GT 01 – Desenvolvimento Rural: uma década da política pública de desenvolvimento territorial DINAMIZAÇÃO ECONÔMICA E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: o Programa de Apoio aos Projetos de Infraestrutura e Serviços (PROINF) nos territórios Açu-Mossoró e Sertão do Apodi (RN) de 2003 a 20131 Emanoel Márcio Nunes1 Fátima de Lima Torres2 Kalianne Freire Godeiro Nunes3 Jéssica Samara Soares de Lima4 Andreya Raquel Medeiros de França5 1 Economista. Doutor em Desenvolvimento Rural pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PGDR/UFRGS). Professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (FACEM/UERN). Pesquisador CNPq. [email protected] 2 Pedagoga, graduada pela Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (FE/UERN). Bolsista EXP-1 do CNPq. [email protected] 3 Engenheira Agrônoma, graduada pela Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA). Bolsista EXP-1 do CNPq. [email protected] 4 Economista, graduada pela Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (FACEM/UERN). Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Urbanos e Regionais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). [email protected] 5 Gestora Ambiental, graduada pela Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (FACEM/UERN). Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ambiente, Tecnologia e Sociedade da Universidade Federal Rural do Semiárido (PPGATS/UFERSA). [email protected] Resumo: Este trabalho objetiva analisar a importância do Programa de Apoio a Projetos de Infraestrutura em Territórios (PROINF) para as ações de inclusão produtiva e de gestão social visando a dinamização econômica e o desenvolvimento dos Territórios da Cidadania Açu-Mossoró e Sertão do Apodi (RN) nos seus 10 anos de execução. Como metodologia foram realizadas visitas nos projetos dos dois territórios e aplicados 18 questionários junto aos membros dos colegiados territoriais de seis projetos monitorados. Como resultado percebeu-se que poucos projetos foram implantados e que estes implantados nenhum dos implantados funcionam. Esse resultado alerta para a necessidade urgente de ajustar o arranjo institucional nos territórios e buscar novos caminhos para superar fragilidades existentes nas estruturas de produção econômica da agricultura familiar nos territórios da cidadania Açu-Mossoró e Sertão do Apodi (RN). Palavras-chaves: Agricultura Familiar; Política Pública; Território. 1 Este trabalho é resultado de uma pesquisa desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa Desenvolvimento Regional: agricultura e petróleo da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (FACEM/UERN) (http://facem.uern.br), financiado pelo Edital MDA/SDT/CNPq 005/2009 – Gestão de Territórios Rurais. Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected] 1. INTRODUÇÃO O Brasil tem como característica marcante a heterogeneidade entre suas regiões, especialmente no seu meio rural, cada uma com suas especificidades que produzem e reproduzem disparidades, sejam econômicas ou sociais revelando desigualdades regionais. Visando reduzir as desigualdades e incorporar mecanismos de incentivos com vistas proporcionar o desenvolvimento regional, nas últimas décadas têm aflorado o debate e a ação pública do Estado na formulação e implantação de políticas territoriais. Nesta perspectiva, em 2003 a Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SDT/MDA), adotou a estratégia de territorialização dos espaços para a implantação das políticas de desenvolvimento rural, por meio do Programa Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais (PRONAT), que iniciou em 2004 em 65 territórios. Em 2006 essa política abrangia 118, contando atualmente com 164 territórios rurais compostos por 2,5 mil municípios. Em 2008 foi criado o Programa Territórios da Cidadania com 120 territórios em todo o país, com prioridade nas regiões com maiores índice de pobreza e menor acesso às políticas. A diversidade de atores envolvidos nos processos de tomada de decisão possibilita tanto a geração de oportunidades quanto a de conflitos. Percebe-se que os conflitos entre os membros dos colegiados territoriais têm como um dos seus principais motivos o debate coletivo acerca da destinação dos recursos, com foco central nos projetos de custeio e investimentos geridos e financiados pela SDT, denominados de Apoio aos Projetos de Infraestrutura e Serviços nos Territórios Rurais (PROINF). O PROINF é uma ação orçamentária do PRONAT, cuja finalidade é financiar projetos para o desenvolvimento territorial, definidos pelos Colegiados Territoriais em seus Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS). O PROINF tem como prioridade a dinamização