 de Janeiro de 2006 no que respeita à demonstração de resultados. Assim, em 2005, de acordo com as demonstrações financeiras pró-forma ajustadas de modo a simular o impacto do Processo de Separação das Actividades Reguladas, a Galp Energia apresentou um total consolidado pró-forma de vendas e prestações de serviços de 11.131 milhões de Euros, um EBIDTA consolidado pró-forma de 1.096 milhões de Euros, um resultado líquido consolidado pró-forma de 673 milhões de Euros e um total do Activo Fixo Líquido (excluindo investimentos financeiros) consolidado pró-forma de 2.207 milhões de Euros. A actividade da Galp Energia compreende os seguintes negócios: • O segmento de negócio de Exploração e Produção (“E&P”) é responsável pela presença da Galp Energia no sector upstream da indústria petrolífera, levando a cabo a supervisão e execução de todas as actividades relacionadas com a exploração, desenvolvimento e produção de hidrocarbonetos. O portfolio upstream é constituído por participações em 6 blocos em Angola e 54 blocos no Brasil. A Empresa produziu em 2005, em termos proporcionais das suas participações em Angola, e após dedução do petróleo entregue à concessionária nacional nos termos do respectivo contrato de partilha de produção (“PSA”), 1,6 milhões de barris de petróleo. As reservas provadas em 30 de Junho de 2006, também em proporção das participações nesses blocos e após dedução do petróleo entregue à concessionária nacional nos termos do respectivo PSA, ascenderam a 35,6 milhões de barris, conforme o relatório independente da Gaffney, Cline & Associates, Ltd. (vide Panorâmica Geral das Actividades – Principais actividades e mercados – Portfolio de Activos de upstream infra). Em 2005, o segmento de negócio de E&P gerou 3,7% do EBITDA consolidado próforma e representou 11,2% do Activo Fixo Líquido consolidado pró-forma da Galp Energia. 74 • O segmento de negócio de Refinação e Distribuição de Produtos Petrolíferos (“Refinação e Distribuição”) detém as duas únicas refinarias existentes em Portugal, que no seu conjunto processaram um total de 14,3 milhões de toneladas de matérias-primas em 2005, e inclui ainda todas as actividades de comercialização, a retalho e grossista, de produtos refinados (incluindo GPL). O segmento de Refinação e Distribuição controla igualmente a maior parte das infra-estruturas de armazenamento e transporte de produtos petrolíferos em Portugal, as quais se encontram estrategicamente localizadas, quer para a exportação quer para a distribuição dos produtos nos principais centros de consumo. As vendas de produtos ascenderam, em 2005, a um total de 15,2 milhões de toneladas, incluindo vendas aos clientes de retalho e grossistas da Galp Energia bem como vendas a concorrentes e exportações. Em 31 de Dezembro de 2005 a Empresa tinha uma rede de retalho de 1.060 postos (837 em Portugal e 223 em Espanha), tendo atingido nesse ano quotas de mercado, em Portugal, de 37% em volume de vendas a retalho e de 51% em volume de vendas no mercado grossista. A Galp Energia é igualmente líder do mercado de GPL em Portugal, com uma quota de mercado de 44% em 2005, e detém uma presença crescente em Espanha. Em 2005, o segmento de negócio de Refinação e Distribuição gerou 77,4% do EBITDA consolidado pró-forma e representou 56,5% do Activo Fixo Líquido consolidado pró-forma da Galp Energia. • A área de negócio de Gás Natural abrange os segmentos de negócios de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural e de Distribuição de Gás Natural: ¾ O segmento de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural continua, após o Processo de Separação das Actividades Reguladas, a fornecer gás natural a grandes clientes industriais, com um consumo anual superior a 2 milhões de m³, a empresas produtoras de electricidade e às empresas distribuidoras da gás natural e UAG’s (“distribuidoras de gás natural”). No conjunto, estes clientes foram responsáveis por 4,2 mil milhões de m³ de vendas de gás natural em 2005, dos quais 4,1 mil milhões de m3 representam a totalidade do consumo de gás natural em Portugal. A Galp Energia também mantém os contratos de aprovisionamento de longo prazo com empresas da Argélia e da Nigéria, por forma a satisfazer a procura dos seus clientes. O negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural dispõe igualmente de capacidade de armazenamento subterrâneo de gás natural. Em 2005, o segmento de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural gerou 11,2% do EBITDA consolidado pró-forma e representou 3,2% do Activo Fixo Líquido consolidado pró-forma da Galp Energia. ¾ O segmento de negócio de Distribuição de Gás Natural, em conjunto com as empresas distribuidoras de gás natural nas quais a Galp Energia detém participações significativas, vendeu 478 milhões de m3 de gás natural em 2005 a aproximadamente 738.900 clientes residenciais, comerciais e industriais com consumos inferiores a 2 milhões de m³. A infra-estrutura de distribuição de gás natural, incluindo a das distribuidoras de gás natural nas quais a Galp Energia detém participações significativas, abrange um total de 8.761 km (redes secundárias). Em 2005, o segmento de negócio de Distribuição de Gás Natural gerou 7,5% do EBITDA consolidado pró-forma e representou 27,9% do Activo Fixo Líquido consolidado pró-forma da Galp Energia. 75 • O segmento de negócio Power produz actualmente energia eléctrica e térmica que fornece a grandes clientes industriais. Em 2005, a produção total de energia deste segmento foi de 1.375 GWh. Actualmente a Galp Energia detém participações em três centrais de cogeração com uma capacidade instalada total de 80 MW. A Galp Energia pretende construir duas unidades de CCGT de 400MW cada (sujeito à obtenção das licenças necessárias) e, em 2005, a Empresa constituiu um consórcio que apresentou uma proposta no âmbito do concurso lançado pelo Governo Português para a produção de energia eólica em Portugal. Em 2005, o segmento de negócio Power gerou 0,3% do EBITDA consolidado próforma e representou 1,1% do Activo Fixo Líquido consolidado pró-forma da Galp Energia. Os dados consolidados pró-forma referentes a EBITDA e Activo Fixo Líquido referidos nos parágrafos anteriores não perfazem 100% devido a determinadas rubricas não discriminadas. Pontos Fortes A Galp Energia acredita que as suas principais vantagens competitivas são as seguintes: Posição de Liderança no Mercado em Portugal e Crescente Presença em Espanha A Galp Energia tem uma posição consolidada no mercado energético da Península Ibérica, um dos mais atractivos da Europa com uma taxa de crescimento da procura de energia superior à média da União Europeia. A Empresa detém a totalidade da capacidade de refinação em Portugal, bem como activos-chave de armazenamento e transporte de produtos petrolíferos. Em 2005, a Galp Energia teve quotas de mercado no mercado português de cerca de 51% no mercado grossista de produtos refinados, e de aproximadamente 37% no mercado de retalho de combustíveis. Em 31 de Dezembro de 2005 a Empresa, em conjunto com as distribuidoras de gás natural nas quais detém uma participação significativa, controlava 72% do mercado Português de distribuição de gás natural. Em Espanha, as quotas de mercado de vendas a Retalho e Empresas de produtos refinados foram de 2% e 4%, respectivamente, em 2005, tendo no entanto conseguido alcançar quotas de mercado mais significativas em algumas regiões estratégicas, para além de deter participações accionistas em algumas infra-estruturas de transporte e armazenamento. A Empresa acredita que a posição que ocupa no mercado, bem como as economias de escala de que beneficia, lhe permitem alcançar maior eficiência ao nível do fornecimento e distribuição, construindo uma marca reconhecida no mercado Ibérico de energia, estando assim bem posicionada para fornecer diversas formas de energia aos consumidores industriais e de retalho da Península Ibérica. Portfolio Internacional Atractivo de E&P com um Crescimento Previsível da Produção A Galp Energia possui um portfolio de activos upstream atractivo que, de acordo com as expectativas da Empresa, deverá apresentar um crescimento significativo. Estes activos estão concentrados em países com ligações históricas a Portugal e onde existem fortes relações com importantes parceiros locais. A Galp Energia tinha reservas provadas através das suas participações sociais, em 30 de Junho de 2006, de 35,6 milhões de barris (conforme relatório independente da Gaffney, Cline & Associates, Ltd.). Com base no programa de produção desenvolvido, prevê-se que a participação da Galp Energia na produção do Bloco 14 de Angola, o único bloco actualmente em produção, aumente dos cerca de 9.000 barris por dia esperados no final de 2006, para mais de 25.000 barris por dia em 2010. No Bloco 14K/A-IMI está 76 actualmente a preparar-se o plano de desenvolvimento para o campo Lianzi e estão também em curso estudos para desenvolver as descobertas já efectuadas no Bloco 32, ambos em Angola. Por outro lado, a Empresa possui também um portfolio atractivo de projectos de exploração no Brasil e Angola, onde existem relações privilegiadas e mutuamente vantajosas com a Petrobrás. Recentemente foi descoberto petróleo no Bloco BM-S-11 na bacia de Santos, no Brasil. A Petrobrás é o operador deste bloco (com uma participação de 65%), sendo a participação da Galp Energia de 10%. Elevada Qualidade e Integração do Negócio de Refinação e de Distribuição de Produtos Petrolíferos A Galp Energia possui infra-estruturas de refinação de elevada qualidade, estrategicamente localizadas, que permitem uma flexibilidade significativa na optimização das matérias-primas consumidas e dos produtos refinados produzidos, e que geram margens elevadas quando comparadas com os benchmarks de Roterdão. A refinaria de Sines é uma das mais competitivas da Europa e a segunda maior da Península Ibérica. A Galp Energia planeia investir num novo projecto de conversão, integrado no complexo da refinaria de Sines, de modo a adaptar a gama de produtos refinados à procura existente no mercado e assim conseguir margens mais elevadas. A refinaria do Porto está integrada num complexo petroquímico, o que permite obter margens mais elevadas do que outras refinarias de configuração idêntica. A refinaria do Porto está também integrada com a refinaria de Sines, o que permite extrair ainda mais valor dos produtos refinados de ambas as refinarias. Adicionalmente, a Galp Energia tem vindo a investir montantes significativos na modernização dos postos e no desenvolvimento de uma oferta inovadora de produtos non-fuel, de programas de fidelização de clientes e de reconhecimento da marca. A integração física entre os negócios de refinação, logística e distribuição permite à Galp Energia obter eficiências ao nível dos custos e aumentar a rendibilidade das suas operações. Forte Presença num dos Mercados de Gás Natural de Maior Crescimento A Galp Energia é actualmente o único fornecedor grossista de gás natural em Portugal, detendo os contratos de aprovisionamento de longo prazo com empresas na Argélia e na Nigéria. A Empresa vende gás natural às empresas produtoras de electricidade, aos grandes clientes industriais e às distribuidoras de gás natural, detendo também participações maioritárias em quase todas estas distribuidoras de gás natural. A Galp Energia pretende alavancar estas relações, mantendo a liderança no fornecimento de gás natural às empresas produtoras de electricidade e aos grandes clientes industriais para continuar a deter uma posição privilegiada no futuro mercado liberalizado de gás natural (vide Legislação que Regula a Actividade do Emitente – Sector do Gás Natural infra). Por outro lado, o negócio de gás natural da Galp Energia está numa posição privilegiada para beneficiar do crescimento da procura no mercado da geração de electricidade, por via do incremento das vendas para centrais de produção eléctrica a gás natural. O volume de vendas de gás natural tem vindo a aumentar a uma taxa média de crescimento anual de 10,9% desde 2003, tendo atingido 4,2 mil milhões de m³ em 2005, dos quais 4,1 mil milhões de m³ representaram a totalidade do consumo de gás natural em Portugal. Bom posicionamento para o Desenvolvimento dos Negócios de Electricidade e de Energia Renováveis Prevê-se que a procura de electricidade venha a ter um rápido crescimento na Península Ibérica em resultado do aumento da actividade económica, particularmente no que respeita às energias renováveis devido à crescente preferência por fontes de energia mais limpas e 77 sustentáveis. Existe igualmente uma procura crescente, por parte dos clientes, por ofertas multi-energia. Estas tendências do mercado representam uma oportunidade atractiva de crescimento para a Galp Energia que, enquanto fornecedora de energia e com uma marca forte e reconhecida no mercado, acredita estar bem posicionada para se alavancar na sua reputação por forma a capturar novas quotas de mercado. A Galp Energia considera que os investimentos programados em centrais eléctricas de ciclo combinado e parques eólicos permitirão à Empresa implementar as ofertas multi-energia procuradas pelos clientes. Historial de Forte Geração de Cash Flows A Galp Energia tem gerado elevados cash flows mesmo em diferentes ciclos de preços das matérias-primas e de margens de refinação, em grande medida devido ao portfolio de activos integrados e de elevada qualidade e à capacidade de obtenção de eficiências operacionais. A forte capacidade de geração de cash flows nos últimos anos permitiu à Empresa reduzir substancialmente a dívida bancária e, ao mesmo tempo, continuar a investir nas suas operações. A Galp Energia acredita que esta elevada capacidade de geração de cash flows continuará de forma sustentada no futuro, mantendo a capacidade para investir nas suas operações e para distribuir resultados aos investidores sob a forma de dividendos. Estratégia O objectivo de longo prazo da Galp Energia consiste em tornar-se num operador multi-energia de referência no mercado Ibérico, com perspectivas de crescimento atractivas e um forte enfoque no cliente. Para tal, a Galp Energia estabeleceu seis objectivos estratégicos chave: Desenvolver as Operações de Exploração e Produção. A Galp Energia planeia investir aproximadamente 769 milhões de Euros no período 2006-2010, com vista ao reforço das actividades de exploração e produção. No Brasil está em curso a avaliação do potencial de alguns blocos para posterior decisão da participação no processo de licitação, em parceria com a Petrobrás. No curto prazo, pode surgir a oportunidade de adquirir à ENI Societá per Azioni (“ENI SpA”) direitos em blocos recentemente atribuídos a esta empresa em Timor-Leste. Em Portugal foi pedida recentemente autorização ao Governo para proceder à exploração em águas profundas. A Galp Energia planeia prosseguir o crescimento da produção e alavancar o know how existente e as parcerias com a ENI SpA, a Petrobrás e a Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, Empresa Pública (“Sonangol”), entre outras. Optimizar as Capacidades de Refinação. A Galp Energia pretende adaptar os activos de refinação às exigências do mercado, expandindo e modernizando a refinaria de Sines, onde planeia investir num novo projecto de conversão que deverá estar concluído no final de 2010. A Galp Energia tem como objectivo não só aumentar a rendibilidade dos investimentos através da optimização das matérias-primas e da gama de produtos refinados, mas também melhorar a integração das duas refinarias existentes, de modo a retirar vantagens das suas diferentes características de refinação e alcançar um processo integrado e complementar de refinação. Está em curso a avaliação de duas alternativas para a configuração do novo projecto de conversão na refinaria de Sines, o montante de investimento está estimado em aproximadamente 1.000 milhões de Euros e o aumento esperado na margem de refinação é de cerca de US$3,0 por barril após a conclusão do projecto. Reforçar o Negócio de Distribuição em Portugal. Uma das prioridades da Galp Energia é reforçar a posição de liderança na Distribuição de produtos petrolíferos em Portugal. A Empresa pretende alcançar este objectivo mediante: 78 • O reforço das parcerias existentes na rede de retalho com empresas líderes em negócios associados relevantes, como a aliança com a Sonae, a maior cadeia de hipermercados de Portugal, e do aumento e melhoria da oferta de produtos non-fuel; • O aumento do portfolio de serviços oferecidos aos clientes e o estímulo da respectiva fidelização, nomeadamente através do reforço dos programas existentes, tais como o programa de acumulação de pontos “Fast Galp” e o cartão para frotas “Galp Frota”, bem como da manutenção do investimento na imagem e reconhecimento da marca, como os combustíveis de alta performance G-Force; e • A promoção da inovação e das melhores práticas na actividade, nomeadamente completando a divulgação da “Pluma”, uma garrafa de GPL mais leve que as tradicionais. Manter a Liderança no Mercado Liberalizado de Gás Natural. A Galp Energia está a preparar-se para o novo enquadramento regulatório do gás natural em Portugal, procurando novas oportunidades de crescimento que se espera que venham a surgir com a liberalização, mantendo ao mesmo tempo a posição de liderança no mercado. A Galp Energia pretende alcançar este objectivo mediante: • Continuar a promover as vendas de gás natural a grandes clientes industriais, através de propostas de valor acrescentado, e capturar novas oportunidades de crescimento devidas ao aumento da geração de electricidade a partir do gás natural; • A promoção de iniciativas de cross-selling entre produtos petrolíferos, gás natural e electricidade no mercado liberalizado Português e o aumento das vendas destes produtos nos mercados internacionais; e • Antecipação e adaptação às alterações no mercado do gás natural, nomeadamente alterações no enquadramento regulatório. Desenvolver o Negócio Power e Promover o Crescimento no Mercado da Electricidade. A Galp Energia pretende tornar-se um operador de referência no mercado Português de electricidade e desenvolver activamente uma estratégia de gas to power no contexto da liberalização do mercado energético Português, consolidando a posição actual no negócio do gás natural e potenciando a forte imagem de marca. A Galp Energia pretende alcançar este objectivo mediante: • Desenvolvimento da presença no sector da geração de energia, através da construção de duas centrais CCGT em Sines com uma capacidade total de 800 MW; • Entrada no fornecimento de electricidade a clientes industriais e residenciais, criando assim um negócio de electricidade verticalmente integrado que permita maximizar as margens e oferecer propostas comerciais multi-energia aos clientes; • Desenvolvimento do negócio da energia renovável com a construção e exploração de parques eólicos; e • Consolidação da posição da Galp Energia no mercado da Cogeração. Crescer em Espanha e noutros Mercados. Para além da manutenção da posição de liderança em Portugal, a Galp Energia pretende potenciar os pontos fortes e a experiência adquirida, bem como as ligações linguísticas e culturais, para expandir as actividades e crescer 79 noutros mercados geográficos. A Galp Energia planeia desenvolver uma estratégia global de alavancagem das parcerias existentes de modo a expandir-se para mercados onde dispõe de vantagens competitivas, tais como Angola, Brasil e Espanha. Nomeadamente, em Espanha a Galp Energia pretende crescer nos negócios de Retalho e de Empresas com base em oportunidades de crescimento orgânico, aquisições e com a introdução de novos serviços e produtos non-fuel. Os Segmentos de Negócio da Galp Energia As principais actividades da Galp Energia incluem a exploração e produção de hidrocarbonetos, a refinação de petróleo e distribuição de produtos petrolíferos, o aprovisionamento, distribuição e venda de gás natural e a produção de energia eléctrica e térmica. E&P O quadro seguinte apresenta informação financeira e operacional seleccionada relativa ao segmento de negócio de E&P, para os períodos indicados: 31 de Dezembro POC IFRS 2005 2004 2004 2003 (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e Prestações de Serviços ............ EBITDA(1) ............................................ Activo Fixo Líquido(2) ............................ Investimento ....................................... ROA(4) ................................................ Produção (kbbl/dia) .............................. Preço de venda médio (US$/bbl) (5) ......... Custo médio de produção (US$/bbl) (6) .... 66,6 40,2 247,5 82,3 6,7% 4,3 44,6 6,4 42,6 25,5 192,0 70,6 (6,3%) 4,5 31,1 6,1 42,6 25,5 228,1 72,4 (5,8%) 4,5 31,1 6,1 38,4 19,9 169,4 (3) 39,5 3,1% 4,9 24,0 5,6 _______________________ (1) O EBITDA é definido como Resultados operacionais adicionados das amortizações e provisões. O EBITDA não é uma medida padrão, pelo que não deverá ser utilizado nas comparações entre empresas. O EBITDA não é uma medida directa de liquidez e deverá ser analisado conjuntamente com os cash flows reais resultantes das actividades operacionais e tendo em conta os compromissos financeiros existentes. O EBITDA pode não ser indicativo dos resultados operacionais históricos, nem pretende prever resultados futuros (vide “Informações financeiras sobre o Activo e o Passivo, a Situação Financeira e os Ganhos e Prejuízos do Emitente”). (2) O Activo Fixo Líquido inclui o Imobilizado Corpóreo e Incorpóreo Líquidos. (3) Relativamente às demonstrações financeiras oficiais de 31 de Dezembro de 2003, e para efeitos de comparação de exercícios, foi efectuada uma reclassificação de 54,2 milhões de Euros, do segmento de Refinação e Distribuição para o segmento de E&P, essencialmente relacionada com os blocos 32 e 33. (4) Resultados Operacionais depois de Impostos dividido pelo Total do Activo Líquido excluindo investimentos financeiros. (5) Com base na produção do campo Kuito do Bloco 14, com uma densidade média API de 21º (6) Inclui custos operacionais directamente alocados pelo operador de cada bloco, mas exclui a alocação das depreciações e da provisão de abandono e impostos sobre o rendimento de petróleos em Angola. Panorâmica Geral do Negócio O segmento de negócio de E&P detém os activos de upstream da Galp Energia e é responsável pela supervisão e execução de todas as actividades relacionadas com a exploração, desenvolvimento e produção de hidrocarbonetos. O segmento de negócio E&P também identifica, analisa e promove novas oportunidades de desenvolvimento de projectos upstream. Este segmento desenvolve uma política de investimentos selectiva, orientada sobretudo para a aquisição de participações minoritárias em blocos de elevado potencial, preferencialmente em países de expressão portuguesa como Angola e Brasil. Os negócios são desenvolvidos com 80 parceiros chave da indústria, tais como ENI SpA, Sonangol, Petrobrás, Chevron, Total, Exxon e Devon. Análise do Negócio de Exploração e Produção Em Angola, o Governo designa uma empresa pública como entidade concessionária nacional dos direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos. A entidade concessionária nacional celebra PSAs com contrapartes privadas, estrangeiras ou nacionais, nos termos dos quais estabelece a partilha dos custos e dos investimentos bem como a repartição da produção. No Brasil, os direitos de exploração e produção são concedidos directamente a empresas privadas, seleccionadas em concursos públicos concorrenciais organizados pelo Governo ou pela entidade concessionária nacional, relativamente a determinadas zonas ou “blocos”, mediante a atribuição de concessões, licenças ou através dos direitos de participação em PSA pré-existentes. O rendimento gerado pelas empresas privadas com a venda da sua parte dos hidrocarbonetos produzidos está sujeita a imposto sobre o rendimento. No Brasil, o imposto sobre o rendimento é igual ao que se aplica às indústrias em geral, ao passo que em Angola existe um imposto especial que incide sobre o rendimento gerado pelas vendas de hidrocarbonetos. As disposições fiscais são geralmente estruturadas de forma a permitir às contrapartes recuperar os montantes investidos nas operações de exploração, avaliação e desenvolvimento, os quais são capitalizados até ao início da produção. No termo da concessão, as empresas privadas que integram a parceria de produção têm de efectuar um conjunto de operações destinadas a assegurar que o encerramento de todos os poços e o desmantelamento de todas as infra-estruturas são executados com base em elevados padrões técnicos, de segurança e ambientais. Portfolio de Activos de Upstream O envolvimento da Galp Energia em projectos upstream data de 1982, em Angola, e 1999, no Brasil. O portfolio de activos upstream é constituído por participações em 6 blocos em Angola e 54 blocos no Brasil. As reservas provadas correspondentes às participações da Galp Energia em 30 de Junho de 2006 eram de 35,6 milhões de barris de petróleo bruto, concentradas no Bloco 14 em Angola. O total de reservas provadas e prováveis ascendia nessa data a 41,4 milhões de barris e a nossa melhor estimativa dos recursos contingentes era de 43,2 milhões de barris. As reservas e recursos contingentes da Galp Energia foram determinadas pela “Gaffney, Cline & Associates, Ltd.”, uma empresa consultora independente para a indústria petrolífera, em conformidade com as definições e orientações promulgadas pela “Society of Petroleum Engineers”, pelo “World Petroleum Council” e pela “American Association of Petroleum Geologists”, utilizando metodologia determinística. Angola O quadro seguinte apresenta as participações da Galp Energia em Angola: 81 Tipo Bloco Operador % Galp Energia Bloco 14 Deep offshore Chevron 9,0% Bloco 1/82 Offshore ENI SpA 10,0% Bloco 14K/A-IMI Deep offshore Chevron 4,5% Bloco 32 Ultra deep offshore Ultra deep offshore Onshore Total 5,0% Exxon 5,0% Devon 20,0% Bloco 33 Bloco Cabinda Central Parceiros Chevron (31%), Sonangol (20%), ENI SpA (20%), Total (20%) ENI SpA (50%), Total (25%), Ina Naftaplin (7,5%), Naftagas (7,5%) Chevron (31,25%), Total (36,75%), ENI SpA (10%), Sonangol (10%), SNPC (7,5%) Total (30%), Marathon (30%), Sonangol (20%), Exxon (15%) Exxon (45%), Sonangol (20%), Total (15%), Falcon Oil (10%), NIR (5%) Devon (30%), Repsol (25%), Sonangol (20%), Gulf Energy Resources (5%) Bloco 14 O Bloco 14 em Angola é o único bloco em fase de produção. Em 2005, a participação da Galp Energia na produção do Bloco 14 foi de 1,6 milhões de barris (4,3 mil barris por dia). Com base nas estimativas do operador do Bloco 14, a produção no final de 2006 correspondente à participação da Galp Energia será de aproximadamente 9 mil barris por dia, prevendo-se atingir em 2010 cerca de 25 mil barris por dia. Estas previsões baseiam-se nas estimativas do operador com base no desempenho histórico do bloco, na evolução das curvas de produção e no impacto dos investimentos futuros para manter a produção. O Bloco 14 é constituído por cinco áreas de desenvolvimento declaradas: Kuito; Benguela, Belize, Lobito e Tomboco (“BBLT”); Tombua Landana (“TL”); Negage; e Gabela. O quadro seguinte apresenta a quota de produção correspondente à participação da Galp Energia e o programa de exploração relativo ao Bloco 14, por zona de desenvolvimento: Zona de Desenvolvimento 2005 2006 (1) 2007 (1) Kuito ........................... 4,3 mil bbl/dia 3 poços de desenvolvimento 3,6 mil bbl/dia 2,9 mil bbl/dia 1 poço de desenvolvimento BBLT ........................... 10 poços de desenvolvimento 5,4 mil bbl/dia 13 poços de desenvolvimento 13,1 mil bbl/dia 14 poços de desenvolvimento TL............................... 1 poço de avaliação 1 poço de avaliação 1 poço de desenvolvimento 5 poços de prospecção. Negage........................ 1 poço de avaliação - - Gabela ........................ - 1 poço de avaliação - _______________________ (1) Valores esperados. Kuito A descoberta do campo Kuito foi declarada em 1997, tendo o plano de desenvolvimento inicial sido concluído em 1998. A primeira fase de produção iniciou-se em Dezembro de 1999. O curto período de tempo, de 30 meses, desde a descoberta até a primeira produção de petróleo é invulgar nesta indústria, para um projecto com a dimensão do Kuito. Até Agosto de 2006, o 82 Kuito tinha produzido aproximadamente um total de 143,0 milhões de barris de petróleo (com uma densidade API entre 19º e 21º e com uma percentagem de enxofre de 0,7%). BBLT A descoberta do primeiro campo da área de desenvolvimento de BBLT foi declarada em 1998, tendo outros campos sido declarados como descobertas em 2000. O programa de desenvolvimento do BBLT iniciou-se em 2003, tendo a primeira produção sido conseguida em Janeiro de 2006. Até Agosto de 2006, o BBLT tinha produzido aproximadamente 8,4 milhões de barris de petróleo (com uma densidade API entre 24º e 37º e com uma percentagem de enxofre entre 0,25 e 0,30). TL A descoberta do primeiro campo do complexo de TL foi declarada em 1997, tendo outros campos sido declarados como descobertas em 2001. Foi efectuada uma declaração de descoberta comercial em Julho de 2003. O plano de desenvolvimento deste campo está em execução, prevendo-se a instalação de uma plataforma de perfuração e produção até ao final de 2008, iniciando-se a produção em 2009. Negage A descoberta do campo Negage foi declarada em Outubro de 2002, tendo sido apresentada uma declaração de descoberta comercial à entidade concessionária, a Sonangol, em Fevereiro de 2004. Actualmente estão a ser efectuados estudos técnicos destinados a estabelecer um plano de desenvolvimento do campo Negage. Gabela A descoberta do campo de Gabela foi declarada em Fevereiro de 2002, tendo sido apresentada uma declaração de descoberta comercial à entidade concessionária, a Sonangol, em Fevereiro de 2004. Ainda no início de 2004, a entidade concessionária aprovou a área de desenvolvimento de Gabela. Está planeada a perfuração de um poço de avaliação no segundo semestre de 2006, por forma a estabelecer uma melhor estimativa das reservas do campo e a obter informações adicionais que auxiliem os estudos técnicos em curso. Pretende-se conseguir a primeira produção de petróleo em Fevereiro de 2010, que é o prazo limite imposto pelo contrato de parceria de produção. Exploração Actualmente, está planeada a perfuração de três poços de exploração no bloco 14, antes do fim do período de exploração que termina em Março de 2007. Bloco 1/82 A produção do Bloco 1/82 foi encerrada em 2002, após ter produzido um total de seis milhões de barris de crude. Os membros da parceria acordaram abandonar o Bloco 1/82, uma vez que as reservas remanescentes se mostravam insuficientes para produção comercial. Bloco 14K/A-IMI O campo Lianzi foi descoberto em 2004, tendo essa descoberta sido comprovada por um poço de avaliação em 2005. Com base nos resultados obtidos, foi proposta à Comissão 83 Intergovernamental Angola-Congo a delimitação de uma área de desenvolvimento que abrange a área total da unidade do Bloco 14K/A-IMI, em Novembro de 2005, tendo a aprovação sido concedida para a zona proposta em Janeiro de 2006. Os parceiros no Bloco 14K/A-IMI declararam o campo Lianzi como descoberta comercial em Maio de 2006. O plano conceptual de desenvolvimento do campo Lianzi está em fase de finalização. Bloco 32 O Bloco 32 é um bloco de águas ultra profundas, entre os 1.400m e os 2.500m de profundidade. Foram perfurados cinco poços de exploração que revelaram a presença de petróleo. O Bloco 32 encontra-se no segundo período de exploração, que se prolongará até Março de 2007. Uma grande área do bloco mantém-se ainda por explorar. O programa de exploração inclui dez poços, compreendendo nove poços de exploração e um de avaliação. Estão a ser realizados estudos destinados a avaliar as descobertas efectuadas. Bloco 33 O Bloco 33 é um bloco de águas ultra profundas, entre os 1.800m e os 2.500m de profundidade. Durante o primeiro período de exploração, que terminou em Março de 2005, foi realizado o estudo sísmico e foram perfurados dois poços de exploração. Só um dos poços foi declarado comercial (Calulu – 1). A entidade concessionária aprovou uma extensão de 5 anos para avaliação da área descoberta. A restante área do bloco será abandonada. Bloco Cabinda Central Estão a ser conduzidas negociações com vista ao levantamento da interdição da exploração por motivo de força maior (“force majeure”) devido à diminuição da instabilidade política que afecta a zona de Cabinda (onshore). Brasil A Galp Energia está envolvida em vários projectos de exploração onshore e offshore no Brasil, desde 1999. O Governo Brasileiro concedeu licenças de exploração de petróleo e gás em diversos blocos, em sucessivas rondas de licitação, que tiveram início em 1999. A Galp Energia participou em quatro dessas rondas de licitação (2ª, 3ª, 6ª e 7ª), tendo adquirido direitos num conjunto de 54 blocos de exploração, sempre em parceria com a Petrobrás. Esta parceria com a Petrobrás possibilitou a entrada no mercado upstream brasileiro, tirando partido do seu vasto conhecimento do potencial das áreas, dos seus sólidos conhecimentos técnicos e da sua rede de infra-estruturas locais. A Galp Energia opera 29 dos 44 blocos onshore. Os 54 blocos estão agrupados em contratos do seguinte modo: Contrato Área km² Operador % Galp Energia Parceiros Tipo Fim do Período de Exploração Ronda BT-POT-28 30 Galp Energia 50% Petrobrás (50%) Onshore 2006/2007 6 BT-POT-29 90 Galp Energia 50% Petrobrás (50%) Onshore 2006/2007 6 BT-POT-36 127,6 Galp Energia 50% Petrobrás (50%) Onshore 2006/2007 6 84 Contrato BT-ES-23 Área km² Operador % Galp Energia Parceiros Tipo Fim do Período de Exploração Ronda 122 Galp Energia 50% Petrobrás (50%) Onshore 2006/2007 6 BT-SEAL-13 123,4 Galp Energia 50% Petrobrás (50%) Onshore 2008/2009 7 BT-POT-59 127,6 Galp Energia 50% Petrobrás (50%) Onshore 2008/2009 7 BT-POT-51 132,9 Galp Energia 50% Petrobrás (50%) Onshore 2008/2009 7 BT-POT-47 127,6 Galp Energia 50% Petrobrás (50%) Onshore 2008/2009 7 30,4 Galp Energia 50% Petrobrás (50%) Onshore 2008/2009 7 BT-ES-29 BM-S-8 2.400 Petrobrás 10% Petrobrás (50%) Shell (40%) Deep offshore 2006/2008 2 BM-S-11 2.600 Petrobrás 10% Petrobrás (65%) BG (25%) Deep offshore 2006/2008 2 122 Petrobrás 50% Petrobrás (50%) Onshore 2006/2007 6 BT-POT-32 127,6 Petrobrás 50% Petrobrás (50%) Onshore 2006/2007 6 BM-S-21 1.037 Petrobrás 20% Petrobrás (80%) Deep offshore 2007/2009 3 BM-S-24 1.300 Petrobrás 20% Petrobrás (80%) Deep offshore 2007/2009 3 BT-ES-28 91,5 Petrobrás 50% Petrobrás (50%) Onshore 2008/2009 7 BT-POT-45 63,8 Petrobrás 50% Petrobrás (50%) Onshore 2008/2009 7 BT-POT-56 55,8 Petrobrás 50% Petrobrás (50%) Onshore 2008/2009 7 BM-ES-31 722 Petrobrás 20% Petrobrás (80%) Deep offshore 2010/2012 BT-ES-24 7 85 Contrato Área km² Operador % Galp Energia Parceiros Tipo Fim do Período de Exploração Ronda BM-POT-16 1.534 Petrobrás 20% Petrobrás (60%) Encana (20%) Deep offshore 2012/2014 7 BM-POT-17 2.300 Petrobrás 20% Petrobrás (80%) Deep offshore 2012/2014 7 Todos os blocos encontram-se em fase preliminar de exploração, excepto o Bloco BM-S-11 (localizado na Bacia de Santos), onde está actualmente a ser perfurado um poço de grande profundidade. Em Julho de 2006 foi reportada uma descoberta de petróleo neste bloco. Relativamente a todos os restantes poços, a actividade de exploração consiste em estudos geológicos, análises geofísicas e interpretação dos resultados. Novos Projectos Os esforços de avaliação de novas oportunidades de Exploração e Produção da Galp Energia estão a ser focalizados em países com elevado potencial de produção. Em Timor Leste, a Galp Energia participou recentemente num concurso para blocos localizados offshore. Embora a Galp Energia não tenha ganho qualquer dos blocos em causa, existe a possibilidade de aquisição à ENI SpA de direitos nalguns desses blocos, após o início dos projectos. Prevê-se que se verifique no Brasil uma nova ronda de licitação para atribuição de licenças de exploração e produção de petróleo e gás natural, no decurso de 2006, estando em avaliação o potencial de hidrocarbonetos dos blocos em oferta, para ser tomada a decisão de participar, ou não, no concurso, sempre em parceria com a Petrobrás. A zona offshore portuguesa contém um potencial de exploração de águas profundas que ainda não foi adequadamente investigado. A Galp Energia solicitou autorização governamental para explorar estas águas. Refinação e Distribuição O negócio da Refinação compreende todas as actividades de refinação, aprovisionamento e logística. A Galp Energia é a única empresa refinadora e a maior empresa de comercialização de produtos petrolíferos em Portugal, e uma das maiores da Península Ibérica. A Galp Energia gere todas as importações de crude e uma parte das importações de produtos refinados para Portugal, gerindo 80% da capacidade de armazenamento de petróleo bruto e produtos petrolíferos e detendo uma posição dominante na maior parte das infra-estruturas logísticas em Portugal. O negócio da Distribuição inclui a comercialização a retalho e grossista de produtos refinados (incluindo GPL) na Península Ibérica. A Galp Energia é líder de mercado em Portugal, com uma presença crescente em Espanha. Em 2005, através da rede de 1.060 postos (837 em Portugal e 223 em Espanha), obteve uma quota no mercado a retalho de 37% em Portugal e de 9% no total da Península Ibérica, calculada com base no volume de vendas. No mercado grossista, a Galp Energia fornece mais de 4.300 clientes industriais e comerciais, num total de 5,5 milhões de toneladas de produtos refinados, o que representa uma quota de mercado de 51% em 86 Portugal e de 11% no total da Península Ibérica, em 2005. A quota de mercado de GPL, em Portugal, foi de 44% nesse ano. O recente decréscimo do volume de vendas de GPL em Portugal, devido ao crescimento do consumo de gás natural, foi compensado pelo crescimento do volume de vendas de GPL em Espanha. O quadro seguinte apresenta informação financeira e operacional seleccionada relativa ao segmento de negócio de Refinação e Distribuição, para os períodos indicados: 31 de Dezembro IFRS POC 2004 2005 2004 2003 (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e Prestações de Serviços ............ 10.029,8 8.394,8 8.380,6 .................................. 1.493,8 1.315,5 1.167,3 983,9 ........................................... 848,7 726,0 593,9 494,8 ............................ 1.246,9 1.314,1 1.466,4 Investimentos...................................... 142,1 165,2 166,8 205,0 5,4% Margem Bruta EBITDA (2) (1) Activo Fixo Líquido (4) (3) 6.668,9 1.530,5 (5) ................................................ 12,7% 12,0% 7,8% Produtos Refinados (milhões tons) ......... 13,1 12,7 12,7 12,8 Número de postos ................................ 1.060 1.094 1.094 1.090 Vendas a retalho (mil m3) .................... 3.241 3.262 3.262 3.131 Vendas a empresas (mil tons) ............... 5.502 4.424 4.424 3.780 Vendas GPL (mil tons) ......................... 406 423 423 431 ROA _______________________ (1) Estes valores diferem dos valores apresentados nos Relatórios e Contas de 2003 e 2004 (POC), dado que incluem Prestações de Serviços. (2) O EBITDA é definido como Resultados operacionais adicionados das amortizações e provisões. O EBITDA não é uma medida padrão, pelo que não deverá ser utilizado nas comparações entre empresas. O EBITDA não é uma medida directa de liquidez e deverá ser analisado conjuntamente com os cash flows reais resultantes das actividades operacionais e tendo em conta os compromissos financeiros existentes. O EBITDA pode não ser indicativo dos resultados operacionais históricos, nem pretende prever resultados futuros (vide “Informações financeiras sobre o Activo e o Passivo, a Situação Financeira e os Ganhos e Prejuízos do Emitente”). (3) O Activo Fixo Líquido inclui o Imobilizado Corpóreo e Incorpóreo Líquido. (4) Resultados Operacionais depois de Impostos divididos pelo Total dos Activos Consolidados excluindo investimentos financeiros. (5) Relativamente às demonstrações financeiras oficiais de 31 de Dezembro de 2003, e para efeitos de comparação de exercício, foi efectuada uma reclassificação de 54,2 milhões de Euros do segmento da Refinação e Distribuição para o segmento de E&P, essencialmente relacionada com os Blocos 32 e 33. Refinação Panorâmica geral O negócio da Refinação opera duas refinarias, uma em Sines e outra no Porto, produzindo uma vasta gama de produtos, que inclui gasolinas, gasóleos, fuelóleos, jet fuels, GPL, betume e diversos produtos petroquímicos. É também responsável pelo fornecimento de produtos refinados às áreas do retalho, empresas e GPL, aos concorrentes e clientes estrangeiros, bem como pela gestão dos activos de refinação e logísticos. O aprovisionamento e o transporte dos produtos é realizado quer mediante a utilização de infra-estruturas próprias de transporte e armazenamento quer mediante o recurso a empresas de logística subsidiárias. A Galp Energia detém uma posição dominante no mercado Português, na medida em que possui os quatro maiores Parques de Armazenagem em Portugal e 80% da armazenagem portuguesa de produtos petrolíferos, em 2005. 87 A segurança, a fiabilidade e o desempenho ambiental das operações de refinação são críticas para o desempenho financeiro do negócio de Refinação. Paragens não programadas nas refinarias traduzem-se geralmente em perdas de margem, aumento dos custos de manutenção e aumento temporário de fundo de maneio e respectivas existências. O impacto financeiro turnarounds devido, nomeadamente, a trabalhos de manutenção geral, é mitigado através de um processo de programação cuidadosa, que considera a disponibilidade dos produtos, o contexto das margens e a disponibilidade de recursos para a realização da manutenção necessária. Em 2003 e 2004, foram efectuados dois turnarounds nas refinarias (que ocorrem tipicamente de quatro em quatro anos) e realizados dois importantes projectos de manutenção e reparação. Foram planeados vários projectos para aumentar a eficiência energética das refinarias, incluindo a construção de uma central de cogeração na refinaria de Sines (vide “Segmento de Negócio de Power – Novos Projectos” infra). Também foram levados a cabo projectos de conformidade, ou seja, investimentos com o objectivo de operar de acordo com estritas normas ambientais. Instalações Introdução As duas refinarias da Galp Energia em Portugal representam 100% da capacidade de refinação em Portugal e 20%, da capacidade de refinação Ibérica, e, conjuntamente, satisfazem 88% da procura de produtos petrolíferos em Portugal. A Galp Energia investiu 240 milhões de Euros, nos últimos cinco anos, na requalificação e melhoria da eficiência das refinarias (158 milhões de Euros em Sines e 82 milhões de Euros no Porto). A refinaria de Sines é uma refinaria de cracking e a refinaria do Porto é uma refinaria de hydroskimming com uma fábrica de aromáticos, outra de óleos base e outra de lubrificantes. As refinarias são consideradas unidades de negócio e são operadas como centros de proveitos. Para comparar a performance das refinarias com benchmarks internacionais é necessário eliminar o efeito dos stocks e das actividades de aprovisionamento e trading. A margem de refinação resulta da diferença entre o valor dos produtos acabados e intermédios produzidos em cada período e o valor das matérias primas e outras componentes processadas no mesmo período. As matérias-primas e outras componentes (como crude, nafta, MTBE, reformado e químicos) são valorizadas ao preço de reposição médio mensal, sendo os produtos acabados e intermédios valorizados ao preço de paridade de importação-exportação médio mensal. O quadro seguinte apresenta alguns indicadores relativos ao negócio de Refinação da Galp Energia, para os períodos indicados: 31 de Dezembro (POC) 2005 Crude Processado (milhões bbl) ............................. Taxa de utilização de crude (%) ............................. Gama de Crude Galp (US$/bbl) .............................. Spread sobre o Brent (US$/bbl) ............................. Margem Bruta de refinação (US$/bbl) ..................... 96,5 83% 53,1 (2,1) 7,3 2004 2003 94,8 81% 38,3 (0,7) 6,0 94,0 80% 29,1 (0,4) 3,7 88 Refinaria de Sines A Galp Energia tem uma refinaria de cracking em Sines, que iniciou a sua laboração em 1979. Com uma capacidade actual de destilação de aproximadamente 10,5 milhões de toneladas/ano (220.000 bbl/dia), é a principal refinaria de Portugal, sendo responsável por aproximadamente 70% do total da capacidade de refinação em Portugal. É também uma das maiores refinarias da Península Ibérica. A localização costeira e as infra-estruturas portuárias de Sines são privilegiadas tanto para o aprovisionamento de crude como para a exportação de produtos. No processo de refinação da refinaria de Sines, o crude é aquecido e separado numa coluna de destilação a uma pressão atmosférica normal (destilação atmosférica). À medida que a temperatura aumenta, os componentes mais leves, tais como o GPL, a nafta e as gasolinas, vaporizam em primeiro lugar. Os componentes mais pesados, tais como, o gasóleo e o jet fuel, vaporizam mais lentamente e são recolhidos na parte intermédia da coluna de destilação. Os componentes mais pesados passam por uma segunda fase de destilação, a uma pressão reduzida (destilação no vácuo), em que os componentes como o fuelóleo e o asfalto são separados. Tipicamente, o processo de destilação produz mais gases leves e mais resíduos pesados do que o mercado necessita, existindo um défice em gasolina e gasóleo. Para dar resposta a esta situação, a refinaria de Sines conta com unidades de conversão que incluem o fluid catalytic cracker (“FCC”, cracking catalítico – utilização de um catalisador de fluido para transformar o gasóleo pesado em produtos leves, sobretudo de gasolina), o visbreaker (diminuição da quantidade de resíduos produzida através da redução de viscosidade), a alquilação (transformação de gás em componentes de gasolina) e a reformação catalítica (“platforming” – para a conversão de nafta pesada em gasolina). Para mais informação sobre o processo de refinação vide “Análise Sectorial – Indústria de Refinação Global”. O diagrama seguinte mostra o processo de refinação do crude em produtos petrolíferos na refinaria de Sines. Esta refinaria tem uma configuração do processo produtivo orientada para a produção de gasolina, através da unidade de FCC, uma unidade de conversão catalítica de destilados pesados, com um índice de complexidade de Nelson de 5,3 e um índice de complexidade de Solomon de 7,8. 89 GASES FUEL GAS PROPANO FRACÇÕES LEVES FRACCIONAMENTO GPL CRUDE D E S T I L A Ç Ã O RESÍDUO ATMOSFÉRICO BUTANO FRACCIONAMENTO NAFTA A T M O S F É R I C A PURIFICAÇÃO FRACCIONAMENTO NAFTA QUÍMICA REFORMADOR CATALÍTICO QUEROSENE GASÓLEO REFORMADO (GASOLINA) SWEETENING JETFUEL DESSULFURAÇÃO GASÓLEO PURIFICAÇÃO D E S T I L A Ç Ã O PROPILENO FRACCIONAMENTO V Á C U O ALQUILAÇÃO ALQUILADO (GASOLINA) BUTILENOS GASÓLEO VÁCUO FCC HIDRO DESSULFURAÇÃO GASOLINA CRACKING VISCORREDUÇÃO FUELÓLEO RESÍDUO VÁCUO OXIDAÇÃO BETUMES A margem de refinação é normalmente comparada com os benchmarks de Roterdão (perfil de produção fixo para um conjunto padrão de produtos). Estas comparações demonstram que a refinaria de Sines tem beneficiado do contexto actual de mercado. A refinaria de Sines tem registado um elevado desempenho operacional, com uma taxa média de utilização de crude de 85%, nos últimos três anos, e uma taxa média de fiabilidade de 98%. O quadro seguinte apresenta informação operacional e financeira relativa à refinaria de Sines, para os períodos indicados: 31 de Dezembro (POC) 2005 Capacidade (kbbl/dia).............................................. Crude processado (milhões tons) (1) ........................... Produtos refinados (milhões tons) ............................. Taxa de utilização de crude (%) ................................ Margem Bruta de refinação (US$/bbl) ........................ Margem cracking de referência de Roterdão (US$/bbl) (2) ........................................................... Custo médio de aquisição do crude (US$/bbl) ............. Custos operacionais (€/bbl) ...................................... Fiabilidade (%) ....................................................... Número de Trabalhadores ........................................ 2004 2003 220 9,5 9,8 87% 8,5 5,3 220 8,9 8,7 81% 6,4 3,8 220 9,5 9,3 87% 3,9 2,8 52,3 1,3 97% 473 38,1 1,4 99% 473 29,0 1,0 99% 454 _______________________ (1) Factor de conversão médio de barris para toneladas de 7,23 para 2005. (2) Fonte: Platts baseada no seguinte perfil de produção: premium unleaded 25,4%; nafta physics 7,1%; jet fuel 8,5%; ULSD 50 ppm 38%; Fuelóleo (1%) 14%; consumos e perdas 7%. 90 A refinaria de Sines tem instalações de armazenamento modernas com capacidade para mais de 3.000.000 de m3 de crude, com monitorização digital de stocks, coberturas de tanques flutuantes e unidades de recuperação de vapores. As necessidades energéticas da refinaria são asseguradas por uma central de produção combinada de vapor e energia com uma capacidade instalada de 64 MW. Um sistema de tratamento de águas residuais recicla a maior parte da água utilizada no processo produtivo da refinaria. Desde 1994, foram realizados vários projectos na refinaria de Sines que incluíram: (i) a requalificação da unidade de dessulfuração de gasóleo; (ii) a construção de uma unidade de purificação de hidrogénio; (iii) a construção de um reformador de vapor para a unidade de produção de hidrogénio; e (iv) a construção da unidade de FCC e hidrodessulfuração da gasolina. O último turnaround de Sines ficou concluído em Março de 2004, com um custo total de 34,1 milhões de Euros. A refinaria de Sines tem capacidade para processar crudes leves e pesados. Em 2005, o crude pesado representou 29% do crude processado. A densidade média API do crude processado na refinaria de Sines, em 2005, foi de 35,9º e a percentagem de enxofre foi de 0,915%. Aproximadamente 75% da produção da refinaria consiste em produtos leves de alto valor, tais como gasolina, produtos de destilação intermédia e GPL. A lista de produtos que o perfil da refinaria de Sines produz encontra-se no quadro seguinte: 2005 Perfil de Produção Gases ................................................................. Gasolina ............................................................. Destilados Médios ................................................ Fuelóloeo ............................................................ Outros ................................................................ 4% 27% 44% 23% 2% 2004 4% 30% 45% 19% 3% 2003 4% 31% 46% 17% 3% Sines – novo projecto de conversão A Galp Energia planeia implementar um novo projecto de conversão na refinaria de Sines com o intuito de transformar as fracções mais pesadas da destilação do crude (como por exemplo o resíduo de vácuo) em destilados intermédios mais leves (como por exemplo gasóleo de elevada qualidade). As tendências de mercado justificam este projecto pela crescente importância da produção de gasóleo em detrimento da produção de fuelóleo. Em particular, o facto das margens de refinação associadas ao gasóleo serem mais elevadas que as do fuelóleo e também pela crescente procura de gasóleo no mercado Europeu, em particular na Península Ibérica. Neste momento está em curso a avaliação de dois projectos de conversão alternativos, correspondendo a duas configurações distintas. A primeira configuração alternativa associa um hydrocracker com um coker e na segunda configuração propõe-se a combinação do hydrocracker com um residue hydrocracker. O montante de investimento estimado situa-se em aproximadamente 1.000 milhões de Euros e o aumento esperado da margem de refinação é de cerca de US$3,0 por barril, aumentando igualmente o índice de complexidade de Nelson para 11,0. As duas configurações alternativas para este projecto de conversão em Sines assentam em perfis de produção semelhantes para os destilados intermédios mais leves. Em ambos os casos, a matéria-prima usada para alimentar as unidades de conversão é o resíduo de vácuo, 91 produzindo ambas GPL, nafta, gasóleo e gasóleo pesado. A principal diferença entre as configurações em estudo é o tipo de resíduos produzidos pelo processo de coking, (green coke) ou pelo residue hydrocracking (fuelóleo 1%). Em qualquer dos casos, o novo projecto de conversão permitirá um aumento significativo da quantidade de crude pesado processado, passando, por exemplo, dos actuais 25% de crude pesado processado para cerca de 46% em 2010. A capacidade de processamento de resíduo do novo projecto de conversão será projectada de forma a poder usar como matéria-prima tanto o resíduo atmosférico proveniente da refinaria do Porto como o resíduo de vácuo da refinaria de Sines. Desta forma, apesar da quantidade de produtos refinados pelas duas refinarias não aumentar significativamente, passa a existir uma maior flexibilidade no tipo de crude usado, permitindo a utilização de maiores quantidades de crudes pesados, que consequentemente são menos dispendiosos, da mesma forma que permite responder melhor às necessidades de gasóleo do mercado. Com o novo projecto de conversão em funcionamento haverá transferências significativas de resíduo atmosférico entre a refinaria do Porto e a refinaria de Sines e, simultaneamente, haverá transferências de produtos intermédios entre a refinaria de Sines e a refinaria do Porto: produtos leves (nafta, por exemplo) serão transferidos para ser usados como matéria-prima da fábrica de aromáticos ou produtos pesados (hydrocracker residue, por exemplo) serão transferidos para ser usados como matéria-prima da fábrica de óleos base. A decisão final das configurações a adoptar deverá ser tomada até Outubro de 2006 e terá como base os estudos de viabilidade em curso. Serão analisados, entre outros, o montante de investimento necessário, os custos de operacionais e as implicações ambientais de ambas alternativas. Dependendo da decisão tomada, é previsível um aumento da capacidade de produção de gasóleo através da redução ou até da eliminação da produção de fuelóleo. O quadro seguinte mostra o impacto operacional dos projectos de conversão em análise: Fuelóleo Gasóleo e Querosene Nafta Produção (milhões tons) Actual ......................................... Após a conversão (2010E) ............. 2,6 0,9 6,1 7,7 1,8 2,5 Perfil de produção Actual ......................................... Após a conversão (2010E) ............. 19% 6% 44% 53% 13% 17% Refinaria do Porto A refinação do Porto, localizada na costa noroeste de Portugal, iniciou a sua actividade em 1969, tendo actualmente uma capacidade anual de destilação de aproximadamente 4,4 milhões de toneladas/ano (90.000 bbl/dia). A refinaria do Porto é uma refinaria de hydroskimming, encontrando-se igualmente situadas no complexo uma fábrica de aromáticos, uma fábrica de óleos base e uma fábrica de lubrificantes. No processo de refinação da refinaria do Porto, o crude é aquecido e separado numa coluna de destilação à pressão atmosférica normal (destilação atmosférica). Os componentes mais leves, tais como o GPL, a nafta e as gasolinas, são obtidos na parte superior da coluna de destilação. Os componentes mais pesados, tais como o gasóleo e o jet fuel, são recolhidos na parte 92 intermédia e na parte inferior da coluna de destilação. Esta refinaria tem duas unidades de platforming, que convertem nafta pesada em gasolina. A fábrica de aromáticos utiliza a gasolina reformulada proveniente da refinaria para produzir produtos químicos, tais como o paraxileno, ortoxileno, benzeno e tolueno. Na fábrica de óleos base, após a prévia separação das fracções mais leves dos hidrocarbonetos que são enviados para a refinaria, os componentes pesados passam por uma segunda fase de destilação a uma pressão reduzida (destilação no vácuo), durante a qual são separados os componentes como o fuel pesado ou o asfalto, obtendo-se produtos destilados pesados utilizados na produção dos óleos base. Os óleos base são a matéria-prima da fábrica de lubrificantes. Para mais informação sobre o processo de refinação vide “Análise Sectorial” supra. O diagrama seguinte demonstra o processo de refinação do crude e de outras matérias-primas em produtos refinados na refinaria do Porto, a qual possui um índice de complexidade de Nelson de 6,9 e um índice de complexidade de Solomon de 6,8. GASES FUEL GAS PROPANO FRACÇÕES LEVES FRACCIONAMENTO NAFTA CRUDE D E S T I L A Ç Ã O A T M O S F É R I C A RESÍDUO ATMOSFÉRICO GPL PURIFICAÇÃO FRACCIONAMENTO FRACCIONAMENTO REFORMADOR CATALÍTICO BUTANO NAFTA QUÍMICA EXTRACÇÃO AROMÁTICOS AROMÁTICOS REFORMADO (GASOLINA) QUEROSENE GASÓLEO D E S T I L A Ç Ã O RESÍDUO VÁCUO SWEETENING HIDRODESSULFURAÇÃO SPINDLE V Á C U O JETFUEL GASÓLEO DESPARAFINAÇÃO 100SN DESAROMATIZAÇÃO 150SN 500SN PARAFINAS DESASFALTAÇÃO ASFALTO HIDRO DESSULFURAÇÃO ÓLEOS BASE HIDRO DESSULFURAÇÃO PARAFINAS PROPANO BETUMES FUELÓLEO A refinaria do Porto revelou um elevado desempenho operacional, com uma fiabilidade média de 97% nos últimos três anos, apesar de alguns condicionalismos logísticos do terminal de Leixões. O quadro seguinte apresenta informação financeira e operacional relativa à refinaria do Porto, para os períodos indicados: 93 31 de Dezembro (POC) Capacidade (kbbl/dia) ............................................. Crude processado (milhões tons) (1) ........................... Produtos refinados (milhões tons) ............................. Taxa de utilização de crude (%) ............................... Margem de refinação (US$/bbl) ................................ Margem refinação hydroskimming (US$/bbl) (2) ........... Margem refinação hydroskimming + aromáticos de referência de Roterdão (US$/bbl) (3) .......................... Custo médio de aquisição do crude (US$/bbl) ............. Custos operacionais (€/bbl) ..................................... Fiabilidade (%) ...................................................... Número de Trabalhadores ........................................ 2005 2004 2003 90 3,6 4,3 75% 4,3 1,7 90 3,8 4,5 79% 5,1 0,6 90 3,1 4,2 65% 3,1 1,3 3,3 55,1 2,5 96% 462 4,8 38,8 1,9 98% 453 3,3 29,3 2,0 98% 479 _______________________ (1) Factor de conversão médio de barris para toneladas de 7,63 para 2005. (2) Fonte: Platts baseada no seguinte perfil de produção para hydroskimming (70% do Benchmark): premium unleaded 15,1%; nafta physics 5,1%; jet fuel 9%; ULSD 50 ppm 36,5%; Fuelóleo (1%) 30,3%; consumos e perdas 4%. (3) Baseada no perfil de produção para hydroskimming indicados supra acrescentado dos perfis para a fábrica de aromáticos (30% da referência): nafta 32,6%; premium unleaded 14,5%; benzeno 5,7%; tolueno 16,3%; paraxileno 14,6%; ortoxileno 4,3%; consumos e perdas 12%. A fábrica de aromáticos está localizada no complexo do Porto junto da refinaria, ocupando 12,5 hectares da área total do complexo de 230 hectares. A capacidade de armazenamento é de 33.000 m3 e a capacidade anual de tratamento de nafta reformada é de 6,4 milhões de barris, produzindo anualmente aproximadamente 3,2 milhões de barris de produtos químicos, tais como o benzeno, o tolueno, o paraxileno, o ortoxileno, solventes e produtos aromáticos pesados. Os restantes produtos (não aromáticos) são transferidos para a refinaria. Nos últimos anos, aproximadamente 70% da produção de produtos químicos da fábrica de aromáticos foi exportada para Espanha, Holanda e Reino Unido. O Porto tem também uma fábrica de produção de óleos base, que produz diferentes tipos de óleos e parafinas vendidos essencialmente no mercado ibérico. Posteriormente os óleos bases são transferidos para a fábrica de lubrificantes onde são produzidas diversas variedades de óleos lubrificantes. Os investimentos recentes realizados no Porto incluem a requalificação da unidade de dessulfuração de gasóleo, a construção de uma unidade de tratamento por hidrogénio, a optimização da fábrica de óleos base e a maximização da recuperação de GPL, bem como outras iniciativas com vista à redução do consumo de energia. Foram investidos 82 milhões de Euros na refinaria do Porto nos últimos cinco anos. O último turnaround teve lugar em 2003, com um custo total de 13,6 milhões de Euros. A refinaria do Porto tem capacidade para processar crudes pesados e leves. Em 2005, o crude pesado representou 5% do total de crude processado, sendo a que a densidade média API do crude processado na refinaria do Porto, em 2005, foi de 37,5º e a percentagem de enxofre foi de 0,697%. Durante o ano de 2005, 74% da produção da refinaria correspondeu a produtos leves de alto valor, incluindo produtos de destilação intermédia, gasolinas, petroquímicos e GPL’s, consistindo a produção remanescente em produtos mais pesados, como o fuelóleo. A lista de produtos que o perfil da refinaria do Porto produz encontra-se no quadro seguinte: 94 2005 Perfil de Produção Gases ................................................................. Gasolina ............................................................. Petroquímicos ...................................................... Destilados Médios ................................................ Fuelóleo.............................................................. Outros ................................................................ 2004 3% 24% 10% 37% 18% 9% 3% 22% 9% 41% 17% 8% 2003 2% 26% 10% 37% 18% 7% Aprovisionamento e venda de crude e produtos petrolíferos Tanto Portugal como Espanha são importadores de crude e de produtos refinados. À semelhança de outros países europeus, Portugal e Espanha exportam gasolina e importam produtos de destilação intermédia, especialmente gasóleo. A localização da Península Ibérica permite a realização de importações da Europa Ocidental e Oriental, do Médio Oriente, da África do Norte e Ocidental e da América do Sul, e a realização de exportações para a maioria dos mercados das Bacias do Mediterrâneo e do Atlântico (países Europeus e Estados Unidos). No exercício findo em 31 de Dezembro de 2005, aproximadamente 7,3 milhões de toneladas (53%) dos produtos refinados foram vendidos através da rede de retalho e grossista da Galp Energia, 4,2 milhões de toneladas (30%) foram vendidos a concorrentes e 17% foram exportados. A Galp Energia exporta principalmente gasolina e fuel para os mercados Europeu e Norte-Americano. A Galp Energia é responsável pela totalidade das importações de crude e pela maioria das importações de produtos refinados para Portugal, uma vez que possui as duas únicas refinarias do país. Durante o ano de 2005 a Galp Energia adquiriu 13,2 milhões de toneladas de crude, 52% das quais no mercado spot e 48% ao abrigo de contratos a prazo. Os negócios efectuados através dos contratos a prazo fecham-se a preços de mercado, fixados com base na data de carregamento do produto. A Galp Energia tem um conjunto diversificado de fornecedores de crude em 13 países, localizados na Bacia do Mediterrâneo (28%), na África Ocidental (25%), no Golfo Pérsico (19%), nas Américas (18%) e noutras regiões (10%). Os principais fornecedores de crude incluem empresas localizadas na Argélia (24%), Nigéria (16%) e Brasil (10%). Ocasionalmente, também são comprados e vendidos produtos refinados nos mercados internacionais, sempre que se considera poder beneficiar de preços mais favoráveis. Em Espanha são adquiridos produtos petrolíferos ao abrigo de contratos de swap e de outros tipos de contratos de médio e longo prazo. A Galp Energia controla a maior parte da infra-estrutura logística em Portugal, tendo uma participação de 65% no capital social da CLC, a empresa logística nacional proprietária do único oleoduto multiproduto existente em Portugal. Os outros accionistas da CLC são a BP (20%) e a Repsol Portuguesa, S.A. (15%). O oleoduto da CLC tem 147km de comprimento, tendo ainda esta empresa uma capacidade de armazenamento total de 250.000m³. Em 2005, a CLC transportou 3,3 milhões de toneladas de produtos petrolíferos. A Galp Energia tem acesso a infra-estruturas de transporte e armazenamento em Espanha, detendo uma participação de 5% no capital social da CLH, a principal empresa logística de Espanha. A CLH tem uma rede de 39 unidades de armazenamento (6,4 milhões de m³ de capacidade) e 3.475km de oleodutos. A maior parte das instalações de armazenamento estão 95 ligadas à rede de oleodutos. Em 2005, a CLH transportou 25,0 milhões de toneladas de produtos petrolíferos. Adicionalmente, a rede logística é suportada pelo terminal de armazenagem em Valência (Ptroval), detido a 100% pela Galp Energia, e ainda pela participação de 75% na Companhia Logística de Combustíveis da Madeira, S.A. (“CLCM”) (que explora o parque de depósitos de armazenagem da Madeira) e por uma participação de 60% na Sigás (unidade de armazenagem de gás propano em Sines). O vasto sistema logístico da Galp Energia possibilita a entrega de produtos de forma eficiente e permite uma grande flexibilidade nas vendas e na distribuição. A Galp Energia acredita que esta plataforma logística representa uma vantagem ao nível dos custos de entrega em Portugal relativamente aos importadores concorrentes, incentivando-os a recorrer à Empresa como seu fornecedor privilegiado. A Galp Energia efectuou os investimentos necessários para distribuir biodiesel através da sua rede. O biodiesel é um gasóleo com uma mistura de até 5% de produtos de origem agrícola. Foram celebrados acordos com produtores portugueses para assegurar a adequada cooperação na determinação do tipo adequado de tecnologias a utilizar e no tipo dos ensaios a realizar por forma a permitir uma integração óptima dos biocombustíveis na cadeia logística da Empresa. Concorrência As economias Espanhola e Portuguesa estão interligadas e os respectivos mercados nacionais de energia estão cada vez mais integrados, devido à legislação relativa ao mercado de energia existente em cada um dos países com vista à liberalização destes mercados. Refira-se a redução da participação conjunta dos principais accionistas da CLH para um máximo de 45% do capital social da sociedade por forma a aumentar a concorrência determinada no âmbito do mercado espanhol, e a liberalização dos preços dos combustíveis no comércio a retalho Português, no início de 2004, que conduziu à implementação de estratégias pan-ibéricas por parte das maiores empresas de energia, incluindo investimentos transfronteiriços, swaps sobre activos e aquisições. Embora exportem para Portugal produtos petrolíferos, os concorrentes espanhóis adquirem a maior parte das suas necessidades destes produtos no nosso país, através da Galp Energia, mediante a celebração de contratos de fornecimento, reduzindo assim os custos de transporte e obtendo preços mais competitivos. Pela mesma razão, a Galp Energia adquire produtos em Espanha, maioritariamente a refinarias locais Espanholas e por importação através de infraestruturas de armazenamento espanholas. Unidades como El Musel – Gijón, o terminal da Galp Energia em Valência e a FINSA, representam 20% das aquisições em Espanha. As restantes instalações de armazenagem são detidas pela CLH e representam 79% dos produtos adquiridos pela Galp Energia. Foi também contratada capacidade de armazenagem em determinados terminais da CLH e adquiridos produtos directamente a concorrentes em outras unidades da CLH. Distribuição de Produtos Petrolíferos O negócio da Distribuição de Produtos Petrolíferos (“Distribuição”) dedica-se à venda a retalho e a clientes empresariais de produtos petrolíferos (tais como gasolinas, gasóleos, gasóleo de aquecimento, fuelóleos pesados, jet fuel e marinha, e lubrificantes) e GPLs. Em 2005, o negócios de Retalho e o negócio de Empresas (“Wholesale”), em conjunto, representaram aproximadamente 8.117 mil toneladas de produtos refinados, dos quais aproximadamente 2.348 mil toneladas foram vendidas em Espanha. Actualmente, a grande 96 maioria dos produtos comercializados em Portugal através do negócio de Distribuição da Galp Energia são refinados pelo negócio de Refinação desta Empresa. Fora de Portugal, a Galp Energia vende produtos adquiridos a refinarias locais, mediante a celebração de contratos de swap com parceiros locais e através da realização de importações. Retalho Descrição Geral do Negócio A Galp Energia é líder de mercado em Portugal das vendas de produtos petrolíferos a retalho. Vende combustível com marca “Galp” através de uma rede de 1.060 postos na Península Ibérica (837 em Portugal e 223 em Espanha). Em Portugal a Galp Energia teve uma quota de mercado de 37% do mercado de combustíveis a retalho em 2005 (o que representa um volume de vendas de 2.527 mil m³). Em Espanha, em 2005, a Galp Energia atingiu quotas de mercado no mercado de Retalho de 2% (num volume total de 714 mil m3). O aumento das vendas de produtos non-fuel tem sido um dos principais impulsionadores do crescimento do negócio de retalho, o que é comprovado pelo aumento dos pontos de venda de produtos non-fuel e de conveniência, explorados sob as denominações “M24” e “Tangerina”, bem como os serviços de lavagem e de reparação auto. Esta gama de produtos non-fuel apoia-se em parcerias estratégicas com a Sonae e a Midas (serviço de reparação automóvel). Em 31 de Dezembro de 2005, a Galp Energia detinha um total de 183 lojas M24 e Tangerina, das quais 124 em Portugal e 59 em Espanha. Em 2000 teve início um processo de rebranding para aumentar a notoriedade da marca. O processo de rebranding consistiu na aplicação aos postos de um novo design Galp ou “identidade visual”, em substituição da imagem anterior. A nova “identidade visual” foi igualmente aplicada nos edifícios, página da Internet, veículos de transporte, escritórios, cartões de fidelidade e embalagens de lubrificantes. Concorrência e Tendências de Mercado A Galp Energia é a empresa líder no mercado da Distribuição a Retalho de produtos petrolíferos em Portugal, com uma quota de 37%. A Repsol detém a posição dominante em Espanha, com um peso crescente também em Portugal, na sequência da aquisição dos activos do negócio de retalho da Shell. A liberalização de preços em Portugal teve como consequência a necessidade de investir em novos produtos, de modo a satisfazer clientes cada vez mais sofisticados, que exigem melhores níveis de serviço e de qualidade dos produtos. Por outro lado, de modo a estimular as vendas, foi estabelecida em 2004 uma parceria com a Sonae, o maior retalhista de bens de consumo em Portugal, nos termos da qual os clientes obtêm descontos em compras de combustível em determinados postos “Galp” por cada compra efectuada num dos hipermercados da Sonae, e vice-versa. Em Espanha, a entrada em regiões de mercado preferenciais revelou-se mais difícil do que o previsto, devido à saturação da rede, uma vez que a procura é insuficiente para justificar novos postos, ainda que o volume de venda médio por posto em Espanha seja 44% superior ao de Portugal. As regiões Espanholas onde a Galp energia está presente, bem como a quota de mercado que detém em cada uma delas podem ser observadas no quadro seguinte: 97 Quota de Mercado em 2005 (Espanha) Região Extremadura Galicia Madrid Valencia Cataluña Andalucia Castilla-la-Mancha Castilla-León Murcia Aragón (%) 6,5 5,5 4,2 3,8 2,9 2,0 1,8 1,5 1,2 0,8 _______________________ Fonte: CORES Regimes de Preços O mercado Português encontra-se totalmente liberalizado desde 1 de Janeiro de 2004. A política de preços da Galp Energia baseia-se em preços de referência nacionais relativamente a todos os produtos, tanto na rede de postos de Portugal Continental como na Região da Madeira. Tipicamente, os preços são revistos semanalmente, considerando o movimento das cotações internacionais. O mercado Espanhol foi totalmente liberalizado a 1 de Janeiro de 1998. No mercado Espanhol os preços são ajustados de acordo com os preços praticados pelos líderes de mercado em cada micro-mercado e pelas diferenças de impostos aplicados pelas autoridades locais. Desempenho Vendas Fuel Nos últimos três anos, verificou-se uma redução no número de postos de abastecimento da Galp Energia, devido aos esforços no sentido de racionalização da rede, tanto em Portugal como em Espanha, por forma a aumentar a eficiência média da rede em ambos os mercados. Em consequência, verificou-se um aumento da venda média por posto, particularmente em Espanha, onde, após a celebração de uma operação de swap com a Total e a CEPSA, concluída em 2004, a Galp Energia encontra-se agora numa posição que lhe permite aplicar o modelo que utilizou para racionalizar a rede em Portugal e Espanha aos novos postos adquiridos através da referida operação de swap. O quadro seguinte apresenta informação financeira e operacional relativa ao negócio de Retalho, para os períodos indicados: 98 31 de Dezembro (POC) 2004 2003 1.060 837 223 3,1 3,0 3,2 1.094 860 234 3,0 3,0 3,0 1.090 857 233 2,8 2,7(1) 2,8 (1) 112,4 121,0 107,3 112,2 99,7 103,8 2.527 714 2.560 702 2.638 493 2005 Número de Postos ..................................... Portugal ................................................ Espanha ................................................ Venda média por posto (Mlt) Portugal ................................................ Espanha ................................................ Margem unitária bruta (€/m³) (2) .................. Portugal ................................................ Espanha ................................................ Volume (Mlt) Portugal ................................................ Espanha ................................................ _______________________ (1) Ajustado em consequência da operação de swap celebrada com a Total e com a CEPSA, concluído em 2004. (2) Inclui produtos fuel e non-fuel. Adicionalmente, a Galp Energia, através de empresas participadas, participa na distribuição e comercialização de combustíveis líquidos no mercado africano (com presença estável em Angola, Cabo Verde, Moçambique e Guiné-Bissau), onde possui 56 postos de abastecimento. No sentido de aumentar a fidelização dos clientes foram desenvolvidos diversos programas inovadores. Em 2002, o programa de acumulação de pontos “Fast Galp”, foi lançado em Espanha e relançado em Portugal. Com estes cartões, os clientes recebem pontos por cada compra de combustível e de produtos non-fuel nos postos e podem utilizar esses pontos para obter descontos em lojas, cinemas, serviços de aluguer de automóveis e outras estabelecimentos idênticos ou, em alternativa, ganhar presentes disponíveis nas lojas dos postos. Os cartões “Galp Frota” são cartões de crédito dirigidos a clientes empresariais com frotas de veículos. Os cartões “Galp Frota” também proporcionam descontos sobre os volumes consumidos. O número de utilizadores de cartões dos programas “Fast Galp” e “Galp Frota”, para os períodos indicados, são apresentados no quadro seguinte: 31 de Dezembro 2005 2004 2004 (milhares) Cartões de Fidelidade “Fast Galp” Cartões “Galp Frota” 1.239 339 1.156 333 1.090 298 Foram também desenvolvidos programas de pagamento automático para aumentar a rapidez de atendimento dos clientes, incluindo os projectos “Access” e “Biometric”. O projecto “Access” é gerido conjuntamente com a Brisa, a principal concessionária de auto-estradas em Portugal, que criou um dispositivo celular que pode ser utilizado no pagamento de portagens das autoestradas, nos parques de estacionamento e nos postos de abastecimento. O projecto “Biometric” consiste num meio de pagamento inovador que permite a realização de pagamentos e de outras transacções por parte dos clientes mediante a utilização da combinação de uma tecnologia de reconhecimento de dados biométricos e de um código pessoal, como formas de identificação. 99 Vendas non-fuel A Galp Energia aumentou a oferta de produtos non-fuel, nos últimos anos, com 86 lojas M24 e 38 lojas Tangerina em 2005 em Portugal. As lojas M24 são geridas pela Sempre a Postos, Lda, uma parceria entre a Galp Energia (75%) e a Sonae (25%), a maior cadeia de hipermercados de Portugal. As lojas M24 são simultaneamente lojas de conveniência e pequenos supermercados, oferecendo uma selecção variada de produtos alimentares, bebidas, snacks, produtos de mercearia, e outros produtos não alimentares como tabaco, jornais, revistas e brinquedos. As lojas Tangerina encontram-se em postos de abastecimento operados por revendedores que, em geral, oferecem uma menor variedade de produtos face aos que são oferecidos nas lojas M24, incluindo tabaco, bebidas, snacks, revistas e jornais. Há 38 lojas Tangerina em Portugal. Em Portugal a Galp Energia recebe uma percentagem das vendas das lojas Tangerina, sendo responsável por efectuar a totalidade do investimento inicial. A 31 de Dezembro de 2005, a Galp Energia detinha 30 lojas Tangerina e 29 lojas M24 em Espanha. Em Espanha, as lojas Tangerina e M24 são geridas directamente pela Galp Energia. Os postos de abastecimento da Galp Energia oferecem também outros serviços através de parcerias com cadeias hoteleiras reconhecidas, empresas de fast food e cadeias de serviço automóvel, tais como os Hóteis Ibis, a McDonalds, a Burger King, a Pizza Hut e a Midas. Os acordos com estas empresas podem assumir diversas formas que vão desde a criação de parcerias até ao estabelecimento de rendas que variam em função das receitas. Estão também disponíveis serviços próprios de lavagem auto e jet wash. O quadro seguinte apresenta o número de lojas Tangerina e M24 e as vendas de produtos non-fuel em Portugal e Espanha, para os períodos indicados: 31 de Dezembro (POC) 2005 Número de Lojas ........................................ M24 (1) ...................................................... Portugal .................................................. Espanha .................................................. Tangerina .................................................. Portugal .................................................. Espanha ................................................. Vendas non-fuel (€ milhões) (2) (3) ................ Portugal (4) .............................................. Espanha (5) .............................................. Vendas non-fuel (€ mil/m 2) Portugal .................................................. Espanha .................................................. 2004 2003 183 115 86 29 68 38 30 99,6 64,0 35,6 163 104 86 18 59 29 30 87,4 57,9 29,5 105 77 73 4 28 19 9 61,0 52,2 8,8 5,0 3,7 4,7 3,3 4,7 2,6 _______________________ (1) Lojas geridas pela Sempre a Postos, Lda. (2) Inclui as vendas das lojas M24, estações de lavagem e oficinas de reparação automóvel em Portugal e Espanha e as vendas das lojas Tangerina em Espanha. (3) Valores agregados (incluem a percentagem dos parceiros de negócio). (4) A Galp Energia recebe uma percentagem das vendas das lojas Tangerina, que não se encontra reflectida nesta rubrica. (5) As lojas Tangerina em Espanha são geridas directamente pela Galp Energia, excepto uma loja pela qual recebe uma percentagem das vendas. 100 Descrição dos Activos A Galp Energia tem uma estratégia multi-direccionada relativamente à titularidade e gestão dos postos de abastecimento, classificando-os em três categorias: • CoCos (Company-Owned-Company-Operated): Postos de abastecimento detidos e geridos pela Galp Energia. Os CoCos localizam-se em grandes áreas urbanas e autoestradas e, normalmente, têm um volume de vendas anual superior a 5.000 m3. Os CoCos oferecem uma vasta selecção de serviços, como por exemplo as lojas M24, oficinas de reparação automóvel, lavagem de automóveis, hotéis e restaurantes de fast food. Os CoCos são os postos de eleição sendo utilizados para promover novos serviços e produtos da Galp Energia; • CoDos (Company-Owned-Dealer-Operated): Postos de abastecimento propriedade da Galp Energia mas explorados por revendedores. Normalmente, os CoDos têm um volume de vendas anual entre os 3.000 m3 e os 5.000 m3 e oferecem uma menor gama de serviços non-fuel. Os CoDos localizam-se, em geral, em áreas urbanas de pequenas ou médias dimensões; • DoDos (Dealer-Owned-Dealer-Operated): Postos propriedade de revendedores e explorados por revendedores. Normalmente, os DoDos têm um volume de vendas anual mais baixo e, regra geral, localizam-se em pequenas áreas urbanas e áreas rurais. A oferta de serviços non-fuel depende do proprietário do DoDo. Os DoDos possibilitam a venda de produtos e a promoção da marca “Galp” em zonas de baixo volume de vendas, disponibilizando uma oferta reduzida de serviços non-fuel, sem que seja necessário realizar investimentos significativos. Actualmente, a Galp Energia está a desenvolver um programa de reestruturação dos modelos de titularidade e exploração das suas estações de serviço, de forma a tornar mais rentáveis as suas operações no mercado retalhista. Em Portugal, os postos CoCo têm um volume de vendas médio anual de 6,8 milhões de litros, quase três vezes superior à média dos postos CoDo e DoDo. A Galp Energia, enquanto líder de mercado, tem um conhecimento profundo do mercado que lhe permite identificar as melhores localizações de potencial elevado. O quadro seguinte apresenta a decomposição da rede de retalho da Galp Energia em Portugal e Espanha, para os períodos indicados: __ 31 de Dezembro (POC) 2005 Postos CoCo Número de Postos ...................................... Portugal.................................................. Espanha ................................................. Venda média por posto (milhões de litros) Portugal ................................................. Espanha ................................................. Postos CoDo/DoDo Número de Postos Portugal.................................................. Espanha ................................................. Venda média por posto (milhões de litros) 2004 2003 221 96 125 212 89 123 197 79 118 6,8 2,8 6,8 2,7 6,3 (1) 2,5 (1) 839 741 98 882 771 111 893 778 115 101 31 de Dezembro (POC) 2005 Postos CoCo Portugal ................................................. Espanha ................................................. 2004 2,5 3,7 2,5 3,4 2003 2,4 (1) 3,0 (1) _______________________ (1) Ajustado com base na transacção de swap celebrada com a Total e a Cepsa, em 2004. Empresas Descrição Geral do Negócio O negócio de wholesale dedica-se à venda de produtos petrolíferos, incluindo gasóleo, gasolina, fuelóleo, jet fuel, lubrificantes e betumes, directamente a mais de 4.300 clientes empresariais (industriais e comerciais) em Portugal e em Espanha. O quadro seguinte apresenta a discriminação do portfolio de clientes empresariais, em 31 de Dezembro de 2005: Segmento Número de Clientes Portugal Transporte .......................... Revendedores ..................... Construção ......................... Lubrificantes ...................... Indústria ............................ Aviação .............................. Marinha .............................. Total ................................. 681 239 184 978 734 117 338 3.271 Espanha 66 536 68 186 169 23 37 1.085 Em 2005, a Galp Energia vendeu 5,5 milhões de toneladas de produtos petrolíferos a clientes empresariais, o que representa um crescimento de 1 milhão de toneladas quando comparado com 2004. Cerca de metade deste crescimento resultou da aquisição da BP Enértica, agora designada Serviexpress S.L.U.. O quadro seguinte apresenta os volumes de vendas a clientes empresariais para os períodos indicados: 31 de Dezembro (POC) 2005 2004 2003 Volume de Vendas (milhões de tons) ......... Portugal .................................................... Espanha .................................................... 5.502 3.734 1.768 4.424 3.336 1.088 3.780 2.993 787 Margem Bruta Unitária (€/ton) .................. Portugal .................................................... Espanha .................................................... 32,5 21,5 32,5 18,0 33,8 24,0 A Galp Energia tem uma elevada quota de mercado em Portugal, em todas as gamas de produtos, e uma presença crescente em Espanha. A quota de mercado da Galp Energia apresenta-se no quadro seguinte: 102 Quota de Mercado (2005) Gasolina ...................................................... Gasóleo ....................................................... Fuelóleo ....................................................... Betume........................................................ Lubrificantes................................................. Jets ............................................................. Bancas ........................................................ Total ........................................................... Portugal 36% 44% 58% 38% 29% 59% 80% 51% Espanha 3% 8% 4% 4% 7% 1% n.s. 4% _______________________ n.s. – não significativo Fonte: DGGE (Portugal) e CORES (Espanha) Concorrência e Tendências de Mercado As petrolíferas internacionais, como é o caso da BP, da Repsol, da CEPSA, da ESSO e da Total, juntamente com os distribuidores nacionais independentes que fornecem os seus próprios clientes, são os principais concorrentes da Galp Energia no negócio grossista em Portugal. Neste mercado, a concorrência é principalmente ao nível do preço, na medida em que os produtos são commodities que requerem investimentos reduzidos. Os líderes de mercado beneficiam de melhores condições de distribuição sobretudo impulsionadas por maiores volumes e por uma melhor plataforma logística que a dos concorrentes de menores dimensões, conseguindo normalmente fidelizar a sua carteira de clientes. Os concorrentes de pequenas dimensões, no entanto, tendem a oferecer preços mais baixos por forma a captar uma maior quota de mercado, o que leva a um decréscimo das margens. A margem do negócio wholesale tem vindo a diminuir nos últimos anos devido ao crescimento sustentado dos preços dos combustíveis, os quais não foram integralmente passados para os clientes em virtude do ambiente concorrencial. Para contrariar esta tendência, a Galp Energia focalizou-se na fidelização dos clientes através do desenvolvimento de soluções integradas e prestando serviços de valor acrescentado (tais como encomendas electrónicas “e-ordering” e através de descontos com base no volume de vendas), levando o cliente a estabelecer uma relação exclusiva com a Galp Energia e reduzindo, deste modo, as características commodity deste negócio. Foi também implementado um novo plano de distribuição, com base na combinação de marcas (co-branding) com os revendedores independentes da Galp Energia bem como a extensão do negócio Serviexpress, nos termos do qual a Galp Energia distribui gasóleo directamente a pequenos clientes comerciais e residenciais. Este novo modelo de distribuição procura proteger e reforçar a posição de liderança de mercado, ao mesmo tempo que reforça a relação comercial com os principais revendedores. Desempenho Em Portugal, a principal prioridade do negócio tem sido a consolidação da quota do mercado interno e o reforço das relações comerciais com os revendedores independentes da Galp Energia, através da celebração de contratos a médio e longo prazo. Espanha tem sido o principal impulsionador de crescimento, representando quase 32% do total de vendas em 2005, comparado com os 25% verificados em 2004. Em 2003, começou a desenvolver-se um novo conceito de negócio, a nível Ibérico, que consistiu na distribuição, através da Serviexpress, de produtos petrolíferos directamente aos clientes finais. Em Setembro de 2004, foi adquirida a BP Enértica, parte do negócio grossista e o negócio retalhista da BP em Espanha. Esta aquisição aumentou o volume do negócio grossista em Espanha em 63%, para 103 1.768 mil toneladas em 2005, e aumentou a base de clientes em mais de 22.200 (1.200 clientes empresariais e 21.000 clientes finais). Paralelamente, em 2004, a Galp Energia entrou no negócio da aviação em Espanha, com uma presença em quatro aeroportos. Em 2005, o volume de vendas de jet fuel atingiu as 72.000 toneladas, distribuídas por 12 aeroportos. GPL Descrição Geral do Negócio Em 2005, a Galp Energia manteve a liderança do mercado com uma quota de GPL de 44%, em Portugal, e uma presença crescente em Espanha, com uma quota de 1,6%. O negócio de GPL tem mais de um milhão de clientes nos segmentos residencial, industrial, serviços e gás auto. O GPL é distribuído a granel e em garrafas, podendo também ser canalizado. O GPL é produzido pelas refinarias da Galp Energia podendo também ser importado, através de uma cadeia de distribuição e de unidades de armazenamento e de enchimento próprias. A distribuição canalizada é efectuada através de pequenas redes de canalizações ligadas a um tanque, geralmente para áreas de reduzida dimensão compostas por diversos edifícios. Este subsegmento consiste sobretudo em clientes residenciais. Para clientes de maiores dimensões (tais como escolas, hospitais e fábricas), a Galp Energia distribui a granel utilizando tanques ou cilindros colocados nas infra-estruturas dos clientes. O GPL é também vendido em garrafas disponíveis para aquisição em postos ou através de revendedores independentes Galp Energia. Em 2005, foi lançada a nova garrafa “Pluma” de fabrico nacional, que é muito mais leve e fácil de transportar do que as suas antecessoras de aço. Actualmente, apenas a BP e a Galp Energia oferecem este tipo de garrafa, em Portugal, tendo o mercado respondido positivamente a este novo produto. A nova garrafa “Pluma” é internacionalmente reconhecida, sendo já detentora de vários prémios. Os principais pontos de entrada para as importações de GPL em Portugal são Sines, Lisboa, Aveiras e Porto. Cerca de 30% das vendas de GPL da Galp Energia em Portugal e Espanha são de produtos comprados às refinarias da Galp Energia. Os 70% remanescentes são importações. A Galp Energia tem várias unidades de armazenamento de GPL em Portugal, com uma capacidade total de armazenamento de 68.000 toneladas. A mais importante unidade de armazenamento localiza-se na Sigás, na qual a Galp Energia detém uma participação de 60% em parceria com a BP (35%) e a Repsol (5%). A quota da Galp Energia nas infra-estruturas da Sigás confere-lhe uma capacidade total de armazenamento de 34.800 toneladas, em comparação com a capacidade da refinaria de Sines de 10.000 toneladas, da refinaria do Porto de 7.500 toneladas, do parque de Aveiras de 9.400 toneladas e do parque da Perafita de 6.100 toneladas. A Galp Energia tem as suas próprias infra-estruturas de enchimento de GPL, em Sines e na Perafita. Por outro lado, a CLC, onde a Galp Energia detém uma participação accionista de 65%, também possui uma infra-estrutura de enchimento, que desempenha um papel fundamental na logística do subsegmento de garrafas de GPL. Concorrência e Tendências de Mercado O mercado de GPL tem sido negativamente afectado por produtos substitutos, como o gasóleo de aquecimento, a electricidade e, em especial, o aumento da utilização de gás natural, tanto em Portugal como em Espanha. Em Portugal, a introdução do fornecimento de gás natural resultou num decréscimo de 16,8% no mercado de GPL, nos últimos cinco anos. O impacto da 104 procura de gás natural nas vendas de GPL já começou, no entanto, a diminuir. Em Espanha, o mercado de gás natural tem uma maior maturidade, pelo que o consumo de GPL diminuiu apenas 8,9% nos últimos cinco anos. Regimes de Preços Em Portugal, os preços do GPL encontram-se inteiramente liberalizados desde 1990. A Galp Energia segue directrizes internas quanto à fixação de preços para os subsegmentos granel, garrafas e canalizado. No entanto, vendendo a revendedores no subsegmento das garrafas, a capacidade de controlo do preço praticado junto dos consumidores finais encontra-se limitada. O mercado de GPL Espanhol é regulamentado nos subsegmentos das garrafas e canalizado, sendo os preços fixados pelas entidades reguladoras e estando dependentes das cotações internacionais. Em Espanha, as empresas concorrem num mercado liberalizado no segmento a granel. Desempenho Os volumes, quota de mercado e margem bruta unitária de GPL, em Portugal e Espanha, apresentam-se no quadro seguinte: 31 de Dezembro (POC) 2004 2005 2003 (em milhares de toneladas, excepto indicação em contrário) Portugal Mercado GPL ........................................... Volume de vendas Galp............................. Granel (1) ......................................... Garrafas .......................................... Canalizado ....................................... Quota de mercado Galp (%) (2) .................. Margem bruta (€/ton) ............................... Espanha Mercado GPL ........................................... Volume de vendas Galp............................. Granel (1) ......................................... Garrafas .......................................... Canalizado ....................................... Quota de mercado Galp (%) ...................... Margem bruta (€/ton) ............................... 844,8 369,9 110,1 240,8 19,1 43,8% 343,8 2.273,3 35,8 14,0 20,3 1,6 1,6% 159,4 (3) 894,5 392,4 120,0 256,1 16,3 43,9% 325,5 2.317,6 31,0 10,9 18,9 1,2 1,3% 139,4 (3) 921,7 405,8 126,0 263,4 16,5 44,0% 315,3 2.272,0 25,1 8,2 16,0 1,0 1,1% 172,1 (4) _______________________ (1) Inclui gás auto. (2) Fonte: DGGE. (3) Fonte: AOGLP. (4) Fonte: CORES. Gás Natural A Galp Energia adquire, distribui e vende gás natural, em Portugal, através da subsidiária, detida a 100%, GDP, a qual, por sua vez, opera através das suas subsidiárias, detidas a 100%, Transgás e GDP Distribuição, SGPS, SA (“GDPd”). A área de negócio Gás Natural encontra-se dividida em dois segmentos: Aprovisionamento e Venda de Gás Natural e Distribuição de Gás Natural. 105 Aprovisionamento e Venda de Gás Natural O quadro seguinte apresenta informação operacional e financeira seleccionada relativa ao negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural, para os períodos indicados: 31 de Dezembro IFRS Próforma (1) IFRS 2005 2005 POC 2004 2004 2003 (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e Prestações de Serviços ........ 950,1 956,5 705,1 705,1 600,0 .............................. 219,0 255,1 189,6 188,2 122,2 ....................................... 122,3 218,4 146,1 146,9 96,5 70,7 806,0 826,2 1.221,1 1.246,1 124,3 Margem Bruta EBITDA (3) (2) Activo Fixo Líquido (4) ........................ Investimentos.................................. 5,2 17,7 25,9 37,0 ............................................ 10,0% 11,8% 7,3% 4,4% 2,4% Volumes de gás natural (milhões de m³) ................................................ 4.234,0 4.234,0 4.015,0 4.015,0 3.443,0 ROA (5) _______________________ (1) Para mais detalhe sobre a informação financeira, vide “Informação Financeira pró-forma” (2) Estes valores diferem dos valores apresentados nos Relatórios e Contas de 2003 e 2004 (POC), dado que incluem Prestações de Serviços. (3) O EBITDA é definido como Resultados operacionais adicionados das amortizações e provisões. O EBITDA não é uma medida padrão, pelo que não deverá ser utilizado nas comparações entre empresas. O EBITDA não é uma medida directa de liquidez e deverá ser analisado conjuntamente com os cash flows reais resultantes das actividades operacionais e tendo em conta os compromissos financeiros existentes. O EBITDA pode não ser indicativo dos resultados operacionais históricos, nem pretende prever resultados futuros (vide “Informações financeiras sobre o Activo e o Passivo, a Situação Financeira e os Ganhos e Prejuízos do Emitente”). (4) O Activo Fixo Líquido inclui o Imobilizado Corpóreo e Incorpóreo Líquido. (5) Resultados Operacionais depois de impostos/Activo Total Consolidado sem Investimentos Financeiros. Análise da Actividade Na sequência da transferência de Actividades Reguladas para a REN, as actividades do segmento de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural incluem: (i) o aprovisionamento de gás natural, maioritariamente através de contratos de longo prazo e, embora menos significativamente, através do mercado spot, actividade esta que será realizada pela Transgás; (ii) o armazenamento subterrâneo de gás natural em Pombal que estará a cargo da Transgás Armazenagem; (iii) a venda de gás natural aos grandes clientes industriais, às empresas produtoras de electricidade e às distribuidoras de gás natural, realizada pela Transgás Indústria, ao abrigo da licença de comercialização de último recurso; e (iv) a partir de 1 de Janeiro de 2007 a venda de gás natural a clientes elegíveis pela Transgás no âmbito do mercado liberalizado (vide “Legislação que Regula a Actividade do Emitente” infra). À excepção da informação financeira consolidada pró-forma não auditada incluída noutras secções deste Documento de Registo de Acções, a informação financeira prestada nesta secção, em particular na rubrica Desempenho, tem por base os resultados históricos operacionais verificados antes do Processo de Separação das Actividades Reguladas e devem ser interpretados em conformidade (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra). Em 2005, o volume global das vendas de gás natural foi de 4,2 mil milhões de m³, representando um aumento de 5% em relação a 2004. Os principais clientes de gás natural incluem centrais produtoras de electricidade, empresas de distribuição de gás natural e grandes clientes industriais com um consumo anual superior a 2 milhões de m³. 106 Aprovisionamento de Gás Natural O aprovisionamento de gás natural, em 2005, foi de 4,5 mil milhões de m³, o que representa um aumento de 12% face a 2004. A estratégia de aprovisionamento da Galp Energia visa satisfazer a procura, sobretudo através da celebração de contratos a longo prazo e, ocasionalmente, de compras no mercado spot. Em 2005, 61% das compras de gás natural tiveram origem na Argélia, sob a forma de gás natural, 37% na Nigéria na forma de gás natural liquefeito, e os restantes 2% foram adquiridos no mercado spot sob a forma de gás natural liquefeito. Para cobertura das necessidades previstas de gás natural em Portugal, foi assinado um contrato de compra de gás natural, por um período de 23 anos, com a Sonatrach, sociedade detida pelo Estado Argelino. A entrada em vigor deste contrato, bem como as primeiras entregas de gás natural tiveram início em Janeiro de 1997, em simultâneo com a ligação do gasoduto Europa-Magreb à rede de transporte e distribuição em Portugal. Em 2005, a Galp Energia recebeu da Sonatrach 2,7 mil milhões de m3 de gás natural através do gasoduto Europa-Magreb. Foram também assinados três contratos, por um período de 20 anos, com a NLNG, uma empresa Nigeriana, para a aquisição de um total de 3,4 mil milhões de m3 de gás natural liquefeito. O fornecimento nos termos destes contratos iniciou-se em 2000, 2003 e Fevereiro de 2006, respectivamente. No futuro, pretende-se diversificar a base de fornecedores e atingir uma proporção idêntica de fornecimentos de gás natural liquefeito e de gás natural. O quadro seguinte ilustra a repartição das fontes de aprovisionamento da Galp Energia: 31 de Dezembro 2004 2005 País Argélia (gás natural) Nigéria (GNL) Contrato de 1996 (1) Contrato de 1998 (2) Contrato de 2002 (3) Mercado Spot (GNL) Total Fornecedor Sonatrach NLNG NLNG NLNG 2003 (em milhões de m³ excepto percentagens) 2.735 1.667 592 1.075 103 4.505 61% 37% 13% 24% 0% 2% 100% 2.421 1.382 434 949 228 4.031 60% 34% 11% 23% 0% 6% 100% 2.449 872 434 439 23 3.344 73% 26% 13% 13% 0% 1% 100% _______________________ (1) O fornecimento nos termos deste contrato foi iniciado em 2000. (2) O fornecimento nos termos deste contrato foi iniciado em 2003. (3) O fornecimento nos termos deste contrato foi iniciado em 2006. O preço de compra de gás natural no âmbito dos contratos de aquisição de longo prazo é geralmente calculado segundo uma fórmula de preço, estabelecida com base no preço de combustíveis alternativos, tais como os benchmarks do preço do crude, e outros elementos, nomeadamente a inflação e as taxas de câmbio. Tipicamente, a fórmula de preço destes contratos prevê o seu ajustamento periódico com base nas variações do benchmark escolhido. Tipicamente, os contratos de compra de gás natural a longo prazo definem uma quantidade mínima anual a adquirir e uma margem de flexibilidade para cada ano. Estes contratos costumam estabelecer uma obrigação de take or pay, que obriga a comprar as quantidades acordadas de gás natural independentemente de a respectiva necessidade ocorrer ou não. Estes contratos permitem transferir quantidades de um ano para o outro, dentro de determinados limites, se a procura for inferior aos níveis mínimos anuais estabelecidos. A Galp 107 Energia procura atenuar o risco deste compromisso de take or pay mediante a celebração de contratos de fornecimento a longo prazo com clientes do sector eléctrico e com as distribuidoras de gás natural. Por outro lado, foram assumidos compromissos de longo prazo de reserva de capacidade nos gasodutos, tipicamente apelidados de cláusulas ship or pay. Estas cláusulas foram incluídas nos contratos celebrados com a EMPL – Europe Maghreb Pipeline, Ltd (“EMPL”), Gasoduto Extremadura, Gasoduto Al Andalus, Gasoduto Campo Maior – Leiria – Braga S.A. e Gasoduto Braga-Tuy, S.A. e expiram a 31 de Dezembro de 2020 (vide “Factores de Risco – Riscos Relativos à Actividade da Galp Energia – Riscos Específicos dos contratos de fornecimento, particularmente de fornecimento de gás natural” supra). Venda de Gás Natural A Galp Energia vende gás natural a companhias produtoras de electricidade, a distribuidoras de gás natural, que fornecem gás natural aos clientes finais com um consumo anual inferior a 2 milhões de m3, e aos grandes clientes industriais com um consumo de gás natural superior a 2 milhões m3 por ano (vide “Distribuição de Gás Natural” infra). Ocasionalmente, também se realizam operações de trading de gás natural. Adicionalmente, foi atribuída à Transgás uma licença de comercialização no mercado liberalizado a clientes elegíveis com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2007. Mercado Industrial (acima de 2 milhões de m³ / ano) O mercado industrial compreende vendas a clientes industriais com consumos elevados, incluindo centrais de cogeração e ainda indústrias de cerâmica, vidro, química e têxtil. A cogeração tem sido o sector do mercado industrial que tem vindo a registar maior crescimento nos últimos anos. Em 2005, a empresa forneceu, aproximadamente, 557 milhões de m3 de gás natural ao sector da cogeração em Portugal. Em 2005, a percentagem de vendas (em volume) por sector foi a seguinte: Sector % Vendas Cogeração ....................................... Cerâmica ......................................... Vidro............................................... Químicos ......................................... Têxteis ............................................ Alimentar ........................................ Papel .............................................. Ferro e Aço ...................................... Outros............................................. 38 21 12 10 5 3 3 3 4 O mercado industrial é altamente diversificado e caracteriza-se pelo grande volume de gás natural fornecido por cliente, ao abrigo de contratos negociados individualmente. Os grandes clientes deste sector estão normalmente ligados directamente a ramais industriais ou ao sistema de distribuição regional. Em 2005, foram vendidos 1.446 milhões de m3 a 197 clientes industriais em Portugal, o que representou uma quota de 100% do mercado industrial de gás natural. Trata-se de um mercado fortemente concentrado, em que os 20 maiores clientes representam mais de 50% do volume de vendas. No mercado industrial, o gás natural compete com o fuelóleo, com os gases propano e butano, com o gasóleo e mais recentemente, com a coque de petróleo, um produto sólido de petróleo obtido sob a forma de resíduo. 108 Mercado Eléctrico Em 2005, as vendas de gás natural a empresas produtoras de electricidade (excluindo as vendas ao sector da cogeração) ascenderam a 2.013 milhões de m3, mais de 47,5% do volume total de vendas, em Portugal, do segmento de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural. Os principais clientes activos na produção de electricidade são a Turbogás, para a sua CCGT na Tapada do Outeiro, em Gondomar e a EDP para a sua CCGT no RibatejoCarregado (“TER”). Estes dois clientes têm actualmente cláusulas de take or pay de 1,0 mil milhões de m3 e 1,2 mil milhões de m3 até 2022 e 2016, respectivamente. Adicionalmente, um dos objectivos da política energética nacional consiste em aumentar a utilização de gás natural por parte das centrais produtoras de electricidade, o que, no entender da Galp Energia, incrementará as vendas ao mercado eléctrico. Distribuidoras da Gás Natural Em 2005, o volume de vendas a distribuidoras de gás natural ascendeu aos 656 milhões de m3, o que representa 15,5% do total do segmento de negócio Aprovisionamento e Venda de Gás Natural. As distribuidoras de gás natural vendem gás natural a consumidores residenciais e pequenas indústrias bem como a outras empresas com um consumo anual inferior a 2 milhões de m3 (vide Distribuição de Gás Natural infra). Regimes de Preço Os preços são geralmente aplicados de acordo com o tipo de consumidor, a procura anual e as condições do mercado de venda de gás natural. O regime de preços e as obrigações contratuais sofrerão alterações com a liberalização do mercado de gás natural que se iniciará em 1 de Janeiro de 2007 (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra e “Legislação que regula actividade do Emitente” infra). Mercado Industrial (acima de 2 milhões de m³ / ano) Actualmente os consumidores industriais negoceiam os contratos de fornecimento de gás natural directamente com os seus fornecedores. Os preços têm uma componente fixa e uma variável. A componente fixa representa o custo de reserva de capacidade, que depende da capacidade contratada e da utilização dessa capacidade, e que é revista anualmente com referência à variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC). A componente variável reflecte o custo de aquisição de gás natural, incluindo transporte, armazenamento e regaseificação, acrescida de uma margem. A componente variável está sujeita a descontos de quantidade para clientes com consumos mais elevados e é revista anualmente, com referência ao IPC, trimestralmente, com base na média das cotações de crude verificadas nos últimos seis meses, e mensalmente, com base na taxa de câmbio Euro/US$. Com efeitos a partir do dia 1 de Janeiro de 2007, os contratos com os clientes industriais serão transferidos para a Transgás Indústria, titular da licença de comercializador de último recurso (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra). As condições destes contratos incluindo as disposições relativas aos preços e quantidades mínimas, permanecerão inalteradas. A partir de 1 de Janeiro de 2008, os consumidores industriais com um consumo anual de gás natural superior a 2 milhões de m3 109 tornar-se-ão elegíveis para escolher livremente o seu fornecedor e cancelar os respectivos contratos com a Galp Energia, independentemente do prazo previsto no respectivo contrato. Para os consumidores que se mantiverem com a Transgás Indústria, os preços serão fixados mediante a aplicação de uma nova tarifa a ser estabelecida pela ERSE com base no regulamento de 11 de Setembro de 2006 (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra e “Legislação que Regula a Actividade do Emitente” infra). Mercado Eléctrico O preço de transferência cobrado ao Sistema Eléctrico de Serviço Público (SEP) é composto por uma componente variável baseada no preço de aquisição à Sonatrach e por uma componente fixa calculada de modo a garantir uma taxa de rendibilidade efectiva de 11%. A componente fixa é calculada com base num modelo financeiro desenhado especificamente para este sector, acordado entre a Transgás e a REN e revisto de quatro em quatro anos para actualização das variáveis macroeconómicas (preço do gás natural, inflação, juros e taxas de câmbio). A componente variável consiste simplesmente na transferência do custo do gás natural importado da Argélia para Portugal. A estrutura de preços do Sistema Eléctrico Não Vinculado (SENV) é definida numa base de custo acrescido. A componente fixa é determinada de modo a suportar todos os custos associados ao transporte e à regaseificação a pagar em Portugal e é actualizada todos os anos, com base nas variações do IPC. A componente variável é denominada em US$ e revista mensalmente com base na média móvel trimestral das cotações do Brent Dated. Os contratos com as empresas de produção de electricidade permanecerão com a Transgás. A partir do dia 1 de Janeiro de 2007, as empresas produtoras de Electricidade permanecerão vinculadas às obrigações de take or pay, mas serão livres para contratar com outros fornecedores quaisquer quantidades adicionais de gás natural. Os preços continuarão a ser livremente negociados ao abrigo da licença de comercialização no mercado livre da Transgás. Distribuidoras de Gás Natural O actual preço de transferência cobrado às distribuidoras gás natural (quer estejam ou não integradas nas operações consolidadas da Galp Energia) também é calculado com base numa componente fixa e numa componente variável. A componente fixa é calculada de modo a cobrir os custos comerciais e inclui custos de transporte, regaseificação, armazenamento e de reserva de capacidade. Esta componente, que é definida para cada distribuidora, é fixada no contrato de fornecimento de gás natural e revista anualmente com base na modulação real e no IPC. De 4 em 4 anos, caso se verifique alguma alteração económica significativa, esta componente fixa poderá ser ajustada. A componente variável é determinada pelo custo médio ponderado das quantidades de gás natural de cada fornecedor na entrada da fronteira portuguesa. A partir do dia 1 de Janeiro de 2007, todos os contratos com as distribuidoras de gás natural serão transferidos para a Transgás Indústria, nos termos da licença comercializador de último recurso. Os termos dos contratos com as distribuidoras de gás natural permanecerão inalterados em 2007. A partir de Janeiro de 2008, os preços serão estabelecidos com base na nova tarifa fixada pela ERSE (vide “Regulação - O mercado do Gás Natural - Legislação e Regulação” infra). As distribuidoras de gás natural permanecerão obrigadas a cumprir com as cláusulas existentes de take or pay mas serão livres de negociar com qualquer fornecedor quantidades adicionais de gás natural, embora se considere pouco provável que qualquer distribuidora controlada pela Galp Energia recorra a outro fornecedor. 110 Desempenho O seguinte quadro apresenta a composição dos volumes de vendas de gás natural e margens unitárias, por segmento de mercado, nos períodos indicados: 31 de Dezembro (POC) 2005 Volume de Vendas (milhões de m³) Distribuidoras de gás natural Eléctrico Industrial Trading Margem unitária (€/mil m³) (1) Rede (Km) (2) 4.234 656 2.013 1.447 119 45,5 1.435 2004 4.015 622 1.725 1.292 376 40,5 1.431 2003 3.443 561 1.125 1.210 547 30,7 1.405 _______________________ (1) Inclui os custos de regaseificação (2) Rede transferida para a REN (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural”) Descrição dos Activos A Galp Energia, através da Transgás Armazenagem, detém e explora uma caverna subterrânea em Pombal, com uma capacidade de armazenamento de 35 milhões de m³. Em Setembro de 2006 será iniciada a construção de outra caverna com uma capacidade de armazenamento de 40 milhões de m³, que se espera que inicie a actividade no final de 2009. Adicionalmente, a Empresa, também através da Transgás Armazenagem, beneficia de direitos de utilização do subsolo para a construção de quatro cavernas adicionais, na zona de expansão situada em Pombal. Note-se, porém, que as cavernas de armazenamento subterrâneo de gás natural detidas pela Transgás Armazenagem deverão ser alienadas à REN Armazenagem, nas condições a acordar entre ambas, após esgotada a capacidade de expansão desta, no caso de as mesmas virem a ser consideradas pelo ministro responsável pela área da energia como necessárias ao reforço da capacidade de reservas de segurança. Adicionalmente a Galp Energia detém, através da Transgás, participações minoritárias em três gasodutos internacionais: Gasoducto Al Andalus, Gasoducto de Extremadura e o Gasoduto Europe-Maghreb. Em Espanha, duas empresas de gasodutos detêm a capacidade de transporte entre Tarifa e a fronteira Portuguesa em Campo Maior: a Gasoducto Al Andalus (“Al Andalus”), proprietária do gasoduto que liga Tarifa a Córdoba, e a Gasoducto de Extremadura (“Extremadura”), proprietária do gasoduto que liga Córdoba a Campo Maior. A Empresa detém uma participação de, respectivamente, 33,0% e 49,0% nestas sociedades, sendo o capital remanescente detido pela Enagás, S.A., detendo também a Empresa os direitos de capacidade sobre estes gasodutos que expiram em 2020. O gasoduto Europa-Magreb, que entrou em funcionamento em Novembro de 1996, tinha uma capacidade inicial de 8,5 mil milhões de m3 por ano, atingindo actualmente os 12,0 mil milhões de m3 em virtude da instalação de estações de compressão suplementares na Argélia. O gasoduto Europa-Magreb liga as jazidas de Hassi R’Mel na Argélia à rede de transporte da Enagás, a qual, por sua vez, está ligada à rede em Campo Maior através dos gasodutos Espanhóis. O gasoduto tem um comprimento total de 1,105 km, estando 520 km na Argélia, 540 km em Marrocos e tendo 45 km de gasodutos submersos sob o Estreito de Gibraltar. 111 A empresa detém 27,4% da EMPL - Europe Maghreb Pipeline, Ltd (“EMPL”) e 27,0% da Metragaz, sendo o capital remanescente detido por uma subsidiária da empresa Gas Natural SDG S.A.. A EMPL foi responsável pela construção do gasoduto e detém os respectivos direitos de capacidade até 2020, desde a fronteira Marroco-Argelina até à costa Espanhola em Tarifa. A Metragaz é responsável pela operação e manutenção do gasoduto, recebendo comissões por volume transportado. Por outro lado, a Metragaz paga royalties ao Governo Marroquino. Distribuição de Gás Natural Em 2005, os volumes de vendas agregados do negócio da Distribuição de Gás Natural (incluindo as sociedades nas quais a Galp Energia detém uma participação relevante) atingiram os 478 milhões de m3, registando um aumento de 6% relativamente a 2004. O segmento residencial registou um incremento de 8% nos volumes comercializados em 2004 e o segmento de grandes clientes aumentou 5% face a 2004, apesar do abrandamento registado na economia Portuguesa. O quadro seguinte fornece informação financeira e operacional seleccionada relativa ao negócio da Distribuição de Gás Natural: 31 de Dezembro POC IFRS 2005 2004 2004 2003 (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e Prestações de Serviços .............. Margem Bruta EBITDA (2) (1) .................................... ............................................. Activo Fixo Líquido (3) .............................. 226,1 196,5 196,5 174,1 137,7 124,7 124,7 104,7 82,2 70,1 73,6 58,8 615,5 584,8 838,7 813,6 Investimentos........................................ 69,9 62,2 62,2 72,1 ROA(4)................................................... 6,4% 5,8% 2,9% 1,7% Volume de Gás Natural (milhões de m³) Clientes de Gás Natural (milhares) (7) (5) ........ 478 738,9 453 (6) 683,2 (6) 453 (6) 407 (6) 683,2 (6) 631,9 (6) _______________________ (1) Estes valores diferem dos valores apresentados nos Relatórios e Contas de 2003 e 2004 (POC), dado que incluem Prestações de Serviços. (2) O EBITDA é definido como Resultados operacionais adicionados das amortizações e provisões. O EBITDA não é uma medida padrão, pelo que não deverá ser utilizado nas comparações entre empresas. O EBITDA não é uma medida directa de liquidez e deverá ser analisado conjuntamente com os cash flows reais resultantes das actividades operacionais e tendo em conta os compromissos financeiros existentes. O EBITDA pode não ser indicativo dos resultados operacionais históricos, nem pretende prever resultados futuros (vide “Informações financeiras sobre o Activo e o Passivo, a Situação Financeira e os Ganhos e Prejuízos do Emitente”). (3) Activo Fixo Líquido inclui Imobilizado Corpóreo e Incorpóreo Líquido. (4) Resultados Operacionais depois de impostos/Activo Total Consolidado sem Investimentos Financeiros. (5) Inclui vendas de distribuidoras de gás natural nas quais a Galp Energia detém uma participação significativa. (6) Não inclui a Portgás, vendida à EDP em Janeiro de 2005. (7) Inclui os clientes das distribuidoras de gás natural nas quais a Galp Energia detém uma participação significativa. Sistema de Distribuição O mercado Português de distribuição de gás natural está organizado em seis distribuidoras de gás natural, que operam ao abrigo de contratos de concessão a 35 anos, e quatro unidades autónomas de gás (UAGs), que operam ao abrigo de licenças a 20 anos. Através da subsidiária, detida a 100%, GDPd, a Galp Energia detém uma participação dominante em praticamente todas as distribuidoras de gás natural que abastecem os segmentos residencial, comercial e 112 industrial com uma média de consumo anual inferior a 2 milhões de m3. Em 2005, a GDPd, através da sua participação nestas sociedades (excepto na Portgás, vendida à EDP em Janeiro de 2005), vendeu 478 milhões de m3 de gás natural em Portugal a mais de 738.900 clientes, o que representa uma quota de mercado de aproximadamente 72% do mercado Português. As seis distribuidoras de gás natural e UAG’s e a região onde operam, bem como a participação accionista da Galp Energia nestas sociedades encontram-se indicadas no quadro seguinte: Participação Galp Energia Lusitaniagás Lisboagás Setgás Portgás Beiragás Tagusgás UAGs Total 85,0% 100,0% 45,0% 0,0% (1) 59,5% 41,3% 100,0% (4) Localização Litoral Centro Área metropolitana de Lisboa Distrito de Setúbal Litoral Norte Interior Centro Vale do Tejo (3) Número de Clientes (2) Volumes (2) (milhões m³/ano) Extensão da Rede (2) (km) 134.318 447.027 153,5 211,8 2.781 3.414 107.854 149.196 21.272 14.041 14.389 56,1 185,0 21,1 22,0 13,8 1.315 2.426 422 486 344 888.097 663,3 11.188 Fonte: Relatório e Contas 2005 da Galp Energia e Relatório e Contas 2005 da Portgás _______________________ (1) A participação da Galp Energia na Portgás foi vendida à EDP em Janeiro de 2005. (2) Números agregados e que não representam a participação proporcional em cada uma das sociedades. (3) Duriensegás (Interior Norte), Paxgás (Beja), Dianagás (Évora) e Medigás (Algarve). (4) A Galp Energia adquiriu 25% da Duriensegás em 2006, pelo que detém actualmente 100% dessa empresa. Apesar de a Galp Energia deter uma participação accionista de 45,0% na Setgás, mantém uma influência significativa na gestão da sociedade, em virtude da participação indirecta da ENI SpA de 21,9% no capital social da Setgás, na medida em que em conjunto são os principais accionistas. A Galp Energia tem também mantido uma influência significativa na gestão da Tagusgás, na qual detém uma participação de 41,3%, nos termos do respectivo acordo parassocial. Contudo, recentemente, um accionista desta sociedade comunicou ter aumentado a sua participação no respectivo capital social de 20,4% para 52%, o que poderá ter impacto na influência que a Galp Energia tem na gestão da sociedade. O segmento de negócio Aprovisionamento e Venda de Gás Natural vende às distribuidoras de gás natural através de contratos de longo prazo. O prazo dos contratos depende da respectiva duração dos contratos de concessão ou da licença de distribuição de cada uma das partes e extingue-se com a extinção do prazo da respectiva licença e/ou contrato. Contudo, nos termos do novo regime liberalizado, que entrará em vigor em 1 de Janeiro de 2008, as distribuidoras de gás natural poderão contratar as suas necessidades de gás natural com outros fornecedores, relativamente a quaisquer quantidades adicionais de gás natural face às obrigações de take or pay, assumidas com a Galp Energia (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra e “Aprovisionamento e Venda de Gás Natural – Regimes de preços” supra). Cada distribuidora de gás natural detém uma concessão exclusiva de longo prazo para a sua respectiva área de operação. Os contratos de concessão foram atribuídos com a finalidade de desenvolver a distribuição de gás natural nas principais áreas urbanas Portuguesas ligadas à rede de alta pressão. A Beiragás e a Tagusgás têm contratos de concessão que apenas terminam em 2035 e os contratos de concessão das demais distribuidoras de gás natural expiram em 2028. As UAGs foram criadas nas áreas em que a construção da rede de alta pressão não era economicamente viável. As UAGs são abastecidas por camiões-cisterna a partir do terminal de GNL e possuem redes de distribuição regional para o abastecimento dos segmentos residencial, comercial e de pequenos clientes industriais. As UAGs possuem 113 licenças de distribuição semelhantes aos contratos de concessão, mas com um prazo de 20 anos, que expiram entre 2024 e 2026. Tanto as licenças como os contratos de concessão estabelecem o nível de preços e os respectivos mecanismos de revisão. É intenção da Galp Energia obter novas licenças para a distribuição e venda de gás natural nas áreas não abrangidas pelas áreas geográficas das distribuidoras de gás natural. A rede de distribuição é composta por gasodutos de média pressão que operam a uma pressão máxima de 20 bar. A maior parte destes gasodutos é detida pelas distribuidoras de gás natural, tendo a Transgás, actualmente, uma pequena parcela destes gasodutos. O gás natural é abastecido directamente a partir do sistema de distribuição de média pressão a alguns dos clientes industriais da Transgás e às redes de distribuição de baixa pressão das distribuidoras de gás natural e das UAGs. Estas redes locais operam a baixa pressões (4 bar) e abastecem os segmentos residencial, comercial e industrial. Um ano após 27 de Julho 2006, a data efectiva de entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 140/2006, a Transgás terá de transferir para as respectivas distribuidoras de gás natural a parte dos gasodutos de média pressão que ainda detém, bem como as unidades autónomas de gás detidas directamente pela Transgás (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra). Mercados e Distribuição O quadro seguinte apresenta alguns dados operacionais seleccionados para o negócio da Distribuição de gás natural, o qual inclui sociedades nas quais a Galp Energia não detém participações maioritárias (Setgás e Tagusgás) e exclui a Portgás em 2003 e 2004: 31 de Dezembro (POC) 2005 Volume de vendas (milhões m³).............. Residencial ........................................ Comercial .......................................... Industrial........................................... Margem Unitária (€/m³) ......................... Número de Clientes (milhares) ................ Residencial ........................................ Comercial .......................................... Industrial........................................... Consumo Específico residencial (m³)........ Rede (km)............................................ Número de clientes por km de rede ......... Volume de Vendas por km de rede (mil m3 ) 478 175 43 260 0,314 739 720 18 1 252 8.761 84 60,8 2004 453 163 42 248 0,299 683 666 16 1 254 8.037 86 57,3 2003 407 144 38 225 0,277 632 615 16 1 251 7.337 86 55,5 Mercado Residencial e Comercial O mercado residencial inclui as vendas de gás natural a particulares com consumos anuais inferiores a 10.000 m³, sobretudo para aquecimento doméstico, aquecimento de água, cozinha e outras aplicações. Os clientes do sector comercial com consumos anuais inferiores a 50.000 m³, consistem principalmente em empresas de serviços e entidades do sector público, incluindo escolas e hospitais, escritórios, lojas, edifícios públicos, hotéis e restaurantes. No mercado residencial, o gás natural concorre principalmente com a electricidade e o GPL. No mercado comercial, o gás natural concorre com o GPL. 114 A Galp Energia procurou aumentar o número de clientes residenciais e comerciais e os respectivos volumes vendidos, atraindo novos clientes e incentivando o consumo de gás natural nas regiões já ligadas à rede actual e alargando a rede de distribuição a outras zonas. Por outro lado, nas regiões em que não seja economicamente viável expandir a rede de alta pressão, a Galp Energia planeia instalar unidades autónomas de gás, que serão abastecidas através de camiões-cisterna. Outras iniciativas orientadas para os clientes deste segmento incluem campanhas sazonais de aquecimento a gás natural (descontos e outras promoções), um enfoque na satisfação dos clientes mediante inquéritos sistemáticos de avaliação da qualidade dos serviços, detecção de fugas, serviços de gestão de energia, contratos de manutenção de equipamentos domésticos, facturação personalizada e uma variedade de formas de pagamento. Mercado Industrial (inferior a 2 milhões de m³/ano) O mercado industrial no negócio da Distribuição de Gás Natural consiste na venda a clientes industriais com consumos anuais inferiores a 2 milhões de m³. Este sector engloba indústrias têxteis, hotéis e escolas. Regimes de Preços Regime Actual Os preços ao consumidor são actualmente determinados de acordo com o tipo de consumidor, o consumo anual e as condições de fornecimento. Os contratos de concessão e as licenças de distribuição estabelecem a estrutura tarifária e as regras para eventuais alterações e actualizações, na venda de gás natural aos sectores residencial e comercial com um consumo médio anual inferior a 10.000 m3. No sector industrial, os preços são estabelecidos mediante negociação entre as partes. De acordo com o referido anteriormente, os preços para o mercado residencial e comercial são determinados de acordo com as orientações estabelecidas no contrato de concessão de cada distribuidora de gás natural. Estes contratos definem o nível de preços e o respectivo mecanismo de revisão. A estrutura tarifária é composta por uma componente mensal fixa, que é revista anualmente com base em 100% do IPC, e uma componente variável que é revista trimestralmente com base no preço de compra do gás natural e anualmente com base na variação do IPC. Os preços dos clientes residenciais e comerciais variam de acordo com os volumes contratados pelos clientes e o tipo de contador de gás instalado. Os preços cobrados aos clientes industriais com um consumo médio anual inferior a 2 milhões de m³ não são regulados. Estes clientes têm disponíveis duas tarifas, ambas com uma componente variável e outra fixa, concebidas de forma a reflectir o custo real do gás natural num dado momento, de forma a proteger as distribuidoras de gás natural da exposição ao risco de variação do preço do gás. Regime Liberalizado Um ano após a entrada em vigor do Segundo Decreto-Lei, serão negociados novos contratos de concessão e novas licenças de distribuição entre o Estado Português e as empresas de distribuição de gás natural. Serão concedidas às empresas de distribuição de gás natural, ou a empresas suas subsidiárias, licenças de comercialização de último recurso, nos termos das quais poderão desenvolver as suas actividades de comercialização, em regime de 115 exclusividade, nas respectivas áreas geográficas. Será estabelecida uma nova tarifa, nos termos dos regulamentos tarifário e das relações comerciais aprovado pela ERSE (vide “Legislação que Regula a Actividade do Emitente” infra). Adicionalmente as distribuidoras de gás natural poderão vender Gás Natural no mercado liberalizado. A licença para a comercialização no mercado liberalizado será atribuída às distribuidoras de gás natural, ou a empresas suas subsidiárias, nos casos em que as distribuidoras de gás natural tenham mais de 100 mil clientes (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra). Power Análise da Actividade O quadro seguinte apresenta informação financeira e operacional seleccionada relativa ao segmento de negócio Power, para os períodos indicados: 31 de Dezembro POC IFRS 2005 2004 2004 2003 (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e Prestações de Serviços .............. Margem Bruta EBITDA (2) (1) .................................... ............................................. Activo Fixo Líquido (3) .............................. Investimentos........................................ ROA (4) .................................................. Produção Eléctrica (GWh) (5) .................... Consumo de Gás Natural (milhões m³) (5) .. 24,8 14,2 14,2 0,7 9,0 4,7 4,7 (0,1) 3,7 2,8 2,8 (1,5) 24,4 26,6 26,9 25,8 0,7 4,6 4,5 1,7 2,1% 0,7% 0,5% (2,6%) 500 388 388 252 159 141 141 89 _______________________ (1) Estes valores diferem dos valores apresentados nos Relatórios e Contas de 2003 e 2004 (POC), dado que incluem Prestações de Serviços. (2) O EBITDA é definido como Resultados operacionais adicionados das amortizações e provisões. O EBITDA não é uma medida padrão, pelo que não deverá ser utilizado nas comparações entre empresas. O EBITDA não é uma medida directa de liquidez e deverá ser analisado conjuntamente com os cash flows reais resultantes das actividades operacionais e tendo em conta os compromissos financeiros existentes. O EBITDA pode não ser indicativo dos resultados operacionais históricos, nem pretende prever resultados futuros (vide “Informações financeiras sobre o Activo e o Passivo, a Situação Financeira e os Ganhos e Prejuízos do Emitente”). (3) Activo Fixo Líquido inclui imobilizado corpóreo e incorpóreo. (4) Resultados Operacionais depois de impostos/Activo Total sem Investimentos Financeiros. (5) Inclui a produção total da ENERGIN, que consolida pelo método da equivalência patrimonial. Actualmente o segmento de negócio Power é composto por três centrais de cogeração, nas quais a Galp Energia detém participações (70% na Powercer, 65% na Carriço e 35% na Energin) através da Galp Power, SGPS, S.A. (“Galp Power”). Este segmento de negócio fornece energia eléctrica e térmica a grandes clientes industriais, tais como a Solvay, a Renoeste (Quimigal / Grupo CUF) e a Sociedade Central de Cervejas. Estas três centrais de cogeração geram energia eléctrica e térmica através da queima de gás natural, o que torna este segmento num dos maiores clientes do segmento de negócio Aprovisionamento e Venda de Gás Natural. Estas três centrais de cogeração tinham, no final de 2005, uma capacidade eléctrica total instalada de mais de 80 MW, uma produção eléctrica anual de aproximadamente 500 GWh e um consumo anual de aproximadamente 159 milhões de m3 de gás natural. 116 Energin Esta central de cogeração iniciou a sua actividade em Março de 2002. Está localizada na unidade industrial da Solvay, na Póvoa de Santa Iria, e possui uma turbina a gás com uma potência de 42 MW e uma caldeira de recuperação de calor com uma capacidade máxima de 120 ton/h de produção de vapor. Em 2005, produziu 262 GWh de electricidade, que foi inteiramente vendida ao SEP. O vapor produzido foi consumido pela Solvay no seu processo produtivo. O consumo de gás natural da central foi de aproximadamente 89 milhões de m3. A Galp Energia detém uma participação de 35% na Energin, que consolida através do método de equivalência patrimonial, sendo os restantes 65% detidos pela EDP. Carriço A central de cogeração do Carriço iniciou a sua actividade em Março de 2004. Está situada perto das infra-estruturas de armazenamento subterrâneo (cavernas) da Transgás em Pombal. O seu maior cliente é a Renoeste, uma unidade de processamento de sal. A central do Carriço possui uma turbina a gás com uma potência de 30 MW e uma caldeira de recuperação de calor com uma capacidade máxima de 42 MW de produção de água quente. Em 2005, produziu 198 GWh de electricidade, que foi vendida principalmente ao SEP. A água quente produzida foi consumida pela Renoeste no seu processo produtivo. O consumo de gás natural desta central foi de aproximadamente 52 milhões de m3. A Galp Energia detém uma participação de 65% na Carriço, sendo os restantes 35% detidos pela EDP. Powercer A central de cogeração da Powercer iniciou a sua actividade em Setembro de 2004. Está situada no complexo da Sociedade Central de Cervejas em Vialonga. A central possui uma turbina a gás com uma potência de 7,2 MW e uma caldeira de recuperação de calor com uma capacidade máxima de 30 ton/h de produção de vapor. Em 2005 produziu 40 GWh de electricidade, que foi inteiramente vendida ao SEP. O vapor produzido foi consumido pela Sociedade Central de Cervejas no seu processo produtivo. O consumo de gás natural desta central foi de aproximadamente 18 milhões de m3. A Galp Energia detém uma participação de 70% na Powercer, sendo os restantes 30% detidos pela Finerge. Novos Projectos de Power A Galp Energia pretende atingir uma posição importante no mercado de electricidade em Portugal. A empresa planeia alavancar o know-how do negócio do gás natural com a construção de duas CCGTs em Portugal com a capacidade de 400MW cada, potenciando o desenvolvimento da competitividade no negócio da electricidade. Pretende-se a integração vertical neste negócio através do desenvolvimento do fornecimento de electricidade, da consolidação do negócio de cogeração e da entrada nas energias renováveis. Para suportar estes objectivos, estão planeados os seguintes projectos: Projectos CCGT A Galp Energia inclui no seu plano de investimento a construção de duas CCGTs de 400 MW cada. A construção do primeiro grupo gerador de CCGT está programada para se iniciar em 2007, devendo ficar concluída no final de 2009. A construção do segundo grupo gerador de CCGT está actualmente planeada para se iniciar em 2008, ficando concluída em 2010. A Galp 117 Energia recebeu da DGGE, em 20 de Setembro de 2006, informação favorável relativamente ao pedido visando a ligação na zona de rede de Sines para as duas CCGTs. O investimento total previsto para este projecto é superior a 400 milhões de Euros. Centrais de Cogeração Refinaria de Sines Está planeado o início da construção de uma central de cogeração em Sines, durante o ano de 2006, que se espera inicie a actividade em 2008. Esta central de cogeração está projectada para ter duas turbinas a gás com uma potência de 2x41 MW e dois geradores a vapor de recuperação de calor com uma capacidade máxima de 250 ton/h de produção de vapor. Esta central de cogeração está projectada para produzir anualmente, em condições normais, mais de 600 GWh de electricidade, que será vendida principalmente ao SEP e o vapor produzido será consumido pela refinaria de Sines no seu processo produtivo. O consumo de gás natural deverá ascender a 250 milhões de m3/ano. A empresa detém uma participação de 100% neste projecto e prevê um investimento de cerca de 73 milhões de Euros entre 2006 e 2008. Iberol e Portucel Foram apresentadas propostas a duas empresas industriais, a Iberol (produtora de bioetanol e gorduras) e a Portucel (produtora de papel) para a construção de centrais de cogeração nas suas instalações. A Galp Energia encontra-se em processo de negociações exclusivas com a Iberol, e sendo esperada uma decisão final durante 2006. Esta central de cogeração deverá ficar localizada no complexo industrial da Iberol, em Alhandra, e deverá ter uma potência de 7,2 MW, com um consumo de gás natural de 15 milhões de m3/ano. Dependendo do processo negocial em curso, prevê-se iniciar a construção antes do final de 2006, devendo demorar aproximadamente um ano. A participação no projecto de Alhandra é de 70%, sendo os restantes 30% detidos pela CME - Construção e Manutenção Electromecânica, S.A. (“CME”). Está neste momento a decorrer um concurso promovido pela Portucel para a construção de uma nova central de cogeração na sua fábrica em Setúbal. A Galp Energia encetou conversações com a Portucel relativas à proposta e está neste momento a aguardar uma decisão. O início da construção deste projecto está previsto ocorrer em 2007, demorando aproximadamente dois anos a concluir. Esta central de cogeração está projectada para ter uma capacidade instalada de 80 MW, permitindo uma produção anual de 550 GWh e um consumo de gás natural de 140 milhões de m3/ano. Caso a Galp Energia vença o concurso, prevê-se, que venha a ter uma participação de aproximadamente 65% nesta central. Projecto Eólico Em Julho de 2005, o Governo Português lançou um concurso público para a atribuição de capacidade de interconexão de energia eólica, para venda de electricidade através da rede nacional, dividido em duas fases principais de 800 MW a 1000 MW (fase A) e de 400 MW a 500 MW (fase B) (o “Concurso”). A Galp Energia liderou um dos consórcios (“Ventinveste”) que apresentou uma proposta. Este consórcio é formado por cinco empresas, detendo a Galp Energia uma participação de 34%. Os demais membros do consórcio são a Martifer (30%), empresa portuguesa líder no sector das estruturas metálicas, a Enersis (33%), empresa portuguesa de energias renováveis, a Repower Systems (“Repower”) (1%), um dos produtores 118 líderes mundiais de turbinas eólicas, e a Efacec (2%), fabricante português de componentes eléctricos. A proposta apresentada pela Ventiveste abarcou ambas as fases do Concurso e contempla a criação de um pólo industrial para a produção e montagem da maior parte dos componentes mecânicos e eléctricos das turbinas eólicas, não apenas para os parques eólicos em questão como também para exportação. Se a oferta da Ventiveste for bem sucedida, a Martifer, a Repower e a Efacec serão as responsáveis pela construção do pólo industrial. A Ventiveste orçamentou investimentos na ordem dos 920 milhões de Euros para a fase A e de 500 milhões de Euros para a fase B do projecto eólico. O consórcio pretende alcançar uma capacidade de energia eólica instalada de 800 MW em 2010. Entretanto, em 30 de Agosto de 2006, o agrupamento “Novas Energias Ibéricas” interpôs junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa providências cautelares solicitando (i) a sua admissão provisória à fase de negociações do Concurso (ii) a intimação ao Júri do Concurso à abstenção da prática do acto de adjudicação, e (iii) a suspensão da deliberação do Júri do Concurso que procede à avaliação e classificação das propostas apresentadas pelos candidatos a concurso, através da aprovação do “Relatório Final de Avaliação de Propostas na Fase A”, e à selecção dos concorrentes para a fase de negociações tomada em 4 de Agosto de 2006 e todos os actos e deliberações subsequentes que traduzem a execução daquela deliberação. Em 4 de Setembro de 2006, o Estado declarou que o interesse público (em particular o cumprimento das metas de Quioto, bem como prejuízos financeiros para o Estado) não se coaduna com a suspensão do efeito dos actos e deliberações do Júri do Concurso que são contestadas pelo agrupamento “Novas Energias Ibéricas”, procurando assim evitar a possibilidade de a eventual decretação das referidas providências cautelares vir a provocar a suspensão do processo de Concurso. Em 4 de Outubro de 2006, foi enviado pela DGGE, a solicitação do Júri do Concurso, o Relatório de Avaliação das Propostas da Fase A, bem como a Acta que o aprova e determina a realização de audiência prévia dos interessados. Este relatório classifica em primeiro lugar o concorrente Eólicas de Portugal e em segundo lugar o concorrente Ventinveste. O período de audiência prévia durará dez dias úteis, durante o qual os interessados se deverão pronunciar, posto o qual o Júri do Concurso rectificará ou ratificará esta decisão. A Galp Energia encara o projecto eólico como uma oportunidade de entrada no mercado da produção de energias renováveis, tirando partido imediato da possibilidade de venda da electricidade produzida a uma tarifa subsidiada durante os primeiros 15 anos de exploração. Fornecimento de Electricidade No futuro, a Galp Energia pretende expandir significativamente as actividades no segmento de negócio Power. A Empresa procurará potenciar o crescimento do negócio da electricidade com recurso à capacidade própria de produção através dos projectos de CCGT, beneficiando das margens atractivas do negócio da produção. Por outro lado, prevê-se que as vendas de electricidade passem a ser realizadas mediante a celebração de contratos bilaterais com produtores de electricidade até que os projectos de produção da Galp Energia se tornem operacionais. Adicionalmente, a Galp Energia acredita que existem oportunidades de captação de novas quotas de mercado, com a liberalização do mercado de electricidade e a mudança de alguns clientes elegíveis para o sistema de mercado livre. 119 A Galp Energia detém um portfolio fidelizado de clientes e acredita poder aumentar o volume médio de vendas por cliente através pelo desenvolvimento de ofertas multi-serviços. O objectivo da empresa é o de expandir significativamente a presença no mercado de electricidade, mantendo e fortalecendo, ao mesmo tempo, a presença no mercado do gás natural. Assim que as CCGTs se tornem operacionais, a empresa planeia celebrar contratos de fornecimento com consumidores finais por forma a proteger as margens de produção e desta forma controlar as margens integradas enquanto se maximiza a utilização da capacidade de produção. 120 7. LEGISLAÇÃO QUE REGULA A ACTIVIDADE DO EMITENTE A actividade da Galp Energia encontra-se sujeita a enquadramentos normativos específicos aprovados pelas autoridades competentes nas jurisdições em que opera. Por exemplo, as instalações de exploração e produção, refinação, armazenamento e retalho de produtos petrolíferos e as instalações de gás natural e de electricidade são regulados por um conjunto de legislação ambiental cada vez mais vasto e exigente; as matérias-primas utilizadas para o efeito e a maioria dos produtos da Galp Energia são classificados como químicos estando o seu manuseamento e armazenamento sujeitos a um especial controlo e a frota de transporte está igualmente sujeita a aprovações técnicas e a exigências de certificação. Os principais regimes jurídicos aplicáveis às actividades da Galp Energia são descritos nesta secção. REGULAÇÃO AMBIENTAL A Galp Energia está sujeita a diversa regulamentação em matéria ambiental da União Europeia e dos países em que opera, a qual tem vindo a aumentar, tem-se tornado progressivamente mais exigente e tem sido alvo de uma aplicação mais rigorosa por parte das respectivas autoridades. A presente secção aborda o enquadramento normativo ambiental mais relevante para a actividade da Galp Energia, incluindo as directivas comunitárias e a legislação dos EstadosMembros. Note-se que em certos casos algumas das normas comunitárias a que se fará referência ainda não foram objecto de completa regulamentação por parte dos EstadosMembros. Directiva relativa à Prevenção e Controlo Integrados da Poluição De acordo com a Directiva 96/61/CE do Conselho de 24 de Setembro de 1996, relativa à prevenção e controlo integrados da poluição (“Directiva PCIP”), alterada pelas Directivas 2003/35/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Maio de 2003 e 2003/87/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 13 de Outubro de 2003 e pelo Regulamento CE 1882/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho de 29 de Setembro de 2003, cada EstadoMembro deve adoptar um regime unitário de licenciamento ambiental para as emissões para o ar, solo e água, com vista a minimizar a poluição decorrente de certas actividades. Para esse efeito, os Estados-Membros devem aprovar regulamentação e criar mecanismos de controlo, de forma a assegurar que as instalações industriais respeitam certos princípios, incluindo a utilização das melhores técnicas disponíveis de prevenção e redução da poluição, a proibição de poluição significativa, a prevenção de acidentes e limitação das suas consequências, o tratamento responsável dos resíduos produzidos, a utilização eficiente da energia, a minimização da poluição e a reabilitação das instalações e do local após a cessação das actividades. A Directiva PCIP estabelece que todas as novas instalações têm de deter as licenças de emissões e que as instalações existentes as devem obter até 30 de Outubro de 2007. Portugal transpôs a Directiva PCIP através do Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto, posteriormente alterado pelo Decreto-Lei n.º 130/2005, de 16 de Agosto, que prevê a obrigação das empresas activas em certos sectores industriais obterem uma “licença ambiental” para as respectivas instalações. A licença fixa os requisitos anti-poluição que o seu beneficiário deve respeitar, incluindo os limites de emissão de poluentes, medidas de gestão de resíduos, medidas para a utilização eficiente de energia e mecanismos de prevenção e 121 reparação de acidentes. A licença ambiental deve ser obtida antes do início da actividade, no caso das novas instalações de combustão com potência térmica superior a 50 MW, devendo as instalações já activas que se encontrem nas referidas circunstâncias à data da entrada em vigor desta legislação, obter tal licença até 30 de Outubro de 2007. Nos termos do referido diploma, apenas as refinarias e algumas das centrais de cogeração estão sujeitas à obtenção de licença ambiental. A Galp Energia já detém as licenças ambientais relativas às centrais de cogeração da Energin e do Carriço e solicitou as licenças para as refinarias de Sines e do Porto em Maio de 2006 prevendo obtê-las antes de 30 de Outubro de 2007. A Powercer não precisa de obter esta licença uma vez que a sua potência térmica é inferior a 50MW, limite estabelecido para a necessidade de detenção de licença ambiental. Comércio de Emissões A “Convenção do Rio” (Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, 1992) e a Conferência das Partes para a Convenção do Rio enquadram as políticas comunitárias e nacionais relativas ao clima. Na sua esteira, o Protocolo de Quioto de 1997, concluído pela UE e ratificado pelos Estados-Membros em 2002, que entrou em vigor em 16 de Fevereiro de 2005, estabeleceu objectivos mais específicos quanto às emissões de poluentes. O acordo de partilha de sacrifícios, adoptado pela UE na sequência do referido Protocolo, prevê um limite geral para as emissões nacionais de cada Estado-Membro. No quadro dos limites supra referidos, a Directiva 2003/87/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de Outubro de 2003 e a Directiva 2004/101/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Outubro (“Directivas relativas às Emissões”) definiram um sistema de comércio de licenças de emissão de gases com efeito de estufa. Nos seus termos, prevê-se a atribuição aos tipos de instalações referidos nestas Directivas de licenças que permitem a emissão determinado volume de gases com efeitos de estufa. Estas licenças são livremente comercializáveis, o que tem em vista a criação de um mercado de licenças de emissão. O número total de licenças a emitir na UE está fixado e é suposto diminuir de forma regular, com o objectivo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, em cumprimento do Protocolo de Quioto, na medida em que os preços das licenças tenderão a ser superiores aos custos de instalação de equipamentos necessários à redução das emissões de gases com efeito de estufa. Em cumprimento destas directivas, cada Estado-Membro estabeleceu limites às emissões de gases com efeito de estufa, impondo igualmente limites ao volume de emissões permitido aos operadores das instalações referidas em anexo à referida directiva. Em Portugal, a Resolução do Conselho de Ministros n.º 53/2005, de 3 de Março, aprovou o plano nacional de atribuição de licenças de emissão, estabelecendo as regras aplicáveis à outorga das mesmas e o montante máximo de emissões permitidas para o período 2005 a 2007. De acordo com este plano, o número de licenças atribuídas para cada sector de actividade é calculado com base na média das emissões verificadas entre 2000 e 2003. Nos termos do Decreto-Lei n.º 233/2004, de 14 de Dezembro, a partir de 1 de Janeiro de 2005, os operadores de algumas instalações, incluindo as refinarias e algumas centrais de cogeração da Galp Energia, deverão ter licenças de emissão de gases com efeito de estufa, atribuídas pelo Instituto do Ambiente. Para o efeito, e nos termos do Despacho Conjunto n.º 686-E/2006, o Governo atribuiu gratuitamente à Galp Energia um montante de licenças de emissão para todas as instalações sujeitas ao regime supra descrito, o que se revelou suficiente para fazer face às necessidades, pelo que não se mostrou necessária a aquisição de qualquer licença adicional. Actualmente, a Galp Energia não prevê que venha a requerer quaisquer licenças adicionais até ao final do 122 período 2005-2007. Contudo, não se pode garantir que no futuro não venha a ser necessária a aquisição de licenças adicionais o que pode implicar um aumento dos custos operacionais (vide “Factores de Risco” supra). A Galp Energia não pretende adquirir licenças adicionais com o intuito de as revender no mercado. Regulação da Qualidade dos Combustíveis A Directiva 98/70/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de Outubro de 1998, relativa à qualidade dos combustíveis à base de petróleo e de gasóleo, alterada pela Directiva 2003/17/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho de 3 de Março (“Directiva dos Combustíveis Automóveis”), introduz algumas especificações que visam a redução substancial da poluição resultante de veículos motorizados. Nos termos da Directiva dos Combustíveis Automóveis, cada Estado-Membro deverá assegurar que em 1 de Janeiro de 2009, toda a gasolina sem chumbo comercializada no respectivo território respeita certas especificações relativas aos níveis de octanas, metanol, etanol e enxofre. Além disso, , os Estados-Membros deverão ainda assegurar que as gasolinas e o gasóleo sem enxofre (menos de 10ppm de conteúdo de enxofre) estarão disponíveis nos respectivos mercados a partir de 1 de Janeiro de 2005. A Directiva dos Combustíveis Automóveis foi transposta para a ordem jurídica portuguesa pelo Decreto-Lei n.º 235/2004, de 16 de Dezembro, sem qualquer desenvolvimento digno de nota. Todas as refinarias de que a Galp Energia é proprietária cumprem as exigências decorrentes das supra referidas disposições legais, incluindo o que diz respeito à diminuição dos níveis de enxofre. Com efeito, a Galp Energia está a preparar-se para cumprir as especificações mais exigentes resultantes da Directiva dos Combustíveis Automóveis e da lei portuguesa, à medida que estas se vão tornando exigíveis. Em Espanha esta directiva foi transposta pelo DecretoReal n.º 1700/2003, de 15 de Dezembro. Adicionalmente, a Directiva 2003/30/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 8 de Maio, promove a utilização de biocombustíveis e de outros combustíveis renováveis pelos transportes em cada um dos Estados-Membros. Nos termos desta Directiva, cada EstadoMembro deverá criar mecanismos para promover a colocação no mercado de quotas mínimas de biocombustíveis e outros combustíveis renováveis de acordo com patamares nacionais predefinidos. O valor de referência para estes patamares foi de 2% de todos os combustíveis de petróleo e gasóleo até 31 de Dezembro de 2005 e é de 5,75%, até 31 de Dezembro de 2010. Esta Directiva foi transposta para o ordenamento jurídico português pelo Decreto-Lei n.º 62/2006, de 21 de Março, sem qualquer desenvolvimento digno de nota. No entanto, as metas nacionais, a definir por despacho conjunto dos Ministros responsáveis pelas áreas das finanças, do ambiente, da economia, da agricultura e dos transportes, ainda não foram fixadas. Em Espanha esta directiva foi transposta pelo já referido Decreto-Real n.º 1700/2003, de 15 de Dezembro. Regulação de Registos de Produtos Químicos Em Outubro de 2003, a Comissão Europeia iniciou um procedimento tendente à aprovação de um novo quadro regulativo para os químicos, intitulado “Registo, Avaliação e Autorização de Produtos Químicos” (RAAPQ). A proposta visa um novo sistema de gestão de produtos químicos, no âmbito do qual as empresas que produzam ou importem mais de uma tonelada de uma determinada substância química, por ano, terão de registar essa substância química num sistema de informação central, fornecendo informações relativas às suas propriedades e manuseamento em segurança. Esta proposta encontra-se actualmente em discussão e debate, 123 nomeadamente no que diz respeito ao impacto previsível dos custos inerentes à sua aplicação (vide “Factores de Risco” supra). Regulação relativa aos Critérios de Segurança dos Petroleiros Na sequência das catástrofes ambientais resultantes do naufrágio de petroleiros na costa atlântica da Europa em 2000 e 2002, a UE adoptou diversas medidas legislativas que visam reduzir o risco de poluição acidental por hidrocarbonetos nas águas europeias, incluindo especificações relativas à segurança dos petroleiros e normas de operação. Em particular, o Regulamento 417/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de Fevereiro de 2002, e o Regulamento 1726/2003, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de Julho de 2003, estabelecem que os petroleiros com, pelo menos, 5.000t de porte e que se encontrem a operar sob a bandeira de um Estado-Membro deverão ter duplo casco. Apesar desta especificação se aplicar tanto a navios novos como a navios já existentes, os regulamentos estabelecem diversos prazos para a introdução das alterações necessárias, dependendo da antiguidade do navio em causa. A Galp Energia é proprietária, através da Sacor – Marítima, S.A., de quatro navios petroleiros, dos quais um satisfaz as exigências mencionadas, outro não está abrangido por essas exigências, sendo que os outros dois deixarão de ser utilizados pela Galp Energia em 2008. Acresce que, nos termos da Directiva 2002/59/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Junho, e do Decreto-Lei n.º 180/2004, de 27 de Julho, os operadores, os agentes e os comandantes dos navios com porte bruto igual ou superior a 300t, que cheguem a ou partam de um porto português, deverão preencher certos requisitos, a saber: estar equipados com um sistema de identificação automática e com um sistema de registo de dados de viagem, cumprir as obrigações de notificação e requisitos de certificação em caso de transporte de mercadorias perigosas, bem como sujeitar-se aos poderes de intervenção e investigação das autoridades costeiras. SECTOR PETROLÍFERO A Galp Energia é abrangida pela regulamentação aplicável à indústria petrolífera, em Portugal, Espanha, Angola, Brasil e nos demais países em que desenvolve a sua actividade. Portugal O sector petrolífero português compreende as actividades de produção, refinação, armazenamento, transporte, distribuição e comercialização de petróleo ou de produtos petrolíferos. Exploração e Produção Na sequência do Decreto-Lei n.º 141/90, de 2 de Maio, os hidrocarbonetos existentes no território nacional no seu estado natural, incluindo os existentes no subsolo marítimo sob a soberania portuguesa, integram o domínio público do Estado. Contudo, qualquer entidade, nacional ou estrangeira, pode requerer licenças de prospecção, pesquisa e avaliação. A licença de prospecção, emitida pela DGGE, após autorização do Ministro da tutela, para um período determinado casuisticamente, confere ao seu titular um direito não-exclusivo para desenvolver na respectiva área a procura de petróleo, usando diferentes métodos, tais como pesquisas magnéticas e gravimétricas, métodos geoquímicos e sísmicos e medições. Tais licenças não abrangem, contudo, a possibilidade de perfuração. 124 A licença de pesquisa, igualmente emitida pela DGGE, após aprovação do Ministro competente, é válida para um período de três anos, pode ser renovada por três vezes e é outorgada para um mínimo de quatro e para um máximo de oito blocos. O titular desta licença tem o direito exclusivo de desenvolver pesquisas para a descoberta de petróleo, incluindo perfurações, de acordo com um plano previamente aprovado pela DGGE. Se forem descobertos hidrocarbonetos, o titular da referida licença tem o direito de requerer uma licença de avaliação, ou, se entender que o reservatório de hidrocarbonetos tem interesse comercial, de celebrar desde logo um contrato de concessão para a exploração. A licença de avaliação é válida por um período não superior a três anos (para explorações onshore e off-shore até 200m de profundidade) ou a cinco anos (nos restantes casos). Esta licença atribui ao seu titular o direito de desenvolver prospecções de petróleo e testes de produção de acordo com um plano previamente aprovado pela DGGE, que deverão ser conduzidos na localização prevista do campo petrolífero. A produção de petróleo no território nacional está reservada às pessoas colectivas e depende da celebração de um contrato de concessão com o Estado, cujas bases são fixadas por Decreto-Lei, nos termos previstos no Decreto-Lei n.º 261-A/91, de 25 de Julho. Os titulares de uma licença de avaliação ou de pesquisa (caso tenham sido descobertos hidrocarbonetos) têm direito a celebrar um contrato de concessão de exploração, nos termos do qual lhes será atribuído, por um período máximo de 25 anos, o direito exclusivo de explorar a área da concessão, de desenvolver todos os trabalhos necessários de acordo com um plano pré-estabelecido e de produzir petróleo a partir das jazidas descobertas. Este contrato de concessão implica diversos direitos e obrigações para o concessionário prevendo, entre outros aspectos, a necessidade de a DGGE aprovar o plano de produção antes do seu início e o direito do concessionário de refinar petróleo e de liquefazer gás, sem prejuízo da necessidade de prévia obtenção das licenças necessárias. Os concessionários ou detentores de licenças devem pagar uma renda pela superfície sob pesquisa, avaliação ou exploração bem como algumas taxas. Deve sublinhar-se que as licenças e concessões podem ser revogadas no caso de abandono da exploração, de incumprimento dos trabalhos projectados ou de incumprimento de outras obrigações contratuais. As licenças de pesquisa e avaliação podem ainda ser revogadas a todo o tempo mediante o pagamento de uma indemnização razoável. Refinação, armazenamento, transporte, distribuição e comercialização O novo Decreto-Lei n.º 31/2006, de 15 de Fevereiro, prevê um regime concorrencial, outorgando a todos os comercializadores um direito de acesso e uso das instalações de armazenamento, transporte e distribuição em Portugal. Nesse quadro, os consumidores finais têm o direito de escolher livremente o seu fornecedor, proibindo-se a exigência aos clientes finais do pagamento de qualquer soma devida pela mudança de fornecedor. As actividades de refinação, armazenamento, transporte e distribuição não estão sujeitas a licenciamento específico, excepto no que toca às licenças ambientais e às autorizações relativas às instalações e equipamento. Por outro lado, a importação e exportação de petróleo e de produtos petrolíferos da União Europeia não está sujeita a qualquer regulação específica. O exercício da actividade de comercialização depende de licenciamento prévio e obriga o comercializador a assegurar o fornecimento contínuo e a publicidade dos preços, bem como a fornecer toda a informação requerida pelas autoridades reguladoras. 125 A Galp Energia é titular de todas as licenças necessárias para desenvolver a actividade de refinação e proceder à comercialização de combustíveis em Portugal. Para além disso, a Galp Energia desenvolve actualmente actividades de importação e de armazenamento de petróleo e de armazenamento e comercialização de produtos petrolíferos. Anteriormente à entrada em vigor do já referido Decreto-Lei n.º 31/2006, estas actividades eram reguladas pela Lei n.º 1947, de 12 de Fevereiro de 1937, desenvolvida pelo Regulamento n. 29034, de 1 de Outubro de 1938, ao abrigo da qual a Galp Energia requereu e obteve as necessárias licenças (emitidas pelo Ministro da Economia ou pela Direcção-Geral da Energia, consoante os casos) para a prossecução destas actividades. Assim, a Galp Energia detém licenças de armazenamento para os parques de Faro, Sines (dentro da refinaria de Sines), Porto Brandão, Mitrena (Setúbal), Aveiras, Aveiro, Real (Matosinhos), Boa Nova (dentro da refinaria do Porto), Horta e Flores. A Galp Energia tem ainda um parque de GPL, devidamente licenciado, na Perafita e uma instalação de armazenamento, actualmente inactiva, no Rosairinho. A Galp Energia tem, ainda duas refinarias – no Porto e em Sines, devidamente licenciadas ao abrigo deste regime e de diplomas especialmente aprovados para o efeito. A comercialização e armazenamento dos derivados do Petróleo (gasolina, GPL, jet fuel, etc.) ainda são (até à entrada em vigor de diplomas complementares ao Decreto-Lei n.º 31/2006) reguladas pelo Decreto-Lei n.º 267/2002, de 26 de Novembro e estão sujeitos à obtenção de licenças específicas. A DGGE atribui licenças para o armazenamento de produtos petrolíferos estratégicos, localizados em portos. Nos seus termos, a Direcção Regional de Energia é competente para o licenciamento de algumas instalações de armazenamento de maior dimensão e das estações de serviço localizadas em estradas nacionais ou regionais, sendo as câmaras municipais competentes para o licenciamento de postos de abastecimento nas vias municipais. Foi ao abrigo deste diploma que a Galp Energia ou as empresas que operam com a Galp Energia licenciaram os seus postos de abastecimento de combustível. Actualmente, os postos de abastecimento da Galp Energia encontram-se licenciados sendo que, contudo, 181 postos de abastecimento têm as suas licenças caducadas e carecem de renovação das mesmas (vide “Factores de Risco” supra). Reservas estratégicas A regulamentação da UE prevê a necessidade de se assegurar um nível mínimo de segurança no abastecimento de petróleo. Tal legislação prevê a manutenção de reservas mínimas de crude e de produtos derivados (intermédios e acabados) e as medidas que devem ser adoptadas no caso de ocorrer uma crise no abastecimento de petróleo. O actual sistema de reservas é regulado pela Directiva 68/414/CEE, de 20 de Novembro de 1968, impondo um nível equivalente a pelo menos 65 dias de consumo. Tal nível foi aumentado em 1972, pela Directiva 72/425/EEC, do Conselho, de 19 de Dezembro de 1972, para 90 dias de consumo. Note-se que os Estados-Membros têm, contudo, alguma liberdade para a organização dos seus regimes de reservas. A Directiva 68/414/CEE, de 20 de Dezembro de 1968, que prevê a criação de quantidades mínimas de reservas de petróleo para cada uma das principais categorias de derivados (intermédios e acabados), com as alterações que lhe foram introduzidas pela Directiva 98/93/CE, do Conselho, de 14 de Dezembro de 1998, no sentido de aumentar a eficiência, transparência e justeza dos acordos sobre constituição de reservas, regula o actual sistema de reservas estratégicas. A Directiva exige que cada Estado-Membro assegure que as quantidades em reserva estejam disponíveis e acessíveis a qualquer momento, e que os custos derivados da manutenção dessas quantidades sejam identificados por acordos transparentes que permitam a cada Estado-Membro disponibilizar essa informação a terceiros. Nos seus termos, 126 os Estados-Membros são encorajados a criar uma sociedade responsável pela detenção de todas ou de apenas parte das reservas legalmente devidas, as quais podem ser mantidas sob a forma de petróleo, de produtos derivados ou de produtos finais. Os Estados-Membros também podem, em certas circunstâncias, manter as reservas no território de outros EstadosMembros, sendo-lhes, contudo, exigido que possam fiscalizá-las e que criem um sistema de sanções que garanta a efectiva aplicação da referida Directiva. Em Portugal, nos termos do Decreto-Lei n.º 10/2001 de 23 de Janeiro, alterado pela Lei n.º 17/2001, de 3 de Julho, pelo Decreto-lei n.º 339-D/2001, de 28 de Dezembro e pelo Decretolei n.º 71/2004 de 25 de Março, as entidades que introduzam produtos petrolíferos no mercado interno nacional deverão constituir e manter reservas estratégicas com um volume global mínimo correspondente a 90 dias das quantidades totais de produtos petrolíferos introduzidos no mercado nacional no ano anterior ou nos 12 meses precedentes ou ainda nos 30 dias anteriores, no caso de gás de petróleo liquefeito. Estas empresas são obrigadas a assegurar a manutenção e gestão de dois terços das reservas estratégicas, sendo o restante da responsabilidade da entidade pública empresarial especialmente criada para o efeito, a Empresa Gestora de Reservas Estratégicas, EPE (“EGREP”). Estas reservas podem ser mantidas sob a forma de crude, produtos semi-acabados ou produtos finais. No entanto, a reserva, no que toca a produtos petrolíferos específicos, tais como gasolina e jet fuel, gasóleo, combustível de iluminação, fuelóleo, deve corresponder a pelo menos 90 dias de consumo de cada um desses produtos específicos. As reservas podem ser realizadas directamente pela entidade a tanto legalmente obrigada, com produtos próprios e em instalações de armazenamento próprias ou mediante contratação com terceiros, recorrendo a produtos e a instalações de armazenamento da propriedade de tais entidades. As reservas em apreço podem mesmo ser constituídas e mantidas no território de outro Estado-Membro, o que depende, contudo, de prévia celebração de acordos inter-governamentais. A utilização destas reservas está sujeita a autorização do Ministro da Economia e da Inovação. A Galp Energia cumpre todas as exigências legais relativas à constituição e manutenção de reservas estratégicas. Espanha A Espanha adoptou diversa legislação no sentido da liberalização da sua indústria petrolífera. A Lei n.º 34/1998, de 7 de Outubro, tal como alterada e implementada através de diversos decretos reais e despachos ministeriais, pretende estabelecer uma regulação unitária aplicável à indústria petrolífera verticalmente integrada. Esta indústria inclui a pesquisa e exploração de jazidas petrolíferas, a refinação, o transporte, o armazenamento e a distribuição de petróleo bruto e dos seus derivados, bem como a aquisição, produção, transporte, distribuição e venda de gases combustíveis por intermédio de oleodutos ou gasodutos. Esta lei veio abolir as quotas de comércio externo de produtos petrolíferos. Venda grossista e Venda a Retalho de Produtos Refinados As actividades de refinação de petróleo bruto e o transporte, armazenamento, distribuição e venda de produtos derivados do petróleo (incluindo GPL) constituem actividades liberalizadas, sem prejuízo da construção e utilização das instalações em que tais actividades são desenvolvidas estarem sujeitas a prévia autorização governamental. Os preços dos produtos derivados do petróleo encontram-se igualmente liberalizados, com a excepção do GPL cujo preço, na maioria dos casos, encontra-se sujeito a um limite máximo. A construção e exploração das instalações de refinação, bem como a construção e exploração dos meios de transporte de produtos petrolíferos e das instalações de armazenamento que 127 prestem serviços a comercializadoras grossistas estão também sujeitas a autorização prévia. A outorga de tais autorizações depende do cumprimento dos requisitos técnicos e de segurança relevantes, dos condicionamentos relativos à protecção ambiental e das demais exigências impostas pelas entidades locais territorialmente competentes. Os comercializadores grossistas, não detidos por empresas de refinação ou por empresas maioritariamente controladas pelas empresas de refinação, estão sujeitos a prévia autorização governamental. As autorizações apenas são concedidas às entidades que preencham os requisitos legais e possuam meios técnicos e financeiros adequados ao desenvolvimento das referidas actividades e que garantam um mínimo de reservas de segurança. A actividade dos distribuidores a retalho está liberalizada, não obstante a construção e exploração das instalações necessárias ao exercício de tal actividade estar sujeita a licenciamento governamental. Refira-se ainda que a restrição ao aumento do número de estações de serviço, aplicável a comercializadores grossistas de produtos petrolíferos com uma rede de distribuição superior a 30% das estações de serviço existentes em Espanha, prevista no Decreto Real n.º 6/2000, já não se aplica desde 25 de Junho de 2005. Assim, o líder de mercado em Espanha, Repsol YPF, pode agora aumentar o número das respectivas estações de serviço. Meios de Transporte e Armazenamento As entidades terceiras podem aceder livremente aos meios e instalações de transporte e armazenamento, tais como as instalações da CLH, nas condições acordadas, de forma objectiva, transparente e não discriminatória. O Governo Espanhol pode estabelecer, de forma discricionária, os mecanismos de acesso ao território continental e àqueles territórios de Espanha onde não existem meios de transporte e armazenamento alternativos ou em que os meios existentes são insuficientes. Até à data do presente Documento de Registo de Acções, o Governo Espanhol não exerceu tal poder discricionário. Segundo o Decreto- Real n.º 6/2000, de 23 de Junho, ninguém pode ser proprietário, directa ou indirectamente, de mais de 25% do capital social da CLH. Acresce que o somatório dos juros directos ou indirectos, resultantes da titularidade de uma participação social na CLH, não pode exceder 45% do capital social da CLH. Os direitos de voto referentes ao capital social que exceda em 25 % do capital social da CLH são suspensos. GPL Os comercializadores grossistas de GPL deverão obter uma licença para operar, a qual será atribuída apenas a entidades que (i) preencham os requisitos legais e possuam os meios técnicos e financeiros para desenvolver tais actividades, (ii) garantam determinadas reservas de segurança, (iii) possuam instalações de armazenamento e enchimento de garrafas que respeitem as condições técnicas e de segurança relevantes e (iv) prestem assistência técnica aos consumidores finais e aos distribuidores a retalho. A actividade de venda de GPL a granel carece também de licença, a qual depende de a entidade requerente preencher os requisitos legais, técnicos e financeiros necessários para o efeito e de as suas instalações de armazenamento respeitarem as condições técnicas e de segurança relevantes. Contudo, as entidades que desejem fornecer GPL a granel a veículos, através de instalações de distribuição a retalho de produtos petrolíferos, não carecem de licenciamento. 128 Os comerciantes a retalho de GPL engarrafado não necessitam igualmente de deter licença, apesar de as instalações de armazenamento e venda a retalho, onde tais actividades são desenvolvidas, deverem respeitar determinadas normas técnicas e de segurança. Estes distribuidores a retalho são, contudo, obrigados a prestar assistência técnica aos seus clientes, podendo, no entanto, prestar tais serviços em nome próprio ou através de um comercializador grossista. A Lei n.º 34/1998, de 7 de Outubro, proíbe os acordos de fornecimento exclusivo de GPL engarrafado entre operadores e distribuidores a retalho, excepto quando se trate de acordos entre operadores e agentes que integrem a respectiva rede de distribuição e que garantam a entrega ao domicílio de GPL engarrafado. Refira-se que, na medida em que as condições concorrenciais da distribuição de GPL engarrafado ou canalizado sejam consideradas inadequadas, o Governo Espanhol poderá estabelecer preços máximos para as vendas ao público, através de uma fórmula estabelecida na regulamentação. Note-se que: - desde 1998, os preços de GPL a granel ou GPL vendido em garrafas com menos de oito quilogramas foram liberalizados. - desde Novembro de 1993, os preços de GPL engarrafado em contentores com capacidade igual ou superior a 8kg estão sujeitos a um sistema de controlo. - o fornecimento de GPL canalizado a consumidores finais e de GPL a granel a empresas de distribuição estão sujeitos aos preços máximos estabelecidos pelo Governo Espanhol, nos termos do Ofício Ministerial de 5 de Novembro de 1993 (os preços máximos são estabelecidos mensalmente, com base numa fórmula que tem em consideração os custos das matériasprimas, os custos do transporte nos mercados internacionais verificados no mês anterior e as margens). Reservas Estratégicas A Lei n.º 34/1998, de 7 de Outubro, prevê o direito de todos os consumidores ao fornecimento de produtos derivados do petróleo no território nacional, sob determinadas condições. A referida lei foi posteriormente desenvolvida em 2004, através do Decreto Real n.º 1716/2004. Nos termos deste diploma, e em cumprimento das exigências comunitárias supra descritas (vide “Portugal” supra), os operadores autorizados a actuar como distribuidores grossistas de produtos petrolíferos deverão manter, permanentemente, uma reserva de segurança equivalente a 90 dias do respectivo volume de vendas anual no mercado nacional (excluindo as vendas a outros distribuidores grossistas). A mesma obrigação aplica-se a (i) distribuidores retalhistas, relativamente ao respectivo volume de vendas anual no mercado nacional, excluindo as quantidades fornecidas por distribuidores grossistas; e (ii) a consumidores de combustíveis, relativamente ao respectivo consumo anual, excluindo as quantidades fornecidas por distribuidores grossistas ou retalhistas. Os distribuidores grossistas de GPL devem manter reservas equivalentes a 20 dias do seu volume anual de vendas no mercado nacional (com exclusão das vendas a outros distribuidores grossistas). A mesma obrigação aplica-se aos (i) distribuidores retalhistas de GPL e aos vendedores de GPL engarrafado com base no seu volume de vendas no mercado nacional de GPL não fornecido pelo distribuidores grossistas e (ii) aos consumidores de GPL com base no seu consumo anual, excluindo as quantidades fornecidas por distribuidores grossistas ou retalhistas. A Corporación de Reservas Estratégicas (CORES), uma empresa controlada pelo Governo Espanhol, é designadamente responsável pela criação, manutenção e gestão de reservas 129 estratégicas e o controlo das reservas de segurança de produtos petrolíferos, incluindo GPL. No caso de uma escassez de abastecimento dos produtos petrolíferos, o Conselho de Ministros pode adoptar providências para fazer face à escassez de produção de petróleo, designadamente sujeitar as reservas mínimas de segurança, incluindo as reservas estratégicas, a um regime de intervenção sob o controlo directo da CORES. Brasil As actividades petrolíferas no Brasil tornaram-se monopólio federal em 1953, através da Lei 2004, que criou a sociedade Petróleo Brasileiro S.A. (“Petrobrás”), a empresa pública responsável pelas actividades económicas no sector petrolífero brasileiro. O monopólio atribuído à Petrobrás pela Constituição Brasileira inclui as actividades de exploração e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos líquidos, a refinação de petróleo nacional e estrangeiro, as importações e exportações, o transporte marítimo e o transporte por gasoduto ou oleoduto. Em 1995, uma reforma constitucional introduziu a possibilidade de todas estas actividades serem desenvolvidas por empresas públicas ou privadas. A Lei n.º 9478, de 6 de Agosto de 1997, implementou a abertura do mercado desencadeada pela revisão constitucional e criou uma entidade reguladora para o sector petrolífero, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (“ANP”). As operações da Galp Energia no Brasil limitam-se à exploração e produção. A Galp Energia participa em diversas parcerias, juntamente com a Petrobrás e outros parceiros, com vista à exploração e produção de petróleo, possuindo as necessárias autorizações para o efeito e preenchendo os demais requisitos aplicáveis. No Brasil, as actividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural são habilitadas por um contrato de concessão. Algumas áreas nas quais se prevê que possam existir jazidas petrolíferas, seleccionados pela ANP, podem ser concessionadas através de concursos públicos, lançados periodicamente. Até à presente data, tiveram lugar sete concursos, estando previsto um oitavo concurso que terá lugar até ao final de 2006. Apesar de o conteúdo específico dos contratos de concessão variar nos diversos concursos, estes incluíram sempre duas fases distintas. A fase de exploração e avaliação, na qual a concessionária desenvolve estudos para apurar o valor comercial da área a concessionar; e a fase da produção, que ocorre apenas se a concessionária entender que existem, de facto, jazidas petrolíferas comercialmente viáveis (vide “Análise Sectorial” supra). Caso a área a concessionar não passe à segunda fase, a sua gestão volta para a alçada do ANP. Os prazos para cada fase do concurso estão fixados nos respectivos contratos de concessão. Segundo a lei brasileira, todos os recursos minerais, incluindo os encontrados no subsolo, são propriedade do Governo Federal, pelo que a concessionária adquire apenas a propriedade dos hidrocarbonetos, uma vez extraídos do subsolo. Para além dos impostos e taxas aplicáveis, o Governo Brasileiro tem o direito de participar nos lucros gerados pelo petróleo e gás natural produzidos pela concessionária. Os termos desta participação devem estar expressamente descritos no anúncio do concurso e no contrato de concessão e devem incluir, pelo menos, direitos de propriedade industrial e rendas relativas à área sob exploração ou produção. Adicionalmente, alguns contratos de concessão prevêem um bónus de assinatura ou uma participação adicional no caso de a concessão se revelar particularmente lucrativa. A importação e exportação de petróleo bruto poderão ser desenvolvidos mediante simples autorização da ANP, a qual deverá ser atribuída caso um determinado projecto preencha determinados requisitos legais relativos à identificação da parte interessada e esta demonstre a respectiva capacidade técnica e financeira. 130 Visto que as actividades que envolvem hidrocarbonetos são potencialmente poluentes, todas as empresas a operar neste sector devem previamente obter licenças ambientais, as quais pressupõem o preenchimento das condições impostas pelas autoridades federais, estaduais e municipais, conforme o caso. Angola Em Angola, a exploração e produção de petróleo são reguladas pela Lei n.º 10/04, de 12 de Novembro, sem prejuízo da manutenção em vigor, nos termos da legislação anterior, dos actos e contratos já existentes à data da entrada em vigor deste diploma. As actividades de prospecção, pesquisa e avaliação de reservas de hidrocarbonetos exigem a obtenção de uma licença a emitir pelo Ministro da Tutela, que será válida por um período de três anos e que poderá ser excepcionalmente prorrogada. Todos os direitos de exploração da produção de petróleo encontram-se atribuídos à concessionária nacional – a Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, Empresa Pública. No entanto, as empresas privadas podem celebrar acordos de parceria com a concessionária nacional e beneficiar de uma partilha da produção. A celebração desde acordo de parceria deverá, na maior parte das vezes, ser precedida de concurso público. Excepcionalmente, caso a concessionária nacional não pretenda explorar uma determinada área, poderá ser directamente atribuída uma concessão a uma outra empresa. O Ministro dos Petróleos poderá também autorizar a instalação de oleodutos ou de instalações de armazenamento, numa área da concessão. Actualmente, a Galp Energia participa em cinco parcerias com a Sonangol e outras empresas e acredita deter todas as autorizações e licenças necessárias. SECTOR DO GÁS NATURAL Regulamentação da União Europeia O Parlamento Europeu e o Conselho de Ministros adoptaram a nova Directiva do Gás 2003/55/CE, de 26 de Junho de 2003 (“Directiva do Gás”). A Directiva do Gás entrou em vigor em Agosto de 2003, prevendo como prazo de transposição 1 de Julho de 2004. Esta directiva postula a separação das redes de distribuição das redes de transporte, e da actividade de fornecimento, prevê a existência de um regulador em cada Estado-Membro com funções bem definidas e a obrigação de publicação de tarifas de acesso às diferentes redes, reforça as obrigações de serviço público e introduz medidas para aumentar a segurança do fornecimento. As principais disposições estabelecidas na Directiva do Gás são as seguintes: - Regras gerais para a organização do sector. Os Estados-Membros devem assegurar, tendo em conta a sua organização institucional, e com respeito pelo princípio da subsidiariedade, que as actividades relacionadas com o gás natural respeitem os princípios da Directiva do Gás tendo em vista alcançar um mercado de gás natural competitivo, seguro e ambientalmente sustentável. Designadamente, os Estados-Membros devem prever para as sociedades que, no interesse económico geral, desenvolvam a sua actividade neste sector, obrigações de serviço público, definidas de forma clara, transparentes, não discriminatórias, controláveis e que garantam o acesso equitativo das companhias de gás natural da UE aos consumidores nacionais, devendo ainda tomar as medidas apropriadas para proteger os consumidores finais. Os Estados-Membros devem também assegurar que os consumidores elegíveis têm efectivamente a possibilidade de mudar de fornecedores. Contudo, considerando que os 131 contratos de longo-prazo continuarão a constituir uma parte importante do fornecimento de gás dos Estados-Membros, estes devem ser mantidos como opção ao dispor das sociedades de fornecimento de gás natural, desde que não afectem os objectivos fixados na Directiva do Gás e sejam compatíveis com o Tratado CE, incluindo as regras da concorrência. - Transporte, armazenamento, GNL, distribuição e fornecimento. Os operadores das redes de transporte, distribuição ou armazenamento de gás natural, devem ser separados no plano jurídico das sociedades que produzem ou comercializam gás natural, podendo, contudo, não ser patrimonialmente separados dos operadores das diversas redes (ou seja, ser detidos pelas sociedades que detêm a infra-estrutura). De forma a assegurar um acesso eficiente e nãodiscriminatório às redes em causa, os sistemas de transporte e de distribuição devem ser operados através de entidades legalmente separadas dos comercializadores. - Organização do acesso ao sistema. Deve ser assegurado, sem qualquer discriminação, o acesso de terceiros às redes de transporte e distribuição e às instalações de Gás Natural através do pagamento de tarifas publicadas e aplicáveis a todos os clientes elegíveis, incluindo os comercializadores e aplicadas objectivamente e sem discriminação entre utilizadores. - Armazenamento. Para a organização do acesso a instalações de armazenamento, incluindo o armazenamento de gás nos gasodutos (linepack), os Estados-Membros devem escolher um ou ambos dos processos de acesso seguintes: (i) acesso negociado (com o operador relevante de armazenamento ou sociedades comercializadoras de gás natural), estando as partes obrigadas a negociar de boa-fé e a publicar as suas principais condições comerciais para a utilização dos serviços de armazenamento, linepack ou outros serviços auxiliares; ou (ii) no caso de acesso regulado, os Estados-Membros devem dar direitos de acesso mediante o pagamento de tarifas ou outros termos e obrigações para o uso das referidas instalações. O direito de acesso aos clientes elegíveis pode passar pela possibilidade de celebração de contratos de fornecimento com empresas de gás natural concorrentes, diversos do operador do sistema ou de empresa do mesmo grupo. - Acesso ao gasoduto. Os Estados-Membros devem assegurar que os comercializadores têm acesso à rede de gasodutos, de acordo com os objectivos de um acesso justo e aberto, permitindo um mercado de gás natural concorrencial e evitando qualquer abuso de posição dominante. - Elegibilidade. Os Estados-Membros devem assegurar que os consumidores elegíveis sejam: (a) a partir de 1 Julho de 2004, todos os consumidores não-residenciais e (b) a partir de 1 de Julho de 2007, todos os consumidores. Os contratos para o fornecimento de um consumidores elegível no sistema de outro Estado-Membro não devem ser proibidos sempre que o cliente for elegível em ambos os sistemas envolvidos. - Separação contabilística. As empresas de gás natural, qualquer que seja o sistema de propriedade ou forma legal que adoptem, devem auditar e publicar as suas contas anuais. Estas empresas devem ainda, no que toca à sua contabilidade interna, ter contas separadas para as suas actividades de transporte, distribuição, GNL e armazenamento, nos mesmos termos que seriam requeridos caso se tratassem de empresas separadas, a fim de evitar discriminação, subsidiação cruzada e distorção da concorrência. - Derrogações para mercados emergentes. Os Estados-Membros considerados como mercados emergentes no sector do gás natural que, devido à implementação da Directiva do Gás, se deparem com problemas substanciais, poderão derrogar algumas normas constantes da directiva do gás, incluindo o que diz respeito à separação dos operadores das redes de transporte e distribuição, ao acesso de terceiros a ambas as redes de transporte e distribuição 132 e às provisões relacionadas com a abertura e reciprocidade do mercado. Esta derrogação caduca automaticamente no momento em que o Estado-Membro deixar de ser considerado como mercado emergente. - Termo da derrogação. Segundo o artigo 28.º da Directiva do Gás, quando a derrogação referida nos parágrafos anteriores terminar, a definição dos consumidores elegíveis deverá resultar na abertura do mercado até, pelo menos, 33% do consumo total anual de gás, no mercado nacional; passados dois anos, todos os consumidores não residenciais e, passados três anos, todos os consumidores deverão ser elegíveis. Legislação e Regulamentação Portuguesas relativas ao Gás Natural Os princípios da directiva comunitária supra referidos foram implementados em Portugal através do Decreto-Lei n.º 30/2006, de 15 de Fevereiro. Antes da aprovação deste DecretoLei, todas as actividades de importação, armazenamento, transporte e regaseificação de Gás Natural ou de Gás Natural Liquefeito, em Portugal, estavam sujeitos a uma única concessão atribuída a uma empresa do Grupo Galp Energia, a Transgás. A distribuição local e regional era desenvolvida por empresas de distribuição, enquanto concessionárias da distribuição local e regional e, por vezes, enquanto entidades licenciadas para operarem nas redes de distribuição local. Os consumidores de gás natural com um consumo anual inferior a 2 milhões de m3 eram abastecidos pelas empresas de distribuição local e regional, enquanto que os consumidores com um consumo anual igual ou superior a 2 milhões de m3 eram abastecidos directamente pela Transgás. Os preços não se encontravam regulados e fixavam-se segundo uma lógica de mercado livre e com base em contratos individuais, sujeitos apenas a regras não discriminatórias. Na sequência da publicação da Directiva do Gás, o Governo Português definiu a sua estratégia nacional para o sector da energia aprovada por Resolução do Conselho de Ministro de 24 de Outubro de 2005. Esta resolução mandatou o Processo de Sepração das Actividades Reguladas do Sector do Gás e a venda destas à REN. O primeiro contrato comercial de fornecimento de longo-prazo ocorreu em 1997, tendo Portugal sido considerado um mercado emergente para efeitos da Directiva comunitária précitada. O Governo Português decidiu implementar a Directiva a 1 de Janeiro de 2007. A partir dessa data, os produtores de electricidade em regime ordinário terão o direito a escolher livremente o seu fornecedor de gás natural, sem prejuízo pela necessidade de respeito pelos contratos já celebrados até ao seu termo. A partir de 1 de Janeiro de 2008, os clientes que consomem mais de 1 milhão de m3 por ano poderão escolher o seu fornecedor e pôr termo aos contratos existentes com a Transgás. As distribuidoras de gás natural têm de respeitar as quantidades mínimas fixadas nos contratos de take or pay com a Transgás-Indústria na sua qualidade de comercializadora de último recurso, sendo, contudo livres de adquirir quantidades adicionais a outros fornecedores a partir de 1 de Janeiro de 2009. Este direito é outorgado aos clientes que consumem mais de 10,000m3 por ano bem como a todos os clientes a partir de 1 de Janeiro de 2010. As novas tarifas aplicam-se a todo o mercado regulado a partir de 1 de Janeiro de 2008. A partir de 1 de Janeiro de 2008, as distribuidoras de gás natural devem permitir o acesso às suas redes de todos os comercializadores de gás natural, mediante o pagamento de tarifas fixadas pela ERSE. As concessões de distribuição regional e as licenças de distribuição local serão alteradas durante o ano de 2007, não esgotando o prazo máximo legalmente previsto de um ano após a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 140/2006 de 26 de Julho. Às distribuidoras serão atribuídas licenças de comercializador de último recurso para fornecer gás natural em determinadas áreas a consumidores com um consumo anual inferior a 2 milhões de 133 m3 (com algumas excepções). A tarifa pela venda de gás natural pelas comercializadoras de último recurso é fixada pela ERSE e entrará em vigor em 1 de Janeiro de 2008. Até lá, o regime aplicável continuará a ser o estabelecido pelas concessões e licenças atribuídas às empresas de distribuição local. Para além da venda de gás natural como comercializadores de último recurso, as empresas de distribuição local poderão também vender gás natural aos clientes elegíveis no regime de mercado livre (vide “A Separação de Activos do Gás Natural” supra). Em 11 de Setembro de 2006 foram aprovados pela ERSE e publicados em Diário da República no dia 25 de Setembro de 2006, quatro regulamentos para a Regulamentação do Sector do Gás Natural: Regulamento de Relações Comerciais, Regulamento Tarifário, Regulamento do Acesso às Redes, às Infra-Estruturas e às Interligações e Regulamento da Qualidade de Serviço (para mais informações vide “Factores de Risco” supra). Falta ainda aprovar o Regulamento de Operação das Infra-Estruturas. O Regulamento de Relações Comerciais define (i) os sujeitos intervenientes no relacionamento comercial; (ii) os mecanismos de compensação pela uniformidade tarifária; (iii) as regras relativas às ligações às redes, a medição, leitura e disponibilização de dados; (iv) a escolha de comercializadores; (v) as modalidades de contratação e funcionamento dos mercados organizados de gás natural; (vi) o relacionamento comercial com os clientes de gás natural e (vii) as garantias administrativas e resolução de conflitos. Nos seus termos, o relacionamento comercial entre as entidades que operam no SNGN e os respectivos clientes deve obedecer aos seguintes princípios: a) Garantia da oferta de gás natural nos termos adequados às necessidades dos consumidores; b) Igualdade de tratamento e de oportunidades; c) Não discriminação; d) Transparência e objectividade das regras e decisões relativas ao relacionamento comercial; e) Imparcialidade nas decisões; e f) Direito à informação e salvaguarda da confidencialidade da informação comercial considerada sensível. No referido regulamento prevêem-se quatro tipos de clientes: (i) clientes domésticos, (ii) clientes não-domésticos com consumo anual inferior ou igual a 10.000 m3; (iii) clientes nãodomésticos com consumo anual superior a 10.000 m3 e inferior a 2 milhões de m3 e, por último, (iv) clientes com consumo anual igual ou superior a 2 milhões de m3, designados por grandes clientes. Aquele regulamento distingue ainda entre comercializador de último recurso grossista e comercializador de último recurso retalhista (este último assegura o fornecimento de gás natural a todos os consumidores com consumo anual inferior a 2 milhões de m3), cria a figura do comercializador do SNGN (qualificada como a entidade titular dos contratos de longo prazo e em regime de take or pay celebrados antes da entrada em vigor da Directiva n.º 2003/55/CE, do Parlamento e do Conselho, de 26 de Junho, nos termos definidos no DecretoLei n.º 140/2006, de 26 de Junho) (vide “Factores de Risco” supra) e prevê a existência do comercializador livre, cujo relacionamento com operadores de infra-estruturas do SNGN se processa de acordo com o estabelecido no Regulamento do Acesso às Redes, às InfraEstruturas e às Interligações e nos contratos de uso de infra-estruturas. Os comercializadores livres podem adquirir gás natural através de contratação em mercados organizados, de contratos bilaterais e de contratos com entidades exteriores ao SNGN e devem enviar à ERSE a tabela de preços de referência que se propõem praticar bem como os preços efectivamente praticados nos meses anteriores. Por seu turno, nos termos do referido regulamento, os operadores de infra-estruturas estão sujeitos aos seguintes princípios: a) salvaguarda do interesse público, incluindo a manutenção da segurança de abastecimento; b) igualdade de tratamento e de oportunidades e não discriminação; c) independência no exercício das actividades e transparência das decisões, designadamente através de mecanismos de informação e de auditoria, devendo ser elaborados códigos de conduta. O regulamento em causa exige ainda a separação contabilística das actividades dos vários operadores de infra-estruturas. 134 Este regulamento prevê ainda que a contratação de gás natural se processe através da celebração de contratos de fornecimento com comercializadores de gás natural, tendo o cliente o direito de mudar de comercializador de gás natural até 4 vezes em cada ano sem qualquer encargo (mesmo que tenha ainda valores em dívida, desde que contestados judicial ou extrajudicialmente junto das entidades competentes). Este regulamento estabelece também diversos elementos que obrigatoriamente devem constar do contrato de fornecimento de gás natural, sendo que os preços dos fornecimentos de Gás Natural por parte dos comercializadores não regulados aos clientes são acordados livremente pelas partes, devendo, contudo, incluir uma parcela correspondente à tarifa de acesso às redes. O Regulamento Tarifário estabelece os critérios e métodos para a formulação de tarifas e preços de gás natural a aplicar pelas entidades por ele abrangidas, as tarifas reguladas e respectiva estrutura, o processo de cálculo e determinação das tarifas, os proveitos permitidos, os procedimentos a adoptar para a fixação das tarifas, a sua alteração e publicitação, bem como as obrigações das entidades do SNGN, nomeadamente, em matéria de informação. Este regulamento fixa ainda diversos princípios gerais que devem presidir à fixação das tarifas, dos quais se destaca: (i) inexistência de subsidiação cruzada entre actividades e entre clientes, através da adequação das tarifas aos custos e da adopção do princípio aditivo tarifário; transmissão de sinais económicos adequados a uma utilização eficaz das redes e demais infraestruturas do SNGN; (ii) protecção dos clientes face à evolução das tarifas, assegurando simultaneamente o equilíbrio económico e financeiro das actividades reguladas em condições de gestão eficiente; (iii) criação de incentivos ao desempenho eficiente das actividades reguladas. Os proveitos admitidos são calculados com base nos custos de exploração afectos a cada actividade a que acresce a depreciação do activo fixo e a remuneração dos activos líquidos (tangíveis e intangíveis, líquidos de amortizações e subsídios), que devem ser reavaliados no início das novas concessões (2008). Nos termos deste regulamento, as entidades que desenvolvem actividades reguladas devem sujeitar à aprovação da ERSE contas reguladas. A fixação do tarifário depende de parecer da Autoridade da Concorrência e do Conselho Tarifário. Os tarifários são definidos durante um período transitório, correspondente ao primeiro período de regulação, prorrogável, por despacho da ERSE, por períodos sucessivos de um ano, até ao máximo de três, com fundamento na necessidade de permitir a convergência das tarifas. O período de regulação é de três anos, sendo as tarifas fixadas uma vez por ano e ajustadas trimestralmente (salvo no que toca aos clientes em baixa pressão), podendo a título excepcional, por decisão da ERSE, ser alvo de uma revisão antecipada. O Regulamento do Acesso às Redes, às Infra-Estruturas e às Interligações estabelece, segundo critérios objectivos, transparentes e não discriminatórios, as condições técnicas e comerciais, segundo as quais se processa o acesso às redes que o integram. Em particular, este regulamento fixa as condições em que é facultado ou restringido o acesso às referidas redes, as restrições que os operadores de infra-estruturas podem impor no que toca ao acesso às mesmas, bem como as condições da sua utilização. De entre os princípios que este regulamento estabelece, destacam-se o da salvaguarda do interesse público, incluindo a manutenção da segurança do abastecimento e o da garantia da oferta de gás natural nos termos adequados às necessidades dos clientes. Aquele regulamento prevê ainda a existência de contratos de uso de infra-estruturas (de terminal de GNL, de armazenamento subterrâneo de Gás Natural, de rede de transporte e de rede de distribuição), regulando alguns aspectos do seu regime e determinando que as suas condições gerais serão aprovadas pela ERSE. Entre outros aspectos, aquele regulamento disciplina também a atribuição de capacidade de infra-estrutura, procedendo à repartição do volume de gás natural por cada agente de mercado, e estabelecendo o leilão como mecanismo de atribuição de capacidade em caso de congestionamento do sistema. 135 O Regulamento da Qualidade de Serviço tem por objecto estabelecer os padrões de qualidade de serviço de natureza técnica e comercial a que devem obedecer os serviços prestados no SNGN. Prevê um sistema de padrões de qualidade de serviço (mediante indicadores de qualidade comuns e individuais) e um sistema de compensações em caso de incumprimento dos referidos indicadores. Nos seus termos, compete à ERSE avaliar o grau de satisfação dos clientes, estando ainda previstos diversos deveres de informação, auditorias e a apresentação de um relatório de qualidade de serviço por parte do operador da rede de transporte. Os fornecedores de gás natural devem manter reservas estratégicas. O montante destas reservas é determinado pelo Ministro da Economia e da Inovação e não pode ser inferior a 20 dias (15 dias no que toca aos produtores de electricidade) do consumo médio de gás natural nos doze meses anteriores. Os pormenores deste cálculo não são ainda conhecidos. SECTOR DA ELECTRICIDADE Legislação Comunitária A Directiva 96/92/EC, do Parlamento Europeu e o Conselho de Ministros da UE, de 19 de Dezembro de 1996, relativa às regras comuns para o mercado interno da electricidade, também conhecida como “Directiva Access”, foi criada com o intuito de promover um mercado europeu de electricidade aberto e concorrencial. Esta Directiva foi revogada no início de Março de 2001, tendo sido adoptada a Directiva 2003/54/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Junho, a qual entrou em vigor em Agosto de 2003 e cujo prazo de transposição terminou dia 1 de Julho de 2004. Os objectivos e o impacto desta nova Directiva serão analisados de seguida. Esta directiva prevê diversas obrigações para os Estados-Membros, a saber: Obrigações de Serviço Público e Protecção dos Consumidores Os Estados-Membros devem assegurar que as empresas de electricidade operam de acordo com os princípios da Directiva 2003/54/CE, com vista a atingir um mercado de electricidade concorrencial, seguro e ambientalmente sustentável, e não devem discriminar estas empresas quanto aos seus direitos e obrigações. Os Estados-Membros poderão requerer que as empresas de distribuição liguem os consumidores às suas redes, nos termos da Directiva, e assegurar o direito dos consumidores à efectiva mudança de fornecedor. Planeamento de Nova Capacidade de Produção Os Estados-Membros deverão criar procedimentos concursais para a outorga de nova capacidade de produção de energia eléctrica, garantindo critérios objectivos de transparência e de não-discriminação. Para o efeito, os Estados-Membros devem estabelecer regras e critérios precisos para o concurso aos quais deve ser dada publicidade. Em caso de recusa de autorização para a construção de novas instalações produtoras de electricidade, os interessados deverão ser devidamente informados das razões de tal recusa e devem ter à sua disposição formas de recorrer de tal decisão. Concursos relativos à Nova Capacidade de Produção Os Estados-Membros devem promover o surgimento de novas entidades produtoras ou a adopção de medidas que promovam a utilização eficiente da energia, através do lançamento 136 de concursos ou de procedimentos equivalentes que respeitem os mesmos princípios (incluindo transparência, não discriminação e publicidade dos critérios). As peças concursais devem estar disponíveis para qualquer empresa interessada estabelecida em qualquer EstadoMembro e devem conter uma descrição detalhada das especificações do contrato e dos procedimentos a adoptar por todos os candidatos, incluindo uma lista exaustiva dos critérios de selecção de candidatos e dos incentivos. Os Estados-Membros devem ainda designar uma entidade independente responsável pela organização, monitorização e controlo dos procedimentos do concurso. Exploração da Rede de Transporte Os Estados-Membros devem assegurar que a rede tem capacidade para responder no longo prazo a exigências razoáveis de transporte de energia, de forma a garantir a segurança do fornecimento. O operador da rede de transporte será, nesse contexto, responsável por assegurar uma rede de electricidade segura, fiável e eficiente e a disponibilidade de todos os serviços auxiliares necessários. Quando o operador da rede de transporte faça parte de uma empresa verticalmente integrada, deverá ser independente, pelo menos no plano jurídico (no que diz respeito à sua forma legal, organização e processo de tomada de decisão) das actividades não relacionadas com o transporte de energia. No entanto, não é exigida a independência patrimonial, ou seja, a sociedade que se encontre verticalmente integrada, desde que sejam respeitados determinados critérios de independência, pode ser titular dos activos da rede de transporte. Exploração da Rede de Distribuição Os Estados-Membros deverão requerer às empresas que detenham, ou sejam responsáveis por redes de distribuição, que designem, por um período de tempo (a ser fixado pelo EstadoMembro), um ou mais operadores da rede de distribuição. O operador da rede de distribuição deverá manter uma rede de distribuição segura, fiável e eficiente na respectiva área, respeitando o ambiente e não procedendo a qualquer discriminação entre os utilizadores, ou classes de utilizadores, beneficiando as empresas com as quais esteja relacionada. Nos casos em que o operador da rede de distribuição faça parte de uma empresa verticalmente integrada, aquele deve ser independente, pelo menos no plano jurídico (no que diz respeito à sua forma legal, organização e processo de tomada de decisão) das actividades não relacionadas com a distribuição de energia, não sendo, contudo, exigida a separação patrimonial (ou seja não sendo necessário separar a titularidade dos activos da rede de distribuição da sociedade verticalmente integrada). De forma a assegurar a independência do operador da rede de distribuição, deverão ser observadas diversas exigências específicas. Estas exigências não se aplicam, contudo, às empresas de electricidade integradas que sirvam menos de 100.000 clientes, ou que sirvam redes pequenas e isoladas. Separação e Transparência das Contas Os Estados-Membros ou as autoridades por estes indicadas, incluindo as autoridades reguladoras, deverão ter acesso às contas das empresas de electricidade. As empresas de electricidade, independentemente do respectivo modelo de titularidade ou forma legal, deverão elaborar, submeter a auditoria e publicar as suas contas anuais, de acordo com as regras de direito nacional aplicáveis às contas anuais das sociedades de responsabilidade limitada. 