DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS G TERÇA-FEIRA, 16 DE SETEMBRO DE 2014 11 Negócios Agronegócios Com o fim do vazio sanitário, agricultores de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul iniciam hoje o cultivo da safra 2014/2015; só o clima poderia reverter preços Soja tem tendência clara de queda mas ainda é aposta dos produtores GRÃOS PANORAMA GLOBAL DA OLEAGINOSA Nayara Figueiredo Histórico e projeções para produção de soja no mundo. Em milhões de toneladas São Paulo [email protected] G Com expectativa de recorde na produção, sojicultores das principais regiões produtoras do País iniciam hoje o cultivo da safra 2014/2015, e, mesmo com a pressão nos preços vinda da colheita nos EUA, devem sustentar o aumento nas áreas de plantio. Para o setor, a oleaginosa ainda é a melhor opção em relação a outros grãos como o feijão e o milho. Analistas e representantes do setor julgam preocupante a questão dos preços. “Chegamos a trabalhar este ano com US$ 15 a US$ 16 o bushel, que hoje está em US$ 10,5 o bushel, portanto, houve uma queda muito grande. Se fala em preço interno para a próxima safra saindo de um patamar de R$ 55 o preço futuro, que está hoje em torno de R$ 40, R$ 45, não mais do que isso”, estima o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Ricardo Tomczyk. Produção O último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), divulgado na semana passada, mostra que a produção norte-americana de soja pode chegar a 106,41 milhões de toneladas, com produtividade média de 52,85 sacas por hectare em uma área plantada de 34,32 milhões de hectares. Para o Brasil, estimativas do USDA apontam aumento de 4,7% na área com oleaginosa na temporada 2014/2015, indo para 31,5 milhões de hectares, o que pode gerar 94 milhões de toneladas, volume que, se confirmado, seria recorde e 8,4% maior que o da temporada anterior. O processamento brasileiro está previsto para crescer 4,4%, para 37,6 milhões de toneladas e as exportações devem ser de 46,7 milhões de toneladas, 0,6% maiores em relação à safra anterior. Safra 2013/2014 350 283,79 300 250 200 150 100 89,51 87,5 50 54,0 52,78 ARGENTINA OUTROS 0 ESTADOS UNIDOS BRASIL G A pressão de alta no mercado do boi gordo permanece. A oferta restrita de bovinos terminados determina este cenário. Em São Paulo, as ofertas maiores são de R$ 130,00 a arroba, à vista, mas pouco frequentes. As indústrias resistem em TOTAL Safra 2014/2015* 350 307,78 300 250 200 150 100 106,41 91,0 50 54,0 56,37 ARGENTINA OUTROS 0 ESTADOS UNIDOS BRASIL *ESTIMATIVA CLIMA MUDANÇA CLIMÁTICA PODE AFETAR SETOR G Com o cenário de baixa para a commodity mais exportada no País, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) e diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Glauber Silveira da Silva, avalia que a única maneira de os preços reagirem é com intervenções climáticas nos Estados Unidos. “Existem perspectivas de geada e a neve pode prejudicar a colheita norte-americana. O El Niño está para chegar e geralmente traz safras boas para a América do Sul, faz com que tenhamos muita oferta, mas de uma hora para outra tudo pode mudar”, comenta. Para Silva, os preços podem cair, mas isto não significa que devam permanecer em baixa. “O mercado é isso, tem altos e comprar boiadas neste patamar, já que o repasse dessa alta para a carne está difícil. Poucos negócios foram fechados na última sexta-feira. Alguns frigoríficos saíram das compras. Embora a oferta de animais provenientes de confinamento tenha melhorado nos últimos dias, o volume disponível não é suficiente para pressionar o mercado, mesmo TOTAL FONTE: USDA DIVULGAÇÃO baixos”, completa. Em entrevista ao DCI, o representante do setor confirma que o aumento em torno de um milhão de hectares em área plantada, que estava previsto, será mantido. “Teremos o aumento de área no Brasil, algumas regiões norte-americanas já estão com neve e isso pode atrapalhar um pouco a colheita deles”, conclui. Apesar de pressão, vendas de carne travam PECUÁRIA De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com a oferta norte-americana e estoques