econômica com a inclusão produtiva, as quais exigem uma gestão social para integrar as políticas públicas nos Territórios da Cidadania. Diante disso, o objetivo deste trabalho é demonstrar a eficiência e os limites da implantação das ações do PROINF em dois Territórios da Cidadania do Rio Grande do Norte, os territórios Açu-Mossoró e o Sertão do Apodi, tendo como elementos de análise os resultados alcançados no período de 10 anos, por meio da avaliação do PROINF e do seu acompanhamento e monitoramento na fase de implantação. Assim, a questão central é: o processo de dinamização econômica dos territórios nos últimos dez anos via PROINF tem ocorrido de forma satisfatória? A hipótese é a de que as maiores Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected] dificuldades do PROINF ocorreram na sua implantação, reflexo da frágil gestão social e da articulação institucional para pactuar acordos via Colegiado, assim como do cumprimento dos pactos para a inclusão produtiva via projetos de infraestrutura. 2. DINAMIZAÇÃO ECONÔMICA: inclusão produtiva, gestão social e território A afirmação da agricultura familiar passa pela busca de uma relativa autonomia através do seu distanciamento gradual2 de mercados monopolistas, distanciamento este colocado por Saccomandi (1998) na perspectiva institucional como necessário para um funcionamento mais adequado visando o alcance da dinamização econômica no nível micro. Para Nunes et al (2014), a dinamização enfatiza e exige a existência e/ou construção de uma estrutura de produção econômica que possibilite a agregação de valor considerando a diversificação produtos locais, além de estimular a organização coletiva e a inovação tecnológica e gerencial para alcançar eficiência e competitividade no âmbito territorial. O processo de dinamização econômica dos territórios ocorre quando os atores no nível micro se articulam em redes de cooperação, a concepção de cadeias e de arranjos produtivos, todos necessários à construção de uma visão integrada de desenvolvimento produtivo. Nesse sentido, é importante a promoção de iniciativas que busquem desenvolver tecnologias e sistemas de gestão que se adeqüem à utilização sustentável dos recursos locais, do território, e ao seu estágio de desenvolvimento. Para Ploeg (2008), em sua obra The New Pensantries..., nas formas de utilização dos recursos os movimentos de aproximação com os mercados tendem a variar na mesma proporção dos graus diferenciados de produção econômica. Considerando os territórios Açu-Mossoró e Sertão do Apodi, é de considerar nesses movimentos de aproximação ou distanciamento o papel da intensificação do trabalho familiar. Essa intensificação, o que Ploeg (2008) define labour-driven intensification, implica em um constante acréscimo na produção, devido a um maior rendimento por objeto de trabalho. Do ponto de vista técnico, esse rendimento aumenta com o uso crescente de insumos e fatores de produção por objeto de trabalho, ou eficiência técnica melhorada. Uma característica da agricultura familiar é o seu fortalecimento ocorrer com inclusão produtiva a partir desta estratégia que Ploeg (2008) define labour-driven 2 Em sua obra Agricultural market economics..., de 1998, Vitto Saccomandi aponta que na agricultura familiar surgem experiências que constroem trajetórias na perspectiva do crescimento com elevado uso de recursos externos e forte aproximação do mercado monopolista; e outras engendram trajetórias a partir do desenvolvimento endógeno e com certo distanciamento do mercado monopolista. Assim, as primeiras tendem a levar os agricultores familiares a um grau maior de dependência, e as segundas buscam uma relativa autonomia através do distanciamento gradual dos mercados nocivos, ou seja, os monopólios. Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected] intensification, esta partindo de práticas e ações no nível micro baseadas na organização coletiva, na agregação de valor e no acesso a bons mercados de produtos e serviços. Essa estratégia tem como finalidade criar oportunidades de inclusão produtiva para cada vez mais pessoas, e, para Ploeg et al. (2004) se encaixa no ambiente da agricultura familiar, especialmente por esta se colocar como fértil para o surgimento de novidades (novelty) e de inovações (innovation). Esse é um approach que se apresenta adequado para a dinamização nos territórios via ações do PROINF, uma vez que a construção da estrutura de produção econômica tende a fazer aflorar empreendimentos e técnicas novas de produção, os quais podem se tornar naquilo que Ploeg et al. (2004) definem seeds of transition, ou como destacam França et al (2011), na mudança de uma dinâmica rural para outra. Segundo Ploeg et