137 Para o efeito, as empresas de electricidade deverão conservar, de forma separada, as contas que digam respeito às actividades de transporte e distribuição, nos mesmos termos em que tal seria exigível caso as actividades em questão fossem desenvolvidas por sociedades independentes, de forma a evitar a discriminação, o subvencionamento cruzado e a distorção da concorrência. A partir de 1 de Janeiro de 2007, deverão manter separadas as contas referentes às actividades de fornecimento aos clientes elegíveis e as relativas às actividades de fornecimento aos clientes não-elegíveis. Organização do Acesso à Rede Os Estados-Membros devem assegurar o acesso de terceiros às redes de transporte e distribuição para todos os clientes elegíveis com base em tarifas publicadas e aplicadas objectivamente sem qualquer discriminação entre os utilizadores da rede. Assim, o operador de uma rede de transporte ou distribuição apenas poderá recusar o acesso se carecer da capacidade necessária, devendo, contudo, fundamentar convenientemente tal recusa. Os Estados-Membros devem assegurar a elegibilidade (ou seja a possibilidade de livre contratação com outros comercializadores) dos seguintes clientes: (i) desde 1 de Julho de 2004, todos os clientes não residenciais; e (ii) a partir de 1 de Julho de 2007, todos os clientes. A fim de evitar desequilíbrios na abertura do mercado da electricidade entre EstadosMembros, o contrato de fornecimento de electricidade celebrado com um cliente elegível da rede de outro Estado-Membro não poderá ser proibido se o cliente for considerado elegível em ambas as redes. Os Estados-Membros deverão ainda indicar um ou mais organismos competentes com funções reguladoras do sector. Estas entidades devem ser totalmente independentes dos interesses do sector da electricidade e são responsáveis por garantir a não discriminação, uma concorrência efectiva e o eficiente funcionamento do mercado, tendo autoridade para obrigar, se necessário, os operadores das redes de transporte e distribuição a alterarem os termos, as condições, tarifas, regras, mecanismos e metodologias. Poderão ainda funcionar como autoridade competente para a resolução de litígios, devendo ter competência para julgar e decidir sobre as queixas apresentadas por terceiros relativamente aos operadores das redes de transporte e distribuição. Os Estados-Membros deverão também criar mecanismos apropriados e eficazes de regulação, supervisão e transparência que permitam evitar abusos de posição dominante. Em caso de uma crise súbita no mercado de energia, um Estado-Membro poderá adoptar temporariamente as medidas de salvaguarda necessárias, tendo em conta que tais medidas deverão causar a menor perturbação possível no funcionamento do mercado interno. Caso os Estados-Membros demonstrem que se verificam problemas relevantes relativos ao funcionamento das suas pequenas redes isoladas, poderão aplicar derrogações às exigências da Directiva em causa, em particular no que diz respeito ao transporte, distribuição, separação e transparência das contas e à organização do acesso à rede. Conforme já referido, o prazo máximo para a transposição da Directiva 2003/54/CE foi fixado em 1 de Julho de 2004, sendo que os Estados-Membros podem, contudo, adiar até 1 de Julho de 2007 a implementação da separação dos comercializadores dos operadores de redes de distribuição. Legislação e Regulação Portuguesas relativas ao Sector da Electricidade Autoridades 138 As responsabilidades respeitantes à regulação do sector da electricidade em Portugal são geralmente partilhadas pelas seguintes autoridades: • A DGGE tem a responsabilidade principal de planear e desenvolver o Sistema Eléctrico Nacional (“SEN”), incluindo aprovar a emissão, modificação e revogação das licenças de produção e distribuição e preparar, de dois em dois anos, os planos de expansão para o sector público da electricidade em conjunto com a REN, para submeter à aprovação do Ministro da Economia e da Inovação. A DGGE é também responsável pela aprovação dos regulamentos aplicáveis às redes de transporte e distribuição e à qualidade de serviço. • A ERSE como entidade reguladora tem competências e objectivos reguladores claramente definidos na lei, que incluem a aprovação dos principais regulamentos aplicáveis ao exercício da actividade, incluindo os respeitantes às tarifas, às relações comerciais entre entidades no sector eléctrico e ao acesso à rede nacional de transporte. • A Autoridade da Concorrência aplica a legislação relativa à concorrência, especialmente no que diz respeito às práticas restritivas e às concentrações. Novo Regime O Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de Fevereiro, transpôs a já referida Directiva 2003/54/CE para o ordenamento jurídico português e estabeleceu um novo quadro legal para o sector eléctrico, com vista a promover a liberalização do mercado da electricidade. Nos termos do regime anterior, os produtores, os operadores de redes de alta tensão e os distribuidores, no âmbito do SEP, estavam sujeitos a um regime regulado de longo prazo ou a contratos de concessão com o operador da rede, estando designadamente sujeitos a preços e condições regulados. No entanto, alguns produtores, designadamente os que de acordo com o novo diploma são designados de regime especial (tal como descrito infra), operavam num sistema separado (Sistema Eléctrico Independente - SEI) parcialmente sujeito a regras de mercado livre e pagando tarifas pela utilização da rede nacional de transporte e entregando energia às redes do SEP mediante certas condições especiais. O novo enquadramento legal entrou em vigor a 3 de Fevereiro de 2006, embora muitas regras necessárias à sua implementação não estejam ainda aprovadas. Assim, alguns aspectos do regime anterior continuam a aplicar-se até à aprovação da regulamentação do actual diploma. Segundo o novo regime, a estrutura do sector da electricidade assenta num sistema nacional integrado – o SEN - que engloba quatro actividades principais: produção, transporte, distribuição e comercialização. Estas quatro actividades estão sujeitas a diferentes regras, no que diz respeito ao acesso ao mercado e à supervisão reguladora, nos seguintes termos: • A produção é totalmente liberalizada e poderá ser desenvolvida, no contexto do regime ordinário ou especial, por qualquer operador devidamente licenciado. • O transporte é promovido através da exploração da rede nacional de transporte, a que corresponde uma única concessão exercida em exclusivo e em regime de serviço público nos termos das bases da concessão estabelecidas pelo Decreto-lei 172/2006 de 23 de Agosto, ficando a sua atribuição sujeita a concurso público, sem prejuízo da manutenção da actual concessão da REN com as adaptações impostas pelas novas bases da concessão. A concessão terá a duração de 50 anos contados a partir da data 139 de celebração do respectivo contrato e poderá ser prorrogada se o interesse público o justificar. • A distribuição em alta e média tensão (tensão superior a 1 kV) é também explorada através de uma única concessão exercida em exclusivo e em regime de serviço público a atribuir por concurso público para um período de 35 anos, enquanto que a distribuição em baixa tensão (tensão igual ou inferior a 1 kV) continua a ser explorada através de concessões municipais em exclusivo e em regime de serviço público a atribuir por períodos de 20 anos. • A comercialização é também liberalizada e sujeita ao mesmo regime de autorização, mediante atribuição de licenças, estabelecido para a produção de electricidade. Os operadores podem comercializar livremente a electricidade, sendo o acesso às redes de transporte e distribuição dependente do pagamento de tarifas reguladas. Neste quadro, continuam dependentes de concessão o transporte, a distribuição e as actividades de serviço público. Os fornecedores que prestem um serviço universal estão também sujeitos ao regime de concessão de serviço público. Com vista a completar a implementação da Directiva comunitária, Portugal terá de aprovar um novo quadro legal relativo às restantes áreas reguladas. O Conselho de Ministros, de 8 de Junho de 2006, aprovou alguma legislação referente a essa matéria que deverá entrar em vigor proximamente. Regimes Especiais Algumas formas de produção de electricidade estão sujeitas a regimes especiais, nomeadamente a produção com recurso a meios endógenos e renováveis ou a tecnologias de produção combinada de calor e electricidade. Estas formas de produção de energia são reguladas por decretos-lei específicos e asseguram aos respectivos produtores o direito de entregar tal energia à rede do SEP (através dos denominados “pontos de recepção”). Este direito é concedido como um incentivo ao desenvolvimento das energias renováveis e amigas do ambiente, sendo que as tarifas fixadas para esta electricidade são geralmente mais elevadas do que as relativas à electricidade produzida pelos meios convencionais, de forma a compensar os elevados custos associados a produção de energia ambientalmente mais favorável. Adicionalmente, a produção de electricidade nos termos do regime especial beneficia de outros incentivos, tais como subsídios governamentais ou assistência financeira para a construção das infra-estruturas. Cogeração. A produção de electricidade por cogeração encontra-se regulada pelo Decreto-Lei n.º 538/99, de 13 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 313/2001, de 10 de Dezembro. O regime aplicável à cogeração não foi substancialmente alterado pelo novo enquadramento legal. É necessária uma autorização do Ministro da Economia e da Inovação para instalações com capacidade de 1 MW, ou superior, carecendo a operação das mesmas de licença da Direcção Regional do Ministério da Economia. Tem ainda de ser requerida a ligação a um ponto de recepção, de forma a se estabelecer-se a ligação com a rede do SEP. As centrais de cogeração são concebidas para fornecer energia térmica e eléctrica a uma comunidade próxima de consumidores industriais. Contudo, a electricidade produzida pela cogeração pode ser integralmente vendida ao SEP ou aos principais clientes de energia térmica produzida pela cogeração. Para além disto, os accionistas que detenham pelo menos 10% do capital social da cogeração ou a entidade que consuma pelo menos 40% da energia térmica produzida pela central de cogeração, podem consumir energia eléctrica através de uma linha 140 directa (sem entrar na SEP). A Galp Energia opera actualmente através de três centrais de cogeração (Energin, Carriço e Powercer), relativamente às quais obteve as licenças exigíveis por lei. Produção Eólica: A produção de electricidade encontra-se regulada no Decreto-Lei n.º 189/88, de 27 de Maio, alterado pelos Decretos-leis n.º 168/99, de 11 de Maio, 339-C/2001, de 29 de Dezembro e 33-A/2005, de 16 de Fevereiro. A operação de centrais de energia eólica requer a obtenção de pontos de recepção para ligar à rede nacional de transporte de electricidade, os quais só poderão ser concedidos por concurso público. A decisão de lançar um concurso público é tomada pelo Ministro da Economia e da Inovação e poderá basear-se na política energética nacional ou comunitária ou na necessidade de optimizar a capacidade de recepção do SEP. O concurso basear-se-á num caderno de encargos do concurso a aprovar pelo Ministério da Economia e da Inovação, mediante proposta do Director-Geral da Energia, que define as condições segundo as quais os pontos de recepção para as centrais de energia eólica serão atribuídos. Actualmente, a Galp Energia não opera qualquer instalação de produção de energia eólica. No entanto, encontra-se a participar num concurso com vista à atribuição de capacidade de ligação de energia eólica (vide “Principais Actividades e Mercados” supra). MIBEL Entre 1998 e 2004, Espanha e Portugal celebraram diversos acordos com vista à unificação do mercado da electricidade na Península Ibérica, globalmente referidos por MIBEL. O MIBEL pretende permitir a completa integração dos dois mercados de electricidade, com base em princípios de transparência, livre concorrência, objectividade e liquidez, auto financiamento e organização dos mercados. O principal objectivo de desenvolver um único e verdadeiro mercado comum deverá ser atingido através da atribuição de iguais direitos e obrigações aos diversos operadores, de uma estrutura uniforme de tarifas e da criação de um único operador Ibérico responsável pela gestão do mercado. Não obstante o programa MIBEL não contemplar a substituição das entidades reguladoras nacionais para a electricidade por um único regulador comum, prevê-se que um programa de coordenação realista entre ambas as autoridades nacionais seja implementado através da promoção de memorandos de entendimento e através do já existente Conselho de Reguladores. Este conselho de reguladores é composto por membros da ERSE (Portugal), da CMVM, da Comisión Nacional de Mercado del Valores e da CNE (Espanha). Operação da Rede de Transporte e Distribuição A REN é o operador da rede de transporte em Portugal, na sequência de uma concessão atribuída em 1995. A REN é responsável pela gestão técnica global da rede de electricidade e deve operar de acordo com obrigações de serviço público (como assegurar o contínuo, regular e eficiente funcionamento do serviço), assumindo ainda a obrigação de construção das infraestruturas de rede nos termos previstos na concessão. Em particular, o objecto da concessão inclui: (i) a recepção de energia eléctrica para entrega a distribuidores de média e alta tensão e a consumidores ligados à Rede Nacional de Transporte (“RNT”) e a redes de muito alta tensão a que a RNT esteja ligada; (ii) o transporte de energia eléctrica para entidades ligadas ao SEP; e (iii) a gestão global do SEP. A concessão da REN foi atribuída por 50 anos para a totalidade do território continental e poderá ser prorrogada por motivos de interesse público. 141 Esta concessão manter-se-á na titularidade da REN, nas condições resultantes do contrato de concessão, que sofrerá as adaptações impostas pelas novas regras aplicáveis ao sector e pelas bases da concessão aprovadas pelo Decreto-lei 172/2006, de 23 de Agosto. A distribuição de electricidade desenvolve-se num sistema de concessão de serviço público, em exclusivo, com vista à exploração da Rede Nacional de Distribuição em alta e média tensão (RND) e das redes de baixa tensão (BT). As concessões são outorgadas pelo Estado, sendo os respectivos contratos assinados pelo Ministro da Economia e da Inovação com poderes de representação, com excepção das concessões para as redes de baixa tensão que são atribuídas pelos municípios a celebrar pelas respectivas câmaras municipais na sequência de concurso público. Os operadores dos sistemas de distribuição têm diversas obrigações de serviço público, a saber: garantir a operacionalidade e a manutenção das redes de distribuição em condições de segurança; gerir os fluxos de electricidade na sua rede; assegurar a capacidade de distribuição da respectiva rede (incluindo a segurança de fornecimento); assegurar o planeamento, a construção e a gestão da rede e das instalações; permitir a terceiros o acesso à rede e assegurar a não-discriminação entre os diversos utilizadores da rede; fornecer aos utilizadores a informação necessária para aceder à rede; e salvaguardar a confidencialidade da informação reservada. Os operadores das redes de transporte e distribuição não poderão produzir ou vender electricidade, devendo ainda permitir o livre acesso a todos os comercializadores. Organização do Acesso à Rede Os comercializadores (entidades que adquiram electricidade para revenda a clientes finais ou outros agentes, através de contratos ou da participação não regulada em mercados organizados) têm direito a aceder livremente à rede, desde que tenham requerido a devida licença. Os comercializadores poderão ter acesso a diferentes redes (RNT e outras redes de distribuição), mediante o pagamento de uma tarifa fixada pela ERSE. 142 8. ESTRUTURA ORGANIZATIVA A Galp Energia opera no sector petrolífero e do gás natural. A Empresa agrupou a Petrogal, a única empresa refinadora e principal distribuidora de produtos petrolíferos em Portugal e a GDP, sociedade responsável pela importação, transporte e distribuição de gás natural em Portugal. Actualmente, a Galp Energia é a principal empresa integrada de produtos petrolíferos e gás natural do país, com uma presença crescente em Espanha e uma actividade em desenvolvimento no sector da produção e de fornecimento de energia eléctrica. O quadro seguinte contém informação relativa às empresas consolidadas pelo método de consolidação integral (1), respectivas sedes sociais e percentagem da participação no capital social detido pela Galp Energia, em 31 de Dezembro de 2005: Denominação social Sede Directa Indirecta Total Galp Energia, S. A., anteriormente designada Galp Serviços – Serviços de Consultadoria de Apoio à Gestão Empresarial, S.A. Lisboa 100,0% - 100,0% Porten – Portugal Energia, S.A.1 Lisboa 100,0% - 100,0% Power - - - Outros Lisboa 100,0% - 100,0% Oil Madrid - 100,0% 100,0% Oil Galpgest – Petrogal Estaciones de Servicio, S.A. Madrid - 100,0% 100,0% Oil Estación de Servicio Alacalá, S.L.3 Madrid - 100,0% 100,0% Oil Gasolinera Gon S.L. 2 Huelva - 100,0% 100,0% Oil Vigo - - - Oil Madrid - 100,0% 100,0% Oil Valencia - 100,0% 100,0% Oil Madrid - 100,0% 100,0% Oil Ao Sol – Energias Renováveis, Lda2 Sub-Grupo Petrogal: Petróleos de Portugal – Petrogal, S.A. Actividade Outros Porto Alto Sociedades participadas Galp Energia España, S.A. e participadas: Galpfer – Distribución de Lubricantes, S.L. CLG – Compañia Logística del Gas, S.A. Petróleos de Valência, S.A. Sociedad Unipersonal Galp Serviexpress, S.L.U. 1 Durante o ano de 2006, a sede social desta sociedade foi transferida de Bucelas para Lisboa. 2 Alienada em 2005. 3 Fundida na Galp Energia España 2006. 143 Denominação social Sacor Marítima, S.A. e subsidiárias: Sede Lisboa Directa - Indirecta 100,0% Total 100,0% Actividade Oil Funchal - 100,0% 100,0% Oil Tripul – Soc. De Gestão de Navios, Lda. Lisboa - 100,0% 100,0% Oil S.M. International-Transp. Marítimos, Lda. Funchal - 100,0% 100,0% Oil Probigalp – Ligantes Betuminosos, S.A. Amarante - 50,0% 50,0% Oil Soturis – Sociedade Imobiliária e Turística S.A. Lisboa - 100,0% 100,0% Outros SOPOR – Sociedade Distribuidora de Combustíveis, S.A. Lisboa - 51,0% 51,0% Oil Eival – Sociedade de Empreendimentos, Investimentos e Armazenagem de Gases, S.A. Lisboa - 100,0% 100,0% Oil Funchal - 100,0% 100,0% Oil Gite – Galp International Trading Establishement Liechtenstein - 24,0% 24,0% Oil Galp Serviexpress – Serviços de Distribuição e Comercialização de Produtos Petrolíferos, S.A. Lisboa - 100,0% 100,0% Oil Galpgeste – Gestão de Áreas de Serviço, Lda. Lisboa - 100,0% 100,0% Oil C.L.T. – Companhia Logística de Term. Marítimos, Lda. Matosinhos - 100,0% 100,0% Oil Petrogal Brasil, Lda. Recife - 100,0% 100,0% Oil Petrogal Trading Limited Dublin - 100,0% 100,0% Oil Petrogal Moçambique, Lda. e subsidiária: Maputo - 100,0% 100,0% Oil Maputo - 100,0% 100,0% Oil Ponta Delgada - 100,0% 100,0% Oil Ponta Delgada - 67,7% 67,7% Oil Gasmar – Transportes Marítimos, Lda. Galp Exploração e Produção Petrolífera, Lda. e subsidiária: Moçacor – Distribuição de Combustíveis, S.A. Galp Açores – Distribuição e Comercialização de Combustíveis e Lubrificantes, Lda. e participada: Saaga – Sociedade Açoreana de Armazenagem de Gás, S.A. 144 Denominação social Galp Madeira – Distribuição e Comercialização de Combustíveis e Lubrificantes, Lda. e subsidiárias: Sede Directa Indirecta Total Actividade Funchal - 100,0% 100,0% Oil CLCM – Companhia Logística de Combustíveis da Madeira, S.A. Funchal - 75,0% 75,0% Oil Gasinsular – Combustíveis do Atlântico, S.A. Funchal - 100,0% 100,0% Oil Lisboa - 100,0% 100,0% Outros Setúbal - 100,0% 100,0% Oil Lisboa - - - Oil Sempre a Postos – Produtos Alimentares e Utilidades, Lda. Lisboa - 75,0% 75,0% Oil Combustíveis Líquidos, Lda. Lisboa - 75,0% 75,0% Oil Funchal - 100,0% 100,0% Oil Galp Investment – Fundo Lisboa (a) (a) (a) Outros Galp Investment Fund, PLC Dublin (a) (a) (a) Outros Fast Access – Operações e Serviços de Informação e Comércio Electrónico, S.A. Lisboa - 66,66% 66,66% Outros Luxemburgo - 100,0% 100,0% Outros Petrogal Angola, Lda. e subsidiária: Luanda - 100,0% 100,0% Oil Agran – Agroquímica de Angola Luanda - 99% 99% Oil Bissau - 100,0% 100,0% Oil Bissau - 80,0% 80,0% Oil Bissau - 65,0% 65,0% Oil Lisboa - 50,0% 50,0% Oil Galpmed – Mediação Seguros, Sociedade Unipessoal Lda Tanquisado – Terminais Marítimos, S.A. TLG – Transportes Líquidos e Gasosos, Lda 4 Blue Flag Navigation – Transportes Marítimos, Lda. Tagus Re, S.A. Petrogal Guiné Bissau, Lda. e subsidiárias: Petromar – Sociedade de Abastecimento de Combustíveis, Lda Petrogás- Importação, Armazenagem e Distribuição de Gás, Lda Asa – Abastecimento e Serviços de Aviação, Lda. 4 Fundida com a Petrogal em 2005. 145 Denominação social Galp Exploração Serviços Brasil, Lda. Petrogal Cabo Verde, Lda. Sede Directa Indirecta Total Actividade Recife - 100,0% 100,0% Outros São Vicente - 100,0% 100,0% Oil Sub-Grupo GDP: GDP – Gás de Portugal, SGPS, S.A. Lisboa 100,0% - 100,0% Gas Driftal – Plastificantes de Portugal, S.A. Lisboa - 100,0% 100,0% Outros GDP Distribuição, SGPS, S.A. e subsidiárias: Lisboa - 100,0% 100,0% Gas Beiragás – Companhia de Gás das Beiras, S.A.5 Viseu - 59,04% 59,04% Gas Gásfomento – Sistemas e Instalações de Gás, S.A.6 Lisboa - 100,0% 100,0% Gas Dianagás – Sociedade Distribuidora de Gás Natural de Évora, S.A. Bucelas - 100,0% 100,0% Gas Paxgás – Sociedade Distribuidora de Gás Natural de Beja, S.A. Bucelas - 100,0% 100,0% Gas Medigás – Sociedade Distribuidora de Gás Natural do Algarve, S.A. Bucelas - 100,0% 100,0% Gas Duriensegás – Sociedade Distribuidora de Gás Natural do Douro, S.A.7 Bucelas - 75,0% 75,0% Gas Aveiro - 85,04% 85,04% Gas Lisboa - 100,0% 100,0% Gas Bucelas - 100,0% 100,0% Gas Setúbal - - - Gas Sociedades participadas: Lusitaniagás – Companhia de Gás do Centro, S.A. Lisboagás GDL – Sociedade Distribuidora de Gás Natural de Lisboa, S.A. Transgás, SGPS, S.A. e subsidiárias: Natgás - Companhia Portuguesa de Gás Natural, SA 8 5 6 7 8 Foi adquirida uma participação adicional de 0,46% do capital social em 2006. Em processo de alienação. Adquirida a totalidade do capital social em 2006. Dissolvida em 2005. 146 Denominação social Sede Directa Indirecta Total Actividade Bucelas - 100,0% 100,0% Gas Bucelas - 88,0% 88,0% Gas Bucelas - 51,0% 51,0% Gas Transgás Atlântico – Sociedade Portuguesa de Gás Liquefeito, S.A. Sines - 100,0% 100,0% Gas Transgás Armazenagem – Sociedade Portuguesa de Armazenagem de Gás Natural, S.A. Bucelas - 100,0% 100,0% Gas Transgás Indústria – Sociedade Portuguesa de Fornec. De Gás Natural à Indústria, S.A. Bucelas - 100,0% 100,0% Gas Bucelas 100,0% - 100,0% Power Carriço Cogeração - Sociedade de Geração de Electricidade e Calor, S.A. Bucelas - 65,0% 65,0% Power Powercer – Sociedade de Cogeração da Vialonga, S.A. Bucelas - 70,0% 70,0% Power Lisboa - 100,0% 100,0% Power Bucelas - - - Outros Transgás – Sociedade Portuguesa de Gás Natural, S.A. e subsidiárias: Gasoduto de Campo Maior – Leiria – Braga, S.A. Gasoduto Braga – Tuy, S.A. Sub-Grupo Galp Power: Galp Power, SGPS, S.A. e subsidiarias: Sinecogeração – Cogeração da Refinaria de Sines, S.A. Água Solar, SA 9 _______________________ (a) No decurso do exercício de 2003 a Petrogal celebrou uma operação de titularização de créditos com o Galp Investment Fund, PLC. As transacções com recurso à referida operação de titularização de crédito são efectuadas com recurso a um outro veiculo com sede em Portugal – Galp Investment – Fundo – o qual procede à aquisição dos créditos e à sua colocação junto do Galp Investment Fund PLC. (1) As participações em sociedades nas quais a Galp Energia detenha, directa ou indirectamente mais de 50% dos direitos de voto em Assembleia Geral de accionistas e/ou detenha o poder de controlar as suas políticas financeiras e operacionais, foram incluídas pelo método de consolidação integral. O quadro seguinte contém informação relativa às sociedades consolidadas pelo método proporcional (2), respectivas sedes sociais e percentagem do capital social detido pela Galp Energia em 31 de Dezembro de 2005: 9 Dissolvida em 2005. 147 Denominação social Sede Directa Indirecta Total Actividade CLC – Companhia Logística de Combustíveis, S.A. Aveiras - 65,0% 65,0% Oil Caiageste – Gestão de Áreas de Serviço, Lda. Elvas - 50,0% 50,0% Oil Sigás – Armazenagem de Gás, ACE Sines - 60,0% 60,0% Oil _______________________ (2) As participações financeiras em sociedades controladas conjuntamente foram incluídas pelo método de consolidação proporcional, desde a data em que o controlo conjunto foi obtido. O quadro seguinte contém informação relativa às sociedades associadas incluídas na consolidação pelo método de equivalência patrimonial (3), respectivas sedes sociais e percentagem da participação do capital social detido pela Galp Energia, em 31 de Dezembro de 2005: Denominação social EMPL – Europe Maghreb Pipeline, Ltd Sede Directa Indirecta Total Actividade Madrid - 27,4% 27,4% Gas Gasoduto Al-Andaluz, S.A. Madrid - 33,0% 33,0% Gas Gasoduto Extremadura, S.A. Madrid - 49,0% 49,0% Gas Setgás – Sociedade de Produção e Distribuição de Gás, S. A. Setúbal - 45,0% 45,0% Gas Empresa Nacional de Combustíveis – Enacol, S.A.R.L Mindelo (Cabo Verde) - 32,5% 32,5% Oil Tagusgás – Empresa Gás do Vale do Tejo, S.A. Santarém - 41,3% 41,3% Gas - Société pour la Metragaz Construction et L’Exploitation Technique du Gazoduc Magrehb Europe Gas Marrocos - 27,0% 27,0% Angra do Heroísmo Cascais - 23,5% 23,5% Oil - 7,5% 7,5% Oil Lisboa - 49,0% 49,0% Oil Gasfomento Sur Andalucia, S.A.10 Sevilha - 30,0% 30,0% Gas Enerfin – Sociedade de Eficiência Energética, S.A.11 Porto - 25,12% 25,12% Terparque - Armazenagem Combustíveis, Lda de Brisa Access, S.A. Número Um – Automóvel, Lda 10 11 Reparação de Outros Em processo de alienação. Dissolvida em 2006. 148 TIGS – Engenharia e manutenção, S.A. Sintra - 48,7% 48,7% Outros Moçambique - 22,22% 22,22% Oil Matosinhos - - - Gas Gasfomento Energia, S.A.13 Sevilha - 22,0% 22,0% Gas Ecogen – Serviços de Descentralizada, S.A. Bucelas - 35,0% 35,0% Power Central E, S.A. Lisboa - 20,3% 20,3% Outros Energin – Sociedade de Produção de Electricidade e Calor, S.A. Lisboa - 35,0% 35,0% Power Sonangalp – Sociedade Distribuição e Comercialização de Combustíveis, Lda. Luanda - 49,0% 49,0% Oil CLH – Compañia Logística Hidrocarboros, S.A. (a) Madrid - 5,0% 5,0% Oil Imopetro Portgás – Sociedade de Produção e Distribuição de Gás, S.A. 12 Energia de _______________________ (3) As participações financeiras em sociedades onde o grupo exerce uma influência significativa, mas não detém o controlo ou o controlo conjunto das mesmas através da participação nas decisões financeiras e operacionais da empresa (normalmente quando detém entre 20% e 50% do capital social de uma sociedade) são registadas pelo método de equivalência patrimonial. (a) Participação financeira pela qual a Galp Energia exerce influência significativa, apesar de ter apenas 5%. 12 13 Alienada em Janeiro de 2005. Em processo de alienação. 149 9. IMÓVEIS, INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTO A Galp Energia é proprietária de diversos imóveis, a maioria dos quais localizados em Portugal, nomeadamente postos, refinarias, unidades fabris, instalações de armazenamento e de transporte. A Galp Energia é igualmente detentora de participações em blocos de exploração de petróleo bruto situados em Angola e no Brasil. Os direitos de exploração e produção têm geralmente por base a atribuição de concessões para um determinado período de tempo. No termo da concessão, os activos de exploração e produção associados a um determinado activo revertem para o governo concedente. A Galp Energia é proprietária de duas refinarias: Localização • Porto, Portugal • Sines, Portugal Dimensão do local (ha.) 230 300 A Refinaria do Porto encontra-se instalada sobre mais de 350 parcelas de terreno, a maior parte das quais é propriedade da Galp Energia encontrando-se registada. No entanto, uma parcela de cerca de 51.000 m2, na qual uma das unidades do complexo da refinaria da Galp Energia se encontra localizada, é ainda propriedade do Município de Matosinhos, apesar de, desde 1967, a Galp Energia ocupar e livremente utilizar tal parcela. A Galp Energia está em negociações com a Câmara Municipal de Matosinhos com vista à regularização da titularidade desta parcela de terreno, bem como de outras parcelas que lhe pertencem, mas sobre as quais foram construídas estradas municipais sem que a Galp Energia tenha recebido qualquer tipo de compensação. Além disso, a Galp Energia ocupa 18 parcelas de terrenos nos termos de diversos contratos promessa ou de processos de expropriação que nunca foram finalizados e, portanto, tais parcelas não foram registadas em nome da Galp Energia. Apesar da Galp Energia considerar que é titular do direito de ocupar tais parcelas, não pode garantir que obterá todas as condições necessárias para as registar em seu nome. Acresce que um número significativo de parcelas foi adquirido através de processos de expropriação, nos termos dos quais os terrenos deverão continuar a ser utilizados para os fins actuais. Em consequência, os antigos proprietários poderão ter legitimidade para reclamar a respectiva propriedade, caso a Galp Energia venha a alterar a actividade desenvolvida nesses terrenos. Os terrenos em que está implantada a Refinaria de Sines encontram-se ocupados com base em direitos de superfície que caducarão em 2013, sujeitos no entanto a dois direitos de opção, nos termos dos quais a Galp Energia tem a opção de estender os prazos dos direitos de superfície por mais dois períodos sucessivos de 20 anos cada. Para uma descrição das instalações de refinação da Galp Energia, consultar “Principais Actividades e Mercados Refinação e Distribuição - Refinação - Instalações”. A Galp Energia é proprietária de cinco pisos da sua sede social. Os restantes dez pisos são propriedade do Fundo de Pensões da Petrogal e estão arrendados à Petrogal através do contrato que termina em Dezembro 2008, tendo esta última opção de compra na data da conclusão do contrato. Em 31 de Dezembro de 2005, a rede de postos da Galp Energia compreendia 1.060 postos, das quais 837 estavam localizados em Portugal e 223 em Espanha. Da rede de 1.060 postos, 280 eram propriedade da Galp Energia, 665 eram operados através de arrendamentos ou direitos de superfície de duração limitada (“Cocos” e “CoDos”), e as restantes eram propriedade de revendedores (“DoDos”). Dos postos CoCos e CoDos, 59 eram ocupadas 150 através de arrendamentos, de direitos de superfície, concessões e licenciamentos cujos prazos terminam antes de 2008. O valor respeitante a rendas de imóveis, instalações e equipamentos representa 9,6% dos fornecimentos e serviços externos em 2005, totalizando 50,3 milhões de Euros. Incluídos neste montante estão 14,6 milhões de Euros de rendas de áreas de serviço, 6,4 milhões de Euros de rendas de viaturas e ALD e 29,3 milhões de Euros de rendas de terrenos, edifícios, equipamento, taxas de exploração, afretamentos e outras. A Galp Energia é proprietária, tem a concessão administrativa ou é titular de direitos de superfície sobre vários parques de armazenamento de petróleo bruto e produtos petrolíferos em Portugal. Os maiores parques de armazenamento da Galp Energia em Portugal estão localizados em Sines, Porto, Porto Brandão e Setúbal. A Galp Energia tem ainda a concessão administrativa do terminal de armazenamento em Valência, Espanha. A Galp Energia é detentora de 75% das acções representativas do capital social da Companhia Logística de Combustíveis de Madeira, S.A., que gere um parque de armazenamento de produtos petrolíferos na Madeira, e 60% das acções representativas do capital social da Sigás – Armazenagem de Gás, A.C.E., que gere um parque de armazenamento de GPL em Sines. A Galp Energia é ainda detentora de 65% das acções representativas do capital social da CLC a proprietária do único oleoduto multiprodutos em Portugal (vide segmento de negócio Refinação e Distribuição na secção “Panorâmica Geral de Actividades” supra). A Galp Energia é proprietária de quatro navios, encontrando-se em processo de venda de um deles, e locatária de três outros navios, que se destinam ao transporte de produtos petrolíferos e crude. No segmento de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural, a Galp Energia, através da Transgás Armazenagem, é detentora de duas cavernas de armazenamento de gás natural, uma das quais ainda se encontra em fase de construção, ambas localizadas em Pombal. A Galp Energia é ainda beneficiária, através da Transgás Armazenagem, de direitos de utilização do subsolo para a construção de quatro cavernas adicionais na zona de expansão situada também em Pombal. No entanto, as cavernas de armazenameto subterrâneo de gás natural detidas pela Transgás Armazenagem deverão ser alienadas à REN Armazenagem, nas condições a acordar entre ambas, após esgotada a capacidade de expansão desta no caso de as mesmas virem a ser consideradas pelo ministro responsável pela área da energia como necessárias ao reforço da capacidade de reservas de segurança. A Galp Energia, através da Transgás, é detentora das seguintes participações sociais: 27,4% do capital social da EMPL – Europe Maghreb Pipeline, Ltd, que gere e é titular dos direitos de capacidade do gasoduto de gás natural que liga os poços de gás Hassi R’Mel, na Argélia, à rede de transporte de gás natural em Espanha; 27,0% no capital social da Metragaz, responsável pela operação e manutenção do gasoduto; 33,0% do capital social da Gasoducto Al-Andalus, S.A., que é proprietária do gasoduto que liga Tarifa a Córdoba, em Espanha; e 49,0% do capital social da Gasoducto Extremadura, S.A., que é proprietária do gasoduto que liga Córdoba a Campo Maior (vide o segmento de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural na secção “Panorâmica Geral das Actividades” supra). A Galp Energia é ainda proprietária da rede de distribuição de gás natural de média pressão através das distribuidoras de gás natural e da Transgás. As infra-estruturas que integram a rede de distribuição de gás natural de média pressão, bem como as instalações autónomas de recepção, armazenamento e regaseificação de GNL (“UAG”) actualmente detidas pela Transgás serão transferidas para as distribuidoras de gás natural no prazo de um ano, após a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 140/2006, no âmbito do processo de separação de actividades 151 reguladas de gás natural (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra). No segmento de negócio Power, a Galp Energia detém 70% da Powercer – Sociedade de Cogeração de Vialonga, S.A., localizada em Vialonga, 65% da Carriço Cogeração – Sociedade de Geração de Electricidade e Calor, S.A., localizada próximo de Pombal, e ainda uma participação minoritária de 35% da Energin – Sociedade de Produção de Electricidade e Calor, S.A., localizada na Póvoa de Santa Iria (vide o segmento Power na secção “Panorâmica Geral das Actividades”). Parte dos imóveis que são propriedade da Galp Energia estão e estarão sujeitos a processos de descontaminação, de modo a cumprirem os requisitos dos regulamentos da UE e a conformarem-se com os princípios internos da Galp Energia de preservação do ambiente. A Galp Energia possui no seu balanço, em 31 de Dezembro de 2005, uma provisão de 7,3 milhões de Euros, nomeadamente para o processo de descontaminação das refinarias do Porto e de Sines, bem como das instalações da Galp Energia no aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto. Na sequência de um estudo ambiental preparado em 1998, a Galp Energia classificou internamente como contaminado, um parque de armazenamento de produtos petrolíferos próximo de Lisboa, inactivo desde 1997. Relativamente a esta propriedade, não existe qualquer decisão governamental para a descontaminação e a Galp Energia não pretende realizar quaisquer trabalhos de descontaminação até ser determinada a utilização da mesma. Em 31 de Julho de 2004, deflagrou um incêndio no terminal marítimo de Leixões, ao qual a refinaria do Porto está ligada através dos oleodutos da Galp Energia. Apesar de terem sido cumpridos os procedimentos de segurança internacionalmente recomendados, permaneceram quantidades residuais de nafta e água no oleoduto, o que após uma fuga durante a remoção de uma das secções do oleoduto, fez deflagrar o incêndio. O incêndio atingiu unicamente o terminal de Leixões, não afectando o complexo da refinaria da Galp Energia, que se situa a 1.800 metros do referido terminal. O incêndio no terminal marítimo de Leixões teve repercussões negativas na imagem da Galp Energia. Após o incêndio e, em simultâneo com a investigação realizada pelo Governo que recomendou melhoramentos aos planos de segurança da refinaria do Porto, a Galp Energia realizou uma avaliação dos sistemas de gestão de segurança da refinaria e do terminal. Na sequência destas diligências, a Galp Energia introduziu melhoramentos nos seus sistemas de segurança, quer os preconizados no relatório de investigação do governo, quer outros da sua própria iniciativa. A Galp Energia não consegue prever com exactidão o montante de investimentos adicionais ou de custos operacionais a incorrer no futuro com a prevenção, controlo, redução ou eliminação de danos ambientais, bem como com o cumprimento de legislação ambiental. Apesar deste tipo de custos poderem ser significativos, a Galp Energia não prevê que os mesmos possam vir a ter um forte impacto na sua liquidez ou situação financeira. A actividade de refinação está sujeita ao cumprimento de várias convenções internacionais, directivas da UE e legislação nacional. No ano de 2005, a Galp Energia preparou as suas refinarias de Sines e do Porto, de modo a obterem os necessários licenciamentos ambientais, previstos na Directiva 1996/61/CE, do Conselho de 24 de Setembro, relativa à prevenção e controlo integrado da poluição, transposta para o ordenamento jurídico português através do Decreto-Lei nº 194/2000, de 21 de Agosto, antes da data-limite fixada (Outubro de 2007). A Galp Energia cumpre a Directiva 2003/87/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de Outubro, relativa à criação de um regime de licenças de emissão de gases com efeito de 152 estufa, transposta para o ordenamento jurídico português através do Decreto-Lei n.º 233/2004, de 14 de Dezembro, na sua redacção actual, que regula o comércio das quotas de emissão de CO2. As unidades industriais da Galp Energia, abrangidas pelo mecanismo de comércio de quotas de emissão, cumprem as metas de emissão. 153 10. ANÁLISE DA EXPLORAÇÃO E DA SITUAÇÃO FINANCEIRA 10.1 Enquadramento A leitura desta secção deverá ser conjugada com a das demonstrações financeiras consolidadas, respectivas notas e outra informação financeira constantes do presente Documento de Registo de Acções. As demonstrações financeiras consolidadas auditadas da Galp Energia para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2003 foram preparadas de acordo com o Plano Oficial de Contabilidade (“POC”). As demonstrações financeiras consolidadas auditadas da Galp Energia para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2004 foram preparadas de acordo com o POC e de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (“International Financial Reporting Standard – IFRS”), para efeitos comparativos com as demonstrações financeiras consolidadas auditadas da Galp Energia para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005. As demonstrações financeiras consolidadas auditadas da Galp Energia para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 foram inicialmente elaboradas em POC e aprovadas em Assembleia Geral. As demonstrações financeiras consolidadas auditadas para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 e as demonstrações financeiras consolidadas não auditadas, objecto de um relatório de exame simplificado para o semestre findo em 30 de Junho de 2006, foram preparadas de acordo com as IFRS. A informação relativa ao semestre findo em 30 de Junho de 2005 foi preparada de acordo com as IFRS, para efeitos comparativos com as demonstrações financeiras para o semestre findo em 30 de Junho de 2006. As principais diferenças entre o POC e as IFRS, relevantes para o caso da Galp Energia, são apresentadas no “Anexo II – Resumo das Diferenças entre o POC e as IFRS” do presente Documento de Registo de Acções. A Galp Energia é uma empresa, integrada e diversificada, que actua no sector energético, cuja actividade em Portugal e em Espanha se concentra na Refinação e Distribuição de Produtos Petrolíferos e no fornecimento e distribuição de gás natural. Exerce também a actividade de exploração e produção de petróleo em Angola e no Brasil. Em 2005, a Empresa vendeu 15,2 milhões de toneladas de produtos refinados, 4.234 milhões de m3 de gás natural e 1,8 milhões de bbl de crude. A actividade da Galp Energia está repartida por quatro áreas de negócio, que se reflectem na preparação e apresentação dos resultados financeiros da Empresa: • Exploração e Produção (E&P) • Refinação e Distribuição de Produtos Petrolíferos (Refinação e Distribuição) • Gás Natural - Aprovisionamento e Venda de Gás Natural - Distribuição de Gás Natural • Power. Para uma descrição dos segmentos de negócio da Empresa, vide a secção “Panorâmica Geral das Actividades – Os Segmentos de Negócio da Galp Energia” supra. A área de negócio Gás Natural inclui as actividades de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural e Distribuição de Gás Natural. Nesta secção estas actividades são apresentadas de forma independente, uma vez que a informação financeira histórica foi preparada em separado para cada um destes segmentos. Nos períodos abordados na presente “Análise da Exploração e da Situação Financeira”, a actividade de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural incluía determinados activos de regaseificação, transporte e armazenamento que foram vendidos em 26 de Setembro de 2006, conforme descrito com maior detalhe na secção “Processo de Separação das Actividades 154 Reguladas no Sector do Gás Natural” supra. Assim, a informação financeira e operacional para os referidos períodos não é susceptível de comparação directa com a informação financeira e operacional para o período em curso e para períodos futuros. Vide a secção “Informações Financeiras Pró-forma” supra para a apresentação dos resultados pró-forma da Empresa para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 e o semestre findo em 30 de Junho de 2006, que procura simular o impacto que o referido processo de separação das actividades reguladas teria tido se tivesse ocorrido em 31 de Dezembro de 2005 e 30 de Junho de 2006 no que diz respeito ao Balanço, ou em 1 de Janeiro de 2005 e 1 de Janeiro de 2006 no que diz respeito à Demonstração de Resultados, respectivamente. 10.2 Factores Significativos que Afectam os Resultados Operacionais da Galp Energia Margens de Refinação Os resultados operacionais da Galp Energia dependem das margens de refinação, que tipicamente reflectem a diferença entre os preços do conjunto de produtos refinados vendidos e o preço do crude e outras matérias-primas adquiridas. Os resultados operacionais no segmento de Refinação e Distribuição estão directamente relacionados com as margens de refinação, que dependem principalmente da procura global de produtos refinados e dos preços do crude e de produtos refinados (que são discutidos na próxima secção). Contudo, as margens de refinação foram sempre, numa perspectiva histórica, voláteis e em determinados períodos podem não acompanhar os aumentos ou decréscimos dos preços do crude. Após as margens de refinação em 2002 terem registado os níveis históricos mais baixos, o que se ficou a dever essencialmente a uma fraca procura de gasolina e aos elevados níveis de stocks nos EUA, as margens de refinação recuperaram em 2003 e 2004, permanecendo em níveis elevados ao longo do ano de 2005. Esta melhoria deveu-se, em parte, a uma procura elevada dos produtos refinados nos EUA e na China e a maior exigência nas especificações dos produtos. Outros factores que influenciam as margens de refinação incluem as variações de preço e disponibilidade dos serviços logísticos para o transporte das matérias-primas (o que muitas vezes se reflecte directamente no custo das matérias-primas) e dos produtos refinados (cujo efeito será tanto maior quanto maior for a distância de transporte) e ainda alterações nos custos das refinarias (principalmente os custos energéticos). As margens de refinação nos últimos anos têm beneficiado de tendências favoráveis na relação entre os custos de fornecimento das matérias-primas e os preços dos produtos refinados. Estas tendências incluem elevados crack spreads entre o gasóleo e o fuelóleo, a “dieselização” do mercado Europeu, o decréscimo da quota da gasolina nos EUA e a maior disponibilidade de crudes mais pesados a preços mais baixos quando comparados com os crudes mais leves. A capacidade da Empresa de aumentar ou manter as margens de refinação depende fortemente da capacidade de maximizar a utilização de matérias-primas com custos mais baixos e optimizar o perfil de produção, através do mix de produtos de valor mais elevado e com maior procura no mercado, uma vez que actualmente a produção é cada vez mais ditada pelo mercado. Preços do Crude e do Gás Natural As alterações dos preços de referência internacionais do crude, dos derivados de crude e do gás natural têm um impacto significativo nas receitas da Galp Energia. Os preços médios de referência do Brent Dated por barril foram de US$65,89 no primeiro semestre de 2006, 155 US$54,52 em 2005, US$38,27 em 2004 e US$28,83 em 2003. Os preços mundiais do petróleo são afectados, nomeadamente, pela procura e oferta internacional, por acontecimentos políticos no mundo, em particular no Médio Oriente, pelo resultado das reuniões da OPEP e por conflitos importantes, ou outros eventos, nas regiões produtoras de petróleo. Preços mais elevados de crude têm um efeito benéfico nos resultados operacionais da Empresa, uma vez que o segmento de Exploração e Produção beneficia do aumento dos preços obtidos na produção e as actividades de distribuição e comercialização têm conseguido repercutir no cliente final o aumento dos preços do crude. No entanto, se os preços do crude aumentarem significativamente, poderá não se conseguir manter as margens de refinação e/ou comercialização. A diminuição dos preços do crude tem um efeito negativo nos resultados operacionais do segmento de Exploração e Produção uma vez que reduz a viabilidade económica da recuperação das reservas descobertas e os preços obtidos com a produção. Embora o aumento ou redução do preço do crude geralmente resulte no correspondente aumento ou redução do preço da maioria dos produtos refinados, tipicamente as variações no preço dos produtos refinados são desfasadas temporalmente, ocorrendo posteriormente às variações do preço do crude. Assim, um rápido e significativo aumento ou redução dos preços de mercado do crude poderá afectar de forma negativa as margens de refinação e/ou comercialização. A volatilidade do crude e dos seus derivados também afecta a área de negócio de Gás Natural, uma vez que é prática comum na indústria indexar os contratos de aprovisionamento de gás natural aos valores de referência do crude ou de um cabaz de crudes. O aumento do preço do gás natural pode ter um efeito prejudicial nos resultados operacionais da Empresa, uma vez que nem sempre será possível repercutir a totalidade do aumento do preço do gás natural nos clientes. Adicionalmente, os preços do gás natural são o principal determinante do custo do segmento de negócio Power (vide “Análise da Exploração e da Situação Financeira - Gestão de Risco” infra). Taxas de Câmbio A variação das taxas de câmbio, em particular do US$/Euro, poderá ter um impacto significativo nas margens de refinação e do gás natural, logo nos resultados operacionais da Empresa. Os preços de negociação do crude, do gás natural e da maior parte dos produtos refinados estão geralmente cotados ou indexados ao US$, enquanto que as demonstrações financeiras da Galp Energia são preparadas em Euro, bem como também são em Euro uma parte substancial dos custos operacionais. Consequentemente, da desvalorização do US$ face ao Euro pode resultar a redução dos resultados, dado que a desvalorização do US$ reduz mais as vendas do que os custos. Para a descrição da política de gestão de risco da Empresa face à exposição ao risco cambial (vide “Análise da Exploração e da Situação Financeira - Gestão de Risco” infra). Valorização das Existências Actualmente a Galp Energia utiliza o método “First In, First Out” (“FIFO”) para a valorização das saídas das existências o qual afecta tanto a valorização de stocks como a margem bruta. As demonstrações financeiras da Empresa que foram preparadas de acordo com o POC utilizam o método “Last-In, First-Out” (“LIFO”), método não aceite pelas IFRS. (vide “Factores que Afectam a Comparabilidade dos Resultados Operacionais Históricos e Futuros e Condições Financeiras − Valorização das Existências” infra). Enquadramento Legal 156 O segmento de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural da Galp Energia era anteriormente uma actividade regulada. No seguimento da publicação e entrada em vigor em 2003 da Directiva do Gás Natural da UE, o Estado Português classificou alguns activos de transporte, armazenamento e regaseificação como activos regulados e determinou o processo de separação desses activos (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra). O segmento de negócio de Distribuição de Gás Natural também passará por um processo de separação de activos em 2007, nos termos do qual as Distribuidoras de Gás Natural controladas pela Galp Energia, ou nas quais detém participações significativas, terão de permitir o acesso de terceiros às suas redes (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra). O enquadramento legal pode ter um impacto significativo na área de negócio de Gás Natural uma vez que este mercado será liberalizado num futuro próximo, podendo resultar na saída dos actuais clientes da Galp Energia para outros fornecedores de gás natural, originando uma perda da quota de mercado do segmento de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural e do segmento de negócio de Distribuição de Gás Natural. Estas alterações no enquadramento legal e outras decisões de regulação futuras podem ter um impacto significativo nos resultados da Empresa. Tendências de Mercado Especificações Mais Exigentes para Produtos Refinados e “Dieselização” do Mercado Europeu Foram implementados diplomas legais e regulamentos em vários países da Europa, incluindo Portugal e Espanha, que exigem ou concedem incentivos para a produção de gasolina e gasóleo com um conteúdo de enxofre igual ou inferior às especificações mínimas da UE. O efeito destas medidas traduz-se no aumento da procura do mercado de, entre outros produtos, gasóleo com baixo teor de enxofre. O crescimento do tráfego de veículos comerciais e o aumento da tendência de mudança de carros a gasolina para carros a gasóleo na Europa ocidental (em parte devido aos incentivos fiscais concedidos, em Portugal e noutros países) também contribuíram para o crescimento da procura de gasóleo. O recente aumento da procura de gasóleo com baixo teor de enxofre foi acompanhado por uma redução da procura de gasóleo para aquecimento em Portugal, em virtude da mudança para electricidade ou gás natural como fonte preferencial de aquecimento doméstico, tendência que se espera vir a manter-se. As tendências europeias, acima mencionadas, resultaram em elevados crack spreads entre o gasóleo e o fuelóleo. Estas alterações requerem um ajustamento do perfil de produtos refinados da Empresa, o que justifica o investimento no projecto de conversão na refinaria de Sines (vide “Panorâmica Geral das Actividades - Principais actividades e mercados” supra). Aumento do Volume de Gás Natural em Portugal A procura de gás natural em Portugal aumentou em 2004 e 2005, sobretudo devido ao aumento da potência instalada de geração de electricidade, à alteração das condições climatéricas, à expansão da rede de gasodutos e à substituição do GPL e fuelóleo pelo gás natural. Segundo valores publicados pela DGGE, a procura de gás natural aumentou de 2.925,3 milhões de m3 em 2003 para 3.662,7 milhões de m3 em 2004 e 4.097,3 milhões de m3 em 2005. No mesmo período, a procura de GPL diminuiu de 921,7 milhares de toneladas em 2003 para 844,8 milhares de toneladas em 2005. 157 10.3 Factores que Afectam a Comparabilidade dos Resultados Históricos e Futuros e a Situação Financeira A comparabilidade dos resultados futuros e das demonstrações financeiras para o semestre findo em 30 de Junho de 2006 e para os exercícios findos em 31 de Dezembro 2005, 2004 e 2003 é afectada pelos seguintes acontecimentos: Aquisições e Vendas A Galp Energia procura expandir e desenvolver os negócios, quer através do crescimento orgânico quer através de aquisições. Uma vez que a estratégia de crescimento da Empresa se concentra na rentabilidade, procedeu e continuará a proceder à alienação de certos activos não estratégicos de forma a recentrar e optimizar a sua actividade. Para além disso, ao abrigo dos regulamentos da UE e da restante legislação nacional, a Empresa teve que proceder à alienação de uma parte dos negócios de gás natural em 2006. As aquisições e alienações em curso afectam os resultados da Galp Energia devido à consolidação das actividades adquiridas e à não consolidação das actividades alienadas. A venda mais significativa foi a alienação de parte dos activos do segmento de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural. Em 26 de Setembro de 2006, a Galp Energia procedeu à venda das Actividades Reguladas à REN, operador da rede de transmissão de electricidade em Portugal, conforme descrito na secção “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural”. Para uma apresentação pró-forma dos resultados financeiros para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 e o semestre findo em 30 de Junho de 2006, vide “Informações Financeiras Pró-Forma” que procura simular o impacto que esta operação de separação de activos teria tido se tivesse ocorrido em 31 de Dezembro de 2005 e 30 de Junho de 2006 (no que diz respeito ao Balanço) ou em 1 de Janeiro de 2005 e 1 de Janeiro de 2006 (no que diz respeito à Demonstração de Resultados), respectivamente. A Empresa procedeu igualmente às seguintes operações de aquisição e alienação no período em análise e até à data deste Documento de Registo de Acções: • aquisição da Ptroval, proprietária de instalações de armazenamento nos terminais portuários em Valência, Espanha, e que fornece a logística e infra-estrutura de apoio à expansão das vendas da Empresa, grossistas e retalho, na costa leste de Espanha, pelo preço total de 13,9 milhões de Euros (2005); • venda da participação de 46,6% na Portgás, a empresa de distribuição local de gás natural no Porto e região norte de Portugal, pelo preço total de 86,4 milhões de Euros (2005); • aquisição da BP Enértica (actualmente Galp ServiExpress), grossista de produtos refinados em Espanha, pelo preço total de 32,1 milhões de Euros (2004) que se decompôs em 2,2 milhões de Euros relativos ao capital e o remanescente relativo à aquisição dos stocks da empresa; • troca com a Total e Cepsa de 79 postos localizados em Espanha por 78 postos localizados em Portugal, que resultou no pagamento líquido de 8,5 milhões de Euros (período entre 2003 e 2004); e • aquisição da Gesoil, S.A. (“Gesoil”), empresa responsável pela gestão dos postos que resultaram da troca com a Total, pelo preço total de 15 milhões de Euros (2003). Em resultado das aquisições e alienações acima referidas, bem como da expansão da actividade e da optimização da oferta de produtos refinados, os resultados históricos para os anos referidos no presente Documento de Registo de Acções não são susceptíveis de comparação directa entre si nem com períodos futuros. 158 Transição para as IFRS As demonstrações financeiras consolidadas oficiais da Galp Energia para os exercícios de 2003, 2004 e 2005 foram preparadas de acordo com o POC. Tendo em consideração o pedido de admissão à negociação no Eurolist by Euronext Lisbon das Acções, e no pressuposto do seu deferimento, a Empresa, a partir de 1 de Janeiro de 2006, tem a obrigação de adoptar as IFRS. Assim, as demonstrações financeiras consolidadas para o semestre findo em 30 de Junho de 2006 foram preparadas de acordo com as IFRS. Foram também preparadas demonstrações financeiras consolidadas para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 de acordo com as IFRS. Desta forma, a Empresa definiu 1 de Janeiro de 2004 como a data de transição e aplicou, a partir desta data a IFRS1 – “First time adoption”. Adicionalmente, as demonstrações financeiras para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2004 e para o semestre findo em 30 de Junho de 2005 foram preparadas de acordo com as IFRS e incluídas para efeitos comparativos com as demonstrações financeiras para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 e para o semestre findo em 30 de Junho de 2006, respectivamente. O quadro seguinte ilustra o efeito da adopção das IFRS sobre alguns dados financeiros consolidados à data de 31 de Dezembro de 2004 e 31 de Dezembro de 2005. 31 de Dezembro de 2005 IFRS POC Variação 31 de Dezembro de 2004 IFRS POC Variação (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Margem bruta. ................... Amortizações e depreciações Resultados operacionais....... Resultados financeiros ......... Resultado líquido ................ Existências ........................ Dívida líquida ..................... Capitais próprios (Incluindo interesses minoritários) ...... 1.975,2 (306,8) 862,7 30,6 700,7 1.199,4 1.191,5 1.694,7(1) (337,3) 529,4 (30,9) 442,0 766,3 1.187,8 16,6% (9,0%) 63,0% 199,1% 58,5% 56,5% 0,3% 1.674,7 (294,2) 650,4 (46,8) 453,4 833,2 1.502,7 1.525,2(1) (318,4) 438,8 (29,8) 333,1 676,7 1.496,7 9,8% (7,6%) 48,2% (57,3%) 36,1% 23,1% 0,4% 2.385,9 2.211,8 7,9% 1.846,1 1.914,2 (3,6%) _______________________ (1) Estes valores diferem dos apresentados nos Relatórios e Contas 2004 e 2005 (POC), dado que se inclui a prestação de serviços. A preparação das demonstrações financeiras consolidadas de acordo com as IFRS resultou numa alteração da preparação e da apresentação da informação financeira da Empresa. As demonstrações financeiras consolidadas segundo as IFRS apresentam classificações diferentes entre o POC e as IFRS, nomeadamente a divulgação de informação suplementar exigida ao abrigo destas últimas. Para além disso, existem alterações na valorização de determinados activos e passivos. As alterações mais significativas ocorridas nas demonstrações financeiras consolidadas associadas à transição para as IFRS são as seguintes: Valorização das Existências A Galp Energia mantém existências de crude, outras matérias-primas e produtos refinados, nos termos da lei portuguesa e das melhores práticas da indústria. Por isso a Empresa está exposta às variações nos preços do petróleo, outras matérias-primas e produtos refinados relativamente às existências que possua. Ao abrigo das IFRS não é permitido utilizar o método “Last-In-First-Out” (“LIFO”) para a valorização das saídas das existências, utilizado anteriormente ao abrigo do POC. O método “LIFO” baseia-se no pressuposto de que as existências mais recentes são as primeiras a serem vendidas, utilizadas ou transferidas. Nos termos das IFRS, actualmente é utilizado o método “First-In-First-Out” “FIFO” para a 159 valorização das saídas das existências. De acordo com o método “FIFO”, as existências são vendidas, utilizadas ou transferidas pela ordem pela qual são adquiridas. Por isso, o custo das existências adquiridas em primeiro lugar é afecto às receitas recebidas em primeiro lugar. Num contexto de aumento dos preços do crude (como aconteceu no decurso dos últimos dois anos), a utilização do método FIFO provoca o aumento do valor das existências uma vez que as existências de preço inferior são consumidas e substituídas por outras de preço superior. O aumento dos preços, de uma maneira geral, aumenta a margem bruta uma vez que o custo das existências considerado é inferior em comparação com os preços médios do mercado em vigor durante esse período. Da mesma forma, durante um período de redução dos preços do petróleo bruto, a utilização do método FIFO provoca a redução do valor das existências uma vez que as existências de preço superior são consumidas e substituídas por outras de preço inferior. Esta redução do valor das existências leva a uma diminuição da margem bruta uma vez que os custos das existências considerados são mais elevados em comparação com os preços médios do mercado em vigor durante o período em análise. Para a análise interna do desempenho, excluindo ganhos e perdas de existências, a Galp Energia utiliza a metodologia Replacement Cost (prática comum na indústria). De acordo com esta metodologia, o custo das mercadorias vendidas é valorizado ao Replacement Cost, i.e., ao custo das matérias-primas no momento em que as vendas se realizam e independentemente das existências detidas no início ou fim dos períodos. O Replacement Cost não é um critério aceite pelas normas de contabilidade (POC e IFRS), não sendo consequentemente adoptado para efeitos da valorização de existências e não reflecte o custo de substituição de outros activos. O quadro seguinte apresenta o impacto nos resultados, preparados de acordo com as IFRS, caso a Empresa tivesse utilizado o Replacement Cost em vez do FIFO para valorizar o custo das mercadorias vendidas. 31 de Dezembro 30 de Junho 2006 2005 2005 2004 (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Variação dos Resultados Operacionais Refinação e Distribuição Aprovisionamento e Venda de Gás Natural Variação dos Resultados Líquidos (200,5) (208,9) (313,5) (133,9) (209,3) (208,5) (294,2) (132,5) 8,8 (0,4) (19,3) (1,4) (179,1) (165,3) (238,9) (107,1) Rúbricas Extraordinárias De acordo com o POC, existem na demonstração dos resultados por naturezas resultados extraordinários para registar ganhos e perdas relativas a acontecimentos e transacções não frequentes ou não usuais e também a ganhos e perdas relacionados com donativos, dívidas incobráveis, existências (sinistros, quebras ou sobras), insuficiência ou excesso de estimativa de imposto sobre o rendimento, aumentos de amortizações (de carácter não frequente) e reduções de provisões para outros riscos e encargos, reestruturação de actividades, alienação de imobilizado corpóreo e incorpóreo e investimentos, operações descontinuadas e multas e penalidades. De acordo com a IAS N.º 1, parágrafo 85, estes ganhos e perdas devem ser contabilizados nas respectivas naturezas da demonstração de resultados. Assim podem afectar a comparabilidade entre períodos passados e futuros em rubricas de margem, EBITDA, resultados operacionais, resultados financeiros e resultados antes de impostos. 160 Capitalização de Custos Ao contrário do que acontece em POC, em IFRS não é permitida a capitalização de algumas despesas, nomeadamente de natureza incorpórea, a qual seria aceite em POC, como por exemplo, despesas de instalação e investigação (com excepção das actividades relacionadas com o segmento de negócio E&P). A capitalização de algumas despesas em imobilizado corpóreo também não é permitida, tais como despesas anteriores ao início da actividade operacional. Subsídios De acordo com as IFRS, os subsídios são reconhecidos quando existe uma expectativa razoável de que serão recebidos, e apenas no pressuposto do cumprimento das respectivas condições de atribuição. Os subsídios a fundo perdido que foram concedidos à Empresa para o financiamento de imobilizações corpóreas e incorpóreas são registados através da dedução do subsídio ao valor contabilístico do activo. Segundo o POC, os subsídios são registados como proveitos diferidos e reconhecidos nas demonstrações de resultados, na rubrica de resultados extraordinários, na mesma proporção que a amortização dos activos a que os subsídios se referem. 10.4 Principais Elementos da Demonstração de Resultados nos termos das IFRS De seguida apresenta-se uma descrição sucinta das rubricas da demonstração de resultados preparada nos termos das IFRS. Vendas e prestações de serviços As principais componentes das vendas e prestações de serviços para cada um dos segmentos de negócio da Galp Energia são as seguintes: • Exploração e Produção: Os proveitos dependem das quantidades de crude vendido e dos preços de referência do crude. A Galp Energia tem participações em 6 blocos em Angola e em 54 blocos no Brasil. Como percentagem do total das vendas e prestações de serviços (excluindo imposto sobre os produtos petrolíferos - “ISP”), a Exploração e Produção representou 0,8% em 2005 e 0,4% no primeiro semestre de 2006. • Refinação e Distribuição: Os proveitos são obtidos da venda de gasolina, gasóleo e outros produtos refinados, em Portugal e em Espanha, aos consumidores finais através da rede própria de postos, aos clientes grossistas e de GPL, às empresas concorrentes e exportações. Também são obtidos proveitos de outras fontes, tais como serviços de armazenamento e logística prestada aos concorrentes, serviços de transporte prestados aos concorrentes, serviços de transporte cobrados pelas sociedades de logística detidas pela Empresa e vendas de produtos ”non-fuel” nos postos. As vendas do segmento de negócio de Refinação e Distribuição incluem o ISP, não decorrendo qualquer impacto ao nível da margem bruta uma vez que o ISP encontra-se também incluído no custo das mercadorias vendidas. Como percentagem do total das vendas e prestações de serviços (excluindo o ISP), a Refinação e Distribuição representou 87,5% em 2005 e 86,1% no primeiro semestre de 2006. • Gás Natural: O negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural fornece gás natural a grandes clientes comerciais e industriais com consumos anuais superiores a 2 milhões de m3, empresas produtoras de electricidade e distribuidoras de gás natural e UAGs. O negócio de 161 Distribuição de Gás Natural vende gás natural ao sector residencial e a pequenos clientes comerciais e industriais com consumos inferiores a 2 milhões de m3, em Portugal. • Aprovisionamento e Venda de Gás Natural: Antes do Processo de Separação das Actividades Reguladas, a actividade de fornecimento de gás natural da Galp Energia era regulada ao abrigo do contrato de concessão, com prazo de 35 anos, celebrado entre o Estado e a Transgás, com início em 1993. Este contrato de concessão foi alterado em 26 de Setembro de 2006, e embora se mantenham os mesmos contratos com os clientes e todos os contratos de fornecimento permaneçam inalterados, alguns contratos podem ser livremente denunciados com a liberalização do mercado. Para além disto, com o Processo de Separação das Actividades Reguladas, os gasodutos e outros activos relacionados com a rede de alta pressão foram vendidos à REN. Ainda assim, continuarão a registar-se receitas das tarifas de transporte, regaseificação e armazenamento, uma vez que os encargos suportados com a REN serão incluídos nos preços cobrados aos clientes (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra). Como percentagem do total das vendas e prestações de serviços (excluindo ISP), o Aprovisionamento e Venda de Gás Natural representou 10,8% em 2005 e 11,8% no primeiro semestre de 2006. • Distribuição de Gás Natural: Os proveitos deste segmento de negócio provêm da venda de gás natural a clientes residenciais, comerciais e industriais com consumos inferiores a 2 milhões de m3. Como percentagem do total das vendas e prestações de serviços (excluindo ISP), a Distribuição de Gás Natural representou 2,6% em 2005 e 2,7% no primeiro semestre de 2006. • Power: A Empresa obtém proveitos do fornecimento de energia térmica e eléctrica, produzidas nas centrais de cogeração em que participa, aos respectivos clientes industriais e ao SEP. Como percentagem do total das vendas e prestações de serviços (excluindo ISP), o segmento de negócio Power representou 0,3% em 2005 e 0,3% no primeiro semestre de 2006. Custo das mercadorias vendidas As principais componentes do custo das mercadorias vendidas, para cada segmento de negócio da Galp Energia, são as seguintes: • Exploração e Produção: O custo das mercadorias vendidas resultantes de produção própria, no segmento de negócio Exploração e Produção, está apenas relacionado com as variações da produção. Os principais custos que concorrem para a formação do custo de produção são contabilizados na proporção da participação da Galp Energia no consórcio, como Fornecimentos e Serviços Externos, Amortizações e Provisões. Porém, há situações em que os produtos vendidos excedem as quantidades em stock como resultado de empréstimos contraídos junto de parceiros do negócio (overlifting). Estes empréstimos são contabilizados no custo das mercadorias vendidas e valorizados a preço de mercado. A percentagem do custo das mercadorias vendidas do segmento de negócio Exploração e Produção no total consolidado, é de 0,05% em 2005 e de 0,1% no primeiro semestre de 2006. • Refinação e Distribuição: A Galp Energia adquire crude, matérias-primas e produtos refinados no mercado internacional. O custo das mercadorias vendidas do segmento de negócio Refinação e Distribuição inclui ISP que incide sobre os produtos refinados e também custos de transporte. Como percentagem do custo das mercadorias vendidas total consolidado, a Refinação e Distribuição representou 93,2% em 2005 e 91,3% no primeiro semestre de 2006. • Gás Natural: No negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural a Empresa adquire gás natural principalmente à Sonatrach, na Argélia, e à NLNG, na Nigéria. O custo das mercadorias 162 vendidas inclui o custo de transporte até à fronteira Portuguesa. Como percentagem do custo das mercadorias vendidas total consolidado, o Aprovisionamento e Venda de Gás Natural representou 7,7% em 2005 e 8,9% no primeiro semestre de 2006. No negócio de Distribuição de Gás Natural a aquisição de gás natural é realizada ao negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural. Como percentagem do custo das mercadorias vendidas total consolidado, a Distribuição de Gás Natural representou 1,0% em 2005 e 1,2% no primeiro semestre de 2006. • Power: As compras de gás natural estão associadas às actividades de produção de energia térmica e eléctrica das centrais de cogeração em que a Galp Energia participa. Como percentagem do custo das mercadorias vendidas total consolidado, o segmento de negócio Power representou 0,2% em 2005 e 0,2% no primeiro semestre de 2006. Margem bruta A margem bruta reflecte a diferença entre as vendas e prestações de serviços e o custo das mercadorias vendidas. Outros proveitos operacionais A Galp Energia regista também proveitos de um conjunto de outras fontes, tais como receitas recebidas dos revendedores relativamente à operação dos postos da Empresa, subsídios de exploração, indemnizações e mais-valias obtidas em alienações de activos. Custos operacionais Os Custos operacionais incluem: Fornecimentos e serviços externos: Incluem custos não relacionados com o pessoal, nomeadamente custos com tecnologias de informação, publicidade, serviços prestados por entidades externas, pagamentos de rendas, trabalhos de reparação e manutenção (principalmente nas refinarias e rede logística e na rede de gasodutos de distribuição de gás natural), armazenamento, transporte, contabilidade e custos legais. Custos com o pessoal: Incluem todos os custos relacionados com o pessoal, principalmente ordenados, salários, segurança social e benefícios pós emprego. Outros custos operacionais: São principalmente constituídos por taxas pagas às entidades reguladoras, impostos sobre as actividades de exploração e produção, doações, impostos locais, menos-valias obtidas em alienações de activos. Amortizações e Depreciações: Estão relacionadas com a depreciação do activo imobilizado corpóreo e incorpóreo com uma vida útil limitada. Provisões: Esta rubrica representa a variação das provisões operacionais, tais como em contas a receber de clientes, existências e processos judicias em curso. Custos financeiros – juros e similares. Consistem nos juros resultantes de empréstimos obtidos e na variação nas provisões financeiras. Proveitos financeiros – juros e similares. Consistem nos juros resultantes de empréstimos concedidos e rendimento de investimentos financeiros. 163 Diferenças de câmbio favoráveis (desfavoráveis). Registam os ganhos e as perdas de câmbio realizados e não realizados nas contas de fornecedores, contas de clientes, empréstimos e saldos de tesouraria. Ganhos (perdas) em empresas do grupo e associadas. Esta rubrica reflecte a participação da Galp Energia nos resultados, incluindo ganhos e perdas com alienações, das sociedades nas quais detém participações que não conferem o controlo, consolidadas através do método da equivalência patrimonial. Imposto sobre o rendimento. Os montantes das provisões para impostos baseiamse no cálculo do resultado antes do imposto, de acordo com as normas fiscais em vigor em Portugal e nos outros países nos quais a Empresa possui actividade, ajustado de impostos diferidos. Interesses minoritários. Estes montantes reflectem os interesses minoritários detidos por terceiros nas subsidiárias que a Galp Energia consolida mas que não controla a 100% e que diminuem a participação da Empresa nos resultados destas sociedades. 10.5 Comparação entre o semestre findo em 30 de Junho de 2006 e o semestre findo em 30 de Junho de 2005 As demonstrações financeiras para o semestre findo em 30 de Junho de 2006 foram preparadas de acordo com as IFRS, que diferem do POC em aspectos importantes. Adicionalmente, para efeitos comparativos a demonstração de resultados para o semestre findo em 30 de Junho de 2005 foi preparada de acordo com as IFRS e incluída nas demonstrações financeiras do semestre findo em 30 de Junho de 2006. Consequentemente, os resultados para os períodos findos em 30 de Junho de 2006 e em 30 de Junho de 2005 não são susceptíveis de comparação com os resultados relativos a outros períodos, que foram preparados de acordo com o POC (vide Anexo II - Resumo das Diferenças entre o POC e as IFRS infra). Análise dos Resultados No primeiro semestre de 2006, os resultados operacionais diminuíram 28,1 milhões de Euros, de 511,5 milhões de Euros para 483,4 milhões de Euros em relação ao primeiro semestre de 2005. O resultado líquido do primeiro semestre de 2006 foi de 353,8 milhões de Euros, representando uma quebra de 14,7% (-60,8 milhões de Euros) face ao primeiro semestre de 2005 em que foi de 414,5 milhões de Euros. Os resultados do primeiro semestre de 2005 encontram-se favoravelmente influenciados pela mais-valia registada com a venda da Portgás, no montante de 54,5 milhões de Euros, e os do primeiro semestre de 2006 desfavoravelmente influenciados pelo aumento de 14,1 milhões de Euros das imparidades de contas a receber e provisões para contingências de natureza fiscal em Angola. Excluindo estes efeitos, os resultados correntes do primeiro semestre de 2006 ascenderiam a 491,1 milhões de Euros e os resultados correntes do primeiro semestre de 2005 a 475,1 milhões de Euros. Estes resultados foram obtidos num cenário externo caracterizado por um aumento do preço do petróleo bruto na ordem dos 32% relativamente ao período homólogo do ano anterior, com impacto favorável no negócio da Exploração & Produção, e por margens de refinação internacionais inferiores às do ano anterior, com impacto desfavorável na actividade de 164 refinação. Este decréscimo da margem de refinação foi atenuado por um aumento global dos volumes vendidos de produtos refinados (+5,2%) e de gás natural (+4,0%). Para uma análise do impacto nos resultados da utilização do Replacement Cost em vez do FIFO para valorizar o custo das mercadorias vendidas, vide “Factores que Afectam a Comparabilidade dos Resultados Históricos e Futuros e a Situação Financeira”. O quadro seguinte apresenta os resultados consolidados intercalares para os semestres findos em 30 de Junho de 2006 e 2005, preparados de acordo com as IFRS. Variação 30 de Junho 2005 2006 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços .............. Custo das mercadorias vendidas............... Margem bruta ................................ Outros proveitos operacionais .................. Custos operacionais: Fornecimento e serviços externos ............. Custos com o pessoal ............................. Outros custos operacionais ...................... Amortizações ......................................... Provisões e imparidades de contas a receber Total custos operacionais .............. Resultados operacionais ................ Custos financeiros – juros e similares........ Proveitos financeiros – juros e similares .... Diferenças de câmbio favoráveis (desfavoráveis) ...................................... Ganhos (perdas) em empresas do grupo e associadas ............................................ Rendimentos de Instrumentos Financeiros . Outros proveitos (custos) ........................ Resultados correntes ..................... Imposto sobre o rendimento .................... Resultados antes de interesses minoritários................................... Interesses minoritários ........................... Resultado líquido........................... 6.130,4 (5.112,1) 1.018,2 24,8 5.015,9 (4.006,4) 1.009,4 28,8 22,2% 27,6% 0,9% (14,1)% (255,7) (140,6) (23,4) (125,3) (14,6) (559,7) 483,4 (247,3) (124,5) (22,8) (131,6) (0,5) (526,8) 511,5 3,4% 12,9% 2,8% (4,8)% 6,2% (5,5)% (31,6) 6,9 (33,3) 5,6 (5,2)% 23,6% 4,2 (23,4) - 19,5 (4,8) (0,5) 477,0 (121,2) 77,8 (7,9) (0,7) 529,6 (112,6) (75,0)% (38,8)% (26,2)% (9,9)% 7,7% 355,8 (2,0) 353,8 417,0 (2,4) 414,5 (14,7)% (16,5)% (14,7)% Resultados da Galp Energia Vendas e prestações de serviços As vendas e prestações de serviços aumentaram 1.114,5 milhões de Euros, i.e. 22,2%, de 5.015,9 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005 para 6.130,4 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006. Esta variação ficou a dever-se principalmente ao aumento de 165 941,2 milhões de Euros nas vendas do segmento de Refinação e Distribuição. Para este aumento das vendas e prestações de serviços também contribuíram o incremento do volume de vendas de gás natural acompanhado por um aumento do preço médio de gás natural. As vendas e prestações de serviços, excluindo ISP, ascenderam a 4.970,4 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006 e a 3.863,8 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005. Custo das mercadorias vendidas O custo das mercadorias vendidas aumentou 1.105,7 milhões de Euros, um incremento superior ao das receitas, i.e. 27,6%, de 4.006,4 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005 para 5.112,1 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006. Esta variação ficou a dever-se principalmente ao aumento de 948,6 milhões de Euros no custo das mercadorias vendidas no segmento de Refinação e Distribuição, principalmente devido a um incremento (+32,5%) no preço do petróleo bruto. Margem bruta A margem bruta aumentou 8,8 milhões de Euros, i.e. 0,9%, de 1.009,4 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005 para 1.018,2 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006. Esta pequena variação da margem bruta ficou a dever-se por um lado à boa performance do segmento Aprovisionamento e Venda de Gás Natural com um incremento da margem unitária (+8,3%) e por outro ao aumento das quantidades de petróleo bruto tratadas. No entanto, este aumento de quantidade de petróleo bruto tratado que não foi suficiente para compensar a diminuição das margens unitárias de refinação que no primeiro semestre de 2006 diminuíram 22,8% face ao período homólogo do ano anterior. Outros proveitos operacionais Os outros proveitos operacionais registaram uma quebra de 4,1 milhões de Euros, de 28,8 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005 para 24,8 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006, essencialmente devido ao recebimento, no primeiro semestre de 2005, de indemnizações para sinistros relacionadas com o acidente no Porto de Leixões ocorrido em Julho de 2004, no montante de 4,5 milhões de Euros. Custos operacionais Os custos operacionais aumentaram 32,9 milhões de Euros, i.e. 6,2%, de 526,8 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005 para 559,7 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006. Face ao primeiro semestre de 2005, os fornecimentos e serviços externos registaram um aumento de 8,4 milhões de Euros, o correspondente a uma variação de 3,4%, principalmente relacionado com a actualização de prémios de seguro e com a actividade logística relacionada com o aluguer de navios para transporte costeiro e com as rendas pagas relacionadas com as novas instalações logísticas na ilha da Madeira. Os custos com o pessoal aumentaram 12,9% (16,0 milhões de Euros), resultante do aumento global da massa salarial em linha com a inflação, do aumento de custos com remunerações 166 variáveis, da aquisição da Gás Insular que ocorreu no final de 2005 (empresa de combustíveis localizada na Ilha da Madeira) e da alteração do perímetro de consolidação de algumas empresas participadas que passaram a ser integralmente consolidadas. Os custos com amortizações, provisões, ajustamentos e reversões atingiram os 139,9 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006, ficando 5,9% (7,8 milhões de Euros) acima do primeiro semestre de 2005. Esta variação deve-se ao aumento das provisões de 14,1 milhões de Euros justificado pelos ajustamentos para imparidades de contas a receber e por provisões para outros riscos e encargos, com destaque para uma provisão de 3,9 milhões de Euros relacionada com a eventualidade de pagamento adicional de Imposto sobre o Rendimento do Petróleo (IRP) em Angola. As amortizações diminuíram 6,3 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006 para os 125,3 milhões de Euros, encontrando-se o primeiro semestre de 2005 influenciado pelo registo de custos com imparidades relativas ao Bloco 33 e a postos de abastecimento. Resultados operacionais Em consequência do exposto, os resultados operacionais diminuíram 28,1 milhões de Euros, de 511,5 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005 para 483,4 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006. Como percentagem das vendas, excluindo ISP, diminuíram de 13,2% no primeiro semestre de 2005 para 9,7% no primeiro semestre de 2006. Custos financeiros – juros e similares Os custos financeiros decresceram de 33,3 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005 para 31,6 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006, reduzindo-se em 1,7 milhões de Euros, ou seja, 5,2%, valor este associado à redução da divida bancária. Proveitos financeiros – juros e similares Os proveitos financeiros melhoraram 1,3 milhões de Euros aumentando de 5,6 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005 para 6,9 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006 devido a maior aplicação de fundos gerados pelas operações. Ganhos (perdas) em empresas do grupo e associadas Os ganhos em empresas do grupo e associadas foram de 77,8 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005 e de 19,5 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006. Estes resultados incluíam, no primeiro semestre de 2005, a mais valia da venda da venda da concessionária de distribuição de gás natural Portgás, no montante de 54,5 milhões de Euros. Diferenças de câmbio favoráveis (desfavoráveis) 167 No primeiro semestre de 2006, os ganhos e perdas cambiais foram positivos em 4,2 milhões de Euros e apresentam uma tendência de inversão, face às perdas de 23,4 milhões de Euros registadas no primeiro semestre de 2005. No primeiro semestre de 2006, o dólar registou uma depreciação reconhecendo-se assim ganhos cambiais relacionados com os passivos denominados em dólares. Imposto sobre o rendimento Os resultados correntes baixaram 52,6 milhões de Euros (-9,9%), de 529,6 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005 para 477,0 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006. No entanto, o imposto sobre o rendimento aumentou 7,7%, passando de 112,6 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005 para 121,2 milhões de Euros no período homólogo de 2006. Esta tendência inversa entre resultados correntes e impostos sobre o rendimento está relacionada principalmente com o tratamento fiscal da mais-valia da venda da Portgás ocorrida no primeiro semestre de 2005, já que aquele proveito contabilístico não se encontra sujeito a tributação, nos termos da legislação em vigor. Resultado líquido O resultado líquido consolidado do primeiro semestre de 2006 foi de 353,8 milhões de Euros, representando uma quebra de 14,7% (60,8 milhões de Euros) face ao primeiro semestre de 2005 em que foi de 414,5 milhões de Euros. Como percentagem das vendas, excluindo ISP, o resultado líquido decresceu de 10,9% no primeiro semestre de 2005 para 7,2% no primeiro semestre de 2006. Resultados Operacionais por Segmento de Negócio Resumo O quadro seguinte apresenta, por segmento de negócio, as margens brutas e os resultados operacionais para os semestres findos em 30 de Junho de 2006 e 2005: 30 de Junho 2006 2005 Variação % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Margem bruta: Exploração e Produção ............................ Refinação e Distribuição .......................... Aprovisionamento e Venda de Gás Natural Distribuição de Gás Natural ..................... Power ................................................... Outros(1) Total . ...................................... 27,7 772,2 130,8 74,1 4,9 8,5 1.018,2 30,3 779,6 116,8 74,8 5,2 2,8 1.009,4 (8,5)% (0,9)% 12,0% (1,0)% (5,0)% 210,3% 0,9% _______________________ (1) Consiste em corporate overhead (custos de estrutura) e eliminação dos saldos inter-segmentos. 168 30 de Junho 2006 Variação 2005 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Resultados operacionais: Exploração e Produção............................ Refinação e Distribuição.......................... Aprovisionamento e Venda de Gás Natural Distribuição de Gás Natural ..................... Power .................................................. Outros(1) Total . ...................................... 3,5 349,9 93,8 32,9 1,2 2,1 483,4 10,4 386,0 86,6 38,7 2,0 (12,1) 511,5 (66,1)% (9,4)% 8,4% (15,0)% (41,4)% (5,5)% _______________________ (1) Consiste em corporate overhead (custos de estrutura) e eliminação dos saldos inter-segmentos. Exploração e Produção O quadro seguinte apresenta os resultados operacionais do segmento de Exploração e Produção para os semestres findos em 30 de Junho de 2006 e 2005: 30 de Junho 2006 Variação 2005 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços .............. Custo das mercadorias vendidas .............. Margem bruta................................ Outros proveitos operacionais ................. Fornecimento e serviços externos ............ Custos com o pessoal ............................. Outros custos operacionais ..................... Amortizações ........................................ Provisões.............................................. Resultados operacionais ................ 22,3 5,3 27,7 0,5 (7,1) (1,5) (3,3) (8,3) (4,4) 3,5 30,7 (0,5) 30,3 0,0 (5,0) (0,6) (4,0) (10,0) (0,3) 10,4 (27,3)% (8,5)% 41,4% 151,1% (15,9)% (16,8)% (66,1)% Margem bruta A margem bruta diminuiu 2,6 milhões de Euros (8,5%), de 30,3 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005 para 27,7 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006. A diminuição verificada na margem bruta está relacionada com a diminuição de 54% das quantidades disponíveis para venda como consequência do mecanismo que regula preços e quantidades. Esta situação foi, no entanto, atenuada pelo aumento do preço médio de venda por barril que se fixou nos 64,3 USD/bbl, representando um acréscimo de 21,5 USD/bbl (+50%) face às vendas efectuadas no primeiro semestre de 2005 (42,8 USD/bbl). 169 Resultados Operacionais O segmento de Exploração & Produção atingiu no primeiro semestre de 2006 resultados operacionais de 3,5 milhões de Euros. Este resultado representa uma quebra de 66,1% (6,9 milhões de Euros) face ao primeiro semestre de 2005. Esta quebra teve origem na redução da margem bruta em 2,6 milhões de Euros (8,5%) e no aumento dos fornecimentos e serviços externos de 2,1 milhões de Euros (41,4%) devido, essencialmente, ao acréscimo dos custos de produção e ao aumento dos trabalhos especializados relacionados com acréscimo da actividade no Brasil e serviços de consultoria associados. As provisões do primeiro semestre de 2006 foram de 4,4 milhões de Euros, essencialmente pelo registo de uma provisão no montante de 3,9 milhões de Euros relacionado com a constituição de provisões para a eventualidade de pagamentos adicionais de IRP, em Angola, relativos ao Bloco 14. Como percentagem das vendas e prestação de serviços, os resultados operacionais foram de 15,8% no primeiro semestre de 2006 e 33,8% no primeiro semestre de 2005. Refinação e Distribuição O quadro seguinte apresenta os resultados operacionais do segmento de Refinação e Distribuição para os semestres findos em 30 de Junho de 2006 e 2005: 30 de Junho 2006 2005 Variação % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços.............. Custo das mercadorias vendidas .............. Margem bruta................................ Outros proveitos operacionais ................. Fornecimento e serviços externos ............ Custos com o pessoal............................. Outros custos operacionais ..................... Amortizações ........................................ Provisões ............................................. Resultados operacionais ................ 5.441,4 (4.669,2) 772,2 20,4 (228,2) (103,3) (16,3) (86,3) (8,5) 349,9 4.500,1 (3.720,6) 779,6 32,1 (215,1) (103,2) (13,8) (93,8) 0,2 386,0 20,9% 25,5% (0,9)% (36,4)% 6,1% 0,1% 18,2% (8,0)% (9,4)% Margem bruta A margem bruta diminuiu 7,4 milhões de Euros (0,9%), de 779,6 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005 para 772,2 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006. Esta redução na margem bruta deveu-se, essencialmente, à quebra das margens de refinação internacionais provocada por um desfasamento entre o aumento dos preços do crude (32,5%) e a cotação dos produtos acabados. Os níveis de fiabilidade das refinarias foram superiores 170 aos do primeiro semestre do ano anterior, conseguindo compensar parte do efeito da quebra de margem de refinação (22,8%) com o aumento das quantidades processadas (7,8%). Um aumento de 48% nos volumes vendidos nos mercados externos e um aumento de 17% nas vendas de fuel para bancas também contribui para compensar o efeito da quebra das margens de refinação. As margens dos negócios de Distribuição de Produtos Petrolíferos apresentaram uma tendência de estagnação relacionada com o facto de não se ter repercutido totalmente nos preços finais o aumento verificado nos preços das matérias-primas. Adicionalmente, a procura de produtos petrolíferos em Portugal sofreu uma quebra face ao ano anterior. Resultados Operacionais Os resultados operacionais gerados pelo segmento de negócio Refinação e Distribuição foram de 349,9 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006. Este resultado representa uma redução de 36,1 milhões de Euros sobre o primeiro semestre de 2005 (9,4%) e deve-se, sobretudo, a uma ligeira redução da margem bruta, acompanhada por uma diminuição dos outros proveitos operacionais e um aumento das provisões. Os outros proveitos operacionais registaram uma quebra de 11,7 milhões de Euros devido ao recebimento no primeiro semestre de 2005 de indemnizações relativas ao acidente ocorrido no Terminal de Leixões em Julho de 2004, no montante de 4,5 milhões de Euros. Os fornecimentos e serviços externos ascenderam a 228,2 milhões de Euros, o que representa um aumento de 13,1 milhões de Euros (6,1%), devido essencialmente ao aumento dos prémios de seguro multirisco industrial no montante de 3,0 milhões de Euros e ao aumento de custos variáveis, nomeadamente dos custos logísticos, relacionados com o aumento de quantidades processadas e exportadas. As provisões registaram um aumento de 8,7 milhões de Euros relacionado com ajustamentos para clientes de cobrança duvidosa e provisões para riscos e encargos. Como percentagem das vendas e prestações de serviços, excluindo ISP, os resultados operacionais diminuíram de 10,0% no primeiro semestre de 2005 para 7,0% no primeiro semestre de 2006. Aprovisionamento e Venda de Gás Natural O quadro seguinte apresenta os resultados operacionais do segmento de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural para os semestres findos em 30 de Junho de 2006 e 2005: 171 30 de Junho 2006 2005 Variação % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços.............. Custo das mercadorias vendidas .............. Margem bruta................................ Outros proveitos operacionais ................. Fornecimento e serviços externos ............ Custos com o pessoal............................. Outros custos operacionais ..................... Amortizações ........................................ Provisões ............................................. Resultados operacionais ................ 587,9 (457,1) 130,8 1,0 (13,4) (6,2) (1,2) (16,7) (0,5) 93,8 437,8 (321,0) 116,8 1,8 (10,0) (5,9) (0,7) (15,1) (0,4) 86,6 34,3% 42,4% 12,0% (45,7)% 34,3% 4,8% 78,2% 10,2% 36,3% 8,4% Margem bruta A margem bruta foi de 130,8 milhões de Euros, superando o ano anterior em 14,0 milhões de Euros devido ao aumento nas quantidades vendidas em 4,1% (86,6 milhões de m3 de gás natural) e à melhoria das margens unitárias, que passaram de 0,044 Euros/m3 no primeiro semestre de 2005 para 0,048 Euros/m3 no primeiro semestre de 2006 (8,3%). A evolução das cotações internacionais do crude, com o qual o preço do gás natural está relacionado, e o desfasamento temporal dos preços de venda permitiram a recuperação das margens unitárias. Resultados Operacionais O segmento Aprovisionamento e Venda de Gás Natural atingiu resultados operacionais de 93,8 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006. Este resultado superou em 7,3 milhões de Euros (8,4%) o semestre homólogo de 2005 e teve como origem o aumento da margem bruta, parcialmente absorvido pelo acréscimo dos custos com fornecimentos e serviços externos que apresentam, no primeiro semestre de 2006, um aumento de 3,4 milhões de Euros (34,3%) devido essencialmente ao acréscimo das conservações e reparações e actualizações de prémios relacionados com seguros. As amortizações aumentaram 1,5 milhões de Euros (10,2%) pelo facto de, pela primeira vez, se estar a amortizar o investimento efectuado na armazenagem subterrânea, dada a entrada em funcionamento de uma das cavernas. Como percentagem das vendas e prestações de serviços, os resultados operacionais diminuíram de 19,8% no primeiro semestre de 2005 para 16,0% no primeiro semestre de 2006. Distribuição de Gás Natural O quadro seguinte apresenta os resultados operacionais do segmento de Distribuição de Gás Natural para os semestres findos em 30 de Junho de 2006 e 2005: 172 30 de Junho 2006 Variação 2005 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços.............. Custo das mercadorias vendidas .............. Margem bruta................................ Outros proveitos operacionais ................. Fornecimento e serviços externos ............ Custos com o pessoal............................. Outros custos operacionais ..................... Amortizações ........................................ Provisões ............................................. Resultados operacionais ................ 135,9 (61,8) 74,1 3,8 (18,5) (12,5) (0,7) (12,2) (1,2) 32,9 119,4 (44,6) 74,8 2,7 (18,0) (9,5) (1,0) (10,5) 0,0 38,7 13,8% 38,5% (1,0)% 40,1% 2,9% 31,1% (27,7)% 16,4% (15,0)% Margem bruta A margem bruta diminuiu 0,7 milhões de Euros (-1,0%), de 74,8 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005 para 74,1 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006. Os volumes vendidos totalizaram 229,7 milhões de m3 de gás natural, o que significa um crescimento de 5% (11,1 milhões de m3), sendo que as principais variações se verificaram nos segmentos comercial e industrial. Este aumento de volumes deve-se em grande parte ao aumento do numero de clientes que passou de 596,1 mil no primeiro semestre de 2005 para 634,5 mil no primeiro semestre de 2006 (6,4%). O aumento registado nos volumes foi absorvido pela quebra na margem unitária que passou de 0,322 Euros/m3 no primeiro semestre de 2005 para 0,316 Euros/m3 no primeiro semestre de 2006. Esta redução foi maioritariamente originada por uma diminuição na margem unitária do segmento industrial (- 9%), que foi efectuada com o objectivo de antecipar o impacto da liberalização do sector do gás natural. Resultados Operacionais O segmento da Distribuição de Gás Natural alcançou no primeiro semestre de 2006 resultados operacionais de 32,9 milhões de Euros, 15,0% inferior ao do ano anterior. O aumento de custos com pessoal no segmento da Distribuição de Gás Natural em 3,0 milhões de Euros (31,1%) deveu-se essencialmente a um aumento de custos com remunerações variáveis. Como percentagem das vendas e prestações de serviços os resultados operacionais diminuíram de 32,4% no primeiro semestre de 2005 para 24,2% no primeiro semestre de 2006. Power O quadro seguinte apresenta os resultados operacionais do segmento de Power para os semestres findos em 30 de Junho de 2006 e 2005: 173 30 de Junho 2006 Variação 2005 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços.............. Custo das mercadorias vendidas.............. Margem bruta................................ Outros proveitos operacionais ................. Fornecimento e serviços externos ............ Custos com o pessoal............................. Outros custos operacionais ..................... Amortizações ........................................ Provisões ............................................. Resultados operacionais ................ 