mundiais crescentes, na CME Group (Bolsa de Chicago), o vencimento para novembro de 2014 caiu 2,2% entre 4 e 11 de setembro, a US$ 9,8150 o bushel (US$ 21,64 por saca de 60 kg) na última quinta-feira (11) – o menor valor para este contrato, que começou a ser negociado em 11 de novembro de 2010. nos estados confinadores. As vendas de carne não evoluem e isso pressionou os preços para baixo, tanto da carne com osso como da carne sem osso, no atacado. Esse é o limitante para pagamentos maiores para a arroba. O cenário diminuiu a margem do frigorífico. Para a indústria que realiza desossa, a margem está em cerca de 20,4%. /agência O gerente de oleaginosas e produtos pecuários da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Thomé Guth, acredita na possibilidade de uma produção nacional com 94 milhões de toneladas, mas a certeza só virá quando estiverem completamente definidas as áreas para plantio. “As tendências que temos são aumento de produção, aumento de área plantada e recuo de preços, mas ainda assim o produtor não vai deixar de apostar porque os outros grãos estão menos atrativos. No Estado do Paraná, o agricultor prefere receber R$ 52 pela soja do que R$ 17 pelo milho”, explica Guth. Além disso, os estoques mundiais estão altos, a importação chinesa cresce em ritmo mais lento. De acordo com o gerente da Conab, só nos Estados Unidos os estoques subiram pouco mais de 30%, enquanto as projeções de compra da China no mundo tiveram alta de 7% nesta safra. Preço Em vista desta conjuntura de fatores, o analista do banco Rabobank Brasil, Renato Rasmussen, destaca que ainda há espaço para quedas maiores nos preços da soja. “Nossa preocupação é que muitos produtores já colheram e ainda têm o grão armazenado, à espera de melhora dos preços para comercializar o produto, porém, sem nenhum embasamento de que o valor vá subir”, diz o especialista. Segundo o Cepea, há relatos de que ainda restam 15% do período de 2013/2014 para negociar e o sojicultor, de fato, está retraído. Quanto à temporada 2014/2015, estima-se que apenas 12% a 14% foram negociados até o momento. Para o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a venda antecipada da safra reflete a preocupação dos produtores em escoar o produto. Na média da entidade, foram comercializados até agora apenas 11% da produção prevista. Isto que equivale a menos de 3,1 milhões toneladas. Neste mesmo período do ano passado, mais de 10 milhões de toneladas do grão já tinham sido negociadas. C u st o s O gerente da Conab lembra que, na contração da rentabilidade do produtor, os custos de produção têm aumentado, puxados principalmente pela alta nos defensivos agrícolas. “Três gastos estão pesando na lavoura: possível aumento nos combustíveis (que incluem o biodiesel), fertilizantes e agrotóxicos, cada vez mais caros e com maior necessidade de aumento quantidade de aplicação”, diz. ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO AVISO DE RETIFICAÇÃO E ALTERAÇÃO NA FORMA DO PREGÃO N.º 091/2014/SAD A Superintendência de Aquisições Governamentais/SAD vem a público informar que o objeto do PREGÃO nº. 091/2014/SAD, será retificado para: Registro de Preços para futura e eventual Aquisição de Materiais Permanentes, sendo Fábrica de Ração, conforme especificação técnica no Termo de Referência e no Edital, para atender a demanda da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar – SEDRAF/MT, passa a ser PREGÃO ELETRÔNICO, e será ABERTO, observando os parâmetros abaixo. LANÇAMENTO E ENVIO DA(S) PROPOSTA(S) NO SIAG: no prazo entre 15/09/2014 a 25/09/2014, período integral, exceto quanto ao dia da abertura da sessão que o horário máximo de aceitação até as 13h45min (Horário de Mato Grosso). ABERTURA DAS PROPOSTAS E INÍCIO DA SESSÃO: no dia 25/09/2014 às 14h00min (Horário de Mato Grosso), através do site http://www.sad.mt.gov.br - link: http://aquisicoes.sad.mt.gov.br. EDITAL DISPONIBILIZADO: - www.sad.mt.gov.br - (Link: Portal de Aquisições); duvidas no Telefone: (0**65)3613-3674 ou Fax: (0**65)3613-3724. Cuiabá-MT, 15 de setembro de 2014. Superintendência de Aquisições Governamentais/SAD