al. (2004), as novidades e as inovações possuem trajetórias diferentes, pois enquanto as inovações seriam exógenas e definidas como padrão, externas e globalizadas, as novidades seriam endógenas, diversificadas e se caracterizariam pela contextualização, pela internalização e pela territorialização. (OOSTINDIE & BROEKHUIZEN, 2008; PLOEG et al. 2004; BRUNORI, 2009). A contextualização diz respeito às condições como os agricultores adquirem o conhecimento para gerar as novidades no âmbito econômico, social e institucional em que estão inseridos e enraizados. Na maioria das vezes as novidades e as inovações são o resultado da “fusão de horizontes” entre o mundo dos agricultores, onde predomina o contato com a natureza e o uso do conhecimento natural, com “mundos” de cientistas, ambientalistas, consumidores, etc., em que predomina o conhecimento científico (STUIVER et al,, 2004). A internalização refere-se à dinâmica endógena desenvolvida a partir da base de recursos que sustenta a produção das novidades 3, e onde predomina o uso de recursos internos, dinâmica que acontece numa região ou unidade de produção. Isso faz com que as novidades sejam mais eficientes, pois através de rearranjos no uso dos recursos conseguem aumentar a produção e baixar os custos da atividade agrícola. E a territorialização envolve a ideia de que as novidades nascem de dentro em um local ou de um território, e o seu surgimento depende do tempo, do processo de aprendizado, do meio ambiente e da cultura em que o trabalho na agricultura está inserido. Atualmente, 3 Uma das novidades e/ou inovações que podem surgir no ambiente da agricultura familiar dizem respeito à legalização de produtos agrícolas processados. Como exemplo, podem ser destacados os Sistemas de Inspeção Federal, Estadual e Municipal (SIF, SIE e SIM), e a legislação para a produção da polpa de frutas, como a Lei n° 8.918/95 que dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas, e que autoriza a criação da Comissão Intersetorial de Bebidas. Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected] segundo PERICO (2009, p. 24), os governos buscam empreender trajetórias bem sucedidas com o intuito de melhorar a qualidade do gasto público e realizar ações de inclusão produtiva, onde o PROINF passa a se configurar em um dos mais importantes instrumentos da política territorial para o desenvolvimento rural. O PROINF é de responsabilidade da SDT/MDA e ação de inclusão produtiva do Programa Desenvolvimento Regional, Territorial Sustentável e Economia Solidária aprovado no Plano Plurianual 2012-2015. Tem como finalidade financiar projetos para o desenvolvimento territorial definidos nos PTDRS e priorizados pelos territórios. Apoia com recursos do Orçamento Geral da União (OGU) iniciativas de municípios, estados e União na forma de investimentos para agricultores familiares de territórios rurais, a partir das demandas priorizadas via Colegiado. (PROINF, 2012). No entanto, como constatam Nunes et al (2014), uma deficiente articulação institucional e um frágil processo de gestão social nos territórios Açu-Mossoró e Sertão do Apodi nos dez anos têm gerado dificuldades na implantação e descontinuidades, o que levou a SDT monitorar e avaliar4 os projetos financiados e definir critérios. A partir de 2010, os projetos para construção, ampliação ou recuperação de obras físicas foram condicionados aos seguintes requisitos, segundo PROINF (2012): a) todos os contratos de obras na área do território, firmados com a SDT/MDA até o exercício de 2010, no âmbito do PROINF, devem estar concluídas ou em execução; b) as obras já concluídas devem estar em funcionamento; e c) a proposta a ser apresentada tem que contemplar a totalidade da obra para o seu funcionamento, bem como das máquinas e equipamentos. Os recursos de capital são aplicados para a estruturação de entidades privadas, e os projetos poderão ainda ser de transferência voluntária ou obrigatória, conforme art. 25 da Lei Complementar n°101, de 04 de maio de 2000. A Lei 12.249, de 11 de junho de 2010, permite aos órgãos do governo federal operar os recursos na modalidade de transferências obrigatórias para os municípios com menos de 50 mil habitantes que integram o Programa Territórios da Cidadania, por intermédio de termos de compromisso, conforme artigos 104 a 106 da referida Lei, mediante regulamentação anual através de decreto presidencial (PROINF, 2012). 4 Com as células de acompanhamento e informação (CAIs), as equipes das universidades numa parceria com a SDT/MDA/CNPq realizam trabalhos de coleta, registro e análise de informações sobre os territórios rurais, além de apoiar a gestão dos colegiados territoriais em 27 projetos de pesquisa e extensão que atendem 37 territórios rurais espalhados em 607 municípios de todo o País. Os trabalhos começaram em agosto de 2010 e se estenderam até agosto de 2013. Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected] Cabe ainda ressaltar as seguintes normas: Lei 4.320, de 17 de março de 1964; Lei Complementar n°101/2000; e Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de cada exercício orçamentário, que regula a execução dos recursos previstos anualmente no Orçamento Geral da União, além da Portaria Interministerial 507/2011. Com base no manual do PROINF (2012), para que um projeto seja aprovado pelo Colegiado e financiado pela SDT devem ser atendidos o seguinte: a) se caracterizar de interesse público; b) ter sua aplicação em patrimônio público, ou seja, o investimento deve ser feito em área pública; c) a posse, manutenção e conservação dos bens devem ser de responsabilidade do proponente; d) pode ser considerada a implantação de infraestrutura para apoio à prestação de serviços para a agricultura familiar pelo proponente; e e) a proponente pode realizar a gestão compartilhada com os beneficiários do projeto, definindo conjuntamente as obrigações e o funcionamento das estruturas na forma da Lei, em especial, obedecendo ao Art. 63 da Portaria Interministerial 507/2011. Cabe destacar que apesar desse marco legal não foram construídas estruturas de governança capazes de possibilitar uma eficiente gestão social, o que, de acordo com Nunes et al (2014), faz questionar o papel de espaço de concertação institucional do Colegiado Territorial nas ações de inclusão produtiva, visando a dinamização econômica dos territórios por meio da implantação dos projetos do PROINF. Tal afirmativa se justifica ao ser revelada a situação da estrutura econômica construída de 2003 até 2013 que jamais funcionou, como veremos no item 4. 3. METODOLOGIA O presente trabalho é fruto de uma ação do Grupo de Pesquisa Desenvolvimento Regional: agricultura e petróleo, da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (FACEM/UERN), através do projeto, Inovação e Diversidade e Sustentabilidade na Gestão de Territórios Rurais: monitoramento e avaliação do desenvolvimento dos territórios Açu-Mossoró e Sertão do Apodi (RN), financiado pelo MDA/SDT/CNPq, edital 05/2009-Gestão de Territórios Rurais. Para situar o ambiente do estudo, como mostra a figura 1, este foi o dos dois territórios onde, de acordo com o PTDRS (2010), o Território Açu-Mossoró abrange uma área de 7.974 km², sendo composto por 14 municípios, a saber: Alto do Rodrigues, Areia Branca, Assú, Baraúna, Carnaubais, Grossos, Ipanguaçu, Itajá, Mossoró, Pendências, Porto do Mangue, São Rafael, Serra do Mel e Tibau. Já o Território Sertão do Apodi abrange uma área de 8.280,20 km², sendo composto por 17 municípios: Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected] Apodi, Campo Grande, Itaú, Janduís, Rodolfo Fernandes, Umarizal, Caraúbas, Felipe Guerra, Governador Dix-Sept Rosado, Messias Targino, Olho-d’água do Borges, Paraú, Patu, Rafael Godeiro, Severiano Melo, Triunfo Potiguar e Upanema. Figura 1: Mapas dos territórios da cidadania Açu-Mossoró e Sertão do Apodi (RN) FONTE: Brasil, 2010. Como procedimento metodológico foi realizado coleta de dados primários com a aplicação de questionários a um representante de cada instituição proponente dos projetos PROINF e um membro, por território, do colegiado territorial. Como estratégia de coletas de dados foram realizadas visitas in loco as construções e obras já iniciadas, em andamento ou paralisadas, com objetivo de obter informações acerca dos projetos de infraestruturas definidos nos Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) e priorizados pelos territórios Açu-Mossoró e Sertão do Apodi. As visitas se realizaram de outubro a dezembro de 2012, e de outubro a dezembro de 2013, tendo aplicado 18 questionários com representantes das instituições proponentes de projetos PROINF, membros do Colegiado e com beneficiários dos projetos. A pesquisa teve como foco os projetos que se se encontram concluídos e/ou com obras paralisadas. No território Açu-Mossoró foram aplicados 3 questionários com representantes de instituições proponentes, 3 com membros do Colegiado e 3 com beneficiários distribuídos nos municípios de Alto do Rodrigo, Mossoró, Ipanguaçu, Açu e Serra do Mel. No Território Sertão do Apodi, foram aplicados 3 questionários com representantes das instituições proponentes dos projetos PROINF, 3 questionários com membros do Colegiado e 3 com beneficiários, distribuídos nos municípios de Umarizal, Upanema, Apodi e Janduís. Os questionários aplicados foram elaborados por critérios previamente definidos pela equipe técnica da SDT/MDA, e a metodologia foi desenvolvida para ser aplicada em todos os territórios da cidadania do país. Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected] 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO: os Projetos de Infraestrutura territorial (PROINF) nos Territórios Açu-Mossoró e Sertão do Apodi (RN). O Rio Grande do Norte encontra-se dividido em dez territórios de identidade denominado pela SDT/MDA como Territórios Rurais e da Cidadania, sendo que no período deste estudo três destes territórios estão inseridos na política como Territórios da Cidadania, são eles: Sertão do Apodi, Açu-Mossoró e Mato Grande. Os demais ainda configuravam como territórios rurais (PTDRS, 2010). Com o crescimento de algumas atividades agropecuárias, a exemplo da bovinocultura, fruticultura, cajucultura e da apicultura, algumas organizações coletivas da agricultura familiar têm demandado estruturas de produção econômica para a agregação de valor, buscando engendrar uma lógica de desenvolvimento endógeno nos territórios. Para tanto, essa categoria tem contado com a participação ativa nas discussões do PRONAT, oportunizada via acento nos Colegiados Territoriais. No Rio Grande do Norte o PROINF, especificamente nos territórios Açu-Mossoró e Sertão do Apodi, nos últimos dez anos de investimentos via MDA/SDT, tem os seguintes resultados obtidos por meio desta pesquisa. A pesquisa oportunizou uma análise dos projetos priorizados e elaborados via colegiados territoriais. Quando se analisa a política de infraestrutura territorial financiada via MDA demonstra-se uma preocupação, pois nos 10 anos de execução do PROINF os territórios analisados não apresentaram mudanças quanto às infraestruturas e ao surgimento de novidades (novelty) ou de inovação (innovation) para a agregação de valor e legalidade sanitária dos produtos da agricultura familiar. No Território AçuMossoró destaca-se o projeto da usina de beneficiamento de leite como um dos projetos emblemáticos. Apesar da necessidade dos agricultores que produzem leite na região, a cooperativa que deveria ser responsável pela gestão e pelo envolvimento dos gestores municipais ainda se encontra sem funcionar. A pesquisa sugere que a falta de técnicos em agroindústria na elaboração, a falta de dialogo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), e a falta de empresas na região que forneça os equipamentos foram os principais problemas no decorrer dos anos, pois antes de concluir a construção, esta já passava por reformas e os equipamentos por ajustes, além de ainda não ter até o momento recebido a liberação do MAPA para funcionar. Nestes dez anos, o Território Açu-Mossoró aprovou 18 projetos do PROINF, onde 13 estão concentrados nos municípios do Vale do Açu: Açu, Alto do Rodrigues, Carnaubais, Ipanguaçu, São Rafael e Pendências; já na área de influência de Mossoró Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected] constam de 5 projetos nos municípios de Serra do Mel e Mossoró. Entre 2005 a 2013 os investimentos no Território Açu-Mossoró totalizam R$ 3.084.093,18 (ver quadro 1). Quadro 1: Projetos de infraestrutura no território Açu/Mossoró de 2003 a 2013. PROPONENTE Prefeitura de Alto do Rodrigues/RN ANO 2005 2006 2007 2008 2006 Prefeitura de Mossoró/RN 2007 2009 Prefeitura de Ipanguaçu/RN Prefeitura de Assu/RN Prefeitura de Pendências/RN Prefeitura de Carnaubais/RN Secretaria Estadual da Agricultura SAPE/RN EMATER/RN Secretaria Estadual da Agricultura SAPE/RN 2008 2009 2009 2010 2009 2010 DESCRIÇÃO 1 Mini Usina de beneficiamento de leite. 1 Veículo utilitário com baú isotérmico. Fortalecimento da cadeia produtiva do leite. 1 Auditório na Mini Usina com móveis, equipamentos e utensílios Alto do Rodrigues. Construção e equipamento para grupos de Assentamento de Reforma Agrária. 1 Central de Comercialização da Agricultura Familiar de Mossoró (RN). Ampliação da Central de Comercialização da Agricultura Familiar de Mossoró (RN). 1 Mini Usina para beneficiamento de produtos da Carnaubeira de Ipanguaçu (RN). 1 Unidade didática de processamento de carne. 1 Parque de exposição de Animais da agricultura familiar do vale do Assu. Ampliação do parque de exposição de Animais no município de Assu. 1 Usina de beneficiamento de pescados de Pendências. 1 Centro de Comercialização de animais de pequeno porte. SITUAÇÃO Atrasada Concluída Concluída R$ MDA 187.550,00 132.020,43 188.000,00 Não Iniciada 99.000,00 Paralisada 127.000,00 Não Iniciada 150.000,00 Não Iniciada 374.924,75 Atrasada 99.750,00 Não Iniciada 363.971,07 Não Iniciada 195.000,00 Não Iniciada 200.000,00 Não Iniciada 126.750,00 Não Iniciada 100.000,00 2008 Complementação da Mini Usina de beneficiamento de leite de Alto do Rodrigues. Não Iniciada 175.112,00 2010 Máquinas e equipamentos para entreposto de mel de Serra do Mel. Não Iniciada 409.536,00 2011 Prefeitura de Ipanguaçu. 