14,9 (9,9) 4,9 0,5 (2,1) (0,7) (0,0) (1,5) 1,2 13,1 (7,9) 5,2 0,2 (1,6) (0,2) (0,2) (1,5) (0,0) 2,0 13,7% 26,1% (5,0)% 89,6% 31,3% 185,0% (86,5)% 0,1% (41,4)% Vendas e prestações de serviços As vendas e prestações de serviços aumentaram 1,8 milhões de Euros, ou 13,7%, de 13,1 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005 para 14,9 milhões no primeiro semestre de 2006. Este aumento reflecte um aumento do preço unitário de venda de energia que foi no entanto parcialmente anulado por uma redução na produção de energia de 1,6%, devido essencialmente à paragem da Central do Carriço no primeiro semestre de 2006 causada por uma avaria na turbina. Custo das mercadorias vendidas O custo das mercadorias vendidas aumentou 2,0 milhões de Euros, ou 26,1%, de 7,9 milhões de Euros no primeiro semestre de 2005 para 9,9 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006. Este aumento está relacionado com um aumento do preço do gás natural de 25,8%. Resultados Operacionais Os resultados operacionais do segmento de negócio Power cifraram-se em 1,2 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006, o que evidencia uma quebra de 0,8 milhões de Euros (41,4%), face ao primeiro semestre de 2005, devido principalmente a uma redução de 0,3 milhões de Euros da margem bruta, ao aumento de fornecimentos e serviços externos em 0,5 milhões de Euros e de custos com pessoal em 0,4 milhões de Euros. 10.6 Comparação entre o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 e o exercício findo em 31 de Dezembro de 2004 As demonstrações financeiras para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 foram preparadas de acordo com as IFRS, que diferem do POC em aspectos importantes. Adicionalmente, para efeitos comparativos, as demonstrações financeiras para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2004 foram preparadas de acordo com as IFRS e incluídas nas demonstrações financeiras de 2005. Consequentemente, as demonstrações financeiras para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 não são susceptíveis de comparação 174 com os resultados relativos a outros períodos, que foram preparados de acordo com o POC (vide Anexo II — “Resumo das Diferenças entre o POC e as IFRS” infra). Análise dos Resultados Em 2005, os resultados operacionais aumentaram 212,3 milhões de Euros, i.e. 32,6% em comparação com 2004, para 862,7 milhões de Euros. Os resultados líquidos aumentaram 247,3 milhões de Euros, i.e. 54,5% em comparação com 2004, para 700,7 milhões de Euros. Os resultados da Galp Energia beneficiaram da boa performance dos segmentos de Refinação e Distribuição e de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural, devido ao aumento das margens de refinação e dos preços e volumes de gás natural. Os custos operacionais totais aumentaram apenas 8,4% em 2005 em relação a 2004 devido a um programa de controlo de custos, que contribuiu para uma maior eficiência das operações. Para além disso, os resultados de 2005 foram positivamente influenciados pela mais-valia obtida, no montante de 54,5 milhões de Euros, relativa à alienação da Portgás. Para uma análise do impacto nos resultados da utilização do Replacement Cost em vez do FIFO para valorizar o custo da mercadoria vendida, vide “Factores que Afectam a Comparabilidade dos Resultados Históricos e Futuros e a Situação Financeira”. O quadro seguinte apresenta os resultados consolidados para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004, preparados de acordo com as IFRS. Variação 31 de Dezembro 2005 2004 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços ...................... Custo das mercadorias vendidas ...................... Margem bruta....................................... Outros proveitos operacionais ......................... Custos operacionais: Fornecimento e serviços externos .................... Custos com o pessoal ..................................... Outros custos operacionais ............................. Amortizações ................................................ Provisões...................................................... Total custos operacionais ..................... Resultados operacionais ....................... Custos financeiros – juros e similares ............... Proveitos financeiros – juros e similares............ Diferenças de câmbio favoráveis (desfavoráveis) Ganhos (perdas) em empresas do grupo e associadas .................................................... Rendimentos de Instrumentos Financeiros......... Outros proveitos (custos) ............................... Resultados correntes............................ Imposto sobre o rendimento ........................... Resultados antes de interesses minoritários ......................................... Interesses minoritários ................................... Resultado líquido ................................. 11.137,3 (9.162,1) 1.975,2 83,4 9.272,6 (7.597,9) 1.674,7 79,3 20,1% 20,6% 17,9% 5,2% (525,6) (269,6) (71,3) (306,8) (22,5) (468,4) (250,9) (75,5) (294,2) (14,6) 12,2% 7,5% (5,6%) 4,3% 54,7% (1.195,8) (1.103,6) 8,4% 862,7 (62,0) 9,0 (16,6) 650,4 (67,7) 11,2 7,7 32,6% (8,4%) (20,2%) - 105,2 (3,6) (1,4) 25,3 (22,8) (0,5) (84,2%) - 893,4 (188,8) 603,6 (145,8) 48,0% 29,5% 704,6 (3,9) 457,8 (4,4) 53,9% (10,5%) 700,7 453,4 54,5% 175 Resultados da Galp Energia de acordo com as IFRS Vendas e prestações de serviços As vendas e prestações de serviços aumentaram 1.864,7 milhões de Euros, i.e. 20,1%, de 9.272,6 milhões de Euros em 2004 para 11.137,3 milhões de Euros em 2005. Esta variação ficou a dever-se em larga medida ao aumento de 1.635,0 milhões de Euros nas vendas do segmento de Refinação e Distribuição devido, principalmente, ao incremento do preço dos produtos refinados e, em menor medida, ao crescimento do volume de vendas. Este aumento das vendas e prestações de serviços é também devido, em menor escala, ao incremento dos preços médios de venda de gás natural e ao crescimento do volume de vendas de gás natural, sobretudo nos mercados eléctrico e industrial. As vendas e prestações de serviços, excluindo ISP, ascenderam a 6.959,2 milhões de Euros em 2004 e a 8.854,2 milhões de Euros em 2005. Custo das mercadorias vendidas O custo das mercadorias vendidas aumentou 1.564,2 milhões de Euros em linha com as receitas, i.e. 20,6%, de 7.597,9 milhões de Euros em 2004 para 9.162,1 milhões de Euros em 2005. Esta variação ficou a dever-se principalmente ao aumento de 1.456,8 milhões de Euros no custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas do segmento de Refinação e Distribuição, principalmente devido a um incremento de 38,6% nos preços médios de compra de petróleo bruto. Margem bruta A margem bruta aumentou 300,5 milhões de Euros, i.e. 17,9%, de 1.674,7 milhões de Euros em 2004 para 1.975,2 milhões de Euros em 2005. Esta variação da margem bruta ficou a dever-se sobretudo ao incremento de 22,0% das margens de refinação e ao aumento de 21,5% da margem unitária no gás natural. Outras Receitas Operacionais Outras Receitas Operacionais aumentaram 4,1 milhões de Euros, i.e. 5.2%, de 79,3 milhões de Euros em 2004 para 83,4 milhões de Euros em 2005, decorrentes principalmente do aumento de taxas recebidas de revendedores relativamente à operação dos postos da Empresa, subsídios de exploração, indemnização relativa ao acidente do terminal de Leixões que foi recebida em 2005 e mais-valias obtidas em alienações de activos. Custos operacionais Os custos operacionais aumentaram 92,2 milhões de Euros, i.e. 8,4%, de 1.103,6 milhões de Euros em 2004 para 1.195,8 milhões de Euros em 2005. Esta variação ficou a dever-se sobretudo ao aumento de 57,2 milhões de Euros nos custos com Fornecimentos e Serviços Externos essencialmente devido ao acréscimo de alguns custos relacionados com a evolução dos preços internacionais do crude e de alguns produtos petrolíferos, que funcionam como indexante de referência. Para além disso, em 2005 foi implementado um programa para facilitar o armazenamento das reservas estratégicas ao abrigo do qual a EGREP, uma empresa pública, fornece o armazenamento e serviços associados de uma parte das reservas estratégicas de todos os intervenientes do mercado, mediante o pagamento de uma tarifa pelo serviço prestado (vide “Legislação que regula a actividade do Emitente” supra para uma apresentação das reservas estratégicas obrigatórias ao abrigo da Lei Portuguesa). Este programa aumentou os custos com o armazenamento em 9,6 milhões de Euros devido aos pagamentos efectuados à EGREP, com uma correspondente redução do capital empregue 176 devido à transferência de parte das reservas estratégicas da Galp Energia para esta empresa. Também devido a este programa, uma vez que a Galp Energia fornece uma parte da capacidade de armazenamento à EGREP, verificou-se um incremento das tarifas de armazenamento recebidas. Os custos com o pessoal aumentaram 18,7 milhões de Euros devido ao crescimento de 8,7 milhões de Euros nos benefícios pós emprego, relacionadas com um aumento dos prémios dos seguros de saúde, e ao aumento do quadro de pessoal relacionado com as operações da Empresa na Ilha da Madeira. Os custos com o pessoal foram igualmente afectados pelo crescimento da actividade em Espanha. A rubrica de outros custos operacionais, pelo contrário, diminuiu em 4,2 milhões de Euros, i.e. 5,6%, devido a uma redução dos custos de hedging em resultado da diminuição das respectivas operações (vide “Análise da Exploração e da Situação Financeira - Gestão de risco” infra). Resultados operacionais Em consequência do exposto, os resultados operacionais aumentaram 212,3 milhões de Euros, i.e. 32,6%, de 650,4 milhões de Euros em 2004 para 862,7 milhões de Euros em 2005. Como percentagem das vendas, excluindo ISP, aumentaram de 9,3% em 2004 para 9,7% em 2005. Custos financeiros – juros e similares Os custos financeiros decresceram 5,7 milhões de Euros, de 67,7 milhões de Euros em 2004 para 62,0 milhões de Euros em 2005. Esta redução ficou a dever-se principalmente a uma diminuição da dívida de 380,8 milhões, i.e. 22%, de 1.729,9 milhões de Euros em 31 de Dezembro de 2004 para 1.349,1 milhões de Euros em 31 de Dezembro de 2005. O efeito desta redução foi parcialmente anulado por um aumento do custo médio da dívida (que inclui pagamento de comissões e outros encargos) de 2,6% em 2004 para 2,8% em 2005. Proveitos financeiros – juros e similares Os proveitos financeiros decresceram 2,2 milhões de Euros, de 11,2 milhões de Euros em 2004 para 9,0 milhões de Euros em 2005. Esta redução foi principalmente devida a uma redução de 69,7 milhões de Euros, i.e. 30,7%, das disponibilidades de 227,3 milhões de Euros em 31 de Dezembro de 2004 para 157,6 milhões de Euros em 31 de Dezembro de 2005. Diferenças de câmbio favoráveis (desfavoráveis) As diferenças de câmbio líquidas decresceram 24,3 milhões de Euros, passando de um ganho de 7,7 milhões de Euros em 2004 para uma perda de 16,6 milhões de Euros em 2005. Esta perda ficou a dever-se principalmente à valorização de 13,4% do US$ face ao Euro, que aumentou os pagamentos em Euros aos fornecedores e outros credores e os referentes a empréstimos bancários. O efeito negativo desta valorização foi, em parte, compensado por um aumento dos ganhos nas contas de clientes. Ganhos (perdas) em empresas do grupo e associadas Esta rubrica aumentou 79,9 milhões de Euros, de 25,3 milhões de Euros em 2004 para 105,2 milhões de Euros em 2005. Esta variação foi principalmente devida à mais-valia de 54,5 milhões de Euros resultante da venda da participação de 46,6% na Portgás e ao aumento dos resultados apropriados pela aplicação do método de equivalência patrimonial das participações minoritárias da Galp Energia na EMPL e CLH. 177 Imposto sobre o rendimento O imposto sobre o rendimento aumentou 43,0 milhões de Euros, i.e. 29,5%, de 145,8 milhões de Euros em 2004 para 188,8 milhões de Euros em 2005. Esta variação ficou a dever-se ao aumento do resultado sujeito a imposto. A taxa de imposto efectiva diminuiu de 24,2% em 2004 para 21,1% em 2005, devido ao impacto dos impostos diferidos. Resultado líquido O resultado líquido aumentou 247,3 milhões de Euros, i.e. 54,5%, de 453,4 milhões de Euros em 2004 para 700,7 milhões em 2005. Como percentagem de vendas e prestações de serviços, excluindo ISP, o resultado líquido aumentou de 6,5% em 2004 para 7,9% em 2005. Resultados Operacionais por Segmento de Negócio Resumo Os quadros seguintes apresentam, por segmento de negócio, a margem bruta e os resultados operacionais para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004: 31 de Dezembro 2005 Variação 2004 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Margem bruta: Exploração e Produção ................................... Refinação e Distribuição ................................. Aprovisionamento e Venda de Gás Natural Distribuição de Gás Natural............................. Power .......................................................... Outros (1) Total .............................................. 62,1 1.493,8 255,1 137,7 9,0 17,6 42,4 1.315,5 189,6 124,7 4,7 (2,2) 46,6% 13,5% 34,5% 10,4% 92,5% - 1.975,2 1.674,7 17,9% _______________________ (1) Consiste em corporate overhead (custos de estrutura) e eliminação inter-segmentos. 31 de Dezembro 2005 Variação 2004 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Resultados operacionais: Exploração e Produção................................... Refinação e Distribuição................................. Aprovisionamento e Venda de Gás Natural . ..... Distribuição de Gás Natural ............................ Power ......................................................... Outros (1) Total .............................................. 18,2 601,9 186,3 58,5 0,8 (2,9) (18,9) 520,4 113,0 50,1 (0,04) (14,1) 196,1% 15,7% 64,8% 16,8% (79,4%) 862,7 650,4 32,6% ________________________________ (1) Consiste em corporate overhead (custos de estrutura) e eliminação inter-segmentos. 178 Exploração e Produção O quadro seguinte apresenta os resultados do segmento de negócio Exploração e Produção para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004: 31 de Dezembro 2005 Variação 2004 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços ..................... Custo das mercadorias vendidas ..................... Margem bruta ...................................... Outros proveitos operacionais ........................ Fornecimento e serviços externos ................... Custos com o pessoal .................................... Outros custos operacionais ............................ Amortizações ............................................... Provisões..................................................... Resultados operacionais ...................... 66,6 (4,6) 42,6 (0,2) 56,5% - 62,1 0,4 (15,0) (0,6) (6,7) (18,7) (3,3) 42,4 0,08 (10,9) (0,3) (5,7) (44,0) (0,4) 46,6% 37,7% 17,9% (57,6%) - 18,2 (18,9) - Margem bruta A margem bruta aumentou 19,7 milhões de Euros, i.e. 46,6%, de 42,4 milhões de Euros em 2004 para 62,1 milhões de Euros em 2005. Esta variação ficou a dever-se principalmente ao aumento de 46,0% no preço de venda médio do barril de US$31,1 em 2004 para US$44,6 em 2005 e ao aumento de 7% do volume de crude vendido para 1,8 milhões de barris em 2005. O aumento do preço de venda médio por barril em 2005 esteve em linha com o aumento de 44,9% nos preços de referência médios por barril de crude Brent Dated para o mesmo período. O aumento do volume de vendas deveu-se, essencialmente, à recuperação da taxa de eficiência de processamento do Floating, Production, Storage and Offloading (FPSO) do Bloco 14 em Angola, que enfrentou dificuldades técnicas em 2004, de 88% nesse ano para 96% em 2005. Resultados operacionais Os resultados operacionais aumentaram 37,1 milhões de Euros, de 18,9 milhões de Euros negativos em 2004 para 18,2 milhões de Euros positivos em 2005. Esta variação resultou principalmente do custo com a provisão para imparidade de 31,9 milhões de Euros relacionado com o Bloco 33 em Angola, registado em 2004, e do aumento do preço médio de venda por barril e dos volumes vendidos no ano de 2005. Este efeito foi parcialmente absorvido pelos aumentos, em 2005, das amortizações (excluindo o efeito do custo de imparidade de 31,9 milhões de Euros) relativos aos volumes de produção mais elevados e dos Fornecimentos e Serviços Externos relativos à produção e aos custos de exploração em Angola, impostos em Angola e aumento de outros custos operacionais relativos à exploração no Brasil. Como percentagem das vendas e prestações de serviços, os resultados operacionais foram de 27,3% em 2005, aumentando de 44,5%, negativos em 2004. Refinação e Distribuição O quadro seguinte apresenta os resultados do segmento de Refinação e Distribuição para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004: 179 31 de Dezembro 2005 2004 Variação % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços ....................... Custo das mercadorias vendidas ....................... Margem bruta ........................................ Outros proveitos operacionais ........................... Fornecimento e serviços externos...................... Custos com o pessoal ...................................... Outros custos operacionais ............................... Amortizações.................................................. Provisões ....................................................... Resultados operacionais ........................ 10.029,8 (8.536,0) 8.394,8 (7.079,2) 19,5% 20,6% 1.493,8 91,5 (471,3) (220,9) (44,5) (229,5) (17,3) 1.315,5 90,8 (419,2) (200,2) (61,0) (194,1) (11,5) 13,5% 0,8% 12,4% 10,3% (27,1%) 18,3% 49,6% 601,9 520,4 15,7% Margem bruta A margem bruta aumentou 178,3 milhões de Euros, i.e. 13,5%, de 1.315,5 milhões de Euros em 2004 para 1.493,8 milhões de Euros em 2005, nomeadamente em resultado de: • Um aumento de 22,0% das margens de refinação, de $6,0 bbl em 2004 para $7,3 bbl em 2005, devido a preços de venda mais elevados resultantes do aumento da procura de produtos refinados nos EUA e na China e das perturbações no fornecimento nos EUA causadas pelos furacões Katrina e Rita, que reduziram de forma significativa a capacidade de refinação dos EUA; • Um aumento de 2,0% no volume de produtos petrolíferos vendidos, de 14,9 milhões de toneladas em 2004 para 15,2 milhões de toneladas em 2005, sobretudo devido a um aumento de 19,5% nas vendas no mercado grossista em Espanha (antes da contribuição da BP Enertica, cuja aquisição ocorreu em 30 de Setembro de 2004); e O aumento da actividade de fornecimento de fuel bancas devido ao aumento das actividades da indústria marítima. • Resultados Operacionais Os resultados operacionais aumentaram 81,4 milhões de Euros, i.e. 15,7%, de 520,4 milhões de Euros em 2004 para 601,9 milhões em 2005. Esta variação resultou essencialmente do aumento da margem bruta, da diminuição de outros custos operacionais em resultado da diminuição das actividades de hedging e também da redução das perdas resultantes da alienação de activos em 2004, no seguimento do esforço levado a cabo no sentido de optimizar a eficiência do Capital Empregue. Este efeito foi parcialmente absorvido pelo aumento de alguns custos variáveis, tais como fornecimentos e serviços relacionados com o transporte, armazenamento e logística devidos ao aumento da actividade, e pelo incremento dos custos com o pessoal, relacionados com benefícios pós emprego. A aquisição da Ptroval em Espanha e o investimento em armazenamento na ilha da Madeira também tiveram um impacto na base de custos relacionados com as rendas pagas para utilização dos terminais terrestres e em portos. Como percentagem das vendas excluindo ISP, os resultados operacionais diminuíram de 7,5% em 2004 para 6,8% em 2005. 180 Aprovisionamento e Venda de Gás Natural O quadro seguinte apresenta os resultados do segmento de negócio Aprovisionamento e Venda de Gás Natural para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004: 31 de Dezembro de 2005 2004 Variação % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços ........... Custo das mercadorias vendidas............ Margem bruta ............................ Outros proveitos operacionais ............... Fornecimento e serviços externos .......... Custos com o pessoal .......................... Outros custos operacionais ................... Amortizações...................................... Provisões ........................................... Resultados operacionais ............ 956,5 (701,5) 705,1 (515,5) 35,6% 36,1% 255,1 5,3 (26,6) (13,1) (2,3) (31,2) (0,8) 189,6 4,1 (29,2) (14,9) (3,6) (31,0) (2,1) 34,5% 28,2% (9,0%) (11,6%) (36,7%) 0,9% (60,0%) 186,3 113,0 64,8% Margem bruta A margem bruta aumentou 65,5 milhões de Euros, i.e. 34,5%, de 189,6 milhões de Euros em 2004 para 255,1 milhões de Euros em 2005. Esta variação resultou em parte do aumento de 22% da margem unitária média do gás natural, de 0,041 Euros/m3 em 2004 para 0,050 Euros/m3 em 2005. Adicionalmente, o crescimento dos volumes vendidos, principalmente devido ao aumento de 16,7%, para 2,0 bcm, da procura de gás natural para geração de electricidade teve igualmente um impacto favorável na Margem Bruta. Este aumento de procura de gás natural para geração de electricidade ficou a dever-se à redução dos níveis de precipitação e também à capacidade adicional de geração de energia a gás natural instalada em Portugal. O aumento de 11,9%, para 1,4 bcm, do volume de gás natural consumido pelos grandes clientes industriais (principalmente fabricantes de vidro e cerâmica) teve também um impacto significativo. Resultados operacionais Os resultados operacionais aumentaram 73,3 milhões de Euros, i.e. 64,8%, de 113,0 milhões de Euros em 2004 para 186,3 milhões de Euros em 2005. Esta variação dos resultados operacionais ficou a dever-se principalmente a margens unitárias do gás natural mais elevadas, diminuição dos custos com pessoal, e, em menor medida, à redução dos custos unitários tais como manutenção, assistência técnica e assistência a clientes. A redução das provisões de clientes teve igualmente um efeito positivo. Como percentagem das vendas e prestações de serviços os resultados operacionais aumentaram de 16,0% em 2004 para 19,5% em 2005. Distribuição de Gás Natural O quadro seguinte apresenta os resultados do segmento de negócio Distribuição de Gás Natural para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004: 181 31 de Dezembro 2005 Variação 2004 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços ..................... Custo das mercadorias vendidas ..................... Margem bruta ...................................... Outros proveitos operacionais ......................... Fornecimento e serviços externos.................... Custos com o pessoal .................................... Outros custos operacionais ............................. Amortizações................................................ Provisões ..................................................... Resultados operacionais ...................... 226,1 (88,3) 196,5 (71,8) 15,0% 23,0% 137,7 7,2 (38,6) (22,3) (1,8) (22,5) (1,2) 124,7 6,7 (35,9) (23,3) (2,1) (19,9) (0,1) 10,4% 7,2% 7,7% (4,3%) (17,2%) 13,1% - 58,5 50,1 16,8% Margem bruta A margem bruta aumentou 13,0 milhões de Euros, i.e. 10,4%, de 124,7 milhões de Euros em 2004 para 137,7 milhões de Euros em 2005. Esta variação ficou a dever-se principalmente ao aumento de 5,9% da margem unitária de 0,305 Euros/m3 em 2004 para 0,323 Euros/m3 em 2005. As margens unitárias mais elevadas devem-se ao aumento de 10,6% nas tarifas médias de distribuição de gás natural em 2005. Adicionalmente, o aumento da margem bruta resultou do crescimento de 4,7% do volume de vendas de gás natural, de 382,3 milhões de m3 em 2004 para 400,1 milhões m3 em 2005. Este aumento do volume é em larga medida atribuível a um aumento de 7,2% do número de clientes, de cerca de 575,8 mil em 31 de Dezembro de 2004, para 617 mil em 31 de Dezembro de 2005. Resultados operacionais Os resultados operacionais aumentaram 8,4 milhões, i.e. 16,8%, de 50,1 milhões de Euros em 2004 para 58,5 milhões em 2005, devido ao incremento da margem bruta. Este efeito foi parcialmente absorvido pelo aumento das amortizações relacionadas com as conversões de clientes para gás natural, pelo incremento das provisões sobre as contas a receber de clientes e por um aumento dos custos variáveis relacionados com determinados processos-chave do negócio, tais como inspecções e leituras, facturação e cobranças. Como percentagem das vendas e prestações de serviços os resultados operacionais aumentaram de 25,5% em 2004 para 25,9% em 2005. Power O quadro seguinte apresenta os resultados do segmento de Power para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004: 182 31 de Dezembro Variação 2004 2005 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços .................... Custo das mercadorias vendidas .................... Margem bruta ...................................... Outros proveitos operacionais ....................... Fornecimento e serviços externos .................. Custos com o pessoal ................................... Outros custos operacionais ........................... Amortizações .............................................. Provisões.................................................... Resultados operacionais ...................... 24,8 (15,8) 14,2 (9,6) 74,0% 65,0% 9,0 0,4 (5,1) (0,3) (0,4) (2,9) (0,03) 4,7 1,2 (2,9) (0,2) (0,04) (2,9) 0,07 92,5% (64,7%) 78,0% 40,5% (0,6%) - 0,8 (0,04) - Vendas e prestações de serviços As vendas e prestações de serviços aumentaram 10,6 milhões de Euros, 74,0%, de 14,2 milhões de Euros em 2004 para 24,8 milhões de Euros em 2005. Esta variação ficou a deverse principalmente ao incremento de 57,6% na geração de electricidade, para 238 GWh. Custo das mercadorias vendidas O custo das mercadorias vendidas aumentou 6,2 milhões de Euros, i.e. 65,0%, de 9,6 milhões de Euros em 2004 para 15,8 milhões de Euros em 2005. Esta variação resultou principalmente do incremento de 52% no consumo de gás natural, para 70 milhões de m3 em 2005, e do aumento de 9% em média nos preços do gás natural. Resultados operacionais Os resultados operacionais aumentaram 0,84 milhões, de 0,04 milhões de Euros negativos em 2004 para 0,8 milhões de Euros positivos em 2005. Como percentagem das vendas e prestações de serviços os resultados operacionais foram de 0,3% negativos em 2004 e 3,0% em 2005. 10.7 Comparação entre o exercício findo em 31 de Dezembro de 2004 e o exercício findo em 31 de Dezembro de 2003 As demonstrações financeiras para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2004 e 2003 foram preparadas de acordo com o POC, que difere das IFRS em alguns aspectos importantes. Consequentemente, as demonstrações financeiras para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2004 e 2003 não são susceptíveis de comparação com os resultados relativos a outros períodos, que foram preparados de acordo com as IFRS (vide Anexo II - “Resumo das Diferenças entre o POC e as IFRS” infra). Análise dos Resultados Em 2004, os resultados operacionais aumentaram 104,3 milhões de Euros, i.e. 31,2%, em comparação com 2003, para 438,8 milhões de Euros. Os resultados líquidos aumentaram 85,7 milhões de Euros, i.e. 34,6%, em comparação com 2003, para 333,1 milhões de Euros. Esta performance positiva deveu-se sobretudo ao aumento de margens de refinação em 2004 e ao aumento do volume de gás natural vendido. Os custos operacionais totais aumentaram 17,4% 183 de 2003 para 2004, essencialmente devido a provisões relativas aos poços de exploração de petróleo e aos bónus de assinatura do Bloco 33 em Angola. O quadro seguinte apresenta os resultados consolidados da Galp Energia para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2004 e 2003, preparados de acordo com o POC. Variação 31 de Dezembro 2004 2003 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços ...................... 9.258,5 (7.733,3) 7.413,5 (6.170,2) 24,9% 25,3% 1.525,2 68,2 1.243,4 74,6 22,7% (8,6%) (437,3) (255,1) (69,3) (318,4) (74,5) (391,8) (225,8) (51,3) (298,0) (16,7) 11,6% 13,0% 35,2% 6,9% - (1.154,6) (983,6) 17,4% 438,8 8,0 (72,7) 9,8 334,5 9,6 (71,0) 17,8 31,2% (16,8%) 2,4% (45,4%) 25,5 (0,3) 22,8 (0,1) 11,6% - 409,0 40,6 313,6 55,5 30,4% (26,9%) Interesses minoritários ................................... 449,6 (111,9) (4,6) 369,1 (118,7) (3,0) 21,8% (5,7%) 54,4% Resultado líquido ................................. 333,1 247,4 34,6% Custo das mercadorias vendidas ...................... Margem bruta (1) .................................. Outros proveitos operacionais ......................... Custos operacionais: Fornecimento e serviços externos .................... Custos com o pessoal ..................................... Outros custos operacionais ............................. Amortizações ................................................ Provisões...................................................... Total custos operacionais ..................... Resultados operacionais ....................... Diferenças de câmbio favoráveis (desfavoráveis) Custos financeiros – juros e similares ............... Proveitos financeiros – juros e similares ........... Ganhos (perdas) em empresas do grupo e associadas .................................................... Outros proveitos (custos) ............................... Resultados correntes............................ Resultados extraordinários .............................. Resultados antes de imposto e interesses minoritários......................... Imposto sobre o rendimento ........................... (1) Estes valores diferem dos apresentados nos Relatórios e Contas 2003 e 2004 (POC), dado que incluem prestações de serviços. Resultados da Galp Energia de acordo com o POC Vendas e prestações de serviços As vendas e prestações de serviços aumentaram 1.845 milhões de Euros, i.e. 24,9%, de 7.413,5 milhões de Euros em 2003 para 9.258,5 milhões de Euros em 2004. Esta variação ficou a dever-se essencialmente ao aumento de 1.711,7 milhões de Euros das vendas do segmento de negócio de Refinação e Distribuição, sobretudo devido ao incremento dos preços dos produtos refinados. O aumento deveu-se também, em menor escala, ao crescimento do volume de vendas de gás natural. As vendas e prestações de serviços, excluindo ISP, ascenderam, em 2003, a 5.314,9 milhões de Euros, e, em 2004, a 6.945,2 milhões de Euros. Custo das mercadorias vendidas O custo das mercadorias vendidas aumentou 1.563,1 milhões de Euros em linha com as receitas, i.e. 25,3%, de 6.170,2 milhões de Euros em 2003 para 7.733,3 milhões de Euros em 2004. Esta variação ficou a dever-se principalmente ao aumento de 1.528,2 milhões de Euros 184 no custo das mercadorias vendidas do segmento de Refinação e Distribuição devido essencialmente a um incremento de 31,7% dos preços médios de compra de petróleo bruto. Este aumento está em linha com o aumento de 32,7% nos preços de referência médios de crude Brent Dated para esse período. Margem bruta A margem bruta aumentou 281,8 milhões de Euros, i.e. 22,7%, de 1.243,4 milhões de Euros em 2003 para 1.525,2 milhões de Euros em 2004. Esta variação da margem bruta ficou a dever-se sobretudo ao aumento das margens de refinação em 2004 e ao aumento dos preços e volumes de vendas de gás natural em 2004. Outras Receitas Operacionais Outras Receitas Operacionais reduziram 6,4 milhões de Euros, i.e. 8,6%, de 74,6 milhões Euros em 2003 para 68,2 milhões de Euros em 2004, decorrentes principalmente diminuição das taxas recebidas de revendedores relativamente à operação dos postos Empresa, dos subsídios de exploração e da redução das mais-valias obtidas em alienações activos face a 2003. de da da de Custos operacionais Os custos operacionais aumentaram 171,0 milhões de Euros, i.e. 17,4%, de 983,6 milhões de Euros em 2003 para 1.154,6 milhões de Euros em 2004. Esta variação ficou a dever-se sobretudo ao aumento de 57,8 milhões de Euros nas provisões, essencialmente associadas à provisão para imparidade no Bloco 33 em Angola, e ao incremento nos custos com Fornecimentos e Serviços Externos e Custos com Pessoal associados à expansão da actividade de comercialização em Espanha realizada por crescimento orgânico e por aquisições, como foi o caso da BP Enértica. Resultados operacionais Os resultados operacionais aumentaram 104,3 milhões de Euros, i.e. 31,2%, de 334,5 milhões de Euros em 2003 para 438,8 milhões de Euros em 2004. Como percentagem das vendas e prestações de serviços, excluindo ISP, foram de 6,3% tanto em 2004 como em 2003. Custos financeiros – juros e similares Os custos financeiros aumentaram 1,7 milhões de Euros, de 71,0 milhões de Euros em 2003 para 72,7 milhões de Euros em 2004. Este aumento ficou a dever-se principalmente a um crescimento de outros custos financeiros, incluindo comissões bancárias para prestação de garantias, operações estruturadas e outros serviços bancários. Este incremento foi parcialmente compensado por uma diminuição dos juros pagos em virtude da redução da dívida bruta de 2.119,8 milhões de Euros em 2003 para 1.730,7 milhões de Euros em 2004. Proveitos financeiros – juros e similares Os proveitos financeiros diminuíram 8,0 milhões de Euros, de 17,8 milhões de Euros em 2003 para 9,8 milhões de Euros em 2004. Esta redução foi principalmente devida a 3,2 milhões de Euros de juros relativos a rendas devidas pela utilização da infra-estrutura da Galp Energia, reconhecidos em 2003 e que deixaram de ser reconhecidos em 2004, e ao reconhecimento de 185 3,0 milhões de Euros de juros sobre a opção de venda das acções da ONI, SGPS, S.A. (“ONI”), alienadas à EDP, também em 2003. Diferenças de câmbio favoráveis (desfavoráveis) As diferenças de câmbio líquidas diminuíram 1,6 milhões de Euros, passando de 9,6 milhões de Euros em 2003 para 8,0 milhões de Euros em 2004. Esta diminuição ficou a dever-se principalmente à desvalorização de 7,8% do US$ face ao Euro em 2004, comparada com uma desvalorização de 20,4% em 2003. Ganhos (perdas) em empresas do grupo e associadas Esta rubrica aumentou 2,7 milhões de Euros, passando de 22,8 milhões de Euros em 2003 para 25,5 milhões em 2004. Resultados extraordinários Os resultados extraordinários sofreram uma redução de 14,9 milhões de Euros, de 55,5 milhões de Euros em 2003 para 40,6 milhões de Euros em 2004. Esta redução está em parte relacionada com a mais-valia, reconhecida em 2003, obtida na operação de swaps de postos com a Cepsa e a Total. Imposto sobre o rendimento O imposto sobre o rendimento decresceu 6,8 milhões de Euros, de 118,7 milhões de Euros em 2003 para 111,9 milhões de Euros em 2004, principalmente devido ao reconhecimento de impostos diferidos. A taxa de imposto efectiva baixou de 32,2% em 2003 para 24,9% em 2004, devido ao efeito do diferimento de impostos. Resultado líquido O resultado líquido aumentou 85,7 milhões de Euros, i.e. 34,6%, de 247,4 milhões de Euros em 2003 para 333,1 milhões de Euros em 2004. Como percentagem das vendas e prestações de serviços, excluindo ISP, o resultado líquido aumentou de 4,7% em 2003 para 4,8% em 2004. Resultados Operacionais por Segmento de Negócio Resumo Os quadros seguintes apresentam, por segmento de negócio, a margem bruta e os resultados operacionais para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2004 e 2003: 186 31 de Dezembro Variação 2003 2004 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Margem bruta(1): Exploração e Produção .................................. Refinação e Distribuição ................................ Aprovisionamento e Venda de Gás Natural Distribuição de Gás Natural ............................ Power ......................................................... Outros (2) Total .................................................... 42,4 1.167,3 188,2 124,7 4,7 (2,0) 38,0 983,9 122,2 104,7 (0,1) (5,3) 11,4% 18,6% 54,0% 19,1% 61,6% 1.525,2 1.243,4 22,7% _______________________ (1) Estes valores diferem dos apresentados nos Relatórios e Contas 2003 e 2004 (POC), dado que incluem prestações de serviços. (2) Consiste em corporate overhead (custos de estrutura) e eliminação inter-segmentos. 31 de Dezembro Variação 2003 2004 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Resultados operacionais: Exploração e Produção .................................. Refinação e Distribuição ................................ Aprovisionamento e Venda de Gás Natural . ..... Distribuição de Gás Natural............................ Power ......................................................... Outros (1) Total.............................................. (19,3) 338,9 93,9 38,9 (0,2) (13,4) 7,6 262,6 63,1 24,3 (1,6) (21,3) 29,1% 49,0% 60,1% 89,8% 37,3% 438,8 334,5 31,2% _______________________ (1) Consiste em corporate overhead (custos de estrutura) e eliminação inter-segmentos. Exploração e Produção O quadro seguinte apresenta os resultados do segmento de Exploração e Produção para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2004 e 2003: 31 de Dezembro Variação 2003 2004 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços ..................... Custo das mercadorias vendidas ..................... Margem bruta(1) .................................. Outros proveitos operacionais ......................... Fornecimento e serviços externos.................... Custos com o pessoal .................................... Outros custos operacionais ............................. Amortizações ............................................... Provisões ..................................................... Resultados operacionais ..................... 42,6 (0,2) 38,4 (0,4) 10,9% (40,7%) 42,4 0,03 (11,0) (0,2) (5,7) (12,5) (32,3) 38,0 0,03 (11,0) (0,3) (6,8) (11,8) (0,5) 11,4% (0,2%) (34,6%) (16,5%) 6,2% - (19,3) 7,6 - _______________________ (1) Estes valores diferem dos apresentados nos Relatórios e Contas 2003 e 2004 (POC), dado que a margem bruta inclui prestações de serviços. 187 Margem bruta A margem bruta aumentou 4,4 milhões de Euros, i.e. 11,4%, de 38,0 milhões de Euros em 2003 para 42,4 milhões de Euros em 2004. Esta variação ficou a dever-se principalmente ao aumento de 19% do preço médio de venda por barril de US$24,0 em 2003 para US$31,1 em 2004, parcialmente absorvido por uma quebra de 8% no volume de vendas para 1,7 milhões de barris em 2004. O aumento no preço médio de venda por barril em 2004 esteve em linha com o aumento médio de 32,7% por barril do preço de referência do crude Brent Dated para o mesmo período. A quebra registada nas vendas esteve relacionada com dificuldades técnicas verificadas no campo do Kuito, em Angola, relacionadas com o FPSO, e que conduziram a uma redução de 8,1% da quantidade do petróleo bruto produzido. Resultados operacionais Os resultados operacionais registaram uma redução de 26,9 milhões Euros, de 7,6 milhões Euros em 2003 para 19,3 milhões Euros negativos em 2004. Esta diminuição dos resultados operacionais ficou a dever-se principalmente a uma provisão de 31,9 milhões de Euros constituída para fazer face à eventualidade do bloco não ter viabilidade económica e cobrir o investimento relativo à participação da Galp Energia no Bloco 33 em Angola, o qual o operador acredita não ter as condições para desenvolvimento comercial. Refinação e Distribuição O quadro seguinte apresenta os resultados do segmento de Refinação e Distribuição para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2004 e 2003: 31 de Dezembro 2004 Variação 2003 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços...................... Custo das mercadorias vendidas ...................... Margem bruta(1) .................................... Outros proveitos operacionais ......................... Fornecimento e serviços externos .................... Custos com o pessoal..................................... Outros custos operacionais ............................. Amortizações ................................................ Provisões ..................................................... Resultados operacionais ...................... 8.380,6 (7.213,3) 6.668,9 (5.685,1) 25,7 % 26,9% 1.167,3 77,7 (387,5) (203,9) (59,6) (220,2) (34,8) 983,9 73,3 (346,2) (176,7) (39,6) (218,8) (13,3) 18,6% 6,0% 11,9% 15,4% 50,7% 0,6% 16,7%- 338,9 262,6 29,1% _______________________ (1) Estes valores diferem dos apresentados nos Relatórios e Contas 2003 e 2004 (POC), dado que a margem bruta inclui prestações de serviços. Margem bruta A margem bruta aumentou 183,4 milhões de Euros, i.e. 18,6%, de 983,9 milhões de Euros em 2003 para 1.167,3 milhões de Euros em 2004, principalmente em resultado de: • um aumento de 62,1% nas margens de refinação de $3,7 bbl em 2003 para $6,0 bbl em 2004, devido essencialmente ao aumento da procura de produtos refinados nos EUA e na China e às limitações da oferta mundial. Estas limitações ficaram a dever-se tanto às novas disposições relativas ao baixo 188 • • conteúdo de enxofre para o gasóleo e gasolina na Europa como à temporária, mas acentuada, descida da capacidade de refinação nos EUA devido ao furacão Ivan; um aumento de 4,9% no volume de produtos petrolíferos vendidos, de 14,2 milhões de toneladas em 2003 para 14,9 milhões de toneladas em 2004. Este aumento ficou a dever-se sobretudo ao aumento de 9,7% nas exportações para os EUA, para 0,8 milhões de toneladas em 2004 e ao aumento de 38,2% nas vendas grossistas em Espanha, resultantes da aquisição da BP Enértica em Setembro de 2004; e um aumento de 4,1% no volume de combustível vendido nos postos da Galp Energia, para 3,3 mil milhões de litros, resultado de um aumento no volume de vendas médio por estação de serviço propriedade da Empresa de 2,9 milhões de litros em 2003 para 3,0 milhões de litros em 2004. Resultados operacionais Os resultados operacionais aumentaram 76,3 milhões de Euros, i.e. 29,1%, de 262,6 milhões de Euros em 2003 para 338,9 milhões de Euros em 2004. Esta variação foi essencialmente devida a um aumento da margem bruta, parcialmente compensada por um aumento quer dos Custos com o Pessoal quer dos Fornecimentos e Serviços Externos devido à aquisição da BP Enertica e ao crescimento resultante das aquisições e expansão da rede de postos. A conversão de alguns postos em Espanha de estações operadas por revendedores para estações operadas pela Empresa, também contribuiu para o crescimento dos Custos com o Pessoal e dos Fornecimentos e Serviços Externos. Os investimentos realizados na refinaria de Sines relativos à Paragem Programada, que tiveram um custo de 17,1 milhões de Euros em 2004, contribuíram também para o aumento dos Fornecimentos e Serviços Externos em 2004. Como percentagem das vendas e prestações de serviços, excluindo ISP, os resultados operacionais foram de 4,9% tanto em 2004 e em 2003. Aprovisionamento e Venda de Gás Natural O quadro seguinte apresenta os resultados do segmento de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2004 e 2003: 31 de Dezembro 2004 Variação 2003 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços ................. Custo das mercadorias vendidas ................. Margem bruta(1) ............................... Outros proveitos operacionais ..................... Fornecimento e serviços externos................ Custos com o pessoal ................................ Outros custos operacionais ......................... Amortizações............................................ Provisões ................................................. Resultados operacionais ................. 705,1 (516,9) 600,0 (477,8) 17,5% 8,2% 188,2 4,1 (27,1) (15,1) (3,2) (46,6) (6,3) 122,2 9,2 (19,8) (14,1) (1,0) (32,8) (0,7) 54,0% (55,2%) 36,9% 6,8% 42,1% - 93,9 63,1 49,0% _______________________ (1) Estes valores diferem dos apresentados nos Relatórios e Contas 2003 e 2004 (POC), dado que a margem bruta inclui prestações de serviços. 189 Margem bruta A margem bruta aumentou 66,0 milhões de Euros, i.e. 54%, de 122,2 milhões de Euros em 2003 para 188,2 milhões de Euros em 2004. Esta variação ficou a dever-se essencialmente ao aumento de 31,7% da margem unitária de gás natural média de 0,031 Euros/m3 em 2003 para 0,040 Euros/m3 em 2004. Adicionalmente, o volume de gás natural vendido aumentou 16,6% de 3,4 bcm em 2003 para 4,0 bcm em 2004. Este crescimento deveu-se, principalmente, ao aumento de 53,6% para 1,7 bcm, da procura para geração de electricidade, impulsionada pelos níveis de precipitação invulgarmente baixos em 2004. Resultados operacionais Os resultados operacionais aumentaram 30,8 milhões de Euros, i.e. 49,0%, de 63,1 milhões de Euros em 2003 para 93,9 milhões de Euros em 2004. Em 2004 entrou em funcionamento o terminal de GNL, o que resultou num aumento generalizado da base de custos, como os Fornecimentos e Serviços Externos e as Amortizações. Este aumento, contudo, não provocou uma diminuição da eficiência operacional uma vez que os resultados operacionais, como percentagem das vendas e prestações de serviços, aumentaram de 10,5% em 2003 para 13,3% em 2004. Distribuição de Gás Natural O quadro seguinte apresenta os resultados do segmento de negócio de Distribuição de Gás Natural para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2004 e 2003: 31 de Dezembro 2004 Variação 2003 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços ..................... 196,5 Custo das mercadorias vendidas ..................... Margem bruta(1) ................................ Outros proveitos operacionais ......................... Fornecimento e serviços externos.................... Custos com o pessoal .................................... Outros custos operacionais ............................. Amortizações ............................................... (71,8) 174,1 (69,4) 12,9% 3,5% 124,7 8,6 (34,8) (23,7) (1,3) (33,7) (1,0) 104,7 9,4 (31,8) (22,4) (1,1) (31,9) (2,7) 19,1% (8,4%) 9,5% 5,8% 11,3% 5,8% (62,5%) 38,9 24,3 60,1% Provisões ..................................................... Resultados operacionais ................... _______________________ (1) Estes valores diferem dos apresentados nos Relatórios e Contas 2003 e 2004 (POC), dado que a margem bruta inclui prestações de serviços. Margem bruta A margem bruta aumentou 20 milhões de Euros, i.e. 19,1%, de 104,7 milhões de Euros em 2003 para 124,7 milhões de Euros em 2004. Esta variação ficou a dever-se principalmente a um aumento de 8,2% da margem unitária de 0,282 Euros/m3 em 2003 para 0,305 Euros/m3 em 2004. As margens unitárias mais elevadas resultaram em parte de um aumento de 2,4% das tarifas médias da distribuição do gás natural em 2004. O aumento na margem bruta foi igualmente devido a um aumento de 9,9% no volume de vendas de gás natural, de 348 milhões de m3 em 2003 para 382,3 milhões de m3 em 2004. Este aumento no volume é em 190 larga medida justificado por um crescimento de 7,8% do número dos clientes, de cerca de 533,9 mil em 31 de Dezembro de 2003 para cerca de 575,8 mil em 31 de Dezembro de 2004. Resultados operacionais Os resultados operacionais aumentaram 14,6 milhões de Euros, i.e. 60.1%, de 24,3 milhões em 2003 para 38,9 milhões em 2004. Este aumento dos resultados operacionais foi sobretudo devido a uma redução de 2,8% dos custos unitários (Fornecimentos e Serviços Externos e Custos com Pessoal por m3 de gás natural vendido) em resultado de iniciativas de redução de custos, tais como a optimização de processos de medição e gestão de reclamações de clientes. Como percentagem das vendas e prestações de serviços os resultados operacionais foram de 13,9% em 2003 e de 19,8% em 2004. Power O quadro seguinte apresenta os resultados do segmento de negócio do Power para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2004 e 2003: 31 de Dezembro 2004 Variação 2003 % (em milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Vendas e prestações de serviços ...................... Custo das mercadorias vendidas ...................... Margem bruta(1) ............................... Outros proveitos operacionais .......................... Fornecimento e serviços externos..................... Custos com o pessoal ..................................... Outros custos operacionais .............................. Amortizações ................................................ Provisões ...................................................... Resultados operacionais ................. 14,2 (9,5) 0,7 (0,8) - 4,7 1,8 (3,4) (0,2) (0,04) (3,0) (0) (0,1) 2,7 (3,4) (0,5) (0,2) (0,1) (0) (33,9%) 0,6% (60,6%) (72,5%) - (0,2) (1,6) 87,5% _______________________ (1) Estes valores diferem dos apresentados nos Relatórios e Contas 2003 e 2004 (POC), dado que a margem bruta inclui prestações de serviços. Vendas e prestações de serviços As vendas aumentaram 13,5 milhões de Euros, de 0,7 milhões de Euros em 2003 para 14,2 milhões de Euros em 2004. Este aumento ficou a dever-se à entrada em funcionamento de duas centrais de cogeração em 2004. Custo das mercadorias vendidas O custo das mercadorias vendidas aumentou 8,7 milhões de Euros, de 0,8 milhões de Euros em 2003 para 9,5 milhões de Euros em 2004. Este aumento ficou a dever-se ao início da laboração de duas centrais de cogeração em 2004, que produziram 151 GWh de electricidade nesse ano. Resultados operacionais Os resultados operacionais aumentaram 1,4 milhões de Euros, de 1,6 milhões de Euros negativos em 2003 para 0,2 milhões de Euros negativos em 2004. 191 10.8 Sazonalidade A procura de produtos de petróleo refinado e gás natural na Península Ibérica está sujeita a reduzidos efeitos sazonais devido às temperaturas amenas que se verificam ao longo do ano. Embora estes padrões sazonais afectem as receitas da Galp Energia nos segmentos de negócio quando individualmente considerados, o efeito nos resultados operacionais consolidados é mínimo. 10.9 Acções próprias À data deste Prospecto, a Galp Energia não detém quaisquer acções próprias. 10.10 Questões de natureza ambiental e laboral Para uma descrição pormenorizada das questões de natureza ambiental, nomeadamente as que afectam os imóveis da Galp Energia e as relacionadas com a legislação ambiental que regula a sua actividade, vide “Imóveis, instalações e equipamento” supra e “Legislação que regula a actividade do emitente – Regulação Ambiental” supra. Durante o ano 2005 a Galp Energia realizou investimentos nesta área no valor de 12,5 milhões de Euros tendo registado 7,6 milhões de Euros a título de provisões a 31 de Dezembro de 2005. As despesas relacionadas com o cumprimento da legislação estão incluídas nos custos associados ao exercício da actividade da Galp Energia. Contudo, para além dos custos associados ao ambiente, qualidade e segurança, a Galp Energia poderá ainda incorrer em custos que visem acções correctivas nas várias operações em que esteja envolvida, nomeadamente após o termo de uma concessão, a Galp Energia terá de se certificar que o encerramento dos poços, bem como da sua infra-estrutura, cumpre com os requisitos de natureza técnica e ambiental. Para uma descrição pormenorizada das matérias laborais vide “Pessoal” infra. 10.11 Principais investimentos futuros Para uma descrição dos principais investimentos futuros vide “Informações sobre o emitente – Investimentos” infra. 10.12 Principais Políticas Contabilísticas de acordo com as IFRS Imobilizado Corpóreo e Incorpóreo Imobilizado Corpóreo O imobilizado corpóreo adquirido é contabilizado ao custo de aquisição, deduzido das depreciações acumuladas, quaisquer perdas de imparidade acumuladas e subsídios governamentais. O custo de aquisição inclui o preço facturado, transporte e custos de montagem, bem como os juros resultantes de empréstimos bancários incorridos durante o período de construção. O imobilizado em curso é contabilizado ao custo de aquisição deduzidos os subsídios governamentais e eventuais perdas de imparidade. A depreciação do imobilizado corpóreo é calculada numa base anual constante desde o ano em que os activos começam a ser utilizados até ao fim do período de vida útil dos activos tendo em conta, quando aplicável, os limites impostos pelo período de concessão. Todas as infra-estruturas de gás natural são amortizadas por um período de 45 anos, que representa o número de anos de vida útil dos gasodutos. Os custos com reparação e manutenção são registados como custos no ano a que respeitam. As reparações que envolvam a substituição de partes do equipamento ou outro imobilizado são registadas como activo imobilizado corpóreo e depreciadas durante o período de vida útil remanescente do 192 imobilizado correspondente após o abate da componente substituída (vide Anexo II - “Diferenças entre o POC e as IFRS” infra). Imobilizado Incorpóreo O imobilizado incorpóreo é registado ao custo de aquisição deduzido das amortizações acumuladas, de quaisquer perdas de imparidade acumuladas e de subsídios governamentais. Um activo incorpóreo é reconhecido caso seja provável que tenha um benefício económico futuro para a Empresa e se o custo do activo puder ser quantificado. Os custos relacionados com o direito de passagem do gás natural e com a reconversão do consumo para gás natural, relacionado com a renovação, mudança e adaptação de instalações e equipamentos de queima, são registados como activos incorpóreos. Estes custos são amortizados durante o período que vai desde o início da exploração até ao final do período de concessão das distribuidoras de gás natural. A Empresa efectuou a capitalização dos custos com a renovação, mudança e adaptação das instalações e equipamentos de queima para gás natural porque terá um benefício económico futuro através da manutenção das vendas aos clientes e da inclusão destes custos no cálculo das tarifas aprovadas pela ERSE, uma vez que estes custos se encontram definidos como activos afectos à concessão pelo Decreto-Lei n.º 140/2006. Estes custos são amortizados durante o período que vai desde o início da exploração até ao final do período de concessão das distribuidoras de gás natural. Existências Vide “Factores que Afectam a Comparabilidade dos Resultados Históricos e Futuros de Exploração e Condições Financeiras - Transição para as Normas Internacionais de Contabilidade - Valorização das Existências” supra para uma explicação da política de valorização de existências. Estimativas e Julgamentos A preparação das demonstrações financeiras, de acordo com os princípios contabilísticos geralmente aceites em Portugal e de acordo com as IFRS, requer a elaboração de estimativas relativamente ao tratamento contabilístico do valor dos activos e passivos, divulgação de activos e passivos contingentes no final de cada ano e resultados e custos reconhecidos em cada ano. Os resultados actuais podem ser diferentes dependendo das estimativas realizadas. Certas estimativas são consideradas críticas se a sua natureza é considerada significativa em função do grau de subjectividade e de julgamento necessários para registar situações em relação às quais existe grande incerteza ou são susceptíveis de mudança ou se o impacto das estimativas na situação financeira ou na performance operacional é significativa. Os princípios contabilísticos e as áreas que requerem o maior número de julgamentos e estimativas na preparação das demonstrações financeiras são (i) reservas de crude provadas relativas à actividade de exploração de petróleo, (ii) testes de imparidade do goodwill (iii) provisões para contingências, (iv) responsabilidades ambientais e (v) responsabilidades com benefícios de reforma. Reservas de Crude A estimativa das reservas de crude é parte integrante do processo decisório relativo à exploração de activos de petróleo e de desenvolvimento e implementação de técnicas secundárias de recuperação. O volume de reservas de crude provadas e desenvolvidas é utilizado para calcular a amortização dos activos de exploração e produção bem como avaliar a imparidade dos investimentos em activos relacionados com aquela actividade. As estimativas das reservas de crude provadas também são utilizadas para reconhecer custos anuais de 193 abandono. As estimativas das reservas de crude são preparadas considerando as regras estabelecidas para a indústria de petróleo e gás, com base na informação técnica fornecida pelo operador do consórcio em que a Galp Energia participa. As estimativas das reservas provadas estão sujeitas a revisão posterior, com base em nova informação disponível, como é o caso da relativa ao desenvolvimento das actividades de perfuração ou de produção, taxas de câmbio, preços, termo dos contratos e planos de desenvolvimento. As reservas provadas são tendencialmente recuperáveis e baseadas em estimativas sujeitas a ajustamentos. As mudanças nas estimativas das reservas provadas e desenvolvidas têm impacto nas amortizações, uma vez que os activos são amortizados com base na produção futura esperada. Goodwill São realizados testes de imparidade do goodwill numa base anual. As quantias recuperáveis das unidades geradoras de caixa, como os postos, são determinadas com base no seu justo valor. No cálculo do justo valor, estimam-se os cash flows futuros a partir das unidades geradoras de caixa e utiliza-se a taxa média ponderada de custo do capital apropriada ao segmento de negócio para calcular o valor actual dos fluxos. Provisões para contingências O custo final de processos judiciais, acordos e outros litígios pode variar devido a estimativas baseadas em diferentes interpretações das disposições legais, opiniões e avaliação final das perdas. Consequentemente, qualquer alteração das circunstâncias relacionadas com este tipo de contingências poderá ter um efeito significativo no montante das provisões para contingências registado. Responsabilidade Ambiental São elaborados juízos e estimativas de forma a calcular as provisões para questões ambientais, sobretudo as relacionadas com as exigências de descontaminação do solo de que se tem conhecimento, baseados na informação disponível ligada a custos de intervenção e planos de acção. Tais custos podem variar devido a alterações na legislação e regulamentos, mudanças nas condições de uma localização específica, bem como nas tecnologias de descontaminação. Consequentemente, qualquer alteração nas circunstâncias relacionada com tais disposições, bem como ao nível legislativo e regulamentar pode afectar de forma significativa as provisões contabilizadas para tais eventos. Responsabilidades com benefícios de reforma As estimativas das responsabilidades com benefícios de reforma dependem de um conjunto de pressupostos, nomeadamente taxa de rendimento esperada dos activos dos fundos de pensão, taxa técnica de juro, taxa de aumento dos salários e das pensões, taxa de mortalidade e de invalidez, cujas variações podem ter um impacto significativo nas demonstrações financeiras (vide “Situações Fora de Balanço de acordo com as IFRS - Planos de benefícios pós emprego” infra). 10.13 Situações Fora de Balanço de acordo com as IFRS Planos de Benefícios pós emprego Os planos de benefícios pós-emprego oferecidos por algumas empresas do Grupo Galp Energia englobam (i) pensões complementares de reforma, invalidez e sobrevivência (pensões atribuídas à família em caso de morte do trabalhador), (ii) pensões de reforma antecipada e 194 pré-reforma e (iii) seguro de saúde e vida. A Empresa contribui para os fundos de pensões para o pagamento das pensões complementares de reforma, de invalidez e sobrevivência, enquanto para os outros benefícios são constituídas provisões. A contabilização destes benefícios pós-emprego é realizada de acordo com a IAS 19, que permite que as empresas difiram o reconhecimento de ganhos ou perdas actuariais acumuladas. Estas perdas e ganhos actuariais não são reconhecidos se estiverem abrangidos por um “corredor” calculado como 10% do maior de: (i) valor de mercado dos activos e (ii) valor actual das responsabilidades. O excesso de ganhos e perdas que não estão compreendidos dentro destes limites deve ser reconhecido durante o tempo de serviço futuro médio esperado dos trabalhadores participantes. Em 2005, a Galp Energia tinha as seguintes situações fora de balanço relevantes relativas a benefícios pós-emprego: Activos de Fundos de Pensões: 327,6 milhões Euros relacionados com responsabilidades financiadas pelo Fundo de Pensões da Petrogal; 6,9 milhões de Euros relacionados com responsabilidades financiadas pelo Fundo de Pensões da Sacor Marítima; e 21,4 milhões de Euros relacionados com responsabilidades financiadas pelo Fundo de Pensões da GDP. Ganhos e Perdas Actuariais: 35,8 milhões de Euros relacionados com responsabilidade com plano de pensões e 66,8 milhões de Euros relacionados com seguros de saúde e vida, os quais não estão reflectidos no balanço, porque ou se encontram dentro dos 10% do limite do corredor ou correspondem aos montantes que não estão compreendidos dentro dos limites do corredor, não reconhecidos ainda na demonstração de resultados, mas que serão reconhecidos durante o tempo de serviço médio dos trabalhadores participantes. Garantias Em 30 de Junho de 2006, a Galp Energia possuía as seguintes situações relevantes fora balanço relacionadas com as garantias bancárias concedidas em favor de terceiros: • 20,0 milhões de Euros a favor do tribunal de Lisboa (2ª Vara da 1ª Secção) por processos judiciais relacionados com um pagamento exigido por um terceiro relativo à Driftal, S.A. (vide “Acções Judiciais e Arbitrais” infra); • 13,6 milhões de Euros a favor do Estado no que diz respeito às obrigações e aos deveres resultantes do contrato de concessão para operar a rede de distribuição do gás natural; • 11,1 milhões de Euros a favor do Estado no que diz respeito às obrigações e aos deveres resultantes dos contratos de concessão para a importação, transporte e exportação de gás natural; 7,8 milhões de Euros a favor do tribunal administrativo e fiscal de Lisboa em relação a um pagamento exigido pelo município de Lisboa para os processos judiciais relacionados com os impostos do subsolo; • • 6,5 milhões de Euros a favor de diversos municípios em relação ao pagamento de taxas municipais para o uso do subsolo municipal para a rede de gás natural; e 195 • US$162,0 milhões a favor da EMPL, que detém o Europe - Maghreb pipeline, relacionados com 27,4% (que corresponde à percentagem da participação da Transgás na EMPL) dos empréstimos concedidos à EMPL. 10.14 Gestão de Risco A Galp Energia encontra-se exposta a vários tipos de risco de mercado inerentes à indústria do petróleo e do gás natural, nomeadamente o preço das commodities, a margem de refinação, taxas de câmbio, taxas de juro e o risco da contraparte. A Galp Energia definiu políticas e procedimentos para medir, controlar e gerir a exposição ao risco. O objectivo do programa de gestão de risco é auxiliar os segmentos de negócio a atingir os seus objectivos monitorizando o impacto nos seus resultados. O programa de gestão de risco procura optimizar as coberturas naturais existentes em cada um dos segmentos de negócio e entre os diferentes segmentos de negócio. Assim, a Galp Energia identifica o risco residual de mercado que poderá vir a afectar os cash flows previstos e o seu balanço, analisando-os numa base integrada atendendo à correlação entre as diferentes variáveis exógenas que não controla e que têm impacto nos seus resultados operacionais. A política de gestão de risco da Galp Energia é estabelecida pelo Conselho de Administração. Esta política estabelece objectivos e procedimentos bem como a alocação de responsabilidades pela gestão de risco na Empresa. O Comité de Gestão de Risco inclui dois membros da Comissão Executiva, dois representantes da Direcção de Finanças Corporativas, um representante do segmento de negócio de Refinação e Distribuição e um representante do segmento de negócio de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural. O Comité de Gestão de Risco estabelece os mecanismos através dos quais a política de gestão de risco é implementada, sendo os mesmos submetidos à Comissão Executiva da Galp Energia para a respectiva aprovação. Os resultados são avaliados mensalmente pelo Comité de Gestão de Risco o qual é responsável pela gestão integrada do Grupo Galp Energia. O Comité de Gestão de Risco pode alterar a política de gestão do risco no âmbito das orientações estabelecidas pelo Conselho de Administração ou, se for apropriado, propor, em cada momento, uma nova estratégia. A implementação da gestão do risco de produtos é executada ao nível de cada segmento de negócio. A exposição à taxa de juro, ao risco cambial e a outros riscos financeiros é gerida ao nível corporativo. Além disso, a Galp Energia tem políticas autónomas no que respeita a tesouraria, seguros, ambiente, saúde e segurança e gestão de risco de tecnologias de informação. Riscos de Mercado Risco de Margem de Refinação A margem de refinação é uma parte determinante dos resultados da actividade de refinação. Consequentemente, as variações das margens internacionais da refinação constituem um risco significativo. Com o objectivo de assegurar uma margem mínima por barril, a Galp Energia cobre de uma forma sustentada a margem de refinação recorrendo ao uso de instrumentos derivados. A margem de refinação que é sujeita a esta política é a margem de refinação dos produtos vendidos aos restantes operadores no mercado Português. A Galp Energia assume o risco das margens de refinação dos produtos que vende através da sua própria rede de distribuição. O montante sujeito a cobertura é calculado anualmente, tendo em consideração o orçamento para vendas e a produção da refinaria. De acordo com a política de gestão aprovada, a Galp Energia pode proteger até 20% do total da margem de refinação, utilizando instrumentos derivados, tais como opções do tipo put option para a venda de margem de refinação nos mercados over-the-counter (“OTC”). A política em vigor não permite fixar a margem de refinação, através da fixação do preço dos produtos refinados ou do crude e outras 196 matérias-primas. Esta política permite que a Empresa seja mais flexível, tirando vantagens do potencial de subida das margens de refinação. A política de gestão de risco implementada permite efectuar coberturas até ao período de um ano, numa base contínua, sendo permitida a cobertura até 100% para o trimestre vigente, 75%, 50% e 25% para os seguintes trimestres, respectivamente. Estas transacções visam as componentes da margem de refinação que estão expostas às variações do preço do mercado internacional. O Comité de Gestão de Risco revê regularmente a actividade de cobertura e a política de gestão de risco. Esta política está em vigor desde 2003. O quadro seguinte apresenta o impacto aproximado que os movimentos na exposição cambial e de preços teriam tido na margem de refinação para 2005, com base nos pressupostos da gestão relativos às condições de mercado e de exploração, excluindo operações de cobertura. Variações Positivas ou Negativas para 2005 Impacto Aproximado (em milhões de Euros) Dez por cento na taxa de câmbio Euro/US$.................................................... +/- 54 US$ 1.00 por barril na margem de refinação………………………………..........................+/- 85(1) Dez pontos na Taxa de Frete de Aframax Worldscale para o crude...................... +/- 5(2) _______________________ (1) Considerando um processamento de 98 milhões de barris por ano e 8% de crude utilizado para consumo próprio (“consumos e quebras”). (2) Considerando a Taxa de Frete de Aframax Worldscale para 2005 de 158. Risco do Preço das Commodities Devido à natureza do seu negócio, a Galp Energia está exposta ao risco da volatilidade dos preços internacionais do crude e do gás natural. É uma prática comum na indústria indexar os contratos de compra e venda de crude e de gás natural aos preços de referência do crude. As constantes alterações dos preços do crude e dos produtos refinados geram incerteza e têm um impacto importante nos resultados operacionais. A totalidade do crude que é tratado nas refinarias da Galp Energia é importada. A Empresa controla e atenua o risco do preço do produto, monitorizando o mercado de commodities e equilibrando as suas obrigações de compra e de fornecimento. Em particular, faz a gestão do período de fixação do preço de modo a alcançar, no final de cada mês, a média do preço do Brent Dated desse mesmo mês, independentemente dos dias efectivos de fixação do preço. A Galp Energia pretende atingir este objectivo através da compra e/ou venda diária de futuros do crude com base na diferença entre o preço actual e a média de Brent Dated de cada mês. Consequentemente, as compras são efectivamente diluídas ao longo do mês com base nos preços de mercado, sem nenhuma alteração do padrão das compras físicas. A Galp Energia efectua estas coberturas de preços através de operações com a Intercontinental Exchange (ICE) em Londres. A produção de crude da Galp Energia está concentrada em Angola. A Galp Energia utiliza o método acima referido para alisar o período de fixação do preço de venda do crude produzido através de mercados OTC. Este esquema resulta num alisamento do preço para um período máximo de um ano. Risco de Existências Numa perspectiva de gestão do risco, a maior parte das existências mantém-se relativamente constante no tempo e consiste no nível mínimo de existências armazenadas que a Galp 197 Energia é obrigada a manter nos termos das leis e regulamentos portugueses, para além do nível mínimo de fornecimentos sem o qual não poderia ser garantido o funcionamento das suas refinarias. Estas existências originam um risco na demonstração dos resultados e no balanço, uma vez que, a Galp Energia aplica, em IFRS, o método “FIFO” (“first in - first out”) para valorizar o custo das mercadorias vendidas. Contudo, devido ao nível relativamente constante destas existências, não existe um risco de cash flows significativo. A política da Galp Energia consiste em não efectuar cobertura do risco das existências, uma vez que este não é um risco de cash flows, mas sim um risco de balanço e que só terá impacto em cash flows quando as existências forem vendidas. Risco de Câmbio O US$ é a moeda utilizada para o preço de referência nos mercados petrolíferos e de gás natural. Uma vez qu a Galp Energia reporta as suas contas em Euros, este factor, entre outros, expõe a sua actividade a um risco de câmbio. Dado que a margem das operações se encontra relacionada principalmente com o US$, a Empresa está exposta a flutuações das taxas de câmbio, que podem originar uma contribuição positiva ou negativa nas receitas e margens. Tratando-se de um risco de denominação associado a outras variáveis, como os preços do petróleo e do gás natural, a Empresa tem uma abordagem cautelosa na cobertura deste risco, uma vez que existem coberturas naturais entre o balanço e os cash flows. O nível de exposição dos cash flows e especialmente do balanço é função dos níveis de preços do petróleo e do gás natural. Para minimizar este impacto, a Galp Energia possui dívida no balanço emitida ou denominada em US$. Face ao exposto, a Galp Energia controla a sua exposição cambial de uma forma integrada em vez de o fazer em cada operação em que está exposta aos riscos cambiais. O objectivo da gestão de risco cambial é limitar a incerteza originada por variações das taxas de câmbio. A cobertura de créditos e débitos com base em especulação de mercado não é permitida. A 30 de Junho de 2006, não se encontravam em vigor quaisquer contratos de cobertura de risco de câmbio. A gestão do risco de câmbio no negócio petrolífero é efectuada como previamente descrito. No segmento de negócio do gás natural, o risco de câmbio é gerido através do ajuste da taxa de câmbio US$/Euro nas facturas pagas aos fornecedores, com o objectivo de atingir a mesma taxa de câmbio US$/Euro que é aplicada nas facturas enviadas aos clientes. Esta estratégia tem sido utilizada de forma regular desde 2000. Os restantes negócios têm uma exposição ao risco cambial muito limitada. Risco de Taxa de Juro A posição total de taxa de juro é gerida de forma centralizada. A exposição à taxa de juro encontra-se relacionada principalmente com dívida bancária que vence juros e derivativos de taxa de juro. O objectivo da gestão do risco de taxas de juro é reduzir a volatilidade dos custos financeiros na demonstração dos resultados. A política de gestão do risco da taxa de juro visa reduzir a exposição às taxas variáveis através da fixação de parte da dívida, utilizando instrumentos derivados simples, tais como swaps e caps. Em 30 de Junho de 2006, 290,3 milhões de Euros da dívida de médio e longo prazo (incluindo os reembolsos classificados no curto prazo) encontra-se fixada a uma taxa média de 3,3%. A dívida é normalmente emitida a taxa variável. A Galp Energia prefere esta opção, uma vez que a actividade se encontra fortemente relacionada com o crescimento económico global. Em períodos de baixo crescimento económico, a Galp Energia encontra-se naturalmente exposta a 198 taxas de juro mais baixas. A Empresa aproveitou os períodos de taxas de juro baixas para aumentar a proporção de dívida coberta. A 30 de Junho de 2006, um aumento da taxa de juro de 0,5% significaria um aumento numa base anual dos juros suportados em 3,9 milhões de Euros, tendo por base a dívida total de médio e longo prazo (incluindo os reembolsos classificados no curto prazo) de 838,9 milhões de Euros emitida a taxa variável (incluindo os CAPs que não estão a ser exercidos). Risco da Contraparte O risco de crédito surge do potencial incumprimento, por uma das partes, da obrigação contratual de pagamento pelo que, o nível de risco depende da credibilidade financeira da contraparte. Além disso, o risco da contraparte surge em conjunto com os investimentos de natureza monetária e com instrumentos de cobertura. O nível de risco é medido com base na perda prevista em caso de incumprimento pela contraparte. Os limites do risco de crédito são fixados ao nível da Galp Energia e implementados nos vários segmentos de negócio. Os limites da posição de risco de crédito são definidos e documentados e os limites de crédito para determinadas contra partes baseiam-se na respectiva notação de rating de crédito, prazo da exposição e montante monetário da exposição ao risco de crédito. 199 11. RECURSOS FINANCEIROS 11.1 Enquadramento As necessidades de liquidez da Galp Energia prendem-se, fundamentalmente, com a compra de petróleo bruto, gás natural e outras matérias-primas, com actividade de investimentos, com o serviço da dívida e com necessidades de capital circulante. As principais fontes de liquidez da Empresa são as disponibilidades em balanço, geração de fundos através da própria actividade, dívida de longo prazo, linhas de crédito bancário de curto prazo, desinvestimento em capital circulante e utilização, no curto prazo, dos impostos sobre o consumo cobrados aos clientes. A actividade da Galp Energia decorre num ambiente no qual a liquidez e os recursos de capital são afectados por alterações do preço do crude, produtos refinados e gás natural, bem como por um conjunto de outros factores de risco, incluindo riscos monetários e os riscos de regulação. As principais componentes do capital circulante são as existências e, em menor medida, contas de clientes e contas de fornecedores. As existências são constituídas por petróleo bruto, matérias primas, produtos refinados e gás natural, mantidas em virtude de exigências de regulação e por motivos operacionais. As contas de clientes consistem fundamentalmente de pagamentos pendentes resultantes de vendas de petróleo bruto, produtos refinados e gás natural. As contas de fornecedores consistem essencialmente de pagamentos pendentes ao abrigo de contratos de fornecimento de crude, gás natural e outras matérias-primas. A Galp Energia acredita que o financiamento disponível resultante das fontes de liquidez acima mencionadas será suficiente para satisfazer as exigências de capital circulante e serviço da dívida para os próximos 12 meses. Esta opinião obteve o parecer da Deloitte & Associados, SROC, S.A., o qual foi emitido sem qualquer reserva. No entanto, não é possível garantir que não ocorram circunstâncias, neste momento desconhecidas ou que não estão sob o controlo da Empresa, que possam conduzir a uma quebra das fontes de liquidez disponíveis. O financiamento da actividade da Galp Energia, quer de curto prazo quer de médio e longo prazo, está centralizado ao nível da Galp Energia, que funciona como veículo preferencial de financiamento das suas subsidiárias, de modo a obter-se uma redução de custos, aumento do poder de negociação, transparência no financiamento das operações e reforço do nome Galp Energia junto dos mercados financeiros. Poderão existir excepções a esta política, como por exemplo financiamentos em project finance que tenham de ser realizados ao nível das subsidiárias operacionais. 11.2 Análise Histórica dos Cash flows O quadro seguinte apresenta os cash flows consolidados para os períodos indicados. As demonstrações de fluxos de caixa consolidados para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2004 e 2003 foram preparadas de acordo com o POC e, para efeitos do presente Documento de Registo de Acções, apresentadas de acordo com a IAS 7. As demonstrações de fluxos de caixa consolidados para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 e para o semestre findo em 30 de Junho de 2006 foram preparadas de acordo com as IFRS. Adicionalmente, as demonstrações de fluxos de caixa consolidados para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2004 e para o semestre findo em 30 de Junho de 2005 foram preparadas de acordo com as IFRS e incluídas para efeitos comparativos com as demonstrações financeiras para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 e para o semestre findo em 30 de Junho de 2006. O POC difere das IFRS em aspectos significativos. As principais diferenças, relevantes para o caso da Galp Energia, são as apresentadas no Anexo II - “Resumo das 200 Diferenças entre o POC e as IFRS” do presente Documento de Registo de Acções. Os valores positivos respeitam a entradas de fundos e os valores negativos respeitam a saídas de fundos. 30 de Junho 31 de Dezembro IFRS 2005 IFRS 2006 IFRS 2005 IFRS 2004 POC 2004 POC 2003 (em milhões de Euros) Actividades operacionais: Recebimentos provenientes de: Recebimentos de Clientes ............... Pagamentos a Fornecedores ........... Pagamentos ao Pessoal ................... Recebimentos / (Pagamentos) de impostos sobre produtos petrolíferos .................................. Pagamentos relativos a: (Pagamentos) / Recebimentos de imposto sobre o rendimento ............ Contribuições para fundos de pensões ........................................ Pagamentos a reformados antecipadamente e pré-reformados... Pagamentos de custos de seguros com reformados ............................. (Outros pagamentos) / recebimentos relativos à actividade operacional ................................... Fluxos das actividades operacionais .................................. Actividades de investimento: Recebimentos provenientes de: Investimentos financeiros ............... Imobilizações corpóreas .................. Imobilizações incorpóreas ............... Subsídios de investimento ............... Juros e proveitos similares .............. Dividendos .................................... Empréstimos concedidos ................. 6.404,5 (4.534,6) (102,9) Empréstimos concedidos ................. Fluxos das actividades de investimento ................................. Actividades de financiamento: Recebimentos provenientes de: Empréstimos obtidos ..................... Aumento de capital, prestações suplementares e prémios de emissão ....................................... 12.761,2 (9.587,2) (207,9) 8.726,9 (5.163,5) (198,2) 8.726,9 (5.163,5) (198,2) 7.065,6 (4.007,1) (209,1) (1.238,5) (1.172,9) (2.383,3) (2.254,6) (2.254,6) (1.288,7) 528,4 351,3 582,8 1.110,6 1.110,6 1.560,6 (56,0) (48,0) (117,9) (112,1) (112,1) (16,1) - - (26,2) (20,6) (20,6) (26,6) (6,0) (6,5) (12,9) (15,1) (15,1) (17,4) (4,9) (4,8) (9,2) (0,6) (0,6) (1,2) (81,5) (74,5) 236,5 (95,7) (82,5) (948,9) (148,4) (133,9) 70,3 (244,1) (230,8) (1.010,2) 380,1 217,5 653,0 866,5 879,8 550,4 85,8 3,8 3,3 71,7 15,9 39,3 7,8 8,4 2,2 1,9 78,5 2,7 37,2 1,9 8,4 2,2 1,9 78,5 2,7 37,2 1,9 17,3 73,7 1,1 122,8 23,4 27,5 1,0 227,6 132,7 132,7 266,8 0,04 7,5 0,1 5,9 9,2 15,1 2,2 40,2 Pagamentos respeitantes a: Investimentos financeiros ............... Imobilizações corpóreas .................. Imobilizações incorpóreas ............... 5.871,3 (4.251,6) (95,5) 80,4 3,2 57,5 8,7 6,4 7,6 163,7 (0,9) (118,9) (19,6) (3,1) (0,5) (125,6) (18,7) (4,2) (3,8) (275,5) (55,6) (2,7) (6,8) (330,8) (57,5) (0,3) (6,8) (348,3) (58,1) (0,3) (36,5) (411,6) (86,5) (4,8) (142,5) (149,0) (337,6) (395,4) (413,5) (539,3) (102,4) 14,7 (110,0) (262,7) (280,8) (272,5) 155,1 134,8 290,4 1.045,4 1.045,4 1.827,3 0,4 0,3 0,3 - - 0,5 201 31 de Dezembro 30 de Junho IFRS 2005 IFRS 2006 IFRS 2005 IFRS 2004 POC 2004 POC 2003 (em milhões de Euros) Juros e proveitos similares .............. Letras descontadas......................... 0,7 3,0 Juros de títulos de participação ........ Fluxos das actividades de financiamento................................ 2,4 18,8 1,2 13,5 1.060,1 1,2 13,5 1.060,1 0,8 12,1 1.840,7 153,6 (311,8) (298,8) (23,3) (9,4) (206,4) (22,6) (12,8) (520,5) (42,8) (26,7) (1.364,7) (31,3) (21,9) (1.364,7) (31,3) (21,9) (1.952,3) (35,6) (30,0) (2,1) (5,3) (213,9) (16,8) (215,9) (18,2) (46,9) (0,006) (13,3) (46,9) (0,006) (13,3) (44,7) (10,8) (0,06) (0,07) (0,3) (0,4) (0,4) (3,3) (5,1) - (4,6) - (9,2) (0,3) (14,0) - (14,0) - (12,5) (0,8) (344,1) (477,1) (834,0) (1.492,5) (1.492,5) (2.090,1) (184,8) (323,5) (522,2) (432,4) (432,4) (249,5) 159,2 Pagamentos respeitantes a: Empréstimos obtidos ..................... Juros de empréstimos obtidos .......... Juros e custos similares .................. Dividendos / distribuição de resultados .................................... Aquisição de acções próprias ........... Reembolso de letras descontadas ..... Amortizações e juros de contratos de locação financeira ...................... Juros de empréstimos obrigacionistas............................... 0,8 17,9 Fluxos das actividades operacionais Comparação entre o semestre findo em 30 de Junho de 2006 e o semestre findo em 30 de Junho de 2005 As actividades operacionais geraram fundos de 380,1 milhões de Euros em 30 de Junho de 2006, comparado com 217,5 milhões de Euros em 30 de Junho de 2005. Este aumento de 74,8% ficou essencialmente a dever-se ao aumento dos recebimentos de clientes líquido dos pagamentos a fornecedores e do ISP, que se encontra em linha com o aumento das vendas e prestações de serviços. Comparação entre os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 31 de Dezembro de 2004 As actividades operacionais geraram fundos de 653,0 milhões de Euros em 2005, comparado com 866,5 milhões de Euros em 2004. Esta redução de 24,6% ficou essencialmente a deverse ao recebimento de 94,1 milhões de Euros da EGREP no âmbito da venda de parte das reservas estratégicas da Galp Energia em 2004, e ao aumento de 128,7 milhões de Euros no pagamento de ISP em 2005, uma vez que nesse ano houve um aumento dos produtos refinados expedidos, e consequentemente sujeitos ao pagamento de ISP, quando comparado com 2004. Comparação entre os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2004 e 31 de Dezembro de 2003 As actividades operacionais geraram fundos de 879,8 milhões de Euros em 2004, comparado com 550,4 milhões de Euros em 2003. Este aumento de 59,8% ficou essencialmente a deverse ao aumento dos recebimentos de clientes, redução dos pagamentos relacionados com as actividades operacionais e ao recebimento de 94,1 milhões de Euros da EGREP, no âmbito da venda de parte das reservas estratégicas, que apenas foram parcialmente absorvidos por um aumento dos pagamentos a fornecedores. Para além disso, os pagamento de ISP diminuíram 202 em 2004 em comparação com 2003, devido à menor quantidade de produtos expedidos e, consequentemente, sujeitos ao pagamento de ISP em 2004. Fluxos das actividades de investimento Comparação entre o semestre findo em 30 de Junho de 2006 e o semestre findo em 30 de Junho de 2005 Os fundos aplicados em actividades de investimento em 30 de Junho de 2006 foram de 102,4 milhões de Euros, comparado com os fundos obtidos em 30 de Junho de 2005 no montante de 14,7 milhões de Euros. Esta variação está relacionada essencialmente com os 86,4 milhões de Euros provenientes da venda da Portgás em Janeiro de 2005 (que correspondem ao valor líquido recebido de 85,0 milhões de Euros) e com a redução de 51,6 milhões de Euros, de 2005 para 2006, dos subsídios de investimento recebidos. Comparação entre os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 31 de Dezembro de 2004 Os fundos aplicados em actividades de investimento em 2005 foram de 110,0 milhões de Euros, comparado com 262,7 milhões de Euros em 2004. Os recebimentos aumentaram 71,5%, de 132,7 milhões de Euros em 2004 para 227,6 milhões de Euros em 2005. Este aumento está relacionado sobretudo com os 85,0 milhões de Euros provenientes da venda da Portgás em Janeiro de 2005. Os pagamentos relacionados com investimento diminuíram 14,6%, de 395,4 milhões de Euros em 2004 para 337,6 milhões de Euros em 2005. Estes investimentos em 2005 e 2004 estão relacionados com a construção da rede de distribuição de gás natural, com o desenvolvimento do Bloco 14 em Angola no segmento de negócio de Exploração e Produção, e com o estabelecimento de instalações de logística e postos no segmento de negócio de Refinação e Distribuição. No entanto, a diminuição de pagamentos em 2005 relacionados com investimento está em parte relacionado com os custos associados com importantes projectos nos segmentos de Refinação e Distribuição e Aprovisionamento e Venda de Gás Natural, uma vez que alguns projectos foram concluídos ou encontravam-se em fase de conclusão em 2004. Comparação entre os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2004 e 31 de Dezembro de 2003 A aplicação de fundos em actividades de investimento em 2004 foi de 280,8 milhões de Euros, comparada com 272,5 milhões de Euros em 2003. Os pagamentos relacionados com as actividades de investimento diminuíram 23,3%, de 539,3 milhões de Euros em 2003 para 413,5 milhões de Euros em 2004. Esta diminuição reflecte principalmente uma redução dos investimentos em 2004. Os investimentos em 2003 corresponderam a custos iniciais mais elevados respeitantes à rede, expansão e conversão para o consumo do gás natural, no segmento de negócio da Distribuição de Gás Natural, e aos custos finais com a conclusão do terminal de GNL e do pipeline de Sines - Setúbal, no segmento de Aprovisionamento e Venda de Gás Natural. Por outro lado, os recebimentos relativos às actividades de investimento em 2004 decresceram 50,3% de 266,8 milhões de Euros em 2003 para 132,7 milhões de Euros em 2004. Esta redução deveu-se essencialmente ao recebimento em 2003 relativos a determinados activos que foram alienados, que incluem a operação de swaps de postos bem como à redução dos subsídios recebidos em 2004 que foram parcialmente compensados pelo aumento dos dividendos das empresas associadas em 2004. 203 Fluxos das actividades de financiamento Comparação entre o semestre findo em 30 de Junho de 2006 e o semestre findo em 30 de Junho de 2005 O fluxo das actividades de financiamento em 30 de Junho de 2006 traduziu-se numa saída de fundos no montante de 184,8 milhões de Euros, comparado com uma saída de fundos no montante de 323,5 milhões de Euros em 30 de Junho de 2005. Esta redução deveu-se essencialmente ao facto de não terem sido pagos dividendos no primeiro semestre de 2006 relativos ao exercício de 2005 (tendo sido pagos durante o mês de Julho), sendo que no primeiro semestre de 2005 foram pagos os dividendos relativos ao exercício de 2004, no montante de 165,9 milhões de Euros e parte dos dividendos relativos ao exercício de 2003, no montante de 48,1 milhões de Euros. Comparação entre os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 31 de Dezembro de 2004 O fluxo das actividades de financiamento em 2005 traduziu-se numa saída de fundos no montante de 522,2 milhões de Euros, comparado com uma saída de fundos no montante de 432,4 milhões de Euros em 2004. Os factores principais da saída de fundos em 2005 estão relacionados com o reembolso de dívida, o pagamento de dividendos e de juros. Os dividendos pagos em 2005 incluíram 48,1 milhões de Euros dos dividendos aprovados em 2004 e 165,9 milhões de Euros de dividendos aprovados em 2005. Comparação entre os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2004 e 31 de Dezembro de 2003 O fluxo das actividades de financiamento em 2004 consubstanciou uma saída de fundos no montante de 432,4 milhões de Euros, comparado com uma saída de fundos no montante de 249,5 milhões de Euros em 2003. Este aumento significativo reflecte um aumento do reembolso da dívida em 2004 devido ao aumento dos fundos gerados pelas actividades operacionais em 2004. 11.3 Resumo dos Compromissos Assumidos O quadro seguinte apresenta os compromissos contratuais assumidos pela Galp Energia. Esta informação é baseada apenas nos compromissos contratuais assumidos à data de 30 de Junho de 2006, e não inclui quaisquer compromissos contratuais adicionais previstos no futuro. Vencimento Total 2006 2007 2008 2009 (em milhões de Euros) 284,7 77,7 Dívida de longo prazo (1) ....... Dívida de longo prazo próforma (2) ............................... Compromissos E&P (4) ............ Compras de crude (5) Compras de gás natural (6) ..... Transporte de gás natural (7) .. 1.141,5 55,9(3) 154,1(3) 656,9 122,1 1.413,8 19.925,6 12.907,2 40,9(3) 62,2 1.413,8 444,1 445,1 110,3(3) 33,4 1.103,9 890,2 244,8 6,5 1.104,8 890,2 Compromissos totais ...... 35.510,2 2.421,1 2.181,6 2.286,2 2010 Após 2010 79,0 490,1 37,5 13,0 1.104,8 890,2 38,5 7,0 1.088,8 890,2 184,9 15.079,1 8.901,5 2.085,7 2.065,0 24.470,7 204 (1) Antes do “Processo de Separação das Actividades Reguladas”. (2) Reflecte o efeito da transmissão das Actividades Reguladas, à data de 30 de Junho de 2006, no âmbito da qual 484,8 milhões de Euros de dívida seriam transferidos para a REN. (3) Inclui a parte da dívida de longo prazo classificada no curto prazo. (4) Reflecte compromissos assumidos para o desenvolvimento das actividades de E&P. (5) Reflecte compromissos assumidos para a compra de petróleo bruto ao abrigo de contratos de take or pay, no total de 6 milhões de toneladas. Estes contratos têm tipicamente a duração de 1 ano e estabelecem uma quantidade mínima de petróleo bruto que deve ser adquirido e mecanismos de ajuste de preço ligados aos preços de referência internacionais do crude. Estes compromissos foram calculados assumindo os preços verificados em 2005. (6) Reflecte compromissos assumidos para a compra de gás natural ao abrigo de contratos de aprovisionamento de take or pay, no total de 93,5 bcm. Estes contratos têm tipicamente a duração de 20 anos e estabelecem uma quantidade mínima de gás natural que deve ser adquirido e mecanismos de ajuste de preço ligados aos preços de referência internacionais do gás natural. Estes compromissos foram calculados assumindo os preços verificados em 2005. (7) Reflecte compromissos assumidos para a compra de capacidade de transporte de gás natural ao abrigo de contratos de ship or pay, com empresas detentoras de gasodutos, no total de 60,6 bcm até 2020. 11.4 Empréstimos Obtidos O quadro seguinte descreve a situação da dívida financeira bruta consolidada à data de 30 de Junho de 2006 e do seu perfil de vencimento. Esta apresentação é baseada apenas no endividamento nessa data e não inclui o endividamento adicional previsto no futuro. Vencimento Total 2006 2007 2008 2009 Após 2010 2010 (em milhões de Euros) Dívida a curto prazo: Obrigações Empréstimos bancários ....... Outros empréstimos ........... Total de dívidas a curto prazo ................... Dívida a longo prazo: Obrigações ....................... Empréstimos bancários ....... Outros empréstimos ........... Total dívida a longo prazo ......................... Dívida total (2) .......... 49,9 215,6 1,3 174,9 0,7 49,9 40,7 0,6 - - - - 266,7 175,5 91,2 - - - - 259,9 732,4 2,2 - 62,2 0,7 210,0 73,4 1,3 10,0 67,6 0,1 10,0 69,0 0,1 29,9 460,2 - 994,5 (1) - 62,9 284,7 77,7 79,0 490,1 1.261,2 175,5 154,1 284,7 77,7 79,0 490,1 _______________________ (1) Este montante difere do valor apresentado no Balanço pois não se considera a dedução relativa a comissões de organização relativas a financiamentos em “project finance” que estão a ser reconhecidos ao longo da vida dos empréstimos, no valor de 0,9 milhões de Euros. (2) Antes do “Processo de Separação das Actividades Reguladas”. Depois da transmissão das Actividades Reguladas, que ocorreu em 26 de Setembro de 2006, 469,6 milhões de Euros de dívida foram transferidos para a REN. Este valor corresponde a 484,8 milhões de euros à data de 30 de Junho. De seguida apresenta-se uma explicação mais detalhada dos empréstimos mais significativos. Empréstimos Bancários Em 30 de Junho de 2006, dos empréstimos bancários de médio e longo prazo obtidos pela Empresa, 60% são empréstimos concedidos pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), garantidos por vários sindicatos bancários. 205 Aproximadamente 98% da dívida de médio e longo prazo é denominada em Euros. A 30 de Junho de 2006 o total da dívida de médio longo prazo denominada em US$ ascendia a US$ 67,2 milhões, dos quais US$ 41,1 milhões estão classificados no curto prazo. A maior parte dos créditos a médio e longo prazo vence juros a uma taxa variável indexada à Euribor (para linhas de crédito denominadas em Euros) ou a Libor (para linhas de crédito denominadas em US$) adicionados de uma margem que varia entre 0,3% e 1,75%. As facilidades de crédito a médio e longo prazo que vencem juros a uma taxa fixa em 30 de Junho de 2006 apresentam um montante total em dívida de 183,0 milhões de Euros (dos quais 34,8 milhões de Euros estão classificados no curto prazo) e vencem juros a uma taxa média de 4,88%. Em termos de linhas de crédito bancário de curto prazo a Galp Energia tem um montante total de cerca de mil milhões de Euros (sendo as linhas committed cerca de 50% do total), com uma taxa de juro variável indexada à Euribor adicionada de uma margem média de 0,4%. Todas as linhas de crédito de Médio e Longo Prazo da Empresa contêm as habituais cláusulas relativas à venda de activos, limitações à oneração dos activos, reorganização societária, negative pledges e outras disposições contratuais. Alguns destes empréstimos incluem igualmente compromissos de manutenção de rácios financeiros e limitações à distribuição de dividendos. Obrigações Obrigações GDP 1997 Em 25 de Junho de 1997, a sociedade agora do grupo Galp Energia, GDP emitiu 49,9 milhões de Euros em obrigações a taxa variável com vencimento em 25 de Junho de 2007. O pagamento dos juros destas obrigações é efectuado semestral e postecipadamente a uma taxa igual à Euribor a seis meses adicionada de 0,075%. A entidade emitente pode resgatar as obrigações, em qualquer data do pagamento dos juros, mediante o pagamento de um prémio de 0,025%. Se o Estado deixar de deter (directa ou indirectamente) 51% das acções do emitente ou o emitente deixar de ter o controlo de determinados empresas de distribuição de gás natural, o emitente tem de informar os obrigacionistas, através de uma publicação específica, que podem requerer, dentro de um prazo de 10 dias, à entidade emitente que proceda ao reembolso antecipado destas obrigações. O Estado deixou de ser accionista maioritário da Galp Energia, em Janeiro de 2006, após a EDP (que é detida indirectamente pelo Estado Português através da Parpública em 20,49% e da Caixa Geral de Depósitos, S.A. em 4,95%) ter vendido a sua participação à Amorim Energia. A empresa procedeu à publicação do anúncio em 22 de Setembro de 2006 e até à data deste Documento de Registo de Acções recebeu pedidos para a recompra destas obrigações, no montante de 14,4 milhões de Euros. Obrigações Lisboagás 1998 Em 12 de Agosto de 1998, a GDL - Sociedade Distribuidora de Gás Natural de Lisboa, S.A., procedeu à emissão de 49,9 milhões de Euros de obrigações a taxa variável. O pagamento do juro destas obrigações é efectuado semestral e postecipadamente a uma taxa igual à Euribor a seis meses adicionada de 0,08%. Estas obrigações vencem em cinco prestações iguais entre 2009 e 2013, inclusive. Estas obrigações podem ser resgatadas pela entidade emitente, em qualquer data do pagamento dos juros, pelo seu valor nominal e os detentores das obrigações poderão requerer que a entidade emitente as recompre, nas datas de pagamento de juros, a partir de 2008. Se o Estado deixar de deter (directa ou indirectamente) 51% das acções da 206 GDP ou a GDP deixar de ter o controlo da entidade emitente, a entidade tem de informar os obrigacionistas, através de uma publicação específica, que podem requerer à entidade emitente, dentro de um prazo de 10 dias, que proceda ao reembolso antecipado destas obrigações. Como acima referido, o Estado deixou de ser accionista maioritário da Galp Energia, em Janeiro de 2006, após a EDP ter vendido a sua participação à Amorim Energia. A empresa procedeu à publicação do anúncio em 22 de Setembro de 2006 e até à data deste Documento de Registo de Acções recebeu pedidos para a recompra destas obrigações, no montante de 26,6 milhões de Euros. Obrigações Galp Investment Fund (2003) Em 2003 a Galp Energia concluiu um programa de titularização de contas a receber no montante de 210 milhões de Euros com o Galp Investment Fund Plc. O programa consiste numa tranche de 199,5 milhões de Euros com uma taxa de juro Euribor adicionada de 0,50%, e numa tranche de 10,5 milhões de Euros com uma taxa de juro Euribor adicionada de 0,95%. O prazo de vencimento previsto para este programa é de cinco anos e o prazo de vencimento legal é de sete anos. 11.5 Dívida Financeira Líquida Consolidada Define-se dívida líquida como o passivo financeiro (incluindo obrigações, financiamentos e outros passivos) deduzido de caixa e equivalentes. A Galp Energia tem vindo a reduzir de forma significativa o nível da dívida líquida desde 2003. Em 31 de Dezembro de 2003 a dívida financeira era de 1.929,6 milhões de Euros (POC), comparada com 1.502,7 milhões de Euros em 31 de Dezembro de 2004 (IFRS), 1.191,5 milhões de Euros em 31 de Dezembro de 2005 (IFRS) e 984,7 milhões de Euros em 30 de Junho de 2006 (IFRS), consequentemente, o rácio de dívida líquida sobre o capital próprio reduziu-se de 115,2% em 2003 para 49,9% em 2005. O quadro seguinte apresenta a dívida líquida consolidada da Empresa, de acordo com as IFRS em 30 de Junho de 2006: Dívida Líquida Dívida Líquida Pró-Forma 30 de Junho 2006 (em milhões de Euros) Caixa e equivalentes Empréstimos bancários Empréstimos Obrigacionistas Outros empréstimos (275,6) 215,6 49,9 (761,4)(2) 181,5(3) 49,9 1,3 1,3 (8,8) (528,8) Outros empréstimos 731,5 259,9 2,2 280,7(4) 259,9 2,2 Dívida de Médio e Longo Prazo 993,5 542,8 Dívida Líquida 984,7 14,0 Dívida Líquida de Curto Prazo Empréstimos bancários (1) Empréstimos Obrigacionistas _______________________ (1) Os empréstimos bancários de médio e longo prazo são líquidos de comissões de organização relativas a financiamentos em “project finance” que estão a ser reconhecidos ao longo da vida dos empréstimos, no valor de 0,9 milhões de Euros. (2) O ajustamento reflecte um aumento de caixa no montante de 514,3 milhões de Euros resultantes do valor dos activos alienados à REN no âmbito do Processo de Separação das Actividades Reguladas, composto por 413,5 milhões de Euros (activos de transporte líquidos de dívida), 60,5 milhões de Euros (activos de armazenagem), 11,6 milhões de Euros (acções da SGNL), 18,3 milhões de Euros (empréstimos accionistas à SGNL), 15,4 milhões de Euros (cushion gas) e 2,7 milhões de Euros (outros), parcialmente compensados por uma redução de 7,8 207 milhões de Euros no primeiro semestre de 2006 de disponibilidades existentes na SNGL e nos gasodutos nacionais que deixam de estar no grupo e ainda por uma redução de caixa resultante do pagamento adicional dos serviços de transporte e regaseificação prestados pela REN, no montante de 28,5 milhões de Euros. (3) O ajustamento reflecte a redução nos empréstimos de curto prazo no montante de 34,1 milhões de Euros (parcela do empréstimo de longo prazo contabilizado em curto prazo). (4) O ajustamento reflecte a redução nos empréstimos de médio longo prazo no montante de 299,3 milhões de Euros relativamente à Transgás e 151,5 milhões de Euros relativamente à SGNL. A 30 de Junho de 2006 a dívida líquida consolidada ascendia a 984,7 milhões de Euros. Após esta data ocorreram as seguintes transacções: Em Julho de 2006 foram pagos 222,2 milhões de Euros de dividendos relativos aos resultados do exercício de 2005, que, à data de 30 de Junho de 2006, estavam contabilizados no Balanço na rubrica de Outras contas a pagar correntes; Em 26 de Setembro de 2006, a REN pagou, pelas Actividades Reguladas, o montante de 526,3 milhões de Euros, tendo consequentemente sido transferidos 469,6 milhões de Euros de dívida para a REN; Em Assembleia Geral de 31 de Agosto de 2006, foi deliberada, condicionada à venda das Actividades Reguladas, a distribuição de um dividendo extraordinário no montante de 870,7 milhões de Euros. O pagamento deste dividendo extraordinário foi efectuado a 29 de Setembro de 2006. Tendo em consideração estas operações a dívida líquida consolidada seria de 1.081,7 milhões de Euros. 