2012 Ipanguaçu: Equipamentos. 2013 Ipanguaçu e Pendências: Apoio a central de beneficiamento da palha da carnaúba (Ipanguaçu), Caminhão baú (Pendências). TOTAL GERAL Não Contratada Não Contratada Não Contratada 189.000,00 259.000,00 259.000,00 3.084.093,18 Fonte: Banco de dados FACEM/UERN. Pesquisa de campo, 2013. Quanto ao Território Sertão do Apodi, o PROINF ocorreu via cooperação com a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e da Pesca (SAPE/RN) e com prefeituras municipais, o qual teve seu planejamento efetuado no âmbito do Colegiado Territorial, que definiu as instituições proponentes no processo de execução dos projetos. Este território aprovou ao longo do período de 2003 a 2013, 17 projetos com um montante de R$ 5.795.982,57, distribuídos entre as áreas de recursos hídricos, como construção de barragens sucessivas ao longo dos Rios Umari e Upanema; cadeias produtivas, com Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected] destaque para a apicultura (construção do entreposto de mel); bovinocultura (construção de 1 unidade de beneficiamento de leite e tanques de resfriamento); e apoio a comercialização com a proposição dos centros de comercialização (ver quadro 2). Quadro 2: Projetos de infraestrutura no território Sertão do Apodi de 2003 a 2013. PROPONENTE ANO 2003 Secretaria Estadual da Agricultura SAPE/RN 2006 2007 Prefeitura de Janduís 2008 2008 Prefeitura de Apodi Prefeitura de Umarizal Secretaria Estadual da Agricultura SAPE/RN 2009 2009 2009 2010 Secretaria Estadual da Agricultura SAPE/RN COOPAPI 2011 DESCRIÇÃO Território: Construção de 7 Barragens sucessivas no Rio Umari no trecho Umarizal/Apodi Construção de Barragens a partir do Rio Upanema Território: Equipamentos para as feiras agroecológicas da Rede Xique Xique nos Territórios Sertão do Apodi, Apodi (RN): Construção de 1 Entreposto do Mel e Equipamentos. Janduís (RN): Construção de 1 Central de Comercialização; Janduís (RN): Equipamentos e Posto de Resfriamento de Leite. Apodi (RN): Construção de 1 Central de Comercialização. Apodi (RN): Compra de 3 veículos; Apodi (RN): Compra de 3 Data show para estruturação das Bases de Serviço de Apoio a Comercialização. Umarizal (RN): Construção de 1 Unidade de Beneficiamento de Leite Janduís (RN): Construção de 1 Central de Comercialização; Janduís (RN): Equipamentos e Posto de Resfriamento de Leite. Apodi (RN): Construção de 1 Central de Comercialização. Território: Implantação de Tanques de resfriamento de leite. Apodi (RN): Conclusão do Entreposto de Mel 2012 Apodi (RN): Equipamento apícola 2013 Território: Apoio a suporte forrageiro TOTAL GERAL Fonte: Banco de dados FACEM/UERN. Pesquisa de campo, 2013. SITUAÇÃO R$ MDA 2 construídas 2.819.170,00 385.000,00 Não Iniciada 90.275,00 Concluída 424.783,00 Atrasada Atrasada 101.322,00 Atrasada 5.054,30 Não Iniciada Concluída 107.100,00 Concluída 621.096,00 Atrasada Não Iniciada 193.277,27 Não Contratada Não Contratada Não Contratada 250.000,00 250.000,00 250.000,00 5.795.982,57 Dos 17 projetos, 10 tiveram como proponente a SAPE/RN, e os 7 restantes foram apresentados através das prefeituras de Apodi, Janduís e Umarizal. Destes, apenas duas barragens sucessivas, a aquisição dos veículos de apoio à comercialização e os equipamentos para as feiras agroecológicas da Rede Xique Xique foram implantados. Já o entreposto de mel encontra-se em implantação e os demais não concluídos. A pesquisa revelou que uma das principais causas para a não implantação ou conclusão nos prazos contratuais foi a falta de celeridade dos tramites burocráticos para a Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected] conclusão dos contratos com os proponentes. Além disso, a falta de sensibilização dos gestores quanto à importância e priorização dos projetos também contribuiu para a sua paralisação devido à falta da contrapartida, notas técnicas, licenciamento ambiental, etc. Ressalta-se que o Território Sertão do Apodi e o Açu-Mossoró tem iniciado uma significativa organização social e produtiva a partir de suas cadeias produtivas. Todavia, uma das dificuldades para a dinamização econômica encontra-se na insuficiência de infraestrutura de produção econômica, especialmente a destinada à agregação de valor e a agroindustrialização que atenda os padrões exigidos pelos órgãos de controle e de regulação. Além disso, os projetos de infraestrutura são conveniados por meio do poder público e tem o custeio executado pela sociedade civil dos territórios. No entanto, pode-se perceber que a maioria dos projetos de infraestrutura dos dois territórios estudados não conseguiram ser contratados ou estarem com suas obras paralisadas. Um dos fatores que levam a esses resultados está na fragilidade do arranjo institucional e na não familiaridade das instituições proponentes com os projetos propostos e deliberados pelos Colegiados Territoriais, conforme mostra o gráfico 1. O cenário no Território Açu-Mossoró é o de que 56% dos projetos aprovados via Colegiado para infraestrutura sequer saíram do papel, enquanto que no Território Sertão do Apodi 27% das obras de infraestrutura não iniciaram. As obras não contratadas 16,66% e 20%, respectivamente, e as com execução atrasadas representam 11,11% no Açu/Mossoró e 37% no Sertão do Apodi, concluindo-se que todos os projetos executados são os de aquisição de equipamentos, quites móveis (feiras) e veículos. Gráfico 1 – Situação dos Projetos de Infraestrutura nos Territórios, 2013. Fonte: Pesquisa de campo, 2013. Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected] Os dados mostram a fragilidade da política territorial no que se refere à implantação de projetos de infraestrutura dos territórios por meio do PROINF. Essa situação se reflete nas limitações mostradas por pesquisas desenvolvidas nos dois territórios no âmbito das cadeias produtivas, com destaque para a falta de estrutura para a produção de polpa de frutas, ausência da legalização para o mel, para a castanha de caju, da cadeia do leite e derivados, entre outros produtos da agricultura familiar. Esta situação vem limitando o processo de agregação de valor e o acesso aos mercados. Gráfico 2 - Caso o empreendimento não esteja concluído, quais os motivos? Fonte: Pesquisa de campo, 2012. Conforme mostra o gráfico 2, a serem verificados os motivos da não conclusão dos empreendimentos financiados pelo PROINF no Território Sertão do Apodi a pesquisa mostrou que metade dos entrevistados acredita que a falta de compromisso dos gestores é o principal deles. A outra metade divide-se em má gestão da execução do empreendimento (25%) e incapacidade técnica do proponente (25%), sugerindo que os membros do Colegiado, gestores e beneficiários acreditam que os projetos não foram concluídos por problemas de gestão das entidades proponentes. No tocante ao Território Açu-Mossoró, a pesquisa revela que o principal motivo reside na má gestão da execução do empreendimento (33%), na falta de compromisso dos gestores (11%) e na incapacidade técnica das instituições proponentes (11%). Todavia, impressiona o percentual de entrevistados que não soube responder ao questionamento, revelando assim falta de conhecimento dos processos desenvolvidos no Território Açu-Mossoró, que pode indicar pouca divulgação ou ausência de transparência das ações implantadas pelas instituições e pelo Colegiado Territorial. Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected] Desta forma, transcorridos dez anos das ações do PROINF nos dois territórios, a pesquisa revela que não existem agroindústrias em operação que tenham sido financiadas por meio desta política que visa a inclusão produtiva e a dinamização econômica territorial, o que vem corroborando com a desmotivação dos membros dos Colegiados e a descrença dos agricultores familiares. A análise e avaliação da política de desenvolvimento territorial são fundamentais para continuidade do PROINF por parte dos governos, realizada continuamente com vistas a perceber seus avanços e seus limites considerando aspectos sociais, econômicos, de eficiência e gestão. No entanto, analisar políticas públicas, por vezes, significa estudar o governo em ação, ou melhor, o governo em questão. E igualmente aos governos as políticas públicas são dinâmicas, portanto, os procedimentos metodológicos e seus pressupostos devem ser capazes de perceber tais peculiaridades e respeitar as diversidades inerentes a cada processo. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Compreendendo o território como um espaço dinâmico, onde ocorre o conflito e o diálogo entre os atores que possibilita maior proximidade com suas potencialidades e limites, a pesquisa constatou que por um lado tem havido nos dois territórios esforços no sentido de valorizar a agricultura familiar e o beneficiamento dos seus produtos. Da mesma forma, tem-se elaborado estratégias para superar entraves no acesso e na gestão das políticas, bem como na produção e na comercialização. Vale ressaltar que nos dois territórios os pactos ou contratos não foram devidamente cumpridos, o que vem fragilizando o desenvolvimento territorial, haja vista que esses territórios dispõem de significativa produção e organização por parte dos agricultores. Entretanto, é evidente a