208 12. INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO, PATENTES E LICENÇAS A inovação tecnológica representa para a Galp Energia um factor de distinção ao nível dos seus serviços e produtos, incluindo a melhoria do desempenho ambiental dos seus combustíveis. A título exemplificativo, a Galp Energia lançou recentemente o “Gforce Diesel” e o “Gforce Gasolina”, que são combustíveis gasóleo e gasolina de última geração, que melhoram o desempenho do motor, bem como uma garrafa de GPL mais leve, designada por Pluma. A Galp Energia introduziu um serviço de encomenda electrónica para os seus clientes empresariais, de modo a reforçar o relacionamento com os mesmos, que esteve entre as primeiras soluções “SAP” de vendas pela Internet para empresas petrolíferas em todo o mundo. Introduziu ainda novos meios de pagamento para o negócio de retalho, tais como o BioPay, Pay and Go e Pay Card. A Galp Energia tem concentrado os seus esforços de inovação fundamentalmente na reformulação de processos das suas refinarias, adaptando-os aos novos requisitos aplicáveis à qualidade do produto, ajustando-os às melhores técnicas disponíveis e assegurando a sua conformidade com a Directiva n.º 96/61/CE, do Conselho, de 24 de Setembro de 1976, relativa à prevenção e controlo integrados da poluição. A Galp Energia introduziu no mercado português o gasóleo e a gasolina de baixo teor de enxofre, antes da data-limite obrigatória de 2009, imposta pela Directiva 2003/17/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 3 de Março de 2003, que altera a Directiva 98/70/CE relativa à qualidade da gasolina e do combustível para motores diesel. A Galp Energia tem vindo a reduzir o teor de enxofre nos seus combustíveis, quer no gasóleo, onde o teor de enxofre foi reduzido de 350 partes por milhão (ppm) para 50 ppm, quer na gasolina sem chumbo 10 95, onde o teor de enxofre foi reduzido de 150 ppm para 50 ppm, quer, na gasolina sem chumbo 10 98, onde o teor de enxofre foi reduzido de 150 ppm para 10 ppm. Deste modo, a Galp Energia está a contribuir para os objectivos nacionais em termos de qualidade do ar, ajudando a reduzir as emissões atmosféricas do sector dos transportes. As refinarias da Galp Energia reduziram igualmente as emissões de dióxido de enxofre (SO2), através de uma redução drástica do teor de enxofre dos combustíveis utilizados. A Galp Energia cumpre relativamente às emissões das suas refinarias, com os limites estabelecidos pela Directiva 2001/81/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro de 2001, relativa ao estabelecimento de valores-limite nacionais de emissão de determinados poluentes atmosféricos. Desde 2002, a Galp Energia concentra as suas actividades de inovação, pesquisa e desenvolvimento, na criação de valor, por via de uma maior satisfação do cliente, e na melhoria de processos internos. No período de 2002 a 2005, a Galp Energia despendeu 20,0 milhões de Euros em projectos de inovação, pesquisa e desenvolvimento, dos quais 7,0 milhões de Euros foram incorridos em 2005. A Galp Energia tem registados determinados direitos de propriedade intelectual em Portugal e na UE, que são importantes para a sua actividade. Em particular, os direitos de propriedade intelectual sobre os procedimentos e componentes dos combustíveis “Gforce Diesel” e “Gforce Gasolina”, sobre a garrafa de GLP designada por Pluma, e sobre a solução “SAP” de vendas pela Internet para empresas petrolíferas supra referidas pertencem na sua totalidade e em exclusivo à Galp Energia. A tecnologia que a Galp Energia utiliza na sua actividade é propriedade de terceiros. A referida tecnologia é obtida através de licenças, cuja aquisição está relacionada com a compra ou locação do respectivo equipamento (nomeadamente, equipamentos ou processos utilizados 209 nas actividades de refinação, incluindo processos químicos) e que têm uma validade equivalente ao tempo de vida útil do respectivo activo ou ao termo da locação. O pagamento de royalties relacionados com a concessão destas licenças foi devidamente regularizado na totalidade na data do seu vencimento. 210 13. INFORMAÇÃO SOBRE TENDÊNCIAS No que respeita às tendências recentes mais significativas observadas entre o final do último exercício e a data do presente Documento de Registo de Acções remete-se para a informação financeira consolidada não auditada para o semestre findo em 30 de Junho de 2006 elaborada de acordo com as IFRS (vide “Informações Financeiras pró-forma” infra). Conforme descrito na secção “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra, a Galp Energia procedeu à venda de uma parte do negócio do gás natural em 26 de Setembro de 2006. Uma vez que a informação financeira posterior a essa data não é susceptível de comparação directa com a informação financeira histórica apresentada neste Documento de Registo de Acções, disponibiliza-se informação financeira consolidada pró-forma não auditada, mas sujeita a parecer de procedimentos acordados do auditor externo, relativa ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 e respeitante ao semestre findo em 30 de Junho de 2006 em “Informação Financeira Pró-Forma” infra. A informação financeira foi preparada no pressuposto que a Separação das Actividades Reguladas ocorreria a 1 de Janeiro de 2005 para as contas pró-forma relativas ao exercício de 2005 e a 1 de Janeiro de 2006 para as contas pró-forma relativas ao primeiro semestre de 2006. 211 14. PREVISÕES OU ESTIMATIVAS DE GANHOS Não são incluídas quaisquer previsões ou estimativas de lucros no presente Documento de Registo de Acções. 212 15. ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO E QUADROS SUPERIORES Panorâmica Geral A estrutura de administração e de fiscalização da Galp Energia é composta por um Conselho de Administração, um Conselho Fiscal e um Revisor Oficial de Contas ou Sociedade de Revisores Oficiais de Contas. O Conselho de Administração tem poderes de gestão e de representação da sociedade. Nos termos da lei e dos estatutos, a gestão dos vários segmentos de negócio da Galp Energia está a cargo de uma Comissão Executiva. A fiscalização compete ao Conselho Fiscal e ao Revisor Oficial de Contas ou Sociedade de Revisores Oficiais de Contas. O Conselho de Administração é composto por onze a vinte e um membros eleitos pela Assembleia Geral, que também designa o respectivo presidente. O presidente do Conselho de Administração é eleito por dois terços dos votos e ainda por maioria dos votos inerentes às acções da categoria A. Os membros do Conselho de Administração são eleitos por um período de três anos civis, renováveis, contando-se como completo o ano civil de designação. Não obstante, os membros do Conselho de Administração permanecem em funções após o final do mandato, com todas as responsabilidades inerentes, até que a Assembleia Geral proceda à eleição de novos membros. Nos termos do Acordo Parassocial, o Conselho de Administração terá quinze membros, cinco dos quais deverão integrar a Comissão Executiva. A CGD terá o direito de indicar um administrador que será sempre o Presidente do Conselho de Administração e que deverá coincidir com o administrador nomeado pelo Estado (enquanto detentor de acções Categoria A). A Amorim Energia terá o direito de indicar seis administradores. A ENI terá o direito de indicar seis administradores. A Amorim Energia, a ENI e a CGD indicarão em conjunto um administrador: em caso de desacordo esse administrador será indicado pelo voto da maioria daquelas três entidades, a qual deverá sempre incluir o voto favorável da CGD. Depois de concluída a OPV, caso seja nomeado um administrador nos termos do artigo 392.º do CSC, o mesmo deverá substituir o administrador indicado em conjunto pela Amorim Energia, pela ENI e pela CGD, sem prejuízo destas se encontrarem vinculadas a votar de forma concertada na eleição desse administrador. As partes podem acordar aumentar o número de membros do Conselho de Administração para dezanove e, nesse caso, a ENI terá o direito de indicar um administrador e a Amorim Energia terá o direito de indicar um administrador; os restantes dois administradores deverão ser independentes e serão indicados pela ENI e Amorim Energia. O Conselho de Administração deverá reunir-se, pelo menos, trimestralmente, tendo sido realizadas nove reuniões em 2005 e 11 reuniões em 2006 (até 14 de Setembro de 2006). Para que o Conselho de Administração possa reunir validamente é necessária a presença da maioria dos seus membros. As deliberações do Conselho de Administração são, em geral, tomadas por maioria simples dos votos emitidos, excepto para certas matérias em que se exige a maioria superior a dois terços dos votos, definidas estatutariamente do seguinte modo: aprovação de investimentos estratégicos e respectivos financiamentos; aprovação dos orçamentos anuais e planos de negócio, bem como a introdução de alterações aos mesmos ou a tomada de deliberações que neles não se encontrem previstas, que resultem num acréscimo de 20% num concreto item dos mesmos documentos ou de 10% do orçamento anual; aprovação de transacções com quaisquer entidades relacionadas com os accionistas que excedam o valor de 20 milhões de Euros; indicação dos quadros superiores da Galp Energia e das sociedades por esta 213 directamente controladas; emissão de obrigações ou de outros valores mobiliários no âmbito da competência do Conselho de Administração; alterações aos estatutos das sociedades controladas pela Galp Energia (redacção constante dos Estatutos). Existem ainda determinadas deliberações que requerem aprovação superior a dois terços dos administradores, incluindo necessariamente o voto favorável do presidente do Conselho de Administração, designadamente as seguintes: aprovação de desinvestimentos estratégicos da Galp Energia ou das sociedades por esta directamente controladas; participação em negócios não incluídos nas actividades principais da Galp Energia14, nomeadamente por via da tomada de participação em empresas que estejam fora dessas actividades; escolha de parceiros estratégicos no âmbito das actividades principais da Galp Energia; aprovação e modificação das linhas estratégicas e do plano estratégico da Galp Energia e das respectivas áreas de negócio; definição da estrutura de gestão e organizacional básica, incluindo a delegação de poderes pelo Conselho de Administração na Comissão Executiva ou num ou mais administradores delegados (incluindo os pelouros dos membros da Comissão Executiva); definição dos limites da autonomia de gestão das sociedades controladas pela Galp Energia; cisão, fusão e dissolução de quaisquer sociedades directamente controladas pela Galp Energia; celebração, pelas sociedades directamente controladas pela Galp Energia, de contratos de grupo paritário ou de subordinação; distribuição de dividendos pelas sociedades directamente controladas pela Galp Energia; matérias relacionadas com os direitos especiais das acções de categoria A (redacção constante dos Estatutos). Nos termos do Acordo Parassocial, as seguintes matérias deverão ser aprovadas por uma maioria superior a dois terços dos membros do Conselho de Administração: (a) (b) (c) (d) (e) (f) aprovação de investimentos estratégicos e respectivos financiamentos; aprovação dos orçamentos anuais e business plans, bem como quaisquer alterações aos mesmos ou deliberações não contidas nos referidos documentos, que sejam superiores a 20% numa rubrica específica ou a 10% do orçamento anual; transacções com entidades relacionadas com quaisquer accionistas cujo valor exceda 20 milhões de Euros; definição dos directores de primeira linha (top management) da Galp Energia e das sociedades directamente controladas pela Galp Energia; emissão de obrigações ou outros valores mobiliários que estejam dentro da esfera de competência do Conselho de Administração; alteração dos contratos de sociedade das sociedades controladas pela Galp Energia. Nos termos do mesmo acordo, as matérias abaixo indicadas deverão ser aprovadas por uma maioria superior a dois terços dos membros do Conselho de Administração que deverá incluir, pelo menos, o voto favorável de um membro do Conselho de Administração, indicado por cada uma das partes do Acordo Parassocial individualmente: (a) (b) aprovação de desinvestimentos estratégicos da Galp Energia e das sociedades controladas pela Galp Energia; participação em negócios não incluídos nas actividades principais da Galp Energia (considerando-se como actividades principais a exploração e produção, refinação, transporte, comércio e distribuição de petróleo e de gás e produção de energia), nomeadamente por via da tomada de participação em empresas que estejam fora desta actividade; 14 Consideram-se como actividades principais a exploração e produção, refinação, transporte, comércio e distribuição de petróleo e produtos seus derivados, de gás e produção e comercialização de energia eléctrica. 214 (c) (d) (e) (f) (g) (h) (i) (j) escolha de parceiros estratégicos no âmbito das actividades principais da Galp Energia; aprovação e modificações das directrizes de orientação estratégica e do plano estratégico da Galp Energia e das respectivas áreas de negócio; definição da estrutura organizacional básica e delegação de poderes pelo Conselho de Administração na Comissão Executiva ou num ou mais administradores delegados (incluindo áreas de responsabilidade dos membros da Comissão Executiva); definição dos limites de autonomia de gestão das sociedades controladas pela Galp Energia; cisão, fusão e dissolução de qualquer das sociedades controladas pela Galp Energia; celebração pelas sociedades controladas pela Galp Energia de contratos de grupo paritário ou de subordinação; distribuição de dividendos pelas sociedades controladas pela Galp Energia; assuntos relacionados com os direitos especiais das acções da categoria A, referidos na alínea b) do número 3 do artigo 4º dos estatutos da Galp Energia. O Acordo Parassocial limita, para os efeitos das alíneas dos dois parágrafos anteriores, as sociedades controladas pela Galp Energia às seguintes15: Galp Exploração e Produção, S.A., Petrogal, S.A., Transgas, SGPS, Transgas S.A., Transgas Atlântico (entretanto alienada à REN), GDP, SGPS, GDPD, SGPS, Galp Energia España, Galp Power, SGPS, Lisboagas, S.A., Lusitaniagas, S.A., Petrogal Brasil, Petrogal Angola, Petrogal Moçambique e Petrogal Guiné Bissau. Nos termos do mesmo acordo, no caso de falta de quorum constitutivo ou quorum deliberativo em relação às matérias acima indicadas e se não houver acordo das partes no prazo de 30 dias considera-se, para efeitos do Acordo Parassocial, verificada uma situação de impasse, devendo a matéria objecto da mesma ser submetida a apreciação por peritos nomeados pelas partes. Após a OPV, caso a parte que tenha perfilhado entendimento diferente do sentido adoptado pela decisão dos peritos queira alienar a sua participação na Galp Energia, deverá previamente propor a alienação das acções de que é titular às outras partes do Acordo Parassocial, só podendo proceder à alienação das respectivas acções em mercado regulamentado no caso destas não as pretenderem adquirir. Ao Conselho de Administração compete decidir os assuntos considerados de extrema importância a nível comercial e social, tais como a definição da estratégia comercial e de modelos comerciais, a definição da estrutura organizativa e societária, a definição do perfil da carteira de negócios; a captação de sinergias entre direcções; a aprovação de investimentos de risco elevado ou de custo elevado; a definição de objectivos de criação de valor relativamente a cada actividade e o controlo da concretização de actividades-chave. O Conselho Fiscal é composto por três membros efectivos e um suplente, eleitos por deliberação da Assembleia Geral. Compete ao Conselho Fiscal propor à Assembleia Geral a nomeação do Revisor Oficial de Contas ou da Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, nomear ou destituir os auditores externos da Empresa e acompanhar de modo permanente a actividade da Galp Energia e das suas participadas. 15 Os estatutos não consagram esta limitação. 215 Compete ao Revisor Oficial de Contas ou à Sociedade de Revisores Oficiais de Contas proceder a todos os exames e verificações necessárias à revisão e certificação legal das contas da Empresa, bem como exercer os demais poderes e faculdades previstos na lei. 15.1 Informação sobre os membros dos órgãos de administração e fiscalização do Emitente Conselho de Administração Actualmente, o Conselho de Administração é composto pelos seguintes 18 membros: Nome Francisco Luís Murteira Nabo José Marques Gonçalves Giancarlo Rossi Manuel Ferreira De Oliveira Fernando Gomes João Pedro de Figueiredo Brito André Palmeiro Ribeiro Massimo Giuseppe Rivara Camillo Gloria Ângelo Taraborrelli Marco Alverà Manuel Domingos Vicente Manuel Carlos Costa da Silva Diogo Mendonça Rodrigues Tavares Joaquim de Pina Moura Alberto Alberti Alberto Oliveira Pinto Pedro António Alvim Ano de Designação Ano final mandato em curso Observações 67 2005 2007 - 55 2005 2007 Executivo 63 2000 2007 Executivo Administrador 57 2006 2007 Executivo Administrador 60 2005 2007 Executivo Administrador 41 2005 2007 Executivo Administrador 32 2005 2007 Executivo Administrador 60 2006 2007 Executivo Administrador Administrador Administrador 53 58 31 2000 2003 2006 2007 2007 2007 - Administrador 50 2006 2007 - Administrador 54 2006 2007 - Administrador 60 2006 2007 - Administrador Administrador Administrador Administrador 54 51 74 71 2004 2006 2006 2006 2007 2007 2007 2007 - Cargo Presidente VicePresidente VicePresidente Idade Francisco Luís Murteira Nabo é Presidente do Conselho de Administração da Galp Energia desde 24 de Maio de 2005. É Curador da Fundação Oriente e, nessa qualidade, Administrador não executivo de várias empresas por ela controladas. É membro do Conselho Nacional da Fundação Aga Khan Portugal, Administrador não executivo da Holdomnis – Gestão e Investimentos, S.A., da Templo – Gestão e Investimentos, SA e do Seng Heng Bank de Macau. Foi Secretário de Estado dos Transportes, Ministro do Equipamento Social e Presidente do Conselho de Administração e da 216 Comissão Executiva da Portugal Telecom, SGPS, S.A.. É licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras de Lisboa, possui um Master em Business Administration da AESE – Escola de Direcção de Negócios e é ainda Bastonário da Ordem dos Economistas portugueses. José António Marques Gonçalves é vice-presidente do Conselho de Administração e presidente da Comissão Executiva da Galp Energia S.A., desde 24 de Maio de 2005, sendo também Presidente do Conselho de Administração da Galp Exploração e Produção Petrolífera, Lda., da Petrogal, da GDP, da Galp Power e da Galp Energia, S.A.. Antes de ingressar na Galp Energia, teve responsabilidades executivas na General Motors, na Suíça onde participou na definição do plano de expansão da Companhia na Europa Central e Ásia. Teve durante 7 anos funções de Direcção Executiva na Vauxhall Motors no Reino Unido. Foi Director Executivo da General Motors da Polónia, de 1996 a 2000, liderando o grande projecto de expansão nesse país. Em 2001 e 2002 foi Director Executivo da General Motors no México e de 2002 a 2004 Presidente e Director Geral da General Motors Portugal. Regressou no final de 2004 a Inglaterra para exercer as funções de Administrador Executivo da Vauxhall Motors. Marques Gonçalves é licenciado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico e graduado pela Harvard Business School e pelo General Motors Institute, ambos situados nos Estados Unidos, tendo frequentado adicionalmente vários cursos de Gestão em Inglaterra, USA e Japão. Manuel Ferreira De Oliveira é membro da Comissão Executiva e Chief Operating Officer da Galp Energia, desde Abril de 2006, sendo Presidente Executivo (CEO) da Galp Exploração e Produção Petrolífera, Lda., da Petrogal, da GDP, da Galp Power e da Galp Energia, S.A.. Antes de ingressar na Galp Energia, foi Presidente do Conselho de Administração e CEO da Unicer – Bebidas de Portugal, SGPS, S.A. entre 2000 e 2006; Presidente do Conselho de Administração e CEO da Petrogal de 1995 a 2000; de 1980 a 1995 teve responsabilidades executivas na Lagoven, S.A. (participada da Petróleos de Venezuela, S.A. – PDVSA, ex-Creole Petroleum Corporation, subsidiária da Exxon), nas áreas de Produção, Refinação, Comércio Internacional e Planeamento Corporativo, incluindo responsabilidades como CEO e/ou membro do Conselho de Administração da BP Bitor Energy (Londres), Nynäs Petroleum (Estocolmo), Ruhr Oil (Dusseldorf) e PDV Serviços (Haia). Entre outras funções não executivas que exerce é, actualmente, Presidente do Conselho Consultivo da EGP – Escola de Gestão da Universidade do Porto. Ferreira De Oliveira é licenciado em Engenharia Electrotécnica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, possui o grau de Master of Science (MSc) em Energia pela Universidade de Manchester, é Doutorado (PhD) também na área de Energia pela mesma Universidade e obteve o grau de Professor Agregado pela Universidade do Porto, onde, em 1979, se tornou Professor Catedrático; a sua formação em Gestão teve lugar, essencialmente, em programas do IMD – Suíça, da Harvard e da Wharton Bussiness Schools – USA. Giancarlo Rossi é vice-presidente do Conselho de Administração, membro da Comissão Executiva e Chief Financial Officer da Galp Energia, desde Julho de 2000. Giancarlo Rossi é membro da Comissão Executiva das principais empresas do Grupo Galp Energia na qualidade de Chief Financial Officer e é ainda Presidente da ENI Portugal Investment, SpA. Integrou o Grupo ENI em 1970 e até 1979 desempenhou diferentes funções no departamento de Supply da Divisão de Refinação & Marketing, sendo por último Director da Supply International Affiliates. Em 1979 foi nomeado Responsável Corporativo de Planeamento e Controlo do Grupo ENI. Na Divisão de Refinação & Marketing, entre 1986 e 1993, desempenhou diferentes funções a nível sénior, entre estas foi COO da Ecofuel, em 1993 foi nomeado Director Geral para Participadas Estrangeiras e em 1996 Director de Planeamento e Projectos especiais. Giancarlo Rossi é licenciado em Engenharia Química pela Universidade “La Sapienza” em Roma. André Freire de Almeida Palmeiro Ribeiro é membro da Comissão Executiva, desde Maio de 2005, e responsável pelo segmento de negócio de Power da Galp Energia desde Maio de 217 2006. Antes de ingressar na Galp Energia, desempenhou funções de gestão no Credit Suisse First Boston, em Londres, incluindo as de Director (2003-2005) e vice-presidente (2000-2002) da Divisão de Rendimento Fixo. André Ribeiro é licenciado em Administração e Gestão de Empresas pela Universidade Católica de Lisboa. Fernando Manuel dos Santos Gomes é membro da Comissão Executiva e responsável pelo segmento de negócio de Exploração e Produção da Galp Energia, desde Maio de 2005. Antes de ingressar na Galp Energia, foi presidente do Conselho de Administração da Empresa Metro do Porto, S.A. (1993 – 1999), Conselheiro de Estado, Presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, Presidente da Câmara Municipal do Porto, deputado do Parlamento Europeu onde presidiu à Comissão dos Assuntos Sociais e do Emprego e à delegação para as Relações com os Países ASEAN, foi vice-presidente do Comité das Regiões da União Europeia, Secretário de Estado e Ministro da Administração Interna. Fernando Gomes é licenciado em Economia e Professor Catedrático convidado da Universidade Lusíada do Porto. João Pedro Leitão Pinheiro de Figueiredo Brito é membro da Comissão Executiva da Galp Energia, desde Maio de 2005. João Pedro Brito desempenhou diversas funções de topo no segmento de negócio de Refinação e de Distribuição da Galp Energia, nomeadamente Director da Secção Comercial de Clientes Directos da Galp Energia e Director da sub-unidade de GPL. João Pedro Brito é licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Economia da Universidade Técnica de Lisboa, especializado em Economia Internacional e Financeira. Massimo Giuseppe Rivara foi membro não executivo do Conselho de Administração da Galp Energia desde 31 de Maio de 2006 a 30 de Junho de 2006, e é membro executivo do referido órgão desde 30 de Junho de 2006, sendo desde essa data responsável pelo segmento de negócio de Gás Natural da Galp Energia. Antes de ingressar na Galp Energia, foi vicepresidente superior da ENI SpA – Gás & Power Division e foi responsável pelo desenvolvimento, trocas e vendas de gás natural a grandes consumidores, em Itália e no estrangeiro (Agosto de 2004 – Abril de 2006) e responsável pelo Marketing e Vendas de Gás Natural para o mercado Italiano (Março 1995 – Julho de 2004). Massimo Rivara é licenciado em Engenharia Química. Camillo Gloria é membro do Conselho de Administração da Galp Energia desde 2000 e foi membro da Comissão Executiva desde Dezembro de 2004 até Junho de 2006. É também membro do Conselho de Administração da ENI UK, director da ENI Gas & Power Trading e membro da Comissão Executiva da Union Fenosa Gás, desde Setembro de 1999. Anteriormente, desempenhou funções de direcção na Fiorentina Gás e na Italgás. É licenciado em Engenharia Mecânica pelo Politécnico de Turim, tendo frequentado o programa para executivos do INSEAD. Angelo Taraborelli é membro do Conselho de Administração da Galp Energia, desde Março de 2003 e é também Chief Operating Officer da ENI Spa no segmento de negócio de Refinação e Marketing. Entre 2003 a 2004, foi designado Deputy COO da ENI SpA da Divisão de Refinação e Marketing para as Operações de Marketing, após a fusão da AgipPetroli com a ENI SpA e, entre 2002 e 2003, foi designado CEO para as Actividades de Mercado da AgipPetroli SpA. Ângelo Taraborelli é licenciado em Direito. Marco Alverà é membro do Conselho de Administração da Galp Energia desde Maio de 2006 e é Vice-Presidente da divisão de Aprovisionamento e Desenvolvimento de Portfolio do segmento de Negócio de Gás & Power da ENI SpA. Previamente ao exercício destas funções, foi adjunto para projectos especiais do CEO da ENI SpA, de 2005 a 2006, CFO da Wind Telecommunicazioni SpA, de 2004 a 2005, Director da Estratégia Corporativa da ENEL, SpA., de 2002 a 2004 e o fundador e presidente do Conselho de Administração da NETESI, SpA, de 2000 a 2002. Marco Alverà tem um Bacharelato em Matemática, Economia e Latim na 218 Sevenoaks School, Kent e é Bachelor of science em Filosofia e Economia pela London School of Economics and Political Science. Manuel Domingos Vicente é membro do Conselho de Administração da Galp Energia, desde 2006, e é também presidente do Conselho de Administração da Sonangol desde 1999, da UNITEL, S.A.R.L. (Empresa Angolana de telecomunicações móveis) e da Sonils – Sonangol Integrated Logistic Services, Lda.. Acumula ainda as funções de Membro do Conselho de Administração do BAI – Banco Africano de Investimentos e do Grupo Carlyle, entre outras. Antes de desempenhar estas funções, foi Director Geral Adjunto da Sonangol (entre 1991 e 1999) e Chefe do Gabinete Técnico do Ministério da Energia e Petróleos de Angola (entre 1987-1991). Manuel Domingos Vicente é licenciado em Engenharia Electrotécnica pela Universidade de Angola. A sua formação em Gestão e na Industria petrolífera teve lugar, essencialmente, em programas da OGCI - Oil & Gas Consultants International em Londres. Manuel Carlos Costa da Silva é membro do Conselho de Administração da Galp Energia, desde Fevereiro de 2006. É também membro do Conselho de Administração da Amorim Energia e membro do Conselho de Administração da Amorim – Investimentos Energéticos, SGPS, S.A.. Recentemente, desempenhou funções de presidente e CEO do ICEP – Instituto das Empresas para os Mercados Externos, presidente e CEO do IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e presidente do Conselho Geral do Fundo de Garantia da Segurança Social. Foi também director do CTC – Centro Tecnológico do Calçado (1978-2004) e membro do Comité Executivo da CEC - Confederação Europeia do Calçado. Foi designado presidente da Comissão Especializada Internacional da AEP (Associação de Empresários Portugueses). Manuel Carlos é licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto (1977), com qualificações complementares nos ramos de Administração Internacional, Informação e Sistemas de Contabilidade e Administração de Controlo. Diogo Mendonça Rodrigues Tavares é membro do Conselho de Administração da Galp Energia, desde Fevereiro de 2006 e consultor do Presidente da Amorim Holding. Antes de ingressar na Galp Energia, desempenhou outras funções de administração em empresas de transporte marítimo, bem como no IPE, a antiga holding de participações públicas detidas pelo Estado. Foi vice-presidente executivo no ICEP - Instituto das Empresas para o Mercado Externo e no ITP – Instituto do Turismo de Portugal. Diogo Tavares é licenciado em Engenharia Mecânica. Joaquim Augusto Nunes de Pina Moura é membro do Conselho de Administração da Galp Energia, desde Dezembro de 2004. Pina Moura é presentemente o CEO da Iberdrola Portugal e membro do Comité Directivo da Iberdrola. É professor de Economia Pública, Política Económica e Economia Portuguesa e Europeia no Instituto Superior de Gestão. Foi membro de dois governos constitucionais portugueses, exercendo as funções de Secretário de Estado Adjunto do Primeiro Ministro, Ministro da Economia e das Finanças e Ministro das Finanças (Outubro 1999 - Julho 2001). Pina Moura é licenciado em Economia e é pós-graduado em Economia Monetária e Financeira. Alberto Maria Alberti é membro do Conselho de Administração da Galp Energia desde Setembro de 2006. Licenciado em Engenharia Química, é quadro da ENI S.p.A., tendo desempenhado vários cargos de responsabilidade na estrutura da Divisão de Refinação e Marketing. É actualmente Deputy Chief Operating Officer da área de actividades industriais. Alberto Alves de Oliveira Pinto é membro do Conselho de Administração da Galp Energia desde Setembro de 2006. Licenciado em Ciências Económicas e Financeiras desempenhou funções de gestão em várias instituições financeiras e industriais. Foi Presidente do Conselho de Administração do Banco Nacional Ultramarino, Vice-Governador do Banco de Portugal e 219 Presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos e do Banco Nacional de Crédito Imobiliário. Desempenha actualmente funções como Administrador não executivo do Banco Espírito Santo. Pedro António do Vadre Castellino e Alvim é membro do Conselho de Administração da Galp Energia desde Setembro de 2006. Licenciado em Direito, iniciou a sua vida profissional em 1960 como Chefe de Serviços no Gabinete de Estudos da Sacor, tendo entre 1965 e 1976 trabalhado para o Grupo Borges & Irmão, ao serviço do qual foi Director Geral no Banco de Crédito Comercial e Industrial, em Moçambique, e Vogal executivo do Conselho de Administração da Angol. Entre 1976 e 1985 esteve ao serviço da Technip, em Roma, tendo promovido e coordenado vários projectos em Portugal, África e América Latina. Colaborou também com a Italimpianti, do Grupo IRI, de quem foi representante para Portugal. Até 1998 colaborou ainda com a Italgás, e exerceu funções de Vogal dos Conselhos de Administração da Lusitaniagás e da Setgás. Exerceu ainda funções de Administrador na Italagro, Parmalat Portugal e grupo Tivoli e participado nas negociações que levaram o Grupo FIAT a entrar no capital de controlo e gestão da Soares da Costa Construções, S.A.. Os membros do Conselho de Administração da Galp Energia podem ser contactados na sede social, na Rua Tomás da Fonseca, Torre C, 1600-209 Lisboa, Portugal. Não existem relações de parentesco entre os membros do Conselho de Administração, entre os membros do Conselho Fiscal, entre estes e os membros do Conselho de Administração, e entre os membros do Conselho Fiscal e de Administração e o representante do revisor oficial de contas. O quadro seguinte indica as funções exercidas pelos membros do Conselho de Administração em órgãos de administração, de direcção ou de fiscalização nos últimos cinco anos: Nome Francisco Luís Murteira Nabo Funções Presidente do Conselho de Administração da Galp Energia, SGPS, S.A. Presidente do Conselho de Administração da PT – Portugal Telecom, SGPS, S.A. Presidente do Conselho de Administração da PT Comunicações, S.A. Presidente do Conselho de Administração da PT Multimédia, S.A. Presidente do Conselho de Administração da PT Móveis Presidente do Conselho de Administração da TMN Administrador não executivo do BES – Banco Espírito Santo, S.A. Presidente do Conselho de Administração da Lusomundo SGPS, S.A. Administrador não executivo do BPG – Banco Português de Gestão, S.A. Administrador não executivo da Holdomnis – Gestão e Investimentos, S.A. Administrador não executivo da STDP – Sociedade Transnacional de Desenvolvimento de Participações, SGPS, S.A. Administrador não executivo da Oriente SGPS, S.A. Administrador não executivo da Sagres – Companhia de 220 Seguros, S.A. Administrador não executivo da Templo – Sociedade Financeira, S.A. Administrador não executivo do Seng Heng Bank Administrador da Fundação Portugal África José Marques Gonçalves Vice-Presidente do Conselho de Administração e Administrador executivo da Galp Energia, SGPS, S.A. Administrador executivo da Vauxhall Motors – Ellesmere Port – Reino Unido Presidente da General Motors Portugal – Lisboa Manuel Ferreira De Oliveira Administrador executivo da Galp Energia, SGPS, S.A. Presidente do Conselho de Administração e CEO da UNICER – Bebidas de Portugal, SGPS, S.A. Presidente do Conselho de Administração e CEO de todas as subsidiárias de 1ª linha (16) do Grupo Unicer Administrador da Change Partners, S.A. Membro do Conselho Geral da AEP – Associação Empresarial de Portugal Vice-Presidente do Forum para a Competitividade Membro do Conselho Directivo do BCSD – Portugal Membro do Conselho Geral do Instituto Português de Corporate Governance Presidente do Conselho Geral da EGP - Escola de Gestão da Universidade do Porto Membro da Comissão Executiva da Universidade Católica – Porto Presidente da APCV – Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja Vice-Presidente da BOE – The Brewers of Europe Vice-Presidente da Casa da Música, S.A. Giancarlo Rossi Vice-Presidente do Conselho de Administração e Administrador executivo da Galp Energia, SGPS, S.A. Presidente do Conselho de Administração da ENI Portugal Investment, SpA Fernando Gomes Administrador executivo da Galp Energia, SGPS, S.A. João Pedro de Figueiredo Brito Administrador executivo da Galp Energia, SGPS, S.A. André Palmeiro Ribeiro Administrador executivo da Galp Energia, SGPS, S.A. Administrador executivo da Portucale, SGFTC, S.A. Massimo Giuseppe Rivara Administrador Administrador Administrador Administrador Administrador Administrador Administrador executivo da Galp Energia, SGPS, S.A. da Siciliana Gas da Fiorentina Gas da Napoletana Gas da ENI G&P Trading B.V. da ENI Gas Trading Europe B.V. da Tigaz 221 Administrador da GVS Administrador da ENI UK Camillo Gloria Administrador não executivo da Galp Energia SGPS, S.A. Membro do Conselho de Supervisão da GVS (Alemanha) Administrador da UFG Administrador da Tigaz Administrador da ENI UK Presidente do Conselho de Administração da ENI Gas & Power Trading Ângelo Taraborrelli Administrador não executivo da Galp Energia, SGPS, S.A. Administrador da ENI Corporate University Marco Alverá Administrador não executivo da Galp Energia, SGPS, S.A. Administrador da Wind Telecomunicazioni S.p.A. Presidente do Concelho de Administrador da NETESI, SpA. Manuel Domingos Vicente Administrador não executivo da Galp Energia, SGPS, S.A. Presidente do Conselho de Administração da Sonangol Presidente do Conselho de Administração da Sonangol Asia Presidente do Conselho de Administração da Sonangol USA Presidente do Conselho de Administração da Unitel Presidente do Conselho de Administração da Sonils Vice-Presidente da FESA Membro do Conselho de Administração do BAI – Banco Africano Investimento Membro do Conselho de Administração da Grinaker-LTA, Ltd Membro do Conselho de Administração da Carlyle Manuel Carlos Costa Silva Administrador não executivo da Galp Energia SGPS, S.A. Administrador não executivo da Amorim Energia B.V. Administrador não executivo da Amorim – Investimentos Energéticos, SGPS, S.A. Presidente do ICEP Presidente do IPMAEI Diogo Mendonça Rodrigues Tavares Administrador não executivo da Galp Energia, SGPS, S.A. Vice-Presidente do ICEP Vice-Presidente do IAPMEI Vice-Presidente do ITP Administrador da IPE – Capital Presidente da Urbimeta Joaquim Pina Moura Administrador não executivo da Galp Energia, SGPS, S.A. Presidente do Conselho de Administração da Iberdrola Portugal 222 Alberto Alberti Administrador não executivo da Galp Energia, SGPS, S.A. Administrador da EniTecnologie S.p.A. Administrador da Agip Deutschland AG Vice-Presidente e Administrador da Raffineria di Milazzo Società Consortile per Azioni Administrador da EniPower S.p.A. Administrador da Polimeri Europa S.p.A. Administrador da Eni Trading B.V. Alberto Oliveira Pinto Administrador não executivo da Galp Energia, SGPS, S.A. Presidente do Conselho de Administração do Banco Nacional de Crédito Administrador não executivo do Banco Espírito Santo Pedro António Alvim Administrador não executivo da Galp Energia, SGPS, S.A. Vice-Presidente da Assembleia Geral da Setgás Sociedade de Produção e Distribuição de Gás, S.A. Administrador não executivo da SACIMOP Comercialização e Distribuição de Equipamentos e Produtos para as Indústrias de Construção Civil e Obras Públicas e de Cimentos, S.A. Sócio-gerente da Italverna - Sociedade Mediadora de Seguros, Lda. Os membros executivos do Conselho de Administração exercem ainda funções em órgãos de administração das principais sociedades subsidiárias da Galp Energia. Comissão Executiva A Comissão Executiva pode ser composta por três a sete administradores, incluindo o seu Presidente (CEO da Galp Energia), designados pelo Conselho de Administração para um período até três anos, que coincide com o dos membros do Conselho de Administração. A Comissão Executiva reúne validamente se estiver presente a maioria dos seus membros. Em regra, as deliberações da Comissão Executiva são tomadas com os votos da maioria dos administradores presentes. O presidente do Conselho de Administração é informado regularmente acerca dos assuntos discutidos e das decisões tomadas pela Comissão Executiva e, por sua vez, informa o Conselho de Administração das decisões tomadas pela Comissão Executiva. Todos os membros da Comissão Executiva têm obrigatoriamente assento no Conselho de Administração. Nos termos do Acordo Parassocial, a Amorim Energia e a ENI indicarão em conjunto o CEO da Galp Energia, sujeito ao parecer favorável da CGD, que não deverá ser recusado com fundamento em motivos irrazoáveis. A Comissão Executiva deverá ter a seguinte composição: o respectivo Presidente será o CEO e a Amorim Energia e a ENI indicarão em separado dois administradores cada uma. A Comissão Executiva deve reunir pelo menos duas vezes por mês, tendo-se realizado, durante o ano de 2005, 43 reuniões e, durante o ano de 2006, 33 reuniões (até 21 de Setembro de 2006). Cada membro da Comissão Executiva é responsável por determinado segmento de negócio, competindo à Comissão Executiva a supervisão do conjunto dos segmentos de negócio. Os membros da Comissão Executiva trabalham a tempo inteiro para as 223 sociedades do Grupo Galp, ocupando cargos de administração nessas sociedades, não auferindo qualquer remuneração suplementar. A Comissão Executiva é o órgão responsável pela gestão corrente da Galp Energia e do grupo, de acordo com linhas de orientação estratégicas definidas pelo Conselho de Administração. Ao abrigo dos poderes que lhe são delegados pelo Conselho de Administração, nos termos dos estatutos, a Comissão Executiva estabelece os objectivos de criação de valor, conduz o desempenho dos vários segmentos de negócio, promove sinergias entre os vários segmentos, afecta recursos chave, gere os recursos humanos, define a estratégia da marca, fiscaliza a concretização dos objectivos definidos e estabelece políticas de grupo. A Comissão Executiva é actualmente composta pelos seguintes sete membros: Nome Cargo José António Marques Gonçalves Presidente da Comissão Executiva - CEO. Responsável pelo planeamento estratégico(1), comunicação recursos humanos(1), institucional, compras, ambiente, qualidade e segurança. Chief Operating Officer do Grupo Galp Energia e Chief Executive Officer da Galp Exploração e Produção Petrolífera, Lda., da Petrogal, da GDP, da Galp Power e da Galp Energia, S.A.. Responsável pelas actividades de aprovisionamento e refinação, planeamento estratégico(1), recursos humanos(1) , marketing e inovação, sistemas de informação, organização e serviços gerais Chief Financial Officer. Responsável pelas: finanças corporativas e relações com investidores, planeamento e controlo, contabilidade e tesouraria, gestão de riscos Responsável pelo segmento de negócio exploração e produção, mercados internacionais de petróleo, relações institucionais e desenvolvimento sustentável Responsável pela unidade de negócio de distribuição de produtos petrolíferos Manuel Ferreira De Oliveira Giancarlo Rossi Fernando Manuel dos Santos Gomes João Pedro Leitão Figueiredo Brito Pinheiro de André Freire de Almeida Palmeiro Ribeiro Massimo Giuseppe Rivara Responsável pelo segmento de negócio de Power e pelos serviços jurídicos e secretaria societária Responsável pela área do gás natural (1) Responsabilidade partilhada. Conselho Fiscal O Conselho Fiscal é composto por três membros efectivos e um suplente que não podem ser membros do Conselho de Administração e estão sujeitos às incompatibilidades previstas no CSC. Nos termos legais, pelo menos, um membro do Conselho Fiscal deve ter curso superior adequado ao exercício das suas funções, ter conhecimentos em auditoria ou contabilidade, devendo a maioria dos seus membros ser independente (vide secção “Declaração relativa à 224 conformidade do Emitente com o regime de governo das sociedades do país de origem” infra). Os membros do Conselho Fiscal são eleitos pela Assembleia Geral. O Conselho Fiscal deve reunir pelo menos todos os trimestres e dar conhecimento ao Conselho de Administração e à Assembleia Geral das actividades de verificação e fiscalização realizadas. O Acordo Parassocial prevê igualmente que a Galp Energia tenha um Conselho Fiscal, composto por três membros, e um Revisor Oficial de Contas ou Sociedade de Revisores Oficiais de Contas. A ENI, Amorim Energia e a CGD deverão conjuntamente propor um membro, bem como o respectivo suplente, que deverão ser revisores oficiais de contas e independentes. A Amorim Energia terá o direito de propor um membro que deverá ser independente. A ENI terá o direito de propor um membro que deverá ser independente. A CGD terá o direito de indicar qual dos dois membros propostos pela Amorim Energia e ENI será o Presidente do Conselho Fiscal. As competências do Conselho Fiscal incluem, nomeadamente, propor à Assembleia Geral a nomeação do Revisor Oficial de Contas ou da Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, nomear ou destituir os auditores externos, fiscalizar o processo de preparação e de divulgação de informação financeira, fiscalizar a revisão de contas aos documentos de prestação de contas da sociedade e fiscalizar a independência do revisor oficial de contas, designadamente no que diz respeito à prestação de serviços adicionais. Nos termos do referido Acordo Parassocial, o Conselho Fiscal deverá assegurar a existência de um auditor externo independente da Galp Energia seleccionado entre as auditoras internacionais com maior reputação que, sem prejuízo das competências do Conselho Fiscal e do Revisor Oficial de Contas, deverá verificar as contas e outros documentos contabilísticos anuais da Galp Energia. No dia 5 de Outubro de 2006, os accionistas, detentores da totalidade das acções representativas do capital social da Galp Energia, deliberaram unanimemente por escrito eleger os membros do Conselho Fiscal, para o mandato em curso 2005-2007, com a seguinte composição: - Presidente: Daniel Bessa Fernandes Coelho - Vogal: José Gomes Honorato Ferreira - Vogal: José Maria Rego Ribeiro da Cunha - Suplente: Amável Alberto Freixo Calhau. Todos os membros do Conselho Fiscal cumprem os requisitos de independência constantes do CSC. O Professor Daniel Bessa Fernandes Coelho e o Dr. José Maria Rego Ribeiro da Cunha preenchem os requisitos previstos no n.º 4 do artigo 414.º do CSC. Daniel Bessa Fernandes Coelho é, desde Junho de 2000, Presidente da Direcção da Escola de Gestão do Porto (unidade orgânica da Universidade do Porto que tem por missão o ensino pós-graduado e a formação contínua avançada em Gestão). Exerce também as funções de Administrador do FINIBANCO, Administrador não executivo de Efacec Capital, Presidente do Conselho Consultivo do IGFCSS – Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social e Presidente do Conselho Fiscal da SPGM - Sociedade de Investimentos. Economista em regime de profissão liberal, desde 1983. É Licenciado em Economia (Universidade do Porto, 1970) e doutorado em Economia (Universidade Técnica de Lisboa, 1986). José Honorato Ferreira é Administrador da Fundação Luso-Espanhola. Foi também Director do Gabinete Euro, do Grupo Mundial-Confiança (Banco Totta & Açores, Banco Pinto & Sotto Mayor, Crédito Predial Português e Companhia de Seguros Mundial-Confiança), órgão responsável pelo plano transição para o Euro, de Setembro de 1997 a Outubro de 2001, assessor do Presidente do Conselho de Administração do Banco Totta & Açores, em Novembro 225 de 1995 e foi assessor do Primeiro-Ministro, de Novembro de 1985 a Outubro de 1991 (X e XI Governos Constitucionais), para a área da Economia, foi Chefe do Gabinete do PrimeiroMinistro, de Outubro de 1991 a Outubro de 1995 (XII Governo Constitucional), entre outras funções É Licenciado em Economia, pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, da Universidade Técnica de Lisboa. José Maria Rego Ribeiro da Cunha é Sócio Gerente da Firma “Amável Calhau, Ribeiro da Cunha e Associados – Sociedade de revisores Oficiais de Contas” desde 1981. Foi Auditor na Firma Internacional “Arthur Andersen & Co” entre 1975 e 1977 e Auditor Manager na Sociedade de Revisores Oficiais de Contas “António Almeida e Augusto Martins Moreira” entre 1977 e 1981 em 1981 é aprovado no exame para revisor oficial de contas, sendo o nº 497 de membro/sócio da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas. É Licenciado em Finanças pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras. Amável Alberto Freixo Calhau é Revisor Oficial de Contas e Sócio gerente de “Amável Calhau, Ribeiro da Cunha e Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas” desde 1981. Foi Contabilista e Auditor numa sociedade de revisores de Contas entre 1970 e 1979 e Revisor Oficial de Contas a título individual em 1980. Revisor Oficial de Contas e Auditor Externo Face à impossibilidade de a Pedro Leandro e António Belém, Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., representada pelo Dr. Pedro Manuel da Silva Leandro, que havia sido eleita para exercer o cargo de Revisor Oficial de Contas pela assembleia geral de accionistas de 24 de Maio de 2005, por um período de três anos, cujo prazo termina em simultâneo com o mandato dos membros do Conselho de Administração, assegurar o desempenho das funções de Revisor Oficial de Contas, por não se encontrar inscrita junto da CMVM e não pretender requerer essa inscrição, a Assembleia Geral de 6 de Setembro de 2006 deliberou eleger para aquelas funções a Deloitte & Associados, SROC, S.A., representada pelo Dr. Jorge Carlos Batalha Duarte Catulo. A mesma sociedade de revisores oficiais de contas desempenha as funções de auditor externo. Informação Complementar À data do presente Documento de Registo de Acções, nenhum dos membros do Conselho de Administração, incluindo os membros da Comissão Executiva e , bem como o Revisor Oficial de Contas, nos últimos cinco anos: (i) sofreu qualquer condenação relacionada com conduta fraudulenta; (ii) desempenhou quaisquer funções executivas como quadro superior ou membro do órgão de administração ou de fiscalização de qualquer sociedade que tenha estado ou esteja em processo de falência, insolvência ou liquidação; (iii) foi sujeito a quaisquer acusações formais e/ou sanções por parte de autoridades legais ou reguladoras (incluindo organismos profissionais) nem foi judicialmente impedido de actuar como membro de um órgão de administração, de direcção e de fiscalização de uma sociedade ou de gerir ou dirigir as actividades de qualquer sociedade. 15.2 Conflitos de interesses de membros dos órgãos de administração e de fiscalização Não existem quaisquer potenciais conflitos de interesses dos membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal, ou do Revisor Oficial de Contas para com a Galp Energia e os seus interesses privados e/ou outras obrigações. 226 16. REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS A remuneração dos membros dos órgãos sociais é fixada por uma Comissão de Remunerações, composta por representantes de três accionistas, eleitos pela Assembleia Geral por um prazo de três anos, cessando no dia 31 de Dezembro do terceiro ano. À semelhança do que sucede com os membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, os membros da Comissão de Remunerações permanecem em funções após o final do mandato, com todas as responsabilidades inerentes, até nova eleição de membros por parte da Assembleia Geral. O cargo de membro do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal é incompatível com o de membro da Comissão de Remunerações. Entre os actuais membros da Comissão de Remunerações, designada pela Assembleia Geral, no dia 6 de Setembro de 2006, para o mandato que finda no dia 31 de Dezembro de 2007, encontra-se um representante da Amorim Energia, Américo Amorim, um representante da ENI, Giancarlo Cepollaro, e um representante da Caixa Geral de Depósitos, S.A., Maldonado Gonelha. Nos termos dos estatutos, a remuneração dos membros do Conselho de Administração pode englobar uma percentagem dos lucros do exercício, até ao limite global de 0,5%. No primeiro semestre de 2006, e nos anos de 2005 e 2004, a remuneração total, incluído a renda de viaturas e prémios de seguros, dos administradores não executivos da Galp Energia e suas subsidiárias foi de 10.158 Euros, 50.069 Euros e 77.992 Euros respectivamente. No primeiro semestre de 2006, a remuneração total dos administradores executivos da Galp Energia e suas subsidiárias foi de 2.609.315 Euros, dos quais 1.770.003 Euros correspondem a remuneração base, 599.703 Euros a gratificações, 145.696 Euros a contribuições para os fundos de pensões e 93.913 Euros a outros benefícios. A Galp Energia assegura ainda o pagamento de rendas de viaturas no montante de 46.222 Euros e o pagamento no valor de 4.634 Euros relativo a prémios de seguros de saúde. Em 2005 a remuneração total dos administradores executivos da Galp Energia e suas subsidiárias foi de 3.862.239 Euros, dos quais 2.980.774 Euros correspondem a remuneração base, 410.913 Euros a gratificações, 295.563 Euros a contribuições para os fundos de pensões e 174.989 Euros a outros benefícios. Adicionalmente, a Galp Energia assegura o pagamento anual de rendas de viaturas no montante de 69.277 Euros e o pagamento anual no valor de 10.896 Euros relativo a prémios de seguros de saúde. Em 2004, a remuneração total dos administradores executivos da Galp Energia e suas subsidiárias foi de 3.645.055 Euros, dos quais 2.927.980 Euros correspondem a remuneração base, 528.687 Euros a gratificações, 23.490 Euros a contribuições para os fundos de pensões e 164.898 Euros de outros benefícios. Em 2004 a Galp Energia assegurou o pagamento anual de rendas de viaturas no montante de 86.130 Euros e o pagamento anual no valor de 13.012 Euros relativo a prémios de seguros de saúde. Os membros da Comissão Executiva têm direito a pensões, nomeadamente por invalidez. Ao abrigo da política actualmente adoptada, a remuneração dos administradores da Galp Energia inclui todas as remunerações devidas pelo exercício de cargos em sociedades do Grupo Galp Energia. A remuneração global do Revisor Oficial de Contas no ano de 2005 foi de 62.000 Euros. 227 17. FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS DIRECTIVOS 17.1 Data de termo fiscalização do mandato em curso dos órgãos de administração e Sobre a data do termo do mandato em curso dos órgãos de administração e de fiscalização, bem como o período durante o qual exercem as funções actuais, vide “Informação sobre os membros dos órgãos de administração e fiscalização do Emitente” supra. Na reunião do Conselho de Administração realizada no dia 31 de Agosto de 2006, o Eng.º José Marques Gonçalves informou que, face à alteração profunda da estrutura accionista que se conclui com a realização da Oferta, decidiu, de acordo com as boas práticas de governo das empresas, colocar os seus cargos de Vice-Presidente do Conselho de Administração e Presidente da Comissão Executiva à disposição do Conselho de Administração, a produzir efeitos após a realização da Oferta, contribuindo assim para a clarificação da liderança que se pretenda vir a implementar nessa fase. Os vogais indicados pela ENI e pela Amorim Energia expressaram o seu reconhecimento pelo trabalho realizado pelo Eng.º José Marques Gonçalves e manifestaram desde logo a sua vontade, como lhes compete nos termos do Acordo Parassocial, de apresentar uma proposta de solução para a liderança da Comissão Executiva. Na reunião do Conselho de Administração realizada em 19 de Setembro de 2006, o Presidente do Conselho de Administração informou o Conselho de que os Accionistas que detêm as posições do Estado no capital social da Sociedade consideravam não existirem razões válidas para alterar o que se encontra estabelecido no Acordo Parassocial quanto à designação e mandato do Presidente da Comissão Executiva. Os administradores indicados pela Amorim Energia e pela ENI expressaram que as suas posições na sequência da disponibilidade manifestada pelo Eng.º José Marques Gonçalves assentam no total respeito pelo Acordo Parassocial. Todos os administradores concordaram que quaisquer questões decorrentes da disponibilidade manifestada pelo Engº José Marques Gonçalves serão abordadas nos termos do Acordo Parassocial. Para mais informações quanto à designação e mandato dos membros dos órgãos de administração vide “Órgãos de Administração e de Fiscalização e Quadros Superiores” supra (páginas 213 a 215, 223 e 225 supra) e ” Principais Accionistas” infra, que incluem as disposições relevantes do Acordo Parassocial (páginas 236 a 242 infra). 17.2 Contratos de trabalho que vinculam os membros dos órgãos de administração e fiscalização ao Emitente Com excepção do administrador João Pedro Figueiredo de Brito, que se encontra vinculado à Petrogal por contrato individual de trabalho, actualmente suspenso, a Galp Energia ou as suas participadas não celebraram quaisquer contratos de trabalho ou outros acordos com os membros do respectivo Conselho de Administração, do Conselho Fiscal ou com o Revisor Oficial de Contas, que originem o pagamento de quaisquer quantias ou a atribuição de quaisquer benefícios após o termo dos respectivos mandatos. 228 17.3 Informações sobre o Conselho Fiscal e a Comissão de Remunerações do Emitente Conselho Fiscal Para informações gerais sobre o Conselho Fiscal e respectivas competências, vide “Informação sobre os membros dos órgãos de administração e fiscalização do Emitente” supra. Comissão de Remunerações Para informações gerais sobre a Comissão de Remunerações, vide “Remuneração e benefícios” supra. 17.4 Declaração relativa à conformidade do Emitente com o regime de governo das sociedades do país de origem A estrutura e o governo das sociedades regem-se pelo Código das Sociedades Comerciais, pelo Regulamento n.º 7/2001 da CMVM e pelas Recomendações da CMVM. A Galp Energia adopta um modelo de governação segundo o qual a administração e a fiscalização da sociedade competem a um Conselho de Administração, a um Conselho Fiscal e a um Revisor Oficial de Contas, devendo todos ser eleitos pela Assembleia Geral. Todos os membros do Conselho Fiscal estão sujeitos ao regime de incompatibilidades previsto no artigo 414º-A do CSC. No caso das sociedades emitentes de acções admitidas à negociação em mercado regulamentado, o CSC determina que os membros do Conselho Fiscal devem, na sua maioria, ser independentes, considerando-se como tais os que não (i) estejam associados a quaisquer grupos de interesses específicos na sociedade nem (ii) se encontrem em alguma circunstância susceptível de afectar sua isenção de análise ou de decisão, nomeadamente em virtude de: a) Serem titulares ou actuarem em nome ou por conta de titulares de participação qualificada igual ou superior a 2% do capital social da sociedade; b) Terem sido reeleitos por mais de dois mandatos, de forma contínua ou intercalada. O CSC determina ainda que um dos membros independentes tenha curso superior adequado ao exercício das suas funções e conhecimentos de auditoria ou contabilidade. Nos termos do Regulamento n.º 7/2001 da CMVM, as sociedades emitentes de acções admitidas à negociação em mercado regulamentado, que não é actualmente o caso da Galp Energia, devem publicar, em capítulo do relatório anual de gestão ou em anexo a este, um relatório sobre o governo da sociedade. O referido relatório deverá indicar se a sociedade adopta as recomendações da CMVM sobre governo das sociedades ou, não sendo esse o caso, explicar as razões da não adopção (“comply or explain rule”). As recomendações relativas ao governo das sociedades são, no essencial, as seguintes: 1- As sociedades devem criar um gabinete de apoio ao investidor; 2- O exercício activo do direito de voto não deve ser restringido, nomeadamente através da imposição de um período superior a cinco dias úteis para o depósito ou bloqueio das acções, com vista à participação nas assembleias gerais; 3- As sociedades devem instituir um sistema de controlo interno; 4- As medidas tendentes a evitar o sucesso de ofertas públicas de aquisição devem respeitar os interesses da sociedade e dos respectivos accionistas; 5- Os membros dos órgãos sociais devem exercer uma orientação efectiva da gestão da sociedade; 5A- O órgão de administração deve ter um número suficiente de membros não executivos com funções de acompanhamento e avaliação da gestão; 229 6- Os membros não executivos devem incluir um número suficiente de membros independentes; 7- O órgão de administração deve criar comissões de controlo internas; 8- A remuneração dos membros do órgão de administração deve ser estruturada de forma a permitir o alinhamento dos interesses daqueles com os interesses da sociedade, e deve ser divulgada anualmente, em termos individuais; 8A- A política de remuneração dos membros dos órgãos sociais deve ser submetida anualmente aos accionistas; 9- Os membros da Comissão de Remunerações devem ser independentes; 10- Os planos de atribuição de acções ou de opções de aquisição de acções dirigidos aos administradores e trabalhadores devem ser submetidos a aprovação da Assembleia Geral; 10A – Deve ser adoptado um sistema interno de comunicação de irregularidades; 11- Os investidores institucionais devem ter em consideração as suas responsabilidades quanto ao exercício dos direitos inerentes aos valores mobiliários de que sejam titulares ou cuja gestão lhes esteja confiada. Assim, para efeitos da verificação do cumprimento das Recomendações da CMVM sobre o governo das sociedades importa atender aos critérios de independência constantes do Regulamento nº 7/2001, no que diz respeito aos membros do Conselho de Administração. Nos termos deste regulamento não se consideram independentes os administradores que (i) estejam associados a alguns grupos que tenham um interesse específico na sociedade ou (ii) se encontrem eles próprios em circunstâncias que possam influenciar a sua análise ou decisão. Em particular os membros do Conselho de Administração não são considerados independentes face a dada sociedade, nomeadamente, nas seguintes situações: a) Quando pertençam ao Conselho de Administração de sociedade que sobre aquela exerça domínio, nos termos do disposto no Cód.VM; b) Quando sejam titulares, exerçam funções de administração, tenham vínculo contratual ou actuem em nome ou por conta de titulares de participação qualificada igual ou superior a 10% do capital social ou dos direitos de voto na sociedade, ou de idêntica percentagem em sociedade que sobre aquela exerça domínio, nos termos do disposto no Cód.VM, ou em sociedade concorrente; c) Quando aufiram qualquer remuneração, ainda que suspensa, por parte da sociedade ou de outras que com ela estejam em relação de domínio ou de grupo, excepto a retribuição pelo exercício das funções de administração; e) Quando tenham uma relação comercial significativa com a sociedade ou com sociedade em relação de domínio ou de grupo, quer directamente, quer por interposta pessoa; f) Quando sejam cônjuges, parentes e afins em linha recta até ao 3º grau, inclusive, das pessoas referidas nas alíneas anteriores. Além de verificar as circunstâncias enunciadas acima, o Conselho de Administração deve ajuizar, em termos fundamentados, da independência dos seus membros perante outras circunstâncias concretas. O mesmo regulamento prevê ainda que as sociedades emitentes devem informar a CMVM de quaisquer planos de atribuição de acções ou de opções de aquisição de acções existentes, dirigidos aos seus trabalhadores e a membros do órgão de administração. As sociedades emitentes devem também manter um sítio na internet que permita aos investidores ter acesso a determinadas informações relativas à sociedade, incluindo, inter alia, o contrato de sociedade, a identidade dos membros dos órgãos sociais e do representante para as relações com o mercado, os documentos de prestação de contas relativos aos últimos dois anos, o 230 calendário semestral de eventos societários e as propostas submetidas à Assembleia Geral de accionistas. Quanto aos membros do Conselho de Administração, estão, por sua vez, sujeitos à obrigação de comunicação de determinadas operações por si realizadas sobre os valores mobiliários emitidos pela sociedade, nos termos definidos o artigo 248º-B do Cód.VM e desenvolvidos no artigo 3º do Regulamento n.º 7/2001. Embora as acções da Galp Energia não estejam admitidas à negociação em mercado regulamentado, a Galp Energia tem vindo a publicar relatórios relativos ao governo da sociedade desde 2001. Porém, a Galp Energia não se encontra sujeita à regra “comply or explain” e nem todas as recomendações da CMVM são passíveis de aplicação ao seu caso concreto, como sucede com as descritas nos números 1, 4, 10 e 11. Não obstante, a Galp Energia já criou o gabinete de apoio ao investidor e já cumpre com a maior parte das recomendações aplicáveis excepto as relativas ao número suficiente de administradores não executivos independentes, à divulgação individualizada da remuneração dos membros do Conselho de Administração, à aprovação pelos accionistas de uma política de remunerações, à criação de comissões de controlo internas com atribuição de competências na avaliação da estrutura e governo societários, bem como à adopção de um sistema interno de comunicação de irregularidades. Após a admissão à negociação das acções emitidas pela Galp Energia, e na medida do que seja decidido pelos seus accionistas, a Empresa irá adoptar as recomendações relativas ao número suficiente de administradores não executivos independentes, à aprovação pelos accionistas de uma política de remunerações, à criação de comissões de controlo internas com atribuição de competências na avaliação da estrutura e governo societários, bem como à adopção de um sistema interno de comunicação de irregularidades, ponderando ainda a respeitante à divulgação individualizada da remuneração dos membros do conselho de administração. Os estatutos da Galp Energia não prevêem quaisquer disposições destinadas a evitar o sucesso de ofertas públicas de aquisição. Relativamente aos efeitos do acordo parassocial em matéria de ofertas públicas de aquisição vide “Principais Accionistas” infra. 231 18. PESSOAL Informação Geral Em 31 de Dezembro de 2005, o quadro de pessoal da Galp Energia compreendia 5.909 trabalhadores, representando um aumento de 1,8% face ao ano anterior, em resultado fundamentalmente da abertura de novas estações de serviço em Espanha, da conversão de estações de serviço CoDo em CoCo e da aquisição da Gás Insular, na ilha da Madeira. O aumento de 7,7%, registado entre 2003 e 2004, deveu-se principalmente ao negócio de permuta de estações de serviço com a Total e a Cepsa. O quadro seguinte fornece a composição do quadro de pessoal, às datas de 31 de Dezembro de cada ano, por função e segmento de negócio. 2005 2004 2003 Comissão Executiva .................................... Quadros Superiores e Quadros Superiores Seniores .................................................... Outros Trabalhadores................................... Total ....................................................... 7 202 7 194 7 143 5.700 5.909 5.605 5.806 5.240 5.390 Exploração e Produção ................................. Refinação e Distribuição (1) ........................... Aprovisionamento e Venda de Gás Natural ..... Distribuição de Gás Natural (2) ....................... Power ........................................................ Outros ....................................................... Total ....................................................... 12 4.644 202 470 13 568 5.909 11 4.471 201 523 20 580 5.806 8 4.060 203 533 20 566 5.390 (1) Inclui os trabalhadores das estações de serviço, respectivamente em 2003, 2004 e 2005 de 1.908, 2.171 e 2.207. (2) Inclui todos os trabalhadores das sociedades de distribuição nas quais a Galp Energia detém uma participação superior a 50%. Em resultado da transferência das Actividades Reguladas para a REN, na sequência do Processo de Separação das Actividades Reguladas, 156 trabalhadores foram transferidos da Transgás para a REN em 2006 no âmbito da transmissão de estabelecimento comercial celebrado entre a Transgás e a REN. Para além da transferência de 156 trabalhadores acima referida, mantêm-se na REN Atlântico, anteriormente designada SGNL, os 32 trabalhadores que integravam o quadro de pessoal da empresa previamente ao Processo de Separação das Actividades Reguladas. Em 31 de Dezembro de 2005, a Galp Energia tinha 647 trabalhadores contratados a termo. Os trabalhadores da Galp Energia estão predominantemente localizados em Portugal e em Espanha. Relações com os Sindicatos e Comissões de Trabalhadores A Galp Energia mantém um bom relacionamento com trabalhadores e sindicatos. Nos últimos cinco anos, não houve registo de litígios laborais significativos, que originassem interrupções de laboração em Portugal ou noutras regiões, salvo uma greve de dois dias, em Fevereiro de 2004, associada principalmente a questões de remuneração, e uma greve de três dias, em Junho de 2004, relacionada fundamentalmente com questões de remuneração e suspensão de planos de carreira, ambas na refinaria de Sines. 232 Uma percentagem significativa dos trabalhadores da Galp Energia (incluindo os que prestam serviço em Espanha) é abrangida por convenções colectivas de trabalho que estabelecem horários, remunerações e outras condições laborais. Em regra, as convenções celebradas têm a validade de um ano, sendo habitualmente renegociadas anualmente. A Petrogal e a Lisboagás têm comissão de trabalhadores. Para além destas duas empresas, nem a Galp Energia, nem qualquer outra sua subsidiária, possui comissões de trabalhadores. A 31 de Dezembro de 2005, a Galp Energia tinha registado na rubrica de provisões para reestruturações, o montante de 9,7 milhões de Euros, com o objectivo de apoiar a racionalização de estruturas e a introdução de melhorias nos processos de trabalho da Galp Energia. Neste contexto, apresentou-se a um universo restrito de colaboradores, propostas de rescisão contratual por mútuo acordo e/ou, contratos de pré-Reforma. Este universo consubstancia-se em trabalhadores que, por força da reestruturação da área a que estão afectos, exerciam funções cuja supressão não carecia de substituição ou que fosse possível assegurar internamente sem acréscimo de recursos humanos. Pensões e Outros Benefícios A Galp Energia tem planos de benefício definido e de contribuição definida (“Planos de Pensões”), que prevêem o pagamento de complementos de pensões de reforma, invalidez e sobrevivência. O pagamento destes benefícios previstos nos Planos de Pensões é financiado por fundos de pensões. Estes planos não são oferecidos em todas as participadas da Galp Energia. Os benefícios previstos nos planos de benefício definido têm por base o número de anos de serviço e o último salário auferido pelo trabalhador. Em 2005, o custo total dos Planos de Pensões ascendeu a 10,6 milhões de Euros. No âmbito do plano de contribuição definida, a empresa contribui com 3% do salário pensionável e acompanha as contribuições para o plano por parte do trabalhador até ao montante adicional de 1%. Em 2005, o custo total do plano de contribuição definida foi de 2,2 milhões de Euros. A Galp Energia tem como objectivo para o nível de financiamento dos fundos que financiam os planos de benefício definido, um intervalo entre os 90% e 100%. Em 30 de Junho de 2006, os planos de benefício definido estavam financiados em 90% no seu conjunto, antes do financiamento referente ao ano de 2006. Para além destes benefícios, a Galp Energia concede pensões de reforma antecipada, préreforma e outros benefícios associados à situação de reforma (nomeadamente em virtude de processos de reestruturação), os quais não são financiados por fundos de pensões. Em 2005, os custos totais associados a estes benefícios ascenderam a 8,6 milhões de Euros. A Galp Energia também oferece outros benefícios pós-reforma, tais como Seguros de Saúde e Vida, cujo custo total perfez, em 2005, 19,0 milhões de Euros. A 31 de Dezembro de 2005, o total de responsabilidades com benefícios pós-emprego ascendia a 662,4 milhões de Euros. Deste montante 355,9 milhões de Euros estavam cobertos pelo património do fundo de pensões, 214,2 milhões de Euros estavam cobertos por provisões, 9,7 milhões de Euros estavam em custos diferidos, e 102,7 milhões de Euros correspondiam a ganhos e perdas actuariais não reconhecidos. Destes últimos 53,1 milhões de Euros encontram-se ao abrigo do corredor, enquanto que os remanescentes 49,6 milhões de Euros serão reconhecidos de acordo com o tempo de serviço futuro médio esperado, de cada um dos planos. 233 Participações e opções sobre acções Em 30 de Junho de 2006, nenhum membro do Conselho de Administração, da Comissão Executiva ou quadros superiores detinha acções ou obrigações da Galp Energia ou de qualquer sociedade do grupo. A Galp Energia não dispõe de qualquer sistema de atribuição de acções, ou de opções sobre acções da Galp Energia, às pessoas referidas no parágrafo anterior, bem como quaisquer formas de participação dos trabalhadores da Galp Energia no seu capital. No entanto, os trabalhadores da Galp Energia poderão adquirir acções em condições preferenciais, no âmbito da reserva que lhes está legalmente destinada, no âmbito do processo de reprivatização da Galp Energia. 234 19. PRINCIPAIS ACCIONISTAS O capital social emitido pela Galp Energia é de 829.250.635 Euros representado por 829.250.635 acções, com o valor nominal de €1 cada. Os principais accionistas da Galp Energia são: ENI, uma sociedade participada da ENI SpA, Amorim Energia, o Estado, directa e indirectamente através da Parpública e Iberdrola. O quadro seguinte contém a informação relativa à estrutura accionista da Galp Energia, identificando as percentagens de capital social e direitos de voto correspondentes a cada accionista, à data do presente Prospecto e após a Oferta, caso a opção de distribuição do lote suplementar seja integralmente exercida. À data do presente Prospecto Após a Oferta(1) ENI 33,340% 33,340% Amorim Energia 31,612% 31,612% Parpública 25,000% 2,000% Estado 5,004% 5,004% Iberdrola 4,000% 4,000% CGD 1,000% 1,000% Setgás 0,044% 0,044% 0% 23,000% 100,000% 100,000% Accionistas Free Float _______________________ (1) No pressuposto da alienação da totalidade das Acções e exercício integral da opção de distribuição do lote suplementar de acções. À data do presente prospecto, o Estado é titular de 40.000.000 acções da categoria A (acções com direitos especiais) e de 1.494.501 acções da categoria B (acções ordinárias), detendo a Parpública mais 207.312.659 acções. O Estado Português detém, directamente, 5,0% do capital social, e, adicionalmente, 25,0% através da Parpública. As acções da categoria A conferem os seguintes direitos especiais: • A eleição do presidente do Conselho de Administração só poderá ser aprovada com a maioria dos votos inerentes às acções de categoria A; • Quaisquer deliberações que visem autorizar a celebração de contratos de grupo paritário ou de subordinação e ainda, quaisquer deliberações que, de algum modo, possam pôr em causa a segurança do abastecimento de petróleo ao país, de gás e de electricidade, ou produtos derivados dos mesmos, não poderão ser aprovadas contra a maioria dos votos inerentes às acções de categoria A. 235 Para mais informações sobre as acções da categoria A vide a secção “Informação Adicional” infra. A ENI é uma empresa pertencente ao grupo ENI SpA um grupo internacional presente em mais de 70 países. As principais áreas de actividade da ENI SpA são: a Exploração e Produção, Gás e Power e Refinação e Distribuição de Produtos Petrolíferos. No 1º semestre 2006 a ENI SpA apresentou um resultado líquido de 5,6 mil milhões de Euros. A Amorim Energia é uma empresa sediada nos Países-Baixos cujos principais accionistas são a Esperanza Holding, B.V. (45%), a Power, Oil & Gas Investments, B. V. (30%), a Amorim Investimentos Energéticos, SGPS, S.A. (20%) e a Oil Investments B.V. (5%). A Parpública é a Holding do Estado Português para gerir as suas participações em diversas empresas. A Iberdrola foi criada em 1901 e é actualmente parte do grupo Iberdrola, sedeado em Bilbao, exercendo actividade no sector eléctrico. No primeiro semestre de 2006, a Iberdrola apresentou um resultado líquido de 817,8 milhões de Euros. A CGD é uma instituição de crédito integralmente detida pelo Estado, sendo a sociedade holding de um grupo financeiro que inclui o Caixa – Banco de Investimento. No primeiro semestre de 2006, os activos líquidos da Caixa Geral de Depósitos, S.A. ascendiam a 89,3 mil milhões de Euros. A Setgás, criada em 1990, é a concessionária para a distribuição do gás natural na região Sul de Portugal. A Galp Energia detém 45% do capital da Setgás. 236 Acordo Parassocial O Acordo Parassocial foi celebrado no dia 29 de Dezembro de 2005 entre a Amorim Energia, a ENI e a REN. No dia 28 de Março de 2006, foi celebrado um primeiro aditamento ao Acordo Parassocial (Deed of Adherence and Amendment to the Shareholders Agreement), nos termos do qual a CGD se tornou parte do Acordo Parassocial. No dia 6 de Setembro de 2006, foram celebrados dois novos aditamentos ao Acordo Parassocial (Second Amendment to the Shareholders Agreement e Third Amendment to the Shareholders Agreeement). No dia 28 de Setembro de 2006, foi celebrado um quarto aditamento ao Acordo Parassocial (Fourth Amendment to the Shareholders Agreement). Actualmente são partes no Acordo Parassocial a Amorim Energia, a ENI e a CGD. A REN foi parte inicial no Acordo Parassocial, tendo alienado à Amorim Energia, no dia 18 de Setembro de 2006, a totalidade da sua participação na Galp Energia correspondente a 151.752.865 acções. O preço pago à REN corresponde ao preço pago pela mesma Amorim Energia à EDP Participações, SGPS, S.A. actualizado à taxa Euribor a 3 meses, preço esse que foi fixado à data de 7 de Dezembro de 2005, tendo por base uma avaliação da Galp Energia em aproximadamente 5.050 milhões de Euros conforme então divulgado ao mercado. A participação das partes na Galp Energia, à data da Divulgação de Sumário do Acordo Parassocial relativo à Galp Energia, SGPS, S.A. publicada em www.cmvm.pt: - ENI – 276.472.160 acções correspondentes a 33,34% do capital social e dos direitos de voto da Galp Energia; - Amorim Energia – 262.144.255 acções correspondentes a 31,612% do capital social e dos direitos de voto da Galp Energia; - CGD – 8.292.510 acções correspondentes a 1% do capital social e dos direitos de voto da Galp Energia. O Acordo Parassocial regula os seguintes aspectos: Indisponibilidade temporária das acções As partes estão obrigadas a manter a sua participação na Galp Energia até 31 de Dezembro de 2010 (“Lock-in period”), sem prejuízo da possibilidade de alienarem a sua participação nos seguintes casos: (a) (b) (c) situações de impasse - nos termos indicados infra; mudança de controlo accionista - nos termos indicados infra; e incumprimento do Acordo Parassocial - nos termos indicados infra. Cada uma das partes obriga-se durante o Lock-in period a não aumentar a sua participação na Galp Energia para além de 33,34%, excepto nas situações supra referidas. Nestes casos, se a parte transmitente for a Amorim Energia, a CGD é titular de um direito que lhe permite, com prioridade em relação às outras partes, comprar a participação em questão ou nomear um terceiro, que cumpra os requisitos indicados em “Direitos de preferência da CGD” infra. Venda de acções A partir de 1 de Janeiro de 2011 (ou seja, decorrido o Lock-in period), as partes apenas poderão alienar a totalidade da respectiva participação social em bloco. As outras partes terão, 237 alternativamente, direito de preferência ou direito de “tag along” na venda a terceiros e apenas direito de preferência na venda a outras partes no Acordo Parassocial. Caso a entidade alienante seja a Amorim Energia, a CGD é titular do direito de adquirir preferencialmente todas ou parte das acções da Amorim Energia, com prioridade em relação ao direito de preferência das outras partes, ou, em alternativa, nomear um terceiro para o efeito (que deverá cumprir com os requisitos indicados em “Direitos de preferência da CGD” infra). Nas restantes vendas ou caso a CGD não exerça o direito acima referido, as acções da parte transmitente serão distribuídas igualmente pelas partes que exerçam o seu direito de preferência, independentemente da participação que cada uma detenha na Galp Energia. Direitos de preferência da CGD Nas situações em que a Amorim Energia pretenda ou seja obrigada a vender acções da Galp Energia durante a vigência do Acordo Parassocial, a CGD terá o direito de adquirir preferencialmente essas acções ou de nomear um terceiro para o efeito, só podendo as outras partes exercer o respectivo direito de preferência ou aquisição se, e na medida, em que a CGD não exerça o seu direito de aquisição preferencial ou não nomeie um terceiro para o efeito. O terceiro a indicar pela CGD deverá cumprir, cumulativamente, os seguintes requisitos: (a) não se encontrar numa relação de domínio ou de grupo com (i) a CGD, (ii) entidades do sector público do Estado, (iii) sociedades de capitais exclusivamente públicos e (iv) entidades do sector empresarial do Estado; não ser uma empresa activa no sector energético; aderir ao Acordo Parassocial, assumindo os direitos e obrigações da parte transmitente. (b) (c) Excepto no caso de venda pela ENI, o exercício pela CGD de direitos de preferência resultantes do Acordo Parassocial não pode levar à detenção, pelo Estado ou entidades em relação de domínio ou de grupo com o Estado, de acções que representem mais de 33,34% do capital social da Galp Energia. Composição dos Órgãos Sociais Mesa da Assembleia Geral e Secretário da Galp Energia Os membros da Mesa da Assembleia Geral e o Secretário da Galp Energia devem ser eleitos ou nomeados, consoante o caso, de comum acordo pelas partes, de entre profissionais independentes com qualificação e experiência para o exercício dos cargos. Composição do Conselho de Administração e da Comissão Executiva Actual mandato (1 de Janeiro de 2005 – 31 de Dezembro de 2007): As partes reiteraram a sua vontade em manter os actuais membros do Conselho de Administração da Galp Energia, até ao termo do mandato em curso, sem prejuízo, das seguintes situações: (a) (b) (c) substituição de um ou mais administradores pela parte que os indicou; no caso de uma das partes deixar de ser accionista da Galp Energia, caso em que deverá obter renúncia dos membros por si indicados; justa causa de destituição, ou 238 (d) renúncia do próprio. Mandatos subsequentes O Conselho de Administração terá quinze membros, cinco dos quais deverão integrar a Comissão Executiva. A CGD terá o direito de indicar um administrador que será sempre o Presidente do Conselho de Administração e que deverá coincidir com o administrador nomeado pelo Estado (enquanto detentor de acções Categoria A). A Amorim Energia terá o direito de indicar seis administradores. A ENI terá o direito de indicar seis administradores. A Amorim Energia, a ENI e a CGD indicarão em conjunto um administrador: em caso de desacordo esse administrador será indicado pelo voto da maioria daquelas três entidades, a qual deverá sempre incluir o voto favorável da CGD. A Amorim Energia e a ENI indicarão em conjunto um administrador, sujeito ao parecer favorável da CGD, que não deverá ser recusado com fundamento em motivos irrazoáveis, o qual será o CEO. A Comissão Executiva deverá ter a seguinte composição: o respectivo Presidente será o CEO e a Amorim Energia e a ENI indicarão em separado dois administradores cada uma. Depois de concluída a OPV, caso seja nomeado um administrador nos termos do artigo 392.º do CSC, o mesmo deverá substituir o administrador indicado em conjunto pela Amorim Energia, pela ENI e pela CGD, sem prejuízo de as partes se encontrarem vinculadas a votar de forma concertada na eleição desse administrador. As partes podem acordar aumentar o número de membros do Conselho de Administração para dezanove e, nesse caso, a ENI terá o direito de indicar um administrador e a Amorim Energia terá o direito de indicar um administrador. Os restantes dois administradores deverão ser independentes e serão indicados pela ENI e Amorim Energia. Auditoria e Fiscalização O Acordo Parassocial prevê que a Galp Energia tenha um Conselho Fiscal, composto por três membros, e um revisor oficial de contas ou sociedade de revisores oficiais de contas. A ENI, Amorim Energia e a CGD deverão conjuntamente propor um membro, bem como o respectivo suplente, que deverão ser revisores oficiais de contas e independentes. A Amorim Energia terá o direito de propor um membro que deverá ser independente. A ENI terá o direito de propor um membro que deverá ser independente. A CGD terá o direito de indicar qual dos dois membros propostos pela Amorim Energia e ENI será o Presidente do Conselho Fiscal. O revisor oficial de contas ou sociedade de revisores oficiais de contas será proposto à Assembleia Geral pelo Conselho Fiscal. O Conselho Fiscal deverá Energia seleccionado entre competências do Conselho documentos contabilísticos assegurar a existência de um auditor externo independente da Galp as auditoras internacionais com maior reputação que, sem prejuízo das Fiscal e do revisor oficial de contas, deverá verificar as contas e outros anuais da Galp Energia. Destituição As partes acordaram que o membro de um órgão social que tenha sido indicado por uma das partes poderá ser destituído por essa parte, sendo esta responsável pelos custos inerentes a tal destituição. Nos casos em que um membro de órgão social tenha sido indicado conjuntamente pelas partes, as partes podem acordar na sua destituição, sendo responsáveis pelos custos inerentes a essa destituição. 239 Deliberações do Conselho de Administração Vide “Órgãos de Administração e de Fiscalização e Quadros Superiores” supra. Composição do Conselho de Administração de sociedades controladas pela Galp Energia As partes acordaram que os membros do Conselho de Administração da Petrogal, GDP e Galp Power deverão coincidir com os membros da Comissão Executiva da Galp Energia e que o Presidente da Comissão Executiva da Galp Energia será o Presidente do Conselho de Administração dessas sociedades. Deliberações da Assembleia Geral As partes obrigam-se a apresentar propostas e a votar de forma concertada e unânime em relação às seguintes matérias que, nos termos do artigo 12.º, n.º 5 dos estatutos da Galp Energia, carecem de maioria de dois terços: (a) (b) (c) (d) (e) (f) (g) matérias que constituam objecto dos direitos especiais das acções da categoria A; aprovação e modificação das directrizes de orientação estratégica e do plano estratégico da Galp Energia e das respectivas áreas de negócio; deliberação sobre a aplicação de resultados do exercício ou sobre a distribuição de bens a accionistas; emissão de valores mobiliários que não estejam na esfera de competência do Conselho de Administração; propostas de parcerias estratégicas submetidas pelo Conselho de Administração à Assembleia Geral da Galp Energia; aprovação das contas anuais individuais e consolidadas da Galp Energia; cisão, fusão e dissolução da Galp Energia. Situações de Impasse No caso de falta de quorum constitutivo ou quorum deliberativo em relação às matérias referidas em “Deliberações do Conselho de Administração” e “Deliberações da Assembleia Geral” supra, e se não houver acordo das partes no prazo de 30 dias considera-se, para efeitos do Acordo Parassocial, verificada uma situação de impasse, devendo a matéria objecto da mesma ser submetida a apreciação por peritos nomeados pelas partes. Após a OPV, caso a parte que tenha perfilhado entendimento diferente do sentido adoptado pela decisão dos peritos queira alienar a sua participação na Galp Energia, deverá previamente propor a alienação das acções de que é titular às outras partes do Acordo Parassocial, só podendo proceder à alienação das respectivas acções em mercado regulamentado no caso destas não as pretenderem adquirir. Venda dos Activos Regulados16 As partes e a REN acordaram que o preço de venda a esta última dos activos regulados (ou seja, a rede de transporte de gás natural a alta pressão (“Rede”), três cavernas nas instalações de armazenagem subterrânea de gás natural – Carriço – e o terminal de gás natural liquefeito – Sines 16 Redacção constante da Divulgação de Sumário do Acordo Parassocial relativo à Galp Energia, SGPS, S.A., publicada em www.cmvm.pt. 240 (“Cave/Terminal”), juntamente com os direitos e obrigações inerentes à detenção e operação desses activos (“Activos Regulados”) corresponderá ao seu justo valor de mercado (“Justo Valor”), o qual será determinado através da média aritmética de três avaliações realizadas por bancos de investimento de primeira linha. Se alguma dessas avaliações diferir em mais de 20% (vinte por cento) daquela média, essa avaliação não será considerada e a média aritmética será calculada com base nas outras duas avaliações (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra). Preço da Rede Não estando definido o quadro regulatório no qual se estabeleçam, nomeadamente, os termos e condições para o acesso por terceiros aos Activos Regulados e a respectiva remuneração das actividades reguladas (“Quadro Regulatório”) as Partes acordaram num preço preliminar de aquisição da Rede, no montante líquido de 405 milhões de Euros (“Preço Preliminar Líquido/Rede”), calculado com base num valor bruto total de 738 de milhões de Euros e numa dívida líquida afecta àquela Rede de 333 milhões de Euros. O Preço Preliminar Líquido/Rede será ajustado nos seguintes termos: (a) (b) se após a entrada em vigor do Quadro Regulatório, o Justo Valor da Rede for superior a 738 milhões de Euros, a REN pagará à Galp Energia um montante correspondente à diferença entre o Justo Valor da Rede e 738 milhões de Euros; se a dívida líquida afecta à Rede à data da transmissão para a REN dos Activos Regulados for inferior a 333 milhões de Euros, a REN pagará à Galp Energia um montante correspondente à diferença entre aqueles montantes; por sua vez, se aquela for superior, caberá então à Galp Energia pagar à REN o montante correspondente à diferença apurada. Preço da Cave/Terminal As partes acordaram que o preço da Cave/Terminal será determinado pelas partes com base no seu valor líquido (net asset value) e dívida líquida alocada (allocated net debt). Distribuição de resultados As partes proporão a distribuição anual de pelo menos 50% dos resultados líquidos da Galp Energia, desde que seja respeitado um rácio de dívida líquida sobre o EBITDA não superior a 3,5 para o ano em curso e para o ano subsequente, conforme resulte do orçamento anual aplicável. O produto da venda dos activos regulados, conforme definido em “Venda dos Activos Regulados” supra, poderá ser objecto de distribuição aos accionistas desde que o rácio acima seja cumprido. Mudança de controlo accionista Caso haja mudança do controlo accionista de uma das partes (“Parte Afectada”) durante a vigência do Acordo Parassocial (“Mudança de Controlo”), as demais partes têm o direito de adquirir a participação social da Parte Afectada em proporções iguais, sem prejuízo do direito de preferência da CGD descrito em “Direitos de preferência da CGD” supra. Para efeitos do Acordo Parassocial, constitui Mudança de Controlo qualquer situação em que, por um ou mais actos ou contratos, e independentemente da respectiva forma ou título jurídico: 241 (a) (b) (c) (d) uma ou mais entidades passem, por si só ou em conjunto com outra(s) entidade(s), a, directa ou indirectamente: (i) dispor de mais de metade do capital social ou dos direitos de voto no capital social da Parte Afectada, ou (ii) dispor do direito de nomear ou destituir a maioria dos membros do órgão de administração da Parte Afectada; uma ou mais entidades venham a adquirir a possibilidade de impor ou vetar decisões estratégicas da Parte Afectada; ocorra a fusão, celebração de contrato de subordinação ou de grupo paritário ou qualquer outro evento de natureza similar em relação à Parte Afectada, ou a totalidade ou, pelo menos, 2/3 (dois terços) dos activos da Parte Afectada sejam transferidos (por qualquer meio) para uma ou mais entidades. O disposto nas alíneas anteriores não é aplicável (i) às situações em que a Mudança de Controlo resulta de uma transacção realizada exclusivamente com uma ou mais partes do Acordo Parassocial, (ii) no caso da CGD, quando a Mudança de Controlo resulte de operações realizadas entre entidades do sector público do Estado ou sociedades de capitais exclusivamente públicos e (iii) em caso de sucessão legitimária de Américo Amorim ou de qualquer pessoa da sua família. À data do presente Prospecto, as entidades que controlam as partes são as seguintes: - Amorim Energia - indirectamente controlada pela Família Américo Amorim, compreendendo em exclusivo qualquer uma das seguintes pessoas: Américo Ferreira de Amorim, Maria Fernanda de Oliveira Ramos Amorim, Paula Fernanda Ramos Amorim, Marta Cláudia Ramos Amorim Barrocas de Oliveira e Luísa Alexandra Ramos Amorim. - ENI - Eni S.p.A.; - CGD - Estado. Cessão de direitos e/ou obrigações e adesão de terceiros Nenhuma das partes poderá ceder os seus direitos e/ou obrigações decorrentes do Acordo Parassocial sem o prévio consentimento escrito das outras partes e sem que o cessionário aceite previamente a cessão e os seus respectivos termos, sem reservas. No caso de transmissão total ou parcial das acções de uma das partes a favor de terceiro, a parte transmitente obriga-se a obter a prévia adesão integral e incondicional do transmissário ao disposto no Acordo Parassocial. Deveres de cooperação e não concorrência As partes convencionaram atribuir à Galp Energia, se esta assim o entender, determinados direitos relativos à cooperação e não concorrência da ENI com a Galp Energia nas áreas de negócio de exploração e produção, refinação e marketing e gás natural respeitantes aos mercados português e espanhol, os quais poderão vir a envolver concertação quanto a determinadas actividades e/ou a sua racionalização através de operações sempre avaliadas a preços de mercado. Incumprimento Em caso de incumprimento definitivo do Acordo Parassocial por qualquer uma das partes (a “Parte Faltosa”), cada uma das partes que não se encontra em situação de incumprimento terá, alternativamente, o direito de (i) adquirir a participação social detida pela Parte Faltosa na Galp Energia ou (ii) receber uma quantia monetária a título de indemnização, devendo para o efeito notificar as restantes partes da sua escolha no prazo de 30 dias. 242 Objectivos e directrizes estratégicas gerais As partes acordaram com os objectivos e directrizes estratégicas gerais da Galp Energia e deverão actuar com vista à implementação de tais objectivos e directrizes estratégicas gerais. Validade O Acordo Parassocial foi celebrado a 29 de Dezembro de 2005 entre a Amorim Energia, ENI e a REN, tendo a CGD aderido ao mesmo, a 28 de Março de 2006. O Acordo Parassocial entrou em vigor no dia 29 de Março de 2006 e permanecerá em vigor por um período de oito anos. Nos termos da alínea c) do número um do artigo 20.º Cód. VM, os direitos de voto correspondentes às acções detidas por cada uma das partes do Acordo Parassocial são imputados reciprocamente às demais. Consequentemente, e nos termos legais, a Galp Energia considera-se conjuntamente dominada pelos accionistas partes do Acordo Parassocial. Visando assegurar a independência entre os accionistas e a Galp Energia e procurar garantir que o eventual controlo daqueles sobre esta última não seja exercido de forma abusiva, encontram-se implementadas medidas fundamentais tais como a total transparência nas relações mútuas e o estrito cumprimento das normas legais e regulamentares, nomeadamente as relativas a operações com partes relacionadas e salvaguarda de conflitos de interesses. 243 20. OPERAÇÕES COM ENTIDADES TERCEIRAS RELACIONADAS No desenvolvimento normal da actividade da Galp Energia, são realizadas operações com diversas entidades, incluindo sociedades em que os accionistas da Galp Energia detêm participações. Estas operações são realizadas de acordo com os usos e práticas normais da actividade da Galp Energia. Para mais informações consultar a Nota 29 do Anexo às Contas 2005 IFRS (vide “Informação Financeira sobre o Activo e o Passivo, a Situação Financeira e os Ganhos e Prejuízos do Emitente – Mapas Financeiros”). Apresenta-se em seguida a descrição resumida de alguns contratos e operações realizados com entidades terceiras relacionadas. ENI SpA – Agip A Galp Energia celebrou diversos acordos com a Agip, entidade controlada pela sua accionista ENI SpA, nos termos dos quais a Galp Energia vende e compra determinados produtos petrolíferos à Agip, em Portugal e em Espanha. Adicionalmente, determinadas sociedades do grupo ENI (AgipPetroli S.p.A., SNAM S.p.A. e Italgas, S.p.A.) acordaram na cedência de pessoal especializado contra o pagamento pela Galp Energia dos encargos de pessoal associados (incluindo os custos de quaisquer membros do Conselho de Administração da Galp Energia que tenham sido eleitos representantes destas sociedades). Amorim Energia A Sonangol detém 100% do capital social da Esperanza Holding B.V., sociedade que, por sua vez, detém 45% do capital social da Amorim Energia, uma das actuais accionistas da Galp Energia. A Sonangol é, por lei, a concessionária exclusiva dos direitos de pesquisa e produção de hidrocarbonetos em Angola. No uso dos direitos que lhe advém das várias concessões que lhe são outorgadas pelo Governo Angolano, esta celebra com outras empresas contratos de partilha de produção cujo objecto é a execução de operações de pesquisa e produção, e nos termos dos quais determina a forma de repartição, entre a Sonangol, na qualidade de concessionária, e as companhias que com ela contratam e que se associam, formando um consórcio para a partilha da produção que venha a ser obtida. O Grupo Galp Energia tem participação em vários contratos deste tipo, conforme descrito noutras secções deste prospecto (vide “Principais Actividades e Mercados” e “Legislação que Regula a Actividade do Emitente” supra). Por outro lado, o Grupo Galp Energia e a Sonangol são accionistas da Sonangalp – Sociedade Distribuição e Comercialização de Combustíveis, Lda. (“Sonangalp”) e da SOPOR – Sociedade Distribuidora de Combustíveis, S.A. (“Sopor”), empresas que se dedicam à actividade de distribuição de combustíveis e lubrificantes em Angola e em Portugal respectivamente. A Sopor é abastecida em produtos pela Petrogal e a Sonangalp pela Sonangol, nos termos de contratos de fornecimento elaborados segundo padrões normais da indústria. A Petrogal é ainda fornecedora da Sonangol em óleos bases para a formulação de lubrificantes, e alguns lubrificantes acabados, nos termos de um contrato celebrado para o efeito, e cujas condições são igualmente compatíveis com as práticas habituais desta indústria. Estado Nos termos de um acordo de accionistas celebrado entre o Estado e a Petrocontrol, o Estado acordou pagar 75 milhões de Euros à subsidiária Petrogal a fim de inter alia apoiar a realização de um projecto de dessulfuração para cumprimento das especificações do “Programa Auto-Oil Português”. Nos termos deste acordo, os pagamentos seriam efectuados em prestações a liquidar antes de 31 de Dezembro de 2003. À data deste Documento de Registo de Acções, o Estado apenas procedeu ao pagamento de 25 milhões de Euros em cumprimento deste acordo, tendo, no entanto, já confirmado que irá pagar os restantes 50 milhões de Euros. 244 A Galp Energia fornece igualmente gasolina, gasóleo e outros combustíveis destinados a diversas unidades militares do Exército português. CGD O banco Caixa - Banco de Investimento, S.A., participada da accionista CGD, actua como Coordenador Global na presente Oferta. A CGD presta também à Galp Energia diversos serviços bancários e é parte em contratos de financiamento celebrados com sociedades do Grupo Galp Energia, nomeadamente no âmbito desta Oferta, e ainda: • Linhas de crédito de grupo: A CGD abriu duas linhas de crédito de grupo, uma em favor da Galp Energia, da Petrogal e de diversas sociedades participadas da Petrogal, até ao limite máximo global de 300 milhões de Euros, e outra em favor da GDP e de diversas sociedades participadas da GDP, até ao limite máximo global de 100 milhões de Euros; • Linhas de crédito: A CGD abriu duas linhas de crédito, uma em favor da subsidiária Petrogal Trading Limited, pelo montante máximo de 100 milhões de Euros, e a outra em favor da Setgás, por um montante máximo de 3,3 milhões de Euros; • Garantias Sindicadas: A CGD garantiu parcialmente os empréstimos pendentes, concedidos pelo Banco Europeu de Investimento às participadas Petrogal (22,9% do empréstimo total garantido), CLC (33,3%) e Lisboagás GDL (25%); • Project Finance: A CGD concedeu à Tagusgás um crédito, sob a forma de project finance, pelo valor total de 36,25 milhões de Euros, dos quais 31 milhões de Euros constituem dívida a médio e a longo prazo. À data de 30 de Junho de 2006, o montante pendente de pagamento da dívida a médio e a longo prazo equivalia a 23,5 milhões de Euros; • Cobertura de taxas de juro: o Caixa - Banco de Investimento (sociedade participada da CGD e Coordenador Global no âmbito desta Oferta) é contraparte em determinados swaps de taxas de juro celebrados pela Tagusgás por um valor nocional de 25 milhões de Euros em 30 de Junho de 2006; • Fundo de Pensões: A CGD Pensões (sociedade participada da CGD) é a sociedade gestora do Fundo de Contribuição Definida da Galp Energia, para o qual a Galp Energia, a Petrogal e a Lisboagás GDL efectuam contribuições; • Papel Comercial: a Galp Energia emitiu Papel Comercial organizado pela CGD em Setembro de 2005 no montante de 100 milhões de Euros. Setgás A Galp Energia, através da Transgás, fornece gás natural a alta pressão à accionista Setgás, concessionária para a distribuição de gás natural para a zona sul de Portugal, nos termos de contrato celebrado em Abril de 1994. A Galp Energia presta determinados serviços de gestão e de apoio à gestão à Setgás. REN A REN foi accionista da Galp Energia até 18 de Setembro de 2006. No contexto da Separação das Actividades Reguladas, a Galp Energia celebrou diversos contratos com a REN ou suas participadas, incluindo um contrato de compra e venda para a transferência de todo o gás natural, Actividades Reguladas e contratos, segundo os quais, a REN ou as suas participadas fornecem serviços de transporte, regaseificação e armazenamento à GALP Energia (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra). No dia 7 de Dezembro de 1994, foi celebrado entre a Galp Energia e a REN um acordo de gestão do consumo de gás natural que visa definir os direitos, obrigações e procedimentos a estabelecer entre a REN e a Transgás, visando disponibilizar o gás natural às centrais termoeléctricas indicadas pela REN. Este contrato vigora desde 7 de Dezembro de 1994, sendo eficaz por um período de 25 anos após a data do início da operação comercial da CCGT na 245 Tapada do Outeiro. No âmbito deste acordo, a Transgás celebrou contratos individuais de fornecimento de gás com as respectivas centrais termoeléctricas. A Galp Energia mantém ainda as seguintes operações com as suas antigas accionistas EDP e Portgás. EDP A EDP Participações, SGPS, S.A. foi accionista da Galp Energia até Janeiro de 2006. A Galp Energia, através da sua participada Lisboagás, mantém ainda com uma empresa do grupo EDP um contrato de prestação de serviços de operações de atendimento, leitura, facturação e cobrança dos clientes da Lisboagás, celebrado em 8 de Maio de 1992 e substituído por outro, em 10 de Dezembro de 2003, com o mesmo objecto e com um prazo de 3 anos, o qual veio a ser denunciado pela Lisboagás, com efeitos a 1 de Junho de 2006, em virtude da criação do novo sistema de gestão comercial, tendo as partes acordado na prorrogação mensal do mesmo a partir daquela data até terminar o processo de migração de dados dos clientes do sistema da EDP para o sistema da Lisboagás, momento em que cessará a relação contratual entre as partes, o que se espera que venha a acontecer em Dezembro de 2006. A Galp Energia e a EDP mantêm ainda contratos comerciais standard de fornecimento recíproco de produtos energéticos entre empresas subsidiárias, sujeitos às normais regras de mercado. Portgás A Portgás foi accionista da Galp Energia até Janeiro de 2005. A Galp Energia, através da Transgás, mantém o fornecimento de gás natural a alta pressão à Portgás, concessionária de distribuição de gás natural na zona norte de Portugal. 