deficiência de estrutura legalizada para o beneficiamento dos produtos da agricultura familiar, apesar desses territórios serem responsáveis por 90% da produção de mel, mais de 80% da produção de castanha, 100% da produção de arroz vermelho, além do grande potencial para pesca, polpa de frutas, caprinocultura, bovinocultura e artesanato. Para o crescimento sustentável destas cadeias, as agroindústrias tem fundamental importância, sobretudo por surgirem como sementes de uma transição e se tornarem ambientes adequados para oportunidades numa estratégia labor-driven intensification e para o surgimento de novidades (novelty), da inovação (innovation) e do acesso a mercados. Entretanto, a pesquisa revelou que as deficiências da gestão social quanto à operacionalização das ações de inclusão produtiva do PROINF contribuem para que a dinamização econômica não tenha acontecido de forma satisfatória. Como resultado Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected] constata-se depois desses dez anos o ambiente dos territórios desestruturado tanto, o econômico como o institucional, onde, além dos empreendimentos econômicos não funcionarem, grande parte do Colegiado encontre-se desacreditada e os agricultores familiares descrentes quanto à ação desta política. Experiências anteriores que os membros do colegiado pertencentes à sociedade civil vivenciaram (como o PRONAF Global) tiveram mais êxito, mesmo sendo executados sem a participação dos beneficiários5, onde os projetos eram executados com mais agilidade. Todavia, com o PROINF verificou-se que, mesmo com o esforço coletivo e participação na elaboração da proposta via Colegiado Territorial, seus membros não obtiveram êxito quanto à governança do arranjo institucional previsto entre poder público e sociedade civil. As principais decisões ou ações de desenvolvimento rural continuam sob a responsabilidade dos gestores públicos (estaduais ou municipais) que, com exceção de alguns, denotam desinteresse nas ações de desenvolvimento territorial. A pesquisa constatou a necessidade de criar estratégias de envolvimento dos gestores públicos, que possam resultar na maior eficiência das ações de inclusão produtiva e de gestão social e, consequentemente, na dinamização econômica. É impar a necessidade de dotar de qualidade os projetos e de estudos de viabilidade nos municípios a serem implantados, bem como priorizar projetos em andamento, considerando a continuidade. Deve-se ter cuidado com as decisões da escolha dos municípios para a implantação dos projetos, para que estes não sejam elaborados sem que as comunidades sequer possuam as matérias-primas adequadas. A consideração a estas variáveis pode contribuir para minimizar as fragilidades encontradas nos territórios Açu-Mossoró e Sertão do Apodi. Por fim, acredita-se na necessidade de unir esforços para melhorar o arranjo institucional e político do Colegiado quanto às ações de acesso às políticas públicas territoriais, a exemplo dos projetos de infraestrutura. Sugere-se, portanto, a necessidade de buscar outras oportunidades para a dinamização econômica dos territórios, a exemplo dos investimentos via Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP6), que podem ser construídos e viabilizados arranjos a partir das Universidades para o desenvolvimento de projetos estruturantes a partir das cadeias produtivas existentes nos territórios. 5 PRONAF Global, investimento em infraestrutura implantado sem a participação da sociedade civil, onde quem decidia qual projeto e onde implantar era os prefeitos e vereadores. 6 É uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Seu estatuto foi aprovado pelo Decreto 1.808 de 7 de fevereiro de 1996, alterado pelo Decreto nº 2.209, de 18 de abril de 1997 e pelo Decreto nº 2.471, de 26 de janeiro de 1998, pelo Decreto n° 3.987, de 29 de outubro de 2001,e pelo Decreto nº 7.322, de 30/09/2010. Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected] 6. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 11.326, de 24 de Julho de 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11326.htm Acesso em: 02 de fevereiro de 2012. CENCI, Alexander. Análise do perfil das agroindústrias familiares situadas na região do CONDESUS. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de PosGraduação em Extensão Rural, Santa Maria, 2007. FRANÇA, Andreya Raquel Medeiros de et al. A Dinâmica da Agricultura Familiar e a Economia Solidária: a experiência de inserção em mercados e a diversificação da Rede Xique Xique (RN). 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Avenida Presidente Vargas, 417/9º. andar, sala 909 CEP 20071-003 - Rio de Janeiro – RJ CNPJ: 10.269.919/0001-39 Email: [email protected]