246 21. INFORMAÇÕES FINANCEIRAS SOBRE O ACTIVO E O PASSIVO, A SITUAÇÃO FINANCEIRA E OS GANHOS E PREJUÍZOS DO EMITENTE 21.1 Historial Financeiro As demonstrações financeiras consolidadas da Galp Energia para os semestres findos em 30 de Junho de 2006 com demonstrações de resultados consolidados e de fluxos de caixa com comparativos referentes ao semestre findo em 30 de Junho de 2005, elaboradas em conformidade com as IFRS, e as respectivas notas e relatório de exame simplificado de auditoria, conforme constantes em “Informações financeiras intercalares e outras”. As demonstrações financeiras consolidadas da Galp Energia para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 com comparativos referentes ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2004, elaboradas em conformidade com as IFRS, e as respectivas notas e relatório de auditoria, conforme constantes em “Demonstrações Financeiras Consolidadas”. As demonstrações financeiras consolidadas da Galp Energia referentes ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2004 com comparativos referentes ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2003, elaboradas em conformidade com o POC, e as respectivas notas e relatório de auditoria conforme constantes em “Demonstrações Financeiras Consolidadas”. As demonstrações financeiras consolidadas pró-forma da Galp Energia referentes ao semestre findo em 30 de Junho de 2006, elaboradas em conformidade com as IFRS, e o respectivo memorando de pressupostos e parecer de procedimentos acordados do auditor externo, conforme constantes em “Informações financeiras intercalares e outras”. As demonstrações financeiras consolidadas pró-forma da Galp Energia referentes ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2005, elaboradas em conformidade com as IFRS, e o respectivo memorando de pressupostos e parecer de procedimentos acordados do auditor externo, conforme constantes em “Informações financeiras intercalares e outras”. As demonstrações financeiras consolidadas da Galp Energia referentes ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2003 e as demonstrações financeiras consolidadas da Galp Energia referentes ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2005, elaboradas em conformidade com o POC, são inseridas por remissão e fazem parte do presente Prospecto (vide “Documentação Inserida por Remissão” infra). 21.2 Informações financeiras pró-forma Conforme anteriormente referido na secção “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural”, a Galp Energia procedeu à venda de uma parte do negócio do gás natural em 26 de Setembro de 2006. Uma vez que a informação financeira posterior a essa data não é susceptível de comparação directa com a informação financeira histórica apresentada neste Documento de Registo de Acções, disponibiliza-se informação financeira consolidada pró-forma relativa ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 e respeitante ao semestre findo em 30 de Junho de 2006, preparada de acordo com as IFRS não auditada e sobre a qual foi emitido parecer de procedimentos acordados do auditor externo. Para uma informação mais detalhada sobre as contas pró-forma, vide “Informações Financeiras Intercalares e Outras” infra. A informação financeira foi preparada no pressuposto de que o Processo de Separação das Actividades Reguladas ocorreria a 1 de Janeiro de 2005 para as contas pró-forma relativas ao exercício de 2005 e a 1 de Janeiro de 2006 relativas às contas pró-forma do primeiro semestre de 2006. Os ajustamentos pró-forma baseiam-se em 247 informação constante do Contrato Promessa e em pressupostos que a Galp Energia considera razoáveis. Nomeadamente, os ajustamentos efectuados baseiam-se em estimativas efectuadas para os preços dos activos e para passivos a destacar no processo de Separação das Actividades Reguladas, já que o preço final será determinado com base na avaliação efectuada por peritos externos, e não estará disponível antes da data deste Documento de Registo de Acções. Também se optou por utilizar a tarifa de transporte prevista no Memorando de Entendimento, no pressuposto de que, caso haja lugar a acertos causados por uma variação na quantidade anual, estes deverão ser efectuados no final do ano de 2006, depois de apuradas as quantidades efectivamente transportadas. Caso se tivesse utilizado a tarifa de transporte constante no Contrato Promessa assinado a 30 de Agosto de 2006, o impacto, líquido de efeito fiscal, seria de mais 2,6 milhões de Euros em custos. É expectável que o preço final resultante da avaliação tenha impacto diferente do produzido pelos ajustamentos pró-forma efectuados e na informação pró-forma incluída neste Documento de Registo de Acções. A informação financeira consolidada não auditada tem um objectivo meramente informativo e não pretende apresentar os resultados e situação financeira da Galp Energia se o Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural tivesse, de facto tido lugar nessa data, nem projecta os resultados operacionais ou a situação financeira para uma data futura nem tem em consideração o novo regulamento tarifário fixado pela ERSE (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra). A leitura da informação financeira consolidada não auditada deverá ser efectuada conjuntamente com a da secção “Capitalização e Endividamento” na Nota sobre as Acções, e as secções do presente Documento de Registo de Acções “Informações Financeiras acerca do Activo e do Passivo, da Situação Financeira dos Ganhos e Prejuízos do Emitente”, “Análise da Exploração e da Situação Financeira”, “Anexo II – Resumo das Diferenças entre o POC e as IFRS”, e a informação financeira consolidada histórica ou pró-forma, auditada e não auditada, e respectivas notas incluídas noutras partes do Documento de Registo de Acções. 31 de Dezembro de 2005 30 de Junho de 2006 Histórico Ajustam entos Próforma Próforma Histórico Ajustamen tos Pró-forma Pró-forma (milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Demonstração de Resultados Consolidada Vendas e prestações de serviços.............................. 6.130,4 Custo das mercadorias vendidas............................. (5.112,1 Margem bruta ................... 1.018,2 Outros proveitos e ganhos operacionais ............. (3,3) (a) 6.127,1 11.137,3 (6.4) (a) 11.130,9 (16,8) (a) (5.129,0) (9.162,1) (29,7) (a) (9.191,8) (20,1)(a) 998,1 1.975,2 (36,1) (a) 1.939,1 24,7 24,8 (0,09) (a) Fornecimentos e serviços externos ............................. 83,4 0,3 (a) 83,6 (255,7) (40,1) (a) Custos com o pessoal ........... (140,6) 5,1 (a) (295,8) (525,6) (70,8) (a) (596,4) (135,5) (269,6) 8,4 (a) (261,2) Outros custos e perdas operacionais........................ (23,4) 0,1 (a) (23,3) (71,3) 2,1 (a) (69,2) Provisões ............................ (14,6) 0,2 (a) (14,4) (22,5) 0,4 (a) (22,2) Amortizações ...................... (125,3) 14,4 (a) (110,9) (306,8) 27,4 (a) (279,4) Resultados Operacionais ..................... 483,4 (40,6)(a) 442,7 862,7 (68,3) (a) 794,4 248 31 de Dezembro de 2005 30 de Junho de 2006 Histórico Ajustam entos Próforma Próforma Histórico Ajustamen tos Pró-forma Pró-forma (milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Proveitos / (custos) financeiros ......................... (6,3) 14,5 (b) 8,1 30,6 25,1 (b) 55,7 Resultados Correntes ........ 477,0 (26,1) 450,9 893,4 (43,3) 850,1 Resultados antes de impostos e interesses minoritários ...................... 477,0 (26,1) 450,9 893,4 (43,3) 850,1 Imposto sobre o rendimento ......................... (121,2) 6,9 (c) (114,4) (188,8) 13,5 (c) (175,3) Interesses minoritários ......... (2,0) 0,9 (d) (1,1) (3,9) 1,8 (d) Resultado líquido .............. 353,8 (18,4) 335,4 700,7 (27,9) 0,40 0,84 (0,03) 0,81 0,40 0,84 (0,03) 0,81 (2,1) 672,7 Indicadores por Acção (1) ..................................... Resultado líquido por acção € .............................. 0,43 (0,02) Resultado líquido por acção diluído € .................... 0,43 (0,02) Dividendos por acção €......... n.a. n.a. n.a. 0,27 n.a. 0,27 Fluxo de Caixa Consolidado ...................... Fluxos das actividades operacionais........................ 380,1 (56,9) (e) 323,2 653,0 (103,3) (e) 549,7 Fluxos das actividades de investimento ....................... (102,4) 0,1 (f) (102,3) (110,0) 515,8 (f) 405,8 Fluxos das actividades de financiamento ..................... (184,8) 20,4 (g) (164,5) (522,2) 50,4 (g) (471,8) 3.079,0 (734,0)(h) 2.344,9 3.090,7 (735,3) (h) Líquidos(2) .......................... 2.925,5 734,0 2.191,4 2.942,5 (735,3) 2.207,2 Outros activos não correntes ............................ 252,9 (5,3) (h) 247,6 255,5 (2,4) (h) 253,1 2.592,6 3.346,2 Balanço Consolidado ......... Activo Fixo .......................... 2.355,4 Activos Fixos Total activos não correntes 3.331,8 (739,3) Títulos negociáveis, depósitos bancários e disponibilidades ................... 275,6 485,8 (i) 761,4 157,6 460,4 (i) 618,1 Outros activos correntes ....... 2.660,2 (2,3) (j) 2.657,9 2.430,4 (30,5) (j) 2.399,9 Total activos correntes (737,7) 2.608,5 2.935,8 483,6 3.419,4 2.588,1 429,9 3.017,9 Total do Activo .................. 6.267,6 (255,7) 6.011,9 5.934,3 (307,8) 5.626,4 Capital próprio (inclui interesses minoritários) ....... 2.514,7 209,8 (k) 2.724,4 2.385,9 184,9 (k) 2.570,8 Passivos não correntes ......... 1.550,0 (460,1) (l) 1.089,9 1.612,9 (478,1) (l) 1.134,8 Passivos correntes ............... 2.202,9 (5,4) (m) 2.197,5 1.935,5 (14,7) (m) 1.920,8 Total do Passivo .................. 3.753,0 (465,5) 3.287,5 3.548,4 (492,8) Total do Capital próprio e Passivo .............. 6.267,6 (255,7) 6.011,9 5.934,3 (307,8) 3.055,6 5.626,4 249 31 de Dezembro de 2005 30 de Junho de 2006 Histórico Ajustam entos Próforma Próforma Histórico Ajustamen tos Pró-forma Pró-forma (milhões de Euros, excepto indicação em contrário) Outra Informação Financeira ......................... Investimentos(3) .................. Capital empregue médio (4) ............................. 120,7 n.a (21,8) - 98,9 315,3 (12,4) n.d.(9) 302,9 n.d.(9) n.a 3.438,7 Dívida Líquida (5) .................. 984,7 (970,7) 14,0 1.191,5 (955,0) 236,5 EBITDA(6) ........................... 623,3 (55,2) 568,1 1.192,1 (96,1) 1.096,0 Dívida Líquida/EBITDA .......... n.a n.a. n.a 1,0x n.a. 0,2x EBITDA/Juros(7) ................... 24,2x n.a. 36,3x 16,0x n.a. 19,9x Dívida líquida/Capital próprio (8) ............................ 39,2% n.a. 0,5% 49,9% n.a. n.a. n.a. 21,9% Rendibilidade do capital empregue médio (ROACE) (9) ......................... n.a. n.d. (10) (36,1) 9,2% n.d. (10) Margem bruta ................... 1.018,2 1.975,2 27,7 (20,1) 0,0 998,1 Exploração e produção ......... 27,7 62,1 0,0 62,1 Refinação e distribuição ........ 772,2 0,0 772,2 1.493,8 0,0 1.493,8 Aprovisionamento e venda de gás natural............ 130,8 (20,1) 110,7 255,1 Distribuição de gás natural ............................... 74,1 137,7 0,0 4,9 0,0 0,0 74,1 Power ............................... 4,9 9,0 0,0 9,0 Outros(11) ............................ 8,5 0,0 8,5 17,6 0,0 17,6 EBITDA ............................. 623,3 1.192,1 16,2 (55,2) 0,0 568,1 Exploração e produção ......... 16,2 40,2 0,0 40,2 Refinação e distribuição ........ 444,7 0,0 444,7 848,7 0,0 848,7 Aprovisionamento e venda de gás natural............ 111,0 (55,2) 55,9 218,4 Distribuição de gás natural ............................... 46,3 82,2 0,0 2,6 0,0 0,0 46,3 Power ............................... 2,6 3,7 0,0 3,7 Outros(11) ............................ 2,4 0,0 2,4 (1,0) 0,0 (1,0) Resultados operacionais ..................... 483,4 862,7 3,5 (40,6) 0,0 442,7 Exploração e produção ......... 3,5 18,2 0,0 18,2 Refinação e distribuição ........ 349,9 0,0 349,9 601,9 0,0 601,9 Aprovisionamento e venda de gás natural............ 93,8 (40,6) 53,2 186,3 Distribuição de gás natural ............................... 32,9 0,0 32,9 58,5 0,0 Power ................................ 1,2 0,0 1,2 0,8 0,0 0,8 Outros(11) ............................ 2,1 0,0 2,1 (2,9) 0,0 (2,9) (36,1) (96,1) (96,1) (68,3) (68,3) 1.939,1 219,0 137,7 1.096,0 122,3 82,2 794,4 117,9 58,5 n.d. – não disponível _______________________ (1) Ajustado pela alteração do valor nominal das acções deliberado na Assembleia Geral de 31 de Maio de 2006. (2) O activo Fixo Líquido inclui o total do activo imobilizado corpóreo e incorpóreo líquido. (3) Total do investimento em activo imobilizado corpóreo e incorpóreo. (4) Capital próprio (excluindo interesses minoritários) adicionado da dívida líquida no ano n mais Capital próprio (excluindo interesses minoritários) adicionado da dívida líquida no ano n-1, a dividir por dois. 250 (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) Obrigações e empréstimos bancários de curto e longo prazo deduzidos de títulos negociáveis, depósitos bancários e disponibilidades. O EBITDA é definido como Resultados operacionais adicionados das amortizações e provisões. O EBITDA não é uma medida padrão, pelo que não deverá ser utilizado nas comparações entre empresas. O EBITDA não é uma medida directa de liquidez e deverá ser analisado conjuntamente com os cash flows reais resultantes das actividades operacionais e tendo em conta os compromissos financeiros existentes. Vide “Apresentação de Dados financeiros e Outros.” Para o cálculo deste rácio foram incluídos os juros e outros custos financeiros associados. Dívida líquida / (Capital Próprio mais Interesses Minoritários). Resultado líquido deduzido do [resultado financeiro excluindo os resultados de empresas do grupo e associadas multiplicado por (1 menos a taxa de IRC)] e dividido pelo capital empregue médio do período. Informação não disponível dado que não foi preparada informação financeira pró-forma em IFRS para 2004 e para o primeiro semestre de 2005. “Outros” são constituídos nomeadamente por custos de estrutura (“corporate overhead”) e eliminações intragrupo. Descrição do Processo de Separação das Actividades Reguladas e Preço de Venda das Actividades Reguladas Dando seguimento ao Contrato Promessa celebrado em 30 de Agosto de 2006, a Transgás, a GDP e a REN, acordaram vender à REN as Actividades Reguladas. Esta transacção ficou efectivamente concluída em 26 de Setembro de 2006. O valor pago pela REN relativo às Actividades Reguladas está sujeito a um ajustamento com base na avaliação de peritos externos, avaliação esta que depende da aprovação das tarifas previstas no novo quadro regulativo adoptado pela ERSE. Este ajustamento está previsto ocorrer após a publicação do novo quadro regulativo. Para uma descrição detalhada da transacção vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural.” A venda das Actividades Reguladas de acordo com os pressupostos do Contrato Promessa incluía: • Activos de transporte de gás natural. 405,0 milhões de Euros, pagos à Transgás, pela rede de alta pressão de transporte de gás natural e direitos e actividades com eles relacionados, calculado com base num valor estimado total dos referidos activos de 738,0 milhões de Euros, deduzidos de 333,0 milhões de Euros de dívida (actualizados à data da conclusão da operação) assumida pela REN. O montante de 738,0 milhões de Euros será objecto de ajustamento (só no caso do ajustamento resultar num valor superior), designadamente em função da tarifa a aplicar pela REN aos serviços de transporte de gás natural, no contexto do quadro regulativo definido pela ERSE em 11 de Setembro de 2006 (vide “Legislação que Regula a Actividade do Emitente” infra). Até à entrada em vigor das tarifas definitivas, a Galp Energia pagará a tarifa provisória de 0,0205 Euros por m3 pelos serviços de transporte de gás natural, tal como definido no Memorando de Entendimento. • Instalações de armazenamento subterrâneo de gás natural. 75,9 milhões de Euros pagos à Transgás, pelas instalações de armazenamento de gás natural, sendo que 60,5 milhões de Euros correspondem ao valor das instalações, e 15,4 milhões de Euros correspondem ao valor patrimonial em 31 de Maio de 2006 da quantidade de gás natural mínima que tem de existir no interior das cavernas de armazenamento subterrâneo de gás natural para manter a respectiva operacionalidade (“cushion gas”). O referido montante de 75,9 milhões de Euros será alvo de ajustamento (tanto para valores superiores, como para valores inferiores), em função das tarifas que vierem a ser definidas no contexto do quadro regulativo definido pela ERSE,, designadamente no que se refere à tarifa a aplicar pela REN aos serviços de armazenamento de gás natural. Até à entrada em vigor das tarifas definitivas, a Galp Energia pagará a tarifa provisória de 9,3 milhões de Euros por ano, acrescida de 0,0014 Euros por m3, pelos serviços de armazenamento de gás natural. • Instalações de regaseificação (acções da sociedade SGNL). 30,0 milhões de Euros, pagos à Transgás SGPS e à GDP, relativamente à venda das acções da SGNL, sendo que 11,6 milhões correspondem ao valor das acções e 18,3 milhões de Euros correspondem ao valor dos empréstimos das accionistas (Transgás SGPS e GDP) à SGNL. O montante de 11,6 milhões de 251 Euros será objecto de ajustamento (tanto para valores superiores, como para valores inferiores), em função das tarifas que vierem a ser definidas no contexto do quadro regulativo definido pela ERSE, designadamente no que se refere à tarifa a aplicar pela REN aos serviços de regaseificação de gás natural liquefeito. Até à entrada em vigor das tarifas definitivas, o contrato de compra e venda estabelece uma tarifa fixa provisória de 29,7 milhões de Euros por ano, acrescida de 0,0019 Euros por m3 pelos serviços de regaseificação, tarifa esta a ser paga pela Galp Energia. Notas à informação Financeira consolidada pró-forma a 31 Dezembro de 2005 e 30 de Junho de 2006 (no que respeita à informação apresentada entre parêntesis): (a) Resultados Operacionais. O ajustamento reflecte na sua maioria: • Uma redução de 6,4 milhões de Euros em 2005 (3,3 milhões de Euros) nas vendas e prestações de serviços resultantes dos trabalhos de manutenção cobrados aos gasodutos portugueses; • Um aumento de 29,7 milhões de Euros (16,8 milhões de Euros) no custo das mercadorias vendidas resultantes na sua maioria das tarifas pagas à REN pelos serviços de regaseificação; • um aumento de 70,8 milhões de Euros (40,1 milhões de Euros) em fornecimentos e serviços externos que inclui os custos do serviço de transporte de gás natural prestados pela REN, calculados a um custo unitário estimado de €0.0205/m3, no montante de 84,0 milhões de Euros (47,0 milhões de Euros que incluí também os serviços de armazenamento de gás natural prestados pela REN, calculados com base numa tarifa unitária de €0,0014/m3, acrescido de um termo fixo anual de 9,3 milhões de Euros), parcialmente anulados por uma redução dos outros fornecimentos e serviços externos; • uma redução de 8,4 milhões de Euros (5,1 milhões de Euros) de custos com o pessoal associados à transferência para a REN de 188 trabalhadores; • uma redução de 2,1 milhões de Euros (0,1 milhões de Euros) em outros custos e perdas operacionais relacionados com a redução das actividades desenvolvidas pela Transgás; e • uma redução de 27,4 milhões de Euros (14,4 milhões de Euros) nas amortizações correspondentes aos activos transferidos para a REN. As tarifas de transporte e regaseificação utilizadas para calcular os resultados operacionais pró-forma são provisórias, e serão alteradas de acordo com as tarifas adoptadas pelo regulador (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra). (b) Resultados Financeiros. O ajustamento em 2005 reflecte uma redução de 19,3 milhões de Euros em juros (9,8 milhões de Euros), devido à transferência para a REN dos empréstimos bancários da Transgás e SGNL no montante de 494,6 milhões de Euros (484,8 milhões de Euros) e um aumento de 5,7 milhões de Euros (4,4 milhões de Euros) nos resultados de associadas que reflectem acréscimos de proveitos da subsidiária SGNL que não foram reconhecidos durante o ano. (c) Imposto sobre o rendimento. O ajustamento reflecte o efeito fiscal do Processo de Separação das Actividades Reguladas usando uma taxa estimada de 27,5%. (d) Interesses Minoritários. O ajustamento reflecte a eliminação dos interesses minoritários nos Gasodutos, como resultado da transferência das acções destas empresas. (e) Fluxo das actividades operacionais. O ajustamento reflecte (i) uma redução de 125,1 milhões de Euros (69,3 milhões de Euros) de recebimentos de clientes, incluindo uma redução de 9,7 milhões de Euros (4,9 milhões de Euros) relacionada com as tarifas de transporte cobradas pelos gasodutos portugueses, (ii) um aumento de 77,0 milhões de Euros (39,2 milhões de Euros) em pagamentos, relacionados com a nova tarifa de 252 (f) (g) (h) (i) transporte, e também com a nova tarifa de armazenamento para o primeiro semestre de 2006, (iii) um aumento de 14,9 milhões de Euros (8,5 milhões de Euros) em pagamentos relativos a imposto sobre o rendimento das actividades transferidas e da mais-valia apurada (iv) uma redução de 69,4 milhões de Euros (36,4 milhões de Euros) em pagamentos a fornecedores relacionados com as empresas que estão a ser vendidas (SGNL e os gasodutos portugueses), (v) uma redução de 36,1 milhões de Euros (18,8 milhões de Euros) em pagamentos relativos a fornecimentos e serviços externos da Transgás e uma redução de 8,0 milhões de Euros (5,0 milhões de Euros) em salários dos trabalhadores transferidos para a REN. Fluxo das actividades de investimento. O ajustamento em 2005 reflecte um aumento de 30 milhões de Euros relacionados com a venda da SGNL, um incremento de 405,0 milhões de Euros da venda dos gasodutos da rede de alta pressão e a participação financeira nos gasodutos portugueses, um aumento de 61,0 milhões de Euros, relacionados com a venda das instalações de armazenamento de gás natural, e um aumento de 15,4 milhões de Euros relativos à venda do “cushion gas”. A 30 de Junho de 2006 foi considerado que o saldo de “Caixa e seus equivalentes no início do período” do consolidado do Grupo Galp Energia inclui o recebimento da REN relativo a à alienação de activos da Transgás, S.A, no montante de 492,2 milhões de Euros e 38,5 milhões de Euros relativos à venda da participação da SGNL e o recebimento de dividendos dos gasodutos portugueses, por se considerar que este encaixe monetário ficou já reflectido na Demonstração de Fluxos de Caixa Pró-forma de Dezembro de 2005. Fluxo das actividades de financiamento. O ajustamento está relacionado com o aumento de 14,8 milhões de Euros (2,2 milhões de Euros) pela anulação do empréstimo que a SGNL concedeu à GDP, quando estas empresas consolidavam, um aumento de 8,9 milhões de Euros relacionado com a anulação da amortização dos empréstimos efectuados pela Transgás e Enagás aos gasodutos portugueses, uma redução de 9,8 milhões de Euros (10,3 milhões de Euros) pela anulação de pagamentos de dividendos dos gasodutos portugueses e uma diminuição de 16,9 milhões de Euros em pagamentos de juros dos empréstimos de médio e longo prazo que foram transferidos para a REN. Activo fixo e outros activos não correntes. Os ajustamentos reflectem o valor contabilístico dos activos vendidos pela Transgás, incluindo 570,7 milhões de Euros (575,0 milhões de Euros) pelos activos de transporte e instalações de armazenamento, 149,9 milhões de Euros (144,5 milhões de Euros) pelos activos da SGNL e uma redução de 14,8 milhões de Euros (14,5 milhões de Euros) no Imobilizado incorpóreo relativo aos direitos de passagem dos gasodutos portugueses e a anulação de um good will da Galp Energia relativamente à participação na Transgás. Os activos não correntes foram ajustados para reflectir uma diminuição de 2,4 milhões de Euros (5,3 milhões de Euros) em impostos diferidos. Títulos negociáveis, depósitos bancários e disponibilidades. Os ajustamentos reflectem uma redução de 7,8 milhões de Euros no 1º semestre de 2006 de disponibilidades existentes na SNGL e nos gasodutos portugueses que deixam de estar no grupo, um aumento de 513,8 milhões de Euros (514,3 milhões de Euros) resultantes da entrada em caixa do valor correspondente à venda dos activos transferidos, compreendendo (i) 405,0 milhões de Euros (413,5 milhões de Euros) do valor dos activos de transporte deduzido de dívida, (ii) 60,5 milhões de Euros (valor idêntico em 30 de Junho de 2006) das instalações de armazenamento, (iii) 11,6 milhões de Euros (valor idêntico em 30 de Junho de 2006) relativamente às acções da SGNL, (iv) 18,3 milhões de Euros (valor idêntico em 30 de Junho de 2006) pelo empréstimo accionista à SGNL e, (v) 15,4 milhões de Euros (valor idêntico em 30 de Junho de 2006) relativos ao cushion gas e um aumento de 3,1 milhões de Euros (2,7 milhões de Euros) em outros. Adicionalmente ocorreu uma redução em caixa no montante de 53,4 milhões de Euros 253 (28,5 milhões de Euros) de pagamentos adicionais relacionados na sua maioria com os serviços de transporte e regaseificação prestados pela REN à Transgás. (j) Outros activos correntes. O ajustamento reflecte uma redução de 19,7 milhões de Euros (2,4 milhões de Euros) em existências, relacionada maioritariamente com a venda do “cushion gas” e uma redução de 10,8 milhões de Euros (aumento de 0,1 milhões de Euros) em outras contas a receber. (k) Capital Próprio. O ajustamento reflecte um aumento de 220,8 milhões de Euros (235,3 milhões de Euros) em resultados transitados (resultantes de uma mais-valia de 158,3 milhões de Euros (156,3 milhões de Euros), relacionada sobretudo com os activos transferidos líquidos dos subsídios atribuídos, 91,1 milhões de Euros (96,2 milhões de Euros) pelo reconhecimento de proveitos diferidos relacionados com um pagamento antecipado efectuado pelas empresas portuguesas de gasodutos pela utilização dos gasodutos da Transgás e outros acréscimos relativos às actividades de transporte e armazenamento, um impacto fiscal de 23,0 milhões de Euros (16,8 milhões de Euros) devido a mais-valias reconhecidas na operação de separação dos activos e um custo de 5,6 milhões de Euros (0,4 milhões de Euros) relacionado com ajustamentos IFRS), parcialmente anulados pela redução do resultado líquido em 27,9 milhões de Euros (18,4 milhões de Euros), devido à simulação da nova actividade, e uma redução de 7,9 milhões de Euros (7,1 milhões de Euros) em interesses minoritários. (l) Passivos não correntes. Os ajustamentos reflectem uma redução de 469,6 milhões de Euros (450,8 milhões de Euros) em empréstimos bancários dos quais 309,2 milhões de Euros da Transgás (299,3 milhões de Euros), 151,5 milhões de Euros da SNGL (valor idêntico no 1º semestre de 2006) e 8,9 milhões de Euros do Gasoduto Braga-Tuy (0,0), uma redução de 6,8 milhões de Euros (6,6 milhões de Euros) em outros credores relativos à SGNL, uma redução de 2,8 milhões de Euros (2,5 milhões de Euros) em provisões (relacionada sobretudo com impostos sobre imóveis dos activos vendidos à REN) e uma redução de 1,1 milhões de Euros em impostos diferidos. (m) Passivos correntes. O ajustamento reflecte uma redução de 25,0 milhões de Euros (34,1 milhões de Euros) de empréstimos bancários (parcela do empréstimo de médiolongo prazo contabilizado em curto prazo), parcialmente anulada por um aumento de 3,4 milhões de Euros (7,2 milhões de Euros) em fornecedores (nomeadamente o caso da REN), um aumento de 1,4 milhões de Euros (17,0 milhões de Euros) em outros credores e um aumento líquido de 5,5 milhões de Euros (4,4 milhões de Euros) em impostos a pagar, sendo 28,6 milhões de Euros (17,4 milhões de Euros) relativos a impostos sobre mais-valias, parcialmente anulados pela diminuição de 23,1 milhões de Euros (12,9 milhões de Euros) em impostos sobre o rendimento devido à simulação da nova actividade. 21.3 Mapas Financeiros Demonstrações Financeiras Consolidadas a 31 de Dezembro de 2005 e 31 de Dezembro de 2004 elaboradas, para efeitos comparativos, de acordo com as IFRS – Anexo A Demonstrações de Resultados por naturezas Balanço Demonstrações das alterações no capital próprio Demonstrações dos Fluxos de Caixa Anexo às Demonstrações Financeiras Relatório de Auditoria Demonstrações Financeiras Consolidadas a 31 de Dezembro de 2004 e 31 de Dezembro de 2003 elaboradas de acordo com o POC – Anexo B Demonstrações de Resultados por naturezas 254 Demonstrações de Resultados por funções Balanço Demonstrações dos Fluxos de Caixa Anexo às Demonstrações Financeiras Relatório de Auditoria Certificação Legal de Contas 21.4 Período coberto pelas informações financeiras mais recentes O último exercício objecto de informações financeiras auditadas foi o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005. Após a data a que se referem as últimas demonstrações financeiras auditadas, a Galp Energia publicou informação financeira intercalar consolidada não auditada, mas objecto de relatório de exame simplificado, relativa ao semestre findo a 30 de Junho de 2006 que se encontra reproduzida em “Informações Financeiras intercalares e outras”. 21.5 Informações financeiras intercalares e outras Demonstrações Financeiras Consolidadas a 30 de Junho de 2006 e para os semestres findos em 30 de Junho de 2006 e 30 de Junho de 2005, elaboradas de acordo com as IFRS – Anexo C Demonstrações de Resultados Balanço Demonstrações dos Fluxos de Caixalows Demonstrações das alterações no capital próprio Anexo às Demonstrações Financeiras Relatório de exame simplificado Demonstrações Financeiras Consolidadas pró-forma elaboradas de acordo com as IFRS – Anexo D Demonstração de Resultados por naturezas Balanço Demonstrações dos Fluxos de Caixa Anexo – Relato Financeiro por Segmentos Memorando de pressupostos Parecer do Auditor Externo a 30 de Junho de 2006, Demonstrações Financeiras Consolidadas pró-forma a 31 de Dezembro de 2005, elaborada de acordo com as IFRS – Anexo E Demonstração de Resultados por naturezas Balanço Demonstrações dos Fluxos de Caixa Anexo – Relato Financeiro por Segmentos Memorando de pressupostos Parecer do Auditor Externo 21.6 Política de Dividendos Os accionistas da Galp Energia têm direito a dividendos na proporção da sua participação no capital social. Vide “Informação Adicional” para uma descrição dos direitos dos accionistas relativamente à distribuição de dividendos infra. 255 A política de distribuição de dividendos tem em consideração um conjunto de factores que afectam a capacidade da Galp Energia em pagar dividendos, nomeadamente as condições de mercado, planos de investimento e a situação financeira da Empresa. Nos termos do Acordo Parassocial, as partes do mesmo proporão a distribuição anual de pelo menos 50% dos resultados líquidos da Galp Energia, desde que seja respeitado um rácio de dívida líquida sobre o EBITDA não superior a 3,5 para o ano em curso e para o ano subsequente, conforme resulte do orçamento anual aplicável (vide “Principais Accionistas” supra). Os dividendos distribuídos pela Galp Energia nos últimos anos constam do quadro seguinte, o qual tem em consideração o número de acções resultante da alteração do valor nominal das acções deliberada na Assembleia Geral de 31 de Maio de 2006. Dividendo por acção (€) 2005 2004 0,27 0,20 2003 0,11 As acções objecto da Oferta conferem direito a quaisquer dividendos futuros, nomeadamente dividendos respeitantes ao ano findo em 31 de Dezembro de 2006. Nos termos do Código das Sociedades Comerciais os dividendos são distribuídos com base nas Demonstrações Financeiras Individuais da Empresa, que podem ser preparadas de acordo com o POC ou as IFRS, podendo diferir significativamente das Demonstrações Financeiras Consolidadas apresentadas neste Documento de Registo de Acções. Durante o período compreendido entre 2003 e 2005, a Galp Energia distribuiu dividendos com base nas Demonstrações Financeiras Individuais de acordo com o POC. Os dividendos pagos poderão estar sujeitos a retenção na fonte, tal como descrito na secção “Informação de natureza fiscal” da “Nota Sobre as Acções”. No âmbito da venda das Actividades Reguladas, foi decidido na Assembleia Geral de 31 de Agosto de 2006 da Galp Energia a distribuição de um dividendo extraordinário, condicionado à venda das Actividades Reguladas, no montante total de 870,7 milhões de Euros (1,05 Euros por acção). Tendo em conta que a venda das Actividades Reguladas ocorreu a 26 de Setembro de 2006, este dividendo extraordinário foi pago em 29 de Setembro de 2006. 21.7 Acções Judiciais e Arbitrais Apresenta-se de seguida a lista dos litígios mais relevantes de acordo com os seguintes critérios de selecção, a saber, acções com valor igual ou superior a 20,0 milhões de Euros, e litígios com implicações materiais para o exercício das actividades desenvolvidas pela Galp Energia. Taxas municipais Algumas das sociedades do Grupo Galp Energia são distribuidoras de gás natural, cuja actividade depende da colocação de gasodutos em terrenos afectos ao domínio público, mediante o pagamento de uma taxa às respectivas autarquias. O montante de cada taxa, quando individualmente considerado, não é, por si só, muito significativo. Contudo, o montante global das taxas devidas pela utilização destes bens atinge um valor bastante significativo. 256 Relativamente a estas taxas existem litígios respeitantes quanto à sua aplicação, pois algumas distribuidoras de gás natural têm entendido estarem isentas do seu pagamento ao abrigo dos respectivos contratos de concessão, quer quanto aos montantes concretos fixados pelas autarquias e, ainda, quanto à qualificação das taxas como um imposto, requerendo um procedimento formal prévio não compreendido na competência das autarquias. Em conformidade, a Galp Energia impugnou as liquidações respeitantes a taxas indevidamente aplicadas. O montante global actualmente em disputa é de aproximadamente 21 milhões de Euros, constando do balanço a 30 de Junho de 2006, uma provisão para esse efeito no montante de 9,7 milhões de Euros. Relativamente a esta matéria a jurisprudência não tem sido unânime, tendo, por vezes, adoptado decisões contraditórias. O litígio mais significativo diz respeito à Lisboagás, relativamente aos concelhos de Lisboa e de Sintra, podendo, contudo vir afectar a totalidade das concessionárias. À data deste Prospecto a Galp Energia não tem conhecimento de qualquer decisão transitada em julgado cujo conteúdo seja contrário aos interesses da Lisboagás, Beiragás, Setgás, Lusitaniagás ou Tagusgás. No que concerne ao litígio que opõe a Galp Energia ao município de Matosinhos, a discussão centra-se em torno do aumento do montante da respectiva taxa municipal, aumento que a Galp Energia contesta por entender que o mesmo assume a natureza de imposto. No âmbito desse litígio, a Galp Energia recorreu para o Tribunal Constitucional, não tendo, contudo, seu recurso produzido os efeitos pretendidos. O litígio corre agora os seus termos nos tribunais administrativos. Comissão Europeia Em 24 de Agosto de 2006, a Galp Energia, a Petrogal e a Galp Energia España, S.A.U. (que, para este efeito, são consideradas como uma única empresa), foram notificadas pela Comissão Europeia da instauração de um processo e da comunicação das acusações contra diversas empresas, entre as quais se encontram a Galp Energia, a Petrogal e a Galp Energia España S.A.U., relativa a um processo nos termos do artigo 81.º do Tratado da Comunidade da Europeia (Processo COMP/F/38.710 – Betume Espanha). A comunicação das acusações refere que a Comissão Europeia concluiu que as empresas participaram numa violação única e contínua do artigo 81.º do Tratado da Comunidade Europeia em território espanhol (excepto nas Ilhas Canárias), relativa ao mercado espanhol de betume. Dentre os diversos acordos e concertações constantes deste processo, a Comissão Europeia considerou relevante, para efeitos da violação do artigo 81.º do Tratado da Comunidade Europeia, o estabelecimento de quotas de mercado e, com base nessas quotas, a atribuição de volumes e clientes a cada participante; a monitorização da implementação dos acordos de partilha de mercado e de clientes através da troca de informações sobre volumes de vendas; o estabelecimento de um mecanismo de compensação para corrigir os desvios de acordos de partilha de mercado e de clientes; o acordo sobre a variação dos preços de betume e o momento em que os novos preços entram em vigor. A Comissão Europeia pretende aplicar uma coima a cada empresa. O valor da coima deverá suficientemente dissuasor e atender, entre outras circunstâncias, à gravidade e duração da violação. A Galp Energia pretende apresentar à Comissão Europeia, até ao dia 3 de Novembro de 2006, a sua defesa sobre as acusações, nomeadamente sobre se as acções da Galp Energia neste particular podem, de facto, fundamentar a conclusão da Comissão Europeia de que a Galp Energia terá participado numa violação do artigo 81.º do Tratado da Comunidade Europeia, apresentando factos e provas que sustentem a sua defesa. 257 EDP A Galp Energia detinha 217.055 acções da ONI representando 0,0542% do capital social daquela empresa, tendo a EDP concedido à Galp Energia uma opção de venda, pelo preço de 15,0 milhões de Euros. Por força desta participação a Galp Energia acorreu aos vários aumentos de capital da ONI, pelo que em 2003 a sua participação era de 4,15%. Na data acordada, a Galp Energia exerceu a sua opção de venda, considerando que esta se referia exclusivamente à participação inicial de 217.055 acções. A EDP declarou considerar que a referida opção de venda se reportava à totalidade da participação detida àquela data. Recentemente, a Galp Energia e a EDP chegaram a um acordo quanto à limitação do âmbito da opção de venda às 217.055 acções, tendo a Galp Energia exercido o seu direito de opção e emitido notas de débito no montante de 20,3 milhões de Euros, que inclui 5,3 milhões de Euros de juros, pagos em 27 de Setembro de 2006. As restantes acções da ONI detidas pela Galp Energia estão presentemente a ser objecto de negociações tendentes à sua alienação no âmbito da venda que a EDP pretende fazer da sua participação na ONI. Ao abrigo do mesmo acordo, as subsidiárias GDP e Transgás venderam à EDP as suas participações na Optimus Telecomunicações, S.A. (“Optimus”) por 189,5 milhões de Euros. Em Março de 2002, a EDP vendeu 35,49% da Optimus à Thorn Finance, S.A. (“Thorn Finance”). Nos termos de uma cláusula de “earn-out” constante do acordo celebrado entre a EDP e Galp Energia e considerando que a avaliação de activos utilizada na venda à Thorn Finance foi superior à avaliação acordada no referido acordo, a Galp Energia reclamou à EDP o pagamento adicional de 30,3 milhões de Euros, estando este assunto a ser objecto de discussão tendo em vista ou a consecução de uma solução amigável ou a submissão a um procedimento arbitral. Onitelecom A Transgás e a Onitelecom – Infocomunicações, S.A. (“Onitelecom”), sociedade que exerce actividade na área das telecomunicações, celebraram, no ano 1999, um contrato com vista à cedência do direito de utilização de um conjunto de fibras ópticas da Transgás pela Onitelecom, por um período de 20 anos e pelo preço total de aproximadamente 90,0 milhões de Euros. Em Agosto de 2006, a Onitelecom foi condenada, através de decisão arbitral transitada em julgado, a pagar à Transgás cinco prestações do preço vencidas entre 2002 e 2006, e ainda não pagas, e as restantes três prestações do preço com vencimento de 2007 a 2009, todas elas acrescidas de juros remuneratórios calculados a partir de 1999 sobre cada uma das prestações à taxa de 5% ao ano e, no caso das prestações vencidas, acrescidas de juros de mora calculados à taxa legal aplicável aos juros comerciais. A sentença arbitral decidiu, ainda, alterar o valor das prestações do preço com vencimento de 2005 a 2009, cada uma representado 7,5% do preço global do contrato, reduzindo-as a 90% do valor original. Galp – Gabinete de Urbanismo, Arquitectura e Engenharia, Lda Esta acção civil foi instaurada pela sociedade Galp – Gabinete de Urbanismo, Arquitectura e Engenharia, Lda. com a finalidade de impedir a utilização pela Galp Energia do nome “Galp” na sua denominação social, uma vez que a primeira é titular de um registo do nome “Galp” desde 1976, pelo que entende ser titular de um direito exclusivo à respectiva utilização. Está pendente decisão judicial do Tribunal de Comércio de Lisboa neste litígio. Tendo em vista a resolução extra-judicial do litígio, os procedimentos judiciais foram suspensos durante três meses, em Junho de 2006. Na circunstância de não se alcançar um acordo (o qual não se produziu até à data deste Documento de Registo de Acções), o procedimento judicial prosseguirá, de forma automática, os seus termos. Dado que o nome “Galp” tem sido parte do nome da Galp Energia desde a data da sua constituição em 1999, e tem sido utilizado como marca pela subsidiária Petrogal e as 258 subsidiárias desta desde 1976, a Galp Energia considera pouco provável que possa agora ser restringida a utilização do nome “Galp” como marca. Companhia Petroquímica do Barreiro, Lda. O Decreto-Lei n.º 44/2000, de 20 de Março, aprovou, nos termos da Lei n.º 11/90 de 5 de Abril, o processo de reprivatização da totalidade do capital social da Driftal - Plastificantes de Portugal, S.A. (“Driftal”) integralmente detido pela GDP. Em conformidade com a Resolução do Conselho de Ministros n.º 112/2000, após a abertura do mencionado concurso, apresentou-se a sociedade CPB - Companhia Petroquímica do Barreiro, Lda. (“CPB”), única concorrente, cuja proposta foi admitida. A actividade de produção da Driftal realizava-se na unidade fabril localizada no complexo da fábrica de gás de cidade da Lisboagás. Esta proximidade permitialhe adquirir electricidade à unidade de produção de energia da fábrica, bem como beneficiar dos serviços já existentes nas instalações. Em Maio de 2001, a fábrica de gás de cidade da Lisboagás cessou a sua actividade. A CPB incumpriu a sua obrigação de pagamento do preço, alegando que teriam existido alterações materiais relevantes na informação disponibilizada durante a fase de concurso e subsequentemente, reclamou junto da Comissão de Reprivatizações, não tendo porém sido bem sucedida. Em Janeiro de 2001, a Companhia Petroquímica do Barreiro, Lda. intentou uma acção judicial, que corre presentemente os seus termos, requerendo a declaração do seu direito de aquisição do capital social da Driftal Plastificantes de Portugal, S.A. e o pagamento de uma indemnização pelos lucros cessantes no montante de 20,0 milhões de Euros. A Galp Energia emitiu uma garantia no valor de 20,0 milhões de Euros a favor do tribunal relativa ao pedido efectuado pela CPB no âmbito do processo judicial acima referido. Visser & Smit Hanab BV Em 4 de Novembro de 2003, o Tribunal Arbitral Internacional da Câmara de Comércio Internacional ordenou à Visser & Smit Hanab BV que reconstruísse parte do terminal de Leixões, situado próximo da refinaria do Porto e que pagasse à Petrogal cerca de 1,3 milhões de Euros em compensação pelo atraso na conclusão dos trabalhos de reconstrução. Subsequentemente a esta decisão, a Petrogal iniciou um novo processo arbitral pedindo uma compensação pelos custos adicionais suportados em resultado das empreitadas não executadas. O valor global pedido pela Petrogal nesta acção é de aproximadamente 21,4milhões de Euros. MASA A Galp Energia foi informada que a MASA - Mantenimientos y Montages Industriales, S.A. (“MASA”), a sociedade responsável pela engenharia, procurement e construção do parque de armazenamento de combustíveis no terminal marítimo da Galp Energia na Região Autónoma da Madeira, iniciou um processo de arbitragem contra a subsidiária CLCM - Companhia Logística de Combustíveis da Madeira, S.A., por alegados custos adicionais incorridos no âmbito da empreitada deste parque de armazenamento de combustíveis. O processo arbitral encontra-se a correr na ICC, sob o n.º 14392/AVH, sendo o pedido formulado pela MASA de 23,4 milhões de Euros. A CLCM opôs–se ao pedido formulado pela MASA e deduziu pedido reconvencional no valor de 4,4 milhões de Euros. Instituto de Estradas de Portugal (“IEP”) A Petrogal instaurou um processo judicial, juntamente com o operador de um posto de abastecimento, contra o IEP, no montante de 48,8 milhões de Euros, no sentido de obter deste o pagamento dos custos do investimento realizado num posto de abastecimento, 259 efectuado a pedido do IEP, assim como o montante dos lucros cessantes resultantes do IEP autorizar a construção de uma auto-estrada perto da via onde estava localizado o referido posto de abastecimento, o que levou à redução do tráfego nessa via, e consequentemente, à diminuição da rentabilidade do posto de abastecimento. 21.8 Alteração significativa na situação comercial ou financeira do Emitente Salvo quando indicado no Prospecto, nomeadamente no capítulo relativo ao Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra), desde a data da última informação financeira intercalar não auditada de 30 de Junho de 2006, não se verificou qualquer alteração significativa de impacto negativo na posição financeira ou comercial e nas perspectivas futuras do Grupo Galp Energia. 260 22. INFORMAÇÃO ADICIONAL A Galp Energia foi constituída no dia 22 de Abril de 1999, com a denominação Galp – Petróleos e Gás de Portugal, SGPS, S.A. e tem sede na Rua Tomás da Fonseca Torre C, 1600-209 Lisboa, Portugal (vide “Informações sobre o Emitente” supra). O objecto social da Galp Energia é a gestão de participações sociais de outras sociedades do sector energético, como forma indirecta de exercício de actividades económicas. Apresenta-se de seguida um resumo dos estatutos da Galp Energia, incluindo as alterações aprovadas nas Assembleias Gerais realizadas no dia 31 de Maio de 2006 e 6 de Setembro de 2006. Capital Social Informações gerais O capital social da Galp Energia, integralmente realizado, é de 829.250.635 Euros e é representado por 829.250.635 acções escriturais, nominativas, com o valor nominal de €1 cada, na sequência da divisão de acções (“stock split”) deliberada na Assembleia Geral de 31 de Maio de 2006. O capital social compreende 40.000.000 acções da categoria A (acções com direitos especiais) e 789.250.635 acções da categoria B (acções ordinárias). A titularidade de acções da categoria A é reservada a entes públicos, na acepção da alínea e) do n.º 2 do artigo 1º da Lei n.º 71/88, de 24 de Maio. O Estado detém actualmente todas as acções da categoria A, podendo essas acções ser convertidas em acções da categoria B, a pedido do respectivo titular. A conversão opera automaticamente sem necessidade de aprovação por qualquer órgão social. Os direitos especiais inerentes às acções da categoria A mantêm-se inalterados até ao limite mínimo de 2.500 acções da categoria A. As acções da categoria A conferem os seguintes direitos especiais: • A eleição do presidente do Conselho de Administração só poderá ser aprovada com a maioria dos votos inerentes às acções de categoria A; • Quaisquer deliberações que visem autorizar a celebração de contratos de grupo paritário ou de subordinação e ainda, quaisquer deliberações que, de algum modo, possam pôr em causa a segurança do abastecimento de petróleo ao país, de gás e de electricidade, ou produtos derivados dos mesmos, não poderão ser aprovadas contra a maioria dos votos inerentes às acções de Categoria A. O montante do capital social da Galp Energia não foi objecto de qualquer alteração nos últimos três anos. À data do presente Prospecto a Galp Energia não tem emitidos quaisquer valores mobiliários convertíveis em acções. Transmissão Nos termos do Cód.VM, a transmissão de acções escriturais efectua-se através do registo das referidas acções na conta do adquirente. Os estatutos da Galp Energia não impõem restrições à transmissão das acções. A respectiva transmissibilidade está, no entanto, sujeita às restrições estabelecidas no Decreto-Lei, no caso de Acções adquiridas no âmbito das reservas para Trabalhadores da Galp Energia, pequenos subscritores e emigrantes (vide Nota sobre as Acções – “Condições, estatísticas, calendário previsto e modalidades de aquisição”). 261 Alterações da Estrutura Accionista nos Últimos Três Anos Nos últimos três anos, realizaram-se as seguintes transmissões de acções da Galp Energia: • Outubro de 2006: venda do Estado à Parpública (12,7%); • Setembro 2006: venda da REN à Amorim Energia (18,3%); • Março de 2006: venda da Amorim à CGD de 1% do capital antes da divisão de acções (stock split); • Janeiro de 2006: venda da EDP à Amorim Energia de 14,268% do capital antes da divisão de acções (stock split); • Dezembro de 2005: venda do Estado à Parpública (8,063%); • Agosto de 2004: transmissão do Estado à Parpública (4,23%); e • Dezembro de 2003: transmissão por parte do Estado e da CGD à REN (18,3%). Acções próprias Sem prejuízo das restrições estabelecidas no Código das Sociedades Comerciais, qualquer sociedade pode adquirir acções próprias. Por regra, a deliberação relativa à aquisição de acções próprias deve ser tomada pela Assembleia Geral. Sem prejuízo das excepções estabelecidas na lei, a Galp Energia não pode deter uma percentagem de acções próprias superior a 10% do seu capital social. À data deste Prospecto, a Galp Energia não detém quaisquer acções próprias. Descrição dos direitos inerentes às acções De acordo com o Código das Sociedades Comerciais e com os estatutos, as acções da Galp Energia conferem os seguintes direitos: Direito ao dividendo Compete à Assembleia Geral, sob proposta do Conselho de Administração, deliberar, por maioria de dois terços dos direitos de voto emitidos, sobre a distribuição, montante e data de pagamento dos dividendos. Nos termos da legislação aplicável, salvo diferente cláusula contratual ou deliberação tomada por maioria de três quartos dos votos correspondentes ao capital social, não pode deixar de ser distribuída aos accionistas metade do lucro do exercício que seja distribuível. O n.º 1 do artigo 21º dos estatutos da Galp Energia afasta expressamente esta limitação. O pagamento dos dividendos encontra-se sujeito, nomeadamente, às seguintes restrições: • Não podem ser efectuados pagamentos de dividendos sem que previamente tenham sido destinados pelo menos 5% dos lucros anuais à reserva legal obrigatória e, se necessário, ao reforço da mesma, até que a reserva represente 20% do valor nominal do capital social; • O pagamento de dividendos é proibido sempre que a situação líquida da sociedade, tal como resulta das contas elaboradas e aprovadas nos termos da lei, for inferior à soma do capital social e das reservas que a lei ou o contrato não permitem distribuir aos sócios ou se tornasse inferior a esta soma em consequência da distribuição; • O pagamento de dividendos é proibido sempre que o lucro do exercício seja necessário para cobrir prejuízos ou para formar ou reconstituir reservas impostas pela lei ou pelo contrato de sociedade ou subsistam despesas de constituição, 262 investigação e desenvolvimento (excepto se o montante das reservas livres e dos resultados transitados for, pelo menos, igual ao dessas despesas não amortizadas); • Poderão ser pagos adiantamentos de dividendos, uma vez por ano, no segundo semestre, verificadas, entre outras, as seguintes condições: - O Conselho de Administração, com o consentimento do Conselho Fiscal, delibere sobre o adiantamento; - Tal deliberação seja precedida de um balanço intercalar, certificado pelo revisor oficial de contas, que a existência de fundos disponíveis para proceder ao pagamento de dividendos; e - As importâncias a atribuir como adiantamento não excedam 50% das importâncias que seriam distribuíveis, nos termos legais. O crédito do accionista à sua parte dos lucros vence-se decorridos que sejam 30 dias sobre a data de deliberação de atribuição de lucros, sem prejuízo das excepções estabelecidas no CSC. Nos termos do Decreto-lei n.º 187/70, de 30 de Abril, os dividendos que não sejam reclamados consideram-se abandonados a favor do Estado quando, durante o prazo de cinco anos, os titulares ou possuidores das respectivas acções não hajam cobrado ou tentado cobrar aqueles rendimentos, ou não tenham manifestado por outro modo legítimo e inequívoco o seu direito sobre os mesmos. Para mais informações, vide a secção “Política de Dividendos” supra. Assembleias de accionistas e direitos de voto Todos os accionistas com direito de voto podem participar na Assembleia Geral. A cada 100 acções corresponde um voto, podendo os accionistas que detêm menos de 100 acções agrupar-se a outros accionistas, sem prejuízo das limitações estabelecidas no Decreto-Lei quanto às acções adquiridas por Trabalhadores da Galp Energia, pequenos subscritores e emigrantes (vide Nota sobre as Acções – “Condições de Oferta”). Para efeitos de participação nas reuniões da Assembleia Geral são considerados os accionistas que detenham acções registadas em seu nome até cinco dias antes da data da respectiva reunião. Os accionistas que sejam pessoas colectivas podem fazer-se representar nas reuniões de accionistas por qualquer pessoa, podendo a designação ser feita por qualquer meio escrito. Os accionistas que sejam pessoas singulares apenas podem fazer-se representar por um membro do Conselho de Administração, pelo seu cônjuge, pelos seus parentes na linha recta ou por outros accionistas, podendo a designação ser feita por qualquer meio escrito. Salvo no que respeita ao Estado, os accionistas que pretendam fazer-se representar devem, até cinco dias antes da assembleia e nos termos da lei, apresentar na sociedade os instrumentos de representação e, no caso de pessoas colectivas, indicar ainda quem as representará; o Presidente da mesa poderá, contudo, autorizar os accionistas que não tenham respeitado o prazo indicado no presente número a participar na reunião da Assembleia Geral, se verificar que isso não prejudica os trabalhos da assembleia. Os accionistas podem votar por correspondência, enviando atempadamente uma carta com assinatura idêntica à do bilhete de identidade, endereçada ao presidente da mesa da Assembleia Geral. 263 Sem prejuízo do disposto nos estatutos ou na lei portuguesa, a Assembleia Geral delibera por maioria dos votos emitidos, não sendo contadas as abstenções. As deliberações relativas às seguintes matérias exigem uma maioria de dois terços dos votos emitidos: • Matérias que resultem do âmbito dos direitos especiais inerentes às acções de categoria A; • Aprovação de novas linhas de orientação estratégica; • Aplicação de resultados do exercício ou distribuição de bens aos accionistas; • Emissão de valores mobiliários que não se encontre na esfera de competência do Conselho de Administração; • Propostas de parcerias estratégicas submetidas pelo Conselho de Administração para aprovação pela Assembleia Geral da sociedade; • Aprovação das contas anuais individuais e consolidadas da sociedade; e • Cisão, fusão ou dissolução da sociedade. Os titulares de acções das categorias A e B votam em grupo, não sendo os votos contados separadamente, excepto em matérias que exijam o voto favorável dos titulares das acções da categoria A, tal como acima descrito na “Informação Adicional – Capital Social”. Para estas matérias é necessário, além da maioria de dois terços acima descrita, a aprovação da maioria das acções da categoria A. Direitos de subscrição Nos aumentos de capital por entradas em dinheiro, os accionistas à data da deliberação de aumento de capital, poderão subscrever as novas acções com preferência relativamente a não accionistas. O direito de subscrição preferencial deve ser exercido dentro do prazo fixado para o efeito em anúncio ou carta dirigidos pela sociedade, não podendo tal prazo ser inferior a 15 dias, no caso de anúncio ou de 21 dias, no caso de carta dirigida aos accionistas. A Assembleia Geral que aprove o aumento de capital poderá, através de uma deliberação própria, limitar ou suprimir o direito de subscrição preferencial desde que a limitação ou a supressão sejam justificadas pelo interesse social, como, por exemplo, a necessidade de assegurar a subscrição de acções por parceiro estratégico. A deliberação de limitação ou supressão do direito de subscrição preferencial deve ser aprovada por maioria idêntica à exigida para a deliberação de aumento de capital, ou seja, dois terços dos direitos de voto emitidos. Direito a receber o remanescente resultante da liquidação Em caso de liquidação, depois de satisfeitos os direitos dos credores, o activo restante é destinado, em primeiro lugar, ao reembolso do montante das entradas efectivamente realizadas, sendo esse montante correspondente à fracção de capital de cada accionista. Se depois de satisfeito o reembolso integral ainda se registar saldo, este deve ser repartido pelos sócios na proporção aplicável à distribuição de lucros. Direitos Minoritários O Código das Sociedades Comerciais e os estatutos atribuem determinados direitos específicos aos accionistas minoritários, nomeadamente os seguintes: • O accionista de uma sociedade aberta que represente, individualmente ou em conjunto com outros accionistas, um mínimo de 10% do capital social e que tenha votado contra a eleição dos membros do Conselho de Administração, tem o direito de nomear um membro do Conselho de Administração; 264 • Os accionistas que detenham um mínimo de 10% do capital social podem (i) solicitar em tribunal, no prazo de 30 dias a contar da data de realização de uma Assembleia Geral em que foram eleitos membros do Conselho Fiscal, a designação de outro membro e um substituto, contanto que esses accionistas tenham votado contra a lista de candidatos vencedora e tenham feito constar na acta o seu voto; (ii) solicitar em tribunal a destituição com justa causa de um administrador, desde que não tenha ainda sido convocada Assembleia Geral para o efeito; e (iii) solicitar ao Conselho de Administração informações escritas sobre os assuntos sociais; • Os accionistas que detenham 5% do capital social de uma sociedade têm o direito de (i) convocar uma Assembleia Geral e incluir pontos na ordem de trabalhos; e (ii) apresentar contra os administradores e em representação da sociedade, pedido de indemnização por danos causados à sociedade, podendo também fazê-lo em nome próprio para pedir indemnização por danos que lhe tenham sido causados; • O accionista que detenha um mínimo de 1% do capital social tem o direito de acesso à informação geral societária, desde que alegue motivo justificado, podendo consultar, entre outros, certos relatórios de gestão e documentos de prestação de contas, convocatórias, actas e listas de presença das assembleias de accionistas e retribuição global dos membros dos órgãos sociais. • Independentemente do nível da sua participação, os accionistas minoritários têm direito a (i) solicitar um inquérito judicial por incumprimento do seu direito à informação, por utilização de informação privilegiada em proveito próprio ou por atraso indevido na apresentação do relatório e contas anuais; (ii) obter informação precisa e exaustiva durante uma Assembleia Geral de accionistas, de modo a permitir uma decisão fundamentada no exercício do seu direito de voto; (iii) subscrever, em emissão de acções por entradas em dinheiro, e na ausência de qualquer das excepções acima descritas, um número de acções proporcional ao já detido; (iv) solicitar, na Assembleia Geral de accionistas, a invalidade de uma resolução do Conselho de Administração e (v) requerer a anulação de qualquer deliberação social adoptada em incumprimento da lei ou dos estatutos. Conselho de Administração, Conselho Fiscal, Comissão Executiva, Comissão de Remunerações e Revisor Oficial de Contas Para uma descrição da eleição, composição e funcionamento do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal, da Comissão Executiva, da Comissão de Remunerações e do Revisor Oficial de Contas, vide as secções “Órgãos de Administração e de Fiscalização e Quadros Superiores” e “Remuneração e Benefícios” supra. Algumas restrições à aquisição de participações em sociedades abertas À data deste Documento de Registo de Acções a Galp Energia não é qualificada como sociedade aberta, nos termos do artigo 13º do Cód.VM, esperando-se que o venha a ser após a Oferta. Nos termos do artigo 16.º do Cód.VM, quem atinja ou ultrapasse, directa ou indirectamente de acordo com o estabelecido no artigo 20.º do Cód.VM (ver parágrafo seguinte), participação de 2%, 5%, 10%, 20%, um terço, metade, dois terços e 90% dos direitos de voto correspondentes ao capital social de uma sociedade aberta emitente de acções admitidas à negociação em mercado regulamentado, e quem reduza a sua participação para valor inferior a qualquer daqueles limites, deve notificar a CMVM, a entidade gestora do mercado e a sociedade emitente, no prazo de três dias após a ocorrência do facto que originou a aquisição ou redução da participação. A referida comunicação deverá conter, nomeadamente, a identificação de toda a cadeia de entidades a quem a participação qualificada deve ser imputada nos termos do disposto no artigo 20º do Cód.VM. 265 Nos termos do art. 20º do Cód.VM, no cômputo das participações qualificadas consideram-se, além dos inerentes às acções de que o participante tenha a titularidade ou o usufruto, os direitos de voto: a) detidos por terceiros em nome próprio, mas por conta do participante; b) detidos por sociedade que com o participante se encontre em relação de domínio ou de grupo; c) detidos por titulares do direito de voto com os quais o participante tenha celebrado acordo para o seu exercício, salvo se, pelo mesmo acordo, estiver vinculado a seguir instruções de terceiro; d) detidos, se o participante for uma sociedade, pelos membros dos seus órgãos de administração e de fiscalização; e) que o participante possa adquirir em virtude de acordo celebrado com os respectivos titulares; f) inerentes a acções dadas em garantia ao participante ou por este administradas ou depositadas junto dele, se os direitos de voto lhe tiverem sido atribuídos ou se lhe tiverem sido conferidos poderes discricionários para o seu exercício; g) imputáveis a qualquer das pessoas referidas numa das alíneas anteriores por aplicação, com as devidas adaptações, de critério constante de alguma das outras alíneas. De acordo com o disposto no artigo 187.º do Cód.VM, aquele cuja participação em sociedade aberta ultrapasse, directamente ou nos termos do n.º 1 do artigo 20º do Cód.VM, um terço ou metade dos direitos de voto correspondentes ao capital social tem o dever de lançar oferta pública de aquisição sobre a totalidade das acções e de outros valores mobiliários emitidos por essa sociedade que confiram direito à sua subscrição ou aquisição. A contrapartida de oferta pública de aquisição obrigatória não pode ser inferior ao mais elevado dos seguintes montantes: a) o maior preço pago pelo oferente ou por qualquer das pessoas que, em relação a ele, estejam em alguma das situações previstas no n.º 1 do artigo 20º do Cód.VM, pela aquisição de valores mobiliários da mesma categoria, nos seis meses imediatamente anteriores à data da publicação do anúncio preliminar da oferta; b) o preço médio ponderado desses valores mobiliários apurado em mercado regulamentado durante o mesmo período. Se a contrapartida não puder ser determinada por recurso aos critérios referidos no parágrafo anterior ou se a CMVM entender que a contrapartida, em dinheiro ou em valores mobiliários, proposta pelo oferente não se encontra devidamente justificada ou não é equitativa, por ser insuficiente ou excessiva, a contrapartida mínima será fixada a expensas do oferente por auditor independente designado pela CMVM. Se a contrapartida consistir em valores mobiliários, deve o oferente indicar alternativa em dinheiro de valor equivalente. Em 7 de Setembro de 2006, o Conselho de Ministros aprovou o projecto de Decreto-Lei que transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2004/25/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Abril de 2004, relativa às ofertas públicas de aquisição. O referido diploma legal altera o Código dos Valores Mobiliários na parte relativa a ofertas públicas de aquisição, nomeadamente nas regras relativas ao cálculo da imputação dos direitos de voto, à contrapartida equitativa da oferta, à revisão de ofertas, ofertas concorrentes e aos deveres de informação relativos à oferta. Este diploma legal apenas entrará em vigor após promulgação pelo Presidente da República e publicação no Diário da República. 266 23. CONTRATOS SIGNIFICATIVOS Nos dois últimos anos anteriores à publicação do presente Documento de Registo de Acções, apenas podem ser considerados significativos os contratos referentes ao Processo de Separação das Actividades Reguladas (vide “Processo de Separação das Actividades Reguladas no Sector do Gás Natural” supra). 267 24. INFORMAÇÕES DE TERCEIROS, DECLARAÇÕES DE PERITOS E DECLARAÇÕES DE EVENTUAIS INTERESSES A Galp Energia confirma que a informação obtida junto de terceiros, incluída no presente Documento de Registo de Acções, foi rigorosamente reproduzida e que, tanto quanto é do seu conhecimento e até onde pode verificar com base em documentos publicados pelos terceiros em causa, não foram omitidos quaisquer factos cuja omissão possa tornar a informação menos rigorosa ou susceptível de induzir em erro. 268 25. DOCUMENTAÇÃO ACESSÍVEL AO PÚBLICO Durante o período da Oferta serão disponibilizadas na sede da Galp Energia cópias em suporte físico dos seguintes documentos: - Os Estatutos da Galp Energia; - As demonstrações financeiras consolidadas pró-forma, não auditadas, e sujeitas a parecer de procedimentos acordados do auditor externo, para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 e semestre findo em 30 de Junho de 2006; - As demonstrações financeiras consolidadas auditadas do Grupo Galp Energia para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 31 de Dezembro de 2004, preparadas de acordo com os IFRS acompanhadas pelo respectivo relatório de auditoria; - As demonstrações financeiras consolidadas auditadas do Grupo Galp Energia para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2004 e 2003, elaboradas de acordo com o POC, acompanhadas pelos respectivos relatórios de auditoria; - Cópia do Prospecto; - Quaisquer futuros prospectos, memorandos de informação e adendas, incluindo o Documento de Registo de Acções e quaisquer outros documentos inseridos nestes ou naqueles por remissão. Estes documentos estão também disponíveis no sítio de Internet da Galp Energia, em www.galpenergia.com. 269 26. INFORMAÇÃO SOBRE A DETENÇÃO DE PARTICIPAÇÕES No que respeita à informação relativa às empresas em que a Galp Energia detém uma participação do capital susceptível de ter um efeito significativo na avaliação do seu próprio activo e passivo, situação financeira ou lucro e prejuízos, remete-se para a secção “Estrutura Organizativa” do presente Documento de Registo de Acções. 270 27. DOCUMENTAÇÃO INSERIDA POR REMISSÃO Os seguintes documentos são inseridos por remissão e fazem parte do presente Documento de Registo de Acções e do Prospecto. A informação contida nos documentos inseridos por remissão para além da informação abaixo descrita deverá considerar-se meramente informativa: - Relatório e Contas de 2003, POC (Balanços Consolidados páginas 104 e 105; Demonstração de Resultados Consolidados páginas 106 e 107; Anexo às Demonstrações Financeiras Consolidadas páginas 112 e seguintes; Certificação Legal de Contas página 186; Relatório de Auditoria página 217). - Relatório e Contas de 2005, POC (Balanços Consolidados páginas 86 e 87; Demonstração de Resultados Consolidados páginas 88 e 89; Anexo às Demonstrações Financeiras Consolidadas páginas 94 e seguintes; Certificação Legal de Contas página 193; Relatório de Auditoria página 195). Cópias dos documentos inseridos por remissão neste Prospecto poderão ser obtidas na sede da Galp Energia e no sítio de internet da Galp Energia (www.galpenergia.com) e da CMVM (www.cmvm.pt). 271 ANEXO I: GLOSSÁRIO As definições seguintes não pretendem explicar conceitos técnicos e destinam-se apenas a facilitar a compreensão dos termos usados no Documento de Registo de Acções. “Aframax Worldscale freight rate” Indicador do mercado de fretamentos marítimos cotado Worldscale na “Baltic Exchange”, em Londres, para entregas entre Sullom Voe e Roterdão, transportadas por navios tanque com capacidade de carga superior a 80.000 toneladas. “Alquilação” ou “Alkylation” Processo de síntese em que por recombinação de uma olefina e de uma isoparafina, sob a acção de um catalisador, se forma, a partir de hidrocarbonetos em C3 e C4, um “alquilado” (iC7 a iC9) com um índice de octano próximo de 100, o que lhe confere um grande valor como componente das gasolinas para motores. “API gravity” Densidade expressa em graus API, definida pelo “American Petroleum Institute”, pela fórmula: APIº = (141,5/g) – 131,5 em que g é a densidade do petróleo a 60ºF (15,6ºC). É utilizada internacionalmente para referir a densidade do petróleo bruto, quanto maior a densidade API mais leve será o petróleo bruto. “Aromáticos” Grupo de hidrocarbonetos cíclicos insaturados caracterizados por terem pelo menos um anel de benzeno, sendo conhecidos por aromáticos devido ao seu distinto aroma doce. Os aromáticos mais comuns incluem o benzeno, o tolueno e o xileno. “Barril de petróleo (bbl)” Unidade de volume utilizada na indústria petrolífera, baseada no volume de um barril e igual a 0,15891 m3 - no caso de um barril de petróleo bruto a 60ºF (15,6ºC). “bcm” Biliões (milhares de milhões) de metros cúbicos, unidade de medida standard utilizada para o gás natural. “Betume” Mistura de hidrocarbonetos sólidos, semi-sólidos ou viscosos, obtido através da destilação primária de petróleo bruto ou pela destilação no vácuo do resíduo da destilação atmosférica. Tem propriedades adesivas e isolantes e é sobretudo utilizado na pavimentação de estradas,podendo também servir para fins industriais. “Biocombustíveis” Combustíveis produzidos a partir da biomassa, como por exemplo álcool carburante ou bioetanol. “Biodiesel” Combustível diesel que contém componentes 272 derivados de matérias-primas tais como óleos vegetais e gordura animal. “Brent” Petróleo bruto leve do Mar do Norte com uma API gravity aproximada de 38º e um teor de enxofre de 0,4%. “Brent Dated” Preço de remessas de Brent conforme anunciado pelas agências de fixação de preços. É o preço de referência para a grande maioria dos petróleos brutos vendidos na Europa, África e Médio Oriente, e uma das mais importantes referências para os preços de mercado spot. “CCGT” Central de ciclo combinado a gás natural (Combined Cycle Gas Turbine), integra tipicamente duas turbinas, uma a gás natural e outra a vapor. As CCGTs combinam um primeiro turbo-gerador a gás natural, que gera electricidade através da combustão do gás natural, cujos gases de escape (calor) produzidos por este processo são aproveitados para alimentar uma caldeira utilizando efluentes térmicos, sendo o vapor produzido aproveitado depois por um turbo-gerador a vapor que produz mais electricidade. “CO2” Dióxido de carbono, gás incolor e mais pesado que o ar, do qual é um dos seus componentes naturais. É produzido devido a certos processos naturais, como o ciclo do carbono, e pela combustão completa do carbono contido nos combustíveis fósseis. “Cogeração” Tecnologia de geração para produção combinada de electricidade e calor. A vantagem da cogeração é a capacidade de capturar o calor produzido pela queima do combustível, enquanto na geração clássica de electricidade este calor é perdido. Este processo também permite que a mesma instalação preencha as necessidades de calor (água quente ou vapor) e electricidade tanto de clientes industriais como de autoridades locais (aquecimento urbano). Este sistema melhora a eficácia energética do processo de geração e reduz a utilização de combustível. “Commodities” Uma commodity pode definir-se como um produto globalmente homogéneo, produzido em larga escala por muitos produtores diferentes, em que os items de cada produtor são considerados substitutos, com a mesma qualidade. Alguns exemplos de commodities são o petróleo, cereais e metais. “Complexidade” Medida relativa utilizada na indústria da refinação que procura medir a capacidade de uma refinaria processar petróleo bruto e outras matérias-primas, tais como 273 transformar petróleo bruto mais pesado e com um teor de enxofre mais elevado em produtos de valor acrescentado. Tipicamente, quanto mais elevada a complexidade e mais flexível a utilização de diferentes tipos de matérias-primas, melhor posicionada se encontra a refinaria para tirar partido da utilização de diferentes tipos de petróleo bruto que em determinado momento sejam mais vantajosos em termos de custo, e desta forma aproveitar oportunidades de incremento da margem bruta. A complexidade de uma refinaria é medida por um “índice de complexidade”, que é calculado separadamente por diferentes organizações do sector, como os consultores para o sector da energia Solomon Associates e Nelson. O índice de complexidade de uma refinaria é calculado através da atribuição de um factor de complexidade a cada uma das unidades da refinaria, com base principalmente no nível de tecnologia utilizado na construção da unidade, e tomando como referência uma instalação de destilação primária de petróleo bruto a que é atribuído um factor de complexidade de 1,0. O índice de complexidade de cada unidade é calculado através da multiplicação do factor de complexidade da unidade pela capacidade da unidade. A complexidade de uma refinaria é equivalente à média ponderada do índice de complexidade de cada uma das suas unidades, incluindo a unidade de destilação. Uma refinaria com um índice de complexidade de 10,0 é considerada dez vezes mais “complexa” do que uma refinaria equipada apenas com destilação atmosférica de petróleo bruto, para a mesma quantidade de produto processado. “Condensados” Hidrocarbonetos que, armazenados nas suas jazidas, se encontram no estado gasoso, mas que à superfície se tornam líquidos em condições normais de pressão e temperatura. Trata-se essencialmente de pentano e outros produtos mais pesados. “Conversão” Conjunto de vários tratamentos (catalíticos ou térmicos) cuja reacção principal se efectua sobre as ligações de carbono, podendo ser mais ou menos profunda em função das condições impostas. Este processo está associado, tipicamente à conversão do fuelóleo em fracções mais leves (gasóleos, gasolinas e gases) e que são mais nobres do ponto de vista da sua utilização. Numa refinaria moderna estes processos têm vindo a ter uma importância crescente. “Coque” Resíduo sólido, com elevado conteúdo em carbono, resultante da decomposição térmica dos resíduos da refinação do petróleo. 274 “Crack spreads” Diferença entre o preço de um produto final e o preço do petróleo bruto. “Cracking” ou “Craqueamento” Transformação por ruptura das moléculas de hidrocarbonetos de cadeias longas com o objectivo de se obterem moléculas de cadeias mais curtas, aumentando desta maneira a proporção dos produtos mais leves e voláteis. Distinguem-se o “cracking” térmico e o “cracking” catalítico. O “cracking” térmico é realizado apenas pela acção do calor e da pressão. O “cracking” catalítico utiliza catalisadores que permitem, a igual temperatura, a transformação mais profunda e mais selectiva de fracções que podem ser mais pesadas. “Dessulfuração” Processo de purificação que consiste em eliminar o enxofre e simultaneamente o azoto, o oxigénio e os metais presentes nos produtos semi-acabados obtidos a partir do petróleo bruto. A dessulfuração pode fazerse por processos catalíticos ou químicos. “Destilação” Método de separação de substâncias (líquidas ou sólidas) por vaporização seguida de condensação. A destilação pode ser efectuada à pressão atmosférica ou no vácuo, consoante os produtos finais requeridos. “Destilação Atmosférica” Destilação do petróleo bruto efectuada à pressão atmosférica da qual resultam fracções petrolíferas (gasolina leve, gasolina pesada, gasóleos e produtos pesados, por exemplo). Estas fracções, após adequado tratamento, constituem os componentes dos produtos acabados. “Destilação no Vácuo” Destilação que se realiza numa coluna de fraccionamento a uma pressão inferior à pressão atmosférica. É o resíduo (fracção mais pesada) obtido por destilação atmosférica que é submetido à destilação no vácuo. A redução da pressão provoca o abaixamento do ponto de ebulição das fracções pesadas e permite separá-las dos resíduos a uma temperatura que não corre o risco de os decompor. Aplica-se, por exemplo, no início da cadeia de fabrico dos óleos base. “Destilados” Qualquer tipo de produto destilação do petróleo bruto. “Direitos de superfície” Faculdade de construir ou manter, perpétua ou temporariamente, uma obra em prédio alheio, ou de nele fazer ou manter plantações. O direito de superfície pode ter por objecto a construção ou a manutenção de obra sob solo alheio. produzido através da 275 “Efeito de Estufa” Efeito pelo qual a radiação infravermelha ambiente é retida num espaço fechado. O efeito de estufa produzido, entre outros, pelo dióxido de carbono atmosférico tem como consequência possível o aquecimento da superfície terrestre. “Emissões” Libertação de gases para a atmosfera. No contexto das alterações climáticas globais, estes incluem gases capazes de alterar o clima como os gases causadores de efeito de estufa (por exemplo, libertação de dióxido de carbono durante a queima de combustível). “Energia Eólica” Energia cinética presente na deslocação do ar (vento) que pode ser convertida em energia mecânica para accionamento de bombas, moinhos e geradores de energia eléctrica. “Energia Renovável” Energia disponível, a partir de processos de conversão energética permanentes e naturais, economicamente exploráveis nas condições actuais ou num futuro previsível. “Exploração Offshore” Exploração de petróleo que tem lugar no mar alto, não longe da linha da costa. “Exploração Onshore” Exploração de petróleo que tem lugar em terra. “Fluid catalytic cracking (FCC)” ou “Cracking Catalítico Fluidificado” Processo de craqueamento em que o catalisador se encontra fluidificado e é continuamente regenerado, constituindo um processo eficaz para aumentar a taxa de produção de gasolina a partir do petróleo bruto. “Free float” Percentagem das acções representativas do capital social de uma empresa cotada que se encontra na posse do público, ou seja, cuja propriedade não está concentrada num número restrito de investidores. “Fuelóleo” Mistura de hidrocarbonetos destinada à produção de calor em instalações térmicas. Há vários tipos de fuelóleo que se caracterizam por viscosidades diferentes que condicionam a sua utilização. “Gás de Petróleo Liquefeito (GPL)” Hidrocarbonetos em C3 e C4 e suas misturas. São gasosos, nas condições normais de temperatura e de pressão e líquidos por elevação da pressão ou por redução da temperatura, permitindo o transporte e armazenamento. Os mais comuns são o propano e o butano. “Gás Natural Liquefeito (GNL)” O gás natural, para facilitar o transporte, é liquefeito por redução da sua temperatura para valores inferiores a –160ºC, à pressão atmosférica. O volume do GNL é de aproximadamente 1/600 do volume do 276 gás natural. “Gasóleo” Mistura de hidrocarbonetos líquidos destinada à alimentação dos motores de ignição por compressão (ciclo Diesel). As suas características, como o comportamento a baixas temperaturas, dependem muito dos países ou regiões onde são utilizados. “Gasolina” Gasolina para automóveis equipados com motores que utilizam o “ciclo Otto”. Deve satisfazer as especificações precisas relativas às características físicas e químicas, das quais a mais importante é a resistência à auto-inflamação. “Geração” Processo de produção de energia eléctrica através da transformação de outras formas de energia. A energia pode ser expressa em joules, quilowatts-hora, calorias ou unidades térmicas britânicas, podendo todas estas unidades ser aplicadas a qualquer tipo de energia, independentemente da sua origem. “Gigawatt-hora (GWh)” Mil megawatts-hora. “Hedge funds” Fundos de investimento de risco privados, tipicamente caracterizados por estragégias de investimento pouco convencionais, por exemplo comprando e vendendo “curto” activos, como acções, e por vezes também ligados a investimentos na indústria petrolífera. “Henry Hub” Preço de referência mensal para o gás natural nos Estados Unidos. Os Estados Unidos têm diferentes mercados - mercados spot e mercados de futuros, para o gás natural. Os futuros de gás natural são negociados na Bolsa de Mercadorias de Nova Iorque (NYMEX). É este o preço do gás natural dos Estados Unidos cotado a um nível mais alargado. O contrato do gás natural do NYMEX obriga a uma entrega num local no Noroeste da Louisiana designado por Henry Hub. No entanto, menos de 1% de todos os contratos de futuros são levados até à maturidade. O contrato de gás natural cotado na NYMEX serve de valor de referência para a fixação mensal de preços, esta referência tem o nome de “Henry Hub”. “Hydrocracking” Processo de cracking na presença de hidrogénio e sob a acção de catalisadores que permite converter fracções petrolíferas com elevado ponto de ebulição e pouco valorizadas em fracções leves mais valorizadas. O hidrogénio permite operar a temperaturas inferiores e com maior selectividade e, portanto, com melhores rendimentos. Os produtos da reacção são compostos saturados, o que lhes confere características de 277 estabilidade importantes. “Índices de complexidade Solomon e de Nelson” de A Solomon Associates, uma entidade do sector, levou a cabo a primeira análise comparativa de desempenho de Refinarias de Produtos Combustíveis em 1980. O estudo elaborado para os EUA alargou-se à Europa em 1982 e ao Canadá e à Ásia/Pacífico em 1983. O objectivo do estudo era a análise de todas as questões que afectassem o êxito comercial, incluindo a selecção de matérias-primas, mix dos produtos, taxas de utilização das instalações, principais parâmetros de operação e todos os componentes dos custos operacionais. Cada processo de refinação é então classificado num conjunto de referência para examinar a sua posição competitiva entre as mesmas categorias de processo. Embora amplamente utilizado na indústria, o estudo Solomon é confidencial e é apenas disponibilizado às refinarias que participam na sua elaboração anual. Em 1973, W. L. Nelson publicou a sua tentativa de relacionar os níveis de desempenho das refinarias com as diferentes capacidades e técnicas de processamento. Desenvolveu um factor de complexidade do processo relacionado unicamente com os níveis de investimento nas unidades. Ao atribuir um nível de complexidade de 1,0 ao processo básico de destilação de petróleo bruto, podia depois atribuir níveis de complexidade superiores ou inferiores aos outros processos de refinação, por exemplo coking, com base no respectivo custo de investimento comparado com os custos da unidade de destilação de petróleo bruto. A sua abordagem assume que os níveis de utilização de mão-de-obra, os custos de manutenção, o consumo de energia e basicamente todos os elementos do desempenho da refinaria podem ser relacionados com os níveis de investimento. “Índice de octano” Escala convencional utilizada para caracterizar, em valor numérico, as propriedades antidetonantes de uma gasolina para motor de combustão do ciclo Otto. Quanto mais elevado, melhores são as características antidetonantes do combustível. “Isomerização” Transformação de hidrocarbonetos parafínicos de cadeia linear ou pouco ramificada em hidrocarbonetos parafínicos de cadeia muito ramificada. Esta reacção dá-se na presença de um catalisador e de hidrogénio. Tem como principal aplicação a obtenção de uma fracção leve e com elevado índice de octano, muito importante na composição das gasolinas. “Jet fuel” Combustíveis para motores a jacto e gasolinas de 278 aviação. “Joule (j)” Unidade de trabalho ou de energia, 1 joule é o trabalho produzido, ou a energia requerida, por uma força de 1 newton cujo ponto de aplicação se desloca 1 metro na direcção da força exercida. “Lubrificantes” Produtos obtidos por mistura de um ou mais óleosbase e aditivos, de acordo com formulações específicas, conforme a sua utilização. A percentagem de aditivos nos óleos lubrificantes chega a atingir 40%. Os óleos lubrificantes têm três grandes utilizações: automóveis, indústria e marinha. “Margem de refinação de Roterdão” ou “Benchmark de Roterdão” A margem de refinação mais utilizada como referência na Europa. As margens de refinação são normalmente comparadas com as margens de referência dos três principais centros de refinação do mundo: a Costa do Golfo Americana (USCG), a Europa do Noroeste (NWE – Roterdão) e Singapura. Em cada um destes casos, elas baseiam-se num tipo único de petróleo bruto apropriado para essa região e num conjunto optimizado de produtos com base numa configuração genérica da refinaria, novamente apropriada para essa região. As margens são estabelecidas numa base semi-variável, ou seja, margens deduzidas de todos os custos variáveis e dos custos fixos de energia. A margem de refinação da Europa do Noroeste é determinada pela utilização, como referência, dos preços alcançados pela refinação de produtos na região de Antuérpia – Roterdão – Amesterdão. “Megawatt (MW)” Mil quilowatts. “Megawatt-hora (MWh)” Mil quilowatts-hora. “Mercado spot” Relativamente a mercadorias como o petróleo, termo utilizado para descrever o comércio internacional em cargas únicas de expedição de mercadorias, tais como petróleo bruto, cujos preços acompanham de perto a respectiva procura e disponibilidade. “MTBE” Éter butílico terciário de metilo, componente oxigenado (aumenta a performance dos combustíveis), utilizado na produção de gasolina. “Nafta” Fracção petrolífera que se situa entre os gases e o petróleo, para além de ser uma das matérias primas da indústria petroquímica, cujo “cracking” fornece uma grande variedade de produtos, pode ainda entrar na composição das gasolinas para motor (nafta leve) ou ser, no caso da nafta pesada, matéria-prima para a 279 produção de reformado. “Óleo base” Componente principal de misturas para lubrificantes, obtido a partir de destilados, depois de submetidos a várias operações. “Parque de armazenagem” Instalação utilizada por principais e colectores, operadores de terminais armazenamento de crude e “Parque eólico” Conjunto de aerogeradores para produção de energia eléctrica interligados a um sistema de rede comum através de um sistema de transformadores, linhas de distribuição e, habitualmente, uma subestação. As funções de operação, controlo e manutenção são normalmente centralizadas através de uma rede de sistemas informáticos de monitorização, complementados por inspecção visual. “Petroquímicos” Produto intermédio da refinação do petróleo bruto que é utilizado como matéria-prima para polímeros e outros produtos químicos. “Quilowatt (KW)” Mil watts. “Quilowatt-hora (KWh)” Unidade de energia, medida como 1 KW de potência aplicado durante 1 hora, equivalente a 3,6 x 106 joules. Na prática, a energia consumida num dado processo é expressa em termos da potência por unidade de tempo, tipicamente a hora, necessária para completar esse processo. “Querosene” Combustível destinado à alimentação de motores de reacção, por exemplo na aviação, ou para iluminação e aquecimento. Contém aditivos que lhe conferem as características de segurança necessárias para a sua utilização. “Refinaria” Instalação onde se realiza o conjunto dos processos industriais destinados a transformar o petróleo bruto em produtos adaptados às necessidades dos consumidores (combustíveis, lubrificantes, betumes, etc.) ou em matérias-primas para outras indústrias, ditas de “segunda geração” (por exemplo indústria petroquímica). “Reformação “Platforming” catalítica” ou empresas de oleodutos produtores de crude, e (excepto refinarias) para produtos petrolíferos. Transformação de uma fracção leve de petróleo bruto (por exemplo gasolina pesada), obtida por destilação primária, numa fracção mais pesada à base de hidrocarbonetos aromáticos (reformado) caracterizada por um elevado índice de octano e que constitui um dos principais componentes das gasolinas para 280 motores. As reacções dão-se na presença de um catalisador à base de platina e no seu conjunto libertam hidrogénio. O reformado constitui, também, a principal matéria prima da petroquímica de base (produção de benzeno, tolueno e xilenos). “Regaseificação” Processo de passagem do gás natural liquefeito ao estado gasoso por permuta térmica, com água ou ar atmosférico. “Recursos contingentes” São definidos como as quantidades de petróleo estimadas, numa determinada data, como sendo potencialmente recuperáveis a partir de jazidas conhecidas, mas que ainda não são comercialmente recuperáveis. Isto pode verificar-se por várias razões, por exemplo relacionadas com a maturidade do projecto (a descoberta precisa de mais avaliações no sentido de suportar o plano de desenvolvimento), tecnológicas (é necessário desenvolver e testar nova tecnologia que permita explorar comercialmente as quantidades), ou de mercado (os contratos de venda ainda não estão em vigor ou é necessário instalar infraestruturas para levar o produto até aos clientes). As quantidades abrangidas por esta categoria não podem ser consideradas reservas. “Reservas provadas (P90)” De acordo com as definições aprovadas pela SPE e pelo WPC, as reservas provadas são as quantidades de petróleo que, por análise dos dados geológicos e de engenharia, podem ser estimadas com certeza razoável como sendo comercialmente recuperáveis, a partir de uma determinada data, de jazidas conhecidas e nas actuais condições económicas, métodos operacionais e regulamentos governamentais. No caso de ser utilizada metodologia determinística, o termo “razoável certeza” destina-se a exprimir um elevado grau de confiança de que as quantidades serão recuperadas. No caso de ser utilizada metodologia probabilística, deverá existir uma probabilidade mínima de 90% de as quantidades de facto recuperadas serem iguais ou excederem a estimativa. A definição das condições económicas actuais deve incluir os preços históricos do petróleo relevantes e os custos associados e pode implicar um período para a determinação de médias que seja consistente com o objectivo do cálculo da reserva, obrigações contratuais apropriadas, procedimentos corporativos e regulamentos governamentais implicados na contabilização destas reservas. Tipicamente, as reservas são consideradas provadas se a capacidade de produção da jazida for suportada pela produção actual ou por testes de formação. Neste 281 contexto, o termo “provada” refere-se às quantidades reais de reservas de petróleo e não apenas à produtividade do poço ou jazida. Em determinados casos, as reservas provadas podem ser imputadas com base nos registos dos poços e/ou análise do núcleo que indiquem que a jazida em causa contém hidrocarbonetos e é análogo a jazidas na mesma área que se encontram em produção ou demonstraram capacidade de produzir durante testes de formação. A área da jazida considerada como provada inclui (1) a área delineada por perfuração e definida por contactos fluidos, se aplicável, e (2) as partes não perfuradas do reservatório que podem ser razoavelmente consideradas comercialmente produtivas com base nos dados geológicos e de engenharia disponíveis. Na ausência de dados sobre contactos fluidos, a descoberta mais baixa de hidrocarbonetos conhecida determina o limite provado salvo se indicado em contrário por dados geológicos, de engenharia ou de desempenho definitivos. As reservas podem ser classificadas como provadas se as instalações de processamento e transporte dessas reservas para o mercado se encontrarem operacionais no momento da estimativa, ou se houver uma expectativa razoável de essas instalações virem a ser criadas. As reservas que se destinam a ser produzidas através da aplicação dos melhores métodos de recuperação existentes são incluídas na classificação de provadas quando (1) testes bem sucedidos de um projecto piloto, ou resultados favoráveis de um programa instalado na mesma jazida ou numa jazida análoga com propriedades (rochas e fluidos) semelhantes, suportam a análise em que se baseou o projecto, e (2) é razoavelmente certo que o projecto irá avançar. As reservas a recuperar através dos melhores métodos de recuperação ainda por desenvolver, através de aplicações comercialmente bem sucedidas, são incluídas na classificação de provadas apenas (1) após um resultado de produção favorável da jazida em causa de (a) um projecto piloto representativo ou (b) um programa instalado em que os resultados suportam a análise em que o projecto se baseia, e (2) quando é razoavelmente certo que o projecto irá avançar. “Reservas prováveis (P50)” De acordo com as definições aprovadas pela SPE e pelo WPC, as reservas prováveis são uma categoria de reservas não provadas. As reservas não provadas baseiam-se em dados geológicos e / ou de engenharia semelhantes aos utilizados nos cálculos das reservas provadas, mas em relação aos quais incertezas técnicas, contratuais, económicas, ou reguladoras 282 impedem que essas reservas sejam classificadas como provadas. As reservas não provadas podem ser estimadas assumindo condições económicas futuras diferentes das que prevalecem no momento do cálculo. O efeito de possíveis melhorias futuras nas condições económicas e dos desenvolvimentos tecnológicos pode ser expresso imputando quantidades adequadas de reservas às classificações de prováveis e possíveis. As reservas prováveis são as reservas não provadas que a análise dos dados geológicos e de engenharia sugerem ser mais provável que sejam recuperadas do que o inverso. Neste contexto, quando é utilizada metodologia probabilística, deverá existir pelo menos uma probabilidade de 50% de as quantidades de facto recuperadas serem iguais ou superiores à soma das reservas provadas calculadas mais as reservas prováveis. Tipicamente, as reservas prováveis podem incluir (1) reservas que se antecipa virem a ser provadas através da perfuração normal, mas em que o controlo do subsolo é inadequado para classificar estas reservas como provadas, (2) reservas em formações que parecem ser produtivas, com base nas características dos registos do poço, mas em relação às quais ainda não existem dados ou testes definitivos e que não são análogas a reservas em produção ou provadas na zona, (3) reservas incrementais atribuíveis à perfuração de enchimento, que podiam ter sido classificadas como provadas se tivesse sido aprovado um espaçamento estatutário mais próximo, no momento da estimativa, (4) reservas atribuíveis de acordo com os melhores métodos de recuperação estabelecidos através da repetição de aplicações comercialmente bem sucedidas quando (a) um projecto piloto é planeado mas não está em operação e (b) as características da rocha, dos fluidos e da jazida parecem favoráveis para aplicação comercial, (5) reservas numa área da formação que parece estar separada da zona provada por falhas e a interpretação dos dados geológicos indica que a área em causa é estruturalmente superior à área provada, (6) reservas atribuíveis em função de futuros trabalhos de melhoramento, tratamento, re-tratamento, alteração de equipamentos ou outros processos mecânicos, em que esses processos não foram comprovados com êxito em poços com comportamentos semelhantes em jazidas análogas, e (7) reservas incrementais em jazidas provadas em que uma interpretação alternativa do desempenho ou dos dados volumétricos indica mais reservas do que as que podem ser classificadas como provadas. 283 “Russian Export Blend” Petróleo bruto médio e com elevado teor de enxofre utilizado como referência no mercado russo de petróleo bruto e que é habitualmente referido como “Urais”. “Ship or pay” Obrigação, tipicamente utilizada em contratos de transporte de gás natural através de gasodutos, de reserva de capacidade que obriga uma parte a pagar a utilização dessa capacidade, quer o transporte de gás natural ocorra efectivamente ou não. “Take or pay” Obrigação, tipicamente utilizada em contratos de fornecimento de gás natural, que obriga uma parte a comprar quantidades acordadas, quer a entrega tenha efectivamente lugar ou não. “Taxa de utilização de crude” Rácio da quantidade total de crude processado nas unidades de destilação de crude em relação à capacidade máxima de operação dessas unidades. “Terawatt-hora (TWh)” Mil Gigawatts-hora. “Viscorredução” Processo que consiste num cracking pouco severo do resíduo ou também de gasóleos pesados provenientes da destilação, com o objectivo de lhes reduzir a viscosidade através da destruição das moléculas mais pesadas. Processa-se na ausência de catalisadores. “Watt (W)” Unidade de potência. O watt é a potência de um sistema energético no qual é transferido uniformemente 1 joule de energia durante 1 segundo. “West Texas Intermediate (WTI)” É um petróleo bruto de primeira categoria que é a referência no mercado norte-americano. Tem uma rendibilidade natural relativamente elevada de nafta e de gasolina de destilação primária. 284 ANEXO II: RESUMO DAS DIFERENÇAS ENTRE O POC E AS IFRS As principais diferenças entre o POC e as Normas Internacionais de Contabilidade / Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IAS/IFRS”) são as seguintes: Apresentação do Balanço IAS/IFRS Uma Sociedade pode apresentar activos correntes e não correntes, e passivos correntes e não correntes, como classificações separadas na face do balanço ou efectuar uma apresentação por ordem de liquidez. A Galp Energia optou por apresentar o Balanço distinguindo corrente e não corrente. POC De acordo com o POC, a apresentação do Balanço é baseado numa distinção semelhante à de corrente e não corrente, excepto para os acréscimos e diferimentos, que são apresentados em separado no final do Balanço. Apresentação da Demonstração dos Resultados IAS/IFRS De acordo com a IAS 1, a demonstração dos resultados poderá ser por naturezas ou por funções, sendo que se optar pela última deverá ser efectuada uma nota explicativa sobre alguns custos por naturezas, nomeadamente, depreciações e custos com o pessoal. A Galp Energia optou por apresentar a demonstração dos resultados por naturezas. POC Devem ser apresentadas ambas as demonstrações dos resultados: demonstrações dos resultados por naturezas e por funções. Contabilização do ‘Resultado Abrangente’ IAS/IFRS De acordo com a IAS 1 é requerida a apresentação da demonstração de alterações no capital próprio, na qual é permitido um total final de ‘resultado abrangente’, embora não seja exigido. O resultado abrangente é composto pelo somatório do resultado líquido do exercício com os ganhos e perdas que são reconhecidos directamente no capital próprio e não no resultado líquido. POC O Resultado Abrangente diz apenas respeito a ajustamentos de conversão cambial e é divulgado na nota do movimento dos capitais próprios do anexo às demonstrações financeiras. Rubricas Extraordinárias IAS/IFRS Proibidas. 285 POC Na demonstração dos resultados por naturezas a definição de rubricas extraordinárias abrange as actividades que não dizem respeito às actividades correntes / operacionais da Sociedade. De acordo com o POC, na demonstração dos resultados por naturezas os resultados extraordinários não incluem apenas os ganhos e perdas que correspondem a acontecimentos e transacções não frequentes ou não usuais mas, também as seguintes naturezas de ganhos e perdas, classificados como actividades operacionais nos termos das IAS/IFRS: donativos, dívidas incobráveis, ganhos e perdas de existências (sinistros, quebras ou sobras), insuficiência ou excesso de estimativa de imposto sobre o rendimento, aumentos de amortizações (de carácter não frequente), reduções de provisões para riscos e encargos, reestruturação de actividades, alienação de imobilizado corpóreo e incorpóreo e investimentos, operações descontinuadas, multas e penalidades. Classificação dos Juros Recebidos e Pagos na Demonstração dos Fluxos de Caixa IAS/IFRS Podem ser classificados como actividade operacional, de investimento ou de financiamento. POC Podem ser classificados como actividade de investimento ou de financiamento. Alteração de política contabilística IAS/IFRS A alteração de uma política contabilística deve ser aplicada retrospectivamente a menos que o montante de qualquer ajustamento resultante relativo a períodos anteriores não seja razoavelmente determinável. O ajustamento resultante dessa aplicação retrospectiva deve ser levado ao saldo inicial de resultados transitados e toda a informação comparativa deve ser alvo de reexpressão a menos que seja impraticável fazê-lo. POC Os ajustamentos derivados de uma alteração de política contabilística são geralmente registados na demonstração dos resultados na correspondente rubrica de natureza operacional e/ou em resultados transitados. Não é permitida a reexpressão das demonstrações financeiras comparativas mas é normalmente incluída no anexo informação sobre os impactos destas alterações. Divulgação dos Resultados por Acção IAS/IFRS A empresa deve apresentar resultados por acção básicos e diluídos na demonstração dos resultados para cada classe de acções ordinárias que tenham direitos diferentes de participação nos resultados líquidos do período. Devem ser apresentados os resultados por acção básicos e diluídos para todos os períodos divulgados. A diluição é uma redução dos ganhos por acção ou um aumento das perdas por acção, com base no pressuposto de que os instrumentos convertíveis são convertidos, que as opções ou warrants são exercidos, ou que as acções ordinárias são emitidas quando estão reunidas condições específicas. 286 POC A divulgação dos resultados por acção apenas é exigida na demonstração dos resultados por funções, sendo prestada uma orientação limitada para o seu cálculo. Apresentação na Demonstração dos Resultados das Existências Consumidas IAS/IFRS Registado em custo das vendas. POC As matérias-primas, matérias subsidiárias e as mercadorias são classificadas em custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas. Os produtos acabados e produtos intermédios são classificados em variação da produção. Contabilização de Investimentos em Subsidiárias nas Demonstrações Financeiras individuais da Sociedade-Mãe IAS/IFRS Ou o método do custo ou de acordo com a IAS 39. Não é permitido o método de equivalência patrimonial. A Empresa utiliza o método de custo de aquisição. POC É exigido a contabilização ao custo de aquisição ou de acordo com o método da equivalência patrimonial, que é o adoptado pela Empresa. Quando a sociedade-mãe utiliza o custo de aquisição, deve ser efectuada uma análise de realização do investimento. Apresentação de Interesses Minoritários IAS/IFRS No capital próprio. POC Fora do capital próprio, entre passivo e capital próprio. Critério valorimétrico das Existências IAS/IFRS É proibido o método LIFO (últimas entradas, primeiras saídas). POC O método LIFO é permitido. Uma vez que critério LIFO é proibido nas IAS/IFRS e é permitido pelo POC, a Galp ajusta as demonstrações financeiras para o FIFO (primeiras entradas, primeiras saídas). 287 Imobilizado fixo tangível IAS/IFRS Pode utilizar o modelo do custo ou o modelo de revalorização. O valor revalorizado é o justo valor à data de revalorização deduzido da subsequente depreciação acumulada e perdas de imparidade. A revisão das revalorizações deve ser efectuada periodicamente. De acordo com as IAS/IFRS, o custo de um item de activo fixo tangível deve ser reconhecido como activo se, e apenas se: • for provável que benefícios económicos futuros associados ao item fluirão para a entidade; e • o custo do item puder ser mensurado fiavelmente. Nos termos das IAS, os custos de administração e outros custos gerais, custos de arranque e custos pré-operativos, não são uma componente do custo de um activo fixo. A empresa utiliza o modelo do custo de aquisição e efectua análises de imparidade periodicamente. POC Valorização ao custo histórico de aquisição ou ao valor revalorizado, cuja revalorização é normalmente efectuada em conformidade com legislação específica utilizando coeficientes legais de desvalorização monetária. As revalorizações também podem ser efectuadas com base no justo valor do activo. A revisão das revalorizações deve ser efectuada periodicamente. O Imobilizado Fixo Tangível adquirido até 31 de Dezembro de 1997 encontra-se registado ao custo de aquisição reavaliado de acordo com as disposições legais aplicáveis. As imobilizações corpóreas adquiridas após aquela data encontram-se registadas ao custo de aquisição. Custos das Principais Inspecções e Revisões IAS/IFRS Geralmente contabilizados como parte integrante do custo de um activo, no caso de o imobilizado se encontrar segregado por componentes e as peças mais antigas substituídas forem abatidas, caso contrário devem ser contabilizados como custo na demonstração dos resultados. POC Registados inicialmente numa rubrica de acréscimos e diferimentos e imputados à demonstração dos resultados durante o período entre duas inspecções principais ou capitalizados no caso de serem classificados como activos. Apuramento da Perda por Imparidade IAS/IFRS Baseia-se no valor recuperável (o mais alto entre valor de uso do activo e o preço de venda líquido). Nos termos da IAS 36 os seguintes elementos devem ser reflectidos no cálculo do valor de uso do activo: (a) uma estimativa dos fluxos de caixa futuros que a Galp espera obter do activo; (b) expectativas acerca das possíveis variações na quantia ou na tempestividade desses fluxos de caixa futuros; (c) o valor temporal do dinheiro, representado pela taxa corrente de juro sem risco do mercado; (d) o preço de suportar a incerteza inerente ao activo; e 288 (e) outros factores, tais como falta de liquidez, que os participantes do mercado fariam reflectir na fixação do preço dos futuros fluxos de caixa que a Sociedade espera obter do activo. POC O activo deverá estar registado ao valor mais baixo de entre o custo de aquisição e o valor de realização. Medição do Valor Residual de um Activo IAS/IFRS Nos termos da IAS 16 – Activos Fixos Tangíveis, não se presume que o valor residual seja zero. O valor residual corresponde ao actual valor de venda líquido, se o activo já tiver a idade e as condições esperadas no final da sua vida útil. POC A depreciação deve corresponder à diferença entre o custo de aquisição e as respectivas amortizações acumuladas. Reversão Subsequente de uma Perda por Imparidade IAS/IFRS Requerida, caso determinados critérios sejam cumpridos. Não é permitida a reversão de imparidade do goodwill. POC As perdas de imparidade em POC têm sido tratadas como amortizações excepcionais, as quais poderão ser revertidas caso deixem de se verificar as causas que lhe deram origem Custos de Desenvolvimento IAS/IFRS Capitalizados, caso sejam cumpridos determinados critérios. POC Capitalizados e têm uma definição mais abrangente que nas IFRS (p.ex. despesas de marketing e promoção são capitalizadas quando relativas ao lançamento de novos produtos). Activos Intangíveis IAS/IFRS De acordo com a IAS 38 um activo intangível é reconhecido como tal, desde que o mesmo seja: passível de identificação, seja controlado pela Sociedade como resultado de acontecimentos passados e a seja provável que gere benefícios económicos futuros. A IAS 38 não permite que as marcas geradas internamente, cabeçalhos de jornal ou revista, títulos para publicação e listas de clientes sejam capitalizados. Em complemento, especifica que as seguintes despesas devem ser contabilizadas como custo na demonstração dos resultados: • Custos de arranque, pré-operativos; • Custo de formação; 289 • Custo de publicidade; • Custos de transferência; e • Estudos gerais. POC De acordo com os princípios contabilísticos geralmente aceites em Portugal, os custos de arranque (incluindo custos pré-operativos) são geralmente capitalizados e amortizados ao longo de um período de 5 anos. As despesas com formação, publicidade e actividades promocionais e de transferência ou reorganização parcial ou total de um empreendimento, não são especificamente tratadas nas normas de contabilidade portuguesas, mas são em geral capitalizadas. Goodwill Goodwill Positivo IAS/IFRS Não é amortizado. Devem ser realizados anualmente testes de imparidade. POC Amortizado ao longo de um período máximo de 5 anos, salvo se puder ser justificado um período mais longo, que não poderá exceder os 20 anos. Goodwill Negativo IAS/IFRS É imediatamente reconhecido como ganho do exercício. POC Registado na rubrica de proveitos diferidos e é reconhecido na demonstração dos resultados, por um período não superior a 5 anos, pelo método de quotas constantes. Taxa do Imposto para mensuração de Activos e Passivos por Imposto Diferido IAS/IFRS Utilizar a taxa do imposto publicada ou “substancialmente publicada” por lei. POC Utilizar a taxa do imposto publicada por lei. Classificação de Activos e Passivos por Imposto Diferido IAS/IFRS Não são classificados como corrente. POC Os activos e passivos por imposto diferido devem ser apresentados no balanço numa subrubrica separada sob rubrica de acréscimos e diferimentos. 290 Subsídios Governamentais para Activos Tangíveis e Intangíveis IAS/IFRS Os subsídios governamentais ao investimento deverão ser apresentados no balanço como proveito diferido ou como redução do valor de aquisição do activo, devendo ser reconhecidos na demonstração dos resultados durante a vida útil dos bens, na proporção das respectivas depreciações, e como dedução do respectivo custo com depreciações. Nas demonstrações financeiras em IFRS, a Galp Energia registou os subsídios governamentais como redução do valor de aquisição do activo e reconhece o valor dos subsídios, na demonstração dos resultados durante a vida útil dos bens, na proporção das respectivas depreciações, e como dedução do respectivo custo com depreciações. POC Os subsídios governamentais não reembolsáveis concedidos para financiamento de activos tangíveis e intangíveis são registados como proveito diferido e reconhecidos como proveitos extraordinários no mesmo período em que vão sendo reconhecidas as depreciações dos activos que estão a financiar. Instrumentos Financeiros – Cobertura de Fluxos de Caixa IAS/IFRS Se uma Sociedade tem um instrumento financeiro de cobertura de fluxos de caixa relativamente a um activo ou passivo reconhecido ou a uma provável transacção prevista, a alteração do instrumento de cobertura é reconhecida directamente no capital próprio até ao momento em que esses futuros fluxos de caixa ocorram. Os instrumentos de cobertura de fluxos de caixa que a Galp Energia utiliza para cobrir a exposição a alterações na taxa de juro dos seus empréstimos são inicialmente contabilizados ao custo e subsequentemente ajustados ao justo valor correspondente. As alterações no justo valor destes instrumentos de cobertura de fluxos de caixa são registados no capital próprio, e depois reconhecidas na demonstração de resultados, quando o correspondente activo ou passivo coberto também for reconhecido na demonstração dos resultados. POC Os instrumentos financeiros não se encontram mensurados pelo seu justo valor, sendo o montante de reconhecimento dependente da sua natureza. Apenas é divulgado no Anexo às Contas o seu justo valor. Exclusões da Consolidação IAS/IFRS As demonstrações financeiras consolidadas devem incluir todas as subsidiárias. Não existem excepções para “controlo temporário” ou “subsidiária que opera sob restrições severas e duradouras de transferência de fundos a longo prazo.” Contudo, se, no momento da aquisição, uma subsidiária satisfaz os critérios para classificação como detida para venda nos termos da IFRS 5, é contabilizada nos termos desta norma. 291 POC Uma Sociedade pode ser excluída de consolidação quando: • Não é materialmente relevante para as demonstrações financeiras consolidadas; • Existam restrições severas e duradouras que prejudiquem substancialmente o exercício por parte da sociedade-mãe dos seus direitos sobre os activos líquidos ou sobre a gestão da Sociedade; e • A subsidiária seja detida com vista à sua subsequente alienação. 292 ANEXO III: DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS ANEXO A: DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS A 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E 31 DE DEZEMBRO DE 2004 ELABORADAS OU REEXPRESSAS DE ACORDO COM OS IFRS Galp Energia, SGPS, SA e subsidiárias DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS CONSOLIDADOS POR NATUREZA PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E 2004 (IFRS/IAS) (Montantes expressos em milhares de Euros - mEuros) Nota Rendimentos operacionais: Rédito das vendas Rédito dos serviços prestados Outros rendimentos operacionais 6 6 6 9.127.470 145.151 79.266 11.220.674 9.351.887 9.162.092 525.574 269.634 306.796 22.543 71.286 7.597.904 468.377 250.897 294.238 14.570 75.487 10.357.925 8.701.473 862.749 650.414 9 9 8.956 (62.018) (16.574) 11.220 (67.736) 7.686 4 28 3 105.215 (3.552) (1.384) 25.319 (22.835) (486) 893.392 603.582 (188.836) (145.786) 704.556 457.796 (3.899) (4.358) 700.657 453.438 4,22 2,73 7 7 7 7 7 7 Total de gastos operacionais: Resultados operacionais: Rendimentos financeiros Gastos financeiros Ganhos (perdas) cambiais Resultados relativos a participações financeiras em empresas associadas Rendimentos de instrumentos financeiros Outros ganhos e perdas Resultado antes de impostos: Imposto sobre o rendimento 10 Resultado antes de interesses minoritários: Resultado afecto aos interesses minoritários Resultado líquido do exercício Resultado por acção (valor em Euros) 2004 10.985.392 151.916 83.366 Total de rendimentos operacionais: Gastos operacionais: Inventários consumidos e vendidos Materiais e serviços consumidos Gastos com o pessoal Gastos com amortizações e depreciações Provisões e imparidade de contas a receber Outros gastos operacionais 2005 11 As notas anexas fazem parte integrante da demonstração dos resultados consolidados por natureza para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 293 Galp Energia, SGPS, SA e subsidiárias BALANÇOS CONSOLIDADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E 2004 (IFRS/IAS) (Montantes expressos em milhares de Euros - mEuros) ACTIVO Activo não corrente: Activos fixos tangíveis Goodwill Outros activos fixos intangíveis Participações financeiras em associadas Participações financeiras em participadas Outras contas a receber Activos por impostos diferidos Outros investimentos financeiros Notas 13 12 13 4 5 15 10 28 Total de activos não correntes: Activo corrente: Inventários Clientes Outras contas a receber Outros investimentos financeiros Caixa e seus equivalentes Total do activos correntes: Total do activo: 17 16 15 18 e 28 19 2005 2004 2.554.772 20.480 367.294 84.545 63.608 96.248 158.924 338 2.601.932 11.961 329.410 77.622 60.277 122.796 138.062 233 3.346.209 3.342.293 1.199.357 898.363 322.517 10.191 157.635 833.242 681.170 389.078 19.339 227.259 2.588.063 2.150.088 5.934.272 5.492.381 As notas anexas fazem parte integrante do balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2005 294 Galp Energia, SGPS, SA e subsidiárias BALANÇOS CONSOLIDADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E 2004 (IFRS/IAS) (Montantes expressos em milhares de Euros - mEuros) CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO 2005 2004 829.251 82.006 (1.879) 84.926 (2.905) 669.150 700.657 829.251 82.006 (5.063) 68.273 (3.736) 397.897 453.438 2.361.206 1.822.066 24.645 24.082 2.385.851 1.846.148 23 23 25 781.996 309.760 96.443 788.174 309.760 104.629 24 10 28 26 214.232 132.275 5.458 72.711 211.211 53.908 9.633 70.577 1.612.875 1.547.892 257.390 706.376 916.382 1.864 53.534 632.010 495.041 922.866 824 47.600 Total do passivo corrente: 1.935.546 2.098.341 Total do passivo: 3.548.421 3.646.233 5.934.272 5.492.381 Capital próprio: Capital nominal Prémios de emissão Reservas de conversão Outras reservas Reservas de cobertura Resultados acumulados Resultado liquido do período Notas 20 21 Total do capital próprio atribuível aos acionistas: 22 Interesses minoritários Total do capital próprio: Passivo: Passivo não corrente: Empréstimos e descobertos bancários Empréstimos obrigaccionistas Outras contas a pagar Responsabilidades com benefícios de reforma e outros benefícios Passivos por impostos diferidos Outros instrumentos financeiros Provisões Total do passivo não corrente: Passivo corrente: Empréstimos e descobertos bancários Fornecedores Outras contas a pagar Outros instrumentos financeiros Imposto corrente sobre rendimento a pagar Total do capital próprio e do passivo: 23 27 25 28 10 As notas anexas fazem parte integrante do balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2005 295 GALP ENERGIA, S.G.P.S., S.A E SUBSIDIÁRIAS DEMONSTRAÇÕES CONSOLIDADAS DAS ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E 2004 (IFRS/IAS) (Montantes expressos em milhares de Euros - mEuros) Movimentos do período Notas Saldo em 1 de Janeiro de 2004 (POC) Ajustamentos efectuados ma conversão para IFRS/IAS 34 Saldo em 1 de Janeiro de 2004 (Reexpresso) Aumentos de reservas por aplicação de resultados Distribuição de Dividendos Outros aumentos / diminuições reservas de cobertura Outras variações Ajustamentos por reconhecimento de impostos diferidos com derivados financeiros Diferenças de conversão de balanços expressos em moeda diferente (Empresas do grupo) Diferenças de conversão de balanços expressos em moeda diferente (Empresas associada Variações de interesses minoritários Total dos aumentos / diminuições directos no capital próprio 21 28 10 4 Resultado líquido do período atribuível aos accionistas e interesses minoritários Saldo em 31 de Dezembro de 2004 (POC) Ajustamentos efectuados na conversão para IFRS/IAS 34 Saldo em 31 de Dezembro de 2004 (Reexpresso) Aumentos de reservas por aplicação de resultados Distribuição de Dividendos Outros aumentos / diminuições reservas de cobertura Outras variações Ajustamentos por reconhecimento de impostos diferidos Diferenças de conversão de balanços expressos em moeda diferente (Empresas do grupo) Diferenças de conversão de balanços expressos em moeda diferente (Empresas associada Variações de interesses minoritários Total dos aumentos / diminuições directos no capital próprio Resultado líquido do período Saldo em 31 de Dezembro de 2005 21 30 28 10 4 22 Prémios de emissão de acções Capital social Reservas de conversão Outras reservas (Nota 21) Reservas de cobertura Resultados acumulados 829.251 - 82.006 - 51.557 (51.557) 55.900 - (1.269) 385.003 (130.109) 829.251 82.006 - 55.900 (1.269) 829.251 82.006 (2.039) (3.024) (5.063) 12.373 68.273 (3.623) 1.156 (3.736) - - - - 829.251 - 82.006 - 47.681 (52.744) 829.251 82.006 829.251 82.006 Resultado líquido do período Sub-Total Interesses minoritários Total 247.446 - 1.651.163 (182.935) 24.176 (2.555) 1.675.339 (185.490) 254.894 247.446 1.468.228 21.621 1.489.849 235.073 (93.000) 930 397.897 (247.446) - (93.000) (3.623) 930 1.156 (2.039) (3.024) 1.368.628 (1.897) 19.724 (93.000) (3.623) 930 1.156 (2.039) (3.024) (1.897) 1.388.352 - - 453.438 453.438 4.358 457.796 68.273 - (3.736) 527.076 (129.179) 333.064 120.374 1.887.351 (65.285) 26.880 (2.798) 1.914.231 (68.083) (5.063) 68.273 (3.736) 397.897 453.438 1.822.066 24.082 1.846.148 (2.654) 5.838 (1.879) 16.653 84.926 1.433 (602) (2.905) 436.785 (165.850) 318 669.150 (453.438) - (165.850) 1.433 318 (602) (2.654) 5.838 1.660.549 (3.336) 20.746 (165.850) 1.433 318 (602) (2.654) 5.838 (3.336) 1.681.295 - - - - - - 700.657 700.657 3.899 704.556 829.251 82.006 (1.879) 84.926 (2.905) 669.150 700.657 2.361.206 24.645 2.385.851 As notas anexas fazem parte integrante da demonstração de alterações no capital próprio para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005. 296 GALP ENERGIA, SGPS, S.A. e Subsidiárias DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA CONSOLIDADOS IAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E 2004 (Montantes expressos em milhares de Euros) Notas Actividades operacionais: Recebimentos de clientes Pagamentos a fornecedores Pagamentos ao pessoal Pagamentos/Recebimentos de imposto sobre produtos petrolíferos Fluxos gerados pelas operações (Pagamento)/recebimento do imposto sobre o rendimento Contribuições para o fundo de pensões Pagamentos a reformados antecipadamente e pré-reformados Pagamentos de despesas de seguro com os reformados Outros (pagamentos)/recebimentos relativos à actividade operacional 24 Fluxos gerados pelas operações 2004 12.761.202 (9.587.224) (207.929) (2.383.255) 582.794 8.726.852 (5.163.525) (198.167) (2.254.607) 1.110.553 (117.942) (26.235) (12.916) (9.158) 236.502 (112.074) (20.595) (15.084) (576) (95.682) 70.251 Fluxos das actividades operacionais (1) Actividades de investimento: Recebimentos provenientes de: Investimentos financeiros Imobilizações corpóreas Imobilizações incorpóreas Subsídios de investimento Juros e proveitos similares Dividendos Empréstimos concedidos 2005 14 4 Pagamentos respeitantes a: Investimentos financeiros Imobilizações corpóreas Imobilizações incorpóreas Empréstimos concedidos Fluxos das actividades de investimento (2) (244.011) 653.045 866.542 85.806 3.788 3.304 71.691 15.850 39.339 7.845 227.623 8.359 2.227 1.914 78.486 2.680 37.196 1.874 132.736 (3.835) (275.465) (55.617) (2.714) (6.848) (330.756) (57.489) (313) (337.631) (395.406) (110.008) (262.670) Actividades de financiamento: Recebimentos provenientes de: Empréstimos obtidos Aumentos de capital, prestações suplementares e prémios de emissão Juros e proveitos similares Letras descontadas Pagamentos respeitantes a: Empréstimos obtidos Juros de empréstimos obtidos Juros e custos similares Dividendos/distribuição de resultados Aquisição de acções (quotas) próprias Reembolso de letras descontadas Amortizações e juros de contratos de locação financeira Juros de contratos de locação financeira Juros de empréstimos obrigacionistas Cobertura de prejuízos Fluxos das actividades de financiamento (3) Variação de caixa e seus equivalentes (4) = (1) + (2) + (3) Efeito das diferenças de câmbio Caixa e seus equivalentes no início do período Caixa e seus equivalentes no fim do período 19 19 290.413 263 2.351 18.771 311.798 1.045.366 1.208 13.541 1.060.115 (520.490) (42.802) (26.700) (215.938) (18.192) (306) (4) (9.246) (290) (1.364.659) (31.312) (21.855) (46.941) (6) (13.325) (423) (6) (13.979) - (833.968) (1.492.506) (522.170) (432.391) 20.867 4.983 67.784 93.634 171.481 (5.179) (98.534) 67.768 As notas anexas fazem parte integrante da demonstração dos fluxos de caixa consolidados para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005. 297 GALP ENERGIA, SGPS, S.A. E SUBSIDIÁRIAS ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS EM IAS/IFRS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 (Montantes expressos em milhares de Euros – mEuros) 1. NOTA INTRODUTÓRIA A Galp Energia, SGPS, S.A. (adiante designada por Galp ou Empresa), foi constituída sobre a forma de sociedade anónima de capitais públicos, através do Decreto-Lei nº 137-A/99, de 22 de Abril de 1999, com a denominação de “Galp – Petróleos e Gás de Portugal, SGPS, S.A.”, tendo adoptado, em 13 de Setembro de 2000, a denominação actual – Galp Energia, SGPS, S. A.. A sua sede é em Lisboa e tem como objecto social a gestão de participações sociais de outras sociedades, tendo agrupado, à data da sua constituição, as participações directas do Estado nas seguintes sociedades: Petróleos de Portugal – Petrogal, S.A.; GDP–Gás de Portugal, SGPS, S.A. e Transgás–Sociedade Portuguesa de Gás Natural, S.A.. O capital inicial da Galp, no montante de 411.383.565 Euros, foi integralmente realizado em espécie, pela entrega das participações financeiras detidas pelo Estado nas empresas acima mencionadas. Em Setembro de 1999 foi efectuado pelo Estado outro aumento de capital social passando este para 502.164.785 Euros. Através do Decreto-Lei nº 261-A/99, de 7 de Julho, é dado inicio ao processo de privatização da Galp, com a abertura do capital da Empresa aos restantes accionistas da Petróleos de Portugal – Petrogal, S.A. e da Transgás – Sociedade Portuguesa de Gás Natural, S.A.. Para tal foi efectuado novo aumento de capital a eles reservado, essencialmente, em espécie, através da entrega das suas participações nas referidas empresas. Assim, em 31 de Dezembro de 1999, foi concretizado um aumento do capital social em montante de 327.085.850 Euros, subscrito pela Petrocontrol, SGPS, S.A. (“Petrocontrol”), EDP – Electricidade de Portugal, S.A. (actualmente denominada EDP – Energias de Portugal, S.A. (“EDP”)), Caixa Geral de Depósitos, S.A., Portgás – Sociedade de Produção e Distribuição de Gás, S.A. e Setgás – Sociedade de Produção e Distribuição de Gás, S.A., passando este para 829.250.635 Euros. Em 13 de Julho de 2000, na sequência dos acordos celebrados em 17 de Janeiro do mesmo ano, as empresas definidas como parceiros estratégicos – ENI Portugal Investment, Spa. (“ENI”) e Iberdrola, S.A. (“Iberdrola”) – assinaram com o Estado Português os Contratos de Compra e Venda de Acções e Acordos de Parceria Estratégica, adquirindo 11% e 4%, respectivamente, do capital da Galp. Simultaneamente, a Petrocontrol alienou a totalidade da sua participação na Galp, tendo o grupo ENI adquirido 22,34% e a EDP 11%. Através do Decreto-Lei nº. 124/2003 de 20 de Junho, foi aprovada a terceira fase do processo de privatização da Galp. Na sequência deste decreto, a REN – Rede Eléctrica Nacional, S.A. (“REN”) adquiriu 18,3% do capital social da Galp, dos quais 13,5% foram adquiridos à Caixa Geral de Depósitos e os restantes 4,8% ao Estado Português. Adicionalmente a Parpública - 298 Participações Públicas (SGPS), S.A. adquiriu 0,75%, 3,48% em 2004 e no decurso do exercício de 2005 adquiriu uma participação adicional de 8,06% do capital social da Galp, ao Estado Português. A estrutura accionista da Galp após estas operações encontra-se descrita na Nota 20. No início de 2006 ocorreu uma nova alteração da estrutura accionista da Galp que se encontra descrita na Nota 20. Em 31 de Dezembro de 2005 o Grupo Galp (“Grupo”) é constituído pela Galp e subsidiárias, as quais incluem a Petróleos de Portugal – Petrogal, S.A. (“Petrogal”) e respectivas subsidiárias, a GDP – Gás de Portugal, SGPS, S.A. e respectivas subsidiárias, a Galp Power, SGPS, S.A. e respectivas subsidiárias, a Porten – Portugal Energia, S.A. e a Galp Serviços – Serviços e Consultoria de Apoio à Gestão Empresarial, S.A.. A Petrogal é a única empresa a operar no sector da refinação de petróleos em Portugal e controla maioritariamente a distribuição de produtos refinados de petróleo através da marca GALP. As empresas subsidiárias que têm actividade de transporte e distribuição de gás natural, nomeadamente a Lisboagás GDL – Sociedade Distribuidora de Gás Natural de Lisboa, S.A., Transgás – Sociedade Portuguesa de Gás Natural, S.A., Lusitaniagás – Companhia de Gás do Centro, S.A. e Beiragás – Companhia de Gás das Beiras, S.A., operam com base em contratos de concessão celebrados com o Estado Português, que terminam em 2028 (ou 2034 no caso da Beiragás). Findo este prazo, os bens afectos às concessões serão transferidos para o Estado Português e as empresas serão indemnizadas por um montante correspondente ao valor líquido contabilístico daqueles bens. A Resolução do Conselho de Ministros n.º 169/2005, de 24 de Outubro, veio aprovar a estratégia nacional para a energia, tendo por fim, entre outros, a autonomização dos activos regulados do sector do gás natural (recepção, transporte e armazenagem), bem como a operacionalização da sua junção à empresa operadora da rede de transporte de electricidade. As principais medidas no âmbito desta estratégia contemplam a revisão do contrato de concessão com a Transgás – Sociedade Portuguesa de Gás Natural, S.A., a integração, numa empresa, das redes de transporte de electricidade e de gás natural e a separação da actividade de comercialização da de distribuição, tanto no caso da electricidade, como no do gás natural (Nota 31). As Demonstrações Financeiras anexas são apresentadas em Euros (moeda funcional), dado que esta é a divisa utilizada, preferencialmente no ambiente económico em que a Empresa opera. 2. PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS As principais políticas contabilísticas adoptadas pelo Grupo na preparação das demonstrações financeiras consolidadas são as abaixo mencionadas. Estas políticas foram consistentemente aplicadas aos anos comparativos. 2.1 Bases de apresentação As demonstrações consolidadas do grupo Galp Energia foram preparadas no pressuposto da continuidade das operações e tomando por base o custo histórico, excepto para os instrumentos financeiros derivados que se encontram registados pelo justo valor (Nota 2.17), 299 a partir dos livros e registos contabilísticos das empresas incluídas na consolidação (Notas 3 e 4), mantidos de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceites em Portugal, ajustados no processo de consolidação, de modo a que as demonstrações financeiras consolidadas estejam de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro, tal como adoptadas pela União Europeia, efectivas para exercícios económicos iniciados em 1 de Janeiro de 2005. Devem entender-se como fazendo parte daquelas normas, quer as Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IFRS” – International Financial Accounting Standards) emitidas pelo International Accounting Standard Board (“IASB”), quer as Normas Internacionais de Contabilidade (“IAS”), emitidas pelo International Accounting Standards Committee (“IASC”) e respectivas interpretações – SIC e IFRIC, emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee (“IFRIC”) e Standing Interpretation Committee (“SIC”). De ora em diante, o conjunto daquelas normas e interpretações serão designadas genericamente por “IFRS”. Apesar de as demonstrações financeiras consolidadas em 31 de Dezembro de 2005, apresentadas e aprovadas pela Assembleia Geral de Accionistas, terem sido preparadas de acordo com os princípios contabilísticos geralmente aceites em Portugal (“POC”), o Grupo apresenta igualmente pela primeira vez em 2005, demonstrações financeiras consolidadas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro, tendo observado as disposições previstas na IFRS 1 – Primeira Aplicação das Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IFRS 1”), na preparação das demonstrações financeiras consolidadas anexas. Ao abrigo desta disposição contabilística, o balanço consolidado e as demonstrações financeiras consolidadas dos resultados, dos fluxos de caixa e das variações do capital próprio em 31 de Dezembro de 2004, apresentadas para efeitos comparativos, foram ajustadas por forma a estarem de acordo com os IFRS. Os ajustamentos efectuados no processo de transição foram reportados a 1 de Janeiro de 2004 (data da transição), encontrando-se descritos na Nota 34, os efeitos derivados da adopção das IFRS. Nessa nota é igualmente apresentado o efeitos da conversão para IFRS nos capitais próprios e resultado líquido de 2005, em virtude de as contas que foram submetidas à aprovação da Assembleia Geral de Accionistas terem sido as demonstrações financeiras preparadas de acordo com o POC. Na preparação das demonstrações financeiras anexas foram utilizadas estimativas que afectam as quantias reportadas de activos e passivos, assim como as quantias reportadas de proveitos e custos durante o período de reporte. Todas as estimativas e assumpções efectuadas pelo Conselho de Administração foram contudo efectuadas, com base no melhor conhecimento existente, à data de aprovação das demonstrações financeiras, dos eventos e transacções em curso. 2.2 Princípios de consolidação Os métodos de consolidação adoptados pelo Grupo são os seguintes: a) Participações financeiras em empresas do Grupo As participações financeiras em empresas nas quais o Grupo detenha, directa ou indirectamente mais de 50% dos direitos de voto em Assembleia Geral de Accionistas e/ou detenha o poder de controlar as suas políticas financeiras e operacionais (definição de controlo adoptada pelo Grupo), foram incluídas nestas demonstrações financeiras consolidadas pelo método de consolidação integral. As empresas consolidadas pelo método de consolidação integral encontram-se detalhadas na Nota 3. O capital próprio e o resultado líquido correspondente à participação de terceiros nas empresas subsidiárias são apresentados separadamente no balanço consolidado e na 300 demonstração de resultados consolidada, respectivamente na rubrica interesses minoritários. Quando os prejuízos aplicáveis aos minoritários excedem o interesse minoritário no capital próprio da subsidiária, o Grupo absorve esse excesso e quaisquer prejuízos adicionais, excepto quando os minoritários tenham a obrigação e sejam capazes de cobrir esses prejuízos. Se a subsidiária subsequentemente relatar lucros, o Grupo apropria todos os lucros até que a parte minoritária dos prejuízos absorvidos pelo Grupo tenham sido recuperados. Os activos e passivos de cada empresa do grupo são identificados ao seu justo valor na data de aquisição. Qualquer excesso do custo de aquisição face ao justo valor dos activos e passivos líquidos adquiridos é reconhecido como “goodwill” (Nota 2.2.d)). Caso o diferencial entre o custo de aquisição e o justo valor dos activos e passivos líquidos adquiridos seja negativo, o mesmo é reconhecido como um proveito do exercício. Os interesses minoritários incluem a proporção dos terceiros no justo valor dos activos e passivos identificáveis à data de aquisição das subsidiárias. Os resultados das filiais adquiridas ou vendidas durante o exercício estão incluídos nas demonstrações de resultados desde a data da sua aquisição ou até à data da sua venda. Sempre que necessário são efectuados ajustamentos às demonstrações financeiras das subsidiárias para adequar as suas políticas contabilísticas às usadas pelo Grupo. As transacções (incluindo as eventuais mais e menos valias derivadas de alienações entre empresas do Grupo), os saldos e os dividendos distribuídos entre empresas do Grupo são eliminados no processo de consolidação. Nas situações em que o Grupo detenha, em substância, o controlo de outras entidades criadas com um fim específico, ainda que não possua participações de capital directamente nessas entidades, as mesmas são consolidadas pelo método de consolidação integral. As entidades nessas situações, quando existam, são incluídas na Nota 3. Os investimentos financeiros em empresas do grupo excluídas da consolidação são imateriais e são apresentados ao custo de aquisição (Nota 5). b) Participações Financeiras em Entidades Conjuntamente Controladas As participações financeiras em empresas controladas conjuntamente foram incluídas nas demonstrações financeiras consolidadas anexas pelo método de consolidação proporcional, desde a data em que o controlo conjunto é adquirido. De acordo com este método os activos, passivos, proveitos e custos destas empresas foram integrados, nas demonstrações financeiras consolidadas anexas, rubrica a rubrica na proporção do controlo atribuível ao Grupo. As empresas consolidadas pelo método de consolidação proporcional encontram-se detalhadas na Nota 3. O excesso do custo de aquisição face ao justo valor de activos e passivos identificáveis de cada entidade conjuntamente controlada na data de aquisição, é reconhecido como “goodwill” (Nota 2.2.d)). Caso o diferencial entre o custo de aquisição e o justo valor dos activos e passivos líquidos adquiridos seja negativo, o mesmo é reconhecido como um proveito do exercício. As transacções, os saldos e os dividendos distribuídos entre empresas são eliminados, no processo de consolidação, na proporção do controlo atribuível ao Grupo. 301 A classificação dos investimentos financeiros em empresas controladas conjuntamente é determinada com base em acordos parassociais que regulam o controlo conjunto. c) Participações financeiras em empresas associadas As participações financeiras em empresas associadas (empresas onde o grupo exerce uma influência significativa, mas não detém quer o controlo quer o controlo conjunto das mesmas através da participação nas decisões financeiras e operacionais da empresa, normalmente quando detém entre 20% e 50% do capital de uma empresa) são registadas pelo método de equivalência patrimonial. De acordo com o método de equivalência patrimonial, as participações financeiras são registadas pelo seu custo de aquisição, ajustado pelo valor correspondente à participação do Grupo nas variações dos capitais próprios (incluindo o resultado líquido) das associadas por contrapartida de ganhos ou perdas do exercício na rubrica de resultados relativos a participações financeiras em empresas associadas, bem como de dividendos recebidos. O excesso do custo de aquisição face ao justo valor de activos e passivos identificáveis da associada na data de aquisição é reconhecido como diferença de consolidação (goodwill) (Nota 2.2 alínea d)) e mantida no valor do investimento financeiro em associadas. Caso o diferencial entre o custo de aquisição e o justo valor dos activos e passivos líquidos adquiridos seja negativo, o mesmo é reconhecido como um proveito do exercício na rubrica de resultados relativos a participações financeiras em empresas associadas, após reconfirmação do justo valor atribuído. É efectuada uma avaliação dos investimentos em associadas quando existem indícios de que a participação possa estar em imparidade, bem como uma avaliação anual do valor do goodwill, sendo registadas como custo as perdas de imparidade que se demonstrem existir. Quando as perdas por imparidade reconhecidas em exercícios anteriores deixam de existir são objecto de reversão. Contudo, imparidades existentes em goodwill não serão revertidas. Quando a proporção do Grupo nos prejuízos acumulados da associada excede o valor pelo qual a participação se encontra registada, a participação financeira é reportada por valor nulo, excepto quando o Grupo tenha assumido compromissos com a associada e nesse caso, o Grupo regista uma perda pelo montante da responsabilidade solidária assumida junto da associada. Os ganhos e perdas não realizados em transacções com associadas são eliminados proporcionalmente ao interesse do Grupo na associada, por contrapartida do investimento nessa mesma associada. As perdas não realizadas são similarmente eliminadas, mas somente até ao ponto em que a perda não evidencie que o activo transferido esteja em situação de imparidade. As participações financeiras em empresas associadas encontram-se detalhadas na Nota 4. d) Goodwil As diferenças entre o custo de aquisição das participações financeiras em empresas do Grupo, empresas controladas conjuntamente e empresas associadas e o justo valor dos activos e passivos identificáveis dessas empresas à data da sua aquisição, se positivas são registadas na rubrica de goodwill (No caso de respeitar a goodwill em empresas do Grupo ou em empresas controladas conjuntamente) (Nota 12) ou incluídas na rubrica de participações financeiras em empresas associadas (no caso de respeitar a empresas associadas). 302 As diferenças entre o custo de aquisição dos investimentos em entidades sediadas no estrangeiro e o justo valor dos activos e passivos identificáveis dessas entidades à data da sua aquisição, encontram-se registadas na moeda funcional das mesmas, sendo convertidas para a moeda de reporte do Grupo (Euros) à taxa de câmbio em vigor na data de balanço. As diferenças cambiais geradas nessa conversão são registadas na rubrica de reservas de conversão, no capital próprio. O goodwill gerado em aquisições posteriores a 1 de Janeiro de 2004 (data de transição para as IFRS), bem como o valor liquido do goodwill gerado em aquisições anteriores a essa data, não é amortizado, mas sujeito pelo menos anualmente a um teste de imparidade para verificar se existem perdas. Qualquer perda por imparidade é registada imediatamente no balanço como dedução ao valor do activo e na demonstração de resultados na rubrica de outros ganhos e perdas, não sendo posteriormente revertida. As diferenças entre o custo de aquisição das participações financeiras em empresas do Grupo, empresas controladas conjuntamente e empresas associadas e o justo valor dos activos e passivos dessas empresas à data da sua aquisição, se negativas são reconhecidas como ganho na data de aquisição, após reconfirmação do justo valor dos activos e passivos identificáveis. Goodwill gerado em aquisições anteriores à data de transição (1 de Janeiro de 2004) O Goodwill originado em aquisições anteriores à data de transição para IFRS (1 de Janeiro de 2004) foi mantido pelos valores apresentados de acordo com os princípios contabilísticos geralmente aceites em Portugal (“deemed cost”) àquela data, e objecto de testes de imparidade, à luz da IFRS 1. e) Conversão de demonstrações financeiras expressas em moeda estrangeira São tratadas como entidades estrangeiras as que operando no estrangeiro têm autonomia organizacional, económica e financeira. Os activos e passivos das demonstrações financeiras de entidades estrangeiras são convertidos para Euros utilizando as taxas de câmbio existente à data do balanço e os custos e proveitos e fluxos de caixa dessas demonstrações financeiras são convertidos para Euros utilizando a taxa de câmbio média verificada no exercício. A diferença cambial resultante, gerada após 1 de Janeiro de 2004 (data de transição para IFRS), é registada no capital próprio na rubrica de “Reservas de conversão” no capital próprio. As diferenças cambiais geradas até 1 de Janeiro de 2004 (data de transição para IFRS) foram anuladas por contrapartida de Resultados transitados. O goodwill e os ajustamentos de justo valor resultantes da aquisição de entidades estrangeiras são tratados como activos e passivos dessa entidade e transpostos para Euros de acordo com a taxa de câmbio em vigor na data do balanço. Sempre que uma entidade estrangeira é alienada, a diferença cambial acumulada é transferida da rubrica de reservas de conversão do capital próprio para a rubrica de outros ganhos ou perdas da demonstração de resultados. As demonstrações financeiras das entidades estrangeiras, incluídas nas demonstrações financeiras consolidadas anexas, foram convertidas para Euros através da utilização das seguintes taxas de câmbio: 303 -Vigente no final do ano: Divisa Taxa de Câmbio 2005 2004 Dólares dos Estados Unidos da América 1,18 1,36 Reais do Brasil 2,74 3,61 110,27 110,27 Escudos de Cabo Verde Dirhams de Marrocos Francos CFA Meticais de Moçambique 10,95 11,20 655,96 655,96 27.972,20 25.356,46 -Média do exercício: Taxa de Câmbio Divisa 2005 2004 Dólares dos Estados Unidos da América 1,24 1,24 Reais do Brasil 3,04 3,66 110,27 110,27 Escudos de Cabo Verde Dirhams de Marrocos Francos CFA Meticais de Moçambique 11,03 11,03 655,96 655,96 28.298,31 27.247,60 2.3 Activos fixos tangíveis Os activos fixos tangíveis adquiridos até 1 de Janeiro de 2004 (data de transição para IFRS) encontram-se registados à luz de opção prevista pela IFRS 1, pelo seu custo considerado (“Deemed cost”), o qual corresponde ao custo de aquisição, reavaliado, quando aplicável, de acordo com as disposições legais até aquela data, deduzido das amortizações acumuladas, das perdas por imparidade e dos subsídios ao investimento. Os activos fixos tangíveis adquiridos após aquela data encontram-se registados ao custo de aquisição, deduzido das amortizações acumuladas, perdas por imparidade e dos subsídios ao investimento. O custo de aquisição inclui o preço de factura, despesas de transporte, montagem e dos encargos financeiros suportados durante o período de construção. Os activos fixos tangíveis em curso reflectem activos fixos ainda em fase de construção, encontrando-se registados ao custo de aquisição deduzido de subsídios ao investimento auferidos e eventuais perdas por imparidade, sendo amortizados a partir do momento em que os projectos de investimentos estejam concluídos ou prontos para uso. As amortizações são calculadas, sobre o valor de custo considerado (para as aquisições até 1 de Janeiro de 2004) e custo de aquisição, pelo método das quotas constantes, aplicada anualmente a partir do exercício de entrada em funcionamento dos bens, utilizando-se de entre as taxas económicas mais apropriadas, as que permitam a reintegração do imobilizado, durante a sua vida útil estimada, tendo em conta, nos casos em que tal é aplicável, e limitativa ao período de concessão. As taxas de amortização anuais médias utilizadas podem resumir-se como segue: 304 Terrenos e recursos naturais – servidões Edifícios e outras construções Equipamento básico Equipamento de transporte Ferramentas e utensílios Equipamento administrativo Taras e vasilhame Outras imobilizações corpóreas Taxas 2,20% - 3,13% 2,00% - 10,00% 2,20% - 12,50% 16,67% - 25,00% 12,50% - 25,00% 5,00% - 33,33% 7,14% - 33,33% 10,00% - 33,33% As infra-estruturas afectas ao gás natural, nomeadamente as redes de transporte de gás (gasodutos) encontram-se a ser amortizadas por um período de 45 anos por se entender que representa o período de vida útil económica daqueles activos. Os encargos com reparações e manutenção de natureza corrente e plurianual são registados como gastos do exercício em que são incorridos. As grandes reparações relativas à substituição de partes de equipamentos ou outros activos fixos tangíveis são registadas como activos fixos tangíveis, caso seja identificada e abatida a componente substituída, e amortizadas às taxas correspondentes à vida útil residual dos respectivos activos fixos principais. Actividade de exploração e produção petrolífera As imobilizações corpóreas relacionadas com a actividade de exploração e produção petrolífera encontram-se registadas ao custo de aquisição e correspondem, essencialmente a: (i) custos incorridos com a exploração e desenvolvimento da área de exploração (“campo”), adicionados dos custos de estrutura e financeiros, deduzidos do efeito das taxas de câmbio, incorridos até à data do início da produção, os quais são capitalizados em imobilizado em curso. Quando o campo inicia a sua produção, estes custos são transferidos de imobilizado em curso para imobilizado fixo, e são amortizados de acordo com o coeficiente calculado pela proporção de volume de produção verificado em cada período de amortização sobre o volume de reservas provadas desenvolvidas (“proved developed reserves”) no final desse período, adicionadas da produção do período. Assim, os custos incorridos, desta natureza afectos a campos que ainda se encontram na fase de exploração e desenvolvimento, encontram-se classificados em imobilizado em curso; (ii) custos de aquisição da licença de exploração e produção petrolífera (bónus de assinatura), os quais são amortizados em quotas constantes durante o período remanescente da licença após inicio da produção; Todos os custos incorridos na fase de exploração de campos petrolíferos sem sucesso, são reconhecidos como custos na demonstração de resultados do exercício em que é conhecida a não continuidade dos trabalhos de exploração e/ou desenvolvimento; As mais ou menos valias resultantes da alienação ou abate dos activos fixos tangíveis são determinadas pela diferença entre o preço de venda e o valor líquido contabilístico na data de alienação/abate. O valor líquido contabilístico incorpora as perdas por imparidade acumuladas. As mais e menos valias contabilísticas apuradas são registadas na demonstração de resultados 305 nas rubricas de respectivamente. outros rendimentos operacionais ou outros gastos operacionais, 2.4 Activos fixos intangíveis Os activos fixos intangíveis encontram-se valorizados ao custo de aquisição, deduzido das amortizações acumuladas, subsídios ao investimento e perdas por imparidade. Os activos fixos intangíveis só são reconhecidos se for provável que deles advenham benefícios económicos futuros para o Grupo e sejam controláveis e mensuráveis com fiabilidade. As despesas com pesquisa são reconhecidas como custo do exercício. As despesas com desenvolvimento somente são registadas como activo fixos intangíveis, se o Grupo demonstrar capacidade técnica e económica, bem como decisão para completar esse desenvolvimento e iniciar a sua comercialização ou uso próprio e demonstre, igualmente, a probabilidade do activo criado gerar benefícios económicos futuros. Caso as despesas não satisfaçam esses requisitos, as despesas com desenvolvimento são registadas como custo do exercício em que são incorridas. Os activos fixos intangíveis com vida útil finita são amortizados pelo método das quotas constantes, após o início de utilização. As taxas de amortização variam conforme os prazos dos contratos existentes ou expectativa de uso do activo fixo intangível. O Grupo capitaliza as despesas relacionadas com a reconversão de consumos para gás natural que se consubstanciem na adaptação de instalações. O Grupo considera que consegue controlar os benefícios futuros económicos dessas reconversões, através da venda continuada de gás aos fogos e pela inclusão destes no preço homologado pela Direcção Geral de Geologia e Energia. Estas despesas estão a ser amortizadas em quotas anuais constantes até ao final do período de concessão atribuído às empresas distribuidoras de gás. As imobilizações incorpóreas incluem além das reconversões de consumos para gás natural, despesas incorridas com projectos de desenvolvimento informático e prémios de exclusividade pagos a revendedores de produtos Galp e encargos com direitos de superfície, os quais são amortizados, durante o período de duração dos respectivos contratos (o qual varia entre dez e vinte anos). 2.5 Imparidades de activos não correntes, excepto goodwill São efectuados testes de imparidade à data do balanço e sempre que seja identificada uma desvalorização do activo ou activos em apreço. Sempre que o montante pelo qual o activo se encontra registado é superior à sua quantia recuperável é reconhecida uma perda por imparidade, que é registada na demonstração de resultados na rubrica de Perdas por imparidade de activos fixos tangíveis ou intangíveis. A quantia recuperável é o maior entre o preço de venda líquido e o valor de uso. O preço de venda líquido é o montante que se obteria com a alienação do activo, numa transacção entre entidades independentes e conhecedoras, deduzido dos custos directamente atribuíveis à alienação. O valor de uso é determinado pela actualização dos fluxos de caixa futuros estimados do activo durante a sua vida útil estimada. A quantia recuperável é estimada para o activo ou unidade geradora de caixa a que este possa pertencer. 306 A reversão de perdas por imparidade reconhecidas em períodos anteriores é registada quando se conclui que as perdas por imparidade reconhecidas já não existem ou diminuíram. Esta análise é efectuada sempre que existam indícios que a perda por imparidade anteriormente reconhecida tenha revertido. A reversão das perdas por imparidade é reconhecida na demonstração de resultados como Outros proveitos operacionais. Contudo, a reversão da perda por imparidade é efectuada até ao limite da quantia que estaria reconhecida (líquida de amortização ou depreciação) caso a perda por imparidade não se tivesse registado em períodos anteriores. 2.6 Locações Os contratos de locação são classificados como: i. locações financeiras se forem transferidos substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à posse, e ii. locações operacionais nas situações em que tal não se verifique. A classificação das locações financeiras ou operacionais é efectuada em função da substância sobre a forma e não da forma legal do contrato. Locações em que o Grupo age como locatário Os activos imobilizados adquiridos mediante contratos de locação financeira, bem como as correspondentes responsabilidades, são contabilizados pelo método financeiro. De acordo com este método, o custo do activo (o menor valor entre o justo valor e o valor descontado das rendas) é registado na rubrica de activos fixos tangíveis, a correspondente responsabilidade é registada no passivo e os juros incluídos no valor das rendas e a amortização do activo, calculada conforme descrito na Nota 2.3, são registados na rubrica de gastos financeiros e gastos com amortizações e depreciações, da demonstração de resultados do exercício a que respeitam, respectivamente. Nas locações consideradas como operacionais, as rendas são reconhecidas como gastos do exercício na rubrica Materiais e serviços consumidos, da demonstração de resultados, de forma linear durante o período do contrato de locação. 2.7 Inventários Os inventários encontram-se valorizados de acordo com os seguintes critérios: Os inventários (mercadorias, matérias-primas e subsidiárias, produtos acabados e intermédios e produtos e trabalhos em curso) encontram-se registadas ao custo de aquisição (no caso das mercadorias e matérias-primas e subsidiárias) ou produção (no caso dos produtos acabados e intermédios e produtos e trabalhos em curso) ou ao valor realizável líquido, dos dois o mais baixo. O valor realizável líquido corresponde ao preço de venda normal deduzido dos custos para completar a produção e dos custos de comercialização. 307 As diferenças entre o custo e o respectivo valor realizável líquido dos inventários, no caso deste ser inferior ao custo, são registadas como custos operacionais na rubrica de Inventários consumidos e vendidos. Especificamente, o custo dos inventários é determinado de acordo com os seguintes critérios: a) Matérias-primas e subsidiárias Petróleo bruto – O custo de aquisição inclui o preço da factura, despesas de transporte e seguro, utilizando-se como método de custeio das saídas de inventário o FIFO (primeiras entradas, primeiras saídas), aplicado a uma família única, a qual inclui a totalidade das ramas. Outras matérias-primas (excluindo materiais gerais) – O custo de aquisição inclui o preço da factura, despesas de transporte e seguro, utilizando-se como método de custeio das saídas o FIFO, aplicado a famílias de produtos, constituídas tendo em consideração as características das diversas matérias. Materiais gerais - O custo de aquisição, que inclui o preço de factura, despesas de transporte e seguro, utilizando-se o custo médio ponderado como método de custeio das saídas. b) Produtos e trabalhos em curso O custo de produção, inclui materiais, fornecimentos e serviços externos e gastos gerais. c) Produtos acabados e intermédios Produtos derivados do petróleo – as entradas de produtos acabados e intermédios são valorizadas com base no custo de produção, o qual é constituído pelos consumos de matériasprimas e outras, pelos encargos com mão-de-obra directa e pelos gastos gerais de fabrico. No caso de produtos adquiridos a terceiros, estes são valorizados ao custo de aquisição, o qual inclui o preço da factura, despesas de transporte e seguro, utilizando-se o FIFO aplicado a famílias de produtos, constituídas tendo em consideração as características das mesmas, como método de custeio das saídas. O Grupo Petrogal inclui na rubrica de produtos acabados e intermédios o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) relativo à introdução ao consumo dos produtos acabados já despachados sujeitos àquele imposto, o qual se encontra valorizado ao custo de aquisição, utilizando-se o FIFO como método de custeio das saídas. Outros produtos acabados e intermédios – O custo de produção, inclui matérias-primas, custos industriais variáveis e fixos, utilizando-se o custo médio ponderado como método de custeio de saídas. d) Mercadorias O custo de aquisição inclui o preço da factura, despesas de transporte e seguro, utilizando-se o FIFO para o gás natural e o custo médio ponderado para os derivados de petróleo e restantes mercadorias, como método de custeio das saídas. No caso da Transgás – Sociedade Portuguesa de Gás Natural, S.A., o custo de aquisição também engloba, para a sua determinação, os gastos suportados até à fronteira portuguesa, nomeadamente o transporte e direitos de passagem pelo território de Marrocos. 308 Como anteriormente referido o Grupo Petrogal inclui igualmente o ISP na rubrica de existências relativo a mercadorias já despachadas sujeitas àquele imposto. As matérias-primas e subsidiárias e mercadorias em trânsito, por não se encontrarem disponíveis para consumo ou venda, encontram-se segregadas das restantes existências e são valorizadas ao custo de aquisição específico. 2.8 Subsídios governamentais ou de outras entidades públicas Os subsídios governamentais são reconhecidos de acordo com o seu justo valor quando existe certeza que sejam recebidos e que as empresas do Grupo irão cumprir com as condições exigidas para a sua concessão. Os subsídios à exploração são reconhecidos na demonstração de resultados na parte proporcional aos gastos incorridos. Os subsídios atribuídos ao Grupo, a fundo perdido, para financiamento de activos fixos tangíveis e intangíveis (reconversões) são registados no activo, como dedução aos respectivos bens, e reconhecidos na demonstração dos resultados consolidados, como dedução às amortizações do exercício, proporcionalmente às amortizações respectivas dos activos subsidiados. 2.9 Provisões As provisões são reconhecidas, quando e somente quando, o Grupo tem uma obrigação presente (legal ou implícita) resultante de um evento passado, seja provável que para a resolução dessa obrigação ocorra uma saída de recursos e o montante da obrigação possa ser razoavelmente estimado. As provisões são revistas na data de cada balanço e são ajustadas de modo a reflectir a melhor estimativa a essa data. As provisões para custos de reestruturação são reconhecidas pelo Grupo sempre que exista um plano formal e detalhado de reestruturação. 2.10 Responsabilidades com Pensões A Petrogal, a Sacor Marítima e algumas empresas do Grupo GDP (GDP Distribuição, SGPS, S.A., Lisboagás – Sociedade Distribuidora de Gás Natural de Lisboa, S.A., Driftal – Plastificantes de Portugal, S.A. e Gasfomento – Sistemas e Instalações de Gás, S.A.) assumiram o compromisso de conceder aos seus empregados prestações pecuniárias a título de complementos de pensões de reforma por velhice e invalidez e pensões de sobrevivência, de reforma antecipada e pré-reforma (a situação de reforma antecipada foi assumida apenas pela Petrogal). Estas prestações, com excepção das pensões de reforma antecipada e pré-reforma, consistem numa percentagem, crescente com o número de anos de serviço do trabalhador. As pensões de reforma antecipada e as de pré-reforma, correspondem essencialmente ao valor do vencimento do empregado. Incluem-se, nestes compromissos, quando aplicáveis, o pagamento da Segurança Social dos pré-reformados, o seguro social voluntário relativo aos reformados antecipadamente e o prémio de reforma a atribuir na data de passagem à reforma. Para cobrir estas responsabilidades a Petrogal, a Sacor Marítima e as empresas do Grupo GDP, constituíram fundos de pensões autónomos geridos por entidades externas (“Fundo de Pensões Petrogal”, “Fundo de Pensões Sacor Marítima” e “Fundo de Pensões GDP”), para financiar as responsabilidades pelos complementos de reforma por velhice e invalidez e pensões de sobrevivência, para os empregados no activo e reformados e, no caso da Petrogal, 309 também para os reformados antecipadamente e pré-reformados. Contudo, o Fundo de Pensões Petrogal não cobre as responsabilidades com pensões de reforma antecipada, pré-reforma, Segurança Social dos pré-reformados e com o pagamento do seguro social voluntário e prémio de reforma. Estas responsabilidades são cobertas através de provisões específicas, incluídas no balanço na rubrica responsabilidades com benefícios de reforma e outros benefícios. Adicionalmente, o Fundo de Pensões GDP não cobre as responsabilidades assumidas pela Lisboagás GDL – Sociedade Distribuidora de Gás Natural de Lisboa, S.A. em reembolsar os complementos de reforma a pagar pela EDP aos seus reformados e pensionistas afectos à Empresa, bem como os complementos de reforma e sobrevivência aos reformados existentes à data da constituição do Fundo. Estas responsabilidades são cobertas através de provisões específicas, incluídas no balanço na rubrica de responsabilidades por benefícios de reforma e outros benefícios. No final de cada período contabilístico, as empresas obtêm estudos actuariais das responsabilidades, calculados de acordo com o método das unidades de crédito projectadas (“Projected Unit Credit Method”) e comparam o montante das suas responsabilidades com o valor de mercado do fundo e com o saldo das provisões constituídas, de forma a determinar o montante das provisões adicionais a registar. A partir de 1 de Janeiro de 2004, os ganhos e perdas actuariais apurados num exercício, e para cada plano de benefícios concedido, resultantes dos ajustamentos nos pressupostos actuariais, ajustamentos de experiência ou no esquema de benefícios, apenas são contabilizados se o líquido acumulado destes ganhos e perdas actuariais não reconhecidos (Desvio Total) no final do período exceder em valor absoluto o maior de: 10% do total das responsabilidades ou de 10% do valor de mercado do fundo, sendo este reconhecido em resultados a partir do exercício subsequente em que apurado, em quotas constantes, de acordo com o número médio esperado dos anos de trabalho dos empregados participantes nesse plano de benefícios. Os planos de benefícios concedidos que foram identificados pelo Sub-Grupo Petrogal para apuramento destas responsabilidades são: - Complemento de pensões de reforma, invalidez e orfandade; Pré-reformas; Reformas antecipadas; Prémio de reforma; Seguro social voluntário; Regime especial de flexibilização da idade da reforma ao abrigo do Decreto-lei 9/99; Benefício mínimo do plano de contribuição definida. Os planos de benefícios concedidos que foram identificados pelo Sub-Grupo GDP para apuramento destas responsabilidades são: - Complemento de pensões de reforma, invalidez e orfandade; - Regime especial de flexibilização da idade da reforma ao abrigo do Decreto-lei 9/99. Em 31 de Dezembro de 2002, foi autorizado pelo Instituto de Seguros de Portugal (“ISP”), a constituição do Fundo de Pensões da Galp Energia de contribuição definida. O Grupo, deu a possibilidade a algumas subsidiárias, como associadas deste Fundo, para que os seus colaboradores pudessem optar entre este novo plano de contribuição definida e o plano existente de benefícios definidos, pagando o Grupo no caso de opção pelo novo plano, um 310 valor definido anualmente, correspondente a uma percentagem do salário de cada empregado, o qual é reconhecido como custo desse exercício. 2.11 Outros benefícios de reforma - cuidados de saúde, seguro de vida e benefício mínimo do plano de contribuição definida Os encargos a suportar pelo Grupo com a prestação de cuidados de saúde, seguro de vida e beneficio mínimo do plano de contribuição definida, são reconhecidos como custos durante o período em que os empregados que auferem estes benefícios de reforma prestem serviços às respectivas empresas, encontrando-se estas responsabilidades reflectidas no balanço na rubrica de responsabilidades por benefícios de reforma e outros benefícios. Os pagamentos efectuados aos beneficiários no decurso de cada exercício são registados como uma redução desta rubrica. No final de cada período contabilístico, as empresas obtêm os estudos actuariais das responsabilidades de acordo com o método das unidades de crédito projectadas (“Projected Unit Credit Method”) e compara o montante das suas responsabilidades com o saldo das provisões constituídas, de forma a determinar o montante das provisões adicionais a registar. A partir de 1 de Janeiro de 2004, o procedimento contabilístico passou a contemplar o mecanismo de “corredor” descrito na alínea 2.10. acima. 2.12 Saldos e transacções expressos em moeda estrangeira As transacções são registadas nas demonstrações financeiras individuais das subsidiárias na moeda funcional da mesma, utilizando as taxas em vigor na data da transacção. Todos os activos e passivos monetários expressos em moeda estrangeira nas demonstrações financeiras individuais das subsidiárias são convertidos para a moeda funcional de cada subsidiária, utilizando as taxas de câmbio vigentes à data do balanço de cada período. Activos e passivos não monetários denominados em moeda estrangeira e registados ao justo valor são convertidos para a moeda funcional de cada subsidiária, utilizando para o efeito a taxa de câmbio em vigor na data em que o justo valor foi determinado. As diferenças de câmbio, favoráveis e desfavoráveis, originadas pelas diferenças entre as taxas de câmbio em vigor na data das transacções e as vigentes na data das cobranças, dos pagamentos ou à data do balanço, são registadas como rendimentos e/ou gastos na demonstração de resultados consolidados do exercício na rubrica de Ganhos/perdas cambiais, excepto as relativas a valores não monetários cuja variação de justo valor seja registada directamente em capital próprio. Quando pretende diminuir a exposição ao risco de taxa de câmbio o Grupo contrata instrumentos financeiros derivados de cobertura (Nota 2.17.f)). 2.13 Rédito e especialização de exercícios O rédito decorrente de vendas é reconhecido na demonstração de resultados quando os riscos e benefícios inerentes à posse dos activos são transferidos para o comprador e o montante do rédito correspondente possa ser razoavelmente quantificado. As vendas são reconhecidas líquidas de impostos, descontos e outros custos inerentes à sua concretização, pelo justo valor do montante recebido ou a receber. O preço de venda do gás natural é convencionado pelo Governo através da fixação de preços efectuada pela Direcção Geral de Geologia e Energia. O preço de venda do gás natural é fixado 311 trimestralmente, de acordo com a fórmula prevista nos contratos de concessão. Com excepção da Lusitaniagás, as leituras, facturação e respectivas cobranças relacionadas com a actividade de distribuição do gás são feitas por empresas do Grupo EDP – Electricidade de Portugal e pelas empresas do Grupo GDP, consoante se trate de pequenos ou grandes clientes, respectivamente. As vendas de gás não facturadas são mensalmente registadas na rubrica de outras contas a receber com base na facturação esperada e corrigidas em resultados no período em que é efectuada a facturação. Os custos e proveitos são contabilizados no período a que dizem respeito, independentemente da data do seu pagamento ou recebimento. Os custos e proveitos cujo valor real não seja conhecido são estimados. Nas rubricas de Outros activos correntes e Outros passivos correntes, são registados os custos e os proveitos imputáveis ao período corrente e cujas despesas e receitas apenas ocorrerão em períodos futuros, bem como as despesas e as receitas que já ocorreram, mas que respeitam a período futuros e que serão imputadas aos resultados de cada um desses períodos, pelo valor que lhes corresponde. 2.14 Encargos financeiros com empréstimos obtidos Os encargos financeiros com empréstimos obtidos são geralmente registados como gasto financeiro de acordo com o princípio da especialização dos exercícios. Os encargos financeiros, resultantes de empréstimos contraídos para financiar os investimentos em activos fixos, são imputados a activos fixos em curso, na proporção dos gastos totais incorridos naqueles investimentos líquidos de recebimentos de subsídios ao investimento (Nota 2.8), até à entrada em funcionamento dos mesmos (Nota 2.3 e 2.4), sendo os restantes reconhecidos na rubrica de gastos financeiros na demonstração de resultados do exercício (Nota 9). Os eventuais proveitos por juros obtidos com empréstimos obtidos directamente relacionados com o financiamento de activos fixos em construção são deduzidos aos encargos financeiros capitalizáveis. Os encargos financeiros incluídos nos activos fixos tangíveis são amortizados de acordo com o período de vida útil dos bens respectivos. 2.15 Imposto sobre o rendimento O imposto sobre o rendimento é calculado com base nos resultados tributáveis das empresas incluídas na consolidação de acordo com as regras fiscais aplicáveis e em vigor no local da sede de cada empresa do Grupo Galp Energia. Os impostos diferidos são calculados com base no método da responsabilidade do balanço e reflectem as diferenças temporárias entre os montantes dos activos e passivos para efeitos de reporte contabilístico e os respectivos montantes para efeitos de tributação. Os activos e passivos por impostos diferidos são calculados e anualmente avaliados utilizando as taxas de tributação que se espera estarem em vigor à data da reversão das diferenças temporárias. Os activos por impostos diferidos são registados unicamente quando existem expectativas razoáveis de lucros fiscais futuros suficientes para os utilizar, ou nas situações em que 312 existam diferenças temporárias tributáveis que compensem as diferenças temporárias dedutíveis no período da sua reversão. Na data de cada balanço é efectuada uma reapreciação das diferenças temporárias subjacentes aos activos por impostos diferidos no sentido de reconhecer activos por impostos diferidos não registados anteriormente por não terem preenchido as condições para o seu registo e/ou para reduzir o montante dos impostos diferidos registados em função da expectativa actual da sua recuperação futura (Nota 10). Os impostos diferidos são registados na demonstração de resultados do exercício, excepto se resultarem de itens registados directamente em capital próprio, situação em que o imposto diferido é igualmente registado na mesma rubrica. 2.16 Activos não correntes disponíveis para venda Os activos não correntes (e o conjunto de activos e passivos a alienar com estes relacionados) são classificados como detidos para venda se é expectável que o seu valor contabilístico venha a ser recuperado através da venda e não através do seu uso continuado. Esta condição só se considera cumprida no momento em que a venda seja altamente provável e o activo (e o conjunto de activos e passivos a alienar com este relacionado) esteja disponível para venda imediata nas condições actuais. Adicionalmente, devem estar em curso acções que permitam concluir ser expectável que a venda se venha a realizar no prazo de 12 meses após a data de classificação nesta rubrica. Os activos não correntes (e o conjunto de activos e passivos a alienar com estes relacionados) classificados como detidos para venda são mensurados ao menor do seu valor contabilístico ou justo valor deduzido de custos com a venda. Em contrapartida estes activos não são amortizados. 2.17 Instrumentos financeiros Os activos e passivos financeiros são reconhecidos no Balanço quando o Grupo se torna parte contratual do respectivo instrumento financeiro. a) Investimentos Os investimentos classificam-se como segue: Investimentos detidos até ao vencimento Investimentos mensurados ao justo valor através de resultados Investimentos disponíveis para venda Os investimentos detidos até ao vencimento são classificados como Investimentos não correntes, excepto se o seu vencimento for inferior a 12 meses da data do balanço, sendo registados nesta rubrica os investimentos com maturidade definida e para os quais o Grupo tem intenção e capacidade de os manter até essa data. Os investimentos mensurados ao justo valor através de resultados são classificados como investimentos correntes. Os investimentos disponíveis para venda são classificados como activos não correntes. Todas as compras e vendas destes investimentos são reconhecidas à data da assinatura dos respectivos contratos de compra e venda, independentemente da data de liquidação financeira. 313 Os investimentos são inicialmente registados pelo seu valor de aquisição, que é o justo valor do preço pago, incluindo despesas de transacção. Após o reconhecimento inicial, os investimentos mensurados ao justo valor através de resultados e os investimentos disponíveis para venda são reavaliados pelos seus justos valores por referência ao seu valor de mercado à data do balanço, sem qualquer dedução relativa a custos de transacção que possam vir a ocorrer até à sua venda. Nas situações em que os investimentos sejam em instrumentos de capital próprio não admitidos à cotação em mercados regulamentados, e para os quais não é possível estimar com fiabilidade o seu justo valor, os mesmos são mantidos ao seu custo de aquisição deduzido de eventuais perdas de imparidade. Os ganhos ou perdas provenientes de uma alteração no justo valor dos investimentos disponíveis para venda são registados no capital próprio, na rubrica de reserva de justo valor até o investimento ser vendido, recebido ou de qualquer forma alienado ou até que o justo valor do investimento se situe abaixo do seu custo de aquisição, momento em que o ganho ou perda acumulada é registado(a) na demonstração de resultados. Os ganhos ou perdas provenientes de uma alteração no justo valor dos investimentos mensurados ao justo valor através de resultados são registados(as) na demonstração de resultados do exercício. Os investimentos detidos até ao vencimento são registados ao custo amortizado através da taxa de juro efectiva, líquido de amortizações de capital e juros recebidos. b) Dívidas de terceiros As dívidas de terceiros são registadas pelo seu valor nominal deduzido de eventuais perdas por imparidade, reconhecidas na rubrica de Perdas por imparidade em contas a receber, por forma a que as mesmas reflictam o seu valor realizável líquido. Usualmente as dívidas de terceiros não vencem juros. c) Classificação de capital próprio ou passivo Os passivos financeiros e os instrumentos de capital próprio são classificados de acordo com a substância contratual, independentemente da forma legal que assumem. d) Empréstimos Os empréstimos são registados no passivo pelo valor nominal recebido, líquido de despesas com a emissão desses empréstimos. Os encargos financeiros são calculados de acordo com a taxa de juro efectiva, e contabilizados na demonstração de resultados de acordo com o princípio da especialização dos exercícios. Os encargos financeiros incluem os juros e eventualmente os gastos de comissões com a estruturação com empréstimos no âmbito de “Project Finance” (“Origination fees”). e) Contas a pagar a fornecedores e outras dívidas a terceiros As contas a pagar não vencem usualmente juros e são registadas pelo seu valor nominal. 314 f) Instrumentos derivados Contabilidade de cobertura O Grupo utiliza instrumentos derivados na gestão dos seus riscos financeiros como forma de garantir a cobertura desses riscos, não sendo utilizados instrumentos derivados para cobertura de riscos financeiros com o objectivo de negociação. Os instrumentos derivados utilizados pelo Grupo definidos como instrumentos de cobertura de fluxos de caixa respeitam fundamentalmente a instrumentos de cobertura de taxa de juro de empréstimos obtidos. Os indexantes, as convenções de cálculo, as datas de refixação das taxas de juro e os planos de reembolso dos instrumentos de cobertura de taxa de juro são em tudo idênticos às condições estabelecidas para os empréstimos subjacentes contratados, pelo que configuram relações perfeitas de cobertura. Os critérios utilizados pelo Grupo para classificar os instrumentos derivados como instrumentos de cobertura de fluxos de caixa são os seguintes: Espera-se que a cobertura seja muito eficaz ao conseguir a compensação de alterações nos fluxos de caixa atribuíveis ao risco coberto; A eficácia da cobertura pode ser fiavelmente mensurada; Existe adequada documentação sobre a transacção a ser coberta no início da cobertura; e A transacção objecto de cobertura é altamente provável. Os instrumentos de cobertura de taxa de juro são inicialmente registados pelo seu custo, se algum, e subsequentemente reavaliados ao seu justo valor, calculado por entidades externas e independentes através de métodos de avaliação tendo por base princípios geralmente aceites. As alterações de justo valor destes instrumentos são reconhecidas em capitais próprios na rubrica reservas de cobertura, sendo transferidas para resultados no mesmo período em que o instrumento objecto de cobertura afecta resultados. A contabilização de cobertura de instrumentos derivados é descontinuada quando o instrumento se vence ou é vendido. Nas situações em que o instrumento derivado deixe de ser qualificado como instrumento de cobertura, as diferenças de justo valor acumuladas e diferidas em capital próprio na rubrica reservas de cobertura são transferidas para resultados do exercício, ou adicionadas ao valor contabilístico do activo a que as transacções objecto de cobertura deram origem, e as reavaliações subsequentes são registadas directamente nas rubricas da demonstração de resultados. Foi efectuada uma análise dos contratos existentes no Grupo Galp Energia, no âmbito de detecção de derivados embutidos, ou seja, cláusulas contratuais que pudessem ser entendidas como derivados financeiros. Da análise conjunta efectuada por consultores externos e o Grupo, não se detectaram derivados financeiros susceptíveis de serem valorizados ao justo valor. Quando existam derivados embutidos em outros instrumentos financeiros ou outros contratos, os mesmos são tratados como derivados reconhecidos separadamente nas situações em que os riscos e as características não estejam intimamente relacionados com os contratos e nas situações em que os contratos não sejam apresentados pelo seu justo valor com os ganhos ou perdas não realizadas registadas na demonstração de resultados. Adicionalmente, o Grupo procede também em situações específicas à contratação de derivados de taxa de juro com o objectivo de cobertura de justo valor. Nestas situações, os derivados são registados pelo seu justo valor através da demonstração de resultados. Nas situações em que o instrumento objecto de cobertura não é mensurado ao justo valor (nomeadamente, 315 empréstimos que estão mensurados ao custo amortizado) a parcela eficaz de cobertura é ajustada no valor contabilístico do instrumento coberto através da demonstração de resultados. Instrumentos de negociação O Grupo utiliza na cobertura do risco de flutuação da margem de refinação instrumentos financeiros derivados, essencialmente “swaps” sobre “crude oil” e produtos acabados e opções sobre “crude oil”. Estes instrumentos financeiros, embora contratados com o objectivo de efectuar cobertura económica de acordo com as políticas de gestão do risco do Grupo, por não cumprirem todas as disposições do IAS 39 no que respeita à possibilidade de qualificação como contabilidade de cobertura, as respectivas variações no justo valor são registadas na demonstração de resultados do período em que ocorrem. Em 31 de Dezembro de 2005 esses investimentos encontram-se registados pelo seu justo valor. g) Caixa e equivalentes de caixa Os montantes incluídos na rubrica de caixa e equivalentes de caixa correspondem aos valores de caixa, depósitos bancários, depósitos a prazo e outras aplicações de tesouraria, vencíveis a menos de três meses, e que possam ser imediatamente mobilizáveis com risco de alteração de valor insignificante. Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a rubrica de caixa e equivalentes de caixa compreende também os descobertos bancários incluídos na rubrica de empréstimos e descobertos bancários, no balanço. 2.18 Licenças de emissão de CO2 As emissões de CO2 realizadas pelas instalações industrializadas do Grupo e as “licenças de CO2” que lhe foram atribuídas no âmbito do Plano Nacional de Atribuição de Licenças CO2, não dão origem a qualquer reconhecimento, patrimonial, desde que: (i) não se estime como provável a existência de custos a incorrer pelo Grupo com a aquisição de licenças de emissão no mercado, situação em que é reconhecida uma provisão ou (ii) as mesmas não sejam alienadas em caso de excedentes das mesmas, situação em que é reconhecido um proveito. 2.19 Classificação de balanço Os activos realizáveis e os passivos exigíveis a mais de um ano da data do balanço, são classificados, respectivamente, como activos e passivos não correntes. 2.20 Eventos subsequentes Os eventos após a data do balanço que proporcionem informação adicional sobre condições que existiam à data do balanço são reflectidos nas demonstrações financeiras consolidadas. Os eventos após a data do balanço que proporcionem informação sobre condições que ocorram após a data do balanço são divulgados no anexo às demonstrações financeiras consolidadas, se materiais. 2.21 Informação por segmentos Em cada período são identificados todos os segmentos de negócio e segmentos geográficos aplicáveis ao Grupo. A informação relativa ao rédito ao nível dos segmentos de negócio identificados é incluída na Nota 8. 316 2.22 Estimativas e julgamentos A preparação de demonstrações financeiras de acordo com princípios contabilísticos geralmente aceites, requerem que se realizem estimativas que afectam os montantes de activos e passivos registados, a apresentação de activos e passivos contingentes no final de cada exercício, bem como os proveitos e custos reconhecidos no decurso de cada exercício. Os resultados actuais poderiam ser diferentes dependendo das estimativas actualmente realizadas. Determinadas estimativas são consideradas críticas se: (i) a natureza das estimativas é considerada significativa devido aos níveis de subjectividade e julgamentos necessários para a contabilização de situações em que existe grande incerteza ou pela elevada susceptibilidade de variação dessas situações e; (ii) o impacto das estimativas na situação financeira ou na actuação operativa são significativas. Os princípios contabilísticos e as áreas que requerem um maior número de juízos e estimativas na preparação das demonstrações financeiras são: (i) reservas provadas de petróleo bruto relacionadas com a actividade de exploração petrolífera; (ii) teste de imparidade de goodwill, (iii) provisões para contingências e passivos ambientais; (iv) pressupostos actuariais e financeiros utilizados para cálculo das responsabilidades com benefícios de reforma. Reservas de petróleo bruto As estimativas das reservas de petróleo bruto são uma parte integrante do processo de tomada de decisões relativamente aos activos da actividade de exploração e desenvolvimento de petróleo bruto, suportando adicionalmente o desenvolvimento ou a implementação de técnicas de recuperação secundária. O volume de reservas provadas de petróleo bruto é utilizado para o cálculo da depreciação dos activos afectos à actividade de exploração e produção petrolífera servindo de suporte ao cálculo das “unity of production” bem como para a avaliação da imparidade nos investimentos em activos associados a essa actividade. A estimativa de reservas provadas de petróleo bruto é também utilizada para o reconhecimento anual dos custos com abandono. A Galp prepara a suas estimativas relativas às reservas de petróleo bruto, tendo em conta as regras estabelecidas para a indústria de “Oil & Gás” tendo por base informação técnica fornecida pelo Operador dos consórcios em que participa. A estimativa das reservas provadas está sujeita a revisões futuras, com base em nova informação disponível, por exemplo, relativamente às actividades de desenvolvimento, perfuração ou produção, taxas de câmbio, preços, datas de fim de contrato ou planos de desenvolvimento. Os volumes de petróleo bruto produzidos e o custo dos activos são conhecidos, enquanto que as reservas provadas têm uma alta probabilidade de recuperação e se baseiam em estimativas sujeitas a alguns ajustamentos. O impacto nas amortizações de variações nas reservas provadas estimadas é tratado de forma prospectiva, amortizando o valor líquido remanescente dos activos em função da produção futura prevista. Em 2005 e 2004, o Grupo registou uma amortização de activos fixos associados à actividade de exploração e produção de petróleo bruto nos montantes de mEuros 18.791 e mEuros 12.100 respectivamente. No caso de se proceder a uma revisão em baixa das reservas provadas, o resultado líquido poderia ser negativamente afectado, no futuro, por um maior montante de custos com depreciações. Goodwill 317 O Grupo efectua testes de imparidade anuais ao goodwill, conforme indicado na Nota 2.2 d). Os montantes recuperáveis das unidades geradoras de caixa foram determinadas baseando-se no valor de uso. Para o cálculo do valor de uso, o Grupo estimou os fluxos de caixa futuros que se esperam obter das unidades geradoras de caixa, bem como a taxa de desconto apropriada para calcular o valor presente destes fluxos. O valor do goodwill em 31 de Dezembro de 2005 ascende a mEuros 20.480 (Nota12). Provisões para contingências O custo final de processos judiciais, liquidações e outros litígios pode variar devido a estimativas baseadas em diferentes interpretações das normas, opiniões e avaliações finais do montante de perdas. Desse modo, qualquer variação nas circunstâncias relacionadas com este tipo de contingências poderia ter um efeito significativo no montante da provisão para contingências registado. Passivos ambientais A Galp efectua juízos e estimativas para cálculo das provisões para matérias ambientais (essencialmente para obrigações conhecidas com a descontaminação de solos), que são baseados na informação actual relativa a custos e planos esperados de intervenção. Estes custos podem variar devido a alterações em legislação e regulamentos, alterações das condições de um determinado lugar, bem como variação nas tecnologias de saneamento. Desse modo qualquer alteração nos factores circunstanciais a este tipo de provisões, bem como nas normas e regulamentos poderá ter, como consequência, um efeito significativo nas provisões para estes assuntos. A provisão para matérias ambientais é anualmente revista. Em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 o montante de provisões para fazer face a passivos ambientais ascendia a mEuros 11.037 (Nota 26) e mEuros 9.754, respectivamente. Pressupostos actuariais e financeiros utilizados para cálculo das responsabilidades com benefícios de reforma Ver Nota 2.10. 2.23 Gestão de riscos e respectivas coberturas As actividades do Grupo levam a uma exposição a riscos de: (i) mercado, como consequência da volatilidade dos preços de petróleo e gás natural e seus derivados, taxas de câmbio e taxas de juro; (ii) de crédito, como consequência da actividade comercial; (iii) riscos de liquidez, na medida em que o Grupo poderia encontrar dificuldades em dispor de recursos financeiros necessários para fazer frente aos seus compromissos. O Grupo dispõe de uma organização e sistemas que permitem identificar, medir e controlar os diferentes riscos a que está exposto e utiliza diversos instrumentos financeiros para realizar coberturas, de acordo com directrizes corporativas comuns a todo o Grupo. A contratação destes instrumentos está centralizada. A descrição dessas coberturas encontra-se em mais detalhe nas políticas contabilísticas elencadas neste capítulo. 318 3. EMPRESAS INCLUÍDAS NA CONSOLIDAÇÃO As empresas incluídas na consolidação, suas sedes sociais, proporção do capital e actividades principais detidas em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 são as seguintes: Sede Social Cidade País FIRMA Percentagem de capital detido 31.12.2005 31.12.2004 Directo Indirecto Total Directo Indirecto Total Principal actividade A) Empresas do grupo Empresa-Mãe: Galp Energia, SGPS, S.A. Lisboa Portugal - - - - - - Gestão de participações sociais de outras sociedades do sector energético, como forma indirecta do exercício de actividades económicas Subsidiárias: Galp Serviços - Serviços e Consultoria de Apoio à Gestão Empresarial, S.A. Lisboa Portugal 100% - 100% 100% - 100% Prestação de serviços e consultoria de apoio à gestão empresarial Bucelas Portugal 100% - 100% 100% - 100% Promover, executar e operar directa ou indirectamente projectos de produção de energia eléctrica, de produção combinada de energia eléctrica e térmica mediante processo de cogeração, assim como projectos associados à utilização de energias renováveis, bem como a sua comercialização por via directa ou indirecta Porto Alto Portugal (a) (a) (a) - 100% Lisboa Portugal 100% - 100% 100% - 100% Refinação de petróleo bruto e seus derivados; Transporte, distribuição e comercialização de petróleo bruto e seus derivados e gás natural; Pesquisa e exploração de petróleo bruto e gás natural; e quaisquer outras actividades industriais, comerciais, de investigação ou prestação de serviços conexos com as referidas nas alíneas anteriores 100% Obtenção, representação e comercialização de produtos petrolíferos, de produtos químicos e tudo o que lhes seja conexo Sub-Grupo Porten: Porten - Portugal Energia, S.A. e subsidiária: Ao Sol - Energias Renováveis, Lda Sub-Grupo Petrogal: Petróleos de Portugal - Petrogal, S.A. Subsidiárias: Galp Energia España, S.A. e subsidiárias: 100% Fabrico, instalação e comercialização de equipamentos para o fornecimento de energias renováveis. Madrid Espanha - 100% 100% - 100% Galpgest - Petrogal Estaciones de Servicio, S.L.U. Madrid Espanha - 100% 100% - 100% 100% Gestão e exploração de estações de serviço Estación de Servicio Alcalá, S.L. Madrid Espanha - 100% 100% - 100% 100% Exploração de estações de serviço Gasolinera Gon S.L. Huelva Espanha - 100% 100% - 100% 100% Armazenagem, distribuição, comercialização venda de gasolinas de qualquer tipo, gasóleos, óleos industriais para uso de veículos automóveis, e todos os sistemas de estação de serviço Vigo Espanha (b) (b) (b) - 51% 51% Galpfer - Distribución de Lubrificantes, S.L. CLG - Compañia Logística del Gas, S.A. Depósito, armazenamento e distribuição de produtos petrolíferos e produtos químicos, seus derivados e sub-produtos, quer se encontrem em estado sólido, líquido ou gasoso Madrid Espanha - 100% 100% - 100% 100% Armazenagem e distribuição de produtos derivados do petróleo Serviexpress Distribuición, S.A. Valencia Espanha (c) (c) (c) - 100% 100% Depósito, armazenamento e distribuição de produtos petrolíferos e produtos químicos, seus derivados e sub-produtos, quer se emcontrem em estado sólido, líquido ou gasoso Petróleos de Valência, S.A. Sociedad Unipersonal (d) Valencia Espanha - 100% 100% - - Madrid Espanha - 100% 100% - 100% Galp Serviexpress, S.L.U. (c) Sacor Marítima, S.A. e subsídiárias: Gasmar - Transportes Marítimos, Lda. Tripul - Soc. de Gestão de Navios, Lda. - Depósito, armazenamento e distribuição de produtos petrolíferos e produtos químicos, seus derivados e sub-produtos, quer se emcontrem em estado sólido, líquido ou gasoso 100% Depósito, armazenamento e distribuição de produtos petrolíferos e produtos químicos, seus derivados e sub-produtos, quer se emcontrem em estado sólido, líquido ou gasoso Lisboa Portugal - 100% 100% - 100% 100% Transportes Marítimos em navios próprios ou fretados Funchal Portugal - 100% 100% - 100% 100% Transportes marítimos em navios próprios ou fretados Lisboa Portugal - 100% 100% - 100% 100% Gestão técnica de navios, tripulações e abastecimentos Funchal Portugal - 100% 100% - 100% 100% Transportes marítimos em navios próprios ou fretados Amarante Portugal - 50% 50% - 50% 50% Soturis - Sociedade Imobiliária e Turística, S.A. Lisboa Portugal - 100% 100% - 100% 100% Actividade imobiliária designadamente, a gestão, compra e venda e revenda de imóveis Sopor - Sociedade Distribuidora de Combustíveis, S.A. Lisboa Portugal - 51% 51% - 51% 51% S.M. Internacional-Transp. Marítimos, Lda. Probigalp - Ligantes Betuminosos , S.A. Compra, venda, fabrico, transformação, importação e exportação de produtos betuminoso de aditivos que transformam ou modificam esses produtos betuminosos Distribuição, venda e armazenagem de combustíveis líquidos e gasosos, lubrificantes, e outros derivados de petróleo; exploração de postos de abastecimento, estações de serviço e oficinas de reparação, incluindo negócios conexos com estas actividades, nomeadamente de restauração e hotelaria 319 Sede Social Cidade País FIRMA Percentagem de capital detido 31.12.2005 31.12.2004 Directo Indirecto Total Directo Indirecto Total Principal actividade Galp Serviexpress - Serv. de Distrib. e Comercialização de Produtos Petrolíferos, S.A. Lisboa Portugal - 100% 100% - 100% 100% Prestação de serviços de transporte, armazenagem e comercialização de combustíveis líquidos, gasosos, óleos base e outros derivados do petróleo a particulares, pequenas empresas e agricultores, nos mercados interno e externo. A exploração directa ou indirecta de centros de distribuição de combustíveis e actividades auxiliares, nomeadamente, estações de serviço, oficinas, venda de peças e acessórios para veículos motorizados, restauração e hotelaria, bem como quaisquer outras actividades industriais, comerciais e de prestação de serviços conexos com o objecto social Galpgeste- Gestão de Áreas de Serviço, Lda. e subsidiária: Lisboa Portugal - 100% 100% - 100% 100% Exploração ou gestão, directa ou indirecta, áreas de serviço e postos de abastecimento de combustíveis e actividades conexas ou complementares, tais como estações de serviço e oficinas, venda de lubrificantes, peças e acessórios para veículos motorizados, restauração e hotelaria C.L.T. - Companhia Logística de Term. Marítimos, Lda. - 100% 100% - 100% 100% Exploração de Terminais marítimos e actividades conexas Petrogal Brasil, Lda. Recife Brasil - 100% 100% - 100% 100% Pesquisa e exploração de petróleo bruto e gás natural, bem como quaisquer outras actividades comerciais, indústrias, de investigação e prestação de serviços conexas com aquelas actividades, podendo, ainda, participar em outras sociedades, qualquer que seja a sua natureza e objecto Petrogal Trading Limited Dublin Irlanda - 100% 100% - 100% 100% Desenvolvimento da actividade de trading de petróleo bruto e produtos petrolíferos Petrogal Moçambique, Lda. e subsidiária: Maputo Moçambique - 100% 100% - 100% 100% Distribuição, transporte, armazenagem, comercialização de combustíveis líquidos e gasosos, óleos base e lubrificantes e exploração de postos de abastecimento e de estações de serviço de assistência a automóveis Maputo Moçambique - 100% 100% - 100% 100% Distribuição, transporte, armazenagem, comercialização de combustíveis líquidos e gasosos, óleos base e lubrificantes e exploração de postos de abastecimento e de estações de serviço Luanda Angola - 100% 100% - 100% 100% Produção, distribuição e comercialização de combustíveis líquidos e gasosos, óleos base e lubrificantes e também a exploração de postos de abastecimento e estações de serviço. Luanda Angola Moçacor - Distribuição de Combustíveis, S.A. Petrogal Angola, Lda e subsidiária: (o) Agran - Agroquímica de Angola, SARL (o) Matosinhos Portugal - 99% 99% - 99% 99% Bissau Guiné-Bissau - 100% 100% - 100% 100% Distribuição, transporte, armazenagem, comercialização de combustíveis líquidos e gasosos, óleos, base e lubrificantes e outros derivados do petróleo. e a exploração de postos de abastecimento e de estações de serviço de assistência a automóveis, bem como quaisquer outras actividades industriais, comerciais, de investigação ou de prestação de serviços conexos com este objecto principal. Petromar - Sociedade de Abastecimentos de Combustíveis, Lda (o) Bissau Guiné-Bissau - 80% 80% - 80% 80% Comércio de bancas marítimas, podendo acessoriamente exercer quaisquer outras actividades relacionadas com derivados de petróleo. Petrogás - Importação, Armazenagem e Distribuição de Gás, Lda (o) Bissau Guiné-Bissau - 65% 65% - 65% 65% Importação, armazenagem e distribuição de GPL podendo acessoriamente exercer quaisquer outras actividades, preferencialmente relacionadas com derivados do petróleo. - 100% 100% - 100% 100% Distribuição, armazenagem, transporte e comercialização de combustíveis líquidos e gasosos, lubrificantes e outros derivados do petróleo - 68% 68% - 55,83% - 100% 100% - 100% Petrogal Guiné-Bissau, Lda e subsidiárias: (o) Galp Açores - Distrib. e Comercialização de Combustíveis e Lubrificantes, Lda. e Ponta Delgad Portugal subsidiária: Saaga - Sociedade Açoreana de Armazenagem. de Gás, S.A. (p) Galp Madeira - Distrib. e Comercializ. de Combustíveis e Lubrificantes, Lda. e subsidiárias: Ponta Delgad Portugal Funchal Portugal 56% Exploração da indústria e comércio de pesticidas Construção e ou exploração de estações de enchimento e respectivos parques de armazenagem de GPL e de outros combustíveis na Região Autónoma dos Açores 100% Distribuição, armazenagem, transporte e comercialização de combustíveis líquidos e gasosos lubrificantes e outros derivados do petróleo 320 Sede Social Cidade País FIRMA Percentagem de capital detido 31.12.2005 31.12.2004 Directo Indirecto Total Directo Indirecto Total CLCM - Companhia Logistica de Combustíveis da Madeira, S.A. (e) Funchal Portugal - 75% 75% - 85% Gasinsular - Combustíveis do Atlântico, S.A. (f) Funchal Portugal - 100% 100% - - Principal actividade Galpmed - Mediação Seguros, Sociedade Unipessoal Lda. Lisboa Portugal - 100% 100% - 100% Instalação e exploração de parques de armazenagem de combustíveis líquidos e gasosos, bem como das respectivas estruturas de transporte, recepção, movimentação, enchimento e expedição; e outras actividades industriais, comerciais, de investigação ou de prestação de serviços, conexas com aquelas actividades A sociedade tem por objecto principal a distribuição, armazenagem, transporte, comercialização de combustíveis líquidos e gasosos, óleos base e lubrificantes e outros derivados do petróleo e a exploração directa ou indirecta de postos de abastecimento de combustíveis e de áreas de serviço e actividades complementares, nomeadamente estações de serviço e oficinas de reparação e manutenção automóvel, venda de peças e acessórios para veículos motorizados, restauração e hotelaria, bem como quaisquer outras actividades industriais, comerciais, de investigação ou de prestação de serviços conexos com as actividades mencionadas no seu objecto. 100% Mediação de seguros Tanquisado - Terminais Marítimos, S.A. Setúbal Portugal - 100% 100% - 100% 100% Desenvolvimento e Exploração de Terminais Marítimos TLG - Transportes Líquidos e Gasosos, Lda Lisboa Portugal (g) (g) (g) - 100% 100% Transporte de liquidos e gasosos petrolíferos Sempre a Postos - Produtos Alimentares e Utilidades, Lda. Lisboa Portugal - 75% 75% - 75% 75% Comércio retalhista de produtos alimentares, utilidades domésticas, presentes e artigos vários onde se incluem jornais, revistas, discos, vídeos, brinquedos, bebidas, tabacos, cosméticos, artigos de higiene, de viagem e acessórios para veículos Combustiveis Líquidos, Lda. Lisboa Portugal - 75% 75% - 75% 75% Comércio de combustíveis, lubrificantes e acessórios de automóveis, podendo explorar qualquer outro ramo de negócio em que os sócios acordem e que não dependa de autorização especial Blue Flag Navigation - Transportes Marítimos, Lda. Funchal Portugal - 100% 100% - 100% 100% A Sociedade tem por objecto o exercício da actividade de transporte marítimo, a exploração comercial de navios em nome próprio, na qualidade de proprietária ou afretadora, ou em nome alheio, enquanto operadora Galp Investment - Fundo Lisboa Portugal (h) (h) (h) (h) (h) (h) Securitização de créditos Galp Investment Fund, PLC Dublin Irlanda (i) (i) (i) (i) (i) (i) Securitização de créditos Fast Access – Operações e Serviços de Informação e Comércio Electrónico, S.A. (j) Lisboa Portugal - Tagus Re, S.A. LuxemburgoLuxemburgo - 66,66% 66,66% 100% 100% Asa - Abastecimento e Serviços de Aviação, Lda. (o) Lisboa Portugal - 50% 50% Galp Exploração Serviços Brasil, Lda (n) Recife Brasil - 100% 100% - 100% 100% Petrogal Cabo Verde, Lda. (o) São VicenteCabo Verde - - 33,33% 33,33% Realização de operações e a prestação de serviços de informação e comércio electrónico para utilizadores em mobilidade, bem como a prestação de serviços de gestão e operacionalização de comércio “on-line” 100% 50% - 85% 100% 100% Operações de resseguro em todos os ramos, com exclusão das operações de seguro directas 50% Prestação de serviço de abastecimento petrolífero aeronáutico - Prestação de serviços de apoio à gestão empresarial 100% Distribuição e comercialização de combustíveis líquidos e gasosos, óleos base e lubrificantes e também a exploração de postos de abastecimento e estações de serviço. 321 FIRMA Sede Social Cidade País Percentagem de capital detido 31.12.2005 31.12.2004 Directo Indirecto Total Directo Indirecto Total Sub-Grupo GDP: GDP - Gás de Portugal, SGPS, S.A.: Lisboa Portugal 100% Driftal - Plastificantes de Portugal, S.A. Lisboa Portugal - 100% 100% 100% - 100% Comercialização de Plastificantes ftálicos GDP Distribuição, SGPS, S.A. e subsidiárias: Lisboa Portugal - 100% 100% 100% - 100% Gestão de participações sociais Beiragás - Companhia de Gás das Beiras, S.A. Viseu Portugal - 59% 59% - 59% 59% Gásfomento - Sistemas e Instalações de Gás, S.A. Lisboa Portugal - 100% 100% - 100% 100% Concepção de sistemas de distribuição e utilização de gás combustível, montagem e conversão de equipamentos e assistência técnica a consumidores Dianagás - Soc. Distrib. de Gás Natural de Évora, S.A. Bucelas Portugal - 100% 100% - 100% 100% Exploração, construção e manutenção de redes regionais de distribuição de gás natural e outros gases Paxgás - Soc. Distrib. de Gás Natural de Beja, S.A. Bucelas Portugal - 100% 100% - 100% 100% Exploração, construção e manutenção de redes regionais de distribuição de gás natural e outros gases Medigás - Soc. Distrib. de Gás Natural do Algarve, S.A. Bucelas Portugal - 100% 100% - 100% 100% Exploração, construção e manutenção de redes regionais de distribuição de gás natural e outros gases Duriensegás - Soc. Distrib. de Gás Natural do Douro, S.A. Bucelas Portugal - 75% 75% - 75% 75% Exploração, construção e manutenção de redes regionais de distribuição de gás natural e outros gases Lusitaniagás - Companhia de Gás do Centro, S.A. Aveiro Portugal - 85% 85% - 85% 85% Exploração, construção e manutenção de redes regionais de distribuição de gás natural e outros gases Lisboagás GDL - Sociedade Distribuidora de Gás Natural de Lisboa, S.A. Lisboa Portugal - 100% 100% - 100% 100% Obtenção, armazenagem e distribuição de gás combustível canalizado Bucelas Portugal 100% - 100% 100% - Setúbal Portugal (l) (l) (l) - 90% 90% - 100% 100% - Principal actividade 100% Gestão de participações sociais Subsidiárias: Transgás, SGPS, S.A. e subsidiárias: Natgás - Companhia Portuguesa de Gás Natural, S.A. Exploração, construção e manutenção de redes regionais de distribuição de gás natural 100% Gestão de participações sociais Exploração, em regime de serviço público, do terminal de gás natural liquefeito e do gasoduto de gás natural Transgás - Soc. Portuguesa de Gás Natural, S.A. e subsidiárias: Bucelas Portugal - 100% 100% - 100% 100% Importação de gás natural, armazenagem, distribuição através de rede de alta pressão, construção e manutenção de redes Gasoduto de Campo Maior - Leiria - Braga, S.A. Bucelas Portugal - 88% 88% - 88% 88% Transporte de gás natural em alta pressão entre Campo Maior – Leiria - Braga Gasoduto Braga - Tuy, S.A. Bucelas Portugal - 51% 51% - 51% 51% Transporte de gás natural em alta pressão entre Braga e Tuy Sines Portugal - 100% 100% - 100% 100% Construção, instalação e exploração das infraestruturas e equipamentos necessários para a recepção, armazenagem, tratamento e regaseificação de gás natural liquefeito em regime de subconcessão de serviço público Transgás Armazenagem - Soc. Portuguesa de Armazenagem de Gás Natural, S.A. Bucelas Portugal - 100% 100% - 100% 100% Armazenagem de gás natural em regime de subconcessão de serviço público, incluindo a construção, manutenção, reparação e exploração de todas as infra-estruturas e equipamentos conexos. Transgás Industria - Soc. Portuguesa de Fornec. de Gás Natural à Industria, S.A. Bucelas Portugal - 100% 100% - 100% 100% Fornecimento de energia a empresas. Bucelas Portugal 100% - 100% 100% - 100% Carriço Cogeração Sociedade de Geração de Electricidade e Calor, S.A. Bucelas Portugal - 65% 65% - 65% 65% Produção sob a forma de cogeração e venda de energia eléctrica e térmica Powercer - Sociedade de Cogeração da Vialonga, S.A. Bucelas Portugal - 70% 70% - 70% 70% A Sociedade tem por objecto a produção sob a forma de cogeração, e a venda de energia eléctrica e térmica, incluindo a concepção, construção, financiamento e exploração de instalações de cogeração, bem como o exercício de todas as actividades e a prestação de serviços conexos Pampilhosa Portugal - 100% 100% - 100% 100% A Sociedade tem por objecto a produção, transporte e distribuição de energia eléctrica e térmica proveniente de sistemas de cogeração e energias renováveis, incluindo concepção, construção e operação de sistemas ou instalações, bem como o exercício de todas as actividades e a prestação de serviços conexas Aveiras de Cima Portugal - 65% 65% - 65% 65% Instalação e exploração de parques de armazenagem de combustíveis líquidos e gasosos, bem como das respectivas estruturas de transporte. Outras actividades industriais, comerciais, de investigação ou de prestação de serviços, conexas com aquelas actividades. Caiageste - Gestão de Áreas de Serviço, Lda. Elvas Portugal - 50% 50% - 50% 50% Gestão e exploração de duas áreas de serviço localizadas na zona do Caia, incluindo o exercício de quaisquer actividades e a prestação de quaisquer serviços conexionados com tais estabelecimentos ou instalações, nomeadamente: o abastecimento de combustíveis e lubrificantes, a comercialização de produtos e artigos dos ramos da conveniência e dos supermercados, a gestão e a exploração de restaurantes e outras unidades de natureza hoteleira ou similar, estações de serviço e pontos de venda de lembranças e utilidades. Sigás - Armazenagem de Gás, A.C.E. Sines Portugal - 60% 60% - 60% 60% Concepção construção de caverna subterrânea de armazenagem de GPL, das instalações de superfície complementares necessárias à movimentação de produtos. Gestão e exploração operacional de caverna incluindo instalações de superfície, tanques e esferas de GPL Transgás Atlântico - Soc. Portuguesa de Gás Liquefeito, S.A. Sub-Grupo Galp Power: Galp Power , SGPS, S.A. e subsidiárias: Sinecogeração - Cogeração da Refinaria de Sines, S.A. A gestão de participações sociais como forma indirecta de exercício da actividade económica B) Empresas controladas conjuntamente Sub-Grupo Petrogal: C.L.C. - Companhia Logística de Combustíveis, S.A. 322 Durante o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 o perímetro de consolidação foi alterado face ao exercício precedente conforme segue: (a) Em 31 de Dezembro de 2005 foi alienada 100% da participação na Ao Sol – Energias renováveis, Lda pelo montante de mEuros 520 a qual gerou uma menos valia no montante de mEuros 135. b) Durante o exercício de 2005 a subsidiária Galp Energia España, S.A., alienou a participação da Galpfer – Distribuição de Lubrificantes, S.L. não tendo gerado qualquer mais ou menos valia. c) e g) No exercício findo em 31 de Dezembro de 2005, foram integradas através de um processo de fusão por incorporação, com efeitos a 1 de Janeiro de 2005, (i) a subsidiária Serviexpress Distribuicion S.A., detida pelo grupo a 100%, na Galp Serviexpress, S.L.U., (ii) e a TLG – Transportes Líquidos e Gasosos, Lda. detida pelo grupo a 100%, na Petróleos de Portugal – Petrogal, S.A.. (d) A subsidiária Galp Energia Espanã, S.A., adquiriu em Janeiro de 2005 100% do capital da Petróleos de Valência, S.A. Sociedad Unipersonal cuja a actividade é o deposito, armazenamento e distribuição de produtos petrolíferos e produtos químicos, seus derivados e subprodutos, pelo montante de mEuros 13.937, gerando um goodwill no montante de mEuros 7.838 incluído na rubrica de Goodwill (Nota 12). (e) No exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 o grupo alienou 10% da participação no capital da CLCM - Companhia Logística de Combustíveis da Madeira, S.A., pelo valor de mEuros 75, reduzindo assim a participação de 85% para 75%. (f) A empresa Galp Madeira - Distribuição e Comercialização de Combustíveis e Lubrificantes, Lda., adquiriu em Maio de 2005 a totalidade do capital da Gasinsular - Combustíveis do Atlântico, S.A. cuja a actividade principal é a distribuição, armazenagem, transporte e comercialização de combustíveis líquidos e gasosos, óleos base, lubrificantes e outros derivados do petróleo, pelo montante de mEuros 50, gerando um goodwill no montante de mEuros 403 incluído na rubrica de Goodwill (Nota 12). h) e i) No decurso do exercício de 2003 a Petrogal celebrou uma operação de titularização de contas a receber com o Galp Investment Fund, PLC (“Fundo”) no montante máximo de mEuros 210.000 (Nota 23), o qual tem um prazo de maturidade esperada de 5 anos e um prazo de maturidade legal de 7 anos. Para fazer face a este montante o Fundo emitiu mEuros 199.500 de obrigações "Notes A" e mEuros 10.500 de obrigações "Notes B", as quais são remuneradas à taxa Euribor acrescida de 0,5% e 0,95%, respectivamente. As transacções são efectuadas com recurso a um outro veiculo com sede em Portugal – Galp Investment – Fundo – o qual procede a compra dos recebíveis e à sua colocação junto do Galp Investment Fund PLC. Dado estes Fundos se configurarem como veículos constituídos unicamente para esta operação e atendendo às disposições contabilísticas ao nível das IAS/IFRS, relativamente a este tipo de operações, os activos e passivos dos Fundos, que são constituídos essencialmente pelas contas a receber de clientes da Petrogal e as obrigações emitidas pelo Fundo, respectivamente, são consolidados nas demonstrações financeiras do grupo. (j) A subsidiária Petróleos de Portugal – Petrogal, S.A. adquiriu em Dezembro de 2005, 33,33% do capital da Fast Access – Operações e Serviços de Informação e Comércio Electrónico, S.A., passando a deter 66,66% do capital desta subsidiária que passou a ser incluída no perímetro de consolidação. 323 l) e m) No exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 foram dissolvidas as empresas: (i) Água Solar – Serviços de Energia Solar, S.A. do subgrupo Galp Power, SGPS e a (ii) NatgásCompanhia Portuguesa de Gás Natural S.A. do subgrupo Transgás SGPS., S.A.. n) Foi constituída, com data de 5 de Janeiro de 2005, a sociedade Galp Exploração Serviços do Brasil, Lda, com sede social na Cidade do Recife, Brasil, da qual o Grupo participa em 100% do capital Social da mesma, tendo ainda que realizar o capital da sua participada no montante de mEuros 128, que se encontra registado na rubrica outros credores. o) Empresas do Grupo excluídas da consolidação em Dezembro de 2004 por não serem materiais. p) Durante o exercício de 2005 foi adquirido 12,17% de participação da empresa Saaga – Sociedade Açoreana de Armazenagem de Gás, S.A. pelo valor de mEuros 858, tendo gerado um Goodwill de mEuros 278 (Nota 12). Em Dezembro de 2005, o Grupo GDP adquiriu os restantes 10% da participação financeira empresa Natgás ao Estado Português por um valor mEuros 381, tendo gerado um Goodwill mEuros 306 (Nota 12). A empresa Natgás foi liquidada no mesmo mês por decisão administração no âmbito de reorganização do Grupo GDP, tendo sido reflectida uma perda montante do valor do Goodwill, na rubrica de Outros ganhos e perdas, da Demonstração resultados. na de da no de O impacto da liquidação na demonstração de resultados consolidados foram os seguintes: 2005 2004 Rendimentos operacionais - - Gastos operacionais - (1) (28) 13 (28) 12 Resultados financeiros Resultado antes de impostos: O montante mEuros 28 resultante da liquidação da empresa Natgás foi reflectido na rubrica outros ganhos e perdas financeiras, da demonstração de resultados. A liquidação da empresa Água Solar – Serviços de Energia Solar, S.A. teve o seguinte impacto na demonstração de resultados: 2005 2004 Rendimentos operacionais - - Gastos operacionais - (7) (9) (1) (9) (8) Resultados financeiros Resultado antes de impostos: Com excepção da C.L.C. - Companhia Logística de Combustíveis, S.A., da Sigás Armazenagem de Gás, A.C.E. e da Caiageste - Gestão de Áreas de Serviço, Lda., que foram incluídas pelo método proporcional conforme indicado na Nota 2.2 alínea b), todas as restantes empresas acima referidas foram incluídas na consolidação pelo método de integração global. Contudo, em Dezembro de 2004 não foram consolidadas integralmente as participações detidas nas empresas Petrogal Angola, Lda, Petrogal Guiné-Bissau, Lda., Agran – 324 Agroquímica de Angola,SARL., Petrogás – Importação, Armazenagem e Distribuição de Gás, Lda., Petromar – Sociedade de Abastecimentos de Combustíveis, Lda., Petrogal Cabo Verde, Lda. e Asa – Abastecimento e Serviços de Aviação, Lda. 4. PARTICIPAÇÕES FINANCEIRAS EM EMPRESAS ASSOCIADAS As participações financeiras em empresas associadas, suas sedes sociais, proporção de capital e suas actividades detidas em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 são as seguintes: Percentagem de capital detido Sede Social FIRMA 2005 2004 Valor de balanço Localidade País Directa Indirecta Total Directa Indirecta Total EMPL - Europe Magreb Pipeline, Ltd (d) Madrid Espanha - 27,40% 27,40% - 27,40% Gasoduto Al-Andaluz, S.A. (d) Madrid Espanha - 33,04% 33,04% - Gasoduto Extremadura, S.A. (d) Madrid Espanha - 49,00% 49,00% - Setgás - Sociedade de Produção e Distribuição de Gás, S.A. (c) Setúbal Portugal - 45,00% 45,00% Empresa Nacional de Combustíveis - Enacol, S.A.R.L (a) Mindelo Cabo-Verde - 32,50% Santarém Portugal - Tânger Marrocos - Angra do Heroismo Portugal Brisa Access, S.A. (a) Cascais Número Um - Reparação de Automóveis, Lda. (a) Gasfomento Sur Andalucia, S.A. (b) Tagusgás - Empresa de Gás do Vale do Tejo, S.A. (i) Metragaz, S.A. (d) Terparque - Armazenagem de Combustíveis, Lda (j) Enerfin - Sociedade de Eficiência Energética, S.A. (a) TIGS - Engenharia e Manutenção, S.A. (b) Informação financeira da empresa associada Activos Passivos Resultado exercicio 2005 2004 27,40% 37.349 28.030 692.090 555.780 Proveitos 215.126 115.121 Principal actividade 33,04% 33,04% 16.387 16.429 114.573 64.976 26.930 8.064 49,00% 49,00% 13.547 12.447 52.018 24.371 19.324 6.765 Construção e exploração do gasoduto Córdoba-Campo Maior. - 45,00% 45,00% 5.207 3.082 106.024 94.454 32.188 4.720 Produção e distribuição de Gás Natural e dos seus Gases de Substituição 32,50% - 32,50% 32,50% 6.644 5.592 41.159 20.718 38.243 2.249 Comercialização de hidrocarbonetos e actividades acessórias 41,27% 41,27% - 41,27% 41,27% 1.715 1.604 43.363 39.208 10.173 267 Produção Distribuição de Gás Natural, e outros gases combustíveis canalizados. 26,99% 26,99% - 26,99% 26,99% 1.567 1.399 9.175 3.371 1.361 1.373 Construção, manutenção e exploração do gasoduto MagrehbEuropa. - 23,50% 23,50% - 23,50% 23,50% 880 881 3.823 72 28 4 Construção e/ou a exploração de um ou mais parques de armazenagem, tanto de combustíveis líquidos como de gases de petróleo liquefeitos e respectivas estações de enchimento Portugal - 7,50% 7,50% - 7,50% 7,50% 393 181 10.490 5.245 21.269 2.677 A prestação de quaisquer serviços de assistência e apoio a automobilistas, a prestação de serviços de fornecimento, instalação, colocação em serviço e manutenção de equipamentos e sistemas electrónicos, para utilização em infraestruturas rodoviárias, e o Lisboa Portugal - 49,00% 49,00% - 49,00% 49,00% 340 300 2.032 1.322 12.263 120 Revisão e reparação de automóveis e a venda de peças e acessórios de automóveis. Sevilha Espanha - 30,00% 30,00% - 40,00% 40,00% 95 20 624 302 195 (137) Instalacção e manutenção de gás, realização de projectos de gestão energética, serviços de fiscalização e inspecção períodica de instalações de gás e construção e manutenção de redes de gás. Porto Portugal - 25,12% 25,12% - 25,12% 25,12% 51 142 563 - 156 143 Exercício de actividade no domínio de eficiência energética e de produtividade. Prestação de serviços nas áreas de engenharia e serviços de manutenção industrial. Construção e operação de gasodutos para transporte de gás natural entre Marrocos e Espanha. Construção e exploração do gasoduto Tarifa–Córdoba. Sintra Portugal - 48,70% 48,70% - 48,70% 48,70% 32 29 151 85 159 5 Maputo Moçambique - 22,22% 22,22% - 22,22% 22,22% 10 10 n.d. n.d. n.d. n.d. Matosinhos Portugal - - - 12,62% 34,01% 46,63% - 5.528 - - - - Produção Distribuição de Gás Natural, e outros gases combustíveis canalizados. Gasfomento Energia, S.A. (b) (h) Sevilha Espanha - 22,00% 22,00% - 22,00% 22,00% - 10 66 108 - (79) Trabalhos diversos no âmbito de auditorias, fiscalização, estudos de viabilidade económica e de eficiência energética, elaboração de manuais de procedimentos,assistência técnica de instalações e equipamentos e ensaios de funcionamento. Ecogen - Serviços de Energia Descentralizada, S.A. (f) (h) Bucelas Portugal - 35,00% 35,00% - 35,00% 35,00% - - 365 1.154 17 (225) Prestação de serviços de importação e exportação, comercialização e fornecimento de equipamentos de produção de energia eléctrica em baixa tensão, e ainda a prestação de serviços conexos Central E, S.A. (h) Lisboa Portugal 20,30% - 20,30% - 20,30% 20,30% - - 1.018 1.143 1.037 (2.774) Disponibilização e operações de informação e comércio electrónico Energin - Sociedade de Produção de Electricidade e Calor, S.A. (f) (h) Lisboa Portugal - 35,00% 35,00% - 35,00% 35,00% - - 58.057 41.149 24.043 1.146 Produção sob a forma de cogeração e venda de energia eléctrica e térmica Imopetro (k) Portgás - Sociedade de Produção e Distribuição de Gás, S.A. (g) Prestação de serviço de abastecimento petrolífero 325 Percentagem de capital detido Sede Social FIRMA 2005 2004 Valor do balanço 2005 Informação financeira da empresa associada Resultado exercicio Passivos Proveitos Localidade País Directa Indirecta Total Directa Indirecta Total 2004 Activos Número Um - Reparação de Automóvel, Lda. Lisboa Portugal - 49,00% 49,00% - 49,00% 49,00% 186 186 2.167 1.343 Principal actividade 4.251 (114) Reparação automóvel e actividades conexas Setgás - Sociedade de Produção e Distribuição de Gás, S.A. Setubál Portugal - 45,00% 45,00% - 45,00% 45,00% 141 141 163.008 142.555 33.996 4.090 Exploração, construção e manutenção de redes regionais de distribuição de gás natural Sonangalp - Sociedade Distribuição e Comercializaçãode Combustíveis, Lda (e) Luanda Angola - 49,00% 49,00% - 49,00% 49,00% - - 35.655 38.898 29.321 (90) Distribuição e Comercialização de combustíveis líquidos, lubrificantes e outros derivados de petróleo e exploração de postos de abastecimento e estações de serviço, de assistência a automóveis e outras conexas Fast Access - Operações e Serviços de Informação e Comércio Electrónico, S.A. (a) (m) Oeiras Portugal - (m) (m) - 33,33% 33,33% - 26 2.226 1.730 1.457 (147) Realização de operações e a prestação de serviços de informação e comércio electrónico para utilizadores em mobilidade, bem como a prestação de serviços de gestão e operacionalização de comércio “on-line (m) (m) - (m) (m) - (m) (m) - 49 n.d n.d n.d n.d Petrogal Cabo Verde, Lda (c) Petrogal Guiné - Bissau e subsidiárias: (m) (m) - (m) (m) - (m) (m) - 1.234 n.d n.d n.d n.d (c) Petrogal Angola e subsidiárias: (m) (m) - (m) (m) - (m) (m) - 295 n.d n.d n.d n.d (c) Asa - Abastecimento e Serviços de Aviação, Lda. (m) (m) - (m) (m) - (m) (m) - 7 n.d n.d n.d n.d (c) menos: Provisão para responsabilidades conjuntas (Nota 26) 84.544 77.622 (5.330) (4.290) 79.214 73.332 (a) Participações detidas pela Petróleos de Portugal – Petrogal , S.A. (b) Participações detidas pela Gasfomento – Sistemas e Instalações de Gás, S.A. (c) Participação detida pela GDP Distribuição, SGPS, S.A. e pela Petróleos de Portugal – Petrogal, S.A. (d) Participação detida pela Transgás – Sociedade Portuguesa de Gás Natural , S.A. (e) Participação detida pela Petrogal Angola, Lda. (f ) Participação detida pela Galp Power, SGPS, S.A. (g) Participação detida pela GDP Distribuição, S.A. e pela GDP, SGPS, S.A. foi alienada durante o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 (h) Em 31 de Dezembro de 2005, a provisão para partes de capital das empresas associadas, representante do compromisso solidário do Grupo junto das associadas que apresentavam capitais próprios negativos, detalha-se conforme segue (Nota 26): 2005 Central E, S.A. Energin - Sociedade de Produção de Electricidade e Calor, S.A Gasfomento Energia, S.A. Ecogen - Serviços de Energia Descentralizada, S.A. Fast Access - Operações e Serviços de Informação e Comércio Electrónico, S.A. Sonangalp - Sociedade Distribuição e Comercialização de Combustíveis, Lda 2004 2.553 1.990 678 1.022 10 - 276 214 - 1.064 1.813 - 5.330 4.290 (i) Participação detida pela GDP Distribuição, SGPS, S.A. (j) Participação detida pela Saaga – Sociedade Açoreana de Armazenagem de Gás, S.A. (k) Participação detida pela Petrogal Moçambique, Lda. (m) Empresas excluídas da consolidação em Dezembro 2004 e incluídas em Dezembro de 2005 (Nota 3). 326 O movimento ocorrido na rubrica de participações financeiras em empresas associadas no exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 foi o seguinte: Saldo em 1 de Janeiro de 2005 sem reservas de conversão Reservas de conversão imputadas ao saldo inicial (3.024) Saldo em 1 de Janeiro de 2005 Alteração do perímetro de consolidação (1.689) Saldo em 1 de Janeiro de 2005 75.933 Efeito de aplicação do método de equivalência patrimonial aos resultados do exercício: Positivos Negativos 42.226 80.646 77.622 (73) 42.153 Efeito da aplicação do método de equivalência patrimonial relativo a outras variações nos capitais próprios das subsidiárias: Ajustamentos de conversão cambial Positivos Negativos 5.845 (7) 5.838 Dividendos distribuídos: Gasoduto Al-Andaluz, S.A. Gasoduto Extremadura, S.A. Metragaz, S.A. EMPL - Europe Maghreb Pipeline, Ltd. Empresa Nacional de Combustíveis - Enacol, S.A.R.L. (2.707) (2.215) (234) (28.038) (709) (33.903) Reembolso da parte da prestação acessória realizada pela Petróleos de Portugal - Petrogal, S.A.. na Enerfin - Sociedade de Eficiência Energética, S.A. Aumento de capital na Gasfomento Sur Andalucia, S.A. Alienação da participação na Portgás - Sociedade de Produção e Distribuição de Gás, S.A. Outros movimentos ocorridos Saldo em 31 de Dezembro de 2005 Reservas de conversão imputadas ao saldo final Saldo em 31 de Dezembro de 2005 sem reservas de conversão (126) 87 (5.528) 91 84.545 (2.814) 81.731 As aquisições durante o exercício de 2005 correspondem a um aumento de capital no montante de mEuros 87 relativo à participação financeira que a Gásfomento – Sistemas e Intalações de Gás, S.A. detém na empresa associada Gasfomento Sur Andalucia, S.A.. Contudo, a participação na associada Gasfomento Sur Andalucia, S.A. reduziu em 10% comparativamente ao ano transacto, em virtude de a empresa Gasfomento, Sistemas e Instalações de Gás, S.A. ter participado no aumento de capital em proporção inferior à percentagem de capital detido. No exercício de 2005 a GDP – Gás de Portugal, SGPS, S.A. e a GDP Distribuição, SGPS, S.A. alienaram as participações detidas na Portgás – Sociedade de Produção e Distribuição de Gás, S.A., a qual se encontrava reflectida na rubrica de participações financeiras em empresas associadas pelo montante de mEuros 5.528, pelo montante global de mEuros 86.400 (incluindo o reembolso de suprimentos e juros capitalizados no montante de mEuros 26.347, tendo sido posteriormente ajustado por reembolsos de juros e suprimentos no montante de 327 mEuros 1.426), gerando assim uma mais valia no montante de mEuros 54.525, a qual foi reconhecida na rubrica de resultados relativos a participações financeiras em empresas associadas, da demonstração de resultados. Do montante total de dividendos recebidos em 2005 de mEuros 39.339, mEuros 33.903 e mEuros 5.436 são referentes a empresas associadas e a empresas participadas (Nota 5), respectivamente. 5. PARTICIPAÇÕES FINANCEIRAS EM EMPRESAS PARTICIPADAS As participações financeiras em empresas participadas, suas sedes sociais e proporção do capital detido em 31 de Dezembro de 2005 e 31 de Dezembro de 2004 são as seguintes: Sede Social Percentagem de capital detido Cidade País ONI SGPS, S.A. Oeiras Portugal 4,10% 4,10% 19.865 19.865 CLH- Compañia Logística de Hidrocarburos Madrid Espanha 5,00% 5,00% 62.594 59.260 PME Capital - Sociedade Portuguesa de Capital de Risco, S.A. Porto Portugal 1,82% 1,82% 499 499 PME Investimentos - Sociedade de Investimento, S.A. Lisboa Portugal 1,82% 1,82% 499 499 Amadora Portugal 10,98% 10,98% 114 114 Omegás - Soc. D'Étude du Gazoduc Magreb Europe Tânger Marrocos 5,00% 5,00% 35 35 Ambélis - Agência para a modernização Económica de Lisboa, S.A. Lisboa Portugal 2,00% 2,00% 20 20 19 19 Agene - Agência para a Energia, S.A. Clube Financeiro de Vigo 2005 - 2004 Valor contabilístico FIRMA - 2005 2004 Vigo Espanha OEINERGE - Agência Municipal Energia e Ambiente de Oeiras Oeiras Portugal 1,45% 1,45% 1 1 CCCP - Cooperativa de Consumo de Pessoal da Petrogal, CRL Lisboa Portugal 0,07% 0,07% 7 7 Outras 24 27 83.677 80.346 (19.865) (19.865) Imparidades de Empresas Participadas ONI SGPS, S.A. Ambélis - Agência para a modernização Económica de Lisboa, S.A. PME Capital - Sociedade Portuguesa de Capital de Risco, S.A. PME Investimentos - Sociedade de Investimento, S.A. (7) (7) (52) (52) (145) (145) (20.069) (20.069) 63.608 60.277 As participações em participadas foram reflectidas contabilisticamente ao custo de aquisição, com excepção da participação na CLH – Compañia Logistica de Hidrocarburos que apesar de o Grupo deter apenas 5% do capital, é exercida uma influência significativa sendo valorizada tal como descrito na Nota 2.2 c)). 328 Os movimentos da rubrica de participações financeiras em participadas, no decurso do exercício findo em 31 de Dezembro de 2005, foram como se segue: Saldo inicial a 1 de Janeiro de 2005 60.277 Efeito da aplicação da equivalência partimonial aos resultados do exercício: Positivos 7.781 Dividendos distribuídos: CLH - Compañia Logistica de Hidrocarburos (5.436) Acerto preço de compra da CLH - Compañia Logistica de Hidrocarburos 986 Saldo final a 31 de Dezembro de 2005 63.608 O montante de mEuros 5.436 de dividendos distribuídos, foram totalmente recebidos no exercício de 2005 (Nota 4). Resultante do contrato de compra estabelecido para a aquisição da participação detida na CLH - Compañia Logistica de Hidrocarboros, S.A., o custo da participação é anualmente revisto, até 5 anos a partir da data do contrato, face ao valor de vendas efectuado. O valor pago no exercício como adicional ao custo de compra ascende a mEuros 986. 6. RENDIMENTOS OPERACIONAIS Seguidamente apresenta-se detalhe dos rendimentos operacionais do grupo durante o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 e 31 de Dezembro de 2004: RUBRICAS Rédito das vendas: de mercadorias de produtos Rédito da prestação de serviços Outros rendimentos operacionais: Proveitos suplementares Ganhos em Imobilizações Subsídios à exploração Outros 2005 2004 4.026.310 6.959.082 10.985.392 3.221.471 5.905.999 9.127.470 151.916 145.151 33.915 4.780 5.471 39.200 83.366 38.091 5.037 1.560 34.578 79.266 11.220.674 9.351.887 As vendas de combustíveis incluem o valor de Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP). A repartição geográfica das vendas está expressa na Nota 8. A rubrica de proveitos suplementares inclui essencialmente proveitos relativos a taxas de exploração, taxas de espaços publicitários, taxas de lavagens automáticas, entre outras debitadas a revendedores por utilização da marca GALP. 7. GASTOS OPERACIONAIS O resultado dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 foram afectados pelas seguintes rubricas de gastos operacionais: 329 RUBRICAS Inventários consumidos e vendidos: Mercadorias Matérias primas e subsidiárias Imposto sobre petróleo Variação da produção Imparidades Materiais e serviços consumidos: Subcontratos Electricidade, água e comunicações Limpeza e vigilância Combustíveis Material escritório Rendas e alugueres Conservação e reparação Publicidade Deslocações e estadas Transportes de pessoal Transporte de mercadorias Seguros Serviços informáticos Estudos e projectos Comissões Honorários e contencioso Serviços jurídicos Serviços de consultadoria Serviços leitura, facturação e cobrança Serviços de assistencia técnica e inspecção Armazenagem e enchimento Serviços e taxas portuárias Outros serviços especializados Outros gastos Gastos com o pessoal: Remunerações órgãos sociais Remunerações do pessoal Encargos sociais Benefícios de reforma - pensões e seguros (Nota 24) Outros seguros Outros gastos Gastos com amortizações e depreciações: Amortizações de activos fixos tangíveis (Nota 13) Amortizações de activos fixos intangíveis (Nota 13) Provisões e imparidade de contas a receber Provisões (Nota 26) Perdas de imparidade de contas a receber de clientes (Nota 16) Perdas de imparidade de outras contas a receber (Nota 15) Outros gastos operacionais Outros impostos Outros custos operacionais 2005 2004 2.285.841 4.798.149 2.290.837 (203.185) (9.550) 9.162.092 1.844.022 3.528.726 2.313.446 (99.669) 11.379 7.597.904 13.385 22.254 9.253 1.359 1.541 51.537 57.475 38.091 8.130 971 70.673 37.343 28.290 11.239 11.007 2.665 1.311 3.968 6.145 4.776 32.220 15.948 26.042 69.951 525.574 8.484 21.233 7.600 556 1.398 43.556 67.525 31.121 7.653 934 61.594 30.203 24.561 9.381 9.700 4.607 1.026 3.277 5.463 3.617 27.790 12.953 22.527 61.618 468.377 3.886 173.903 37.695 39.789 9.008 5.353 269.634 3.699 168.919 34.926 31.079 7.168 5.106 250.897 272.068 34.728 306.796 270.044 24.194 294.238 12.058 7.618 505 20.181 11.145 5.103 (1.678) 14.570 8.662 64.986 7.546 67.941 73.648 75.487 330 8. INFORMAÇÃO POR SEGMENTOS Segmentos de negócio Por questões estratégicas, o grupo está actualmente organizado em quatro segmentos de negócio, com as seguintes unidades de negócio: Aprovisionamento e Transporte de Gás Natural; Distribuição de Gás Natural; Refinação e Distribuição de produtos Petrolíferos Exploração e Produção Outros Relativamente ao segmento de negócio outros, o grupo considerou a empresa holding GDP – Gás de Portugal, SGPS, S.A. e uma actividade de plastificantes, Driftal - Plastificantes de Portugal, S.A. Seguidamente apresenta-se a informação financeira relativa aos segmentos identificados anteriormente, em 31 de Dezembro de 2005 e 2004: Aprovisionamento e Transporte de Gás Natural Margem Bruta Vendas e Serviços Prestados Distribuição de Gás Natural Refinação e Distribuição de Exploração e Produção Produtos Petrolíferos 2005 2004 2005 2004 Electricidade 2005 Outros 2004 2005 Eliminações 2004 Consolidado 2005 2004 2005 2004 2005 2004 255.063 189.616 137.721 124.699 1.493.767 1.315.534 62.080 42.352 8.984 4.668 100.372 80.385 (82.771) (82.535) 1.975.216 2005 2004 1.674.717 956.516 705.144 226.066 196.523 10.029.801 8.394.753 66.638 42.575 24.780 14.241 101.038 81.536 (267.531) (162.151) 11.137.308 Inter-segmentais 115.904 77.889 10 13 4.046 5.144 66.582 - - - 80.989 79.106 (267.531) (162.151) - - Externas 840.612 627.255 226.056 196.510 10.025.754 8.389.609 57 42.575 24.780 14.241 20.049 2.431 - - 11.137.308 9.272.621 (701.453) (8.536.033) (666) CMVMC Inter-segmentais Externas Diferencial de Cedência (7.079.219) (4.558) (9.162.092) 9.272.621 (515.528) (88.345) (71.824) (223) (15.796) (9.573) (1.151) 184.760 79.615 - - (84.163) (66.022) (84.819) (3.321) - - (15.778) (9.573) - (699) 184.760 79.615 - - (701.453) (515.528) (4.182) (5.802) (8.451.215) (7.075.897) (4.558) (223) (18) - (666) (452) - - (9.162.092) (7.597.904) (7.597.904) - - - - - - - - - - - - - - - - 5.305 4.137 7.191 6.709 91.526 90.842 395 79 429 1.213 54.415 13.641 (75.894) (37.357) 83.366 79.266 Inter-segmentais 2.920 2.721 3.119 2.882 18.419 19.730 - - - - 51.436 12.024 (75.894) (37.357) - (0) Externas 2.385 1.416 4.072 3.827 73.107 71.113 395 79 429 1.213 2.978 1.617 - - 83.366 79.266 (310.499) (270.458) (16.442) (359.486) (302.109) Receitas Custos Variáveis - - (31.215) (28.100) (14.963) - - (12.752) - 11.422 11.412 Inter-segmentais - - (11.422) (11.412) - - - - - - - - 11.422 11.412 - - Externos - - (19.793) (16.688) (310.499) (270.458) (16.442) (14.963) - - (12.752) - - - (359.486) (302.109) Custos Fixos (42.012) (47.685) (31.464) (33.199) (426.109) (409.901) (5.852) (1.960) (5.732) (3.083) (143.082) (105.305) 147.243 108.480 (507.008) (492.652) (28.866) (32.815) (9.184) (9.909) (205.256) (209.692) (5.291) (1.638) (5.470) (2.896) (130.550) (90.760) 147.243 105.954 (237.374) (241.755) Inter-segmentais (11.984) (12.388) (268) (97.929) (64.416) (904) (440) (1.048) (822) (34.908) (27.620) 147.243 105.954 - - Externas (16.882) (20.427) (8.714) (9.641) (107.327) (145.276) (4.387) (1.198) (4.422) (2.074) (95.642) (63.139) - - (237.374) (241.755) (13.146) (14.870) (22.280) (23.290) (220.853) (200.209) (560) (322) (263) (187) (12.532) (14.545) - 2.526 (269.634) (250.897) EBITDA 218.356 146.068 82.233 70.109 848.685 726.018 40.181 25.508 3.680 2.798 (1.047) (11.279) - - 1.192.088 959.222 Gastos não Desembolsáveis (32.072) (33.038) (23.715) (20.023) (246.794) (205.633) (21.980) (44.453) (2.926) (2.843) (1.852) (2.818) - - (329.339) (308.808) (31.239) (30.954) (22.486) (19.885) (229.539) (194.096) (18.668) (44.020) (2.899) (2.917) (1.965) (2.366) - (306.796) (294.238) (833) (2.084) (1.229) (138) (17.255) (11.537) (3.312) (433) (27) 74 113 (452) - - (22.543) (14.570) - - - - - - - - - - - - - - - - 186.284 113.030 58.518 50.086 601.891 520.385 18.201 (18.945) 755 (45) (2.899) (14.097) - - 862.749 650.414 186.284 113.030 58.518 50.086 601.891 520.385 18.201 (18.945) 756 (45) (2.899) (14.097) - - 862.749 650.414 16.847 3.415 27.751 (9.943) (26.129) (35.655) 2.212 284 (1.337) (1.972) 11.300 (2.959) - - 30.643 (46.832) 203.131 116.445 86.269 40.143 575.761 484.730 20.412 (18.661) (581) (2.017) 8.399 (17.056) - - 893.392 603.582 (42.663) (24.072) (12.741) (9.737) (133.835) (116.819) - (188.836) (145.786) Despesas de Funcionamento Encargos c/ Pessoal Amortizações e Depreciações Provisões e Imparidades contas receber Outros Gastos Resultados Segmentais (470) - Réditos da Empresa não Imputados Gastos da Empresa não Imputados Resultados Operacionais Resultados Financeiros Resultados antes de items extraordionários, impostos e interesses minoritários Imposto sobre o Rendimento Interesses Minoritários RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (53) (16) 251 373 205 4.484 - (1.793) (1.782) (3.070) (2.411) 944 (624) - - (487) 69 506 390 - - (3.899) (4.358) 158.675 90.591 70.458 27.995 442.871 367.287 20.360 (18.677) (817) (1.575) 9.110 (12.182) - - 700.657 453.438 331 OUTRAS INFORMAÇÕES Activos do Segmento (1) Activo corrente 350.567 306.663 72.994 74.326 2.266.992 1.902.346 25.024 108.358 11.458 10.743 258.927 350.458 -397.899 -602.806 2.588.063 2.150.088 Activo fixo (2) 805.993 826.173 615.479 584.798 1.246.908 1.314.093 247.480 191.977 24.430 26.622 2.256 4.254 0 -4.614 2.942.546 2.943.303 68.849 58.305 5.666 7.948 73.584 70.153 1.383 338 - - 122.769 1.155 -124.098 0 148.153 137.899 64.096 82.318 23.504 42.201 158.636 136.630 258 151 13.057 13.004 14.928 11.982 -18.968 -25.195 255.510 261.091 1.289.505 1.273.459 717.643 709.273 3.746.120 3.423.222 274.145 300.824 48.945 50.369 398.880 367.849 -540.965 -632.615 5.934.272 5.492.381 192.408 126.251 183.925 363.641 1.668.873 1.681.675 27.490 87.486 349.808 Investimento Financeiro-Partic. capital (3) Outro Activo não corrente Activos da Empresa não Imputados Activos Totais Consolidados Passivos do segmento Passivo corrente 9.093 245.750 9.181 8.963 11.515 10.491 48.842 48.473 0 0 955 1.235 29.995 1.978 -27.777 -563 72.711 70.577 595.390 635.133 343.072 214.489 616.786 520.586 5.638 3.332 39.164 42.178 63.194 174.036 -123.080 -112.439 1.540.164 1.477.315 796.979 770.347 538.512 588.621 2.334.501 2.250.734 33.128 90.818 47.327 52.506 338.939 525.822 -540.965 -632.615 3.548.421 3.646.233 Provisões Outro Passivo não corrente 7.208 -390.108 -519.613 1.935.546 2.098.341 Passivos da Empresa não Imputados (1) Quantia líquida. (2) Em Imobilizações Corpóreas e Incorpóreas. (3) Pelo Método da Equivalência Patrimonial. (4) Durante o exercício económico. Segmentos geográficos O rédito das vendas e das prestações de serviços e os activos totais para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 respeitam essencialmente à actividade desenvolvida em Portugal. A actividade de exploração e produção é essencialmente desenvolvida em Angola. Adicionalmente, existe uma componente da actividade localizada em Espanha, respeitante a actividade de distribuição e comercialização de combustíveis, cujo rédito das vendas e prestações de serviços e os activos totais para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 são como segue: Área Geográfica Rédito das vendas e prestações de serviços 2005 Espanha 2.243.489 2004 1.762.309 Activos totais 2005 722.668 2004 552.684 9. RENDIMENTOS E GASTOS FINANCEIROS O detalhe do valor apurado relativamente a rendimentos e gastos financeiros para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 é como segue: 2005 2004 Rendimentos financeiros: Juros de depósitos bancários Outros proveitos financeiros Juros obtidos relativos a empresas relacionadas (Nota 29) 5.033 86 3.837 8.956 3.404 2.660 5.156 11.220 (41.477) 1.905 (6.353) (14.034) (2.059) (62.018) (46.312) 1.844 (6.190) (16.573) (505) (67.736) Gastos financeiros Juros de empréstimos e descobertos bancários Juros capitalizados nos activos fixos Securitização Outros custos financeiros Juros suportados relativos a empresas relacionadas (Nota 29) 332 De acordo com a Nota 2.14 a política do grupo é capitalizar nos activos fixos tangíveis e intangíveis em construção os juros suportados com a obtenção de empréstimos. A percentagem de capitalização dos juros suportados é proporcional ao montante do investimento efectuado, de acordo com o preconizado no normativo dos custos dos empréstimos obtidos. Durante o exercício findo e 31 de Dezembro de 2005, o Grupo procedeu à capitalização na rubrica de imobilizado em curso, o montante de mEuros 1.905, relacionados com encargos financeiros incorridos com empréstimos para financiamento de investimentos em activos fixos tangíveis e intangíveis durante o seu período de construção. 333 10. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO As empresas do Grupo com sede em Portugal Continental passaram, a partir de 31 de Dezembro de 2001, a ser tributadas através do regime especial de tributação de grupos de sociedades, sendo o resultado fiscal apurado na Galp Energia, SGPS, S.A., com excepção das seguintes empresas: Beiragás - Companhia de Gás das Beiras, S.A.; Duriensegás – Sociedade de Distribuição de Gás Natural do Douro, S.A.; Lusitaniagás - Companhia de Gás do Centro, S.A.; Gasoduto de Campo Maior - Leiria - Braga, S.A.; Gasoduto Braga - Tuy, S.A..; Galp Exploração e Produção Petrolífera, Lda.; Sacor Marítima, S.A.; S.M. Internacional – Transportes Marítimos, LDA.; Gasmar – Transportes Marítimos, LDA.; TRIPUL – Sociedade de Gestão de Navios, LDA.; CLCM – Companhia Logística de Combustíveis da Madeira, S.A.; CLC – Companhia Logística de Combustíveis, SA; Galp Madeira - Distribuição e Comercialização de Combustíveis e Lubrificantes, Lda.; Galp Açores – Distribuição e Comercialização de Combustíveis e Lubrificantes, Lda.; SAAGA – Sociedade Açoreana de Armazenagem de Gás, SA; Combustíveis Líquidos, Lda; Gasinsular – Combustíveis do Atlântico, S.A..; Sempre a Postos - Produtos Alimentares e Utilidades, Lda.; Sopor – Sociedade Distribuidora de Combustíveis, S.A.; Caiageste – Gestão de Áreas de Serviços, Lda; Probigalp – Ligantes Betuminosos, S.A.; Blue Flag Navigation – Transportes Náuticos, Lda; FastAcess – Operações e Serviços de Comércio Electrónico, S.A.; A.S.A. – Abastecimento e Serviços de Aviação, Lda; Carriço Cogeração – Sociedade de Geração de Electricidadade e Calor, S.A.; Powercer – Sociedade de Cogeração de Vialonga, S.A. Contudo, a estimativa de imposto sobre o rendimento da Empresa e suas subsidiárias é registado com base nos seus resultados fiscais que no exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 representa um imposto a pagar no montante de mEuros 53.534. As seguintes situações podem afectar os impostos sobre os lucros a pagar no futuro: i) De acordo com a legislação em vigor, as declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção por parte das autoridades fiscais durante um período de quatro anos (dez anos para a Segurança Social até 2000, inclusive, e cinco anos a partir de 2001) excepto quando tenham havido prejuízos fiscais, tenham sido concedidos benefícios fiscais, ou estejam em curso inspecções, reclamações ou impugnações, casos estes em que, dependendo das circunstâncias, os prazos são prolongados ou suspensos. Verificou-se durante o exercício de 2001, a ocorrência de uma inspecção por parte das autoridades fiscais apresentadas pela Petrogal cujas propostas de correcção se encontram resumidas no ponto ii) abaixo. Adicionalmente, no decurso do exercício de 2004, as declarações fiscais da Petrogal dos exercícios de 2000 a 2002 foram objecto de uma inspecção por parte das autoridades fiscais, cujas propostas de correcção encontram-se resumidas no ponto iii) abaixo. As declarações fiscais das empresas do Grupo relativas aos exercícios de 2002 a 2005 poderão vir ainda a ser sujeitas a revisão. A administração da Galp considera que, as correcções resultantes de revisões/inspecções por parte das autoridades fiscais àquelas declarações de impostos não terão um efeito significativo nas demonstrações financeiras consolidadas em 31 Dezembro de 2005. ii) Conforme mencionado no ponto i) acima, ocorreu durante o exercício de 2001, uma inspecção das autoridades fiscais às declarações de IRC dos exercícios de 1997, 1998 e 1999 da qual resultaram propostas de correcção à matéria colectável comunicada pela Petrogal nos montantes de mEuros 68, mEuros 429 e m Euros 3.361, respectivamente. Por não concordar com as mesmas, a Petrogal apresentou reclamações graciosas para os exercícios de 1998 e 1999, contestando as correcções proferidas pelas autoridades fiscais, sendo convicção da Administração da Petrogal que os fundamentos apresentados naquelas reclamações são válidos. Em consequência, as demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2005, não incluem qualquer provisão para fazer face a estas contingências. 334 iii) A Administração do Grupo entende que as correcções resultantes de revisões/inspecções por parte das autoridades fiscais àquelas declarações de impostos não terão um efeito significativo nas demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2005. iv) Conforme mencionado no ponto i) acima, ocorreu durante o exercício de 2004, uma inspecção das autoridades fiscais às declarações de IRC dos exercícios de 2000, 2001 e 2002 da qual resultaram propostas de correcção à material colectável comunicada pela Petrogal nos montantes de mEuros 740, mEuros 10.806 e mEuros 2.479, respectivamente e que até à presente data originaram liquidações adicionais de IRC no montante de mEuros 11.865 (do qual mEuros 8.371 liquidados em Janeiro de 2006), que se encontram totalmente pagas. Todavia, até à presente data, a Petrogal continua a aguardar a emissão de outras liquidações referentes às correcções supracitadas. Nessa medida, e atendendo ao princípio da prudência, a Petrogal procedeu à constituição de uma provisão para fazer face às referidas liquidações no montante de mEuros 3.677 (Nota 26). Adicionalmente, no decurso do exercício de 2005 a Petrogal constituiu um acréscimo de custos no montante de mEuros 1.261 relativo a juros compensatórios. Por discordar parcialmente das liquidações às quais estava sujeita, a Petrogal irá apresentar reclamações graciosas relativamente às mesmas. v) Nos termos da legislação em vigor, os prejuízos fiscais são reportáveis durante um período de seis anos após a sua ocorrência e susceptíveis de dedução a lucros fiscais gerados durante esse período. No que refere aos prejuízos fiscais das empresas do grupo com sede em território espanhol, o período de reporte dos prejuízos fiscais é de 10 exercícios. Em 31 de Dezembro de 2005, os prejuízos fiscais reportáveis ascendiam a aproximadamente mEuros 42.064. O Grupo entendeu registar impostos diferidos activos por prejuízos fiscais reportáveis apenas para as subsidiárias em que existem perspectivas seguras de recuperação. Assim sendo, o Grupo apenas registou mEuros 9.084 de imposto diferido. Prejuízos Fiscais Montante Ano limite Contabilizado de utilização ID Activo Gerados no exercício de 1997 1.121 2007 Gerados no exercício de 2000 11.906 2006 55 Gerados no exercício de 2000 12.628 2010 4.420 Gerados no exercício de 2001 3.954 2007 - Gerados no exercício de 2002 59 2008 - Gerados no exercício de 2003 62 2009 - Gerados no exercício de 2003 1.422 2013 498 Gerados no exercício de 2004 286 2010 - Gerados no exercício de 2004 2.575 2014 302 8.051 2015 3.417 Gerados no exercício de 2005 42.064 392 9.084 vi) De acordo com a legislação fiscal em vigor, os ganhos e perdas resultantes da apropriação de resultados de empresas do grupo e associadas pelo método da equivalência patrimonial não são considerados rendimentos ou gastos, respectivamente, para efeitos de tributação em sede de IRC, no exercício em que são reconhecidos contabilisticamente, sendo tributados os dividendos no exercício em que são atribuídos. Não foram registados impostos diferidos passivos relacionados com lucros não distribuídos pelas subsidiárias. 335 Os impostos sobre o rendimento reconhecidos nos períodos de 12 meses findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 são detalhados como segue: Imposto Corrente Excesso estimativa imposto ano anterior Imposto Diferido 2005 140.057 (8.124) 56.903 188.836 2004 121.503 (6.529) 30.812 145.786 Seguidamente, apresenta-se a reconciliação do imposto do exercício sobre o rendimento dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 31 de Dezembro de 2004 e o detalhe dos impostos diferidos: 2005 Resultado Antes de Impostos de acordo com o normativo IFRS/IAS: Ajustamento para o normativo POC Resultado Antes de Impostos de acordo com o normativo POC (Reexpresso) Ajustamento para efeitos fiscais (efeito cumulativo) Resultado para efeitos fiscais antes de impostos 2004 893.392 (334.046) 559.346 872.664 1.432.010 603.582 (160.515) 443.067 650.008 1.093.075 93.480 7.386 13.498 34.166 276.377 95.075 6.721 18.780 20.136 40.942 (61.614) (8.720) (911.542) (345.122) (62.266) (6.655) (674.735) (49.481) (4.725) (2.885) Matéria Colectável 525.194 478.707 IRC Liquidado Derrama Tributações autónomas 128.296 11.275 486 111.037 9.703 763 Estimativa de imposto corrente do exercício 140.057 121.503 Imposto diferido e excesso de estimativa do exercício Imposto sobre o rendimento Taxa efectiva de imposto 48.779 188.836 21,14% 24.283 145.786 24,15% Acréscimos à matéria colectável Provisões não aceites fiscalmente Amortizações não aceites fiscalmente Realizações de utilidade social não dedutíveis Acréscimos Eq Patrimonial Outros Acréscimos Acréscimos à matéria colectável Redução de provisões tributadas Excesso de estimativa impostos Decréscimos Eq Patrimonial Outras deduções Dedução de prejuízos fiscais (resultados negativos para efeitos fiscias ) De acordo com o artigo 15º do Decreto-lei n.º35/2005 de 17 de Fevereiro, para efeitos fiscais, nomeadamente de apuramento do lucro tributável, as entidades que elaborem as contas em conformidade com as Normas Internacionais de Contabilidade são obrigadas a manter a contabilidade organizada de acordo com a normalização contabilística em Portugal e demais disposições legais em vigor para o respectivo sector de actividade. Imposto diferido 336 Impostos diferidos 2005 Activos Reavaliações contabilísticas Provisões não aceites fiscalmente Prejuízos fiscais reportáveis Benefícios de pensões Ajustamentos em acréscimos e diferimentos Mais valias reinvestidas Ajustamentos LIFO/FIFO Instrumentos financeiros Ajustamentos em activos tangíveis e intangíveis Dupla tributação económica Outros 49.911 9.084 54.284 11.801 1.138 26.237 4.952 1.517 158.924 Passivos 5.898 5.500 1.876 110.263 8.738 132.275 Impostos diferidos 2004 Activos POC Passivos AJE Reexpresso IFRS/IAS 1.086 33.545 282 5.667 50.506 4.372 12.480 2.875 2.875 25.160 28.689 927 4.300 34.702 138.062 32.459 5.385 50.506 8.108 3.529 3.373 103.360 Impostos Diferidos 2005 Activos Saldo Inicial POC 7.312 5.061 1.113 1.398 14.884 AJE 38.027 997 39.024 Reexpresso IFRS/IAS 7.312 5.061 1.113 38.027 997 1.398 53.908 Impostos Diferidos 2004 Passivos Activos 138.062 53.908 Passivos 131.522 17.712 Efeito em resultados: Reavaliações contabilísticas - (1.414) - (1.726) 16.366 - 13.126 - Prejuízos fiscais reportáveis 3.417 - (335) - Benefícios de pensões 3.778 439 - - (679) - - 385 - 763 - (190) Ajustamentos LIFO/FIFO - 72.236 - 38.800 Instrumentos financeiros (1.737) (997) - (636) Ajustamentos em activos tangíveis e intangíveis (2.453) - (4.979) - Dupla tributação económica Outros 4.952 (2.182) 7.340 (2.428) (437) 21.463 78.367 5.384 36.196 (602) - 1.156 - - - - - 158.923 132.275 138.062 53.908 Provisões não aceites fiscalmente Ajustamentos em acréscimos e diferimentos Mais valias reinvestidas Efeito em Capital próprio: Derivados financeiros Outros Saldo Final 11. RESULTADOS POR ACÇÃO O resultado por acção em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 foi o seguinte: RESULTADOS POR ACÇÃO 2005 2004 Resultados Resultados para efeito de cálculo do resultado líquido por acção (resultado líquido do exercício) 700.657 453.438 165.850.127 165.850.127 4,22 2,73 Número de acções Número médio ponderado de acções para efeito de cálculo do resultado líquido por acção (nota 20) Resultado por acção básico (valores em Euros): 337 Pelo facto de não existirem situações que originam diluição, o resultado líquido por acção diluído é igual ao resultado líquido por acção básico. 12. GOODWILL A diferença entre os montantes pagos na aquisição de participações e o justo valor dos capitais próprios das empresas adquiridas era, em 31 de Dezembro de 2005, conforme segue: Proporção dos capitais próprios adquiridos à data de aquisição Subsidiárias Petroleos de Valencia, S.A. Galpgest - Petrogal Estaciones de Servicio, S.A. Transgás-Sociedade Portuguesa de Gás Natural, S.A. Gasinsular - Combustíveis do Atlântico, S.A. Saaga - Sociedade Açoreana de Armazenagem. de Gás, S.A. Lusitaniagás-Companhia Gás do Centro, S.A. Beiragás-Companhia de gás das Beiras S.A. Ao Sol - Energias Renováveis, Lda (b) Agua Solar-Serviços de Energia Solar, S.A. (b) Ano de Aquisição 2005 2003 a) 2005 2005 2002 e 2003 2003 2000 2001 Custo de Aquisição 13.937 16.290 a) 50 858 365 55 115 45 % 100,00% 100,00% a) 100,00% 67,65% 0,871% 0,48% 100,00% 90,00% Montante 6.099 9.494 a) (353) 580 207 51 11 24 Diferenças de Consolidação 2005 7.838 6.795 5.063 403 278 99 4 20.480 2004 6.795 5.063 99 4 11.961 a) Este montante resulta de ajustamentos efectuados (para efeitos de preparação e apresentação das demonstrações financeiras consolidadas do Grupo Galp) nas demonstrações financeiras originais consolidadas da Petrogal - Petróleos de Portugal, S.A. e GDP S.G.P.S., S.A., pelo reconhecimento da diferença de consolidação no activo correspondente à diferença entre o custo de aquisição desta participação e os respectivos capitais próprios, na data da sua aquisição. b) Estas diferenças de consolidação foram reconhecidas na totalidade em 2005 resultado da alienação da Ao Sol, S.A. e da dissolução da Água Solar – Serviços de Energia Solar, S.A. (Nota 3). O Goodwill originado em aquisições anteriores à data de transição para IFRS, encontra-se registado tal como referido na Nota Nota 2.2. d)). O movimento do Goodwill durante o ano de 2005 e 2004 é apresentado como se segue: Saldo em 1 de Janeiro de 2004 Abates Aumento devido a aquisição de filial Goodwill 12.131 (1.606) 1.436 Saldo em 1 de Janeiro de 2005 Aumento devido a aquisição de filial 11.961 8.519 Saldo em 31 de Dezembro de 2005 20.480 No decurso do exercício findo em 31 de Dezembro de 2005, ocorreu um aumento do goodwill registado no montante de mEuros 8.519, que resultou da aquisição das seguintes participações financeiras: A subsidiária Galp Energia Espanã, S.A., adquiriu em Fevereiro de 2005 100% do capital da Petróleos de Valência, S.A. Sociedad Unipersonal cuja a actividade é o deposito, armazenamento e distribuição de produtos petrolíferos e produtos químicos, seus derivados e subprodutos, pelo montante de mEuros 13.937, gerando um goodwill no montante de mEuros 7.838. A subsidiária Galp Madeira - Distribuição e Comercialização de Combustíveis e Lubrificantes, Lda. , adquiriu em Maio de 2005 100% do capital da Gasinsular Combustíveis do Atlântico, S.A. cuja a actividade principal é a distribuição, armazenagem, transporte e comercialização de combustíveis líquidos e gasosos, óleos base, lubrificantes 338 e outros derivados do petróleo, pelo montante de mEuros 50, gerando um goodwill no montante de mEuros 403. A subsidiária Galp Açores - Distribuição e Comercialização de Combustíveis e Lubrificantes, Lda., adquiriu no decurso do exercício de 2005 12,17% de participação da empresa Saaga – Sociedade Açoreana de Armazenagem de Gás, S.A. pelo valor de mEuros 858, tendo gerado um Goodwill de mEuros 278. Durante o ano de 2005, o Grupo adquiriu os restantes 10% da participação financeira na Empresa Natgás ao Estado Português, originando Goodwill de mEuros 306, o qual foi abatido no exercício aquando da liquidação da Empresa (Nota 3). 13. ACTIVOS FIXOS TANGÍVEIS E INTANGÍVEIS Activos fixos tangíveis: Activos fixos tangíveis Terrenos e recursos naturais Edificios e outras Equipamento Ferramentas e Equipamento utensílios Administrativo construções Equipamento básico de transporte Taras e vasilhame Outras activos tangíveis Activos Adiantamentos por tangíveis em conta de activos curso tangíveis Total de activos fixos tangíveis Custo de aquisição: Saldo em 1 de Janeiro de 2004 POC 96.168 695.196 Ajustamentos IFRS/IAS (Nota 33) (20.717) (13.557) (656.818) (789) (10) (4.975) (12.261) (1.653) (123.968) - (834.748) Saldo em 1 de Janeiro de 2004 (reexpresso) 239.761 660.992 3.874.206 31.737 4.978 109.166 136.572 94.515 571.228 6.221 5.729.376 Adições 260.478 674.549 4.531.024 32.526 4.988 114.141 148.833 6.564.124 184 5.606 25.627 1.238 240 1.995 1.908 4.984 2.533 301.574 (2.029) (21.317) (51.068) (3.360) (205) (3.845) (5.831) (21.093) (1.382) - (110.130) 3.690 23.596 417.301 1.722 (69) 9.358 7.561 1.202 (469.288) (4.483) (67) (2.398) (116.705) - (13) (83) - (2) 68.028 - (51.240) - 1.376 (2.352) - - - - - (31.853) - (32.829) Saldo em 1 de Janeiro de 2005 POC 262.325 680.929 4.915.688 32.297 4.960 121.639 159.996 81.132 471.835 4.271 6.735.072 Ajustamentos IFRS/IAS (Nota 33) (20.786) (13.074) (768.679) (960) (29) (5.048) (19.786) (1.526) (77.843) - (907.731) Saldo em 1 de Janeiro de 2005 241.539 667.855 4.147.009 31.337 4.931 116.591 140.210 79.606 393.992 4.271 5.827.341 Abates/alienações Regularizações e transferências Aumento/(diminuição) subsídios ao investimento Perda de imparidade Aumento/(diminuição) devido a alteração no perímetro de consolidação Adições Abates/alienações Regularizações e transferências Imparidades Aumento/(diminuição) subsídios ao investimento Saldo em 31 de Dezembro de 2005 antes de imparidades dedução imparidades acumuladas Saldo em 31 de Dezembro de 2005 - 20.725 11.249 1.442 162 2.820 223 257.259 6.221 - (9.410) 528 550 983 6.671 17.613 672 385 1.720 472 3.000 226.533 79.250 337.299 (970) (18.399) (64.671) (5.823) (179) (2.011) (1.831) (2.199) (2.213) (80.406) (178.702) 37.699 (277.406) (805) (14.247) 2.102 46.895 178.353 183 118 11.581 6.126 18.606 (3.267) (6.281) (11.022) (120) - (4.181) - (538) - - (25.409) (238) 487 (12.388) - - 1 - - (6.046) - (18.184) 27.811 5.417 130.702 145.200 246.847 99.541 367.263 (6.698) (6.281) (25.833) (120) - (4.181) - (538) (31.853) - (75.504) 240.149 724.234 717.953 4.291.976 4.266.143 27.691 5.417 126.521 145.200 99.003 335.410 2.310 2.310 6.041.301 5.965.797 3.282.536 Amortizações e perdas por imparidade acumuladas: Saldo em 1 de Janeiro de 2004 POC 6.394 357.015 2.599.510 26.567 4.524 95.545 126.454 66.527 - - Ajustamentos IFRS/IAS (Nota 33) (1.225) (3.348) (182.266) (585) (9) (3.849) (6.966) (1.376) - - (199.624) Saldo em 1 de Janeiro de 2004 (reexpresso) 5.169 353.667 2.417.244 25.982 4.515 91.696 119.488 65.151 - - 3.082.912 Amortização dos bens 1.113 24.022 195.065 3.828 224 10.243 7.289 5.230 - - 247.014 Aumento/(diminuição) subsídios ao investimento - (100) (9.630) - (2) (67) - - - - (9.799) 1.113 23.922 185.435 3.828 222 10.176 7.289 5.230 - - 237.215 - (15.437) (47.935) (2.930) (203) (3.746) (5.824) (20.966) - - (97.041) Regularizações - 3.377 (1.605) 285 (27) 282 486 (475) - - 2.323 Perda de imparidade - - - - - - - - - - - Saldo em 1 de Janeiro de 2005 POC 7.937 366.750 2.752.470 27.801 4.523 102.763 131.028 50.139 - 3.443.411 Ajustamentos IFRS/IAS (Nota 33) (1.655) (1.221) (199.331) (636) (16) (4.355) (9.589) (1.199) - - (218.002) Saldo em 1 de Janeiro de 2005 6.282 365.529 2.553.139 27.165 4.507 98.408 121.439 48.940 - - 3.225.409 Amortização do exercício Abates/alienações Aumento/(diminuição) devido a alteração no perímetro de consolidação Amortização dos bens Aumento/(diminuição) subsídios ao investimento Amortização do exercício - 8.724 6.195 1.377 109 2.353 157 195 - - 19.110 1.579 28.878 227.039 2.191 283 10.003 6.888 6.845 - - 283.706 - - - (28.383) (424) (2) (31) (5) 2.191 281 9.972 6.883 6.845 - - 255.323 (5.476) (169) (2.016) (1.825) (1.444) - - (81.303) (242) 2.446 (2.459) (87) (1) 1.166 (38) 365 - - 1.150 (5) (3.141) (3.140) (93) - (1.959) - (326) - - (8.664) Diminuição devido a venda de filial - - - - - - - - - - - Reclassificação de activos como disp. para venda - - - - - - - - - - - 7.195 395.489 2.695.708 25.170 4.727 109.883 126.616 3.419.689 Regularizações Perda de imparidade Saldo em 31 de Dezembro de 2005 antes de imparidades 199.645 - (60.812) - 28.351 (27.394) (9.561) Abates/alienações 1.155 (527) 54.901 - - (5) (3.141) (3.140) (93) - (1.959) - (326) - - (8.664) 7.190 392.348 2.692.568 25.077 4.727 107.924 126.616 54.575 - - 3.411.025 em 31 de Dezembro de 2005 232.959 325.605 1.573.575 2.614 690 18.597 18.584 44.428 335.410 2.310 2.554.772 em 31 de Dezembro de 2004 235.257 302.326 1.593.870 4.172 424 18.183 18.771 30.666 393.992 4.271 2.601.932 dedução imparidades acumuladas Saldo em 31 de Dezembro de 2005 Valor líquido: Os activos fixos tangíveis estão registados de acordo com a política contabilística definida na nota 2.3. As taxas de amortização que estão a ser aplicadas constam na mesma nota. 339 Os subsídios atribuídos ao Grupo, a fundo perdido, para financiamento de activos tangíveis e activos intangíveis (reconversões) são registados no activo, como dedução aos respectivos bens, e reconhecidos na demonstração dos resultados consolidados, como dedução às amortizações do exercício, proporcionalmente às amortizações respectivas dos activos subsidiados, conforme explicado na nota 2.8. 340 Activos fixos intangíveis: Activos fixos intangíveis Despesas Despesas de Investigação e de instalação desenvolvimento Propriedade industrial e outros direitos Adiantamentos a fornecedores de Activos activos Total de activos intangíveis em intangíveis intangíveis curso Reconv. de consumos para gás natural Trespasses Custo de aquisição: Saldo em 1 de Janeiro de 2004 POC Ajustamentos IFRS/IAS (Nota 33) Saldo em 1 de Janeiro de 2004 antes de imparidades dedução imparidades acumuladas Saldo em 1 de Janeiro de 2004 (reexpresso) 49.753 8.309 233.321 25.429 267.312 37.706 184 (45.415) 1.474 122.699 (116) (80.008) (8.419) - 4.338 9.783 358.828 25.313 187.304 29.287 184 622.014 (9.785) 615.037 - - (2.808) - - - - (2.808) 4.338 9.783 356.020 25.313 187.304 29.287 184 612.229 Adições 514 244 2.360 5.877 307 33.961 100 43.363 Abates/alienações (31) (107) (13.525) (37) - (45) - (13.745) Regularizações e transferências 21 (9.075) (129.348) - 34.465 (39.956) - (143.893) Aumento/(diminuição) subsídios ao investimento - 477 - - (16.445) 244 - (15.724) Perda de imparidade - - 1.525 - - - - 1.525 37.447 7.771 230.002 30.323 294.847 29.934 284 630.608 Ajustamentos IFRS/IAS (Nota 33) (32.605) (6.449) (12.970) 830 (89.216) (6.443) - (146.853) Saldo em 1 de Janeiro de 2005 4.842 1.322 217.032 31.153 205.631 23.491 284 483.755 Aumento/(diminuição) devido a alteração no perímetro de consolidação 825 27 148 - - - (184) 816 Adições 121 511 8.482 1.019 - 48.315 - 58.448 (1.524) (438) (16.744) (5.250) - - - (23.956) 104 1.114 39.813 (609) 20.855 (29.047) - 32.230 Aumento/(diminuição) subsídios ao investimento - 429 - - (3.568) (331) - (3.470) Perda de imparidade - (1) (7.598) - - - - (7.599) Aumento devido a aquisição de filial - - - - - - - - Diminuição devido a liquidação de filial - - - - - - - - Reclassificado de activos como disp. para venda - - - - - - - - 4.368 2.965 250.014 26.313 222.918 42.428 100 549.106 - (1) (8.881) - - - - (8.882) 4.368 2.964 241.133 26.313 222.918 42.428 100 540.224 178.245 Saldo em 1 de Janeiro de 2005 POC Abates/alienações Regularizações e transferências Saldo em 31 de Dezembro de 2005 (bruto) dedução imparidades acumuladas Saldo em 31 de Dezembro de 2005 Amortizações: Saldo em 1 de Janeiro de 2004 POC Ajustamentos IFRS/IAS (Nota 33) Saldo em 1 de Janeiro de 2004 (reexpresso) Amortização dos bens Aumento/(diminuição) subsídios ao investimento Amortização do exercício Abates/alienações Regularizações Perdas de imparidade 29.999 6.987 91.845 10.332 39.082 - - (27.529) (1.070) 31.826 (1.351) (10.972) - - (9.096) 2.470 5.917 123.671 8.981 28.110 - - 169.149 766 1.258 16.980 769 9.703 - - 29.476 - (8) - - (3.749) - - (3.757) 766 1.250 16.980 769 5.954 - - 25.719 (32) (105) (9.774) (254) - - - (10.165) (160) (6.673) (35.507) 4.351 7.631 - - (30.358) - - - - - - - - 22.521 5.986 101.027 14.204 51.943 - - 195.681 Ajustamentos IFRS/IAS (Nota 33) (19.477) (5.597) (5.657) (357) (10.248) - - (41.336) Saldo em 1 de Janeiro de 2005 3.044 389 95.370 13.847 41.695 - - 154.345 Saldo em 1 de Janeiro de 2005 POC Aumento/(diminuição) devido a alteração no perímetro de consolidação 464 22 92 - - - - 578 Amortização dos bens 728 1.959 19.397 171 10.056 - - 32.311 Aumento/(diminuição) subsídios ao investimento Amortização do exercicio - (503) - - (2.055) - - (2.558) 728 1.456 19.397 171 8.001 - - 29.753 Abates/alienações (679) (23) (16.358) (2.366) - - - (19.426) Regularizações (282) (751) 12.209 (678) (194) - - 10.304 - - (2.624) - - - - (2.624) 3.275 1.093 108.086 10.974 49.502 - - 172.930 em 31 de Dezembro de 2005 1.093 1.871 133.047 15.339 173.416 42.428 100 367.294 em 31 de Dezembro de 2004 1.798 933 121.662 17.306 163.936 23.491 284 329.410 Perda de imparidade Saldo em 31 de Dezembro de 2005 Valor líquido: Os activos fixos intangíveis estão registados de acordo com a política contabilística definida na nota 2.4. As respectivas taxas de amortização que estão a ser praticadas, encontram-se definidas na mesma nota. Principais incidências durante o ano de 2005: 341 Os aumentos do ano, verificados nas rubricas de activos fixos tangíveis e intangíveis, no montante de mEuros 429.175 incluem essencialmente: - Custos de exploração e desenvolvimento da actividade de exploração de petróleo bruto em Angola no Bloco 14, no montante de mEuros 66.122 e nos Blocos 32 e 33 nos montantes de mEuros 8.902 e mEuros 299, respectivamente; - mEuros 55.659 relativos à construção de infra-estruturas (redes, ramais, lotes e outras infra-estruturas) de gás natural; - mEuros 35.921 relativos à Unidade de Negócio do Retalho essencialmente em remodelação dos postos, lojas de conveniência, expansão de actividade e desenvolvimento do sistema de informação; - As Refinarias de Sines e Porto efectuaram investimentos totais no montante de mEuros 31.816 dos quais mEuros 9.891 são relativos a projectos de Conformidade, mEuros 7.239 relativos ao projecto de armazenagem e expedição de betumes, mEuros 2.443 relativos a substituição de tubagens e mEuros 2.308 relativos a revamping de unidades; - mEuros 25.959 relativo a investimentos na comparticipação em redes partilhadas e reconversão de consumos para gás natural; - A Unidade de GPL (Gás) realizou investimentos no montante de mEuros 13.560 em modernização de enchimento de garrafas nomeadamente para adaptação de redes, requalificação e aquisição de novas garrafas com o projecto do parque de Sines; - Construção do Centro Logístico de Combustíveis e da infra-estrutura de armazenagem e portuária na Madeira, no montante de mEuros 12.342; - mEuros 6.881 relativos a construção de infra-estruturas de armazenagem subterrânea. Durante o exercício de 2005 deu-se o início da actividade do centro Logístico de Combustíveis da Madeira, pelo que foi transferido de activos tangíveis em curso para activo fixo o montante de mEuros 56.485, o qual se encontra evidenciado na coluna de transferências e regularizações. No decurso do exercício de 2005 foram abatidos bens de natureza tangível e intangível, os quais se encontravam na sua maioria totalmente amortizados, como consequência da actualização do cadastro de activos levada a cabo neste exercício pela Petrogal. Em 31 de Dezembro de 2005, encontram-se constituidas imparidades de activos no montante de mEuros 73.098 relativo a ajustamentos ao valor dos activos imobilizados, os quais dizem respeito nomeadamente a: i) mEuros 31.853 para fazer face à imparidade do Bloco 33; ii) mEuros 19.637 para fazer face à imparidade de postos de abastecimento na rede de Espanha; iii) mEuros 8.895 para fazer face à imparidade de postos de abastecimento em Portugal; iv)mEuros 3.988 para fazer face à imparidade do parque de Aveiro; v) mEuros 3.585 para fazer face à imparidade do parque de Sacavém; vi) mEuros 1.626 para fazer face à descontinuação do software paycard; vii) mEuros 60 para fazer face à imparidade das redes de GPL. 342 Em 31 de Dezembro de 2005, os activos tangíveis afectos à actividade de exploração de petróleo bruto e respectivas amortizações acumuladas são como segue: Activos Fixos Tangíveis Custos de exploração e desenvolvimento relativos a áreas já em produção Bónus de assinatura de áreas já em produção Activo fixo em curso Valores brutos 144.118 993 210.725 355.836 Amortizações acumuladas Ajustamentos (75.600) (229) (75.829) Valores líquidos (33.321) (33.321) 68.518 764 177.404 246.686 A repartição dos activos fixos tangíveis e intangíveis em curso (incluindo adiantamentos por conta de activos fixos tangíveis e intangíveis, deduzido de subsídios), em 31 de Dezembro de 2005, é composto como se segue: Activo bruto Bloco A-IMI & Bloco 14 - Congo e Angola Armazenagem subterrânea de gás natural Subsidio ao investimento Activo líquido 144.419 83.651 Pesquisa de petróleo nos blocos 32 e 33 em Angola (inclui bónus de assinatura) Construção de ramais industriais, UAG's 34.454 Renovação e expansão da rede de postos de abastecimento 18.612 24.548 144.419 (37.143) 46.508 34.454 (7.207) 17.341 18.612 Pesquisa e exploração de petróleo e Gás natural no Brasil 16.630 16.630 Investimentos industriais afectos às refinarias Construção de infra-estruturas de redes e reconversões de gás natural 15.463 15.463 14.333 - Construção de redes e reconversões de gás natural no concelho de Sintra 5.985 - 5.985 Construção de redes e reconversões de gás natural no concelho de Cascais 5.944 - 5.944 Leixões - Tubagens na Refinaria do Porto 4.565 Construção de redes e reconversões de gás natural no concelho de Oeiras 3.795 Monobóia- Instalação e peças de Reserva 3.389 Estudos e licenciamentos - Refinaria do Porto 2.336 Construção de redes e reconversões de gás natural no concelho de Lisboa Construção de redes e reconversões de gás natural no concelho da Amadora 1.981 - 1.948 - 1.948 Construção de redes e reconversões de gás natural no concelho de Loures Comparticipação em redes partilhadas e Reconversão para Gás Natural 1.548 - 1.548 1.470 - 1.470 Construção de redes e reconversões de gás natural no concelho de Odivelas 1.323 - 1.323 Utilidades - rede electrica 10 kv - Refinaria de Sines 1.266 Construção de redes e reconversões de gás natural no concelho de Vila Franca de Xira 1.241 Central Eólica em Sines 1.233 1.233 34.464 34.464 Outros Projectos 424.598 14.333 4.565 - 3.795 3.389 2.336 1.981 1.266 - (44.350) 1.241 380.248 343 14. SUBSÍDIOS Em 31 de Dezembro de 2005 e 2004, os valores recebidos e por receber de subsídios era o seguinte: Programa Regen Valor recebido Programa Energia Valor recebido Interreg II Valor recebido Por receber Trans-Energy Valor recebido Por receber Protede Valor recebido Programa Operacional Economia Valor recebido Por receber Dessulfuração de Sines Valor recebido Por receber Dessulfuração do Porto Valor recebido Por receber Outros Valor recebido Total GDP PETROGAL OUTROS 2005 2004 79.361 79.361 - - 79.361 79.361 79.361 79.361 163.530 163.530 - - 163.530 163.530 163.126 163.126 143.069 143.069 - - 143.069 143.069 129.091 13.999 143.090 90.490 1.128 91.618 - - 90.490 1.128 91.618 90.439 3.969 94.408 19.708 19.708 - - 19.708 19.708 19.708 19.708 231.889 2.864 234.753 - 300 300 232.189 2.864 235.053 202.871 11.363 214.234 - 13.203 26.310 39.513 - 13.203 26.310 39.513 39.513 39.513 - 11.797 23.510 35.307 - 11.797 23.510 35.307 35.307 35.307 - 9.592 9.592 - 9.592 9.592 6.652 6.652 732.039 84.412 300 816.751 795.399 Estes subsídios, destinados ao Investimento, encontram-se a ser reconhecidos em resultados, conforme explicado na Nota 2.8, de acordo com o período de vida útil dos activos tangíveis e intangíveis respectivos, tendo sido reconhecido no exercício de 2005 o montante de mEuros 30.941 (Nota 13). 344 Adicionalmente, no exercício de 2005 foram recebidos subsídios no montante de mEuros 71.691. Do montante de mEuros 53.812 de subsídios por receber, que se encontra registado na rubrica de outras contas a receber, o montante de mEuros 49.820 respeita a subsídios a receber do Estado Português (Nota 15), resultante do “Acordo de Accionistas entre o Estado e a Petrocontrol sobre a compensação a fazer à Petrogal” datado de 21 de Dezembro de 1998, por investimentos relativos à dessulfuração de gasóleo nas refinarias de Sines e do Porto. O valor remanescente no montante de mEuros 3.992 é relativo a programas de incentivos a expansão da rede de gás Natural (Nota 15). 15. OUTRAS CONTAS A RECEBER A rubrica de outras contas a receber não correntes e correntes apresentava o seguinte detalhe em 31 de Dezembro de 2005 e 2004: 345 RUBRICAS Estado e outros entes públicos: IVA - Reembolsos solicitados Segurança social ISP Outros Empréstimos a empresas do Grupo (Nota 29) Empréstimos a empresas associadas (Nota 29) Empréstimos a empresas participadas (Nota 29) Empresas associadas - outros devedores (Nota 29) Empresas relacionadas - outros devedores (Nota 29) Empréstimos a empresas relacionadas (Nota 29) Outros empréstimos Estado Português (Nota 14) Adiantamentos a fornecedores Adiantamentos a fornecedores de imobilizado Subsídios a receber (Nota 14) Grupo EDP - Electricidade de Portugal Contrato de cessão de direitos de utilização de infra-estruturas de telecomunicações Empréstimo à Sonangol no âmbito do contrato de produção do Bloco 14 Pessoal Saldos devedores de fornecedores Depósitos de garantia e cauções Meios de pagamento Fundo pensões recuperação desembolso Agência tributária de Espanha Consorcio Petrobrás Fundo Regional de Abastecimento dos Açores Judi Serviços Organismos públicos Subscritores de capital Empréstimos a clientes Promoção cruzada dos pontos Galp com Sonae A.C.Cymbron- Entrega para aquisição de acções Imposto sobre produtos petroliferos Outros Acréscimos de proveitos: Vendas e prestações de serviços realizadas e não facturadas Juros a receber Venda de produtos acabados a facturar na rede de postos de abastecimentos Petróleo bruto Bloco 14 vendido e não facturado Swap Petróleo bruto Bloco 14 Rappel a receber sobre compras a efectuadas em 2004 Outros acréscimos de proveitos Custos diferidos: Despesas relativas a contratos de concessão de áreas de serviço Benefícios de reforma (Nota 24) Juros e outros encargos financeiros Custos com catalizadores Encargos com rendas pagas antecipadamente Custos com pessoal Custos plurienuais - manutenção de equipamento Seguros pagos antecipadamente Outros custos diferidos Imparidade de outras contas a receber Corrente 2005 Não corrente Corrente 2004 Não corrente 12.999 6 42 131 4.289 8 798 49.820 3.304 6.855 3.992 25.002 7.162 4.856 3.045 784 277 11.547 2.060 675 1.847 1.220 998 715 244 3.236 20.321 166.233 60.050 53 90 21.485 2.890 1.954 86.522 12.173 102 3.715 832 4.368 74.820 2.413 5.030 29.360 20.542 7.162 4.227 4.367 4.316 341 8.527 1.191 912 999 435 2.357 858 28.926 217.973 3.183 88.250 53 699 28.647 458 2.344 911 124.545 84.883 5.629 4.010 1.486 1.446 1.320 98.774 - 59.123 7.793 3.951 2.956 1.299 3.535 78.657 - 39.171 2.678 4.615 336 5.401 10.612 62.813 (5.303) 9.711 15 9.726 - 57.068 3.725 3.846 1.592 656 806 18.502 9.767 95.962 (3.514) 81 81 (1.830) 322.517 96.248 389.078 122.796 Seguidamente apresenta-se o movimento ocorrido na rubrica de imparidades de outras contas a receber, durante o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005 (Nota 7): 346 Rubricas Outras contas a receber Saldo inicial 5.344 5.344 Aumentos Diminuições 986 986 Utilização Variações de perímetro (481) (139) (407) (481) (139) (407) Saldo final 5.303 5.303 No âmbito do “Acordo de Accionistas entre o Estado e a Petrocontrol sobre a compensação a fazer à Petrogal” datado de 21 de Dezembro de 1998, a Petrogal em 31 de Dezembro de 2005 tem ainda direito a receber mEuros 49.820 do Ministério da Economia. Este montante destinase a subsidiar os investimentos efectuados pela Petrogal nas refinarias do Porto e Sines, relativos à dessulfuração de gasóleo. A contrapartida desta conta a receber, foi registada como dedução ao valor do Imobilizado (Nota 14). O valor a receber da EDP no montante de mEuros 25.002, inclui mEuros 17.984 correspondente ao exercício do direito potestativo de opção de venda de 217.055 acções da Oni SGPS, S.A., no exercício de 2003, no montante de mEuros 14.964 acrescido do montante de mEuros 3.020 relativos a juros. Esta conta a receber inclui ainda o montante de mEuros 7.018 respeitante ao saldo líquido dos créditos relativos a cobranças de electricidade efectuadas pelo Grupo GDP por conta da EDP e cobranças de gás efectuadas pela EDP por conta do Grupo GDP. A rubrica de meios de pagamento no montante de mEuros 11.547 diz respeito a valores a receber por vendas efectuadas através de cartões visa/multibanco, que à data de 31 de Dezembro de 2005 se encontravam pendentes de recebimento. O montante de mEuros 4.289 registado no activo relativo a empresas associadas refere-se a empresas que não foram consolidadas pelo método de integração global, incluindo essencialmente contas a receber da EMPL -Europe Maghreb Pipeline, Ltd O montante referente aos contratos de Cessão de Direitos de Utilização de Infra-estruturas de Telecomunicações, celebrado em 1 de Julho de 1999 por um período de 20 anos, encontra-se a ser recebido em prestações iguais anuais e sucessivas no valor unitário de mEuros 7.162 até 31 de Julho de 2009, sendo cada uma das prestações acrescida de juros à taxa de mercado. Os proveitos decorrentes deste contrato de cessão de direitos de utilização, encontram-se diferidos na rubrica de outras contas a pagar no passivo e são reconhecidos em resultados pelo método das quotas constantes durante o período dos contratos, que terminam em 1 de Junho de 2019. Durante o exercício findo em 31 de Dezembro de 2005, foram reconhecidos proveitos no montante de mEuros 497 (do qual o montante de mEuros 149 é relativo a juros). No decorrer deste exercício e do anterior a subsidiária Transgás – Sociedade Portuguesa de Gás Natural, S.A. não reconheceu proveitos e foi constituída uma provisão no montante de mEuros 5.835 (Nota 26) relativa a juros reconhecidos em proveitos em anos anteriores. O saldo dos proveitos diferidos, em 31 de Dezembro de 2005, por reconhecer em exercícios futuros é de mEuros 71.992 (Nota 25). O empréstimo à Sonangol no montante de mEuros 4.856 corresponde ao acordo contratual estabelecido entre todas as entidades que compõem a “Joint Venture” do Bloco 14. Este empréstimo encontra-se a ser amortizado através da apropriação pela Galp Exploração de parte da produção petrolífera no Bloco 14 correspondente à Sonangol. O montante de mEuros 3.992 registado na rubrica de subsídios a receber refere-se a recebimentos de subsídios referentes a programas de incentivo à expansão da rede de gás natural (Nota 14). 347 A rubrica de outros devedores – fundo de pensões – recuperação de desembolso no montante de mEuros 2.060 diz respeito aos valores a receber do BPI Pensões pelos montantes de pensões processados em Dezembro e ainda não reembolsados. O montante de mEuros 1.847 referente ao Consórcio Petrobrás diz respeito à comparticipação nas despesas desta entidade nos Blocos em que a Petrogal Brasil é operadora. O montante de mEuros 1.220, relativo à conta a receber do Fundo Regional de Abastecimento dos Açores, corresponde à compensação a receber pela Galp Açores no âmbito dos acordos estabelecidos com aquela entidade tendo em vista a venda de combustíveis por um determinado preço definido pelo Governo Autónomo daquela região. A rubrica de acréscimos de proveitos - vendas ainda não facturadas refere-se essencialmente à facturação de consumo de gás natural a emitir a clientes no mês seguinte. Do montante de mEuros 5.629 registado na rubrica de acréscimos de proveitos - juros a receber, o montante de mEuros 5.439 corresponde a juros de cessão de direitos de utilização de infra-estruturas a debitar a E3G-Telecomunicações S.A.. A rubrica de acréscimos de proveitos – venda de produtos acabados a facturar na rede de postos de abastecimento, no montante de mEuros 4.010 diz respeito a consumos efectuados no exercício de 2005 através do cartão Galp Frota e apenas facturados em 2006. Os montantes indicados em acréscimos de proveitos e em acréscimos de custos referentes aos swaps sobre “commodities”, destinam-se a cobrir transacções realizadas no mês de Dezembro de 2005, mas cujo fluxo monetário apenas se realiza no mês de Janeiro de 2006. Estas operações foram realizadas com a intenção de fazer um “alisamento” do preço do Brent, para as transacções de venda do bloco 14 durante o exercício económico de 2006, e uma vez que se trata de swaps indexados ao preço mensal do Brent, gera fluxos financeiros reais mensais, existindo a necessidade do reconhecimento do custo/proveito, no mês a que a operação de cobertura respeita. As despesas registadas em custos diferidos relativas a contratos de arrendamento de áreas de serviço são reconhecidas como custo durante o respectivo período de concessão, o qual varia entre 20 e 25 anos. 16. CLIENTES A rubrica de clientes, nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004, apresentava o seguinte detalhe: RUBRICAS 2005 2004 Clientes conta corrente Clientes de cobrança duvidosa Clientes - títulos a receber 877.160 65.297 6.085 948.542 660.661 75.782 4.011 740.454 Imparidades de contas a receber (50.179) (59.284) 898.363 681.170 348 No quadro seguinte apresenta-se o movimento ocorrido durante o ano de 2005 da rubrica de imparidades de contas a receber de clientes: Rubricas Saldo inicial Imparidade de contas a receber Ajustes Perímetro Utilização Saldo final Aumentos Diminuições 59.284 13.520 (5.902) (22.595) 5.872 50.179 59.284 13.520 (5.902) (22.595) 5.872 50.179 O aumento e diminuição da rubrica de imparidades de contas a receber de clientes no montante líquido de mEuros 7.618 foi reconhecido na rubrica de provisões e imparidades de contas a receber (Nota 7). 17. INVENTÁRIOS A rubrica de inventários apresentava o seguinte detalhe, nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004: 2005 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo: Petróleo bruto Outras matérias-primas Matérias-primas em trânsito Redução ao valor das matérias-primas, subsidiárias e de consumo Produtos acabados e intermédios: Produtos acabados Produtos intermédios Produtos acabados em trânsito Redução ao valor dos produtos acabados e intermédios Produtos e trabalhos em curso Mercadorias Redução ao valor das mercadorias Adiantamento por conta de compras 2004 149.691 37.793 84.329 271.813 (5.018) 266.795 130.795 27.693 86.420 244.908 (11.330) 233.578 426.311 232.423 16.527 675.261 (8) 675.253 318.404 139.324 721 458.449 (3.124) 455.325 328 45 253.476 (1.323) 252.153 144.967 (676) 144.291 4.828 3 1.199.357 833.242 Em 31 de Dezembro de 2005, a rubrica de mercadorias, no montante de mEuros 253.476, corresponde essencialmente ao gás natural que se encontra no gasoduto, e a existências da subsidiária Galp Energia España, S.A.. Em 31 de Dezembro de 2005, os valores relativos a existências à consignação (incluindo ISP), essencialmente do produto acabado, ascendiam a mEuros 28.996. Em 31 de Dezembro de 2005, as responsabilidades do Grupo perante concorrentes por reservas estratégicas, que só poderão ser satisfeitas através da entrega de produtos, 349 ascendiam a mEuros 330.595 e encontram-se registadas na rubrica adiantamentos por conta de vendas (Nota 25). Em Novembro de 2004, a Petrogal em conjunto com a Petrogal Trading Limited celebraram um contrato de compra, venda e permuta de crude por produtos acabados para constituição de reservas estratégicas, com a Entidade Gestora de Reservas Estratégicas de Produtos Petrolíferos, EPE (EGREP) ao abrigo do previsto no Decreto - Lei nº 339-D/2001, de Dezembro. No âmbito do contrato celebrado em 2004, o crude adquirido pela EGREP, o qual não se encontra registado nas demonstrações financeiras, encontra-se armazenado nas instalações da Petrogal, de uma forma não segregada e deverá permanecer armazenado de modo a que a EGREP o possa auditar, sempre que entender, em termos da quantidade e qualidade respectivas. De acordo com o referido contrato, a Petrogal obriga-se a permutar o crude vendido por produtos acabados quando a EGREP o exigir, recebendo por tal permuta um valor representativo da margem de refinação à data da permuta. No quadro seguinte apresenta-se detalhe da rubrica de inventários consumidos e vendidos durante o exercício de 2005: Matérias-primas, Mercadorias subsidiárias e de consumo Saldo inicial Compras Produção Regularizações Saldo final Custo da mercadoria vendida e da matéria consumida intermédios Produtos e trabalhos em curso acabados e Total 144.967 2.953.595 (27.908) 253.476 2.817.178 244.908 6.384.055 271.813 6.357.150 458.449 417.311 675.261 200.499 45 283 328 - 848.369 9.337.650 417.311 (27.625) 1.200.878 9.374.827 - - (203.185) - (203.185) (237) (6.197) (3.116) - (9.550) 2.816.941 6.350.953 (5.802) - 9.162.092 Variação de produção Imparidade de inventários Inventários consumidos e vendidos (nota 7) Produtos O movimento ocorrido nas rubricas de imparidades de inventários no período findo a 31 de Dezembro de 2005 foi o seguinte: Saldo inicial Rubricas Imparidades de matérias-primas, subsidiárias e de consu Imparidades de produtos acabados e intermédios Imparidades de mercadorias Variação no Aumentos Diminuições Utilizações Saldo final Perimetro 11.330 4.800 (10.997) (173) 58 5.018 3.124 2.327 (5.443) - - 8 676 6 (243) (3) 887 1.323 15.130 7.133 (16.683) (176) 945 6.349 350 O montante de diminuições de imparidades líquido de aumentos no montante de m Euros 9.550 foi registado por contrapartida da rubrica de gastos operacionais - inventários consumidos e vendidos da demonstração de resultados (Nota 7). 18. OUTROS INVESTIMENTOS FINANCEIROS Em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 a rubrica outros investimentos financeiros apresentava o seguinte detalhe: 2005 Instrumentos financeiros Depósitos a prazo 2004 2.177 8.014 10.191 3.532 15.807 19.339 O saldo final em 2005 e 2004 inclui o justo valor de derivados financeiros classificados como correntes no montante de mEuros 2.177 e mEuros 3.532 respectivamente (Nota 28). 19. CAIXA E SEUS EQUIVALENTES Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 a rubrica de caixa e seus equivalentes apresentava o seguinte detalhe: RUBRICAS 2005 2004 Numerário Depósitos à ordem Depósitos a prazo 7.167 122.158 28.310 16.245 149.960 61.054 Caixa e seus equivalentes no balanço 157.635 227.259 Outros investimentos correntes Descobertos bancários (Nota 23) 8.014 (72.015) 15.806 (175.297) 93.634 67.768 Caixa e seus equivalentes na demonstração de fluxos de caixa A rubrica de depósitos a prazo inclui diversas aplicações de excedentes de tesouraria de diversas Empresas do grupo, nomeadamente do Gasoduto de Campo Maior-Leiria-Braga, S.A., Galpgeste – Gestão de áreas de serviço, Lda., C.L.C. – Companhia Logística de Combustíveis, S.A., Gasoduto Braga-Tuy, S.A., Powercer – Sociedade de Cogeração da Vialonga, S.A., mEuros 6.620, mEuros 2.800, mEuros 1.950, mEuros 1.000, mEuros 1.000, respectivamente. Na demonstração de fluxos de caixa o saldo de caixa e seus equivalentes no início do período apresenta uma diferença de mEuros 16 em relação ao saldo em 31 de Dezembro de 2004, que resulta da entrada no perímetro de consolidação da Gasinsular - Combustíveis do Atlântico, S.A., Fast Access – Operações e Serviços de Informação e Comércio Electrónico, S.A., e outras (Nota 3). 20. CAPITAL SOCIAL A estrutura do capital social não sofreu nenhuma alteração durante o exercício que findou em 31 de Dezembro de 2005 relativamente ao ano de 2004. O capital social, integralmente subscrito e realizado, está representado por 165.850.127 acções de valor nominal de Euros 5 por acção, e está subdividido nas seguintes categorias de acções: 351 TIPO DE ACÇÕES 2005 2004 Acções Tipo A Acções Tipo B 8.000.000 157.850.127 8.000.000 157.850.127 Número total de acções 165.850.127 165.850.127 829.251 829.251 Valor nominal acções Às acções de categoria A estão associados alguns direitos especiais, nomeadamente: (i) Aprovar a eleição de três, quatro ou cinco membros do conselho de Administração, consoante este tenha, respectivamente, um total de onze, treze, ou mais membros; (ii) O direito de que determinadas deliberações não sejam aprovadas, contra a maioria dos votos que lhe correspondam. O capital da Empresa em 31 de Dezembro de 2005, encontrava-se totalmente subscrito e realizado e era detido pelas seguintes entidades: Eni Portugal Investment, S.p.a. Estado Português REN - Rede Eléctrica Nacional, S.A. EDP - Energias de Portugal, S.A. Parpública - Participações Públicas, SGPS, S.A. Iberdrola, S.A. Portgás - Sociedade de Produção e Distribuição de Gás, S.A. Setgás - Sociedade de Produção e Distribuição de Gás, S.A. 33,34% 17,72% 18,30% 14,27% 12,29% 4,00% 0,04% 0,04% 100,00% No decurso do exercício findo em 31 de Dezembro de 2005, o accionista Parpública – Participações Públicas (SGPS), S.A., adquiriu do accionista Estado, 13.373.134 acções da Galp Energia, passando a deter 20.388.309 acções representativas de 12,29% do capital social (Nota introdutória). No decurso do exercício findo em 31 de Dezembro de 2005, a Amorim Energia B.V. celebrou um contrato para compra de acções da Galp Energia, SGPS, S.A., detidas pela EDP – Energias de Portugal, S.A., representativas de 14,27% do capital, assegurando na mesma operação uma opção de compra de 18,3% do capital detido pela REN – Rede Eléctrica Nacional, S.A (Nota 33). Adicionalmente, em Janeiro de 2006 a Amorim Energia B.V., adquiriu à Portgás – Sociedade de Produção de Gás, S.A., a sua participação, no capital social da Empresa, representativa de 0,04% (Nota 33). 352 Desta forma os detentores do capital em 31 de Dezembro de 2005, não se encontram corrigidos pelos efeitos das operações acima referidas, uma vez que o registo da venda das acções entre as entidades supra referidas, apenas ocorreu, no final do mês de Janeiro de 2006. 21. OUTRAS RESERVAS De acordo com a legislação nacional, Código das Sociedades Comerciais, o grupo é obrigado a transferir para a rubrica de reservas legais, incluída na rubrica outras reservas, no capital próprio, no mínimo, 5% do lucro líquido apurado em cada exercício até que esta mesma atinja os 20% do capital social. A reserva legal não pode ser distribuída aos accionistas, podendo contudo, em determinadas circunstâncias, ser utilizada para aumentos de capital ou para absorver prejuízos depois de esgotadas todas as outras reservas. Em 2005 esta rubrica teve uma variação positiva no montante de mEuros 16.653, decorrente da aplicação de resultados do ano de 2004. Salientamos o facto deste montante ser inferior a 5% do resultado do exercício, do ano de 2004, apurado de acordo com as IFRS/IAS. Tal situação decorre do facto de se tratar de uma imposição legal nacional, devendo consequentemente a reserva legal ser apurada com base no resultado líquido do exercício de 2004 de acordo com o normativo nacional (Plano Oficial de Contabilidade), que no referido ano foi mEuros 333.064 (Nota 34). Esta rubrica pode ser detalhada da seguinte forma, para os períodos findos em 31 de Dezembro de 2005 e 2004: 2005 22. 2004 Reservas legais 56.949 40.296 Reservas livres 27.977 27.977 84.926 68.273 INTERESSES MINORITÁRIOS Em 31 de Dezembro de 2005 e 2004, o detalhe dos interesses minoritários incluídos no Capital Próprio, refere-se às seguintes empresas subsidiárias: 353 2005 Lusitaniagás - Companhia de Gás do Centro, S.A. Gasoduto de Campo Maior - Leiria - Braga, S.A. Beiragás - Companhia de Gás das Beiras, S.A. Gasoduto Braga - Tuy, S.A. Sopor - Sociedade Distribuidora de Combustíveis, S.A. Saaga - Sociedade Açoreana de Armazenagem. de Gás, S.A. Duriensegás - Soc. Distrib. de Gás Natural do Douro, S.A. Probigalp - Ligantes Betuminosos , S.A. Sempre a Postos - Produtos Alimentares e Utilidades, Lda. Carriço Cogeração Sociedade de Geração de Electricidade e Calor, S.A. Fast Access – Operações e Serviços de Informação e Comércio Electrónico, S.A. Petromar - Sociedade de Abastecimentos de Combustíveis, Lda Powercer - Sociedade de Cogeração da Vialonga, S.A. Gite - Galp International Trading Establishment Água Solar, S.A Galp Energia España, S.A. Natgás - Companhia Portuguesa de Gás Natural, S.A. Agran - Agroquímica de Angola, SARL Combustiveis Líquidos, Lda. Petrogal Guiné-Bissau, Lda Petrogás - Importação, Armazenagem e Distribuição de Gás, Lda CLCM - Companhia Logistica de Combustíveis da Madeira, S.A. (a) 2004 7.602 4.565 4.135 3.357 3.030 1.611 966 914 405 289 165 112 45 44 (8) (48) (160) (207) (2.172) 5.612 4.434 3.660 3.387 3.080 2.168 698 877 383 (150) (47) 38 (1) 45 80 (52) 24.645 24.082 (130) (a) Em 31 de Dezembro de 2005 esta subsidiária apresenta capitais próprios negativos. O Conselho de Administração desta subsidiária efectuou uma proposta de realização de prestações suplementares, acompanhada do reembolso de suprimentos no montante de mEuros 6.800 a ser efectuado pela totalidade dos accionistas na proporção do capital detido. Deste modo, o Grupo apenas reconheceu as perdas acumuladas na proporção do capital detido naquela subsidiária, motivo pelo qual os interesses minoritários apresentam um saldo devedor. 23. EMPRÉSTIMOS Detalhe dos empréstimos Em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 os empréstimos obtidos detalham-se, como se segue: 2005 Corrente Empréstimos bancários: Empréstimos internos Empréstimos externos Descobertos bancários (Nota 19) Linhas de crédito renováveis Outros empréstimos obtidos: IAPMEI 2004 Não Corrente Corrente Não Corrente 99.045 84.776 72.015 250 256.086 118.192 644.988 16.000 779.180 192.447 254.362 175.297 8.600 630.706 65.646 718.450 784.096 1.304 1.304 257.390 2.816 2.816 781.996 1.304 1.304 632.010 4.078 4.078 788.174 257.390 49.880 49.880 210.000 309.760 1.091.756 632.010 49.880 49.880 210.000 309.760 1.097.934 Empréstimos por obrigações: Emissão de 1997 - GDP, SGPS, S.A. Emissão de 1998 - Lisboagás, S.A. Emissão de 2003 - Galp Investment Fund Os empréstimos não correntes, em 31 de Dezembro de 2005 apresentavam o seguinte plano de reembolso previsto: 354 2007 2008 2009 2010 2011 e seguintes 162.120 285.324 78.242 79.599 487.457 1.092.742 Em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 a totalidade dos empréstimos obtidos encontram-se titulados em Euros, em Dólares dos Estados Unidos da América e em Meticais. As taxas de juro médias dos empréstimos e descobertos bancários suportadas pela empresa no ano de 2005 e 2004 foram 2,66% e 2,5% respectivamente. Caracterização dos principais empréstimos Seguidamente apresenta-se uma descrição sucinta dos principais empréstimos considerados nas rubricas apresentadas nos quadros anteriores: Empréstimos bancários Os principais empréstimos bancários a 31 de Dezembro de 2005, podem ser caracterizados como segue: BANCO Empresa Montante Global Divisa Início Termo Montante em dívida 230.000 USD 20-Dez-92 15-Dez-07 11.349 85.000 USD 13-Dez-02 06-Dez-07 5.834 6.310 Euros 31-Dez-02 30-Dez-08 3.786 Galp Energia 21.861 USD 14-Jun-04 06-Dez-07 12.354 B. EUROPEU INVESTIM. Petrogal SANTANDER/CPP Petrogal /Galp Energia IAPMEI Petrogal SANTANDER Sindicato Bancário CLC 64.101 Euros 15-Mar-07 6.051 BEI CLC 86.911 Euros 15-Set-08 20.827 Sindicato Bancário CLCM 58.000 Euros 20-Jul-05 15-Dez-23 58.000 B. EUROPEU INVESTIM. Lisboagás 80.000 Euros 20-Jun-00 15-Jun-20 80.000 B. EUROPEU INVESTIM. Lusitaniagás 54.868 Euros 28-Out-95 15-Mar-00 47.074 BES Beiragás 27.000 Euros 27-Dez-05 15-Dez-20 16.000 BES/INV Transgás Atlântico 29.475 Euros 13-Nov-00 15-Dez-25 29.475 B. EUROPEU INVESTIM. Transgás Atlântico 122.000 Euros 13-Nov-00 15-Dez-25 122.000 B. EUROPEU INVESTIM. Transgás S.A. 434.905 Euros 15-Dez-94 15-Set-16 386.595 CAIXA B. INVEST. (IAPMEI) Transgás S.A. 130 Euros 15-Mai-00 15-Mai-07 36 SANTANDER-NASSAU Gasoduto Braga-Tuy 8.900 Euros 31-Mar-02 30-Abr-07 8.900 1.309.461 808.281 Empréstimos obrigacionistas i) Emissão de 1997 – GDP – Gás de Portugal, SGPS, S.A. Em 25 de Junho de 1997 a GDP – Gás de Portugal, SGPS, S.A. procedeu à emissão de Obrigações no montante de mEuros 49.880, ao par, destinadas a subscrição privada, as quais foram integralmente subscritas e realizadas. 355 O reembolso do empréstimo será efectuado ao valor nominal e de uma só vez, no final do prazo de emissão que é de dez anos. Poderá, no entanto, ser efectuado o reembolso antecipado do empréstimo por iniciativa do emitente (Call Option), total ou parcialmente. No caso do reembolso parcial este será feito por redução ao valor nominal, em qualquer data de pagamento de juros a partir do 6º cupão. Neste caso, haverá lugar a um prémio de reembolso sobre o valor nominal reembolsado antecipadamente. Deixando o Estado Português de deter, directa ou indirectamente, a maioria do capital social da GDP e/ou no caso da GDP deixar de deter, directa ou indirectamente, alguma participação de domínio que, à data de emissão do empréstimo, detenha no capital social das empresas do seu Grupo que tenham por objecto social a distribuição de gás canalizado, os obrigacionistas poderão exigir o reembolso antecipado das obrigações. Este empréstimo vence juros semestral e postecipadamente, a uma taxa indexada à taxa “Euribor a 6 meses”, adicionada de 0,075%, arredondada para o 1/16 de ponto percentual igual ou imediatamente superior. Esta Emissão foi liderada pelo Banco Millenium BCP Investimentos (ex-CISF) e Banco Português de Investimento, tendo a sua colocação sido garantida por um Sindicato Bancário constituído pelas seguintes Instituições Bancárias: Instituições Financeiras Millennium BCP Investimentos (ex-CISF) Banco Português de Investimento Caixa Banco de Investimento (ex-Banco Chemical Finance) Caixa Geral de Depósitos Banco Finantia Deutsche Bank de Investimento Millennium BCP (ex-Mello) Caixa Geral de Depósitos (ex-BNU) Banco Santander de Negócios Banco Bilbao Vizcaya y Argentaria Montante % 13.592 13.592 4.988 4.988 3.492 3.492 1.995 1.247 1.247 1.247 27,25 27,25 10,00 10,00 7,00 7,00 4,00 2,50 2,50 2,50 49.880 100,00 ii) Emissão de 1998 – Lisboagás GDL- Sociedade Distribuidora de Gás Natural de Lisboa, S.A. Em 12 de Agosto de 1998 a Lisboagás GDL- Sociedade Distribuidora de Gás Natural de Lisboa, S.A. procedeu à emissão de Obrigações no montante de mEuros 49.880, ao par, destinadas a subscrição privada, as quais foram integralmente subscritas e realizadas. O reembolso do empréstimo será efectuado ao par, em cinco prestações anuais de igual montante, à data de vencimentos do 22º, 24º, 26º, 28º e 30º cupões. Poderá, no entanto, ser efectuado o reembolso antecipado, ao par, de parte ou da totalidade do capital em dívida, por opção do emitente (Call Option), a partir da data de vencimento do 10º cupão, inclusive, e nas respectivas datas de pagamento de juros. Os obrigacionistas poderão também exigir o reembolso antecipado do empréstimo ou do valor remanescente do capital em dívida, ao par, nas datas de vencimentos do 20º, 22º, 24º, 26º e 28º cupões. 356 Deixando o Estado Português de deter, directa ou indirectamente, a maioria do capital social da GDP – Gás de Portugal, SGPS, S.A. ou deixando a GDP – Gás de Portugal, SGPS, S.A. de deter uma posição maioritária directa no capital da Lisboagás GDL – Sociedade Distribuidora de Gás Natural de Lisboa, S.A., os obrigacionistas poderão exigir o reembolso antecipado do presente empréstimo. O pagamento de juros será feito semestral e postecipadamente, com base numa taxa correspondente à taxa “Euribor a 6 meses”, em vigor no penúltimo dia útil anterior ao início de cada período de contagem, acrescida de 0,08%. A tomada firme da emissão foi assegurada por um Sindicato Bancário composto pelas seguintes Instituições Financeiras: Instituições Financeiras Banco Espirito Santo Investimento Banco Português de Investimento Millennium BCP (ex-CISF) Caixa Geral de Depósitos (ex-BNU) BMI Banco Bilbao Vizcaya y Argentaria Montante % 13.517 13.567 13.567 7.482 1.247 500 27,10 27,20 27,20 15,00 2,50 1,00 49.880 100,00 iii) Emissão 2003 - Galp Investment Fund No decurso de 2003 a Petrogal celebrou uma operação de titularização de contas a receber com o Galp Investment Fund, PLC no montante de mEuros 210.000, a qual tem um prazo de maturidade esperada de 5 anos e um prazo de maturidade legal de 7 anos. Para fazer face a este montante o Fundo emitiu mEuros 199.500 de obrigações "Notes A" e mEuros 10.500 de obrigações "Notes B", as quais são remuneradas à Euribor acrescida de 0,5% e 0,95%, respectivamente. Com esta operação, e relativamente ao presente exercício, a Petrogal incorreu em custos financeiros no montante de mEuros 6.097 (Nota 9). 24. RESPONSABILIDADES COM BENEFÍCIOS DE REFORMA E OUTROS BENEFÍCIOS Conforme referido na Nota 2.10 a Petrogal, Sacor Marítima e algumas empresas do Grupo GDP (GDP Distribuição, SGPS, S.A.; Lisboagás – Sociedade Distribuidora de Gás Natural de Lisboa, S.A.; Driftal – Plastificantes de Portugal, S.A. e Gásfomento – Sistemas e Instalações de Gás, S.A.), transferiram para fundos de pensões autónomos “Fundo de Pensões Petrogal”, “Fundo de Pensões Sacor Marítima” e “Fundo de Pensões GDP”) as suas responsabilidades pelo pagamento de complementos de pensões de reforma por velhice, invalidez e pensões de sobrevivência. Adicionalmente, por decisão da Petrogal, a partir de 1997, inclusive, o Fundo de Pensões Petrogal, passou a cobrir as responsabilidades pelo pagamento dos complementos de reforma para os reformados antecipadamente. O Fundo de Pensões Petrogal não cobre as responsabilidades da Petrogal com o pagamento de pensões de reforma antecipada, pré-reforma, Segurança Social dos pré-reformados, com o pagamento do seguro social voluntário aos reformados antecipadamente, do prémio de reforma e outros benefícios de reforma tais como cuidados de saúde e seguros de vida. Estas responsabilidades estão cobertas por provisões especificamente criadas para o efeito (Nota 26), incluídas no balanço na rubrica de responsabilidades com benefícios de reforma. Adicionalmente, o Fundo de Pensões GDP não cobre as responsabilidades assumidas pela 357 Lisboagás GDL – Sociedade Distribuidora de Gás Natural de Lisboa, S.A. em reembolsar os complementos de reforma a pagar pela EDP aos seus reformados e pensionistas afectos à Empresa, bem como os complementos de reforma e sobrevivência aos reformados existentes à data da constituição do Fundo. Estas responsabilidades são cobertas através de provisões específicas, incluídas no balanço na rubrica de responsabilidades com benefícios de reforma (Nota 26). Durante o exercício de 2005 de forma a se adequar ao exigido pela norma Internacional de